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MINISTÉRIO PASTORAL
CONTEÚDO PROGRAMATICO
1. O MINISTÉRIO PASTORAL
2. O PERFIL DO PASTOR
3. O/A PASTOR\A: ASPECTOS PESSOAIS E SEU RELACIONAMENTO
COM A COMUNIDADE
4. ÉTICA PASTORAL COMO FRUTO DA VOCAÇÃO
5. DESAFIOS PASTORAIS
6. DIRETRIZES PARA UM MINISTÉRIO EFICAZ
7. A TAREFA PASTORAL NUMA IGREJA DE DONS E MINISTÉRIO
8. DESAFIOS PASTORAL NA IGREJA LOCAL
9. A RELEVÂNCIA E A EFICIÊNCIA DA FIGURA PASTORAL
AVALIAÇÃO
Pontuando:
Quais são os desafios do autor para sua vida como futuro pastor/a? 2 pontos
I - O MINISTÉRIO PASTORAL
F – Fazer o trabalho do apóstolo, profeta, evangelista e Mestre – Efésios 4:11; Atos 20:28
1.1 – O Modelo do/a Pastor/a é o próprio Jesus Cristo em seu Ministério como Profeta,
Sacerdote e Rei.
1.2 – O perfil do/a Pastor/a deve subordinar-se à busca que, como ministro, deve fazer da
vontade de Deus para sua pessoa e ministério.
1.3 – Deve ser pronto/a e submisso/a a aceitar a vontade de Deus e a obedecer à autoridade
eclesiástica.
1.4 – Deve ter claramente diante de si qual é a Missão da Igreja, dentro do reino de Deus, e
quais as prioridades que a Igreja Metodista deve destacar dentro da Missão de acordo com
as necessidade e realidades atuais.
1.5 – Deve ser um/a vocacionado/a, isto é, autêntico, consciente de sue chamado,
evangelista, versátil, espiritual. Deve apresentar coerência entre o que fala e faz. Deve ter
responsabilidade.
2.1 – Deve valorizar e orientar a Igreja sobre o significativo da liturgia e dos símbolos da
Igreja Cristã.
2.2 – Deve adequar sua linguagem ao ambiente em que se vai comunicar o evangelho.
2.3 – Deve ser cuidadoso/a com sua aparência - que não é o aspecto mais importante. Neste
sentido dever usar o bom senso e lembrar que o aspecto externo deve estar subordinado ao
aspecto interno.
2.4 – Deve ter zelo nos seus procedimentos. Deve cultivar a prática das virtudes cristãs. Sua
ética deve basear-se no profundo respeito à vida e na Bíblia.
2.5 – Não deve “invadir” a seara alheia, ou seja, a igreja do seu colega.
2.6 – A definição do perfil do/a pastora/a, depende também, da reposta a esta questão: que
tipo de pastor/a a igreja precisa hoje?
2.9 – Deve amar aqueles que estão sob sua responsabilidade pastoral. Acompanhar-lhes em
suas dores, provações e alegrias.
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2.10 – Deve ter certa visão administrativa e jurídica para a melhor condução dos assuntos da
igreja. Inclusive, conhecer a fundo os Cânones da Igreja Metodista.
2 – Vida abundante de amor, amor como vínculo de perfeição. Habilidade em repartir seu
tempo.
11 – Ser estudioso da vida espiritual, aplicando mais de seu tempo no crescimento de sua
espiritualidade do que em atividades administrativas; desenvolver atividades de clínica
pastoral.
14 – Pastor/a imparcial.
15 – Pastor/a que ensina, corrige, cobra trabalhos, que seja meigo/a e compreensivo/a.
17 – Pastor/a perdoador/a.
(Documento extraído de Atas, Registros e Documentos do XXII Concílio Regional da 3ª Região Eclesiástica,
São Paulo , 1981, p. 65-66).
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III.II – HABILIDADES - Também se espera que o/a pastor/a tenha inúmeras habilidades.
Tentar mostrar habilidade e talento para com a sua igreja sendo ao mesmo tempo pastor/a,
professor, pregador, administrador, conselheiro, evangelista e mais uma porção de coisas,
pode ser tentador e ter suas recompensas. No entanto, a própria Bíblia nos ensina que cada
cristão possui dons, mas nenhum possui todos. Muitas vezes, o que leva o pastor o assumir
todas estas responsabilidades, está dentro dele mesmo - o seu ego ideal não lhe permite
erros ou fala de habilidade. Suas inseguranças pessoais, não tratadas devidamente, levam-no
a assumir mais do que deve e isto certamente tem o seu preço com o passar dos anos. Não
são poucos os pastores hoje que estão sofrendo grave depressão e outros problemas de saúde
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ligados ao desgaste emocional que isto acarreta. Os sinais que o corpo e a mente estão
emitindo, avisando que alguma coisa está errada, muitas são ignorados.
III.V – RENÚNCIA AOS BENS MATERIAIS – Esta é uma idéia bem arraigada na
maioria das igrejas e aceita até mesmo pelos/as pastores/as. Eles sabem que terão de “viver
pela fé”. Um/a pastor/a próspero não é visto com bons olhos. É preciso que o/a pastor/a
aprenda a manejar bem o dinheiro e, se preciso, busque ajuda especializada neste sentido.
Além destas expectativas e, muitas vezes, por causa delas há um número de pastores/as que
se deparam com situações dolorosas e complexas tais como: isolamento e solidão,
hostilidade reprimida, sensação de fracasso e inadequação, insegurança no trabalho (medo
de perder o “emprego”) além da confusão de papéis. Como pastores/as bem sucedidos/as
lidam com este conflito? Como se libertam dessas situações opressivas, escravizantes?
1 – Reconhecendo suas emoções. Não mais negando, racionalizando ou reprimindo
sentimentos de fracasso e insegurança, raiva, medo, depressão, amor, etc.
2 – Expressando suas emoções de forma adequada. Não mais encarar isto como sinal
de fraqueza mas sim de força.
3 – Aliviando o peso. Tirando tempo para si mesmo, para a família, para o lazer, para
atividades fora da igreja sem sentimentos de culpa e sem aceitar demasiadas cobranças por
parte da igreja.
4 – Compreendendo o seu próprio valor. Fazendo um inventário honesto de suas
capacidades e habilidades e colocando-se em equilíbrio sem tentar fazer o que não pode,
mas fazendo bem o que sabe.
5 – Estabelecendo prioridades. E vivendo de acordo com elas.
Enfim, o/a pastor/a, este/a que está sempre ajudando e aconselhando outros, pode e
deve procurar ajuda especializada (psicólogo cristão, conselheiro) par si mesmo. Pode
também formar grupos de vivência com outros/as pastores/as onde tenha oportunidade de
falar abertamente de suas lutas e dificuldades. Pode, também providenciar ajuda para seu
cônjuge e filhos que, muitas vezes também, carregam fardos desnecessários.
“Aprendei de mim” disse o Senhor Jesus, “porque o meu fardo é leve e o meu jugo
suave”. Isto também é verdade para os/as pastores/as.
Fonte: KLASSEN, Eleni de Campos. Persona Pastoral e Pessoa, boletim de Psicoteologia – Corpo de
Psicólogos e Psiquiatras Cristãos 9CPPC), ANO 7, N° 16. JULHO DE 1994, P. 5-6.
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1.1 – O Conhecimento em si
2. O Conhecimento da Congregação
bem diferente de uma atitude democrática consciente). Assim o apoio que o grupo lhe dá
compensa sua insegurança diante de seu papel e dá oportunidade ao grupo de realizar seu
desejo de poder.
Outro aspecto que, embora esteja intimamente ligado aos anteriores, merece
destaque, devido à sua importância, e, diz respeito às imagens idealizadas que a
Congregação pode ter do/a pastor/a. imagens que tornam-se um pesado fardo quando o
obreiro, ao assumir a postura de cristão ideal que a Congregação lhe atribui, passa agir de
acordo com as expectativas que ele pensa que os outros tem a seu respeito. Contribuindo
assim para a manutenção desta imagem ele desumaniza-se. Pressionado a não viver a sua
humanidade, nega seu cansaço, seu sofrimento, descuida de aspectos importantes da sua
vida e submete-se em nome da “Obra do Senhor” ( e de acordo com a sua visão de
ministério) a um ativismo que pode leva-lo a uma vida extremamente solitária. Embora
cercado de tantos irmãos e irmãs, sente-se impedido de expressar seus autênticos
sentimentos e sua vida diante deles.
Os problemas familiares de pastores/as são muito ilustrativos neste aspecto. Elevados
ao papel de “super-homens/super-mulheres” ou de “homens/mulheres espirituais” procuram
atender a todas as necessidades da Igreja, menos as de si mesmo e de sua família. Raramente
há tempo para estar só, meditar, estar com a família. E muitas vezes o que se vive nestes
raros momentos juntos é a ansiedade de ter que ordenar e disciplinar a família em função da
expectativa que a igreja tem (ou que se pensa que tem) sobre ela.
