Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
. Ministério da Educação
Paulo Renato Souza
2002
Direitos exclusivos para esta edição:
Paralelo 15 Editores
Copyright © Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - Capes -Ministério da Educação
ISBN 85-88468-10-7
F i c h a catalogtáfica
Blass, Arno
Caspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia / Arno
Blass - Brasília: Paralelo 15, Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior, 2002.
192 p. (Biblioteca Anísio Teixeira)
1. Educação. 2. Educação Superior. 3. Ensino universitário. 4. Ensino
Técnico. I, Blass, Arno. II. Título.
CDU 370
òW 378
SUMARIO
Agradecimentos 9
Introdução 11
Capítulo 1
O ensino da engenharia em Santa Catarina 15
Capítulo 2
Quem é Stemmer 23
Capítulo 3
0 primeiro mandato na EEI 37
Capítulo 4
O novo mandato na EEI:
O começo da pós-graduação na
Universidade Federal de Santa Catarina 57
Capítulo 5
A direção do Centro Tecnológico 73
Capítulo 6
O docente Stemmer 87
Capítulo 7
O Cepes/Premesu 93
Capítulo 8
Reitor da UFSC 101
Capítulo 9
O retorno ao departamento e outros vôos 149
Capítulo 10
Iconografia 177
Glossário 185
À memória de
João David Ferreira Lima
AGRADECIMENTOS
5 Exemplifico com meu caso pessoal: selecionado na EEI para uma disciplina
que tratava de processos de conformação sem remoção de material - forja-
mento, estampagem -, trabalhava, na CEE, no projeto de uma hidroelétrica de
pequeno porte.
Gaspar Erich Stemmer - Adminstração, ciência e tecnologia
Origens1
aspar Heinrich Stemmer era filho de uma numerosa famí-
lia de Bochum, região do Ruhr, na Alemanha. Era gradua-
do em Economia. Em virtude da situação crítica do país,
logo após o término da Primeira Guerra, resolveu emigrar para a
Argentina e, posteriormente, para o Brasil. Chegando a Novo Ham-
hurgo, Rio Grande do Sul, empregou-se como contador na fábrica de
calçados Kremer & Cia., de propriedade de Waldemar Kremer e de
sua esposa, Amália, ambos descendentes de imigrantes alemães che-
gados ao Brasil ainda na primeira metade do século XLS.
Caspar Heinrich e Wally Cordelia, filha de seus patrões, enamora-
ram-se e casaram em 1923. A primeira filha do casal, Hildegard
Juliane, nasceu em 1929, mas morreria pouco tempo depois. Caspar
Erich nasceu em 1930. Mais tarde nasceria Fritz, o caçula.
A família Stemmer morava em uma casa de grandes dimensões,
situada à frente de um curtume do pai de Wally Cordelia, na rua
General Osório, meio caminho entre as então vilas de Novo Hambur-
go e Hamburgo Velho. Tinha quatro quartos, biblioteca, hall de en-
trada - mais tarde convertido em escritório -, ampla cozinha, varan-
da e porão. Ao lado, havia um grande galpão, com forno para pão e
1 Uma vez mais, lanço mão, condensando bastante, dos esboços autobiográfi-
cos de Stemmer.
Arno Blass
Formação superior
Empresário
Laboratórios e biblioteca
1 Por isso mesmo, Stemmer sentiu que a implantação de duas disciplinas novas,
que vinha realizando, na quarta série, lhe tomava tempo considerável. Fiquei
sumamente emocionado quando, numa inesperada manifestação de confian-
ça, propôs-me que ao invés de trazer outro professor de Porto Alegre para
substituí-lo na tarefa de preparar-me para uma das disciplinas - Tecnologia
Mecânica -, eu assumisse sem mais delongas a responsabilidade plena pela
mesma. E assim, tornei-me, excepcionalmente, e em decorrência de circuns-
tanciada e elogiosa exposição de motivos de Stemmer, o único dos jovens
docentes a assumir uma disciplina do novo curso de Engenharia Mecânica,
após apenas alguns dias de funcionamento da mesma.
Caspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia
O pavilhão de Mecânica
Estágios e o
Centro de Formação Prática e Aperfeiçoamento
3 E que agora passa a ser o Centro Federal cie Educação Tecnológica de Santa
Catarina - Cefet/SC.
Gaspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia
zes fizeram o projeto de uma nova fundição, que a empresa usou para
obter, com sucesso, um financiamento do Banco Nacional de Desen-
volvimento Econômico - BNDE. Três meses depois, o dono da em-
presa retornou a Florianópolis: queria nova leva de estagiários para as
férias seguintes. O mesmo ocorreu com o velho fundador da Eletro
Aço Altona, de Blumenau. Como típico blumenauense, tinha preven-
ção contra Florianópolis: uma cidade de burocratas, da qual nada de
bom poderia vir. Convidado e convencido a visitar a EEI, ficou im-
pressionado e disse que recomendaria a seu neto estudar na UFSC.
Cabe registrar, ainda, como parte do esforço de aproximação da
escola com a indústria, a promoção "Semana da Escola Aberta", duran-
te a qual industriais eram convidados a participar de visitas guiadas aos
laboratórios, quando lhes eram descritas as potencialidades de cada
um deles, as pesquisas e as atividades de extensão em andamento.
Dedicação exclusiva
Descentralização do vestibular
mente na França.
A criação desse curso despertou, mais uma vez, o grupo de profes-
sores locais interessado na criação do curso de Engenharia Civil, que
passou a motivar alunos a se manifestarem nesse sentido. Outro gru-
po de professores preocupava-se com a possibilidade de uma divisão
de esforços redundar em prejuízos na qualidade dos cursos. Os alu-
nos interessados no curso de Engenharia Civil conseguiram sensibili-
zar o governador do estado, Ivo Silveira, que prometeu um auxílio de
Cr$ 50 mil para viabilizar a instalação do curso, já em 1968.6
Stemmer fez as contas: para implantar a terceira série desse curso
poderiam ser aproveitadas disciplinas já existentes do curso de Enge-
nharia Mecânica, sendo necessárias apenas duas contratações. Mas,
para as duas últimas séries, seria necessária a contratação de cerca
de dez docentes, que se somaria ao número das contratações já
compromissadas com a criação do curso de Engenharia Elétrica. Os
recursos prometidos pelo governador do estado representariam ape-
nas uma pequena fração do que a universidade teria de desembolsar
a curto prazo.
Stemmer empenhou-se por obter um incremento do auxílio pro-
metido pelo governo do estado, mas suas intenções foram entendidas
como obstaculizantes. Resignou-se, então, e preferiu procurar fontes
alternativas para o custeio desse empreendimento.
Tanto em 1966, quando da criação do curso de Engenharia Elétri-
ca, quanto em 1968, com a do curso de Engenharia Civil, o velho
convênio com a UFRGS foi reativado, o que levou docentes daquela
universidade a instalarem as disciplinas dos novos cursos, a selecio-
narem e a prepararem os docentes locais que deveriam assumi-las
futuramente. Duas exceções ocorreram na implantação do curso de
Engenharia Civil: a disciplina de Topografia, Astronomia e Geodésia
veio a ser instalada pelo Prof. Camil Gemael, da UFPR, enquanto que
a de Hidráulica e Hidrologia foi logo assumida por um docente local,
Alberto Odon May, que possuía pós-graduação na Holanda.
A Fundação do Ensino da
Engenharia em Santa Catarina
7 Foi criada em 1979, com o nome original de Livraria da Feesc, quando inte-
grei, juntamente com os Profs. Sérgio Roberto Arruda e Adalberto Luiz Verani
Depizzolatti, a diretoria da Fundação.
O NOVO MANDATO NA EEI:
O COMEÇO DA PÓS-GRADUAÇÃO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Os primeiros professores-visitantes
Os primeiros alunos
Dissabores
A Sub-Comissão Geral de
Investigações de Santa Catarina
pessoais naquela cidade. Em 1968, havia ido duas vezes a Porto Ale-
gre, no início e no fim do ano, por conta da UFSC, com o objetivo de
tratar de assuntos de sua função acadêmica. Outras duas vezes tinha
ido por conta própria, muito embora tenha dedicado bom tempo de
sua estada naquela cidade ao tratamento de assuntos profissionais. A
essas e às demais perguntas, Stemmer respondeu da forma mais do-
cumentada que lhe foi possível, e entregou o questionário respondi-
do diretamente ao comandante. Este disse que iria examinar as res-
postas, mas que Stemmer não se preocupasse: já havia mandado in-
vestigar sua vida privada, verificando que morava em casa alugada,
que tinha um fusca velho que trouxera de Porto Alegre, que não leva-
va vida dissipada.
