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CONTRATO DE LOCAÇÃO DE COISA


A locação de coisas está regulamentada no Código Civil, em seus artigos 565 à 578. Esse resumo sobre
contrato de locação de coisa visa ajudar aqueles que procuram informações importantes não apenas
sobre aspectos técnicos, para aqueles que estudam para provas de concursos ou precisam preparar este
tipo de contrato para um cliente. Mas, visa também ajudar aqueles que não têm muito conhecimento
jurídico mas querem entender um pouco mais sobre o assunto.

1.1 - Conceito
locação é o contrato que se destina a proporcionar a alguém o uso e gozo temporários de uma coisa
infungível, mediante contraprestação pecuniária. Destaca-se que a locação só existe para coisas, e não
para serviços, empreitada etc. Os vocábulos locação e arrendamento são sinônimos, sendo arrendamento
mais usado para locação imobiliária rural. A coisa não precisa ser de propriedade do locador, de forma
que nem sempre o proprietário e o senhorio de confundem. Em eventual ação de despejo o sujeito ativo
será o locador, sendo necessária a prova de propriedade apenas nas ações que envolvem despejo (exceto
quando envolver infração legal, contratual ou inadimplemento de alugueis).

1.2 - Natureza Jurídica


é contrato bilateral e sinalagmático, envolvendo prestações recíprocas, admitindo a exceptio no adimpleti
contratus (art. 476, CC). É oneroso, sob pena de se transformar em comodato. É consensual, pois existe
um acordo de vontades. Não é contrato real, pois não exige a tradição para o seu aperfeiçoamento, sendo
essa necessária apenas na fase de execução ou cumprimento. Não tem caráter personalíssimo, nem para
o locador nem para o locatário, pois admite cessão e sublocação, e não se extingue com a morte.
Logicamente, o caráter personalíssimo pode ser convencionado. É comutativo, pois a prestações são
certas e não aleatórias. É não solene, pois a forma é livre. Atenção: para se convencionar uma garantia
(ex: fiança), é necessária a forma escrita. É de trato sucessivo ou de execução continuada, pois se
prolonga no tempo.

1.3 - Elementos do contrato de locação


objeto, preço e consentimento. Lembre-se: esse é um resumo sobre contrato de locação de coisa e não
sobre locação predial, apesar de termos os mesmos elementos.

1.4 - Objeto
pode ser coisa móvel ou imóvel. A coisa móvel deve ser infungível, sob pena de ser contrato de mútuo.
Pode ser fungível quando o uso for cedido, por certo prazo e aluguel, ad pompam et
ostentationem (ornamentação). Como envolve retorno da coisa, não pode ser objeto coisa móvel
consumível (ex: energia) nem as que se exaurem progressivamente (ex: pedreira). A cláusula de
inalienabilidade não impede a locação. Pode ser objeto de locação bens incorpóreos ou direitos (ex:
patente, marca, usufruto e servidões prediais etc). O aluguel pode envolver um bem inteiro ou uma
fração (ex: parede para fixação de cartaz) e se nada estipular em contrário, o aluguel abrange os
acessórios. Coisas comuns também podem ser alugadas, desde que por deliberação da maioria (art. 1323,
CC). A locação de imóveis urbanos é regida pela Lei n.º 8245/91 e de imóveis rurais pelo Estatuto da
Terra (Lei n.º 4.504/64).

1.5 – Preço
denomina-se aluguel ou remuneração, e é essencial ao negócio, sob pena de configurar-se comodato.
Pode ser convencionado pelas partes, arbitramento administrativo ou judicial, ou por ato governamental
(ex: taxis). Não pode ser deixado ao arbítrio de uma das partes. Se estipulado em valor ínfimo,
descaracterizará o contrato. O pagamento deve ser feito em dinheiro, mas pode ser misto (ex: frutos,
benfeitorias etc), mas não pode ser feito totalmente em frutos ou produtos, sob pena de transmudar-se
em contrato inominado. O pagamento pode ser feito em parcelas ou de uma só vez, para todo o período
(ex: aluguel por temporada). Não pode ser feito em moeda estrangeira, nem vinculado à variação
cambial ou ao salário mínimo. Em regra, a obrigação locatícia é quesível, sendo paga no domicílio do
locatário (art. 327, CC), mas é possível a convenção, transformando-se a obrigação em portable. Na
locação de imóveis urbanos o pagamento se faz, em regra, no imóvel locado, quando outro local não
tiver sido convencionado. O preço é devido mesmo que a coisa não esteja sendo efetivamente usada.

