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CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO

EXPEDIENTE

Prefeita de Fortaleza
Luizianne de Oliveira Lins

Secretária Municipal de Educação


Ana Maria de Carvalho Fontenele

Comissão Provisória de
Implementação do Fórum Municipal dos
Conselhos Escolares de Fortaleza
Ana Aline Santos da Silva
Cefisa Maria Sabino Aguiar
Iracilda de Souza Duarte
Magda Maria Pereira dos Santos
Maria Virgínia Eloy Guimarães
Rosa Maria da Silva Lucas
Sônia Régia Pinheiro de Moura.

Edição e Revisão
Assessoria de Comunicação da SME

Edição de arte
Norton Falcão

Ilustração
Rafael Limaverde

Tiragem
3.000

Impressão
Marcograf
Conselhos Escolares
em Movimento
APRESENTAÇÃO
Caros (as) Conselheiros (as) Escolares,

Uma escola democrática implica no fortalecimento


do exercício da Cidadania. Entre os mecanismos de
participação presentes no interior da escola encontra-
se o Conselho Escolar enquanto organismo colegia-
do, campo pedagógico de aprendizado das noções de
direitos e deveres; base da compreensão e desenvol-
vimento do conceito de cidadão consciente.
É fator determinante para uma efetiva atuação do
Conselho Escolar que este seja participativo e trans-
parente em suas ações e procedimentos, alertando
cada conselheiro para sua real função e o exercício
desta de maneira responsável.
Não basta a simples junção de pessoas para se
dizer que existe um Conselho Escolar. Ele cria vida
e movimento quando existe um processo sistêmico e
orgânico, favorecendo o desenvolvimento integral da
comunidade escolar. Dessa forma, a escola demo-
crática, autônoma e inclusiva que queremos depende
muito da participação integral de seus membros.
A Secretaria Municipal de Educação e o Fórum Mu-
nicipal de Conselhos Escolares de Fortaleza com a fi-
nalidade de formar Conselhos Escolares atuantes, com
cidadãos críticos e conscientes que contribuam para
o fortalecimento da autonomia da escola, apresentam
nesta Cartilha orientações e reflexões necessárias à
organização e funcionamento desses conselhos nas
escolas da rede municipal de ensino.

Ana Maria de Carvalho Fontenele


Secretária Municipal de Educação
Introdução......................................................................10
1. Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de Fortale-
za: Conselhos Escolares em Movimento....................12
2. O processo de autonomia da escola.......................16
3. A gestão democrática é um processo de aprendizado
coletivo...........................................................................20
4. O que é o Conselho Escolar?...................................26
5. Por que ter o Conselho Escolar?.............................28
6. Funções do Conselho Escolar.................................30
7. Dinâmica de funcionamento do
Conselho Escolar...........................................................34
8. Conselho Escolar e o acompanhamento da prática
pedagógica.....................................................................38
9. A democratização da Gestão Financeira Escolar...42
10. Algumas questões para reflexões..........................48
Referrências...................................................................50
A gestão democrática implica a efetivação de
novos processos de organização e gestão basea-
dos em uma dinâmica que favoreça os processos
coletivos e participativos de decisão.
Nesse sentido, quando se pensa em gestão
democrática na escola, a participação constitui
uma das bandeiras fundamentais a serem imple-
mentadas pelos diferentes atores que constroem
o cotidiano escolar.
Para que a participação seja realidade, são ne-
cessários meios e condições favoráveis, ou seja, é
preciso repensar a cultura escolar e os processos,
normalmente autoritários, de distribuição do poder
no seu interior. Dentre os meios e as condições fa-
voráveis à participação, destaca-se a qualificação
dos conselheiros escolares para que entendam a
participação como um processo a ser construído
coletivamente e o implemente na escola.
Esta Cartilha que você tem em mãos foi elabo-
rada pela Comissão Provisória de Implementação
do Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de
Fortaleza a partir de demandas desses conselhos
da rede municipal de ensino que suscitaram algu-
mas reflexões e orientações para o fortalecimento
da atuação dos conselheiros no âmbito da escola
e da cidade.