Perde-se então as ocasiões de viver descontraidamente o amor e a das pessoas da
própria casa.
Vendo o problema de um outro lado pode ser que esta ausência da família esteja
ligada a dificuldades pessoais de relacionamento que conduzem então o/a pastor/a, ou
qualquer pessoa, a mergulhar no se trabalho como uma forma (inconsciente) de não ter
tempo para estar em casa e enfrentar os limites de sua própria personalidade, sua família,
nesta complexa, rica e delicada experiência que é o relacionamento humano.
5– Conclusão e Sugestões
Por este pequeno esboço do Relacionamento pastor/a-igreja fica claro que o tema não
é simples. Envolve todas as sutilezas e nuances que estão presentes nas pessoas e suas
relações certamente não será somente a capacidade que tenhamos de analisá-lo, entende-lo e
propor alternativas que fará com que seja depurado e possa promover um verdadeiro
crescimento da Igreja. Isto seria reduzir a Igreja a uma instituição ou grupo meramente de
origem e propósitos humanos.
Acima de qualquer conhecimento está a Graça de Deus e seu espírito que impulsiona
a Igreja para os propósitos que Ele mesmo estabeleceu para ela. Se, porém, a Igreja deixar a
margem o conhecimento e considera-lo secundário para seu crescimento, estará incorrendo
em erro contra si própria. O conhecimento, em última análise provém de Deus e a
consciência e preocupação que se tem em determinados momentos históricos com aspectos
da igreja pode ter sua origem no próprio Espírito de Deus orientando a Igreja para questões
que ela deve dar atenção.
Neste espírito, algumas propostas de trabalho que visem cuidar do relacionamento
do/a pastor/a com a Congregação e consigo mesmo podem ser sugeridas:
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Há de se ter respeito para com a igreja local, sua história, o ministério pastoral dos
seus antecessores, a consideração com os posicionamentos, o seu passado,, suas tradições,
suas realizações. Não pode o/a pastor/a “jogar” para fora toda uma história ou um passado.
Ele há de respeitar e valorizar tudo o que tem sido feito.
É comum, muitas vezes, o/a pastor/a jogar suas preocupações, tendências e
frustrações sobre a igreja local. Nem através do púlpito, nem como através do
relacionamento pessoal ou com grupos da igreja, deve o/a pastor/a fazer transparecer esta
atitude. Há de se ter o cuidado e muito tato no relacionamento humano com as pessoas,
grupos e igrejas em geral. A falta deste tato e relacionamento é a causa de muitos
transtornos e problemas na interação do/a pastor/a com a igreja ou parte dela.
A igreja local como comunidade total não pode receber a carga problemática
individual de seus membros. É falta de ética pastoral lançar situações e os problemas dos
membros e seus familiares sobre a igreja como um todo. Estas situações e problemas são de
foro íntimo e merecem respeito, sigilo e ponderação.
Ao mudarmos de igreja carecemos de respeitar tanto as nossas igrejas anteriores
como também a nova igreja. Evitemos falar ou fazer projeção de umas sobre as outras.
A família do/a pastor/a deve ser uma prioridade no seu ministério. A falta desta
consideração e no atendimento das responsabilidade do/a pastor/a para com o seu lar tem
produzido grandes desajustes e problemas em sua família. /
É falta de ética lançar sobre a família, principalmente sobre os filhos e filhas, as
tensões e as angústias do ministério. Isto tem contribuído para o afastamento de muitos da
comunhão com Deus e com a Igreja, levando-os a deixarem sua vivência na fé.
Muitos assuntos e situações soa de foro íntimo do/a pastor/a e dos membros que o
procuram. Levar estes problemas e situações ao cônjuge, aos filhos e filhas, ou outras
pessoas, seria falta de respeito e ética por parte do/a pastor/a; acontecimentos que tem sido
caracterizado, muitas vezes, e que tem atrapalhado o relacionamento do/a pastor/a com a sua
comunidade. Por falta deste tato muitas pessoas não tem confiado e buscado a orientação
pastoral.
Tem havido muitas crises e tensões no relacionamento da família do/a pastor/a. todo
cuidado deve ser tomado pra que se evite demasiadamente estas tensões. Expectativas
exageradas da parte da família para com o/a pastor/a e vice-versa tem trazido um clima de
tensão.
A família do/a pastor/a é uma família que vive as mesmas situações e tensões das
outras famílias. Muitas vezes a igreja local traz sobre si expectativas demasiadas sobre os
membros da família pastoral; esposa/esposo, filhos/filhas, etc. estas expectativas deverão
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ser corrigidas com cuidado e tato, evitando com isto frustrações, maiores tensões, desajustes
familiares e tensão entre a igreja e os familiares.
Como uma atitude de respeito e ética, o/a pastor/a não deve lançar sobre a sua família as
tensões percebidas por ele ou ela, existe entre a igreja e a mesma. Esta atitude de “leva e
traz” somente agrava a situação.
Um grande respeito deve existir da parte do/a pastor/a para com as famílias da Igreja.
Ele/a deverá conhecê-la e para tal visita-las; assisti-las e acompanha-las; conviver com elas
e receber delas confiança e acatamento.
O/A pastor/a deve respeitar a vivência e a intimidade da vida familiar. Não é por ser
pastor/a e por ter liberdade para com as famílias, que ele/a deixará de respeitar a intimidade
familiar. Ele/a deve ser um elemento de integração na vida familiar e não de desintegração.
A ética pastoral no relacionamento com as famílias da igreja o levará a ter cuidado
no expressar de sentimentos, atitudes e emoções que as famílias e seus membros tem uns
para com os outros. Não se pode ter atitudes parciais, ser canal de informações, boatos e
“disse-que-disse”. Este leva e traz é um grande e grave empecilho na vida comunitária da
igreja. Mesmo quando o/a pastor/a perceber situações difíceis, discriminações, amarguras,
ressentimentos e outros sentimentos e atitudes, da parte dos membros e entre si, ele/a deve
ser um elemento de reconciliação, ajuste e integração. Estas situações nunca devem ser
levadas para o púlpito.
Na visitação pastoral o/a pastor/a deve atender seus membros em suas realidades,
necessidades, acompanhando-os em seus momentos de vitória e crises; visitando-os visando
conhece-los, integrar-se com eles, fazendo isto para todos, não sendo discriminatórios,
dando a devida atenção a todos e evitando atenções demasiadas para uns e falta de atenção
para outros.
Chamamos aqui a atenção para dois tipos de relacionamento do/a pastor/a com
relação às autoridades:
1 – relacionamento com as autoridades eclesiásticas;
2 – relacionamento com as autoridades seculares.
Não se deve discutir o princípio da autoridade. Deve ser alvo de nosso diálogo e
obediência à mesma. A Igreja Metodista enfrentará problemas gravíssimos sem este
princípio de autoridade; mas, em que termos devemos vivenciá-lo levando em consideração
as novas situações vividas pelos/as pastores/as, hoje? Não seria o diluir da autoridade
episcopal fruto do conflito entre a constituição da Igreja, cujo governo é episcopal e a
estrutura canônica, com características híbridas do regime metodista?
No que se refere ao relacionamento com as autoridades seculares permanecem
algumas das razões que tem influenciado no declínio de autoridade oficial. Muitos de nós,
tentando justificar uma obediência indiscutível, vão ao Novo Testamento buscar a base para
isso, citando Romanos 13:1 “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque
não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele
instituídas.” Primeiro é bom lembrar que os cristãos esperavam a segunda vinda de Cristo
para aqueles dias. Segundo, os cristãos por serem um pequeno grupo, sem nenhuma
possibilidade de influenciar politicamente o todo, não lhe restava outra alternativa a não ser
a obediência indiscutível. Mas mesmo assim, vemos a sugestão à desobediência quando a fé
no Deus vivo corre perigo. Terceiro, serão todos os governos modernamente instituídos por
Deus? Será que os grandes vilões da história política mundial, chegaram ao poder pela
vontade divina? Quarto: devemos obedecer a uma autoridade que protege os privilegiados,
isto é, exerce o poder para manter privilégios? Devemos obedecer irrestritamente a uma
autoridade que não consegue diminuir o avanço da injustiça social? Ou devemos nos
preparar para exercer uma função crítica consciente, correndo certos fiscos?
O/A pastor/a Metodista são obreiros da Igreja, fiéis em sua conduta pessoal e
familiar, irrepreensíveis em sua conduta ética no relacionamento dentro da comunidade
eclesial e de onde a Igreja está inserida, fiéis, na aplicação disciplinar e doutrinária da Igreja,
obediente em amor e sues superiores e amorosos na aplicação disciplinar, administrativa e
pastoral para com seus subordinados, fiéis e jamais buscando posições de privilégio dentro
da Instituição Eclesiástica em detrimento dos cristãos metodistas e dos colegas.
