UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL

QUESTÃO AMBIENTAL DO LITORAL DE CAUCAIA

Paula Janaina Meneses Rodrigues

CAUCAIA – CE
2018
 QUESTÃO AMBIENTAL DO LITORAL DE CAUCAIA

O avanço do mar, segundo especialistas, é algo natural e inevitável, faz parte das condições
ambientais esse movimento de avanço e recuo. Ocorre que no litoral oeste do Ceará, na região de
Caucaia, as praias estão desaparecendo por conta desse avanço do mar. Iparana, Pacheco, Icaraí,
Tabuba e Cumbuco estão sofrendo muito, fato que também está chegando em locais mais distantes,
como a Taíba.
Como moradora e frequentadora do Icaraí desde a tenra idade, posso afirmar com certeza
que o problema está se agravando dia a dia, principalmente, depois das construções em Fortaleza e
Pecém, como o Porto do Mucuripe, Aterro da Praia de Iracema, Porto do Pecém. O mar avançou
desordenadamente, tanto quanto as construções citadas e ao longo da orla.
O que mais me intriga é que mesmo com todos os problemas, as construtoras conseguem
licença ambiental para realizar obras à beira mar, como um Condomínio de Luxo chamado Wai,
Wai Cumbuco Eco Resort, que de “Eco” não tem nada, pois foi construído numa faixa de praia
muito próxima do mar e numa área que a bem pouco tempo era totalmente preservada no Cumbuco.
Uma região que já está colhendo as consequências dessa especulação imobiliária, da ocupação
desordenada, mas que as poucas áreas preservadas continuam sendo vendidas e exploradas sem
controle.
Na região do Icaraí, há uma organização civil chamada SOS Icaraí que promove diversas
ações de conscientização e de discussão política sobre o problema da praia. São moradores locais
que se uniram tentando buscar soluções e promover uma educação ambiental na população, com
ações por exemplo de limpeza na praia.
Cotidianamente ações de Educação Ambiental estão sendo desenvolvidas na região,
inclusive como exemplo temos abaixo um banner de uma ação que será desenvolvida próximo fim
de semana, dia 28/04/18.
 Em relação ao trabalho realizado pelo SOS Icaraí, eu acredito que é sim super válido, pois
eles sempre estão realizando reuniões, mobilizando as pessoas nas ações de limpeza da praia,
enviando ofício ao poder público para que seja recuperado o bag wall construído, contudo, sabemos
que para resolver o problema precisa sim de muito mais, primeiramente um estudo profundo de
impactos ambientais e de uma solução realmente que funcione, com embasamento científico.
A Escola Municipal Celina Sá, localizada no Icaraí, também está iniciando um projeto de
educação ambiental, com o intuito de discutir o avanço do mar com os alunos e resgatar a história
do Icaraí antigo, através de entrevistas com moradores antigos, pesquisa de fotografias antigas,
resgatando o valor dessa região. É um projeto bem interessante, pois muitos moradores do Icaraí
são pessoas de outros estados, que não conhecem a história local e muitas vezes só enxergam os
entulhos que estão na praia, desvalorizando ainda mais o lugar.
Com essa pesquisa na escola, os jovens terão a oportunidade de conhecer o verdadeiro
Icaraí, aquela praia badalada dos anos 2000, com grandes carnavais e barracas de praia de grande
porte, um dos principais lugares de encontro dos adolescentes dessa época. Um local marcado pelo
surf de alto nível, com grandes campeonatos de surf e ondas perfeitas. Vale ressaltar, que apesar de
toda a depredação da praia, o surf ainda é marcante. Portanto, podemos perceber que é uma grande
oportunidade para valorização do local entre os jovens estudantes e moradores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os projetos de educação ambiental desenvolvidos no Icaraí, pelo SOS Icaraí e pela Escola
Celina Sá são de grande valia para a Educação Ambiental dos jovens moradores da região, bem
como também das pessoas que são de outros estados e passaram a morar no bairro. Acredito que
tais organizações e propostas não resolvem o problema do avanço do mar, mas pode educar e
mobilizar as pessoas a fim de cobrarem alternativas eficazes que amenizem o problema.
Esse tipo de movimentação envolve os jovens nas questões locais, possibilitando uma
tomada de consciência dos mesmos e também uma mudança de atitude, transformando-os em
pessoas ativas socialmente. São, portanto, iniciativas de grande valia para a comunidade local.