10 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


Assim, a Cartilha Conselho Escolar em Movi-
mento é um instrumento fundamental para o de-
sempenho das funções de conselheiro escolar.
Inicialmente é apresentado o Fórum Municipal
dos Conselhos Escolares de Fortaleza, ambiente
integrador dos Conselhos Escolares da rede mu-
nicipal de ensino e interlocutor do diálogo entre a
sociedade e a Secretaria Municipal de Educação.
Após reflexões sobre o processo de autonomia da
escola e os fundamentos da gestão democrática
escolar, é conceituado o Conselho Escolar e apre-
sentada a sua dinâmica de funcionamento, para
posteriormente serem sugeridas possibilidades
de atuação na gestão pedagógica e na gestão fi-
nanceira da escola. No final da Cartilha há ques-
tões para reflexões coletivas que convêm serem
sistematizadas e encaminhadas à Secretaria Exe-
cutiva Regional.
Nós o convidamos a enriquecer esta cartilha e
a socializar suas práticas como conselheiro esco-
lar no Fórum Municipal dos Conselhos Escolares
de Fortaleza..

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 11


1
FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS
ESCOLARES DE FORTALEZA: CONSELHOS
ESCOLARES EM MOVIMENTO

12 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


O
fato dos Conselhos Escolares se reunirem
em um Fórum de Conselhos Escolares
para refletir sobre a democratização da
escola e da sociedade representa um exercício de
cidadania emancipadora e evidencia uma inova-
ção no contexto educacional e social brasileiro.
Anteriormente, falar em Conselho Escolar era
reportar a uma escola cuidando unicamente dos
interesses dela. Com a criação do Fórum, como
um canal que articula o conjunto de conselheiros
de uma rede de ensino, articula-se um movimento
em que o Conselho não existe isolado, mas em
rede. Assim, esse órgão ganha uma nova dimen-
são, transcendendo os limites de uma escola e
atuando na construção de políticas educacionais
para a cidade.
Dessa forma, o Fórum de Conselhos Escola-
res é uma política de gestão educacional em rede.
Trata-se de um conhecimento elaborado a partir
da necessidade de articulação dos Conselhos Es-
colares da rede municipal de ensino em um am-
biente que os permitisse compartilhar experiên-
CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 13
cias, evidenciando necessidades e soluções para
melhoria do processo de ensino e processo de
aprendizado nas escolas.
A constituição do Fórum deu-se a partir da ne-
cessidade sentida pelos Conselhos Escolares de
construir um diálogo e uma solidariedade entre si.
Nesta perspectiva, o Fórum constitui-se em um es-
paço democrático, que discute, propõe, acompanha
e avalia as políticas públicas, no âmbito do Sistema
Educacional, e propicia aos Conselhos Escolares
condições para atuação junto à gestão escolar, vi-
sando à qualidade educacional desejada.
O Fórum de Conselhos Escolares tem sua estrutu-
ra direcionada para a construção coletiva com a parti-
cipação de todos os segmentos do Conselho Escolar
e da comunidade num processo que prima pelos pro-
cedimentos básicos de diálogo e comunicação.
Cada Secretaria Executiva Regional possui
uma Comissão do Fórum que trabalha integra-
da com as demais Comissões Regionais e atua,
também, no sentido de assessorar e fortalecer os
Conselhos Escolares.
A sintonia entre a necessidade da comunida-
de escolar de fortalecer a gestão democrática in-
tegrando os Conselhos Escolares e as diretrizes
governamentais vêm produzindo ganhos qualitati-
vos para as escolas, por meio de um canal direto
de comunicação com a Secretaria Municipal de
Educação e para o governo na medida em que
a implementação de suas políticas encontra em
dispositivos como o Fórum a legitimidade política
necessária a um governo democrático.

14 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


PARTICIPE ATIVAMENTE DO FÓRUM MUNICIPAL
DOS CONSELHOS ESCOLARES.

“JUNTOS FAZEMOS A DIFERENÇA!”