Fonte: Ênfases Metodistas no Ministério Pastoral, Série “Documentos” – 1, Igreja Metodista/Conselho Geral,
SP: Imprensa Metodista, 1980, capítulo IV, p. 51-61.
5 – DESAFIOS PASTORAIS
O/A PASTOR/A E SUA FAMÍLIA
Vivemos nos dias de hoje no meio de tensões e expectativas das mais diversas. Elas
afetam a vida das pessoas, seus relacionamento, a sua maneira de ser, de viver e de
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expressara as suas convicções, os seus valores, a sua vocação e a sua vivência pessoal,
familiar, religiosa e social.
Nos tempos atuais, um dos grandes motivadores da vida é o que chamamos “ter
coisas,possuí-las.”
O ter está acima do ser pessoa. Junto desse apelo, está o chamado ao “fazer, realizar”. Em
outras palavras a “compulsão pelo de empenho”. Ser pessoa, ter relacionamentos, expressar
afetividades, desenvolver valores são deixados em segundo plano. O evangelho coloca como
prioridade o ”ser pessoa e o ter relacionamentos”, fundamentados no amor, na afetividade,
na intimidade e na comunhão. Isso em todas as dimensões com Deus, consigo próprio, nos
relacionamentos com as pessoas, na vida familiar, na vivência religiosa e nas expressões
vocacional, profissional e social.
O contexto social em que vivemos tem afetado diretamente o/a pastor/a e a sua família. A
temática O/A pastor/a e a sua família é demasiadamente amplo. Tem aspectos e múltiplas
facetas. Nos dias de hoje, exigiria de todos nós um esforço concentrado visando analisar,
sob todos os aspectos, essa realidade em que nos encontramos. Infelizmente, no momento
buscando atender ao objetivo proposto, iremos considerar apenas, e de forma genérica,
alguns dos aspectos e dos componentes aqui presentes. Se conseguirmos nos despertar para
a urgência e a necessidade de levar a sério essa questão e começarmos a tomar algumas
providências, em níveis pessoal, familiar e institucional, isso nos levará a alcançar o objetivo
estabelecido para o momento.
A Bíblia nos apresenta uma visão bem ampla a respeito da figura do/a pastor/a. há
uma série de textos que nos dão diversos referenciais. Vejamos alguns:
No evangelho de João – Jesus cumpre essa visão.ele torna-se o bom pastor, amando-
as, conhecendo-as, servindo-as, guiando-as e dando a vida por elas (João 10:7-18).
Como destaque, podemos citar a orientação pastoral que Paulo dá a seu colaborador
Timóteo. Em I Timóteo 4:1-5, vemos algumas recomendações específicas. Dentre elas,
destacamos o verso 16: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.”
De certa forma, temos procurado dar ênfase ao cuidado doutrinário. Mesmo assim,
isso tem sido feito de forma descuidada. Contudo, o cuidar de nós mesmo tem sido deixado
de lado.
1 - CUIDANDO DE SI MESMO
Cuidar de si mesmo, na vida pastoral, torna-se o grande desafio para todos nós. Esse
cuidado é bem abrangente. Diz respeito a todos os aspectos pessoais presentes em nossas
vidas, a todos os componentes do nosso ser, aos relacionamentos que mantemos com as
pessoas, com a igreja e com a sociedade, a vida familiar, em todos os seus aspectos, ao
relacionamento pessoal com Deus, através de nossa vivência cúltica e devocional, do nosso
ministério e do testemunho dado pelo nosso viver.
Somos seres com características biológicas, psicológicas, dentre elas destacamos os
aspectos mentais, emocionais, sociais (relacionamo-nos com pessoas). Éticas morais e
espirituais. A totalidade do nosso ser, com seus valores, seu histórico, sua formação seu
temperamento, caráter e personalidade devem ser alcançados e trabalhados pela graça a de
Deus.
Temos que reconhecer que somos seres humanos e não super-seres ou anjos. Deus
nos constituiu com valores, possibilidades e potencialidades. Com o decorrer do tempo,
fragilidades foram anexadas às nossas vidas. Carecemos dos cuidados humano e divino
destinado a todo o nosso ser, em especial, às diversas áreas de nosso viver, dentre elas a vida
familiar. Somos chamados a reconhecer os nossos valores e as nossas debilidades e buscar,
no Senhor, na vivência interpessoal, comunitária e nos recursos humanos e sociais, as forças
e as condições necessários visando o aprimoramento de nossas vidas e de nossos
relacionamentos.
1 – Deus
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2 – Família
3 – Ministério
4 – Igreja
5 – Sociedade
O Pr. Jaime Kemp, da Sepal, em seus estudos e livros, tem apresentado uma relação
próxima a essa, mas um pouco diferenciada:
1 – Deus
2 – Pessoas - antes do que Coisas
3 – Família – antes do que a Igreja
4 – Esposa/o – antes do que os filhos
5 - Filhos – antes do que amigos
6 – Cônjuge - antes de si mesmo
7 – Espírito – antes do que matéria
Num primeiro momento, essas duas colocações nos chocam, tendo em vista as
prioridades que temos estabelecido para as nossas vidas, em especial, para o nosso
ministério pastoral.
3 – ANÁLIES DA CRISES
Ao fazer uma análise das crises nas vidas das pessoas e de seus relacionamentos,
ocorreu a seguinte classificação:
Qualquer natureza que seja a origem ou o âmbito de uma crise, as vivências familiar
e relacional são afetadas.
4 – PERSONAGEM OU PESSOA
Esse é o grande dilema presente na sociedade moderna. O ser humano é “coisa”, “número”,
“objeto”, “personagem”, e uma série de outras coisas, menos pessoas.
Cumprimos determinados papéis na sociedade. Somos cobrados a partir do
desempenho de nossos papéis. A pressão pelo desempenho predomina, hoje, criando
angústias, tensões, desajustes de todos os tipos. Mediante uma diversidade de expectativas,
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tenho que desempenhar determinados papéis do/a pastor/a, do/a líder, do/a esposo/a, do/a
pai/mãe, do/a cidadão/ã, familiar, amigo, etc. mediante os valores de nossa sociedade, esse
desempenho requer reconhecimento, sucesso, conquistas, crescimento, qualidade. Somos
uma peça importante no esquema social ou eclesial. Se satisfizermos as expectativas e
tivermos sucesso, tudo bem. Se não, seremos questionados, pressionados, marginalizados e
descartados, afinal, vivemos numa sociedade de “descartes”.
A grande tensão existente em nós, entre nós e através de nós é o da definição do que
somos: pessoa ou personagem. O evangelho revaloriza e recoloca a posição da pessoa,
acima da personagem. Inúmeros exemplos encontramos a esse respeito, em especial a da
mulher samaritana, citada por João, no capítulo 4.a sociedade a trata como uma personagem
cheia de discriminação: sexista, social, moral, religiosa, racial, cultural. Jesus, no seu
processo de restauração, dialoga com ela, através do processo de acolhimento e
reconhecimento do seu valor como pessoa. O relacionamento com Jesus retira dela o seu
papel de personagem, restaurando nela o sentido de pessoa.
Na vida pastoral, eclesial, familiar e social estamos necessitando dessa restauração –
inclusive na vida das famílias pastorais,na qual as pessoas são mais personagens do que
outra coisa: o/a pastor/a, o/a esposo/a do pastor/a, o/a filho/a cobrando de todos a
correspondência das mais diversas expectativas. Isso acontece não somente da parte da
igreja, mas dos elementos componentes da própria família pastoral.
5 – SUCESSO OU FIDELIDADE
Por mais que tudo isso possa nos aparecer sem relevância, a verdade é que essa
questão tem afetado diretamente a vida do ministério pastoral,da missão da igreja e dos
relacionamentos encontrados na família pastoral.
Como pessoas, fugimos das tensões e das crises. Ambas nos amedrontam. Todavia, a
realidade em que vivemos indica que há sinais de crise em nós, na sociedade, na família, nos
relacionamentos humanos e em diversas áreas presentes na vida.
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Crise não significa falência ou morte. Ela pode indicar uma reação significativa, pois
sinaliza vida e vitalidades. Muitos têm afirmado que a crise é sinal de perigo, mas, acima de
tudo, de oportunidade, que nos leva a nos avaliar, a nos refazer, a nos reestruturar, a
redimensionar a vida. Nesse sentido, a crise torna-se um sinal de grande valor e importância
para todos nós.
