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MECÂNICA DOS SOLOS


UIA 1 | CARACTERIZAÇÃO DO SOLO
MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 2

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SUMÁRIO

Aula 1 | Introdução à Engenharia dos Solos ...............................................................................4  


1.1. Marco Histórico ................................................................................................................................4  
1.2. Definição e importância da Mecânica dos Solos ...........................................................................6  

Aula 2 | Origem e formação dos Solos ........................................................................................8  


2.1. Ciclo das rochas ...............................................................................................................................8  
2.2. Intemperismo ..................................................................................................................................9  
2.3. Tipos de Solo ................................................................................................................................. 10  
Solos transportados .......................................................................................................................................................................... 10  
Solos residuais ..................................................................................................................................................................................... 10  
Solos tropicais...................................................................................................................................................................................... 11  

Aula 3 | Granulometria .............................................................................................................. 12  


3.1. Tamanho das Partículas ............................................................................................................... 12  
3.2. Classificação dos solos baseados em critérios granulométricos .............................................. 15  

Aula 4 | Classificação dos Solos ................................................................................................ 17  


4.1. Sistemas de Classificação do Solo ............................................................................................... 17  
Fração grossa ....................................................................................................................................................................................... 17  
Fração fina............................................................................................................................................................................................. 17  
4.2. Plasticidade e consistência dos solos finos ................................................................................ 19  
4.3. Estrutura do Solo .......................................................................................................................... 21  
Solos não cohesivos .......................................................................................................................................................................... 21  
Solos cohesivos ................................................................................................................................................................................... 22  

Aula 5 | Propriedades Índice dos solos .................................................................................... 22  


5.1. Índices Físicos ............................................................................................................................... 22  
5.2. Índices Físicos ............................................................................................................................... 23  
5.3. Características Físicas................................................................................................................... 25  
Areias ...................................................................................................................................................................................................... 26  
Argilas ..................................................................................................................................................................................................... 26  

Aula 6 | Compactação dos Solos ............................................................................................... 27  


6.1. Generalidades ............................................................................................................................... 27  
6.2. Energia de compactação .............................................................................................................. 29  
6.3. Ensaios de laboratório ................................................................................................................. 30  
Proctor Normal .................................................................................................................................................................................... 31  
Proctor Modificado ........................................................................................................................................................................... 31  
Ensaio Intermediário ......................................................................................................................................................................... 31  

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Aula 1 |   INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DOS SOLOS

Olá, estudante, bem-vindo (a) à primeira Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Nesta aula, vamos
compreender qual o objeto de estudo da mecânica dos solos e a necessidade desta disciplina dentro da
engenharia civil. De inicio vamos fazer uma revisão histórica da origem, evolução e a importância dessa área.
Boa aula!

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Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de


Aprendizagem (AVA), e assista à videoaula e tenha uma breve
introdução dos principais tópicos que serão abordados na UIA 1.

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1.1.  MARCO HISTÓRICO


A maioria das obras de engenharia civil se apoia sobre o terreno natural e usam a terra
como elemento de construção de algumas dessas estruturas (a exemplo de uma barragem
ou de um aterro de estrada), e precisam do conhecimento da capacidade de suporte e o
comportamento do terreno onde vai ser apoiada esta estrutura, assim como as forças
externas que vão atuar nela para que a obra trabalhe com sucesso.

Todas as obras civis feitas pelo homem foram e continuam sendo submetidas aos
fenômenos naturais de grandeza tal que ultrapassam o controle do homem, a
exemplo dos terremotos, das chuvas e secas prolongadas, dos furações, das mudanças
extremas na temperatura devido à mudança climático, entre outros.

Mas também existem outras variáveis as quais o homem pode controlar, a exemplo da escolha dos locais
apropriados para construção das edificações, a quantidade, o tipo e a qualidade dos materiais que serão
empregados, bem como a supervisão dos trabalhos durante a construção, entre outras.
Com base na capacidade inata de construir além da experiência adquirida durante a construção dessas
edificações e posterior observação do comportamento delas, o homem observou a existência de uma
interação entre o terreno de apoio (terreno de fundação) e a estrutura civil (superestrutura). Esse vinculo ou
interação solo–estrutura, apareceu desde que o humano virou sedentário e começou a construir grandes
edificações, várias delas bem conhecidas até hoje, a exemplo das pirâmides do Egito. Ver figura 1.1.

Com o desenvolvimento humano surgem maiores necessidades de construir melhores


estruturas, mais altas e eficientes em espaços menores, e portanto é necessário um
melhor entendimento dos princípios da engenharia para aquisição, interpretação e
uso dos conhecimentos dos materiais terrestres para poder construir essas edificações.
 

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Figura 1.1 Grandes construções da antiguidade que precisaram de alta engenharia. Pirâmides de Gizé, nos arredores do Cairo, Egito. (2500 ac).
Fonte:http://tinyurl.com/h73j7jf

A historia da humanidade também tem mostrado desde a antiguidade até os tempos atuais, a grande
necessidade de aprofundar os estudos de cálculo e projeto.
Aspeto observado mediante um conjunto de insucessos em diferentes obras de engenharia. Podemos
exemplificar com as estruturas tortas famosas e de grande valor histórico, o rompimento de grandes
barragens que tem causado grandes catástrofes, ou grandes deslizamentos de terra que deixaram
cidades incomunicáveis, além de perdas humanas , entre outros. Isso nos impulsionou e inda
impulsionando na busca pelo aprimoramento no que tange os conhecimentos dos materiais que
constituem o terreno de fundação e a superestrutura, bem como o comportamento em conjunto destes
elementos quando interagem sob solicitações externas ou superficiais. Ver Figura 1.2.

Figura 1.2 Grandes deslizamentos. Escorregamento do talude. Estrada Tijuana – Ensenada Km 92+400, México. (Fonte do Autor 2013).

Baseado no que foi descrito nos parágrafos anteriores, em séculos passados foram desenvolvidas
grandes pesquisas cientificas que têm contribuído de forma introdutória e relevante no comportamento
do solo. A seguir são citados alguns exemplos de engenheiros de destaque com seus trabalhos que
iniciaram nesta interessante rama da engenharia civil:

•   Charles Augustin de Coulomb, engenheiro civil, matemático e cientista francês (1736-1806). Deu
enorme contribuição à engenharia e à física, principalmente na área de resistência dos materiais.
Como engenheiro civil, envolveu-se em diversas áreas, como projeto de estruturas, mecânica dos
solos, fortificações, entre outras.

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•   Henry Philibert Gaspard Darcy (1803 – 1858), engenheiro civil francês, que lançou as bases da
hidráulica, publicando a Lei de Darcy, sobre a perda de carga de fluidos através de condutos.
Como engenheiro, participou de um grande número de obras hidráulicas.

