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Prefeitura Municipal de Uberlândia/MG

Cargos de Nível Superior

Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos literários e não literários; ...........................................................................1
Reconhecimento de traços característicos da linguagem falada e da linguagem escrita. ......................................3
Tipologia textual. Paráfrase, perífrase, síntese e resumo. ............................................................................................4
Significação literal e contextual de vocábulos. ............................................................................................................ 14
Processos de coesão textual. Elementos de coesão textual: artigos, numerais, pronomes, conjunções,
expressões sinônimas e antônimas. .............................................................................................................................. 18
Coordenação e subordinação. ........................................................................................................................................ 20
Emprego das classes de palavras. .................................................................................................................................. 26
Concordância Nominal e Verbal. ................................................................................................................................... 56
Discurso Direto e Indireto. ............................................................................................................................................. 60
Regência. ............................................................................................................................................................................ 61
Estrutura, formação e representação das palavras. ................................................................................................... 65
Ortografia oficial. .............................................................................................................................................................. 67
Pontuação. ......................................................................................................................................................................... 71
Crase. .................................................................................................................................................................................. 74
Acentuação Gráfica. .......................................................................................................................................................... 76
Conotação e Denotação; .................................................................................................................................................. 78
Morfologia e Sintaxe. ....................................................................................................................................................... 79

Matemática (Raciocínio Lógico)


Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões
numéricas; múltiplos e divisores de números naturais; problemas. .........................................................................1
Frações e operações com frações. ....................................................................................................................................8
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais; regra de três;
porcentagem e problemas. ............................................................................................................................................. 11
Problemas com Sistemas de medidas: medidas de tempo; sistema decimal de medidas; sistema monetário
brasileiro. ........................................................................................................................................................................... 22
Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; deduzir novas
informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas
relações. ............................................................................................................................................................................. 28
Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio verbal, raciocínio matemático,
raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos. 33
Compreensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a
conclusões determinadas. ............................................................................................................................................... 44

Informática Básica
Conceitos básicos do hardware e periféricos de um microcomputador. ...................................................................1
Browsers Internet Explorer, Firefox e Chrome...............................................................................................................5
Ferramentas e aplicações de informática. Ambiente Windows. Linux. ................................................................... 22
Correio eletrônico. ............................................................................................................................................................ 42

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Procedimento para a realização de cópia de segurança (backup). .......................................................................... 42
Microsoft Office.................................................................................................................................................................. 44
Conceitos de organização de arquivos e métodos de acesso. .................................................................................... 85
Conceitos e tecnologias relacionados à Internet e Intranet. ...................................................................................... 85
Segurança Virtual. Malwares. Antivírus. Firewall. ...................................................................................................... 89

Fundamentos da Educação
A lei 9394/96 e seus avanços durante a sua primeira década de promulgação. ......................................................1
Políticas e formação e valorização do magistério........................................................................................................ 14
Avaliação crítica das políticas públicas no que se refere à Educação Básica.......................................................... 57
Princípios orientadores, finalidades e objetivos do Ensino Fundamental: séries iniciais e finais. .................... 59
Produção, formas e estratégias de avaliação. ............................................................................................................... 71
Direitos Humanos e cidadania. ....................................................................................................................................... 75
Educação inclusiva. ........................................................................................................................................................... 78
As teorias pedagógicas no Brasil e suas implicações na educação básica: a pedagogia liberal; o tecnicismo; os
crítico-reprodutivistas; a educação progressista. ....................................................................................................... 90
Precarização do trabalho docente e do ambiente escolar.......................................................................................... 98
Educação popular, movimentos sociais e minorias sociais. ....................................................................................106
Questões........................................................................................................................................................................................................... 111

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LÍNGUA PORTUGUESA

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APOSTILAS OPÇÃO
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar
inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo
moderno cobra de nós inúmeras competências, uma delas é a
proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa
comunicação verbal, mas também à capacidade de entender
aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está
Compreensão e interpretação de relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do
textos literários e não literários; código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura
interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e
criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de
textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas
Interpretação de Texto
dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao
inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não
alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes,
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade,
apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes em um
é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de
texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo,
não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre
possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso,
releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos
para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar
surpreendentes que não foram observados anteriormente.
ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender,
Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também
primeiro, algumas definições importantes:
retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo,
isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Texto
Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de
menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de
que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo
modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um
uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando
símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de
ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.
televisão também são formas textuais.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam
Interlocutor
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente
É a pessoa a quem o texto se dirige.
contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor,
isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície
Texto-modelo
do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você,
autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente.
certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando.
funcional e ler com atenção é um exercício que deve ser
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com
praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós
outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado,
dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-
da sua vida.”
uma-boa-interpretacao-texto.html
(Revista Capricho)
Questões
Modelo de Perguntas
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem
( Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vunesp)
é o seu interlocutor preferencial?
O uso da bicicleta no Brasil
Um leitor jovem.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
a você identificar o interlocutor preferencial do texto?
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que
tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes.
oferecem mais vantagens.
A linguagem informal típica dos adolescentes.
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas
e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e
assunto;
prioridade sobre os automotores.
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta
leitura;
no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo
menos duas vezes;
e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha;
04) Inferir;
a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito
autor;
bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
claro, nos impostos.
compreensão;
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
questão;
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-
ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/
Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a

Língua Portuguesa 1
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APOSTILAS OPÇÃO
esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
espalhadas em pontos estratégicos.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção
não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não 04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte,
ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de Televisão
um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes,
discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso
é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos
e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br.
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com
Adaptado)
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos
pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
É correto concluir que, de acordo com o cartum,
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net.
(A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou
Adaptado)
pela TV são equivalentes.
(B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de
mais ativa.
locomoção nas metrópoles brasileiras
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra
que não sabe se distrair.
devido à falta de regulamentação.
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido
a um programa de televisão.
incentivado em várias cidades.
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela
idêntico, embora ler seja mais prazeroso.
maioria dos moradores.
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp) Leia
demais meios de transporte.
o texto para responder às questões:
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
arriscada e pouco salutar.
Propensão à ira de trânsito
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente
objetivos centrais do texto é
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como
ciclista.
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas.
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas
mais seguro do que dirigir um carro.
não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta
também se engajam num comportamento de risco – algumas até
no Brasil.
agem especificamente para irritar o outro motorista ou impedir
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de
que este chegue onde precisa.
locomoção se consolidou no Brasil.
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve
ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um
dar prioridade ao pedestre.
motorista a tomar decisões irracionais.
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante.
03. (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP –
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa
Vunesp) Considere o cartum de Evandro Alves.
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos.
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas
Afogado no Trânsito
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no
momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos concentrarmos
em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de
dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o
Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsito não
são os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br) aprendem que as regras normais em relação ao comportamento

Língua Portuguesa 2
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APOSTILAS OPÇÃO
e à civilidade não se aplicam quando dirigimos um carro. Elas Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo
podem ver seus pais envolvidos em comportamentos de disputa com a situação em que nos encontramos: quando conversamos
ao volante, mudando de faixa continuamente ou dirigindo em com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se
alta velocidade, sempre com pressa para chegar ao destino. estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era descarregar Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades
a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de requer o domínio de certas formas de língua chamadas
frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma situação de ira línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas
de trânsito, a descarga de frustrações pode transformar um formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico
incidente em uma violenta briga. de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está
predisposta a apresentar um comportamento irracional quando Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre
dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior parte das influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança
pessoas fica emocionalmente incapacitada quando dirige. O que não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-
deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente de seu estado se em linguagem infantil e linguagem adulta.
emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo quando estiver
tentado a agir só com a emoção. Fala
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.
uol.com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato
Adaptado) individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode
escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto,
correto afirmar que sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive,
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande
medida que os motoristas se envolvem em decisões conscientes. diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada indivíduo,
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto falam; é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas
comunitário do ato de dirigir. dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é linguagem delas seja exatamente como a nossa.
o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção
agressiva. Níveis da fala
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de
experiências e atividades não só individuais como também Devido ao caráter individual da fala, é possível observar
sociais. alguns níveis:
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
emoções positivas por parte dos motoristas. Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das pessoas
utiliza no seu dia a dia, principalmente em situações informais.
Respostas Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utiizá-lo, não nos
1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D) preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as
regras formais estabelecidas pela língua.
Reconhecimento de traços Nível formal-culto: é o nível da fala normalmente utilizado
característicos da linguagem pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por um
falada e da linguagem escrita. cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras
gramaticais estabelecidas pela língua.

Língua Falada e Língua Escrita Diferenças existentes entre a língua falada e a escrita

Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois Língua Falada:
meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio Palavra sonora;
posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, Requer a presença dos interlocutores;
abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Ganha em vivacidade;
Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes É espontânea e imediata;
por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é Uso de palavras-curinga, de frases feitas;
apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema É repetitiva e redundante;
mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo O contexto extralinguístico é importante;
fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante. A expressividade permite prescindir de certas regras;
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, A informação é permeada de subjetividade e influenciada
mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. pela presença do interlocutor.
Dentre eles, destacam-se: Recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos,
entorno físico e psíquico
Fatores regionais: é possível notar a diferença do português
falado por um habitante da região nordeste e outro da região Língua Escrita:
sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há Palavra gráfica
variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por É mais objetiva.
exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão É possível esquecer o interlocutor
que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior É mais sintética.
do estado. A redundância é um recurso estilístico
Comunicação unilateral.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação Ganha em permanência
cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram Mais correção na elaboração das frases.
para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada Evita a improvisação
utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve Pobreza de recursos não-linguísticos; uso de letras, sinais de
acesso à escola. pontuação

Língua Portuguesa 3
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APOSTILAS OPÇÃO
É mais precisa e elaborada. Descrição
Ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos
O contexto extralinguístico tem menos influência
Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma
Registros da língua falada visão;
Há pelo menos dois níveis de língua falada: a culta ou padrão É um tipo de texto figurativo;
e a coloquial ou popular. A linguagem coloquial também aparece
nas gírias, na linguagem familiar, na linguagem vulgar e nos Retrato de pessoas, ambientes, objetos;
regionalismos e dialetos. Predomínio de atributos;
Essas variações são explicadas por vários fatores:
Diversidade de situações em que se encontra o falante: uma Uso de verbos de ligação;
solenidade ou uma festa entre amigos. Frequente emprego de metáforas, comparações e outras
Grau de instrução do falante e também do ouvinte. figuras de linguagem;
Grupo a que pertence o falante. Este é um fator determinante
na formação da gíria. Tem como resultado a imagem física ou psicológica.
Localização geográfica: há muitas diferenças entre o falar de
um nordestino e o de um gaúcho, por exemplo. Essas diferenças Narração
constituem os regionalismos e os dialetos.
Atenção: o dialeto é a variedade regional de uma língua. Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta
Quando as diferenças regionais não são suficientes para antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente);
constituir um dialeto, utiliza-se os termos regionalismos ou
falares para designá-las. E as pichações têm características da É um tipo de texto sequencial;
linguagem falada. Relato de fatos;

A língua falada como recurso literário Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo;
A transcrição da língua falada é um recurso cada vez mais Apresentação de um conflito;
explorado pela literatura graças à vivacidade que confere ao
texto. Uso de verbos de ação;
Geralmente, é mesclada de descrições;
Observe, no trecho seguinte, algumas das características da
língua falada, tais como o uso de gírias e de expressões populares O diálogo direto é frequente.
e regionais; incorreções gramaticais (erros na conjugação verbal
e colocação de pronomes) e repetições: Dissertação

Exemplo: Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa;


“– Menino, eu nada disto sei dizer. A outro eu não falava, mas
a ti eu digo. Eu não sei que gosto tem esse bicho de mulher. Eu É um tipo de texto argumentativo.
vi Aparício se pegando nas danças, andar por aí atrás das outras, Defesa de um argumento:
contar histórias de namoro. E eu nada. Pensei que fosse doença, a) apresentação de uma tese que será defendida,
e quem sabe não é? Cantador assim como eu, Bentinho, é mesmo b) desenvolvimento ou argumentação,
que novilho capado. Tenho desgosto. A voz de Domício era de c) fechamento;
quem falava para se confessar:
Predomínio da linguagem objetiva;
– Desgosto eu tenho, pra que negar?... “ Prevalece a denotação.
(Pedra Bonita, de José Lins do Rego)
Carta
Registros da língua escrita
Além dos dois grandes níveis – língua culta e língua
coloquial –, os registros escritos são tão distintos quanto as Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um
necessidades humanas de comunicação. Destacam-se, entre remetente e um destinatário;
outros, os registros jornalísticos, jurídicos, científicos, literários É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um
e epistolares. tipo de leitor;
Fontes: http://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman4. É necessário que se utilize uma linguagem adequada com
php o tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a
http://www.vestibular1.com.br/redacao/red020.htm visão daquele para quem o texto está sendo escrito.

Descrição
Tipologia textual. Paráfrase,
perífrase, síntese e resumo. É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação
ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja
Tipos Textuais apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em
imagens.
Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa
implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não
momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do
e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito). observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa
Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas forma, o que será importante ser analisado para um, não será
escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre para outro.
determinado assunto. A vivência de quem descreve também influencia na hora de
transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto,
E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação.

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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos: Características:

(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas - Ao fazer a descrição enumeramos características,
a penumbra dos ramos cobria o atalho. comparações e inúmeros elementos sensoriais;
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, - As personagens podem ser caracterizadas física e
pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado psicologicamente, ou pelas ações;
pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o - A descrição pode ser considerada um dos elementos
meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de constitutivos da dissertação e da argumentação;
abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.” - é impossível separar narração de descrição;
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector) capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza;
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
(II) Chamavase Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo
inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea
que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que
com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia parecem conformados expressamente para esposas da multidão
a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu);
doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não
pai e retiravase antes. O mestre era mais severo com ele do que existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus
conosco. enunciados;
- Devemse evitar os verbos e, se isso não for possível, que
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São se usem então as formas nominais, o presente e o pretério
Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.) imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos
verbos que indiquem estado ou fenômeno.
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da - Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos
escola que o escritor frequentava. adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.
Devese notar:
A característica fundamental de um texto descritivo é essa
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao inexistência de progressão temporal. Podese apresentar, numa
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação
grande medo ao pai); anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em
é cronologicamente anterior a retirarse dela; no nível do relato, relação a um marco temporal pretérito instalado no texto.
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o Para transformar uma descrição numa narração, bastaria
escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um
traçar a cronologia de suas ações); estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial,
- ainda que se fale de ações (como entrava, retiravase), todas para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso
elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em grande medo do pai. Mais tarde, Iibertouse desse medo...
relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano
de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa) Características Linguísticas:
e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado;
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não O enunciado narrativo, por ter a representação de
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela
poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar temporalidade, na relação situação inicial e situação final,
e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação,
ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se é atemporal.
antes... Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-
semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão:
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados - Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores
pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente
cronológica, pois, como veremos adiante, a ordem em que os no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver,
elementos são descritos produz determinados efeitos de sentido. situar-se, existir, ficar).
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos - Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é
fazer certas modificações no texto, pois este contém anafóricos descrito; Exemplo:
(palavras que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele,
etc. ou catafóricos (palavras que anunciam o que vai ser dito, “Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço
como este, etc.), que podem perder sua função e assim não ser entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-
compreendidos. Se tomarmos uma descrição como As flores se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no
manifestavam todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, alto; tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar
ao invertermos a ordem das frases, precisamos fazer algumas por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste,
alterações, para que o texto possa ser compreendido: O Sol fazia mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho,
as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu esplendor. farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava
Como, na versão original, o pronome oblíquo as é um anafórico as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas
que retoma flores, se alterarmos a ordem das frases ele perderá grandes muito despegadas do crânio.”
o sentido. Por isso, precisamos mudar a palavra flores para a (Eça de Queiroz - O Primo Basílio)
primeira frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda.
Por todas essas características, dizse que o fragmento do - Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações,
conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de texto em que sinestesias). Exemplo:
se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos,
situações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e “Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito
de posterioridade. gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu
corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante

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APOSTILAS OPÇÃO
que lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com os Magro, de olhos azuis, carão moreno,
olhinhos de azougue.” bem servido de pés, meão de altura,
(José de Alencar - Senhora) triste de facha, o mesmo de figura,
nariz alto no meio, e não pequeno.
- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo:
Incapaz de assistir num só terreno,
“Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e mais propenso ao furor do que à ternura;
essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois você bebendo em níveas mãos por taça escura
entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que de zelos infernais letal veneno.
devia ter uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente;
dali tinha um corredor comprido de onde saíam três portas; no
final do corredor tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,1968, pág. 497.
que ia dar no quintal e atrás ainda tinha um galpão, que era o
lugar da bagunça...” O poeta descrevese das características físicas para as
(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ) características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria
o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer
Recursos: relevo.
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de
Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características
sol. exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, suas características psicológicas e até emocionais (descrição
concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu subjetiva).
sereno, uma pureza de cristal. Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos,
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado
natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente desta técnica, sugerese que o concursando, após escrever seu
que deslumbrava e enlouquecia qualquer um. texto, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.
texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal,
muito crente. Descrição de objetos constituídos de uma só parte:

A descrição pode ser apresentada sob duas formas: - Introdução: observações de caráter geral referentes à
procedência ou localização do objeto descrito.
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem - Desenvolvimento: detalhes (lª parte) formato (comparação
são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex: “Sua com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões
altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos, (largura, comprimento, altura, diâmetro etc.)
pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos”. - Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) material, peso, cor/
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: brilho, textura.
“ A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua
que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto
guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, como um todo.
dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei.
Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais Descrição de objetos constituídos por várias partes:
velha que Juiz de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda
que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da - Introdução: observações de caráter geral referentes à
variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois procedência ou localização do objeto descrito.
a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das
e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú partes que compõem o objeto, associados à explicação de como
de Ossos) as partes se agrupam para formar o todo.
- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo
Descrição Subjetiva: quando há maior participação da (externamente) formato, dimensões, material, peso, textura, cor
emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são e brilho.
transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua
ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em
que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações sua totalidade.
gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu!
Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, Descrição de ambientes:
calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra - Introdução: comentário de caráter geral.
esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par- - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do
de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e
por lei, de sobregoverno.” aroma (se houver).
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas) - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos
lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos quaisquer outros objetos.
descritivos: - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão ambiente.
temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente,
uma vez que eles indicam propriedades ou características que Descrição de paisagens:
ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do
ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para - Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer
baixo ou viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o outra referência de caráter geral.
detalhe cria efeitos de sentido distintos. - Desenvolvimento: observação do plano de fundo
Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de (explicação do que se vê ao longe).
Bocage: - Desenvolvimento: observação dos elementos mais

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próximos do observador explicação detalhada dos elementos É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo,
que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem. tendo mudança de um estado para outro, segundo relações
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na
da impressão que a paisagem causa em quem a contempla. descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e
as ligações afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando
Descrição de pessoas (I): situações que contêm essa vivência.
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
aspecto de caráter geral. com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
- Desenvolvimento: características psicológicas texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
(personalidade, temperamento, caráter, preferências, o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de
inclinações, postura, objetivos). texto recebe o nome de enredo.
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
geral. personagens, que são justamente as pessoas envolvidas
no episódio que está sendo contado. As personagens são
Descrição de pessoas (II): identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos
próprios.
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem
aspecto de caráter geral. querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as ações do
- Desenvolvimento: análise das características físicas, enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre
associadas às características psicológicas (1ª parte). uma ação ou ações  é chamado de espaço, representado no texto
- Desenvolvimento: análise das características físicas, pelos advérbios de lugar.
associadas às características psicológicas (2ª parte). Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da
geral. narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu.
Porque toda técnica descritiva implica contemplação e A história contada, por isso, passa por uma introdução
apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama)
descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
sensibilidade. Aquele que conta a história é o narrador,  que pode ser pessoal
(narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa:
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não- Ele).
literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos
Por ser objetiva, há predominância da denotação. substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes
do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para história.
descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os
compõem, para descrever experiências, processos, etc. Elementos Estruturais (I):
Exemplo:
Folheto de propaganda de carro - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam
o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por
tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens
Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais
elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o
ambiente. medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou antiheróis,
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui protagonistas ou antagonistas.
capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 - Narrador: é quem conta a história.
litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado. - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo
evitar a deformação em caso de colisão. interior, subjetivo.

Textos descritivos literários: Na descrição literária Elementos Estruturais (II):


predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de
associações conotativas que podem ser exploradas a partir de Personagens Quem? Protagonista/Antagonista
descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; Acontecimento O quê? Fato
situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
podem ocorrer tanto em prosa como em verso. Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato
Modo Como? De que forma ocorreu o fato
Narração Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
Resultado - previsível ou imprevisível.
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, Final - Fechado ou Aberto.
fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo
apresenta personagens que atuam em um tempo e em um Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se
espaço, organizados por uma narração feita por um narrador. de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente,

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APOSTILAS OPÇÃO
como simples exemplos de uma narração. Há uma relação - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações
de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e dos personagens.
verossimilhança à história narrada.
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, Tipos de Personagens:
obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as
personagens ou o fato a ser narrado. Os personagens têm muita importância na construção de um
texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou
Exemplo: secundários, conforme o papel que desempenham no enredo,
podem ser apresentados direta ou indiretamente.
Porquinho da índia A apresentação direta acontece quando o personagem
aparece de forma clara no texto, retratando suas características
Quando eu tinha seis anos físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando
Ganhei um porquinhodaíndía. os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo
Que dor de coração me dava a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos - Em 1ª pessoa:
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão. Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... história e é o protagonista. Exemplo:
O meu porquinhodaíndia foi a minha primeira namorada.
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas,
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de o coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me
Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei
a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e
Observe que, no texto acima, há um conjunto de andava outra vez e estacava.”
transformações de situação: ganhar um porquinhodaíndia (Machado de Assis. Dom Casmurro)
é passar da situação de não ter o animalzinho para a de têlo;
leválo para a sala ou para outros lugares é passar da situação Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar,
de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros lugares; eu estava lá e vi. Exemplo:
ele não gostava: “queria era estar debaixo do fogão” implica a
volta à situação anterior; “não fazia caso nenhum das minhas “Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do
ternurinhas” dá a entender que o menino passava de uma Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista
situação de não ser terno com o animalzinho para uma situação que fez cancha nos banhados do Ibirocaí.
de ser; no último verso temse a passagem da situação de não ter Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a cruzar
namorada para a de ter. os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, na
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que
de mudanças de situação. É isso que define o que se chama chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por alma de
o componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca desandou
mudança de estado pela ação de alguma personagem, é uma cruzada!...
transformação de situação. Mesmo que essa personagem não (...)
apareça no texto, ela está logicamente implícita. Assim, por Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele.
exemplo, se o menino ganhou um porquinhodaíndia, é porque Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito
alguém lhe deu o animalzinho. tempo. (...)
Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na
em que alguém recebe alguma coisa (o menino passou a ter o matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.”
porquinhoda índia) e aquele alguém perde alguma coisa (o (J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)
porquinho perdia, a cada vez que o menino o levava para outro
lugar, o espaço confortável de debaixo do fogão). Assim, temos - Em 3ª pessoa:
dois tipos de narrativas: de aquisição e de privação.
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa.
Existem três tipos de foco narrativo: Exemplo:

- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na “Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram
qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com
mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como malha de cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara
alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento
história é contada em 3ª pessoa. impreciso de ridículo.”
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo (Ilka Laurito. Sal do Lírico)
e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos
íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como
misturada com pensamentos dos personagens (discurso sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo:
indireto livre).
Festa
Estrutura:
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o
- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois
alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas
história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá. ambos com menos de dez anos.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há
conduzindo ao clímax. seis mesas desertas.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guaranás e

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APOSTILAS OPÇÃO
dois pãezinhos. Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as
__ Duzentos e vinte. vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. Ia
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido. firme e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz. muito para nada.
__ Como? __ Olho vivo – como dizia Paraná.
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das ruas. Ele
gostoso. ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava um guarda nas
O homem olha para os meninos. esquinas. O seu coraçãozinho se apertava.
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz. Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mulher.
__ Está certo. Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à noite. Pelo
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, ele
como se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida. seguiu. Ignorava a exatidão de seus cálculos, mas provavelmente
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em faltava mais ou menos uma hora para chegar em casa. Os bondes
seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada passavam.
um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro (João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço)
dos pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira.
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do
de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu guaraná e personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente
morde o primeiro bocado do pão. recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX.
O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando Exemplo:
criteriosamente o menino mais velho e o menino mais novo A Morte da Porta-Estandarte
absorvidos com o sanduíche e a bebida.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços.
E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é preciso
naquela mesa. segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu...
(Wander Piroli) Esse temporal assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham
paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não! E esses
Tipos de Discurso: tambores? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar...
Por que não está malhando em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente Rosinha da cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela,
para o personagem, sem a sua interferência. Exemplo: para o fundo do País... Abraçá-la no alto de uma colina...
Caso de Desquite (Aníbal Machado)

__ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca). Sequência Narrativa:


Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto casado.
Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha. Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias:
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só não uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase
me pise, fico uma jararaca. a outra.
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão. A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está bom? - uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um
Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de mamar no dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo);
primeiro mês. - uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
__Você desempregado, quem é que fazia roça? competência para fazer algo);
__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui - uma em que a personagem executa aquilo que queria ou
jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no mundo sem devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o hominho aqui - uma em que se constata que uma transformação se deu e
na carroça. Sempre o mais sacrificado, está bom? em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens
__ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende? (geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os
__ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre só. maus).
Sempre tem um cristão que enterra o pobre.
__ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher... Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
__ Eu arranjo. pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a
__ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem dois realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela
cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de melhor. Vai me efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla.
deixar sem nada? Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento:
__ Você tinha a mula e a potranca. A mula vendeu e a potranca, quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para
deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um prato de comida isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever
e roupa lavada. comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou
__ Para onde foi a lavadeira? ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo).
__ Quem? Algumas mudanças são necessárias para que outras se
__ A mulata. deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um
(...) bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro,
(Dalton Trevisan – A guerra Conjugal) é preciso antes conseguir o dinheiro.

Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem Narrativa e Narração


diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo:
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade
Frio é um componente narrativo que pode existir em textos que
não são narrações. A narrativa é a transformação de situações.
O menino tinha só dez anos. Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivouse
Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde. a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que,
Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que trazia, no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém
afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa errada. uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da
(Nos bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que imigração européia.
percebesse; e depois?... Que é que diria a Paraná?)

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APOSTILAS OPÇÃO
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,
o que é narração? (Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características: Alegre: Movimento, 1981, p. 51)
- é um conjunto de transformações de situação (o texto de
Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche Exemplo - Tempo
essa condição);
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos “Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembrase: a
concretos (o texto “Porquinho-daíndia» preenche também esse mulher lhe pediu que a chamasse cedo.”
requisito);
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal (Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)
que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e
posterioridade (no texto “Porquinhodaíndia» o fato de ganhar Tipologia da Narrativa Ficcional:
o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por
sua vez é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu - Romance
turno é anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão). - Conto
- Crônica
Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre - Fábula
pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear - Lenda
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no - Parábola
romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, - Anedota
quando o narrador começa contando sua morte para em - Poema Épico
seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações Tipologia da Narrativa NãoFiccional:
de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características explicadas - Memorialismo
acima (transformação de situações, figuratividade e relações - Notícias
de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) - Relatos
devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só - História da Civilização
uma ou duas dessas características não é uma narração.
Apresentação da Narrativa:
Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto
narrativo: - visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em
quadrinhos) e desenhos.
- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos.
aconteceu, quando e onde. - audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
personagens. Dissertação
- Desenvolvimento: detalhes do fato.
- Conclusão: consequências do fato. A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação
de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema.
Caracterização Formal: Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio,
clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento
Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto de trabalho e uma habilidade de expressão.
narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade, É em função da capacidade crítica que se questionam
porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função pontos da realidade social, histórica e psicológica do mundo
da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu
enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim significado diz respeito a um tipo de texto em que a exposição
é de grande importância saber se o relato é feito em primeira de uma ideia, através de argumentos, é feita com a finalidade
pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou artístico.
do narrador; segundo, há uma inferência do último através da Exemplo:
onipresença e onisciência.
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a
acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo ser primeiroministro. O primeiro é saber, com prudência,
o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. como servirse de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o
O narrador que usa essa técnica (característica comum no segundo, como trair ou solapar os predecessores; e o terceiro,
cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da corte.
podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no Mas um príncipe discreto prefere nomear os que se valem do
espaço. último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre se revelam
os mais obsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do
Exemplo - Personagens amo. Tendo à sua disposição todos os cargos, conservamse no
poder esses ministros subordinando a maioria do senado, ou
“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. grande conselho, e, afinal, por via de um expediente chamado
Amâncio não viu a mulher chegar. anistia (cuja natureza lhe expliquei), garantemse contra futuras
Não quer que se carpa o quintal, moço? prestações de contas e retiramse da vida pública carregados
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face com os despojos da nação.
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do
passado, os olhos).” Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. São Paulo, Abril Cultural,
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado 1979, p. 234235.
Aberto, p. 5O)
Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem
Exemplo - Espaço chega a ser primeiroministro, aconselha o príncipe discreto a
escolhêlo entre os que clamam contra a corrupção na corte e
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza justifica esse conselho.
escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não Observese que:
havia, em todo o caso, como negarlhe a insipidez.” - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade

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APOSTILAS OPÇÃO
com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo
particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades
do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder); que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a doença do século...”
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte - Narração: narrar um fato.
no momento em que se tornam primeirosministros);
- a progressão temporal dos enunciados não tem importância, Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial,
pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais
corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:
para primeiroministro).
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
Características: este tipo de abordagem.
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição.
temático; - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; distintas.
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior favoráveis e desfavoráveis.
importância o que importa são suas relações lógicas: analogia, - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou
pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, descrever uma cena.
implicação, etc. - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem prováveis resultados.
características próprias a cada tipo de texto. - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
  apresentar questionamento e reflexão.
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
/ Conclusão. valores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a porquês de uma determinada situação.
ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
Tipos: - Exemplificação: dar exemplos.

- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas
olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” as ideias anteriormente desenvolvidas.
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um
fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
a década colecionou, agravou vários dos históricos problemas pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana, quem lê.
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população
brasileira.” Exemplo:
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. Direito de Trabalho
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! modelo econômico: o capitalismo, que até o século XX agia por
Faça parte desse time de vencedores desde a escolha desse meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meio
momento! da exclusão. (A)
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a o trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a
solução no combate à insegurança.” necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca o
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. desemprego. Outro fator que também leva ao desemprego de
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: um sem número de trabalhadores é a contenção de despesas,
“Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com de gastos. (B)
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem social que provém dessa automatização e qualificação, obriga
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e que seja feita uma lei, em que será dada absoluta garantia
2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos). aos trabalhadores, de que, mesmo que as empresas sejam
(...)” automatizadas, não perderão eles seu mercado de trabalho. (C)
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. Não é uma utopia?!
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do Um exemplo vivo são os boias-frias que trabalham na
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecnológico
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o meio
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar para a colheita
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de e substituindo-os então pelas máquinas, desemprega milhares
sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” deles. (D)
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos
compõem o texto. de cabelereiro, marcenaria, eletricista, para não perderem
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a classe de
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo trabalhos informais.
futebol não é uma prova de alienação?” Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a à vida estudando, se especializando, para se diferenciarem e
curiosidade do leitor. ainda estão desempregados? como vimos no último concurso da
- Comparação: social e geográfica. prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”, havia até advogado na
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à fila de inscrição. (E)

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Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado
o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, que muita gente ao vício.
almeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo - A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação
de desníveis gritantes e criar soluções eficazes para combater criados pelo homem.
a crise generalizada (F), pois a uma nação doente, miserável e - A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades
desigual, não compete a tão sonhada modernidade. (G) e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido
apenas pela polícia.
1º Parágrafo – Introdução - O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
atualmente.
A. Tema: Desemprego no Brasil. - O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a
Contextualização: decorrência de um processo histórico sociedade brasileira.
problemático.
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
remetem a uma análise do tema em questão. funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se
realidade. enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência,
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de classificação ou aleatoriamente.
quem propõe soluções. Exemplo:
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias
7º Parágrafo: Conclusão causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
F. Uma possível solução é apresentada. e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com de Televisão.
modernidade.
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar número de emissoras que dedicam parte da sua programação à
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos veiculação de programas religiosos de crenças variadas.
recursos que permite uma segurança maior no momento de
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes 3-
que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de - A Santa Missa em seu lar.
um texto dissertativo. - Terço Bizantino.
- Despertar da Fé.
Ainda temos: - Palavra de Vida.
- Igreja da Graça no Lar.
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o
assunto que vai ser abordado. 4-
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo - Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo
discutido. brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios
Argumentação: é um conjunto de procedimentos sociológicos e poluição.
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas - Existem várias razões que levam um homem a enveredar
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer pelos caminhos do crime.
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada - A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
tese. porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua
Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente. sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: várias categorias.
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de
pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema; da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; Exemplo:
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração “A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a
(evitar-se o uso da primeira pessoa). felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.
(Arthur Schopenhauer)
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar:
uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
mais frases que explicitem tal ideia. encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada motivador) e, em outras situações, um segmento indicando
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente consequências (fatos decorrentes).
graves. (ideia secundária)”. Exemplos:
Vejamos:
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida - O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade que
urgentemente. abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as
coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos - O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre
tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade
daquelas que sofrem de problemas respiratórios: fria e inamistosa.

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APOSTILAS OPÇÃO
Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam que por sua vez vem do grego ‘παράφρασις’: imitação do texto
temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos. original, que imita sem reproduzi-lo, usando outro idioma,
Exemplos: geralmente mais homólogos.
Paráfrase também é a ‘Tradução’ que dá uma visão clara
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta e didática do mesmo texto ao texto.Para tradução tem não
evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu deve ser entendido aqui mudar de um idioma para outro,
um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita necessariamente, mas a reescrita do texto original.
e só muitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de
massa. Tipos de paráfrase
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas
úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte Mecânica paráfrase: substitui sinônimos, alternativos
decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da frases ou expressões que aparecem em um texto, com mínimas
rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões temperadas alterações sintáticas.
e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda. Paráfrase construtiva: dado a sentença, dando lugar a outro
(Melhem Adas) com características muito diferentes e ainda mantendo o mesmo
significado.
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se Ele faz uso de parafraseando na exegese de textos literários.
conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais Por exemplo, Fray Luis de León fez versões paraphrastic de
compreensíveis. cantar as músicas e o livro de Jó, pertencentes tanto ao Antigo
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do Testamento.
coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na Além disso, ele recorre parafraseando traduções de uma
ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém língua para outra.
sangue vermelho-vivo, recém-oxigenado. Na artéria pulmonar, Eles também são considerados paráfrases a prosed do verso
porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o e a versificação da prosa.
coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar É também um recurso de ensino e, portanto, um meio de
gás carbônico”. aquisição de conhecimento:
• Esta figura de linguagem é explorada para o exercício de
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve elaboração.
delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser • Professores e alunos fazem uso da paráfrase quando
enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a assimilar o conteúdo de uma lição primeiro e, em seguida,
questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das expressá-lo com palavras diferentes, tentando que nada de
seguintes ideias: essencial for omitido pelo mesmo.
Também é um recurso que é baseado no uso de sinônimos
- A violência contra os povos indígenas é uma constante na para evitar repetições.No caso de palavras sem um equivalente,
história do Brasil. pode ser substituídas por uma frase ou uma sentença.
- O surgimento de várias entidades de defesa das populações Por outro lado, o método alternativo de resolução de
indígenas. conflitos, um dos principais recursos do mediador ou do
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio conciliador é paráfrase: repetiu o que disse uma das partes em
brasileiro. conflito, mas com outras palavras.
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
Definição de paráfrase
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve
fazer a estruturação do texto. Paráfrase é uma maneira de reafirmar uma declaração
feita por alguém outra coisa usando palavras diferentes.é uma
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: ferramenta indispensável para os escritores.Parafraseando, você
pode transmitir dados sem plágio.Por outro lado, uma paráfrase
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida exato é impossível sem a compreensão da instrução original.
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por Parafraseando demonstra que você já leu e compreendeu o
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois texto original, em vez de simplesmente repetição dele.Paráfrase
itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. também ajuda a evitar que seu trabalho seja prejudicado por
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a citações do trabalho dos outros.
hipótese ou a tese a ser defendida.
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão Instruções
fundamentar a ideia principal que pode vir especificada • Ler atentamente o material fonte. Novamente ler mais de
através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da uma vez, assim que tiver terminado, para certificar-se de que
causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos, você tem ele completamente.
da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No • Escrever em suas próprias palavras, uma explicação sobre
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos o que você acabou de ler.
forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses • Comparar o que você escreveu fonte. Perguntar-se se o
parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas seu conteúdo parafraseado transmite as informações da obra
acima. original.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve • Corrige sua redação, tanto para garantir que ele reflete o
aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já significado do original como para certificar-se de que não parece
foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação muito próximo ao trabalho original.
(um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o • Levar em conta o número da página e os detalhes
objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese bibliográficos da fonte se você estiver escrevendo um trabalho
ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no acadêmico. Mesmo a paráfrase deve ser corretamente atribuída.
desenvolvimento.
Paráfrase Conceito de paráfrase

Significado de paráfrase “Fazer a paráfrase do texto ou escrita.”Assim como explicado


no dicionário da língua espanhola, o conceito que nos interessa
Paráfrase, em sentido estrito, é a explicação do conteúdo de agora: paráfrase. Uma vez que desta forma sua definição não
um discurso para esclarecê-la em todos os seus aspectos. muito limpa, é necessário que descobrimos qual é o significado
A palavra espanhola ‘paráfrase’ vem do latim ‘paraphrăsis’, da paráfrase de termo.

Língua Portuguesa 13
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APOSTILAS OPÇÃO
Em grego, originou-se a esta palavra especificamente na
União de um prefixo, o que significou proximidade, e um termo Significação literal e contextual
que veio a ser traduzido a dicção bem como expressão. de vocábulos.
Esse substantivo deu origem à Latina paraphrasis e assim
veio para o atual que vem a ser definido como reescrever a que é
feita de um determinado texto, mas sem copiá-lo ou reproduzi- Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, que
lo, mas através de uma outra língua, que geralmente tende a ser por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como
muito mais fácil. sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente
Dada esta análise que fizeram, é claro que quando usamos o com a ideia associada a este conjunto.
conceito de paráfrase que estamos fazendo é tentando explicar
que a expressão de que alguém está fazendo pega um texto, por Sentido Próprio e Figurado das Palavras
exemplo, mas de forma diferente, usando suas próprias palavras.
Mas o termo que discutimos tem um segundo significado. Pela própria definição acima destacada podemos perceber
Para que ele serve também para divulgar que o que uma pessoa que a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada
está realizando é um comentário ou uma explicação de um a sua forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a
específico por escrito para, assim, esclarecer seu significado. outra relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que
ela traz (denominada significado).
O que é paráfrase Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se
assim:
A noção de paráfrase é usada para designar uma exposição - Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido comum
ou explicação que é executada em uma mensagem para tornar que costumamos dar a uma palavra.
isso mais fácil de entender.Para essa ação é conhecido como - Sentido Figurado -  é o sentido  “simbólico”,  “figurado”, que
paráfrase. podemos dar a uma palavra.
Parafraseando, portanto uma pessoa executa uma paráfrase Vamos analisar a palavra  cobra utilizada em diferentes
de um discurso, seja oral ou escrita.o assunto tenta respeitar o contextos:
original significado de informação, embora substituindo suas 1. A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil peçonhento)
palavras, sua sintaxe e outros elementos. 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável, que
adota condutas pouco apreciáveis)
Por exemplo: “Eu vou parafrasear o Presidente, que disse 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece muito
que a educação é a solução para qualquer problema ou algo sobre alguma coisa, “expert”)
semelhante”, “O Professor advertiu na conferência eu iria No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum
parafrasear a vários cientistas e participantes sugeridos, depois (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido
da aula, buscando os textos originais”, “o futebolista chocou figurado.
Parafraseando o treinador da equipa adversária”. Podemos então concluir que um mesmo significante (parte
concreta) pode ter vários significados (conceitos).
é usual que um jornalista decidi parafrasear qualquer
personalidade no momento de narrar uma história.Se o repórter Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado.
deve consultar o discurso proferido por um ministro do governo, Exemplo:
é susceptível de não realizar quase nenhum citações textuais, - Alfabeto, abecedário.
mas que você parafrasear os conceitos mais importantes (ou - Brado, grito, clamor.
seja, transmite com suas próprias palavras). - Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.
Professores, por outro lado, geralmente parafraseiem autores
que tomam como referência para explicar um determinado Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo
tema.Um Professor de biologia, por exemplo, pode parafrasear pelo outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os
aCharles Darwin para explicar a teoria da evolução.Até os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por
materiais de estudo que alunos de uso não inclui todos os textos matizes de significação e certas propriedades que o escritor não
originais,: por outro lado, breves citações e longos parágrafos de pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais amplo,
paráfrase que explicam as principais idéias apresentadas. aqueles, mais restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios
da fala corrente, desataviada, vulgar, outros, ao invés, pertencem
Fonte: http://edukavita.blogspot.com.br/2013/01/definicao-de- à esfera da linguagem culta, literária, científica ou poética
parafrase.html (orador e tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo).
Perífrase A contribuição Greco-latina é responsável pela existência,
em nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos:
Em termos gerais, perífrase designa qualquer sintagma ou - Adversário e antagonista.
expressão idiomática mais desenvolvida (e mais ou menos óbvia - Translúcido e diáfano.
ou direta) que substitui outra. Pode-se entender que perífrase - Semicírculo e hemiciclo.
consiste, portanto em especificar determinadas características, - Contraveneno e antídoto.
mais ou menos objetivas, do objeto que se quer nomear - Moral e ética.
indiretamente. - Colóquio e diálogo.
- Transformação e metamorfose.
O termo é mais utilizado para identificar uma figura de - Oposição e antítese.
linguagem ou figura retórica que também substitui uma
expressão curta e direta por outra mais extensa e carregada de O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia,
maior ou menor simbolismo, estando, neste caso, intimamente palavra que também designa o emprego de sinônimos.
relacionada com a antonomásia.
Seu uso pode justificar-se por diversas razões: Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos:
- Ordem e anarquia.
•para evitar a repetição da mesma palavra na mesma frase o - Soberba e humildade.
em frases próximas; - Louvar e censurar.
•engrandecer um atributo (neste caso, ligada à hipérbole) - Mal e bem.
•minimizar um atributo (“uma pessoa menos favorecida
pela beleza” em vez de “pessoa feia”) e, neste caso, ligada a A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido
eufemismo). oposto ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, simpático/
antipático, progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/

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implícito, ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/ Questões
anticomunista, simétrico/assimétrico, pré-nupcial/pós-nupcial.
01. (MPE/SP – Biólogo – VUNESP/2016)
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das
vezes a mesma grafia, mas significação diferente. Exemplos: mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia,
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo). implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um
- Aço (substantivo) e asso (verbo). envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, que terá
a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que
Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência
A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por isso é da coisa pública carrega consigo o risco de fim da privacidade
considerada uma deficiência dos idiomas. e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos
fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em: participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas
Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes em número de atualizações nas páginas e na capacidade dos
no timbre ou na intensidade das vogais. usuários de distinguir essas variações como relevantes no
- Rego (substantivo) e rego (verbo). conjunto virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para
- Colher (verbo) e colher (substantivo). achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários
- Jogo (substantivo) e jogo (verbo). precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros,
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo). aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito
- Para (verbo parar) e para (preposição). de observações e reconhecer a organização geral da rede de que
- Providência (substantivo) e providencia (verbo). participam.
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo). O fluxo de informação que percorre as artérias das redes
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos
per+o). recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens
a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem
Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o
diferentes na escrita. sentimento de pânico experimentados por um número crescente
- Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir). de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo móvel ou
- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar). quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação,
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros da
consertar). sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno
- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar). para o espírito.
- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar). (Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes.
- Censo (recenseamento) e senso (juízo). Revista USP, no 92. Adaptado)
- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Paço (palácio) e passo (andar). As expressões destacadas nos trechos –  meter o bedelho
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo). / estimar  parâmetros /  embotar a razão – têm sinônimos
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = adequados respectivamente em:
anular).
- Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão a) procurar / gostar de / ilustrar
(tempo de uma reunião ou espetáculo). b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
c) interferir / propor / embrutecer
Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pronúncia. d) intrometer-se / prezar / esclarecer
- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo). e) contrapor-se / consolidar / iluminar
- Cedo (verbo), cedo (advérbio).
- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir). 02. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)
- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar). A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr). combatentes contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-
- Alude (avalancha), alude (verbo aludir). se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante,
naquele armistício transitório, uma legião desarmada,
Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o
pronúncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela
tetânico e titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cético e gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
séptico, prescrever e proscrever, descrição e discrição, infligir bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os
(aplicar) e infringir (transgredir), osso e ouço, sede (vontade rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos molambos
de beber) e cede (verbo ceder), comprimento e cumprimento, em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória
deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, tão longamente apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele
divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente
corrigir), vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de
vultuoso (congestionado: rosto vultuoso). milhares de vidas, o apresamento daquela caqueirada humana –
do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda,
Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação. passando-lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e
A esse fato linguístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos: molambos...
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender
plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado:
gado. mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais,
- Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; dó. moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma
- Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao véu fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
do palato. desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando;
polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de
têm dezenas de acepções. velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e
mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.

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(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. a) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa.
Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.) b) Brusco; violento; difícil.
c) Que não é tradicional, comum ou usual.
Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinônimos? d) Que exige destreza, perícia ou coragem.
a) Armistício – destruição
b) Claudicante – manco
c) Reveses – infortúnios 07. (UNESP – Assistente Administrativo I – VUNESP/2016)
d) Fealdade – feiura
e) Opilados – desnutridos O gavião

03. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo       Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco
– FAEPESUL/2016) voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a lua.
Atento ao emprego dos Homônimos, analise as palavras Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e
sublinhadas e identifique a alternativa CORRETA:  comovente – o gavião malvado, que mata pombas.
a) Ainda vivemos no Brasil a  descriminação  racial. Isso é       O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à
crime!  contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das
b) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente. pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros
c) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão (qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar
agora expiar seus crimes.  o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na
d) Em todos os momentos, para agir corretamente, é preciso verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com que
o bom censo.  a pomba come seu grão de milho.
e) Prefiro macarronada com molho, mas sem  estrato de       Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das
tomate.  pombas e também o lance magnífico em que o gavião se
despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-
04. (Pref. de Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar com
e Mecânico – Instituto Excelência/2016) um belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
Assinale a alternativa em que as palavras podem servir de       Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente
exemplos de parônimos: o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, pode
a) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem gentil). lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem.
b) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo).                     
c) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se senta).  (Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. Adaptado)
d) Nenhuma das alternativas.
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no
05. (TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis – texto – … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro
UFMT/2016) homem. –, é empregado com sentido
Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja a) próprio, equivalendo a inspiração.
no modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por b) próprio, equivalendo a conquistador.
exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada c) figurado, equivalendo a ave de rapina.
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias d) figurado, equivalendo a alimento.
diferentes, denomina-se homônimo homófono. Assinale a e) figurado, equivalendo a predador.
alternativa em que todas as palavras se encontram nesse caso.
a) taxa, cesta, assento 08. (IPSMI – Procurador – VUNESP/2016)
b) conserto, pleito, ótico
c) cheque, descrição, manga CONTRATEMPOS
d) serrar, ratificar, emergir
Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem
06. (TJ/MT – Analista Judiciário – Direito – UFMT/2016 ) mais horas do que coisas para se fazer com elas. Sempre faltou
tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou
A fuga dos rinocerontes dia para tanto sol, faltou domingo para tanta praia, faltou noite
Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da para tanto filme, faltou ano para tanta vida.
maneira mais radical possível – pelo céu. Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa
que tempo e as pessoas com mais tempo que coisas para fazer
Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados com o tempo.
da África, pois sua espécie é uma das preferidas pelo turismo de As pessoas com menos tempo que coisa são as que buzinam
caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que ainda assim que o sinal fica verde, e ficam em pé no avião esperando
restam na natureza, duas ONG ambientais apelaram para uma a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras para entrar
solução extrema: transportar os rinocerontes de helicóptero. A primeiro no vagão do trem, e leem livros que enumeram os
ação utilizou helicópteros militares para remover 19 espécimes – “livros que você tem que ler antes de morrer” ao invés de ler
com 1,4 toneladas cada um – de seu habitat original, na província diretamente os livros que você tem de ler antes de morrer.
de Cabo Oriental, no sudeste da África do Sul, e transferi-los para Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando onde
a província de Lampopo, no norte do país, a 1.500 quilômetros é a festa, e chega à festa querendo saber onde é a próxima, e
de distância, onde viverão longe dos caçadores. Como o trajeto chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e chega à outra
tem áreas inacessíveis de carro, os rinocerontes tiveram de percebendo que era melhor ter ficado na primeira, e quando
voar por 24 quilômetros. Sedados e de olhos vendados (para chega a casa já está na hora de ir para o trabalho.
evitar sustos caso acordassem), os rinocerontes foram içados Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre
pelos tornozelos e voaram entre 10 e 20 minutos. Parece meio teve tempo de sobra, por isso sempre leu romances longos,
brutal? Os responsáveis pela operação dizem que, além de mais e passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda
eficiente para levar os paquidermes a locais de difícil acesso, o temporada de “Grey’s Anatomy” mas, por ter tempo demais,
procedimento é mais gentil. acabava sobrando tempo demais para se preocupar com uma
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes. hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas que
Superinteressante, nº 229, 2011.) nem sabiam que estavam brigadas com ela, ou escrever cartas
longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o país, ou
A palavra radical pode ser empregada com várias acepções, culpar o sol ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos infernos?”,
por isso denomina-se polissêmica. Assinale o sentido achando que a culpa é do mau tempo quando na verdade a culpa
dicionarizado que é mais adequado no contexto acima. é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse tanto tempo não

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teria nem tempo para falar do tempo. d) Reclusa desde que seu cachorrinho  morreu, Filomena
Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava finalmente saiu de casa ontem.
correr atrás do tempo porque o tempo sempre vai correr mais e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba!
rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar
menos, e pensar menos é uma maneira de ser feliz, e ambos Respostas
perceberam que a felicidade é uma questão de tempo. Questão
de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante para 01. Resposta B
perceber que essa felicidade não faz o menor sentido. Imiscuir: tomar parte em, dar opinião sobre (algo) que não
lhe diz respeito; intrometer-se, interferir
(Gregório Duvivier. Folha de S. Embotar: tirar ou perder o vigor; enfraquecer(-se).
Paulo, 30.11.2015. Adaptado)
02. Resposta A
É correto afirmar que o título do texto tem sentido Armistício  é um acordo formal, segundo o qual, partes
a) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem envolvidas em conflito armado concordam em parar de lutar.
encontra quando depara com o tempo. Não necessariamente é o fim da guerra, uma vez que pode ser
b) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às apenas um cessar-fogo enquanto tenta-se realizar um tratado
atitudes das personagens. de paz.
c) figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco
importando as consequências de subestimá-lo. 03. Resposta C
d) figurado, indicando o contraste na maneira como as a) Discriminação é um substantivo feminino que significa
personagens se relacionam com o tempo. distinguir ou diferenciar.
e) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado a b)  Eminente é o que se destaca por sua qualidade ou
“ela”, pois se trata do tempo real. importância; excelente, superior. Iminente é o que está prestes
a acontecer.
09. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016) c) Correta
A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os d) Bom senso é um conceito usado na argumentação que está
combatentes contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam- estritamente ligado às noções de sabedoria e de razoabilidade.
se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, e)  Estrato se refere a uma camada, uma faixa. Extrato se
naquele armistício transitório, uma legião desarmada, refere, principalmente, a alguma coisa que foi retirada de outra,
mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o ou seja, extraída de outra.
das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela
gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres 04. Resposta A
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os a) CORRETA. Paronímia  “é a relação que se estabelece entre
rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos molambos duas ou mais palavras que possuem significados diferentes,
em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto  é, os
tão longamente apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele parônimos”.
triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente Exemplos: Cavaleiro – cavalheiro
compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de                      Absolver – absorver
milhares de vidas, o apresamento daquela caqueirada humana –                      comprimento – cumprimento.
do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda,  
passando-lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e b) INCORRETA. Tais palavras são homófonas e homógrafas,
molambos... ou seja, possuem grafia e pronúncia iguais.
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender Outro exemplo é: Cura (verbo)  e Cura (substantivo).
uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado:  
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, c) INCORRETA.  Tais palavras são homófonas, ou seja,
moças envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma apesar de possuírem a mesma pronúncia, são diferentes na
fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris escrita. 
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos Outro  exemplo é: cela (substantivo) e sela (verbo)
aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando;
crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de 05. Resposta A
velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e a) taxa, cesta, assento
mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante. TAXA/TACHA(verbo) - homônimo homófono
CESTA/SEXTA = homônimo homófono
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. ASSENTO/ACENTO = homônimo homófono
Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.) b) conserto, pleito, ótico
CONCERTO/CONSERTO = homônimo homófono
Em qual dos trechos foi empregada palavra ou expressão em PLEITO/PREITO = parônimos (parecidas)
sentido conotativo? ÓTICO/OPTICO = Ótico: relativo aos ouvidos/Óptico: relativo
a) “A entrada dos prisioneiros foi comovedora” aos olhos = parônimos
b) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender c) cheque, descrição, manga
uma arma, nem um peito resfolegante...” CHEQUE/XEQUE = homônimos homófonos
c) “Era, com efeito, contraproducente compensação a tão DESCRIÇÃO/DISCRIÇÃO=parônimos
luxuosos gastos de combates...” MANGA (roupa)/MANGA(fruta) = homônimos perfeitos
d) “...os arcabouços esmirrados e sujos...” d) serrar, ratificar, emergir
e) “faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar CERRAR/SERRAR = homônimos homófonos
cambaleante” RATIFICAR/RETIFICAR = parônimos
EMERGIR/IMERGIR = parônimos
10. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala –
FEPESE/2016) 06. Resposta C
O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado Polissemia: “Trata da pluralidade significativa de um mesmo
em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em: vocábulo, que, a depender do contexto, terá uma significação
a) Estou morta de cansada. diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É aquela que, dependendo do contexto, muda de sentido (mas
uma cobra. não muda de classe gramatical!). “A Gramática para concursos
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. públicos, 2º edição, 2015, p. 81)

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Os rinocerontes fugiram de helicóptero, concordam que é - inicialmente (começo, introdução)
uma maneira incomum? Não é algo que se ver diariamente, por - primeiramente (começo, introdução)
isso a alternativa que se encaixa melhor no contexto é a letra “c”. - primeiramente (começo, introdução)
- antes de tudo (começo, introdução)
07. Resposta E - desde já (começo, introdução)
“Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o - além disso (continuação)
gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, pode - do mesmo modo (continuação)
lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem.” - acresce que (continuação)
  - ainda por cima (continuação)
O trecho indica que na ausência de um outro predador para - bem como (continuação)
o homem (alguém que lhe mate - ideia substituída no texto pela - outrossim (continuação)
associação com o gavião, em sentido figurado), pode acontecer - enfim (conclusão)
de ser outro homem o responsável por tal ato. - dessa forma (conclusão)
- em suma (conclusão)
08. Resposta D - nesse sentido (conclusão)
O contexto é determinante para que atribuamos este ou - portanto (conclusão)
aquele sentido a uma palavra. - afinal (conclusão)
- logo após (tempo)
09. Resposta E - ocasionalmente (tempo)
“face túmidas e mortas” dá o sentido figurado. - posteriormente (tempo)
- atualmente (tempo)
10. Resposta D - enquanto isso (tempo)
CONOTATIVO- SENTIDO FIGURADO - imediatamente (tempo)
DENOTATIVO - sentido real (dicionário)  - não raro (tempo)
 a)Estou morta de cansada. - concomitantemente (tempo)
  b)Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É - igualmente (semelhança, conformidade)
uma cobra. FIGURADO  - segundo (semelhança, conformidade)
 c)Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. FIGURADO  - conforme (semelhança, conformidade)
  d)Reclusa desde que seu cachorrinho  morreu, Filomena - assim também (semelhança, conformidade)
finalmente saiu de casa ontem. DENOTATIVO - de acordo com (semelhança, conformidade)
  e)Minha amiga é tão agitada! A  bateria  dela nunca acaba! - daí (causa e consequência)
FIGURADO  - por isso (causa e consequência)
- de fato (causa e consequência)
Processos de coesão textual. - em virtude de (causa e consequência)
- assim (causa e consequência)
Elementos de coesão textual: - naturalmente (causa e consequência)
artigos, numerais, pronomes, - então (exemplificação, esclarecimento)
conjunções, expressões - por exemplo (exemplificação, esclarecimento)
sinônimas e antônimas. - isto é (exemplificação, esclarecimento)
- a saber (exemplificação, esclarecimento)
- em outras palavras (exemplificação, esclarecimento)
Coesão - ou seja (exemplificação, esclarecimento)
- quer dizer (exemplificação, esclarecimento)
Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de - rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).
um texto, como descreve Marina Cabral. Percebemos tal definição
quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso
e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma melhor
outro. qualidade de vida.
Os elementos de coesão determinam a transição de ideias
entre as frases e os parágrafos. - Coesão por referência: existem palavras que têm a função
de fazer referência, são elas:
Observe a coesão presente no texto a seguir: - pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a - pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...
política agrária do país, porque consideram injusta a atual - pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...
distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura - pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o - pronomes relativos: que, o qual, onde...
projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem- - advérbios de lugar: aqui, aí, lá...
terra.”
Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal
JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, resultado demonstra que ela se esforçou bastante para alcançar
2007, p. 566 o objetivo que tanto almejava.

As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do - Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa,
texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do texto por uma
texto. palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a
Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os repetição no corpo do texto.
principais são:
Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”;
- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;
coesão do texto, estabelecem a interrelação entre os enunciados João Paulo II: Sua Santidade;
(orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, Vênus: A Deusa da Beleza.
alguns advérbios e locuções adverbiais.
Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária.
Veja algumas palavras e expressões de transição e seus Não é por acaso que o “Poeta dos Escravos” é considerado o mais
respectivos sentidos: importante da geração a qual representou.

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APOSTILAS OPÇÃO
Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados vêm de contribuições compulsórias dos países-membros – o
agrupados em conjuntos. restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/redacao/coesao.htm e a organização perdeu quase US$ 1 bilhão de seu orçamento
bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para comparação, o CDC
Questões dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6
bilhões.
01. (TJ/RJ – Analista Judiciário – FGV/2014) Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência
passou a dar mais ênfase à luta contra enfermidades globais
Texto 1 – Bem tratada, faz bem crônicas, como doenças coronárias e diabetes. O departamento
de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e integrado
Sérgio Magalhães, O Globo a outros. Muitos profissionais experimentados deixaram seus
cargos.
O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para
carro é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a reversão reconhecer a gravidade da situação. Seus esforços iniciais foram
cultural que se deu no consumo do tabaco? limitados e mal liderados.
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais
jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o possível enfrentá-lo de Genebra, cidade suíça sede da OMS.
privilégio que os governos dão ao uso do carro e o desprezo ao Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África
transporte coletivo. Surpreendentemente, houve entrevistado Ocidental, com representantes dos países afetados.
que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles – um caso Espera-se também maior comprometimento das potências
típico de cidade rodoviária e dispersa. mundiais, sobretudo Estados Unidos, Inglaterra e França,
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné,
geração com o futuro da humanidade e contra o aquecimento respectivamente.
global – para o qual a emissão de CO2 do rodoviarismo é agente A comunidade internacional tem diante de si um desafio
básico. (A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a enorme, mas é ainda maior a necessidade de agir com rapidez.
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.) Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido conta
O transporte também esteve no centro dos protestos de a favor da doença.
junho de 2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a
moradia, o emprego, o lazer. Como se vê, não faltam razões para (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/
o debate do tema. opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-ebola.shtml:
Acesso em: 08/09/2014)
“Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.”
Assinale a opção em que se indica, INCORRETAMENTE, o
Substituindo o termo destacado por uma oração referente do termo em destaque.
desenvolvida, a forma correta e adequada seria: (A) “quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual” (5º§) –
(A) para que se debatesse o tema; organização
(B) para se debater o tema; (B) “A agência passou a dar mais ênfase” (6º§) – OMS
(C) para que se debata o tema; (C) “Pesa contra o órgão da ONU”(7º§) – OMS
(D) para debater-se o tema; (D) “Seus esforços iniciais foram limitados” (7º§) – gravidade
(E) para que o tema fosse debatido. da situação
(E) “A comunidade tem diante de si” (10º§) – comunidade
02. (TJ/RJ – Analista Judiciário – FGV/2014) internacional
“A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a poluição
em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”. 04. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário –
A oração em forma desenvolvida que substitui correta e VUNESP-2014)
adequadamente o gerúndio “advertindo” é:
(A) com a advertência de; Leia o texto para responder a questão.
(B) quando adverte; As cotas raciais deram certo porque seus beneficiados são,
(C) em que adverte; sim, competentes. Merecem, sim, frequentar uma universidade
(D) no qual advertia; pública e de qualidade. No vestibular, que é o princípio de
(E) para advertir. tudo, os cotistas estão só um pouco atrás. Segundo dados do
Sistema de Seleção Unificada, a nota de corte para os candidatos
03. (PC/RJ – Papilocopista – IBF/2014) convencionais a vagas de medicina nas federais foi de 787,56
pontos. Para os cotistas, foi de 761,67 pontos. A diferença
Texto III - Corrida contra o ebola entre eles, portanto, ficou próxima de 3%. IstoÉ entrevistou
educadores e todos disseram que essa distância é mais do que
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África razoável. Na verdade, é quase nada. Se em uma disciplina tão
Ocidental despertou a atenção da comunidade internacional, concorrida quanto medicina um coeficiente de apenas 3%
mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para refrear separa os privilegiados, que estudaram em colégios privados,
o avanço da doença tenham sido eficazes. dos negros e pobres, que frequentaram escolas públicas, então
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações é justo supor que a diferença mínima pode, perfeitamente, ser
registradas neste ano ocorreram nas últimas três semanas, igualada ou superada no decorrer dos cursos. Depende só da
e as mais de 2.000 mortes atestam a força da enfermidade. A disposição do aluno. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro
escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção (UFRJ), uma das mais conceituadas do País, os resultados do
de Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a afirmar que a epidemia último vestibular surpreenderam. “A maior diferença entre
está fora de controle. as notas de ingresso de cotistas e não cotistas foi observada
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. no curso de economia”, diz Ângela Rocha, pró-reitora da UFRJ.
De um lado, as condições sanitárias e econômicas dos países “Mesmo assim, essa distância foi de 11%, o que, estatisticamente,
afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização não é significativo”.
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade (www.istoe.com.br)
um contingente expressivo de profissionais para atuar nessas
localidades afetadas. Para responder a questão, considere a passagem – A
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica diferença entre eles, portanto, ficou próxima de 3%.
por problemas financeiros. Só 20% dos recursos da entidade O pronome eles tem como referente:

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APOSTILAS OPÇÃO
(A) candidatos convencionais e cotistas. (D) Caso você se mantém (mantenha) nos caminhos da
(B) beneficiados. verdade, lembre de levar um capacete.
(C) dados do Sistema de Seleção Unificada. (D) Ainda que você se mantêm (mantenha) nos caminhos
(D) dados do Sistema de Seleção Unificada e pontos. da verdade, leva (leve) um capacete.
(E) pontos.

05. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – Coordenação e subordinação.


VUNESP-2014)
Leia os quadrinhos para responder a questão.
Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um
período, que se encerra com ponto de exclamação, ponto de
interrogação ou com reticências.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada
absoluta; o período é composto quando traz mais de uma
oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração
absoluta.); Quero que você aprenda. (Período composto.)

Existe uma maneira prática de saber quantas orações há


num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num
Um enunciado possível em substituição à fala do terceiro período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as
quadrinho, em conformidade com a norma- padrão da língua locuções verbais nele existentes. Exemplos:
portuguesa, é: Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
(A) Se você ir pelos caminhos da verdade, leve um capacete. Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
(B) Caso você vá pelos caminhos da verdade, lembra-se de Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma
levar um capacete. oração)
(C) Se você se mantiver nos caminhos da verdade, leve um Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções
capacete. verbais, duas orações)
(D) Caso você se mantém nos caminhos da verdade, lembre
de levar um capacete. Há três tipos de período composto: por coordenação, por
(E) Ainda que você se mantêm nos caminhos da verdade, subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo
leva um capacete. tempo (também chamada de misto).

Período Composto por Coordenação – Orações


Coordenadas
Respostas
Considere, por exemplo, este período composto:
01. (C) - As orações subordinadas desenvolvidas possuem Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos
conjunção e verbos conjugados em modos e tempos verbais. de infância.
Na letra “a” o verbo está num tempo diferente da frase. 1ª oração: Passeamos pela praia
Na letra “b” o verbo está no infinitivo o que caracteriza como 2ª oração: brincamos
oração reduzida. 3ª oração: recordamos os tempos de infância
Na letra “c” a oração apresenta a conjunção “para que” que As três orações que compõem esse período têm sentido
exprime finalidade e o verbo está conjugado no tempo correto próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática:
da frase. elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de
Na letra “d” não apresenta conjunção. sentido, mas, como já dissemos, uma não depende da outra
Na letra “e” o verbo está no particípio caracterizando oração sintaticamente.
reduzida. As orações independentes de um período são chamadas
Portanto, a resposta certa é a letra “c”. de orações coordenadas (OC), e o período formado só de
orações coordenadas é chamado de período composto por
02. (C) - “A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a coordenação.
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”. As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e
Os verbos acabar e matar contidos na frase estão no sindéticas.
presente do indicativo. Logo, o verbo advertir ficará no presente
do indicativo. EX: eu advirto, tu advertes, ele adverte. - As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
03. (D) - Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.
demora para reconhecer a gravidade da situação. Seus esforços OCA OCA OCA
iniciais foram limitados e mal liderados.
De quem foram os esforços? Da ONU, pois estes formam “Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de
limitados e mal liderados. Assis)
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”
04. (A) - “a nota de corte para os candidatos convencionais (Antônio Olavo Pereira)
a vagas de medicina nas federais foi de 787,56 pontos. Para os “O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.”
cotistas, foi de 761,67 pontos” (Coelho Neto)
A DIFERENÇA ENTRE ELES é de 3%.
eles quem ? (os candidatos convencionais e os cotistas) que - As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm
estão postos em relação a diferença de NOTA . introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
O homem saiu do carro / e entrou na casa.
05. (C) OCA OCS
(A) Se você ir (for) pelos caminhos da verdade, leve um
capacete. As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
(B) Caso você vá pelos caminhos da verdade, lembra-se acordo com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas
(lembre-se) de levar um capacete. que as introduzem. Pode ser:
(C) Se você se mantiver nos caminhos da verdade, leve um
capacete.

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APOSTILAS OPÇÃO
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... Questões
mas também, não só... mas ainda.
Saí da escola / e fui à lanchonete. 01. Relacione as orações coordenadas por meio de
OCA OCS Aditiva conjunções:
(A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões surgiram.
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção (B) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à (C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.   
A doença vem a cavalo e volta a pé. 02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar
As pessoas não se mexiam nem falavam. das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de:
“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até (A) causa
nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.” (B) explicação
(Machado de Assis) (C) conclusão
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, (D) proporção
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. (E) comparação
 
Estudei bastante / mas não passei no teste. 03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração
OCA OCS Adversativa sublinhada pode indicar uma ideia de:
(A) concessão
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção (B) oposição
que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por (C) condição
uma conjunção coordenativa adversativa. (D) lugar
(E) consequência
A espada vence, mas não convence.   
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) 04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem,
Tens razão, contudo não te exaltes. entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido.
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava. 1. Correu demais, ... caiu.
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, 3. A matéria perece, ... a alma é imortal.
por isso, pois, logo. 4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com
detalhes.
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão. 5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde.
OCA OCS Conclusiva
(A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção (B) por isso, porque, mas, portanto, que
que expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração (C) logo, porém, pois, porque, mas
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva. (D) porém, pois, logo, todavia, porque
(E) entretanto, que, porque, pois, portanto
Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade. 05. Reúna as três orações em um período composto por
Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar. coordenação, usando conjunções adequadas.

- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou, Os dias já eram quentes.


ora... ora, seja... seja, quer... quer. A água do mar ainda estava fria.
As praias permaneciam desertas.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!  
OCA OCS Alternativa 06. No período “Penso, logo existo”, oração em destaque é:
(A) coordenada sindética conclusiva
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma (B) coordenada sindética aditiva
conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha (C) coordenada sindética alternativa
com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção (D) coordenada sindética adversativa
coordenativa alternativa. (E) n.d.a

Venha agora ou perderá a vez. 07. Por definição, oração coordenada que seja desprovida de
“Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de conectivo é denominada assindética. Observando os períodos
Assis) seguintes:
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço I- Não caía um galho, não balançava uma folha.
muito caro.” (Renato Inácio da Silva) II- O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou.
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.” III- O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a prova.
(Luís Jardim) Acabara o exame.

- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, Nota-se que existe coordenação assindética em:
porque, pois, porquanto. (A) I apenas
Vamos andar depressa / que estamos atrasados. (B) II apenas
OCA OCS Explicativa (C) III apenas
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção (D) I e III
que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação (E) nenhum deles
à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
explicativa. 08. “Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro do ciclo
Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã. de graves crises que ocupa a energia desta nação. A frustração
“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico cresce e a desesperança não cede. Empresários empurrados à
Veríssimo) condição de liderança oficial se reúnem, em eventos como este,
“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te para lamentar o estado de coisas. O que dizer sem resvalar para
abençoo.” (Fernando Sabino) o pessimismo, a crítica pungente ou a auto-absolvição?
O cavalo estava cansado, pois arfava muito. É da história do mundo que as elites nunca introduziram

Língua Portuguesa 21
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APOSTILAS OPÇÃO
mudanças que favorecessem a sociedade como um todo. crítica pungente ou a auto-absolvição
Estaríamos nos enganando se achássemos que estas lideranças Alternativa E: oração coordenada sindética adversativa:
empresariais aqui reunidas teriam motivação para fazer a “mas”
distribuição de poderes e rendas que uma nação equilibrada
precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar que a vontade de 09. Resposta C
distribuir renda passe pelo empobrecimento da elite. É também Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
ocioso pensar que nós, de tal elite, temos riqueza suficiente ou dois termos de uma mesma oração. Neste caso a palavra
para distribuir. Faço sempre, para meu desânimo, a soma do “portanto” nos remete a uma oração coordenada conclusiva, que
faturamento das nossas mil maiores e melhores empresas, e exprime idéia de conclusão ou consequência entre as orações.
chego a um número menor do que o faturamento de apenas São elas: logo, pois (posposto ao verbo), portanto, assim, por
duas empresas japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um isso, por conseguinte, então.
pouquinho. Sejamos francos. Em termos mundiais somos
irrelevantes como potência econômica, mas o mesmo tempo Período Composto por Subordinação
extremamente representativos como população.”
Observe os termos destacados em cada uma destas orações:
(“Discurso de Semler aos empresários”, Folha de São Paulo) Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)
Todos querem sua participação. (objeto direto)
Dentre os períodos transcritos do texto acima, um é Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de
composto por coordenação e contém uma oração coordenada causa)
sindética adversativa. Assinalar a alternativa correspondente a
este período: Veja, agora, como podemos transformar esses termos em
(A) A frustração cresce e a desesperança não cede. orações com a mesma função sintática:
(B) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada
pungente ou a auto-absolvição. com função de adjunto adnominal)
(C) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos Todos querem / que você participe. (oração subordinada
riqueza suficiente para distribuir. com função de objeto direto)
(D) Sejamos francos. Não pude sair / porque estava chovendo. (oração
(E) Em termos mundiais somos irrelevantes como potência subordinada com função de adjunto adverbial de causa)
econômica, mas ao mesmo tempo extremamente representativos
como população. Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto,
09. “O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo
tão recentemente que Baudelaire, para, há meio século e meio, menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a
descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país chuvoso [...]” (linhas subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele
33-35) é classificado como período composto por subordinação. As
O termo destacado apresenta uma ideia de: orações subordinadas são classificadas de acordo com a função
(A) causa. que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
(B) concessão.
(C) conclusão. Orações Subordinadas Adverbiais
(D) consequência.
Respostas As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas
01. que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal
Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram. (OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. que as introduz:
Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los.
  - Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração
02. Resposta E principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que,
A conjunção como exercer a função comparativa. Os amplos visto que.
bocejos ouvidos são comparados à força do marulhar das ondas. Não fui à escola / porque fiquei doente.
OP OSA Causal
03. Resposta C
A condição necessária para procurar emprego é entrar na O tambor soa porque é oco.
faculdade. Como não me atendessem, repreendi-os severamente.
  Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
04. Resposta B “Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de
Por isso – conjunção conclusiva. Sousa)
Porque – conjunção explicativa.
Mas – conjunção adversativa. - Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a
Portanto – conjunção conclusiva. ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se,
Que – conjunção explicativa. contanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
  Irei à sua casa / se não chover.
05. Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda estava OP OSA Condicional
fria, por isso as praias permaneciam desertas.
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos
06. Resposta A ofensores.
A conjunção “logo” expressa a ideia de conclusão. Desta Se o conhecesses, não o condenarias.
forma, a frase “logo existo” é a conclusão da frase inicial “Penso”. “Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de
Andrade)
07. Resposta D A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência
Períodos I e III não possuem conectivos tenha êxito.
Período II: conectivo “mas”
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da
08. Resposta E oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
Alternativa A: oração coordenada sindética aditiva: “e” Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais
Alternativa B: oração coordenada sindética alternativa: a que, mesmo que.

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APOSTILAS OPÇÃO
Ela saiu à noite / embora estivesse doente. Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam
OP OSA Concessiva claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que subentendido o verbo ser (como a mãe é).
ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente. - Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona
Embora não possuísse informações seguras, ainda assim proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
arriscou uma opinião. Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando mais, quanto menos.
ou ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem. Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
Por mais que gritasse, não me ouviram. OSA Proporcional OP

- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato À medida que se vive, mais se aprende.


com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado. O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai
OP OSA Conformativa diminuindo.

O homem age conforme pensa. Orações Subordinadas Substantivas


Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas. As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação. que, num período, exercem funções sintáticas próprias de
substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao integrantes que e se. Elas podem ser:
que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim
que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que). - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei. aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração
OP OSA Temporal principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
O grupo quer / que você ajude.
Formiga, quando quer se perder, cria asas. OP OSS Objetiva Direta
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês mestre exigia a presença de todos.)
de Maricá) Mariana esperou que o marido voltasse.
Enquanto foi rico, todos o procuravam. Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
que, porque (=para que), que. - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar. aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração
OP OSA Final principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
Necessito / de que você me ajude.
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” OP OSS Objetiva Indireta
(Marquês de Maricá)
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = viagem.)
para que) Aconselha-o a que trabalhe mais.
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as Daremos o prêmio a quem o merecer.
recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = Lembre-se de que a vida é breve.
para que não deixasse)
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
porque), pois que, visto que. É importante / que você colabore.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade. OP OSS Subjetiva
OP OSA Consecutiva
A oração subjetiva geralmente vem:
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos. - depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que
J. Veiga) ele voltará amanhã.
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais. - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
prolongar minha viagem. - depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como, da reunião.
tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com
menos ou mais). É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é
Ela é bonita / como a mãe. necessária.)
OP OSA Comparativa Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa.
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.” Importa que saibas isso bem.
(Marquês de Maricá)
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. - Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal:
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram. É aquela que exerce a função de complemento nominal de um
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua
daquele olhar. inocência. (complemento nominal)
Estou convencido / de que ele é inocente.
OP OSS Completiva Nominal

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APOSTILAS OPÇÃO
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas
dele.) quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se
Estava ansioso por que voltasses. referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
Sê grato a quem te ensina. restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.” O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
(Graciliano Ramos) novo livro.
OP OSA Explicativa OP
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela
que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, Deus, que é nosso pai, nos salvará.
vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
felicidade. (predicativo) Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
O importante é / que você seja feliz. Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
OP OSS Predicativa
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) Orações Reduzidas
Minha esperança era que ele desistisse.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. Observe que as orações subordinadas eram sempre
Não sou quem você pensa. introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há outras
que exerce a função de aposto de um termo da oração principal. que se apresentam com o verbo numa das formas nominais
Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
do país. (aposto)
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do - Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês.
país. (infinitivo)
OP OSS Apositiva - Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma (particípio)
coisa: a sua felicidade)
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de formas nominais são chamadas de reduzidas.
que virias a morrer...” (Osmã Lins) Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos
oculto?” (Machado de Assis) a conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois- passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo,
pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação
principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a da oração desenvolvida.
saúde, tornou-se realidade.
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês.
as orações substantivas podem ser introduzidas por outros OSA Temporal
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal,
Não sei quando ele chegou. reduzida de infinitivo.
Diga-me como resolver esse problema.
Precisando de ajuda, telefone-me.
Orações Subordinadas Adjetivas Se precisar de ajuda, / telefone-me.
OSA Condicional
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
a função de adjunto adnominal de algum termo da oração condicional, reduzida de gerúndio.
principal. Observe como podemos transformar um adjunto
adnominal em oração subordinada adjetiva: Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal) Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada vestiário.
adjetiva) OSA Temporal
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas reduzida de particípio.
por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem
ser classificadas em: Observações:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que se fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
referem. Exemplo: desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. cidade.
OP OSA Restritiva - O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal.
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica Exemplos:
o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não Preciso terminar este exercício.
aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar. Ele está jantando na sala.
Essa casa foi construída por meu pai.
Pedra que rola não cria limo. - Uma oração coordenada também pode vir sob a forma
Os animais que se alimentam de carne chamam-se reduzida. Exemplo:
carnívoros. O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração
escreveram. coordenada sindética aditiva)
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de
Mariano) gerúndio.