O guarda da esquina
Efetivação da justiça
A Reforma Universitária
A expansão da pós-graduação
para além do Centro Tecnológico
Realização e resultados do
Simpósio Nacional de Engenharia Mecânica
8 Lamentavelmente, esta prática veio a ser rompida duas décadas depois, sendo
hoje freqüentes os casos de alunos que realizam o estágio supervisionado após
terem cursado todas as disciplinas do curso.
Caspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia
Os convênios do café
Construções
Da candidatura à nomeação
1 Duas semanas antes da posse de Stemmer, retornei de Londres, com meu título
de doutor. Ao desembarcar do avião, em Florianópolis, foi-me comunicado
que iria ser designado chefe do Departamento de Engenharia Mecânica e
coordenador do curso de Pós-gruduação em Engenharia Mecânica, uma acu-
mulação que Stemmer pretendia adotar como regra, mas que teve curta dura-
ção, pois os designados foram gradativamente solicitando demissão de algum
dos cargos. Ao que me consta, fui o único a não fazê-lo.
2 Este discurso foi oportunamente resenhado, ao ensejo das comemorações dos
40 anos da UFSC, pelo Prof. Oswaldo Furlan, em artigo que o Jornal Univer-
sitário da UFSC publicou. Furlan, depois de ter referido as maiores realiza-
ções da administração de Stemmer, a quem tinha entrevistado, estendeu-se na
resenha. Em conclusão, afirma que Stemmer implementou quase todos os
numerosos e arrojados projetos então anunciados. A gestão Stemmer ficaria
"na história como pujante, progressista e crucial para o status atual da UFSC"
como centro de excelência.
Cf. Oswaldo Antônio Furlan, "Projeto administrativo avançado e exitoso",
Jornal Universitário, Florianópolis, Vol. 12, n. 354, abril 2002, p. 16.
Arno fites
O credo de Stemmer''
Pessoal docente
Corpo discente
Pós-graduação
Viagem
10 Anos mais tarde, voltaria a trabalhar com o Prof. Ruy Vieira, (mando integra-
mos a Comissão de Especialistas de Ensino de Engenharia da SESu/MEC.
11 De minha parte, não pude deixar de sentir certo orgulho ao constatar que a
pós-graduação em Engenharia Mecânica da UFSC viria a ser credenciada antes
de sua congênere da Coppe-ÜFRJ. Duplo orgulho: eu tinha feito parte da
Comissão Verificadora do CFE, cujo parecer finalmente levou ao credencia-
mento o curso onde eu fizera o Mestrado.
Gaspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia
Os colégios
ponsabilidade que a UFSC tinha para com seus alunos. A Profa. Herta
Kieser, diretora do colégio à época, lembra que, ao solicitar a com-
pra de uma máquina de costura para atender a necessidades do ensi-
no profissionalizante, Stemmer chamou-a e perguntou onde ficaria a
máquina. Não se satisfazendo com a resposta, dirigiu-se ao colégio,
observou o local e vetou-o: a iluminação ali era insuficiente. Alguns
dias após, destinou uma das casas obtidas em permuta na periferia
do campus às aulas de Iniciação ao Trabalho.
Ao atender a ponderações de ordem pedagógica, a escolha dos
alunos passou do sistema de provas - que privilegiava os mais bem
dotados - à seleção por sorteio; finalmente, atendendo a pedidos das
associações de professores e de servidores da UFSC, foram reservadas
vagas prioritariamente para filhos de funcionários da UFSC.14 Foram
estipuladas normas para assegurar vagas em proporções adequadas
para filhos de servidores modestos, de servidores qualificados e de
docentes, atendendo simultaneamente à justiça social e à heteroge-
neidade requerida para reproduzir, no "laboratório", as condições de
ensino nas escolas.15
Foram, ainda, implantadas as quatro primeiras séries do lº grau e
introduzida a profissionalização no 2- grau, adaptando o colégio às
normais legais então vigentes. Instalada a creche, a UFSC passou a
atender a todos os níveis de ensino: do maternal ao doutorado.