•   William John Macquorn Rankine, engenheiro civil escocês (1820-1872) que deu enorme
contribuição a diversos ramos da engenharia, incluindo a área de mecânica dos solos com a
teoria sobre empuxos em maciços terrosos, denominada de método de Rankine, bem como nas
áreas de termodinâmica, hidráulica, ferrovias, portos e mecânica.
Existem na literatura muitos outros autores (cientistas, matemáticos, filósofos e engenheiros) com
trabalhos de grande relevância que infelizmente não é possível numerar nesta aula.
Mas foi até o século passado que as contribuições do conhecimento do comportamento do solo feito por
Karl Von Terzaghi (considerado o fundador da mecânica dos solos), mudou a visão sobre a forma de
estudar e abordar os problemas causados pelo solo, que apresenta comportamentos complexos devido à
sua heterogeneidade na formação natural, e por conseguinte requerem estudos teóricos exclusivos para
sua avaliação numérica.

Em 1925 o professor Terzaghi publicou seu primeiro livro de Mecânica dos Solos, baseado
em estudos realizados em diversos países abordando as consequências de grandes falhas
e acidentes dentro da área da engenharia.
A mecânica de solos nasceu em 1925 e foi batizada em 1936 durante a realização do
Primeiro Congresso Internacional de Mecânica dos Solos. No Brasil pode-se dizer que em
1938 foi instalado o primeiro Laboratório de Mecânica dos Solos na cidade de São Paulo.

Para um maior conhecimento nas contribuições que fez K. Von


Terzaghi, sugerimos a leitura de maiores informações link a seguir, onde
são descritos os trabalhos mais importantes realizados por este grande
personagem na história da mecânica dos solos.
http://tinyurl.com/hhmpptg

1.2.  DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA MECÂNICA DOS SOLOS


A ciência aplicada na previsão do comportamento do planeta Terra, desde o ponto de vista geológico,
geofísico, hidrológico, entre outros aspectos, bem como o conhecimento de seus diversos materiais que
o compõem, na perspectiva de torna-lo mais habitável para o assentamento e por conseguinte o
desenvolvimento humano, se chama Geotecnia.

Esse ramo da engenharia civil se divide em duas disciplinas: mecânica dos solos e a
mecânica das rochas.

O ensino dessas duas disciplinas difere na abordagem teórica, mas são disciplinas complementares que
dificilmente vão ser estudar separadamente em se tratando de problemas reais no cotidiano da
engenharia civil.

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A disciplina de mecânica de solos procura entender e prever o comportamento dos maciços terrosos sob
diferentes solicitações sejam por obras civis feitas pelo humano, ou por fenômenos naturais a exemplo
dos terremotos, dos furacões, dos grandes deslizamentos de terra pela presença de chuvas, entre outros.
Pode-se afirmar que a mecânica dos solos estuda as características físicas dos solos e as suas
propriedades mecânicas e hidráulicas (tensões, deformações e permeabilidade), quando submetido a
acréscimos ou alívio de tensões provocadas por forças externas ou simplesmente, a variação do lençol
freático ou uma combinação de ambos, entre outros muitos fatores.
Deve-se estar ciente que do ponto de vista da engenharia civil, denomina-se solo a todo material da
crosta terrestre escavável por meio de pá, picareta ou escavadeira, sem necessidade de explosivos. É
importante destacar que esta definição não tem sustentação do ponto de vista científico.

Os principais tipos de problemas principais que vão surgir no âmbito da mecânica dos solos
serão elencados abaixo (e serão aprofundados ao longo do desenvolvimento do curso):

1.   A complexidade da natureza própria do solo. O solo dificilmente apresenta


homogeneidade.

2.   O comportamento não esta ligado apenas à sua origem e formação, também


depende de sua história geológica, ou seja, do que aconteceu com ele desde o
inicios até o mento atual no qual esta sendo analisado.

3.   O estudo de equilíbrio do solo será de importância vital. A relação tensão–


deformação é provavelmente o tópico mais importante dentro desta disciplina.

4.   Os ensaios de campo e de laboratório são muito importantes, devido ao fato de


que a maioria dos projetos está baseado nos resultados desses estudos.

O objetivo desta disciplina é substituir os métodos empíricos aprendidos no passado


pelos métodos científicos do presente, mediante pesquisas mais profundas apoiadas
na tecnologia recente, ou seja, o uso de computadores e softwares poderosos, bem
como o melhoramento dos ensaios de campo e de laboratório tradicionais.

Além de fornecer ao profissional da engenharia civil, conceitos teóricos práticos para o conhecimento do
comportamento do solo, oferecer ainda algumas ferramentas básicas de uso diário, a exemplo dos
diferentes softwares para avaliação dos projetos e equipamentos com nova tecnologia para empregar
nos estudos de campo principalmente.
Com base no fato de que a maioria das grandes edificações se assentam sobre o terreno natural (solo ou
rocha), inevitavelmente vai ser necessário compreender o comportamento do terreno de fundação,
também conhecido como de assentamento ou de apoio, levando em consideração na construção.
Portanto é responsabilidade de todo engenheiro garantir a estabilidade e o comportamento funcional e
estético de qualquer obra civil. Pelas razões já apresentadas, o sucesso do funcionamento das
construções é determinado, em grande parte, pelo desempenho e optimização dos materiais usados,
baseado no conhecimento que se têm ao seu respeito, e na qualidade dos processos construtivos.

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Aula 2 |  ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS

Nesta aula, vamos aprender a origem e formação dos solos (pedogênese). Também estudaremos a
classificação e a importância dessas atividades e finalmente revisaremos a compactação dos solos como uma
maneira de melhoria mecânica deste material. Boa aula!

2.1.  CICLO DAS ROCHAS


O conjunto de processos naturais que leva um tipo de rocha a se transformar em
outra é conhecido dentro da geologia como ciclo das rochas. Com o
entendimento da teoria das placas tectônicas, o ciclo das rochas se tornou um
processo de evolução gradual.

O centro do planeta é liquido e devido ao fenómeno de tectonismo (movimentação


das placas ou crosta terrestre) se produz atividade vulcânica constante no planeta.

O magma saliente produto desta atividade dá origem às rocas ígneas do tipo intrusivo e extrusivo. As
rochas ígneas do tipo extrusivo mediante fenômenos de erosão e intemperismo (a exemplo da chuva e
do vento) deram origem às rochas sedimentareis.

Figura 2.1 O Ciclo das Rochas simplificado. http://tinyurl.com/zgjzvhw

As rochas do tipo sedimentares por sua vez se transformam em rochas metamórficas,


mediante a sedimentação dos materiais que vão colocando-se em camadas
horizontais, que sob altas pressões e temperaturas no interior da crosta terrestre
provocam uma metamorfose da rocha.

Com o tempo estas rochas metamórficas acabam virando magma, começando o ciclo novamente. A
ocorrência do ciclo é de milhões de anos, constituindo-se um processo continuo e constante.

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2.2.  INTEMPERISMO
O intemperismo (ou meteorização) é caracterizado pelo processo natural de
desintegração das rochas, pela ação de diversos fatores físicos, químicos e biológicos.
A intervenção humana também pode ser considerada um tipo de intemperismo.

É importante explicitar e diferenciar os processos de intemperismo e erosão, mesmo que ambos os


fenómenos tenham uma relação estreita. Pode-se definir o primeiro como a desintegração do material no
próprio local ação estática), enquanto o segundo processo está vinculado a uma ação dinâmica,
ocorrendo primeiramente o desgaste, posteriormente o transporte e finalmente a deposição de
sedimentos e partículas de rochas sobre materiais mais velhos como rochas e solos, inclusive na água.
Para exemplificar esses processos, pode-se citar a situação na qual uma rocha se dissolve o quebra
naturalmente pela ação da água (intemperismo), e quando as rochas atingidas pelas ondas do mar
transformem-se gradualmente nas areias das praias (erosão).

