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Arquivo do Texto Simples + Índice dos Sermões em Português + Capela + Subscrição + Copyright
Em Mateus 18, Jesus usa uma parábola para ensinar aos discípulos como é o
reino dos céus. Como em muitas das parábolas, tudo no relato se relaciona a
Cristo e Sua igreja.
Jesus começa descrevendo um rei que chama seus servos para prestarem
contas. As escrituras registram: "E (o rei), passando a fazê-lo,
trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos" (Mateus 18:24). Cá
estava um servo com uma tremenda dívida. Ele devia ao rei o equivalente a
centenas de milhões de dólares, quantia que nunca poderia pagar.
Jesus não conta como esse homem caiu numa dívida tão incrível. Algumas
versões da parábola dizem que ele era um escravo, e que a dívida era um
empréstimo não pago. Contudo, tudo que sabemos do evangelho de Mateus
é que ele teve acesso a grandes recursos, e os esbanjara.
Esse homem não tinha nada de valor que pudesse usar para seu débito
criminal; não tinha dinheiro, bens, nada de mérito a oferecer. Então, o quê
fez? Ele "prostrando-se reverente rogou: Sê paciente comigo, e tudo te
pagarei" (18:26).
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A verdade é: não havia possibilidade de o servo pagar pelo crime. Ele jamais
iria conseguir o necessário para repor os fundos que havia usado mal, ou
esbanjado. Eu assemelho a atitude dele à do cristão que é pego em
adultério. Quando o seu pecado é mostrado, a primeira reação é a de uma
dor falsa, bajuladora. Ele chora: "Ó Deus, não deixe que eu perca o meu
casamento, a minha família. Não acabe com a minha carreira; não me leve à
falência. Tenha paciência comigo. Preciso só de mais uma oportunidade". Aí
ele suplica ao cônjuge: "Por favor, me dê apenas uma chance". Porém em
realidade, esse homem nunca poderá compensar pelo que fez. É
simplesmente impossível.
Veja, só um terrível delírio poderia levar este servo a acreditar que poderia
realmente pagar a dívida ao senhor. A atitude dele refletiu o quão
insignificante ele achava ter sido o seu pecado. Para ele, era apenas um
pequeno engano que precisava de tempo para ser resolvido; estava
convencido de que se trabalhasse o suficiente, poderia usar suas habilidades
para equilibrar os balanços financeiros. Mas o rei entendia de outra forma:
nenhuma quantidade de mérito ou de força de vontade poderia resolver o
enorme débito no qual esse homem havia incorrido.
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Quero dizer uma breve palavra aqui sobre arrependimento. Esse conceito é
geralmente definido como uma "conversão". Fala de uma meia-volta, de um
retorno de 180 graus do caminhar de uma pessoa. Diz-se também que o
arrependimento é acompanhado por uma dor piedosa.
Essa doença afeta milhões de crentes. Toda vez que esses cristãos caem em
pecado, eles pensam: "Posso acertas as coisas com Deus. Vou trazer-Lhe
lágrimas sinceras, mais oração séria, mais leitura da Bíblia. Resolvi que vou
compensá-Lo pelo que fiz". Mas isso é impossível. Esse tipo de raciocínio
leva à seguinte posição: desespero profundo. Essas pessoas ficam para
sempre lutando e sempre caindo. E acabam se estabilizando em uma falsa
paz. Elas possuem uma falsa santificação feita por elas mesmas,
convencendo-se a si próprias de uma mentira.
É por isso que Jesus nos deu essa parábola. Ele está exibindo a nós o
exemplo de um homem de confiança e de talentos, que de repente se revela
o maior dos devedores. Eis alguém sem méritos, cheio de motivações
erradas, indigno de qualquer compaixão. Contudo o senhor o perdoa
graciosamente - assim como Jesus fez com você e comigo.