Existem, nos dias de hoje, alguns núcleos de crise. Eles afetam a vida pessoal, pastoral,
social e familiar. Sinalizemos alguns de seus componentes:
1- Crise de identidade
2- Crise de intimidade
3- Crise de integridade
4- Crise de vocação
5- Crise de participação
6- Crise de relacionamentos
7- Crise de valores
• Há uma distância muito grande entre o que o meu esposo prega e a sua vida no seio
da família. O seu testemunho cristão não confere com aquilo que é pregado
dominicalmente.
• Não tenho um pai dentro de casa. Tenho um ditador ou impositor. Ele transfere sobre
nós as expectativas da igreja.
• Não nos considera como pessoas e nem está atento às nossas necessidades.
• Papai não me dá atenção. Sempre está ocupado demais para me considerar. Não
recebo dele nem carinho, nem amor e nem calor humano. Muitas vezes ele até é
violento comigo.
• Não há diálogo em casa. Reconheço que erro muitas vezes. Todavia, falta
compreensão, tolerância e perdão. Sou coagido em minhas decisões e ações. O
perfeccionismo inatingível de meu pai recai sobre a minha pessoa.
• Não me lembro de meu pai brincando comigo. Não há convivência mais íntima e
amorosa entre nós. Papai está sempre ocupado. Não há tempo para lazer, diálogo,
aconselhamento, carinho, férias.
• Gostaria de dar tempo para a minha família, mas a igreja exige muito de mim e o
pior é que os meus não entendem o meu drama.
• Minha esposa não me acompanha em nada. Ela é uma ausente em minha vida. Isso
me tem levado a buscar amizades e apoio em outras pessoas. Sei que estou em
perigo, mas o que fazer?
• Na igreja sou elogiado, bem tratado, amado, mas, em caa, nem considerado sou.
Quando estou meditando, orando ou estudando indagam-me se “estou fazendo
alguma coisa”. A natureza do meu trabalho pastoral nunca é entendida. Dificilmente
sou elogiado ou valorizado.
• Há uma frieza nos relacionamentos que tenho com os meus familiares. Estou
preocupado, pois sinto uma grande distância entre mim e minha esposa. Sei que isso
é um perigo para mim. Vivo aconselhando mulheres carentes e numa dessas posso
ser tentado.
• As pressões, exigências e múltiplas expectativas da igreja com o meu ministério e as
contínuas cobranças estão afetando a minha vida, os meus relacionamentos, a minha
comunhão com Deus e, especialmente, a minha vida familiar.
Em síntese, pode-se dizer, como o Pr. Jaime Kemp – em seu livro “Pastores em perigo”
– e outros estudiosos dizem, que os desajustes mais presentes são decorrentes de
“desentendimentos interpessoais, incluindo o uso do dinheiro, o pouco tempo dedicado à
família, o baixo nível salarial, sentimentos negativos e contínuas mágoas presentes,
diferenças de opinião sobre vários assuntos, inclusive a igreja e o ministério, ausência de
tempo para diálogo, comunhão, vida devocional e lazer, questões a respeito dos filhos, sua
educação, seus comportamentos da sexualidade, o trabalho da esposa/o fora de casa e os
reflexos disto para a vida familiar, inclusive sobrecarga de atribuições sobre a/o esposa/o, a
falta de sensibilidade para s areais necessidades da/o esposa/o, dos filhos e do próprio pai
(pastor/a), como privacidade, convivência, reconhecimento como pessoa, valor pessoal, de
espaço visando expressar-se, etc).
Um destaque especial deve ser dado à questão da saúde física, mental, emocional, das
enfermidades do/a pastor/a, dos/as cônjuges, dos/as filhos/as e demais familiares; e dos
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1 – necessidade fisiológica
Essas expectativas podem ter origem em diversas fontes:
1 – pessoais
2 – familiares
3 – eclesiais: igreja a que pertence
4 – comunidades de fé
5 – comunidades sociais
6 - conceitos de Deus
7 – vontade de Deus
8 – outras.
• Moisés – tem as expectativas de Deus para com ele, dele par com Deus, do povo
para com ele e com Deus e dele para com o povo. Se analisarmos Moisés e a sua
presença na história do povo de Israel, vamos perceber e compreender bem esse fato.
• Jonas – a não correspondência de suas expectativas missionárias com as
expectativas de Deus, leva-o a fugir, em vez de entrar num processo de
reestruturação e reavaliação.
• Jesus – o povo judeu tinha suas expectativas em relação ao Messias. Quem foi
correspondido aceitou-o. os que o rejeitaram, tiveram as suas expectativas frustrada.
Jesus tinha as suas expectativas para com Deus, o povo, o seu discipulado. O inverso
também ocorria.
• Percepção
Imagens geram idéias que geram a percepção. A percepção gera o conceito e, a partir
daqui, temos o nosso comportamento.
Percepção errada gera ações erradas ou inadequadas, por partir de compreensões ou
pressupostos diferenciados.
O que isso significa para a vivência pessoal, familiar, pastoral, eclesial e social?
Nos aspectos mentais, emocionais, psicológicos, sociais, econômicos e políticos
encontramos a questão da percepção.
Uma das percepções que temos, no que diz respeito a situação em que vivemos, é a de
que somos constantemente cobrados pelos diversos segmentos da vida humana e da
sociedade nos dias de hoje. A questão do desempenho é um fator determinante na
atualidade. Somos cobrados a partir do desempenho.
1 – sedução da agenda
2 – sedução do ativismo
3 – sedução pelo poder
4 – sedução pelo sucesso, nome e autoridade
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E LITORAL DO ESPÍRITO SANTO – IGREJA METODISTA
Essas seduções afetam não apenas a vida pessoal do/a pastor/a, mas todos os seus
níveis e relacionamentos familiar, social, eclesial. Dependendo do acatar ou não essas
seduções os/as pastores/as podem estar sujeitos a cair nas barras de ouro, barras da saia,
barras do sucesso, barras do poder, finalizando nas barras do tribunal.
Essas tentações e seduções podem gerar as mais diversas crises. Os esboços de crise
que podemos encontrar podem estar:
• Nas expectativas
• Na busca pelo sentido da vida e da vocação
• No anseio de encontrar a sua identidade
• Nas tensões interiores e exteriores
• No objetivo ministerial
• Na questão da integridade
• No sentido de auto-estima
• Na super-valorização pessoal ou comunitária
• Na sexualidade
• Nos relacionamento pessoais, inter-pessoais e familiares
• Nos valores pessoais e sociais
• Na vivência econômica e social
• Nas questões do temperamento e do caráter
• Na ausência de interação e integração sociais
• Nos alvos e objetivos estabelecidos para si
• Na frustração ministerial
• Nas questões da espiritualidade pessoal, familiar, eclesial
• Nos aspectos éticos e morais
• Outros.
A família pastoral
Sentimento de acolhimento
1 – Ser acolhido por Deus – aceitar o acolhimento do Senhor e de sua graça é fundamental à
vivência pessoal e familiar.
2 – Acolher-se a si mesmo é algo essencial para a comunhão consigo, com Deus e com os
outros. Isso requer um aprimoramento no conhecimento de nós mesmos e um trabalho
honesto e intensivo com respeito àquilo que nós somos.
3 – Acolher as outras pessoas e ser acolhidos por elas. Ampliar os níveis de conhecimento,
compreensão, aceitação, tolerância e apoio às outras pessoas. Da mesma forma, se acolhido
por elas no mesmo nível e dimensão.
4 – Ser colhido pela comunidade - pela Igreja e pelas igrejas. Diminuir as relações de tensão
pelo desempenho e ampliar os níveis de comunhão, de convivência e de relacionamento.
5 – O sentimento de acolhimento tem como ponto de referência a atitude evangélica havida
em Cristo. Ele nos acolheu, nos recebeu. Da mesma forma devemos “acolher uns aos
outros” conforme Cristo nos acolheu (Romanos 15:7).
Especial consideração deve ser dado aos lares desfeitos por morte, infidelidade e
separação e aos que estabeleceram novos casamentos.
6 – Prioridades familiares:
• Acerto entre agenda pastoral e familiar
• Dar tempo visando a convivência, o lazer semanal e as férias
• Relacionamento familiar em nível mais amplo: um dia por semana para a família,
uma noite para a esposa, momentos globais e individuais com os/as filhos/as.
• Estabelecer prioridades e metodologia na agenda: dias e horas, respeitando-os.
9 - Finanças
• A importância do orçamento elaborado
• Estabelecimento de prioridades, o cuidado com os gastos não básicos e com o cartão
de crédito, as prestações, dívidas, etc
• Estabelecimento de prioridades – evitar a compulsão pela compra
10 – Sexualidade:
• Expressar amor, afetividade, fidelidade e compromisso
• Ter cuidado com as tentações e seduções presentes na vivência pastoral e da/do
esposa/o
• Ter carinho, romantismo, relacionamento afetivo
• Partilhar o ser total
• Ter cuidado com a rotina, as seduções e os modismos.