O intemperismo pode se desenvolver de varias formas a depender da natureza dos fatores


que incidem sobre o material, conforme apresentado a seguir:

•   O intemperismo físico consiste na quebra mecânica das rochas, resultando em


fragmentos menores até pequenos grãos, que chamamos de sedimentos. Este
processo mecânico conhecido como “desagregação”, decorrente principalmente a
alterações climáticas, presença de água das chuvas, ventos e até mesmo pela ação
do gelo (glaciares).

•   O intemperismo químico se apresenta pela alteração química dos minerais que


fazem parte das rochas e solos, provocando sua dissolução. Essa alteração é causada
principalmente pela ação da água, que se mistura com materiais orgânicos e reage
com outros componentes (oxigênio e bióxido de carbono por exemplo) para
finalmente formar uma substância ácida que dissolve as rochas e solos.

Figura 2.2. Montanha erosionada pela ação do vento. Sedona, Az. USA
http://tinyurl.com/hjg9uza

O intemperismo biológico consiste na quebra ou dissolução das rochas causadas por


organismos e micro-organismos (a exemplo de pequenos insetos).

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2.3.  TIPOS DE SOLO


A formação dos solos advém de processos físicos, químicos e biológicos que transformam os materiais
que lhes dão origem, este processo recebe o nome de “pedogênese”, do prefixo e sufixo gregos: “pedon”
que significa solos e “gênesis” que significa criação, respectivamente. Convém ressaltar que a pedogênese
ocorre quando as modificações químicas e mineralógicas do intemperismo dão lugar a modificações
estruturais, arranjando os minerais formadores do solo, principalmente os argilominerais e óxi-hidróxidos
de ferro (Fe) e alumínio (Al), tal como explica TEIXEIRA et al (2009).
Considerando tudo o que foi estudado até então, é possível afirmar, que os solos têm sua origem na
decomposição das rochas que formavam inicialmente a crosta terrestre, bem como essa decomposição
se deve ao erosão e ao intemperismo.
Dessa forma se dá origem a dois grupos de solos: os transportados e os residuais. Os solos transportados
experimentam primeiramente o processo de intemperismo em um local e posteriormente são
transportados e depositados em forma de sedimentos em distâncias variadas. A diferencia dos solos
residuais eles se decompõem e permanecem no mesmo local, guardando de certa forma, a estrutura da
rocha matriz da qual foi originado.

SOLOS TRANSPORTADOS
Os solos são nomeados a depender do agente de transporte, de modo que cada um apresenta uma série
de características particulares como se pode ser a seguir:

•   Solos eólicos formados pela ação do vento. Os grãos do solo possuem forma arredondada;

•   Solos glaciais formados pela presença de grandes massas de gelo;

•   Solos marinhos formados pela ação dos mares;

•   solos coluvionares ou depósito de tálus, formados pela ação da gravidade ao pé de elevações e


encostas provenientes de antigos escorregamentos;

•   Solos aluvionares formados pela ação dos rios. Sua composição depende da velocidade das
aguas no momento da deposição;

•   Solos orgânicos ou turfas formados pela decomposição sobre o solo de grande quantidade de
folhas, caules e troncos de plantas.

SOLOS RESIDUAIS
São originados pelo processo de intemperização de rochas pré-existente. Estão posicionados sobre a
rocha que lhes deu origem. Para que eles surjam é necessário que a velocidade de remoção pelos
agentes externos a exemplo da temperatura, do regime de chuvas, da vegetação, entre outros fatores.
A composição deste tipo de solo depende por sua vez da composição mineralógica da rocha matriz,
também chamadas de rocha mãe ou sã. A Figura 2.3 mostra o perfil de intemperismo desse tipo de solo.
A seguir serão descritas cada uma das camadas que os caracterizam;

•   Solo residual maduro, é mais homogêneo e não apresenta nenhuma relação com a rocha mãe.

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•   Solo residual jovem, apresenta boa quantidade de material grosso. São bastante irregulares
quanto à resistência, coloração, permeabilidade e compressibilidade. A intensidade do processo
de alteração não é igual em todos os pontos.

•   Solo saprolítico, guarda características da rocha sã̃, e tem basicamente os mesmos minerais,
porém sua resistência já́ se encontra bastante reduzida. Pode ser caracterizado como uma matriz
de solo envolvendo grandes pedaços de rocha altamente alterada. Apresenta pequena
resistência ao manuseio.

•   Alteração de rocha, preserva parte da estrutura e de seus minerais, com dureza inferior à da rocha
matriz, em geral muito fraturada permitindo grande fluxo de água através das descontinuidades.

•   Rocha sã, se origina em profundidade, e mantém as características originais, ou seja, inalterada.


Destaca-se que As espessuras das faixas são variáveis e dependem das condições climáticas e do tipo de rocha.

Solo residual maduro

Solo residual jovem

Saprólito

Alteração da
rocha

Rocha sã

Figura 2.3. Perfil resultante do Intemperismo no solos residuais.

SOLOS TROPICAIS
De maneira breve vamos fazer menção dos solos tropicais, dada a ocorrência em cerca de 80% do
território brasileiro, faz-se necessário citar os solos tropicais. Esse tipo de solo ocorre entre os trópicos e
surge devido às condições favoráveis de formação e desenvolvimento, a exemplo do clima quente, da
alta pluviosidade e das boas condições de drenagem. As regiões tropicais favorecem a degradação da
rocha mais rapidamente, favorecendo pra que o solo tenha propriedades bastante especificas, e que
resultam importantes na engenharia civil.

Estes solos dificilmente são encontrados na Europa e na América do Norte, o que torna
seu estudo uma responsabilidade dos países de clima tropical.

Quase a totalidade das normas, sistemas de classificação e teorias existentes sobre tratamento e
avaliação foram propostos para solos de clima temperado, tendo em vista que esses solos apresentam
um comportamento padrão característico.
A maioria das teorias, conceitos técnicos e ensaios de laboratório desenvolvidos para os solos presentes
em regiões sob esse clima, podem ser aplicáveis a solos tropicais.

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As características principais dos solos tropicais são influenciadas por seu grau de alteração, gênese,
propriedades químicas e mineralógicas assim como por suas características estruturais.

Figura 2.4 Típico perfil de um solo tropical. A cor vermelha do material é característica principal nos solos tropicais devido a composição mineralógica.
http://tinyurl.com/jtaqbuq

Para melhor assimilaçãoo das informações sobre origem e formação


dos solos, sugerimos que assista o vídeo a seguir;
http://tinyurl.com/gp39h98

Aula 3 |  GRANULOMETRIA

3.1.  TAMANHO DAS PARTÍCULAS


A fim de avaliar o potencial do uso do solo e permitir uma análise adequada do seu comportamento, é
necessário classifica-lo e caracteriza-lo. Conforme apresentado em aulas anteriores, o solo serve de apoio
firme na maioria das obras de engenharia, bem como é muito comum emprega-lo como material de
construção, ou para outras muitas funções, à exemplo de filtros dentro das barragens, bases estabilizadas
como parte das estruturas dos pavimentos, camadas permeáveis, camadas para o rompimento de
capilaridade, entre outros.

