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Somos um: Arena

Uma etnografia da Igreja Sara Nossa Terra.

Pensar a juventude no senso comum é imaginar uma fase da vida onde


acontecem as transgressões, de maneira mais ampla, é a fase de rupturas e
abandono da infância, o momento do despertar das inquietações, ou como é
colocado por Georges Lapassade (1968) o momento das inadaptações dos jovens a
vida coletiva.
Existe dentro desta lógica o discurso que a juventude desperta o desejo pelo
proibido, causando uma excitação através do perigo. Porém, como caracterizar um
jovem que vivencia a juventude a partir de uma ótica totalmente diferenciada dos
demais da sua época?
Estes jovens podem se enquadrar dentro da noção de tribos urbanas
(MAGNANI, 1992), uma vez que dentro do meio social em que estão enquadrados
eles tem regras e costumes a serem seguidos, como o próprio autor demonstra,
existe uma espécie de pacto de lealdade.
A força coletiva destas tribos urbanas cria no sujeito a ideia de pertencimento
que refletem nas práticas de estilo de vida, estas práticas são responsáveis pela
construção das redes de relação destes jovens, segundo Helena Abramo (1994)
essas construções são marcadas por afetividades e similaridades de condição que
juntos desenvolvem rituais que marcam sua identidade e distinguindo-os de outros
grupos etários.
A construção desta identidade juvenil passa a possuir um sentido a partir das
linguagens simbólicas pelas quais são representadas pelos jovens, neste sentido da
pesquisa, a partir dos comportamentos, dos vestuários, do que se é consumido por
eles. Kathtyn Woodward (2014) relata que as posições que assumimos enquanto
sujeitos são responsáveis pelo desenvolvimento das nossas identidades.

Mas afinal, quem são estes jovens?

Nossa pesquisa deu-se através de incursões de campo na Igreja Sara Nossa


Terra1 a fim de conhecer os jovens que frequentam a Arena 2 e através de
observação participante, como também conversas informais e aplicação de um
formulário online tentar descobrir suas inquietações e a partir disto desenvolver uma
politica pública voltada para eles.
São jovens que estão enquadrados numa faixa etária que compreende desde
os 15 anos até os 30 anos, que demonstram através das falas o desejo de encontrar
Jesus através da religião.

Meu chamado, o propósito pelo qual fui escolhido, o mesmo me faz


acordar todos os dias e querer ser alguém melhor, alguém que possa
agradar o coração de Deus, é por Ele que meu coração Pulsa todos
os dias! ( Gabriel, 16 anos)

Ou seja, a busca pessoal destes jovens juntamente com a força coletiva faz
surgir neles à ideia de pertencimento e isso é reafirmado a partir do estilo de vida
que esses jovens mantem.
O interessante da Arena é a maneira que ela se desenvolve, uma vez que por
ser voltada para jovens, toda a estrutura e preparação do culto é pensada para estes
jovens, que vai desde a entrada no espaço de celebração até a maneira que é feita
a leitura das escrituras sagradas.
O que talvez seja uma das razões pelas quais a Igreja, de modo geral, atraía
tantos jovens, é justamente a ressignificação do sagrado e profano3, ou segundo
Santos (2005) a formação de um novo quadro religioso. Ou como Fernandes (2013)
coloca, surgem novas formas de se relacionar com o sagrado que são
transformadas e adaptam-se as necessidades do sujeito, estes jovens eles
desenvolvem formas inovadoras de expressar e se relacionar dentro e fora destas
instituições religiosas.
Esse novo quadro religioso nada mais é que a dinâmica que algumas igrejas,
principalmente as que trabalham com juventude, buscaram para manter os jovens e
fazerem com que eles mantivessem uma frequência maior em seus cultos. No caso
da igreja em questão, alguns dos jovens nos apresentaram que a célula e o
discipulado contribuíram para a permanência deles na igreja, como também
estimularam no crescimento individual de cada um deles.

1A Igreja Sara Nossa Terra (inicialmente chamada de Comunidade Evangélica de Goiânia) surgiu em
meados dos anos 70 iniciada pelo então estudante universitário Robson Rodovalho. A ideia era criar
um espaço destinado a reunir jovens que traziam consigo as inquietações que tomavam seus
sentimentos e suas reflexões. O símbolo da igreja é a chama acesa, símbolo que está representado
nas diversas igrejas espalhadas pelos quatros cantos do Brasil, países da América do Sul, Estados
Unidos, países da Europa ocidental e do norte da África.
2Arena Jovem é um ministério voltado prioritariamente para a juventude, é um espaço de celebração
e reflexão espiritual.
3 A maneira que durante o culto é tratado assuntos que envolvam a sexualidade e questões que por

outras igrejas sejam indiscutíveis.


LAPASSADE, G. Os rebeldes sem causa. In: BRITTO, S. (Org.) Sociologia da
Juventude. Rio de Janeiro: Zahar, 1968, v.III, p. 113-123.

MAGNANI, José Guilherme Cantor. (1992), "Tribos urbanas: metáfora ou


categoria?". Cadernos de Campo. Revista dos Alunos de Pós-Graduação em
Antropologia da USP, 2 (2): 49-51.

ABRAMO, Helena W. Cenas Juvenis: punks e darks no espetáculo urbano. São


Paulo, Scritta, 1994.

WOODWARD, Kathryn. Uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz


Tadeu da (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

SANTOS, Edmilson. Juventude e Religião: cenários no âmbito do lazer; Revista de


Estudos da Religião Nº 3 / 2005 / pp. 161-177

FERNANDES, Dalvani. Juventudes, geografias e religião: reflexões a partir das


noções de forma simbólica e habitus. Revista Ra'e Ga - O Espaço Geográfico em
Análise.. 2013,, p. 67 a 93.

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