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Cow emir) contemporaneidade aS Le arty Boe "ay BN A 5 9 TACK TASTY a Copyright © 2012, Joel Birman PROJETO GRAFICO DE MIOLO Evelyn Grumach e Jodo de Souza Leite CAPA eg.design CIP-BRASIL. CATALOGAGAO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, ky Birman, Joel, 1946- BS21s Ossujeito na contemporaneidade: espago, dor desalento na atualidade / Joel Birman. Rio de Janeiro: Civilizagao Brasileira, 2012, Inclui bibliografia ISBN 978-85-200-1041-9 1, Subjetividade. 2. Sujeito (Filosofia) - Aspectos psicoligicos. 3. O contemporaneo ~ Aspectos psicolégicos, 4. Espago e tempo ~ Aspectos psicologicos. 5. Psicanilise. I. Titulo. CDD: 150.195 CDU: 159.964.2 Todos os direitos reservados. Proibida a reproducao, armazenamento ou transmissao de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorizagao por escrito, Este livro foi revisado segundo 0 novo Acordo Ortogrifico da Lingua Portuguesa Direitos desta edigdo adquiridos pela EDITORA CIVILIZAGAO BRASILEIRA Um selo da EDITORA JOSE OLYMPIO LTDA Rua Argentina 171 ~ 20921-380 — Rio de Janeiro, RJ- Tel.: 2585-2000 Seja um leitor preferencial Record. Cadastre-se ¢ receba informagdes sobre nossos langamentos e nossas promogdes. Atendimento e venda direta ao leitor: eee caritu.o4 Corpo e excesso O corpo é 0 registro antropolégico mais eminente no qual se enuncia na atualidade o mal-estar. Todo mundo hoje se queixa de que 0 corpo nao funciona a contento. Algo nao esta bem com 0 corpo, que se transforma na caixa de ressonancia privilegiada do mal-estar. Imagina-se sempre que algo deve ser feito para que a performance corporea possa melhorar, pois essa se encontra sempre aquém do desejado. Sentimo-nos sempre faltosos, deixando de fazer tudo 0 que deveriamos, considerando as miltiplas possibilidades oferecidas para 0 cuidado do corpo. Enfim, estamos sempre culpados, ainda que levemente, numa franca posigao de divida em relagao a isso. As queixas corporais se inscrevem numa discursividade ao mesmo tempo naturalista e naturista, que constitui a nossa atmosfera cultural. Vale dizer, nao é possivel separar de maneira artificial as queixas que temos em relagao ao nosso rias que nos envolvem, Corpo das diversas estratégias publicit 69 © SUJEITO NA CONTEMPORANEIDADE que, sob a forma do naturismo e de naturalismo, nos enviam permanentemente as praticas exdticas e 4 medicina. Pode-se dizer que estas, nas suas diferengas, constituem as duas faces de uma mesma moeda. Qual a razio desse prestigio conferido ao corpo? Pode-se afirmar que 0 corpo, para nés, cidadaos do mundo contem- poraneo, é nosso tinico bem. Todos os outros desapareceram, ou foram relativizados no seu valor. Numa inversado marcante em relagio a Antiguidade, pode-se dizer que 0 corpo se trans- formou no nosso bem supremo. Nem Deus, nem tampouco a alma ocupam mais este lugar de destaque na cosmologia intima do sujeito na contemporaneidade — apenas 0 corpo. Portanto, se 0 bem supremo se aloja no corpo, a saside se transformou no nosso ideal supremo. Estamos, assim, num estado de estresse permanente. Este é 0 fundo sempre presente nas narrativas sobre o mal-estar e permanentemente reiterado nos discursos sobre o tema. Os diversos discursos médicos falam disso sem parar, como um estribilho que se repete ao infinito. Em ultima instancia, 0 estresse é designado como o maior mal-estar permanente na contemporaneidade, que pode se manifestar de miltiplas e infinitas maneiras. E o maior mal-estar, j4 que esta no fun- damento de todos os demais, pois, passando pela elevacao da pressdo arterial, da dispneia e da aceleragao do ritmo cardiaco, tudo € passivel de lhe ser atribuido. O conceito de estresse formulado por Seyle pretendia circunscrever os perigos para a ordem