Todos os solos, em sua fase sólida, contêm partículas de diferentes tamanhos e formas.

A determinação das dimensões dos grãos de um solo e suas respectivas porcentagens de ocorrência,
permitem obter uma função de distribuição dos grãos conhecida como distribuição granulométrica ou
simplesmente curva granulométrica. A partir dessa separação pelo tamanho e concentração das partículas é
possível nomear o solo de acordo com normas padrões já estabelecidas nacional ou internacionalmente.

Para obter essa distribuição representada pela curva granulométrica, é necessário realizar
trabalhos no laboratório sobre amostras coletadas na área de estudo. Geralmente são
empregados dois métodos de análises para encontrar esta distribuição:

•   trabalhos de peneiramento, e;

•   hidrômetro.

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O peneiramento consiste em realizar previamente uma separação dos diferentes


tamanhos de grãos de uma amostra seca em estufa, mediante uma vibração mecânica
usando um set de peneiras cuja abertura deve diminuir progressivamente.

A ideia é que possam dividir o solo granular (frações grossas de tamanho maior a 0,075 mm) do solo fino
(fração fina de tamanho menor a 0,075 mm). Ver a figura 3.1.
O uso do hidrômetro está baseado no principio de sedimentação dos grãos da fração fina do solo na
água. Quando um espécimen do solo é disperso dentro da água, as partículas vão se assentar com
diferentes velocidades, dependendo de seu formato, tamanho, peso e a viscosidade da água.
As partículas de um solo, grosso ou fino, não são esféricas. Entretanto ao se ao tratar de seu tamanha o
diâmetro será utilizado como referencia. Para os materiais granulares ou fração grossa do solo, o
diâmetro equivalente será igual ao diâmetro da menor esfera que circunscreve a partícula, enquanto que
para a fração fina esse diâmetro é o calculado através da lei de Stokes.

Figura 3.1 Set de peneiras granulométricas montado em aparelho vibratório. http://tinyurl.com/zlxhkud

A colocação de pontos representativos dos pares de valores diâmetro dos grãos vs porcentagem que passa,
permite traçar a curva de distribuição granulométrica, como mostra-se na figura 3.2, na qual o eixo das abscissas
(em escala logarítmica) representa os diâmetros equivalentes, e o eixo das ordenadas (em escala natural) as
porcentagens retidas (do lado direito) e as porcentagens que passam (do lado esquerdo).

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Figura 3.2. Curva de distribuição granulométrica. http://tinyurl.com/jsssh9m

Em se tratando da curva granulométrica, são utilizados três parâmetros para se obter


informações:

•   Diâmetro efetivo (D10): é o ponto característico da curva granulométrica para


medir a finura do solo, que corresponde ao ponto de 10%, tal que 10% das
partículas do solo possuem diâmetro inferior a ele.

•   Coeficiente de uniformidade (Cu): dá uma ideia da distribuição do tamanho das


partículas do solo. Valores próximos de 1,0 indicam curva granulométrica quase vertical,
com os diâmetros variando em um intervalo pequeno. Por sua vez para valores maiores,
a curva granulométrica irá se abatendo e aumentando o intervalo de variação dos
diâmetros. Da mesma foram que foi definido D10 , define-se D30 e D60 .

D60
Cu =
D10
(3.1)
Os solos que apresentam o Cu < 5 são denominados uniformes; e os que apresentam o Cu
> 15 desuniformes. Para valores de Cu entre 5 e 15 são denominados de medianamente
uniformes.

•   Coeficiente de curvatura (Cc): Dá uma medida da forma e da simetria da curva


granulométrica e é igual a:
2
D30
Cc =
D60 i D10
(3.2)

Para um solo bem graduado, o valor do coeficiente de curvatura deverá estar entre 1 e 3. Portanto, a
distribuição do tamanho de partículas é proporcional, de forma que os espaços deixados pelas partículas
maiores sejam ocupados pelas menores. Para solos granulares existe um maior interesse no
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conhecimento do tamanho das partículas, dado que algumas de suas propriedades estão relacionadas
com o tamanho, o que não ocorre com os solos finos.
Logo, segundo a forma da curva podemos distinguir diferentes denominações granulométricas
conforme pode ser observado na figura 3.3.

Figura 3.3. Denominações granulométricas em solos. http://tinyurl.com/junp5kt

3.2.  CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS BASEADOS EM CRITÉRIOS GRANULOMÉTRICOS


Os solos recebem designações segundo as dimensões das partículas compreendidas entre determinados
limites convencionais. São classificados pelos diferentes organismos e associações internacionais e locais
à exemplo: A.S.T.M (American Society for Testing Materials), A.A.S.H.T.O. (American Association for State
Highway and Transportation Officials), M.I.T (Massachusetts Institute of Technology). e ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas), entre outras. A Tabela 1 apresenta um set padrão de uso mundial para
classificar o solo.

PENEIRA NO. ABERTURA (mm) PENEIRA NO. ABERTURA (mm)

4 4,75 35 0,500

5 4,00 40 0,425

6 3,35 50 0,355

7 2,80 60 0,250

8 2,36 70 0,212

10 2,00 80 0,180

12 1,70 100 0,150

14 1,40 120 0,125

16 1,18 140 0,106

18 1,00 170 0,090

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20 0,850 200 0,075

25 0,710 270 0,053

30 0,600
Tabela 1

Segundo o Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS), a fração do solo que fica retido na peneira
no 4 chama-se pedregulho, a fração que fica retida entre as peneiras no 4 e no 200 chama-se areia, e as
frações de solo que passa pela peneira no 200 chama-se siltes e argilas.
No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 6502/95) classifica o solo da seguinte maneira:
•   Bloco de rocha – fragmentos de rocha transportados ou não, com diâmetro superior a 1,0 m.
Matacão; fragmento de rocha transportado ou não, comumente arredondado por intemperismo
ou abrasão, com uma dimensão compreendida entre 200 mm e 1,0 m. Pedregulho; solo formado
por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre 2,0 e 60,0 mm. Quando
arredondado ou semi-arredondado, é denominado cascalho ou seixo. Divide-se quanto ao
diâmetro em: pedregulho fino de 2 a 6 mm; pedregulho médio de 6 a 20 mm; e pedregulho
grosso de 20 a 60 mm). Areia – solo não coesivo, não plástico e formado por minerais ou
partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. Com base em seu
diâmetro, pode ser classificada em: areia fina com 0,06 mm a 0,2 mm, areia média com 0,2 mm a
0,6 mm; e areia grossa com 0,6 mm a 2,0 mm.
•   Silte – parte do solo formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm.

•   Argila – solo de graduação fina constituída por partículas com dimensões menores que 0,002 mm.

