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EMPREEN-
DEDORISMO:
FUNDAMENTOS,
GESTÃO, INOVA-
ÇÃO E NEGÓCIOS
Tema
O EMPREENDEDORISMO:
03
01
DA SUA NATUREZA
E ORIGENS À
FUNCIONALIDADE
EMPREENDEDORA
Neste tema serão abordados assuntos que irão
ajudá-lo a compreender questões como: o que é o empre-
endedorismo; a natureza empreendedora; sua origem;
necessidade e funcionalidade; etapas para gerar e manter
ao longo do tempo um empreendimento; entender como
as oportunidades surgem; por que os aspectos cognitivos
influenciam na origem e na criatividade de ideias para
serviços ou produtos no exercício da inovação.
Tais questões são essenciais para se compre-
ender ao longo deste tema o processo empreendedor
elucidando sua natureza (origem), funcionalidade ou
aplicabilidade dentro da organização, o processo em-
preendedor. Será discutido, ainda, de forma resumida,
o empreendedorismo no Brasil, exemplificando a im-
portância da criação do Sebrae para gerar um empre-
endimento com o mínimo de riscos possíveis. Assim, ao
final desta seção, você terá informações precisas e sufi-
cientes para responder a tais questionamentos. Vamos
buscar compreender as etapas a seguir?
1.1 O empreendedorismo e suas raízes
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O empreendedor é aquele que apresenta determinadas habilidades e
I – Oportunidade
O empreendedorismo busca entender como surgem as oportunidades
para criar algo novo (sejam produtos ou serviços; matérias-primas; processos
de produção; inserção de tecnologias ou aprimoramento das já existentes na
organização).
O grande desafio aqui está na questão em reconhecer a oportunidade
e aproveitá-la no momento adequado; é quando a habilidade do empreendedor
é crucial para desenvolvê-la, já que, segundo Dolabela (2008, p. 47), “empre-
endedorismo não é um tema novo ou modismo: existe desde sempre, desde a
primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações do
homem com os outros e com a natureza”. Percebe-se que já faz parte do cotidia-
no das pessoas atualmente, apenas há um amadurecimento guiado por procedi-
mentos técnicos (BARON, 2013).
Um fator importante que chama a atenção é que uma oportunidade
deve ser avaliada sob o ponto de vista do aproveitamento das habilidades e dos
objetivos pessoais do empreendedor. “Quanto mais tempo e esforço for dedi-
cado para a compreensão da oportunidade, maior a possibilidade de sucesso.
Quanto menor o tempo de abertura da janela de oportunidade, maior a pressão
para decidir”. Logo, a rapidez perante uma tomada de decisão é decisiva. Deci-
dir certo e rápido! (SOUZA, 2011, p.34).
Assim, a captação de recursos financeiros, tecnológicos e humanos,
além do “saber gerenciá-los”, é ponto determinante para o sucesso do empre-
endimento. Antes de qualquer decisão, na abertura de um negócio, é necessário
que o empreendedor entenda os verdadeiros motivos que o levaram a empreen-
der, seja por necessidade ou pela oportunidade (DOLABELA, 2008).
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É importante que se façam alguns questionamentos para melhor
identificar:
II – Necessidade
O empreendedorismo também surge a partir de uma necessidade -
quando se encontra diante de um ambiente propício ao desenvolvimento de um
negócio com recursos financeiros alinhados à criatividade e nas mãos de um
indivíduo que tem o espírito empreendedor. Veja o exemplo da Nancy Mueller
quando criou a rede de fast food – denominada Nancy’s Specialty Foods (veja
mais informações sobre o case na leitura sugerida a seguir ainda nesta seção).
