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Impacto Ambiental

Causado pela
Extraccao e
Processamento de
Bauxite, em
Penhalonga-Manica
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Impacto Ambiental na Mina Alumina,


Penhalonga-Manica
1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento industrial tem provocado grandes modificações no meio ambiente. Estes


danos traduzem-se na poluição ou contaminação, isto é, na alteração indesejável das
características físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente (ar, água e do solo), e na
destruição dos ecossistemas, por exemplo, através da extracção excessiva dos recursos
naturais. A ocorrência de tais fenómenos significa perdas irreparáveis para as gerações
futuras, em termos de saúde, qualidade de vida e disponibilidade de recursos naturais, com o
risco de comprometer a continuidade do processo de desenvolvimento económico.
Segundo do A. F. Manuel, 19…. No seu trabalho intitulado “Manual de Educação Ambiental em
Mocambique”, refere que na verdade, muitos poluentes são resíduos resultantes das
actividades de utilização e transformação das matérias-primas realizadas pelo homem, que são
lançados directa ou indirectamente para o meio ambiente, emitindo directamente para a
atmosfera óxidos de carbono (CO, CO2), óxidos de enxofre (SO2, SO3), óxidos de nitrogénio
(NO, NO2) e outros.
No presente relatório o autor espelha os impactos ambientais causados pela Mina Alumina, em
Manica, cujo processo de mineração de bauxite contribui para a degradação do meio ambiente,
tanto biótico como antrópico.

1.1. Localização Geográfica da área


A localidade de Penhalonga fica à 22 Km da cidade de Manica, província de Manica, em
direcção NW. A mina estende-se numa área de 1600 ha (16 Km 2), no topo da serra
Penhalonga, no Distrito de Manica, Província de Manica. Esta encontra-se ao longo da
bordadura E da fronteira entre Moçambique e Zimbabwe, entre os paralelos 32o42´30´´,
32o47´30 E e 18o47´20´´, 18o50´00´´ S. (DNM/Cadastro Mineiro, 8C).

1.2. Problema

A necessidade de exploração mineira assegurando sempre a preservação do meio ambiente


pelas empresas mineiras, impõem no seu processo de funcionamento a adopção de práticas
que não comprometam a qualidade ambiental dos locais onde desenvolvem as suas
actividades. Por outro lado, levou a adopção duma legislação de protecção do ambiente no
mundo, em particular em Moçambique, de cumprimento obrigatório aos proponentes de
projectos de mineração.
Até então, as actividades mineiras são consideradas formas temporárias de uso da terra,
pelo que, existe a necessidade de reabilitar progressivamente as áreas mineradas de forma
que se restabeleçam a qualidade ambiental até às condições que existiam antes do processo
da mineração ou ainda melhores, para o benefício das comunidades locais, da fauna e da flora
nativa.
A empresa na qual o autor deste relatório estagiou foi licenciada em 1994 com o nome “Mina
Alumina Lda”, para extracção de bauxite.

1.3. Justificativa

Bauxite é uma rocha sedimentar resultante de processos supérgenos, na sua maioria por
intemperismo de sedimentos aluminosos, é constituida essencialmente por Al2O3, que é, no
entanto a matéria prima para obtenção de alumínio, abrasivos, cimento aluminoso, sulfato de
alumínio, tintas a base de alumínio e outros produtos pelas empresas afins.

1.4. Objectivos Gerais e Específicos


1.4.1. Objectivos Gerais

Duma forma geral o autor deste trabalho pretende espelhar os impactos ambientais
causados pelas actividades mineiras na empresa Mina Alumina para os trabalhadores, para a
população, bem como para a natureza.

1.4.2. Objectivos Específicos

Dar a conhecer os impactos ambientais:


Durante a extracção do minério;
Durante a lavagem;
Durante o transporte do material até a planta de processamento;
Durante o processamento do minério;

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A região de Manica foi intensamente estudada devido aos minérios que ai se encontram, cuja
história de Moçambique menciona como sendo um dos motivos de várias guerras entre
distintos reinos desta região e posteriormente a colonização.
O primeiro esboço geológico da mancha de Manica foi elaborado por Sawyer (1894), tendo
Freire de Andrade elaborado a primeira carta geológica em 1900, e consequentemente
modificada por Carvalho e Martins em 1948. (João Afonso, 2003).
Em 1900 A. Andrade deu uma caracterização geológica preliminar da região e dos jazigos de
ouro nos filões de quartzo e nos sulfuretos, concluindo que o ouro ocorre em filões de quartzo
aurífero, em quartzitos listados, ferruginosos e auríferos;
O engenheiro Carlos Freire de Andrade, 1929, estabeleceu a primeira co-relação
estratigráfica, tendo dividido a formação de Manica em duas Séries: Série de Macequesse e
Série de M’Beza Vengo.
No ano 1937, Phaup situou a região de Manica como estando no extremo E do “Odzi-Untali-
Manica belt” do cratão rodesiano e que estende-se numa área de 153 Km 2, dos quais 35 estão
em Moçambique.
Em 1945 A. P. de Carvalho efectuou estudos de reconhecimento do jazigo de bauxite e ouro,
confirmando a existência dos mesmos;
No ano 1962 G. Oliveira e Araújo executaram trabalhos de cartografia geológica na escala de
1:10000;
Oberhlon, 1964 e Obrelenou, 1977, caracterizaram o magmatismo de Manica como tendo
intrusões básicas constituidas por diques doleríticos e rochas gabróicas.
Entre os anos 1976 à 1977, Meoft e Oberolzer reavaliaram as minas existentes naquela
região e produziram uma nova carta geológica; (João Afonso, 2003)
Em 1986, Carcedo fez o levantamento e classificou a área para futura explorações de ouro
que se encontrava em grandes quantidades na região; (Célio Anil Samuel, 2005).
Uma brigada da GTK Consortium, fez os levantamentos dos jazigos e ocorências dos
minerais na provícia de Manica em 1995.
Araújo e Gouveia, em 1996, efectuaram estudos dos jazigos existentes nessa região,
confirmando os dados obtidos pela GTK Consortium, 1995, em relação às ocorrências dos
jazigos;
Há que destacar também os trabalhos efectuados por estudantes finalistas do IMGM, como
são os casos de:
Augusto César e Olavo Alberto, “Estudos das perspectivas auríferas do rio Inhamadzonga”,
1991;
Araújo Tomé Inácio e Luís Banana, “Avaliação geológica económica dos minerais da mina
Mundiunguara”, 1991;
Caetano Augusto e Neves Gemusse, “Estudos geológicos da bacia do rio Munene”, 1992;
Dairesse Waissone, “Avaliação dos processos tecnológicos na extracção do granito na
pedreira de Messica, na empresa ECMEP-Manica”, 2003.
Todos estes trabalhos fazem referência a aspectos geológicos da área e região de estudo.

3. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-GEOGRÁFICAS DA REGIÃO


3.1. Relevo

O relevo da região de Manica é basicamente montanhoso, que, segundo o Plano de Gestão


Ambiental da mina, do ano 2006, com as cotas a atingirem 2000 m. É nesta região que se
situam as serras Vumba, Vengo, Mangota, Isitaca, Moriangane e Penhalonga.
A serra Penhalonga situada na fronteira entre Zimbabwe e Moçambique, faz um declive a
partir da fronteira com o Zimbabwe com uma tendência decrescente W─E.
Imagem1- Relevo da área de Penhalonga.

3.2. Hidrografia

A região é percorrida pelo rio Revue, que conta como principal afluente na encosta da serra
Penhalonga do lado moçambicano os rios Munene, Chua e Mutambarico.
Existem numerosos cursos de água que escorrem da serra Penhalonga dentro da concessão
mineira alimentando os rios atrás citados junto aos aluviões existentes, possibilitando ainda a
existência de aquíferos bastante produtivos, o que confere a esta zona um verde na maior
parte do ano. (PGA da MA, 2006)

3.3. Clima, Flora e Fauna


3.3.1. Clima

Na área de estudo predomina um clima tropical de altitude, caracterizdado por duas estações
do ano. Uma quente e húmida, que varia de 18 a 24 oC entre os meses de Outubro à Abril. A
precipitação neste período ultrapassa por vezes os 1000 mm por mês, com a máxima a ser
registada no mês de Fevereiro. A outra estação do ano é fria e seca, registando-se
temperaturas entre 8 a 16oC nos meses de Maio à Setembro, com o registo de fraca
precipitação pluviométrica. (PGA da MA, 2006)

3.3.2. Flora

A área de Penhalonga é caracterizada por uma vegetação verde até as montanhas, parte
dela como intervenção humana, através do projecto de mineração e reflorestamento da
empresa Mina Alumina Lda, na serra Penhalonga, e, da empresa IFLOMA, mais abaixo da
serra, cujo efeitos são claramente visíveis pelas inúmeras plantações de eucaliptos e
pinheiros, no sentido de reflorestar as áreas exploradas assim como em défice, os quais em
determinadas partes foram seriamente comprometidas, que, segundo informações colhidas, é
devido:
 Queimadas descontroladas produzidas por alguns caçadores locais;
 Pela empresa mineira Mina Alumina Lda, que usa o mesmo para os fornos de secagem do
bauxite;
 Pela empresa IFLOMA, que usa os eucalíptos para fabrico de postes e madeiras, e, pinheiro
para extrair madeira para venda.
Os eucalíptos chegam a atingir 25m de altura com uma espessura até 1 m.
Imagem 2-3 - Domínio do verde na paisagem de serra Penhalonga, parte dela com
intervenção humana.

3.3.3. Fauna

Regista-se uma fraca presença de animais bravios devido ao funcionamento da mina, e,


principalmente, as queimadas praticadas pelos caçadores locais (PGA da MA, 2006), pelo que
durante os trabalhos de estágio não foram encontradas espécies de animais selvagens que
estejam protegidas a luz da legislação moçambicana, excepto pequenos macacos.
3.4. Vias de Acesso e de Comunicação

O distrito de Manica é atravessado pela estrada nacional no 6, que liga este distrito ao resto
do país e ao vizinho Zimbabwe pela fronteira de Machipanda. Existe uma via terraplanada que
liga a EN6 no distrito de Manica à localidade de Penhalonga, porém, não chega à mina,
distando-se cerca de 7 Km com um declive variando entre 25 á 45º aproximadamente.
O acesso pelo carro à mina é actualmente efectuado através da província de Mutare em
Zimbabwe, por causa da topografia bastante desfavorável do lado moçambicano na serra
Penhalonga. Contudo, está planificada a construção de uma estrada convencional ligando a
mina à cidade de Manica. (PGA da MA, 2006)
O acesso pedestre à mina é bastante cansativo devido elevados declives, perigosos, sob o
risco de escorregar em determinados precipícios ao longo da via de atalho, e, leva pouco mais
de 3 horas de tempo numa caminhada a um rítimo normal.
A electricidade é fornecida pela empresa EDM (Electricidade de Moçambique), através de
uma linha de média tensão proveniente da vila de Manica. Existem também geradores
eléctricos na empresa que são usados em caso de falhas de fornecimento de energia da rede
pública.
Dos serviços de telecomunicações existentes no país, até ao momento de abandono da área
de estudo, apenas funcionavam telefones fixos da empresa TDM, existente na empresa, o
mesmo que dá acesso a internet, que é seriamente afectada nos períodos com muito nevoeiro .

3.5. População e Actividades Sócio-Económicas


3.5.1. População

Existem poucos habitantes permanentes na área de influência da mina do lado


moçambicano, por se tratar de área bastante acidentada, com presença de elevados declives,
para além de baixas temperaturas na maior parte do ano.
As populações mais próximas são encontradas nos povoados de Penhalonga Sede,
Mudududo e Mucudu e Nharidza, situados à aproximadamente 5 á 8 Km da mina, descendo
em direcção W– E e W – SE da mina respectivamente. É destes provoados que provém a
maior parte da mão-de-obra da empresa, incluindo o actual gerente da mina.