1.6 – Consentimento
pode ser expresso ou tácito. Não precisa ser proprietário para alugar, a simples posse jurídica autoriza o
aluguel (ex: administrador, inventariante, usufrutuário, pais, representantes, credor anticrético etc). O
condômino não pode, sozinho, dar em locação coisa comum (nem mesmo parte dela), sem o
consentimento dos outros (maioria, art. 1323, CC). O CC não estipula prazo, mas a Lei n.º 8245/91,
exige vênia conjugal nos prazos superiores a 10 anos.

1.7 - Obrigações do Locador (art. 566, CC)


são 3 espécies de obrigações:
1) Entregar ao locatário a coisa alugada (inciso I): a não entrega caracteriza
inadimplência do locador e autoriza a resolução do contrato, bem como perdas e danos. A
entrega deve envolver as pertenças (bens afetados por forma duradoura ao serviço ou
ornamentação). O princípio de que o acessório segue o principal não se aplica às pertenças,
por isso a necessidade de sua inclusão no inciso.

2) Manter a coisa no mesmo estado, pelo tempo do contrato (inciso I, segunda parte): o
locador deve realizar reparos para manter a coisa em condições de uso, salvo convenção em
contrário. O locatário pode até pedir redução proporcional do aluguel ou resolver o contrato,
caso a coisa se deteriore. Se houver destruição total o contrato se resolve, cabendo perdas e
danos ao locatário se a coisa de perdeu por culpa do locador.

3) Garantir o uso pacífico da coisa (inciso II): o locador deve abster-se da prática de
qualquer ato que perturbe o uso e gozo da coisa, inclusive proteger o locatário contra
embaraços e turbações de terceiros. O locatário é protegido mesmo contra o locador, por meio
de interditos possessórios (art. 1197, CC). Aplica-se a teoria dos vícios redibitórios,
responsabilizando-se o locador por vícios ocultos anteriores à locação. Se o locador conhecia
os vícios ou defeitos, restituirá o valor da locação mais perdas e danos. Se não conhecia,
restituirá o valor recedido, mais despesas do contrato.

1.8 - Obrigações do locatário (art. 569, CC):

1) Servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos e tratá-la


com se sua fosse (inciso I): se o imóvel é residencial, deve ser usado apenas para moradia, por
exemplo. Em caso de uso indevido, o locador pode rescindir o contrato, bem como exigir
perdas e danos.

2) Pagar o aluguel nos prazos ajustados (inciso II): o pagamento, na falta de convenção,
deve ser feito segundo o costume do lugar, até o 6º dia útil do mês seguinte ao vencido. Em
regra, a dívida é quérable, sendo paga no domicílio do devedor. O locador tem como garantia
o penhor legal sobre os bens móveis que guarnecem o prédio (art. 1467, II, CC). O débito,
comprovado por contrato escrito pode ser objeto de execução.

3) Levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros fundadas em direito


(inciso III): o locador deve proteger o locatário contra embaraços e turbações de terceiros,
mas para fazer isso deve ser cientificado pelo locatário, até mesmo por meio de nomeação à
autoria (art. 62, CPC).

4) Restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvo as deteriorações


naturais (inciso IV): ao receber o imóvel o locatário tem o direito de receber relação escrita
do estado do imóvel, que pode ser baseada em vistoria. Em caso de dano, o locatário
indenizará o locador.

1.9 - Locação de prédios


o CC não dispõe sobre a locação de prédios, a não ser a de imóveis pertencentes à União, Estados,
Municípios, vagas de garagem ou espaços em estacionamento de veículos, espaços destinados à
publicidades, apart-hotéis, hotéis-residência ou equiparados e arrendamento mercantil. Assim, as norma
anteriores aplicam-se a esses tipos de imóveis.