Eis uma definição simples para arrependimento real. Quer dizer: "Deixo de
lado, de uma vez por todas, qualquer idéia de que eu possa algum dia
restituir a Deus pelo que devo. Jamais poderei fazer algo para conseguir de
Sua boa graça. Logo, nenhum esforço ou boa obra de minha parte pode
pagar pelo meu pecado. Eu simplesmente tenho de aceitar a Sua
misericórdia. É o único caminho para a salvação e a liberdade".
O rei subestimou o pecado do servo? Ele fez vista grossa à dívida dele, e
simplesmente a desculpou? Não, em absoluto. O fato é o seguinte: ao
perdoá-lo, o rei pôs sobre este homem uma pesada responsabilidade. E essa
responsabilidade foi ainda maior que o peso da dívida. Em verdade, o servo
agora devia ao senhor mais do que nunca. Como? Ele seria responsável para
perdoar e amar os outros, assim como o rei havia feito com ele.
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Você deve ir para o seu lar, sua igreja, seu trabalho, às ruas, e mostrar para
todos a graça e o amor que lhe mostrei".
Então, o que quer dizer suportar? Em grego significa: "tolerar". Isso sugere
suportar coisas que não gostamos. É nos dito que devemos tolerar os
defeitos dos outros, agüentar modos que não entendemos.
Está nos sendo dado um vislumbre das trevas que, o tempo todo, estavam
no coração deste servo. Em Romanos 2, Paulo descreve essas trevas:
"Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas;
porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as
próprias cousas que condenas...Tu, ó homem, que condenas os que praticam
tais cousas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? Ou
desprezas a riqueza da sua bondade, a tolerância, e longanimidade,
ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?"
(Romanos 2:1, 3-4).
O que Paulo quer dizer quando diz que tal pessoa despreza a riqueza da
bondade de Cristo? A palavra "despreza" aqui significa: "Ela não acha ser
possível". Em outras palavras, esse crente diz: "Tamanha graça e
misericórdia são impossíveis. Não dá para se aprofundar nisso". Tal não se
ajusta à teologia dele. Então, ao invés de aceitar essa riqueza, dispõe sua
mente contra ela.
Por que o servo ingrato não pôde aceitar a graça do rei? Há uma razão: ele
não levou a sério a enormidade do seu pecado. Ele estava muito resolvido,
convencido de que poderia sobrepujar o seu débito. Porém o rei já havia
dito: "Você está livre. Inexiste mais culpa, cobranças, liberdade condicional
ou cumprimento de tarefas. Daqui para frente, você só precisa se concentrar
na bondade e na tolerância as quais lhe mostrei".
Tragicamente, uma pessoa que não aceita amor não é capaz de amar outra.
Antes, se torna condenatória quanto aos outros. É isso que aconteceu com
esse servo. Ele não conseguiu atinar com a misericórdia do rei por ele. Veja,
a tolerância e o perdão imerecido da parte de Deus têm um único objetivo:
nos levar ao arrependimento. Paulo diz: ignoras "que a benignidade de Deus
te leva ao arrependimento?" (Rom. 2:4). Paulo sabia disso por experiência
própria, tendo se declarado o maior de todos os pecadores.
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Dá para você imaginar a torturada mente dessa pessoa? Este homem deixou
uma situação de perdão, onde experimentou a bondade e a graça do senhor,
e ao invés de se alegrar, desprezou a idéia de uma liberdade tão farta.
Digo-lhe o seguinte: todo crente que acha que a bondade de Deus é
impossível, se abre a qualquer mentira de Satanás. Sua alma não descansa;
a mente se agita o tempo todo. E ele fica continuamente com medo do juízo.
Ao pregar, convidei esse ministro ao púlpito comigo, junto com outros. Isso
ofendeu a muitos, e depois vários pastores zombaram de mim. A única coisa
que eu podia pensar foi: "Esses homens sabem o quê quer dizer ser
perdoado de uma grande dívida. Contudo, entre todos, tais líderes da igreja
de Deus se recusam a tolerar um colega pastor a quem nem conhecem".