3.5.2. Actividades Sócio-Económicas

É notório a prática de garrimpo pelos exploradores artesanais locais ao longo da via de atalho
para peões no serra Penhalonga, fora da concessão mineira da empresa Mina Alumina Lda, na
qual se explora ouro aluvional para venda.
Existe também ao longo da serra Penhalonga actividades de caça artesanal, colheita de
plantas medicinais e lenha para consumo doméstico. (PGA da MA, 2006)
A população de Penhalonga, sobretudo ao longo da serra Penhalonga, tem usado as argilas
bauxíticas de diversas cores na ornamentação das paredes e chão das suas casas de fabrico
precário.
Os solos aluvionares encontrados nos locais abaixo da serra são ricos para a prática da
agricultura, havendo actualmente grande produção de hortícolas, cereais e frutas típicas da
época.
A população local tem uma técnica eficaz de construção de infra-estruturas de irrigação,
aproveitando a água que escorre de algumas nascentes na serra da serra Penhalonga,
com eficácia, chegando até a desviar parte do curso de água para consumo doméstico à 500
m das suas residências, em tubos convencionais.

3.6. Situação Mineira

Relatórios de estágios efectuados enteriormente naquela região pelos estudantes de IMGM


indicam que o Sistema de Manica, que comporta as formações de Macequesse e M´beza
Vengo, é sede de ocorrência de ouro, calcopirite, asbestos, talco e argilas bauxíticas.
O ouro foi em tempos muito explorado. Estudos arqueológicos feitos indicam que os povos
desta região, segundo 1ª edição revista do livro de História de Moçambique, 1995, durante os
anos 1325 à 1800, tinham uma técnica muito avançada de prospecção dos metais não só na
superfície, mas também procuravam filões em minas subterrâneas.
Hoje, existe pouco mais de 20 associações registadas na DPRME, como forma de o governo
moçambicano controlar o garimpo, através de determinadas regras que minimizem os impactos
negativos aliviando a pobresa absoluta no país. (Geóide Consultoria Lda, 2006).
De acordo com R. Afonso, na 2ª edição da Geologia de Moçambique, de 1978, o ouro ocorre
em filões de quartzo aurífero, em quartzitos listados, ferruginosos e auríferos e ainda em
aluviões do rio Revuè.
A calcopirite já era explorada há longo tempo em 1978, situando –se na serra de Isitaca. A
mineralização ocorre em filonetes ao longo do contacto serpentina-greenstone, contacto que
tem a direcção E-W.
Os asbestos encontram-se na região de Mavita, e no vale do Munhinga. A mineralização é
constituída por antofilite que ocorre nas serpentinas da faixa de Mavita.
O talco ocorre nas serpentinas da serra Mangote. Nas faldas de vertente Norte dessa serra,
que segundo R. Afonso, 1978, perto das “pedras douradas”, o talco ocorre em grandes massas
verde-pálidas.
As argilas bauxíticas, como refere o PGA da MA, 2006, empresa na qual o autor estagiou,
geralmente resulta da meteorização da rocha mãe (sienito) da serra Penhalonga formando
gibsite e bauxite, tendo esta sequência na sua parte superior uma camada de caulinite. Esta
caulinite foi anteriormente minerada como um sub-produto da extração do bauxite. A camada
de caulinite desenvolveu-se irregularmente em forma de lentes e bolsas. A rocha não
meteorizada corresponde ao sienito, havendo ainda ocorrência de rochas ultramáficas.
Segundo a “Notícia explicativa da Carta Geológica de Moçambique, 2ª edição, de 1978,
que usa o termo “a bauxite”, tem sido explorado há longos anos junto do marco Snuta da serra
Moriangane, no distrito de Manica. A rocha mãe é um plagioclasolito que ocorre na zona de
contácto de granitos e gabros, contácto esse que se orienta E-W, à altitude de 1700 m. No
esboço geológioco asseguir (figura 4) observa-se a disposição das serras Moriangane e
Penhalonga bem como os diferentes pontos onde foram exercidas actividades mineiras legais,
maior parte delas de ouro, e, segundo dados do PGA da MA, 2006, e pesquisa
no www.google.com/magnetismod...manica/mirem.gov.co.mz/tectónica, a serra penhalonga
tem 1649 m e a Moriangane tem 1913 m (tabela 1, pág. 14), o que leva o autor a deduzir que
pode se tratar de outro jazigo de bauxite nesta região.

Fig. 4- Esboço geológico ilustrando a localização das actividades mineiras no distrito


de Manica.
Fonte: PGA da MA/2006

Actualmente a população local adoptou nomes de determinados locais onde se tem praticado
o garimpo do ouro, como é o caso do Fenda, Jacopo, e outras, ao longo do rio Revuè e
Mutambarico, e Guethi ao longo da fronteira entre Moçambique e Zimbabwe, ambas situadas à
menos de 20 Km da concessão mineira da Mina Alumina. Neste contexto, tomando em
consideração que:
 Foi descoberto o jazigo de ouro dentro da concessão mineira da Mina Alumina em 2006, e esta,
por sua vez, situar-se topograficamente acima de todos estes garimpos mensionados;
 Ocorrere ouro aluvional na localidade de Penhalonga; e
 Pelo facto de estes locais serem de difíceis acesso rodoviário; o autor do presente relatório
deduz que são descobertas de novos locais que mereça atenção aos investidores para
existência de possíveis jazigos de ouro.
4. GEOLOGIA DA REGIÃO
4.1. Enquadramento Geológico

A Região de Manica comporta as rochas geologicamente mais velhas de Moçambique, tendo


sido formadas no período compreendido entre 3800 e 2800 m.a., no pré-câmbrico.
Estes terrenos Arcáicos situam-se, essencialmente na província de Manica, como
prolongamento do Cratão Rodesiano, que em Moçambique recebe o nome de Mozambique
belt.