2. LOCAÇÃO DE IMÓVEL URBANO (LEI 8.245/91).


O Código Civil (artigo 2.036) não afastou a aplicação da Lei 8.245/91 para as locações urbanas. No
entanto, a lei especial não tem incidência sobre:
- Imóveis de propriedade da União, Estados e Municípios, suas autarquias e fundações.
-Vagas autônomas de garagem ou espaços para estacionamento de veículos.
- Espaços destinados à publicidade (outdoors).
- Apart-hotéis, hotéis-residência ou equiparados.
- Arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.

2.1 – Características
- Havendo mais de um locador ou locatário, entende-se que são solidários, se o contrário não se
estipulou (artigo 2.º).
- Pode ser fixado por qualquer prazo. Igual ou superior a dez anos, exige-se outorga conjugal (artigo 3.º).
- Ação do locador para reaver o imóvel é sempre despejo, que pode ser cumulada com cobrança de
aluguéis (artigo 5.º)
- É livre a convenção do aluguel, sendo vedada sua estipulação em moeda estrangeira e a vinculação à
variação cambial ou ao salário mínimo. Os índices e a periodicidade dos reajustes são previstos em
legislação específica (artigo 17). Pode ser revisto judicialmente a cada três anos, a partir do último
contrato (Ação Revisional de Aluguel – artigos 18 e 68 a 70).
- Se o bem for apartamento, o locatário pode votar nas assembleias que não envolvam despesas
extraordinárias de condomínio, caso o locador a elas não compareça (artigo 24, parágrafo 4.º, Lei
4.591/64).

2.2 - Locação residencial


Hipóteses
1. Contratos fixados por 30 meses ou mais (artigo 46) - A extinção só ocorre com o término
do prazo estipulado, independentemente de notificação. Durante o prazo convencionado, não
pode o locador reaver o imóvel. O locatário pode devolvê-lo, pagando multa pactuada (artigo
4.º). Finda a locação, se o inquilino continuar na posse do imóvel por mais de 30 dias sem
oposição, presume-se prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantidas as demais
cláusulas. Nesse caso:
- o locador pode pedir o imóvel para si a qualquer tempo (denúncia vazia), concedendo prazo
de 30 dias para desocupação;
- o locatário pode rescindir o contrato mediante aviso por escrito, com antecedência mínima de
30 dias.

2. Contratos fixados até 30 meses (artigo 47) - Findo o prazo estabelecido, a locação é
prorrogada automaticamente, por prazo indeterminado. Nesse caso, somente pode ser
retomado o imóvel (denúncia cheia):
- por mútuo acordo;
- em decorrência da prática de infração legal ou contratual;
- em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;
- para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público;
- em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário
for relacionada com seu emprego;
- se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de
ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de
imóvel residencial próprio;
- se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas
pelo Poder Público;
- se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.

3. Locação por temporada - Por até 90 dias, para lazer, tratamento de saúde ou realização de
obras. O aluguel e os encargos podem ser cobrados antecipadamente e de uma só vez (artigos
48 a 50).

2.3 - Locação de imóvel residencial a empregado


- Destina-se a uso residencial de empregado e sua família, em razão do emprego. O locador é o patrão.
Somente vigora enquanto o locatário trabalhar para o locador (locação vinculada). Exige-se que haja
valor efetivamente pago ou descontado a título de aluguel. Desfeito o vínculo trabalhista, possibilita-se o
despejo.
- Se o empregador fornece moradia ao empregado sem cobrar aluguel, não está caracterizada a locação,
mas sim o comodato. Nesse caso, a via mais adequada para a retomada é a reintegração de posse.