Mas quando olhei para o bispo, o seu rosto estava ficando vermelho. Ele
estava fechando a cara e começando a ferver. Entendi então que a sua
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O que há por trás desta rivalidade condenatória? Por que servos de Deus, a
quem tanto foi perdoado pessoalmente, tratam mal seus irmãos e se
recusam a ter comunhão com eles? Remontando às origens chega-se ao
mais doloroso dos pecados: desprezo pela bondade de Deus.
E porque eu não sentia o amor de Deus por mim, eu julgava todo mundo. Eu
enxergava os outros do mesmo modo que eu percebia a mim mesmo: como
transigentes. Isso afetou a minha pregação. Eu me irava contra o mal
presente nos outros, ao senti-lo crescer em meu próprio coração. Tal como o
servo ingrato, eu não havia crido na bondade de Deus por mim. E por não
ter me apropriado de Sua amorosa paciência comigo, eu não a tinha pelos
demais.
Finalmente, a pergunta real ficou clara para mim. Deixou de ser: "Por que
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Volto agora a pensar no bispo que ficou bravo com a adoração impetuosa. Eu
creio que aquele homem agiu sob o medo. Ele viu a unção de Deus sobre
aqueles cantores, ele ouviu o meu sermão, que ele sabia ser do trono de
Deus - e isso ameaçou as suas tradições. Ele estava agarrado a uma
doutrina mais do que ao amor de Cristo. E essa doutrina havia se tornado
uma parede que o alienava de seus irmãos e irmãs em Cristo.
Ninguém foi mais perdoado de pecados do que eu. Sou um daqueles que foi
purificado de pecados "que se elevam acima de minha cabeça", iniqüidades
da carne e do espírito muito numerosas para serem contadas. Fui
desobediente à palavra de Deus, limitei a Sua obra em minha vida, fui
impaciente em relação às pessoas, julguei aos outros sendo eu mesmo
culpado. E o Senhor me perdoou de tudo isso.
A pergunta para mim agora - e na verdade, para todo cristão - é essa: "Será
que eu tenho paciência com os irmãos? Será que os suporto? Eu
efetivamente tolero as suas diferenças?". Se me recusar a amá-los e
perdoá-los, como fui perdoado, Jesus me chama de "servo malvado".
Não entenda mal: isso não quer dizer que devamos fazer concessões. Paulo
pregou ousadamente a graça, mas instruiu Timóteo: "Corrige, repreende,
exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4:2). Devemos ser
ousados guardiões da sã doutrina.
Contudo não devemos usar as doutrinas para construir paredes entre nós.
Esse foi o pecado dos fariseus. A lei dizia: "Santifique o sábado". Mas o
mandamento em si não era suficiente para a carne deles. Eles
acrescentaram suas próprias salva-guardas, múltiplas regras e regulamentos
que permitiam o mínimo possível de movimentos no sábado. A lei também
dizia: "Não tome o nome de Deus em vão". Mas os fariseus construíram
ainda mais paredes dizendo: "Nem sequer mencionaremos o nome de Deus.
Assim não poderemos tomá-lo em vão". Em algumas seitas judaicas, essas
paredes ainda estão em vigor hoje. Mas são paredes de feitura do homem,
não de Deus. Logo, é uma escravidão.
Hoje, o Senhor nos diz: "Sede santos, porque eu sou santo" (I Pedro 1:16).
Mas os homens pegaram esse mandamento e o usaram para edificar
paredes. Eles redigiram códigos quanto a vestimentas, códigos que
restringem comportamentos e atividades, padrões impossíveis que nem eles
conseguem cumprir. Tais paredes têm levantado fortalezas invisíveis, e só os
que estão dentro delas são considerados santos. Todos os que estão fora das
paredes estão condenados e devem ser evitados.
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Então, o quê essa parábola nos diz? Como Jesus resumiu a mensagem aos
discípulos, Seus companheiros mais íntimos? "Assim também meu Pai
celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão" (18:35).
Eu estremeço ao ler essa parábola. Ela faz eu querer me dobrar sobre minha
face, e pedir a Jesus um batismo de amor para com os demais servos como
eu. Eis a minha prece; eu encorajo-o a torná-la a sua oração:
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