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TRIBUNAL FEDERAL
PARTIDO POLÍTICO BETA, pessoa jurídica de direito xxx, com sede na Rua xxx, Nº
xxx, Bairro xxx, Cidade xxx, Estado xxx, CEP xxx, endereço eletrônico xxx, devidamente
representado no Congresso Nacional, onde recebe intimações, por meio do advogado
subassinado, com endereço profissional na Rua xxx, Nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx,
Estado xxx, CEP xxx, endereço eletrônico xxx, local indicado para receber intimações
vem com elevado respeito à presença de V. Exa., propor a presente
Tendo por objeto o Art. 11 e Art. 12 da Lei Orgânica do Município Alfa, tendo em vista
os argumentos a seguir expostos:
DA LEGITIMIDADE
DOS FATOS
O Prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu mandato,
procura o presidente nacional do seu partido político Beta, o qual possui representação no
Congresso Nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de
maio de 1985, estabelece, no seu Art. 11, diversas condutas como crime de
responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a
pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento
imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político. Informou, também, que a
mesma Lei Orgânica, em seu Art. 12, contém previsão que define a competência de
processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante
Justiça Estadual de primeira instância. Por fim, informou que, em razão de disputa política
local, houve recente representação oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo
de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no
referido Art. 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento. O
partido político, após o devido trâmite interno estabelecido no seu estatuto, conclui que a
norma municipal está em dissonância com a CRFB/88 e decide adotar providência judicial
em relação ao tema.
DOS FUNDAMENTOS
Além de estar amparada, também, no art. 1º, parágrafo único e inciso I da Lei nº
9.882/99:
DO CABIMENTO
a) Do ato questionado
Conforme já mencionado anteriormente, o ato questionado tem desconformidade em
relação à Constituição Federal de 1988, com base no art. 2° da CRFB/88 que garante a
independência e harmonia entre os Poderes, princípio este não respeitado pelo legislativo
do Município Alfa.
Bem como o art. 22, inciso I, da CRFB/88, que dispõe algumas das competências
privativas da União, sendo elas, legislar sobre direito civil, comercial, penal, agrário,
processual, eleitoral, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
c) Da anterioridade da norma
Sabe-se que o objeto desta ação trata-se de dispositivos de Lei anterior a Constituição
Federal de 1988, devendo-se analisar a sua recepção ou não, nutrindo a referida arguição
de descumprimento de preceito fundamental.
DA MEDIDA LIMINAR
Com sentido no artigo 5º, da Lei 9.882 de 1999, que trata da ADPF, onde expressa que
poderá ser admitida a deferida medida liminar em caso de patente urgência ou perigo de
lesão grave, medida que assegura temporariamente a eficácia à futura decisão de mérito.
Em suma, a violação do princípio da separação dos poderes(art. 2º da Magna Carta), a
competência privativa da União(art. 22, inciso I da CRFB/88 e Súmula Vinculante 46,
STF), as quais devem observar os preceitos constitucionais, especialmente garantindo
aos Prefeitos a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns.
DOS PEDIDOS
c) A intimação do órgão, para que, como autoridade responsável pela prática do ato que
violou em desconformidade a Constituição Federal de 1988, manifeste-se, querendo,
sobre o mérito da presente ação, no prazo de dez dias, nos termos do artigo 6º, caput, da
Lei 9.882 de 1999
Local-DATA
Advogado/OAB
Talita Elen da Silva Santos
Salvador-BA
2018.1