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APOSTILAS OPÇÃO
Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas (B) o modo
e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser (C) a consequência
iniciadas por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a (D) a explicação
diferença entre explicativas e causais, mas como o próprio nome (E) a finalidade
indica, as causais sempre trazem a causa de algo que se revela na
oração principal, que traz o efeito. 07. (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre UFAL/2014) A próxima questão refere-se à imagem abaixo.
a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por
coordenação. Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra.
Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto
que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
período agora é composto por coordenação, pois a oração
iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou
na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o
fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela
ter chorado.

Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.


OP OSA Comparativa OSA Condicional

Questões O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem medo de


Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano Edward Albee.
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava O termo “de Virginia Woolf”, do título em português da peça,
para ser mãe”, a oração destacada é: funciona como:
(A) subordinada substantiva objetiva indireta (A) objeto indireto.
(B) subordinada substantiva completiva nominal (B) complemento nominal.
(C) subordinada substantiva predicativa (C) adjunto adnominal.
(D) coordenada sindética conclusiva (D) adjunto adverbial.
(E) coordenada sindética explicativa (E) agente da passiva.
02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. 08. Em - “Há enganos que nos deleitam”, a oração grifada é:
Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na (A) substantiva subjetiva
realidade.” A oração sublinhada é: (B) substantiva objetiva direta
(A) adverbial conformativa (C) substantiva completiva nominal
(B) adjetiva (D) substantiva apositiva
(C) adverbial consecutiva (E) adjetiva restritiva
(D) adverbial proporcional
(E) adverbial causal 09. “Elas jogam milhões de toneladas de sedimentos no
rio, inviabilizando sua navegabilidade.” (4º parágrafo) A oração
03. (PREFEITURA DE OSASCO – FARMACÊUTICO – grifada acima denota, considerando-se o contexto,
FGV/2014) “Esses produtos podem ser encontrados nos (A) causa.
supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com características (B) ressalva.
adaptadas às dificuldades para mastigar e para engolir dos (C) consequência.
mais velhos, e preparados para se encaixar em seus hábitos de (D) temporalidade.
consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter sua forma (E) proporcionalidade.
verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
(A) para se encaixarem. Respostas
(B) para seu encaixotamento. 01. Resposta B
(C) para que se encaixassem. A oração em destaque exerce a função de completar o
(D) para que se encaixem. nome “certeza”, logo ela é uma oração subordinada substantiva
(E) para que se encaixariam. completiva nominal.
04. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir 02. Resposta A
oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das A conjunção “como” explícita na frase possui o mesmo
orações seguintes? valor do vocábulo “conforme”, assim, tem-se uma conjunção
(A) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão. conformativa e uma oração subordinada adverbial conformativa.
(B) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
(C) O aluno fez-se passar por doutor. 03. Resposta D
(D) Precisa-se de operários. As orações subordinadas reduzidas são aquelas que não
(E) Não sei se o vinho está bom. apresentam conjunção. Para torná-las desenvolvidas, basta
      acrescentarmos a conjunção: “para que se encaixem”.
05. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A
oração sublinhada é: 04. Resposta E
(A) subordinada substantiva completiva nominal Alternativa A: “se” é um pronome reflexivo.
(B) subordinada substantiva objetiva indireta Alternativa B: “se” é parte integrante do verbo
(C) subordinada substantiva predicativa Alternativa C: “se” é pronome reflexivo – “a si mesmo”
(D) subordinada substantiva subjetiva Alternativa D: “se” indica uma indeterminação do sujeito –
(E) subordinada substantiva objetiva direta   alguém precisa de funcionários
Alternativa E: não sei isso - a frase iniciada pelo “se” é objeto
06. Neste período “não bate para cortar”, a oração “para direto
cortar” em relação a “não bate”, é:
(A) a causa

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APOSTILAS OPÇÃO
05. Resposta B - As formas à e às indicam a fusão da preposição  a com o
O verbo “lembrar” é transitivo indireto (quem lembra, artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida
lembra DE alguma coisa), com isso, a oração introduzida pela por crase.
preposição “de” é classificada como objetiva indireta.
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se
06. Resposta E manifestam:
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
“Não bate a fim de que não corte”. “ambos”:
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
07. Resposta B
O termo complementa a palavra “medo”, que é substantivo - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
(nome – nominal). Portanto é um complemento nominal. O artigo, outros não:
verbo “ter” tem como complemento verbal (objeto) a palavra São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
“medo”, que exerce a função sintática de objeto direto.
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
08. Resposta E toda uma espécie:
A oração subordinada adjetiva possui a função própria de O trabalho dignifica o homem.
um adjetivo ou adjunto adnominal. Quando é restritiva, não
aparece isolada por vírgulas e serve para delimitar ou definir - No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
mais claramente o seu antecedente. Assim, “que nos deleitam” de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo:
define o vocábulo “enganos”. O Pedro é o xodó da família.

09. Resposta C - No caso de os nomes próprios personativos estarem no


No período composto por subordinação sempre aparecem plural, são determinados pelo uso do artigo:
dois tipos de oração: oração principal e oração subordinada. As Os Maias, os Incas, Os Astecas...
orações adverbiais, isto é, aquelas que equivalem a advérbios
em relação a outra oração. Os adjuntos adverbiais são termos - Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
acessórios das orações; são determinantes. Os determinantes conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o
adverbiais acrescentam “ao predicado o esclarecimento de pronome assume a noção de qualquer.
lugar, tempo, modo etc.” E as orações adverbiais consecutivas Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
são aquelas que são introduzidas por um termo intensivo que Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
vem em seguida à oração principal, acrescentando-lhe ideias e (qualquer classe)
explicações, ou completando-a, ou tirando uma conclusão.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Emprego das classes de Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
palavras. - A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
aproximação numérica:
Artigo O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica - O artigo também é usado para substantivar palavras
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. oriundas de outras classes gramaticais:
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o Não sei o porquê de tudo isso.
número dos substantivos.
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo
Classificação dos Artigos cujo (e flexões).
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira Este é o homem cujo amigo desapareceu.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. Este é o autor cuja obra conheço.

Artigos Indefinidos:  determinam os substantivos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido
de maneira vaga:  um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que
matei um animal. venham especificadas.
Eles estavam em casa.
Combinação dos Artigos Eles estavam na casa dos amigos.
É muito presente a combinação dos artigos definidos e Os marinheiros permaneceram em terra.
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
assumida por essas combinações:
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
Preposições Artigos com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
- o, os Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
a ao, aos - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de do, dos de revistas, jornais, obras literárias.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
em no, nos
por (per) pelo, pelos Morfossintaxe
a, as um, uns uma, umas Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
à, às - - com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo
da, das dum, duns duma, dumas a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo
na, nas num, nuns numa, numas substantivo:
A existência é uma poesia.
pela, pelas - - Uma existência é a poesia.

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APOSTILAS OPÇÃO
Questões segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e  mostrou
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo: 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
A) Estes são os candidatos que lhe falei. A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera. terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho. palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
E) Muito é a procura; pouca é a oferta. Observe: Gosto de natação e de futebol.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
02. (ESAN-SP) Em qual dos casos o artigo denota ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra  “e” está
familiaridade? ligando termos de uma mesma oração.
A) O Amazonas é um rio imenso.
B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
C) O Antônio comunicou-se com o João. ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
D) O professor João Ribeiro está doente.
E) Os Lusíadas são um poema épico Morfossintaxe da Conjunção

03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem
substantivando uma palavra. propriamente uma função sintática: são conectivos.
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas. Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções
C) A navalha ia e vinha no couro esticado. Subordinativas
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada. Conjunções coordenativas
Dividem-se em:
04.Assinale a alternativa em que há erro:
A) O anúncio foi publicado em O Estado São Paulo. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.
B) Está na hora de os trabalhadores saírem. Ex. Gosto de cantar e de dançar.
C) Todas as pessoas receberam a notícia. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
D) Não conhecia nenhum episódio dos Lusíadas. não só...como também.
E) Avisei a Simone de que não haveria a reunião.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
05. Em que alternativa o termo grifado indica aproximação? de compensação.
A) Ao visitar uma cidade desconhecida, vibrava. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
B) Tinha, na época, uns dezoito anos. Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo,
C) Ao aproximar de uma garota bonita, seus olhos brilhavam. todavia, no entanto, entretanto.
D) Não havia um só homem corajoso naquela guerra.
E) Uns diziam que ela sabia tudo, outros que não. - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Respostas Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
quer, já...já.
1-B / 2-C / 3-D / 4-D / 5-B
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Ex.
Comentários Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
1-) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera! (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
Entende-se que ele não qualquer médico, mas O médico!
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É
2-) O Antônio comunicou-se com o João. melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
Segundo a regra: Emprega-se o artigo definido antes de Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes
nomes de pessoas quando são usados no trato familiar para do verbo), porquanto.
indicar afetividade.
Conjunções subordinativas
3-) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de
Joana. - CAUSAIS
Andar é verbo, mas nesse caso, por estar antecedida do Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma
artigo “o”, pertence à classe gramatical: substantivo. vez que, como (= porque).
Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
4-) Não conhecia nenhum episódio de Os Lusíadas.
- COMPARATIVAS
5-) Tinha, na época, uns dezoito anos. = aproximadamente Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
mais...do que, menos...do que.
Conjunção Ela fala mais que um papagaio.

Conjunção  é a palavra invariável que liga duas orações ou - CONCESSIVAS


dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo: Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
mesmo que, apesar de, se bem que.
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato
amiguinhas. inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as cansada)
amiguinhas
Apesar de ter chovido fui ao cinema.
Cada informação está estruturada em torno de um verbo:

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APOSTILAS OPÇÃO
- CONFORMATIVAS ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços
Principais conjunções conformativas: como, segundo, de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô,
conforme, consoante o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de
Cada um colhe conforme semeia. Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no
passado.
- CONSECUTIVAS Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877,
Expressam uma ideia de consequência. existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para
“tão”, “tamanho”). os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a
Falou tanto que ficou rouco. tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam
que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando
- FINAIS a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos,
Expressam ideia de finalidade, objetivo. as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de
Todos trabalham para que possam sobreviver. concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão
(=para que), saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould,
depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu
- PROPORCIONAIS que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical.
mais, ao passo que, à proporção que. (Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)

- TEMPORAIS No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos,
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
que.
Quando eu sair, vou passar na locadora. Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o
elemento grifado pode ser substituído por:
Importante: A) Porém.
B) Contudo.
Diferença entre orações causais e explicativas C) Todavia.
D) Entretanto.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA) E) Conquanto.
e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos
com a dúvida de como distinguir uma oração causal de uma 02. (Escrevente TJ SP – Vunesp) Observando as ocorrências
explicativa. Veja os exemplos: da palavra “como” em – Como fomos programados para ver o
mundo como um lugar ameaçador… – é correto afirmar que se
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser trata de conjunção
atropelado”: (A) comparativa nas duas ocorrências.
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou (B) conformativa nas duas ocorrências.
uma explicação do fato expresso na oração anterior. (C) comparativa na primeira ocorrência.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes (D) causal na segunda ocorrência.
uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que (E) causal na primeira ocorrência.
vêm marcadas por vírgula.
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. 03. (Analista de Procuradoria – FCC). Leia o texto a seguir.
b) Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será Participação
explicativa.
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo) Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar
aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade nós: a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação
porque não havia cemitério no local.” junto aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada simples: costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes”
(parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo de nós, nas quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê- da nossa vida precisamos escolher entre o atendimento de um
la é colocá-la no início do período, introduzida pela interesse pessoal e o cumprimento de um dever ético? Como poeta
conjunção como - o que não ocorre com a CS Explicativa. e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os mortos expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um
em outra cidade. convicto socialista. Em seu poema, o diálogo entre as duas partes
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente é desenvolvido de modo a nos fazer pensar que são incompatíveis.
dependentes uma da outra.
Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta
Questões estrofe:
“Traduzir uma parte na outra parte − que é uma questão de
01. (Administrador – FCC). Leia o texto a seguir. vida ou morte − será arte?”

A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte
mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de
disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse
de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma
entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou comunidade; quando deixasse de haver contradição entre a razão
até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. particular e a coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse
tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se
Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem mostra capaz de expressar tanto nossa subjetividade como nossa
rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos identidade social.

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APOSTILAS OPÇÃO
Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria Comentários
vencer a parcialidade e chegar a uma autêntica participação,
de sentido altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa 1-) Conquanto é uma conjunção concessiva – abre uma
hipótese provocadora, formulada com um ar de convicção. exceção à regra. Portanto, a troca correta é por uma outra
(Belarmino Tavares, inédito) conjunção adversativa.

Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma 2-) Como fomos programados para ver o mundo como um
relação de causa e efeito: lugar ameaçador…
A) ser poeta e militante político / confronto entre Causal na primeira ocorrência e comparativa na segunda.
subjetividade e atuação social
B) ser poeta e militante político / divisão permanente em 3-) ser poeta e militante político / confronto entre
cada um de nós subjetividade e atuação social.
C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas O fato de ser poeta e militante político gera confronto entre
D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte seu lado subjetivo e racional.
E) participar ativamente da política / formular hipóteses
com ar de convicção 4-) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
Apresenta a finalidade da reflexão. Devemos refletir para
04. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP). Leia o texto quê?
a seguir.
5-) Uma junção, soma de ideias. Há a presença de conjunções
Temos o poder da escolha aditivas.

Os consumidores são assediados pelo marketing a todo Preposição


momento para comprarem além do que necessitam, mas
somente eles podem decidir o que vão ou não comprar. É como Preposição  é uma palavra invariável que serve para ligar
se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”, mas só nós termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente
temos o poder da escolha. há uma subordinação do segundo termo em relação ao
Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Será primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
que paramos para pensar de onde vem o produto que estamos da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores
consumindo e se os valores da empresa são os mesmos em que semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
acreditamos? A competitividade entre as empresas exige que
elas evoluam para serem opções para o consumidor. Nos anos Tipos de Preposição
60, saber fabricar qualquer coisa era o suficiente para ter uma
empresa. Nos anos 70, era preciso saber fazer com qualidade 1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente
e altos índices de produção. Já no ano 2000, a preocupação como preposições.
era fazer melhor ou diferente da concorrência e as empresas A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
passaram a atuar com responsabilidade socioambiental. para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
O consumidor tem de aprender a dizer não quando a sua
relação com a empresa não for boa. Se não for boa, deve comprar 2.  Preposições acidentais: palavras de outras  classes
o produto em outro lugar. Os cidadãos não têm ideia do poder gramaticais que podem atuar como preposições.
que possuem. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
É importante, ainda, entender nossa relação com a empresa visto.
ou produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um
envolvimento e aceitação e a preferência dependerá das ações 3.  Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
que aprovamos ou não nas empresas, pois podemos mudar de como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas.
ideia. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de
Há muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
pessoas admitem que já compraram produto pirata. Temos de trás de.
refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
(Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado) A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode
unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em
No trecho – Temos de refletir sobre isso para mudar nossas gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela
atitudes. –, a palavra destacada apresenta sentido de
A) tempo. Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
B) modo. preposição, mas das palavras às quais ela se une.
C) origem.
D) assunto. Esse processo de junção de uma preposição com outra
E) finalidade. palavra pode se dar a partir de dois processos:

05. (Escrevente TJ SP –Vunesp) No período – A pesquisa 1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva preposição a + artigos definidos o, os
em conta não só o desemprego aberto (quem está procurando a + o = ao
trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de preposição a + advérbio onde
procurar ou estão em postos precários). –, os termos em destaque a + onde = aonde
estabelecem entre as orações relação de
(A) alternância. 2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
(B) oposição.
(C) causa. Preposição + Artigos
(D) adição. De + o(s) = do(s)
(E) explicação. De + a(s) = da(s)
De + um = dum
Respostas De + uns = duns
De + uma = duma
1-E / 2-E / 3-A / 4-E / 5-D De + umas = dumas

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APOSTILAS OPÇÃO
Em + o(s) = no(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Em + a(s) = na(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
Em + um = num Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
Em + uma = numa Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Em + uns = nuns Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
Em + umas = numas Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
A + à(s) = à(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Por + o = pelo(s) Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
Por + a = pela(s)
Questões
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s) 01. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária –
De + ela(s) = dela(s) VUNESP). Leia o texto a seguir.
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s) “Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s) João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
De + aquele(s) = daquele(s) meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos
De + aquela(s) = daquela(s) preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros,
De + isto = disto grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos
De + isso = disso em comum: tabuleiros e peças de xadrez.
De + aquilo = daquilo O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
De + aqui = daqui de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
De + aí = daí que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
De + ali = dali “Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar
De + outro = doutro(s) duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada,
De + outra = doutra(s) pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate,
Em + este(s) = neste(s) instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça
Em + esta(s) = nesta(s) errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha
Em + esse(s) = nesse(s) vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema
Em + aquele(s) = naquele(s) maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos.
Em + aquela(s) = naquela(s) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos
Em + isto = nisto em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez
Em + isso = nisso que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar
Em + aquilo = naquilo a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de
A + aquele(s) = àquele(s) Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado
A + aquela(s) = àquela(s) o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi
A + aquilo = àquilo implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da
disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória
Dicas sobre preposição não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
oblíquo e artigo. Como distingui-los? devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como
estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. ao bom comportamento”.
Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido
e feminino. Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças
A dona da casa não quis nos atender. no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo
Como posso fazer a Joana concordar comigo? por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade,
já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. atitude”.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos
um tratamento adequado. já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também
minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
ou a função de um substantivo. vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”.
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte “Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o
da família egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
Creio que a conhecemos melhor que ninguém. tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair
sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
preposições: (Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-
Destino = Irei para casa. liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado)
Modo = Chegou em casa aos gritos.
Lugar = Vou ficar em casa; No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência. vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o
Tempo = A prova vai começar em dois minutos. termo em destaque expressa relação de
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral. A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o do projeto “Xadrez que liberta”.
tratamento. B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
Instrumento = Escreveu a lápis. de falar.
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe. C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para

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APOSTILAS OPÇÃO
termos mais chances de vencer o torneio de xadrez. 957,70 para R$ 1.915,40. = preço
D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou (C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito
muito feliz, porque eu não esperava. fazer o exame clínico”... = lugar
E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir (D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz
a revisão da minha pena. Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas
embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”. = posse
02. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP) (E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade
Considere o trecho a seguir. policial de dizer quem está embriagado = posse

O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio, 4-) Jamais em minha vida achei na rua ou em qualquer parte
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade do globo um objeto qualquer. –, o termo em destaque introduz
no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham, ideia de lugar.
é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na
instituição. 5-) As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... - a
preposição de, destacada, tem sentido de causa (do desmaio).
As preposições que preenchem o trecho, correta,
respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são: Pronome
A) a ...com
B) de ...com Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele
C) de ...a se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de
D) com ...a alguma forma.
E) para ...de A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
[substituição do nome]
03. (Agente Policial – Vunesp). Assinale a alternativa cuja
preposição em destaque expressa ideia de finalidade. A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$ [referência ao nome]
957,70 para R$ 1.915,40.
B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que Essa moça morava nos meus sonhos!
o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para [qualificação do nome]
comprovar o crime. Grande parte dos pronomes não possuem significados
C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de
o exame clínico”... um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata
D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no
Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos
embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”. e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal
E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar,
policial de dizer quem está embriagado... indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
dessa característica, os pronomes apresentam uma forma
04. (Agente Policial - VUNESP). Em – Jamais em minha vida específica para cada pessoa do discurso.
achei na rua ou em qualquer parte do globo um objeto qualquer.
–, o termo em destaque introduz ideia de Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
A) tempo. [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
B) lugar.
C) modo. Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
D) posse. [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
E) direção.
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
05. Na frase - As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... - [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
a preposição de, destacada, tem sentido de
A) causa. Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
B) tempo. variáveis  em gênero (masculino ou feminino) e em número
C) assunto. (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através
D) lugar. do pronome seja coerente em termos de gênero e número
E) posse. (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando
este se apresenta ausente no enunciado.
Respostas
Fala-se de Roberta. Ele  quer participar do desfile
1-B / 2-B / 3-B / 4-B / 5-A da nossa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Comentários adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância
1-) xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter adequada]
que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o termo [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
em destaque expressa relação de inclusão: rolará, inclusive, o inadequada]
torneio familiar.
Existem seis tipos de pronomes:  pessoais, possessivos,
2-) O metrô paulistano, de quem a banda recebe apoio, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade
no emprego, vantagem com que muitos trabalhadores sonham, é Pronomes Pessoais
o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na instituição.
As preposições que preenchem o trecho, correta, São aqueles que substituem os substantivos, indicando
respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são: diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”,
3-) “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”,
(A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$ “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de

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APOSTILAS OPÇÃO
quem fala. Saiba que:
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
oblíquo. mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-
la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas
Pronome Reto nos exemplos que seguem:

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença,


exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. - Trouxeste o pacote? - Não contaram a novidade a
Nós lhe ofertamos flores. vocês?
- Sim, entreguei-to ainda há - Não, no-la contaram.
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero pouco.
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
quadro dos pronomes retos é assim configurado: até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro. 
- 1ª pessoa do singular: eu
- 2ª pessoa do singular: tu Atenção:
- 3ª pessoa do singular: ele, ela Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois
- 1ª pessoa do plural: nós de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z,
- 2ª pessoa do plural: vós -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
- 3ª pessoa do plural: eles, elas tempo que a terminação verbal é suprimida.
Por exemplo: fiz + o = fi-lo
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como fazei + o = fazei-os
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi dizer + a = dizê-la
ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a viram + o: viram-no
na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. repõe + os = repõe-nos
Obs.: frequentemente observamos a  omissão  do pronome retém + a: retém-na
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas tem + as = tem-nas
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do
verbo indicadas pelo pronome reto. Pronome Oblíquo Tônico
Fizemos boa viagem. (Nós)
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
Pronome Oblíquo precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou  O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim
indireto) ou complemento nominal. configurado:

Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo


Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
oração. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico
são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
Pronome Oblíquo Átono repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica  fraca. contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os
Ele me deu um presente. pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado: Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
- 1ª pessoa do singular (eu): me Não há nenhuma acusação contra mim.
- 2ª pessoa do singular (tu): te Não vá sem mim.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos Atenção:
- 2ª pessoa do plural (vós): vos Há construções em que a preposição, apesar de surgir
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito
Observações: expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se reto.
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o
pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a Não vá sem eu mandar.
função de objeto indireto na oração.
- A combinação da preposição  “com” e alguns pronomes
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
diretos como objetos indiretos. conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como frequentemente exercem a função de  adjunto adverbial de
objetos diretos. companhia.

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APOSTILAS OPÇÃO
Ele carregava o documento consigo. a) Vossa Excelência X Sua Excelência:  os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa (s)”  são empregados em
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com relação à pessoa com quem falamos.
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou encontro.
algum numeral. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
Você terá de viajar com nós todos. Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três. - Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Pronome Reflexivo tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo b)  3ª pessoa:  embora os pronomes de tratamento dirijam-
verbo. se à  2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. na 3ª pessoa.
Eu não me vanglorio disso. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti. c) Uniformidade de Tratamento:  quando escrevemos ou


Assim tu te prejudicas. nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
Conhece a ti mesmo. texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim,
por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo
Guilherme já se preparou. na terceira pessoa.
Ela deu a si um presente. Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
Antônio conversou consigo mesmo. cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus
- 1ª pessoa do plural (nós): nos. cabelos. (correto)
Lavamo-nos no rio. Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
cabelos. (correto)
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Vós vos beneficiastes com a esta conquista. Pronomes Possessivos

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Eles se conheceram. (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
Elas deram a si um dia de folga. possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
A Segunda Pessoa Indireta
Observe o quadro:
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso Número Pessoa Pronome
interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na singular primeira meu(s), minha(s)
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte: singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
Pronomes de Tratamento
plural primeira nosso(s), nossa(s)
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques plural segunda vosso(s), vossa(s)
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos plural terceira seu(s), sua(s)
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
oficiais-generais Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com
universidades o objeto possuído.
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores difícil.
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento Observações:
cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus 1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da
alteração fonética da palavra senhor.
Também são pronomes de tratamento o senhor, a - Muito obrigado, seu José.
senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse.
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português Podem ter outros empregos, como:
do Brasil; em algumas regiões, a forma  tu  é de uso frequente; a) indicar afetividade.
em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à - Não faça isso, minha filha.
linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. b) indicar cálculo aproximado.
Ele já deve ter seus 40 anos.
Observações: c) atribuir valor indefinido ao substantivo.

Língua Portuguesa 33
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APOSTILAS OPÇÃO
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. a)  Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o salientar algum termo anterior. Por exemplo:
pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso.
Vossa Excelência trouxe sua mensagem? Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
b)  O pronome demonstrativo neutro  ou  pode representar
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que
concorda com o mais próximo. aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
Trouxe-me seus livros e anotações. O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
c)  Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer,
átonos assumem valor de possessivo. chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.) de).
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.
Pronomes Demonstrativos d)  Em frases como a seguinte,  este  se refere à pessoa
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a lugar.
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
discurso. e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
A menina foi a tal que ameaçou o professor?
No espaço: f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro pronome demonstrativo:  àquele, àquela, deste, desta, disso,
está perto da pessoa que fala. nisso, no, etc.
Compro esse carro (aí). O pronome  esse  indica que o carro Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
fala. Pronomes Indefinidos
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
  dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
Atenção:  em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto indeterminada.
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro plantadas.
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação Não é difícil perceber que  “alguém”  indica uma pessoa
ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade não se quer revelar. 
destinatária).
Reafirmamos a disposição  desta  universidade em participar Classificam-se em:
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
envia a mensagem). - Pronomes Indefinidos Substantivos:  assumem o lugar
do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São
No tempo: eles:  algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém,
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere outrem, quem, tudo.
ao ano presente. Algo o incomoda?
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a Quem avisa amigo é.
um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se - Pronomes Indefinidos Adjetivos:  qualificam um ser
referindo a um passado distante. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
  aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Cada povo tem seus costumes.
invariáveis, observe: Certas pessoas exercem várias profissões.

Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s). Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
Invariáveis: isto, isso, aquilo. pronomes indefinidos adjetivos:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
- Também aparecem como pronomes demonstrativos: demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
te indiquei.) Menos palavras e mais ações.
- mesmo(s), mesma(s): Alguns se contentam pouco.
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
- próprio(s), própria(s): Os pronomes indefinidos podem ser divididos
Os próprios alunos resolveram o problema. em variáveis e invariáveis. Observe:

- semelhante(s): Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,


Não compre semelhante livro. outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
- tal, tais: tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns,
Tal era a solução para o problema. todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas,
nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Note que: Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
cada.

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APOSTILAS OPÇÃO
São  locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, refere a uma oração.
seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou
qual, um ou outro, uma ou outra, etc. Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
Cada um escolheu o vinho desejado. sua vocação natural.

Indefinidos Sistemáticos d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente,


mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais,
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, das quais.
percebemos que existem alguns grupos que criam oposição
de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; (antecedente) (consequente)
todo/tudo,  que indicam uma totalidade afirmativa, e  nenhum/
nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ninguém, e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente
que se referem à pessoa, e  algo/nada, que se referem à coisa; um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.
Essas oposições de sentido são muito importantes na Emprestei tantos quantos foram necessários.
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas (antecedente)
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos
expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes Ele fez tudo quanto havia falado.
indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem (antecedente)
parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado f)  O pronome  “quem” se refere a pessoas e vem sempre
prático. precedido de preposição.
Certas  pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
pessoas quaisquer. É um professor a quem muito devemos.
(preposição)
Pronomes Relativos
g)  “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
São aqueles que representam nomes já mencionados antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as A casa onde morava foi assaltada.
orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema  que  afirma a superioridade de um h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
grupo racial sobre outros. que.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
oração subordinada adjetiva). exterior.
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
é antecedente do pronome relativo que. - como (= pelo qual)
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome Não me parece correto o modo como você agiu semana
demonstrativo o, a, os, as. passada.
Não sei o que você está querendo dizer. - quando (= em que)
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
expresso.
Quem casa, quer casa. j)  Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
Observe: O futebol é um esporte.
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, O povo gosta muito deste esporte.
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
k)  Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
Note que: ocorrer a elipse do relativo “que”.
a)  O pronome  “que”  é o relativo de mais largo emprego, A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria,
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído (que) fumava.
por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for
um substantivo. Pronomes Interrogativos

O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).

b)  O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter preferes.
várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza passageiros desembarcaram.
ou depois de determinadas preposições:
Sobre os pronomes:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de
ambiguidade.) sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando
desempenha função de complemento. Vamos entender,
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) função exerce. Observe as orações:

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APOSTILAS OPÇÃO
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá- Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu
lo. que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si
independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas.
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo começar a te seguir. Nós não nos conhecemos.
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você.
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas entre
pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo si.
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em:
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) <http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet-
estiver no infinitivo ou gerúndio. estamudando-amizade-619645.shtml>.
Eu desejo lhe perguntar algo.
Eu estou perguntando-lhe algo. Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se
estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a que
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: se referem.
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a
dos segundos que são sempre precedidos de preposição. amizades.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma
estava fazendo. superficial de amizade.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere-
eu estava fazendo. se aos pronomes eu e você.
Questões
Quais estão corretas?
01. (Prefeitura de Praia Grande/SP - Agente (A) Apenas I.
Administrativo - IBAM) Observe as sentenças abaixo. (B) Apenas II.
I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam. (C) Apenas III.
II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo- (D) Apenas I e II.
nos inimigas desde aquele episódio. (E) I, II e III.
III. A criança cuja a família não compareceu ficou inconsolável.
03. (PC/MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012) Observe
O pronome ‘cuja’ foi empregado de acordo com a norma a charge a seguir.
culta da língua portuguesa em:
(A) apenas uma das sentenças
(B) apenas duas das sentenças.
(C) nenhuma das sentenças.
(D) todas as sentenças.

02. (MPE/RS - Técnico Superior de Informática - MPE)


Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou que
o que mais se faz no Facebook, depois de interagir com amigos,
é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer. Se você
gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará formado um
vínculo. No final, todo mundo vira amigo de todo mundo. Mas,
não é bem assim. As redes sociais têm o poder de transformar
os chamados elos latentes (pessoas que frequentam o mesmo
ambiente social, mas não são suas amigas) em elos fracos –
uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais que existam Em relação à charge acima, assinale a afirmativa inadequada.
exceções _______qualquer regra, todos os estudos mostram que (A) A fala do personagem é uma modificação intencional de
amizades geradas com a ajuda da Internet são mais fracas, sim, uma fala de Cristo.
do que aquelas que nascem e se desenvolvem fora dela. (B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a
pessoas distintas.
Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito (C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no
geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo poder.
mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles (D) A posição dos braços do personagem na charge repete a
transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe de Cristo na cruz.
apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando (E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de
uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos, forma equilibrada.
inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das
redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às 04. (IFC - Auditor - IFC - Adaptado) Leia o poema, do
informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com escritor modernista, Oswald de Andrade: Pronominais
ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro
dizer “não” ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba Dê-me um cigarro
adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização Diz a gramática Do professor e do aluno
do conceito de amizade. E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou Da Nação Brasileira
diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente Dizem todos os dias
assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidores” e Deixa disso camarada
“seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito Me dá um cigarro.

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APOSTILAS OPÇÃO
4 Não colocar pronomes átonos após verbos conjugados no
Assinale a alternativa INCORRETA referente ao uso da futuro do indicativo
colocação pronominal: A depender do caso, caberá a mesóclise ou a próclise, mas
(A) é aceitável utilizar a próclise na liberdade poética. nunca após o futuro do indicativo.
(B) mostra no poema os distintos usos do pronome. Exemplos: Não se queixará novamente disso. Ver-se-á o
(C) o pronome antes do verbo não é aceitável valor novamente. Sabemos que se reverterá a situação.
gramaticalmente. Detalhe
(D) afirma que não há normas para o uso de pronomes. Na língua portuguesa, a palavra “se” pode ser conjunção
(E) há transformação no uso do pronome. ou pronome átono e há situações em que ambos podem
muito corretamente aparecer na mesma construção, cada um
05. (PM/BA - Soldado da Polícia Militar - FCC) exercendo seu papel.

... tudo sobrevive em Caymmi ... (3º parágrafo) Exemplos: Ele não sabia se se queixava comigo ou com você.
Tudo ficará melhor se se dispuserem a ajudar. A mulher não
O pronome grifado acima conseguiu pensar se se mantinha calada ou gritava.
(A) indica a presença de alguns temas, sobretudo ligados ás
festividades da Bahia, que despertavam a curiosidade de alguns Lista das palavras atrativas
cantores nessa época. a) palavras com sentido negativo: não, nunca, jamais,
(B) acentua a importância de Caymmi como um famoso ninguém, nada, nenhum, nem, etc. Exemplo: Nunca se meta em
compositor do rádio, o meio de divulgação mais conhecido no confusões.
Rio de Janeiro. b) advérbios (sem vírgula): aqui, ali, só, também, bem, mal,
(C) demonstra as influências recebidas por Caymmi de hoje, amanhã, ontem, já, nunca, jamais, apenas, tão, talvez, etc.
cantores famosos no Rio de Janeiro, que garantiram o sucesso Exemplo: Ontem a vi na aula. Com a vírgula, cessa a atração:
de suas músicas. Ontem, vi-a na aula. Aqui, trabalha-se muito.
(D) refere-se a presença dos diferentes elementos que c) pronomes indefinidos: todo, tudo, alguém, ninguém,
serviram de inspiração para outros compositores, que também algum, etc. Exemplo: Tudo se tornou esclarecido para nós.
faziam sucesso no rádio. d) pronomes ou advérbios interrogativos (o uso destas
(E) sintetiza a sequência, que vinha sido apresentada, dos palavras no início da oração interrogativa atrai o pronome
temas referentes à Bahia abordados por Caymmi em suas para antes do verbo): O que? Quem? Por que? Quando? Onde?
músicas. Como? Quanto? Exemplo: Quem a vestiu assim?
Respostas e) pronomes relativos: que, o qual, quem, cujo, onde,
quanto, quando, como. Exemplo: Havia duas ideias que se
01. Resposta A tornaram importantes.
Não se usa artigo definido entre o pronome ora em discussão f) conjunções subordinativas: que, uma vez que, já que,
(cujo) e o substantivo subsequente. Por isso o número III está embora, ainda que, desde que, posto que, caso, contanto que,
incorreta. A número II está incorreta, pois discordar concorda conforme, quando, depois que, sempre que, para que, a fim de
com a preposição “de”. que, à proporção que, à medida que, etc. Exemplo: Já era tarde
quando se notou o problema.
02. Resposta E g) em + gerúndio: deve-se usar o pronome entre “em” e o
Todas as alternativas estão corretas e descritas no texto, essa gerúndio. Exemplo: Em se tratando de corrupção, o Brasil tem
é a ideia principal do autor. experiência.

03. Resposta B 05. Resposta E


Mas que eles (sujeito 1) sabem o que fazem isso eles (sujeito “Tudo” significa: pronome indefinido. A totalidade, a
1) sabem universalidade de coisas e pessoas: tudo passa na vida; mulheres
e homens, crianças e velhos, tudo resvalou no sorvedouro da
04. Resposta D eternidade. Dentro do contexto, o autor utilizou este pronome
Os pronomes são os átonos me, te, se, o, a, os, as, lhe, lhes, para sintetizar o assunto que havia falado antes.
nos, vos. Eles sempre estão vinculados a um verbo e, de acordo
com a posição, recebem a seguinte classificação: Substantivo
Próclise (antes do verbo): A pessoa não se feriu.
Ênclise (depois do verbo): A pessoa feriu-se. Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é
Mesóclise (no meio do verbo): A pessoa ferir-se-á. a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
1 Não iniciar período com pronome átono os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
Quando o verbo está abrindo um período, os pronomes também nomeiam:
átonos não podem ser colocados antes do verbo. Com isso, a -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
próclise é proibida, será feito uso da mesóclise ou da ênclise. -sentimentos: raiva, amor...
Exemplos: Diga-me toda a verdade. Recomenda-se cautela. -estados: alegria, tristeza...
Pedir-se-á silêncio. -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
2 Respeitar as palavras atrativas
Há palavras e expressões que exigem que o pronome seja Morfossintaxe do substantivo
colocado antes do verbo. Nasce, assim, o uso obrigatório da
próclise graças às palavras atrativas (confira a lista de palavras Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
atrativas ao final do texto). exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua
Exemplos: Não se faz isso. Aqui se canta, lá se chora. Sei que como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto
se alcançará o resultado desejado. direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar
como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como
3 Não colocar pronomes átonos após o particípio núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo
O correto é analisar cada situação para observar o lugar do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos
adequado, mas nunca após o particípio. de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas
funções são desempenhadas por grupos de palavras. 
Exemplos: Tínhamos nos referido ao caso certo. Havia-me
pedido algo impossível. Tinham se queixado ao guarda. Classificação dos Substantivos

Língua Portuguesa 37
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APOSTILAS OPÇÃO
1-  Substantivos Comuns e Próprios estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
Observe a definição: espécie.
Formação dos Substantivos
s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, Substantivos Simples e Compostos
dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município
é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros). Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e O substantivo chuva é formado por um único elemento ou
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada  cidade. radical. É um substantivo simples.
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum. Substantivo Simples:  é aquele formado por um único
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma elemento.
mesma espécie de forma genérica. Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro. O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos
(guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Estamos voando para Barcelona. Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
elementos.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
cidade. Esse substantivo é  próprio. Substantivo Próprio:  é  
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma Substantivos Primitivos e Derivados
particular. Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá...
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
2 - Substantivos Concretos e Abstratos nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
LÂMPADA MALA outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
Os substantivos lâmpada e mala  designam seres com da palavra limão.
existência própria, que são independentes de outros seres. São Substantivo Derivado:  é aquele que se origina de outra
assim, substantivos concretos. palavra.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
independentemente de outros seres. Flexão dos substantivos
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo pode sofrer variações para indicar:
real e do mundo imaginário. Plural: meninos
Feminino: menina
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, Aumentativo: meninão
etc. Diminutivo: menininho
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
  Flexão de Gênero
Observe agora: Gênero  é a propriedade que as palavras têm de indicar
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa,
Beleza exposta há dois gêneros:  masculino  e  feminino. Pertencem ao
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O substantivo beleza designa uma qualidade. O velho e o mar
Substantivo Abstrato:  é aquele que designa seres que Um Natal inesquecível
dependem de outros para se manifestar ou existir. Os reis da praia
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser  
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem
que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. A história sem fim
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, Uma cidade sem passado
ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, As tartarugas ninjas
e sem os quais não podem existir.
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
(sentimento).  
Substantivos Biformes (= duas formas):  ao indicar nomes
3 - Substantivos Coletivos de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o
abelha, mais outra abelha. masculino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra feminino. Classificam-se em:
abelha... - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos.
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular fêmea.
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas.
(abelhas). a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo,
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. o indivíduo.
Substantivo Coletivo:  é o substantivo comum que, mesmo

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APOSTILAS OPÇÃO
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por Comuns de Dois Gêneros:
meio do artigo.
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Saiba que: Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma, É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
são masculinos. que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante
o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema. da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, A distinção de gênero pode ser feita através da análise do
variam em seu significado. artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo.
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o o colega - a colega
capital (dinheiro) e a capital (cidade) o imigrante - a imigrante
um jovem - uma jovem
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes artista famoso - artista famosa
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a. repórter francês - repórter francesa
aluno - aluna
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao gêneros.
masculino. a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
freguês - freguesa preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três carochinha.
formas: b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã a personagem.
- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma
personagem.
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte.
d) Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Masculinos
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: o tapa
cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa o eclipse
duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa o lança-perfume
o dó (pena)
f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final o sanduíche
por -a: o clarinete
elefante - elefanta o champanha
o sósia
g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e o maracajá
no feminino: o clã
bode – cabra boi - vaca o hosana
o herpes
h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, o pijama
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: o suéter
czar – czarina réu - ré o soprano
o proclama
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes o pernoite
o púbis
- Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. Femininos
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre a dinamite
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar a áspide
o masculino e o feminino. a derme
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para a hélice
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de a alcíone
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade a filoxera
de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. a clâmide
A cobra macho picou o marinheiro. a omoplata
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. a cataplasma
a pane
Sobrecomuns: a mascote
Entregue as crianças à natureza. a gênese
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, a entorse
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem a libido
um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que a cal
se refere a palavra. Veja: a faringe
A criança chorona chamava-se João. a cólera (doença)
A criança chorona chamava-se Maria. a ubá (canoa)
Outros substantivos sobrecomuns:
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa - São geralmente masculinos os substantivos de origem
criatura. grega terminados em -ma:
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O o grama (peso)
cônjuge de Marcela faleceu o quilograma

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APOSTILAS OPÇÃO
o plasma a grama (relva)
o apostema
o diagrama o caixa (funcionário da caixa)
o epigrama a caixa (recipiente, setor de pagamentos)
o telefonema
o estratagema o lente (professor)
o dilema a lente (vidro de aumento)
o teorema
o apotegma o moral (ânimo)
o trema a moral (honestidade, bons costumes, ética)
o eczema
o edema o nascente (lado onde nasce o Sol)
o magma a nascente (a fonte)
o anátema
o estigma o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor)
o axioma a maria-fumaça (locomotiva movida a vapor)
o tracoma
o hematoma o pala (poncho)
a pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo)
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
o rádio (aparelho receptor)
Gênero dos Nomes de Cidades: a rádio (estação emissora)

Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. o voga (remador)


A histórica Ouro Preto. a voga (moda, popularidade)
A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre. Flexão de Número do Substantivo
Uma Londres imensa e triste.
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. indica um ser ou um grupo de seres, e
o plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
Gênero e Significação: característica do plural é o “s” final.

Muitos substantivos têm uma significação no masculino e Plural dos Substantivos Simples
outra no feminino.
Observe: a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n”
fazem o plural pelo acréscimo de “s”.
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os pai – pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente plural).
de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) Exceção: cânon - cânones.
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
proibição de trânsito) b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”.
o cabeça (chefe) homem - homens.
a cabeça (parte do corpo)
c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
o cisma (separação religiosa, dissidência) pelo acréscimo de “es”.
a cisma (ato de cismar, desconfiança) revólver – revólveres raiz - raízes
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
o cinza (a cor cinzenta)
a cinza (resíduos de combustão) d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
no plural, trocando o “l” por “is”.
o capital (dinheiro) quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis
a capital (cidade) Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.

o coma (perda dos sentidos) e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas
a coma (cabeleira) maneiras:
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro) - Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
a coral (cobra venenosa) Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
de outros sacramentos) maneiras:
a crisma (sacramento da confirmação) - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
de “es”: ás – ases / retrós - retroses
o cura (pároco) - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis:
a cura (ato de curar) o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três
o estepe (pneu sobressalente) maneiras.
a estepe (vasta planície de vegetação) - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
o guia (pessoa que guia outras) - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
a guia (documento, pena grande das asas das aves) h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
látex - os látex.
o grama (unidade de peso)

Língua Portuguesa 40
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APOSTILAS OPÇÃO
Plural dos Substantivos Compostos papéi(s) + zinhos = papeizinhos
A formação do plural dos substantivos compostos depende nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam funi(s) + zinhos = funizinhos
o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos pai(s) + zinhos = paizinhos
simples: pé(s) + zinhos = pezinhos
aguardente e aguardentes girassol e girassóis pé(s) + zitos = pezitos
pontapé e pontapés malmequer e malmequeres
Plural dos Nomes Próprios Personativos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são
ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões. Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
Algumas orientações são dadas a seguir: que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados.
a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: As Raquéis e Esteres.
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos Plural dos Substantivos Estrangeiros
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
como na língua original, acrescentando -se “s” (exceto quando
b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando terminam em “s” ou “z”).
formados de: os shows os shorts os jazz
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- as regras de nossa língua:
falantes os clubes os chopes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos os jipes os esportes
as toaletes os bibelôs
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando os garçons os réquiens
formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de- Observe o exemplo:
colônia e águas-de-colônia Este jogador faz gols toda vez que joga.
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo- O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante Plural com Mudança de Timbre
do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
anterior. Certos substantivos formam o plural com mudança de
palavra-chave - palavras-chave timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético
bomba-relógio - bombas-relógio chamado metafonia (plural metafônico).
notícia-bomba - notícias-bomba
homem-rã - homens-rã
Singular Plural Singular Plural
d) Permanecem invariáveis, quando formados de: corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó)
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora esforço esforços ovo ovos
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas fogo fogos poço poços
forno fornos porto portos
e) Casos Especiais fosso fossos posto postos
o louva-a-deus e os louva-a-deus imposto impostos rogo rogos
o bem-te-vi e os bem-te-vis olho olhos tijolo tijolos
o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
Plural das Palavras Substantivadas
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
molho (ó) = feixe (molho de lenha).
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
a) Há substantivos que só se usam no singular:
O aluno errou na prova dos noves.
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
b) Outros só no plural:
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus
variam no plural.
(naipes de baralho), as fezes.
Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
bem (virtude) e bens (riquezas)
Plural dos Diminutivos
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem,
títulos)
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
d) Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
acrescenta-se o sufixo diminutivo.
sentido de plural:
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Aqui morreu muito negro.
animai(s) + zinhos = animaizinhos
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
improvisadas.
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
Flexão de Grau do Substantivo
tren(s) + zinhos = trenzinhos
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas

Língua Portuguesa 41
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APOSTILAS OPÇÃO
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
normal. Por exemplo: casa do termo anterior. = células-tronco

- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser. 2-)


Classifica-se em: A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. =
indica grandeza. Por exemplo: casa grande. cidadãos
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. =
aumento. Por exemplo: casarão. certidões
E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! =degraus
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
Pode ser: 3-) Vulcões
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que
indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. 4-) Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
diminuição. Por exemplo: casinha. Balões / canetas-tinteiro
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php a) vulcões, abaixo-assinados;
b) irmãos, salários-família;
Questões d) bênçãos, papéis-moeda;
e) razões, guarda-chuvas.
01. (Escrevente TJ SP Vunesp) A flexão de número do
termo “preços-sombra” também ocorre com o plural de 5-) o cura: sacerdote a cura: ato ou efeito de curar
(A) reco-reco.
(B) guarda-costa. Adjetivo
(C) guarda-noturno.
(D) célula-tronco. Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
(E) sem-vergonha. característica do ser e se relaciona com o substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos
02. (Escrevente TJ SP Vunesp) Assinale a alternativa cujas que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao
palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma- lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa
padrão. bondosa.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade,
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. moça bondade, pessoa bondade. 
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
Morfossintaxe do Adjetivo:
03. Indique a alternativa em que a flexão do substantivo está O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
errada: de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto
A) Catalães. adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
B) Cidadãos.
C) Vulcães. Adjetivo Pátrio
D) Corrimões. Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe
alguns deles:
04. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma Estados e cidades brasileiros:
forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
a) vulcão, abaixo-assinado;
b) irmão, salário-família; Alagoas alagoano
c) questão, manga-rosa; Amapá amapaense
d) bênção, papel-moeda;
e) razão, guarda-chuva. Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm
um significado e no feminino têm outro, diferente, marque a Belo Horizonte belo-horizontino
alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao Brasília brasiliense
seu significado:
a) O capital = dinheiro; Cabo Frio cabo-friense
A capital = cidade principal; Campinas campineiro ou campinense
b) O grama = unidade de medida;
A grama = vegetação rasteira; Adjetivo Pátrio Composto 
c) O rádio = aparelho transmissor; Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
A rádio = estação geradora; elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
d) O cabeça = o chefe; Observe alguns exemplos:
A cabeça = parte do corpo;
e) A cura = o médico.
O cura = ato de curar. África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo:
Respostas Competições teuto-inglesas

1-D / 2-D / 3-C / 4-C / 5-E América américo- / Por exemplo: Companhia
américo-africana
Comentários Bélgica belgo- / Por exemplo: Acampamentos belgo-
franceses
1-) Flexiona-se somente o  primeiro elemento, quando
formado de substantivo + substantivo que funciona como China sino- / Por exemplo: Acordos sino-japoneses

Língua Portuguesa 42
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APOSTILAS OPÇÃO
na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que
Espanha hispano- / Por exemplo: Mercado hispano-
formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado,
português
todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo:  a
Europa euro- / Por exemplo: Negociações euro- palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver
americanas qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se
ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto;
França franco- ou galo- / Por exemplo: Reuniões
como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro
franco-italianas
ficará invariável. Por exemplo:
Grécia greco- / Por exemplo: Filmes greco-romanos
Camisas rosa-claro.
Inglaterra anglo- / Por exemplo: Letras anglo-
Ternos rosa-claro.
portuguesas
Olhos verde-claros.
Itália ítalo- / Por exemplo: Sociedade ítalo- Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
portuguesa Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Japão nipo- / Por exemplo: Associações nipo-
Observe
brasileiras
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo
Portugal luso- / Por exemplo: Acordos luso-brasileiros composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm
Flexão dos adjetivos os dois elementos flexionados.

O adjetivo varia em gênero, número e grau. Grau do Adjetivo

Gênero dos Adjetivos Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a


intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem o comparativo e o superlativo.
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
classificam-se em:  Comparativo
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
outra para o feminino. Nesse grau, comparam-se a mesma característica
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia. atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade,
de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino abaixo:
somente o último elemento.
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte- 1) Sou tão alto como você.  = Comparativo de Igualdade
americana.  No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como 2) Sou  mais alto  (do) que  você.  = Comparativo de
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. Superioridade Analítico
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é
político-social. analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.

Número dos Adjetivos 3) O Sol é  maior (do) que  a Terra.  = Comparativo de


Superioridade Sintético
Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim.
simples.
Por exemplo: São eles:
mau e maus bom-melhor
feliz e felizes pequeno-menor
ruim e ruins mau-pior
boa e boas alto-superior
grande-maior
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função baixo-inferior
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, Observe que: 
ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra  cinza  é a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Logo: camisas cinza, ternos cinza. (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas
Veja outros exemplos: entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar
as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais
Motos vinho (mas: motos verdes) pequeno.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). dois elementos.
Pedro é  mais grande  que pequeno -  comparação de duas
Adjetivo Composto qualidades de um mesmo elemento.

É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, 4) Sou  menos alto  (do) que  você.  = Comparativo de
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento Inferioridade
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam Sou menos passivo (do) que tolerante.

Língua Portuguesa 43
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APOSTILAS OPÇÃO
Superlativo seus desejos.
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que
O superlativo expressa qualidades num grau muito tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser desenvolvimento psicológico pleno.
absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: A revisão de estudos científicos permite identificar três
Superlativo Absoluto:  ocorre quando a qualidade de um fatores principais na formação das personalidades com maior
ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se inclinação ao comportamento violento:
nas formas: 1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos,
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O 2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
secretário é muito inteligente. transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de lhes impuseram limites de disciplina.
sufixos. 3) Associação com grupos de jovens portadores de
Por exemplo: comportamento antissocial.
O secretário é inteligentíssimo. Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças
que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à
Observe alguns superlativos sintéticos:  falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social,
esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a
violência crescente nas cidades.
benéfico beneficentíssimo Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a
bom boníssimo ou ótimo resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o
criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver
comum comuníssimo preso.
cruel crudelíssimo Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares
e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao
difícil dificílimo mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões
doce dulcíssimo mais sólidas com o mundo do crime.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda.
fácil facílimo Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa,
fiel fidelíssimo aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão
superlotadas.
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a
é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação criminalidade e tratar os que ingressaram nela.
pode ser: Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo.
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que
acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e
Note bem: construir cadeias novas para substituir as velhas.
1)  O superlativo absoluto analítico é expresso por meio Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão
antepostos ao adjetivo. capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los
2)  O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo artístico.
latino +  um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. (Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
A forma popular é constituída do radical do adjetivo
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, corresponde a – características de epidemias.
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
hiato i-í. A) água fluvial – água da chuva.
Questões B) produção aurífera – produção de ouro.
C) vida rupestre – vida do campo.
01. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – D) notícias brasileiras – notícias de Brasília.
VUNESP). Leia o texto a seguir. E) costela bovina – costela de porco.

Violência epidêmica 02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto:


A) azul-celeste
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora B) azul-pavão
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes C) surda-muda
sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características D) branco-gelo
epidêmicas.
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades 03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes estão no grau superlativo absoluto sintético:
centros urbanos e se dissemina pelo interior. A) Arquimilionário/ ultraconservador;
As estratégias que as sociedades adotam para combater a B) Supremo/ ínfimo;
violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito C) Superamigo/ paupérrimo;
pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços D) Muito amigo/ Bastante pobre
ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras
enfermidades. 04.Na frase: “Trata-se de um artista originalíssimo”, o
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações adjetivo grifado encontra-se no grau:
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências A) comparativo de superioridade.
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas B) superlativo absoluto sintético.
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de C) superlativo relativo de superioridade.

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APOSTILAS OPÇÃO
D) comparativo de igualdade. forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver
E) superlativo absoluto analítico. desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do
verbo: põe, pões, põem, etc.
05.Aponte a alternativa em que o superlativo do adjetivo
está incorreto: Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
A) Meu tio está elegantíssimo.
B) Joana, ela é minha amicíssima. Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos
C) Esta panela está cheissíssima de água. verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com
D) A prova foi facílima. facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no
radical do verbo: opino, aprendam,  nutro, por exemplo. Nas
Respostas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
1-B / 2-C / 3-D / 4-B / 5-C
Classificação dos Verbos
Comentários
Classificam-se em:
1- a) Regulares:  são aqueles que possuem as desinências
A) fluvial – do rio normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações
B) correta no radical.
C) brasileiras – do brasil
D) vida campestre Por exemplo: canto     cantei      cantarei     cantava      cantasse
E) suína b) Irregulares:  são aqueles cuja flexão provoca alterações
no radical ou nas desinências.
2- Surdas-mudas Por exemplo: faço     fiz      farei     fizesse
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
3- D) estão no superlativo absoluto analítico completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.

4- originalíssimo – grau superlativo absoluto sintético - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito.
Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
5- C) Esta panela está cheissíssima de água. principais verbos impessoais são:
O correto é cheíssima. a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
ou fazer (em orações temporais).
Verbo Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Verbo  é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
ocorrência (nascer); desejo (querer). b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, Era primavera quando a conheci.
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns Estava frio naquele dia.
verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
Estrutura das Formas Verbais escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-
humorado”, usa-se o verbo  “amanhecer”  em sentido figurado.
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
apresentar os seguintes elementos: deixa de ser impessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
a)  Radical:  é a parte invariável, que expressa o significado Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
essencial do verbo. Por exemplo: Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
d) São impessoais, ainda:
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos  bastar  e  chegar, seguidos da preposição  de,
São três as conjugações: indicando suficiência. Ex.: 
1ª - Vogal Temática - A - (falar) Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3. os verbos  estar  e  ficar  em orações tais como  Está bem,
3ª - Vogal Temática - I - (partir) Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal,  sem referência
a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o classificar o sujeito como  hipotético, tornando-se, tais verbos,
tempo e o modo do verbo. então, pessoais.
Por exemplo: 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) possível”. Por exemplo:
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
d)  Desinência número-pessoal:  é o elemento que designa
a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou - Unipessoais:  são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
plural). apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) A fruta amadureceu.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) As frutas amadureceram.

Observação:  o verbo pôr, assim como seus derivados Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a pessoais na linguagem figurada:

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APOSTILAS OPÇÃO
Teu irmão amadureceu bastante. f) Auxiliares
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de São aqueles que entram na formação dos tempos
animais; eis alguns: compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando
bramar: tigre acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas
bramir: crocodilo nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
cacarejar: galinha                         
coaxar: sapo   Vou                       espantar           as          moscas.
cricrilar: grilo (verbo auxiliar)       (verbo principal no infinitivo)

Os principais verbos unipessoais são: Está                    chegando            a         hora     do    debate.
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, (verbo auxiliar)      (verbo principal no gerúndio)                 
ser (preciso, necessário, etc.).                    
Cumpre  trabalharmos bastante. (Sujeito:  trabalharmos Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e
bastante.) haver.
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.) Conjugação dos Verbos Auxiliares
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
conjunção que. SER - Modo Indicativo

Faz  dez anos que deixei de fumar. (Sujeito:  que deixei de Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são.
fumar.) Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos,
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. vós éreis, eles eram.
(Sujeito: que não vejo Cláudia) Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais. fomos, vós fostes, eles foram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho sido.
- Pessoais:  não apresentam algumas flexões por motivos Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo: fôramos, vós fôreis, eles foram.
verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido.
indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria,
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
contextos. Futuro do Pretérito Composto: terei sido.
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos,
indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade vós sereis, eles serão.
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas Futuro do Pretérito Composto: Teria sido.
razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas
verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é SER - Modo Subjuntivo
o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a
popularização da informática, tem sido conjugado em todos os Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós
tempos, modos e pessoas. sejamos, que vós sejais, que eles sejam.
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse,
d) Abundantes:  são aqueles que possuem mais de uma se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
curtas (particípio irregular). Observe: Futuro Composto: tiver sido.

SER - Modo Imperativo


Infinitivo Particípio regular Particípio irregular
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede
Anexar Anexado Anexo vós, sejam eles.
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
Dispersar Dispersado Disperso nós, não sejais vós, não sejam eles.
Eleger Elegido Eleito Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por
sermos nós, por serdes vós, por serem eles.
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso SER - Formas Nominais
Matar Matado Morto Formas Nominais
Morrer Morrido Morto Infinitivo: ser
Gerúndio: sendo
Pegar Pegado Pego Particípio: sido
Soltar Soltado Solto
Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos
e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical nós, serdes vós, serem eles.
em sua conjugação.
Por exemplo:  ESTAR - Modo Indicativo

Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais,


Ir Pôr Ser Saber eles estão.
vou ponho sou sei Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós
vais pus és sabes estávamos, vós estáveis, eles estavam.
ides pôs fui soube Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele
fui punha foste saiba esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado.
foste seja
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu

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APOSTILAS OPÇÃO
estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles Futuro Composto: tiver havido.
estiveram.
Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado Modo Imperativo
Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós,
estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão. hajam eles.
Futuro do Presente Composto: terei estado. Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele hajamos nós, não hajais vós, não hajam eles.
estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam. Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver
Futuro do Pretérito Composto: teria estado. ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo HAVER - Formas Nominais

Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que Infinitivo Impessoal: haver, haveres, haver, havermos,
nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam. haverdes, haverem.
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se Infinitivo Pessoal: haver
ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles Gerúndio: havendo
estivessem. Particípio: havido
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres, TER - Modo Indicativo
quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós
estiverdes, quando eles estiverem. Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes,
Futuro Composto: Tiver estado. eles têm.
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, tínhamos, vós tínheis, eles tinham.
estai vós, estejam eles. Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles. Pretérito Perfeito Composto: tenho tido.
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras,
por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido.
Formas Nominais Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós
Infinitivo: estar teremos, vós tereis, eles terão.
Gerúndio: estando Futuro do Presente: terei tido.
Particípio: estado Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria,
nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
ESTAR - Formas Nominais Futuro do Pretérito composto: teria tido.

Infinitivo Impessoal: estar TER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Infinitivo Pessoal: estar, estares, estar, estarmos, estardes,
estarem. Modo Subjuntivo
Gerúndio: estando Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que
Particípio: estado nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham.
Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele
HAVER - Modo Indicativo tivesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido.
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver,
hão. quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem.
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós Futuro Composto: tiver tido.
havíamos, vós havíeis, eles haviam.
Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele Modo Imperativo
houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram. Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós,
Pretérito Perfeito Composto: tenho havido. tende vós, tenham eles.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não
houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles.
houveram. Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por
Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido. termos nós, por terdes vós, por terem eles.
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele
haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão. g) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com
Futuro do Presente Composto: terei havido. os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma
Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais
haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam. acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio
Futuro do Pretérito Composto: teria havido. sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se,
ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos
Modo Subjuntivo verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita
Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós no radical do verbo. Por exemplo:
hajamos, que vós hajais, que eles hajam. Arrependi-me de ter estado lá.
Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem
ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma,
houvessem. pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido. pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do
Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres, verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-
quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva
houverdes, quando eles houverem. expressa pelo radical do próprio verbo.  

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APOSTILAS OPÇÃO
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e advérbio)
respectivos pronomes):  Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
Eu me arrependo  Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso;
Tu te arrependes  na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Ele se arrepende  Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Nós nos arrependemos  Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Vós vos arrependeis 
Eles se arrependem - d) Particípio:  quando não é empregado na formação dos
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado
 - 2. Acidentais:  são aqueles verbos transitivos diretos em que de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e
a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por grau. Por exemplo:
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito Terminados os exames, os candidatos saíram.
faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se (adjetivo verbal). Por exemplo:
chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:  Maria Tempos Verbais
penteou-me.
  Tomando-se como referência o momento em que se fala,
Observações: a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Veja:
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática. 1. Tempos do Indicativo
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, - Presente  - Expressa um fato atual. Por exemplo:
são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, Eu estudo neste colégio.
apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, - Pretérito Imperfeito  - Expressa um fato ocorrido num
exercem funções sintáticas. momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
Por exemplo: terminado. Por exemplo: Ele  estudava  as lições quando foi
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto interrompido.
direto) - 1ª pessoa do singular - Pretérito Perfeito (simples)  -  Expressa um fato ocorrido
num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Modos Verbais Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
modos:  - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já  tinha
Eu sempre estudo. estudado  as lições quando os amigos chegaram. (forma
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
exemplo: Talvez eu estude amanhã. (forma simples)
Imperativo  - indica uma ordem, um pedido. Por - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
exemplo: Estuda agora, menino. ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.
Por exemplo:  Ele estudará as lições amanhã.
Formas Nominais - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal,
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, os alunos já terão terminado o teste.
advérbio), sendo por isso denominadas  formas nominais. - Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
Observe:  ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por
- a) Infinitivo Impessoal:  exprime a significação do verbo exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de - Futuro do Pretérito (composto)  -  Enuncia um fato que
substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) passado. Por exemplo:  Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente viajado nas férias.
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro. 2. Tempos do Subjuntivo

b) Infinitivo Pessoal:  é o infinitivo relacionado às três - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; - Pretérito Imperfeito  -  Expressa um fato passado, mas
nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira: posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que
ele vencesse o jogo.
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós) Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós) em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem (eles) Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente
Por exemplo: terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. estudado bastante, não passou no teste.
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode
- c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo:
advérbio. Por exemplo:  Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
Saindo  de casa, encontrei alguns amigos. (função de Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que

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APOSTILAS OPÇÃO
indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja, Presente do Subjuntivo
levará as encomendas.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a
ao momento atual mas já terminado antes de outro fato desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
futuro. Por exemplo:  Quando ele  tiver saído do hospital, nós o indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou
visitaremos. pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

Presente do Indicativo 1ª conj./2ª conj./3ª conju./Des.Temp./Des.temp./Des. pess


1ª conj. 2ª/3ª conj.
1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação / Desinência CANTAR VENDER PARTIR
pessoal cantE vendA partA E A Ø
CANTAR VENDER PARTIR cantES vendAS partAS E A S
cantO vendO partO O cantE vendA partA E A Ø
cantaS vendeS parteS S cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
canta vende parte - cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS cantEM vendAM partAM E A M
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Pretérito Perfeito do Indicativo Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a


desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação/Desinência obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse
pessoal tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
CANTAR VENDER PARTIR e pessoa correspondente.
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE 1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal
cantoU vendeU partiU U 1ª /2ª e 3ª conj.
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS CANTAR VENDER PARTIR
cantaSTES vendeSTES partISTES STES cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaRAM vendeRAM partiRAM AM cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
Pretérito mais-que-perfeito cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess. cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M
1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR - - Futuro do Subjuntivo
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M correspondente.

Pretérito Imperfeito do Indicativo 1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess.
1ª /2ª e 3ª conj.
1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação CANTAR VENDER PARTIR
CANTAR VENDER PARTIR cantaR vendeR partiR Ø
cantAVA vendIA partIA cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantAVAS vendIAS partAS cantaR vendeR partiR R Ø
CantAVA vendIA partIA cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS cantaREM vendeREM PartiREM R EM
cantAVAM vendIAM partIAM
Imperativo
Futuro do Presente do Indicativo
Imperativo Afirmativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente
cantar ei vender ei partir ei do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do
cantar ás vender ás partir ás plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm,
cantar á vender á partir á sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja: 
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis Pres. do Indicativo Imperativo Afirm. Pres. do Subjuntivo
cantar ão vender ão partir ão Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Futuro do Pretérito do Indicativo Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
CANTAR VENDER PARTIR Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS Imperativo Negativo
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS negação às formas do presente do subjuntivo.
cantarIAM venderIAM partirIAM

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APOSTILAS OPÇÃO
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo associação, e não mais por sequências fixas previamente
Que eu cante --- estabelecidas.
Que tu cantes Não cantes tu (D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito
Que ele cante Não cante você está ligado a uma nova concepção de textualidade...
Que nós cantemos Não cantemos nós (E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar
Que vós canteis Não canteis vós toda a literatura do mundo...
Que eles cantem Não cantem eles
05. (Analista – Arquitetura – FCC). Está adequada a
Observações: correlação entre tempos e modos verbais na frase:
(A) Os que levariam a vida pensando apenas nos valores
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto dos
(singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido pequenos bons momentos.
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se (B) Há até quem queira saber quem fosse o maior bandido
fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês. entre os que recebessem destaque nos popularescos programas
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), da TV.
sede (vós). (C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostam
tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha aspirações
Infinitivo Impessoal a ser metafísica.
(D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação conta nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se
CANTAR VENDER PARTIR com os degraus da notoriedade.
(E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de grande
Infinitivo Pessoal nos momentos felizes, menos precisaríamos nos preocupar com
conquistas superlativas.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Respostas
CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir 1-B / 2-C / 3-E / 4-B / 5-E
cantarES venderES partirES
cantar vender partir Comentários
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais
cantarEM venderEM partirEM públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as
pessoas mantivessem a atenção voltada para seus pertences,
Questões conservando-os junto ao corpo.

01. (Agente Policia Vunesp) Considere o trecho a seguir. 2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando
É comum que objetos ___ esquecidos em locais públicos. Mas quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em
muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas destaque expressa ação contínua (=não concluída)
______ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os
junto ao corpo. Assinale a alternativa que preenche, correta e 3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-
respectivamente, as lacunas do texto. se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes,
(A) sejam … mantesse diante da pergunta “débito ou crédito?”.
(B) sejam … mantivessem Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(C) sejam … mantém classificar segundo ideias preconcebidas.
(D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm 4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação
e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo
02. (Escrevente TJ SP Vunesp) Na frase –… os níveis de virtual. = verbo no futuro do pretérito
pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de
2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação 5-)
(A) concluída. A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores
(B) atemporal. absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto dos
(C) contínua. pequenos bons momentos.
(D) hipotética. B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido entre
(E) futura. os que recebem destaque nos popularescos programas da TV.
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostem
03. (Escrevente TJ SP Vunesp) Sem querer estereotipar, tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem aspirações
mas já estereotipando: trata--se de um ser cujas interações sociais a ser metafísica.
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de conta nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. com os degraus da notoriedade.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade. Advérbio
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. O  advérbio, assim como muitas outras palavras existentes
na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo,
04. (Escrevente TJ SP Vunesp) Assinale a alternativa tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade,
contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada contiguidade.
exprime possibilidade.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no
capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias... sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação em que esse processo se desenvolve. 
e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo
virtual. O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não

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APOSTILAS OPÇÃO
é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também Locução adverbial 
modifica o  adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns
exemplos: É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
Para quem se diz  distantemente alheio  a esse assunto,
Exemplo:
você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
alheio, representando uma qualidade, característica. Maria saiu à tarde. (indicando tempo)

O artista canta muito mal. Há locuções adverbiais que possuem advérbios


correspondentes.
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos Exemplo:
verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando
como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente.
mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar
tal função. Temos aí o que chamamos de  locução adverbial, Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
dúvida, frente a frente, de modo algum, entre outras. flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios
é a de grau:
Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das
circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em Superlativo:  aumenta a intensidade. Exemplos: longe
distintas categorias, uma vez expressas por:     - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
inconstitucionalissimamente, etc;
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse Diminutivo: diminui a intensidade.
jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar -
a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam devagarinho, 
em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente, Questões
pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
bondosamente, generosamente 01. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária –
VUNESP). Leia os quadrinhos para responder a questão.
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
muito, por completo.

de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,


amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
em breve, hoje em dia

de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,


além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
ao lado, em volta

de negação  : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de


forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum

de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente,


provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe

de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, (Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. Volume
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, Único)
indubitavelmente
No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque dois
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, advérbios: AÍ e ainda.
simplesmente, só, unicamente Considerando que advérbio é a palavra que modifica
um verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também a circunstância em que determinado fato ocorre, assinale
a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente circunstâncias expressas por eles.
A) Lugar e negação.
de designação: Eis B) Lugar e tempo.
C) Modo e afirmação.
de interrogação: onde?(lugar), como?(modo), D) Tempo e tempo.
quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade), E) Intensidade e dúvida.
para quê?(finalidade)

Língua Portuguesa 51
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02. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP). Leia o prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
texto a seguir. ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo
para quem não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras
Impunidade é motor de nova onda de agressões técnicas.
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de assimilar toda a numeralha que idealmente as informa.
repercussões.
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito
estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria para compreender as novas pesquisas que trazem informações
recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação relevantes para nossa saúde e bem-estar.
penal, por agressão, movida por sua ex-mulher. A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens mecânica quântica indicam que existem universos paralelos,
que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna isso basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene
fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão
sucesso, de duas garotas que eram amigas dos rapazes que eficaz para exprimir as leis da física.
saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não Releia os trechos apresentados a seguir.
passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao - Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras
cair no chão. podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números
Curiosamente, também é possível achar um blog que diz não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo)
que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se - Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
quebrou ao cair no chão. ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º
Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos parágrafo)
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
ajudar a polícia na investigação. Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se respectivamente, circunstâncias de
quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões A) afirmação e de intensidade.
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que B) modo e de tempo.
eles sejam julgados e condenados. C) modo e de lugar.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que D) lugar e de tempo.
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil E) intensidade e de negação.
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por
outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões. 04. (Analista Administrativo – VUNESP). Leia o texto para
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar. responder às questões
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro, Mais denso, menos trânsito
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle Henrique Meirelles
sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns
dos caminhos. As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado) em processo de deterioração agudizado pelo crescimento
econômico da última década. Existem deficiências evidentes em
Assinale a alternativa cuja expressão em destaque apresenta infraestrutura, mas é importante também considerar e estudar
circunstância adverbial de modo. em profundidade o planejamento urbano.
A) Repetidos episódios de violência (...) estão gerando ainda Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de
uma série de repercussões. desconcentração, incentivando a criação de diversos centros
B) ...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade de
plena balada… deslocamento.
C) Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
sucesso, de duas amigas… e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens,
D) Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou dificultando o escasso investimento em transporte coletivo e
de um engano... aumentando a necessidade do transporte individual.
E) O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se Se olharmos Los Angeles como a região que levou a
quebrando por aí… desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências.
Numa região rica como a Califórnia, com enorme investimento
03. (Agente Educacional – VUNESP). Leia o texto a seguir. viário, temos engarrafamentos gigantescos que viraram
Cultura matemática característica da cidade.
Hélio Schwartsman Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com
elevado adensamento e predominância do transporte coletivo,
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino como mostram Manhattan, Tóquio e algumas novas áreas
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos urbanas chinesas.
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito Apesar da desconcentração e do aumento da extensão
tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
com Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas ainda mais os diversos centros já existentes com investimentos
quais os números não encontravam muito espaço, como direito, no transporte coletivo.
jornalismo, as humanidades e até a medicina de antigamente. O centro histórico de São Paulo é demonstração inequívoca
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios do que não deve ser feito. É a região da cidade mais bem servida
universitários, é considerado aceitável que um intelectual se de transporte coletivo, com infraestrutura de telecomunicação,
vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o beabá água, eletricidade etc. Conta ainda com equipamentos de
da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou importância cultural e histórica que dão identidade aos
dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão aglomerados urbanos. Seria natural que, como em outras grandes
recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o nariz na cidades, o centro de São Paulo fosse a região mais adensada da
manga da camisa. metrópole. Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a gradual do centro, com deslocamento das atividades para
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida diversas regiões da cidade.

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APOSTILAS OPÇÃO
É fundamental que essa visão de adensamento com uso A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que
abundante de transporte coletivo seja recuperada para que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as
possamos reverter esse processo de uso cada vez mais intenso sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro,
do transporte individual devorando espaços viários que não um estado da alma decorrente de uma situação particular, um
têm a capacidade de absorver a crescente frota de automóveis, momento ou um contexto específico. Exemplos:
fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas Ah, como eu queria voltar a ser criança!
também da necessidade de maior número de viagens em função ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
da distância cada vez maior entre os destinos da população. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
(Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado) hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

Em – … mas é importante também considerar e estudar O significado das interjeições está vinculado à maneira
em profundidade o planejamento urbano. –, a expressão em como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita
destaque é empregada na oração para indicar circunstância de o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
A) lugar. enunciação. Exemplos:
B) causa. Psiu!
C) origem. contexto:  alguém pronunciando essa expressão na rua;
D) modo. significado da interjeição (sugestão):  “Estou te chamando! Ei,
E) finalidade. espere!”
Psiu!
05. (UFC) A opção em que há um advérbio exprimindo contexto:  alguém pronunciando essa expressão em um
circunstância de tempo é: hospital; significado da interjeição (sugestão):  “Por favor, faça
silêncio!”
A)  Possivelmente viajarei para São Paulo. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
B)  Maria tinha aproximadamente 15 anos. puxa: interjeição; tom da fala: euforia
C)  As tarefas foram executadas concomitantemente. Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
D)  Os resultados chegaram demasiadamente atrasados. puxa: interjeição; tom da fala: decepção

Respostas As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:


a)  Sintetizar uma frase  exclamativa, exprimindo alegria,
1-B / 2-C / 3-B / 4-D / 5-C tristeza, dor, etc.
Você faz o que no Brasil?
Comentários Eu? Eu negocio com madeiras.
Ah, deve ser muito interessante.
1-) AÍ = LUGAR AINDA = TEMPO b) Sintetizar uma frase apelativa
Cuidado! Saia da minha frente.
2-) a-) ainda = tempo As interjeições podem ser formadas por:
B) em plena balada = lugar a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
C) sem sucesso = modo b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
D) não = negação. c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
E) por aí = lugar bolas!
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes
3-) Simplesmente = modo / ainda = tempo da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que
uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
4-) em profundidade = profundamente = advérbio de modo Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
5-) concomitantemente = Diz-se do que acontece,
Classificação das Interjeições
desenvolve-se ou é expresso ao mesmo tempo com outra(s)
coisa(s); simultâneo.
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Interjeição
- Advertência:  Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Atenção!, Olha!, Alerta!
Interjeição  é a palavra invariável que exprime emoções,
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
- Animação  ou  Estímulo:  Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
mais elaboradas. Observe o exemplo:
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
raiva se traduz numa palavra: Droga!
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma
- Desculpa: Perdão!
lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
Eh!
outro lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
Ora!
locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
sentença.
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
Veja os exemplos:
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
Bravo! Bis!
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
bravo  e  bis: interjeição / sentença (sugestão): «Foi muito
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
bom! Repitam!»
- Saudação,  Chamamento  ou  Invocação:  Salve!, Viva!,
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me,
ai: interjeição / sentença (sugestão): “Isso está doendo!” ou
Deus!
“Estou com dor!”

Língua Portuguesa 53
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APOSTILAS OPÇÃO
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! Numeral
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Numeral é a palavra que indica os seres em termos
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes,
em determinada sequência.
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que
Eu quero café duplo, e você?
não se trata de um processo natural dessa classe de palavra,
[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
Locução Interjetiva “fila”]
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
Ora bolas! os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a
Quem me dera! expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata
Virgem Maria! de numerais, mas sim de algarismos.
Meu Deus! Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Ai de mim! ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
Valha-me Deus! consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção
Graças a Deus! ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
Alto lá! ambos(as), novena.
Muito bem!
Classificação dos Numerais
Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
exemplo: um, dois, cem mil, etc.
Ué! = Eu não esperava por essa! Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe. primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
podem aparecer como interjeições. seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada:
Viva! Basta! (Verbos) dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Fora! Francamente! (Advérbios)
Leitura dos Numerais
3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
porque sozinha pode constituir uma mensagem. Separando os números em centenas, de trás para frente,
Socorro! obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
Ajudem-me!  início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos
Silêncio! usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
Fique quieto! 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
e seis.
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
que exprimem ruídos e vozes.
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Flexão dos numerais
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
homônima  “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc.
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
depois do “ó” vocativo. milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!» (Olavo Bilac) 
Oh! a jornada negra!» (Olavo Bilac) Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas primeira segunda milésima
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no primeiros segundos milésimos
diminutivo ou no superlativo. primeiras segundas milésimas
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Interjeições, leitura e produção de textos Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam
em funções substantivas:
Usadas com muita frequência na língua falada informal, Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.
quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além flexionam-se em gênero e número:
disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante Teve de tomar doses triplas do medicamento.
- como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos - Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso partes
das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma
e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas. dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos
racional fazem das interjeições presença constante nos textos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido.
publicitários. É o que ocorre em frases como:
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ “Me empresta duzentinho...”
morf89.php É artigo de primeiríssima qualidade!