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2 O PROCESSO DE AUTONOMIA
DA ESCOLA

16 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


A
o falar de autonomia escolar, pode-se levar
ao erro de acreditar que a escola pode re-
solver seus próprios problemas sem preci-
sar de ninguém. Isso não é verdade. Se fosse, ela
não precisaria do governo, nem da comunidade
para realizar o seu trabalho. Da mesma forma, a
autonomia não está limitada apenas à questão fi-
nanceira dos recursos que a unidade de ensino
recebe.
A escola é dependente de um órgão central,
representado pela Secretaria Municipal de Edu-
cação, e outro local que é a própria comunidade.
Logo, é entre estes dois elementos que a escola
deverá tornar-se autônoma por meio da capacida-
de de tomar decisões compartilhadas e compro-
metidas para a resolução dos problemas de ma-
neira rápida, no momento certo, respondendo às
necessidades locais.
Alguns erros comuns são observados em uni-
dades escolares quando a matéria é a autonomia
escolar. Vamos ver:
• É comum alguns diretores de escola acharem
CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 17
que a autonomia é apenas financeira. Não é. Pois a
Escola deve fazer um planejamento coletivo para a
execução das verbas que recebe e prestar contas
aos órgãos superiores e a comunidade em geral;
• Algumas pessoas acham que autonomia é a
capacidade de agir independentemente do siste-
ma. Também é outro engano. A escola faz parte
de um sistema maior, portanto, devem ser respei-
tadas as determinações, a hierarquia e a autorida-
de dos órgãos superiores.
Para que a prática da autonomia escolar seja
exercida plenamente, alguns elementos combina-
dos são necessários:
• A existência de estrutura de gestão colegiada,
que garante a gestão compartilhada;
• Processo democrático de escolha de diretores;
• E a ação em torno de um projeto político-
pedagógico;
Vale ressaltar que a autonomia da escola não
se constrói com normas e regulamentos, mas
com princípios e estratégias, amplamente discu-
tidos com todos que fazem a escola, aplicados
às circunstâncias do momento em que os fatos
acontecem e sempre valorizando a criatividade,
a iniciativa na resolução dos problemas. Vamos
observar algumas características que ajudam na
construção da autonomia na escola:

• A autonomia é um processo de construção:


Ela é construída no dia-a-dia, com a participa-
ção de todos e com a superação das barreiras na-
turais que aparecem.
• A autonomia expande o processo decisório:
A decisão não está concentrada apenas nas

18 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


mãos de uma única pessoa, mas de todos os gru-
pos que fazem a escola, dentro ou fora dela.

• A autonomia é um processo de interdepen-


dência:
Deve existir um entendimento amplo entre to-
dos que fazem a escola, bem como a colaboração
mútua. Deve-se também equilibrar os diferentes
interesses envolvidos.

• A autonomia é responsabilidade e transpa-


rência:
Deve-se assumir responsabilidades, responder
pelas ações, prestar contas dos atos.

• A autonomia implica gestão democrática:


A autonomia é um processo coletivo e participa-
tivo. As tomadas de decisões devem ser comparti-
lhadas e o comprometimento deve envolver todos.

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 19


3
A GESTÃO DEMOCRÁTICA
É UM PROCESSO DE
APRENDIZADO COLETIVO.

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20 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


A
democratização da gestão da esco-
la implica o aprendizado e a vivência do
exercício de participação e tomadas de de-
cisões. Trata-se de um processo a ser construído
coletivamente e que deve considerar a especifici-
dade as condições sócio-históricas de cada esco-
la e município.
O processo de participação não se efetiva por
decreto, portarias ou resoluções, mas é, acima de
tudo, resultante das concepções de gestão, parti-
cipação e de condições objetivas para o trabalho
coletivo.