vital, na qual estes seriam sempre reconhecidos no registro da totalidade psi- cossomatica pela mediagdo do medo. Em decorréncia disso, 70 CORPO E EXCESSO seriam produzidas defesas para garantir a ordem vital: a manutengao da homeostase vital seria imprescindivel desta perspectiva regulatéria do organismo. Trata-se, portanto, de uma concepgao holistica das relagdes entre 0 organismo, © psiquismo e 0 meio ambiente, de maneira que 0 estresse €0 efeito de uma poderosa descarga neurovegetativa no organismo. As glandulas suprarrenais produziriam hormé- nios adrenérgicos para colocar 0 organismo numa posicéo de alerta. Esse conceito evidencia uma leitura sistémica do individuo, que por meio do psiquismo inscreve 0 organismo. no meio ambiente." Nio foi por acaso que Lévi-Strauss se referiu a reacao do es- tresse para interpretar os possiveis efeitos mortais da feitigaria, quando os presumidos alvos dessa acreditam nos imperativos maléficos de seus enunciados, isto é, quando se inscrevem efetivamente nos pressupostos simbdlicos que caucionam estes.” As reagdes neurovegetativas seriam entao disparadas pelos terrores promovidos numa subjetividade que acredita nos imperativos magicos dos enunciados da feitigaria.’ A cura xamanistica consistiria entao, neste contexto, em contrapor 0 poder simbélico do xama ao poder magico do feiticeiro, para suspender os efeitos mortais da reagao neurovegetativa.* 'f. Alexander, T. French, Studies in psychosomatic medicine. P. Lain Entralgo, Historia de la medicina moderna y contemporinea. J. Soubterland, Evolution of psychosomatic concepts. E. Weiss, O. English, Psychosomatic-Medicine. 2C. Lévi-Strauss, “L'efficacité symbolique”. In: C, Lévi-Strauss, Anthropologie structurale. p. 213-234. 'Ibidem, “Ibidem. Sobre isso, ver também: C. Lévi-Strauss, “Le sorcier et sa magie”. In: C. Lévi-Strauss, Anthropologie structurale, p. 191-212, n O estresse esta no centro do mal-estar atual, produzindo diferentes sintomas psicossomaticos. Jé mencionei uma série desses sintomas, mas cabe ressaltar ainda que a psicossomé- tica como especialidade — ao mesmo tempo médica, psiqui- Atrica e psicanalitica — se expandiu muito desde os anos 1980, apesar de os seus primdrdios se superporem aos da psicanilise, tendo em Groddeck e Ferenczi seus fundadores.5 Porém, foi apenas no contexto atual de transformacio do campo do mal-estar que a psicossomatica como disciplina se consolidou na nossa tradigao. No entanto, isso nao é tudo. Além dos sintomas destaca- dos, é preciso evocar alguns outros. Antes de mais nada, a sindrome de fadiga crénica, mediante a qual os individuos se reterem a presenga de um cansago absoluto que se manifesta pela auséncia de impulso vital e pela imobilidade corporal. A medicina clinica atribui isso a certas viroses e a falta de algumas vitaminas na dieta. A psiquiatria, em contrapartida, atribui isso a processos de natureza depressiva, supondo uma disfungdo na economia bioquimica dos neuro-horménios. Porém, 0 estresse estaria sempre 14, como base subjacente des- sas leituras, provocando entao tais efeitos psicossomaticos. Em seguida, é preciso evocar 0 panico, que se transformou hoje numa modalidade destacada de mal-estar. Na sindrome do panico, as pessoas se queixam de uma angistia iminente de morte que as paralisa, pois so incapazes de reacao. Os individuos sao enredados num ataque de angustia que os im- 5G. Groddeck, Le livre du ¢a. G. Groddeck, La maladie, l'art et le symbole. S. Ferenczi, Psychanalyse 2. . Ferenczi, Psychanalyse 3. J. Birman, Enfermidadee loucura, Sobre a medicina das inter-relacdes. 