No link indicado embaixo, se realiza o ensaio de granulometria no


laboratório. Se convida aos alunos assistir o vídeo para obter uma maior
sensibilidade deste ensaio básico e muito importante nos solos.
http://tinyurl.com/h8b4dfj

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Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de


Aprendizagem (AVA), e assista à videoaula sobre um exercício
de granulometria.

n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n

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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 17

Aula 4 |  CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

4.1.  SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DO SOLO


O sistema internacional padrão de classificação de solos é denominado SUCS (do inglês System Unified of
Classification of Soils) que significa Sistema Unificado de Classificação de Solos. As primeiras
contribuições de classificação dos solos se devem ao PhD. A. Casagrande no inicio da década de 1940.
A classificação de um solo é feita mediante um símbolo e de um nome sendo que os solos estão
distribuídos em seis grupos:

•   pedregulhos (G);

•   areias (S);

•   siltes inorgânicos e areias finas (M);

•   argilas inorgânicas (C);

•   bem como siltes e argilas orgânicos (O).

Cada grupo por sua vez é dividido em subgrupos de acordo com suas propriedades
índices mais significativas.

FRAÇÃO GROSSA
Os pedregulhos e areias com pouco ou nenhum material fino são subdivididos de acordo com suas
propriedades de distribuição granulométrica como bem graduado (GW e SW) ou uniforme (GP e SP).
Se o solo (grosso) contém mais que 12% de finos, suas propriedades devem ser levadas em conta na
classificação. Como a fração fina nos solos pode ter influência substancial no comportamento do solo, os
pedregulhos e areias têm outras duas subdivisões.
Se o solo grosso contém 5% a 12% de finos, deverá ser representado por símbolo duplo: primeiro o do
solo grosso (GW, GP, SW, SP), seguido pelo que descreve o seguinte:

FRAÇÃO FINA
Aqueles com fração fina silte são GM ou SM. Se os finos contém argilas plásticas, os solos são GC ou SC. Se
os finos são orgânicos, acrescentar "com finos orgânicos". Se em pedregulho a areia >15%, acrescentar
"com areia". Se em areia o pedregulho ultrapassa 15%, acrescentar "com pedregulho".
Para solos finos, se o retido na peneira 200 for maior que 30%, devemos acrescentar, conforme o caso os
termos: "arenoso" ou "pedregulhoso". Se for retido o material entre 15% e 30%, então se acrescenta "com
areia" ou "com pedregulho". Para solos finos as propriedades índices mais importantes são os limites de
consistência, usados para subdividir as argilas dos siltes. No item seguinte vai estudar-se com mais
detalhe a fração fina.

Também é possível com a parte fina, fazer alguns testes físicos no campo, ensaios bem
simples que proporcionam informações rápidas ao engenheiro. Esses tipos de exame
se chamam dilatância, resistência ao estado seco e rigidez.

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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 18

No exame de rigidez, no campo, proceder de forma semelhante ao ensaio de plasticidade. Umedecida a


amostra, formar um cilindro como o do exame mencionado, até que este comece a se romper. Neste
momento, redobra-se a atenção, verificando sua rigidez e aspereza. A aspereza indica presença de areia.
Quanto mais rija a massa, maior a presença e atividade da fração argilosa.
Completa-se a classificação visual do solo com a observação de seu estado indeformado, ao natural. Aos
solos grossos acrescenta-se o julgamento de sua COMPACIDADE (densa ou fofa). Para os solos finos,
interessa a CONSISTÊNCIA. Se uma amostra indeformada de solo fino pode ser amassada com os dedos,
tem consistência mole. Se não então é rija ou dura.

Os estados de compacidade e consistência podem ser avaliados por correlação com o


índice de resistência à penetração, obtido com o Standar Penetration Test (SPT) por
exemplo. Areias e siltes arenosos são classificados por sua compacidade e argilas e siltes
argilosos pela consistência, conforme a tabela que será apresentada mais adiante.

A sensibilidade de um solo argiloso pode ser avaliada depois de ser amolgada a


amostra. Argilas sensíveis são rijas ao natural, e ficam moles e pegajosas após serem
amassadas com os dedos.

A cor do solo (avaliada logo após a coleta) deve ser descrita por códigos numéricos quando se dispõe de
tabela de cores (por exemplo, tabela de Munsell). Apesar do caráter subjetivo, podem ser usadas as
designações: branco, cinza, preto, marrom, amarelo, vermelho, rosa, azul e verde, complementadas por
claro e escuro. Podem ser usadas até duas designações de cores. Havendo mais de duas cores, deve ser
utilizado o termo "variegado" no lugar do relacionamento de cores.

SISTEMA UNIFICADO (SUCS)

Pedregulhos bem graduados ou


GW misturas de areia e pedregulho
Pedregulho sem com nenhum fino.
PEDREGULHOS finos Pedregulhos mau graduados ou
50% ou mais da GP misturas de areia e pedregulho
fração graúda com pouco ou nenhum fino.
SOLOS DE
retida ma peneira
GRADUAÇÃO Pedregulhos siltosos ou misturas
nº 4 GM
GROSSA. Pedregulho com de pedregulho, areia e silte.

Mais de 50% finos Pedregulhos argilosos ou misturas


GC
retido na peneira de pedregulho, areia e argila.
nº 200.
Areias bem graduadas ou areias
AREIAS
SW pedregulhosas, com pouco ou
Mais de 50% da nenhum finos.
fração graúda Areias sem finos
Areias mal graduadas ou areias
passando na
SP com pedregulhosas com pouco ou
peneira nº 4
nenhum finos.

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Areias siltosas – misturas de areia e


SM
silte.
Areias com finos
Areias argilosas – misturas de areia
SC
e argila.

Siltes inorgânicos – areias muito


ML finas – areias finas siltosas e
argilosas.

Argilas inorgânicas de baixa e


Siltes e Argilas
CL média plasticidade – baixa
plasticidade.
SOLOS DE
Siltes orgânicos – argilas siltosas
GRADUAÇÃO OL
orgânicas de baixa plasticidade.
FINA.
50% ou mais Siltes – Areias finas ou siltes
MH
passando na mecânicos – Siltes plásticos.
peneira nº 200.
Argilas inorgânicas de alta
Siltes e Argilas CH
plasticidade.

Argilas orgânica e média


OH
plasticidade.

Turfas e outros solos altamente


Solos altamente orgânicos PT
orgânicos.
TABELA 1. Sistema Unificado de Classificação do Solo

4.2.  PLASTICIDADE E CONSISTÊNCIA DOS SOLOS FINOS


O comportamento dos solos finos irá depender de fatores tais como a composição química e
mineralógica, a umidade, estrutura e grau de saturação.

Quanto menor a partícula de um solo, maior será sua superfície específica e portanto,
maior será sua plasticidade.

Em função da quantidade de água presente em um solo, podemos ter os seguintes estados de


consistência: liquido, plástico, semi-sólido e sólido.

O estado líquido é caracterizado pela ausência de resistência ao cisalhamento e o solo


assume a aparência de um líquido.