Princípios da gestão democrática:

Descentralização - A administração, as deci-


sões, as ações devem ser elaboradas e executa-
das de forma não hierarquizada;

Participação - Todos os envolvidos no cotidia-


no escolar devem participar da gestão: professo-
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res, estudantes, funcionários, pais ou respon-
sáveis, pessoas que participam de projetos na
escola, e toda a comunidade do entorno da
escola;

Transparência - Qualquer decisão e ação


tomada ou implantada na escola tem que ser
de conhecimento de todos;

Gestão Democrática Escolar


É resultado de um processo eminente-
mente pedagógico e coletivo que en-
volve, entre outros, o conhecimento da
legislação, a discussão, o engajamento,
o acompanhamento ao PPP, a implanta-
ção e consolidação de mecanismos de
participação, tais como Conselho Esco-
lar e grêmio estudantil.

É uma possibilidade de gerir uma ins-


tituição escolar de forma processual e
de maneira que favoreça a participação,
a transparência e a democracia.

É um permanente e cotidiano prazeroso


desafio para a escola, sua equipe gesto-
ra e para o Conselho Escolar.

22 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


O processo de gestão democrática é compre-
endido pela administração escolar como uma ati-
vidade, um meio e reunião de esforços coletivos
para a implementação dos fins da Educação. Des-
sa forma, ela parte da compreensão e aceitação
de que a educação é um processo de emancipa-
ção humana, norteado pelo Projeto Político Peda-
gógico (PPP) da Escola.
A escola deve ser sensível às demandas e
anseios da comunidade. Para isso, deve buscar
meios de participação, onde cada segmento possa
expressar suas idéias e necessidades, sendo um
espaço público de construção da escola. Também
cabe à unidade de ensino preparar a comunidade
escolar para um modelo de gestão democrática
competente e compromissada. Busca-se através
da gestão democrática da unidade escolar, alcan-
çar três objetivos principais:
· A participação efetiva de todos os grupos
sociais que formam a escola tanto internamente
como externamente;
· O compromisso de todos esses grupos com o
desenvolvimento e o aprimoramento da qualidade
do ensino;
· O fortalecimento da escola como um todo.
Deste modo, o Fórum Municipal dos Conse-
lhos Escolares de Fortaleza tem como horizonte
a consolidação de um Projeto Político Pedagógico
que traga esses elementos constitutivos. Como
pressuposto, organizando-se por meio de um mo-
vimento dialético inserido numa realidade históri-
ca concreta, com limites reais, mas podendo, ao
mesmo tempo, constituir-se em possibilidade de
ação decisiva e avanço na perspectiva da gestão

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 23


democrática da escola.
A criação de um ambiente participativo é uma
condição básica que a escola tem que assumir
para permitir que as pessoas controlem o próprio
trabalho, transformando-as como partes de um
processo. Para dar sustentação à gestão demo-
crática na escola, seus gestores e o Conselho Es-
colar devem promover ações que:
1. Busquem o engajamento familiar e da co-
munidade;
2. Garantam espaço de discussão e integra-
ção de cada grupo social para encaminhamento
de soluções, como, por exemplo, a formação de
lideranças através dos grêmios de alunos, funcio-
nários, pais e professores, visando o exercício da
representatividade;
3. Garantam o processo democrático de esco-
lha de diretores por todos os segmentos da comu-
nidade escolar, qualificando e assegurando este
processo, discutindo e redefinindo suas funções,
papéis e relações com as diferentes instâncias do
poder e a participação do Conselho Escolar.
4. Articulem a escola com diferentes parceiros
para viabilizar suas propostas, valorizando aque-
les que fazem parte da comunidade na qual está
inserida.
5. Proporcionem um ambiente favorável ao de-
senvolvimento da autonomia do cidadão, elimi-
nando medidas punitivas e autoritárias, substituin-
do por medidas educativas, buscando o respeito e
a cidadania e não o medo;
6. Desenvolvam o compartilhamento da auto-
ridade;
7. Promovam a delegação de poder;

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8. As responsabilidades sejam assumidas em
conjunto;
9. Valorizem o trabalho em equipe;
10. E que troquem a hierarquia tradicional por
redes de comunicação aberta a todos.
4 O QUE É O CONSELHO
ESCOLAR?