11 – Igreja:
• Cuidados com as demandas e expectativas da igreja.
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Filhos/as de pastores/as:
São vistos, em geral, como “pessoas ideais” e não pessoas reais com suas
características, realidades e necessidades. Isso tanto por parte da igreja como, às vezes, do/a
próprio/a pastor/a. Grandes expectativas recaem sobre eles/elas. Há casos em que os/as
filhos/as são sempre considerados problemas.
Algumas situações:
1 – Expectativas irreais e injustas:
• Por parte da igreja
• Dos pais
• Da família
• Da sociedade (colega e amigos)
3 – Conversação familiar:
• A importância do ouvir e do diálogo
• O lugar da verdade
• O cuidado com terminologia e expressões
• Autenticidade
• Ética pastoral: não expor à igreja e nem às pessoas
• Cuidado com os comentários sobre situações, tensões e relacionamento
4 – Dificuldades de itinerância:
• Mudanças constantes
• Perda do ambiente, dos amigos e convivência
• Os problemas oriundos das mudanças de escolas e de trabalho
8 – Comunicação:
• Abrir espaços, ter confiabilidade
• Dar tempo
• Ouvir atenciosa, amorosa, paciente e empaticamente
• Dialogar com pessoas da família
• Orar pessoalmente e de forma objetiva
• Criar valores ligados à espiritualidade
• Dar testemunho
10 – Vivência da espiritualidade:
• Valorização dos momentos significativos
• Informalidade e sentido de relevância no lugar da formalidade e da imposição
• O momento devocional: evoluir conforme a faixa etária
• Testemunho prático da fé: no lar, na igreja e na sociedade
11 – Situações diferenciáveis:
• Carências afetivas especiais conforme a realidade e a necessidade de cada um. Há
situações que exigem uma atenção mais adequada – são algumas delas bem
específicas
12 – Sexualidade:
• Formação
• Clareza
• Abertura para o diálogo
• Avaliação dos valores e das formas existentes na sociedade
• Evitar extremismos – tabus ou liberalidade
• Conversar francamente sobre o tema e outros, tais como: o alcoolismo, tóxicos, Aids,
divertimentos, etc.
Relacionamentos e sentimentos
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NÚCLEO TEOLÓGICO DOS DISTRITOS CENTRO-NORTE
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Finalizando:
Os elementos presentes no texto das bodas de Caná da Galiléia são indicativos para todos
os:
Só Deus pode forjar um pastor. Somos escolhidos por Deus e temos a promessa de que seremos
sustentados diuturnamente para a realização de uma tarefa espiritual, porém voltada para a
humanidade corrompida.
A crença nessas assertivas, diria, era a motivação do ministério de Jeremias, que embora
classificado como o profeta chorão, era apenas um homem de Deus autêntico e transparente em
sua vida, em sua convicção profética, bem como em suas mensagens, que foram proclamadas em
tempos difíceis, tempos de apostasia e de idolatria.
Jeremias dedicou toda a sua vida adulta ao ministério profético que durou pelo menos 40 anos.
Subsistiu a cinco reinados e passou por situações diferentes e, por essa razão, proclamou
mensagens diferentes em seu formato, tratando cada situação e cada época a partir do contexto
histórico-religioso vivenciado, preservando, porém, uma mesma consistência e uma única base
teologal, a Teologia da Aliança exarada em Deuteronômio, para a sua contundente e sempre
atualizada e apropriada proclamação. Tal qual nos tempos de Jeremias, hoje, Deus chama pastores
para o exercício de um ministério contextualizado e teologicamente unívoco, tendo como base
exclusiva a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus que é inerrante e infalível.
Sem uma consciência nítida e vívida da chamada para o ministério não seremos pastores. Nem de
nós mesmos, ou se quer dos nossos distorcidos anseios egocêntricos.
Ter o título de pastor é fácil. Nunca foi tão fácil. O desafio é sentir-se pastor e sentir, como pastor,
as misérias humanas. O desafio é agir como pastor, respondendo sempre como pastor, nos
embates humanos e diante das mazelas emocionais que também nos afetam. O desafio é ser
pastor segundo o coração de Deus, isto é, ser pastor de acordo com a vontade e a maneira
desejada por Deus, prescindindo da nossa própria humanidade.
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Ser pastor segundo o coração de Deus é libertar-se das convicções humanóides que atrofiam ou
embotam o nosso raciocínio, acorrentando-nos nos pelourinhos dos interesses personalizados, das
eclesiologias mercantilistas, das teologias de tarefa imediatistas ou do denominacionalismo
emburrecido e fossilizado pela divinização da sua própria história, tudo isso em detrimento da
adoração e da obediência ao verdadeiro Deus e Senhor do ministério pastoral a ser efetivado.
Para que sejamos úteis e eficazes no ministério pastoral devemos estar livres dos quereres e dos
poderes humanos, abrindo mão do nosso eu, do nosso ego, para que Deus esteja entronizado em
nossas vidas, mentes e em nossas personalidades a fim de que somente preguemos a Palavra que
expressa o propósito e o poder de Deus para o seu povo e para a igreja de Cristo Jesus.
Ser pastor segundo o coração de Deus é levar a igreja de Cristo a fazer a vontade de Deus sempre,
mesmo que a custo de alto preço e em meio a grande combate. Nosso compromisso primevo é com
Deus, depois vem a igreja local.
Apascentar não é apenas conduzir ao lugar de deleite. É também ensinar sobre a seleção do
alimento e sobre a melhor maneira de se absorver o máximo de nutrientes possíveis da ração
oferecida. Apascentar é cuidar da saúde do rebanho, protegendo-o e, se necessário, disciplinando
as ovelhas rebeldes como fator de preservação da integridade física e espiritual do rebanho como
um todo.
No tempo de Jeremias havia pastores como os indicados no capítulo 23.1-8 do seu Livro, que
aterrorizavam o rebanho com filosofias, com teologismos, com ciências exóticas, não exatas, e com
eclesiolucuras. Pastores que, como vemos atualmente, preparam verdadeiros coquetéis
espiritualísticos na promoção da cristianização de celebridades e de socialites com seus costumes
antiéticos e contra-cultura. Pastores hábeis na avivalização de cristãos incautos que alimentam as
polpudas contas bancárias desses profeteiros vivaldinos.
Não é este o ministério pastoral que Deus espera de nós. O Senhor nos chamou e nos vocacionou
para que estejamos diante do seu rebanho em culto vivo e santo, culto agradável e lúcido, culto que
sempre seja preponderante e eficaz na ação libertária das fobias, dos terrores, da opressão, dos
complexos e das culpas resultantes do pecado outrora dominante. Daí a necessidade de ciência e
de inteligência por parte do pastor no trato ministerial.
Ciência é dom do Espírito Santo, 1 Coríntios 12.8. É o que nos habilita para a identificação e para o
discernimento das necessidades reais do rebanho, não apenas as aparentes. É percepção aguçada
para reconhecermos os bodes infiltrados e as bajuladoras lobelhas - uma aberração genético-
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espiritual que tem corpo de ovelha, pele de ovelha, cheiro de ovelha, balido de ovelha, mas que tem
o coração e a índole de um crudelíssimo e sanguinário lobo devorador. O dom da ciência é o que
descortina aos olhos e à percepção do pastor os códigos do DNA da espiritualidade de cada
membro da igreja, da eclesiologia que praticamos e da denominação a qual nos filiamos,
motivando-nos a decisões que sempre hão de glorificar a Deus.
Inteligência é também capacitação espiritual, Tiago 1.5 e 3.17, para desenvolvermos as estratégias
de ação para a igreja, sem prescindirmos da Palavra de Deus que preceitua a diversificação cúltica
e a multiplicidade de abordagens evangelísticas.
Inteligência pastoral é também capacitação espiritual para se saber ouvir o silêncio, para se
auscultar as ansiedades dos corações, para se ouvir as palavras pronunciadas pelo olhar confuso
ou difuso e para se diferençar o sabor das lágrimas, identificando a reposta certa para a
circunstância certa, no tempo certo de Deus e na medida certa. Inteligência pastoral é ter de Deus
certezas absolutas que respondam as dúvidas e as carências certas do rebanho.
Apascentar com ciência e com inteligência vai muito além da sofisticação cultural ou da formação
teológica que obtivemos. É ser porta-voz de Deus conclamando o homem sem Cristo para a
salvação e é ser a viva voz de Deus, para a igreja de Cristo Jesus, na exortação que visa a
edificação do Corpo. Apascentar com ciência e com inteligência é promulgar e proclamar a
sabedoria de Deus, conforme verificamos em Malaquias 2.7.