Quando solo começa a perder umidade, ele começa apresentar comportamento plástico, deformando-
se com pouca variação volumétrica sem fissurar-se quando é trabalhado.
Conforme o solo vai secando (perda de água), o material torna-se quebradiço, então o solo se encontra em
estado semi-sólido. Finalmente, no estado sólido não ocorrem mais mudanças de alteração volume do solo.
Os teores de umidade correspondentes às mudanças de estado denominam-se limite líquido (LL), limite
plástico (LP) e limite de contração (LC). O “LL” é o teor de umidade que diferencia o estado líquido e o
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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 20

plástico. O “LP” delimita o estado plástico do semi-sólido e, finalmente o “LC” é a fronteira entre os
estados semi-sólido do sólido. Estes limites entre os estados de consistência dos solos são chamados na
literatura de limites de Atterberg.
Os limites de Atterberg deram origem à carta de plasticidade a qual é apresentada na Figura 4.1. Esta
representa uma relação do índice de plasticidade e o limite de liquidez e experimentalmente
corresponde ao teor de umidade com que o solo fecha certa ranhura sob o impacto de 25 golpes do
aparelho de Casagrande (Ver Figura 4.2). O índice de plasticidade é dado pela diferença aritmética entre o
limite de liquidez e o limite de plasticidade.
IP = LL − LP (4.1)
Em laboratório o limite plástico é obtido determinando-se o teor de umidade no qual um cilindro de um
solo com 3mm de diâmetro apresenta fissuras. Ver Figura 4.3.

Figura 4.1 Carta de plasticidade dos solos. http://tinyurl.com/zfepqvm

Analisando a carta de plasticidade temos a linha inclinada “A”, que separa as argilas CL e CH (parte
superior à linha) dos siltes “ML e MH” (parte inferior à linha), e a linha vertical “B” separa os solos de alta
compressibilidade “H” (parte direita da linha) e de baixa compressibilidade “L” (parte esquerda da linha).
Portanto para a classificação deles basta a localização do ponto correspondente ao par de valores IP e LL
na carta de plasticidade.
Os solos orgânicos “O” se distinguem dos siltes pelo seu aspecto visual, pois eles se apresentam com uma
coloração escura típica (marrom escuro, cinza ou preto).

O sistema considera a classificação de turfa (Pt), que são solos muito orgânicos no qual
a presença de fibras vegetais em decomposição parcial é predominante.

Como podemos observar na carta de plasticidade, os solos são mais compressíveis à medida que
aumenta o LL. Quando se trata de obter características secundárias de areias e pedregulhos esse aspecto
de compressibilidade é desconsiderado.

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Figura 4.2 Determinação do limite de liquidez usando a aparelho de Casagrande. http://tinyurl.com/jn3hmu5

Figura 4.3 Determinação do limite plástico do solo. http://tinyurl.com/jlv9oc3

Existem normas padrões para determinar por meio de ensaios de


laboratório os estados de consistência. Para maiores detalhes referente
à realização destes tipos de ensaios visitar o link indicado a seguir:
http://tinyurl.com/zubv3su

4.3.  ESTRUTURA DO SOLO


A estrutura do solo se define como o arranjo geométrico das partículas umas em relação às outras. A
estrutura dos solos depende de diversas características como o tamanho, forma e composição
mineralógica das partículas do solo, assim como a presença da água no interior dele. Dessa perspectiva
os solos se classificam em solos cohesivos e os solos não cohesivos.

SOLOS NÃO COHESIVOS


São solos que estão compostos por pedras, pedregulhos e areias, ou principalmente por partículas
grossas. Em estado seco é fácil o reconhecimento dos tamanhos e as formas das partículas ou grãos pela
simples observação, além de não se observa aderência entre elas, apenas o contato entre si. Além disso
esse tipo de solo, apresenta uma alta permeabilidade, assim como espaços vazios relativamente grandes
e intercomunicados entre si.
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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 22

SOLOS COHESIVOS
A característica principal desse tipo de solo é que seus grãos ou partículas são muito finas e tem
aderência firme entre elas, portanto suas formas geométricas e tamanhos não poder ser reconhecidos a
simples vista.

Os espaços vazios entre as partículas são diminutos e portanto apresentam dificuldade


à livre circulação da água.

Este tipo de solo quando seco se comporta com maior estabilidade em relação ao mesmo tipo de solo
quando umedecido, e dependendo das forças eletrostáticas que agem entre as partículas quando
suspensos em água, se originam duas estruturas básicas nos solos cohesivos: dispersos e floculados.
Os solos dispersos se formam pela decantação das partículas que se repelem entre si, e se orientam mais
menos paralelas umas às outras apresentando poucos espaços vazios. Os solos floculados se formam
pela decantação das partículas que se atraem entre si, não têm uma orientação definida e portanto
apresentam elevados espaços vazios. Ver a Figura 4.4

Figura 4.4. Estrutura dos solos cohesivos quando suspensos em agua. Dispersa (a) e floculada (b). (Braja Das. 2007)

Aula 5 |  PROPRIEDADES ÍNDICE DOS SOLOS

5.1.  ÍNDICES FÍSICOS


O solo é um produto heterogéneo da natureza, e considera-se como um meio poroso,
não rígido, trifásico, formado de partículas que possuem complexidade de forma,
tamanho e estrutura mineralógica.

Geralmente os solos são constituídos de três fases: sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (água que
preenche os poros) e gasosa (ar que ocupa os poros não ocupados pela água); a esta estrutura de solo
trifásica se conhece como condição não saturada do solo ou parcialmente saturado. Quando a fase
gasosa não esta presente na estrutura do solo (ar igual a cero), então se chama de solo saturado, que
seria um caso particular da condição não saturada.

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Fase gasosa

  Fase líquida

Partículas
sólidas

Figura 5.1. Elemento do solo em estado natural e sua representação trifásica.

As Relações físico químicas entre essas três fases e que estão representadas pela Figura 5.1, dependem da
temperatura, pressão, concentração iónica, etc. e vão ser estudadas no item a seguir.

5.2.  ÍNDICES FÍSICOS


O comportamento de um solo depende principalmente da quantidade e presença de cada uma das três
fases mencionadas e apresentadas no item anterior desta aula. A Figura 5.2 apresenta a estrutura que
normalmente ocorrem nos solos de uma maneira simplificada, e vai nos ajudar a compreender as
relações que existem entre as fases dele e assim tentar nos explicar o comportamento do mesmo.

Pes Volum
o e
Ar Va
Vv
W W Água Vw V
w

Ws Sólidos Vs

V  -­‐‑  Volume  total


W  -­‐‑  Peso  total
Vv  –  Volume  de  
Ww  –  peso  da  
vazios
água Vs  –  Volume  dos  
sólidos
Figura 5.2. Elemento de solo em estado natural comVw  
peso “W” –  Veolume  
volume “V”. da  

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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 24

Para identificar o estado natural do solo é costume usar correlaciones entre os pesos e volumes das três
fases que representam ele. Em princípio é logico imaginar que só o ar e a água são as únicas quantidades
que podem variar dentro da estrutura devido a fenômenos de temperatura ou cargas externas entre
outras diversas razões.
A seguir se denominam as seguintes relações entre o peso e volume do solo como:

•   Índice de vazios.- relação entre o volume de vazios e o volume de sólidos

Vv
e= (5.1)
Vs
•   Porosidade.- relação entre o volume de vazios e o volume total da amostra

Vv
n=
V (5.2)
•   Grau de saturação.- relação entre o volume da água e o volume de vazios

Vw
S=
Vv (5.3)
•   Umidade.- relação entre o peso da água e o peso dos sólidos. Resulta comum expressar esta
relação como quantidade porcentual.