26 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


É
um organismo colegiado composto pela re-
presentação de estudantes, pais, professo-
res, funcionários e comunidade local, tendo
o diretor escolar como membro nato, com respon-
sabilidade compartilhada de gestão da escola, ge-
rando uma nova forma de administração onde as
decisões são integradas e coletivas.
Constitui-se em um lugar de participação; um
espaço de discussão, negociação e encaminha-
mento das demandas educacionais, possibilitando
a participação social e promovendo a gestão de-
mocrática. É também uma instância de discussão,
acompanhamento e deliberação, na qual se busca
construir uma cultura democrática, substituindo a
cultura patrimonialista pela cultura participativa e
cidadã.

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 27


5 POR QUE TER O CONSELHO
ESCOLAR?

28 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


• Para criar ambiente articulador da gestão de-
mocrática escolar;

• Para favorecer a integração entre a comuni-


dade escolar e local em prol do acompanhamento
ao desempenho da escola;

• Para ser instância de escuta, reflexão e


participação;

• Para desenvolver uma atitude democráti-


ca, criando oportunidades para que todos os
segmentos possam falar e defender os seus
interesses coletivos;

• Para exercer o controle social da educação.

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6 FUNÇÕES DO CONSELHO
ESCOLAR

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30 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


O
Conselho Escolar mobiliza, opina, decide
e acompanha a vida pedagógica, adminis-
trativa e financeira da Escola, desempe-
nhando as seguintes funções:

• Função normativa: orienta e disciplina ações


e procedimentos do cotidiano escolar, por meio de
normas, diretrizes e indicações de possibilidades
sobre atitudes e comportamentos da/na comuni-
dade escolar;

• Função consultiva: aconselha e emite opini-


ões sobre questões, assuntos e problemas relacio-
nados à escola. Assessora e encaminha as ques-
tões levadas pelos diversos segmentos da escola e
apresenta sugestões de soluções, que poderão ou
não ser acatadas pela unidade escolar;

• Função deliberativa: examina as situações


apresentadas ao Conselho Escolar com vista a
uma decisão; aprova proposições, encaminha-
mentos e prestação de conta;
CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 31
• Função fiscalizadora: acompanha, supervisio-
na, monitora e avalia o cumprimento das normas da
escola e a qualidade social do cotidiano escolar;

• Função mobilizadora: promove, estimula e


articula a participação integrada dos segmentos
representativos da escola e da comunidade local.

32 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


7
DINÂMICA DE
FUNCIONAMENTO DO

342
CONSELHO ESCOLAR

34 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


A
atuação do Conselho Escolar acontece,
constantemente, no cotidiano da escola.
Assim, a atividade do Conselho dá-se por
meio de reuniões ordinárias periódicas (no míni-
mo mensais) e reuniões extraordinárias, sendo
estas convocadas pelo presidente ou 1/3 de seus
membros. Além disso, deve ser promovida bimes-
tralmente uma Assembléia Geral.
O calendário de reuniões ordinárias e Assem-
bléias Gerais, construído coletivamente pelos
conselheiros, deve ser fixado em locais estratégi-
cos da escola para ser visto pelo maior número de
pessoas. Isso, porém, não dispensa a convoca-
ção por escrito ou presencial a cada conselheiro e
às pessoas cuja participação seja considerada im-
portante para discussão dos assuntos em pauta.
Para evitar desperdício de tempo e fomentar a
transparência e a participação de todos, sugere-se
que a pauta seja construída coletivamente. Como
estratégia, pode ser utilizado um espaço no mural
do Conselho Escolar para colher junto à comuni-
dade as sugestões de assuntos que devam cons-
CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 35
tar na pauta. Cabe ao Conselho Escolar organizar
a prioridade de assuntos e selecionar a pauta, a
qual deverá ser fixada no mural e amplamente di-
vulgada com a comunidade escolar e local.
Qualquer pessoa pode participar das reuniões
do Conselho Escolar para discutir conjuntamente
todo e qualquer problema ou assunto relacionado
à escola, seja de ordem pedagógica, administra-
tiva ou financeira. No entanto, só terão direito a
voto os membros eleitos e o membro nato.