72 CORPO E EXCESSO possibilita de agir. A taquicardia se conjuga coma dispneia e o aumento da pressao arterial, seguida também de sudorese excessiva. Neste contexto, o fantasma da morte se impde como uma certeza iminente. Dai 0 panico que toma corpo literalmente no sujeito. Asindrome do panico é desencadeada frequentemente em situagdes sociais nas quais © sujeito supde que sera avalia- do. O olbar do outro ocupa entado toda a cena psiquica do sujeito, Como um intruso que o invade e perfura com suas exigéncias, diante das quais ele se sente impotente e sem os instrumentos capazes de responder aquelas demandas. A es- pacializagdo domina inteiramente a experiéncia subjetiva em. pauta, produzindo entao um curto-circuito nos processos de temporalizacao da dita experiéncia e conduzindo 0 sujeito ao colapso psiquico e a certeza da morte stibita. Ainda no fim do século XIX, Freud descreveu a sindrome do panico sob o nome de neurose de angiistia. Esta seria uma modalidade de neurose atual, causada pela disfuncdo libidinal, na qual o psiquismo nao conseguiria inscrever a excitabilidade sexual numa série simbélica capaz de poder interpretar 0 incremento da excitacao.° Tudo se passaria aqui numa diregdo oposta as neuroses de transferéncia, nas quais tal inscricdo ocorreria e o registro da representacao fundaria os seus sintomas.’” Nessa impossibilidade, a excitabilidade se descarregaria imediatamente sobre 0 corpo e provocaria entdo a neurose de angiistia. °S. Freud, “Psychothérapie de hystérie”. In: $. Freud, J. Breuer, Etudes sur Vhystérie, ‘bide. B © SUJEITO NA CONTEMPORANEIDADE Freud enunciou que esta, como as demais neuroses atuais, nao seria passivel de ser psicanalisada porque, a diferenga das neuroses de transferéncia, ndo constitufa liames simbilicos capazes de tornar possivel a interpretagao.* O discurso freu- diano indicava, enfim, a fragilidade das formagées simbdlicas em causa, as Gnicas que poderiam articular o registro da pulsionalidade com o da simbolizagao. Portanto, de forma diferente da fobia, na qual o psiquismo se protegeria da disseminagao da angistia pela construgio de signos de evitamento — quais sejam, os objetos fobicos —, na neurose de angtistia o psiquismo no constituiria tal protegio’ Assim, na neurose de angustia nao existiria a possibilidade de se constituir um objeto contrafébico. Depreende-se disso que um excesso de excitagao se instala entao no psiquismo, ao qual este fica submetido. Em decorréncia disso, o trauma se estabelece de maneira inequivoca e inevitavel. O trauma seria entao a contrapartida do excesso, que paralisa 0 psiquismo na sua mobilidade. Isso porque o eu nao consegue se precaver dos perigos materiali- zados por acontecimentos imprevisiveis, pela sua antecipagio sob a forma de angiistia-sinal.!” Portanto, os acontecimentos nao pressentidos se impdem com violéncia, provocando a angustia do real e nao mais a angistia do desejo, isso é,0 excesso de excitagdo que se impGe e a experiéncia traumiti- “bidem. °5. Freud, “Qu'l est justifié de séparer de la neurasthénie un certain complet symptomatique sous le nom de ‘névrose d’angoisse”. In: 8, Freud, Névrse psychose et perversion. S. Freud, “Obsessions et phobies”. In: S. Freud, op.cti "S, Freud, Inhibition, symptome et angoisse. 74 a CORPO E EXCESSO ca consequente.'' Seria isso, enfim, que estaria em pauta na sindrome do panico. Isso nos indica que a pregnancia assumida hoje pelo re- gistro do corpo revela a presenga de uma falha crucial no mecanismo de angiistia-sinal no psiquismo e a fragilidade simbélica na antecipagdo do perigo. Isso porque seriam tais mecanismos que constituiriam a angtstia-sinal e que prote- geriam o psiquismo do imprevisivel. Ou seja, se os sintomas acima referidos dominam a experiéncia contemporanea do mal-estar, algo de fundamental se produziu na subjetividade, que a tornou incapaz de antecipar o perigo e regular assim suas relagdes com 0 mundo. Dito de uma outra