4.2. Estratigrafia

O sistema de Manica é uma das formações do Mozambique belt e é caracterizado


litoestratigraficamente pelas unidades, das mais antigas para as mais novas: Formação de
Macequece e Formação de M´Beza Vengo, sendo todas envolvidas por rochas Granito-
Gnáissicas.
A Formação de Macequece é constituída por uma sequência alternada de rochas ígneas
metamorfizadas e sedimentares, sendo as rochas mais velhas as lavas do tipo basáltica e
peridotítica representadas por komatiítos. Estas rochas, devido a acção do metamorfismo,
passam a talcoxistos, xistos tremilíticos, anfibolitos, epidioritos, serpentinitos, clorititos, e
epidotitos. Este conjunto litológico, por exibir cores dominantemente esverdeadas, é conhecido
por “greenstones” (rochas verdes).
A Formação de M´Beza Vengo assenta discordantemente sobre a Formação de
Macequece, tendo como base um conglomerado bastante grosseiro que se junta a
grauvaques, arcoses, grés conglomerático, filitos, siltitos, quartzitos ferruginosos, quartzitos
sericitosos, calcários, xistos negros, xistos argilosos e xistos glandulares.

4.3. Magmatismo

A actividade magmática é caracterizada por intrusões básicas constituindo diques doleríticos


e rochas gabróicas.
Os dolerites são rochas frequentes e apresentam-se em dois sistemas com direcção NW-S e
NE-SW abundando nos vales dos rios Zambúzi, Revue e Chua, sul do greenston belt de
Manica e extremo NW do cinturão (Araújo e Gouveia, 1996).
Os granitos e adamelitos são referidos como granitos tardios e são de idade pós-Shanvaiano.
Existe os felsitos e microgranitos de granometria muito fina onde nota-se intercrescimento
irregular de grão de quartzo e feldspato numa matriz sericítica e são também rochas tardias,
que, segundo Oberholzer, 1964 e Obretenov, 1977, é porque as fracturas que controlam a
intrusão dos doleritos eram profundas e deram carácter básico às rochas.
Nos cinclinários existentes ao longo das formações montanhosas do Gondwana é possível
encontar stock de quartzo-dioritos entre as rochas verdes em Penhalonga e na velha missão
de Mutare, em Zimbabwe, cuja idade, segundo Chingirai et al, 1993, GTK Consortium, 2006,
são as mais antigas nas rochas verdes, datados 2.641 á 3.000 m.a. (M. Roque e A.
Paradzai/IMGM, 2006)

4.4. Tectónica
Uma vez que é na região de Manica que se localiza o Sistema de Manica, este é
caracterizado pela vasta influência dos mais variados fenómenos tectónicos. Assim, no caso da
fracturação, a que é mais evidente, segundo P. Carvalho e L. Colim, no seu relatório sobre os
jazigos de bauxite, de 1943, é a falha da direcção-geral de NE-SW que rejeita todas as
formações da mancha de Manica nas zonas da parte oriental da serra Isitaca e do vale do
Zambúzi, na parte central do vale de Revuè e a W da serra Vengo. E a outra falha que merece
também importância é “Thrust fault” que ocasiona o cavalgamento da Série do Vengo por cima
dos greenstones e do granito na parte central do Chimedzi e a Sul do rio Chua. Vestígios
daquele tipo de falha são evidenciados na outra parte da mancha, assinalados por falhas
cizalhadas e granitos milonitizados.

No que diz respeito ao dobramento, além do sinclinal, constituído por

sedimentos da Série do M’Beza e pelos sedimentos da Série do Vengo,

encontram-se na mancha de Manica dobras e plicaturas á escala média e

microscópica devido aos movimentos tectónicos de compressão que reduzem

a mancha de Manica a uma faixa relativamente extreita como hoje se

apresenta.

4.5. Geomorfologia

Nesta região predomina cadeias montanhosas ocorrendo de Sul a Norte do distrito numa
faixa fronteiriça com o vizinho Zimbabwe onde o mesmo recebe o nome de Cratão
zimbabweano.
As unidades orogénicas fundamentais constituem cadeias montanhosas chegando a atingir
perto 2000 m de altitude, sendo as elevações mais importantes apresentadas na tabela
asseguir.

UNIDADE OROGÊNICA ALTURA


Serra Mangota 1160 m
Serra Vumba 1574 m
Serra Isitaca 1636 m
Serra Panhalonga 1649 m
Serra Vengo 1767 m
Serra Moriangane 1913 m

Tabela 1- Orogenia do distrito de Manica


Fonte: GTK Consortium
4.6. Hidrogeologia

A área de estudo é atravessada pelos rios Revuè, que conta como principal afluente na
encosta da serra Penhalonga do lado moçambicano os rios Munene, Chua e Mutambarico.
Existem numerosos cursos de água que escorrem da serra Penhalonga alimentando os rios
anteriormente citados. Esses rios correm sobre formações argilosas tanto nas partes altas da
serra, e em superfície bem como em estruturas disjuntivas em rochas com muito pouca
porosidade o que condiciona a presença de água naquela região.

4.7. Jazigos e Ocorrências Mineiras

Como foi referido no capítulo 2.6, página 8, o sistema de Manica, que comporta as formações
de Macequesse e M´beza Vengo, é sede de ocorrência de ouro, calcopirite, asbestos, talco e
argilas bauxíticas.
Geralmente, o bauxite resulta da meteorização da rocha mãe (sienito), o mesmo se deu na
serra Penhalonga resultando na formação de gibsite e bauxite, tendo esta sequência na sua
parte superior uma camada de caolinite. Esta caulinite foi anteriormente minerada como um
sub-produto da extração do bauxite. A camada de caolino desenvolveu-se irregularmente em
forma de lentes e bolsas. Portanto, a rocha não meteorizada corresponde ao sienito, havendo
ainda ocorrência de rochas ultramáficas.
As reservas do jazigo foram inicialmente avaliadas por Real, 1963, em 600.000 toneladas.
Porém, em 1994 as reservas foram reavaliadas com apoio do PNUD em 1.374.600 toneladas.
Este jazigo foi explorado desde então 159.515 toneladas em 17 anos até o ano 2011 (cerca de
9.383 toneladas por ano), deixando actualmente uma reserva de cerca de 1.215.085 toneladas,
que representa 88,34% da reserva, que pode ser explorada ao longo de 129 anos, supondo
que os actuais níveis de produção sejam mantidos.