Como realizar as reuniões:

• Priorizem o cumprimento do calendário de


reuniões e assembléias;

• Organizem as reuniões de modo que elas se-


jam, ao mesmo tempo, agradáveis e produtivas
para atingir os objetivos;

• Evitem que todos falem ao mesmo tempo;

• Não realizem as reuniões em salas pequenas,


mal ventiladas. Todas as pessoas devem se sentir
bem acomodadas;

• Mudem de assunto logo que se esgote o pri-


meiro;

• Prestem atenção na fala de cada um para evi-


tar repetições;

• Expressem as idéias com clareza;

36 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


• Oportunizem a todas as pessoas a expressão
de suas idéias e considerações;

• Após as decisões aprovadas, deverão ser de-


finidos os responsáveis pelos encaminhamentos;

• Registrem em ata toda a dinâmica da reunião,


falas e encaminhamentos. Coloquem uma cópia
da ata no mural do Conselho Escolar.

A participação efetiva da comunidade


escolar e local na gestão pedagógica,
administrativa e financeira garante e
legitima a gestão democrática da escola
e fortalece o Conselho Escolar.

Legislação que dá suporte ao Conselho Escolar:

a) Constituição Federal;
b) Legislação do Ensino (LDB N°9.394/96);
c) Leio Orgânica do Município;
d) Estatuto do Magistério;
e) Estatuto da Criança e do Adolescente;
f) Estatuto do Idoso;
g) Estatuto dos Servidores Públicos do Municí-
pio de Fortaleza;
h) Estatuto e Regimento do Conselho Escolar;
i) Regimento da Escola.

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 37


8
CONSELHO ESCOLAR E O
ACOMPANHAMENTO DA
PRÁTICA PEDAGÓGICA

342

38 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


A
efetiva participação do Conselho Escolar
precisa estar ligada, prioritariamente, à es-
sência do trabalho escolar. O acompanha-
mento do desenvolvimento da prática educativa,
bem como do processo ensino-aprendizagem é a
sua principal tarefa.
Assim, o Conselho Escolar deve refletir sobre
as dimensões e os aspectos que necessitam ser
avaliados na Educação para se construir uma es-
cola cidadã e de qualidade.

Que dimensões e aspectos podem ser parâ-


metros para esse acompanhamento?

• O contexto social no qual a escola está inserida;


• As condições da escola para uma aprendiza-
gem relevante;
• Os mecanismos utilizados na gestão demo-
crática da escola;
• A atuação dos membros da escola, especial-
mente do professor, no processo educativo;
• O desempenho escolar dos estudantes.
CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 39
O Conselho Escolar, no desenvolvimento de suas ações,
sempre de forma co-responsável, coleta e analisa uma varieda-
de de dados e informações sobre o processo educativo esco-
lar. Essa análise certamente indicará ações que necessitam ser
desenvolvidas e, com isso, estará contribuindo decisivamente
para a construção de uma Educação emancipadora para toda
a sociedade.
Dessa forma, a função político-pedagógica do Conselho
Escolar expressa-se no olhar comprometido que desenvolve
durante todo o processo educacional, tendo como foco privile-
giado a aprendizagem, qual seja, no planejamento, na imple-
mentação e na avaliação das ações da escola.
Alguns desafios apresentam-se durante o processo de acom-
panhamento e merecem ser discutidos coletivamente:
• Como lidar com as diferenças que marcam os sujeitos que
participam do processo educativo? Como a escola demonstra
respeito a essas diferenças?
• Como garantir a unidade da prática social da Educação
desenvolvida na escola?
• O que cabe ser avaliado na prática educativa? Quem deve
ser avaliado?
• Como a escola vem construindo sua autonomia didática,
financeira e administrativa?
• Como vem sendo implementado o Projeto Político Peda-
gógico?
• Como socializar os dados e informações que o Conselho
Escolar conseguiu obter durante o processo de acompanha-
mento da prática educativa?