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APOSTILAS OPÇÃO
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda Questões
divisão de futebol)
01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais”
Emprego dos Numerais temos exemplos de numerais:
A) ordinais;
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em B) cardinais;
que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a C) fracionários;
partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do D) romanos;
substantivo: E) Nenhuma das alternativas.
Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze) 02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis) empregados.
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte) A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro.
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte) B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três) C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro.
D) Antes do artigo dez vem o artigo nono.
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal E) O artigo vigésimo segundo foi revogado.
até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) 03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) são, respectivamente
A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno,
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um nongentésimo
e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo
referência. D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
da solidariedade. Ambos agora participam das atividades 04. (Contador – IESES) “Em maio, um abaixo-assinado, para
comunitárias de seu bairro. que o parlamento extinga a lei ortográfica, tomou a 82ª Feira do
Livro de Lisboa.” O numeral ordinal destacado está corretamente
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.
escrito na alternativa:
Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
A) Oitogésima segunda.
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários B) Octogésima segunda.
um primeiro - - C) Oitagésima segunda.
dois segundo dobro, duplo meio D) Octagésima segunda.
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto 05.Marque o emprego incorreto do numeral:
cinco quinto quíntuplo quinto A) século III (três)
seis sexto sêxtuplo sexto B) página 102 (cento e dois)
sete sétimo sétuplo sétimo C) 80º (octogésimo)
oito oitavo óctuplo oitavo D) capítulo XI (onze)
nove nono nônuplo nono E) X tomo (décimo)
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
Respostas
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos 1-B / 2-D / 3-B / 4-B / 5-A
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos Comentários
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos 1-) Nessa carteira só há duas notas de cinco reais = numerais
dezenove décimo nono - dezenove avos cardinais
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos 2-)
quarenta quadragésimo - quarenta avos A) Ao papa Paulo Sexto sucedeu João Paulo Primeiro.
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo dez.
sessenta sexagésimo - sessenta avos
C) Depois do capítulo sexto, li o capítulo onze.
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos D) Antes do artigo dez vem o artigo nono. = correta
noventa nonagésimo - noventa avos E) O artigo vinte e dois foi revogado.
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo 3-) 80 (octogésimo), 300 (trecentésimo ou tricentésimo),
trezentos trecentésimo - trecentésimo 700 (septingentésimo) 90 (nonagésimo)
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo 4-) 82ª Feira = Octogésima segunda.
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo 5-)
oitocentos octingentésimo - octingentésimo A) século III (terceiro)
novecentos nongentésimo B) página 102 (cento e dois)
ou noningentésimo - nongentésimo C) 80º (octogésimo)
mil milésimo - milésimo
D) capítulo XI (onze)
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo E) X tomo (décimo)

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APOSTILAS OPÇÃO
/ Alguns de nós o receberão.
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso
Concordância Nominal e Verbal. no singular, o verbo permanecerá, também, no singular:  Algum
de nós o receberá.  

Concordância Verbal 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome


“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:   
referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo Fomos nós  quem  contou  toda a verdade para ela. / Fomos
e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes nós quem contamos toda a verdade para ela.
principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha 9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
a função de subordinado.  “que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza- palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. /
se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número Em casa sou eu que decido tudo.   
e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
chegou 10) No caso de o sujeito aparecer representado por
Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o
singular, pois faz referência a um sujeito, assim também expresso numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:   
(ele).  Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram 50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50%
atrasados. do eleitorado apoiou a decisão.
Temos aí o que podemos chamar de princípio básico. Observações:
Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é - Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de
eleger as principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram
simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos:  a decisão da diretoria 50% dos funcionários.     
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
Casos referentes a sujeito simples 1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.  
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os
núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.  50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. 

2) Nos casos referentes a sujeito representado por 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
singular:  A multidão, apavorada, saiu aos gritos. pessoa do singular ou do plural:  Vossas Majestades gostaram das
Observação: homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.  
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo
plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. que os determinam:
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, este permanece no singular, contanto que o predicativo também
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, esteja no singular:  Memórias póstumas de Brás Cubas  é  uma
uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar criação de Machado de Assis.   
com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
que a segue: A  maioria  dos alunos  resolveu  ficar.   A maioria permanece no plural: Os  Estados Unidos  são  uma potência
dos alunos resolveram ficar. mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aparece, o verbo permanece no singular:  Estados Unidos é uma
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo potência mundial. 
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas. Casos referentes a sujeito composto

5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
“mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
um candidato se inscreveu no concurso de piadas.   relacionado a dois pressupostos básicos:
Observação: - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá
necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais de um flexionar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos.
aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de Tu e ele são primos.
doação de alimentos. 
Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto
de formatura.  ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois
filhos compareceram ao evento.  
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos
que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi  um dos 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
que atuaram na Copa América. poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer
no plural: Compareceram  ao evento  o pai e seus dois filhos.
7) Em casos relativos à concordância com locuções Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
atermos a duas questões básicas: mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também mundo.
concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos.

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APOSTILAS OPÇÃO
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a se
ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá considerar.
permanecer no singular ou ir para o plural: Minha vitória, (Salvador Nicola, inédito)
minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço.
/ Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
meu esforço. singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
Questões (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
01. (Prefeitura de Praia Grande/SP - Agente (B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o
Administrativo - IBAM - Adaptado) peso de suas mais graves decisões.
A concordância realizou-se adequadamente em qual (C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer)
alternativa? tomar decisões sem medir suas consequências.
(A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior potência (D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar)
econômica do planeta, mas há quem aposte que a China, em sobrevir consequências imprevistas e injustas.
breve, o ultrapassará. (E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade,
(B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
que chegarão atrasados, tenho certeza disso. humana.
(C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode
comê-las sem receio! 04. (TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Engenharia
(D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na Elétrica - FCC - Adaptado)
janela do hotel!
Em um belo artigo, o físico Marcelo Gleiser, analisando a
02. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC - Adaptado) constatação do satélite Kepler de que existem muitos planetas
“Se os cachorros correm livremente, por que eu não posso com características físicas semelhantes ao nosso, reafirmou sua
fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New Morning”. fé na hipótese da Terra rara, isto é, a tese de que a vida complexa
Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos nós, humanos (animal) é um fenômeno não tão comum no Universo.
supersocializados: o anseio de nos livrarmos de todos os Gleiser retoma as ideias de Peter Ward expostas de modo
constrangimentos artificiais decorrentes do fato de vivermos em persuasivo em “Terra Rara”. Ali, o autor sugere que a vida
uma sociedade civilizada em que às vezes nos sentimos presos microbiana deve ser um fenômeno trivial, podendo pipocar até
a uma correia. Um conjunto cultural de regras tácitas e inibições em mundos inóspitos; já o surgimento de vida multicelular na
está sempre governando as nossas interações cotidianas com os Terra dependeu de muitas outras variáveis físicas e históricas,
outros. o que, se não permite estimar o número de civilizações
Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato extra terráqueas, ao menos faz com que reduzamos nossas
de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam expectativas.
com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. Uma questão análoga só arranhada por Ward é a da
Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um inexorabilidade da inteligência. A evolução de organismos
universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela complexos leva necessariamente à consciência e à inteligência?
vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao Robert Wright diz que sim, mas seu argumento é mais
vento ou uivando durante a noite faz agitar-se dentro de nós matemático do que biológico: complexidade engendra
alguma coisa que também quer se expressar. complexidade, levando a uma corrida armamentista entre
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para espécies cujo subproduto é a inteligência.
nós porque não prestam atenção as nossas convenções sociais. Stephen J. Gould e Steven Pinker apostam que não. Para
Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima eles, é apenas devido a uma sucessão de pré-adaptações e
do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os coincidências que alguns animais transformaram a capacidade
cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma de resolver problemas em estratégia de sobrevivência. Se
coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o
emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes as
as sentem. chances de não chegarmos a nada parecido com a inteligência.
(Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que (Adaptado de Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo,
late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis, 28/10/2012)
2005. p 250)
A frase em que as regras de concordância estão plenamente
A frase em que se respeitam as normas de concordância respeitadas é:
verbal é: (A) Podem haver estudos que comprovem que, no passado,
(A) Deve haver muitas razões pelas quais os cachorros nos as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos
atraem. ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose.
(B) Várias razões haveriam pelas quais os cachorros nos (B) Cada um dos organismos simples que vivem na natureza
atraem. sobrevivem de forma quase automática, sem se valerem de
(C) Caberiam notar as muitas razões pelas quais os cachorros criatividade e planejamento.
nos atraem. (C) Desde que observe cuidados básicos, como obter energia
(D) Há de ser diversas as razões pelas quais os cachorros nos por meio de alimentos, os organismos simples podem preservar
atraem. a vida ao longo do tempo com relativa facilidade.
(E) Existe mesmo muitas razões pelas quais os cachorros (D) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio de
nos atraem. dificuldades para obter a energia necessária a sua sobrevivência
e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças.
03. (TST - Analista Judiciário - Contabilidade - FCC - (E) A maioria dos organismos mais complexos possui um
Adaptado) sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a
Uma pergunta mudanças ambientais, como alterações na temperatura.

Frequentemente cabe aos detentores de cargos de 05. (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL –


responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves VUNESP/2014) De acordo com a norma-padrão da língua
consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para portuguesa, a concordância verbal está correta em:
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador (A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois
e político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a acabou os créditos.
decisão: - Quem sofrerá? (B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis

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APOSTILAS OPÇÃO
que executa diversos serviços para os clientes. e) A maioria dos organismos mais complexos possui um
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis para sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a
os passageiros que chegavam à cidade. mudanças ambientais, como alterações na temperatura. CERTO.
(D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas A expressão “a maioria” seguida de substantivo no plural aceita
lembranças que seu tio lhe deixou. tanto verbo no plural quanto no singular.
(E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de táxi
para bater um papo com o motorista. 05. Resposta C
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois
Respostas acabou os créditos. = acabaram
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis que
01. Resposta C executa diversos serviços para os clientes. = mantém (singular)
O verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito, por (C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis para
isso alternativa C é a correta. os passageiros que chegavam à cidade. = correta
(D) Passou anos (passaram-se), mas a atriz não se esqueceu
02. Resposta A das calorosas lembranças que seu tio lhe deixou.
Quando acompanhado de verbo auxiliar, o verbo impessoal (E) Deve (devem) existir passageiros que aproveitam a
transmite ao auxiliar a sua impessoalidade. corrida de táxi para bater um papo com o motorista.
EX.: Deverá haver feiras de artesanato na praça. A mais recente pesquisa, elaborada pelo Instituto...,
Vai fazer cinco anos que te vi.  mostrou que 38%... A PESQUISA MOSTROU (sujeito “pesquisa”
concordando com verbo “mostrar”). Essa é a real justificativa.
03. Resposta C
A questão diz respeito a concordância verbal, logo, nesse Concordância Nominal
tipo de questão, deve-se achar o sujeito pra analisar se o verbo
vai pro plural ou não, dessa forma: Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
a) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de demais termos da oração para que concordem em gênero e
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o
Colocando na ordem direta: Nossos valores éticos PODEM artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos
deixar de corresponder a nenhuma de nossas escolhas. (Sujeito também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
no plural, verbo no plural!)
b) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
peso de suas mais graves decisões. concordam em gênero e número com o substantivo.
Colocando na ordem direta: Não se POUPEM os que - A pequena criança é uma gracinha.
governam... (A sentença está na voz passiva, tendo como sujeito - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
paciente “Os que governam”. Dessa forma, sujeito no plural,
verbo no plural!!) Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra
c) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) geral mostrada acima.
tomar decisões sem medir suas consequências.
Colocando na ordem direta: Tomar decisões sem medir suas a) Um adjetivo após vários substantivos
consequências não OCORRE aos governantes mais responsáveis. 1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural
(Sujeito oracional, verbo no singular! Aqui está o nosso gabarito!) ou concorda com o substantivo mais próximo.
d) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar) - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
sobrevir consequências imprevistas e injustas. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
Colocando na ordem direta: Consequências imprevistas
e injustas COSTUMAM sobrevir a toda decisão tomada 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
precipitadamente. (Consequências imprevistas e injustas é o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
sujeito, portanto, sujeito no plural, verbo no plural!) - Ela tem pai e mãe louros.
e) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, recomenda - Ela tem pai e mãe loura.
Gramsci, os critérios que levam em conta a dor humana.
Colocando na ordem direta: Os critérios que levam em conta 3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
a dor humana GANHAM prioridade, diante de uma escolha, para o plural.
recomenda Gramsci. (Os critérios que levam em conta a dor - O homem e o menino estavam perdidos.
humana é o sujeito, portanto, sujeito no plural, verbo no plural!) - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.

04. Resposta E b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos


Segue alguns erros apontados: 1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
a) Podem haver estudos que comprovem que, no passado, próximo.
as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos Comi delicioso almoço e sobremesa.
ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose. ERRADA. Isso Provei deliciosa fruta e suco.
porque o “haver” está no sentido de existir e, portanto impessoal, 2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
transferindo a sua impessoalidade para o seu auxiliar. concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
b) Cada um dos organismos simples que vivem na natureza Estavam feridos o pai e os filhos.
sobrevivem de forma quase automática, sem se valerem de Estava ferido o pai e os filhos.
criatividade e planejamento. ERRADA. A expressão “Cada um”
pede verbo no singular, o correto seria VIVE c) Um substantivo e mais de um adjetivo
c) Desde que observe cuidados básicos, como obter energia 1- antecede todos os adjetivos com um artigo.
por meio de alimentos, os organismos simples podem preservar Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
a vida ao longo do tempo com relativa facilidade. ERRADA. Eu 2- coloca o substantivo no plural.
acredito que seja porque quem deve observar cuidados básicos Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
são os organismos simples e portanto o verbo deveria estar no
plural: Desde que observem... É isso? d) Pronomes de tratamento
d) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio de 1 - sempre concordam com a 3ª pessoa.
dificuldades para obter a energia necessária a sua sobrevivência Vossa Santidade esteve no Brasil.
e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças. ERRADO, o quê
ou quem tem de se adaptar? Alguns animais, portanto deveria e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
ser: Alguns animais têm de se.... 1 - Concordam com o substantivo a que se referem.

Língua Portuguesa 58
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APOSTILAS OPÇÃO
As cartas estão anexas. (B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam
A bebida está inclusa. encontros semanais com os diversos interessados no assunto.
Precisamos de nomes próprios. (C) Alguma solução é necessária, e logo!
Obrigado, disse o rapaz. (D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) não pode prosperar.
1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no (E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D.
singular e o adjetivo no plural. João VI ter também elevado sua colônia americana à condição de
Renato advogou um e outro caso fáceis. Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil obter
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. certa autonomia econômica.

g) É bom, é necessário, é proibido 02. (TJ/SC - Analista Jurídico – TJ/SC) Aponte a alternativa
1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier em que NÃO ocorre silepse (de gênero, número ou pessoa):
precedido de artigo ou outro determinante. (A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer a
Canja é bom. / A canja é boa. diferença.”
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. (B) Todos sabemos que a solução não é fácil.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada (C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
é proibida. cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
(D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de
h) Muito, pouco, caro longe...
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. (E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais
Comi muitas frutas durante a viagem. compreensivo.
Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros. 03. (CEMIG/TELECOM – Técnico Administrativo -
FUMARC) A concordância nominal está INCORRETA em:
2- Como advérbios: são invariáveis. (A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o
Comi muito durante a viagem. envolvimento da empresa.
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. (B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
Comprei caro os sapatos. desnecessária.
(C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da empresa
i) Mesmo, bastante e a campanha.
1- Como advérbios: invariáveis (D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
Preciso mesmo da sua ajuda. desnecessárias.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
04. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos
2- Como pronomes: seguem a regra geral. parênteses.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. (A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. necessária)
(B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
j) Menos, alerta (C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/
1- Em todas as ocasiões são invariáveis. bastantes)
Preciso de menos comida para perder peso. (D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
Estamos alerta para com suas chamadas. (E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino.
(meio/ meia)
k) Tal Qual
1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o 05. (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO – GUARDA
consequente. MUNICIPAL – FJG RIOI/2013) Quanto à concordância nominal,
As garotas são vaidosas tais qual a tia. verifica-se ERRO em:
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. (A) O texto fala de uma época e de um assunto polêmicos.
(B) Tornou-se clara para o leitor a posição do autor sobre o
l) Possível assunto.
1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” (C) Constata-se hoje a existência de homem, mulher e
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. criança viciadas.
A mais possível das alternativas é a que você expôs. (D) Não será permitido visita de amigos, apenas a de
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. parentes.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da Respostas
cidade.
01. Resposta D
m) Meio A alternativa “D” é a correta porque o correto é “...tenha
1- Como advérbio: invariável. ficado demonstrada cabalmente a ocorrência...”.
Estou meio (um pouco) insegura.
2- Como numeral: segue a regra geral. 02. Resposta D
Comi meia (metade) laranja pela manhã. A alternativa “D” é a correta porque não houve silepse, pois
a concordância foi feita pelas classes gramaticais. As outras
n) Só alternativas apresentaram concordância com a ideia, com o
1- apenas, somente (advérbio): invariável. significado que as palavras representam. (podem ser de gênero,
Só consegui comprar uma passagem. número, pessoa).
2- sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas. 03. Resposta B
O correto seria: A mídia julgou a campanha e a atuação da
Questões empresa desnecessárias
O adjetivo concorda com os dois substantivos femininos:
01. (TJ/SC - Analista Jurídico – TJ/SC) Indique o uso campanha e atuação da empresa
INCORRETO da concordância verbal ou nominal:
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical. 04. a) necessária b) alerta c) bastantes d) vazia e) meio

Língua Portuguesa 59
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APOSTILAS OPÇÃO
05. Resposta C Mudança de tempos verbais nos tempos do indicativo: O
SUBSTANTIVO (homem)+ SUBSTANTIVO (mulher)+ presente no discurso direto passa para pretérito imperfeito no
SUBSTANTIVO (criança) +ADJETIVO discurso indireto, o pretérito perfeito no discurso direto passa
Caso exista um substantivo masculino, deverá prevalecer o para pretérito mais-que-perfeito no discurso indireto e o futuro
adjetivo no masculino do presente no discurso direto passa para futuro do pretérito no
discurso indireto.
Discurso Direto e Indireto. Mudança de tempos verbais nos tempos do subjuntivo:
O presente e o futuro no discurso direto passam para pretérito
imperfeito no discurso indireto.
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre
Mudança de tempos verbais no imperativo: O imperativo
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo
escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática no discurso indireto.
social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o
contexto em que se encontra, assim como as personagens e as Mudança na pontuação das frases: Frases interrogativas,
condições de produção do texto. exclamativas e imperativas no discurso direto passam para
frases declarativas no discurso indireto.
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos
de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso Mudança nas noções temporais: As noções temporais
indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão como ontem, hoje e amanhã no discurso direto passam para no
separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá dia anterior, naquele dia e no dia seguinte no discurso indireto.
de quem o produziu.
Mudança nas noções espaciais: As noções espaciais como
Vejamos cada um deles: aqui, aí, este e isto no discurso direto passam para ali, lá, aquele
e aquilo no discurso indireto.
Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens
ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso Exemplo:
permite que traços da fala e da personalidade das personagens
sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto Discurso direto: - Iremos de férias amanhã.
reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como Discurso indireto: Eles disseram que iriam de férias no dia
dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das seguinte.
personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em
uma peça teatral. Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa
e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz
Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo
comuns durante a reprodução das falas. assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas
vozes se fundem.
Exemplo:
Exemplo:
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis
que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com
guaxinim do banhado!...” a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que
pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!”
“- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza.
Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado)
fala, e reações das personagens. É escrito normalmente em
terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para
suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem. que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos.
Irmãos.” (Graciliano Ramos)
Exemplo:
FONTE: Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição.
“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de
Assis) Questões

“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo 01. Sobre o discurso indireto é correto afirmar, EXCETO:
cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo
se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, (A) No discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias pa-
imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto) lavras para reproduzir a fala de um personagem.
(B) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos
Passagem do discurso direto para discurso indireto das personagens.
(C) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são
Na passagem do discurso direto para o discurso indireto, iniciadas com o sujeito, mais o verbo de elocução seguido da fala
ocorre mudança nas pessoas do discurso, mudança nos tempos da personagem.
verbais, mudança na pontuação das frases e mudança nos (D) No discurso indireto as personagens são conhecidas
advérbios e adjuntos adverbiais. através de seu próprio discurso, ou seja, através de suas pró-
prias palavras. 
Mudança das pessoas do discurso: Toda a narrativa que
se encontre na 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª 02. Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte
pessoa no discurso indireto, incluindo nessa mudança não só o trecho:
verbo, mas também todos os pronomes que aparecem na frase, No plano expressivo, a força da ____________ em _____________
como os pronomes eu, nós e meu, que passam para ele/ela, eles/ provém essencialmente de sua capacidade de _____________ o epi-
elas e seu no discurso indireto. sódio, fazendo ______________ da situação a personagem, tornando-
-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena de teatro __________

Língua Portuguesa 60
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APOSTILAS OPÇÃO
o narrador desempenha a mera função de indicador de falas. Regência Verbal
(A) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – onde;
(B) narração - discurso onisciente - vivificar - demonstrar- Termo Regente:  VERBO
-se – donde;
(C) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em que; A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre
(D) narração - discurso indireto livre - humanizar - imergir os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e
- na qual; objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
(E) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - pro- O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa
tagonizar - em que. capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de
conhecermos as diversas significações que um verbo pode
03. Faça a associação entre os tipos de discurso e assinale a assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. 
sequência correta. Observe:
1. Reprodução fiel da fala da personagem, é demarcado A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
pelo uso de travessão, aspas ou dois pontos. Nesse tipo de dis- A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou
curso, as falas vêm acompanhadas por um verbo de elocução, prazer”, satisfazer.
responsável por indicar a fala da personagem.
2. Ocorre quando o narrador utiliza as próprias palavras Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
para reproduzir a fala de um personagem. “agradar a alguém”.
3. Tipo de discurso misto no qual são associadas as ca-
racterísticas de dois discursos para a produção de outro. Nele a Saiba que:
fala da personagem é inserida de maneira discreta no discurso O conhecimento do uso adequado das preposições é um
do narrador. dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e
( ) discurso indireto também nominal). As preposições são capazes de modificar
( ) discurso indireto livre completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os
( ) discurso direto exemplos:
Cheguei ao metrô.
(A) 3, 2 e 1. Cheguei no metrô.
(B) 2, 3 e 1.
(C) 1, 2 e 3. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
(D) 3, 1 e 2. caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
04. “Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e sus- cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
pirou.  Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos descampados,
transportando o baú de folha.” Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
O narrador desse texto mistura-se de tal forma à persona- acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é
gem que dá a impressão de que não há diferença entre eles. A um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
personagem fala misturada à narração. Esse discurso é chama- formas em frases distintas.
do:
(A) discurso indireto livre Verbos Intransitivos
(B) discurso direto
(C) discurso indireto Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
(D) discurso implícito importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(E) discurso explícito  aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
a) Chegar, Ir
Respostas Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais
de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
01. Resposta D indicar destino ou direção são: a, para.
Apenas no discurso direto as personagens ganham voz. Para Fui ao teatro.
construirmos um discurso direto, devemos utilizar o travessão e       Adjunto Adverbial de Lugar
os chamados verbos de elocução, ou seja, verbos que indicam o
que as personagens falaram. Ricardo foi para a Espanha.
Exemplo de verbo de elocução:                   Adjunto Adverbial de Lugar
– Muita fome! – Lucas respondeu, passando sua mão pela b) Comparecer
barriga. O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
No exemplo acima, o verbo “respondeu” é o verbo de elocu- por em ou a.
ção. Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
jogo.
02. C/ 03. B
Verbos Transitivos Diretos
04. Resposta A
O discurso indireto livre é um tipo de discurso misto, em que Os verbos transitivos diretos são complementados por
se associam as características do discurso direto e do indireto.  objetos diretos. Isso significa que  não  exigem preposição  para
o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses
verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os,
Regência. as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir
as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r,
-s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que sons nasais), enquanto  lhe e lhes são, quando complementos
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. verbais, objetos indiretos.
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
desejado, que sejam corretas e claras. adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,

Língua Portuguesa 61
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APOSTILAS OPÇÃO
humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com
socorrer, suportar, ver, visitar. particular cuidado. Observe:
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o Agradeci o presente. / Agradeci-o.
verbo amar: Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Amo aquela moça. / Amo-a. Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para Informar


indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
Verbos Transitivos Indiretos preços)

Os verbos transitivos indiretos são complementados por - Na utilização de pronomes como complementos,  veja as
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma construções:
preposição  para o estabelecimento da relação de regência. Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para eles)
substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como Obs.: a mesma regência do verbo  informar é usada  para os
complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos seguintes:  avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes
oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos Comparar
pronomes átonos lhe, lhes. 
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: preposições  “a”  ou  “com” para introduzir o complemento
a) Consistir - Tem complemento introduzido pela indireto.
preposição “em”. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
todos. Pedir

b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
introduzidos pela preposição “a”. de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Pedi-lhe                 favores.
Eles desobedeceram às leis do trânsito. Objeto Indireto    Objeto Direto
                                     
c) Responder - Tem complemento introduzido pela Pedi-lhe                     que mantivesse em silêncio.
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Objeto Indireto           Oração Subordinada Substantiva
quem” ou “ao que” se responde.                                                            Objetiva Direta
Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas. Saiba que:
Respondeu-lhe à altura. 1) A construção  “pedir para”,  muito comum na linguagem
Obs.:  o verbo  responder, apesar de transitivo indireto cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver
analítica. Veja: subentendida.
O questionário foi respondido corretamente. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para
d) Simpatizar e  Antipatizar - Possuem seus complementos ir entregar-lhe os catálogos em casa).
introduzidos pela preposição “com”. 2) A construção  “dizer para”,  também muito usada
Antipatizo com aquela apresentadora. popularmente, é igualmente considerada incorreta.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam
para uma minoria privilegiada. Preferir

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
indireto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse Prefiro trem a ônibus.
grupo: Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
termos intensificadores, tais como:  muito, antes, mil vezes, um
Agradecer, Perdoar e Pagar milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente
no próprio verbo (pre).
São verbos que apresentam objeto direto
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Mudança de Transitividade versus Mudança de
Veja os exemplos: Significado
Agradeço    aos ouvintes         a audiência.
                   Objeto Indireto      Objeto Direto Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
Cristo ensina que é preciso perdoar     o pecado        ao pecador. apresentam mudança de significado. O conhecimento das
                                                                 Obj. Direto       Objeto Indireto diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico
Paguei      o débito        ao cobrador. muito importante, pois além de permitir a correta interpretação
               Objeto Direto      Objeto Indireto de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a
quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:

Língua Portuguesa 62
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APOSTILAS OPÇÃO
AGRADAR        Intransitivo                       Reduzida de Infinitivo

1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, Custa-me (a mim)  crer que tomou realmente aquela atitude.
acariciar.         Objeto                 Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada         Indireto                                     Reduzida de Infinitivo
quando o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que
não perde oportunidade de agradá-lo. atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa.
Observe o exemplo abaixo:
2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado Custei para entender o problema. 
a, satisfazer, ser agradável a.  Rege complemento introduzido Forma correta: Custou-me entender o problema.
pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes. IMPLICAR
O cantor não lhes agradou.
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASPIRAR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor
1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar Suas atitudes implicavam um firme propósito.
(o ar), inalar.
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) b)  Ter como consequência, trazer como consequência,
acarretar, provocar
2)  Aspirar  é transitivo indireto no sentido de  desejar, ter Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um
como ambição. povo.
Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
elas) 2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer,
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, envolver
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”.  Veja o
exemplo: Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) indireto e rege com preposição “com”.
Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
ASSISTIR
PROCEDER
1)  Assistir  é transitivo direto no sentido de  ajudar, prestar
assistência a, auxiliar. Por Exemplo: 1)  Proceder  é intransitivo no sentido de  ser decisivo,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. agir.  Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de
adjunto adverbial de modo.
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, As afirmações da testemunha procediam, não havia como
estar presente, caber, pertencer. refutá-las.
Você procede muito mal.
Exemplos:
Assistimos ao documentário. 2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição”
Não assisti às últimas sessões. de”) e  fazer, executar  (rege complemento introduzido pela
Essa lei assiste ao inquilino. preposição “a”) é transitivo indireto.
Obs.: no sentido de  morar, residir,  o verbo  “assistir”  é O avião procede de Maceió.
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar Procedeu-se aos exames.
introduzido pela preposição “em”. O delegado procederá ao inquérito.
Assistimos numa conturbada cidade.
QUERER
CHAMAR
1)  Querer  é transitivo direto no sentido de  desejar, ter
1)  Chamar  é transitivo direto no sentido de  convocar, vontade de, cobiçar.
solicitar a atenção ou a presença de. Querem melhor atendimento.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Queremos um país melhor.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
2)  Querer  é transitivo indireto no sentido de  ter afeição,
2)  Chamar  no sentido de  denominar, apelidar  pode estimar, amar.
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo Quero muito aos meus amigos.
preposicionado ou não. Ele quer bem à linda menina.
A torcida chamou o jogador mercenário. Despede-se o filho que muito lhe quer.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário. VISAR
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
1)  Como transitivo direto, apresenta os sentidos de  mirar,
CUSTAR fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor O gerente não quis visar o cheque.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.
Frutas e verduras não deveriam custar muito. 2)  No sentido de  ter em vista, ter como meta, ter como
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou O ensino deve sempre visar ao progresso social.
transitivo indireto. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
Muito custa          viver tão longe da família. público.
            Verbo   Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 

Língua Portuguesa 63
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APOSTILAS OPÇÃO
Questões Alternativa C: Não pude fazer a prova do concurso porque
era menor de idade.
01. (IFC - Auxiliar Administrativo - IFC). Todas as
alternativas estão corretas quanto ao emprego correto da 04. Resposta B
regência do verbo, EXCETO: O verbo “apirar” é utilizado no sentido de “querer / ter por
objetivo”, assim, ele precisa ser procedido pela preposição “A”.
(A) Faço entrega em domicílio.
(B) Eles assistem o espetáculo. 05. Resposta D
(C) João gosta de frutas. Regência dos verbos: ESQUECER – LEMBRAR
(D) Ana reside em São Paulo. - Lembrar algo – esquecer algo
(E) Pedro aspira ao cargo de chefe. - Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem
02. Assinale a opção em que o verbo complemento sem preposição.
chamar é empregado com o mesmo sentido que
apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara, Regência Nominal
Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:    
(A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria; É o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
(B) bateram à porta, chamando Rodrigo; adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa
(C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo; relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo
(D) o chefe chamou-os para um diálogo franco; da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes
(E) mandou chamar o médico com urgência. apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que
derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos,
03. (Consórcio Intermunicipal Grande ABC -CAIP- conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:
IMES -Procurador / 2015) A regência verbal está correta na Verbo  obedecer  e os nomes correspondentes: todos regem
alternativa: complementos introduzidos pela preposição «a”.Veja:
(A) Ela quer namorar com o meu irmão.
(B) Perdi a hora da entrevista porque fui à pé. Obedecer a algo/ a alguém.
(C) Não pude fazer a prova do concurso porque era de menor. Obediente a algo/ a alguém.
(D) É preferível ir a pé a ir de carro.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados
04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado da preposição ou preposições que os regem. Observe-os
com regência certa, exceto em: atentamente e procure, sempre que possível, associar esses
(A) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera. nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
(B) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
(C) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso; Substantivos
(D) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do
mágico; Admiração a, por
(E) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos. Devoção a, para, com, por
Medo a, de
05. (UFES – UFES - Engenheiro Civil / 2015) A regência Aversão a, para, por
verbal está INCORRETA em: Doutor em
(A) Proibiram-no de fumar. Obediência a
(B) Ana comunicou sua mudança aos parentes mais íntimos. Atentado a, contra
(C) Prefiro Português a Matemática. Dúvida acerca de, em, sobre
(D) A professora esqueceu da chave de sua casa no carro da Ojeriza a, por
amiga. Bacharel em
(E) O jovem aspira à carreira militar. Horror a
Proeminência sobre
Respostas Capacidade de, para
Impaciência com
01. Resposta B Respeito a, com, para com, por
A frase correta seria “Eles assistem ao espetáculo”
O verbo “assistir” causa dúvidas porque pode ser transitivo Adjetivos
direto ou indireto. No primeiro caso não admitirá preposição, já
no segundo sim. Portanto, quando a pergunta (a quê?) for feita Acessível a
ao verbo, este será transitivo indireto e quando o complemento Diferente de
do verbo vir de forma direta, será transitivo direto. Necessário a
Veja: Acostumado a, com
a) A enfermeira assistiu o paciente. (Assistiu quem? O Entendido em
paciente! Ou seja, a pergunta é respondida diretamente, sem Nocivo a
intermediários, sem preposição) Afável com, para com
b) João assistiu ao programa do Jô! (Assistiu a quê? Ao Equivalente a
programa! Logo, preposição a + artigo o) Paralelo a
Agradável a
02. Resposta A Escasso de
No trecho citado no enunciado da questão o verbo “chamar” Parco em, de
foi empregado com o sentido de “apelidar / intitular”. O mesmo Alheio a, de
sentido do verbo foi empregado na alternativa A. Essencial a, para
Passível de
03. Resposta D Análogo a
Correções: Fácil de
Alternativa: Ela quer namorar o meu irmão. Preferível a
Alternativa B: Perdi a hora da entrevista porque fui a pé . Não Ansioso de, para, por
se usa crase pelo fato de pé ser palavra masculina, e então o ‘a’ Fanático por
fica sendo somente preposição, sem artigo. Prejudicial a

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APOSTILAS OPÇÃO
Apto a, para (A) as quais, de cujo
Favorável a (B) a que, no qual
Prestes a (C) de que, o qual
Ávido de (D) às quais, cujo
Generoso com (E) que, em cujo
Propício a
Benéfico a 05. (Prefeitura de Ibitinga SP - CONSESP-Escriturário /
Grato a, por 2012) Com relação à Regência Nominal, indique a alternativa
Próximo a em que esta foi corretamente empregada.
Capaz de, para (A) A colocação de cartazes na rua foi proibida.
Hábil em (B) É bom aspirar ao ar puro do campo.
Relacionado com (C) Ele foi na Grécia.
Compatível com (D) Obedeço o Código de Trânsito.
Habituado a
Relativo a Respostas
Contemporâneo a, de
Idêntico a 01. Resposta D
Satisfeito com, de, em, por Correção: O diretor está ávido DE melhores metas.
Contíguo a
Impróprio para 02. Resposta A
Semelhante a O verbo preferir é acompanhado pela preposição “A”.
Contrário a
Indeciso em 03. Resposta D
Sensível a Orgulhoso por
Curioso de, por Rico por
Insensível a Sedento por
Sito em
Descontente com 04. Resposta D
Liberal com “Às quais” retoma o termo “as mulheres”.
Suspeito de “Cujo” – pronome utilizado no sentido de posse, fazendo
Desejoso de referência ao termo antecedente e ao substantivo subsequente.
Natural de
Vazio de 05. Resposta A
Alternativa B: Aspirar, sentido de inalar, sem preposição –
Advérbios aspirar o ar
Alternativa C: Ir a algum lugar
Longe de Perto de AAlternativa D: Obedecer a algo / obedecer a alguém

Obs.: os advérbios terminados em  -mente tendem a seguir


o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; Estrutura, formação e
paralelamente a; relativa a; relativamente a. representação das palavras.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões Observe as seguintes palavras:


escol-a
01. (AEB - CETRO- Assistente em C&T 3-I - Apoio escol-ar
Administrativo / 2014) Assinale a alternativa em que a escol-arização
preposição “a” não deva ser empregada, de acordo com a escol-arizar
regência nominal. sub-escol-arização
(A) A confiança é necessária ____ qualquer relacionamento.
(B) Os pais de Pâmela estão alheios ____ qualquer decisão. Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a
(C) Sirlene tem horror ____ aves. forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis,
(D) O diretor está ávido ____ melhores metas. responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
(E) É inegável que a tecnologia ficou acessível ____ toda exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar
população. pelo acréscimo do elemento destacável: ar.

02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto...... Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas
simpatia. palavras que selecionamos, podemos depreender a existência
(A) a, por, menos de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos
(B) do que, por, menos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento
(C) a, para, menos significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.
(D) do que, com, menos
(E) do que, para, menos Classificação dos morfemas:

03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser Radical


seguidos pela mesma preposição:
(A) ávido, bom, inconsequente Há um morfema comum a todas as palavras que estamos
(B) indigno, odioso, perito analisando: escol-.
(C) leal, limpo, oneroso
(D) orgulhoso, rico, sedento É esse morfema comum – o radical – que faz com que as
(E) oposto, pálido, sábio consideremos palavras de uma mesma família de significação –
os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua
04. “As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir significação principal.
Aracaju,........coração bate de noite, no silêncio”. A opção que
completa corretamente as lacunas da frase acima é:

Língua Portuguesa 65
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APOSTILAS OPÇÃO
Afixos Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base,
Como vimos, o acréscimo do morfema – ar - cria uma combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas
nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa,
o acréscimo dos morfemas sub e arização à forma escol escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
criou  subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural:
afixos. mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais
Quando são colocados antes do radical, como acontece tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam
com sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como vogal temática.
arização, surgem depois do radical os afixos são chamados
de sufixos. Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam
Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações.
gramatical, são capazes de introduzir modificações de Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira
significado no radical a que são acrescentados. conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à
Desinências terceira conjugação.
 
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como primeira conjug. segunda conjug. terceira conjug.
amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra
modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse
em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou realiz-a-sse mex-e-rá g-i-mos
terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo
do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo). Vogal ou consoante de ligação 
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam
as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que
das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo
desinências nominais e desinências verbais. possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um
exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre
Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros
nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira,
desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina. chaleira, tricota.
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o
morfema –s,  que indica o plural em oposição à ausência de Processos de formação de palavras:
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas;
menino/meninos; menina/meninas. 1-) Composição
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
plural assume a forma -es: radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição;
mar/mares; justaposição e aglutinação.
revólver/revólveres; 1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que
cruz/cruzes. formam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos:
Corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.
Desinências verbais: em nossa língua, as desinências 1.2-) Aglutinação:  ocorre quando os elementos que
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam formam o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde
o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que sua integridade sonora: Aguardente (água + ardente), planalto
indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número- (plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)
pessoais):
  Derivação por acréscimo de afixos 
  cant-á-va-mos
cant-á-sse-is É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas)
pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode
cant: radical ser: prefixal, sufixal e parassintética.
cant: radical
1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
-á-: vogal temática acréscimo de prefixo.
-á-: vogal temática In------ --feliz        des----------leal
Prefixo radical  prefixo radical
-va-: desinência modo-temporal(caracteriza o pretérito
imperfeito do indicativo) 2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
-sse-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito acréscimo de sufixo.
imperfeito do subjuntivo) Feliz---- mente    leal------dade
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira Radical sufixo   radical sufixo
pessoa do plural)
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda 3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
pessoa do plural) simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o
sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não “existiria”).
Vogal temática Por parassíntese formam-se principalmente verbos.
En-- -----trist- ----ecer
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, Prefixo radical  sufixo
surge sempre o morfema –a. en----- ---tard--- --ecer 
prefixo radical sufixo
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado
de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo Outros tipos de derivação
o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que
acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a
apresentam vogais temáticas. derivação imprópria.

Língua Portuguesa 66
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APOSTILAS OPÇÃO
1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por B) formado por derivação parassintética
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação C) formado por derivação regressiva
de substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está D) formado por derivação imprópria
proibida. (pescar). Proibida a caça. (caçar) E) formado por onomatopeia

2-) Derivação imprópria:  a palavra nova (derivada) 05.As palavras são formadas através de derivação
é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra parassintética em
primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente A)infelizmente, desleal, boteco, barraco.
na classe gramatical. B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva C)caça, pesca, choro, combate.
da conjunção porque) D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer.
Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
substantivo) Respostas

Outros processos de formação de palavras: 1. (B) / 2. (B) / 3. (B) / 4. (C) / 5. (B)

- Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos Comentários


de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim) 1-) atraso / embarque / pesca = formadas pelo processo de
sociologia (socio: latim; logia: grego) derivação regressiva
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e- 2-) água + ardente = aguardente ( aglutinação)
formacao-de-palavras-i.htm
3-) vaga-lume - pé-de-cabra = não houve alteração em
- Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta- nenhuma delas (nem acréscimo, nem redução, estão apenas
se por meio da eliminação de um segmento de uma palavra “postas” uma ao lado da outra, justaposição).
no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente
aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos:  4-) formado por derivação regressiva = a palavra primitiva
é sarampão!
metropolitano – metrô
extraordinário – extra 5-) ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer =
otorrinolaringologista – otorrino nenhuma delas pode ter o prefixo ou o sufixo retirados, pois elas
telefone – fone só têm significado com ambos, juntos, ligados a elas.
pneumático – pneu (Tardecer? Noitecer? Tristecer? Entarde?)

- Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando


imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum- Ortografia oficial.
zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
 
- Siglas: As siglas são formadas pela combinação das A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a
letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto
nome. Por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto
Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante
compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos
ser que haja mais de três letras e  a sigla seja pronunciável sílaba que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é
por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.  oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e
  consultar o dicionário sempre que houver dúvida.
Questões
O Alfabeto
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam
pelo mesmo processo: O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada
A) ajoelhar / antebraço / assinatura letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:
B) atraso / embarque / pesca
C) o jota / o sim / o tropeço a A (á) b B (bê)
D) entrega / estupidez / sobreviver
E) antepor / exportação / sanguessuga c C (cê) d D (dê)

02. A palavra “aguardente” formou-se por: e E (é) f F (efe)


A) hibridismo
B) aglutinação g G (gê ou guê) h H (agá)
C) justaposição
D) parassíntese i I (i) j J (jota)
E) derivação regressiva
k K (cá) l L (ele)
03. Que item contém somente palavras formadas por
justaposição? m M (eme) n N (ene)
A) desagradável - complemente
B) vaga-lume - pé-de-cabra o O (ó) p P (pê)
C) encruzilhada - estremeceu
D) supersticiosa - valiosas q Q (quê) r R (erre)
E) desatarraxou - estremeceu
s S (esse) t T (tê)
04. “Sarampo” é:
A) forma primitiva u U (u) v V (vê)

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APOSTILAS OPÇÃO
w W (dáblio) x X (xis) 3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem),
y Y (ípsilon) z Z (zê) vertiginoso (de vertigem)

Observação: emprega-se também o ç, que representa o 4) Nos seguintes vocábulos:


fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras. algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete,
hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem.
Emprego das letras K, W e Y
Emprega-se o J:
Utilizam-se nos seguintes casos:
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus 1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear
derivados. Exemplos:
Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, arranjar: arranjo, arranje, arranjem
taylorista. despejar: despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus enferrujar: enferruje, enferrujem
derivados. viajar: viajo, viaje, viajem
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji
unidades de medida de curso internacional.
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km 3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j
(quilômetro), Watt. Exemplos:
laranja- laranjeira loja- lojista lisonja -
Emprego de X e Ch lisonjeador nojo- nojeira
cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer
Emprega-se o X: jeito- ajeitar

1) Após um ditongo. 4) Nos seguintes vocábulos:


Exemplos: caixa, frouxo, peixe berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
Exceção: recauchutar e seus derivados traje, pegajento

2) Após a sílaba inicial “en”. Emprego das Letras S e Z


Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo Emprega-se o S:
“en-”
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), 1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no
encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...) radical

3) Após a sílaba inicial “me-”. Exemplos:


Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão análise- analisar catálise- catalisador
Exceção: mecha casa- casinha, casebre liso- alisar

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título
inglesas aportuguesadas. ou origem
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu Exemplos:
burguês- burguesa inglês- inglesa
5) Nas seguintes palavras: chinês- chinesa milanês- milanesa
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar,
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, 3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
xingar, etc. Exemplos:
catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa
Emprega-se o dígrafo Ch: palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa

1) Nos seguintes vocábulos: 4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa


bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, Exemplos:
chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc. metamorfose, virose

Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia 5) Após ditongos


considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem Exemplos:
da palavra. Veja os exemplos: coisa, pouso, lousa, náusea
gesso: Origina-se do grego gypsos
jipe: Origina-se do inglês jeep. 6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
derivados
Emprega-se o G: Exemplos:
pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem repus, repusera, repusesse, repuséssemos
Exceção: pajem
7) Nos seguintes nomes próprios personativos:
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa,
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio Teresa, Teresinha, Tomás

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APOSTILAS OPÇÃO
8) Nos seguintes vocábulos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto,
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, trouxe
decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada,
paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, Emprega-se Sc:
raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
Nos termos eruditos
Emprega-se o Z: Exemplos:
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente,
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível,
radical plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.
Exemplos:
deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar Emprega-se Sç:
raiz- enraizar cruz-cruzeiro
Na conjugação de alguns verbos
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a Exemplos:
partir de adjetivos nascer- nasço, nasça
Exemplos: crescer- cresço, cresça
inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez descer- desço, desça
rígido- rigidez
frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- Emprega-se Ss:
surdez
Nos substantivos derivados de verbos terminados em “gredir”,
3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar “mitir”, “ceder” e “cutir”
substantivos Exemplos:
Exemplos: agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão
civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização discutir- discussão
colonizar- colonização realizar- realização progredir- progressão t r a n s m i t i r - t r a n s m i s s ã o
exceder- excesso repercutir- repercussão
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita
Exemplos: Emprega-se o Xc e o Xs:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita
Em dígrafos que soam como Ss
5) Nos seguintes vocábulos: Exemplos:
azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar
cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
Observações sobre o uso da letra X
6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no
contraste entre o S e o Z 1) O X pode representar os seguintes fonemas:
Exemplos: /ch/ - xarope, vexame
cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar( ter em consideração) e presar (prender) /cs/ - axila, nexo
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)
/z/ - exame, exílio
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os
exemplos: /ss/ - máximo, próximo
exame exato exausto exemplo existir exótico
inexorável /s/ - texto, extenso

Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs 2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
Exemplos: excelente, excitar
Existem diversas formas para a representação do fonema /S/.
Observe: Emprego das letras E e I

Emprega-se o S: Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i /


pode não ser nítida. Observe:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em
“andir”,”ender”, “verter” e “pelir” Emprega-se o E:
Exemplos:
expandir- expansão pretender- pretensão verter- 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar
versão expelir- expulsão Exemplos:
estender- extensão suspender- suspensão magoar - magoe, magoes
converter - conversão repelir- repulsão continuar- continue, continues

Emprega-se Ç: 2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)


Exemplos: antebraço, antecipar
Nos substantivos derivados dos verbos “ter” e “torcer”
Exemplos: 3) Nos seguintes vocábulos:
ater- atenção torcer- torção cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico,
deter- detenção distorcer-distorção orquídea, etc.
manter- manutenção contorcer- contorção
Emprega-se o I :
Emprega-se o X:
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir
Em alguns casos, a letra X soa como Ss Exemplos:
Exemplos: cair- cai

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APOSTILAS OPÇÃO
doer- dói Por Exemplo:
influir- influi “Aqui, sim, no meu cantinho,
vendo rir-me o candeeiro,
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra) gozo o bem de estar sozinho
Exemplos: e esquecer o mundo inteiro.”
Anticristo, antitetânico
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-
3) Nos seguintes vocábulos: se letra minúscula.
aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, Por Exemplo:
etc. “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro,
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira)
Emprego das letras O e U
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Emprega-se o O/U: Exemplos:
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de
algumas palavras. Veja os exemplos: c) Nos topônimos, reais ou fictícios.
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, Exemplos:
realização) Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
soar (emitir som) e suar (transpirar)
d) Nos nomes mitológicos.
Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, Exemplos:
moleque. Dionísio, Netuno.

Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua e) Nos nomes de festas e festividades.
Exemplos:
Emprego da letra H Natal, Páscoa, Ramadã.

Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.
Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e Exemplos:
da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta ONU, Sr., V. Ex.ª.
forma devido a sua origem na forma latina hodie.
g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos,
Emprega-se o H: políticos ou nacionalistas.
Exemplos:
1) Inicial, quando etimológico Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria,
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio União, etc.

2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula
Exemplos: flecha, telha, companhia quando são empregados em sentido geral ou indeterminado.
Exemplo:
3) Final e inicial, em certas interjeições Todos amam sua pátria.
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
elemento, se etimológico a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.
Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc. Exemplos:
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Observações: Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo
1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note que
nos substantivos derivados como baiano, baianada ou baianinha 2) Utiliza-se inicial minúscula:
ele não é utilizado. a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.
Exemplos:
2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
letra “h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos
sempre são grafados com h. Veja: b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.
herbívoro, hispânico, hibernal. Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc.
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas segunda, sexta, domingo, etc.
1) Utiliza-se inicial maiúscula: primavera, verão, outono, inverno
a) No começo de um período, verso ou citação direta.
Exemplos: c) Nos pontos cardeais.
Disse o Padre Antonio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer Exemplos:
lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.” Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste,
“Auriverde pendão de minha terra, sudoeste.
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os
As promessas divinas da Esperança…” pontos cardeais são grafados com letra maiúscula.
(Castro Alves) Exemplos:
Nordeste (região do Brasil)
Observações: Ocidente (europeu)
- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o Oriente (asiático)
uso da letra maiúscula.

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APOSTILAS OPÇÃO
Lembre-se: D) Afim ...a partir ... às
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa- E) Afim ...à partir ... as
se letra minúscula.
04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de
Exemplo: ortografia:
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
Emprego FACULTATIVO de letra minúscula: D) Saiu com descrição da sala.

a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
Exemplos: escrita?
Crime e Castigo ou Crime e castigo A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
nomes sagrados e que designam crenças religiosas. Respostas
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas 1-B / 2-D / 3-C / 4-C / 5-B
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor Comentários
Santa Maria ou santa Maria.
1-) Além disso, há (existe) certamente consenso entre nós
c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e acerca (de + o) (sobre o ) do fenômeno da corrupção e das
disciplinas. fraudes.
Exemplos:
Português ou português 2-)
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
modernas (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. =
História do Brasil ou história do Brasil cidadãos
Arquitetura ou arquitetura (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. =
certidões
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/ (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
fono24.php
3-) Prezado Usuário: A fim de oferecer lazer e cultura aos
Questões passageiros do metrô, a partir desta segunda-feira (25/02),
às 17h30, começa o Sounderground, festival internacional que
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp) Assinale a alternativa que prestigia os músicos que tocam em estações do metrô.
preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho a Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão
seguir, de acordo com a norma-padrão. e divirta-se!
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenômeno da Afim = afinidade; a partir: sempre separado; antes de horas:
corrupção e das fraudes. há crase
(A) a … concenso … acerca
(B) há … consenso … acerca 4-)
(C) a … concenso … a cerca A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
(D) a … consenso … há cerca B) O governador poderá ter seu mandato caçado. = cassado
(E) há … consenço … a cerca D) Saiu com descrição da sala. = discrição

02. (Escrevente TJ SP – Vunesp). Assinale a alternativa 5-)


cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
norma-padrão. = mendigo/caderneta/poupança
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. = mendigo/caderneta/poupança
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. =mendigo/depositou/caderneta/poupança
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!

03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP). Pontuação.


Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os
usuários sobre o festival Sounderground.

Prezado Usuário Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem


________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar
________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, começa o especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
que tocam em estações do metrô. portuguesa.
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão
e divirta-se! Ponto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões se encontra.
A) A fim ...a partir ... as - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.

Língua Portuguesa 71
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APOSTILAS OPÇÃO
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. c) entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto
adnominal.
Ponto e Vírgula ( ; ) A surpreendente reação do governo contra os sonegadores
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma despertou reações entre os empresários.
importância. adj. adnominal nome adj. adn. complemento nominal
-  “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de Usa-se a vírgula:
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
- Para marcar intercalação:
2- Separa partes de frases que já estão separadas por a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
vírgulas. vem caindo de preço.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
e cobertor. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir
decreto de lei, etc. mão dos lucros altos.
- Ir ao supermercado;
- Pegar as crianças na escola; - Para marcar inversão:
- Caminhada na praia; a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
- Reunião com amigos. Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
Dois pontos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
1- Antes de uma citação c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: de 1982.

2- Antes de um aposto - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos


- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde em enumeração):
e calor à noite. Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
rotina de sempre. Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

4- Em frases de estilo direto - Para isolar:


 Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão? - o aposto:
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um
Ponto de Exclamação trânsito caótico.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto,
súplica, etc. - o vocativo:
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! Ora, Thiago, não diga bobagem.

2- Depois de interjeições ou vocativos Questões


- Ai! Que susto!
- João! Há quanto tempo! 01. (Agente Policial – Vunesp). Assinale a alternativa em
que a pontuação está corretamente empregada, de acordo com a
Ponto de Interrogação norma-padrão da língua portuguesa.
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou
Reticências a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
1- Indica que palavras foram suprimidas. ajudar a revelar quem era a sua dona.
- Comprei lápis, canetas, cadernos... (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou
2- Indica interrupção violenta da frase. a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” ajudar a revelar quem era a sua dona.
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
- Este mal... pega doutor? a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
- Deixa, depois, o coração falar... experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
Vírgula ajudar a revelar quem era a sua dona.
Não se usa vírgula (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
diretamente entre si: a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona.
a) entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala    foram advertidos.  02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a
Sujeito                            predicado ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas
da frase abaixo:
b) entre o verbo e seus objetos. “Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem
O trabalho custou            sacrifício             aos realizadores.  ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho
             V.T.D.I.              O.D.                      O.I. oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula

Língua Portuguesa 72
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APOSTILAS OPÇÃO
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; (X) experimentasse, (X) a sensação de violar uma intimidade,
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(B) Diante, (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
03. (Agente de Apoio Administrativo – FCC). Os sinais de e, embora experimentasse a sensação, (X) de violar uma
pontuação estão empregados corretamente em: intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
A) Duas explicações, do treinamento para consultores
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a construção
de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de dona.
vendas associadas aos dois temas. (D) Diante da testemunha, o homem, (X) abriu a bolsa e,
B) Duas explicações do treinamento para consultores embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a construção procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, (X) encontrar
de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
vendas associadas aos dois temas. (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
C) Duas explicações do treinamento para consultores (X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a construção procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, (X) encontrar
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
vendas associadas aos dois temas.
D) Duas explicações do treinamento para consultores
iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a construção 2-) Quando se trata de trabalho científico, duas coisas devem
de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de ser consideradas: uma é a contribuição teórica que o trabalho
vendas associadas aos dois temas. oferece; a outra é o valor prático que possa ter vírgula, dois
E) Duas explicações, do treinamento para consultores pontos, ponto e vírgula
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de 3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas
vendas associadas aos dois temas. A) Duas explicações, (X) do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque, (X) o conceito de PPD e a
04.(Escrevente TJ SP – Vunesp). Assinale a alternativa em construção de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das
que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de
metas de vendas associadas aos dois temas.
2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, C) Duas explicações do treinamento para consultores
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais iniciantes receberam destaque; (X) o conceito de PPD e a
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em construção de tabelas Price, (X) mas por outro lado, faltou falar
outros. das metas de vendas associadas aos dois temas.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente D) Duas explicações do treinamento para consultores
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais iniciantes, (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a
notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em construção de tabelas Price, (X) mas, por outro lado, faltou falar
outros. das metas de vendas associadas aos dois temas.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente E) Duas explicações, (X) do treinamento para consultores
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
iniciantes, (X) receberam destaque; (X) o conceito de PPD e a
notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em
outros. construção de tabelas Price, (X) mas por outro lado, faltou falar
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente das metas , (X) de vendas associadas aos dois temas.
seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em 4-)
outros. (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, (X)
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, rapidamente, (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é um
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em exemplo, do que em outros.
outros. (B) Não há dúvida de que, (X) as mulheres, (X) ampliam
rapidamente seu espaço na carreira científica; (X) ainda que o
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp). Assinale a avanço seja mais notável, (X) em alguns países, o Brasil é um
alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo exemplo! (X), do que em outros.
das vírgulas. (C) Não há dúvida de que as mulheres, (X) ampliam
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira rapidamente seu espaço, (X) na carreira científica, (X) ainda que
instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo o avanço seja mais notável, em alguns países: (X) o Brasil é um
ou acione o código na internet. exemplo, do que em outros.
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o (E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente,
código foi acionado. (X) seu espaço na carreira científica, ainda que, (X) o avanço
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados, seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a que em outros.
criança foi encontrada.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro 5-)
às, areias do Guarujá. (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, (X) verá
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone na pulseira instruções para que envie, (X) uma mensagem
de quem a encontrou e informar um ponto de referência eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também, (X) avisará, (X) os pais de
Resposta onde o código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados,
1-C 2-C 3-B 4-D 5-E
(X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que
Comentários a criança foi encontrada.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, (X) chega
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas primeiro às, (X) areias do Guarujá.

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APOSTILAS OPÇÃO
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

Crase. 1-) diante de palavras femininas:


Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Crase Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
A palavra crase é de origem grega e significa «fusão», Fumar é prejudicial à saúde.
«mistura». Na língua portuguesa, é o nome que se dá à «junção» Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da
preposição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos 2-) diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. 
indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
e nomes que exigem a preposição  “a”. Aprender a usar a
crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência 3-) na indicação de horas:
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.  Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Observe: Foram dormir à meia-noite.
Vou a + a igreja.
Vou à igreja. 4-) em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de
que participam palavras femininas. Por exemplo:
No exemplo acima, temos a ocorrência da
preposição  “a”,  exigida pelo verbo  ir (ir a algum lugar) e a à tarde às ocultas às pressas à medida que
ocorrência do artigo “a” que está determinando o substantivo à noite às claras às escondidas à força
feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e
elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe à vontade à beça à larga à escuta
os outros exemplos: às avessas à revelia à exceção de à imitação de

Conheço a aluna. à esquerda às turras às vezes à chave


Refiro-me à aluna. à direita à procura à deriva à toa
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode à proporção
à luz à sombra de à frente de
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto que
(referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição  “a”. à
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja semelhança às ordens à beira de
feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já de
especificados.
Crase diante de Nomes de Lugar
Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
1-) diante de substantivos masculinos: Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do
Andamos a cavalo. artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
Fomos a pé. diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a
Passou a camisa a ferro. preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
Fazer o exercício a lápis. a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo
Compramos os móveis a prazo. regente por um verbo que peça a preposição  “de”  ou  “em”. A
ocorrência da contração  “da”  ou  “na”  prova que esse nome de
2-) diante de  verbos no infinitivo: lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase.
A criança começou a falar. Por exemplo:
Ela não tem nada a dizer. Vou  à  França. (Vim  da [de+a] França. Estou  na [em+a]
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos França.)
exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase. Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
3-) diante da maioria dos pronomes e das expressões de Vou  a  Porto Alegre. (Vim  de Porto Alegre. Estou em Porto
tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona: Alegre.) 
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários. - Minha dica: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. volto DE, crase PRA QUÊ?”
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Vou à praia. = Volto da praia.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes
podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina - ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,
por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Veja:
ocorrerá crase. Por exemplo: Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. =
mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) Irei à Salvador de Jorge Amado.
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Cláudio para sair mais cedo.) Aquela (s), Aquilo

4-) diante de numerais cardinais: Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo
Chegou a duzentos o número de feridos regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Daqui a uma semana começa o campeonato.

Língua Portuguesa 74
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APOSTILAS OPÇÃO
Dizem que aquele médico cura a distância.
Refiro-me a + aquele atentado.
Reconheci o menino a distância.
Preposição Pronome
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade,
Refiro-me àquele atentado. pode-se usar a crase.
Veja:
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo Gostava de fotografar à distância.
indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, Ensinou à distância.
portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo: Dizem que aquele médico cura à distância.

Aluguei aquela casa. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige 1-) diante de nomes próprios femininos:
preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes
Veja outros exemplos: próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
Quero agradecer àqueles que me socorreram. A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito. Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
Assisti àquele filme três vezes. feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos
Espero aquele rapaz. escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta. Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a
Roberto.
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao
Roberto.
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes 2-) diante de pronome possessivo feminino:
exigir a preposição  «a»,  haverá crase. É possível detectar a Observação: é facultativo o uso da crase diante de
ocorrência da crase nesses casos utilizando a substituição do pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
termo regido feminino por um termo regido masculino.  artigo. Observe:
Por exemplo: Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. esperando por você.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está
esperando por você.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja outros exemplos: Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. frases abaixo das seguintes formas:
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
responder nenhuma das questões. Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
A sessão à qual assisti estava vazia. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

Crase com o Pronome Demonstrativo “a” 3-) depois da preposição até:


Fui até a praia. ou Fui até à praia.
A ocorrência da crase com o pronome Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
demonstrativo “a” também pode ser detectada através da A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou
substituição do termo regente feminino por um termo regido A palestra vai até às cinco horas da tarde.
masculino. 
Veja: Questões
Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país. 01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as
As orações são semelhantes às de antes. discussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos
Os exemplos são semelhantes aos de antes. jurídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências
Suas perguntas são superiores às dele. estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas criminais.
Seus argumentos são superiores aos dele. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde pública
Sua blusa é idêntica à de minha colega. como programas de esclarecimento e prevenção, de tratamento
Seu casaco é idêntico ao de minha colega. para dependentes e de reintegração desses____ vida. Quantos de
nós sabemos o nome de um médico ou clínica ____quem tentar
A Palavra Distância encaminhar um drogado da nossa própria família?

Se a palavra  distância  estiver especificada, determinada, a (Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo,
crase deve ocorrer. 17.09.2012. Adaptado)
Por exemplo:
Sua casa fica  à  distância de 100 Km daqui. (A palavra está As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
determinada) respectivamente, com:
Todos devem ficar  à  distância de 50 metros do palco. (A (A) aos … à … a … a
palavra está especificada.) (B) aos … a … à … a
(C) a … a … à … à
Se a palavra  distância  não estiver especificada, a (D) à … à … à … à
crase não pode ocorrer.  (E) a … a … a … a
Por exemplo:
Os militares ficaram a distância. 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia
Gostava de fotografar a distância. o texto a seguir.
Ensinou a distância. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu

Língua Portuguesa 75
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APOSTILAS OPÇÃO
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do padrão da língua portuguesa.
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu- A) à … à … à
lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o B) a … a … à
que fez. C) a … à … à
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de D) à … à ... a
Janeiro: Globo, 1997, p. 6) E) a … à … a

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na Respostas


ordem dada:
A) à – a – a 1-B / 2-A / 3-B / 4-A / 5-D
B) a – a – à
C) à – a – à Comentários
D) à – à – a
E) a – à – à 1-)
limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina não
expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”. há crase)
a) à - àqueles - a - há  de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a vida = à)
b) a - àqueles - a - há  o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar encaminhar
c) a - aqueles - à - a  um drogado da nossa própria família? ( antes de pronome
d) à - àqueles - a - a  indefinido/relativo)
e) a - aqueles - à - há
2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la sobre
04.(Agente Técnico – FCC – 2013). Leia o texto a seguir. a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que _a__
cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ confiança (objeto
Comunicação direto), e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez.

O público ledor (existe mesmo!) é sensorial: quer ter um autor 3-) “Nesta oportunidade, volto _a_ referir-me àqueles__
ao vivo, em carne e osso. Quando este morre, há uma queda de problemas já expostos a _ V. Sª _há_ alguns dias”.
popularidade em termos de venda. Ou, quando teatrólogo, em - a referir = antes de verbo no infinito não há crase;
termos de espetáculo. Um exemplo: G. B. Shaw. E, entre nós, o - quem faz referência, faz referência A algo ou A alguém ( a
suave fantasma de Cecília Meireles recém está se materializando, regência do verbo pede preposição)
tantos anos depois. - antes de pronome de tratamento não há crase (exceção à
Isto apenas vem provar que a leitura é um remédio para senhora, que admite artigo);
a solidão em que vive cada um de nós neste formigueiro. Claro - há no sentido de tempo passado.
que não me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e
efervescente. 4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada e
Porque o autor escreve, antes de tudo, para expressar-se. Sua sem profundidade.
comunicação com o leitor decorre unicamente daí. Por afinidades. a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome
É como, na vida, se faz um amigo. indefinido)
E o sonho do escritor, do poeta, é individualizar cada a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra
formiga num formigueiro, cada ovelha num rebanho − para que masculina)
sejamos humanos e não uma infinidade de xerox infinitamente a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido)
reproduzidos uns dos outros. a respeito de autores reconhecidos pelo público. (palavra
Mas acontece que há também autores xerox, que nos invadem masculina)
com aqueles seus best-sellers...
Será tudo isto uma causa ou um efeito? 5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional
Tristes interrogações para se fazerem num mundo que já foi (INAP) também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__
civilizado. ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará-
lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando em
(Mário Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1. liberdade, ele estará capacitado__a___ ter uma profissão e uma
ed., 2005. p. 654) vida digna.
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
Claro que não me estou referindo a essa vulgar comunicação - retorno a? regência nominal pede preposição;
festiva e efervescente. - antes de verbo no infinitivo não há crase.
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o
segmento grifado for substituído por:
A) leitura apressada e sem profundidade. Acentuação Gráfica.
B) cada um de nós neste formigueiro.
C) exemplo de obras publicadas recentemente.
D) uma comunicação festiva e virtual. A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
E) respeito de autores reconhecidos pelo público. estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de
algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – procurando estabelecer uma relação de familiaridade e,
VUNESP – 2013). O Instituto Nacional de Administração consequentemente, colocando-as em prática na linguagem
Prisional (INAP) também desenvolve atividades lúdicas de escrita.
apoio______ ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de
prepará-lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
em liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
uma vida digna. competências, e tão logo nos adequamos à forma padrão.
(Disponível em:
www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_importancia_da_ Regras básicas – Acentuação tônica
ressocializacao_de_presos. Acesso em: 18.08.2012. Adaptado)
Assinale a alternativa que preenche, correta e A acentuação tônica implica na intensidade com que são
respectivamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma- pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de

Língua Portuguesa 76
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APOSTILAS OPÇÃO
forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As Paroxítonas:
demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
denominadas de átonas. - i, is
táxi – lápis – júri
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas - us, um, uns
como: vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
última sílaba. - ã, ãs, ão, ãos
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel ímã – ímãs – órfão – órgãos

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se - Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que
evidencia na penúltima sílaba. essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
ficará mais fácil a memorização!
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
evidencia na antepenúltima sílaba. - ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
água – pônei – mágoa – jóquei
Como podemos observar, mediante todos os exemplos
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas Regras especiais:
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” ( ditongos abertos),
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com
a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos
em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
observar no exemplo a seguir: palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento.
“Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor”. Ex.:
Antes Agora
Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos;
assembléia assembleia
os demais, como átonos (que, em, de).
idéia ideia
geléia geleia
Os Acentos Gráficos
jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
paranóico paranoico
sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. 
ou não de “s”, haverá acento:
Ex.: herói – médico – céu(ditongos abertos)
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
Observação importante:
“o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
quando vierem depois de ditongo: Ex.:
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
Antes Agora
artigos e pronomes.
bocaiúva bocaiuva
Ex.: à – às – àquelas – àqueles
feiúra feiura
Sauípe Sauipe
trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
derivadas de nomes próprios estrangeiros.
Ex.:
Ex.: mülleriano (de Müller)
Antes Agora
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
crêem creem
nasais.
lêem leem
Ex.: coração – melão – órgão – ímã
vôo voo
enjôo enjoo
Regras fundamentais:
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que,
Palavras oxítonas:
no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
como antes: CRER, DAR, LER e VER.
“em”, seguidas ou não do plural(s):
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Repare:
1-) O menino crê em você
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem!
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
Todas leem bem!
ou não de “s”.
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Ex.: pá – pé – dó – há
Esperamos que os dados deem efeito!
4-) Rubens vê tudo!
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
Eles veem tudo!
de lo, la, los, las.
respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo

Língua Portuguesa 77
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APOSTILAS OPÇÃO
- Cuidado! Há o verbo vir: 03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
Ele vem à tarde! aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
Eles vêm à tarde! mesmo motivo que:
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando A) túnel
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: B) voluntário
C) até
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz D) insólito
E) rótulos
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
seguidas do dígrafo nh: 04. Assinale a alternativa correta.
ra-i-nha, ven-to-i-nha. A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem
paroxítonas terminadas em ditongo.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamente,
precedidas de vogal idêntica: encontro consonantal e hiato.
xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as palavras
grifadas são paroxítonas.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as partes
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não destacadas são dígrafos.
serão mais acentuadas. Ex.: E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-si-có-
lo-ga” e “a-ci-o-na”.
Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue 05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO:
averigúe (averiguar) averigue A) saúde
argúi (arguir) argui B) cooperar
C) ruim
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do D) creem
plural de: E) pouco
Respostas
ele tem – eles têm 1-B / 2-C / 3-B / 4-A / 5-E
ele vem – eles vêm (verbo vir)
Comentários
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
deter, abster.  1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima sílaba
ele contém – eles contêm é a tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Penúltima sílaba
ele obtém – eles obtêm tônica = paroxítona
ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm 2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sílaba, portanto:
ditongo. É decrescente porque apresenta uma semivogal e uma
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes vogal. Na classificação, ambas são semivogais, mas quando
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes juntas, a que “aparecer” mais na pronúncia será considerada
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções, “vogal”.
como:
3-) ex – pe - ri – ên - cia: paroxítona terminada em ditongo
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do crescente (semivogal + vogal)
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira b-) vo – lun - tá – rio: paroxítona terminada em ditongo
pessoa do singular do presente do indicativo). Ex: crescente
c-) A - té: oxítona
Ela pode fazer isso agora. d-) in – só – li – to: proparoxítona
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... e-) ró – tu - los: proparoxítona

O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da 4-)


preposição por. a-) correta
b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, DÍGRAFO
então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
nos outros casos, “por” preposição. Ex: d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som do U,
portanto não é caso de dígrafo
Faço isso por você. e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im / crê - em / pou - co
Questões (ditongo)

01. “Cadáver” é paroxítona, pois:


A) Tem a última sílaba como tônica. Conotação e Denotação;
B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
D) Não tem sílaba tônica.

02. Assinale a alternativa correta. A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil,
A palavra faliu contém um: encontrando-se em constante evolução. As palavras não
A) hiato apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim
B) dígrafo uma variedade de significados, mediante o contexto em que
C) ditongo decrescente ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as
D) ditongo crescente utilizam.

Língua Portuguesa 78
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APOSTILAS OPÇÃO
A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio Exemplos:
da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu
significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia O elefante é um mamífero.
original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem- Já li esta página do livro.
nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de A empregada limpou a casa.
sua colocação numa determinada frase. Observe os seguintes
exemplos: Conotação

A menina está com a cara toda pintada. Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado)
Aquele cara parece suspeito. quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece.
No primeiro exemplo, a palavra cara significa “rosto”, a parte Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além
que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no do sentido original da palavra, ampliando sua significação
segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo
ampliado e, por uma série de associações, entendemos que um sentido figurado e simbólico.
nesse caso significa “pessoa”, “sujeito”, “indivíduo”.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no
Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade
mais) possibilidades de interpretação. Veja: que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem
poética e na literatura, mas também ocorre em conversas
Marcos quebrou a cara. cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre
Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que outros.
Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto,
podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como Exemplos:
“Marcos não se deu bem”, tentou realizar alguma coisa e não
conseguiu. Você é o meu sol!
Minha vida é um mar de tristezas.
Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma Você tem um coração de pedra!
palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo,
basicamente, duas possibilidades: Fontes: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil1.php
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido
original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece
no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou Morfologia e Sintaxe.
denotação - do signo linguístico.

b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro


significado, passível de interpretações diferentes, dependendo Análise Sintática
do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o
sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico. A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide
e classifica as orações que o constituem e reconhece a função
Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido sintática dos termos de cada oração.
conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, termo,
modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é função sintática e núcleo de um termo da oração.
comum a exploração do sentido conotativo, como consequência As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são
da nossa forte carga de afetividade e expressividade. reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança
o objetivo do discurso, ou seja, da atividade linguística: a
Exemplos de variação no significado das palavras: comunicação com o ouvinte ou o leitor.
Frase, Oração e Período são fatores constituintes de
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido próprio qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de
ou literal) uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido em parágrafos minuciosamente construídos.
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos
As variações nos significados das palavras ocasionam ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até
(conotação) das palavras. O sentido denotativo é também o período mais complexo, elaborado segundo os padrões
conhecido como sentido próprio ou literal e o sentido conotativo sintáticos do idioma. São exemplos de frases:
é também conhecido como sentido figurado.
Socorro!
Denotação Muito obrigado!
Que horror!
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) Sentinela, alerta!
quando apresenta seu significado original, independentemente Cada um por si e Deus por todos.
do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu Grande nau, grande tormenta.
significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente Por que agridem a natureza?
reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado “Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da “Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
palavra. “Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.”
(Adonias Filho)
A denotação tem como finalidade informar o receptor “As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo)
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um “Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos
caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, seus aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo,
medicamentos, textos científicos, entre outros. mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo)

Língua Portuguesa 79
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APOSTILAS OPÇÃO
As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc.
indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Muitas frases, A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o
principalmente as que se desviam do esquema sujeito + tom com que a proferimos. Observe:
predicado, só podem ser entendidas dentro do contexto (= Olavo esteve aqui.
o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as Olavo esteve aqui?
circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases Olavo esteve aqui?!
nominais as que se apresentam sem o verbo. Exemplo: Tudo Olavo esteve aqui!
parado e morto.
Questões
Quanto ao sentido, as frases podem ser:
01. Marque apenas as frases nominais:
Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo, (A) Que voz estranha!
de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou (B) A lanterna produzia boa claridade.
enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa: (C) As risadas não eram normais.
Paulo parece inteligente. (afirmativa) (D) Luisinho, não!
A retificação da velha estrada é uma obra inadiável.
(afirmativa) 02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa,
Nunca te esquecerei. (negativa) exclamativa, optativa ou imperativa.
Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa) (A) Você está bem?
(B) Não olhe; não olhe, Luisinho!
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta (C) Que alívio!
(com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de (D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
interrogação). São uma pergunta, uma interrogação: (E) Você se machucou?
Por que chegaste tão tarde? (F) A luz jorrou na caverna.
Gostaria de saber que horas são. (G) Agora suma, seu monstro!
“Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa) (H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
“Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado de
Assis) 03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o
modelo:
Imperativas: aquela através da qual expressamos uma Luisinho ficou pra trás. (declarativa)
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa. Lusinho, fique para trás. (imperativa)
Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:  
“Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa) (A) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos.
Não cometa imprudências. (negativa) (B) Luisinho procurou os fósforos no bolso.
“Vamos, meu filho, ande depressa!” (afirmativa) (C) Os meninos olharam à sua volta.
“Segue teu rumo e canta em paz.” (afirmativa)
“Não me leves para o mar.” (negativa) 04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm verbos.
Assinale, pois, as frases verbais:
Exclamativas: aquela através da qual externamos uma (A) Deus te guarde!
admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, (B) As risadas não eram normais.
etc.: (C) Que ideia absurda!
Como eles são audaciosos! (D) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
Não voltaram mais! (E) Tão preta como o túnel!
“Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!” (F) Quem bom!
(Graciliano Ramos) (G) As ovelhas são mansas e pacientes.
(H) Que espírito irônico e livre!
Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo:
Bons ventos o levem! 05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: declarativa,
Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios! interrogativa, imperativa e exclamativa:
“E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet) (A) Que flores tão aromáticas!
“Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano (B) Por que é que não vais ao teatro mais vezes?
Ramos) (C) Devemos manter a nossa escola limpa.
(D) Respeitem os limites de velocidade.
Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição): (E) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo (F) Atravessem a rua com cuidado.
Branco) (G) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido!
“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias) (H) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor
“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” da bandeira.
(Domingos Carvalho da Silva) (I) Não te quero ver mais aqui!
(J) Hoje saímos mais cedo.
Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase
podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro Respostas
caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza 01. “a” e “d”
e distingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora
ascendente ora descendente. 02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d)
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h)
integralmente captados se atentarmos para o contexto em que declarativa
são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se
explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”, 03. a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,
usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do 04. a = guarde / b = eram / d = quebrou / g = são
que aparentemente diz.
A entoação é um elemento muito importante da frase falada, 05. a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d)
pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo imperativa; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h)
de como é dita, uma frase simples como «É ela.» pode indicar declarativa; i) imperativa; j) declarativa

Língua Portuguesa 80
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APOSTILAS OPÇÃO
Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido, fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico
porém há, necessariamente, a presença do verbo. A oração do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico
encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma
período, completando um pensamento e concluindo o enunciado análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu
através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância
casos, através de reticências. com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal,
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o
elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas:
não podem ser analisadas sintaticamente frases como: - estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao
Socorro! predicado;
Com licença! - constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo
Que rapaz impertinente! ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós) Exemplos:

Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como A padaria está fechada hoje.
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos está fechada hoje: predicado nominal
ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois a padaria: sujeito
grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o
predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo: Nós mentimos sobre nossa idade para você.
mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal
A menina banhou-se na cachoeira. mentimos: verbo = núcleo do predicado
A menina – sujeito nós: sujeito
banhou-se na cachoeira – predicado
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado) No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante,
ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma
algo», «o tema do que se vai comunicar». sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
O predicado é a parte da oração que contém “a informação Exemplos:
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. As formigas invadiram minha casa.
as formigas: sujeito = termo determinante
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara invadiram minha casa: predicado = termo determinado
algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou Há formigas na minha casa.
seja, o predicado, é «é eterno». há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
sujeito: inexistente
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”,
que identificamos por ser o termo que concorda em número e O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”. nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu,
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e sua representação pode ser feita através de um substantivo, de
revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
desembarcar.” (Aníbal Machado) Exemplos:
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. Eu acompanho você até o guichê.
eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados Vocês disseram alguma coisa?
em três grandes níveis: vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Marcos: sujeito = substantivo próprio
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e Ninguém entra na sala agora.
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente ninguém: sujeito = pronome substantivo
da Passiva). O andar deve ser uma atividade diária.
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal,
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais oração substantiva subjetiva:
(ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos:
É difícil optar por esse ou aquele doce...
É difícil: oração principal
Sujeito Predicado optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva
Pobreza não é vileza.
O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
Os sertanistas capturavam os índios. por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
Um vento áspero sacudia as árvores.
O sino era grande.
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica Ela tem uma educação fina.
uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao Vossa Excelência agiu com imparcialidade.

Língua Portuguesa 81
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APOSTILAS OPÇÃO
Isto não me agrada. Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um
fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo.
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.). Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos
Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser
voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar) e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear,
relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem
O sujeito pode ser: fenômenos meteorológicos.

Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos; Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um
“Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.” segmento extraído da estrutura interna das orações ou das
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse
cavalo nadavam ao lado da canoa.” sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguístico
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei que estabelece concordância com outro termo essencial
amanhã. da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante (ou
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando subordinado) e o predicado o termo determinado (ou principal).
não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã. Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo
(sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado que se diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da língua
saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno
expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele) da concordância entre esses dois termos essenciais da oração.
aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: Então têm por características básicas: apresentar-se como
vocês) elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito.
fertiliza o Egito.
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa Exemplos:
pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso;
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se Carolina conhece os índios da Amazônia.
açudes. (= Açudes foram construídos.) sujeito: Carolina = termo determinante
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa predicado: conhece os índios da Amazônia = termo
por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos determinado
dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina
trancou-se no quarto. Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João.
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação sujeito: todos nós = termo determinante
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = termo
a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se determinado
bem naquele restaurante.
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é
Observações: estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto. essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e “conhece”;
- Sujeito formado por pronome indefinido não é no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque
indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. a concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto
Ninguém lhe telefonou. é, que são responsáveis pela principal informação naquele
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com oração, ou um verbo (ou locução verbal). No primeiro caso,
admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.” nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou
pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
Pode ser omitido junto de infinitivos. verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do
Aqui vive-se bem. predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem
Devagar se vai ao longe. dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos:
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar. Minha empregada é desastrada.
predicado: é desastrada
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles tipo de predicado: nominal
fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas.
O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)
língua. funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.
Exemplos:
É fácil este problema! A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
Vão-se os anéis, fiquem os dedos. predicado: demoliu nosso antigo prédio
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.” núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o
(José de Alencar) sujeito
“Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Ramalho tipo de predicado: verbal
Ortigão)
“Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Castelo Os manifestantes desciam a rua desesperados.
Branco) predicado: desciam a rua desesperados
núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o
sujeito; desesperados = atributo do sujeito

Língua Portuguesa 82
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APOSTILAS OPÇÃO
tipo de predicado: verbo-nominal Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer,
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar,
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
responsável também por definir os tipos de elementos que
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto
para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo:
é necessário um complemento que, juntamente com o verbo, julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar,
constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
forma, esses complementos do verbo não interferem na tipologia Comprei um terreno e construí a casa.
do predicado. “Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, Maricá)
quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por “Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.”
estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos: (Guedes de Amorim)

“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os
inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
depois de algozes) complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da Consideramos o caso extraordinário.
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe) Inês trazia as mãos sempre limpas.
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina O povo chamava-os de anarquistas.
Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente) Julgo Marcelo incapaz disso.

Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem
forma o predicado. ser usados também na voz passiva; Outra característica desses
Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes
podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos o, a, os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os
de predicação completa denominados intransitivos. Exemplo: verbos transitivos diretos podem ser construídos acidentalmente
com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico:
As flores murcharam. arrancar da espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta;
Os animais correm. tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos
As folhas caem. diretos: abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar,
“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos) castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar,
entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar,
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc.
o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de
predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos: Transitivos Indiretos: são os que reclamam um
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto.
João puxou a rede. Exemplos:
“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara “Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma
Resende) adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.” “Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
(Camilo Castelo Branco) neutros.” (Érico Veríssimo)
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, “Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José
invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas: Américo)
puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê? “Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.”
Os verbos de predicação completa denominam-se (José Geraldo Vieira)
intransitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os
verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos, Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa
transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos distinguir os que se constroem com os pronomes objetivos lhe,
(bitransitivos). lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe,
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-
uma noção definida, um conteúdo significativo, existem os de lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir
ligação, verbos que entram na formação do predicado nominal, os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas
relacionando o predicativo com o sujeito. lhe, lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
pois têm sentido completo. Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis) a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar) pouco mais, usados também como transitivos diretos: João
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é pago (perdoado,
(Marquês de Maricá) obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como
atirar, investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma
Observações: Os verbos intransitivos podem vir preposição, sem mudança de sentido. Outros mudam de sentido
acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua
predicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos vida. (tratar=cuidar). É desagradável tratar com gente grosseira.
pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborrecido. (tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc.,
As orações formadas com verbos intransitivos não podem variam de significação conforme sejam usados como transitivos
“transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos intransitivos diretos ou indiretos.
passam, ocasionalmente, a transitivos quando construídos com
o objeto direto ou indireto. Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento) dois objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente.
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim) Exemplos:
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias) No inverno, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo A empresa fornece comida aos trabalhadores.
que já morreu...” (Ciro dos Anjos) Oferecemos flores à noiva.

Língua Portuguesa 83
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APOSTILAS OPÇÃO
Ceda o lugar aos mais velhos. considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo
inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da
expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele
formação do predicado nominal. Exemplos: choque com o mundo me causara.”
A Terra é móvel.
A água está fria. Termos Integrantes da Oração
O moço anda (=está) triste.
Mário encontra-se doente. Chamam-se termos integrantes da oração os que completam
A Lua parecia um disco. a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram,
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à
Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de compreensão do enunciado. São os seguintes:
anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais - Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);
se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por - Complemento Nominal;
exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto - Agente da Passiva.
transitório: Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está doente.
(aspecto transitório). Muito desses verbos passam à categoria Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação
dos intransitivos em frases como: Era =existia) uma vez uma incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos:
princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com As plantas purificaram o ar.
dificuldades.; Parece que vai chover. “Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro)
Procurei o livro, mas não o encontrei.
Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação Ninguém me visitou.
fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam
na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplos: O objeto direto tem as seguintes características:
O homem anda. (intransitivo) - Completa a significação dos verbos transitivos diretos;
O homem anda triste. (de ligação) - Normalmente, não vem regido de preposição;
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um
O cego não vê. (intransitivo) verbo ativo: Caim matou Abel.
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) - Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto
por Caim.
Deram 12 horas. (intransitivo)
A terra dá bons frutos. (transitivo direto) O objeto direto pode ser constituído:
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto) cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto) - Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos:
Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a
objeto. tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.;
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um - Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de
A bandeira é o símbolo da Pátria. plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do
A mesa era de mármore. livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos
O mar estava agitado. meus escritos?”
A ilha parecia um monstro.
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma
constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: esfera semântica:
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
atrasado.) (Vivaldo Coaraci)
O menino abriu a porta ansioso. “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
Todos partiram alegres. Machado)
Marta entrou séria. “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado
de Assis)
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está Em tais construções é de rigor que o objeto venha
preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até acompanhado de um adjunto.
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda
estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto
verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem
os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre
coisas.; Onde está a criança que fui? principalmente:
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
um verbo transitivo. Exemplos: Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava
O juiz declarou o réu inocente. mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
O povo elegeu-o deputado. hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o
As paixões tornam os homens cegos. seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
Nós julgamos o fato milagroso. - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com
certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente aquele homem a quem na realidade também temia, como todos
se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se ali”.
ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo

Língua Portuguesa 84
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APOSTILAS OPÇÃO
construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.; impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados
“Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a adjuntos adverbiais.
um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa
eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes objetivos
companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:
duas criaturas que só tinham uma à outra”. Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas, pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço-
principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a preposição é
eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre expressa, como característica do objeto indireto: Recorro a
todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele
estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”. só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; Conto com
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti agradou ao
direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de que mais
médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a conhece.; Os
conheço desde os seus mais tenros anos”. obstáculos contra os quais luto são muitos.; As pessoas com
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro quem conto são poucas.
caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
ambos...”. Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a representado pelos substantivos (ou expressões substantivas)
pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a,
outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos com, contra, de, em, para e por.
outros.; A quantos a vida ilude!.
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar) Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto,
da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase.
livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”; Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa
“Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou a mim o destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões,
da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se incapazes de se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos,
preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição.
do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono, Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao
quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe, mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”;
lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencê- “Ah, não fosse ele surdo à minha voz!”
lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com
verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três as razões Observações: O complemento nominal representa o
ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado: recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
a clareza da frase; a harmonia da frase; a ênfase ou a força da nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de
expressão. assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor
de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas
Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
ou ênfase à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a
chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo;
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa. perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais,
O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem. obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.
“Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado)
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal: frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos
“Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era
significação dos verbos: conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”

- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma. pelos pronomes:
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): As flores são umedecidas pelo orvalho.
Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a Muitos já estavam dominados por ele.
verdade ao moço.)
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras ativa:
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. Tu o acompanharás. (voz ativa)

Observações: Há verbos que podem construir-se com dois Observações:


objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a Frase de forma passiva analítica sem complemento agente
Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.
com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é (Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara

Língua Portuguesa 85
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APOSTILAS OPÇÃO
o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos (Carlos Drummond de Andrade)
pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele “No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontramos a
pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas felicidade.” (Camilo Castelo Branco)
ruas. (certo) “No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de
nossa gente.” (Mário de Andrade)
Termos Acessórios da Oração
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome
Termos acessórios são os que desempenham na oração substantivo:
uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, Foram os dois, ele e ela.
determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância. São Só não tenho um retrato: o de minha irmã.
três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar em casa.
adverbial e aposto.
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases
Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do
os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas. sujeito:
(Meu determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
– vistosas caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de
adnominal). cores.
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos:
água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos: o Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na
mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo
este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço, pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos:
que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto; Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia;
Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade, o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc.
posse, origem, fim ou outra especificação: “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
- presente de rei (=régio): qualidade (Graciliano Ramos)
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
- fio de aço, casa de madeira: matéria vezes, está elíptico. Exemplos:
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
- homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da
- criança com febre (=febril): característica alma humana.
- aviso do diretor: agente “Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os
rochedos ásperos.” (Cabral do Nascimento) (refere-se ao sujeito
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado oculto eu).
por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor tempestade iminente.
de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir sua
o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém companhia.
ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do Um aposto pode referir-se a outro aposto:
fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
matas, cheiro de petróleo, amor de mãe. velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância é, a saber, ou da preposição acidental como:
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica
o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai,
numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial não são banhados pelo mar.
é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.;
Ele fala bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu
pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
de repente. “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
coisas.” (Raquel Jardim)
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título,
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de a coisa personificada a que nos dirigimos:
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial
de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, companhia, meio, “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto de Lourdes Teixeira)
adverbial de adjunto adnominal, de objeto indireto e de “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj. Assis)
adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.). “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
“Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio. pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso,

Língua Portuguesa 86
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APOSTILAS OPÇÃO
que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade 02. Resposta C
abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de O verbo haver (sentido de existir) é transitivo direto, seu
apelo (ó, olá, eh!): complemento é o objeto direto que na frase apresenta-se por
“dois remédios”.
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano) “O tempo e o silêncio” é o aposto explicativo de dois remédios.
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
(Graciliano Ramos) 03. Resposta D
“Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo O verbo responder é transitivo indireto, responder a alguém
Castelo Branco) ou a alguma coisa, seu completo é o objeto indireto que nesta
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da frase expressa-se por “a Nhô Augusto”.
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
04. Resposta: C
Questões Na frase há duas orações:
Oração 1: O jogador recebeu o prêmio.
01. (PC-ES – Escrivão de Polícia – FUNCAB/2013) O termo Oração 2: que fez o gol.
em destaque é adjunto adverbial de intensidade em: Na primeira oração, o sujeito do verbo “recebeu” é “jogador”.
(A) pode aprender e assimilar MUITA coisa Na segunda, o sujeito do verbo “fez” ´é o pronome relativo
(B) enfrentamos MUITAS novidades “que” que retorna ao sujeito “jogador” da primeira oração.
(C) precisa de um parceiro com MUITO caráter
(D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes 05. Resposta A
(E) assumimos MUITO conflito e confusão O verbo “anda” exprime na frase um estado do sujeito, o
estado de “tristonho”, deste modo, o vocábulo “tristonho” é o
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há predicativo do sujeito.
dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são
respectivamente:
(A) sujeito – objeto direto;
(B) sujeito – aposto;
Anotações
(C) objeto direto – aposto;
(D) objeto direto – objeto direto;
(E) objeto direto – complemento nominal.

03. (EEAR – Sargento Administração – Aeronáutica/2014).


Assinale a alternativa em que o termo destacado é objeto
indireto.
(A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário Quintana)
(B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca
teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” (Fernando
Pessoa)
(C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a sonhar
/ Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” (Alphonsus de
Guimarães)
(D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para
a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães Rosa)

04. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase


o sujeito de “fez”?
(A) o prêmio;
(B) o jogador;
(C) que;
(D) o gol;
(E) recebeu.

05. Assinale a alternativa correspondente ao período onde


há predicativo do sujeito:
(A) como o povo anda tristonho!
(B) agradou ao chefe o novo funcionário;
(C) ele nos garantiu que viria;
(D) no Rio não faltam diversões;
(E) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação.

Respostas

01. Resposta D
Os advérbios modificam os verbos, os adjetivos ou outros
advérbios e são invariáveis.
Alternativa A – Muita modifica o substantivo: coisa
Alternativa B – Muitas é um pronome adjetivo que modifica
o substantivo novidades
Alternativa C – Muito está modificando o substantivo caráter
Alternativa D – Muito é um advérbio de intensidade que
modifica o adjetivo inteligentes
Alternativa E – Muito é um pronome adjetivo que modifica o
substantivo conflito

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APOSTILAS OPÇÃO

Língua Portuguesa 88
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MATEMÁTICA (RACIOCÍNIO LÓGICO)

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APOSTILAS OPÇÃO
São números com o mesmo valor absoluto e sinais contrá-
rios.
Ex: +4 e -4 são números opostos ou simétricos.

Adição e subtração de números inteiros

Para juntar números com sinais iguais, adicionamos os valo-


res absolutos e conservamos o sinal
Números inteiros e racionais: Quando os números têm sinais diferentes, subtraímos os va-
operações (adição, subtração, lores absolutos e conservamos o sinal do maior.
multiplicação, divisão, Ex:
potenciação); expressões +5+7 = +12
-5 -7 = -12
numéricas; múltiplos e divisores +5 –7 = -2
de números naturais; problemas. -5 +7 = +2

Multiplicação e divisão de números inteiros


Números Inteiros
Para multiplicar ou dividir números inteiros efetuamos a
Os números inteiros são constituídos dos números naturais operação indicada e usamos a regra de sinais abaixo:
{0, 1, 2, ...} e dos seus simétricos {0, -1, -2, ...}. Dois números são
opostos se, e somente se, sua soma é zero. + + = + Sinais iguais, resultado positivo
- - = +
Conjunto dos Números Inteiros + - = - Sinais diferentes, resultado negativo
- + = -
São todos os números que pertencem ao conjunto dos
Naturais mais os seus respectivos opostos (negativos). Ex:
São representados pela letra Z: (+4) . (+5) = +20 (+30) : (+6 ) = +5
Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...} (-3) . (-6 ) = +18 (- 20) : (-5 ) = +4
O conjunto dos inteiros possui alguns subconjuntos, eles são: (+8) . (-3 ) = -24 (+18) : (-3 ) = -6
(-6 ) . (+5 ) = -30 ( - 15) : (+5) = -3
- Inteiros não negativos
Potenciação e radiciação de números inteiros
São todos os números inteiros que não são negativos. Logo
percebemos que este conjunto é igual ao conjunto dos números Potenciação é uma multiplicação de fatores iguais.
3
naturais. É representado por Z+: Ex: 2 = 2.2.2=8
Z+ = {0,1,2,3,4,5,6, ...} 2 é a base, 3 é o expoente e 8 é a potência
Estamos trabalhando com números inteiros, portanto pode
- Inteiros não positivos aparecer base negativa e positiva.
São todos os números inteiros que não são positivos. É re- Ex: 2
presentado por Z-: (+3) 3 = (+3) . (+3) = +9
Z- = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0} (+2 )2 = (+2) . (+2) . (+2) = +8
(-2 ) 3 = (-2 ) . (-2 ) = +4
- Inteiros não negativos e não-nulos (-2 ) = (-2 ) . (-2 ) . (-2) = -8
É o conjunto Z+ excluindo o zero. Representa-se esse Se a base é positiva o resultado é sempre positivo.
subconjunto por Z*+: Se a base é negativa e o expoente é par o resultado é positivo.
Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...} Se a base é negativa e o expoente é ímpar o resultado é ne-
Z*+ = N* gativo
- Inteiros não positivos e não nulos Importante: Todo número elevado à zero é sempre igual a 1
São todos os números do conjunto Z- excluindo o zero. Raiz quadrada de um número quadrado perfeito é um núme-
Representa-se por Z*-. ro positivo cujo quadrado é igual ao número dado.
Z*- = {... -4, -3, -2, -1}
2
Ex: 25 =5, pois 5 =25
Relação de ordem nos números inteiros
Quando estabelecemos uma relação de ordem entre dois nú- OBS:
meros, estamos identificando se eles são iguais, ou qual deles é 1. Para multiplicar 3 ou mais números inteiros, multiplica-
o maior. Observe a reta numérica. mos os valores absolutos de todos os números e contamos os
sinais negativos. Se os números de negativos for ímpar o re-
sultado terá sinal negativo, se for par o resultado será positivo.
Ex:
(-3). (-5).(+2).(-1) = -30 → 3 negativos(impar), resultado
negativo.
Dados dois números inteiros, o maior é o que estiver à di-
(-2). (-3).(+6).(-1).( -2) = +72 → 4 negativos(par), resul-
reita.
tado positivo.
Ex: -1 é maior que -3, 4 é maior que zero
2. Para eliminar parênteses usamos a mesma regra de sinais
da multiplicação e da divisão.
Módulo ou valor absoluto
Ex:
É o número sem considerar o seu sinal. Para indicar
-(+4) = -4
módulo escrevemos o número entre barras.
-(-5) = +5
Ex: − 3 = 3 +5 =5
Expressões Numéricas em Z
Números opostos ou simétricos
Para resolver uma expressão numérica devemos obedecer a
seguinte ordem:

Matemática (Raciocínio Lógico) 1


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APOSTILAS OPÇÃO
1º) Resolver as potenciações e radiciações na ordem em que A média aritmética simples de 5 números inteiros positivos
aparecem e consecutivos é 6. O quociente obtido pelo produto destes nú-
2º) Resolver as multiplicações e divisões na ordem em que meros dividido pela soma dos mesmos será: 
elas aparecem (A) 1          
3º) Resolver as adições e subtrações na ordem em elas apa- (B)2,72
recem (C) 11      
Há expressões em que aparecem os sinais de associação que (D)224
devem ser eliminados na seguinte ordem:
1º) ( ) parênteses 04(SAEG-  Auxiliar de Serviços Administrativos - Finan-
2º) [ ] colchetes ceiro-VUNESP-2015)
3º) { } chaves Multiplicando-se por 20 a diferença entre os números natu-
rais x e y obtém-se 1 600.
Calcular o valor das expressões : Se y é igual a 4 ⁄ 5 x , então (x + y) vale
1°) exemplo (A)720.
(B)700.
(-3)² - 4 - (-1) + 5² (C)680.
9 – 4 + 1 + 25 (D)650.
5 + 1 + 25 (E)620.
6 + 25
31 05(MANAUSPREV- ANALISTA PREVIDENCIÁRIO - TECNO-
LOGIA DA INFORMAÇÃO-FCC-2015)Excetuando-se o 1, sabe-
2°) exemplo -se que o menor divisor positivo de cada um de três números na-
15 + (-4) . (+3) -10 turais diferentes são, respectivamente, 7; 3 e 11. Excetuando-se
15 – 12 – 10 o próprio número, sabe-se que o maior divisor de cada um dos
três números naturais já citados são, respectivamente, 11; 17 e
3 – 10 13. A soma desses três números naturais é igual a
-7 (A)271.
(B)159.
3°) exemplo (C)62.
(D)303.
5² + √9 – [(+20) : (-4) + 3] (E)417.
25 + 3 – [ (-5) +3 ]
25 + 3 - [ -2] Respostas
25 +3 +2 01. Resposta: D.
Pelo enunciado temos que:
28 + 2 ABCD-E   =     3742-E
30 (3 x 1) + (7 x 2) + (4 x 3) + (2 x4 )  / 11
Questões 3 + 14 + 12 + 8  / 11
37 /11 
01. (PREFEITURA DE NOVA FRIBURGO – RJ-ENGENHEIRO 33 inteiros e 4 de resto
DE SEGURANÇA DO TRABALHO-EXATUS-2015)
A matrícula dos funcionários de uma empresa é formada 02Resposta: A.
por cinco dígitos numéricos, sendo o último, denominado dígito Unindo os conjuntos  A e C temos: 22,26,28,30,32,38,39
verificador, ou seja, a matrícula é um código do tipo “ABCD-E”. Unindo os conjuntos B e D temos: 26,28,32,34,38,48,58
Agora  a interseção(significa que devem iguais os números
Sabe-se que os quatro primeiros dígitos são gerados aleatoria- do conjunto), sendo assim, temos: 26,28,32,38
mente e o dígito verificador é gerado da seguinte maneira: 
03Resposta: D.
- multiplica-se o número “A” por 1, “B” por 2, “C” por 3 e “D” Para obter a média , temos a fórmula simples:
por 4.  m = (soma dos números)
- soma-se esses produtos e divide por 11.        ________________                          
- toma-se o resto dessa divisão como dígito verificador.               quantidade
O funcionário João da Silva possui matrícula “3742-E”. Assim, é
correto afirmar que o dígito verificador representado por “E” na 6 = x + (x+1) + (x+2) + (x+3) + (x+4)/5 ( como são números
consecutivos    X + X+1....)
matrícula do funcionário João da Silva é igual a:   6 = x + x+1 + x+2 + x+3 + x+4 /5
                     MULTIPICANDO EM CRUZ (5 X 6 = 30)
(A)1. 30 = 5x + 10
(B)2. 5x = 30 - 10
(C)3. 5x = 20
(D)4. x = 20/5
x=4
02(PREFEITURA DE RECIFE - PEPROVA: AGENTE DE SE- os números são: 4, 5 , 6, 7 e 8. O quociente obtido pelo pro-
GURANÇA MUNICIPAL - GUARDA MUNICIPAL-IPAD) Conside- duto destes números dividido pela soma dos mesmos
produto= 4 x 5 x 6 x 7 x 8 = 6720   soma 4 + 5 + 6 + 7 + 8 = 30
re os seguintes conjuntos numéricos: produto dividido pela soma = 6720:30 = 224
A = {22,26,28,30};  04 Resposta: A.
B = {26,28,32,34};  Pelo enunciado temos que:
C = {28,32,38,39};  20.(x-y)=1600 e y=4x/5
D = {28,38,48,58} substituindo na equação:
20.(x-4x/5) = 1600
Então; o conjunto E, tal que E=(A ∪ C)∩(B ∪ D), e: 20. x/5 = 1600
(A){26,28,32,38}. x=400
y=4.400/5    
(B){28}.  y=320
(C){28,38} Portanto:
(D){26,28}. X+Y=720
(E){22,26,28}. Parte superior do formulário

03(PREFEITURA DE TAUBATÉ – SP-OFICIAL DE ADMINIS- 05 Resposta: A


TRAÇÃO- PUBLICONSULT-2015) Desta forma pode-se estabelecer a relação:

Matemática (Raciocínio Lógico) 2


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APOSTILAS OPÇÃO
x/7 = 11 --> 77
y/3 = 17 --> 51
z/11 = 13 --> 143
x + y + z = 271

NÚMEROS RACIONAIS
m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , Aproveitando o exemplo acima temos 0,333... = 3. 1/101 + 3
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente . 1/102 + 3 . 1/103 + 3 . 1/104 ...
de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão
de m por n. Representação Fracionária dos Números Decimais
Como podemos observar, números racionais podem ser
obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão pela Trata-se do problema inverso: estando o número racional
qual, o conjunto de todos os números racionais é denotado por escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a notação: fração. Temos dois casos:
Q = { m : m e n em Z, n diferente de zero} 1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador
n é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto
pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas
decimais do número decimal dado:
9
0,9 =
10
57
5,7 = 10

76
0,76 =
100

3,48 =
348
100
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
5 1
- Q* = conjunto dos racionais não nulos; 0,005 = =
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos; 1000 200
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos; 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos; tanto, vamos apresentar o procedimento através de alguns
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos. exemplos:

Representação Decimal das Frações Exemplos:


p 1) Seja a dízima 0, 333....
Tomemos um número racional q , tal que p não seja múltiplo Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo
de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão 3)  então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no
do numerador pelo denominador. numerador o período.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2 = 0,4
5
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
1 = 0,25 2) Seja a dízima 5, 1717.... 9
4 O período que se repete é o 17, logo dois noves no
35 denominador (99). Observe também que o 5 é a parte inteira,
4 = 8,75 logo ele vem na frente:

153
50
= 3,06 512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração
99
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente
Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas: Neste caso para transformarmos uma dízima periódica sim-
ples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador
1
= 0,333... para cada quantos dígitos tiver o período da dízima.
3

3) Seja a dízima 1, 23434...


1
= 0,04545...
2 O número 234 é a junção do ante período com o período.
Neste caso temos um dízima periódica é composta, pois existe
167 uma parte que não se repete e outra que se repete. Neste caso
= 2,53030...
6 temos um ante período (2) e o período (34). Ao subtrairmos
deste número o ante período(234-2), obtemos 232, o
Existem frações muito simples que são representadas por numerador. O denominador é formado por tantos dígitos 9 – que
formas decimais infinitas, com uma característica especial: correspondem ao período, neste caso 99(dois noves) – e pelo
existe um período. dígito 0 – que correspondem a tantos dígitos tiverem o ante
período, neste caso 0(um zero).

Matemática (Raciocínio Lógico) 3


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APOSTILAS OPÇÃO
Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito
na forma de uma fração, definimos o produto de dois números
racionais a e c , da mesma forma que o produto de frações,
através de:b d
a x c = ac
b d bd

O produto dos números racionais a/b e c/d também pode ser


indicado por a/b × c/d, a/b.c/d . Para realizar a multiplicação de
números racionais, devemos obedecer à mesma regra de sinais
que vale em toda a Matemática:
Podemos assim concluir que o produto de dois números
611 com o mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números
Simplificando por 2, obtemos x = , a fração geratriz da
dízima 1, 23434... 495 com sinais diferentes é negativo.

Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que (+1) x (+1) = (+1)


representa esse número ao ponto de abscissa zero. (+1) x (-1) = (-1)
(-1) x (+1) = (-1)
(-1) x (-1) = (+1)

 Propriedades da Adição e Multiplicação de Números


Racionais
1) Fechamento: O conjunto Q é fechado para a operação de
adição e multiplicação, isto é, a soma e a multiplicação de dois
números racionais ainda é um número racional.
2) Associativa da adição: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c )
=(a+b)+c
3) Comutativa da adição: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
Exemplos: 3 3 3
3 4) Elemento neutro da adição: Existe 0 em Q, que adicionado
1) Módulo de – é . Indica-se − 2 =
2 2 2 a todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
5) Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal que
3 3 3 3 q + (–q) = 0
2) Módulo de + é . Indica-se + =
2 2 2 2 6) Associativa da multiplicação: Para todos a, b, c em Q: a × (
b×c)=(a×b)×c
3 3 7) Comutativa da multiplicação: Para todos a, b em Q: a × b
Números Opostos: Dizemos que – 2 e 2 são números
=b×a
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do
8) Elemento neutro da multiplicação: Existe 1 em Q, que
outro. As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero da reta
2 2 multiplicado por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:
são iguais.
q×1=q
9) Elemento inverso da multiplicação: Para todo q = a em
Inverso de um Número Racional
Q, q diferente de zero, existe : b

q-1 = b em Q: q × q-1 = 1 a x b =1
a b a
Representação geométrica dos Números Racionais
10) Distributiva da multiplicação: Para todos a, b, c em Q: a ×
(b+c)=(a×b)+(a×c)
 Divisão(Quociente) de Números Racionais
A divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem
é: p ÷ q = p × q-1
infinitos números racionais.

Soma (Adição) de Números Racionais


Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito
na forma de uma fração, definimos a adição entre os números
Potenciação de Números Racionais
racionais a e c , da mesma forma que a soma de frações,
A potência qn do número racional q é um produto de n
através de:b d
fatores iguais. O número q é denominado a base e o número n
a + c = ad + bc é o expoente.
b d bd qn = q × q × q × q × ... × q,    (q aparece n vezes)

Exemplos:
Subtração de Números Racionais
3
2 2 2
a)  2  =   .   .   =
8
A subtração de dois números racionais p e q é a própria
operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: p – q  5 5 5 5 125
1  1  1= 1
3
= p + (–q)
b)  − 1  =  −  .  −  . −  −
 2  2  2  2 8
a - c = ad − bc
b d - Propriedades da Potenciação:
bd
1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
Multiplicação (Produto) de Números Racionais

Matemática (Raciocínio Lógico) 4


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APOSTILAS OPÇÃO
0 número zero ou um número racional positivo. Logo, os números
 2 =1 racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
+  10
 5 O número − 1009 não tem raiz quadrada em Q, pois tanto −
como + 10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 . 3
2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base. 3 9
1 Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
 9 = 9 conjunto dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.
−  −
 4 4 2
O número 3 não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
3) Toda potência com expoente negativo de um número número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
racional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base 3
igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do Questões
expoente anterior.
2−2 01. (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS
 3  =  5  = 25 OPERACIONAIS – MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos
−  − 
 5  3 9 alunos tem a língua portuguesa como disciplina favorita, 9/20
têm a matemática como favorita e os demais têm ciências como
4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal favorita. Sendo assim, qual fração representa os alunos que têm
da base. ciências como disciplina favorita?
(A) 1/4
 2  =  2  .  2  .  2  =
3 8
  (B) 3/10
 3 3 3 3 27 (C) 2/9
(D) 4/5
5) Toda potência com expoente par é um número positivo. (E) 3/2
2
 1 =  1  1 = 1
−  −  . −  02. (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM) Dirce
 5  5  5  25 comprou 7 lapiseiras e pagou R$ 8,30, em cada uma delas. Pagou
com uma nota de 100 reais e obteve um desconto de 10 centavos.
6) Produto de potências de mesma base. Para reduzir Quantos reais ela recebeu de troco?
um produto de potências de mesma base a uma só potência, (A) R$ 40,00
conservamos a base e somamos os expoentes. (B) R$ 42,00
2+3 5 (C) R$ 44,00
 2  .  2  =  2 . 2 . 2 . 2 . 2  =  2  2
2 3

    =  (D) R$ 46,00
5 5 5 55 5 5 5 5 (E) R$ 48,00

7) Quociente de potências de mesma base. Para reduzir 03. (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERACIONAL
um quociente de potências de mesma base a uma só potência, – VUNESP/2013) De um total de 180 candidatos, 2/5 estudam
conservamos a base e subtraímos os expoentes. inglês, 2/9 estudam francês, 1/3estuda espanhol e o restante
3 3 3 3 3 estuda alemão. O número de candidatos que estuda alemão é:
5 2 . . . . 5− 2 3
3 3 3 3 (A) 6.
  :  = 2 2 2 2 2 =   =  
2 2 3 3 2 2 (B) 7.
. (C) 8.
2 2
(D) 9.
8) Potência de Potência. Para reduzir uma potência de (E) 10.
potência a uma potência de um só expoente, conservamos a base
e multiplicamos os expoentes. 04. (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERACIONAL
– VUNESP) Em um estado do Sudeste, um Agente de Apoio
3 Operacional tem um salário mensal de: salário­base R$ 617,16 e
 1  2  2 2
1 1 1
2
1
2+ 2+ 2
1
3+ 2
1
6
uma gratificação de R$ 185,15. No mês passado, ele fez 8 horas
   =   .  .  =   =  = 
extras a R$ 8,50 cada hora, mas precisou faltar um dia e foi
 2   2 2 2 2 2 2
descontado em R$ 28,40. No mês passado, seu salário totalizou
ou (A) R$ 810,81.
(B) R$ 821,31.
3
 1  2  3.2 6 (C) R$ 838,51.
1 1
   =   =   (D) R$ 841,91.
 2   2 2 (E) R$ 870,31.

05. (Pref. Niterói) Simplificando a expressão abaixo


Radiciação de Números Racionais
Se um número representa um produto de dois ou mais
fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número. Obtém-se :
(A) ½
Exemplos: (B) 1
1 2 (C) 3/2
1) 9 Representa o produto 1 . 1 ou  1  .Logo, 1 é a raiz (D) 2
quadrada de 1 . 3 3 3 3 (E) 3
9
Respostas
Indica-se 1= 1 01. Resposta: B.
9 3 Somando português e matemática:

2) 0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo,


0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6.
O que resta gosta de ciências:
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o

Matemática (Raciocínio Lógico) 5


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APOSTILAS OPÇÃO
ce nas fatorações. O resultado é o MMC procurado:
MMC 8, 12, 28 = 23 ∙ 31 ∙ 71 = 168
Dispositivo prático para calcular o MMC de dois ou mais
números.
02. Resposta: B.  O procedimento acima tem a seguinte forma prática de
execução:
Como recebeu um desconto de 10 centavos, Dirce pagou 58 1. Alinhamos os três números, 8, 12 e 28, e dividimos todos
reais os números que podem ser divididos pelo primeiro primo 2. Na
Troco:100 – 58 = 42 reais linha de baixo anotamos cada quociente obtido:

03. Resposta: C.

Mmc(3,5,9)=45
2. Repetimos esse procedimento sucessivamente com o 2,
depois com o 3 e, depois com o 7, até que a última linha só con-
tenha algarismos 1:
O restante estuda alemão: 2/45

04. Resposta: D.

3. Agora, multiplicamos todos os fatores pri-


Salário foi R$ 841,91. mos na coluna da direita, obtendo o MMC procurado:
MMC 8, 12, 28 = 2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 3 ∙ 7 = 168
05. Resposta: B.
1,3333...= 12/9 = 4/3 Propriedade fundamental do MMC.
1,5 = 15/10 = 3/2  Todo múltiplo comum de dois ou mais números inteiros é
múltiplo do MMC destes números.
Exemplo: os múltiplos comuns positivos de 8, 12 e 28 são
exatamente os múltiplos positivos de 168, o seu MMC, ou seja,
são 168, 336, 504,...
Exemplo: encontre o menor número inteiro positivo de três
MMC - Mínimo Múltiplo Comum algarismos que é divisível, ao mesmo tempo, por 3, 4 e 15.

O mínimo múltiplo comum, de dois ou mais números in- Solução: pela propriedade fundamental do MMC, o núme-
teiros é o menor múltiplo inteiro positivo comum a todos eles. ro desejado será o menor número de três algarismos múltiplo
Por exemplo, o MMC de 6 e 8 é o 24, e denotamos isso do MMC de 3, 4 e 15.
por mmc 6, 8 = 24  Como MMC 3, 4, 15 = 60, então o menor múltiplo de três
Já o MMC de 5, 6 e 8 é o 120, o que é denotado por MMC 5, algarismos é o 120.
6, 8 = 120.
O MMC é muito útil quando se adicionam ou subtraem fra- MDC – Máximo Divisor Comum
ções, pois é necessário um mesmo denominador comum du-
rante esses processos. Não é necessário que esse denominador MDC – O máximo divisor comum de dois ou mais números
comum seja o MMC, mas a sua escolha minimiza os cálculos. é o maior número que é divisor comum de todos os números
Considere o exemplo: dados.
326 + 18 = 656 + 756 = 1356, onde o denominador 56 foi
usado porque MMC 28, 8 = 56. Regra geral para calcular o MDC de dois ou mais núme-
ros.
Regra prática para calcular o MMC de dois números.   O procedimento geral para o cálculo do MDC, como no caso
Para calcular o MMC entre 28 e 8, fazemos o seguinte: do MMC, envolve a decomposição primária de cada número. Por
1. Reduzimos a fração 288 aos seus menores termos: exemplo, para calcular o MMC de 30, 54 e 72, fazemos o seguinte: 
288 = 72. 1. Realizamos a decomposição primária de cada número:
2. Multiplicamos em cruz a expressão obtida: 30 = 21 ∙ 31∙ 51
28 x 2 = 8 x 7 = 56 36 = 22 ∙ 32
3. O valor obtido é o MMC procurado: MMC 28, 8 = 56. 72 = 23 ∙ 32
2. Em seguida, multiplicamos os fatores primos comuns ele-
Regra geral para calcular o MMC de dois ou mais núme- vados à menor potência com que cada um aparece nas fatora-
ros. ções. O resultado é o MDC procurado:
MMC 30, 36, 72 = 21 ∙ 31 = 6
 O procedimento geral para o cálculo do MMC envolve a de-
composição primária de cada número. Por exemplo, para calcu- Dispositivo prático para calcular o MDC de dois ou mais
lar o MMC de 8, 12 e 28, fazemos o seguinte:  números. 
1. Realizamos a decomposição primária de cada número: O procedimento acima tem a seguinte forma prática de exe-
8 = 23 cução:
12 = 22 ∙ 31 1. Alinhamos os três números, 30, 36 e 72, e dividimos todos
28 = 22 ∙ 71 os números que podem ser divididos pelo primeiro primo 2. Na
2. Em seguida, multiplicamos cada fator pri- linha de baixo anotamos cada quociente obtido:
mo elevado à maior potência com que apare-

Matemática (Raciocínio Lógico) 6


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APOSTILAS OPÇÃO
Questões

01(PREFEITURA DE SUZANO – SP-  PROFESSOR DE


EDUCAÇÃO BÁSICA-VUNESP-2015)
O máximo divisor comum de 18 e N é 6. Sabendo-se que o
mínimo múltiplo comum de 18 e N é 36, é correto afirmar que o
2. Repetimos esse procedimento com o próximo primo que produto 18N é igual a
divida os três quocientes e, assim, sucessivamente, até que não (A)Parte superior do formulário
hajam mais primos comuns: 162.
(B)180.
(C) 198.
(D)216.
(E)234.

02(UFMT- AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO-UFMT)
3. Agora, multiplicamos todos os fatores primos na coluna da Segundo a revista Exame, de 16/04/2014, o sistema ferro-
direita, obtendo o m.d.c. procurado: MDC 30, 36, 72 = 2 ∙ 3 = 6 viário brasileiro está aquém das necessidades do país, e, além
disso, os trens brasileiros também são lentos. A figura abaixo
O algoritmo de Euclides para o cálculo do MDC de dois apresenta a velocidade média (adaptada) nas ferrovias, em qui-
números lômetros por hora, dos sistemas ferroviários da China, dos Esta-
dos Unidos e do Brasil. 
Para o cálculo do MDC de dois números, existe um dispositi-
vo extremamente rápido e econômico. Trata-se do algoritmo de
Euclides, que descrevemos, agora, para calcular o MDC de 305
e 360.

1. Dividimos o maior número, 360, pelo menor, 305, obtendo


resto 55, posicionando o resto abaixo do divisor:360 305 55

2. Em seguida, transportamos o resto 55 para o lado direi- Qual é o quociente da divisão do mínimo múltiplo comum
to de 305 e dividimos o 305 por 55, posicionando o novo resto (MMC) das velocidades médias dos sistemas ferroviários da Chi-
abaixo do 55: na, dos Estados Unidos e do Brasil pela velocidade média do sis-
tema ferroviário no Brasil/?
(A)15
(B)24
(C)12
(D)20

3. Repetimos esse procedimento, transportando o novo res- 03(PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB)
to 30 para o lado direito de 55 e dividimos o 55 por 30, posicio- Marcelo é encarregado de dividir as entregas da empresa em
nando o novo resto abaixo do 30. E continuamos assim, sucessi- que trabalha. No início do seu turno, ele observou que todas as
vamente, até obter o primeiro resto 0: entregas do dia poderão ser divididas igualmente entre 4, 6, 8,
10 ou 12 entregadores, sem deixar sobras.
Assinale a alternativa que representa o menor número de
entregas que deverão ser divididas por ele nesse turno.
(A) 48
(B) 60
(C) 80
4. O penúltimo resto obtido, ou seja, o resto anterior ao pri- (D) 120
meiro resto 0, é o m.d.c. dos dois números iniciais: MDC (305, (E) 180
360) = resto anterior ao 0 = 5.
04(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP –
Números primos entre si ou primos relativos. AGENTE DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP)
Dois números inteiros são ditos primos entre si, ou primos Em janeiro de 2010, três entidades filantrópicas (sem fins
relativos, se o m.d.c. entre eles é 1. É o caso de 10 e 21. Como mdc lucrativos) A, B e C, realizaram bazares beneficentes para arre-
(10, 21) = 1, então 10 e 21 são primos entre si. cadação de fundos para obras assistenciais. Sabendo-se que a
entidade A realiza bazares a cada 4 meses (isto é, faz o bazar em
Propriedade fundamental do MDC.  janeiro, o próximo em maio e assim sucessivamente), a entidade
Todo divisor comum de dois ou mais números inteiros é di- B realiza bazares a cada 5 meses e C, a cada 6 meses, então a
visor do MDC destes números. próxima vez que os bazares dessas três entidades irão coincidir
no mesmo mês será no ano de
Exemplo: 3 é divisor comum de 30, 36 e 72. Observe que 3 (A) 2019.
também é divisor de 6, o MDC destes três números. (B) 2018.
(C) 2017.
Exemplo: (D) 2016.
Vamos determinar o MMC e o MDC entre os números 80 e (E) 2015.
120.
05(PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB)
80 = 2 * 2 * 2 * 2 * 5 = 24 * 5 Osvaldo é responsável pela manutenção das motocicletas,
120 = 2 * 2 * 2 * 3 * 5 = 2³ * 3 * 5 dos automóveis e dos caminhões de sua empresa. Esses veículos
são revisados periodicamente, com a seguinte frequência:
MMC (80; 120) = 24 * 3 * 5 = 240 Todas as motocicletas a cada 3 meses;
MDC (80; 120) = 2³ * 5 = 40 Todos os automóveis a cada 6 meses;
Todos os caminhões a cada 8 meses.
Se todos os veículos foram revisados, ao mesmo tempo, no

Matemática (Raciocínio Lógico) 7


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APOSTILAS OPÇÃO
dia 19 de maio de 2014, o número mínimo de meses para que
todos eles sejam revisados juntos novamente é:
(A) 48
(B) 32
(C) 24
(D) 16
(E) 12         
Respostas Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm
denominadores iguais, conservamos o denominador comum e
01 Resposta : D somamos ou subtraímos os numeradores.
Aplica-se uma propriedade entre MMC e MDC:
Outro Exemplo:
MMC (a,b) x MDC (a,b) = a .b
3 5 7 3+5−7 1
Pelo enuniciado vertifica-se que: + − = =
2 2 2 2 2
MDC (18, N) = 6
MMC (18,N) = 36
2º) denominadores diferentes
18 x N = ?
         Para somar frações com denominadores diferentes, uma
solução é obter frações equivalentes, de denominadores iguais
Aplicando a propriedade...
ao mmc dos denominadores das frações.
18 N = 6 x 36
Portanto:
Exemplo:
18 N = 216
3 5
Calcular o valor de 8 + 6 . Inicialmente, devemos reduzir as
02 Resposta : D
frações ao mesmo denominador comum:
Faz-se o MMC
50,40,30      2 3 5 = 9 20
mmc (8,6) = 24 + +
25,20,15      2 8 6 24 24
25,10,15    2
24 : 8 . 3 = 9
25,5,15         3
24 : 6 . 5 = 20
25,5,5 5
5,1,1 5
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso,

simplificando o resultado, quando possível:
1,1,1 (2.2.2.3.5.5)=600

600/30=20 9 20 = 9 + 20 29
+ =
24 24 24 24
03 Resposta : D
Faz-se o MMC
Portanto: 3 + 5 = 9 + 20 9 + 20 = 29
(4, 6, 8, 10, 12) = 120
8 6 24 24 = 24 24
04 Resposta : E
Faz-se o MMC
Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm os
(4, 5, 6) = 60
denominadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações ao
Divide-se por 12 para saber a quantidade em anos:
menor denominador comum, após o que procedemos como no
60 meses / 12 = 5 anos
primeiro caso.
Pelo enunciado tem-se:
Portanto, 2010 + 5 = 2015
Multiplicação
05 Resposta : C
Na  multiplicação de números fracionários, devemos
Faz-se o MMC
multiplicar numerador por numerador, e denominador por
(3, 6, 8) = 24 meses
denominador, assim como é mostrado nos exemplos abaixo:
Frações e operações com
frações.

Expressa um número não inteiro, ou seja, uma fração. A


fração é composta de um numerador e um denominador, e
este último indica em quantas partes o numerador está sendo     
dividido. O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
numerador é o produto dos numeradores e cujo denominador é
Adição e Subtração o produto dos denominadores das frações dadas.
    Para operações envolvendo fração, temos que analisar dois 2 4 7 2.4.7 56
Outro exemplo: . . = =
casos: 3 5 9 3.5.9 135
Observação: Sempre que possível, antes de efetuar a
1º) denominadores iguais multiplicação, podemos simplificar as frações entre si, dividindo
         Para somar frações com denominadores iguais, os numeradores e os denominadores por um fator comum. Esse
basta somar os numeradores e conservar o denominador. processo de simplificação recebe o nome de cancelamento.
         Para subtrair frações com denominadores iguais,
basta subtrair os numeradores e conservar o denominador. 21 . 4 . 9 3 12
        Exemplo: 31 5 10 5 = 25

Matemática (Raciocínio Lógico) 8


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Divisão Exemplos
    Na divisão de números fracionários, devemos multiplicar
a primeira fração pelo inverso da segunda, como é mostrado no
exemplo abaixo: 1) 

2) 

  Quando o expoente é zero ou um


Duas frações são inversas ou recíprocas quando o numerador Convencionou-se dizer que:
de uma é o denominador da outra e vice-versa.

Exemplo      
2 3 I – Todo número real não nulo, seja ele fracionário ou não,
é a fração inversa de
3 2 elevado a 1 é igual a ele próprio.
5 1 II – Todo número real elevado a zero é igual a 1.
5 ou é a fração inversa de
1 5
Considere a seguinte situação: Exemplo
3) Qual é o valor de   ?
4  
Lúcia recebeu de seu pai os 5 dos chocolates contidos em
uma caixa. Do total de chocolates recebidos, Lúcia deu a terça
parte para o seu namorado. Que fração dos chocolates contidos
na caixa recebeu o namorado de Lúcia?
Multiplicando ou dividindo potências de bases iguais
A solução do problema consiste em dividir o total de
chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, 4 : 3. •Para multiplicar potências de mesma base, con-serve a base
5 e some os expoentes.
1
Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular desse
algo. 3 • Para dividir potências de mesma base, conserve a base e
subtraia os expoentes.
4 1 4
Portanto: : 3 = de
5 3 5 Exemplos
(Para resolver as potências e , proceda como nos
1 4 1 4 4 1 4 4 3 4 1 exemplos anteriores).
Como de = . = . , resulta que : 3 = 5 : = 5 . 3
3 5 3 5 5 3 5 1
São frações inversas 4) Determine o produto .

3 1
Observando que as frações e são frações inversas,
1 3
podemos afirmar que:
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira
pelo inverso da segunda. 5) Qual é o quociente da divisão ?
4 4 3 4 1 4
Portanto : 3 = : 1 = 5 . 3 = 15
5 5
4
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu do total de
15 • Potencia de uma potência
chocolates contidos na caixa.
potência de uma potência, conserve a base e multiplique os
4 8 41 5 5 expoentes.
Outro exemplo: : = . =
3 5 3 82 6 Exemplo
Observação: 6) Dada a potência  , determine o seu quadrado.
3
2 3 1
Note a expressão: 1 . Ela é equivalente à expressão 2 : 5 .
3 5
2
1 3 1 3 5 15 Expoentes negativos
Portanto 5 = : = . = Resolva potências de expoentes negativos utilizando a ideia
2 5 2 1 2
de inverso. Veja o conceito a seguir.
Potenciação

Na potenciação, quando elevamos um número fracionário


a um determinado expoente, estamos elevando o numerador e Exemplos
o denominador a esse expoente, conforme  os exemplos abaixo: 7) Resolva:

a) 

b) 

    

Matemática (Raciocínio Lógico) 9


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Radiciação
Na radiciação, quando aplicamos a raiz quadrada a um
número fracionário, estamos aplicando essa raiz ao numerador
e ao denominador.
Logo:
3º Caso:
    Potenciação de Radicais
- O denominador possui uma destas formas:
Observando as potencias, temos que:
 ,  ou  
Neste caso, basta multiplicar o numerador e o denominador
pelo *conjugado de denominador. Assim, obteremos o produto
pela diferença, que resulta na diferença de dois quadrados.
*Conjugado:
    De modo geral, para se elevar um radical a um dado Expressão Conjugado
expoente, basta elevar o radicando àquele expoente. Exemplos:

Divisão de Radicais Exemplo:


Segundo as propriedades dos radicais, temos que:

Questões
   
01(PREFEITURA DE CATOLÉ DO ROCHA – PB-AUXILIAR
DE SERVIÇOS GERAIS (ASG)-COMVEST-UEPB-2015)
A ordem crescente correta das frações 2/3, 1/2, 1/4 é :
    (A)1/4, 1/2 , 2/3
    De um modo geral, na divisão de radicais de mesmo índice, (B)1/2 , 2/3 , 1/4
mantemos o índice e dividimos os radicais: Exemplos: (C)1/4, 2/3, 1/2
(D)1/2, 1/4, 2/3
(E)2/3, 1/2 , 1/4

    : = 02(MGS-  NÍVEL FUNDAMENTAL INCOMPLETO-


IBFC-2015) O resultado da soma entre as frações 3/11 e 4/11 é:
Se os radicais forem diferentes, devemos reduzi-los ao (A)7/22
mesmo índice e depois efetue a operação. Exemplos: (B)33/44
(C)12/11
(D)7/11

    03(PREFEITURA DE PARACURU – CE-AGENTE


COMUNITÁRIO DE SAÚDE-CETREDE-2015)
Racionalização de denominadores A fração 70/100 pode ser representada, também, como
(A)7
Existem frações cujo denominador é irracional. Como: (B)0,7
(C)0,07
(D)0,007
  ,    ,   (E) 0,001

Para facilitar os cálculos, é conveniente transformá-las em 04(PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS – RJ-AGENTE
uma outra, equivalente, de denominador racional. ADMINISTRATIVO- INSTITUTO AOCP-2015)
1º Caso: Dos funcionários de um determinado setor de uma empresa,
- O denominador é da forma . Neste caso, basta 1/2 irão votar no candidato A para a coordenação e 2/5 irão votar
multiplicar o numerador e o denominador por . no candidato B. Sabendo disso, qual é a fração de funcionários
que NÃO irá votar em nenhum desses dois candidatos?
(A)3/5
(B)1/5
(C)1/2
Ex: (D)9/10
(E)1/10

05(EBSERH-  TÉCNICO EM ENFERMAGEM- INSTITUTO


      AOCP-2015)
2º caso: Eu e meus três irmãos colhemos uma sacola de laranjas
- O denominador é da forma onde n>2. Neste caso, e dividimos a quantidade igualmente entre nós quatro.
devemos multiplicar o numerador e o denominador por um fator, Infelizmente, um terço das laranjas que ficaram para mim
de modo a tornar no denominador, o expoente do radicando estavam estragadas. Em relação ao total de laranjas, qual fração
igual ao índice do radical. representa as minhas laranjas estragadas?
Ex:   » Fator racionalizante= (A)1/3
(B)3/4
(C)1/7
(D)2/7
(E)1/12

Matemática (Raciocínio Lógico) 10


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APOSTILAS OPÇÃO
Respostas

01Resposta :A
Para resolver a questão, deve- se solucionar as frações da
seguinte maneira:
1:4 = 0,25
1:2 = 0,5
2:3 = 0,66...

02 Resposta :D
Para somar as frações com denominadores iguais,soma- se
os numeradores , ou seja: Exemplo 3
3/11 +4/11 =7/11 Para percorrer 300 km, um carro gastou 30 litros de com-
bustível. Nas mesmas condições, quantos quilômetros o carro
03 Resposta :B percorrerá com 60 litros? E com 120 litros? 
70 / 100 ---  (Basta andar 2 casas à esquerda do 70)=  0,7

04 Resposta :E
Pelo enunciado temos que:
candidato A: 1/2 ---- 1/2 x 100 = 100/2 = 50 %
candidato B: 2/5 ---- 2/5 x 100 = 200 / 5 = 40 %

Como 90 % votaram em A ou B, 10 % não votaram em


nenhum desses candidatos, pois o total é 100%
Em fração 10% (10/100) equivale =1/10

05 Resposta :E Exemplo 4
Pelo enunciado, podemos fazer as seguinte nomeações: Observe a tabela abaixo que relaciona o preço que tenho que
pagar em relação à quantidade de pães que pretendo comprar:
Sacola de laranja = X
Cada um recebe = X / 4 N° de pães 1 2 5 10 20 50
Laranjas estragadas = 1/3
Preço 0,50 1,00 2,50 5,00 10,00 25,00
--------------------------------------------------
Multiplicando –se as frações:
Preço e quantidade de pães são grandezas diretamente pro-
porcionais. Portanto se compro mais pães, pago mais, se com-
x 1 x
pro menos pães, pago menos. Observe que quando dividimos o
----- . ----- = ----
preço pela quantidade de pães obtemos sempre o mesmo valor.
4 3 12
Propriedade: Em grandezas diretamente proporcionais, a
razão é constante.
Números e grandezas
Preço e quantidade de pães são grandezas diretamente pro-
proporcionais: razões e porcionais. Portanto se compro mais pães, pago mais, se com-
proporções; divisão em partes pro menos pães, pago menos. Observe que quando dividimos o
proporcionais; regra de três; preço pela quantidade de pães obtemos sempre o mesmo valor.
porcentagem e problemas. Propriedade: Em grandezas diretamente proporcionais, a
razão é constante.

Grandezas Inversamente Proporcionais:


Grandeza1:
Duas grandezas são ditas inversamente proporcionais quan-
Definição: É uma relação numérica estabelecida com
do uma aumenta e a outra diminui na mesma proporção, ou seja,
um objeto. Assim, a altura de uma árvore, o volume de
o que você fizer com uma acontecerá o inverso com a outra.
um tanque, o peso de um corpo, a quantidade pães, entre
Exemplo:
outros, são grandezas. , ou seja, grandeza é tudo que você
1. Numa viagem, quanto maior a velocidade média no per-
pode contar, medir, pesar, enfim, enumerar.
Podem ser divididas em: curso, menor será o tempo gasto. Quanto menor for a velocidade
Grandezas Diretamente Proporcionais: média, maior será o tempo gasto. Observe a tabela abaixo que
Duas grandezas são diretamente proporcionais, quando as relaciona a velocidade média e o tempo de viagem, para uma
duas aumentam na mesma proporção ou as duas diminuem na distância de 600 km.
mesma proporção, ou seja, o que você fizer com uma acontecerá Veloc.Média km/h 60 100 120 150
com a outra.
Tempo (h) 10 6 5 4
Exemplo 1
Numa receita de pudim eu uso duas latas de leite condensa- Velocidade média e Tempo de viagem são grandezas inversa-
do, 6 ovos e duas latas de leite, para uma receita. Para fazer duas mente proporcionais, assim se viajo mais depressa levo um tem-
receitas do mesmo pudim terei que dobrar a quantidade de cada po menor, se viajo com menor velocidade média levo um tempo
ingrediente, ou reduzir à metade a quantidade de ingredientes maior. Observe que quando multiplicamos a velocidade média
se quiser apenas meia receita. pelo tempo de viagem obtemos sempre o mesmo valor.
  Propriedade: Em grandezas inversamente proporcionais, o
Exemplo 2 produto é constante.
Se três cadernos custam R$ 8,00, o preço de seis cadernos
custará R$ 16,00. Observe que se dobramos o número de cader- Exemplo 1
nos também dobramos o valor dos cadernos. Confira pela tabela:  A tabela relaciona as grandezas ”medidas do lado” e “perí-
1 SILVA, Marcos Noé Pedro Da. “Proporcionalidade entre Grande- metro” de um quadrado. Essas duas grandezas são direta ou in-
zas”;  Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/matematica/ versamente proporcionais?
proporcionalidade-entre-grandezas.htm>. Acesso em 19 de janeiro de 2016.

Matemática (Raciocínio Lógico) 11


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APOSTILAS OPÇÃO
2. Reparta 91 em partes inversamente proporcionais a
1 1 1.
, e
3 4 6
Como podemos ver, enquanto a grandeza “medida do lado Como a divisão é inversa vamos inverter as frações que fica
de um quadrado” aumenta ao outra grandeza “perímetro de um 3,4 e 6.
quadrado” também aumenta. Logo esta é uma grandeza direta- Logo a divisão é feita por 3,4 e 6
mente proporcional. X y z 91
= = = =7
Exemplo 2 3 4 6 13
A tabela relaciona as grandezas “quantidade de operários” x
e “tempo” para a construção de duas obras iguais, A e B. Essas =7
duas grandezas são direta ou inversamente proporcionais? 3 ⇒ x = 21

y
=7
4 ⇒ y = 28

z
= 7 ⇒ z = 42
6
Como estamos vendo, enquanto a grandeza “quantidade de
operários” aumenta, a grandeza “tempo” diminui. Logo esta é Resp: 21, 28 e 42
uma grandeza inversamente proporcional.
3. Divida 215 em partes diretamente proporcionais a
Exemplo 3 3 5 1
, ,
4 2 3
A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro A B C 215 2580
gasta para dar uma volta completa em uma pista estão indicados = = = = = 60
3 5 1 9 + 30 + 4 43
na tabela a seguir:
4 2 3 12

4A ⇒
= 60 ⇒ 4A=180 A = 45
3
De acordo com a tabela, essas duas grandezas, “velocidade” e 2B
“tempo”, são direta ou inversamente proporcionais? = 60 ⇒ 2B = 300 ⇒ B = 150
Observando a tabela, percebemos que se trata de uma gran- 5
deza inversamente proporcional, pois, a medida que uma gran- 3C = 60 ⇒ C = 20
deza aumenta a outra diminui. Resp : 45, 150 e 20
Questões
Exemplo 4
Para encher um tanque são necessárias 30 vasilhas de 6 li- 01(COBRA TECNOLOGIA S/A (BB)- TÉCNICO DE OPERA-
tros cada uma. Se forem usadas vasilhas de 3 litros cada, quantas ÇÕES - EQUIPAMENTOS-QUADRIX-2015)
serão necessárias?  Assinale a alternativa que contenha 2 grandezas que são in-
versamente proporcionais.
(A)Área de uma parede e a quantidade de tinta
necessária para pintar essa parede.
(B)Tempo de uma lâmpada acesa e consumo de energia elé-
trica.
(C) Tempo para percorrer um determinado trajeto e veloci-
dade utilizada para percorrer esse mesmo trajeto.
(D)Volume de uma caixa d’água e a quantidade de água que
cabe nessa caixa.
Utilizaremos 60 vasilhas, pois se a capacidade da vasilha (E)Tamanho de um saco de feijão e o peso desse saco de fei-
diminui, o número de vasilhas aumenta no intuito de encher o jão.
tanque. 
Problemas: 02(SAEG-TÉCNICO DE SANEAMENTO - ESTAÇÃO DE TRA-
1. Divida 132 em partes inversamente proporcionais a 2, 5 TAMENTO DE ÁGUA-VUNESP-2015)
e 8. Sabendo-se que os termos da sequência (20, x, 50) são in-
A B C 132 132 5280 versamente proporcionais aos termos da sequência (40, 20, y), é
= = = = = = 160 correto afirmar que a razão y/x é igual a:
1 1 1 20 + 8 + 5 33 33
(A)Parte superior do formulário
2 5 8 40 40 1/8.
(B)1/5.
A 1 (C) 1/4.
= 160 ⇒ A = 160. = 80
1 2 (D)3/8.
(E)2/5.
2
B 1 03(CRO-SP- AUXILIAR ADMINISTRATIVO-VUNESP-2015)
= 160 ⇒ B = 160. = 32
1 5 Uma marcenaria comprou caixas do parafuso A, com 50 uni-
5 dades cada, e caixas do parafuso B, com 80 unidades cada, em
um total de 1240 parafusos. Sabendo-se que o número de caixas
C 1 compradas de A e de B foram diretamente proporcionais a 3 e 2,
= 160 ⇒ C = 160. ⇒ C = 20
1 8 respectivamente, é correto afirmar que o número de parafusos
8 do tipo A comprados foi igual a
(A)744

Matemática (Raciocínio Lógico) 12


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APOSTILAS OPÇÃO
(B)640 1° colocado (X) → 3 erros 
(C)600 2°colocado (Y) → 5 erros
(D)540 Monta-se um sistema:
(E) 496 X + Y = 32  (eq.1)
3X = 5Y
04(PREFEITURA DE SUZANO – SP-AUXILIAR DE ATIVI- X = 5Y/3 (eq.2)
DADES ESCOLARES-VUNESP-2015)Em um concurso de reda- Substituindo (eq.2) em (eq.1)
ção, foram premiados os 2 primeiros colocados. Todo o prêmio 5Y/3 + Y = 32
era composto de 32 livros, repartidos entre os dois finalistas em 8Y = 96
partes inversamente proporcionais ao número de erros que ti- Y = 12 livros
veram na redação. Sabendo-se que o primeiro colocado teve 3 X + 12 = 32
erros, e o segundo, 5 erros, o número de livros recebidos pelo  X = 20 livros
primeiro colocado foi
(A)24. 05. Resposta: C.
(B)21. Para verificar as grandezas deve-se considerar sobre as três
(C)20. afirmações:
(D)19. I - Ao se aumentar a Velocidade Média o tempo gasto no per-
(E)18. curso diminui (inversamente proporcional)
II - Ao se aumentar o número de bolos aumenta-se a quan-
05(FCP-OPERACIONAL ADMINISTRATIVO-CETRO-2014) tidade de ovos utilizados (diretamente proporcional)
Leia atentamente as relações entre cada par de grandezas III - Esta afirmação cita Velocidade Média e distância sobre
abaixo.  tempo, que é a fórmula da velocidade média, ou seja a mesma
I. Velocidade média de um automóvel e tempo gasto para grandeza(diretamente proporcional
percorrer determinado trajeto. 
II. Número de bolos e quantidade de ovos necessária para Razão
fazer esses bolos.
III. Velocidade média de um automóvel e distância percorri- Sejam dois números reais a e b, com b ≠ 0. Chama-se razão
da por esse automóvel num determinado tempo. entre a e b (nessa ordem) o quociente a b, ou .
Analisando esses três pares de grandezas, é correto afirmar A razão é representada por um número racional, mas é lida
que elas são, respectivamente, de modo diferente.
(A)Parte superior do formulário
inversamente       proporcionais;      diretamente Exemplos
proporcionais; inversamente proporcionais. 3
(B)inversamente       proporcionais;       inversamente pro- a) A fração 5 lê-se: “três quintos”.
porcionais; diretamente proporcionais. 3
(C)inversamente       proporcionais;       diretamente b) A razão lê-se: “3 para 5”.
5
proporcionais; diretamente proporcionais.
Os termos da razão recebem nomes especiais.
(D)diretamente       proporcionais;       diretamente
proporcionais; inversamente proporcionais. O número 3 é numerador
(E)diretamente       proporcionais;       inversamente 3
proporcionais; inversamente proporcionais. a) Na fração
5
O número 5 é denominador
Respostas
O número 3 é antecedente
01. Resposta: C. 3
a) Na razão
Por definição, as grandezas são ditas inversamente propor- 5 O número 5 é consequente
cionais quando uma aumenta e a outra diminui na mesma pro-
porção, ou seja, o que você fizer com uma acontecerá o inverso
Exemplo 1
com a outra. No item (Tempo para percorrer um determinado
trajeto e velocidade utilizada para percorrer esse mesmo traje- 20 2 50 5
A razão entre 20 e 50 é = ; já a razão entre 50 e 20 é =
to).” são grandezas inversas ,pois ,quanto maior velocidade me- 50 5 20 2 .
nor o tempo gasto. Exemplo 2
02. Resposta: E Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças. A razão
De acordo com o enunciado, as sequencias são inversamente 18 3
entre o número de rapazes e o número de moças é = , o que
proporcionais. 24 4
significa que para “cada 3 rapazes há 4 moças”. Por outro lado, a
Portanto: razão entre o número de rapazes e o total de alunos é dada por
20 x 40 = 80 18 3
= , o que equivale a dizer que “de cada 7 alunos na classe, 3
    X x  20 = 800 42 7
são rapazes”.
            50 x Y = 800
Então fica que X = 40 e Y = 16. Razão entre grandezas de mesma espécie
Então: Y/X que é 16/40, dividindo os dois termos por 8, fica
2/5. A razão entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente
dos números que expressam as medidas dessas grandezas numa
03. Resposta: C. mesma unidade.
Pelo enunciado temos que:
A = 50 unidades (diretamente proporcional a 3) = 150 Exemplo
unidades
B = 80 unidades (diretamente proporcional a 2) = 160 uni- Uma sala tem 18 m2. Um tapete que ocupar o centro dessa
dades sala mede 384 dm2. Vamos calcular a razão entre a área do
Dividindo o total pela soma de (A+B) 1240/310 = 4  tapete e a área da sala.
4 . 150 = 600          
Primeiro, devemos transformar as duas grandezas em uma
04. Resposta: C.Parte superior do formulário mesma unidade:

Matemática (Raciocínio Lógico) 13


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APOSTILAS OPÇÃO
Área da sala: 18 m2 = 1 800 dm2 Proporção
Área do tapete: 384 dm2
Estando as duas áreas na mesma unidade, podemos escrever A igualdade entre duas razões recebe o nome de proporção.
a razão: 2
384dm 384 16 3 6
Na proporção 5 = 10 (lê-se: “3 está para 5 assim como 6 está
2
= =
1800dm 1800 75 para 10”), os números 3 e 10 são chamados extremos, e os
números 5 e 6 são chamados meios.
Razão entre grandezas de espécies diferentes Observemos que o produto 3 x 10 = 30 é igual ao produto
5 x 6 = 30, o que caracteriza a propriedade fundamental das
Exemplo 1 proporções:
Considere um carro que às 9 horas passa pelo quilômetro 30 “Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao
de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilômetro 170. produto dos extremos”.
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km Exemplo 1
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h 2 6
=
Na proporção 3 9 , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18;
Calculamos a razão entre a distância percorrida e o tempo
e em 1 = 4 , temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16.
gasto para isso: 4 16
140km
= 70km / h Exemplo 2
2h
Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a seguinte
A esse tipo de razão dá-se o nome de velocidade média.
dosagem: 5 gotas para cada 2 kg do “peso” da criança.
Observe que:
Se uma criança tem 12 kg, a dosagem correta x é dada por:
- as grandezas “quilômetro e hora” são de naturezas
diferentes; 5 gotas x
= → x = 30 gotas
- a notação km/h (lê-se: “quilômetros por hora”) deve 2kg 12kg
acompanhar a razão.
Por outro lado, se soubermos que foram corretamente
ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que seu
Exemplo 2
“peso” é 8 kg, pois:
A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de 5 gotas
= 20 gotas / p → p = 8kg
Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de 927 286 km2 2kg
e uma população de 66 288 000 habitantes, aproximadamente,
(nota: o procedimento utilizado nesse exemplo é comumente
segundo estimativas projetadas pelo Instituto Brasileiro de chamado de regra de três simples.)
Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 1995.
Propriedades da Proporção
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obteremos o
número de habitantes por km2 (hab./km2): O produto dos extremos é igual ao produto dos meios: essa
propriedade possibilita reconhecer quando duas razões formam
66288000
≅ 71,5hab. / km 2 ou não uma proporção.
927286
4 12
e formam uma proporção, pois
A esse tipo de razão dá-se o nome de densidade 3 9
demográfica. 4
.9 = 3
.12
Produto dos extremos 36 36 Produto dos meios
A notação hab./km2 (lê-se: ”habitantes por quilômetro A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro (ou
quadrado”) deve acompanhar a razão. para o segundo termo) assim como a soma dos dois últimos está
para o terceiro (ou para o quarto termo).
Exemplo 3
5 10  5 + 2 10 + 4 7 14
= ⇒ = ⇒ =
Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de gasolina. 2 4  5 10 5 10
Dividindo-se o número de quilômetros percorridos pelo número ou
de litros de combustível consumidos, teremos o número de
quilômetros que esse carro percorre com um litro de gasolina:
5 10  5 + 2 10 + 4 7 14
83,76km = ⇒ = ⇒ =
≅ 10,47 km / l 2 4  5 10 5 10
8l
A esse tipo de razão dá-se o nome de consumo médio. A diferença entre os dois primeiros termos está para o
primeiro (ou para o segundo termo) assim como a diferença
A notação km/l (lê-se: “quilômetro por litro”) deve entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto
acompanhar a razão. termo).

Exemplo 4 4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ =
3 6  4 8 4 8
Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse comprimento ou
é representado num desenho por 20 cm. Qual é a escala do
desenho? 4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ =
comprimentonodesenho 20cm 20cm
= = =
1
ou1 : 40
3 6  3 6 3 6
Escala = comprimentoreal 8m 800cm 40
A soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes
A razão entre um comprimento no desenho e o assim como cada antecedente está para o seu consequente.
correspondente comprimento real, chama-se Escala. 12 3 12 + 3 12 15 12
= ⇒ = ⇒ =
8 2 8+2 8 10 8

Matemática (Raciocínio Lógico) 14


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APOSTILAS OPÇÃO
ou guardanapos na cor verde em
12 3 12 + 3 12 15 12 (A) 22.
= ⇒ = ⇒ = (B) 24.
8 2 8+2 8 10 8 (C) 26.
A diferença dos antecedentes está para a diferença dos (D) 28.
consequentes assim como cada antecedente está para o seu (E) 30.
consequente. Respostas
01. Resposta: C.
3 1  3 −1 3 2 3
= ⇒ = ⇒ = O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos
15 5 15 − 5 15 10 15 que 2kg da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos
escrever em forma de razão , logo :
ou
3 1  3 −1 1 2 1
= ⇒ = ⇒ =
15 5 15 − 5 5 10 5 02. Resposta: A.
Como 6 são do sexo feminino, 4 são do sexo masculino (10-
Questões

01. (SEPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) 6 = 4) .Então temos a seguinte razão:


Em uma ação policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg
de um produto parecido com maconha. Na análise laboratorial,
o perito constatou que o produto apreendido não era maconha ⇒ 6x = 72 ⇒ x = 12
pura, isto é, era uma mistura da Cannabis sativa com outras
ervas. Interrogado, o traficante revelou que, na produção de 5 03. Resposta: B.
kg desse produto, ele usava apenas 2 kg da Cannabis sativa; o Primeiro:2k
restante era composto por várias “outras ervas”. Nesse caso, é Segundo:5k
correto afirmar que, para fabricar todo o produto apreendido, o 2k + 5k = 14
traficante usou 7k = 14
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas. k=2
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas. Primeiro: 2.2 = 4
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas. Segundo5.2=10
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas. Diferença: 10 – 4 = 6 m³
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas. 1m³------1000L
6--------x
02. (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. x = 6000 l
IMARUÍ) De cada dez alunos de uma sala de aula, seis são do
sexo feminino. Sabendo que nesta sala de aula há dezoito alunos 04. Resposta: C.
do sexo feminino, quantos são do sexo masculino? 5h30 = 5,5h, transformando tudo em hora e suas frações.
(A) Doze alunos.
(B) Quatorze alunos.
(C) Dezesseis alunos.
(D) Vinte alunos.
05. Resposta: B.
03. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Vamos chamar a quantidade de pacotes verdes de (v) e, a de
Foram construídos dois reservatórios de água. A razão entre amarelos, de (a). Assim:
os volumes internos do primeiro e do segundo é de 2 para 5, v + a = 144 , ou seja, v = 144 – a ( I )
e a soma desses volumes é 14m³. Assim, o valor absoluto da
diferença entre as capacidades desses dois reservatórios, em , ou seja, 7.v = 5.a ( II )
litros, é igual a
(A) 8000. Vamos substituir a equação ( I ) na equação ( II ):
(B) 6000. 7 . (144 – a) = 5.a
(C) 4000. 1008 – 7a = 5a
(D) 6500. – 7a – 5a = – 1008 . (– 1)
(E) 9000. 12a = 1008
a = 1008 / 12
04. (EBSERH/ HUPAA-UFAL - Técnico em Informática a = 84 amarelos
– IDECAN/2014) Entre as denominadas razões especiais Assim: v = 144 – 84 = 60 verdes
encontram-se assuntos como densidade demográfica, Supera em: 84 – 60 = 24 guardanapos.
velocidade média, entre outros. Supondo que a distância entre
Rio de Janeiro e São Paulo seja de 430 km e que um ônibus, Divisão Proporcional
fretado para uma excursão, tenha feito este percurso em 5 horas
e 30 minutos. Qual foi a velocidade média do ônibus durante Uma forma de divisão no qual determinam-se valores(a,b,c,..)
este trajeto, aproximadamente, em km/h? que, divididos por quocientes(x,y,z..) previamente determinados,
(A) 71 km/h mantêm-se uma razão que não tem variação.
(B) 76 km/h
(C) 78 km/h Divisão Diretamente Proporcional
(D) 81 km/h
(E) 86 km/h. - Divisão em duas partes diretamente proporcionais

05. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP/2014) Um Para decompor um número M em duas partes A e B
restaurante comprou pacotes de guardanapos de papel, alguns diretamente proporcionais a p e q, montamos um sistema com
na cor verde e outros na cor amarela, totalizando 144 pacotes. duas equações e duas incógnitas, de modo que a soma das partes
Sabendo que a razão entre o número de pacotes de guardanapos seja A + B = M, mas
na cor verde e o número de pacotes de guardanapos na cor
amarela, nessa ordem, é , então, o número de pacotes de
guardanapos na cor amarela supera o número de pacotes de

Matemática (Raciocínio Lógico) 15


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APOSTILAS OPÇÃO
A solução segue das propriedades das proporções: diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um sistema
com 3 equações e 3 incógnitas tal que A + B + C = 240 e 2 + 4 +
6 = P. Assim:

O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K.p e B =


K.q Logo: A = 20.2 = 40; B = 20.4 = 80 e C = 20.6 =120

Exemplos: 2) Determinar números A, B e C diretamente proporcionais a


1) Para decompor o número 200 em duas partes A e B 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 480
diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos o sistema de A solução segue das propriedades das proporções:
modo que A + B = 200, cuja solução segue de:

Logo: A = - 60.2 = -120 ; B = - 60.4 = - 240 e C = - 60.6 = - 360.


Fazendo A = K.p  e  B = K.q ; temos que A = 40.2 = 80 e Também existem proporções com números negativos.
B=40.3 = 120
Divisão Inversamente Proporcional
2) Determinar números A e B diretamente proporcionais a
8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é 40. Para resolver - Divisão em duas partes inversamente proporcionais
este problema basta tomar A – B = 40 e escrever: Para decompor um número M em duas partes A e B
inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este
número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a
1/p e 1/q, que são, respectivamente, os inversos de p e q.
Fazendo A = K.p  e  B = K.q ; temos que A = 8.8 = 64 e B = Assim basta montar o sistema com duas equações e duas
8.3 = 24 incógnitas tal que A + B = M. Desse modo:

3) Repartir dinheiro proporcionalmente às vezes dá até briga.


Os mais altos querem que seja divisão proporcional à altura.
Os mais velhos querem que seja divisão proporcional à idade.
Nesse caso, Roberto com 1,75 m e 25 anos e Mônica, sua irmã,
com 1,50 m e 20 anos precisavam dividir proporcionalmente O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.
a quantia de R$ 29.250,00. Decidiram, no par ou ímpar, quem
escolheria um dos critérios: altura ou idade. Mônica ganhou e Exemplos:
decidiu a maneira que mais lhe favorecia. O valor, em reais, que 1) Para decompor o número 120 em duas partes A e B
Mônica recebeu a mais do que pela divisão no outro critério, é inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se montar o sistema
igual a tal que A + B = 120, de modo que:
A) 500.
B) 400.
C) 300.
D) 250. Assim A = K/p  A = 144/2 = 72 e B = K/q  B = 144/3 = 48
E) 50.
2 - Determinar números A e B inversamente proporcionais a
Resolução: 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é 10. Para resolver
Pela altura: este problema, tomamos A – B = 10. Assim:
R + M = 29250

Assim A = K/p  A = 240/6 = 40 e B = K/q  B = 240/8 = 30


Mônica:1,5.9000=13500
Pela idade: - Divisão em várias partes inversamente proporcionais
Para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn
inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este
número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a
Mônica:20.650 = 13000 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn.
13500 – 13000 = 500
Resposta A A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
assume que x1 + x2 + ... + xn= M e além disso
- Divisão em várias partes diretamente proporcionais
Para decompor um número M em partes x1, x2, ..., xn
diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas x1 + x2 + Cuja solução segue das propriedades das proporções:
... + xn= M e p1 + p2 + ... + pn = P.

A solução segue das propriedades das proporções: Exemplos:


1-Para decompor o número 220 em três partes A, B e C
inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um
sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que A + B + C =
Observa-se que partimos do mesmo princípio da divisão em 220. Desse modo:
duas partes proporcionais.