4.8. História Geológica

A região que envolve a área de estudado comporta as mais antigas rochas formadas em
Moçambique. A mesma formação verifica-se em Zimbabwe com o nome de Cratão
zimbabweano.
Após o término da actividade magmática, a que foi designada “Ciclo de Gondwana”, a
tectónica actuou violentamente fragmentando as rochas das formações existentes, cujo
fenómeno foi designado “Ciclo Pan Africano”, resultando na formação que foi designada
Macequesse. Em seguida, o último episódio repetiu-se, resultando na formação de M’Beza
Vengo, ambas intruídas com rochas basálticas e Komatíticas influenciando na formação de
“grinstons” pela alteração metamórfica.
Resultados dos trabalhos levados a cabo anteriormente por distintos especialistas indicam
que as rochas sieníticas que se metamorfizaram dando origem a caolinite, gibsite e bauxite,
deslocaram-se na direcção SW-NE depositando-se em forma de lentes e bolsas em distintos
pontos da serra Penhalonga, transformando-se em seguida nos minérios actualmente em
exploração na Mina Alumina.
5. IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELA EXTRACÇÃO E PROCESSAMENTO DE
BAUXITE NA EMPRESA MINA ALUMINA LDA, LOCALIDADE DE PENHALONGA,
PROVÍNCIA DE MANICA
5.1. Breve historial da Mina Alumina

A mina de bauxite do monte Penhalonga esteve em operação desde o ano de 1937,


pertencendo á uma família de origem britânica radicada em Zimbabwe. Desde a fundação da
mina, esta permaneceu sob a gestão da família fundadora, pagando os devidos impostos ao
governo zimbabweano, uma vez que não estava clarificado o limite fronteiriço entre os dois
países, tendo a produção sido interrompida durante as guerras de libertação do Zimbabwe e
civil em Moçambique.
Diferentemente de outras minas, a entrada desta por automóveis, até hoje, é feita
unicamente através do Zimbabwe devido as dificuldades de acesso decorrentes da topografia
bastante desfavorável do lado moçambicano.
Em 1994 os netos do fundador reabriram a mina com um capital social de 3.000.000 Mtn,
encontrando-se em funcionamento até então com 25 trabalhadores permanentes (motoristas,
mecânicos, operadores e escritorários) e 50 trabalhadores sazonais (guardas, operários da
planta de processamento, colectores de lenha e agente de serviço).
Imagem 5- Placas que marcam as etapas mais importantes no desenvolvimento da área da
concessão.
Fonte: PGA/MA

5.2. Descrição da Mina Alumina

A mina está localizada na parte NW da província de Manica, à 30 Km do distrito de Manica,


tendo ao N e W a República de Zimbabuwe, Sul é delimitado pelo povoado de Mucudo e Este
pelo povoado de Mudududo. Esta ocupa uma extenção de 16 Km 2 sob uma superfície muito
acidentada no topo da serra Penhalonga.
A parte técnica da Mina Alumina Lda é constituída por dois sectores:
Sector de extracção e lavagem;
Sector de beneficiamento.

5.2.1. Sector de extracção e lavagem

A extracção do bauxite na mina é efectuada a céu aberto em bancadas nos locais em


extracção, denominados A1, A2, A3, até A16, distando-se cerca de 1 Km da planta de
processamento da mina.
O material, após a retirada das bancadas nas minas por meio de pás escavadeiras, o de boa
qualidade é enviado a planta de secagem e o de baixa qualidade é submentido á um
purificador eléctrico por meio de suficiente jacto de água através de uma mangueira,
manualmente, para diminuir o óxido de ferro (Fe2O3), que, por sua vez, retira, por um tubo, o
material estéril que é automaticamente canalizado para uma lagoa de decantação. O material
útil também é separado automaticamente em duas fracções (uma grossa, que varia de 3 a 0,5
cm e outra fina, com menos de 0,5 cm).
Imagem 6-7- Sistema de bancadas da qual se extrai o bauxite e lagoa de decantação
respectivamente.

A empresa tem duas plantas de lavagem junto às minas onde é extraido o bauxite.

Imagem 8-10- Purificador canalizando o rejeito á lagoa de decantação por um lado e


por outro o bauxite purificado.

Após a lavagem, o material útil é misturado com outro de elevado teor de alumínio (o gibsite)
para melhorar a qualidade do bauxite de menor teor, satisfazendo as exigências dos actuais
compradores que é de no mínimo 49% do material útil.
De referir que gibsite, sendo um material com elevado teor de alumínio, não é explorado
como principal material devido a sua dureza, facto que dificulta o seu trituramento pela
incapacidade das máquinas na planta de processamento.
Os materiais úteis são transportados até a planta de processamento em tractores auto-
basculantes.

5.2.2. Sector de beneficiamento

A planta de processamento de bauxite comporta três compartimentos:


a) Depósitos primário - é onde se armazena o material trazido da mina para o respectivo
beneficiamento. Uma vez que uma das qualidades do bauxite exigida pelos clientes é conter no
mínimo 49 % de alumínio (Al2), o bauxite com baixo teor de alumínio é misturado com gipsite
para satisfazer o teor mínimo exigido.
O gipsite, sendo um material mais duro e com tamanhos maiores é, antes de ser misturado
ao bauxite, submetido à uma prensa eléctrica para adquirir uma granulação menor.
Imagem 11- Prença eléctrica usado Imagem 12-13 - Depósito primário do
bauxite pronto para a secagem.
para triturar o gipsite.

b) Planta de secagem - é onde se encontram 4 secadores, para satisfazer a outra exigência


dos clientes, que é de obter o bauxite com no máximo 2,5 % de humidade.
Os dispositivos são doptados cada um de:
 Um forno a lenha com um volume de 3,375 m 3, por onde é feita a combustão, feito a base
de tijolos de cerâmica e cimento epecial, com um ventilador eléctrico acopulado na entrada,
para direccionar o calor ao tambor.
 Um tambor giratório de Ø 1 m, disposto entre o forno e uma estrutura fixa;
 A referida estrutura fixa ligado electricamente, que internamente contém dispositivos
trituradores, por um lado recebe o material introduzido, por outro recebe o ar quente do tambor
giratório, mistura-os e retira por um canal tubolar o bauxite já seco, e, por outro canal, também
tubolar, retira o fumo e a poeira resultante do processo turbulento dentro dessa estrutura fixa.
 Uma banda de tapete rolante transporta o material já seco para o depósito secundário,
pronto para ser entregue aos compradores.