Ww
w=
Ws (5.4)
•   Peso específico natural.- relação entre o peso total e volume total da amostra. No caso da
condição saturada não tem-se fase do ar.

W
γ nat = (5.5)
V
•   Peso específico aparente seco.- relação entre o peso dos sólidos e o volume total da amostra.

Ws
γd = (5.6)
V
•   Peso específico dos sólidos.- relação entre o peso dos sólidos e o volume dos sólidos.

Ws
γs =
Vs (5.7)
Peso específico aparente submerso.- É o peso específico efetivo do solo quando submerso. Se calcula
como a diferencia entre o peso especifico natural da amostra menos o peso específico da água.

γ sub = γ nat − γ w (5.8)

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Adota-se o valor do peso específico da sustância água ( γ w ), igual a 1.000 kg/m3, ou no sistema
internacional de medidas “SI” igual a 10 kN/m3.
Densidade dos grãos.- também conhecida como densidade relativa dos grãos, que é a relação entre o
peso especifico dos sólidos e o peso específico da água; a relação resulta adimensional.

γs
Gs =
γw (5.9)

Dos índices anteriormente descritos só três de eles são determinados diretamente no laboratório que são
a umidade, o peso específico natural e o peso especifico dos grãos. A partir destes três ensaios é possível
determinar todas a relações entre peso e volume do elemento solo mediante as equações apresentadas.
A seguir se apresentam algumas relações uteis entre os índices físicos que ajudam ao engenheiro a
entender de maneira mais rápida o comportamento do solo, sem necessidade de executar muito ensaios
de laboratório. Mediante álgebra simples podem-se obter as seguintes correlações:

e
n=
1+ e (5.10)
n
e=
1− n (5.11)
Fazendo mais um pouco de cálculos algébricos, mas sobre todo entendendo os conceitos básicos de
essas relações básicas (equações 5.1 ao 5.9), é possível conseguir a seguintes correlações:

γ nat
γd = (5.12)
1+ w
Gs i w = S i e (5.13)

Recomenda-se assistir o vídeo indicado no link embaixo, que apresenta


informações dos índices físicos dos solos, e reforçar assim os
conhecimentos adquiridos nesta aula.
http://tinyurl.com/hyxh82a

5.3.  CARACTERÍSTICAS FÍSICAS


A partir do conjunto de informações como a granulometria, classificação (qualquer uma), e alguns índices
fiscos, é possível ter noções preliminares do comportamento desse solo.
Além do anterior é possível obter informações de maior acurácia para saber mais do comportamento
deste material; então apoiados nos conhecimentos ate agora estudados do solo, pode-se fazer a seguinte
distinção entre as areias e argilas, que são os dois materiais de maior interesse dentro da área da
mecânica de solos.
 

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AREIAS
O tamanho de seus grãos tem importância nas características dos materiais que a
utilizam como componente.

Portanto vai ser de grande interesse analisar o índice de vazios natural e comparar-lhe com as condições
de vazios máxima e mínima que este material pode-se apresentar, e assim ter alguma noção dos graus
fofos ou de compactos da areia no estado natural.
O estado de uma areia ou sua “compacidade relativa (CR)”, pode-se expressar pela correlação entre os
índices de vazios no estado natural “enat”, o máximo possível “emax” e o mínimo possível “emin” dela,
mediante a equação seguinte :

emax − emin
CR = (5.14)
emax − enat
Em geral, na pratica da engenharia observa-se que as areias compactas apresentam maior resistência e
menor deformabilidade. Estas características dependem, entre outros fatores, do formato de grãos e a
própria granulometria.
Os estados com os índices de vazios extremos possíveis da areia se obtém mediante ensaios de
laboratório; vertendo a areia cuidadosamente e divagar para o estado mais fofo possível, e usando
vibração para o estado mais compacto possível, fazendo uso de um recipiente do mesmo volume.

O que muda durante o ensaio, é a quantidade do material, entre mais compacto o


recipiente vai caber maior quantidade comparado com o estado mais fofo possível.

ARGILAS

A resistência das argilas (capacidade que apresenta ao rompimento do material) depende do


arranjo da estrutura interna delas, o seja, o arranjo entre os grãos e do índice de vazios. Na pratica
dos solos, observou-se de maneira geral, que quando se submetem este tipo de solos ao
manuseio, sua resistência diminui, ainda que o índice de vazios seja mantido constante.

Quando se manuseia uma argila, percebe-se uma certa resistência, ao contrario das areias que se
desmancham facilmente. Sua resistência depois do manuseio (resistência amolgada) pode ser menor do
que no estado natural (resistência indeformada ou in situ).
A relação entre o estado natural e o estado amolgado, define-se como sensitividade (s), e se expressa
pela seguinte equação:
#$%&%&'ê)*&+  )-  $%'+.-  &).$/-#0+.-
𝑠= (5.15)
#$%&%&'ê)*&+   𝑛𝑜  $%'+.-  +0-34+.-

Então entende-se como sensibilidade à perda de resistência do solo devido à


destruição de sua estrutura original.

Uma argila amolgada, quando deixada em repouso, pode-se recuperar, devido a uma inter-relação
química dos grãos sem que possa atingir totalmente sua resistência original ou in situ. A este fenômeno
se conhece como tixotropia.

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Outro parâmetro de interesse para o engenheiro, é o índice que dá a proporção de umidade natural na
amostra de solo, conhecido como índice de consistência (IL), e se avalia como a equação seguinte:

LL − w
IL = (5.16)
IP
as variáveis na equação já formam estudados no item 4.2 da aula 4, que são o limite liquido, umidade e
índice plástico respectivamente.

n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n

Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de


Aprendizagem (AVA), e assista à videoaula de um exercício de
apoio, sobre propriedades índice dos solos.

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Aula 6 |  COMPACTAÇÃO DOS SOLOS

6.1.  GENERALIDADES
O material de solo (argila ou areia) quando transportado e aterrado, apresenta um estado relativamente
fofo e heterogêneo, portanto pouco resistente e muito deformável sob carregamento externo.
A compactação é um processo mecânico para melhorar as propriedades do solo reduzindo os vazios
deste pela expulsão principalmente do ar, mediante a aplicação na superfície do solo de cargas rápidas e
repetidas, que podem ser pressão, impacto ou vibração transmitidas por equipamento pesado de
construção. Qualquer um desses procedimentos visam fornecer ao solo melhorias em quanto a
homogeneidade, resistência e deformação se refere, assim como a diminuição do volume do solo.

Figura 6.1 Trabalhos de compactação em solos. http://tinyurl.com/h7vqgqs

Em outras palavras mais técnicas e que vão ser de uso comum a partir deste capitulo, o processo de
compactação vai melhorar os parâmetros geotécnicos do solo, diminuindo seu volume, as deformações e
as propriedades hidráulicas (passagem de agua), assim como também o incremento da resistência
intrínseca para resistir quebra o rompimento da estrutura interna dele, dado que à área de contato entre

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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 28

as partículas aumenta. Todo o anterior conduz no aumento do peso específico seco do solo (gd). A figura
6.2 apresenta de maneira geral a melhoria do solo quando compactado.
 