A partir dessas considerações, podem-se prever duas indi-


cações possíveis para o uso dos dados e informações colhidos
e das análises desenvolvidas:
a) Propor a manutenção das ações que tenham provocado

40 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


atitudes e respostas positivas;
b) Reorganizar e redimensionar as ações que não estão
sendo adequadas, identificando pontos de estrangulamento no
processo pedagógico.
Todo esse esforço do Conselho Escolar para conhecer a es-
cola na sua totalidade a fim de garantir um processo ensino-
aprendizagem que atenda todos os segmentos da comunidade
escolar constitui-se em um acompanhamento responsável das
atividades da escola, o qual tem na solidariedade e na inclusão
seus princípios fundamentais.
Firmar o envolvimento do Conselho Escolar com esse hori-
zonte implica avançar nas discussões de propostas que carre-
guem em seu núcleo o combate à manipulação e à exclusão,
contribuindo para superação de formas antidemocráticas de
gestão escolar.

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 41


9
A DEMOCRATIZAÇÃO DA
GESTÃO FINANCEIRA
ESCOLAR

342
O
Conselho Escolar tem relevante papel na
execução dos programas que repassam
recursos financeiros para a escola. Ele é
o grande articulador para garantir a autonomia
da gestão financeira na unidade de ensino e, as-
sim, respeitar suas necessidades e contemplar as
ações do Projeto Político Pedagógico.
O conjunto de programas, projetos e ações de-
senvolvidas pelo Ministério da Educação (MEC),
Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) e Fun-
do Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) visam não só apoiar a oferta da Educa-
ção, mas também a melhoria da qualidade educa-
cional das ações desenvolvidas na escola.

Principais programas de repasse de recur-


sos financeiros:

· PDDE – Programa de Dinheiro Direto na Es-


cola (repasse federal do FNDE);
· PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola
(repasse federal do FNDE);
· PMDE – Programa de Manutenção e Desen-
volvimento do Ensino (repasse com orçamento do
Tesouro Municipal).

Na gestão dos recursos financeiros, a escola


irá trabalhar, orientada da pela Portaria 444, de
13 de setembro de 2002, com 2(duas) categorias
econômicas: Custeio e Capital.

Na categoria de custeio, enquadram-se as


despesas com:
· Manutenção e conservação (pequenos repa-
ros) da escola;
· Aquisição de material de consumo e de limpe-
za, necessários ao funcionamento da escola;
· Capacitação e aperfeiçoamento de profissio-
nais da educação;
· Avaliação de aprendizagem;
· Implantação de projetos pedagógicos;
· Desenvolvimento de atividades educativas
diversas.

Na categoria de capital, enquadram-se as des-


pesas que, de algum modo, geram ou aumentam
o patrimônio público.

Obrigações Sociais:
A partir do momento em que o Conselho Escolar
assumiu o caráter também de unidade executora
e passou a portar o Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ), ele adquiriu as obrigações legais
de declarar o Imposto de Renda e a RAIS em pra-
zos estabelecidos por lei. Caso não efetive essas
declarações, serão implicados sérios prejuízos à

44 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


unidade executora (Conselho Escolar), inclusive
com penalidades e multas, conforme a legislação
em vigor.
Datas:
RAIS - janeiro/fevereiro
Imposto de Renda - maio/junho

Mudanças de Presidente e outros mem-


bros:
Todas as vezes que houver mudanças de dire-
tor e/ou presidente do Conselho deve ser regulari-
zada a transferência de responsabilidade perante
o CNPJ. Para isso, é elaborada a ata de posse do
novo presidente e/ou diretor e registrá-la em car-
tório. A orientação é que a regularização na Re-
ceita Federal deve ser efetivada até o prazo de 15
dias a contar da data de registro da ata.

Orientações para a Gestão Financeira dos


Recursos Recebidos Diretamente na Escola:

1. Planejamento da execução dos recursos


financeiros:
• Reunir os segmentos individualmente;
• Elencar necessidades por segmento;
• Encaminhar as necessidades para a reunião
do Conselho Escolar;
• Reunir o Conselho Escolar;
• Considerar as necessidades levantadas pelos
segmentos;
• Realizar o levantamento de preços (contato
com os fornecedores: visitas, por e-mail etc.);
• Elencar as prioridades de acordo com o PPP;
• Elaborar o Plano de Aplicação Financeira – PAF.