Imagem14-15 - Dispositivos usados na secagem de bauxite.

c) Depósito secundário – é onde se deposita o bauxite processado que é posteriormente


carregado em camiões com capacidades de 7 toneladas, devidamente cobertos com lona para
evitar que a poeira se espalhe durante o transporte para Zimbabwe.
Imagem 16-17 - Aspecto do carregamento e posterior cobertura com lona para
transportar o bauxite ao Zimbabwe.

A figura abaixo esboça a disposição dos compartimentos da planta de processamento da


mina.

Imagem18- Esboço da planta de processamento da mina.

5.3. Metodologia de trabalho


5.3.1. Trabalho organizativo

Este consistiu em conciliar os conhecimentos teóricos com práticos, relativamente ao meio


ambiente, avaliando as actividades mineiras levadas a cabo pela mina, de acordo com o
padrão, pelo que, dividiu-se em trabalho do campo e trabalho do gabinete.

5.3.1.1. Trabalho do campo

Devido ao clima típico de montanhas que predominava na área de estudo, foi-se sempre que
possível e necessário ao campo no período de manhã. Consistiu essencialmente na busca de
dados em entrevistas, colecta de fotografias e amostras do material em distintas fases das
actividades mineiras.
5.3.1.2. Trabalho de gabinete

O trabalho de gabinete consistiu na organização dos dados adquiridos no campo e a


compilação do relatório.

5.4. Conceitos do impacto ambiental

Com base na lei no 20/97 de 1 de Outubro, publicado no Boletim da República em 7 de


Outubro de 1997 e o Programa de Gestão Ambiental (PGA) da Mina Alumina foi possível obter
seguintes conceitos:
Impacto ambiental – é a identificação e análise prévia, qualitativa e quantitativa dos efeitos
ambientais positivos e negativos de uma actividade proposta.

Natureza do Impacto ambiental - É a indicação se um determinado impacto é positivo ou


negativo no ambiente.

Probabilidade – Refere-se a grau de possibilidade de ocorrência do impacto, sendo


classificada em:
 Improvável – A possibilidade de ocorrência é baixa, por causa das precauções de
natureza ambiental tomadas no desenho do projecto, pela natureza deste e do ambiente em
que se insere;
 Provável – Existe possibilidade razoável de ocorrência;
 Altamente provável – É quase certo que ocorra, dada a natureza do projecto e do local de
sua inserção;
 Definitiva – Quando há certeza de ocorrência do impacto, independentemente das
precauções a serem tomadas;

Extensão – Refere-se a distribuição espacial do impacto;

Duração – Refere-se ao tempo de vida do impacto, contado do início da implementação do


projecto, classificando-se em:
 De curto prazo (0 – 5 anos)
 De médio prazo (5 – 15 anos)
 De longo prazo (Mais de 15 anos)
 Permanente – O impacto prevalece mesmo depois da desactivação do projecto e mesmo
depois da implementação de medidas de mitigação, de prevenção e/ou de potenciação.
Intensidade – este parâmetro avalia a força relativa com que o impacto actua sobre o
ambiente comparada com os padrões em vigor e a força com que atinge os ecossistemas
naturais e as comunidades. A intensidade dos impactos é classificada em:
 Baixa – Significa que o impacto ocorre de forma a que os processos naturais e sócio-
económicos sejam afectadas mas não em grau preocupante;
 Média – Caso o impacto altere de forma significativa mas controlável;
 Alta – quando o funcionamento dos processos naturais é sócio-económicos é
adversamente afectado por vezes de forma permanente;
Significância – Refere-se a importância relativa da componente ambiental que é afectada
pelo impacto em apreço para o funcionamento normal do ambiente, determinável através da
conjugação dos aspectos anteriormente citados (extensão, duração, intensidade,
probabilidade), podendo ser classificada em:
 Baixa – se o impacto não levanta preocupações na zona de influência do projecto nem constitui
risco para o funcionamento dos ecossistemas locais;
 Média – Se o impacto altera de forma significativa, podendo levantar preocupações das partes
interessadas e afectadas;
 Alta – Quando o projecto levanta sérias preocupações das partes interessadas e afectadas.

5.5. Principais impactos ambientais


5.5.1. Impacto ambiental durante a extracção do minério

Durante a extracção do minério verificou-se que o material é retirado seguindo todas as


regras de extracção a céu aberto, facto que não constitui risco algum ao meio ambiente.
Porém, os equipamentos usados, apesar de funcionarem a combustível, não são equipados
com extintores o que pode perigar a vida do operador caso incendeie-se por curto-circuito. Este
será um impacto de ocorrência provável, localizado e de longo prazo.

Imagem19-20- Equipamentos usadas na extracção e transporte do material.

5.5.2. Impacto ambiental durante a lavagem do minério


Depois que o purificador retira o material estéril este automaticamente drena-se numa lagoa
de decantação. O referido material estéril é constituido essencialmente por óxido de ferro, o
que faz com que tenha uma cor avermelhada.
Na lagoa de decantação o material, devido as propriedades purificadoras do bauxite, com o
tempo separa-se naturalmente a lama da água e por um canal na parte inferior da lagoa sai a
água com um aspecto limpo. Este processo faz com que não haja o risco de o curso da água
turva vinda da mina poluir os cursos de água onde possam afluir.

Imagem 21- Planta de lavagem com o purificador canalizando o


rejeito
á respectiva lagoa de decantação.