Exemplos:
1) Para decompor o número 240 em três partes A, B e C

Matemática (Raciocínio Lógico) 16


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APOSTILAS OPÇÃO
A solução é A = K/p1  A = 240/2 = 120, B = K/p2  B = 2) Determinar números A, B e C diretamente proporcionais
240/4 = 60 e C = K/p3  C = 240/6 = 40 a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4 e 5, de modo que
2A + 3B - 4C = 10.
2-Para obter números A, B e C inversamente proporcionais A montagem do problema fica na forma:
a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 10, devemos montar as
proporções:

A solução é A = K.p1/q1 = 50/69, B = K.p2/q2 = 250/69 e C =


K.p3/q3 = 40/69
logo A = 60/13, B = 30/13 e C = 20/13
Existem proporções com números fracionários!  Problemas envolvendo Divisão Proporcional
1) As famílias de duas irmãs, Alda e Berta, vivem na mesma
 Divisão em partes direta e inversamente casa e a divisão de despesas mensais é proporcional ao número
proporcionais de pessoas de cada família. Na família de Alda são três pessoas
e na de Berta, cinco. Se a despesa, num certo mês foi de R$
- Divisão em duas partes direta e inversamente 1.280,00, quanto pagou, em reais, a família de Alda?
proporcionais A) 320,00
Para decompor um número M em duas partes A e B B) 410,00
diretamente proporcionais a, c e d e inversamente proporcionais C) 450,00
a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e D) 480,00
B diretamente proporcionais a c/q e d/q, basta montar um E) 520,00
sistema com duas equações e duas incógnitas de forma que A + Resolução:
B = M e além disso: Alda: A = 3 pessoas
Berta: B = 5 pessoas
A + B = 1280

O valor de K proporciona a solução pois: A = K.c/p e B =


K.d/q. A = K.p = 160.3 = 480
Resposta D
Exemplos:
1) Para decompor o número 58 em duas partes A e B 2) Dois ajudantes foram incumbidos de auxiliar no trans-
diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente proporcionais porte de 21 caixas que continham equipamentos elétricos. Para
a 5 e 7, deve-se montar as proporções: executar essa tarefa, eles dividiram o total de caixas entre si, na
razão inversa de suas respectivas idades. Se ao mais jovem, que
tinha 24 anos, coube transportar 12 caixas, então, a idade do aju-
dante mais velho, em anos era?
Assim A = K.c/p = (2/5).70 = 28 e B = K.d/q = (3/7).70 = 30 A) 32
B) 34
2) Para obter números A e B diretamente proporcionais a C) 35
4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a D) 36
diferença entre eles é 21. Para resolver este problema basta E) 38
escrever que A – B = 21 resolver as proporções:
Resolução:
v = idade do mais velho
Temos que a quantidade de caixas carregadas pelo mais
Assim A = K.c/p = (4/6).72 = 48 e B = K.d/q = (3/8).72 = 27 novo:
Qn = 12
- Divisão em n partes direta e inversamente Pela regra geral da divisão temos:
proporcionais Qn = k.1/24  12 = k/24  k = 288
Para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn A quantidade de caixas carregadas pelo mais velho é: 21 – 12
diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente =9
proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M em Pela regra geral da divisão temos:
n partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., Qv = k.1/v  9 = 288/v  v = 32 anos
pn/qn. Resposta A
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige 3) Em uma seção há duas funcionárias, uma com 20 anos de
que x1 + x2 + ... + xn = M e além disso idade e a outra com 30. Um total de 150 processos foi dividido
entre elas, em quantidades inversamente proporcionais às suas
respectivas idades. Qual o número de processos recebido pela
mais jovem?
A solução segue das propriedades das proporções: A) 90
B) 80
C) 60
D) 50
E) 30
Exemplos:
1) Para decompor o número 115 em três partes A, B Estamos trabalhando aqui com divisão em duas partes inver-
e C diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente samente proporcionais, para a resolução da mesma temos que:
proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com 3
equações e 3 incógnitas de forma de A + B + C = 115 e tal que:

Logo A = K.p1/q1 = (1/4)100 = 25, B = K.p2/q2 = (2/5)100 = O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.
40 e C = K.p3/q3 = (3/6)100 = 50

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APOSTILAS OPÇÃO
Vamos chamar as funcionárias de p e q respectivamente: Respostas
p = 20 anos (funcionária de menor idade)
q = 30 anos 01. Resposta: C.
Como será dividido os processos entre as duas, logo cada 5x + 8x + 12x = 750.000
uma ficará com A e B partes que totalizam 150: 25x = 750.000
A + B = 150 processos x = 30.000
O mais velho receberá: 12⋅30000=360000

02. Resposta: D.
A = k/p  A = 1800 / 20  A = 90 processos. 2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
Questões x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se
01. (Pref. Paulistana/PI – Professor de Matemática – dedicou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
IMA) Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser repartida entre
três herdeiros, em partes proporcionais a suas idades que são de 03. Resposta: A.
5, 8 e 12 anos. O mais velho receberá o valor de: 1500x + 1200x + 900x = 54000000
(A) R$ 420.000,00 3600x = 54000000
(B) R$ 250.000,00 x = 15000
(C) R$ 360.000,00 Escola de 1500 m²: 1500.15000 = 22500000 = 22,5 milhões.
(D) R$ 400.000,00
(E) R$ 350.000,00 04. Resposta: A.
* Fortes: 12 anos e 8 meses = 12.12 + 8 = 144 + 8 = 152 meses
02. (TRF 3ª – Técnico Judiciário – FCC) Quatro funcionários * Lourdes: 9 anos e 7 meses = 9.12 + 7 = 108 + 7 = 115 meses
dividirão, em partes diretamente proporcionais aos anos * Matilde: 3 anos e 2 meses = 3.12 + 2 = 36 + 2 = 38 meses
dedicados para a empresa, um bônus de R$36.000,00. Sabe-se * TOTAL: 152 + 115 + 38 = 305 meses
que dentre esses quatro funcionários um deles já possui 2 anos * Vamos chamar a quantidade que cada um vai receber de
trabalhados, outro possui 7 anos trabalhados, outro possui 6 F, L e M.
anos trabalhados e o outro terá direito, nessa divisão, à quantia
de R$6.000,00. Dessa maneira, o número de anos dedicados
para a empresa, desse último funcionário citado, é igual a
(A) 5. Agora, vamos calcular o valor que M e F receberam:
(B) 7.
(C) 2.
(D) 3.
(E) 4. M = 38 . 150 = R$ 5 700,00

03. (Câmara de São Paulo/SP – Técnico Administrativo


– FCC) Uma prefeitura destinou a quantia de 54 milhões de
reais para a construção de três escolas de educação infantil. A F = 152 . 150 = R$ 22 800,00
área a ser construída em cada escola é, respectivamente, 1.500
m², 1.200 m² e 900 m² e a quantia destinada à cada escola é Por fim, a diferença é: 22 800 – 5700 = R$ 17 100,00
diretamente proporcional a área a ser construída.
Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola com 05. Resposta: A.
1.500 m² é, em reais, igual a M + J + C = 72000
(A) 22,5 milhões.
(B) 13,5 milhões.
(C) 15 milhões.
(D) 27 milhões.
(E) 21,75 milhões.

04. (SABESP – Atendente a Clientes 01 – FCC) Uma empresa


quer doar a três funcionários um bônus de R$ 45.750,00. Será A maior parte ficará para a mais nova (grandeza inversamente
feita uma divisão proporcional ao tempo de serviço de cada proporcional).
um deles. Sr. Fortes trabalhou durante 12 anos e 8 meses. Sra. Assim:
Lourdes trabalhou durante 9 anos e 7 meses e Srta. Matilde
trabalhou durante 3 anos e 2 meses. O valor, em reais, que a Srta.
Matilde recebeu a menos que o Sr. Fortes é
(A) 17.100,00. 8.M = 288 000 M = 288 000 / 8  M = R$ 36 000,00
(B) 5.700,00.
(C) 22.800,00. Referências
(D) 17.250,00. http://pessoal.sercomtel.com.br
(E) 15.000,00.
Regra de Três Simples
05. (SESP/MT – Perito Oficial Criminal - Engenharia Civil/
Engenharia Elétrica/Física/Matemática – FUNCAB) Maria, Regra de três simples é um processo prático para resolver
Júlia e Carla dividirão R$ 72.000,00 em partes inversamente problemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos
proporcionais às suas idades. Sabendo que Maria tem 8 anos, três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos
Júlia,12 e Carla, 24, determine quanto receberá quem ficar com três já conhecidos.
a maior parte da divisão.
(A) R$ 36.000,00         Passos utilizados numa regra de três simples:
(B) R$ 60.000,00         1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas
(C) R$ 48.000,00 da mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
(D) R$ 24.000,00 as grandezas de espécies diferentes em correspondência.
(E) R$ 30.000,00         2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou

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APOSTILAS OPÇÃO
inversamente proporcionais. Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica re-
        3º) Montar a proporção e resolver a equação. duzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade e
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou tempo são inversamente proporcionais. No nosso esquema,
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de esse fato é indicado colocando-se na coluna “velocidade” uma
um processo prático, chamado regra de três simples. flecha em sentido contrário ao da flecha da coluna “tempo”:

Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quan-


tos litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?

Solução:

O problema envolve duas grandezas: distância e litros de ál-


cool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser consu- Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
mido. flechas. Assim, temos:
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma mesma
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se correspon-
dem em uma mesma linha:
12
 4x = 4 . 3  4x = 12  x = x=3
Distância (km) Litros de álcool 4
180 15
210 x
Resposta: Farei esse percurso em 3 h.
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”),
vamos colocar uma flecha: Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um
competidor, imprimindo velocidade média de 200 km/h, faz o
Distância (km) Litros de álcool percurso em 18 segundos. Se sua velocidade fosse de 240 km/h,
180 15 qual o tempo que ele teria gasto no percurso?
210 x
Vamos representar pela letra x o tempo procurado.
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de ál- Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade
cool também duplica. Então, as grandezas distância e litros de (200 km/h e 240 km/h) com dois valores da grandeza tempo
álcool são diretamente proporcionais. No esquema que es- (18 s e x s).
tamos montando, indicamos esse fato colocando uma flecha na Queremos determinar um desses valores, conhecidos os ou-
coluna “distância” no mesmo sentido da flecha da coluna “litros tros três.
de álcool”:
Velocidade Tempo gasto para fazer o
Distância (km) Litros de álcool
180 15 percurso
210 x 200 km/h 18 s
240 km/h x
mesmo sentido
Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos: para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas são
inversamente proporcionais. Assim, os números 200 e 240 são
inversamente proporcionais aos números 18 e x.
105 Daí temos:
 6x = 7 . 15  6x = 105  x =  x = 17,5
6
200 . 18 = 240 . x
3 600 = 240x
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool. 240x = 3 600
3600
Exemplo 2: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 x = 240
km/h, eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando a
velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse percurso? x = 15

O corredor teria gasto 15 segundos no percurso.


Solução: Indicando por x o número de horas e colocando as
grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as gran- Regra de Três Composta
dezas de espécies diferentes que se correspondem em uma mes-
ma linha, temos: O processo usado para resolver problemas que envolvem
mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente propor-
Velocidade (km/h) Tempo (h) cionais, é chamado regra de três composta.
60 4
80 x Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças.
Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos co- 300 dessas peças?
locar uma flecha:
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
Velocidade (km/h) Tempo (h) grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas
60 4 de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma li-
80 x nha. Na coluna em que aparece a variável x (“dias”), coloquemos
uma flecha:

Matemática (Raciocínio Lógico) 19


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APOSTILAS OPÇÃO
Máquinas Peças ↓Dias tro salário de R$ 1.200,00 teve um aumento de R$ 108,00. Per-
8 160 4 centualmente, é correto afirmar que o(s)
6 300 x (A) salário menor teve maior aumento percentual.
(B) salário maior teve um aumento superior a 9%.
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x. (C) salário maior teve maior aumento percentual.
(D) salário menor teve um aumento superior a 8% e inferior
As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais. a 9%.
No nosso esquema isso será indicado colocando-se na colu- (E) os dois salários tiveram aumentos percentuais iguais.
na “peças” uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna
“dias”: 04 (CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRAN-
RIO)
Máquinas Peças ↓ Dias↓ No Brasil, uma família de 4 pessoas produz, em média, 13 kg
8 160 4 de lixo em 5 dias. Mantida a mesma proporção, em quantos dias
6 300 x uma família de 5 pessoas produzirá 65 kg de lixo?
(A) 10
As grandezas máquinas e dias são inversamente (B) 16
proporcionais (duplicando o número de máquinas, o (C) 20
número de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema (D) 32
isso será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma (E) 40
flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
05 (CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRAN-
↑Máquinas Peças↓ Dias↓ RIO)
8 160 4 A Bahia (...) é o maior produtor de cobre do Brasil. Por ano,
6 300 x saem do estado 280 mil toneladas, das quais 80 mil são expor-
tadas.
Sentidos contrários O Globo, Rio de Janeiro: ed. Globo, 12 mar. 2014, p. 24.
4
Agora vamos montar a proporção, igualando a razão que Da quantidade total de cobre que sai anualmente do Estado
contém o x, que é x , com o produto das outras razões, obtidas da Bahia, são exportados, aproximadamente,
segundo a orientação das flechas  6 . 160  : (A) 29%
 8 300  (B) 36%
1
4 6 2 160 8 (C) 40%
= . (D) 56%
x 81 30015
5

(E) 80%
4 2 4 2 .5
=
x 5  2x = 4 . 5  x = 21
 x = 10
Respostas
Resposta: Em 10 dias. 01.Resposta: A
Como temos mais de uma variável a ser analisada, vamos
Questões utilizar a Regra de Três Composta:

01(METRÔ/SP – ANALISTA DESENVOLVIMENTO GESTÃO ↑Operários ↓ horas dias↓


JÚNIOR – ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS – FCC) 128 ----------- 6 -------------- 42
Para inaugurar no prazo a estação XYZ do Metrô, o prefeito X ------------- 8 -------------- 24
da cidade obteve a informação de que os 128 operários, de mes-
ma capacidade produtiva, contratados para os trabalhos finais, Quanto mais operários, menos horas trabalhadas (inversa-
trabalhando 6 horas por dia, terminariam a obra em 42 dias. mente)
Como a obra tem que ser terminada em 24 dias, o prefeito auto-
rizou a contratação de mais operários, e que todos os operários Quanto mais funcionários, menos dias (inversamente)
(já contratados e novas contratações) trabalhassem 8 horas por
dia. O número de operários contratados, além dos 128 que já ↓ Operários ↓ horas dias↓
estavam trabalhando, para que a obra seja concluída em 24 dias, x -------------- 6 -------------- 42
foi igual a 128 ------------ 8 -------------- 24
(A) 40.
(B) 16.
(C) 80.
(D) 20.
(E) 32.

02(PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB)


Para digitalizar 1.000 fichas de cadastro, 16 assistentes tra-
balharam durante dez dias, seis horas por dia. Dez assistentes,
para digitalizar 2.000 fichas do mesmo modelo de cadastro,
trabalhando oito horas por dia, executarão a tarefa em quantos
dias?
(A) 14 168 – 128 = 40 funcionários a mais devem ser contratados.
(B) 16
(C) 18 02.Resposta: E
(D) 20 Fichas↓ Assistentes↑ dias↓ horas↑
(E) 24 1000 --------------- 16 -------------- 10 ------------ 6
2000 -------------- 10 -------------- x -------------- 8
03(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTI-
CA – IADES) Quanto mais fichas, mais dias devem ser trabalhados (dire-
Um salário de R$ 750,00 teve um aumento de R$ 68,50 e ou- tamente proporcionais).

Matemática (Raciocínio Lógico) 20


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APOSTILAS OPÇÃO
Quanto menos assistentes, mais dias devem ser trabalhados Porcentagem
(inversamente proporcionais).
Diariamente jornais, TV, revistas apresentam notícias que
Quanto mais horas por dia, menos dias (inversamente pro- envolvem porcentagem; em um passeio pelo comércio de nossa
porcionais). cidade vemos cartazes anunciando mercadorias com desconto
e em boletos bancários também nos deparamos com porcenta-
Fichas↓ Assistentes↓ dias↓ horas↓ gens.
1000 --------------- 10 -------------- 10 ------------ 8 A porcentagem é de grande utilidade no mercado financei-
2000 -------------- 16 -------------- x -------------- 6 ro, pois é utilizada para capitalizar empréstimos e aplicações,
expressar índices inflacionários e deflacionários, descontos,
aumentos, taxas de juros, entre outros. No campo da Estatística
possui participação ativa na apresentação de dados comparati-
vos e organizacionais.
É frequente o uso de expressões que refletem acréscimos
ou reduções em preços, números ou quantidades, sempre
tomando por base 100 unidades. Alguns exemplos:
A gasolina teve um aumento de 15%
Significa que em cada R$100 houve um acréscimo de R$15,00
O funcionário recebeu um aumento de 10% em seu salário.
Significa que em cada R$100 foi dado um aumento de
R$10,00
As expressões 7%, 16% e 125% são chamadas taxas centesi-
mais ou taxas percentuais.
03 Resposta: A Porcentagem é o valor obtido ao aplicarmos uma taxa per-
Faremos uma regra de três simples: centual a um determinado valor. É representado por uma fração
de denominador 100 ou em número decimal.
* Salário menor:
1
25
salário % Ex: 25% = 100 = 0,25 = 4 (fração irredutível)
750 --------- 100
68,50 --------- x Porcentagem na forma decimal

750. x = 68,50 . 100 x = 6850 / 750 x = 9,13% 43% = 43/100 = 0,43, então 0,43 corresponde na forma de-
cimal a 43%
* Salário maior: 0,7 = 70/100= 70%

salário %   Importante:Fator de Multiplicação.


1200 --------- 100 Se há um acréscimo de 10% a um determinado valor,
108 --------- y podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo
1200.y = 108 . 100 y = 10800 / 1200 y = 9% for de 30%, multiplicamos por 1,30, e assim por diante. Veja:
Fator de Multiplica-
04 Resposta: C Acréscimo
Faremos uma regra de três composta: ção
11% 1,11
Pessoas↓ Kg↑ dias↑
4 ------------ 13 ------------ 5 15% 1,15
5 ------------ 65 ------------ x 20% 1,20

Mais pessoas irão levar menos dias para produzir a mesma 65% 1,65
quantidade de lixo (grandezas inversamente proporcionais). 87% 1,87
Mais quilos de lixo levam mais dias para serem produzidos  
(grandezas diretamente proporcionais). Ex: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 .
1,10 = R$ 11,00
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na forma deci-
mal). Veja:

Desconto Fator de Multiplicação


65.x = 5 . 260
12% 0,88
x = 1300 / 65
26% 0,74
x = 20 dias 36% 0,64
05. Resposta: A 60% 0,40
Faremos uma regra de três simples: 90% 0,10
cobre %
280 --------- 100 Ex: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 .
80 ---------- x 0,90 = R$ 9,00
280.x = 80 . 100 x = 8000 / 280 x = 28,57% Você deve lembrar que em matemática a palavra de indica
uma multiplicação, logo para calcularmos 12% de R$ 540,00
devemos proceder da seguinte forma:

Matemática (Raciocínio Lógico) 21


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APOSTILAS OPÇÃO
12 6480 (D) 243.
12% de 540 = . 540 = = 64,8 ; logo 12% de R$ (E) 258.
100
540,00 é R$ 64,80 100
Ou 05 (UFPE - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – COVEST)
0,12 de 540 = 0,12 . 540 = 64,8 (nos dois métodos encontra- Um vendedor recebe comissões mensais da seguinte ma-
mos o mesmo resultado) neira: 5% nos primeiros 10.000 reais vendidos no mês, 6% nos
Utilizaremos nosso conhecimento com porcentagem pra a próximos 10.000,00 vendidos, e 7% no valor das vendas que ex-
resolução de problemas. cederem 20.000 reais. Se o total de vendas em certo mês foi de
Ex: 1. Sabe-se que 20% do número de pessoas de minha R$ 36.000,00, quanto será a comissão do vendedor?
sala de aula são do sexo masculino. Sabendo que na sala existem (A) R$ 2.120,00
32 meninas, determine o número de meninos. (B) R$ 2.140,00
Resolução: se 20% são homens então 80% são mulheres e x (C) R$ 2.160,00
representa o nº total de alunos, logo: 80% de x = 32 ⇒ 0,80 . (D) R$ 2.180,00
x = 32 ⇒ x = 40 (E) R$ 2.220,00
Resp: são 32 meninas e 8 meninos Respostas

2. Em uma fábrica com 52 funcionários, 13 utilizam bici- 01.Resposta: A.


cletas como transporte. Expresse em porcentagem a quantidade
de funcionários que utilizam bicicleta.
Resolução: Podemos utilizar uma regra de três simples.
52 funcionários .............................100% 80 – 12 = R$ 68,00
13 funcionários ............................. x%
52.x = 13.100 02.Resposta: A.
52x = 1300 Faremos uma regra de três simples:
x= 1300/52 * Salário menor:
x = 25%  salário %
Portanto, 25% dos funcionários utilizam bicicletas.  750 --------- 100
Podemos também resolver de maneira direta dividindo o nº 68,50 --------- x
2 funcionários que utilizam bicicleta pelo total de funcionários
de
3 13 : 52 = 0,25 = 25% 750. x = 68,50 . 100 x = 6850 / 750 x = 9,13%

Questões * Salário maior:


salário %
01 (EBSERH/ HUSM-UFSM/RS - TÉCNICO EM INFORMÁ- 1200 --------- 100
TICA – AOCP) 108 --------- y
Uma loja de camisas oferece um desconto de 15% no total da
compra se o cliente levar duas camisas. Se o valor de cada camisa 1200.y = 108 . 100 y = 10800 / 1200 y = 9%
é de R$ 40,00, quanto gastará uma pessoa que aproveitou essa
oferta? 03.Resposta: A.
(A) R$ 68,00.
(B) R$ 72,00.
(C) R$ 76,00.
(D) R$ 78,00. 40 + 12 = 52 peças
(E) R$ 80,00.
04.Resposta: B.
02 (EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTI-
CA – IADES)
Um salário de R$ 750,00 teve um aumento de R$ 68,50 e ou-
tro salário de R$ 1.200,00 teve um aumento de R$ 108,00. Per-
centualmente, é correto afirmar que o(s) 05.Resposta: E.
(A) salário menor teve maior aumento percentual. 5% de 10000 = 5 / 100 . 10000 = 500
(B) salário maior teve um aumento superior a 9%. 6% de 10000 = 6 / 100 . 10000 = 600
(C) salário maior teve maior aumento percentual. 7% de 16000 (= 36000 – 20000) = 7 / 100 . 16000 = 1120
(D) salário menor teve um aumento superior a 8% e inferior Comissão = 500 + 600 + 1120 = R$ 2220,00
a 9%.
(E) os dois salários tiveram aumentos percentuais iguais.
Problemas com Sistemas de
03 (EBSERH/HU-UFGD – Técnico em Informática – AOCP) medidas: medidas de tempo;
Lúcia é dona de uma pequena loja de roupas e, para aumen-
tar as vendas, ela deu um desconto excelente em todas as peças sistema decimal de medidas;
da loja. Se ela costumava vender em média 40 peças de roupas sistema monetário brasileiro.
por dia, e com a promoção esse número subiu 30%, quantas pe-
ças de roupa em média Lúcia passou a vender?
(A) 52. ⇒ Sistema de Medidas Decimais
(B) 50. Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de
(C) 42. medida que mantém algumas relações entre si. O sistema
(D) 28. métrico decimal é hoje o mais conhecido e usado no mundo
(E) 12. todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de
comprimento do sistema métrico. A unidade fundamental é o
04(EBSERH/ HUSM – UFSM/RS – ANALISTA ADMINIS- metro, porque dele derivam as demais.
TRATIVO – ADMINISTRAÇÃO – AOCP) Quando calculamos
32% de 650, obtemos como resultado
(A) 198.
(B) 208.
(C) 213.

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Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm hg – hectograma
uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada dag – decagrama
unidade vale sempre 10 vezes a unidade menor seguinte. g – grama
Por isso, o sistema é chamado decimal. dg – decigrama
cg – centigrama
E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na mg – miligrama
prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular
de litro. Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e
As unidades de área do sistema métrico correspondem às o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t).
unidades de comprimento da tabela anterior. Medidas Especiais:
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado 1 Tonelada(t) = 1000 Kg
(hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro 1 Arroba = 15 Kg
quadrado, o metro quadrado e o hectômetro quadrado, este 1 Quilate = 0,2 g
muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare
(há): 1 hm2 = 1 há. Relações entre unidades:
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma
unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como Temos que:
nos comprimentos. Entretanto, consideramos que o sistema
continua decimal, porque 100 = 102.
Existem outras unidades de medida mas que não pertencem
ao sistema métrico decimal. Vejamos as relações entre algumas
essas unidades e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha      = 1 609 metros
1 légua      = 5 555 metros
1 pé          = 30 centímetros 1 kg = 1l = 1 dm3
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l

Questões

01. (MP/SP – Auxiliar de Promotoria I – Administrativo


A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento – VUNESP/2014) O suco existente em uma jarra preenchia da
acrescidas de quadrado. sua capacidade total. Após o consumo de 495 mL, a quantidade
de suco restante na jarra passou a preencher da sua capacidade
Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a total. Em seguida, foi adicionada certa quantidade de suco
lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc. Na na jarra, que ficou completamente cheia. Nessas condições, é
prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro correto afirmar que a quantidade de suco adicionada foi igual,
cúbico(cm3). em mililitros, a
(A) 580.
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade (B) 720.
vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o (C) 900.
sistema continua sendo decimal. (D) 660.
(E) 840.
02. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP/2014) Em
uma casa há um filtro de barro que contém, no início da manhã,
4 litros de água. Desse filtro foram retirados 800 mL para o
preparo da comida e meio litro para consumo próprio. No início
da tarde, foram colocados 700 mL de água dentro desse filtro e,
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o até o final do dia, mais 1,2 litros foram utilizados para consumo
volume da água que enche um tanque é de 7.000 litros, dizemos próprio. Em relação à quantidade de água que havia no filtro no
que essa é a capacidade do tanque. A unidade fundamental para início da manhã, pode-se concluir que a água que restou dentro
medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3. dele, no final do dia, corresponde a uma porcentagem de
Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte. (A) 60%.
(B) 55%.
(C) 50%.
(D) 45%.
(E) 40%.
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas
de massa. A unidade fundamental é o grama(g). 03. (UFPE – Assistente em Administração –
COVEST/2014) Admita que cada pessoa use, semanalmente, 4
Unidades de Massa e suas Transformações bolsas plásticas para embrulhar suas compras, e que cada bolsa
é composta de 3 g de plástico. Em um país com 200 milhões de
pessoas, quanto plástico será utilizado pela população em um
ano, para embrulhar suas compras? Dado: admita que o ano
é formado por 52 semanas. Indique o valor mais próximo do
obtido.
(A) 108 toneladas
(B) 107 toneladas
(C) 106 toneladas
(D) 105 toneladas
(E) 104 toneladas
Nomenclatura:
Kg – Quilograma

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04. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP/2014) como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo.
Uma chapa de alumínio com 1,3 m2 de área será totalmente 1h → 60 minutos → 3 600 segundos
recortada em pedaços, cada um deles com 25 cm2 de área.
Supondo que não ocorra nenhuma perda durante os cortes, o Para passar de uma unidade para a menor seguinte,
número de pedaços obtidos com 25 cm2 de área cada um, será: multiplica-se por 60.
(A) 52000.
(B) 5200. Exemplo:
(C) 520. 0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos, quantos minutos
(D) 52. indica 0,3 horas?
(E) 5,2. 1 hora 60 minutos
0,3 x
05. (CLIN/RJ - Gari e Operador de Roçadeira -
COSEAC/2015) Uma peça de um determinado tecido tem 30
Efetuando temos: 0,3 . 60 = 1. x → x = 18 minutos. Concluímos
metros, e para se confeccionar uma camisa desse tecido são
que 0,3horas = 18 minutos.
necessários 15 decímetros. Com duas peças desse tecido é
possível serem confeccionadas:
- Adição e Subtração de Medida de tempo
(A) 10 camisas
Ao adicionarmos ou subtrairmos medidas de tempo,
(B) 20 camisas
precisamos estar atentos as unidades. Vejamos os exemplos:
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas
A) 1 h 50 min + 30 min
Respostas Hora Minutos
1 50
01. Resposta: B. + 30
Vamos chamar de x a capacidade total da jarra. Assim: 1 80
Observe que ao somar 50 + 30, obtemos 80 minutos, como
sabemos que 1 hora tem 60 minutos, temos, então acrescentamos
a hora +1, e subtraímos 80 – 60 = 20 minutos, é o que resta nos
minutos:
Hora Minutos
1 50
+ 30
15x – 4x = 9900 1 80
11x = 9900 +1 -60
x = 9900 / 11
x = 900 mL (capacidade total)
Como havia 1/5 do total (1/5 . 900 = 180 mL), a quantidade
adicionada foi de 900 – 180 = 720 mL 2 20

02. Resposta: B. Logo o valor encontrado é de 2 h 20 min.


4 litros = 4000 ml; 1,2 litros = 1200 ml; meio litro = 500 ml
4000 – 800 – 500 + 700 – 1200 = 2200 ml (final do dia) B) 2 h 20 min – 1 h 30 min
Utilizaremos uma regra de três simples: Hora Minutos
ml % 2 20
4000 ------- 100 -1 30
2200 ------- x
4000.x = 2200 . 100 x = 220000 / 4000 = 55% Observe que não podemos subtrair 20 min de 30 min, então
devemos passar uma hora (+1) dos 2 para a coluna minutos.
03. Resposta: D. Hora Minutos
4 . 3 . 200000000 . 52 = 1,248 . g = 1,248 . t -1 +60
2 20
04. Resposta: C.
1,3 m2 = 13000 cm2 (.1000)
13000 / 25 = 520 pedaços
-1 30
05. Resposta: C.
Então teremos novos valores para fazermos nossa subtração,
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30
20 + 60 = 80:
metros logo:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma Hora Minutos
unidade: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como 1 80
cada camisa gasta um total de 15 dm, temos então: -1 30
600/15 = 40 camisas. 0 50
Logo o valor encontrado é de 50 min.
⇒Não Decimais
Questões
Medidas de Tempo (Hora) e suas Transformações
01. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
NM – AOCP/2014) Joana levou 3 horas e 53 minutos para
resolver uma prova de concurso, já Ana levou 2 horas e 25
minutos para resolver a mesma prova. Comparando o tempo das
duas candidatas, qual foi a diferença encontrada?
(A) 67 minutos.
Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede (B) 75 minutos.
intervalos de tempo, é o mais conhecido. A unidade utilizada (C) 88 minutos.

Matemática (Raciocínio Lógico) 24


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(D) 91 minutos. Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal.
(E) 94 minutos. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na
cartografia e na navegação são necessárias medidas inferiores
02. (SAAE/SP – Auxiliar de Manutenção Geral – a 1º. Temos, então:
VUNESP/2014) A tabela a seguir mostra o tempo, aproximado,
que um professor leva para elaborar cada questão de matemática. 1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
Questão (dificuldade) Tempo (minutos) 1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
Fácil 8
Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os
Média 10 mesmos do sistema de tempo – hora, minuto e segundo. Há uma
Difícil 15 coincidência de nomes, mas até os símbolos que os indicam são
Muito difícil 20 diferentes:
O gráfico a seguir mostra o número de questões de 1h 32min 24s é um intervalo de tempo ou um instante
matemática que ele elaborou. do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto –


segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto
– segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas
distintas.

UNIDADES DE MEDIDA – VELOCIDADE

A velocidade de um corpo é dada pela relação entre o


deslocamento de um corpo em determinado tempo. Pode ser
O tempo, aproximado, gasto na elaboração dessas questões considerada a grandeza que mede o quão rápido um corpo se
foi desloca.
(A) 4h e 48min. Segundo o S.I (Sistema Internacional de medidas) as
(B) 5h e 12min. unidades mais utilizadas para se medir a velocidade é Km/h
(C) 5h e 28min. (Quilômetro por hora) e o m/s (metro por segundo).
(D) 5h e 42min. Quando ouvimos que carro se desloca a uma velocidade de
(E) 6h e 08min. 20 km/h, isto significa que ele percorre 20 km em 1 hora.
Muitas questões pedem para que passemos de km/h para
03. (CEFET – Auxiliar em Administração – m/s, para efetuarmos essa transformação, basta utilizarmos o
CESGRANRIO/2014) Para obter um bom acabamento, um que segue na figura abaixo:
pintor precisa dar duas demãos de tinta em cada parede que
pinta. Sr. Luís utiliza uma tinta de secagem rápida, que permite
que a segunda demão seja aplicada 50 minutos após a primeira.
Ao terminar a aplicação da primeira demão nas paredes de uma
sala, Sr. Luís pensou: “a segunda demão poderá ser aplicada a
partir das 15h 40min.”
Se a aplicação da primeira demão demorou 2 horas e 15
minutos, que horas eram quando Sr. Luís iniciou o serviço?
(A) 12h 25 min
(B) 12h 35 min Exemplo:
(C) 12h 45 min Um carro mantém uma velocidade constante de 72 km/h.
(D) 13h 15 min Em uma hora e dez minutos ele percorre, em quilômetros, a
(E) 13h 25 min distância de:
(A) 79,2
Respostas (B) 80
01. Resposta: C. (C) 82,4
(D) 84
(E) 90

Sabemos que o carro percorre 72 km em 1 hora, o enunciado


Como 1h tem 60 minutos. nos pede que calculemos a distância percorrida em 1 hora e 10
Então a diferença entre as duas é de 60+28=88 minutos. min. Como temos hora e minutos, vamos transformar tudo em
minutos:
02. Resposta: D.
T = 8 . 4 + 10 . 6 + 15 . 10 + 20 . 5 = 1 hora = 60 minutos
= 32 + 60 + 150 + 100 = 342 min 1hora e 10 min = 70 minutos
Fazendo: 342 / 60 = 5 h, com 42 min (resto) Montando a regra de 3 simples temos:

03. Resposta: B. Distância (km) Tempo (min)


15 h 40 – 2 h 15 – 50 min = 12 h 35min
72 60
Medidas de Ângulos e suas Transformações X 70

72 . 70 = 60 . x → x = 5040 / 60 → x = 84 km.
Resposta C.

Matemática (Raciocínio Lógico) 25


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Sistema Monetário Nacional O Banco do Brasil executava as funções de banco do governo,
e o Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.
O primeiro dinheiro do Brasil foi à moeda-mercadoria. Du-
rante muito tempo, o comércio foi feito por meio da troca de Cruzeiro
mercadorias, mesmo após a introdução da moeda de metal.
As primeiras moedas metálicas (de ouro, prata e cobre) che- 1000 réis = Cr$1(com centavos) 01.11.1942
garam com o início da colonização portuguesa. A unidade mo- O Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942 (D.O.U.
netária de Portugal, o Real, foi usada no Brasil durante todo o de 06 de outubro de 1942), instituiu o Cruzeiro como unidade
período colonial. Assim, tudo se contava em réis (plural popular monetária brasileira, com equivalência a um mil réis. Foi criado
de real) com moedas fabricadas em Portugal e no Brasil. O Real o centavo, correspondente à centésima parte do cruzeiro.
(R) vigorou até 07 de outubro de 1833. De acordo com a Lei nº
59, de 08 de outubro de 1833, entrou em vigor o Mil-Réis (Rs), Exemplo: 4:750$400 (quatro contos, setecentos e cinquen-
múltiplo do real, como unidade monetária, adotada até 31 de ta mil e quatrocentos réis) passou a expressar-se Cr$ 4.750,40
outubro de 1942. (quatro mil setecentos e cinquenta cruzeiros e quarenta centa-
No século XX, o Brasil adotou nove sistemas monetários ou vos)
nove moedas diferentes (mil-réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cru-
zeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro real, real). Cruzeiro
Por meio do Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942,
uma nova unidade monetária, o cruzeiro – Cr$ veio substituir o (sem centavos) 02.12.1964
mil-réis, na base de Cr$ 1,00 por mil-réis. A Lei nº 4.511, de 01de dezembro de1964 (D.O.U. de 02 de
A denominação “cruzeiro” origina-se das moedas de ouro dezembro de 1964), extinguiu a fração do cruzeiro denomina-
(pesadas em gramas ao título de 900 milésimos de metal e 100 da centavo. Por esse motivo, o valor utilizado no exemplo acima
milésimos de liga adequada), emitidas na forma do Decreto nº passou a ser escrito sem centavos: Cr$ 4.750 (quatro mil sete-
5.108, de 18 de dezembro de 1926, no regime do ouro como pa- centos e cinquenta cruzeiros).
drão monetário.
O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de 1965, transformou Cruzeiro Novo
o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro novo – NCr$, na base de NCr$ 1,00
por Cr$ 1.000. A partir de 15 de maio de 1970 e até 27 de fe- Cr$1000 = NCr$1(com centavos) 13.02.1967
vereiro de 1986, a unidade monetária foi novamente o cruzeiro O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de1965 (D.O.U. de 17
(Cr$). de novembro de 1965), regulamentado pelo Decreto nº 60.190,
Em 27 de fevereiro de 1986, Dílson Funaro, ministro da Fa- de 08 de fevereiro de1967 (D.O.U. de 09 de fevereiro de 1967),
zenda, anunciou o Plano Cruzado (Decreto-Lei nº 2.283, de 27 instituiu o Cruzeiro Novo como unidade monetária transitória,
de fevereiro de 1986): o cruzeiro – Cr$ se transformou em cru- equivalente a um mil cruzeiros antigos, restabelecendo o centa-
zado – Cz$, na base de Cz$ 1,00 por Cr$ 1.000 (vigorou de 28 de vo. O Conselho Monetário Nacional, pela Resolução nº 47, de 08
fevereiro de 1986 a 15 de janeiro de 1989). Em novembro do de fevereiro de 1967, estabeleceu a data de 13.02.67 para início
mesmo ano, o Plano Cruzado II tentou novamente a estabiliza- de vigência do novo padrão.
ção da moeda. Em junho de 1987, Luiz Carlos Brésser Pereira,
ministro da Fazenda, anunciou o Plano Brésser: um Plano Cruza- Exemplo: Cr$ 4.750 (quatro mil, setecentos e cinquenta cru-
do “requentado” avaliou Mário Henrique Simonsen. zeiros) passou a expressar-se NCr$ 4,75(quatro cruzeiros novos
Em 15 de janeiro de 1989, Maílson da Nóbrega, ministro da e setenta e cinco centavos).
Fazenda, anunciou o Plano Verão (Medida Provisória nº 32, de
15 de janeiro de 1989): o cruzado – Cz$ se transformou em cru- Cruzeiro
zado novo – NCz$, na base de NCz$ 1,00 por Cz$ 1.000,00 (vigo-
rou de 16 de janeiro de 1989 a 15 de março de 1990). De NCr$ para Cr$ (com centavos) 15.05.1970
Em 15 de março de 1990, Zélia Cardoso de Mello, ministra A Resolução nº 144, de 31 de março de 1970 (D.O.U. de 06 de
da Fazenda, anunciou o Plano Collor (Medida Provisória nº 168, abril de 1970), do Conselho Monetário Nacional, restabeleceu a
de 15 de março de 1990): o cruzado novo – NCz$ se transformou denominação Cruzeiro, a partir de 15 de maio de 1970, manten-
em cruzeiro – Cr$, na base de Cr$ 1,00 por NCz$ 1,00 (vigorou do o centavo.
de 16 de março de 1990 a 28 de julho de 1993). Em janeiro de
1991, a inflação já passava de 20% ao mês, e o Plano Collor II Exemplo: NCr$ 4,75 (quatro cruzeiros novos e setenta e cin-
tentou novamente a estabilização da moeda. co centavos) passou a expressar-se Cr$ 4,75(quatro cruzeiros e
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de1993, trans- setenta e cinco centavos).
formou o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro real – CR$, na base de CR$
1,00 por Cr$ 1.000,00 (vigorou de 29 de julho de 1993 a 29 de Cruzeiros
junho de 1994).
Em 30 de junho de 1994, Fernando Henrique Cardoso, minis- (sem centavos) 16.08.1984
tro da Fazenda, anunciou o Plano Real: o cruzeiro real – CR$ se A Lei nº 7.214, de 15 de agosto de 1984 (D.O.U. de 16.08.84),
transformou em real – R$, na base de R$ 1,00 por CR$ 2.750,00 extinguiu a fração do Cruzeiro denominada centavo. Assim, a
(Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994, convertida importância do exemplo, Cr$ 4,75 (quatro cruzeiros e setenta
na Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995). e cinco centavos), passou a escrever-se Cr$ 4, eliminando-se a
O artigo 10, I, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, vírgula e os algarismos que a sucediam.
delegou ao Banco Central do Brasil competência para emitir pa-
pel-moeda e moeda metálica, competência exclusiva consagrada Cruzado
pelo artigo 164 da Constituição Federal de 1988.
Antes da criação do BCB, a Superintendência da Moeda e do Cr$ 1000 = Cz$1 (com centavos) 28.02.1986
Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional de- O Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986 (D.O.U.
sempenhavam o papel de autoridade monetária. de 28 de fevereiro de 1986), posteriormente substituído pelo
Decreto-Lei nº 2.284, de 10 de março de 1986 (D.O.U. de 11 de
A SUMOC, criada em 1945 e antecessora do BCB, tinha por março de 1986), instituiu o Cruzado como nova unidade mone-
finalidade exercer o controle monetário. A SUMOC fixava os per- tária, equivalente a um mil cruzeiros, restabelecendo o centavo.
centuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as ta- A mudança de padrão foi disciplinada pela Resolução nº 1.100,
xas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem de 28 de fevereiro de 1986, do Conselho Monetário Nacional.
como os juros. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos Exemplo: Cr$ 1.300.500 (um milhão, trezentos mil e qui-
comerciais, orientava a política cambial e representava o País nhentos cruzeiros) passou a expressar-se Cz$ 1.300,50 (um mil
junto a organismos internacionais. e trezentos cruzados e cinquenta centavos).

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APOSTILAS OPÇÃO
Cruzado Novo Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhecido. Órgão
Cz$ 1000 = NCz$1 (com centavos) 16.01.1989 internacional ligado a ONU, a instituição foi criada para ajudar
A Medida Provisória nº 32, de 15 de janeiro de 1989 (D.O.U. países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
de 16 de janeiro de 1989), convertida na Lei nº 7.730, de 31 de
janeiro de 1989 (D.O.U. de 01 de fevereiro de 1989), instituiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Cruzado Novo como unidade do sistema monetário, correspon- (BNDES) - Empresa pública federal vinculada ao Ministério do
dente a um mil cruzados, mantendo o centavo. A Resolução nº Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como
1.565, de 16 de janeiro de 1989, do Conselho Monetário Nacio- objetivo financiar empreendimentos para o desenvolvimento do
nal, disciplinou a implantação do novo padrão. Brasil.
Questões
Exemplo: Cz$ 1.300,50 (um mil e trezentos cruzados e cin-
quenta centavos) passou a expressar-se NCz$ 1,30 (um cruzado 01. (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERACIO-
novo e trinta centavos). NAL – VUNESP)
Em um estado do Sudeste, um Agente de Apoio Operacional
Cruzeiro tem um salário mensal de: salário base R$ 617,16 e uma gratifi-
cação de R$ 185,15. No mês passado, ele fez 8 horas extras a R$
De NCz$ para Cr$ (com centavos) 16.03.1990 8,50 cada hora, mas precisou faltar um dia e foi descontado em
A Medida Provisória nº 168, de 15 de março de 1990 (D.O.U. R$ 28,40. No mês passado, seu salário totalizou
de 16 de março de 1990), convertida na Lei nº 8.024, de 12 de (A) R$ 810,81
abril de 1990 (D.O.U. de 13 de abril de 1990), restabeleceu a (B) R$ 821,31.
denominação Cruzeiro para a moeda, correspondendo um cru- (C) R$ 838,51.
zeiro a um cruzado novo. Ficou mantido o centavo. A mudança (D) R$ 841,91.
de padrão foi regulamentada pela Resolução nº 1.689, de 18 de (E) R$ 870,31
março de 1990, do Conselho Monetário Nacional.
02. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENI-
Exemplo: NCz$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzados no- TENCIÁRIA – VUNESP)
vos) passou a expressar-se Cr$ 1.500,00 (um mil e quinhentos Ao conferir a nota fiscal de uma compra feita em um super-
cruzeiros). mercado, no valor de R$ 63,50, José percebeu que, por engano,
o caixa havia registrado 2 litros iguais de óleo a mais do que ele
Cruzeiro Real havia comprado e que não havia registrado um litro de leite, o
que fez com que o valor da compra ficasse R$ 5,10 maior do que
Cr$ 1000 = CR$ 1 (com centavos) 01.08.1993 o valor correto. Se o valor do litro de leite era de R$ 2,50, então o
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de 1993 (D.O.U. valor de um litro de óleo era de
de 29 de julho de 1993), convertida na Lei nº 8.697, de 27 de (A) R$ 3,40.
agosto de 1993 (D.O.U. de 28 agosto de 1993), instituiu o Cru- (B) R$ 3,80
zeiro Real, a partir de 01 de agosto de 1993, em substituição ao (C) R$ 3,20.
Cruzeiro, equivalendo um cruzeiro real a um mil cruzeiros, com (D) R$ 3,60
a manutenção do centavo. A Resolução nº 2.010, de 28 de julho (E) R$ 3,00
de 1993, do Conselho Monetário Nacional, disciplinou a mudan-
ça na unidade do sistema monetário. 03. (IF/RO – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – MAKIYAMA)
Um restaurante serve dois tipos de sorvete: de passas ao rum
Exemplo: Cr$ 1.700.500,00 (um milhão, setecentos mil e e de nozes. Uma taça de sorvete de passas ao rum custa R$ 4,00.
quinhentos cruzeiros) passou a expressar-se CR$ 1.700,50 (um Num certo dia, foram servidas 32 taças de sorvete de passas ao
mil e setecentos cruzeiros reais e cinquenta centavos). rum e 14 taças de sorvete de nozes. Nesse dia, o restaurante ar-
recadou R$ 226,00. Qual é o preço da taça de sorvete de nozes?
Real (A) 8 reais.
CR$ 2.750 = R$ 1(com centavos) 01.07.1994 (B) 7 reais.
A Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994 (D.O.U. (C) 6 reais.
de 30 de junho de 1994), instituiu o Real como unidade do siste- (D) 10 reais.
ma monetário, a partir de 01 de julho de 1994, com a equivalên- (E) 9 reais.
cia de CR$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e cinquenta cruzeiros
reais), igual à paridade entre a URV e o Cruzeiro Real fixada para 04. (IF/RO – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – MAKIYAMA)
o dia 30 de junho de 1994. Foi mantido o centavo. José quer comprar uma televisão de R$ 600,00. Com um des-
Como medida preparatória à implantação do Real, foi criada conto de R$ 135,45, qual o preço que José pagará pela televisão?
a URV - Unidade Real de Valor - prevista na Medida Provisória (A) R$ 464,55
nº 434, publicada no D.O.U. de 28 de fevereiro de 1994, reedita- (B) R$ 465,55
da com os números 457 (D.O.U. de 30 de março de 1994) e 482 (C) R$ 466,55
(D.O.U. de 29 de abril de 1994) e convertida na Lei nº 8.880, de (D) R$ 468,55
27 de maio de 1994 (D.O.U. de 28 de maio de 1994). (E) R$ 462,55

Exemplo: CR$ 11.000.000,00 (onze milhões de cruzeiros 05. (SABESP – APRENDIZ – FCC)
reais) passou a expressar-se R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Mariana abriu seu cofrinho com 120 moedas e separou-as:
− 1 real: 1/4das moedas
Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetária do − 50 centavos: 1/3das moedas
País responsável pela execução da política financeira do gover- − 25 centavos: 2/5das moedas
no. Cuida ainda da emissão de moedas, fiscaliza e controla a ati- − 10 centavos: as restantes
vidade de todos os bancos no País. Mariana totalizou a quantia contida no cofre em:

(A) R$ 62,20.
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - Órgão (B) R$ 52,20.
internacional que visa ajudar países subdesenvolvidos e (C) R$ 50,20.
em desenvolvimento na América Latina. A organização foi (D) R$ 56,20.
criada em 1959 e está sediada em Washington, nos Estados (E) R$ 66,20.
Unidos.

Matemática (Raciocínio Lógico) 27


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APOSTILAS OPÇÃO
Respostas Exemplos
01. Resposta: D. P: Carlos é careca e Pedro é estudante.
Q: Carlos é careca ou Pedro é estudante.
R: Se Carlos é careca, então é triste.

Observamos que todas as proposições compostas são


Salário foi R$ 841,91. formadas por duas proposições simples.

02. Resposta: B.
No campo gramatical conseguimos identificar uma
63,50-5,10=58,40
R$58,40 é o valor certo da compra com o leite. porposição simples ou composta pela quantidade de verbos
58,40-2,50=55,90 –valor sem o leite existentes na frase. Então uma frase que contenha um verbo
63,50-55,90=7,60 valor dos dois óleos é uma proposição simples, que contenha mais de um verbo é
uma proposição composta. Este conceito não foge ao aplicado
aos do princípios lógicos.

O valor de cada óleo é R$3,80 Operadores Lógicos


Temos dois tipos
03. Resposta: B. - os modificadores: têm por finalidade modificar (alterar) o
32.4=128 valor lógico de uma proposição, seja ela qual for.
226-128=98
Exemplo:

Não vou trabalhar neste sábado. (o não modificou o valor


lógico).
04. Resposta: A.
600-135,45=464,55 - os conectivos (concectores lógicos): palavras usadas para
formar novas proposições a partir de outras, ou seja, unindo-se
ou conectando-se duas ou mais proposições simples.
05. Resposta: A.
Exemplos:
1) O número 2 é par E o número 16 é um quadrado perfeito.
(conectivo “e”)
2) OU Carlos viaja OU Pedro trabalha. (conectivo “ou”)
3) SE o Brasil jogar com seriedade, ENTÂO Portugual não
será campeã.(concectivo “ se ... então”)
4) Luciana casa SE, E SOMENTE SE, Pedro arranjar um
emprego (conectivo “se, e somente se..”)
Mariana totalizou R$ 62,20.
Em Lógica são considerados operadores lógicos as seguintes
palavras:

Estrutura lógica de relações


arbitrárias entre pessoas, lugares,
objetos ou eventos fictícios;
deduzir novas informações das
relações fornecidas e avaliar
as condições usadas para
estabelecer a estrutura daquelas
relações. Também podemos representar a negação utilizando o
símbolo “¬” (cantoneira).
Estudo dos Operadores e Operações Lógicas
ESTUDO DAS PROPOSIÇÕES E DOS CONECTIVOS Quando efetuamos certas operações sobre proposições
chamadas operações lógicas, efetuamos cálculos proposicionais,
Definições semelhantes a aritmética sobre números, de forma a
- Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO determinarmos os valores das proposições.
contém nenhuma outra proposição como parte integrante de
si mesma. As proposições simples são designadas pelas letras 1) Negação ( ~ ): chamamos de negação de uma proposição
latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais. representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando
p é falsa e falsidade (F) quando p é verdadeira. Assim “não p”
Exemplos tem valor lógico oposto daquele de p.
r: Carlos é careca. Pela tabela verdade temos:
s: Pedro é estudante.
a: O céu é verde.

- Proposições compostas (ou moleculares): aquela formada


pela combinação de duas ou mais proposições simples. Elas
também são chamadas de estruturas lógicas. As proposições Simbolicamente temos:
compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, ~V = F ; ~F = V
R..., também chamadas letras proposicionais. V(~p) = ~V(p)

Matemática (Raciocínio Lógico) 28


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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos q: 7 é número impar. (V)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ V = F
Proposição Negação: ~p
(afirmações): p - O valor lógico de uma proposição simples “p” é indicado por
V(p). Assim, exprime-se que “p” é verdadeira (V), escrevendo:
Carlos é médico Carlos NÂO é médico
Juliana é carioca Juliana NÂO é carioca V(p) = V

Nicolas está de férias Nicolas NÂO está de férias


Norberto foi trabalhar NÃO É VERDADE QUE Norberto foi - Analogamente, exprime-se que “p” é falsa (F), escrevendo:
trabalhar
V(p) = F
A primeira parte da tabela todas as afirmações são
verdadeiras, logo ao negarmos temos passam a ter como valor
lógico a falsidade.
- As proposições compostas, representadas, por exemplo,
- Dupla negação (Teoria da Involução): vamos considerar pelas letras maiúsculas “P”, “Q”, “R”, “S” e “T”, terão seus
as seguintes proposições primitivas, p:” Netuno é o planeta mais respectivos valores lógicos representados por:
distante do Sol”; sendo seu valor verdadeiro ao negarmos “p”, V(P), V(Q), V(R), V(S) e V(T).
vamos obter a seguinte proposição ~p: “Netuno NÂO é o planeta
mais distante do Sol” e negando novamente a proposição “~p”
teremos ~(~p): “NÃO É VERDADE que Netuno NÃO é o planta
mais distante do Sol”, sendo seu valor lógico verdadeiro (V). 3) Disjunção inclusiva – soma lógica – disjunção simples
Logo a dupla negação equivale a termos de valores lógicos a sua (v): chama-se de disjunção inclusiva de duas proposições p
proposição primitiva. e q a proposição representada por “p ou q”, cujo valor lógico é
verdade (V) quando pelo menos umas proposições, p e q, é
p ≡ ~(~p) verdadeira e falsidade (F) quando ambas são falsas.
Simbolicamente: “p v q” (lê-se: “p OU q”).
Observação: O termo “equivalente” está associado aos Pela tabela verdade temos:
“valores lógicos” de duas fórmulas lógicas, sendo iguais pela
natureza de seus valores lógicos.
Exemplo:
1. Saturno é um planeta do sistema solar.
2. Sete é um número real maior que cinco.

Sabendo-se da realidade dos valores lógicos das proposições


“Saturno é um planeta do sistema solar” e “Sete é um número
rela maior que cinco”, que são ambos verdadeiros (V), conclui- Exemplos
se que essas proposições são equivalentes, em termos de (a)
valores lógicos, entre si. p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V)
2) Conjunção – produto lógico (^): chama-se de conjunção V(p v q) = V(p) v V(q) = V v V = V
de duas proposições p e q a proposição representada por “p e
q”, cujo valor lógico é verdade (V) quando as proposições, p e (b)
q, são ambas verdadeiras e falsidade (F) nos demais casos. p: A neve é azul. (F)
Simbolicamente temos: “p ^ q” (lê-se: “p E q”). q: 6 < 5. (F)
V(p v q) = V(p) v V(q) = F v F = F
Pela tabela verdade temos:
(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p v q) = V(p) v V(q) = V v F = V

(d)
p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número impar. (V)
Exemplos V(p v q) = V(p) v V(q) = F v V = V
(a)
p: A neve é branca. (V) 4) Disjução exclusiva ( v ): chama-se dijunção exclusica de
q: 3 < 5. (V) duas proposições p e q, cujo valor lógico é verdade (V) somente
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ V = V quando p é verdadeira ou q é verdadeira, mas não quando p
e q são ambas veradeiras e a falsidade (F) quando p e q são
(b) ambas veradeiras ou ambas falsas.
p: A neve é azul. (F) Simbolicamente: “p v q” (lê-se; “OU p OU q”; “OU p OU q, MAS
q: 6 < 5. (F) NÃO AMBOS”).
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = F ^ F = F Pela tabela verdade temos:

(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V)
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p ^ q ) = V(p) ^ V(q) = V ^ F = F

(d)
p: A neve é azul. (F)

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APOSTILAS OPÇÃO
Para entender melhor vamos analisar o exemplo. q: 3 < 5. (V)
p: Nathan é médico ou professor. (ambas podem ser V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V
verdeiras, ele pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, uma
condição não exclui a outra – disjunção inclusiva). (b)
Podemos escrever: p: A neve é azul. (F)
Nathan é médico ^ Nathan é professor q: 6 < 5. (F)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ F = V
q: Mario é carioca ou paulista (aqui temos que se Mario é
carioca implica que ele não pode ser paulista, as duas coisas não (c)
podem acontecer ao mesmo tempo – disjunção exlcusiva). p: Pelé é jogador de futebol. (V)
Reescrevendo: q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
Mario é carioca v Mario é paulista. V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ F = F

Exemplos (d)
a) Plínio pula ou Lucas corre, mas não ambos. p: A neve é azul. (F)
b) Ou Plínio pula ou Lucas corre. q: 7 é número impar. (V)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ V = F
5) Implicação lógica ou condicional (→): chama-se
proposição condicional ou apenas condicional representada por Transformação da linguaguem corrente para a simbólica
“se p então q”, cujo valor lógico é falsidade (F) no caso em que p
é verdade e q é falsa e a verdade (V) nos demais casos. Este é um dos tópicos mais vistos em diversas provas e por
isso vamos aqui detalhar de forma a sermos capazes de resolver
Simbolicamente: “p → q” (lê-se: p é condição suficiente para questões deste tipo.
q; q é condição necessária para p).
p é o antecendente e q o consequente e “→” é chamado de Sejam as seguintes proposições simples denotadas por “p”,
símbolo de implicação. “q” e “r” representadas por:
p: Luciana estuda.
Pela tabela verdade temos: q: João bebe.
r: Carlos dança.

Sejam, agora, as seguintes proposições compostas denotadas


por: “P ”, “Q ”, “R ”, “S ”, “T ”, “U ”, “V ” e “X ” representadas por:
P: Se Luciana estuda e João bebe, então Carlos não dança.
Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana não
estuda.
Exemplos R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se, João
(a) não bebe.
p: A neve é branca. (V)
q: 3 < 5. (V) O primeiro passo é destacarmos os operadores lógicos
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → V = V (modificadores e conectivos) e as proposições. Depois
reescrevermos de forma simbólica, vajamos:
(b)
p: A neve é azul. (F)
q: 6 < 5. (F)
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → F = V
Juntando as informações temos que, P: (p ^ q) → ~r
(c)
p: Pelé é jogador de futebol. (V) Continuando:
q: A seleção brasileira é octacampeã. (F)
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → F = F Q: É falso que João bebe ou Carlos dança, mas Luciana
estuda.
(d)
p: A neve é azul. (F)
q: 7 é número impar. (V)
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → V = V

6) Dupla implicação ou bicondicional (↔):chama-se


proposição bicondicional ou apenas bicondicional representada
por “p se e soemnete se q”, cujo valor lógico é verdade (V)
quando p e q são ambas verdadeiras ou falsas e a falsidade Simbolicamente temos: Q: ~ (q v r ^ ~p).
(F) nos demais casos.
Simbolicamente: “p ↔ q” (lê-se: p é condição necessária e R: Ou Luciana estuda ou Carlos dança se, e somente se, João
suficiente para q; q é condição ncessária e suficiente para p). não bebe.
(p v r) ↔ ~q
Pela tabela verdade temos:
Observação: os termos “É falso que”, “Não é verdade que”, “É
mentira que” e “É uma falácia que”, quando iniciam as frases
negam, por completo, as frases subsequentes.

- O uso de parêntesis
A necessidade de usar parêntesis na simbolização das
proposições se deve a evitar qualquer tipo de ambiguidade,
Exemplos assim na proposição, por exemplo, p ^ q v r, nos dá a seguinte
(a) proposições:
p: A neve é branca. (V)

Matemática (Raciocínio Lógico) 30


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- Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
(I) (p ^ q) v r Conectivo principal é da disjunção.
(II) p ^ (q v r) Conectivo principal é da conjunção. ESTUDO DA TABELA VERDADE

As quais apresentam significados diferentes, pois os Sabemos que tabela verdade é toda tabela que atribui,
conectivos principais de cada proposição composta dá valores previamente, os possíveis valores lógicos que as proposições
lógicos diferentes como conclusão. simples podem assumir, como sendo verdadeiras (V) ou falsas
Agora observe a expressão: p ^ q → r v s, dá lugar, colocando (F), e, por consequência, permite definir a solução de uma
parêntesis as seguintes proposições: determinada fórmula (proposição composta).
a) ((p ^ q) → r) v s De acordo com o Princípio do Terceiro Excluído, toda
b) p ^ ((q → r) v s) proposição simples “p” é verdadeira ou falsa, ou seja, possui o
c) (p ^ (q → r)) v s valor lógico V (verdade) ou o valor lógico F (falsidade).
d) p ^ (q → (r v s)) Em se tratando de uma proposição composta, a determinação
e) (p ^ q) → (r v s) de seu valor lógico, conhecidos os valores lógicos das proposições
simples componentes, se faz com base no seguinte princípio,
Aqui duas quaisquer delas não tem o mesmo significado. vamos relembrar:
Porém existem muitos casos que os parêntesis são suprimidos,
a fim de simplificar as proposições simbolizadas, desde que,
O valor lógico de qualquer proposição composta depende
naturalmente, ambiguidade alguma venha a aparecer. Para isso
a supressão do uso de parêntesis se faz mediante a algumas UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições
convenções, das quais duas são particularmente importantes: simples componentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE
determinados.
1ª) A “ordem de precedência” para os conectivos é:
(I) ~ (negação) Para determinarmos esses valores recorremos a um
(II) ^, v (conjunção ou disjunção têm a mesma precedência, dispositivo prático que é o objeto do nosso estudo: A tabela
operando-se o que ocorrer primeiro, da esquerda para direita). verdade. Em que figuram todos os possíveis valores lógicos da
(III) → (condicional) proposição composta (sua solução) correspondente a todas as
(IV) ↔ (bicondicional) possíveis atribuições de valores lógicos às proposições simples
Portanto o mais “fraco” é “~” e o mais “forte” é “↔”. componentes.

Exemplo Número de linhas de uma Tabela Verdade


O número de linhas de uma proposição composta depende
p → q ↔ s ^ r , é uma bicondicional e nunca uma condicional do número de proposições simples que a integram, sendo dado
ou uma conjunção. Para convertê-la numa condicional há que se pelo seguinte teorema:
usar parêntesis:
p →( q ↔ s ^ r ) “A tabela verdade de uma proposição composta com n*
E para convertê-la em uma conjunção: proposições simpleste componentes contém 2n linhas.” (*
(p → q ↔ s) ^ r Algumas bibliografias utilizam o “p” no lugar do “n”)
Os valores lógicos “V” e “F” se alteram de dois em dois
2ª) Quando um mesmo conectivo aparece para a primeira proposição “p” e de um em um para a segunda
sucessivamente repetido, suprimem-se os parêntesis, proposição “q”, em suas respectivas colunas, e, além disso, VV,
VF, FV e FF, em cada linha, são todos os arranjos binários com
fazendo-se a associação a partir da esquerda. repetição dos dois elementos “V” e “F”, segundo ensina a Análise
Segundo estas duas convenções, as duas seguintes Combinatória.
proposições se escrevem:
Construção da tabela verdade de uma proposição
Proposição Nova forma de escrever a composta
proposição Para sua construção começamos contando o número de
proposições simples que a integram. Se há n proposições simples
((~(~(p ^ q))) v ~~ (p ^ q) v ~p componentes, então temos 2n linhas. Feito isso, atribuimos a 1ª
(~p)) proposição simples “p1” 2n / 2 = 2n -1 valores V , seguidos de 2n – 1
valores F, e assim por diante.
((~p) → (q → (~(p v ~p→ (q → ~(p v r))
r)))) Exemplos:
1) Se tivermos 2 proposições temos que 2n =22 = 4 linhas
- Outros símbolos para os conectivos (operadores lógicos): e 2n – 1 = 22 - 1 = 2, temos para a 1ª proposição 2 valores V e 2
valores F se alternam de 2 em 2 , para a 2ª proposição temos que
“¬” (cantoneira) para negação (~). os valores se alternam de 1 em 1 (ou seja metade dos valores
“•” e “&” para conjunção (^). da 1ª proposição). Observe a ilustração, a primeira parte dela
“⊃” (ferradura) para a condicional (→). corresponde a árvore de possibilidades e a segunda a tabela
propriamente dita.
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que
facilitará na resolução de diversas questões

(Fonte: http://www laifi.com.)

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – (Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/
São Paulo: Nobel – 2002. tabela-verdade.html)
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu

Matemática (Raciocínio Lógico) 31


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APOSTILAS OPÇÃO
2) Neste caso temos 3 proposições simples, fazendo os cálculos temos: 2n =23 = 8 linhas e 2n – 1 = 23 - 1 = 4, temos para a 1ª proposição
4 valores V e 4 valores F se alternam de 4 em 4 , para a 2ª proposição temos que os valores se alternam de 2 em 2 (metade da 1ª
proposição) e para a 3ª proposição temos valores que se alternam de 1 em 1(metade da 2ª proposição).

(Fonte: http://www.colegioweb.com.br/nocoes-de-logica/tabela-verdade.html)
Exemplo
Vamos construir a tabela verdade da proposição:
P(p,q) = ~ (p ^ ~q)

1º Resolução) Vamos formar os par de colunas correspondentes as duas proposições simples p e q. Em seguida a coluna para ~q
, depois a coluna para p ^ ~q e a útima contento toda a proposição ~ (p ^ ~q), atribuindo todos os valores lógicos possíveis de acordo
com os operadores lógicos.
p q ~q p ^~q ~ (p ^ ~q)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V

2º Resolução) Vamos montar primeiro as colunas correspondentes a proposições simples p e q , depois traçar colunas para cada
uma dessas proposições e para cada um dos conectivos que compõem a proposição composta.
p q ~ (p ^ ~ q)
V V
V F
F V
F F

Depois completamos, em uma determinada ordem as colunas escrevendo em cada uma delas os valores lógicos.
p q ~ (p ^ ~ q) p q ~ (p ^ ~ q) p q ~ (p ^ ~ q)
V V V V V V V F V V V V F F V
V F V F V F V V F V F V V V F
F V F V F V F F V F V F F F V
F F F F F F F V F F F F F V F
1 1 1 2 1 1 3 2 1

p q ~ (p ^ ~ q)
V V V V F F V
V F F V V V F
F V V F F F V
F F V F F V F
4 1 3 2 1

Observe que vamos preenchendo a tabela com os valores lógicos (V e F), depois resolvemos os operadores lógicos (modificadores
e conectivos) e obtemos em 4 os valores lógicos da proposição que correspondem a todas possíveis atribuições de p e q de modo que:

P(V V) = V, P(V F) = F, P(F V) = V, P(F F) = V

A proposição P(p,q) associa a cada um dos elementos do conjunto U – {VV, VF, FV, FF} com um ÚNICO elemento do conjunto {V,F},
isto é, P(p,q) outra coisa não é que uma função de U em {V,F}
P(p,q): U → {V,F} , cuja representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte:

Matemática (Raciocínio Lógico) 32


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APOSTILAS OPÇÃO
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-
verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F
correspondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro
e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos
lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição
lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é
3ª Resolução) Resulta em suprimir a tabela verdade anterior igual a
as duas primeiras da esquerda relativas às proposições simples
componentes p e q. Obtermos então a seguinte tabela verdade
simplificada:
~ (p ^ ~ q)
V V F F V ( ) Certo ( ) Errado
F V V V F
Resposta
V F F F V
01. Resposta: Certo.
V F F V F
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
4 1 3 2 1
R Q P [ P v (Q ↔ R) ]
Vejamos mais alguns exemplos:
(FCC) Com relação à proposição: “Se ando e bebo, então caio, V V V V V V V V
mas não durmo ou não bebo”. O número de linhas da tabela-
V V F F V V V V
verdade da proposição composta anterior é igual a:
(A) 2; V F V V V F F V
(B) 4;
V F F F F F F V
(C) 8;
(D) 16; F V V V V V F F
(E) 32.
F V F F F V F F
Vamos contar o número de verbos para termos a quantidade F F V V V F V F
de proposições simples e distintas contidas na proposição
F F F F V F V F
composta. Temos os verbos “andar’, “beber”, “cair” e “dormir”.
Aplicando a fórmula do número de linhas temos:
Referências
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
(Cespe/UnB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples
Elsevier, 2013.
e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática –
proposição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
São Paulo: Nobel – 2002.
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8; Compreensão e elaboração da
(D) 16; lógica das situações por meio
(E) 32. de: raciocínio verbal, raciocínio
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, matemático, raciocínio
então teremos: sequencial, orientação espacial
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas. e temporal, formação de
Resposta D. conceitos, discriminação de
elementos.
Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência
Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela
verdade (última coluna), V (verdades).
TAUTOLOGIA
Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela
verdade (última coluna), F (falsidades).
Esse é um tópico que se refere a classificação mediante a
Contigência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
solução obtidas das proposições compostas.
(última coluna).
Vejamos,
Questão
Tautologia: é uma proposição composta que tem valor
lógico V (verdade) para quaisquer que sejam os valores lógicos
01. (MEC – Conhecimentos básicos para os Postos
das proposições componentes, ou seja, uma tautologia conterá
9,10,11 e 16 – CESPE/2015)
apenas V (verdade) na última coluna (ou coluna solução) de
sua tabela verdade. As tautologias também são chamadas
de proposições tautológicas ou proposições logicamente
verdadeiras.

É imediato que as proposições p → p e p ↔ p são tautológicas


(Principio de Identidade para as proposições: toda a proposição
é igual a si mesma, ou ainda, todo valor lógico de uma proposição
é igual a ele mesmo).

Matemática (Raciocínio Lógico) 33


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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos proposição expressa por: {[(p → q) ↔ (r ∧ s)] ∧ (r ∧ s)} → (p →
1) A proposição “~ (p ^ ~p) é tautológica (Princípio da não q) é uma tautologia, então, veja:
contradição), conforme vemos na sua tabela verdade:
p ~p p ^ ~p ~(p ^ ~p) p q r s p→ r^ : {[(p → q) ↔ (r ∧ s)] ∧ (r ∧ Solução
q s s)} → (p → q)
V F F V
V V V V V V [(V ↔ V) ∧ (V)] → V V
F V F V
V V V F V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
Então podemos dizer que uma proposição não pode ser V V F V V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
simultaneamente verdadeira e falsa.
V V F F V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
2) A proposição “p v ~p” (Princípio do terceiro excluído) é V F V V F V [(F ↔ V) ∧ (V)] → F V
tautológica, vejamos sua tabela verdade.
V F V F F F [(F ↔ F) ∧ (F)] → F V
V F F V F F [(F ↔ F) ∧ (F)] → F V
p ~p p v ~p
V F F F F F [(F ↔ F) ∧ (F)] → F V
V F V
F V V V V V [(V ↔ V) ∧ (V)] → V V
F V V
F V V F V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
Com isso podemos dizer que uma proposição é verdadeira F V F V V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
ou falsa, nunca as duas juntos.
F V F F V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
3) A proposição “p v ~ (p ^ q)” é tautológica, conforme F F V V V V [(V ↔ V) ∧ (V)] → V V
mostra sua tabela verdade.
F F V F V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
F F F V V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
p q p^q ~ (p ^ q) p v ~ (p ^ q)
F F F F V F [(V ↔ F) ∧ (F)] → V V
V V V F V
V F F V V Substituindo as proposições compostas “p → q” e “r ∧ s”
F V F V V pelas proposições simples “a” e “b”, respectivamente, então
obteremos a seguinte proposição composta: {[a ↔ b] ∧ b} → a.
F F F V V Pelo Princípio da Substituição, tem-se que a nova proposição
composta também será tautológica, vejamos:
4) A proposição “p ^ q → (p ↔ q)” é tautológica, conforme
mostra sua tabela verdade.
a b a↔b [a ↔ b ] ∧ b {[a ↔ b] ∧ b} → (a) Solução
p q p^q p→q p ^ q → (p ↔ q)
V V V V∧V=V V→V V
V V V V V
V F F F∧F=F F→V V
V F F F V
F V F F∧V=F F→F V
F V F F V
F F F V V F F V F∧F=F F→F V

5) A proposição “p v (q ^ ~q) ↔ p” é tautológica, conforme Questão


mostra sua tabela verdade.
01. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de direito,
com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria
p q ~q q ^ ~q p v (q ^ ~q) p v (q ^ ~q) ↔ p legenda, na qual identificava, por letras, algumas afirmações
V V F F V V relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por
meio de sentenças (proposições). No seu vocabulário particular
V F V F V V constava, por exemplo:
F V F F F V P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
F F V F F V
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
regime fechado.
- Princípio de Substituição para as tautologias S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
Seja P (p; q; r; ...) uma proposição composta tautológica e qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
sejam P0 (p; q; r; ...), Q (p; q; r; ...), R (p; q; r; ...), ..., proposições, Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o
também compostas, e componentes de P (p; q; r; ...). Como o valor item que se segue.
de P (p; q; r; ...) é sempre verdade (V), quaisquer que sejam os A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira,
valores lógicos das proposições simples componentes “p”, “q”, “r”, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras
..., é óbvio que, substituindo-se as proposições p por P0, q por Q0, ou falsas.
r por R0, ...na tautologia P (p; q; r; ...), a nova proposição P (P0; ( ) Certo ( ) Errado
Q0; R0; ...) que assim se obtém também será uma tautologia. É o
que chamamos para as tautologias “Princípio de substituição”. Resposta

PRINCÍPIO DA SUBSTITUIÇÃO: Seja P (p, q, r, ...) é uma 01. Resposta: Certo.


tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, Considerando P e Q como V.
quaisquer que sejam as proposições P0, Q0, R0, ... (V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Exemplo Considerando P e Q como F
Se “p”, “q”, “r” e “s” são proposições simples, então a (F→F) ↔ ((V)→(V))

Matemática (Raciocínio Lógico) 34


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APOSTILAS OPÇÃO
(V) ↔ (V) = V Questão
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
01. (PECFAZ ESAF) Conforme a teoria da lógica
Referências proposicional, a proposição ~P ∧ P é:
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – (A) uma tautologia.
São Paulo: Nobel – 2002. (B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de (C) uma contradição.
Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: (D) uma contingência.
Elsevier, 2013. (E) uma disjunção.

CONTRADIÇÃO E CONTIGÊNCIA Resposta


01. Resposta: C.
Contradição (proposições contra válidas ou proposições
logicamente falsas): é toda proposição composta cuja última Referências
coluna da sua tabela verdade encerra somente com a letra F CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
(falsidade), ou seja, seus valores lógicos são sempre F, quaisquer Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
que sejam os valores lógicos das suas premissas. A contradição é Elsevier, 2013.
a negação da Tautologia e vice versa. ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática –
Para as contradições vale um “Princípio de Substituição”, São Paulo: Nobel – 2002.
análogo ao que foi para as tautologias:
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
PRINCÍPIO DA SUBSTITUIÇÃO: Seja P (p, q, r, ...) é
Diz-se que duas ou mais proposições compostas são
uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma
equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas
contradição, quaisquer que sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
diferentes, apresentam a mesma solução em suas respectivas
Exemplo: tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas
A proposição (p v ~q) ↔ (~p ^ q) é uma contradição. Vamos TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são
montar a tabela verdade para provarmos: EQUIVALENTES.

Exemplo:
p q ~p ~q pv ~p ^ q (p v ~q) ↔ (~p Dada as proposições “~p → q” e “p v q” verificar se elas são
~q ^ q) equivalentes.
V V F F Vv F ^ V= F V↔F=F
F= V Vamos montar a tabela verdade para sabermos se elas são
equivalentes.
V F F V VvV F^F=F V↔F=F
=V
p q ~p → q p v q
F V V F FvF V^V=V F↔V=F
=F V V F V V V V V
F F V V FvV V^ F=F V↔F=F V F F V F V V F
=V F V V V V F V V
Última coluna F F V F F F F F
Os valores da última coluna são todos F (falsidade). Observamos que as proposições compostas “~p → q” e “p ∨
q” são equivalentes.
Contingência (proposições contingentes ou proposições
indeterminadas): toda proposição composta cuja última coluna ~p → q ≡ p ∨ q ou ~p → q ⇔ p ∨ q, onde “≡” e “⇔” são os
da tabela verdade figuram as letras V e F cada uma pelo menos símbolos que representam a equivalência entre proposições.
uma vez. Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição. Equivalência fundamentais (Propriedades
Fundamentais): a equivalência lógica entre as proposições
Exemplo: goza das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
A proposição p ↔ (p ^ q) é uma contingência. Vamos 1 – Simetria (equivalência por simetria)
comprovar através da tabela verdade. a) p ^ q ⇔ q ^ p
p q p ^ q q ^ p
p q p^q p ↔ (p ^ q)
V V V V V V V V
V V V V
V F V F F F F V
V F F F
F V F F V V F F
F V F V
F F F F F F F F
F F F V
Última coluna b) p v q ⇔ q v p
p q p v q q v p
Uma proposição simples, por definição, ou será uma
tautologia – valor lógico verdade (V) – ou uma contradição – V V V V V V V V
valor lógico falsidade (F) –, e nunca uma contingência – valor V F V V F F V V
lógico verdade (V) e falsidade (F), simultaneamente.
F V F V V V V F
F F F F F F F F

Matemática (Raciocínio Lógico) 35


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APOSTILAS OPÇÃO
c) p ∨ q ⇔ q ∨ p V F V V F F F V V F F F V V V
p q p v q q v p V F F V F F F F V F F F V F F
V V V F V V F V F V V F F V V V F F V F F F V
V F V V F F V V F V F F F V F F F F V F F F F
F V F V V V V F F F V F F F F V F F F F F F V
F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)

p q p ↔ q q ↔ p p q r p v (q v r) (p v q) v (p v r)
V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V
V F V F F F F V V V F V V V V F V V V V V V F
F V F F V V F F V F V V V F V V V V F V V V V
F F F V F F V F V F F V V F F F V V F V V V F
2 - Reflexiva (equivalência por reflexão) F V V F V V V V F V V V F V V
p→p⇔p→p F V F F V V V F F V V V F F F
F F V F V F V V F F F V F V V
p p p → p p → p
F F F F F F F F F F F F F F F
V V V V V V V V
F F F V F F V F 3 – Idempotência
a) p ⇔ (p ∧ p)
3 – Transitiva p p p ^ p
Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...) E
Q(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) ENTÃO V V V V V
P(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) . F F F F F

Equivalências notáveis: b) p ⇔ (p ∨ p)
p p p v p
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) V V V V V
F F F F F
p q r p ^ (q v r) (p ^ q) v (p ^ r) 4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se outra
V V V V V V V V V V V V V V V condicional equivalente à primeira, apenas invertendo-se e
negando-se as proposições simples que as compõem.
V V F V V V V F V V V V V F F
V F V V V F V V V F F V V V V 1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)
V F F V F F F F V F F F V F F
F V V F F V V V F F V F F F V p q p → q ~q → ~p
F V F F F V V F F F V F F F F V V V V V F V F
F F V F F F V V F F F F F F V V F V F F V F F
F F F F F F F F F F F F F F F F V F V V F F V
F F F V F V F V
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
Exemplo:
p q r p v (q ^ r) (p v q) ^ (p v r) p → q: Se André é professor, então é pobre.
~q → ~p: Se André não é pobre, então não é professor.
V V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V F F V V V V V V F 2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
V F V V V F F V V V F V V V V
V F F V V F F F V V F V V V F p q ~p → q ~q → p

F V V F V V V V F V V V F V V V V F V V F V V

F V F F F V F F F V V F F F F V F F V F V V V

F F V F F F F V F F F F F V V F V V V V F V F

F F F F F F F F F F F F F F F F F V F F V F F

2 - Associação (equivalência pela associativa) Exemplo:


a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r) ~p → q: Se André não é professor, então é pobre.
~q → p: Se André não é pobre, então é professor.

p q r p ^ (q ^ r) (p ^ q) ^ (p ^ r) 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)


V V V V V V V V V V V V V V V p q p → ~q q → ~p
V V F V F V F F V V V F V F F V V V F F V F F

Matemática (Raciocínio Lógico) 36


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APOSTILAS OPÇÃO
V F V V V F V F Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)
F V F V F V V V Chama-se proposições associadas a p → q as três proposições
F F F V V F V V condicionadas que contêm p e q:
– Proposições recíprocas: p → q: q → p
Exemplo: – Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
p → ~q: Se André é professor, então não é pobre. – Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
q → ~p: Se André é pobre, então não é professor.
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:
4 º Caso: (p → q) ⇔ ~p v q

p q p → q ~p v q
V V V V V F V V
V F V F F F F F
F V F V V V F V
F F F V F V F F
Note que:
Exemplo:
p → q: Se estudo então passo no concurso.
~p v q: Não estudo ou passo no concurso.