A necessidade aparece bem exemplificada em pessoas que geralmente
foram desligadas do seu emprego ou aquelas que não têm um emprego garanti-
do (não se sentem “seguras” onde estão trabalhando) ou porque simplesmente
querem aumentar sua renda. Segundo Rubens (2009, p. 307):
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que há uma tendência em ascensão no universo empresarial de as pessoas sen-
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As raízes do empreendedorismo, como uma subdivisão da área dos ne-
gócios, requer quatro considerações importantes e necessárias, como discorre
Chiavenato (2013, p. 11):
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Assim, o empreendedorismo requer a criação ou reconhecimento de
DD mercado;
DD riscos;
DD concorrência;
DD fornecedores;
DD público-alvo;
DD capital humano;
DD comportamento do cliente;
DD inovação;
DD tendências da tecnologia;
DD quantidade de capital envolvido, que passa a ser a base para o
retorno;
DD compensações econômicas.
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1.2 O processo empreendedor e suas conquistas
Este livro foi elaborado para facilitar o seu entendimento acerca de in-
formações sobre as condições fundamentais para um negócio de sucesso, in-
dependentemente de suas características ou dimensões. Pensando nisso é que
propomos uma leitura de fácil compreensão, distribuída em pequenas seções
discorrendo sobre um tema específico.
Atualmente existe uma crença por parte de alguns estudiosos de que
o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido nas universidades ou
em algum curso técnico, mas não é bem assim. Este livro, também, irá guiá-lo
em alguns caminhos que facilitarão tal compreensão. É bom observar que existe
todo um processo de aprendizagem intrínseco que caracterizará esse “universo”
da Administração.
Você já se perguntou:
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3. Como assegurar a viabilidade, a competitividade e a sustentabilidade
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o desempenho mercadológico e a inserção de novos produtos, estes permitem
capturar e reter novas fatias de mercado, além de aumentar a lucratividade em
tais mercados” (DOLABELA, 2008, p. 39).
No caso de produtos mais “maduros e estabelecidos, o crescimento da
competitividade nas vendas é resultado não apenas da capacidade de oferecer
preços mais baixos, mas também de uma infinidade de fatores não econômicos:
modelos, customização e qualidade”, enfatiza Chiavenato (2013, p. 259).
No momento atual, em que há uma alta rotatividade de produtos e o
ciclo de vida dos produtos é acelerada – em que, por exemplo, “a vida útil de um
televisor ou computador é medido em meses, ou ainda, em que produtos mais
complexos, tais como o motor de um automóvel, levam apenas poucos anos para
ser desenvolvidos” – o prazo para a substituição de produtos por versões novas e
atualizadas ocorre com uma maior frequência (CHIAVENATO, 2013, p. 259)
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Por exemplo, um novo modelo de carro, um novo pacote de seguros
C- Ideias criativas;
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Ainda de acordo com Souza (2011, p. 59), “é importante refletir sobre
as questões a seguir diante do processo evolutivo de uma organização”:
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Mas existem algumas questões importantes e que merecem ser desta-
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DD Recursos: saber como e onde captá-los. A análise dos recursos
necessários deve ser a última a ser feita, para evitar que o empre-
endedor e sua equipe restrinjam a análise da oportunidade, que é
a primeira tarefa a ser realizada.
Para Bernardi (2009 apud SOUZA, 2011, p. 57) pode-se afirmar que o
processo empreendedor “[...] é envolvido por ideias, dúvidas, incertezas e ques-
tionamentos. À medida que o processo se aprofunda é natural que novas refle-
xões e questionamentos venham surgir”.
Esse aspecto é condicionado pelo que diz Dornelas (2008, p.6), que na
atualidade trata-se da “[...] era do empreendedorismo, pois são os empreende-
dores que estão eliminando barreiras comerciais, culturais e encurtando distân-
cias, criando novas relações de trabalho e empregos, quebrando paradigmas e
gerando riquezas para a sociedade”.
Vamos refletir com Souza (2011, p. 59) quando fala da “[...] importân-
cia sobre as questões a seguir diante do processo evolutivo de uma organização”.