O colégio de aplicação, porém, necessitava de prédio próprio e con-
dizente com sua finalidade. Stemmer ainda chegou a obter os recursos
iniciais para a sua construção da Secretaria de 1ºe 2º Graus do MEC.
14 Este critério funcionou durante mais de uma década, vindo a ser derrubado na
Justiça por uma ação judicial movida por elementos externos à universidade.
É minha opinião que a administração da época não se esforçou suficiente-
mente para preservar este benefício colateral dos funcionários.
15 A Profa. Herta Kieser lembra que a medida desencadeou uma pequena reação
em cadeia: face à nova composição do alunado, o colégio teria de implantar
a merenda escolar; esta exigia instalações adequadas...
Arno fitos
A Biblioteca Universitária
A Fapeu
Em 1979, funcionavam na UFSC 14 cursos de pós-graduação, abri-
gando mais de 800 novos alunos. No mesmo ano, foram defendidas
cerca de 100 dissertações. A pesquisa, aos poucos, institucionalizava-
se. Com honrosas exceções, os pesquisadores, por mais competentes
que fossem em suas respectivas áreas, não estavam acostumados a sair
à cata de recursos nas agências de fomento e, em muitos casos, não
sabiam propriamente como fazê-lo. Stemmer, refletindo a experiência
que já trazia do Centro Tecnológico e o conhecimento da realidade que
lhe era relatada por Paulino Vandresen, entendeu que era necessário
dar-lhes apoio logístico na elaboração de projetos, zelar pelo bom
nível destes e encaminhá-los a instituições pertinentes, das quais se
poderia esperar financiamento. Assim sendo, criou, em 28 de setem-
bro de 1977, a Fundação de Amparo à Pesquisa e à Extensão Universi-
tárias - Fapeu. Essa fundação, devidamente organizada e instituciona-
lizada, assumiu as tarefas de apoiar a elaboração dos projetos de pes-
quisa, em seus aspectos formais; contatar instituições interessadas no
objetivo do projeto e obter financiamento para o mesmo; e realizar as
tarefas burocráticas de datilografia dos relatórios, classificação das
despesas, coleta de preços, aquisição de materiais, preparação de
prestações de contas e realização de outras tarefas correlatas.
No período 1977-1979, a Fapeu preparou mais de 150 projetos,
captando Cr$ 247 milhões. Tornou-se responsável pelo gerenciamen-
to de importantes programas de pesquisa desenvolvidos na UFSC: plan-
tas medicinais, nativas florestais, criação de peixes e camarões, recu-
peração e utilização da ilha de Anhatomirim.
O Hospital Universitário
operar o hospital, com seus 320 leitos. Algumas boas notícias trouxe-
ram alento: o Premesu repassou um equipamento de raios X e alguns
microscópios do leste europeu; o Inamps prometeu uma ambulân-
cia. A universidade e a Comissão de Implantação do Hospital Univer-
sitário foram à imprensa, que logo abraçou a causa. Os estudantes
puseram-se em campo. O governador do estado, o presidente da As-
sembléia Legislativa, deputados (estaduais e federais) e vereadores
tomaram partido em favor do hospital.
Quando Jair Soares, ministro da Previdência e da Assistência So-
cial, veio a Florianópolis, os estudantes o receberam com faixas e
cartazes, entregaram-lhe uma carta reivindicatória e o convidaram a
visitar as obras. Ele se declarou aliado. João José Cândido da Silva, da
Comissão de Implantação, conversou com Harry Graeff, presidente
do Inamps, sobre as necessidades de recursos para o início de funcio-
namento do hospital. Graeff admitiu a possibilidade de adiantar Cr$
44 milhões, pelo Inamps, que seriam ressarcidos em parcelas suaves,
através da prestação de serviços, quando o hospital estivesse funcio-
nando. Transmitiu esta sugestão ao ministro. E naquela tarde, em
concentração na Praça da Bandeira, este deu seu apoio à campanha e
garantiu recursos de Cr$ 44 milhões para o prosseguimento das obras
do hospital.