maneira, parece que tal ruptura indica que 0s feitigos do mundo ficaram tao insinuantes e ganharam tanta maledicéncia em decorréncia da perda de eficacia dos mecanismos de protegao simbélica culturalmente institui- dos, Consequentemente, a figura do xama perde autoridade diante da do feiticeiro, na medida em que suas interpretagdes perdem prestigio diante do mal. Quem é essa autoridade que perde prestigio diante do mal na contemporaneidade, afinal de contas? Pode-se en- trever aqui que a psicanilise esta em crise hoje, perdendo terreno para a magia das drogas psicofarmacoldgicas, que pretendem agir sobre o mal-estar no proprio corpo, em es- tado nascente, regulando diretamente os humores deste. O cédigo simbélico construido pela psicandlise no consegue mais fazer obstaculo a disseminagao do mal, como aconte- MIbidem, 78 © SUJEITO NA CONTEMPORANEIDADE ceu historicamente do fim do século XIX aos anos 1990. 0s humores mostram-se assim rebeldes e incontroldveis pelos simbolos e pelo discurso, mantendo-se entao barulhentosem face desses. Uma transformagao crucial na economia politica dos signos produziu-se no Ocidente, incidindo de maneira frontal sobre o discurso psicanalitico que se inscrevia nessa economia politica. Em decorréncia disso, os discursos naturista e naturalista se alastram no campo do imaginario social, impondo sua hegemonia numa outra economia dos signos. Nesse contexto, Os tratamentos corporais assumem um lugar cada vez mais importante. Das massagens ao spa, passando pelos exercicios, gindsticas e dangas orientais, tais tratamentos dispararam na preferéncia dos usuarios, sem esquecer, € claro, 0s su- plementos vitaminicos e os sais minerais que tém virtudes antioxidantes e rejuvenescedoras. O risco, como sensagao polivalente nas suas figuracées, estd sempre presente no imagindrio contempordneo. Com isso, 0 envelhecimento se transforma numa enfermidade, ¢ a morte deve ser sempre exorcizada. Nesse contexto, a me- dicina ortomolecular ganha notoriedade cientifica, por suas promessas relacionadas com a longevidade. As formulas que inventa sao personalizadas, baseadas nas idiossincrasiase nas singularidades de cada um. Dai o fascinio e a eficacia imagi- naria que promovem nos usuarios. A reposi¢ao hormonal se banaliza, por razGes terapéuticas e preventivas, tanto para os homens quanto para as mulheres. E 0 ideal da juventude e do parecer jovem que se impde como imperativo de saide, associado ao ideal estético da beleza. No entanto, éa longe- 76 CORPO E EXCESSO vidade que esta sempre em causa, no caldeirao da bruxa das novas alquimias propostas pela farmacopeia na atualidade. Ascaminhadas didrias visam as mesmas coisas. Evitam-se, assim, 0 estresse € os efeitos maléficos sobre o sistema cardio- vascular. Além disso, as gorduras sdo queimadas e os perigos mortais do colesterol, exorcizados. Consequentemente, as academias de gindstica se transformam num dos templos seculares mais prestigiados na atualidade, aonde os usuarios vio comungar como figis em nome da longevidade e da beleza. Em cada quarteirao das grandes cidades se acumulam e se alastram diversas academias de gindstica, que transformaram a cartografia das cidades. Nao se pode separar tais praticas do amplo processo de medicalizagao do Ocidente, iniciado no século XIX. Uma separacdo dessa ordem implicaria um equivoco interpretativo desse imaginario corporal. O que se empreende na atualidade é jd uma frente bastante avancada do processo de medicali- zagao iniciado ha duzentos anos. Assim, iniciado com a policia médica’ e a higiene social,'’ na Alemanha, na Franga e na Inglaterra, a medicalizacdo do espago social passou a promover 0 idedrio da saide no lugar anteriormente conferido 4 salvagao, no espago social pés-moderno, permeado que aquele era pelo imperativo da religido.'