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 45


2. Recebimento do Recurso Financeiro:
• Atentar para a data do depósito;
• Retirar o extrato bancário;
• Divulgar o recebimento do recurso finan-
ceiro e o PAF para a comunidade.

3. Execução dos recursos:


• Gastar o recurso financeiro de acordo com o PAF;
• Preparar planilhas para os três proponentes;
• Conferir as certidões dos proponentes;
• Emitir planilhas de Verificação do Menor Pre-
ço e Ordem de Compra;
• Realizar a compra (menor preço);
• Conferir nota fiscal;
• Emitir recibo;
• Emitir cheque nominal e cruzado com especi-
ficação de nota fiscal e programa, no verso;
• Copiar o cheque;
• Atestar o recebimento dos bens na escola;
• Organizar e colecionar as documentações
para a prestação de contas;
• Cumprir rigorosamente o prazo de execução
do recurso;
• Colocar o número do convênio em todas as
notas e recibos.

4. Prestação de Conta do recurso financeiro:


• Seguir o manual de orientação (SME);
• Reunir o Conselho Escolar para analisar a
prestação de contas;
• Assinar a Declaração de Regularidade da
prestação de contas;
• Divulgar a prestação de contas para a comu-

46 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


nidade (reunião, mural, e-mail, etc);
• Divulgar os bens adquiridos pela escola.

Observações:
• O Conselho Escolar deve registrar o tomba-
mento dos bens de capital e acompanhar a utiliza-
ção dos bens adquiridos;
• As atualizações do Livro Caixa e do Livro de
Tombamento devem ser realizadas após a execu-
ção do recurso financeiro correspondente;
• Para a organização da documentação admi-
nistrativa e financeira é importante arquivar cópia
de todos os documentos, correspondência, pla-
nos de aplicação, relatório, notas fiscais, recibos,
em pastas e guardá-los no armário do Conselho
Escolar.

CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 47


10 ALGUMAS QUESTÕES
PARA REFLEXÃO

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48 | FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA


1. O que é necessário manter e/ou modificar
na escola que você atua para que possa ser forta-
lecida a gestão democrática?
2. Quais estratégias podem ser utilizadas para
possibilitar a participação da comunidade escolar e
local no acompanhamento ao dia-a-dia da escola?
3. Que ações o Conselho Escolar pode de-
senvolver no sentido respeitar e garantir as falas
dos diversos segmentos?
4. Como implementar/fortalecer o planeja-
mento participativo na escola e melhorar a aplica-
ção de recursos financeiros?
5. De que forma o Conselho Escolar pode promo-
ver a elaboração coletiva e a implementação de um
Projeto de Acompanhamento à Aprendizagem?
6. Que diretrizes/proposições/ações/ativida-
des podem orientar o processo de elaboração do
projeto de fortalecimento do Conselho Escolar no
âmbito da escola e da rede municipal de ensino?

A síntese das discussões acima deve ser en-


caminhada à Comissão Regional do Fórum Muni-
cipal dos Conselhos Escolares de sua Secretaria
Executiva Regional.
CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 49
REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, João Alves. Curso: Gestão Escolar:


Gestão Administrativa.módulo 01.Disponível em:
<http://www.fundacaojoseeliastajra.org.br/gestao-
administrativa1.asp> Acesso em: 14 ago. 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de


Educação Básica. Cadernos do Programa Nacio-
nal de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.
Brasília: MEC/SEB, 2004. 10v.

PARO, Vitor Henrique. Por dentro da Escola


Pública.2ªed. São Paulo,.Xamã,1996.

SOUSA, Silvana Aparecida. Gestão Escolar Com-


partilhada: democracia ou descompromisso?
Xamã. São Paulo.2001.

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WWW.SME.FORTALEZA.CE.GOV.BR

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