Ainda que pareçam perguntas simples, diz Souza (2011, p. 59) que “[...]
são de extrema complexidade, uma vez que envolvem muitos fatores, a exem-
plo: fatores de cunho emocionais e psicológicos”.
O processo empreendedor que é fruto de uma organização recheada
de pessoas motivadas ou que possuem um espírito empreendedor, em geral, é
diferenciado dentro do contexto econômico em que está inserido. Não há du-
vidas de que, também, esse fato se origine dentro do ambiente organizacional.
Dornelas (2008, p. 5) aponta os empreendedores como:
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Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação
Joseph Schumpeter (1989) falava, desde essa década, que “[...] o em-
preendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto,
levam à transformação de ideias em oportunidades”. Ainda na definição de Dor-
nelas (2008, p. 207), trata-se de um individuo que “[...] destrói a ordem eco-
nômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de
novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.
Chiavenato (2013, p. 107) afirma que:
Para ser bem sucedido o empreendedor não deve apenas saber criar
seu próprio empreendimento. Deve também saber gerir seu negócio,
para mantê-lo e sustentá-lo em um ciclo de vida prolongado e obter re-
tornos significativos de seus investimentos. Isso significa administrar,
planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades relacionadas direta
ou indiretamente com o negócio.
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entre eles, em que “[...] o revolucionário é aquele que cria novos mercados, ou
seja, algo único. Já o empreendedor é aquele que cria negócios, que inova dentro
da empresa já construída, que detecta uma oportunidade e cria um negócio para
capitalizar sobre ele, assumindo riscos calculados” (DORNELAS, 2008, p. 46).
Essas definições sofreram mudanças ao longo do caminho, principal-
mente, pelo processo de globalização, e deram asas às novas fronteiras de mer-
cado que muito interferiram nos empreendimentos. Veja o que esses autores
declaram acerca desse processo evolutivo:
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indivíduos e não com empresas. Assim sendo, as conclusões serão
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pois, segundo aponta Dornelas (2008, p. 47), esta serve, entre outras atribui-
ções, para: avaliar oportunidades, identificar, buscar e alocar os recursos neces-
sários ao negócio; planejar as ações a serem tomadas, implementar e gerenciar
o novo negócio. Sobre o PN, fator importante e decisório no processo empreen-
dedor, será visto com detalhes no segundo tema deste livro.
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da Federação. Responsável pelo direcionamento estratégico
1. Educação empreendedora;
2. Capacitação dos empreendedores e empresários;
3. Articulação de políticas públicas que criem um ambiente legal mais
favorável;
4. Acesso a novos mercados;
5. Acesso à tecnologia e inovação;
6. Orientação para o acesso aos serviços financeiros.
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DESAFIO - SEBRAE, entre outros) – prestando suporte empresarial e cursos di-
ferenciados de capacitação, principalmente, para micro e pequenas Empresas –
MPE’s. Destacam-se ainda: palestras, consultorias, feiras, workshop (SEBRAE,
2015). Quanto à participação das MPE’s no desenvolvimento da economia bra-
sileira – principalmente na geração de emprego, podem-se pontuar dados do
Sebrae (2015, p. 164):
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observar de acordo com os dados estatísticos que as MPE’s têm um desempenho
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Essas empresas continuam a gerar empregos mesmo se elas saírem da
classificação de MPE’s. Não podemos deixar de lado que as grandes corpora-
ções também criam e ampliam a empregabilidade. O objetivo dessa discussão
foi justamente mostrar para você a importância da formalidade empresarial e a
representatividade desta no cenário econômico, principalmente, para o Brasil.
Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em
criação de pequenas empresas ou mesmo MPE’s, nem de suas vantagens, com
tanta consistência e entusiasmo de que a criação de um negócio seria um sucesso.