Doug Banister, no livro A Igreja da Palavra e do Poder, editora Vida, argumenta que é possível
analisarmos a história do cristianismo a partir de uma espécie de pendulo que oscila entre um
extremo e outro, a Palavra ou o poder. Raramente nos permitimos a um meio-termo, ao equilíbrio
possível e necessário, para que sejamos Igreja Viva.
Se esperamos eficácia de Deus no trato do ministério pastoral devemos renunciar a esse espírito
excludente entre poder e Palavra, buscando aplicar o espírito do também na ministração pastoral,
ou seja, proclamamos a Palavra, mas também carecemos do poder.
O pastor não deve orientar a igreja para que se faça opção entre a Palavra de Deus ou o poder
espiritual, antes deve instruir a igreja no estudo acurado da Bíblia Sagrada e também no exercício
lúcido do poder espiritual que emana da Palavra. É tempo de construirmos a ponte que há de
interligar os tradicionais que se postam de um lado, assoberbados na defesa da pregação
expositiva, da autoridade das Escrituras e dos mistérios do Reino vindouro, e que acertadamente
defendem o crescimento espiritual como um processo diuturno a ser desenvolvido nos pequenos
grupos erroneamente denominados como uniões, organizações ou departamentos de treinamento
bíblico.
Devemos construir pontes que nos levem aos pentecostais, nossos irmãos que se destacam nas
convicções de que a oração é essencial, de que o Reino de Deus está aqui presente, em parte, de
que Deus fala hoje, de que o culto é participativo e de que os dons espirituais podem ser
experimentados nas relações interpessoais, que estão do outro lado.
Seremos pastores da Palavra e do poder, relevantes e eficazes sempre, não apenas se vivermos
pela Palavra, mas se tivermos disposição de morrermos pela Palavra. Morrermos em nosso
doutrinismo rigorista, morrermos em nosso denominacionalismo sectário, morrermos em nossa
frouxidão ética e se morrermos em nossa apatia profética.
Seremos pastores da Palavra e do poder quando nossas ovelhas perceberem em nós o profundo
conhecimento bíblico. Conhecimento que se conjuga com uma incandescente e contagiante unção
espiritual que emana na imposição de mãos para a oração, para a unção e para impetração da
bênção que tanto carecem ao término do aconselhamento bíblico ministrado.
Seremos pastores da Palavra e do poder quando formos apenas pastores segundo o coração de
Deus e não mais pastores condicionados as estruturas denominacionais e seus teologismos.
Conclusão:
Desejo concluir conclamando a todos os colegas pastores e pastoras a refletirmos sobre o nosso
compromisso diante do rebanho de Deus. No pastorado, devemos nortear o nosso ministério só e
unicamente pelo coração de Deus. Essa tarefa difícil e penosa em tempos de seqüestro da
autoridade ministerial, visto que nós pastores nos tornamos reféns do denominacionalismo
totalitário, da cristianização sócio-cultural praticada pela igreja local ou, o que é pior, nos tornamos
reféns de diretorias financiadoras das regalias pastorais.
Não é este o ministério preceituado por Deus e não é este o tipo de pastores que o Senhor
prometeu à igreja. Devemos romper com todas e quaisquer iniciativas de nos colocarem antolhos e
de nos acondicionarem hermeticamente a um sistema eclesiástico. Devemos orar e clamar para
que Deus promova o dia da alforria pastoral, dia de libertação e do resgate da autoridade pastoral
para a práxis ministerial na igreja local.
Devemos ser pastores segundo o coração de Deus, conscientes de nossa chamada e vocação
ministerial, para que tenhamos de Deus a unção espiritual que se expressa a partir da ciência e da
inteligência que o Espírito Santo nos outorga para o trato pastoral.
Devemos ser pastores da Palavra e do poder se desejamos conduzir o povo de Deus às pastagens
da fé confiante, do testemunho contundente e do cristianismo autêntico e autenticado pela Palavra
de Deus e Seu Espírito, que é o nosso guia na proclamação da Palavra viva, eficaz, cortante e
penetrante, pois assim se expressa o coração de Deus em suas relações com o universo criado
pelo poder da Palavra.
A eficácia do ministério pastoral, já disse, depende do fogo espiritual que arde no coração do pastor
e que esquenta o púlpito do qual profeticamente proclama. Esquentar o púlpito e torná-lo relevante,
contundente e inesquecível diante de Deus, que conhece as nossas obras, e diante do povo de
Deus, que do púlpito exortado, se dispõe a Deus para as boas obras.
Artigo:Fernando Fernandes
“... um grande rebanho com seus problemas, dúvidas e conflitos... é um rebanho com
uma grande oportunidade missionária...’ (Bispo Adriel Souza Maia)
Evidentemente, são todas aquelas situações e oportunidades, que desafiam a Igreja ao
cumprimento fiel da sua vocação - ser Igreja ministerial. Para os bispos da Igreja Metodista:
“não há outro caminho para a Igreja Metodista, em nosso Brasil hoje, senão o de ser
uma Igreja Missionária, voltada para as necessidades do povo, como sinal do amor e
poder de Deus. Para isso devemos reconhecer que, como povo de Israel, nós temos
negligenciado a real missão que Deus nos tem dado.. queremos convocar o povo
metodista ao arrependimento e quebrantamento, reconhecendo que os resultados de
nosso ministérios, embora em muitos momentos significativos, estão ainda distantes do
que Deus pode, e deseja fazer, em nosso meio. Nossa falta de visão missionária tem
comprometido os resultados, seja no nível local, regional ou nacional.”
O “programa’, ou projeto, ou ainda o desafio de uma Igreja centrada nos DONS e nos
MINISTÉRIOS, visa:
Este crescimento total, “acontece em termos de uma espiritualidade, como viver segundo
o Espírito, de um novo estilo de vida e novo modo de ser Igreja, em dimensões maduras de
relacionamentos criadores, promoção humana, em respostas positivas aos desafios
missionários e, sobretudo, em termos de comunhão e unidade” (...) É assim que temos “... de
quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda a junta, segunda a justa
cooperação de cada parte (Efésios 4:16). O crescimento total é aquele que é alcançado pelos
laços da comunhão, do amor e da solidariedade cristã entre os irmãos... firmes num só
espírito, uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica, respeitando e reconhecendo o valor
dos ministérios diferentes do nosso” (Bispo Adriel de Souza maia). A Igreja, como Igreja
Ministerial precisa “preocupar-se com novas frentes de atividades, novos ministérios,
participação na vida comunitária, marcando a presença da Igreja em novas áreas, em termos
de testemunho e prestação de servi-lo.”
Não podemos negar que “ainda percebe-se forte tendência para o clericalismo, ou seja, o
ministério centrado na pessoa do/a pastor/a, onde este é o responsável por tudo o que ocorre
na igreja local. Agradecemos a Deus o que o clericalismo fez para a Igreja. Entretanto, ele
não satisfaz mais. Não é possível mais continuar falando em pastorado quando, na verdade,
a missão ministerial está afetando toda a Igreja. O ministério total da Igreja e o sacerdócio
de todos os crentes é o caminho para a dinâmica da Igreja hoje. O modo bíblico de ser Igreja
é MINISTERIAL. Pois, desde o dia de Pentecostes, quando foi inaugurada, presidida pelo
Espírito Santo, sua dinâmica tem sido ministerial configurada nos dons e ministérios”
É assim que, a Igreja Ministerial é definida como povo de Deus, onde todos tomam parte
na missão, e todos os seus membros são dons de Deus dados à Igreja para a construção do
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NÚCLEO TEOLÓGICO DOS DISTRITOS CENTRO-NORTE
E LITORAL DO ESPÍRITO SANTO – IGREJA METODISTA
Reino de Deus. Na Igreja Ministerial, o/a pastor/a é, ao lado dos demais, também um dom
de Deus. Ele/a desenvolve o ministério da Coordenação da Unidade. Outrossim, ele/a está
entre os demais dons, promovendo-os, ajudando e despertando aqueles que estão
enfraquecidos, animando e orientando os que encontram equivocados, comprometendo a
harmonia e unidade do corpo eclesial. Conclui-se, pois, que dons e ministérios na
comunidade, são dons e ministérios junto aos demais. Eles não podem existir
separadamente. Não existe independência, mas interdependência – todos cooperam numa
verdadeira mutualidade.
Será que a dinâmica dos Dons e Ministérios esvaziou ou tem esvaziado a função
pastoral? Evidentemente não. “Aquela dinâmica abre espaços plenos e concretos,a fim de
o/a pastor/a, como um dom entre os demais, engrene-se (não encrenque-se) como pastor/a
no ministério total da Igreja. A nova postura ministerial esvaziou, sim o sistema clerical,
onde o clérigo era o centro da comunidade e esta, em grande porcentagem, dependia dele e
não funcionava sem ele. O sistema clerical inibia os fiéis de desenvolverem, de um modo
mais ostensivo, a experiência de sua salvação, enquanto agora a dinâmica dos dons e
ministérios favorece-a, portanto, não há como fugir da realidade dos dons e ministérios
como instrumentos da missão hoje.