* Constituiu-se entao a clinica e a medicina social'’, frente e verso que sao da mesma folha, isto é, do mesmo. "G. Rosen, Da politica médica 4 medicina social. ™M, Foucault, Naissance de la clinique. Jbidem. “Ibidem, 7 processo de medicalizagdo do espago social. As categorias de normal, anormal e patoldgico passaram a dominar os discursos médicos e as politicas publicas,'* que visavam normalizar as populagées. Porque, se a qualidade de vida da populagao passoua ser considerada o signo maior de riqueza das nacoes,” isso implicaria nao apenas uma populacado bem-educada mas, antes de tudo, saudavel. A modernizagao ocidental se fundou nesse projeto de medicalizagao do social, de forma que os discursos médicos — permeados sempre pelas categorias do normal, do anormal e do patolégico — foram os modelos arqueolégicos para a constituigdo dos diferentes discursos das ciéncias humanas.'* A biopolitica se estruturou precisamente nesse contex- to histérico,!” tendo como seu correlato a constituicao da bio-histéria.*” O que estava em questo era a conjugagio ri- gorosa dos registros do corpo disciplinar e do corpo-espécie, matérias-primas por exceléncia do poder disciplinar*! e do biopoder,” de maneira que o adestramento corporal era a contrapartida para a programagao eugénica da populagio saudavel e com boas possibilidades de reprodugao biolégica e social.” “Ibidem. ™M. Foucault, La volonté de savoir. Histoire de la sexualité. Vol. 1. "M. Foucault, Naissance de la clinique, '™M. Foucault, Il faut defendre la société. YM. Foucault, La volonté de savoir. 21M, Foucault, Surveiller et punir. 2M. Foucault, La volonté de savoir. 2ybidem. M. Foucault, If faut defendre la société. 78 CORPO E EXCESSO O imaginario corporal presente na atualidade se inscreve nesse projeto maior do biopoder, sendo o seu desdobramen- to na contemporaneidade. Assim, a genética médica e as pesquisas sobre 0 genoma inscrevem-se neste imaginario, fazendo crer que a longevidade e principalmente a imor- talidade poderiam ser conseguidas mediante as clonagens terapéutica e reprodutiva. Mesmo que a segunda ainda seja repudiada pela comunidade cientifica internacional e que se aposte cientificamente agora apenas na primeira, isso ndo quer dizer que nao se busque no futuro a imortalidade pela via da clonagem reprodutiva, desde que a tecnologia para isso se torne finalmente possivel. Nao sdo razdes de ordem ética o que conduz a comunidade cientifica ao reptidio atual da clonagem reprodutiva, mas apenas simples impasses de ordem estritamente cientifica. Ao lado disso, o discurso psiquidtrico se vangloria de poder manejar drogas que poderiam regular o mal-estar corpéreo, estando assim na vanguarda da pesquisa médica. Isso porque os medicamentos oferecidos pela psiquiatria bioldgica e pela psicofarmacologia seriam capazes de incidir no metabolismo dos neuro-horménios, nao ficando entao a regulagao do mal-estar restrito 4 imprecisdo das psicotera- pias. O discurso deve ser assim colocado de lado, na relagdo médico-paciente e psiquiatra-paciente, em prol da eficacia bioquimica dos medicamentos psicotrépicos. Portanto, 0 xam na atualidade assume decididamente a feigéo de um mago que manipula a alquimia psicofarmacolégica, com a qual pretende se opor e combater as novas modalidades negras de feiticaria. 79 © SUJEITO NA CONTEMPORANEIDADE Assim, 0 naturalismo, 0 orientalismo e as novas formas de terapias exdticas, que estdo francamente na moda, convivem muito bem com a medicalizagdo em pauta, nao existindo, pois, nenhuma oposigo fundamental entre esta e aquelas, Isso porque todos tém no mal-estar do corpo 0 ponto de apoio para as suas diferentes estratégias de cuidados, 80

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