Segundo Dornelas (2008, p.39), além do Sebrae, também existem ou-
tros programas que auxiliam o empreendedor, tais como:
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Quem acredita na força da união: incentiva a cooperação entre
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Depois que discutirmos sobre a importância das incubadoras de em-
presas, você estará apto a responder às seguintes questões:
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Incubadoras de Empresas Mistas: É a incubadora que abriga
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1.4 Entendendo o universo dos negócios e do em-
preendedor
Neste momento nós iremos estudar o que é um negócio e as caracterís-
ticas do empreendedor.
Mas como saber se você tem perfil para abrir seu negócio, ou seja,
tornar-se um empreendedor?
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DD Elaborar o plano de negócio;
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compra é o consumidor final, enquanto que no segundo o produto é
destinado a quem vai utilizá-lo para produzir bens de consumo ou
bens de produção.
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2. Possuem o hábito de tomar decisões e são empenhados fortemente
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focar a inovação sob o ponto de vista do agente econômico que a está imple-
mentando”.
Em um mundo de “negócios carregados de mudanças e transforma-
ções, não basta a inovação evolucionaria e gradativa e nem mesmo a inovação
revolucionaria. É preciso se antecipar às mudanças e para a inovação”, fala
Chiavenato (2013, p. 11). Veja mais adiante com detalhes a definição de cada
uma delas.
Assim, é possível entender que esse pode ser considerado um processo
pelo qual produtores dominam e implementam novos projetos de bens e servi-
ços que são novos para os mesmos, a despeito de serem ou não novos para seus
concorrentes domésticos ou estrangeiros.
Segundo o Sebrae (2015, p.85), existem cinco diferentes tipos de inova-
ção considerados dentro de um ambiente organizacional:
Introdução de novos produtos no mercado ou de produtos já existen-
tes, mas melhorados;
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A inovação disruptiva: começa com a tecnologia ou produtos
Outra questão que não pode ser esquecida dentro do cenário da ino-
vação refere-se à motivação dos colaboradores. A partir deste momento vamos
elucidar a importância dessa ferramenta tão essencial para o desenvolvimento
de qualquer negócio. Vamos refletir sobre as seguintes perguntas:
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Segundo afirma Maximilano (2012, p.14), “a palavra motivação deriva
do latim - motivus, movere, que significa mover. Fundamenta-se no processo
no qual o comportamento é incentivado, estimulado ou energizado por algum
motivo ou razão”.
A motivação impulsiona o indivíduo a atuar de determinada forma ou,
pelo menos, dá origem a uma propensão a um comportamento pontual, poden-
do esse impulso à ação ser instigado por um estímulo externo (decorrente do
ambiente) ou ser causado internamente pelo indivíduo (CHIAVENATO, 2013).
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O empreendedorismo: da sua natureza e origens à funcionalidade empreendedora
BARON, Robert A; SCOTT A. Shane. Empreendedorismo: Uma visão do
processo. Tradução atual All Tasks. 4. ed. São Paulo: Cengage Learning. 2013.
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BERNARDI, Luiz Antônio. Manual de empreendedorismo e Gestão:
Fundamentos, estratégias e dinâmicas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Durante a realização deste primeiro tema foi possível, através das leituras e
também das indicações complementares inseridas nos Box, que você pudesse
conhecer e entender melhor o caminho do empreendedorismo antes de se to-
mar qualquer passo em direção à abertura do empreendimento. Questões refle-
xivas foram fomentadas e esclarecidas. Desejamos que tenha despertado o seu
interesse para as diversas questões que norteiam o universo empreendedor.
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No quarto momento, foi elucidada a importância de se entender o universo dos
Todos esses conceitos e discussões foram importantes para que você pudesse
prosseguir nas leituras a seguir e entender o complexo mundo dos negócios. E,
por fim, foram abordados aspectos importantes relacionados aos diversos ele-
mentos que integram o processo empreendedor, tais como: a potencialização de
ideias, a identificação de oportunidades para a prática da inovação, bem como a
motivação para empreender.
Boa Leitura!
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