2.4 - Locação comercial (empresarial)


O locatário comerciante ou industrial pode obter judicialmente a renovação do aluguel (artigos 71 a 75)
e continuar no imóvel desde que:
- haja contrato escrito com prazo determinado;
- o prazo mínimo da locação a renovar seja de cinco anos;
- o locatário exerça o mesmo ramo da atividade há pelo menos três anos ininterruptos;
- a ação seja proposta dentro do prazo decadencial de um ano até seis meses da data de término do
contrato a prorrogar.
Protege-se o inquilino comerciante que valorizou o imóvel com a atividade comercial desenvolvida
(fundo de comércio), permanecendo no imóvel independentemente da vontade do locador.
As sociedades civis com fins lucrativos também têm direito à ação renovatória.

2.5 - Direito de preferência (Artigos 27 a 34)


No caso de alienação do imóvel, o locatário tem preferência, no prazo decadencial de 30 dias, para
adquiri-lo, em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar-lhe conhecimento do
negócio mediante notificação judicial ou extrajudicial. Não respeitado, há duas opções para o locatário:
- reclamar perdas e danos ou
- depositar o preço e demais despesas de transferência e haver para si o imóvel. Nessa hipótese, deve
requerer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no Registro de Imóveis, desde que o contrato
de locação esteja averbado pelo menos 30 dias antes da alienação, junto à matricula do imóvel.

2.6 - Benfeitorias (Artigos 35 a 36)


Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo
locatário, ainda que não autorizadas, bem como as úteis autorizadas, serão indenizáveis e permitem o
direito de retenção. As voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda
a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.

2.7 - Garantias (Artigo 37)


2.7.1 - Caução - Pessoa oferece a outra garantia de cumprimento da obrigação. Pode se referir a
móveis, imóveis ou dinheiro (não excedendo três meses de aluguel), depositado em Caderneta de
poupança.
Fiança pessoal ou bancária.
2.7.2 - Seguro de fiança locatícia - Pagamento de taxa correspondente a um prêmio anual ou
mensal ao locador.
Observações
É nula a cláusula que exige mais de uma dessas garantias em um mesmo contrato.
O aluguel somente poderá ser cobrado adiantado quando o contrato for celebrado sem
garantia (artigo 42) ou se a locação for por temporada (artigo 49).

2.8 - Morte (artigos 10 e 11)


Do locador - O contrato não se extingue. Os direitos e deveres da locação se transmitem aos sucessores.
Do locatário - Têm direito à continuidade da locação:
-cônjuge sobrevivente e sucessivamente os herdeiros necessários e pessoas que viviam na dependência
econômica do locatário, desde que residentes no imóvel;
- espólio do locatário falecido e a seguir seu sucessor no caso de locação não residencial.

2.9 - Transferência do contrato (Artigo 13)


Exige-se prévia e expressa anuência por escrito do locador.

2.10 - Espécies:
2.10.1 - Cessão - Transferência a outrem, mediante alienação, da posição de locatário, que e
desliga do contrato primitivo, desaparecendo sua responsabilidade.

2.10.2 - Sublocação - Concessão do gozo (parcial ou total) da coisa locada, pelo locatário a
terceiro, que se torna “locatário”, com os mesmos direitos e deveres. O locatário primitivo não
se exonera da locação original. Rescindida ou finda a locação, extinguem-se as sublocações,
salvo o direito de indenização que possa competir ao sublocatário contra o sublocador.
2.10.3 - Empréstimo - Locatário empresta imóvel gratuitamente a terceiro, mesmo que por
pouco tempo, continuando responsável perante o locador.

2.11 – Extinção
- Distrato ou resilição bilateral (acordo).
- Resilição unilateral por inexecução contratual ou infração à lei.
- Retomada do bem locado.
- Implemento de condição resolutiva.
- Perda ou destruição da coisa.
- Vencimento do prazo sem prorrogação ou renovação.
- Desapropriação.
- Morte do locatário sem sucessores.
- Extinção do usufruto, salvo se com ele anuiu, por escrito, ou nu-proprietário.

3. CONTRATO DE DEPÓSITO (ART. 627 A 652)


Alguém recebe bem móvel de outrem, para guardar temporariamente, até ser reclamado. Difere do
comodato, pois neste há o uso da coisa.

3.1 – Partes
- Depositante - Quem entrega a coisa em depósito.
- Depositário - Quem a recebe.