A Igreja sempre foi carismática, isto é, santuário do Espírito Santo, que distribui graças e
carismas. Porém, sem fugir daquela dimensão carismática, a Igreja elegia seus membros
para desempenhar cargos e funções, imaginando uma dinâmica dos dons e ministérios,
através de cargos, funções e ofícios o que, na verdade, só muito raramente, poderá
acontecer. A Igreja Ministerial dinamizada pelos dons e ministérios proporciona a todos os
seus membros uma participação espontânea, através das graças recebidas do Espírito Santo.
Esta participação espontânea dos fiéis está de acordo com sua salvação e sai aceitação de
Jesus Cristo.. o fiel é salvo para salvar o outro...
Fonte: Carta Pastoral às Igrejas Metodista da Quarta Região Eclesiástica sobre o Crescimento da Igreja, autor:
Bispo Adriel de Souza Maia, agosto de 1992.
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NÚCLEO TEOLÓGICO DOS DISTRITOS CENTRO-NORTE
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Introdução:
Falar sobre desafios que envolvem o nosso ministério e a igreja local não é algo muito fácil,
mas contamos com a graça de Deus.
Quando olhamos para a igreja primitiva percebemos que de tempos em tempos acontecia
algo que deixava as pessoas impressionadas. E isso me desafia.
O que acontece em nosso ministério, igreja local que pastoreamos que podem deixar as
pessoas impressionadas pelo que Deus está fazendo.
Todos nós recebemos o dom de liderança. Romanos 12:8. Por isso estamos aqui.
E porque recebemos esse dom precisamos desenvolvê-lo com diligência porque ele produz
impacto sobre a igreja que pastoreamos.
Como deveria ser a trajetória de pastores/as sábios/as eficazes, altamente capacitados e
conscientes? E sob quais circunstancias a produtividade, a influência de alguém pode cair?
Observando líderes bíblicos.
Salomão conduziu Israel ao ponto mais alto de seu poder e glória em toda a história, que
sucedeu Davi seu pai, cuja eficiência e influência como líder era impressionante.
Todos pensavam porque era culto, hábil, orou por sabedoria, Salomão permaneceria no topo
para sempre.
No entanto, no final de sua vida Salomão ficou maluco devido a seus muitos casamentos,
seu coração que havia sido totalmente dedicado a Deus, inclinou-se a outros deuses.
Deus retirou a unção da vida de Salomão e houve uma queda no impacto de sua liderança.
Há um tipo misterioso de poder que flui da mão de Deus sobre os ombros de um homem ou
uma mulher que caminha fielmente com Deus e que preserva cuidadosamente a sua
influência através dos anos.
Diante dessa afirmação.
Como deve ser a nossa trajetória como pastor/a?
Uma vez que recebemos o dom que fomos vocacionados/as se levarmos a sério nossa
habilidade de liderança, se praticarmos a auto-liderança, se permanecermos entregues a
Deus. É possível termos uma trajetória sempre ascendente, fazermos com que o último dia
da nossa vida seja ainda mais eficiente para Deus em termos de liderança, influente.
Isso é possível?
Eu quero apontar sinais em nossa caminhada que podem nos conduzir a isso. Características
que podem nos ajudar a responder os desafios que vivenciamos dia a dia na igreja local.
01) Paixão
1.1 – Eu tenho dez anos no ministério pastoral. Estou consciente que não possuo uma vasta
experiência, mas vou compartilhar a partir da que tenho. O que eu tinha quando comecei
a pastorear? Enfrentar a rotina da igreja local?
Eu vou contar o que eu tinha a oferecer.
Eu tinha apenas um coração totalmente dedicado a Deus de verdade.
Eu sabia no meu íntimo que Deus poderia fazer qualquer coisa, transformar qualquer vida,
responder qualquer oração, mover qualquer montanha. Fazer qualquer coisa. Utopia?
Ingenuidade? Fé?
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NÚCLEO TEOLÓGICO DOS DISTRITOS CENTRO-NORTE
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Eu tinha 24 anos. O importante para mim não era o dinheiro, status, mas Deus, a obra de
Deus. Eu estava disposta a pagar qualquer preço para que o reino de Deus fosse implantado
com sucesso em Campo Grande. Testemunho pessoal.
Eu estava convicta que amava a Deus e queria fazer diferença com minha vida.
Quando estamos iniciando o nosso ministério na igreja local tudo o que temos é um coração
que bate forte por Deus.
Como o rei Davi quando iniciou suas conquistas.
Tudo o que tínhamos era paixão.
O rei Davi chega ao acampamento do exército israelita para levar lanche para os irmãos que
estavam em batalha. Vê um gigante afrontando o Deus que ele ama. Como ele reage?
Apanha uma funda e corre em direção a ele (1 Sm: 17. 40-41). Paixão pura. Nenhum
raciocínio, só paixão.
Em outra ocasião no início da liderança de Davi quando seus homens ficam comprometidos
com ele por causa da sua paixão por Deus, certa noite, Davi menciona que está com sede.
Alguns de seus homens que estão comprometidos com o jovem líder, apaixonado que estão
o seguindo cruzam linhas inimigas, apanham água e trazem a Davi e dizem: __Ei Davi,
soubemos que está com sede, trouxemos isso a você. Onde pegaram isso? Perguntou
Davi....2 Sm.23:15-17
O gesto deles comunica que eles amam seguir a Davi. O que Davi faz?
Ele pega a água e derrama ao chão e diz:
__Deus é tão grande que poupou a vida de vocês. Deus é tão grande, Ele há de nos ajudar
em nossa causa. Ele nos dará água de algum modo, mas esta merece ser derramada em honra
a Deus que estamos consagrando nossas vidas.
E a lealdade a Davi só fez aumentar devido sua atitude.
1.3 – Em outro momento Davi chega dançando devido a uma grande conquista: o retorno da
arca a Jerusalém. 2 Sm. 6:14. Davi começa a dançar, se envolve na dança. Seu manto fico
pelo caminho e sua esposa expressa uma forte rejeição a Davi. Davi não tem problema com
isso.
Davi estava dizendo: __“Eu tenho um sentimento incontrolável quando penso no grande
Deus que eu amo e sirvo. Eu danço, pulo...” Sabe, isso é paixão.
Se você está iniciando seu ministério há uma razão para que tenha fortes sentimentos para
com Deus brotando dentro de você. De tempos em tempos. Você vai sentir desejo de mudar
o mundo, ajudar pessoas, alimentar os famintos, vestir os nus. Conduzir pessoas a Deus.
Sabe, quando você tiver esses sentimentos não os ignore, não diga a si mesmo, “preciso ser
maduro, responsável, andar no caminho seguro.”
Quando esses sentimentos brotam em nós eu acredito, é Deus tocando em nós. Eu fico
imaginando Deus dizendo: “Olhe, estou procurando em todo o planeta Terra homens,
mulheres dispostos a fazer tudo para o reino que coloque as sutilezas de lado, que todos
dizem ser tão importante e entrem na aventura de pastoreio em excelência”.
Eu penso que se seguirmos essas condições de Deus em nosso coração e se formos com esse
sentimento forte e cheios de zelo, fazer algo grande em nossas vidas. Creio que Deus
honrará nossos sentimentos e nos ajudará amadurecer, nos dará ousadia para estabelecer o
curso do quão distante e alto Deus irá nos levar um dia.
Deus sabe se somos inconseqüentes ou apaixonados
Wesley: John Wesley tinha uma grande paixão: Espalhar a santidade bíblica sobre a terra.
Quando brotou no seu coração sair e pregar nas ruas da Inglaterra, (ao ar livre), ele saiu e foi
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NÚCLEO TEOLÓGICO DOS DISTRITOS CENTRO-NORTE
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criticado. Daí veio a frase “O mundo (lá fora) é a minha paróquia”. Ele não se importou com
as críticas mas fez o que tinha paixão: “Nada a fazer a não ser salvar almas.” Isso só com
paixão. O resultado de sua paixão todo o mundo conhece.
02) Planejamento
Qualidades Espirituais
Qualidades Morais
2.5. Visão
por falta de oportunidade abandonam a passividade para se envolver de tal modo que
jamais poderiam ter sonhado.
• A visão unifica
Pessoas se juntam em um compromisso unificador com a visão. A princípio pode haver
divisão e até resistência, mas quando descobrirem que você fala sério e pretende realizar
seus objetivos do modo que expôs. Se você comunicar a visão corretamente, atrairá
novas pessoas e despertará os membros fiéis para as oportunidades maravilhosas e
desafiadoras que a visão apresenta.
2.6. Planejamento
• Planejamento não é produzir calendário de atividades, mas é ir além, apontar
propósitos, visão, metas. Sem perder o entusiasmo.