Esses recursos permitiram contratar os primeiros servidores e a
execução de uma série de obras de infra-estrutura. Mas muito mais se
fazia necessário. Aviso do novo ministro da Educação à Seplan, em
maio de 1979, pedia recursos para a conclusão dos quatro hospitais,
inclusive 75 milhões para a UFSC. Então já se vivia em clima de aber-
tura do regime militar, o que sugeria uma solução política. A banca-
da catarinense na Câmara Federal foi acionada: visitou, sucessiva-
mente, os ministros da Fazenda, da Saúde e da Educação, enfatizando
o interesse na conclusão do Hospital Universitário. Afinal, juntamen-
te com o governador do estado, Jorge Bornhausen, dirigiu-se ao mi-
nistro do Planejamento, Antônio Delfim Neto, que cedeu em parte:
Caspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia
O Jornal Universitário
A ilha de Anhatomirim
A Imprensa Universitária
e as atividades editoriais
O Restaurante Universitário
21 Foi a semente. Na gestão seguinte, Silvio Coelho dos Santos criou a Editora da
UFSC, hoje uma das mais dinâmicas editoras universitárias do país.
Arno Blass
Contraponto
A manhã seguinte
Comissão de Avaliação do
Programa Nuclear Brasileiro
Na Secretaria de Transportes
e Obras de Santa Catarina
1 De sua passagem pela WEG e pela UFSC, Stemmer falou à Gazeta Mercantil,
que lhe dedicou a página "Personalidade", na edição de 26 fev 2002, p. 4.
Gaspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia
Diretoria de Coordenação
de Programas da SCT - Decop
O Tecnópolis
Novamente no MCT
de que discorda. Aquilo em que ele acredita, ele realiza. Isto foi, a
seu tempo, fundamental para a Engenharia e, depois, para toda a
universidade. A marca de Stemmer na universidade é muito gran-
de, e também fora dela. No Premesu, ele acreditava no programa
de equipamentos e de construções. E nas várias funções que de-
sempenhou no MEC e no MCT, sempre agiu da mesma forma.1
E menciona um exemplo de extrema relevância:
Lembro, quando eu estava na SESu, a questão da Lei das Funda-
ções.2 Sendo ele secretário executivo do MCT, fomos ambos ao
Congresso discutir com os partidos, com o relator, com as lideran-
ças políticas [o projeto de lei] para a institucionalização das funda-
ções. Toda aquela lei tem uma participação muito grande nossa.
Inclusive uma das soluções para evitar que as fundações perdes-
sem sua finalidade, como já aconteceu, foi que houvesse um cre-
denciamento pelo MEC e pelo MCT, pela SESu e pela Sedec, que até
hoje permanece. Então, a influência de Stemmer foi muito grande;
ele deu uma contribuição não só local, mas nacional, e de suporte;
quer dizer, não foi uma pessoa que teorizou sobre a pós-gradua-
ção, mas foi a pessoa que fez, que deu o apoio que a situação
exigia.1
José Israel Vargas ressalta o amor que Stemmer tem mostrado pela
natureza, que traduziu ao longo de sua vida na atenção que tem dis-
Caspar Erich Stemmer - Administração, ciência e tecnologia
ICONOGRAFIA
Foto 3 - Posse de Gaspar Erich Stemmer como Reitor da UFSC em 5 de maio de 1976. A sua
esquerda aparecem: o reitor Roberto Mündell de Lacerda, o governador do estado de Santa
Catarina, Antônio Carlos Konder Reis, o professor Darcy Closs, representando o ministro da
Educação. À direita, o vice-govemador Marcos Büchele e o secretario estadual da Educação.
Antero Nercolini. Na extrema esquerda, o então prefeito de Florianópolis, Esperidião Amin
Helou Amin Filho.
UFRGS - Universidade Federal do Rio Gran- Usaid - Agência dos Estados Unidos para o
de do Sul. Desenvolvimento Internacional.
Helena Bomeny
Arno Blass