3.2 – Características
 Unilateral (regra) - Obriga apenas o depositário: guardar e restituir o bem. Pode ser bilateral;
admite-se remuneração. O contrato não se desnatura se o depositário realizar algum serviço na
coisa (ex.: lavar o veículo).

 Gratuito - A regra é a gratuidade, exceto se houver convenção em contrário ou se o depositário


o pratica por profissão.

 Real - Efetiva-se com a entrega do bem móvel, exceto se o depositário já se encontrava na


posse.

 Temporário - Ao final do contrato, o bem deve ser restituído (não há depósito perpétuo).
Intuitu personae - Decorre da confiança que o depositante tem no depositário.

3.3 - Efeitos em relação ao depositário


- Guardar e conservar a coisa, tendo cuidado e diligência, como se fosse sua, mantendo-a no estado em
que foi entregue e respondendo pelos prejuízos a que der causa.
- Não pode usar nem transferir a coisa, salvo disposição em contrário, sob pena de responder por perdas
e danos.
- Restituir a coisa ao final do contrato ou quando solicitada, com seus frutos e acrescidos, no local
convencionado.
- Receber despesas feitas com a coisa e indenização dos prejuízos.

- Exigir remuneração (se pactuada) e reter a coisa até que seja paga a retribuição.
- Requerer o depósito judicial, nos casos permitidos.

3.4 - Efeitos em relação ao depositante


- Pagar a remuneração (se convencionada), reembolsando as despesas necessárias.
- Exigir a conservação da coisa que entregou e sua restituição, com os acessórios, a qualquer tempo,
mesmo que outro tenha sido estipulado.

3.5 – Espécies
3.5.1. Voluntário ou convencional - Resulta de livre acordo entre as partes. Deve ser feito por
escrito. Pode ser regular (recai sobre bens infungíveis) ou irregular (bens fungíveis).
3.5.2 . Necessário - Presume-se oneroso.
a) Legal - No desempenho de obrigação legal: depósito de objeto achado, dívida
vencida, pendência de lide, etc.
b)Miserável - Por ocasião de calamidade: terremoto, incêndio, inundação, naufrágio,
saque, etc.
c) Hoteleiro ou hospedeiro (ver “Bagagem em hotel e similares”, a seguir).

3.5.3. Judicial ou sequestro - Determinação do juiz, que entrega a terceiro coisa litigiosa
(móvel ou imóvel) para preservar sua incolumidade, até decisão da causa principal.

3.6 - Bagagem em hotel e similares


A bagagem deixada em hotel, hospedaria, pensão, etc. é considerada depositada em mãos do dono do
estabelecimento, que responde como depositário (depósito necessário). Há responsabilidade mesmo em
caso de furto ou roubo praticado por empregados. Não é considerado gratuito, pois o preço está incluído
no valor da diária.
A responsabilidade cessa por convenção com o hóspede, por culpa deste (ex.: deixou aberta a porta do
quarto) ou quando o prejuízo não poderia ter sido evitado (caso fortuito ou força maior).

3.7 - Prisão do depositário


A Constituição Federal (artigo 5º, LXVII) proíbe prisão por dívida civil. Mas há duas exceções: o
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e o depositário infiel.
O depositário que injustificadamente não restituir a coisa depositada será considerado depositário infiel e
pode ter decretada sua prisão, em ação de depósito, pelo prazo de até um ano, além de ser obrigado a
indenizar o depositante pelos prejuízos decorrentes de sua infidelidade.
Observação: há quem entenda ser inadmissível tal prisão, com base no Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos, aprovado na Convenção sobre Direitos Humanos de São José de
Costa Rica.

4. CONTRATO DE FIANÇA (ART. 818 A 839)


Promessa feita, por uma ou mais pessoas, de garantir ou satisfazer obrigação não cumprida pelo devedor,
assegurando ao credor seu efetivo cumprimento. Negócio entre credor e fiador; o devedor (afiançado)
não é parte na relação jurídica.