Não perca o coração inflamado.
Nós precisamos manter o coração aquecido, mas há algo a mais que temos que acrescentar
para responder os desafios da igreja local:
03) Habilidade
Portanto, se você está disposto a manter o coração incendiado por Deus e acrescentar
planejamento e habilidade, você ganhará, a igreja local ganhará, o céu ganhará, a Igreja
Metodista ganhará.
E quando isso acontecer você vai experimentar outra fase.
Primeiro, o caráter: Preciso saber se são pessoas comprometidas com questões espirituais.
Preciso ver evidência de honestidade, receptividade doutrinária, humildade, confiabilidade,
uma saudável ética de trabalho e disposição de ser solícito.
Segundo, competência: Peço para Deus me ajudar a encontrar alguém, cujos dons
espirituais tenham sido desenvolvidos e refinados ao longo dos anos. Se estamos procurando
por alguém para juntar-se à nossa liderança de ensino, peço a Deus para nos ajudar a
encontrar uma pessoa com acentuados talentos, certamente alguém mais talentoso para o
ensino do que eu.
Se você achar alguém que possua boas qualificações, mas esteja insatisfeito ou
desempregado, tenha muito cuidado. O tipo de pessoa que você procura, está provavelmente
contribuindo enormemente e estabelecendo recordes em algum lugar. Estão provavelmente
delirantes de felicidade e são muito amados pelas pessoas com quem trabalham. Vá atrás
desse tipo de pessoa. Busque pela competência comprovada.
I Timóteo 3:10, que todo o novo diácono deve ser “primeiramente experimentado.”
Então, primeiro procure um excelente caráter, e então vá atrás do que há de melhor em
matéria de competência.
Logo se você lidera uma igreja com quatro anos de existência e ainda não possui uma equipe
dos sonhos do Reino de Deus, não se desespere. “Continue no rumo”, seria o meu conselho,
“mas mantenha os padrões de seleção elevados.”
Wesley: Wesley tinha muita prudência em escolher seus líderes (Pregadores leigos e Líderes
de Sociedades). É conhecida a obrigatoriedade do Pregador leigo estudar seis horas por dia
Bíblia e teologia. Da mesma forma que escolhia criteriosamente seus líderes, também
dispensava os que não tinham caráter ou competência ou descumpriam suas ordens ou
pregavam outra teologia que não wesleyana (incompatibilidade). Não tenha medo de ser
criterioso. Você só ganhará.
Conclusão:
Eu creio, se dedicarmos nossa vida humildemente, se permanecermos fiéis a Deus, se rendermos por
completo a ele.
Eu penso que a intenção do céu é que nós pastores/as tenhamos o máximo de influência.
Podemos ficar confusos sob a importância da liderança.
Deus nunca se confunde, Deus entende aquilo que está em jogo, se um/a pastor/a estiver pastoreando
com o seu potencial máximo.
Eu imagino que o coração de Deus fica ferido quando vê um/a pastor/a atuando abaixo do seu
potencial.
Porque o reino de Deus sabe, o céu sabe como poderia ter sido. Quem poderia ser impactado, quem
poderia ter sido servido, se você tivesse pastoreando num patamar mais elevado.
Esse desafio tem inundado minha vida.
Eu quero consagrar a Deus um pastoreio que honra a Deus pelo tempo que eu viver.
Sabe por que Deus nos trouxe aqui?
A igreja local importa.
Eu te faço um pedido: me ajude a ser uma pastora melhor.
Creio que Deus te recompensará por isso e creio que Ele nos fará crescer.
Para respondermos os desafios pastorais na igreja local: Precisamos de:
Paixão, planejamento, habilidade, desenvolver liderança.
ROSANGELA DONATO
Bibliografia:
É muito comum que pastores e pastoras em circunstâncias diversas se perguntem pela relevância
de seu papel e pela eficiência de suas propostas de trabalhos na atual conjuntura pastoral-
eclesiológica. Por mais que haja situações que o/a ministro/a seja, aos olhos de uma comunidade,
pouco relevante, é ele/a a figura de articulação. Reconhecer a importância substancial no pastoreio
é tarefa primeiro da própria figura pastoral e, conseqüentemente, da comunidade de fé. Henri
Nouwen argumenta que “o[a] ministro[a] é chamado[a] a reconhecer os sofrimentos de seu tempo
em seu próprio coração e a fazer desse reconhecimento o ponto de partida de seu serviço. Quer
ele[a] tente penetrar num mundo deslocado, quer tente relacionar-se com uma geração convulsiva
ou falar com um homem à morte, seu serviço não será considerado autêntico a menos que tenha
origem em um coração ferido pelo mesmo sofrimento sobre o qual ele fala” [1].
A vocação é em suma o referencial para o exercício das funções inerentes ao ministério pastoral.
Porém, a vocação deve ser entendida na amplitude da Igreja, não restrita a seus líderes somente
[2]. A Igreja Metodista concebe o ministério pastoral “como um ministério especial, chamado e
preparado para zelar pela pura pregação da Palavra, ministrar corretamente os sacramentos, zelar
pelas marcas essenciais da Igreja e ainda cuidar da comunidade missionária como um todo, tudo
isso como um mandato da Igreja” [3]. Mas a tarefa pastoral excede a tudo isso: somos
orientadores/as espirituais... Neste sentido, nossa fala precisa ser mais atualizada no sentido de ser
mais próxima da nossa gente, e nossa ação, igualmente, mais próxima das massas despossuídas e
marginalizadas. Também é necessário “notar o pequeno, persistir no comum, apreciar o obscuro”
[4]. Não há outro sentido de ser dotado de um carisma especial na atual conjuntura de nossa
sociedade, caso estejamos interessados em rever a relevância e eficiência da figura pastoral para a
promoção de uma Igreja mais viva, salutar e eficaz neste século, considerando também as funções
que são inerentes à Igreja de Cristo.
É evidente que integramos um mesmo corpo, o Corpo Vivo de Cristo, como clérigos/as e leigos/as
[5], e que somos membros uns dos outros na unidade desse Corpo. Mas, infelizmente constatamos
atitudes que desqualificam a figura pastoral, mesmo sabendo que somos membros um dos outros.
Eugene Peterson, em “O pastor contemplativo”, definiu a figura pastoral como substantivo indefeso.
Na sua narrativa, Peterson lembra:
Mas quem disse que o pastor ou a pastora não tem o direito de se redefinir em conceito e em
comportamento? Será que a mera personificação de características não precipita de repente um
certo oportunismo? Uma avaliação honesta apontará que o/a pastor/a é em sua essência uma
pessoa comum como as demais, não desqualificando que ele/a seja uma pessoa revestida por
Deus para exercer o ministério pastoral. Certamente, se eu for perguntado: O que você é? Ou como
quer ser chamado? Responderei como Peterson, “pastor”. No entanto, descordarei de reafirmar-me
como um substantivo equivalente ao que é cheio de energia e virilidade; optaria pelo substantivo
indefeso... Regozijo-me com a imagem do ministro ferido, do sofredor que é capaz de curar [7].
Lembro-me ainda do apóstolo São Paulo, ele também se regozijava nisso, nos sofrimentos, nas
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NÚCLEO TEOLÓGICO DOS DISTRITOS CENTRO-NORTE
E LITORAL DO ESPÍRITO SANTO – IGREJA METODISTA
fraquezas, naquilo que convencionamos chamar de “marcas da cruz de Cristo” (Cf. 1 Co 4.9-13; 2
Co 11.16-30).
Gercymar Wellington Lima e Silva
[1] NOUWEN, Henri J. M. O sofrimento que cura: por meio de nossas próprias feridas podemos nos
tornar fonte de vida para o outro. São Paulo: Paulinas, 2001. p. 14.
[2] LAZIER, Josué Adam. O carisma do ministério pastoral. São Paulo: Editeo, 2003. p. 17-20.
[3] IGREJA METODISTA. Plano Nacional – objetivos e metas. São Paulo: Cedro, 2001. p. 21.
[4] PETERSON, Eugene. Um pastor segundo o coração de Deus. Rio de Janeiro: Textus, 2000. p.
137.
[5] Certamente essa definição de leigo/a requer revisão no nosso vocabulário eclesiológico vigente,
pois os membros de nossas igrejas locais não desconhecem totalmente, pelo menos não em termos
de serem ignorantes quanto ao sentido da fé e mesmo da teologia ou da função da Igreja.
[6] PETERSON, EUgene. O pastor contemplativo. Rio de Janeiro: Textus/Sepal, 2004. p. 25.
[7] NOUWEN, Henri J. M. O sofrimento que cura: por meio de nossas próprias feridas podemos nos
tornar fonte de vida para o outro. São Paulo: Paulinas, 2001. p. 14.