SOLO  NÃO   SOLO  


COMPACTADO COMPACTADO

A ÁGUA GRÃO  DE  


SOLO
Figura 6.2 Diminuição de vazios pelo processo de compactação.

Os estudos geotécnicos de compactação tiveram início na década dos 30’s do século passado, e foi
inicialmente R. Proctor o responsável do desenvolvimento desta teoria.
A experiência tem mostrado que o resultado da compactação do solo depende de dois fatores
determinantes: a energia aplicada e o teor de umidade usados durante o processo de compactação.
Imagine-se então um procedimento de compactação com uma determinada energia em que o solo é
compactado, adicionando-lhe diferentes quantidades de agua (variação de teores de umidade), e
medindo-se o resultado da compactação através da avaliação do peso volumétrico seco.

A compactação dos solos é geralmente representada em um gráfico que mostra a


variação do peso específico aparente seco (gd) versus o teor de umidade (w)
correspondente durante o processo de compactação.

Na Figura 6.3 se mostra uma curva típica de compactação.

O ramo ascendente da curva de compactação é denominado ramo seco e o ramo


descendente de ramo úmido.

No ramo ascendente, a água lubrifica as partículas e facilita o arranjo destas, além da expulsão do ar,
ocorrendo por esta razão, o acréscimo do peso específico seco. Já no ramo descendente, a água amortiza
a compactação e a amostra passa a ter mais água que sólidos (aumento dos vazios), levando o
decréscimo do peso específico seco.

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Figura 6.3 Curva típica de compactação.

Em geral pode-se dizer que durante o processo de compactação, as quantidades de sólidos e de agua
permanecem constantes, que a quantidade do ar é a variável principal neste processo; quando a
umidade é baixa facilita-se a saída do ar pelos canalículos intercomunicados ao interior do solo; acontece
o contrario quando a umidade é elevada (grau de saturação maior), se dificulta a saída dado que o ar esta
envolto pela água (ocluso). Há portanto, um certo teor de umidade que conduz a um peso especifico
aparente seco máximo para uma energia determinada. Se chama de umidade ótima (wot) o valor para o
qual se obtém o peso especifico aparente máximo (gdmax); este par de valores estão indicados na Figura
6.3 com linha descontinua.

Na realidade, a explicação do fenômeno es bem mais complexa e as opiniões não são


consensuais.

6.2.  ENERGIA DE COMPACTAÇÃO


Os valores do peso volumétrico seco máximo e umidade ótima, não são somente índices físicos do solo,
esse par de valores são função da energia empregada durante o processo de compactação, como se
mencionou no item anterior.
Define-se a energia de compactação na expressão seguinte:

M i H i Ng i Nc
Ec = (6.1)
V
onde:
M – Massa do soquete em kg; H – altura de queda do soquete em cm; Ng – número de golpes por camada;
Nc – número de camadas dentro do molde; V – volume de solo compactado cm3
A Figura 6.3 apresentada no item anterior, corresponde a uma certa curva de compactação sob uma
determinada energia de compactação. Se se aplicar a um mesmo solo com determinado teor de agua
energias de compactação diferentes, o estado final seria diferente (o peso volumétrico seco seria
diferente). O anterior significa que cada energia de compactação corresponde uma determinada curva
de compactação. Na Figura 6.3 se apresentam das curvas de compactação com diferentes energias de
compactação E1 e E2 respectivamente, o que explica o efeito da energia de compactação.
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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 30

Baseados na mesma figura antes mencionada constata-se que a maior energia de compactação
corresponde um peso volumétrico maior que é obtido para um teor em água ótimo menor, resultando
portanto, numa curva deslocada para acima e para a esquerda da curva correspondente à menor energia
de compactação. Convém, contudo, ter presente, que o aumento da energia de compactação não
conduz a um aumento contínuo do peso volumétrico seco, pois verifica-se que existe uma assíntota na
curva de variação do peso volumétrico seco com a energia de compactação.

Figura 6.4. Efeito da energia de compactação. (Santos 2008)


 

A escolha da compactação realizada no lado seco ou úmido da curva, resulta de grande importância,
dado que vai condicionar o comportamento do solo compactado; por exemplo uma estrutura de
pavimento e uma barragem, são aterros projetados com funcionamento totalmente diferente, e
consequentemente seus comportamentos serão também diferentes quando submetidos aos
carregamentos de projeto.

Em geral é comum realizar a compactação próxima do teor de água ótimo, definindo


um intervalo de teores de agua imediatamente antes e imediatamente depois desse
teor de umidade, sob uma determinada energia de compactação.

6.3.  ENSAIOS DE LABORATÓRIO


O ensaio “Proctor Normal” de compactação, é um dos mais importantes
procedimentos de estudo e controle de qualidade de aterros de solo compactado.

Além deste ensaio padrão internacional, existem mais outros, inclusive Brasil tem seus próprios ensaios
de compactação, desenvolvidos pelas nas necessidades de suas estradas e rodovias principalmente. As
Normas Brasileiras NBR-7182 e ABNT-6457 de 1986 descrevam o procedimento deste ensaio.

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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 31

PROCTOR NORMAL
O ensaio Proctor Normal utiliza o molde cilíndrico de 10,0 cm de diâmetro, altura de 12,73 cm e volume
de 1.000 cm3; a amostra é submetida a 26 golpes usando um soquete com massa de 2,5 Kg e altura de
queda de 30,5 cm. Estas características do ensaio, correspondem ao efeito de compactação com os
equipamentos convencionais de campo.
PROCTOR MODIFICADO
O ensaio modificado utiliza o molde cilíndrico de 15,24 cm de diâmetro, 11,43 cm de altura, 2.085 cm3 de
volume; o peso do soquete corresponde a 4,536 kg e uma altura de queda de 45,7 cm, aplicando-se 55
golpes por camada. Este ensaio é utilizado para melhorar os parâmetros mecânicos das camadas mais
importantes da estrutura dos pavimentos, portanto justifica-se o emprego de uma maior energia de
compactação.

Figura 6.5. Equipamento para ensaios de compactação. Moldes, soquete e rasoira.

ENSAIO INTERMEDIÁRIO
O ensaio denominado Intermediário difere do modificado só pelo número de golpes por camada que
corresponde a 26 golpes em cada uma delas; este ensaio comumente aplica-se nas camadas
intermediárias dos pavimentos.
O peso específico aparente seco é dado pela fórmula:

Wsolo i100
γd =
V i (100 + w) (6.2)

onde:

(gd) - peso específico seco, em g/cm³; Wsolo - peso úmido do solo compactado em g; V - volume útil do
molde cilíndrico (interno), em cm³; w - teor de umidade do solo compactado em %.

Recomenda-se assistir o vídeo indicado no link embaixo, que apresenta


a execução de um ensaio de compactação no laboratório. Estas
informações vão esclarecer ainda mais o estudado nesta aula.
http://tinyurl.com/hblcyoy

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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 32

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MECÂNICA DOS SOLOS | UIA 1 | 33

REFERÊNCIAS

MADUREIRA, J.; ATENCIO, D.; McREATH, I.; Decifrando a Terra. Capitulo 2. 2009.

DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 2007.

PINTO, C. DE S. Curso Básico de Mecânica dos solos. 2006.

SANTOS, J. Compactação. Elementos Teóricos. 2008.

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