5 - Pela bicondicional
a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição

p q p ↔ q (p → q) ^ (q → p)
V V V V V V V V V V V V
V F V F F V F F F F V V
F V F F V F V V F V F F
F F F V F F V F V F V F

b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q), aplicando-se a


contrapositiva às partes

p q p ↔ q (~q → ~p) ^ (~p → ~q)


V V V V V F V F V F V F
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua recíproca
V F V F F V F F F F V V q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO EQUIVALENTES.
F V F F V F V V F V F F
Exemplos:
F F F V F V V V V V V V p → q: Se T é equilátero, então T é isósceles. (V)
q → p: Se T é isósceles, então T é equilátero. (F)
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)
Exemplo:
p q p ↔ q (p ^ q) v (~p ^ ~q) Vamos determinar:
a) A contrapositiva de p → q
V V V V V V V V V F F F b) A contrapositiva da recíproca de p → q
V F V F F V F F F F F V c) A contrapositiva da contrária de p → q
F V F F V F F V F V F F
Resolução:
F F F V F F F F V V V V a) A contrapositiva de p → q é ~q → ~p
A contrapositiva de ~q → ~p é ~~p → ~~q ⇔ p → q
6 - Pela exportação-importação
[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)] b) A recíproca de p → q é q → p
A contrapositiva q → q é ~p → ~q
p q r [(p ^ q) → r] [p → (q → r)]
c) A contrária de p → q é ~p → ~q
V V V V V V V V V V V V V A contrapositiva de ~p → ~q é q → p
V V F V V V F F V F V F F
Equivalência “NENHUM” e “TODO”
V F V V F F V V V V F V V
V F F V F F V F V V F V F 1 – NENHUM A é B ⇔ TODO A é não B.
Exemplo:
F V V F F V V V F V V V V
Nenhum médico é tenista ⇔ Todo médico é não tenista (=
F V F F F V V F F V V F F Todo médico não é tenista)
F F V F F F V V F V F V V
2 – TODO A é B ⇔ NENHUM A é não B.
F F F F F F V F F V F V F Exemplo:
Toda música é bela ⇔ Nenhuma música é não bela (=
Nenhuma música é bela)

Matemática (Raciocínio Lógico) 37


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APOSTILAS OPÇÃO
Questões Silogismo: é um raciocínio composto de três proposições,
dispostas de tal maneira que a conclusão é verdadeira e deriva
01. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Considere logicamente das duas primeiras premissas, ou seja, a conclusão
a sentença: é a terceira premissa.
“Corro e não fico cansado”.
Uma sentença logicamente equivalente à negação da Argumento: é um conjunto finito de premissas –
sentença dada é: proposições –, sendo uma delas a consequência das demais.
(A) Se corro então fico cansado. O argumento pode ser dedutivo (aquele que confere validade
(B) Se não corro então não fico cansado. lógica à conclusão com base nas premissas que o antecedem)
(C) Não corro e fico cansado. ou indutivo (aquele quando as premissas de um argumento se
(D) Corro e fico cansado. baseiam na conclusão, mas não implicam nela)
(E) Não corro ou não fico cansado. O argumento é uma fórmula constituída de premissas e
conclusões (dois elementos fundamentais da argumentação).
02. (TCE/RN – Conhecimentos Gerais para o cargo 4 –
CESPE/2015) Em campanha de incentivo à regularização da
documentação de imóveis, um cartório estampou um cartaz
com os seguintes dizeres: “O comprador que não escritura e não
registra o imóvel não se torna dono desse imóvel”.
A partir dessa situação hipotética e considerando que a
proposição P: “Se o comprador não escritura o imóvel, então ele
não o registra” seja verdadeira, julgue o item seguinte.
A proposição P é logicamente equivalente à proposição “O
comprador escritura o imóvel, ou não o registra”.
( ) Certo ( ) Errado

Respostas Alguns exemplos de argumentos:

01. Resposta: A.
1)
A negação de P→Q é P ^ ~ Q
A equivalência de P-->Q é ~P v Q ou pode ser: ~Q-->~P Todo homem é mortal
Premissas
João é homem
02. Resposta: Certo.
Relembrando temos que: Se p então q = Não p ou q. (p → q Logo, João é mortal Conclusão
= ~p v q)

Referências 2)
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – Todo brasileiro é mortal
São Paulo: Nobel – 2002. Premissas
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu Todo paulista é brasileiro
- Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Logo, todo paulista é mortal Conclusão
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
3)
A argumentação é a forma como utilizamos o raciocínio
Se eu passar no concurso, então irei viajar
para convencer alguém de alguma coisa. A argumentação faz Premissas
uso de vários tipos de raciocínio que são baseados em normas Passei no concurso
sólidas e argumentos aceitáveis.
Logo, irei viajar Conclusão
A lógica de argumentação é também conhecida como
dedução formal e é a principal ferramenta para o raciocínio
válido de um argumento. Ela avalia conclusões que a Todas as PREMISSAS tem uma CONCLUSÃO. Os exemplos
argumentação pode tomar e avalia quais dessas conclusões são acima são considerados silogismos.
válidas e quais são inválidas (falaciosas). O estudo das formas
válidas de inferências de uma linguagem proposicional também Um argumento de premissas P1, P2, ..., Pn e de conclusão
faz parte da Teoria da argumentação. Q, indica-se por:

Conceitos P1, P2, ..., Pn |----- Q


Premissas (proposições): são afirmações que podem ser
verdadeiras ou falsas. Com base nelas que os argumentos são Argumentos Válidos
compostos, ou melhor, elas possibilitam que o argumento seja Um argumento é VÁLIDO (ou bem construído ou legítimo)
aceito. quando a conclusão é VERDADEIRA (V), sempre que as
premissas forem todas verdadeiras (V). Dizemos, também, que
Inferência: é o processo a partir de uma ou mais premissas um argumento é válido quando a conclusão é uma consequência
se chegar a novas proposições. Quando a inferência é dada como obrigatória das verdades de suas premissas.Ou seja:
válida, significa que a nova proposição foi aceita, podendo ela
ser utilizada em outras inferências. A verdade das premissas é incompatível com a falsidade
da conclusão.
Conclusão: é a proposição que contém o resultado final da
inferência e que esta alicerçada nas premissas. Para separa as Um argumento válido é denominado tautologia quando
premissas das conclusões utilizam-se expressões como “logo, ...”, assumir, somente, valorações verdadeiras, independentemente
“portanto, ...”, “por isso, ...”, entre outras. de valorações assumidas por suas estruturas lógicas.

Sofisma: é um raciocínio falso com aspecto de verdadeiro. Argumentos Inválidos


Um argumento é dito INVÁLIDO (ou falácia, ou ilegítimo
Falácia: é um argumento válido, sem fundamento ou ou mal construído), quando as verdades das premissas são
tecnicamente falho na capacidade de provar aquilo que enuncia. insuficientes para sustentar a verdade da conclusão.
Caso a conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências

Matemática (Raciocínio Lógico) 38


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APOSTILAS OPÇÃO
geradas pelas verdades de suas premissas, tem-se como P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a
conclusão uma contradição (F). espada.
Um argurmento não válido diz-se um SOFISMA.
P4: Ora, a rainha fica na masmorra.
(1º) V
- A verdade e a falsidade são propriedades das
proposições. Já sabemos que a premissa simples “a rainha fica na
- Já a validade e a invalidade são propriedades inerentes masmorra” é verdadeira, portanto, tal valor lógico confirmará
aos argumentos. como verdade a 1a parte da condicional da premissa P3 (1º
- Uma proposição pode ser considerada verdadeira ou passo).
falsa, mas nunca válida e inválida.
- Não é possível ter uma conclusão falsa se as premissas
P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a
são verdadeiras. cavalo.
- A validade de um argumento depende exclusivamente da
relação existente entre as premissas e conclusões. P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo.
P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a
espada.
Critérios de Validade de um argumento (2º) V
Pelo teorema temos:
P4: Ora, a rainha fica na masmorra.
(1º) V
Um argumento P1, P2, ..., Pn |---- Q é VÁLIDO se e somente se
a condicional: Lembramos que, se a 1ª parte de uma condicional for
(P1 ^ P2 ^ ...^ Pn) → Q é tautológica. verdadeira, implicará que a 2ª parte também deverá ser
verdadeira (2º passo), já que a verdade implica outra verdade
(vide a tabela-verdade da condicional). Assim teremos como
Métodos para testar a validade dos argumentos valor lógico da premissa uma verdade (V).
Estes métodos nos permitem, por dedução (ou inferência),
atribuirmos valores lógicos as premissas de um argumento para P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a
determinarmos uma conclusão verdadeira. cavalo.
Também podemos utilizar diagramas lógicos caso sejam
estruturas categóricas (frases formadas pelas palavras ou P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo.
quantificadores: todo, algum e nenhum). P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a
espada.
Os métodos constistem em: (2º) V (3º) V
1) Atribuição de valores lógicos: o método consiste na P4: Ora, a rainha fica na masmorra.
dedução dos valores lógicos das premissas de um argumento, (1º) V
a partir de um “ponto de referência inicial” que, geralmente,
será representado pelo valor lógico de uma premissa formada Confirmando-se a proposição simples “o bárbaro usa
por uma proposição simples. Lembramos que, para que um a espada” como verdadeira (3º passo), logo, a 1ª parte da
argumento seja válido, partiremos do pressuposto que todas disjunção simples da premissa P1, “o bárbaro não usa a espada”,
as premissas que compõem esse argumento são, na totalidade, será falsa (4º passo).
verdadeiras. P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a
Para dedução dos valores lógicos, utilizaremos como auxílio cavalo.
a tabela-verdade dos conectivos. (4º) F
P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo.
P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a
espada.
(2º) V (3º) V
P4: Ora, a rainha fica na masmorra.
(1º) V
Exemplo
Sejam as seguintes premissas: Como a premissa P1 é formada por uma disjunção simples,
P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a lembramos que ela será verdadeira, se pelo menos uma de suas
cavalo. partes for verdadeira. Sabendo-se que sua 1ª parte é falsa, logo,
P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo. a 2ª parte deverá ser, necessariamente, verdadeira (5º passo).
P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a
espada.
P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a
P4: Ora, a rainha fica na masmorra.
cavalo.
(4º) F (5º) V
Se todos os argumentos (P1,P2,P3 e P4) forem válidos, então
todas premissas que compõem o argumento são necessariamente P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo.
verdadeiras (V). E portanto pela premissa simples P4: “a
P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a
rainha fica na masmorra”; por ser uma proposição simples e
espada.
verdadeira, servirá de “referencial inicial” para a dedução dos
(2º) V (3º) V
valores lógicos das demais proposições que, também, compõem
esse argumento. Teremos com isso então: P4: Ora, a rainha fica na masmorra.
(1º) V
P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a
Ao confirmarmos como verdadeira a proposição simples “o
cavalo.
príncipe não foge a cavalo”, então, devemos confirmar como falsa
P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo. a 2a parte da condicional “o príncipe foge a cavalo” da premissa
P2 (6o passo).

Matemática (Raciocínio Lógico) 39


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APOSTILAS OPÇÃO
2o caso: quando o argumento é representado por uma
sequência lógica de premissas, sendo a última sua conclusão, e é
P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a
questionada a sua validade.
cavalo.
(4º) F (5º) V
Exemplo:
P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo. “Se leio, então entendo. Se entendo, então não compreendo.
(6º) F Logo, compreendo.”
P1: Se leio, então entendo.
P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a
P2: Se entendo, então não compreendo.
espada.
C: Compreendo.
(2º) V (3º) V
Se o argumento acima for válido, então, teremos a seguinte
P4: Ora, a rainha fica na masmorra. estrutura lógica (fórmula) representativa desse argumento:
(1º) V P1 ∧ P2 → C
E, por último, ao confirmar a 2a parte de uma condicional
como falsa, devemos confirmar, também, sua 1a parte como falsa Representando inicialmente as proposições primitivas “leio”,
(7o passo). “entendo” e “compreendo”, respectivamente, por “p”, “q” e “r”,
teremos a seguinte fórmula argumentativa:
P1: p → q
P1: O bárbaro não usa a espada ou o príncipe não foge a P2: q → ~r
cavalo. C: r
(4º) F (5º) V
P2: Se o rei fica nervoso, então o príncipe foge a cavalo.
(7º) F (6º) F [(p → q) ∧ (q → ~r)] → r
P3: Se a rainha fica na masmorra, então o bárbaro usa a ou
espada.
(2º) V (3º) V
P4: Ora, a rainha fica na masmorra.
(1º) V
Montando a tabela verdade temos (vamos montar o passo
Através da analise das premissas e atribuindo os seus valores a passo):
lógicos chegamos as seguintes conclusões:
- A rainha fica na masmorra;
- O bárbaro usa a espada; p q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r
- O rei não fica nervoso; V V V V V V V F V
- o príncipe não foge a cavalo.
V V F V V V V V F
Observe que onde as proposições são falsas (F) utilizamos V F V V F F F F V
o não para ter o seu correspondente como válido, expressando
uma conclusão verdadeira. V F F V F F F V F
F V V F V V V F V
Caso o argumento não possua uma proposição simples F V F F V V V V F
“ponto de referência inicial”, devem-se iniciar as deduções F F V F V F F F V
pela conjunção, e, caso não exista tal conjunção, pela
F F F F V F F V F
disjunção exclusiva ou pela bicondicional, caso existam.
1º 2º 1º 1º 1º 1º
2) Método da Tabela – Verdade: para resolvermos temos p q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r
que levar em considerações dois casos.
1º caso: quando o argumento é representado por uma V V V V V V V F F V
fómula argumentativa. V V F V V V V V V F

Exemplo: V F V V F F F V F V
A → B ~A = ~B V F F V F F F V V F
F V V F V V V F F V
Para resolver vamos montar uma tabela dispondo todas as
proposições, as premissas e as conclusões afim de chegarmos a F V F F V V V V V F
validade do argumento. F F V F V F F V F V
F F F F V F F V V F
1º 2º 1º 1º 3º 1º 1º

p q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r
V V V V V V F V F F V
V V F V V V V V V V F
V F V V F F F F V F V
(Fonte: http://www.marilia.unesp.br) V F F V F F F F V V F
F V V F V V F V F F V
O caso onde as premissas são verdadeiras e a conclusão
é falsa esta sinalizada na tabela acima pelo asterisco.Observe F V F F V V V V V V F
também, na linha 4, que as premissas são verdadeiras e a F F V F V F V F V F V
conclusão é verdadeira. Chegamos através dessa análise que o F F F F V F V F V V F
argumento não é valido.
1º 2º 1º 4º 1º 3º 1º 1º

Matemática (Raciocínio Lógico) 40


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APOSTILAS OPÇÃO
p q r [(p → q) ^ (q → ~r)] → r 3.7 – Dilema destrutivo (DD)
V V V V V V F V F F V V
V V F V V V V V V V F F
V F V V F F F F V F V V
V F F V F F F F V V V F 3.8 – Silogismo disjuntivo (SD)
F V V F V V F V F F V V
1º caso:
F V F F V V V V V V F F
F F V F V F V F V F V V
F F F F V F V F V V F F
1º 2º 1º 4º 1º 3º 1º 5º 1º
2º caso:
Sendo a solução (observado na 5a resolução) uma
contingência (possui valores verdadeiros e falsos), logo, esse
argumento não é válido. Podemos chamar esse argumento de
sofisma embora tenha premissas e conclusões verdadeiras.

Implicações tautológicas: a utilização da tabela verdade em


alguns casos torna-se muito trabalhoso, principlamente quando 3.9 – Silogismo hipotético (SH)
o número de proposições simples que compõe o argumento é
muito grande, então vamos aqui ver outros métodos que vão
ajudar a provar a validade dos argumentos.
3.1 - Método da adição (AD)

3.10 – Exportação e importação.

1º caso: Exportação
3.2 - Método da adição (SIMP)

1º caso:

2º caso: Importação
2º caso:

3.3 - Método da conjunção (CONJ) Produto lógico de condicionais: este produto consiste na
dedução de uma condicional conclusiva – que será a conclusão
1º caso: do argumento –, decorrente ou resultante de várias outras
premissas formadas por, apenas, condicionais.
Ao efetuar o produto lógico, eliminam-se as proposições
simples iguais que se localizam em partes opostas das
2º caso: condicionais que formam a premissa do argumento, resultando
em uma condicional denominada condicional conclusiva.
Vejamos o exemplo:

3.4 - Método da absorção (ABS)

3.5 – Modus Ponens (MP)

3.6 – Modus Tollens (MT)


Nós podemos aplicar a soma lógica em três casos:

1º caso - quando a condicional conclusiva é formada pelas


proposições simples que aparecem apenas uma vez no conjunto
das premissas do argumento.
3.7 – Dilema construtivo (DC) Exemplo
Dado o argumento: Se chove, então faz frio. Se neva, então
chove. Se faz frio, então há nuvens no céu. Se há nuvens no céu,
então o dia está claro.
Temos então o argumento formado pelas seguintes
premissas:
P1: Se chove, então faz frio.

Matemática (Raciocínio Lógico) 41


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APOSTILAS OPÇÃO
P2: Se neva, então chove. P3: Se Nivaldo é corintiano, Pedro é são-paulino.
P3: Se faz frio, então há nuvens no céu. P4: Se Nivaldo é corintiano, então Márcio não é palmeirense.
P4: Se há nuvens no céu, então o dia está claro.
Vamos denotar as proposições simples: Denotando as proposições temos:
p: chover
q: fazer frio p: Nivaldo é corintiano
r: nevar q: Márcio é palmerense
s: existir nuvens no céu r: Pedro é são paulino
t: o dia esta claro
Efetuando a soma lógica:
Montando o produto lógico teremos:

Conclusão: “Se neva, então o dia esta claro”.


Observe que: As proposições simples “nevar” e “o dia está Vamos aplicar o produto lógico nas 3 primeiras premissas
claro” só apareceram uma vez no conjunto de premissas do (P1,P2,P3) teremos:
argumento anterior.

2º caso - quando a condicional conclusiva é formada por,


apenas, uma proposição simples que aparece em ambas as
partes da condicional conclusiva, sendo uma a negação da outra. Conclusão: “ Márcio é palmeirense”.
As demais proposições simples são eliminadas pelo processo
natural do produto lógico. Questões
Neste caso, na condicional conclusiva, a 1ª parte deverá
necessariamente ser FALSA, e a 2ª parte, necessariamente 01. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016)
VERDADEIRA. Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
Tome Nota:
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
Nos dois casos anteriores, pode-se utilizar o recurso de • Quando Fernando está estudando, não chove.
equivalência da contrapositiva (contraposição) de uma • Durante a noite, faz frio.
condicional, para que ocorram os devidos reajustes entre as Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue
proposições simples de uma determinada condicional que o item subsecutivo.
resulte no produto lógico desejado. Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
(p → q) ~q → ~p ( ) Certo ( ) Errado

Exemplo 02. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016)


Seja o argumento: Se Ana trabalha, então Beto não estuda. Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras.
Se Carlos não viaja, então Beto não estuda. Se Carlos viaja, Ana • Quando chove, Maria não vai ao cinema.
trabalha. • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
Temos então o argumento formado pelas seguintes • Quando Fernando está estudando, não chove.
premissas: • Durante a noite, faz frio.
P1: Se Ana viaja, então Beto não trabalha. Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue
P2: Se Carlos não estuda, então Beto não trabalha. o item subsecutivo.
P3: Se Carlos estuda, Ana viaja. Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
( ) Certo ( ) Errado
Denotando as proposições simples teremos:
p: Ana trabalha 03. (STJ – Conhecimentos Gerais para o cargo 17 –
q: Beto estuda CESPE/2015) Mariana é uma estudante que tem grande apreço
r: Carlos viaja pela matemática, apesar de achar essa uma área muito difícil.
Montando o produto lógico teremos: Sempre que tem tempo suficiente para estudar, Mariana é
aprovada nas disciplinas de matemática que cursa na faculdade.
Neste semestre, Mariana está cursando a disciplina chamada
Introdução à Matemática Aplicada. No entanto, ela não tem
tempo suficiente para estudar e não será aprovada nessa
Conclusão: “Beto não estuda”. disciplina.
A partir das informações apresentadas nessa situação
3º caso - aplicam-se os procedimentos do 2o caso em, hipotética, julgue o item a seguir, acerca das estruturas lógicas.
apenas, uma parte das premissas do argumento. Considerando-se as seguintes proposições: p: “Se Mariana
aprende o conteúdo de Cálculo 1, então ela aprende o conteúdo
Exemplo de Química Geral”; q: “Se Mariana aprende o conteúdo de
Se Nivaldo não é corintiano, então Márcio é palmeirense. Química Geral, então ela é aprovada em Química Geral”; c:
Se Márcio não é palmeirense, então Pedro não é são-paulino. “Mariana foi aprovada em Química Geral”, é correto afirmar que
Se Nivaldo é corintiano, Pedro é são-paulino. Se Nivaldo é o argumento formado pelas premissas p e q e pela conclusão c é
corintiano, então Márcio não é palmeirense. um argumento válido.
( ) Certo ( ) Errado
Então as presmissas que formam esse argumento são:
P1: Se Nivaldo não é corintiano, então Márcio é palmeirense. 04. (STJ – Conhecimentos Gerais para o cargo 17 –
P2: Se Márcio não é palmeirense, então Pedro não é são- CESPE/2015) Mariana é uma estudante que tem grande apreço
paulino. pela matemática, apesar de achar essa uma área muito difícil.

Matemática (Raciocínio Lógico) 42


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APOSTILAS OPÇÃO
Sempre que tem tempo suficiente para estudar, Mariana é Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi
aprovada nas disciplinas de matemática que cursa na faculdade. ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F);
Neste semestre, Mariana está cursando a disciplina chamada pois temos dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V
Introdução à Matemática Aplicada. No entanto, ela não tem ou F).
tempo suficiente para estudar e não será aprovada nessa
disciplina. 02. Resposta: Errado.
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas
A partir das informações apresentadas nessa situação as premissas chegamos a uma conclusão. Enumerando as
hipotética, julgue o item a seguir, acerca das estruturas lógicas. premissas:
Considerando-se as seguintes proposições: p: “Se Mariana A = Chove
aprende o conteúdo de Cálculo 1, então ela aprende o conteúdo B = Maria vai ao cinema
de Química Geral”; q: “Se Mariana aprende o conteúdo de C = Cláudio fica em casa
Química Geral, então ela é aprovada em Química Geral”; c: D = Faz frio
“Mariana foi aprovada em Química Geral”, é correto afirmar que E = Fernando está estudando
o argumento formado pelas premissas p e q e pela conclusão c é F = É noite
um argumento válido. A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
( ) Certo ( ) Errado
Lembramos a tabela verdade da condicional:
05. (Petrobras – Técnico (a) de Exploração de Petróleo
Júnior – Informática – CESGRANRIO/2014) Se Esmeralda é
uma fada, então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo,
então Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então
Tristeza é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro. A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada falsa, utilizando isso temos:
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo. O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então
Fernando estava estudando. // B → ~E
Respostas
Iniciando temos:
01. Resposta: Errado. 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A →
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas ~B = V – para que o argumento seja válido temos que Quando
as premissas chegamos a uma conclusão. Enumerando as chove tem que ser F.
premissas:
A = Chove 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema
B = Maria vai ao cinema (V). // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que
C = Cláudio fica em casa Maria vai ao cinema tem que ser V.
D = Faz frio
E = Fernando está estudando 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C
F = É noite → ~D = V - para que o argumento seja válido temos que Quando
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) Cláudio sai de casa tem que ser F.

Lembramos a tabela verdade da condicional: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove
(V). // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando
pode ser V ou F.

1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V


Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi
ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F);
pois temos dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V
ou F).
A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª
falsa, utilizando isso temos: 03. Resposta: Errado.
O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Se o argumento acima for válido, então, teremos a seguinte
Fernando estava estudando. // B → ~E estrutura lógica (fórmula) representativa desse argumento:
P1 ∧ P2 → C
Iniciando temos:
4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → Organizando e resolvendo, temos:
~B = V – para que o argumento seja válido temos que Quando A: Mariana aprende o conteúdo de Cálculo 1
chove tem que ser F. B: Mariana aprende o conteúdo de Química Geral
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema C: Mariana é aprovada em Química Geral
(V). // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que
Maria vai ao cinema tem que ser V. Argumento: [(A → B) ∧ (B → C)] ⇒ C
2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C Vamos ver se há a possibilidade de a conclusão ser falsa e as
→ ~D = V - para que o argumento seja válido temos que Quando premissas serem verdadeiras, para sabermos se o argumento é
Cláudio sai de casa tem que ser F. válido:
Testando C para falso:
5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (A → B) ∧ (B →C)
(V). // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando (A →B) ∧ (B → F)
pode ser V ou F.
Para obtermos um resultado V da 2º premissa, logo B têm
1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V que ser F:
(A → B) ∧ (B → F)

Matemática (Raciocínio Lógico) 43


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APOSTILAS OPÇÃO
(A → F) ∧ (F → F)
(F → F) ∧ (V)
Compreensão do processo
Para que a primeira premissa seja verdadeira, é preciso que lógico que, a partir de um
o “A” seja falso: conjunto de hipóteses, conduz,
(A → F) ∧ (V) de forma válida, a conclusões
(F → F) ∧ (V)
determinadas.
(V) ∧ (V)
(V)

Então, é possível que o conjunto de premissas seja DIAGRAMAS LÓGICOS


verdadeiro e a conclusão seja falsa ao mesmo tempo, o que nos
leva a concluir que esse argumento não é válido. Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
problemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser
04. Resposta: Errado. usados, é na determinação da quantidade de elementos que
Se o argumento acima for válido, então, teremos a seguinte apresentam uma determinada característica.
estrutura lógica (fórmula) representativa desse argumento:
P1 ∧ P2 → C

Organizando e resolvendo, temos:


A: Mariana aprende o conteúdo de Cálculo 1
B: Mariana aprende o conteúdo de Química Geral
C: Mariana é aprovada em Química Geral

Argumento: [(A → B) ∧ (B → C)] ⇒ C


Vamos ver se há a possibilidade de a conclusão ser falsa e as
premissas serem verdadeiras, para sabermos se o argumento é
válido:
Testando C para falso:
(A → B) ∧ (B →C)
(A →B) ∧ (B → F) Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18
que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-se
Para obtermos um resultado V da 2º premissa, logo B têm nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas
que ser F: pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente carro ou ainda
(A → B) ∧ (B → F) quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar
(A → F) ∧ (F → F) os diagramas dos conjuntos que representam os motoristas de
(F → F) ∧ (V) motos e motoristas de carros. Começaremos marcando quantos
Para que a primeira premissa seja verdadeira, é preciso que elementos tem a intersecção e depois completaremos os outros
o “A” seja falso: espaços.
(A → F) ∧ (V)
(F → F) ∧ (V)
(V) ∧ (V)
(V)

Então, é possível que o conjunto de premissas seja


verdadeiro e a conclusão seja falsa ao mesmo tempo, o que nos
leva a concluir que esse argumento não é válido.

05. Resposta: B. Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo


Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B.
não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como A partir dos valores reais, é que poderemos responder as
conclusão o valor lógico (V), então: perguntas feitas.
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo
(F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
(F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma
bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)
Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será
verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo,
a única que contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.
Referências b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência
- Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a
seguinte tabela:

Matemática (Raciocínio Lógico) 44


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APOSTILAS OPÇÃO
discurso, isto é, ele pode definir um sistema no qual certas
Jornais Leitores
intersecções não são possíveis ou consideradas. Assim, um
A 300 diagrama de Venn contendo os atributos para Animal, Mineral e
quatro patas teria que conter intersecções onde alguns estão em
B 250
ambos animal, mineral e de quatro patas. Um diagrama de Venn,
C 200 consequentemente, mostra todas as possíveis combinações ou
conjunções.
AeB 70
AeC 65
BeC 105
A, B e C 40
Nenhum 150

Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmente


montar os diagramas que representam cada conjunto. A
Diagramas de Euler consistem em curvas simples fechadas
colocação dos valores começará pela intersecção dos três
(geralmente círculos) no plano que mostra os conjuntos.
conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por último
Os tamanhos e formas das curvas não são importantes: a
às regiões que representam cada conjunto individualmente.
significância do diagrama está na forma como eles se sobrepõem.
Representaremos esses conjuntos dentro de um retângulo que
As relações espaciais entre as regiões delimitadas por cada curva
indicará o conjunto universo da pesquisa.
(sobreposição, contenção ou nenhuma) correspondem relações
teóricas (subconjunto interseção e disjunção). Cada curva de
Euler divide o plano em duas regiões ou zonas estão: o interior,
que representa simbolicamente os elementos do conjunto, e
o exterior, o que representa todos os elementos que não são
membros do conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam
representam conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores
se interceptam representam conjuntos que têm elementos
comuns, a zona dentro de ambas as curvas representa o conjunto
de elementos comuns a ambos os conjuntos (intersecção dos
conjuntos). Uma curva que está contido completamente dentro
da zona interior de outro representa um subconjunto do mesmo.
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva de
diagramas de Euler. Um diagrama de Venn deve conter todas
as possíveis zonas de sobreposição entre as suas curvas,
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são
representando todas as combinações de inclusão / exclusão
leitores de nenhum dos três jornais.
de seus conjuntos constituintes, mas em um diagrama de Euler
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
algumas zonas podem estar faltando. Essa falta foi o que motivou
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
Venn a desenvolver seus diagramas. Existia a necessidade de
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
criar diagramas em que pudessem ser observadas, por meio de
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
suposição, quaisquer relações entre as zonas não apenas as que
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
são “verdadeiras”.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) são
largamente utilizados para ensinar a teoria dos conjuntos
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes
no campo da matemática ou lógica matemática no campo da
elementos:
lógica. Eles também podem ser utilizados para representar
relacionamentos complexos com mais clareza, já que representa
apenas as relações válidas. Em estudos mais aplicados esses
diagramas podem ser utilizados para provar / analisar
silogismos que são argumentos lógicos para que se possa
deduzir uma conclusão.

Diagramas de Venn

Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usados em


matemática para simbolizar graficamente propriedades, axiomas
e problemas relativos aos conjuntos e sua teoria. Os respetivos
diagramas consistem de curvas fechadas simples desenhadas
sobre um plano, de forma a simbolizar os conjuntos e permitir a
representação das relações de pertença entre conjuntos e seus
elementos (por exemplo, 4 {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações
de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, {1,
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas
3} ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se tocam e estão
leem apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas não leem o
uma no espaço interno da outra simbolizam conjuntos que
jornal C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150. Notamos ainda que
possuem continência; ao passo que o ponto interno a uma curva
700 pessoas foram entrevistadas, que é a soma 205 + 30 + 25 +
representa um elemento pertencente ao conjunto.
40 + 115 + 65 + 70 + 150.
Os diagramas de Venn são construídos com coleções de
curvas fechadas contidas em um plano. O interior dessas curvas
Diagrama de Euler
representa, simbolicamente, a coleção de elementos do conjunto.
De acordo com Clarence Irving Lewis, o “princípio desses
Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de Venn, mas
diagramas é que classes (ou conjuntos) sejam representadas por
não precisa conter todas as zonas (onde uma zona é definida
regiões, com tal relação entre si que todas as relações lógicas
como a área de intersecção entre dois ou mais contornos).
possíveis entre as classes possam ser indicadas no mesmo
Assim, um diagrama de Euler pode definir um universo de
diagrama. Isto é, o diagrama deixa espaço para qualquer relação

Matemática (Raciocínio Lógico) 45


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possível entre as classes, e a relação dada ou existente pode - Animais que não possuem duas pernas e não voam (branco
então ser definida indicando se alguma região em específico é - fora).
vazia ou não-vazia”. Pode-se escrever uma definição mais formal
do seguinte modo: Seja C = (C1, C2, ... Cn) uma coleção de curvas Essas configurações são representadas, respectivamente,
fechadas simples desenhadas em um plano. C é uma família pelas operações de conjuntos: diferença de A para B, diferença
independente se a região formada por cada uma das interseções de B para A, intersecção entre A e B, e conjunto complementar de
X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o exterior de Ci, é não- A e B. Cada uma delas pode ser representada como as seguintes
vazia, em outras palavras, se todas as curvas se intersectam de áreas (mais escuras) no diagrama:
todas as maneiras possíveis. Se, além disso, cada uma dessas
regiões é conexa e há apenas um número finito de pontos de
interseção entre as curvas, então C é um diagrama de Venn para
n conjuntos.
Nos casos mais simples, os diagramas são representados
por círculos que se encobrem parcialmente. As partes
referidas em um enunciado específico são marcadas com uma
cor diferente. Eventualmente, os círculos são representados
como completamente inseridos dentro de um retângulo, que
representa o conjunto universo daquele particular contexto (já Diferença de A para B: A\B
se buscou a existência de um conjunto universo que pudesse
abranger todos os conjuntos possíveis, mas Bertrand Russell
mostrou que tal tarefa era impossível). A ideia de conjunto
universo é normalmente atribuída a Lewis Carroll. Do mesmo
modo, espaços internos comuns a dois ou mais conjuntos
representam a sua intersecção, ao passo que a totalidade dos
espaços pertencentes a um ou outro conjunto indistintamente
representa sua união.
John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX, Diferença de B para A: B\A
ampliando e formalizando desenvolvimentos anteriores de
Leibniz e Euler. E, na década de 1960, eles foram incorporados
ao currículo escolar de matemática. Embora seja simples
construir diagramas de Venn para dois ou três conjuntos,
surgem dificuldades quando se tenta usá-los para um número
maior. Algumas construções possíveis são devidas ao próprio
John Venn e a outros matemáticos como Anthony W. F. Edwards,
Branko Grünbaum e Phillip Smith. Além disso, encontram-se em
uso outros diagramas similares aos de Venn, entre os quais os de
Euler, Johnston, Pierce e Karnaugh. Intersecção de dois conjuntos: AB

Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: suponha-


se que o conjunto A representa os animais bípedes e o conjunto
B representa os animais capazes de voar. A área onde os dois
círculos se sobrepõem, designada por intersecção A e B ou
intersecção A-B, conteria todas as criaturas que ao mesmo
tempo podem voar e têm apenas duas pernas motoras.

Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)

Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de


16 formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre
os animais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das
características); tal conjunto seria representado pela união de A
e B. Já os animais que voam e não possuem duas patas mais os
que não voam e possuem duas patas, seriam representados pela
diferença simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados
Considere-se agora que cada espécie viva está representada nas imagens a seguir, que incluem também outros dois casos.
por um ponto situado em alguma parte do diagrama. Os
humanos e os pinguins seriam marcados dentro do círculo A, na
parte dele que não se sobrepõe com o círculo B, já que ambos
são bípedes mas não podem voar. Os mosquitos, que voam mas
têm seis pernas, seriam representados dentro do círculo B e fora
da sobreposição. Os canários, por sua vez, seriam representados
na intersecção A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer
animal que não fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou
serpentes, seria marcado por pontos fora dos dois círculos.
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro União de dois conjuntos: AB
áreas distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte
de cada círculo que pertence a ambos os círculos (onde há
sobreposição), e as duas áreas que não se sobrepõem, mas estão
em um círculo ou no outro):
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A sem
sobreposição).
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B sem
sobreposição).
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobreposição). Diferença Simétrica de dois conjuntos: AB

Matemática (Raciocínio Lógico) 46


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Complementar de A em U: AC = U \ A

(B C) \ A

Proposições Categóricas

- Todo A é B
- Nenhum A é B
- Algum A é B e
Complementar de B em U: BC = U \ B - Algum A não é B

Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn focou- Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o conjunto A
se sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alargando é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está contido em B.
o exemplo anterior, poderia-se introduzir o conjunto C dos Atenção: dizer que Todo A é B não significa o mesmo que Todo B é
animais que possuem bico. Neste caso, o diagrama define sete A. Enunciados da forma Nenhum A é B afirmam que os conjuntos
áreas distintas, que podem combinar-se de 256 (28) maneiras A e B são disjuntos, isto é, não tem elementos em comum.
diferentes, algumas delas ilustradas nas imagens seguintes. Atenção: dizer que Nenhum A é B é logicamente equivalente a
dizer que Nenhum B é A.
Por convenção universal em Lógica, proposições da forma
Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um
elemento em comum com o conjunto B. Contudo, quando dizemos
que Algum A é B, pressupomos que nem todo A é B. Entretanto, no
sentido lógico de algum, está perfeitamente correto afirmar que
“alguns de meus colegas estão me elogiando”, mesmo que todos
eles estejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente
a dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são
equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe um A
Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções que é B.
possíveis entre A, B e C. Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o
conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B
= Algum A é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente a
Algum B não é A. Nas proposições categóricas, usam-se também
as variações gramaticais dos verbos ser e estar, tais como é, são,
está, foi, eram, ..., como elo de ligação entre A e B.

- Todo A é B = Todo A não é não B.


- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
- Todo A é não B = Todo A não é B.
- Algum A é não B = Algum A não é B.
União de três conjuntos: ABC - Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e vice-
versa).

Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas

Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das


proposições categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B,
Algum A é B e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato a
Intersecção de três conjuntos: ABC verdade ou a falsidade de algumas ou de todas as outras.

1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então temos as


duas representações possíveis:

Nenhum A é B. É falsa.
A \ (B C) Algum A é B. É verdadeira.

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Algum A não é B. É falsa. (D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verdadeira
ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição
A B necessariamente verdadeira.

03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam


instrumentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e 60
2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então temos tocam esses dois tipos de instrumentos. Quantos músicos desta
somente a representação: Filarmônica tocam:
Todo A é B. É falsa. (A) instrumentos de sopro ou de corda?
Algum A é B. É falsa. (B) somente um dos dois tipos de instrumento?
Algum A não é B. É verdadeira. (C) instrumentos diferentes dos dois citados?

3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as quatro 04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que
representações possíveis: “Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro que:
(A) algum A não é G;
(B) algum A é G.
(C) nenhum A é G;
(D) algum G é A;
(E) nenhum G é A;

05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas


não praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não
praticam futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo,
existem 17 alunos que não praticam futebol. O número de alu-
nos da classe é:
(A) 30.
(B) 35.
(C) 37.
(D) 42.
Nenhum A é B. É falsa. (E) 44.
Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em 1 e 2).
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou falsa (em Respostas
3 e 4) – é indeterminada.
01.
4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as (A)
três representações possíveis:

(B)
3
A B

Todo A é B. É falsa.
Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em 1 e (C)
2 – é indeterminada).
Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira (em 1 e
2 – é ideterminada).

QUESTÕES

01. Represente por diagrama de Venn-Euler


(A) Algum A é B
(B) Algum A não é B
(C) Todo A é B
(D) Nenhum A é B (D)

02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC)


Considerando “todo livro é instrutivo” como uma proposição
verdadeira, é correto inferir que:
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição
necessariamente verdadeira.
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição
necessariamente verdadeira.
(C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição
verdadeira ou falsa.

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02. Resposta: B Agora devemos juntar os desenhos das duas proposições
categóricas para analisarmos qual é a alternativa correta. Como
instrutivo a questão não informa sobre a relação entre os conjuntos A e G,
então teremos diversas maneiras de representar graficamente os
três conjuntos (A, G e R). A alternativa correta vai ser aquela que é
livro verdadeira para quaisquer dessas representações. Para facilitar
a solução da questão não faremos todas as representações
gráficas possíveis entre os três conjuntos, mas sim, uma (ou
algumas) representação(ões) de cada vez e passamos a analisar
A opção A é descartada de pronto: “nenhum livro é instrutivo” qual é a alternativa que satisfaz esta(s) representação(ões),
implica a total dissociação entre os diagramas. E estamos com a se tivermos somente uma alternativa que satisfaça, então já
situação inversa. A opção “B” é perfeitamente correta. Percebam achamos a resposta correta, senão, desenhamos mais outra
como todos os elementos do diagrama “livro” estão inseridos representação gráfica possível e passamos a testar somente as
no diagrama “instrutivo”. Resta necessariamente perfeito que alternativas que foram verdadeiras. Tomemos agora o seguinte
algum livro é instrutivo. desenho, em que fazemos duas representações, uma em que o
conjunto A intercepta parcialmente o conjunto G, e outra em que
03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instrumentos não há intersecção entre eles.
de corda e S dos que tocam instrumentos de sopro. Chamemos
de F o conjunto dos músicos da Filarmônica. Ao resolver este
tipo de problema faça o diagrama, assim você poderá visualizar
o problema e sempre comece a preencher os dados de dentro
para fora.

Passo 1: 60 tocam os dois instumentos, portanto, após


fazermos o diagrama, este número vai no meio.
Passo 2:
a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os que só Teste das alternativas:
tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100 Teste da alternativa “A” (algum A não é G). Observando
b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180 os desenhos dos círculos, verificamos que esta alternativa
é verdadeira para os dois desenhos de A, isto é, nas duas
Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos acima: representações há elementos em A que não estão em G. Passemos
para o teste da próxima alternativa.
Teste da alternativa “B” (algum A é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A
que está mais a direita, esta alternativa não é verdadeira, isto é,
tem elementos em A que não estão em G. Pelo mesmo motivo a
alternativa “D” não é correta. Passemos para a próxima.
Teste da alternativa “C” (Nenhum A é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A
que está mais a esquerda, esta alternativa não é verdadeira, isto
Com o diagrama completamente preenchido, fica fácil achara é, tem elementos em A que estão em G. Pelo mesmo motivo a
as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica tocam: alternativa “E” não é correta. Portanto, a resposta é a alternativa
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do “A”.
problema: 100 + 60 + 180 = 340
b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 + 180 = 05. Resposta: E.
280
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340 = 160

04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições


categóricas:
- Alguns A são R
- Nenhum G é R

Devemos fazer a representação gráfica de cada uma delas


por círculos para ajudar-nos a obter a resposta correta. Vamos
iniciar pela representação do Nenhum G é R, que é dada por dois
círculos separados, sem nenhum ponto em comum.

n = 20 + 7 + 8 + 9
n = 44
Probablilidade

O estudo da probabilidade vem da necessidade de em certas


situações, prevermos a possibilidade de ocorrência de determi-
Como já foi visto, não há uma representação gráfica única nados fatos.
para a proposição categórica do Alguns A são R, mas geralmente a A história da teoria das probabilidades, teve início com os
representação em que os dois círculos se interceptam (mostrada jogos de cartas, dados e de roleta. Esse é o motivo da grande
abaixo) tem sido suficiente para resolver qualquer questão. existência de exemplos de jogos de azar no estudo da probabili-
dade. A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance
de ocorrência de um número em um experimento aleatório.

Experimento Aleatório

 É aquele experimento que quando repetido em iguais


condições, podem fornecer resultados diferentes, ou seja,

Matemática (Raciocínio Lógico) 49


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são resultados explicados ao acaso. Quando se fala de Conceito de probabilidade
tempo e possibilidades de ganho na loteria, a abordagem
envolve cálculo de experimento aleatório. Se em um fenômeno aleatório as possibilidades são igual-
mente prováveis, então a probabilidade de ocorrer um evento
 Se lançarmos uma moeda ao chão para observarmos a A é:
face que ficou para cima, o resultado é imprevisível, pois
tanto pode dar cara, quanto pode dar coroa.
Se ao invés de uma moeda, o objeto a ser lançado for um
dado, o resultado será mais imprevisível ainda, pois aumenta-
mos o número de possibilidades de resultado. Por, exemplo, no lançamento de um dado, um número par
pode ocorrer de 3 maneiras diferentes dentre 6 igualmente pro-
A experimentos como estes, ocorrendo nas mesmas condi- váveis, portanto, P = 3/6= 1/2 = 50%
ções ou em condições semelhantes, que podem apresentar re-
sultados diferentes a cada ocorrência, damos o nome de experi- Probabilidade da União de dois Eventos
mentos aleatórios. Dados dois eventos A e B de um espaço amostral S a probabi-
lidade de ocorrer A ou B é dada por: 
Espaço Amostral P(A U B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B)
Ao lançarmos uma moeda não sabemos qual será a face que
ficará para cima, no entanto podemos afirmar com toda certeza
que ou será cara, ou será coroa, pois uma moeda só possui estas
duas faces. Neste exemplo, ao conjunto 
{ cara, coroa } damos o nome de espaço amostral, pois ele
é o conjunto de todos os resultados possíveis de ocorrer neste
experimento.
Representamos um espaço amostral, ou espaço amostral Verificação:
universal como também é chamado, pela letra S. No caso da O Número de elementos de A U B é igual à soma do número
moeda representamos o seu espaço amostral por: de elementos de A com o número de elementos de B, menos uma
S = { cara, coroa } vez o número de elementos de A ∩ B que foi contado duas vezes
Se novamente ao invés de uma moeda, o objeto a ser lançado (uma em A e outra em B). Assim temos: 
for um dado, o espaço amostral será:
S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 } n(AUB) = n(A) + n(B) – n(A∩B) 
Dividindo por n(S) [S ≠  ] resulta 
Evento

Quando lançamos um dado ou uma moeda, chamamos a


ocorrência deste fato de evento. Qualquer subconjunto de um
espaço amostral é um evento.
Em relação ao espaço amostral do lançamento de um dado, P(AUB) = P(A) + P(B) – P(A∩B) 
veja o conjunto a seguir:
A = { 2, 3, 5 } Ex: Numa urna existem 10 bolas numeradas de 1 a 10. Reti-
Note que   ( A está contido em S, A é um rando uma bola ao acaso, qual a probabilidade de ocorrer múlti-
subconjunto de S ). O conjunto A é a representação do plos de 2 ou múltiplos de 3? 
evento do lançamento de um dado, quando temos a face
para cima igual a um número primo.

Classificação de Eventos

Podemos classificar os eventos por vários tipos. Vejamos al-


guns deles:
Evento Simples
Classificamos assim os eventos que são formados por um
único elemento do espaço amostral.
A = { 5 } é a representação de um evento simples do lança- A é o evento “múltiplo de 2”. 
mento de um dado cuja face para cima é divisível por5. Nenhuma B é o evento “múltiplo de 3”. 
das outras possibilidades são divisíveis por 5. P(AUB) = P(A) + P(B) – P(A∩B) =   + - = = 70%
Evento Certo
Ao lançarmos um dado é certo que a face que ficará para Probabilidade da intersecção de dois eventos
cima, terá um número divisor de 720. Este é um evento certo,
pois 720 = 6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1, obviamente qualquer um dos A probabilidade da intersecção de dois eventos ou probabi-
números da face de um dado é um divisor de 720, pois 720 é o lidade de eventos sucessivos determina a chance, a possibilida-
produto de todos eles. de, de dois eventos ocorrerem simultânea ou sucessivamente.
O conjunto A = { 2, 3, 5, 6, 4, 1 } representa um evento certo Para o cálculo desse tipo de probabilidade devemos interpretar
pois ele possui todos os elementos do espaço amostral S = { 1, muito bem os problemas, lendo com atenção e fazendo o uso da
2, 3, 4, 5, 6 }. seguinte fórmula:
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral S. A proba-
Evento Impossível bilidade de
No lançamento conjunto de dois dados qual é a possibilidade A ∩ B é dada por:
de a soma dos números contidos nas duas faces para cima, ser
igual a 15?
Este é um evento impossível, pois o valor máximo que pode-
mos obter é igual a doze. Podemos representá-lo por  Onde
, ou ainda por A = {}. p(A∩B)   → é a probabilidade da ocorrência simultânea de
AeB
p(A) → é a probabilidade de ocorrer o evento A

Matemática (Raciocínio Lógico) 50


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p(B│A)  → é a probabilidade de ocorrer o evento B sabendo Questões
da ocorrência de A (probabilidade condicional)
Se os eventos A e B forem independentes (ou seja, se a ocor- 01 (Corpo de Bombeiros Militar/MT – Oficial Bombeiro
rência de um não interferir na probabilidade de ocorrer outro), Militar – COVEST – UNEMAT) Uma loja de eletrodoméstico tem
a fórmula para o cálculo da probabilidade da intersecção será uma venda mensal de sessenta ventiladores. Sabe-se que, des-
dada por: se total, seis apresentam algum tipo de problema nos primeiros
seis meses e precisam ser levados para o conserto em um servi-
ço autorizado.
Um cliente comprou dois ventiladores. A probabilidade de
Vejamos alguns exemplos de aplicação.
que ambos não apresentem problemas nos seis primeiros meses
Ex. 1. Em dois lançamentos sucessivos de um mesmo dado,
é de aproximadamente:
qual a probabilidade de sair um número ímpar e o número 4?
(A) 90%
(B) 81%
Resolução: O que determina a utilização da fórmula da inter-
(C) 54%
secção para resolução desse problema é a palavra “e” na frase
(D) 11%
“a probabilidade de sair um número ímpar e o número 4”. Lem-
(E) 89%
bre-se que na matemática “e” representa intersecção, enquanto
“ou” representa união.
02 (Corpo de Bombeiros Militar/MT – Oficial Bombeiro
Note que a ocorrência de um dos eventos não interfere na
Militar – COVEST – UNEMAT) Em uma caixa estão acondicio-
ocorrência do outro. Temos, então, dois eventos independentes.
nados uma dúzia e meia de ovos. Sabe-se, porém, que três deles
Vamos identificar cada um dos eventos.
estão impróprios para o consumo.
Evento A: sair um número ímpar = {1, 3, 5}
Se forem escolhidos dois ovos ao acaso, qual a probabilidade
Evento B: sair o número 4 = {4}
de ambos estarem estragados?
Espaço Amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
(A) 2/153
Temos que:
(B) 1/9
(C) 1/51
(D) 1/3
(E) 4/3

03 (Polícia Militar/SP – Aluno – Oficial – VUNESP) O po-


liciamento de um grande evento musical deteve 100 pessoas.
Sabe-se que 50 pessoas foram detidas por furto de celulares,
que 25 pessoas detidas são mulheres, e que 20 mulheres foram
Assim, teremos:
detidas por furto de celulares. Para a elaboração do relatório,
o PM Jurandir montou uma tabela e inseriu esses dados, para
depois completá-la.

Ex. 2. Numa urna há 20 bolinhas numeradas de 1 a 20. Reti- Furto de Outros Total
ram-se duas bolinhas dessa urna, uma após a outra, sem repo-
sição. Qual a probabilidade de ter saído um número par e um Celulares Motivos
múltiplo de 5?
Solução: Primeiro passo é identificar os eventos e o espaço Sexo Femini- 20 25
amostral. no
Evento A: sair um número par = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, Sexo Mascu-
20} lino
Evento B: sair um múltiplo de 5 = {5, 10, 15, 20}
Espaço amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, Total 50 100
15, 16, 17, 18, 19, 20}
Tomando-se ao acaso uma das pessoas detidas por outros
Como as duas bolinhas foram retiradas uma após a outra motivos, a probabilidade de que ela seja do sexo masculino é de
e não houve reposição, ou seja, não foram devolvidas à urna, a (A) 90%.
ocorrência do evento A interfere na ocorrência do B, pois haverá (B) 75%.
na urna somente 19 bolinhas após a retirada da primeira. (C) 50%.
Assim, temos que: (D) 45%.
(E) 30%.

04 (Polícia Civil/SP – Desenhista Técnico-Pericial – VU-


NESP) A tabela a seguir apresenta dados dos ingressantes em
uma universidade, com informações sobre área de estudo e clas-
se socioeconômica.

Após a retirada da primeira bola, ficamos com 19 bolinhas


na urna. Logo, teremos:

Se um aluno ingressante é aleatoriamente escolhido, é ver-


dade que a probabilidade de ele
(A) pertencer à classe B é de 40%.
(B) estudar na área de Biológicas é de 40%.
(C) pertencer à classe B e estudar na área de Biológicas é de
25%.

Matemática (Raciocínio Lógico) 51


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(D) pertencer à classe B é de 20%. Total de possibilidades: 4.10=40
(E) estudar na área de Biológicas é de 22,5%. Com Ricardo presente na comissão, sobra 3 administradores
para 2 cargos
05 (BNDES – ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Suponha
que no banco em que Ricardo trabalha, ele faça parte de um gru-
po de quatro administradores e que no mesmo banco existam
também cinco economistas. Será formado um comitê composto Economistas tem as mesmas possibilidades
por três administradores e três economistas, todos escolhidos
aleatoriamente. Qual é a probabilidade de o comitê formado ter Total: 3.10=30
Ricardo como um dos componentes?
(A) 0
(B) 0,25
(C) 0,50
(D) 0,75
(E) 1
Respostas
Anotações
01. Resposta: B.

6 / 60 = 0,1 = 10% de ter problema

Assim, se 10% tem problemas, então 90% não apresentam


problemas.

02 Resposta: C.

(: 6 / 6)

03. Resposta: A.

Vamos completar a tabela:

Furto de Outros Total

Celulares Motivos
Sexo Femini- 20 5 25
no
Sexo Mascu- 30 45 75
lino
Total 50 50 100

Assim, a probabilidade é de: 45 / 50 = 0,9 = 90 / 100 = 90%

04. Resposta: B.
O Total de alunos é:
* Exatas: 300 + 200 + 150 = 650 alunos
* Humanas: 250 + 150 + 150 = 550 alunos
* Biológicas: 450 + 250 + 100 = 800 alunos
* TOTAL: 650 + 550 + 800 = 2000 alunos
Agora, vamos analisar cada alternativa:
(A) Classe B: 200 + 150 + 250 = 600 alunos

(B) Área de Biológicas: 800 alunos

05. Resposta: D.
Administradores

Economistas

Matemática (Raciocínio Lógico) 52


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INFORMÁTICA BÁSICA

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APOSTILAS OPÇÃO
Dentro do gabinete do computador existem outras peças que
são:
- Fonte: Tem a função de enviar energia para a placa mãe e
todos os componetes internos do gabinete.
- Placa Mãe: Principal componente do computador, é nela
que todos os componentes de hardware do computador são
ligados, os processador, a memória RAM e componentes PCI são
ligados diretamente, já o HD, o drive de CD e leitores de cartão
são ligados através de cabos, também existem locais para ligar
unidades usb, caixa de som, microfone, teclado...
- Processador: Responsável por executar todas ações
requeridas pelos programas que estão sendo utilizados pelo
Conceitos básicos do computador.
hardware e periféricos de um - Memória Ram: Memória usada para armazenar os
microcomputador. programas em execução, quanto maior o tamanho da memória
RAM mais programas podem ser utilizados simultaneamente
sem deixar o computador lento.
Hardware - HD: Local onde ficam armazenados os arquivos e
programas do computador. É o local onde o sistema operacional
Hardware pode ser considerado todo o componente físico está instaldo, quando formatamos o computador o conteúdo
que estaja ligado ao computador. As peças que podemos do HD é apagado para que o sistema operacional seja instalado
visualizar em volta do computador são chamadas de periféricos: novamente.
- Gabinete: Local onde são armazenados os componentes - Placa de rede: Resposável por permitir que o computador se
internos do computador. Esta peça pode ter diferentes tamanhos conecte em rede, para acessar outros computadore ou recursos
e ser encontrada na posição vertical ou horizontal, de acordo com que estejam compartilhados na rede.
o modelo. É no gabinete que está localizado o botão para ligar o - Placa de vídeo: Utilizada para otimizar o dempenho gráfico
computador, onde conectamos pen drives e outros dispositivos do computador, muito utilizada por quem edita imagens, vídeos
USB e onde fica o drive de cd/dvd, leitor de cartões e onde são ou tem jogos no instalados no computador.
ligados todos os periféricos relacionado ao computador. - Drive de CD/DVD/Blu Ray: Permite a leitura ou gravação de
- Monitor: Exibe as imagens processadas pelo computador, midias em disco óptico.
existem diversos modelos, sendo que os mais atuais utilizam - Leitor de cartão: Utilizado para realizar a leitura de cartões
a tecnologia LCD (que tem como característica a economia de de memória, como aqueles utilizados em câmeras digitais e
energia e redução no espaço ocupado pelo mesmo), este modelo celulares.
substituiu os modelos CRT que ocupavam um espaço maior e
consumiam mais energia. Dispositivos de entrada e saída
- Teclado: Através do teclado enviamos informações para São considerados dispositivos de entrada, aqueles que
o computador, é utilizado para escrita, e pode ser considerado enviam informações para o computador, como, o mouse, o
junto com o mouse um item indispensável para o computador. teclado, um scanner...
- Mouse: Usado para selecionar arquivos, navegar na Dispositivos de saída são aqueles que enviam informações do
internet. Ele permite apontar e selcionar conteúdos. Existem computador para o meio externo como o monitor, a impressora,
mouses com e sem fio, a escolha de cada modelo vai de acordo as caixas de som...
com a necessida do usuário. Geralmente um mouse é composto
por dois botões e uma roda, porém existem modelos com mais Unidade de medida da informática
botões. As unidades de medida utilizadas na informática, são valores
-Caixas de som: Dispositivo utilizado para reproduzir sons. utilizados para determinar quando espaço um arquivo, foto ou
- Micxrofone: Utilizado para tranmitir sons para o vídeo ocupa no computador. Também é utilizada para medir a
computador. velocidade de um download ou quanto de espaço em disco você
- Web Cam: Utilizada para transmitir imagens (filmar). precisa para instalar um programa em seu computador.
- Impressora: Utilizada para realizar a impressão de textos, - Bit: É a menor unidade de referência de armazenamento,
fotos, planilhas etc. Existem diversos tipos: são necessários 8 bits para se obter um byte.
- Jato de tinta: Utiliza cartuchos para impressão, sendo - Byte: É a menor unidade de medida. 1 Byte equivale a 1
na maioria das vezes um preto e um colorido. O cartucho colorido caractere que equivale a 1 letra ou símbolo.
possui três cores que são a cor magenta, ciano e amarelo, alguns Então temos:
modelor utiliza um cartucho para cada uma das três cores. 1 Byte (b) = 8 bits
- Matricial: Utiliza uma fita para imprimir, muito 1 Kilobyte (Kb) = 1024 bytes ou 8192 bits
utilizada quando há a necessidade de realizar uma impressão 1 Megabyte (MB) = 1024 Kbytes ou 8.388.608 bits
utilizando carbono, para que sejam impressas duas vias ao 1 Gigabyte (GB) = 1024 MB
mesmo tempo. Só é possível imprimir em uma cor usando esta 1 Terabyte (TB) = 1024 GB
impressora. 1 Petabyte (PB) = 1024 TB
- Laser: Utiliza tonner para impressão, este tipo de
impressora imprime em alta velocidade, em preto ou colorido. Unidades de armazenamento
- Plotter: é um equipamento que se encaixa na Além do HD do computador é possível armazenar nossos
categoria: impressão e imagem. A impressora plotter é uma arquivos em outros locais, como CD, DVD, Pendrive, Cartão de
impressora profissional destinada geralmente à impressão de memória ou HD externo.
banners e para sublimação. - CD: Disco óptico com capacidade de armazenamento de
- Scaner: Periférico utilizado para digitaslizar imagens ou 700 Mb (700 Mb os mais comuns, podendo variar de acordo
textos que estjam em formato impresso para o computador. com o tipo do CD), um CD comum pode ser gravado apenas uma
- Estabilizador: Serve para ligar o computador a energia vezes, mas existe um tipo, chamado de CD RW que permite que
elétrica. É importante ter um estabilizador para que ele proteja o conteúdo gravado seja apagado e que seja gravado novamente.
o computador da ocilações que podem ocorrer na rede elétrica, - DVD: Disco óptico com capacidade de armazenamento de
pois os componentes internos do computador são muito 4.7 Gb (4.7 os mais comuns, a quantia de amazenamento pode
sensiveis. Podemos utilizar no lugar do estabilizador um filtro variar de acordo com o tipo). Além de existirem mídias de DVD
linha ou um nobreak, tendo a vantagem de que ele possui uma RW que permitem que o mesmo seja gravada mais de uma
bateria e caso a energia acababe e matém o computador ligado vez, também existem DVD Dual Layer que tem a capacidade de
durante um detrminado período de tempo. armazenamento elevada para 8.5 Gb e é muito utilizado para

Informática Básica 1
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gravação de filmes. Neste tipo de dvd os dados são gravado em fossem placas encaixadas nos slots do sistema.
duas camadas do mesmo lado do DVD, diferente do de dupla face
que pode ser gravado dos dois lados, porém é necessário virar o Tipos de Barramentos de Entrada/Saída
DVD para acessar o conteúdo gravado do outro lado. Desde o aparecimento dos primeiros computadores
- Blu-Ray: Ao contrário do que acontece com os DVDs, a pessoais que muitos tipos deste barramentos foram criados.
tecnologia Blu-ray é de alta definição – por isso, ela garante A razão é simples: maiores velocidades de entrada/saída são
melhor qualidade de som e imagens, além de discos com necessárias para a melhoria global do desempenho do sistema.
capacidade maior de armazenamento de dados. Enquanto os Esta necessidade de maiores velocidades envolve estas três
discos Blu-ray armazenam de 25 GB a 50 GB, um DVD permite áreas principais:
apenas o armazenamento de até 4,7 GB. - CPU’s mais rápidos
- Pendrive: Dispositivo usb que permite o armazenamento - Software mais exigente
de arquivos, o tamanho varia bastante, os mais comuns são de 4, - Maiores exigências multimedia
8, 16 ou 32 Gb de armazenamento.
- Cartão de memória: É um cartão de diversos tamanhos, Qualquer uma destas áreas requer que o barramento
que pode ser utilizado em celulares, câmeras digitais e em de entrada/saída seja tão rápido quanto possível.
computadore. O tamanho varia entre 1 e 128 Gb, sendo de uso Surpreendentemente, e apesar de estar previsto há anos o seu
mais comum cartões que possuem entre 4 e 64 Gb. desaparecimento, quase todos os PC actuais ainda incorporam
- HD externo: É um disposivio USB que possui espaço ainda a mesma arquitectura de barramentos do IBM PC/AT de
de armazenamento semelhantes aos do HD comum de um 1984. Todavia, todos eles incorporam novos barramentos de
computador, com a vantagem de poder ser transportado alta velocidade que se adaptam mais às exigências actuais de
e conectado de maneira fácil em qualquer computador ou performance das novas placas.
dispositivo compatível, como TVs. Uma das principais razões pela qual novos tipos de
barramentos de entrada/saída tem um aparecimento lento é a
Barramentos1 compatibilidade, já que esta, juntamente com a uniformização,
Um barramento é apenas um “caminho” através do qual é essencial ao sucesso que os PCs tem tido. Esta uniformização
dados viajam num computador. Esse caminho é usado para permitiu que milhares de placas de entrada/saídas sejam
comunicação entre dois ou mais elementos do computador. fabricadas por diversos fabricantes de acordo com as
Existem vários tipos de barramentos: especificações do barramento usado. Se um novo barramento for
- Barramento do processador introduzido muito provavelmente esse barramento terá de ser
- Barramento de endereços compatível fisicamente com os anteriores para que essas placas
- Barramento de entrada/saída não fiquem obsoletas. Concluindo, as tecnologias de barramento
- Barramento de memória tendem a evoluir, em vez de fazerem cortes abruptos com o
passado.
No entanto, quando nos referimos ao “barramento“ de um Podemos identificar diferentes tipos de barramentos de
computador pretendemos quase sempre referir o Barramento entrada/saída pela sua arquitectura. Os principais tipos de
de entrada/saída, o qual também é designado por “slots de arquitecturas são:
expansão”. Este é o principal Barramento do sistema e é através - ISA (8 e 16 bits)– Industry Standard Architecture
do qual a maior parte dos dados circula, tendo como origem - MCA – Micro Channel Architecture
ou como destino dispositivos como as drives, impressoras ou o - EISA – Extended Industry Standard Architecture
sistema de vídeo. Sendo este último o mais exigente em termos - VESA Local Bus - Video Electronics Standards
de recursos. Association
- Barramento do Processador - PCI – Peripheral Component Interconnect
O Barramento do processador é o caminho através do qual o - PC Card (ex PCMCIA)
CPU comunica com o chip de suporte conhecido como “Chipset” - AGP - Accelerated Graphics Port
nos sistemas mais recentes. Este barramento é usado para - USB – Universal Serial Bus
transferir dados entre o CPU e a memória Cache, por exemplo. - FireWire – IEEE 1394
- Barramento da Memória
O Barramento da Memória é usado para transferir A principal diferença entre eles é a quantidade de dados que
informação entre o CPU e a memória principal do sistema. Este conseguem transferir num dado tempo e a velocidade a que o
barramento pode ser parte integrante do processador ou na conseguem. Cada uma destas arquitecturas é implementada
maioria dos casos implementado separadamente com auxílio de por um chipset conectado ao barramento do processador.
um chipset dedicado. Tipicamente este chipset controla também o barramento de
- O Barramento de Endereços memória.
O Barramento de Endereços é usado para indicar qual o
endereço de memória ou qual o endereço do Barramento de Tipos de conexões do computador2
Endereços será usado numa operação de transferência de dados. - Video Graphics Array (VGA)
Conector mais comum para monitores e projetores, também
Slots de Expansão conhecido com o nome D-Sub, é composto por três fileiras de
Os slots do Barramento de entrada/saída permitem ao CPU cinco pinos. Esses pinos são conectados a um cabo cujos fios
comunicar com os periféricos. O barramento e os respectivos transmitem, de maneira independente, informações sobre as
slots de expansão são necessários porque os sistemas tem de cores vermelha, verde e azul e sobre as frequências verticais e
se adaptar às necessidades de evolução. Possibilitam assim que horizontais.
se adicione dispositivos ao computador para aumentar as suas É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pinos
capacidades. Como exemplos temos as placas de som ou vídeo faltantes. Não se trata de um defeito, pois embora os conectores
e mesmo dispositivos mais específicos como placas de rede ou VGA utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são usados.
placas SCSI. - Digital Video Interface (DVI)
Nos computadores atuais alguns dispositivos como o Usada por monitores, realiza a transmissão digital de
controlador IDE, portas série e porta paralela estão integrados imagem, melhor que a exibida através do conector VGA. O cabo
na placa-mãe. Alguns mais recentes surgiram com placas-mãe dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é composto,
com mais dispositivos integrados, tais como porta do mouse basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um par
e teclado, controlador gráfico e de som, adaptador de rede e para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o
modem. Mas mesmo estes controladores e portas usam sempre sincronismo.
o barramento de entrada/saída para comunicar com o CPU. Na Existem três tipos de cabos DVI: o analógico (DVI-A), o digital
essência, mesmo estando integrados, eles funcionam como se 2 Fonte: http://www.vivoseudinheiro.com.br/entenda-a-diferenca-entre-cabo-
1Fonte: https://web.fe.up.pt/~jcf/ArqCompLEEC/recursos/Barramentos.pdf -ps2-usb-serial-e-outras-conexoes-do-computador/

Informática Básica 2
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(DVI-D) e o que funciona os dois tipos (DVI-I). (C) MBR
- Serial (D) FAT
Utilizada para conectar diversos equipamentos como (E) Windows NT
mouses, scanners, entre outros. Entrou em desuso devido ao
surgimento de alternativas melhores (como o USB). A entrada 03. Acerca dos barramentos e da placa mãe de um
é composta por cinco pontos na fileira de cima e quatro na de computador, julgue os itens a seguir:
baixo. I. A placa mãe é a mais importante placa de circuitos de um
- Porta Paralela computador. Entre seus principais componentes estão o Chipset,
Assim como o conector serial, era utilizada para conexão de os Barramentos USB e AGP e o processador;
equipamentos como impressoras e scanners, mas entrou em II. O Chipset de uma placa-mãe é um dos fatores mais
desuso com o surgimento de tecnologias melhores. importantes para definir os recursos que o computador vai
- USB suportar. Há chipsets, por exemplo, que oferecem suporte ao
Usadas por diversos aparelhos, as entradas USB tem modelos barramento USB 2, que é mais de 10 vezes mais rápido que o
diferentes, que apresentam variações de velocidade, como o USB barramento USB 1.1.
2.0 ( de cor vermelha ou branca) e USB 3.0 (cor azul). O segundo III. A maior velocidade de alguns computadores pode estar
é também chamado de SuperSpeed USB e capaz de trafegar associada à quantidade de memória cache de seus processadores.
dados a até 625 MB (5 gigabits) por segundo. IV. Por utilizarem uma forma de acesso aleatório, as
- Cabo Ps2 memórias Flash vêm sendo cotadas para substituir os chips de
Usada para periféricos como teclados e mouses. É identificado memória DRAM, que apresentam acesso sequencial.
pelas cores verde (mouse) e roxa (teclado). Em algumas placas-
mãe, são encontrados conectores híbridos que podem ser usados Estão certos os itens:
por ambos os acessórios. Existem adaptadores com entrada USB (A) I e II
para conectores ps2. (B) II e III
- HDMI (C) III e IV
Usada para transmissão de imagem e áudio em alta definição. (D) I e III
- S/PDIF (E) II e IV
Enquanto o HDMI envia imagem e áudio digitais, o conector
S/PDIF transmite apenas áudio de alta qualidade, através de 04. Com relação aos componentes periféricos de um
cabos TOSLINK. É encontrado em dois modelos: óptico e coaxial. computador pessoal é correto afirmar que:
- Conectores de áudio (A) Atualmente, as placas de rede apresentam taxas de
Conhecidas como Jack de áudio, as configurações mais transferência inferiores às taxas praticadas por um modem V.90,
comuns são as com três conectores e as com seis. As cores de cada por isso, é bastante recomendável que se substitua a placa de
conector têm funções diferentes: verde (caixas frontais/fone), rede convencional de um computador por um modem no padrão
azul (entrada de linha), rosa (microfone), laranja (subwoofer e V.90 ou V.92;
central) e cinza (caixas laterais). (B) As impressoras USB não conseguem ser utilizadas em
- Game Port sistemas operacionais que suportam plug and play, como o
Comumente utilizado para conectar joysticks e controladores Windows XP. Para instalar tais equipamentos em sistemas desse
de jogos em computadores antigos. tipo, faz-se necessária a presença de um adaptador USB-Paralelo.
- Firewire (C) Teclado e Monitor são os únicos equipamentos periféricos
Tecnologia criada pela Apple para entrada e saída de dados que não são reconhecidos pelo Sistema Operacional quando este
em alta velocidade. Útil se você tem filmadoras mais antigas, um é instalado. O Windows, por exemplo, requer drivers especiais
iPod da primeira geração ou equipamento de áudio profissional. para reconhecer teclados ABNT e monitores SVGA.
- LAN (D) As impressoras jato de tinta normalmente apresentam
É usada por cabos de rede para conectar o computador à qualidade de impressão e velocidade inferiores às de uma
internet. Normalmente, essa entrada é amarela, e é importante impressora laser, porém, por questões de custo, aquelas são
não confundi-la com a do fax modem, que é menor. mais usadas que estas.
(E) A velocidade comum de um modem atual costuma ser
Questões maior que 40Mbps.

01. Acerca dos principais conceitos de arquitetura de 05. Com relação aos barramentos de um computador pessoal
microcomputadores PC, julgue os itens que seguem: e às novas tecnologias a eles relacionadas, assinale a alternativa
I. A CPU do computador é responsável, entre outras coisas, correta:
por servir de meio de transferência para os endereços que serão (A) O barramento Serial ATA, também conhecido como SATA,
acessados na memória principal do computador. veio para substituir o barramento USB 2.0.
II. Quanto maior a largura do barramento de dados, maior (B) Para aumentar a quantidade de memória RAM instalada
será o tamanho da memória principal do computador. no computador se faz necessária a instalação de mais um
III. As instruções dos programas em execução são trazidas à barramento de memória.
CPU através do barramento de dados. (C) Bluetooth é uma tecnologia que soma as funções de uma
IV. Pentium 4 e Celeron são exemplos de processadores de WLAN com um barramento de externo paralelo. Através desta
32 bits. tecnologia, é possível conectar dispositivos ao computador a
longas distâncias.
Estão certos os itens: (D) O barramento PCI oferece suporte à instalação de
(A) I e II equipamentos com tecnologia plug and play. Isso significa que
(B) II e III uma placa de modem instalada num slot PCI será reconhecida
(C) III e IV automaticamente pelo sistema operacional Windows,
(D) I e III requisitando do usuário, em alguns casos, a apresentação do
(E) II e IV driver do referido equipamento.
(E) O barramento ISA oferece suporte à instalação de
02. O programa, armazenado normalmente em um chip equipamentos com tecnologia plug and play, razão pela qual este
de memória ROM ou de memória Flash, que possibilita a barramento vem substituindo, aos poucos o uso do barramento
comunicação do processador com equipamentos básicos PCI, que não suporta plug and play.
como teclado e disco rígido, bem como auxilia no processo de
carregamento do sistema operacional é: 06. (Prefeitura de Rio de Janeiro – RJ - Agente de
(A) BIOS Administração - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2016). A
(B) Aplicativo figura abaixo mostra um pendrive de 16 GBytes, um dispositivo

Informática Básica 3
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APOSTILAS OPÇÃO
utilizado para armazenar dados. IV. VERDADEIRO

02. Resposta: A.
O BIOS é o programa de sistema que é carregado antes do
Sistema Operacional e que vem armazenado em memória Flash
ou ROM, nas placas mãe.

03. Resposta: B.
I. FALSO: O processador não faz parte da placa-mãe, o resto
sim!
Esse dispositivo é integrado à configuração de II. VERDADEIRO: OK! E o USB2 é 40 vezes mais rápido que
microcomputadores e notebooks, por meio de um conector o 1.1.
conhecido pela seguinte sigla: III. VERDADEIRO
(A) PS2 IV. FALSO: Flash é substituta da ROM, não da RAM, e a
(B) USB memória RAM (DRAM ou SRAM) usa acesso aleatório (RAM
(C) RJ45 significa Memória de Acesso Aleatório). Quem usa sequencial
(D) HDMI são as fitas para backup.

07. (TRE-PI - Conhecimentos Gerais para os Cargos 5, 6 04. Resposta: D.


e 7 – CESP/2016). Um usuário necessita realizar uma cópia de (A) Placa de rede mais lenta que modem?
segurança do disco rígido do computador, cujo tamanho total (B) Errado. USB é muito simples de instalar, o Windows XP
é de 4 GB. Para atender a essa demanda de becape, ele deve reconhece a presença da impressora automaticamente.
utilizar um (C) O teclado é reconhecido pelo BIOS, antes do sistema
(A) CD-RW virgem. operacional, o que faz com que ele seja reconhecido
(B) disquete de alta densidade formatado. automaticamente quando o Windows inicia.
(C) pendrive que contenha 3.800 MB de espaço livre. (D) VERDADEIRO
(D) smartphone com cartão SD que tenha 3.800 MB de (E) 40Mbps é muito maior que 56Kbps (M = Mega = milhão
espaço livre. e K = Kilo = milhares).
(E) DVD-RW virgem.
05. Resposta: D.
08. (Prefeitura de Niterói – RJ - Agente Fazendário – (A) O SATA substitui o IDE.
FGV/2015). Num pen-drive com capacidade de armazenagem (B) Barramento? Não... PENTE DE MEMORIA. Para ter mais
máxima de 4 gigabytes, é possível armazenar: memória RAM, normalmente se instala mais um pente (placa)
(A) 1.000 fotos com 5 megabytes cada; de memória ou substitui-se o pente atual por um com mais
(B) 10 arquivos que têm, em média, 500 megabytes; capacidade.
(C) um vídeo com tamanho de 8.000.000 kilobytes; (C) Bluetooth é uma tecnologia para conectar diversos tipos
(D) 1.000.000 de e-mails com 1.000 bytes em média; de dispositivos sem fio... não é uma WLAN... e ainda: o alcance do
(E) um banco de dados com 1.000.000.000.000 de bytes. bluetooth é 10 metros.
(D) VERDADEIRO
09. (Prefeitura de Sobral – CE - Técnico Legislativo – Área (E) O ISA não substitui o PCI, é o contrário... Nem tampouco
Legislativa - INSTITUTO CIDADES/2015). Acerca do uso de o ISA é Plug And Play, é o PCI!!!
dispositivos de armazenamento, marque a alternativa incorreta.
(A) O disquete, pouco utilizado atualmente, é um tipo de 06. Resposta: B
periférico de entrada e saída. - PS2 é a entrada de Mouse e teclado cada um deles com a
(B) O pendrive é um tipo de periférico também de entrada Pinagem diferente para a entrada na placa.
(C) O CD, utilizado para gravar músicas e dados, é um - USB (Universal Serial Bus) Barramento usado para ligar
periférico também de saída. ao computador várias categorias de dispositivos como teclados,
(D) Os discos rígidos são dispositivos apenas de entrada. mouses, acessórios para games, monitores, scanner, câmeras e
outros.
10. (IF-MT - Auxiliar em Administração – UFMT/2015). - RJ45 é uma interface física padronizada — parte física
Assinale a alternativa que NÃO apresenta um meio de do jack e o padrão de fio — para conectar equipamentos
armazenamento de dados. de telecomunicação (comumente, um plug de telefone)
(A) Monitor ou equipamento de rede de computadores. O padrão de
(B) Disco rígido desenvolvimento para estes conectores e a fiação elétrica são
(C) Pen-drive chamados de RJ11, RJ14, RJ45, etc.
(D) Fita DAT - HDMI é um transmissor de dados para aparelhos de alta
resolução, como televisores, videogames e computadores.
10. (FUNDASUS - Técnico de Enfermagem em Saúde da
Família – AOCP/2015). Assinale a alternativa que descreve 07. Resposta: E
de forma correta uma mídia de armazenamento que utiliza a (A) ERRADA: Um cd-rw tem capacidade de 700mb (o backup
tecnologia óptica para leitura/ gravação. precisa de 4000mb).
(A) Memória RAM. (B) ERRADA: Disquete, seja qual for o tipo, nunca passou de
(B) Memória CACHE. 10mb de armazenamento.
(C) Cartão SD. (C) ERRADA: 4gb são 4096mb, logo, 3800mb não são o
(D) DVD. suficiente.
(E) Pendrive. (D) ERRADA: Cartão SD de 3800mb não é o suficiente.
(E) CORRETA: DVD-RW possui mais de 4,7 gb de capacidade
Respostas ou 8GB se for um dvd dual layer.