4.1 – Características
 Acessório - É imprescindível o contrato principal. Se este for nulo, nula também será a fiança.
A recíproca não é verdadeira. Abrange acessórios da dívida principal (juros, cláusula penal,
despesas judiciais, etc.). O valor da fiança não poderá exceder o do débito principal, sob pena de
ser reduzido ao nível da dívida afiançada.
 Unilateral - A obrigação é só do fiador, que se obriga com o credor; este nenhum compromisso
assume.
 Gratuito - Em regra, o fiador nada recebe. Pode ser pactada remuneração (ex.: fiança bancária).
 Forma escrita obrigatória - Instrumento público ou particular. Pode constar do instrumento do
contrato principal. Pode ser benéfico, é sempre interpretado restritivamente. A forma verbal é
inadmissível.

4.2 -Súmulas do STJ


- 214 - O fiador na locação não responde pro obrigações resultantes de adiantamento no qual
não anuiu.
- 332 - A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da
garantia.

4.3 – Substituição
O credor pode exigir a substituição do fiador se este se tornar insolvente ou incapaz.

4.4 – Fiadores
Pessoas maiores ou emancipadas, com livre disposição de seus bens (idoneidade moral e financeira) e
residentes no município em que prestam fiança.
4.5 - Não podem ser fiadores
- Absolutamente incapazes e menores de 18 anos, mesmo que representados ou assistidos.
- Pródigos, sem assistência do curador.
- Cônjuge, sem a outorga conjugal, exceto no regime da separação total de bens.
- Analfabeto, salvo se por procurador constituído por instrumento público, com poderes especiais.
- Em razão de ofício: tesoureiros, leiloeiros, tutores, curadores, etc.
Observação: se a fiança foi dada diante de obrigação contraída por menor, mesmo que a
principal seja nula ou anulável, a fiança prevalece. É exceção à regra de que uma obrigação nula
não pode ser objeto de fiança. Mas, se se referir a contrato de mútuo contraído por menor, sendo
este nulo, nula também será a fiança (exceção da exceção).

4.6 -Benefício de ordem


O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito de exigir que primeiro sejam executados os
bens do devedor (afiançado). O benefício não prevalece quando: o fiador renunciou, obrigou-se como
principal pagador (devedor solidário), ou o devedor era insolvente ou falido.

4.7 - Benefício de divisão


Se mais de um fiador garantirem a mesma obrigação, serão eles solidários entre si. Mas os fiadores
podem prever que a obrigação seja divisível. Nesse caso, cada fiador só responde por sua parte no
pagamento.

4.8 - Sub-rogação
Fiador que paga a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor. Só poderá demandar os outros fiadores
pela respectiva quota.

4.9 - Responsabilidade dos herdeiros


Morte do fiador extingue a fiança. Os herdeiros do fiador respondem quanto às obrigações assumidas
pelo de cujas em razão de fiança. A obrigação se transmite aos herdeiros do fiador, mas a
responsabilidade da fiança não pode ultrapassar as forças da herança, limitando-se à data da morte do
fiador.

4.10 – Extinção
- Iniciativa do fiador, se o contrato for sem limitação de tempo (por consenso entre fiador e credor ou
por decisão judicial.
- Morte do fiador.
- Anulação judicial (falta de outorga, vícios do ato jurídico, etc.).
- Concessão de moratória ao devedor, sem anuência do fiador.
- Aceitação, pelo credor, de objeto diverso do que venha a perdê-lo por evicção.
- Fiador indica bens do devedor para serem executada em primeiro lugar, demorando o credor a executá-
los e caindo, posteriormente, o devedor em insolvência.

4.11 – Aval
Figura do Direito Cambiário, própria dos títulos de crédito, é garantia pessoal, em que o avalista se
obriga a pagar a dívida do avalizado. Este é devedor solidário, diferentemente da fiança, em que o fiador
é devedor subsidiário. A responsabilidade do avalista é autônoma; independe da validade da obrigação
garantida, sem necessidade de outorga conjugal.

5. CONTRATO DE SEGUROS (ART. 757 A 802)


Pessoa se obriga, mediante pagamento de prêmio, a garantir a outrem interesse legitimo relativo a pessoa
ou coisa e indenizá-la de prejuízo decorrente de riscos futuros.