5.5.3. Impacto ambiental durante o transporte do minério á planta de processamento

Pelo facto de o transporte do material ser efectuado por meio de tractores autobasculantes com
cabines abertas, o não uso de máscaras respiradoras pelo operador poderá constituir um risco
ao trabalhador pela infecção pulmonar (pneumoconiose, silicose, siderose, tuberculose), que,
por sua vez pode ser epidémico tanto na empresa como na sociedade onde mora. Este será
um impacto de ocorrência certa, localizado e de médio prazo.
5.5.4. Impacto ambiental durante o processamento do minério

A planta de processamento da mina, em funcionamento, gera muita poeira de bauxite que se


espalha dentro e fora da planta de processamento constituindo um risco à saúde dos
trabalhadores. O autor apurou a origem da poeira bauxítica concluindo que:
A manutenção das máquinas não é feita com rigor, facto este que faz com que haja fugas de
ar em alguns pontos das máquinas de secagem.
Os canais que expelem o ar poluido com a poeira bauxítica não tem uma altura suficiente,
contribuindo deste modo para poluição do ar respirado até às áreas próximas da planta de
processamento.

Imagem 22- Interior da planta de processamento com ar Imagem 23- Chaminés


curtos expelindo
poluido de poeira. poeira.
Árvores em
pueradas ao redor
da plant
a de processamento.

Tendo em conta que os operários da planta de processamento são sazonais, por um período
de 6 meses não renováveis, e tomando em conta que os efeitos de doenças pulmonares não
são imediatos, os trabalhadores, suas famílias e as populações dos seus povoados correm
grandes riscos.
Este será um impacto de ocorrência altamente provável, de alta significância e de médio prazo.

5.5.5. Impacto ambiental após o abandono do local explorado

Após o abandono do local explorado fica exposto uma enorme cratera, parte dela erodida pelas
chuvas, que paulatinamente se vai arrastando, afectando assim a via de acesso usada pelos
veículos durante o transporte de troncos para lenha. Isto constitui um perigo para os ocupantes
dos veículos. Este será um impacto de ocorrência provável, localizado, e de médio prazo.
A empresa tem plantado pinheiros e eucaliptos em locais definitivamente abandonados, pelo
que tem criado viveiros destas plantas para o devido reflorestamento.
Imagem 24- Uma das áreas exploradas e abandonadas cuja Imagem 25- Viveiro
de eucaliptos e pinheiros
bancada em erosão é usada como via de para o
reflorestamento.
acesso no transporte de lenha.

5.5.6. Impacto ambiental no acto das actividades mecânicas

A poluição dos solos e água por hidrocarbonetos na oficina de reparações e reabastecimento


de combustíveis e óleos constitui um perigo visto que estes deixam visivelmente manchas na
superfície do solo em que se encontram instalados. Foi notado também que junto à uma
torneira de água na área desta mesma oficina, se encontra um canal superficial que drena
água misturada com rejeitos dos hidrocarbonetos à um canal de riacho dentro da concessão
mineira, o que pode contribuir para a contaminação de solos e água. Este facto resultará em
impacto de ocorrência altamente provável, localizado e de longo prazo no que se refere a
contaminação de solos e água.

Imagem 26- Torneira de reabastecimento de combustível. Imagem 27- Torneira


de água cujo canal de
drenagem está
borrado de
hidrocarbo
netos

5.6. Cumprimento das normas de HST e Gestão Ambiental


5.6.1. Pela empresa

De acordo com as normas de Higiene e Segurança no Trabalho a empresa distribui materiais


de protecção como: respiradores para protecção mecânica, botas de couro e de borracha, fato-
macacos, capacetes e luvas.
No âmbito de Gestão Ambiental a empresa tem criado e plantado viveiros de eucalíptos e
pinheiros nas áreas desflorestadas no acto de capeamento do local em exploração.
Não distribui óculos de protecção mecânica, atendendo que a poeira bauxítica também pode
causar infecção aos olhos;
Não distribui fato amianto para trabalhadores encarregues de manter o forno quente;
O leite é distribuido apenas aos trabalhadores da planta de processamento e numa quantidade
insuficiente (3 chávenas ao longo de 1 mês), mesmo que existam outras áreas propensas a
poeira, o que pode causar doenças relacionadas;
Não ha rigorosidade no controle do cumprimento das normas de HST aos trabalhadores, facto
que leva ao desleixo no uso dos devidos protectores pelos trabalhadores.

5.6.2. Pelos trabalhadores

Nesta mina, as normas de Higiene e Segurança no Trabalho não são rigorosamente


cumpridas pelos trabalhadores. Tendo em conta que as infecções pulmonares levam bastante
tempo para ser detectada, e, sendo parte destes funcionários sazonais (por 6 meses não
renováveis), pode constituir um perigo epidémico à sociedade.
A falta de uso de equipamentos de protecção individual pelos trabalhadores poderá também
constituir um foco de acidentes laborais. Este será um impacto de ocorrência certa, localizado,
e de longo prazo.
Imagem28- Funcionários trabalhando sem máscaras de respiração em plena
poeira.

5.9. Medidas mitigadoras para minimização dos efeitos negativos

Como medidas mitigadoras para diversos pontos que apontam para probabilidade de
ocorrência de efeitos negativos no meio ambiente o autor propõe:

Em relação ao sector de extração e lavagem, transporte e oficina


 Que a empresa equipe toda maquinaria motorizada em uso e os lugares vulneráveis a incêndio
com devidos extintores, o que poderá ajudar a evitar avoltados danos em caso de incêndio.
Em relação ao sector de beneficiamento
 Que a empresa Mina Alumina Lda estabeleça um período de manutenção aos dispositivos de
secagem convista a mitigar os escapes da poeira pelos locais indesejados;
 Que se altere a instalação de alguns canais de escape, indireitando-os verticalmente, de forma
que o fumo empueirado não tenha dificuldades de escapar.
 Que a altura do tubo de escape tenhe pelomenos 10 m de altura a partir da cobertura da planta,
para diminuir a poeira nas áreas próximas da planta de processamento como mostra o
exemplo da figura asseguir.
Imagem 29- Sugestão para alteração do tamanho das chaminés da planta de
processamento.