01. Respostas: C. 08. Resposta: D


I. FALSO: Isso é trabalho do barramento de endereços 1 Byte = 8 bits
II. FALSO: O tamanho máximo da memória principal é 1 kiloByte ( kb ) = 1 024 Bytes
definido pela largura do barramento de endereços, não pelo de 1 megaByte (Mb) = 1 024 kb = 1 048 576 Bytes
dados. 1 gigaByte (Gb) = 1 024 Mb = 1 073 741 824 Bytes
III. VERDADEIRO 1 teraByte (Tb) = 1 024 Gb = 1 099 511 627 776 Bytes

Informática Básica 4
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APOSTILAS OPÇÃO
1 petaByte (Pb) = 1 024 Tb = 1 125 899 906 842 624 Bytes de anexar à sua barra de tarefas sites fixos. Significa que você vai
poder selecionar seus portais favoritos e acessá-los facilmente
09. Resposta: D sem executar os serviços de busca do IE 11. Para que endereços
Os dispositivos de entrada e saída (E/S) ou input/output possam ficar visíveis, apenas segure um clique sobre a aba da
(I /O) são também denominados periféricos. Eles permitem página visitada e arraste a seleção para a sua barra de tarefas.
a interação da “máquina” (processador) com o homem, Pronto.
possibilitando a entrada e/ou a saída de dados. O que todos os
dispositivos de entrada têm em comum é que eles codificam a
informação que entra em dados que possam ser processados
pelo sistema digital do computador
Ex: microfone, Scanner, teclado....
Já os dispositivos de saída decodificam os dados em
informação que pode ser entendida pelo usuário.
Ex Monitor, caixa de som, impressora etc...
Há dispositivos que funcionam tanto para entrada como para
saída de dados, como EX: modem, impressora multifuncional,
drive de CD. Chamados também de dispositivos híbridos!
Resolvendo a Questão...
(A) O disquete, pouco utilizado atualmente, é um tipo de
periférico de entrada e saída. (CORRETO) você tanto grava
dados como faz a leitura deles! Diferenças entre o browser para Windows 8 e 7
(B) O pendrive é um tipo de periférico também de entrada O Internet Explorer 11 foi desenvolvido para atender as
(CORRETO) Como também de saída! necessidades de quem utiliza o Windows 8 ou 8.1 não apenas
(C) O CD, utilizado para gravar músicas e dados, é um em desktops, mas também em plataformas móveis. Dessa forma,
periférico também de saída. (CORRETO) algumas diferenças se mostram existentes entre a versão do
(D) Os discos rígidos são dispositivos apenas de entrada. browser para o Windows 8 e Windows 7. Confira abaixo alguns
(NÃO) De entrada e Saída! dos principais pontos não abarcados pelo IE 11:
A barra de pesquisas é exibida na altura superior do
10. Resposta: A navegador;
Monitor – Principal dispositivo de saída de um computador. A nova forma de visão de abas não está disponível para o
Sua função é mostrar tudo que está sendo processado pelo Windows 7;
computador. Extensões de vídeo premium não são suportadas pelo IE11
para o Windows 7;
11. Resposta: D Protocolo SPDY não suportado pelo Windows 7;
Os dispositivos de armazenamento por meio óptico são As melhorias do modo protegido de segurança não foram
os mais utilizados para o armazenamento de informações incorporadas pelo Windows 7.
multimídia, sendo amplamente aplicados no armazenamento de Apesar de não contar com todos os recursos oferecidos por
filmes, música, etc. Apesar disso também são muito utilizados sua versão para o Windows 8 e 8.1, o Internet Explorer para o
para o armazenamento de informações e programas, sendo Windows 7 não apresenta desfalques fatais. Uma navegação
especialmente utilizados para a instalação de programas no segura é possível por meio dos sistemas tradicionais de
computador. Exemplos de dispositivos de armazenamento por detecção de malwares – acesse o botão configurações, clique
meio óptico são os CD-ROMs, CD-RWs, DVD-ROMs, DVD-RWs etc. em “Segurança” e administre os mecanismos de prevenção a
ameaças da forma que melhor lhe satisfazem.
Browsers Internet Explorer, Firefox Noções básicas sobre navegação4
e Chrome. Mãos à obra. Para abrir o Internet Explorer 11, toque ou
clique no bloco Internet Explorer na tela Inicial. Ou no atalho da
área de trabalho.
INTERNET EXPLORER3
O mais recente navegador da Microsoft, incialmente lançado
apenas ao Windows 8 e 8.1, agora atende também os usuários
do Windows 7. O Internet Explorer 11 passou de sua versão
preview para sua edição final: adicione sites fixos à sua barra de
ferramentas, coloque a velocidade melhorada de navegação do
browser à prova e tenha acesso também a ferramentas para o
desenvolvimento de aplicações online.
Atalho de acesso ao Internet Explorer
Velocidade
Menos tempo agora é gasto no carregamento de determinados
dados JavaScript. A atualização Chakra JIT possibilita uma
melhor conexão a sites por meio da “leitura” de elementos cada
vez mais populares em ambiente online – ao suportar a APIs de
Object ECMAScript 5 e ECMAScript 6, por exemplo, o Internet
Explorer 11 mostra-se altamente eficiente ao processar Objects.
A otimização de desempenho em JavaScript faz com que o
navegador apresente uma velocidade 30% superior de acesso
a sites quando comparado ao seu “concorrente mais próximo”
(Google Chrome). Se o Internet Explorer 10 for levado em conta,
uma melhoria de 9% na velocidade de navegação será também
notada.

Sites fixos
Outro dos recursos de Internet Explorer 11 é a possibilidade
3 Fonte: http://www.baixaki.com.br/download/internet-explorer-11-para- 4 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows-8/browse-web-internet-
windows-7.htm explorer-tutorial

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APOSTILAS OPÇÃO

Sites mais frequentes

Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços e


toque ou clique em Ir para pesquisar a Internet com o mecanismo
de pesquisa padrão.

Pesquisar

Ir
Tela do IE 11 no Windows 7
Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir? Digite
1- Voltar e Avançar: Auxilia na navegação, permitindo uma palavra na barra de endereços para ver sugestões de sites,
voltar para sites visualizados antes do atual ou depois usando aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta tocar ou clicar em
o botão avançar. uma das sugestões acima da barra de endereços.
2- Barra de endereços
A barra de endereços é o seu ponto de partida para navegar
pela Internet. Ela combina barra de endereços e caixa de pesquisa
para que você possa navegar, pesquisar ou receber sugestões em
um só local. Ela permanece fora do caminho quando não está
em uso para dar mais espaço para os sites. Para que a barra de
endereços apareça, passe o dedo de baixo para cima na tela ou
clique na barra na parte inferior da tela se estiver usando um
mouse. Há três maneiras de utilizá-la:

Sugestão de sites

3- Guias: Multitarefas com guias e janelas.


Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em uma
só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir, fechar
e alternar os sites. A barra de guias mostra todas as guias ou
janelas que estão abertas no Internet Explorer.

Barra de endereços IE 11

Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços para


ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na barra
de endereços para ver os sites que mais visita (os sites mais
frequentes).

IE 11 com três sites sendo visualizados, cada um separado


em uma guia diferente

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APOSTILAS OPÇÃO
Abrindo e alternando as guias
Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão Nova
guia. Em seguida, insira uma URL ou um termo de pesquisa ou
selecione um de seus sites favoritos ou mais visitados.
Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas na
barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em uma só
janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fechar no canto
de cada guia.

Ícone botão nova guia (Atalho: CTRL + T)

Usando várias janelas de navegação


Também é possível abrir várias janelas no Internet Explorer
11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma nova janela, Tela de configuração da impressão
pressione e segure o bloco Internet Explorer (ou clique nele com
o botão direito do mouse) na tela Inicial e, em seguida, toque ou A opção visualizar impressão permite verificar como ficará
clique em Abrir nova janela. a impressão antes de enviar o arquivo para a impressora.
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela. Abra Geralmente quando imprimimos um arquivo da internet sai uma
uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado direito ou página praticamente em branco ou a impressão não cabe em uma
esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra janela a partir do única página. Para evitar isto é só acessar a opção de visualizar
lado esquerdo da tela. impressão e configurar a página conforme as necessidades.
Obs: Você pode manter a barra de endereços e as guias
encaixadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer
pesquisas rapidamente. Abra o botão Configurações, toque ou
clique em Opções e, em Aparência, altere Sempre mostrar a
barra de endereços e as guias para Ativado.

4- Ferramentas: Acesso a opções de impressão, segurança


e configurações do IE.

Visualização de impressão

Na imagem acima a impressão foi configurada no 1- modo


paisagem e selecionada a opção 2- reduzir para caber (faz
com que todo o conteúdo da impressão caiba em uma página)
e mesmo assim quando clicar no botão 3- imprimir termos
impressas duas páginas, uma com o conteúdo e outra apenas
com um cabeçalho e rodapé. Neste caso a solução para o
problema é imprimir apenas a página 1. Para isto ao clicar na
Ferramentas com opções do IE 11 opções imprimir selecione a opção páginas e adicione o número
da página a direita.
Opções de configurações do IE 11:
Imprimir:
Acesso a configurações de impressão.

Opção imprimir

A opção imprimir abre uma tela para selecionar a impressora


Selecionando apenas a página 1 para impressão
que será utilizada na impressão, sem a opção de visualizar antes
como ficara. Nesta tela também é possível configurar o tamanho
A opção de configurar página permite configurar a página
do papel, qualidade de impressão, números de cópias, etc.

Informática Básica 7
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APOSTILAS OPÇÃO
para impressão.

Opções de segurança

Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armazenam


informações como o seu histórico de pesquisa para ajudar a
melhorar sua experiência. Quando você usa uma guia InPrivate,
pode navegar normalmente, mas os dados como senhas, o
histórico de pesquisa e o histórico de páginas da Internet são
excluídos quando o navegador é fechado. Para abrir uma nova
guia InPrivate, passe o dedo de baixo para cima na tela (ou clique
nela) para mostrar os comandos de aplicativos, ou toque ou
clique no botão Ferramentas de guia Botão Ferramentas de guia
Configurar página e em Nova guia InPrivate.
Arquivo
Dá acesso as opções de exibição e visualização do navegador.

Visualização da opção arquivo acessado através da opção


ferramentas

Zoom
Permite configurar o tamanho que aparece as informações Exemplo de navegação InPrivate
da página.
Use a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do Not Track
para ajudar a proteger sua privacidade. O rastreamento refere-
se à maneira como os sites, os provedores de conteúdo terceiros,
os anunciantes, etc. aprendem a forma como você interage com
eles. Isso pode incluir o rastreamento das páginas que você
visita, os links em que você clica e os produtos que você adquire
ou analisa. No Internet Explorer, você pode usar a Proteção
contra Rastreamento e o recurso Do Not Track para ajudar a
limitar as informações que podem ser coletadas por terceiros
sobre a sua navegação e para expressar suas preferências de
privacidade para os sites que visita.

Opções da Internet
Aqui é onde ficam a principais configurações do Internet
Explorer.

Segurança
Configurações de segurança para navegação.
Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar,
compartilhar e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso
diariamente na Internet, o que pode disponibilizar suas
informações pessoais para outras pessoas. O Internet Explorer
ajuda você a se proteger melhor com uma segurança reforçada
e mais controle sobre sua privacidade. Estas são algumas
das maneiras pelas quais você pode proteger melhor a sua
privacidade durante a navegação:

Informática Básica 8
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APOSTILAS OPÇÃO
Configurações.
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto
inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima e
clique em Configurações.)
Toque ou clique em Opções e, em Home pages, toque ou
clique em Gerenciar.
Insira a URL de um site que gostaria de definir como home
page ou toque ou clique em Adicionar site atual se estiver em um
site que gostaria de transformar em home page.

Ícone de acesso a página inicial

Lendo, salvando e compartilhando conteúdo da Internet


Ao examinar seu conteúdo online favorito, procure pelo
ícone Modo de exibição de leitura Ícone Modo de exibição de
leitura na barra de endereços. O Modo de exibição de leitura
retira quaisquer itens desnecessários, como anúncios, para que
as matérias sejam destacadas. Toque ou clique no ícone para
abrir a página no modo de exibição de leitura. Quando quiser
retornar à navegação, basta tocar ou clicar no ícone novamente.

Guia geral é possível configurar a página inicial, controlar Ícone modo de exibição de leitura
o que irá aparecer ao abrir o navegador, controlar o histórico e
aparências.
Guia segurança permite configurar os níveis de segurança.
Guia privacidades dá o controle sobre cookies e pop-ups
Guia conteúdo permite configurar o uso de certificados,
preenchimento automático e Feeds.
Guia conexão permite gerenciar com qual conexão será
realizado o acesso à internet.
Guia programas permite configurar os programas que
funcionam em conjunto com o IE e seus complementos.
Guia avançadas – Traz opções mais complexas de
configurações do IE

5- Favoritos: Salvar um site como favorito é uma forma


simples de memorizar os sites de que você gosta e que deseja Um artigo da Internet com o modo de exibição de leitura
visitar sempre. (Se você tiver feito a atualização para o Windows desativado
8.1 a partir do Windows 8 e entrado usando sua conta da
Microsoft, todos os favoritos já existentes terão sido importados
automaticamente.)
Vá até um site que deseja adicionar.
Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir os
comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique no botão
Favoritos para mostrar a barra de favoritos.
Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em seguida,
toque ou clique em Adicionar.

Um artigo da Internet com o modo de exibição de leitura


ativado
Ícone de acesso aos favoritos
Para personalizar as configurações do modo de exibição
Obs: Você pode alternar rapidamente os favoritos e as guias de leitura
tocando ou clicando no botão Favoritos Botão Favoritos ou no Passe o dedo da borda direita da tela e toque em
botão Guias Botão Guias nos comandos de aplicativos. Configurações. (Se você estiver usando um mouse, aponte para
6- Página inicial: As home pages são os sites que se abrem o canto inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para
sempre que você inicia uma nova sessão de navegação no cima e clique em Configurações.)
Internet Explorer. Você pode escolher vários sites, como seus Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de
sites de notícias ou blogs favoritos, a serem carregados na leitura, escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto.
abertura do navegador. Dessa maneira, os sites que você visita
com mais frequência estarão prontos e esperando por você.
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em

Informática Básica 9
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APOSTILAS OPÇÃO
03. (Prefeitura de Paulista – PE – Digitador –
UPENET/2014 - Adaptada) Considerando que a figura a seguir
ilustre uma janela do Internet Explorer 11 durante uma sessão
de uso em um computador com sistema operacional Windows 7,
assinale a alternativa que contém a afirmação CORRETA.

Estas são algumas opções de estilo que você pode selecionar.

Para salvar páginas na Lista de Leitura


Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que deseje
ler mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista de Leitura em
vez de enviá-lo por email para você mesmo ou de deixar mais (A) O botão 1 permite ativar a atualização da página atual.
guias de navegação abertas. A Lista de Leitura é a sua biblioteca (B) O botão 2 interrompe a carga em andamento.
pessoal de conteúdo. Você pode adicionar artigos, vídeos ou (C) O botão 3 permite o acesso ao histórico das páginas
outros tipos de conteúdo a ela diretamente do Internet Explorer, encerradas.
sem sair da página em que você está. (D) Os botões 2 e 4 possuem a mesma função.
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque em (E) O botão 5 permite acesso ao Favoritos.
Compartilhar. (Se usar um mouse, aponte para o canto superior
direito da tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e clique em 04. (CBTU-METROREC - Técnico de Gestão –
Compartilhar.) Administração – CONSULPLAN/2014 - Adaptada) Considere
Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em a imagem do site de busca BING carregada no navegador Internet
Adicionar. O link para o conteúdo será armazenado na Lista de Explorer 11 (configuração padrão).
Leitura.
No Internet Explorer 11 é possível acessar o menu clássico
pressionando a tecla ALT.

Menu tradicional do IE 11

Questões

01- (UFRB – Contador – FUNRIO/2015 - Adaptada) A


navegação privativa, também chamada de anônima ou oculta, é
um recurso presente nos navegadores de Internet que permite
que você navegue na Internet sem guardar informações sobre os O procedimento para definir este site como página inicial do
sites e páginas que você visitou. No Microsoft Internet Explorer navegador é: clicar no botão Ferramentas, clicar em Opções da
11, uma sessão de navegação privativa pode ser identificada Internet e na janela que é exibida selecionar a guia:
com qual indicação no lado esquerdo da barra de endereços? (A) Geral, no campo Home Page clicar no botão Usar Atual e
(A) A palavra Anonymous. clicar no botão Ok para confirmar o procedimento.
(B) A imagem de um espião. (B) Geral, no campo Página Inicial clicar no botão Usar
(C) A palavra Hidden. padrão e clicar no botão Ok para confirmar o procedimento.
(D) Uma tarja na cor roxa. (C) Conteúdo, no campo Home Page clicar no botão Nova
(E) A palavra InPrivate. Guia e clicar no botão Ok para confirmar o procedimento.
(D) Conteúdo, no campo Página Inicial clicar no botão Definir
02- (SEDS-TO - Assistente Socioeducativo - Técnico em como Inicial e clicar no botão Ok para confirmar o procedimento.
Enfermagem – FUNCAB/2014 - Adaptada) Um usuário da
última versão do navegador MS Internet Explorer em português 05. (CBTU – METROREC - Técnico de Enfermagem do
quer acessar a funcionalidade que auxilia na localização de uma Trabalho – CONSULPLAN/2014) Um usuário está utilizando
palavra dentro de uma página. Nesse caso, ele deve digitar a o navegador Internet Explorer 11 para realizar a impressão
tecla de atalho: de um boleto bancário. Na tentativa de realizar a impressão do
(A) F1 documento, foram efetuadas diversas impressões que ficaram
(B) CTRL + A desconfiguradas, ocupando mais de uma página. Para evitar o
(C) CTRL + F desperdício de papel, o usuário pode realizar um processo de
(D) CTRL + J

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APOSTILAS OPÇÃO
visualização prévia do documento que proporciona a noção real
de como o documento será efetivamente impresso. Este recurso
pode ser acessado, executando como procedimento: clicar no
botão:
(A) Preferências, selecionar Segurança e clicar em
Visualização de Impressão.
(B) Ferramentas / configurações / selecionar Imprimir e
clicar em Visualização de Impressão.
(C) Preferências, selecionar Configurar Impressão e clicar
em Visualização de Impressão. F1 (Ajuda)
(D) Ferramentas / configurações, selecionar Configurar
Impressão e clicar em Visualização de Impressão. 03. Resposta: C
Clicando no ícone de favoritos é possível acessar o histórico
Respostas clicando na aba correspondente.

01- Resposta: E

Tela de navegação anônima (Atalho: Ctrl+Shift+P) Acesso a tela de favoritos

02. Resposta: C
Segue abaixo as imagens dos menus com os atalhos citados
na questão destacados.

CTRL + F (Localizar na página) – CTRL + A (Selecionar


Tudo)

Acessando o histórico através do favoritos

04. Resposta: A
1- Geral, no campo 2- Home Page clicar no botão 3- Usar
Atual e clicar no botão 4- Ok para confirmar o procedimento.

CTRL + J (Exibir downloads)

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APOSTILAS OPÇÃO
- Vá para o painel Geral.
- Clique em Restaurar o padrão.

- Clique em OK para fechar a janela de Opções.

Buscar na Web
Escolha o seu mecanismo de pesquisa favorito para a barra
de pesquisa do Firefox.
- Para escolher, basta clicar no ícone à esquerda da barra de
pesquisa.
Opções utilizadas para definir uma Home page no IE 11

05. Resposta: B
É necessário acessar a visualização de impressão através
do passos: Ferramentas selecionar Imprimir e clicar em
Visualização de Impressão, conforme apresentado na imagem
abaixo.

Marcar um site como favorito


Salve seus sites favoritos.
Para criar um favorito, clique na estrela na barra de
ferramentas. A estrela ficará azul e um favorito da página em
que você está será criado na pasta de favoritos Não organizados.

Acesso a visualização de impressão Arraste uma aba diretamente para a sua barra de ferramentas
favoritos para salvá-la lá.
INTRODUÇÃO AO FIREFOX5
Definir ou alterar a sua página inicial Encontre tudo com a Barra Inteligente
Escolha a página que deve ser aberta quando você inicia o Comece a digitar na barra de endereços e você verá uma lista
Firefox ou clique no botão Início. de páginas do seu histórico de navegação e favoritos. Quando
- Abra uma aba com a página da Web que você quer usar visualizar a página desejada, basta clicar nela.
como página inicial.
- Arraste e solte a aba no botão Início

  

Você também pode fazer uma pesquisa na web a partir daqui.

Navegação privativa
O recurso de navegação privativa do Firefox permite-lhe
- Clique em Sim para defini-la como sua página inicial. navegar na Internet sem guardar qualquer informação no seu
computador sobre quais os sites e páginas você visitou.
Restaurar a página inicial padrão Clique no botão de menu e depois em Nova janela privativa.
Para reverter as configurações da página inicial, siga os
seguintes passos:
- Clique no botão  Menu, depois em Opções
5 Fonte: https://support.mozilla.org/pt-BR/products/firefox/basic-browsing-
firefox

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APOSTILAS OPÇÃO

- O Firefox irá baixar o complemento e pedir para você


Aprenda mais sobre como a Navegação privativa funciona. confirmar a instalação.
- Clique no botão Reiniciar agora se ele aparecer. Suas abas
Personalizar o menu ou a barra de ferramentas serão salvas e restauradas após reiniciar.
Você pode alterar os itens que aparecem no menu ou na Alguns complementos colocam um botão na barra de
barra de ferramentas. ferramentas após a instalação. Você pode remover ou movê-los
Clique no botão de menu e depois em Personalizar. para o menu se quiser.
Uma aba especial será aberta permitindo arrastar e soltar
itens no menu e na barra de ferramentas. Mantenha seu Firefox sincronizado
Acesse seus favoritos, histórico, senhas e muito mais a partir
de qualquer dispositivo.
- Primeiro crie uma conta Firefox:
Clique no botão de menu e depois em Entrar no Sync e siga
as instruções para criar sua conta.

Quando terminar, clique no botão verde Sair da


personalização.
- Em seguida, basta entrar para conectar um outro
Adicionar funcionalidades ao Firefox com complementos
dispositivo.
Complementos são como aplicativos que você pode instalar
para fazer o Firefox trabalhar do seu jeito.
COMO EU CRIO UM FAVORITO?
- Clique no botão de menu e selecione Complementos para
Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na Barra de
abrir a aba do gerenciador de complementos.
ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito será adicionado
- No gerenciador de complementos, selecione o
na pasta “Não organizados”. Pronto!
painel Adicionar.
- Para ver mais informações sobre um complemento ou tema,
clique nele. Você pode, em seguida, clicar no botão verde Add to
Firefox para instalá-lo.
- Você também pode pesquisar por complementos
específicos usando a caixa de busca na parte superior. Você pode
então instalar qualquer complemento que encontrar, usando o
botão Instalar.
Dica: Quer adicionar todas as abas de uma só vez? Clique com
o botão direito do mouse em qualquer aba e selecione Adicionar
todas as abas.... Dê um nome a pasta e escolha onde quer guardá-
la. Clique Adicionar favoritos para finalizar.

Como eu mudo o nome ou onde fica guardado um favorito?


Para editar os detalhes do seu favorito, clique novamente na
estrela e a caixa Propriedades do favorito aparecerá.

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APOSTILAS OPÇÃO
Enquanto a janela da Biblioteca está aberta, você também
pode arrastar favoritos para outras pastas como a “Menu
Favoritos”, que exibe seus favoritos no menu aberto pelo botão
Favoritos. Se você adicionar favoritos à pasta “Barra de favoritos”,
eles aparecerão nela (embaixo da Barra de navegação).

Na janela  Propriedades do favorito  você pode modificar


qualquer um dos seguintes detalhes:
Nome: O nome que o Firefox exibe para os favoritos em
menus.
Pasta: Escolha em que pasta guardar seu favorito
selecionando uma do menu deslizante (por exemplo, o Menu Como eu ativo a Barra de favoritos?
Favoritos ou a Barra dos favoritos). Nesse menu, você também Se você gostaria de usar a Barra de Favoritos, faça o seginte:
pode clicar em Selecionar... para exibir uma lista de todas as 1. Clique no botão  e escolhe Personalizar.
pastas de favoritos. 2. Clique na lista  Exibir/ocultar barras  e no final
Tags: Você pode usar tags para ajudá-lo a pesquisar e selecione Barra dos favoritos.
organizar seus favoritos. 3. Clique no botão verde Sair da personalização.
Quando você terminar suas modificações, clique
em Concluir para fechar a caixa. IMPORTE FAVORITOS E OUTROS DADOS DE OUTROS
NAVEGADORES
Onde posso encontrar meus favoritos?
A forma mais fácil de encontrar um site para o qual você criou O Firefox permite que você importe facilmente seus favoritos
um favorito é digitar seu nome na Barra de Endereços. Enquanto e outras informações de outros navegadores instalados em seu
você digita, uma lista de sites que já você visitou, adicionou aos computador.
favoritos ou colocou tags aparecerá. Sites com favoritos terão Para importar os favoritos e outras informações:
uma estrela amarela ao seu lado. Apenas clique em um deles e Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir todos
você será levado até lá instantaneamente. os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Na janela Biblioteca, clique no botão Importar e fazer backup
dos favoritos e escolha Importar dados de outro navegador.... O
assistente de importação abrirá.

Como eu organizo os meus favoritos?


Na Biblioteca, você pode ver e organizar todos os seus
favoritos.
Clique no botão favoritos  em seguida clique em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.

Nota: Se o botão Importar dados de outro navegador... estiver


desativado (cinza), pode ser que você esteja em modo
de Navegação Privativa. Desative este recurso e tente novamente.
Selecione o navegador que contém os favoritos ou outras
informações que você deseja utilizar no Firefox, e avance
para a próxima página para efetivar sua escolha e completar a
importação.
Se o Assistente de Importação não listar seu outro navegador,
ainda é possível importar os favoritos dele, mas primeiro será
necessário exportar e salvar os favoritos como um arquivo em
formato HTML. Visite a página de ajuda de seu outro navegador
se precisar de ajuda.

Abas fixas
As abas fixas permitem-lhe manter seus aplicativos web
favoritos como Facebook, Gmail e Twitter, abertos e a apenas
um clique de distância. Abas fixas são pequenas, não podem
Por padrão, os favoritos que você cria estarão localizados na ser fechadas acidentalmente e abrem de forma automática ao
pasta “Não organizados”. Selecione-a na barra lateral da janela iniciar o Firefox. Este artigo mostra as funções das abas fixas e
“Biblioteca” para exibir os favoritos que você adicionou. Dê um como usá-las.
clique duplo em um favorito para abri-lo.

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APOSTILAS OPÇÃO
Por que devo usar abas fixas?
A internet está cheia de sites que usamos mais como
programas do que como páginas estáticas. Sites populares como
Facebook e Gmail são assim - usados para cumprir tarefas (ou
evitar o cumprimento), se atualizam sozinhos e o notificam
quando são alterados. Abas fixas permitem fixar qualquer site
no lado esquerdo da barra de abas, para que esteja sempre
disponível.

Adicionar um site
Como fazer para criar uma aba fixa? Você também pode abrir a biblioteca de favoritos e arrastar
O jeito mais fácil de ver como abas fixa podem ser úteis é os favoritos para a página nova aba.
criar uma. - Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir todos
Clique com o botão direito  na aba que deseja fixar e os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
selecione Fixar aba no menu. - Arraste um marcador para a posição que você quer.
Como remover uma aba fixa?
Transformar uma aba fixa em uma aba normal é simples.
Clique com o botão direito na aba fixa e selecione Desafixar
aba no menu.

Como abas fixas são diferentes de abas normais?


Abas fixas são pequenas - apenas mostram o ícone do site,
não o título - e ficam no lado esquerdo da barra de abas.
Abas fixas não têm um botão para fechar, assim não podem
ser fechadas acidentalmente.
Você ainda pode fechá-las clicando com o botão direito nelas
e selecionando Fechar abano menu.
Abas fixas o notificam com um destaque azul quando são Remover um site
alteradas. Clique em “X” na parte superior direita do site para deletá-lo
Se você tem o Gmail como um aba fixa, por exemplo, e está da página.
usando outra aba quando recebe um e-mail, sua aba do Gmail
irá brilhar.
Todas as abas fixas que você tem quando fecha o Firefox irão
abrir como abas fixas quando abrir o Firefox novamente.
Links para outros sites abrem numa nova aba, para que sua
aba fixa não mude.
Muitos aplicativos web, como o Facebook, já fazem isso,
mas uma aba fixa sempre se comportará dessa forma, mesmo
quando o site não for configurado para isso.

Abas fixas em grupos de abas


Grupos de abas (também conhecidos como Panorama) são
uma ótima forma de organizar e agrupar suas abas. Na janela de
grupos de abas, suas abas fixas são representadas pelo ícone do
site no lado direito de cada grupo de abas.

Nova aba - mostre, esconda, e personalize os sites mais Se você, acidentalmente, remover um site, você pode
acessados desfazer isto clicando em Desfazer no topo da página. Se muitos
Quando você abre uma nova aba, o comportamento padrão sites foram removidos clique em Restaurar Tudo.
do Firefox é mostrar seus sites mais visitados ou sugeridos.
Aprenda a customizar esta página para suas necessidades Reorganizar os sites
fixando-as ou removendo sites, reorganizando o seu layout Clique e arraste o site para a posição que você deseja. Ele
ou desligando completamente a página de novas abas se você será “fixado” a esta nova posição.
desejar.
Como eu desativo a página de nova aba?
Como eu organizo meus sites na nova página de abas? Se você não quer ver seus sites mais acessados quando cria
Você pode facilmente fixar, deletar e reorganizar sites para uma nova aba, você pode escondê-la facilmente.
customizar sua página de nova aba da maneira que desejar. Para ocultar a página de nova aba, clique no ícone de
engrenagem no canto superior direito da página e escolha Em
Fixar um site branco no menu.
Apenas clique no ícone de fixar na parte superior esquerda
do site pra fixá-lo nessa posição da página.

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Apostila Digital Licenciada para Thádia Evelyn de Araújo - thadia_evelyn@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
APOSTILAS OPÇÃO
para os usuários do Firefox já existentes. Toda a informação é
agregada e não inclui uma maneira de distinguir entre usuários
únicos.
Estamos coletando dados para certificar se as Sugestões
estão sendo entregues para nossos usuários e parceiros de
publicidade, e se estão coletando os dados que precisamos para
determinar isso.

Para onde vão os meus dados / Onde são compartilhados?


Os dados são transmitidos diretamente para Mozilla e apenas
dados agregados são armazenado nos servidores da Mozilla.
Tanto para Diretório de Sugestões, quanto para Sugestões
Aprimoradas a Mozilla compartilha números agregados com os
parceiros sobre o número de impressões, cliques, e esconde seu
próprio conteúdo recebido.
Você também pode desabilitar completamente se quiseres Como faço para Ativar / Desativar?
previnir que outras pessoas possam reexibir suas abas: Você pode desativar Sugestões abrindo uma nova aba e
- Na Barra de endereços, digite about:config e pressione Enter. clicando no ícone da engrenagem no canto superior direito
- O aviso  “As modificações destas configurações avançadas página. Selecione {Clássico} para mostrar apenas o Histórico de
pode prejudicar a estabilidade, a segurança e o desempenho Sugestões, ou {Em branco}, para desativar as Sugestões.
deste aplicativo” da página about:config poderá aparecer. Clique
em Serei cuidadoso, prometo! para continuar.
- Digite browser.newtab.url na caixa de pesquisa
acima Localizar:
- Dê um clique duplo em browser.newtab.url para mudar a
url de about:newtab para about:blank
- Clique em OK e feche a aba about:config.

O que são Sugestões?


Quando você abre uma aba no Firefox, você pode ver várias
miniaturas de diferentes sites. Eles são chamados Sugestões.
Questões

01. (CRC-RO - Assistente Administrativo - FUNCAB/2015).


Um usuário do Mozilla Firefox, em português, V 37.0, ao
encontrar uma página que procurava, deseja salvar essa página
no seu computador usando o próprio Mozilla. Para isso, ele deve
acessar o ícone:

(A)
Eles incluem sites visitados recentemente ou frequentemente,
juntamente com informações da Mozilla e conteúdo patrocinado.

Diretório de Sugestões (B)


Inicialmente os usuários do novo Firefox recebem um
conjunto de sugestões de sites. Depois eles são substituídas
por Histórico de Sugestões.

Histórico de Sugestões (C)


Histórico de Sugestões  são escolhidos com base nos sites
recentemente e frequentemente visitados em seu histórico de
navegação.
(D)
Sugestões aprimoradas
Para usuários com sugestões existentes (Histórico de
Sugestões) em uma nova página, o Firefox substitui a imagem
padrão por uma imagem melhor. A Sugestão Aprimorada é (E)
exibida apenas para sites que aparecem na nova página do
usuário com base em seu histórico de navegação. A melhor
imagem é fornecida pelo site ou parceiro e pode incluir um
logotipo mais uma imagem de rolagem. 02. (Prefeitura de Carlos Barbosa - RS - Agente
Sugestões Patrocinados Administrativo - OBJETIVA/2015). Destaca-se abaixo o menu
Qualquer Sugestão incluída por conta de uma relação de opções disponíveis no navegador Mozilla Firefox em sua
comercial com a Mozilla foram claramente designadas última versão. O menu que permite bloquear janelas de pop-up
por Patrocinadores: está na opção:

Quais dados estão sendo coletados e por quê?


Apenas informações sobre Diretório de Sugestões (A) Geral.
Aprimoradas em uma nova página do usuário estão sendo (B) Conteúdo.
coletados para ajudar a oferecer os locais mais interessantes (C) Privacidade.
para novos usuários do Firefox e melhorar recomendações (D) Segurança.

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03. (MPCM - Técnico em Informática - Desenvolvimento - 05. Resposta: A
CETAP/2015). Considerando a utilização do navegador Mozilla Skype é um comunicador instantâneo, Calc é o editor de
Firefox, qual das ações a seguir voce tomaria para tornar a sua planilhas do BrOffice, e Writer o editor de textos do mesmo
navegação mais segura? pacote. Para concurso, OpenOffice, BrOffice e LibreOffice são
(A) Marcar a opção de ativar a telemetria do Firefox. iguais.
(B) Assinalar a opção de “Limpar dados pessoais ao sair do
Firefox”, disponivel na caixa “Privacidade”, que e acessivel no Google Chrome
menu “Ferramentas → Opções” do navegador.
(C) Assinalar a opção de completar automaticamente os Visão geral6
formulários usados. O Google Chrome é um navegador da web rápido, simples
(D) Marcar a opção de memorizarohistoricode navegação. e seguro, desenvolvido para a web moderna. É iniciado da sua
(E) Reiniciar o Firefox para retornar a configuração inicial ao área de trabalho em segundos quando você clica duas vezes em
fechar o programa. seu ícone.
O Google Chrome é adaptado ao mecanismo V8, um
04. (UFRJ - Assistente em Administração - PR4 - mecanismo poderoso de JavaScript desenvolvido para executar
Concursos). Janelas pop-up, ou simplesmente pop-ups, são aplicativos complexos da web com bastante rapidez.
janelas que aparecem automaticamente sem serem solicitadas. Você pode digitar pesquisas e endereços da web na barra
O Mozilla Firefox permite você controlar pop-ups, que já são combinada de pesquisas e endereços do Google Chrome,
bloqueados por padrão. O desbloqueio desta opção é feita por chamada Omnibox.
meio do painel:
(A) de controle do sistema operacional
(B) avançado na janela de Preferências
(C) de configurações Geral na janela de Preferências
(D) configurações de Conteúdo na janela de Preferências
(E) configurações de Segurança na janela de Preferências

05. (IF-SC - Técnico de Laboratório - Eletroeletrônica


- IF-SC/2014). Abaixo estão alguns exemplos de programas
de computador. Marque V de verdadeiro para os que são
navegadores de Internet e F de falso para os que não são: Omnibox do Google Chrome
( ) Mozilla Firefox A omnibox fornece sugestões para pesquisas e endereços
( ) Skype da web enquanto você digita, bem como uma funcionalidade de
( ) Calc preenchimento automático para ajudar a obter aquilo que você
( ) Google Chrome procura com apenas alguns toques de tecla.
( ) Internet Explorer O Google Chrome conta com a tecnologia de mecanismo de
( ) Writer renderização de código aberto WebKit e carrega páginas da web
( ) Opera rapidamente.

Assinale a afirmativa que estiver na ordem CORRETA. Gerenciamento de guias eficiente


(A) V, F, F, V, V, F, V As guias dinâmicas do Google Chrome são fáceis de arrastar,
(B) F, V, V, F, F, V, F soltar e reorganizar. Graças à arquitetura de processos múltiplos,
(C) F, F, V, V, F, F, V é possível abrir centenas de guias sem deixar o Chrome mais
(D) V, V, V, F, F, V, V lento.
(E) V, V, F, F, F, V, V Você também pode fixar suas guias favoritas (como e-mail)
na barra de guias, para que apareçam no mesmo lugar toda vez
Respostas que você iniciar o Google Chrome.

01. Resposta: C Tab para pesquisa


Letra A - Nova Janela Por que acessar primeiro o YouTube.com para depois procurar
Letra B - Pesquisar um vídeo? Basta digitar youtube.com na omnibox e pressionar a
Letra C - Salvar pagina tecla tab para pesquisar diretamente no YouTube. Você também
Letra D - Histórico pode configurar  palavras-chave personalizadas para seus sites
Letra E - Tela inteira favoritos.

02. Resposta: B
O Firefox permite você controlar pop-ups e pop-under por
meio do painel Configurações de conteúdo na janela de Opções
. O bloqueio de pop-up é ativado automaticamente por padrão, Leitor de PDF integrado
então, você não precisa se preocupar em ativá-lo para evitar o O Google Chrome tem um leitor de PDF integrado. Portanto,
aparecimento de pop-ups no Firefox. é possível carregar PDFs em instantes, sem a necessidade de
instalar qualquer software ou plug-in. É fácil redimensionar,
03. Resposta: B salvar e imprimir PDFs com apenas um clique.
(A) ERRADA. Telemetria envolve o envio de dados não
pessoais para o firefox para melhoria do programa; Comece exatamente de onde parou
(B) CORRETA. Quando você fechar o Google Chrome, ele irá lembrar das
(C) ERRADA. Justamente o oposto disso; guias que você abriu, para que você possa retomar exatamente
(D) ERRADA. Marcar a opção “Limpar histórico de navegação” de onde parou.
seria uma alternativa possível.
(E) ERRADA. Fechar e abrir não retorna às configurações Navegação segura
iniciais nem apaga dados pessoais, salvo os cookies de sessão; O Google Chrome mostrará uma mensagem de aviso antes
de você visitar um site suspeito que possa conter malware ou
04.Resposta: D phishing.
É possível também bloquear scripts em geral através da
extensão NoScript.
6 Fonte: https://www.google.com/chrome/browser/features.html#speed

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exemplo, você pode ter uma sessão normal e uma sessão em
modo anônimo em janelas separadas ao mesmo tempo.
Preferências de privacidade
Você pode controlar todas as suas preferências de privacidade
no menu do Google Chrome. Basta selecionar “Configurações”,
clicar em “Mostrar configurações avançadas” e ajustar a seção
“Privacidade”.

Com a tecnologia  Navegação segura  ativada no Google


Chrome, caso encontre um site suspeito de conter phishing ou
malware durante sua navegação na web, você receberá uma
página de aviso, como a página acima.
Um ataque de phishing acontece quando alguém se passa por Como limpar dados de navegação
outra pessoa para persuadir você a compartilhar informações Com o Google Chrome, você pode limpar seus dados de
pessoais ou sigilosas, especialmente usando um site da web navegação a qualquer momento, de forma que essas informações
falso. Por sua vez, um malware é um software instalado na sua não fiquem armazenadas em seu navegador, incluindo os
máquina, normalmente sem seu conhecimento, que é projetado históricos de navegação e de downloads, cookies, senhas salvas
para danificar seu computador ou roubar informações da sua e dados de formulários salvos. 
máquina. Excluir cache e outros dados do navegador
Você tem controle total sobre seus dados de navegação.
Validação de autenticidade Esses dados incluem coisas como seu histórico de navegação
A tecnologia de validação de autenticidade ajuda a impedir e de download e dados de formulários salvos. Use a caixa de
que um malware se instale em seu computador ou use aquilo diálogo “Limpar dados de navegação” para excluir todos os seus
que acontece em uma guia do navegador para afetar o que dados ou apenas uma parte deles, coletados durante um período
acontece na outra. O processo de validação de autenticidade específico.
adiciona uma camada complementar de segurança contra - Excluir todos os seus dados
páginas da web maliciosas que tentam instalar programas em 1. Clique no menu do Google Chrome, na barra de
seu computador, monitorar suas atividades na web ou roubar ferramentas do navegador.
informações confidenciais de seu disco rígido. 2. Selecione Mais ferramentas.
3. Selecione Limpar dados de navegação.
Atualizações automáticas 4. Na caixa de diálogo exibida, marque as caixas de
Para garantir que você tenha a mais recente atualização seleção referentes aos tipos de informação que você deseja
de segurança, o Google Chrome verifica regularmente se há remover.
atualizações, de modo a assegurar que o navegador esteja 5. Use o menu localizado na parte superior para selecionar
sempre atualizado. A verificação de atualização garante que a quantidade de dados que deseja excluir. Selecione desde o
sua versão do Google Chrome seja automaticamente atualizada começo para excluir tudo.
com os últimos recursos de segurança e correções, sem que seja 6. Clique em Limpar dados de navegação.
necessária qualquer ação de sua parte.

Privacidade

Modo de navegação anônima


Quando não quiser que suas visitas a websites ou downloads
sejam gravados em seus históricos de navegação e download,
você poderá navegar no modo de navegação anônima. Além
disso, todos os cookies criados durante a navegação no modo
de navegação anônima são excluídos depois que todas as janelas
anônimas abertas são fechadas.

Abrindo uma janela anônima - Excluir itens específicos de seus dados de navegação.
1. No canto superior direito da janela do navegador, Em vez de excluir categorias inteiras de seus dados de
clique no botão relativo ao usuário atual. Pode aparecer seu navegação, você pode escolher itens específicos para exclusão.
nome, e-mail ou um ícone como este .
2. Selecione Anonimato. Personalizar preferências de privacidade por website
Você também pode pressionar Ctrl + Shift + N (Windows, Nas configurações de conteúdo do Google Chrome é possível
Linux e Chrome OS) e ⌘-Shift-N (Mac). controlar, site por site, as preferências de privacidade para
Quando você estiver navegando no modo de navegação cookies, imagens, JavaScript e plug-ins. Por exemplo, você
anônima, poderá ver o ícone do modo de navegação anônima pode definir regras de cookies para permitir automaticamente
no canto da página. A navegação em modo anônimo é útil cookies de uma lista específica de sites nos quais você confia e
principalmente quando você precisa navegar na web de forma gerenciar manualmente o bloqueio e a configuração para todos
privada, sem a necessidade de alterar suas configurações de os outros sites.
privacidade novamente entre as sessões de navegação. Por

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APOSTILAS OPÇÃO
Como desativar a personalização de anúncios
Os anunciantes personalizam seus anúncios, para que você
veja anúncios de seu interesse. As empresas de publicidade que
são membros da Network Advertising Initiative (NAI, na sigla
em inglês) e de outras atividades autorreguladoras permitem
que você desative essa personalização. No Google Chrome,
você pode manter seu status de desativação no navegador
permanentemente, mesmo quando todos os cookies são limpos,
instalando a extensão “Manter minhas desativações” do Google Senhas
Chrome. Recupere suas senhas salvas sempre que precisar.

Aplicativos
Os aplicativos da Chrome Web Store utilizam novas e
poderosas tecnologias da web para oferecer a você as melhores
experiências de produtividade, educação e jogos, sempre com
apenas um clique na página “Nova guia”.

Como adicionar novos usuários


E se você compartilhar um computador com outras pessoas?
Você não quer que seus favoritos, aplicativos e extensões se Extensões
misturem com os de todas as outras pessoas, assim como não Use seus recursos personalizados em todos os computadores.
quer que suas coisas do Chrome sejam sincronizadas com todos
os dispositivos.
Agora, é possível adicionar novos usuários ao Google
Chrome. A adição de novos usuários permite que cada um tenha
sua própria experiência com o Google Chrome e faça login no
navegador para sincronizar suas coisas. Favoritos
Basta ir para “Opções” (“Preferências” no Mac), clicar em Acesse rapidamente seus sites favoritos, onde quer que você
“Coisas pessoais” e em “Adicionar novo usuário”. esteja.

Extensões
Extensões são ferramentas personalizadas que permitem
fazer mais com o Google Chrome, como, por exemplo, controlar
suas músicas, fazer capturas de tela e compartilhar sites com
amigos, não importa onde você esteja na web.

Temas
É fácil deixar o Google Chrome mais atraente. Você pode Página “Nova guia”7
instalar temas criados pelos principais artistas da Chrome Web
Store ou pode criar seu próprio tema no mychrometheme.com e
compartilhá-lo com amigos.

Personalização
O login no Google Chrome leva seus favoritos, aplicativos,
histórico e outras configurações para todos os seus dispositivos.
Tudo o que você atualiza em um dispositivo é atualizado
instantaneamente nos outros, e seus dados do Chrome ficam
seguros se alguma coisa acontece com seu computador. Acesse
o menu de chave inglesa e selecione “Fazer login no Chrome…”

Aplicativos
Adicione um aplicativo em um computador. Acesse-o em
todos os seus computadores.

1- Pesquisa
Comece a digitar sua consulta de pesquisa na caixa de
Preenchimento automático pesquisa e você verá sua consulta na omnibox (barra de
Preencha formulários mais rapidamente em todos os seus endereço localizada na parte superior da janela do navegador).
computadores. Você também pode digitar um URL para navegar em uma página
da Web.
Obs: Você também pode pesquisar diretamente na omnibox.
Seu provedor de pesquisa padrão tem a opção de personalizar
a página “Nova guia”. Se o Google for seu provedor de pesquisa
padrão, você verá um logotipo e uma caixa de pesquisa como em
www.google.com.br. Se seu provedor de pesquisa padrão não for
o Google, você poderá ver um layout diferente na página “Nova
guia”.
Temas 2- Mais visitados
Adicione cores a seu Google Chrome e leve-as com você. Miniaturas dos websites que você visita com frequência
aparecem abaixo da caixa de pesquisa. Basta clicar em uma
miniatura para visitar o site.
7 Fonte: https://support.google.com/chrome/topic/14678?hl=pt-BR&ref_
topic=3434340

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APOSTILAS OPÇÃO
Para remover um site visitado com frequência, passe o Organizar guias
mouse sobre a miniatura e clique no ícone X, no canto superior É possível reorganizar as guias com facilidade na parte
direito da miniatura. superior da janela do navegador ou em uma nova janela.
3- Aplicativos Reordenar as guias
Windows, Mac e Linux Clique em uma guia e arraste-a para uma posição diferente
Os ícones dos aplicativos que você instalou pela Chrome na parte superior da janela do navegador.
Web Store podem ser acessados clicando no favorito Aplicativos
na barra de favoritos. Na página “Aplicativos do Google Chrome”,
basta clicar em um ícone para abrir o aplicativo. Caso você não
veja o favorito do aplicativo, clique com o botão direito do mouse
na barra de favoritos e clique em Mostrar atalho para aplicativos.
Se você instalou aplicativos do Google Chrome em outro Mover uma guia para uma nova janela
computador, pode Fazer login no Google Chrome e ativar a Clique na guia e arraste-a para fora da barra de endereço
sincronização para adicionar automaticamente esses aplicativos e para uma nova janela. A guia deve abrir automaticamente.
à página “Aplicativos do Google Chrome” no computador que Também é possível empurrar a guia para uma janela própria
está usando. nova.
Para modificar a forma com que o aplicativo deve ser aberto,
clique com o botão direito do mouse no ícone do aplicativo Fixar uma guia em um lugar
e selecione “Abrir como guia normal”, “Abrir como guia Para que uma determinada guia não se mova, clique nela
fixada”, “Abrir como janela” ou “Abrir tela cheia”. Para realizar com o botão direito do mouse (ou pressione Ctrl e clique em um
configurações adicionais, clique com o botão direito do mouse Mac) e selecione Fixar guia.
no aplicativo e selecione “Opções”.
Para desinstalar um aplicativo do Google Chrome, clique
com o botão direito do mouse no aplicativo e selecione Remover
do Google Chrome.
4- Barra de favoritos Uma guia fixada aparecerá do lado esquerdo da janela do
Por padrão, suas páginas da Web favoritas são exibidas no navegador. Diferentemente das outras guias, ela será menor em
topo da página “Nova guia”. tamanho e mostrará apenas o ícone do site.
5- Reabrir uma guia fechada recentemente
Se, acidentalmente, você fechou uma guia e precisa reabri-la Redimensionar a janela do navegador
rapidamente, use o atalho do teclado Crtl+Shift+T ou siga estas Para redimensionar rapidamente a janela do navegador,
etapas: arraste a janela ou a guia para uma posição de encaixe no
1. Clique no menu do Google Chrome na barra de monitor ou no navegador do computador. Quando o ícone de
ferramentas do navegador. encaixe aparecer, solte o mouse sobre o ícone para que a guia se
2. Selecione Guias recentes. encaixe no lugar.
3. Selecione a guia desejada na lista em “Recentemente Veja as diferentes posições de encaixe:
fechadas”. - Parte superior do monitor: a guia aparece maximizada em
Repita essas etapas para recuperar mais guias fechadas uma nova janela, quando liberada.
recentemente. - Parte inferior do monitor: a guia aparece em uma nova
Se você está conectado ao Google Chrome, pode acessar todo janela que preenche a metade inferior do monitor.
o seu histórico e abrir guias de outros dispositivos que estejam - Lados direito e esquerdo do monitor: a guia é aberta em
conectados ao Google Chrome. Para fazer isso, clique em Guias uma nova janela, que preenche o lado direito ou esquerdo do
recentes > Mais. monitor.
- Parte inferior da janela do navegador: a guia aparece em
Quando clica numa sugestão, o Chrome abre a página uma nova janela, abaixo da janela do navegador já existente. As
selecionada. duas janelas dividem o monitor ao meio.
- Lados direito e esquerdo da janela do navegador: a guia
Sugestões para facilitar a pesquisa é aberta em uma nova janela, que preenche o lado direito ou
Se pretender pesquisar de forma mais rápida e fácil, siga esquerdo do monitor. A janela do navegador já existente toma a
algumas das sugestões de pesquisa disponíveis abaixo. outra metade do monitor, de forma que as duas janelas aparecem
- Pesquisar palavras ou imagens lado a lado.
1. Realce uma palavra, uma expressão ou uma imagem e
clique com o botão direito do mouse na mesma no computador. Abrir separadores, janelas e ficheiros
Num Mac, clique com a tecla Control pressionada. Abrir um novo separador
2. Clique na opção para pesquisar através do motor de - Clique no ícone junto ao último separador, que abre
pesquisa predefinido. Por exemplo, pode ser apresentado algo a página Novo separador.
como “Pesquisar «pinguim imperador» no Google” ou “Pesquisar - Para abrir um link num novo separador, prima Ctrl (Windows
esta imagem no Bing”. e Linux) ou ⌘ (Mac) no teclado ao clicar no link. Os separadores
- Colar e pesquisar relacionados são agrupados.
1. Realce uma palavra ou uma expressão e copie-a. - Pretende que a mesma página Web seja aberta em vários
2. Clique com o botão direito do mouse na barra de separadores? Clique com o botão direito do mouse no separador
endereço no ecrã. Num Mac, clique na barra de endereço com a que contém a página Web em questão e selecione Duplicar.
tecla Control premida. - Experimente estes atalhos de teclado: Ctrl+T (Windows e
3. Clique em Colar e pesquisar. Linux); ⌘-T (Mac)
- Pesquisar por voz Abrir uma nova janela
Pode iniciar uma pesquisa ou outros comandos de voz no Experimente estes atalhos de teclado:  Ctrl+N  (Windows e
Chrome ao dizer “Ok Google” numa página da Pesquisa Google Linux); ⌘-N (Mac)
ou numa página novo separador. Quando diz “Ok Google”, o
Chrome envia uma gravação de áudio da sua pesquisa por voz Fechar guias, janelas e o Google Chrome
para o Google. Fechar guias e janelas
- Pesquisar ao realçar e arrastar - Guias: clique no ícone x da guia ou use os atalhos do teclado
Realce uma palavra ou uma expressão e arraste-a para a Ctrl+W (Windows e Linux) e ⌘-W (Mac) para fechar a guia.
barra de endereço. O Chrome apresenta automaticamente os - Janelas: clique no ícone x no canto da janela ou use os
resultados da pesquisa para o texto realçado. atalhos do teclado Alt+F4 (Windows e Linux) e ⌘-Shift-W(Mac)
para fechar uma janela. Se você fechar a última guia em uma

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janela, a janela também será automaticamente fechada. do navegador / Apresenta o histórico de navegação no separador.
Se você acidentalmente fechar uma guia ou uma janela, pode Pressionar Retrocesso ou Alt e a seta para a esquerda
facilmente recuperá-la usando o atalho do teclado Crtl+Shift+T simultaneamente / Vai para a página anterior do histórico de
(Mac: ⌘-Shift-T). Ou, como alternativa, ou siga as etapas abaixo: navegação do separador.
1. Clique no menu do Google Chrome na barra de Pressionar Shift+Retrocesso ou Alt e a seta para a direita
ferramentas do navegador. simultaneamente / Vai para a página seguinte do histórico de
2. Selecione Guias recentes. navegação do separador.
3. Selecione a guia desejada na lista em “Recentemente Pressionar Ctrl e clicar na seta de Retrocesso, na seta de
fechadas”. Avanço ou no botão Ir da barra de ferramentas. Em alternativa,
Repita essas etapas para recuperar mais guias fechadas clicar num dos botões com o botão do meio do mouse (ou a roda
recentemente. do mouse) / Abre o destino do botão num novo separador em
Fechar o Google Chrome segundo plano.
Clique no menu do Google Chrome na barra de ferramentas Fazer duplo clique na área em branco da faixa de separadores
do navegador e selecione Sair para fechar todas as guias e / Maximiza ou minimiza a janela.
janelas abertas. Alt+Home / Abre a página inicial na janela atual.
Se você estiver usando o Google Chrome em um Mac, também
poderá configurar o navegador para mostrar um aviso antes de Questões
fechar o navegador. Por padrão, esse aviso está desativado. Siga
estas etapas para ativá-lo: 01. (TRE-RS - Conhecimentos Básicos para os Cargos 6
Clique em Chrome na barra de menus superior. a 8 - CESP/2015). No que diz respeito aos programas Internet
Selecione Avisar antes de encerrar (⌘Q). Explorer 11, Mozilla Firefox, Google Chrome e Thunderbird,
Forçar o fechamento de uma página da Web ou de um assinale a opção correta.
aplicativo (A) Um navegador é um programa de computador criado
Clique no menu do Google Chrome na barra de ferramentas para fazer requisições de páginas na Web, receber e processar
do navegador. essas páginas. Quando é digitado o endereço de um sítio na
Selecione Ferramentas. barra de endereços e pressionada a tecla ENTER , o navegador
Selecione Gerenciador de tarefas. envia uma chamada à procura da página solicitada. Se houver
Selecione a página da web que deseja fechar. uma resposta positiva, ou seja, se a página for encontrada, então
Clique em Encerrar processo. o navegador faz a leitura do conteúdo da página e mostra-o para
Se você encerrar um processo no Windows, no Linux ou no o usuário.
Chrome OS, verá a mensagem “Ele está morto, Jim!” nas guias (B) O Thunderbird é o navegador líder de mercado e
afetadas. Em um Mac, aparecerá a mensagem “Ah, não!”. . concorrente direto do Internet Explorer, com interface simples
e objetiva que facilita a navegação principalmente em páginas
PRINCIPAIS ATALHOS DE TECLADO E/OU MOUSE seguras.
ATALHO / O QUE FAZ (C) A escolha do navegador depende necessariamente do
Ctrl+N / Abre uma nova janela. tipo do sistema operacional instalado no computador. Por
Ctrl+T / Abre um novo separador. exemplo, o Internet Explorer 11 permite maior velocidade que
Ctrl+Shift+N / Abre uma nova janela no modo de navegação o Chrome quando instalado em computadores com o Windows
anónima. 7 ou superior.
Pressionar Ctrl+O e, em seguida, selecionar o ficheiro / Abre (D) O Mozilla Firefox é um navegador ideal para se trabalhar
um ficheiro do computador no Google Chrome. com softwares livres, pois possui código aberto.
Pressionar Ctrl e clicar num link. Em alternativa, clicar num (E) A grande vantagem do Google Chrome é a possibilidade
link com o botão do meio do mouse (ou a roda do mouse) / Abre de, com ele, se poder buscar informações rápidas de diversos
o link num separador novo em segundo plano. assuntos, pois a página inicial é um sítio de busca.
Pressionar Ctrl+Shift e clicar num link. Em alternativa,
Pressionar Shift e clicar num link com o botão do meio do mouse 02. (Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em Administração
(ou a roda do mouse) / Abre o link num separador novo e muda Escolar - FGV/2015). Analise a lista de aplicativos a seguir.
para o separador recém-aberto. I. Google Chrome
Pressionar Shift e clicar num link / Abre o link numa janela II. Mozilla Firefox
nova. III. Internet Explorer
Ctrl+Shift+T / Abre novamente o último separador fechado. IV. Windows Explorer
O Google Chrome memoriza os últimos 10 separadores fechados. V. Windows Media Player
Arrastar um link para um separador / Abre o link no
separador. Assinale a opção que indica os aplicativos que podem ser
Arrastar um link para uma área em branco na faixa de utilizados como navegadores (browsers) na Internet.
separadores / Abre o link num separador novo. (A) I e IV, apenas.
Arrastar um separador para fora da faixa de separadores / (B) I e II, apenas.
Abre o separador numa janela nova. (C) I, II e III, apenas.
Arrastar um separador da faixa de separadores para uma (D) I, II, III e IV, apenas.
janela existente / Abre o separador na janela existente. (E) I, II, III, IV e V.
Pressionar Esc enquanto arrasta um separador / Repõe o
separador na sua posição original. 03. (CRF-RO - Assistente Administrativo - FUNCAB/2015).
Ctrl+1 a Ctrl+8 / Muda para o separador com a posição No navegador Google Chrome, usa-se qual combinação de teclas
correspondente ao número na faixa de separadores. para entrar em “Nova janela anônima”?
Ctrl+9 / Muda para o último separador. (A) SHIFT+B
Ctrl+Tab ou Ctrl+PgDown / Muda para o separador seguinte. (B) CTRL+SHIFT+N
Ctrl+Shift+Tab ou Ctrl+PgUp / Muda para o separador (C) CTRL+A
anterior. (D) CTRL+SHIFT+T
Alt+F4 ou Ctrl + Shift + W / Fecha a janela atual. (E) ALT+F
Ctrl+W ou Ctrl+F4 / Fecha o separador ou a janela de
contexto atual. 04. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista
Clicar num separador com o botão do meio do mouse (ou a Legislativo - Orçamento e Finanças - Prefeitura do Rio de
roda do mouse) / Fecha o separador em que clicou. Janeiro - RJ/2015). No browser Google Chrome, um recurso
Clicar com o botão direito do mouse ou clicar e manter é utilizado para visualizar o conteúdo de páginas de um site
premida a seta de Retrocesso ou Avanço da barra de ferramentas na modalidade tela inteira ou tela cheia. Essa modalidade é

Informática Básica 21
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acionada por meio de um atalho de teclado que corresponde a
pressionar a seguinte tecla de função: Ferramentas e aplicações de
(A) F10 informática. Ambiente Windows.
(B) F11 Linux.
(C) F7
(D) F2
WINDOWS 78
05. (SSP-AM - Assistente Operacional - FGV/2015). O
navegador Chrome permite a criação de uma “Guia de Navegação O Windows 7 é um sistema operacional produzido pela
Anônima”. Ao acessar páginas e serviços por meio de uma única Microsoft.
guia assim: Um sistema operacional é um conjunto de programas que
(A) e-mails enviados durante o acesso serão tratados como fornecem uma interface
anônimos, sem identificação do remetente; para o usuário e se comunicam com o hardware da maquina
(B) os arquivos recebidos por download durante o acesso evitando que os programas
serão apagados quando a guia for fechada; construídos dentro do sistema operacional tenham de
(C) os favoritos que você registrar durante o acesso serão realizar esta tarefa.
apagados quando a guia for fechada;
(D) as páginas visualizadas durante o acesso não serão Características do Windows
armazenadas no histórico do navegador; - Interface amigável e intuitiva: Utilizando recursos gráficos.
(E) o histórico das buscas que você realizar durante o acesso - Multitarefa: Permite a utilização de mais de um programa
será mantido normalmente. por vez.
- Multiusuário: Permite a criação de múltiplas contas
Respostas (perfis) de usuários.
- Sistema Aberto para Programação
01. Resposta: A - Plug-n-Play: Reconhece automaticamente periféricos e
A página inicial do navegador é definida pelo usuário. dispositivos conectados ao
Qualquer navegador pode ter a página inicial como uma página computador.
de busca, basta configurar.
O grande diferencial do Chrome é o design minimalista e Interface Visual
enxuto. A interface é a utilização dos recursos gráficos de um
programa para facilitar o seu
02. Resposta: C uso, ou seja, seu relacionamento com o usuário.
O Windows Explorer é o gerenciador de arquivos e pastas Ela é chamada de “Visual”, pois existem sistemas que usam
do computador com WIndows. O Windows Media Player é o uma interface não visual,
reprodutor de mídias do Windows. Ambos poderão acessar a como o MS-DOS, Unix e outros sistemas, ou seja, a interação
Internet, mas indiretamente. Não é a função principal deles. com o usuário se da na forma
de texto, através exclusivamente do teclado.
03. Resposta: B
CTRL+T abri uma nova guia no Chrome. Área de Trabalho (Desktop)
CTRL+SHIFT+B ativa e desativa a barra de favoritos, não
conheço o comando SHIFT+B.
CTRL+SHIFT+A não conheço se é válido.
CTRL+SHIFT+N abre nova janela anônima.
ALT+F ou ALT+E ou F10 abre o menu do Google Chrome , que
permite personalizar e controlar as configurações do Chrome.

04. Resposta: B
F1 : Abre o centro de ajudo em um novo separador.
F3: localiza a correspondência seguinte para a sua entrada
na barra de localização.
F5: Atualiza a página atual.
F10: Abre o menu do Chrome .
F11: Abre a página no modo ecrã inteiro (Tela cheia).

05. Resposta: D
Os sites que você visitar durante a navegação anônima não
irão aparecer no seu histórico de sites visitados, assim como
as buscas que você fizer navegando anonimamente não serão Janela iniciada ao carregar o Windows, através dela
autocompletadas pelo browser. acessamos todos os arquivos e programas instaldos no
Você deve ter se confundindo com o fato de poder acessar computador. No canto inferior esquerdo fica o botão iniciar, que
o histórico durante a navegação anônima, sim, pode-se acessar é usado para acessar os programas e configurações do Windows.
normalmente. Mas a questão disse: “o histórico das buscas
que você realizar durante o acesso (Anônimo) será mantido Barra de Tarefas
normalmente.” Não será mantido normalmente, nem constará
no histórico.

A barra de tarefas do Windows 7 combina dois recursos que


estavam presentes na versão XP: Botões das tarefas na barra e
inicialização rápida. Uma tarefa é um programa que esta sendo
executado. As tarefas são identificadas na barra com uma seleção
botões de inicialização rápida,
8 Fonte: http://www.inf.pucpcaldas.br/extensao/cereadd/apostilas/windo-
ws7v1.pdf

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APOSTILAS OPÇÃO
Os três ícones após o logotipo do Windows são executados ao Mouse
receber um clique. Outra maneira de identificar é estes atalhos
de inicialização rápida é clicar com o botão direito do mouse
sobre o botão da barra de tarefas, se na ultima opção do menu
estiver escrito “Fechar Janela”, então significa que este botão é
uma tarefa, ou seja, é um programa em execução.

Obs: Arquivos em execução ocupam espaço na memória


principal (RAM) do computador, portanto, quanto mais
programas abertos, mais lenta a maquina fica.

Você também pode criar botões de inicialização rápida.


Basta arrastar o ícone do programa ou pasta, para a barra.
O mouse é um periférico que auxilia na interação com
a interface, por isto, não é um dispositivo essencial para o
funcionamento do sistema (é possível utilizar o Windows sem
mouse). Ele é representado pela interface na forma de um
ponteiro.
Botões: A quantidade de botões de um mouse varia de
acordo com o modelo. Os modelos mais comuns tem 2 botões
e entre eles uma roda. Botão esquerdo: O botão ação. Ex: Abrir
uma pasta, abrir um arquivo, selecionar, mover e etc...
Ação com 2 cliques: Quando queremos abrir um ícone, por
exemplo, uma pasta, precisamos dar 2 cliques para abri-la. Isso
porque um clique apenas o seleciona. Apenas ícones precisam
de 2 cliques para serem abertos. A ação só acontecerá se no
intervalo entre um clique e outro não demorar mais do que 1
segundo.
Ação com 1 clique: Toda ação de seleção só precisa de um
clique, assim como para abrir menus, minimizar e maximizar
janelas e abrir programas na barra de tarefas ou no menu iniciar.
A inicialização rápida só funciona diretamente para Ação com 1 clique+arrasta: Quando o clique é feito em
programas. Exemplo: O Bloco de Notas é um programa, o Excel é cima de um ícone, então esta ação o moverá de lugar. Exemplo:
outro tipo de programa. Portanto, se você arrastar um arquivo Arrastar um ícone para uma pasta.
para a barra de tarefas, o botão resultante será do programa Quando em outra situação, arrastar o mouse com o botão
usado para abrir o arquivo arrastado. esquerdo pressionado irá desenhar um retângulo de seleção,
Mas, clicando com o botão direito sobre o botão do programa, onde tudo dentro dele será selecionado.
veremos a palavra “Fixo” como separador de menu, na parte Botão Direito: O botão menu. Serve para acessar as opções
superior. O separador “Fixo” identifica todos os arquivos que referentes ao local do clique. Ex: Se eu clicar em cima de um
você quis fixar na barra. No exemplo, existe o arquivo: ABRE ícone, vou ter acesso às opções de um ícone.
COM O EXCEL.XLSX. Em frente, existe um botão “taxinha”. Ele Roda: A roda serve apenas para utilizar a barra de rolagem
serve para desafixar o arquivo. com mais eficiência.

Teclado
O teclado é um periférico essencial para o funcionamento
do computador. Embora hoje seja possível fazer a maioria das
operações com o mouse, o teclado ainda é um requisito para o
funcionamento do Sistema Operacional (Windows).
Um Sistema Operacional inicia sem mouse, mas não sem
teclado.

Teclas:
- A-Z
- Contém todas as letras do alfabeto romano, maiúsculas e
minúsculas.
- Numérico
- Geralmente os teclados vêem com 2 conjuntos de teclas
numéricas, o normal e o pad (a direita). Exceção para laptops e
Smartphones.
- Acentuação
No mesmo menu podemos observar o separador “Recente”, - Pressionar primeiro a tecla do acento e depois a letra,
em baixo dele estão todos os arquivos que você abriu nunca ambas ao mesmo tempo.
recentemente usando este programa, no caso, Bloco de Notas. - Ã = ‘~’ e ‘a’
No ultimo separador do menu, temos um botão com o - É = ‘-‘ e ‘e’
nome do programa, que ao ser clicado abre o programa. Assim - Ô = ‘Shift+~’ e ‘o’
como o botão da barra de tarefas quando não há arquivos deste - Sinais e Símbolos
programa sendo executados. Embaixo o botão “Desafixar este - % = ‘Shift+5’
programa da barra de tarefas”, que remove o programa da barra - @ = ‘Shift+2’
de tarefas. - ! = ‘Shift+1’
- Setas
Obs: A inicialização rápida nada mais é do que um atalho - Funções
que fica na barra de tarefas. - Teclas F1-F10
- Shift = Tecla de modificação. Obs.: Quando dentro de
uma tecla houver mais de um símbolo escrito, pressione Shift
juntamente com a tecla desejada para escrever o símbolo de

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APOSTILAS OPÇÃO
cima. Ex: ‘Shift+8’ faz o caractere ‘*’. Se caso a tecla for uma letra,
faz ela maiúscula.
- Ctrl = Tecla utilizada para fazer operações especiais. A
maioria dela se resume a atalhos. Ex: ‘Ctrl+A’ abre uma aplicação.
- Alt = Tecla que alterna a função de outra. Semelhante ao
Shift. Ex: ‘Alt+F4’ fecha a aplicação.
- Esc = Pode significar, dependendo da aplicação: Não, Sair,
Fechar, Cancelar ou Abortar.
- Enter = Pode significar: Entrar, Abrir, Sim, Continuar.
- TAB = Faz tabulação em textos e também muda a área de Quando, dentro da lixeira, um arquivo é restaurado, ele volta
seleção na ausência do uso do mouse. exatamente para o lugar onde estava.
- Capslock = Trava o teclado para letras maiúsculas.
Geralmente existe uma luz no teclado que indica se está ou não Customização
ativado. O Windows apresenta um recurso muito atraente a seus
- Numlock = Habilita e Desabilita o teclado PAD. usuários, que é um grande poder de customizar sua área de
- Windows = Habilita o menu iniciar e alguns atalhos trabalho como um todo (inclusive pastas) e deixá-la ao seu gosto.
especiais para Windows. Entre muitas coisas, é possível alterar:
- Menu = Abre o menu onde está o ponteiro. (Substitui o - O papel de parede para qualquer imagem.
botão direito do mouse)
- Home = Usado em textos leva o ponteiro de volta ao início
da linha.
- End = Oposto do Home leva o ponteiro para o final da linha.
- Pageup, Pagedown = Mesma função da roda do mouse,
auxiliar na barra de rolagem.
- Print Screen = Tira uma ‘foto’ da tela do computador.
- Pause/Break = Pausa a execução de um programa.
- Espaço = Adiciona um espaço em branco no texto.
- Backspace = Elimina a última letra digitada.

- O modo como seus ícones são agrupados e ordenados.

Área de Notificação
Localizada no canto inferior direito, dá acesso a alguns
recursos como o calendário e relógio, rede e volume.
Principalmente, mostra alguns itens como antivírus, programas
em execução que estão em segundo plano mas que precisam de
uma maneira de alertar o usuário de maneira imediata.

- O lugar da barra de tarefas.

Vários programas colocam seus


ícones na barra de notificação, como por
exemplo, o MSN. Muito embora hoje, este espaço sirva tanto
para notificação, quanto para acesso rápido de um determinado
programa.

Lixeira
A lixeira é uma pasta especial que guarda arquivos que foram
excluídos (deletados). É o ultimo recurso para recuperar arquivos
excluídos. Os arquivos continuam ocupando espaço no disco
rígido quando ainda estão na lixeira, por isso, eventualmente
é necessário limpar a lixeira, excluindo permanentemente seu
conteúdo.

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APOSTILAS OPÇÃO
- O modo de exibição das janelas.

- Alterar resolução da tela

- O ponteiro do mouse.

Conta de Usuário:
A conta de Usuário é uma conta no Windows para que só
você tenha uso e possa deixá-la a seu agrado, ou seja, um espaço
reservado totalmente customizado, por você.

- Os ícones da área de trabalho

Uma conta de usuário é uma coleção de dados que informa


o Windows quais arquivos e pastas você pode acessar, quais
alterações pode efetuar no computador e quais são suas
preferências pessoais, como a cor de fundo da área de trabalho
ou o tema das pessoas, mas ainda ter seus próprios arquivos e
configurações. Cada pessoa acessa a sua conta com um nome de
usuário e senha.
Existem três tipos diferentes de contas:
- Padrão
- Administrador
- Convidado

Cada um deles oferece ao usuário um nível diferente de


controle do computador. A conta padrão é a que deve ser
usada quando para o uso cotidiano. A conta de administrador
fornece mais controle do computador e deve ser usada quando
necessário. A conta de convidado destina-se a pessoas que
- A cor da barra de tarefas. precisam de acesso temporário ao computador.

Domínio,grupo de trabalho e grupo base9

Domínios, grupos de trabalho e grupos base representam


diferentes métodos de se organizar computadores nas redes. A
9 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows7/what-is-the-difference-
-between-a-domain-a-workgroup-and-a-homegroup

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APOSTILAS OPÇÃO
principal diferença entre eles é como os computadores e outros base.
recursos nas redes são gerenciados.
Computadores executando o Windows em uma rede Em um domínio:
precisam fazer parte de um grupo de trabalho ou de um domínio. - Um ou mais computadores são servidores. Os
Computadores executando o Windows em redes domésticas administradores de rede usam servidores para controlar
também podem fazer parte de um grupo doméstico, mas isso a segurança e as permissões para todos os computadores
não é obrigatório. do domínio. Isso facilita as alterações, que são feitas
Os computadores de redes domésticas normalmente fazem automaticamente em todos os computadores. Os usuários do
parte de um grupo de trabalho e possivelmente de um grupo domínio precisam fornecer uma senha ou outras credenciais
base, e os computadores de redes de local de trabalho em geral todas as vezes que acessarem o domínio.
fazem parte de um domínio. - Se você possuir uma conta de usuário no domínio, poderá
fazer logon em qualquer computador do domínio sem precisar
Para verificar se seu computador está em um grupo de ter uma conta nele.
trabalho ou domínio - É provável que você só possa fazer alterações limitadas nas
- Para abrir Sistema, clique no botão Iniciar, clique com o configurações de um computador porque os administradores
botão direito em Computador e clique em Propriedades. de rede querem sempre garantir a consistência entre os
- Em Nome do computador, domínio e configurações de computadores.
grupo de trabalho, você verá Grupo de Trabalho ou Domínio - Pode haver milhares de computadores em um domínio.
seguido pelo nome. - Os computadores podem estar em redes locais diferentes.

Programa
Um programa é uma ferramenta, construída para auxiliar
em algo. O sistema operacional (Windows) é um conjunto de
programas.
Tambem é conjunto de arquivos e registros.
Cada programa tem uma finalidade especifica, veja alguns
exemplos:
- Antivírus
- Editor de Texto
O nome do computador, domínio e configurações de grupo - Navegador de Internet
de trabalho - Tocador de Musicas

Para saber se o computador pertence a um grupo base Instalação


Para abrir a Central de Redes e Compartilhamento, clique no Um programa só pode ser utilizado por você ou seu
botão IniciarImagem do botão Iniciar e em Painel de Controle. computador se for instalado.
Na caixa de pesquisa, digite rede e clique em Central de Redes e Geralmente um instalador ou setup, (nome dado ao arquivo
Compartilhamento. de instalação) é apenas um arquivo, que ao ser aberto, instala
Se a palavra Ingressado for exibida ao lado de Grupo Base, todos os componentes do programa no sistema, portanto, para
seu computador pertence a um grupo base. instalar o mesmo programa em outra maquina, basta utilizar o
mesmo instalador.

A área de status do Grupo Base no Centro de Rede e


Compartilhamento

Em um grupo de trabalho:
- Todos os computadores estão no mesmo nível; nenhum
computador tem controle sobre o outro.
- Cada computador possui um conjunto de contas de usuário.
Para fazer logon em qualquer computador no grupo de trabalho, Alguns programas podem gerar um tipo especifico de
você precisa possuir uma conta nesse computador. arquivo. Por exemplo:
- Normalmente não há mais de vinte computadores. O programa Word permite que você salve documentos, estes
- Um grupo de trabalho não fica protegido por senha. documentos são arquivos do tipo Word. Todo arquivo que for
- Todos os computadores devem estar na mesma rede local do tipo Word, quando for aberto, automaticamente carrega o
ou sub-rede. programa Word.
Exemplo abstrato: Imagina que uma Maquina de Café é um
Em um grupo base: programa. Um copo com café é um arquivo gerado por este
- Os computadores em uma rede doméstica precisam programa. Quando olhamos para o copo, e vemos que dentro
pertencer a um grupo de trabalho, mas também podem pertencer existe café, automaticamente podemos associar com a Máquina
a um grupo base. Um grupo base facilita o compartilhamento de Café.
de imagens, músicas, vídeos, documentos e impressoras com
outras pessoas em uma rede doméstica. Desinstalação
- Um grupo base fica protegido por senha, mas você só Apagar um programa não é tão simples quanto apagar um
precisa digitá-la uma vez: ao adicionar o computador ao grupo arquivo. Para tanto, é necessário usar um recurso chamado

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APOSTILAS OPÇÃO
desinstalador, que normalmente, acompanha o programa. 3- Escolher a quantidade de cópias
O Windows gerencia estes recursos no Painel de Controle-
>Desinstalar um Programa. Painel de Controle
O Painel de Controle é uma pasta do Windows que reúne
programas que manipulam os controles e recursos do sistema.

Imprimindo um Arquivo
Se o arquivo for do tipo texto ou imagem é possível imprimi- O painel é dividido por categorias, mas também pode ser
lo: exibido em ícones.
- Sistema e Segurança
- Exibe configurações de Hardware (velocidade,
desempenho,etc).
- Opções para economizar energia
- Sistemas de Defesa e Proteção
- Sistemas de Restauração de Dados
- Rede e Internet
- Grupo Doméstico
- Opções da Internet
- Status da Rede e Compartilhamentos
- Hardware e Sons
- Gerencia Impressoras
- Configurações para mídias
Dentro do programa, no menu Arquivo ou ‘ctrl+p’ - Ajuste de Som
- Opções de Vídeo
- Programas
- Configurações para Programas
- Gerencia recursos do Windows
- Gerencia Gadgets
- Contas de Usuário e Segurança Familiar
- Gerencia Contas
- Controle dos Pais
- Aparência e Personalização
- Todos os recursos para personalizar a área de
trabalho
- Opções para deficientes físicos
- Gadgets para área de trabalho
- Relógio, Idioma e Região
- Facilidade de Acesso
- Opções para deficientes físicos
Janela de Impressão:
Gerenciamento de Dispositivos do Computador
Para gerenciar os dispositivos do computador é necessário
acessar: Painel de Controle ->Sistema e Segurança ->Sistema.
Nesta janela são exibidas as informações do computador e
do sistema operacional intalado no mesmo.

1- Escolher a Impressora (Nome)


2- Escolher as páginas a serem impressas (Intervalo de
Páginas)

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APOSTILAS OPÇÃO
Hardware e Sons -> Dispositivos e Impressoras.

Dispositivos e Impressoras
Informações do Sistema
Nesta janela é possível configurar todos os periféricos ligados
Nesta tela clicando na opção Gerenciar de Dipositivos é ao computador, por exemplo: É possível definir uma impressora
possível acessar o Gerenciado de Dispositovos. padrão quando temos mais de uma, ou mesmo definir qual será
a qualidade de impressão da mesma.

Atualizações do Sistema Operacional


É muito importante manter o seu Windows atualizado,
mantendo seu sistema operacional com as atualizações em
dia é possível evitar que outras pessoas possam ter acesso ao
seus computador, ou mesmo evitar problemas que o sistema
operacional possa desenvolver.
É possível gerenciar o modo que suas atualizações são
realizadas, para isto acesse: Painel de Controle -> Sistema e
Segurança -> Windows Update.