5.1 – Partes
- Seguradora - Entidade autorizada pelo governo federal que suporta o risco, assumindo mediante
recebimento de valor periódico e moderado (prêmio), obrigando-se a pagar indenização.
- Segurado - Quem tem interesse direto na conservação da pessoa ou coisa, pagando o prêmio em troca
do risco da seguradora.

5.2 – Características
 Bilateral e oneroso - Gera obrigações recíprocas para as partes.
 Aleatório - Não há equivalência entre as prestações. O segurado não antevê o que receberá em
troca do prêmio.
 Formal - Obrigatória forma escrita.
 Adesão - Não há possibilidade de discussão das cláusulas estabelecidas pela seguradora.

5.3 – Elementos

1. Prêmio - Contribuição periódica, determinada e moderada, fixada pelas partes, que o segurado
fornece em troca do risco que a seguradora assume.
2. Risco - Acontecimento futuro e incerto que pode prejudicar interesses do segurado e provocar
diminuição patrimonial evitável pelo seguro.
3. Indenização - Importância paga pela seguradora, compensando eventual prejuízo econômico
decorrente do risco assumido. Basta a prova do dano, independentemente de apuração da culpa no
evento.
4. Apólice - Documento que comprova a existência do contrato; em sua falta, documento
comprobatório do pagamento do prêmio.

5.4- Classificação das apólices


5.4.1. Quanto à titularidade:
a) Nominativa - Menciona o nome da seguradora, do segurado e do beneficiário.
b) À ordem - Transmissível por endosso.
c) Ao portador - Transferível por simples tradição (inadmissível em segura do vida).

5.4.2. Quanto ao risco


a) Específica - Somente em risco.
b) Plúrima - Vários riscos em um mesmo contrato.
c) Aberta - Risco se desenvolve ao longo da atividade.

5.4.3. Quanto à substituição


a) Simples - Objeto é determinado sem possibilidade de substituição.
b) Flutuante - Coisa segurada é substituível.

5.5 – Extinção
- Decurso do prazo estipulado.
- Distrato.
- Inadimplemento de obrigação legal.
- Superveniência do risco (o contrato perde o objeto e a seguradora para a indenização).
- Cessação do risco.
- Nulidades.

5.6 -Seguro de dano


A garantia prometida não pode exceder o valor do interesse segurado. A indenização não pode
ultrapassar seu valor no momento do sinistro e nunca o limite máximo da garantia fixado na apólice.
No seguro de coisas transportadas, a garantia se inicia no momento em que o transportador as recebe e
termina com a entrega. Não se inclui na garantia sinistro provocado por defeito próprio da coisa
segurada, não declarado.

5.7 -Seguro de pessoa


Vida humana pode ser objeto de seguro contra riscos de morte involuntária. O seguro não será pago se o
segurado falecer de morte voluntária nos dois primeiros anos de vigência do contrato (ex.: suicídio,
duelo) ou quando beneficiário é o assassino do segurado. É admissível o seguro em casos de esportes
arriscados, alistamento militar, ato de heroísmo, etc. Para o caso de morte, pode ser estipulado prazo de
carência, durante o qual a seguradora não responde pelo sinistro, ficando obrigada a devolver o montante
da reserva já formada.
O capital estipulado não está sujeito às dívidas nem à herança do segurado. O prêmio é convencionado
por prazo limitado ou por toda a vida do segurado.
Pode-se contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com a mesma seguradora ou outras. É
nula transação para pagamento reduzido do capital segurado.
Pode ser feito por pessoa natural ou jurídica. A apólice só pode ser modificada com expressa anuência
de segurados representados por três quartos do grupo.

5.8 - Seguro sobre a vida de outrem


O proponente é obrigado a declarar o interesse em preservar a vida do segurado (cônjuge, ascendente ou
descendente).
Não indicado o beneficiário, metade do capital segurado será pago ao cônjuge não separado
judicialmente e o restante, aos herdeiros. A indicação do convivente é válida se ao tempo do contrato o
segurado era separado (de fato ou judicialmente).

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