Em relação ao cumprimento das normas de HST e de GA


 Que se faça cumprir as normas de HST no uso dos equipamentos de segurança existentes ao
trabalhadores em serviço, de forma a evitar graves acidentes de trabalho.
 Os tambores contendo óleos usados deverão ser colocados em alpendre devidamente coberto a
ser construído de imediato. Este alpendre deverá ter um chão argamassado, com inclinação de
20º para um dos cantos, onde se recolherão os desperdícios através da colocação de um
colector removível, com capacidade de pelo menos 100 litros e dar destino como regem as
normas de gestão ambiental.
Em relação a bancada em erosão da figura 24
 Que a empresa, por meio das escavadeiras disponíveis, desmonte parte do maciço em talude da
área em causa, de modo a alargar a via de acesso, uma vez que a lenha transportada é
indispensável para o funcionamento dos fornos de secagem de bauxite.

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1. Conclusões

Feito os estudos relacionados com Impacto Ambiental causado pela empresa Mina Alumina
Lda o autor conclui que:
O bauxite é um minério de extrema importância na vida, principalmente humana, pelo seu
emprego para obtenção de alumínio, este por sua vez para o fabrico de diversos utencílios
domésticos, peças de veículos, condutores eléctricos usados em altas e médias tenções e
outras aplicações; abrasivos; cimento aluminoso; sulfato de alumíniopara purificação da água;
tintas a base de alumínio e outras pelas empresas afins;
A empresa Mina Alumina Lda tem aproveitado muio pouco de todo o jazigo de bauxite existente
devido a insuficiência de equipamentos usados numa mina convencional para aceder a
profundidades superiores a 30 m;
Devido a inexistência de vias rodoviárias à mina a partir de Moçambique, este minério, apesar de
ser de extrema importância para diversas áreas industriais existentes em Moçambique, este
produto apenas é exportado para Zimbabwe e Zâmbia em pequenas quantidades e por
encomendas;
A não observância das normas de Gestão Ambiental e de HST tanto pela empresa como pelos
funcionários deve-se a falta de inspecção dos organismos responsáveis, e estes por sua vez,
pela inacessibilidade rodoviária a partir de Moçambique;
Os dados referentes ao jazigo de bauxite bem como do ouro nesta região, até ao ano 2006,
podem não estar actualizados, pelo que carecem de mais investigações no terreno.

6. 2. Recomendações

Convista a minimizar os impactos ambientais que possam vir a acontecer na empresa, o que
pode afectar de forma directa ou indirectamente a sociedade o autor propõe:
Que a empresa Mina Alumina Lda estabeleça um período de manutenção aos dispositivos de
secagem convista a mitigar os escapes da poeira pelos locais indesejados;
Que se altere a instalação de alguns canais de escape, indireitando-os verticalmente, de forma
que o fumo empueirado não tenha dificuldades de escapar.
Que a altura do tubo de escape tenhe pelomenos 10 m de altura a partir da cobertura da planta,
para diminuir a poeira nas áreas próximas da planta de processamento.
Que se faça cumprir as normas de HST no uso dos equipamentos de segurança existentes ao
trabalhadores em serviço, de forma a evitar graves acidentes de trabalho.
Os tambores contendo óleos usados deverão ser colocados em alpendre coberto a ser construído
de imediato. Este alpendre deverá ter um chão argamassado, com inclinação de 20˚ para um
dos cantos, onde se recolherão os desperdícios através da colocação de um colector
removível, com capacidade de pelomenos 100 litros.
Que a página da empresa na internet www.mina-alumina.com seja mais enriquecido com
pelomenos:
Opções de línguas para além de inglês, como por exemplo português e outras,
para facilitar a percepção;
Outras aplicações do bauxite;
Comentários.
Para facilitar a busca de parcerias e possíveis clientes, assim como para ajudar estudantes da
área geológica-mineira e outros a conhecer o valor deste minério.

5. BIBLIOGRAFIA

AFONSO, R, A Geologia de Moçambique, 2ª edição, 1978;


AFONSO, R. e MARQUES, J. (1993), Recursos Minerais da República de Moçambique;
AFONSO, R. Et al, A evolução geológica de Moçambique, DNG e JICT; 1998,
ARAÚJO, J. R., GOUVEIA, J. C., Contribuição para o estudo da geologia do distrito de Manica
e Sofala. Formações Precâmbricas, 1966;
Boletim da Republica, 7 de Outubro de 1997, artigos 1-30 da lei no 20/97 de 1 de Outubro;
BORGES, A., Notas sobre os minerais úteis na Colónia de Moçambique; e A geologia da
colónia de Moçambique 1936;
CARVALHO, P e COLIM, L. L., Relatório sobre os jazigos de bauxites de Manica, repartição
Provincial de Indústria e Geologia, Província de Moçambique, 1943;
LACHELT, S., Geology and Mineral Resources of Mozambique 2004;
MANUEL, Alberto Fernando, Manual de Educação Ambiental, 2007;
MICOA, 4º Curso sobre a Avaliação do Impacto Ambiental, 1997;
MICOA, Fábrica de Cimento de Moçambique in Relatório sobre Estudo do Impacto Abiental e
Plano de Gestão Ambiental, vol. 3, 2005;
NAPIDO, D., Plano de Gestão Ambiental da Cerâmica Vila Pery, distrito de Gondola, província
de Manica, 2005;
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SILVA FILHO, Armando Lopes, Segurança Química-Risco químico no meio ambiente de
trabalho, 1999;
www.e-escola.pt;
www.google.com/PNUD, “The Penhalonga Bauxite/Kaolin Deposits Project Moz/84/007, 1994;
www.google.com/magnetismod...manica/mirem.gov.co.mz/tectónica;
www.mina-alumina.com;
www.rc.unesp.br/museu/banco_de_dados_de_minerais_e_rochas;
www.science,smith.science.edu/safety;
www.zimphos.lda.co.zw.

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