Gerenciador de Dispositivos

O Gerenciador de dispositovos serve para verificar o


funcionamento dos dispositivos ligados ao computador e Windows Update
permite instalar ou desisnstar seus drivers.
Um driver é um software que permite que o computador se Nesta janela é possível verificar atualizações que podem ser
comunique com o hardware ou com os dispositivos. Sem drivers, instaladas, exibir o histórico de atualizações e ativar ou desativar
o hardware conectado ao computador, por exemplo, uma placa as atualizações automáticas.
de vídeo ou uma impressora, não funcionará corretamente.
Na maioria das vezes, os drivers são fornecidos com
o Windows, mas você também pode encontrá-los usando
o Windows Update, no Painel de Controle, para verificar
atualizações. Se o Windows não tiver o driver de que você
precisa, acesse o Centro de Compatibilidade do Windows 7, que
lista milhares de dispositivos e tem links diretos para downloads
de drivers. Além disso, você poderá encontrar drivers no disco
que veio com o hardware ou dispositivo que você deseja usar ou
no site do fabricante desse hardware ou dispositivo.10
O Windows também permite que seus periféricos sejam
gerenciado, para isto basta acessar: Painel de Controle ->
10 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows/what-is-
-driver#1TC=windows-7

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APOSTILAS OPÇÃO
um arquivo pessoal que foi excluído ou danificado.

Configurações de Vídeo11

O Windows seleciona as melhores configurações de exibição,


inclusive resolução da tela, taxa de atualização e cor, de acordo
com o monitor instalado. Essas configurações variam de
acordo com o tipo de monitor, LCD ou CRT. Se desejar ajustar
as configurações de exibição, ou se essas configurações tiverem
sido alteradas e você desejar restaurar as configurações padrão,
siga estas recomendações.
Os monitores LCD, também chamados de vídeos de tela
plana, substituíram, em grande parte, os monitores CRT. Eles são
muito mais leves e finos que os volumosos monitores CRT, que
contêm tubos de vidro pesado. Os monitores LCD também estão
disponíveis em uma grande variedade de formatos e tamanhos,
o que inclui telas widescreen e telas de tamanho padrão, com
relação de 16:9 ou 16:10 de largura por altura para os modelos
widescreen e 4:3 para os modelos de largura padrão. Os laptops
também usam vídeos de tela plana.

Configurações de Atualização Automática

Na tela de configuração das atualizações é possível definir o


horário em que a busca por atualizações será realizada, se elas
serão instaladas automaticamente ou não e até mesmo desativá-
las.

Bloco de Notas
Editor de texto padrão e o mais simples. O seu formato é lido
por qualquer sistema operacional.
Para abri-lo:
- Vá em Menu Iniciar -> Todos os Programas -> Acessórios -> Os monitores LCD são muito mais finos e leves que os
Bloco de Notas monitores CRT de estilo mais antigo.
- Escreva na busca do Windows: “Bloco de Notas”
- Clique com o botão direito dentro de uma pasta ou na área Para os monitores LCD e CRT, normalmente quanto mais
de trabalho, selecione: Novo -> Documento de Texto Formato: pontos por polegada (DPI) definidos para exibição na tela,
“.txt”. melhor será a aparência das fontes. Quando você aumenta o
DPI, você está aumentando a resolução da tela. A resolução que
Paint você usa depende das resoluções a que seu monitor oferece
Editor de imagens do Windows. Possui poucos recursos, suporte. Em resoluções maiores, como 1900 x 1200 pixels, os
leve e intuitivo. Usado para salvar a imagem recuperada do itens parecem mais nítidos. Também parecem menores, para
‘printscreen’ e fazer recortes rápidos em imagens. que caibam mais itens na tela. Em resoluções menores, como
Para abri-lo: 800 x 600, um número menor de itens cabe na tela, mas eles são
- Vá em Menu Iniciar -> Todos os Programas -> Acessórios maiores.
-> Paint
- Escreva na busca do Windows: “Paint” As melhores configurações para um monitor LCD
- Clique com o botão direito dentro de uma pasta ou na área
de trabalho, selecione: Novo -> Imagem de Bitmap Formato: Se você tem um monitor LCD, verifique a resolução da tela.
“.bmp”. Isso ajuda a determinar a definição das imagens na tela. É uma
boa prática definir um monitor LCD com resolução nativa - a
Calculadora resolução que um monitor foi projetado para exibir com base
Faz as operações em seu tamanho. Para ver a resolução nativa do seu monitor,
- Soma, Subtração,Multiplicação, Divisão,Raiz Quadrada verifique as configurações de vídeo no Painel de Controle.
- Média, Soma, Desvio Padrão - Para abrir Resolução da Tela, clique no botão Iniciar, em
- Converte Medidas Painel de Controle, em Aparência e Personalização e em Ajustar
- Cálculos Científicos a resolução da tela.
- Cálculo de economia de combustível (em milhas) - Clique na lista suspensa ao lado de Resolução. Verifique
Para abri-la: a resolução com a marca (recomendável). Essa é a resolução
- Vá em Menu Iniciar -> Todos os Programas -> Acessórios nativa do seu monitor LCD - geralmente a resolução mais alta à
-> Calculadora qual o seu monitor oferece suporte.
- Escreva na busca do Windows: “Calculadora”
A calculadora também funciona totalmente pelo teclado. O fabricante ou vendedor poderá informar a resolução nativa
Obs.: Este é um exemplo de programa que não gera arquivos. do seu monitor LCD. (monitores CRT não têm resolução nativa.)

Restauração do Sistema
A Restauração do Sistema o ajuda a restaurar arquivos do
sistema do computador para um ponto anterior no tempo
(ponto de restauração). É uma forma de desfazer alterações do
sistema no computador sem afetar os arquivos pessoais, como
email, documentos ou fotos.
As vezes, alterações inesperadas causam problemas graves
no sistema, mas isto pode ser revertido usando a restauração.
A Restauração do Sistema não é destinada a fazer backup de 11 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows/getting-best-display-
arquivos pessoais, portanto, ela não pode ajudá-lo a recuperar -monitor#getting-best-display-monitor=windows-7

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APOSTILAS OPÇÃO
intensidade da cor pode variar de 1 bit (preto-e-branco) a 32
bits (mais de 16,7 milhões de cores).
- Para abrir Resolução da Tela, clique no botão Iniciar, em
Painel de Controle, em Aparência e Personalização e em Ajustar
a resolução da tela.
- Clique em Configurações avançadas e clique na guia
Monitor.
- Em Cores, selecione True Color (32 bits) e clique em OK.

As melhores configurações de vídeo para um monitor CRT


Para um monitor CRT, é importante alterar a resolução da
tela para a maior resolução disponível que forneça cores de 32
bits e uma taxa de atualização de pelo menos 72 Hertz.
Se a tela piscar ou for desconfortável olhar para a tela,
aumente a taxa de atualização até que fique confortável. Quanto
maior a taxa de atualização, menor a probabilidade de que
haja cintilação visível. (Como os monitores de LCD não criam
cintilação, eles não precisam ser definidos com altas taxas de
atualização.)

Resolução baseada no tamanho do monitor CRT

Tamanho do monitor Resolução recomendada (em pixels)

Monitor CRT de 15 polegadas 1024 × 768

Monitor CRT de 17 a 19 polegadas 1280 × 1024

Monitor CRT de 20 ou mais polegadas 1600 × 1200

Observação: Ao contrário de monitores LCD, os monitores


CRT geralmente não estão disponíveis em tamanhos widescreen.
A Resolução de Tela no Painel de Controle mostra a Quase todos têm uma relação de tela padrão de 4:3, com
resolução recomendada do seu monitor resoluções na mesma taxa 4:3 de largura para altura.

Um monitor LCD em execução na resolução nativa Definir a cor para um monitor CRT
geralmente exibe texto melhor que um monitor CRT. Monitores As cores e os temas do Windows funcionam melhor quando
LCD são capazes tecnicamente de aceitar resoluções menores do o monitor está definido para cores de 32 bits. É possível
que a sua resolução nativa, mas o texto não parecerá tão nítido, a configurar o monitor para cor de 24 bits, mas não será possível
imagem poderá ser pequena, centralizada na tela e com moldura ver todos os efeitos visuais. Se o monitor for configurado para
preta ou poderá parecer esticada. cor de 16 bits, imagens que deveriam ser suaves não serão
Como monitores autônomos são geralmente maiores que exibidas corretamente.
telas de laptop, eles geralmente oferecem suporte a resoluções - Para abrir Resolução da Tela, clique no botão Iniciar, em
maiores que laptops. Painel de Controle, em Aparência e Personalização e em Ajustar
a resolução da tela.
- Clique em Configurações avançadas e clique na guia
Resolução com base no tamanho do monitor LCD Monitor.
- Em Cores, selecione True Color (32 bits) e clique em OK.
Tamanho do monitor Resolução recomendada (em pixels) (Se não for possível selecionar cor de 32 bits, verifique se a
Monitor LCD de taxa padrão de 19 polegadas 1280 × 1024
resolução é a maior possível e tente novamente.)

Monitor LCD de taxa padrão de 20 polegadas 1600 × 1200


Ativar e desativar a proteção de tela
12

Monitores LCD widescreen de 20 e 22 polegadas 1680 × 1050 Uma proteção de tela é uma imagem ou padrão em movimento
que aparece em sua tela quando você não utilizou o mouse ou o
Monitor LCD de taxa padrão de 24 polegadas 1920 × 1200 teclado por determinado período de tempo. As proteções de tela
foram usadas originalmente para salvar monitores mais antigos
monocromáticos contra danos, mas agora são principalmente
uma forma de personalizar o computador ou aumentar a
Tamanho da tela do laptop
segurança oferecendo a proteção de senha.
Tamanho do monitor Resolução recomendada (em pixels)
Para desativar ou ativar a proteção de tela
Tela de laptop taxa padrão de 13 a 15 polegadas 1400 × 1050 - Para abrir Configurações de Proteção de Tela, clique no
botão Iniciar e em Painel de Controle. Na caixa de pesquisa,
Tela de laptop widescreen de 13 a 15 polegadas 1280 × 800 digite proteção de tela e clique em Ativar ou desativar a proteção
de tela.
Tela de laptop widescreen de 17 polegadas 1680 × 1050 - Siga um destes procedimentos:
- Para desativar uma proteção de tela, na lista Proteção
de tela, clique em (Nenhum) e clique em OK.
Definir a cor para um monitor LCD - Para desativar uma proteção de tela, na lista Proteção
Para obter a melhor exibição de cores em seu monitor LCD, de tela, clique em opção e clique em OK.
certifique-se de defini-lo com cores de 32 bits. Essa medida se
refere à intensidade de cor, que é o número de valores de cor 12 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows/turn-screen-saver-on-
que podem ser atribuídos a um único pixel de uma imagem. A -off#1TC=windows-7

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APOSTILAS OPÇÃO
Observação: Você pode configurar o Windows para travar - Abrir: Abre o ícone imediatamente.
o seu computador após um período de inatividade, mesmo - Compartilhar com: Compartilhar o ícone na Rede. *com
que você desative a proteção de tela. Para fazer isso, marque a exceção de ícones do tipo atalho.
caixa de seleção Ao reiniciar, exibir tela de logon e clique em OK. - Enviar para: Envia o arquivo diretamente para o destino
Você também pode determinar quanto tempo o Windows deve escolhido. Ex: Pendrive.
esperar antes de exibir a tela de logon. - Recortar: Outra maneira de mover um ícone. Usado junto
com a função “Colar”.
Usar sua senha o Windows como senha da proteção de tela - Copiar: Copia um ícone. Usado junto com a função “Colar”.
Você pode aumentar a segurança do computador criando - Criar Atalho: Cria um caminho para o ícone, o seu tamanho
uma senha para a proteção de tela, que bloqueia o computador é padrão de 1kb.
quando a proteção de tela está ativa. A senha da proteção de tela - Excluir
é a mesma senha usada para fazer logon no Windows. - Renomear
- Propriedades: Acessa informações como, tamanho do
Observação: Se você não possui uma senha para o Windows, arquivo, formato, data de modificação, data de criação e etc.
não será possível realizar as etapas a seguir. Para criar uma Estas opções são padrão para qualquer ícone. As outras
senha para o Windows. opções que aparecem na figura acima são especificas de um
determinado arquivo, no exemplo foi utilizado um documento
- Para abrir Configurações de Proteção de Tela, clique no do Word.
botão Iniciar e em Painel de Controle. Na caixa de pesquisa,
digite proteção de tela e clique em Definir senha para a proteção Janelas
de tela. O sistema operacional Windows ganhou este nome por
- Selecione a caixa Ao reiniciar, exigir tela de logon, defina utilizar o conceito de “janelas”. Uma janela acessa as informações
uma horário em que você deseja que a proteção de tela inicie e do arquivo, pasta ou programa e as exibe em um modelo padrão.
clique em OK. (Escolha um intervalo que não seja longo demais As opções de cada janela mudam de acordo com o programa
para que uma pessoa não autorizada use o computador, mas não que a utiliza.
tão curto que se você parar de trabalhar em seu computador por
um momento, a proteção de tela a bloqueará.)

Gerênciamento de arquivos e pastas13

Ícones
Os ícones são representações de arquivos, atalhos ou pastas.
Podem ser visualizados na Área de Trabalho ou dentro de pastas.

As opções gerais, que estão presentes em todas as janelas


são:
1. Opções de Janela:

Menu de opções de um ícone: Minimizar : Envia a janela para a barra de tarefas.

Maximizar : Aumenta o tamanho da janela para preencher


a tela inteira. Se já estiver maximizada, o botão mudará para
restaurar o tamanho antigo.

Fechar : Finaliza a janela.

2. Barra de Rolagem: Quando o conteúdo não cabe totalmente


dentro da janela, a barra de rolagem é acionada e é possível
“rolar” ela para baixo ou para cima para visualizar o conteúdo.
Mover a janela: Quando não esta maximizada, é possível
move-la para qualquer lugar dentro da área de trabalho. Para
fazer isso posicione o mouse sobre a barra azul na parte superior
marcada (qualquer lugar que não tenha um botão), clique e
13 Fonte: http://www.inf.pucpcaldas.br/extensao/cereadd/apostilas/windo-
arraste.
ws7v1.pdf

Informática Básica 31
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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplo: O HD do meu computador é de 300gb. (leia-se 300
gigabytes)

Redimensionamento: Posicionando o mouse sobre as bordas


da janela, o ponteiro do mouse muda de desenho, quando isso
acontecer significa que você poderá mudar o formato da janela.

Unidades de Medida:
Byte = o tamanho de uma letra.
Kilobyte ou Kb = 1.000 bytes.
Megabyte ou Mb = 1.000.000 bytes.
Gygabyte ou Gb = 1.000.000.000 bytes.
Quando o disco rígido esta muito cheio, recomenda-se
esvaziá-lo para evitar lentidão.
Atalho
Atalhos são muito utilizados no Windows 7. Eles fazem a Unidades do Disco Rígido:
nossa interação com a interface algo mais pratico e rápido. Nós Para conhecer as unidades de disco rígido do seu computador,
podemos criar nossos próprios atalhos para suprirem nossas acesse o Menu Iniciar -> Computador.
necessidades.

Atenção: Todo dispositivo de armazenamento recebe uma


letra que o identifica. Esta letra representa a raiz daquele volume
em especifico. Ela representa um endereço.
Para identificar a raiz, basta procurar uma letra seguida de
dois pontos ( : ). O endereço é digitado na “barra de endereços”
da janela. Por exemplo: C:\ Fotos\Vizinha, isso significa: Dentro
do meu disco rígido, o primeiro local a existir é a raiz, portanto,
TUDO ESTA DENTRO DE C:
Atalhos tem um tamanho muito pequeno, pois carregam Na raiz da unidade existe uma pasta chamada Fotos. E dentro
apenas a informação do seu destino. Excluir atalhos não da pasta fotos, existe uma chamada Vizinha. A barra serve para
influencia em nada o funcionamento do arquivo (ícone) a qual delimitar espaços:
ele esta vinculado.
Atalhos são diferenciados através de uma seta presente Quando algo esta entre barras: \Fotos\ . Representa uma
próxima ao desenho do ícone: pasta.
Quando não existem barras antes: C:\. Representa uma
unidade de disco rígido.
Quando não existem barras depois: \Curriculum.txt
Representa um arquivo.
Exemplo: Para localizar uma pessoa no nosso mundo, como
o Windows faz, seria assim:
PlanetaTerra:\Brasil\Minas Gerais\Poços de Caldas\Meu
Bairro\Minha Rua\João da Silva.humano
Tudo que nós conhecemos esta no planeta terra. Ou seja, se
eu sou um arquivo em uma unidade de disco, tudo ao meu redor,
inclusive eu, esta inserido nesta unidade.
Para saber o destino do atalho, acesse suas propriedades no \Brasil\...\MinhaRua\ Diz respeito as direções que devo
menu. seguir. As pastas são como as divisas entre estados, países,
cidades.
Arquivos e Pastas João da Silva.humano , representa o arquivo, no caso, a
Disco Rígido pessoa. Primeiro, o nome que o identifica, depois, seguido de
O disco rígido (também conhecido como HD) é a parte do ponto, o tipo dele. No caso, João é do tipo Humano.
computador que guarda todos os arquivos do sistema. Isso inclui Outro exemplo é o endereço da área de trabalho:
arquivos gerais do Windows (e outros programas) e arquivos
pessoais, como fotos, filmes, documentos e etc.
O HD é um recipiente. Ele guarda coisas. E tudo que serve para
guardar algo tem um tamanho limite. A informação principal de
um disco rígido é a sua capacidade de armazenamento, ou seja,
o quanto de coisas ele pode guardar.

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APOSTILAS OPÇÃO

Onde: A extensão dos arquivos é oculta, mas é possível visualizá-las


C:\ = Raiz da unidade. alterando uma determinada opção ou abrindo as propriedades
\Users\ = Pasta que contem todos os usuários do Windows. do arquivo.
\Meu Nome\ = Pasta que identifica o usuário. Quando alteramos a extensão do arquivo, estamos alterando
\Desktop\ = Pasta que identifica a área de trabalho. o programa com o qual ele vai ser associado, mas não o seu
Portanto, quando você envia um ícone para a Área de conteúdo! Porem, se após a modificação, tentarmos abrir o
Trabalho, na verdade, o computador esta mudando o endereço arquivo com o programa errado, então o programa poderá
do ícone. modificar os dados do
arquivo, tornando-o inutilizável.
Partição É possível existir 2 arquivos de tipos diferentes com o mesmo
Uma partição é uma divisão do disco rígido. nome. Mas não é possível existir 2 arquivos com o mesmo tipo
e nome.

Excluindo um Arquivo
Como visto anteriormente, arquivos ocupam espaço do disco
rígido. Quando não são mais utilizados, podem ser excluídos.
Para que um arquivo possa ser excluído, ele precisa:
- Não estar sendo usado (aberto) pelo usuário no momento
da exclusão.
- Não estar sendo usado por um programa no momento da
exclusão.
- Não estar protegido pelo sistema.
Um arquivo pode ser excluído, ou deletado utilizando o menu
do arquivo ou selecionando o ícone e pressionando a tecla Del.

Pastas
Pastas são delimitações do espaço virtual para organizar
arquivos e por isso, uma pasta vazia não tem tamanho, ou seja,
Na figura, tem-se um disco rígido particionado em 3. Cada não ocupa espaço.
partição é uma unidade de disco e por isso recebe uma letra.
P:Qual o beneficio de usar uma partição? Criando uma Pasta
R:Geralmente uma utilidade é fazer Backup, ou seja, usar Uma pasta só pode ser criada na raiz da unidade de disco
uma partição vazia para colocar dados que sejam importantes, ou dentro de outra pasta (neste caso a área de trabalho é
caso aconteça algum dano com a partição principal. Outra, é considerada uma pasta) através do menu:
instalar dois sistemas operacionais. Por exemplo: Uma maquina Novo->Pasta.
que tenha Crie uma pasta com o seu nome.
Windows e Linux.
Compartilhando uma Pasta
Arquivo Quando o nosso computador esta em rede, pode ser
Um arquivo é o resultado de um programa, contem em seu interessante compartilhar uma determinada pasta, desta forma,
interior dados armazenados, que são tratados pelo programa todos os computadores da rede podem acessá-la.
que o criou/utiliza. Para compartilhar basta usar o menu->Compartilhar e
Um arquivo tem: Nome, Extensão (tipo), Tamanho, Ícone, escolher uma das opções:
Endereço. Gerando e Salvando um Arquivo Compartilhamento para Leitura: O conteúdo não pode ser
Para criar um arquivo devemos fazer uso de um determinado modificado por usuários da rede.
programa. Compartilhamento para Leitura/Gravação: O conteúdo pode
Quando você inicia as atividades em um programa, você ser modificado por usuários da rede.
precisa salvar o seu progresso, pois caso contrario, tudo Para abrir uma pasta compartilhada em rede:
será perdido ao fechar. Da mesma forma, se você modificar Painel de Controle-> Redes e Internet->Exibir Computadores
o conteúdo, deverá salvar, pois caso contrario, ao fechar o e Dispositivos de Rede
programa, sua modificação não terá efeito. Será apresentado uma lista de computadores conectados,
Exemplo: Abrir o programa Bloco de Notas, ir no menu escolha o computador que esta compartilhando o conteúdo
Arquivo->Salvar. O programa Bloco de Notas, vai gerar um desejado.
arquivo de extensão .txt contendo como conteúdo, o texto que
foi digitado no programa. Extensões de Arquivos = Programa Excluindo uma Pasta
Associado: Mesmo processo para excluir um arquivo. Lembrando que,
.doc = Microsoft Word deletar uma pasta, ira deletar todo o seu conteúdo.
.exe = Executavel Pastas não podem ser excluídas se:
.rar = WinRAR - Estiver aberta.
.txt = Bloco de Notas - Estiver sendo usada por um programa.
- Estiver sendo usada pelo sistema.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de pastas e arquivos
que os organiza e reúne em um só lugar. No Windows 7 ele esta
presente na barra de ferramentas, e tem a função de organizar

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APOSTILAS OPÇÃO
as pastas. Quando aberto, possui muitas utilidades, como por SHIFT + ALT + TAB = Alterna as janelas abertas, só que
exemplo: selecionando as anteriores, e não as próximas. Ao usar o ALT +
TAB, você pode teclar ou soltar SHIFT quando precisar.
ALT + ESC = Alterna diretamente para a janela anterior na
barra de tarefas.
CTRL + TAB = Alterna as guias (abas) das janelas que tem
abas, avançando, e em alguns programas, alterna os documentos
abertos.
SHIFT + CTRL + TAB = Alterna as guias, voltando para as
anteriores, em vez de avançar.
ALT + F4 = Fecha a janela ativa. Se nenhuma janela estiver
aberta, abre a caixa de diálogo “Desligar o computador”.
ALT + ESPAÇO = Abre o menu de controle da janela ativa (=
clicar na barra de título com o botão direito do mouse ou, mais
precisamente, clicar no ícone que fica à esquerda, na barra de
título dos programas). Dica: use para maximizar, minimizar ou
restaurar janelas pelo teclado.
F10 = Seleciona os menus do programa atual. Use as setas de
direção do teclado para se mover por eles.
SHIFT + F10 = Corresponde a clicar com o botão direito no
objeto selecionado ou em foco. Use as setas para escolher um
item do menu, e ENTER para “clicá-lo”. Pode-se usar diretamente
a tecla que tem um menu com uma setinha, é a chama “tecla de
atalho de aplicativo”, que normalmente fica entre as teclas
WIN DIREITA e CTRL de alguns teclados.
PRINT SCREEN = Copia uma imagem da tela atual para
a área de transferência. Basta colar no seu programa gráfico
preferido (pode ser o Paint), ou num editor que aceite imagens
(como o Word). Ideal para pegar ilustrações de tela sem precisar
de programas de terceiros.
Favoritos: Local para inserir atalhos de arquivos e pastas ALT + PRINT SCREEN = Copia uma imagem apenas da janela
para acesso rápido. ativa, e não da tela inteira (janela ativa é a janela que está em
- Bibliotecas: Pastas separadas por categoria. primeiro plano).
- Grupo Doméstico: Grupo de rede do qual este computador
faz parte. Windows Explorer
- Computador: Acesso imediato a raiz das unidades de disco. Confira mais abaixo as dicas de seleção de textos, muitas
- Rede: Acesso rápido aos computadores da rede. valem para o trabalho com arquivos e pastas também
Pesquisar, exibição e organização de itens: F3 = Pesquisar arquivos na pasta atual.
F4 = Abre a listinha da barra de endereços.
F5 = Atualiza a janela atual.
F6 = Seleciona o texto da barra de endereços.
F11 = Abre a página em tela cheia. Tecle F11 para voltar ao
normal.
CTRL + H = Abre a lista do histórico.
CTRL + I = Abre a lista dos favoritos.
BACKSPACE = Abrir a pasta pai (acima).
Cópia e seleção de textos ou arquivos
CTRL + C = Copiar seleção.
Menu com algumas opções de um ícone selecionado: CTRL + V = Colar.
CTRL + X = Recortar (mover).
CTRL + A = Selecionar tudo do campo atual.
CTRL + Z = Desfaz a última ação de edição, se possível.

Teclas de Atalho Textos em diversos programas


WIN = Abre o menu Iniciar. Use as setas para navegar nas SHIFT + SETA ESQUERDA = Vai selecionando à esquerda do
opções, e dê ENTER para abrir um item. cursor. Segurando SHIFT, vá teclando a SETA ESQUERDA.
WIN + D = Mostrar área de trabalho. SHIFT + SETA DIREITA = Idem anterior, seleciona à direita
WIN + M = Minimizar tudo. do cursor. Segure SHIFT e vá teclando SETA DIREITA.
SHIFT + WIN + M = Desminimizar tudo. SHIFT + SETA ACIMA = Seleciona o texto compreendido entre
WIN + R = Executar. a linha atual e a linha acima, na mesma coluna. Segure SHIFT e
WIN + E = Abre o Windows Explorer. vá teclando SETA ACIMA para selecionar mais linhas para cima.
WIN + F = Pesquisar arquivos ou pastas. SHIFT + SETA ABAIXO = Idem anterior, seleciona linhas para
WIN + U = Gerenciador de utilitários. baixo.
CTRL + ESC = Abre o menu Iniciar. SHIFT + HOME = Seleciona do cursor até o início da linha.
CTRL + ALT + DEL = Gerenciador de tarefas, permite fechar SHIFT + END = Seleciona do cursor até o fim da linha.
programas travados. INSERT = Alterna entre inserir ou substituir caracteres ao
CTRL + SHIFT + ESC = Gerenciador de tarefas (com a digitar.
vantagem de abri-lo direto, e não a tela de segurança, SHIFT + TECLA = Coloca o símbolo secundário da tecla. No
em algumas versões de Windows). caso das letras, alterna para caixa alta (maiúsculas).
ALT + LETRA SUBLINHADA DE MENUS OU BOTÕES = Acessa
o menu ou botão. Use as setas de direção do teclado para se Questões
mover, ENTER para confirmar ou a barra de espaços para marcar
ou desmarcar as caixinhas de marcação. 01. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo -
ALT + TAB = Alterna as janelas abertas. Segure ALT e vá CESGRANRIO/2012) Os sistemas operacionais Windows, como
teclando TAB até selecionar a janela desejada, e então solte tudo. o Windows 2008 e o Windows 7, trazem em suas versões, como

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padrão, um programa cujo objetivo é gerenciar arquivos, pastas
e programas.
Esse programa é denominado
(A) BDE Administrator
(B) File Control
(C) Flash Player
(D) Internet Explorer
(E) Windows Explorer

02. (PEFOCE – Aux. De Perícia – CESPE/2012) Entre os Está correto concluir que essa tela exibe
sistemas operacionais Windows 7, Windows Vista e Windows (A) o conteúdo dos programas excluídos por meio do Painel
XP, apenas este último não possui versão para processadores de de Controle.
64 bits. (B) o resultado de uma busca por arquivos a partir do menu
( ) CERTO Iniciar.
( ) ERRADO (C) a lista de arquivos recentemente recuperados de
desligamentos forçados.
03- (MF – Assistente Técnico-administrativo – (D) o conteúdo da lixeira do Windows.
ESAF/2012) O sistema operacional Windows 7 da Microsoft (E) o conteúdo do desktop do usuário.
está disponível em 5 versões. A mais simples delas é a:
(A) Home Premium. 08. (Prefeitura de Cuiabá – MT - Técnico em
(B) Home Basic. Administração Escolar – FGV/2015). Analise, na imagem
(C) Starter. a seguir, o menu apresentado no Windows 7 após o clique do
(D) Beginner. botão direito do mouse sobre o nome de um arquivo
(E) Home zero

04. (UFAC - Auxiliar em Administração - MS


CONCURSOS/2014) Para abrir a janela do Executar do Microsoft
Windows devemos pressionar qual combinação de teclas:
(A) Windows + A
(B) Windows + E
(C) Windows + M
(D) Windows + P
(E) Windows + R

05. (Prefeitura de Duque de Caxias - Auxiliar


Administrativo - CONSULPLAN/2015)
Nos sistemas operacionais da Microsoft, Configuração
Padrão – Idioma Português Brasil, as teclas de atalho também são
importantes aliadas para agilizar as tarefas a serem executadas
no computador. Nos teclados existe uma tecla chamada “tecla
Windows”, onde aparece o símbolo padrão da Microsoft. A
combinação dessa tecla com algumas outras abrem/executam
algumas funções, que para serem acessadas pelos caminhos
normais poderiam levar mais tempo, como a Pesquisa e o
Comando Executar. As teclas que são acionadas em conjunto
com a “tecla Windows” para acessar o Comando Pesquisar e o
Comando Executar no Windows 7 são, respectivamente:
(A) <Janela Windows> + <F>; <Janela Windows> + <R>.
(B) <Janela Windows> + <R>; <Janela Windows> + <D>. A opção “Abrir com”, nesse contexto, permite
(C) <Janela Windows> + <D>; <Janela Windows> + <M>. (A) usar o comando como um atalho para a compactação de
(D) <Janela Windows> + <M>; <Janela Windows> + <F>. um arquivo.
(B) abrir o arquivo com um aplicativo diferente daquele que
06. (ISSBLU – SC - Agente Administrativo – FURB/2015). é o padrão no Windows.
Atribuir nomes significativos a pastas e arquivos, isto é, que (C) enviar um arquivo para o pen-drive, criando ali uma nova
indiquem a natureza do seu conteúdo, é um importante passo cópia.
para a gestão e localização dessas pastas e arquivos. Em se (D) utilizar uma versão mais antiga do Windows para abrir
tratando de um sistema operacional Windows, os nomes dos o arquivo.
arquivos e pastas podem conter até 256 caracteres entre letras, (E) especificar modos de segurança especiais na manipulação
números e caracteres especiais, à exceção daqueles chamados do arquivo depois de aberto.
reservados, que não podem ser usados em nomes de pastas e
arquivos. Assinale a alternativa que apresenta um nome válido 09. (TRE-PB - Técnico Judiciário - Área Administrativa –
para arquivos e pastas no Windows: FCC/2015). Em um computador com o Windows 7 Professional,
(A) Arquivos+selecionados(razão?). em português, um técnico clicou no botão Iniciar e na opção
(B) Registro_de_Taregas_>mêsAtual. Computador para visualizar as unidades de disco disponíveis.
(C) Endereços/Emails/Telefones importantes. Após conectar um pen drive em uma das portas USB, percebeu
(D) Despesas_de_*2015*. que a unidade deste dispositivo foi identificada pela letra E.
(E) ControleMensagens(+)Recebidos&Mensagens(-) Ao clicar sobre esta unidade, foram exibidos arquivos na raiz
Enviados. e pastas contidas neste pen drive. Ao arrastar um arquivo,
utilizando o mouse, da raiz do pen drive para uma das pastas, o
07. (Prefeitura de Cuiabá – MT - Técnico em técnico percebeu que:
Administração Escolar – FGV/2015). Analise a tela produzida (A) o arquivo foi copiado para a pasta.
no Windows 7 mostrada a seguir. (B) ocorreu um erro, pois este procedimento não é permitido.
(C) o arquivo foi movido para a pasta.
(D) o arquivo foi aberto pelo software no qual foi criado.
(E) o arquivo foi apagado.

Informática Básica 35
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APOSTILAS OPÇÃO
10. (CRM-SC - Assistente Administrativo – IASES/2015). Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma versão
Considera as seguintes afirmativas sobre os possíveis motivos mais voltada para empresas de médio e grande porte, só poderá
de não se poder apagar um arquivo ou pasta: ser adquirida com licenciamento para diversas máquinas.
I. O arquivo ou pasta está sendo utilizado. Acumula todas as funcionalidades citadas na edição Professional
II. Você não possui direitos para apagar este arquivo ou e possui recursos mais sofisticados de segurança.
pasta. Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela
III. O arquivo está na sua área de trabalho. criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução de
programas não-autorizados. Além disso, há ainda o BrachCache,
Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta: para turbinar transferência de arquivos grandes e também o
(A) As afirmativas I, II e III estão corretas. DirectAccess, que dá uma super ajuda com a configuração de
(B) Somente as afirmativas II e III estão corretas. redes corporativas.
(C) Somente as afirmativas I e III estão corretas. Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
(D) Somente as afirmativas I e II estão corretas. Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas, pois
contém todas as funcionalidades já citadas neste artigo e mais
Respostas algumas. Apesar de sua venda não ser restrita às empresas, o
Microsoft disponibilizará uma quantidade limitada desta versão
01. Resposta: E. do sistema.
O Windows Explorer é um aplicativo do Windows para Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos presentes
cumprir o objetivo supracitado na questão. na Ultimate é dedicada às corporações, não interessando muito
aos usuários comuns.
02. Resposta: Errado.
Todos os sistemas Windows supracitados possuem versão 04. Resposta: E
de 32 e 64 bits. Windows + E é o atalho que abre o Windows Explorer;
Windows + M Minimiza todas as janelas abertas;
03. Resposta: C. Windows + P gerencia Projetores;
Descrevendo todas as versões do Windows 7: Windows + R abre a janela Run (executar).
Windows 7 Starter, o “basicão”
Como o próprio título acima sugere, esta versão do Windows 05. Resposta: A
é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas foi - Pesquisar - Ctrl+F no Windows Explorer, F3 ou Win+F
completamente redesenhada e não possui suporte ao famoso (Find) fora do Windows Explorer.
Aero Glass. Uma limitação da versão é que o usuário não pode - Executar - Win+R (Run).
abrir mais do que três aplicativos ao mesmo tempo.
Esta versão será instalada em computadores novos apenas 06. Resposta: E
nos países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e Brasil. Você não pode usar os seguintes caracteres em um nome de
Disponível apenas na versão de 32 bits. arquivo: \ / ? : * “ >
Windows 7 Home Basic, o meio-termo
Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter e 07. Resposta: D
Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá também Complementando: tem também a coluna “local original”, que
a versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de três é onde o arquivo se encontrava antes de ser excluído, e para onde
aplicativos ao mesmo tempo. vai ser restaurado caso o usuário determine que seja restaurado.
Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass O único layout que permitirá vocês de terem esse tipo
nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um de visualização dos ícones que se encontram na lixeira é o
pouco da principal novidade do Windows 7. Computadores DETALHES. Se vocês tiverem com os ícones da lixeira com outra
novos poderão contar também com a instalação desta edição, configuração de layout (ícones extra grandes; ícones grandes;
mas sua venda será proibida nos Estados Unidos. ícones médios; ícones pequenos; lista), não aparecerão esses
Windows 7 Home Premium, “completão” dados.
Edição que os usuários domésticos podem chamar de
“completa”, a Home Premium acumula todas as funcionalidades 08. Resposta: B
das edições citadas anteriormente e soma mais algumas ao A opção “Abrir” permite abrir o arquivo com o programa
pacote. padrão usado para visualização do documento.
Dentre as funções adicionadas, as principais são o suporte à “Abrir com” permite que o usuário escolha com qual
interface Aero Glass (finalmente!) e também aos recursos Touch programa o arquivo será exibido, desde que os programa seja
Windows (tela sensível ao toque) e Aero Background, que troca compatível com o arquivo.
seu papel de parede automaticamente no intervalo de tempo Para enviar um arquivo para o pen-drive devemos utilizar a
determinado. Haverá ainda um aplicativo nativo para auxiliar opção “Enviar para”.
no gerenciamento de redes wireless, conhecido como Mobility A opção de utilizar uma versão mais antiga do Windows para
Center. abrir o arquivo só pode ser aplicada em arquivos executáveis
Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e (Programas).
também poderá ser encontrada em computadores novos. E a especificação de modos de segurança é acessada através
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas das propriedades do arquivo.
Mais voltada para as pequenas empresas, a versão
Professional do Windows 7 possuirá diversos recursos que 09. Resposta: C
visam facilitar a comunicação entre computadores e até mesmo Imagine que um documento seu está salvo numa pasta no pen
impressoras de uma rede corporativa. drive, quando vc clica nela e o arrasta para uma outra pasta NO
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Domain PRÓPRIO PEN DRIVE, ele só será movido (pq está dentro de uma
Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se enxergarem” mesma unidade de memória). Agora se eu seleciono esse mesmo
e conseguirem se comunicar. O Location Aware Printing, documento e o arrasto para uma pasta “fixa” do computador, aí
por sua vez, tem como objetivo tornar muito mais fácil o sim ele será copiado (pois é uma unidade diferente).
compartilhamento de impressoras. Resumindo: Da RAIZ para uma das PASTAS significa que ele
Como empresas sempre estão procurando maneiras para se arrastou dentro da mesma unidade, ou seja, do pen drive:
proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting Mesma Unidade = move
File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão Unidade diferente = copia
também será encontrada em lojas de varejo ou computadores
novos.
Windows 7 Enterprise, apenas para vários

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APOSTILAS OPÇÃO
10. Resposta: D
Se o Windows não consegue remover um arquivo ou uma
pasta, a causa pode ser uma das seguintes:
- O arquivo ou a pasta à ser removida está sendo utilizado
por processos do sistema;
- A pasta a ser removida contém arquivos ou pastas ocultas;
- O arquivo ou a pasta está leitura apenas O sistema de
arquivos do disco rígido possui erros;
- O sistema está infectado por um vírus;
- O disco rígido está falhando (problema material);
- O arquivo ou pasta pertence a um outro usuário que não
deixou os direitos de remoção neste arquivo.

UBUNTU 14.04

O Ubuntu é uma distribuição do sistema operacional Linux.


Uma distribuição é um CD que contém o Linux e outros diversos
softwares úteis para o dia-a-dia do usuário, como editor de
textos e editor de planilha eletrônica, editor de imagens, players
de músicas e vídeos etc, tudo isso em um único CD que pode O lançador funciona como se fosse a barra de tarefas do
ser baixado gratuitamente da Internet e instalado em quantas Windows, aqui podemos inserir atalhos para programas e
máquinas quisermos, sem a necessidade de pagar licenças ou ter também é onde ficam os arquivos que o usuário está trabalhando
que instalar um sistema pirata na máquina. no momento.
O painel é utilizado para acessar os programas instalados no
sistema operacional.

Existem softwares que são proprietários e outros que são


livres. Segundo a Fundação para o Software Livre, é considerado
livre qualquer programa que pode ser copiado, usado,
modificado e redistribuído de acordo com as necessidades do
usuário.
Existem diversas distribuições Linux no mercado. Todas
elas são gratuitas e a maioria é fácil de utilizar. O Ubuntu
é uma distribuição que foca bastante o usuário iniciante,
disponibilizando ferramentas que facilitam a utilização do
sistema e de periféricos, como pendrives e impressoras.
Para começar a utilizar o Ubuntu, precisamos de um
computador com pelo menos: O explorador de arquivos exibe a pasta pessoal do usuário,
Processador: Pentium 4 de 1.5 Ghz que seria o mesmo que a pasta Meus Documentos do Windows.
HD: Pelo menos 10 GB de espaço livre em disco Porém há uma diferença do Windows, dentro desta pasta é o
RAM: 1 GB único local que o usuário pode criar novas pastas ou arquivos.
É claro que estes são os requisitos mínimos e uma máquina
assim vai sofrer para rodar o Unity (Interface gráfica do Ubuntu),
qualquer máquina superior a isso terá um desempenho superior,
especialmente se o processador for um Core2Duo ou superior e
com 2GB de memória, estes seriam os requisitos recomendados.
Caso o seu computador seja mais velhinho considere instalar
uma versão alternativa, como Lubuntu, Xubuntu ou o Linux Mint
XFCE.14

A área de trabalho do Ubuntu

Esta é a tela inicial do Ubuntu, ou seja, a sua área de trabalho.


Se você está acostumado a utilizar o Windows, vai perceber
algumas diferenças, como a barras de tarefas (que fica na lateral
e a barra de status localizada na parte superior da tela), diferente Na opção Dispositivos é possível acessar as unidades de
do Windows que possui somente uma em baixo. armazenamento conectadas ao computador. Veja na barra de
tarefas superior que temos um “/”, que representa o local da
pasta visualizada. No exemplo abaixo estamos na pasta onde o
sistema operacional está instalado. A pasta Home é onde ficam
as pastas dos usuários do sistema operacional.

14 Fonte: http://www.diolinux.com.br/2014/04/o-que-fazer-antes-de-instalar-o-
ubuntu.html

Informática Básica 37
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APOSTILAS OPÇÃO

Quando o usuário não tem permissão para realizar alterações


em uma pasta, ele não consegue criar pastas ou arquivos. Ao visualizar arquivos é possível alterar o modo de
Verifique na imagem abaixo que a única opção disponível é visualização, se estivermos visualizando os arquivos como
a de visualização das propriedades da pasta. No Ubuntu o ícones podemos mudar para o modo lista.
único usuário que tem permissão para realizar alterações em
outras pastas que não seja a do seu usuário é o super usuário
(Administrador do sistema).

O menu de um programa ou da área de trabalho do


explorador de arquivos fica na barra de tarefas superior e só
aparece quando o mouse é direcionado a este local. Diferente
do Windows, aqui os botões de fechar o programa ou pasta,
minimizar e maximizar ficam no canto superior esquerdo. Ao Se o modo de visualização for em formato de lista é possível
lado destas opções podemos visualizar o menu de opções do alterar para o modo de ícones.
programa ou do navegador de arquivos, este menu só aparece
ao posicionar o cursor do mouse sobre a barra de títulos.

Ao navegar entre arquivos e pastas é possível existem


diversos recursos que facilitam o uso.

Ainda com a visualização no modo listagem é possível alterar


a ordem de exibição dos arquivos, pastas e programas. Podemos
organizar por nome, tamanho, tipo e data de modificação.

Nesta área também é possível realizar pesquisas de arquivos.

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APOSTILAS OPÇÃO

Propriedades de uma pasta


Opções de Pastas
Nome: Nome do arquivo, pode ser alterado ao clicar com o
Clicando o botão auxiliar do mouse sobre uma pasta será botão auxiliar do mouse e selecionar a opção renomear.
exibida uma lista de opções com ações que podem ser realizadas Tipo: Ajuda a identificar o tipo de arquivo, imagens costuma
com uma pasta. Além de usar as combinações de tecla (CTRL + C ter a extensão .JPEG, arquivos de texto .PDF. A extensão do
para copiar, CTRL + X para recortar, CTRL + V para colar, F2 para arquivo também serve para definir com qual programa o arquivo
renomear ou delete para enviar o arquivo para a lixeira). será visualizado ou editado.
Conteúdo: Esta opção só está disponível para propriedades
de uma pasta. Serve para exibir o número de itens existentes em
uma pasta.
Local: Mostra o endereço do arquivo no computador. /
home/ubuntu/Documentos, representa a pasta Documentos do
usuário Ubuntu.
Volume: Mostra o sistema de arquivos ou dispositivo em
que o arquivo está armazenado.
Espaço livre: Opção disponível apenas para pastas. Mostra
a quantidade de espaço livre em disco no local onde a pasta está
localizada.
Acessado: Exibe a data e a hora que o arquivo foi aberto pela
última vez.
Modificado: Exibe a data e a hora que o arquivo foi
modificado pela última vez.

Opções de Arquivos

Clicando com o botão auxiliar sobre um arquivo é possível


acessar as opções de manipulação do arquivo.

Propriedades de uma pasta

Para visualizar as informações sobre uma pasta clique com


o botão direito sobre uma pasta qualquer e selecione a opção
propriedades. Verifique na imagem abaixo as propriedades que
são exibidas para uma pasta.

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APOSTILAS OPÇÃO
Propriedades de um arquivo Configurações do Sistema

Para visualizar as informações sobre um arquivo clique com As configurações do sistema permitem que o usuário altere
o botão direito sobre o mesmo e selecione a opção propriedades. as opções do hardware computador ou do sistema, além de
Verifique na imagem abaixo as propriedades que são exibidas permitir que sejam verificadas as atualizações do sistema.
para um arquivo.

Lixeira
Propriedades de um arquivo
A lixeira serve para armazenar arquivos excluídos pelo
usuário do computador, porém se um arquivo for apagado sem
Entendendo o lançador
querer, é só acessar a lixeira e restaurar o arquivo para recuperá-
lo.
Quando há um arquivo está sendo editado ou visualizado
pelo usuário um triângulo é apontado para representar que
há um arquivo em execução no programa, na imagem abaixo é
possível identificar este triangulo que fica do lado esquerdo do
lançador em três programas (Terminal, Editor de textos e ajuda).
Veja que no terminal há também um triangulo do lado direito do
lançador, o que representa que este programa está com a janela
sendo visualizada na área de trabalho.

Programas

Alguns dos programas que fazem parte da instalação do


Ubuntu 14.04 são os aplicativos de escritório que fazem parte do
LibreOffice, que são o Writer (Editor de textos), Calc (Editor de
planilhas), Impress (Editor de apresentações), Draw (Editor de
desenhos e imagens), Math (Editor de fórmulas matemáticas).

Quando acessamos o painel de programas do Ubuntu é


possível obter uma descrição de um programa instalado apenas
clicando com o botão direito do mouse sobre o mesmo, para que
um resumo sobre ele apareça em uma janela, além de permitir
a inicialização ou desinstalação do programa. Na imagem abaixo
estamos visualizando informações do Navegador padrão do
Ubuntu, além dele também vem instalado o Firefox.

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APOSTILAS OPÇÃO

Central de programas do Ubuntu Quando o sistema operacional é instalado em modo texto a


visualização do Linux fica bem diferente. É possível visualizar
É o local onde encontramos programas criados o modo texto do Ubuntu acionando um dos terminais que vem
especificamente para o Ubuntu, aqui podemos encontrar pré-configurados usando o atalho (CTRL + ALT + F2 ). Ao todo
alternativas para muito programas utilizados no Windows. é possível abrir seis terminais ao mesmo tempo e em cada um
deles fazer login com um usuário diferente.

Comandos básicos
Monitor do Sistema

Permite verificar os processos executado pelo sistema Comando Função


operacional, além de mostrar estatísticas do desempenho do ls Listar arquivos e pastas
hardware do computador e dos dispositivos de armazenamento
que integram o sistema operacional. cd Acessar e navegar entre diretórios e pastas
mkdir Criar uma pasta
rmdir Apagar uma pasta
Usado para executar comandos como super
sudo
usuário
clear Limpa a tela do terminal
Permite copiar arquivos de um diretório para
cp
outro

Comando usado para mover ou renomear um


mv
arquivo
shutdown Desligar o computador
cal Exibe o calendário
cat Exibe o conteúdo de um arquivo de texto
date Mostra a data e hora atual
history Mostra os últimos comando inseridos
Terminal pwd Mostra o diretório onde você está
É um programa que permite que o usuário trabalhe e acesse rm Apaga o arquivo especificado
todos os recursos do sistema operacional apenas no modo texto.
Trabalhar em modo texto no Linux é sinônimo de eficiência, Questões
pois através de códigos de programação o acesso a recursos e
configurações do sistema é mais rápido e eficiente. Utilizando o 01. (UNESP - Assistente de Suporte Acadêmico II –
terminal é possível utilizar os comandos usados no modo texto Biologia – VUNESP/2015). Observe a estrutura de diretórios
do Ubuntu, porém o terminal funciona em um ambiente gráfico. de uma distribuição típica do Linux:

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(A) iOS.
(B) Windows Server.
(C) Ubuntu Linux.
(D) MS-Offíce.
(E) Windows 7.

Respostas

01. Resposta: D
Letra D. O diretório /mnt é para montagem de dispositivos
removíveis. Ao conectar um dispositivo removível, como
pendrive, o Linux “monta” a configuração de acesso, permitindo
o seu uso. Assim como no Windows, que ao conectar um
pendrive, são instalados os drivers do dispositivo, para deixa-lo
pronto para uso.

02. Resposta: C
A) O comando “cd” serve para acessar e mudar de diretório
corrente. Ele é utilizado para a navegação entre as pastas do
computador.
B) C) ls lista o conteúdo de uma pasta, semelhante ao
O diretório selecionado é utilizado para comando dir no MS-DOS.
(A) concentrar os programas que são usados frequentemente D) O comando de DOS MKDIR possui um apelido que é o MD,
pelos usuários. ou seja, estes dois comandos fazem a mesma coisa. O comando
(B) armazenar os arquivos estáticos usados durante a MD e MKDIR servem para criar pastas e diretórios.
inicialização do sistema. E) O “rm” remove arquivos.
(C) encontrar os arquivos relacionados com os dispositivos
de hardware do computador. 03. Resposta: A
(D) realizar a conexão com volumes de outros computadores O Nautilus é o gerenciador de arquivos padrão do Gnome e,
da rede ou para acessar dispositivos removíveis. consequentemente, também é o gerenciador padrão do Ubuntu.
(E) acessar as bibliotecas essenciais e os módulos do kernel Ele é iniciado sempre que você abre alguma localidade de seu
Linux. computador (Pasta, Discos etc).

02. (PC-AC - Perito Criminal – Contabilidade – 04. Resposta: D


FUNCAB/2015). O comando Linux, usado para listar o conteúdo /tmp - Arquivos temporários
de um diretório, é o: /etc - Arquivos de configuração do sistema.
(A) cd. /lib - Bibliotecas compartilhadas
(B) dir. /var - Dados variáveis (cache de dados, arquivos de logs, filas
(C) ls. de impressão)
(D) md.
(E) rm. 05. Resposta: C
O iOs é da Apple, o Windows Server e Windows 7 são da
03. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Microsoft, e o MS-Office nem é um sistema operacional, mas
Legislativo – Taquigrafia – Prefeitura do Rio de Janeiro – um pacote de aplicativos para escritório. O sistema operacional
RJ/2015). O sistema operacional Ubuntu Linux oferece diversos Linux, em sua distribuição Ubuntu, é um exemplo de software
aplicativos para ajudar aos seus usuários no uso dos recursos do livre, que pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de
sistema. Nesse sentido, o Nautilus constitui um aplicativo para acordo com as necessidades do usuário.
ser usado como:
(A) gerenciador de arquivos padrão Gnome.
(B) software destinado à editoração eletrônica.
(C) browser para acesso a sites da internet. Correio eletrônico.
(D) programa para tratamento de imagens.

04. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Assistente O tópico Correio eletrônico será detalhado em: Conceitos e
Técnico Legislativo - Web Designe – Prefeitura do Rio de tecnologias relacionados à Internet e Intranet.
Janeiro – RJ/2015). O sistema de arquivos do Ubuntu Linux
possui uma estrutura hierárquica baseada em diretórios,
sendo alguns deles com funções específicas. Um deles destina- Procedimento para a realização
se a armazenar bibliotecas de módulos compartilhados com de cópia de segurança
frequência, enquanto que outro para armazenar os scripts de (backup).
configuração e de inicialização. Esses diretórios são conhecidos,
respectivamente, por:
(A) /tmp e /etc Backup15
(B) /tmp e /var
(C) /lib e /var Backup, também conhecido como Cópia de Segurança,
(D) /lib e /etc consiste na ação de copiar arquivos como medida de segurança,
permitindo sua recuperação em caso de perda.
05. (TRE-AC - Técnico Judiciário - Área Admistrativa
– AOCP/2015). Os softwares são essenciais para a interação O backup pode ser classificado em tipos e formas.
homem/máquina. Existem softwares que são proprietários
e outros que são livres. Segundo a Fundação para o Software Quente: O sistema pode permanecer em execução enquanto
Livre, é considerado livre qualquer programa que pode ser é realizado as cópias de segurança;
copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com as Fria: O sistema não pode permanecer em execução, neste
necessidades do usuário. Dessa forma, assinale a alternativa que caso ele precisa ficar off-line (sem que haja intervenção de
apresenta um exemplo de software livre. 15Fonte: http://www.cursosdeinformaticabasica.com.br/o-que-e-backup/

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algum usuário acessando o sistema) para realizar as cópias de Limpa os marcadores? - Sim;
segurança; Compacta os arquivos e controle de erros? - Sim;
Detalhes: É o backup mais rápido, mas a restauração pode
Tipos de Backup: ser demorada. Usa pouco espaço de mídia.

Simples (backup de cópia) – copia todos os arquivos Questões


selecionados. É o famoso Ctrl C + Ctrl V.
O que grava? - Arquivos e pastas selecionados; 01. (Prefeitura de Canavieira – PI - Técnico em
Limpa os marcadores? - Não; Enfermagem – IMA/2015). Num Backup Diferencial:
Compacta os dados e controla erros? - Não; (A) Todos os arquivos selecionados (indicados pelo usuário)
Detalhes: É demorada e ocupa muito espaço. Não altera os serão copiados. Depois de passarem pelo processo de cópia,
atributos; esses arquivos são marcados (ou seja, no Windows, eles têm
seus Atributos de Arquivamento desmarcados).
Observações: (B) Apenas os arquivos criados ou modificados desde o
No Windows, todos os arquivos possuem 3 atributos básicos: último backup marcador serão copiados (ou seja, só os que
Oculto, Somente Leitura e Arquivamento. Se este último estiver precisarem ser incluídos no backup). Depois de passarem pelo
marcado, o arquivo deverá ser copiado no próximo backup; processo de cópia, esses arquivos não são marcados (seus
Se o usuário modificar ou salvar o arquivo, o atributo será Atributos de Arquivamento não são alterados).
marcado; (C) Apenas os arquivos criados ou alterados na data
Quando fazemos o backup, esse marcador pode ser retirado; especificada serão copiados. Depois de passarem pelo processo
de cópia, esses arquivos não são marcados (seus Atributos de
Normal (conhecido também como Completo, Total, Global ou Arquivamento não são alterados).
Full): um backup Normal copia todos os arquivos selecionados (D) Todos os arquivos selecionados (indicados pelo
e os marca como arquivos que passaram por backup (ou seja, usuário) serão copiados. Depois de passarem pelo processo
o atributo de arquivo é desmarcado). Com backups normais, de cópia, esses arquivos não são marcados (seus Atributos de
você só precisa da cópia mais recente do arquivo para restaurar Arquivamento não são alterados).
todos os arquivos. Geralmente, o backup normal é executado
quando você cria um conjunto de backup pela primeira vez.Em 02. (CRM-SC – Contador – IASES/2010). Existem várias
outras palavras, o Backup Normal é o primeiro backup realizado maneiras de se realizar cópias de segurança, conhecida como
no sistema. É o backup inicial de todos os arquivos e dados do backups. A forma mais simples (menor sofisticação) para fazê-lo
sistema. é:
(A) Backup diferencial.
O que grava? - Arquivos e pastas selecionados; (B) Backup completo.
Limpa os marcadores? - Sim; (C) Backup incremental.
Compacta os dados e controla erros? - Sim; (D) Backup delta.
Detalhes: É demorado e ocupa muito espaço. É usado como
início do processo de cópia. 03. (BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais
- Tecnologia da Informação – Infraestrutura – IESES/2016).
Diário – um backup diário copia todos os arquivos Considere o cenário apresentado a seguir, no qual um
selecionados que foram modificados no dia de execução do administrador de sistemas realizou as seguintes tarefas de
backup diário. Os arquivo não são marcados como arquivos que backup na pasta “COMPRAS”:
passaram por backup (o atributo de arquivo não é desmarcado). Dia 01 23:59 - Backup Full 1
Dia 02 23:59 - Backup Diferencial 1
O que grava? - Arquivos e pastas criados ou alterados na data Dia 03 23:59 - Backup Full 2
do backup; Dia 04 23:59 - Backup Diferencial 2
Limpa os marcadores? - Não; Dia 05 23:59 - Backup Diferencial 3
Compacta os dados e controle erros? - Sim; No dia 06 alguém excluiu acidentalmente toda a pasta e o
Detalhes: É gasto menos tempo e espaço, mas podem ser administrador precisa recuperar a mesma no estado que ela se
perdidos dados gravados no mesmo dia, após o backup; encontrava no dia 05. Sendo assim, quais backups ele necessitará
para realizar o restore (rotina de recuperação dos arquivos)?
Diferencial – Um backup diferencial copia arquivos criados (A) Backup Full 1 e Backup Full 2.
ou alterados desde o último backup normal ou incremental. Não (B) Somente o Backup Full 2
marca os arquivos como arquivos que passaram por backup (C) Backup Full 1, Backup Diferencial 1, Backup Diferencial
(o atributo de arquivo não é desmarcado). Se você estiver 2.
executando uma combinação dos backups normal e diferencial, (D) Backup Full 1 e Backup Diferencial 1.
a restauração dos arquivos e pastas exigirá o último backup (E) Backup Full 2 e Backup Diferencial 3.
normal e o último backup diferencial.
04. (TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área de Apoio
O que grava? - Arquivos e pastas criados ou alterados após o Especializado – FCC/2014). Paulo foi solicitado a realizar
último backup. um backup físico em uma base de dados Oracle em modo
Limpa os marcadores? - Não; ARCHIVELOG, com a base aberta e gerando transações. Este
Compacta dados e controle de erros? - Sim; tipo de backup é conhecido como ...I... . Utilizou para isso um
Detalhes: É acumulativo. A recuperação de dados pode ser cliente de banco de dados Oracle que executa tarefas de backup
demorada, se houverem muitas alterações. e recuperação e automatiza a administração de estratégias de
backup, conhecido pela sigla .... II... .
Incremental – um backup Incremental copia somente os
arquivos criados ou alterados desde o último backup normal As lacunas I e II são preenchidas, correta e respectivamente,
ou incremental, e os marca como arquivos que passaram por por
backup (o atributo de arquivo é desmarcado). Se você utilizar (A) cold backup e RMAN.
uma combinação dos backups normal e incremental, precisará (B) backup inconsistente e RADM.
do último conjunto de backup normal e de todos os conjuntos de (C) hot backup e RMAN.
backup incrementais para restaurar os dados. (D) hot backup e RLOB.
(E) backup consistente e RMAN.
O que grava? - Arquivos e pastas criados ou alterados após o
último backup;

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05. (EMGEPRON - Assistente Administrativo – BIO-
RIO/2014). Atualmente, o pendrive tem sido utilizado na 05. Resposta: A
realização de cópias de segurança, tendo em vista o baixo custo, - Backup é a cópia de segurança dos dados do usuário.
facilidade de manuseio e capacidade de armazenamento. No - Firewall é um software ou um hardware que verifica
contexto da informática, essa atividade é conhecida por: informações provenientes da Internet ou de uma rede, e as
(A) backup bloqueia ou permite que elas cheguem ao seu computador,
(B) firewall dependendo das configurações do firewall.
(C) phishing Um firewall pode ajudar a impedir que hackers ou softwares
(D) sniffer mal-intencionados (como worms) obtenham acesso ao seu
computador através de uma rede ou da Internet. Um firewall
Respostas também pode ajudar a impedir o computador de enviar software
mal-intencionado para outros computadores.17
01. Resposta: B - Phishing é o ato de “pescar” informações de usuários
DIFERENCIAL: os novos backups olharão para o completo e desavisados. Didaticamente, é uma fraude eletrônica geralmente
copiarão tudo o que for diferente dele, os atributos de arquivo ligada a tentativa de adquirir informações importantes sobre
NÃO serão marcados. Como ele verifica o atributo, verá que não vítimas, as informações que este tipo de ataque visa são, em
foi marcado, sendo assim, copiará novamente o arquivo, além de sua grande maioria, senhas, dados de cartões de crédito, dados
copiar os recentemente criados. pessoais, etc.18
É mais demorado para copiar, porém é mais rápido na - Um sniffer é um programa que consegue capturar todo o
restauração, pois só precisa restaurar o completo e o último tráfego que passa em um segmento de uma rede.19
backup.

INCREMENTAL: os novos backups olharão para o último


backup e não para o completo e copiarão só o que é diferente Microsoft Office.
do último. O atributo de arquivo é marcado. Como ele verifica o
atributo, verá que já foi copiado, sendo assim, só copiará o que
for diferente do último backup. WORD 201020
É mais rápido para copiar, porém, é mais lento na restauração,
pois será necessário restaurar o completo e todos os backups
realizados.

02. Resposta: B
Backup Completo: como o próprio nome diz, todos os
arquivos e pastas na unidade sofrem o backup, ou seja, é criada
uma cópia de segurança para

03. Resposta: E
Resumindo: Incremental = Restore: último Full + últimos
Incrementais. Diferencial = Restore: último Full + último
Diferencial.

04. Resposta: C
De acordo com a Oracle16 nós temos dois tipos de backups:
Backups Lógicos: Que contêm dados e\ou definições de
objetos. Um exemplo comum de backup lógico é o famoso Tela inicial Word
export\import através do datapump pois ele gera nada mais do
que um arquivo binário com as definições de estrutura, índices, 1-Barra de ferramentas de acesso rápido: Permite acessar
grants, dados (e o que mais você quiser) para importação. opções do Word de forma ágil. Ao clicar na seta ao lado direito
Backups Físicos: Que contém os arquivos físicos do banco de desta barra é possível personalizá-la, adicionando atalhos
dados como datafiles, archive logs ou controlfiles. conforme sua necessidade.
Podem ser feitos pelo banco (RMAN ou manualmente
com o BEGIN\END BACKUP) ou diretamente pelo usuário 1.1- Salvar: Permite gravar o documento no computador,
administrador via servidor. se for a primeira vez a será iniciada a tela de salvar como, para
Backups Consistentes e inconsistentes que você nomeie o arquivo e escolha o local onde o mesmo será
Dentro dos backups físicos ainda temos dois subtipos que armazenado. Caso o documento já tenha sido salvo esta opção
também são muito importantes. apenas grava as alterações. O atalho usado para salvar é CTRL
- Backups Consistentes (também conhecidos como cold + B.
backup): Feitos com a base “desligada” ou em modo mount. 1.2- Desfazer: Desfaz a última ação realizada, por exemplo:
Consiste basicamente em fazer um backup sem que a base se você apagou algo sem querer é possível recuperar desfazendo
esteja com transações ativas, garantindo assim que todas as a ação por meio deste atalho ou através do atalho CTRL + Z. Note
transações previamente realizadas estejam consistentes. na imagem acima que o item 1.2 está colorido e o item 1.3 está
A característica deste tipo de backup é que há a garantia de sem cor, quando o item está colorido significa que é possível usar
que todos os SCNs estão idênticos, ou seja, todas as alterações este atalho, quando não está colorido a função está desabilitada é
que estavam no redo log e no buffer estão gravadas nos datafiles. não é possível usá-la. A seta ao lado da opção permite selecionar
- Backups Inconsistentes (também conhecidos como hot qual ação deve ser desfeita.
backup): Feitos com a base aberta e gerando transações. 1.3- Refazer: Repete uma ação executada recentemente,
Como o banco está sendo constantemente utilizado antes, quando o atalho desfazer é acionado é possível acionar o botão
durante e depois do backup os SCNs geralmente nunca batem refazer para deixar o documento como antes. O atalho da opção
(daí o nome inconsistente), o que faz o sistema depender dos 17 Fonte: http://windows.microsoft.com/pt-br/windows/what-is-
archived logs para posterior recuperação. firewall#1TC=windows-7
Conforme podemos analisar das afirmações é certo que 18 Fonte: http://blog.hostdime.com.br/materias/tecnologia/phishing-o-que-e-e-
backups inconsistentes necessitam que a base esteja em modo como-nao-cair-nessa-furada/
ARCHIVELOG. 19 Fonte: http://www.invasao.com.br/coluna-marcos-17.htm
20 Partes do texto extraído do site https://support.office.com/pt-br/ar-
16 Fonte: http://www.oracle.com/technetwork/pt/articles/database- ticle/Tarefas-b%C3%A1sicas-no-Word-2010-eeff6556-2d15-47d2-a04a-
performance/conceito-backup-e-recover-em-oracle-1384601-ptb.html 7ed74e99a484?ui=pt-BR&rs=pt-BR&ad=BR

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refazer é CTRL + R. As opções de manipulação de documentos do Word 2010
1.4- Personalizar barra de ferramentas de acesso rápido: estão localizadas no menu “Arquivo”
Permite adicionar atalhos na barra de ferramentas de acesso
rápido.

2- Título do documento: Local onde é exibido o nome e o tipo


do arquivo.

3- Botões de controle de janela: Permite minimizar,


maximizar ou fechar o documento.

Botões minimizar, maximizar e fechar. Localização do menu “Arquivo”

3.1- Minimizar: Reduz a janela a um botão na barra de


tarefas.
3.2- Maximizar: Amplia a janela até ocupar toda a área de
trabalho, ao clicar novamente o tamanho da janela retornara ao
tamanho original.
3.3- Fecha a janela atual. Caso o arquivo tenha sido alterado
e não salvo uma caixa de diálogo será exibida para lembrar o
usuário de salvar o arquivo.
4- Ajuda: Permite acesso a ajuda do office, que pode ser
acessada através do botão F1. É possível consultar as dúvidas
digitando o assunto na caixa de pesquisa e clicar em pesquisar, a
ajuda pode ser localizada Online (abre o site da Microsoft através
do navegador padrão do computador) ou Offline (pesquisa nos
arquivos de ajuda que são instalados junto com o Word 2010).
5- Barra de rolagem vertical: Permite navegar entre as
páginas do documento, através das setas ou da barra.
6- Zoom: Permite ampliar ou reduzir o tamanho da área de
visualização do documento, aumentar ou diminuir o zoom não
interfere na impressão para aumentar o tamanho da letra de um
texto devemos aumentar o tamanho da fonte.
7- Modo de exibição de texto: Permite selecionar diferentes
modos de visualização do documento. Itens do menu “Arquivo”
8- Idioma: Permite selecionar o idioma padrão do documento,
o idioma selecionar afeta como o corretor ortográfico irá NOVO
funcionar. Ao selecionar a opção “Novo”, serão demonstrados os
9- Contador de palavras: Conta o número de palavras em modelos disponíveis para a criação de um novo arquivo, que
uma seleção ou no texto todo. pode ser um documento em branco ou um modelo do Word, que
10- Número de página do documento: Permite visualizar o permite criar um tipo específico de documento, como um plano
número de páginas que o documento tem e em qual página o de negócios ou um currículo.
usuário está no momento. Clicando neste item é possível acessar
a opção ir para que permite localizar páginas. SALVAR
11- Barra de rolagem horizontal: Quando o tamanho da O Word 2010 oferece duas opções para guardar um arquivo,
janela é reduzido ou o zoom é aumentado e a página não pode essas opções são “Salvar” e “Salvar como”. Cada uma delas tem
ser toda exibida na tela a barra se torna visível para que seja uma função diferente, a opção “salvar” deve ser utilizada quando
possível percorrer o documento na horizontal. o documento utilizado já foi salvo pelo menos uma vez, o que
12- Local de edição do documento: É onde o documento permite que ao fecharmos o arquivo tudo o que foi alterado
é criado, no Word é possível inserir texto, imagens, formas, no mesmo não seja perdido. A opção “Salvar como” é utilizada
gráficos... quando há a necessidade de salvar uma cópia do arquivo com
13- Abas de opções de formatação do documento: Através um nome diferente, para que as alterações realizadas não fiquem
das opções disponíveis em cada aba é possível formatar o gravadas no arquivo original.
documento, existem sete abas que estão visíveis o tempo todo
no Word: IMPRIMIR
Abas com opções para formatação de textos do Word. Permite que seja realizada a impressão do documento,
selecionando o número de cópias a impressora e configurar as
Página inicial: Opções de formatação do texto. opções de impressão.
Inserir: Opções para inserção de imagens, gráficos, símbolos,
caixas de texto, tabelas...
Layout da Página: Opções de formatação de página e
organização dos objetos do documento.
Referências: Opções para configuração de sumário, legenda,
citações...
Correspondências: Opções para configuração de mala direta.
Revisão: Opções de revisão de texto, idioma, proteção e
bloqueio do arquivo...
Exibição: Opções de configuração de exibição do documento.

14- Menu arquivo: acessa opções de manipulação de


documentos

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APOSTILAS OPÇÃO

Opções de proteção de um documento

- Marcar como final: Torna o documento somente leitura.


Quando um documento é marcado como final, a digitação,
a edição de comandos e as marcas de revisão de texto são
desabilitadas ou desativadas, e o documento se torna somente
leitura. O comando Marcar como Final o ajuda a comunicar
que você está compartilhando uma versão concluída de um
documento. Ele também ajuda a impedir que revisores ou
Tela de configuração de impressão do Word2010 leitores façam alterações inadvertidas no documento.
- Criptografar com senha: Define uma senha para o
Impressora – neste item o usuário escolhe a impressora para documento. Quando você seleciona Criptografar com Senha,
o envio do documento a ser impresso. a caixa de diálogo Criptografar Documento é exibida. Na caixa
Propriedades da impressora – o usuário define as Senha, digite uma senha.
configurações da impressora, exemplo: Se na impressão será - Restringir edição: Controla os tipos de alterações que
utilizado somente o cartucho de tinta preto. podem ser feitas no documento.
Configurações – permite que o usuário configure as páginas - Restringir permissão por pessoas: Você pode aplicar
a serem impressas, como por exemplo, impressão total do permissões ou restrições para um grupo de pessoas. Quando você
documento, imprimir apenas páginas pares ou ímpares, imprimir seleciona Restringir Edição, três opções são exibidas: Restrições
um trecho do texto selecionado ou páginas intercaladas. de Formatação: reduz as opções de formatação, preservando
Páginas: permite definir quais páginas serão impressa, a aparência. Clique em Configurações para selecionar quais
se forem páginas intercaladas essas devem ser separadas estilos são permitidos. Restrições de edição: você controla
por vírgula (por exemplo, para impressão das páginas 1 e 5, como o arquivo pode ser editado ou pode desativar a edição.
ficaria 1,5) ou então para impressão de intervalos, ou seja, para Clique em Exceções ou Mais usuários para controlar quem pode
impressão das páginas de 2 a 6 ficaria 2-6, é possível imprimir editar. Aplicar proteção. Clique em Sim, Aplicar Proteção para
páginas intercaladas e intervalos um exemplo seria 2,5,6-9 nesse selecionar a proteção de senha ou a autenticação do usuário.
caso serão impressas as páginas, 2, 5, 6, 7, 8 e 9. - Adicionar uma assinatura digital: As assinaturas digitais
Imprimir em um lado: permite-nos selecionar se a impressão autenticam informações digitais, como documentos, mensagens
irá ocorrer somente de um lado, ou dos dois lados da página. de e-mail e macros, usando a criptografia do computador.
Agrupado: é a opção onde definimos como a impressora vai
agrupar as páginas impressas, por exemplo: Em um documento PROPRIEDADES
onde temos três páginas e queremos que sejam impressas três Ainda na opção informações é possível visualizar as
cópias do mesmo, ao utilizar o modo agrupado a impressora irá propriedades do documento.
imprimir todas as páginas da primeira cópia, em seguida todas As propriedades de um documento são detalhes de um
as páginas da segunda cópia e em seguida todas as páginas arquivo que o descrevem ou identificam. As propriedades
da terceira cópia. Se for selecionada a opção desagrupado a incluem detalhes como título, nome do autor, assunto e palavras-
impressão seria primeiro as 3 páginas nº 1, em seguida as 3 chave que identificam o tópico ou o conteúdo do documento.
páginas nº 2 e depois as 3 páginas nº 3.
Orientação da Página – Permite que as páginas sejam Estrutura básica dos documentos
impressas em configurações e paisagem ou retrato. Os Editores de texto, assim como é o Microsoft Word 2010,
Tamanho do Papel – Seleciona tamanhos de papel padrão são programas de computadores elaborados para edição e
para impressão como, por exemplo, A3, A4, Ofício, é possível formatação de textos, essas formatações são em cabeçalhos e
incluir um tamanho personalizado se necessário. rodapés, fontes, parágrafos, tabelas, trabalhos com textos em
Configurações de Margem de Impressão – Essas colunas, numerações de páginas, referências como índices,
configurações podem ser feitas previamente a impressão ou se o notas de rodapé e inserção de objetos.
usuário preferir é possível inseri-las no momento da impressão. Seu formato de gravação é DOCX e os documentos além
Quantidade por página – Esta opção cria miniaturas de das características básicas citadas acima possuem a seguinte
páginas onde é possível que sejam impressas várias páginas por estrutura:
folha, se o papel utilizado for o papel A4, é possível imprimir até • Cabeçalho;
16 páginas por folha. • Rodapé;
• Seção;
PORTEGER COM SENHA • Parágrafos;
Ao selecionar a opção informações no menu “Arquivo” você • Linhas;
pode proteger o documento. As opções de proteção são: • Paginas;
• Números de Páginas;
• Margens;

Abaixo, seguem alguns exemplos, mas ao longo de nossa

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apostila veremos esses itens detalhados: seja ele no mesmo documento ou em outro. A tecla de atalho
utilizada é a combinação (CTRL + X)
Copiar: Copia a seleção, adicionando-a na área de
transferência, para que o conteúdo seja colado em outro local,
seja ele no mesmo documento ou em outro. A tecla de atalho
utilizada é a combinação (CTRL + C)
Pincel de Formatação: Permite que a formatação de um texto
por exemplo, seja copiada, ao visualizar determinada formatação
você pode selecioná-la, clicar no pincel de formatação, neste
momento o cursor do mouse vai ficar no formato de um pincel,
agora todo o texto que você selecionar receberá a mesma
formatação da seleção que foi feita anteriormente. A tecla de
atalho utilizada é a combinação (CTRL + Shift + C) para copiar e
(CTRL + Shift + V) para colar.

Exemplo do uso do pincel de formatação

Selecione o texto com a formatação a ser copiada

Clique na opção Pincel de formatação

Selecione o texto que terá a nova formatação usando o


pincel

Resulta após o termino da aplicação do pincel de


formatação

Obs: Seleção é o nome usado para definir um texto, uma


ABA PÁGINA INICIAL imagem ou qualquer outro componente que faça parte do
A aba página inicial permite que você adicione texto, formate documento.
a fonte e o parágrafo, configure estilos de formatação e permite
localizar substituir ou selecionar determinadas partes do texto. FONTE
As fontes são definidas a partir de seu estilo, tipo e tamanho,
ÁREA DE TRANSFERÊNCIA o Word, trabalha com as chamadas fontes True Type gravadas
Auxilia nos procedimentos de Copiar, Recortar, Colar e na sob o formato .ttf, o local de armazenamento das fontes é no
utilização do pincel de formatação. diretório Fonts dentro da pasta Windows, essas não ficam só
disponíveis para o Word, mas sim para todos os programas do
computador.
Na barra de ferramentas padrão da aba página inicial do
Word, estão disponíveis em forma de ícones todas as opções
para formatações de texto, como veremos a seguir:

Opções da Área de Transferência

Colar: Permite adicionar ao documento uma imagem ou texto


copiado do navegador de internet, de uma planilha do Excel, de
uma apresentação do Power Point ou mesmo do próprio Word. Grupo de opções para formatação de fonte
A tecla de atalho utilizada é a combinação (CTRL + V)
Recortar: Remove a seleção, adicionando-a na área de Nome da Fonte: Os nomes das fontes estão relacionados
transferência, para que o conteúdo seja colado em outro local, diretamente com seus estilos, por padrão o Word 2010 o Word

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sugere a utilização das fontes Calibri e Cambria, também existe Exemplo de texto em negrito.
uma área onde ficam armazenas as fontes que foram usadas
recentemente, como no exemplo a seguir:

O atalho usado para deixar o texto em negrito fica destacado


ao selecionarmos a frase do exemplo acima.
Itálico: Deixa a fonte levemente inclinada à direita. Pode ser
aplicado ao selecionar um texto ou palavra e clicar no atalho do
grupo de opções fonte ou usando a combinação (Ctrl + I). Ex:

Exemplo de texto em itálico.

Caixa de seleção de fonte

Tamanho da Fonte: ao lado da caixa onde fica definido o


nome da fonte utilizada temos a caixa de seleção dos tamanhos O atalho usado para deixar o texto em itálico fica destacado
das fontes, exemplo: 8, 9, 10, 11 e assim por diante, se necessário, ao selecionarmos a frase do exemplo acima.
o usuário também pode digitar um valor numérico nesta caixa e Sublinhado: Sublinha o texto, frase ou palavra selecionada,
pressionar a tecla Enter para fixar o tamanho desejado, ainda inserindo uma linha abaixo da mesma. Pode ser aplicado ao
podemos utilizar os ícones aumentar ou diminuir o tamanho do selecionar um texto ou palavra e clicar no atalho do grupo de
texto. Há a possibilidade de utilizar também as teclas de atalho opções fonte ou usando a combinação (Ctrl + S). Ex:
(Ctrl + Shift + >) para aumentar o tamanho da fonte ou (Ctrl +
Shift + <) para diminuir o tamanho da fonte. Exemplo de texto sublinhado.

O atalho usado para deixar o texto sublinhado fica destacado


Legenda dos atalhos para fonte ao selecionarmos a frase do exemplo acima.
Maiúsculas e Minúsculas: Altera todo o texto selecionado de As opções negrito, itálico e sublinhado podem ser
acordo com as opções a seguir: combinadas, conforme exemplo abaixo:

Exemplo das opções combinadas.

Opções do menu Maiúsculas e Minúsculas O atalho usado para deixar o texto negrito, itálico e
sublinhado fica destacado ao selecionarmos a frase do exemplo
Limpar Formatação: Limpa toda a formatação do texto. acima.
Deixando-o com a formatação do estilo Normal.
Tachado: Desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Ex:

Ícone da opção usada para limpar formatação Exemplo de texto tachado.

Na imagem abaixo é demonstrado um exemplo de um texto


que ao utilizar a opção limpar formatação fica formatado com as
configurações padrão do estilo normal.

Ao selecionar o texto do exemplo acima o atalho usado para


Ao selecionar a linha 1 e utilizar a opção de limpar a o comando tachado fica destacado.
formatação o texto ficará com a formatação padrão do estilo
Normal do Word na linha 2 Subscrito: Cria letras ou números pequenos abaixo do texto.
Tem como atalho a combinação de teclas (Ctrl + =). Ex:
Negrito: Torna o traço da escrita mais grosso que o comum.
Pode ser aplicado ao selecionar um texto ou palavra e clicar no H2O
atalho do grupo de opções fonte ou usando a combinação (Ctrl
+ N). Ex:

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No exemplo acima foi aplicada a opção subscrito somente no


número dois.

Sobrescrito: Cria letras ou números pequenos acima do


texto. Tem como atalho a combinação de teclas (Ctrl + Shift +
+). Ex:

158

No exemplo acima foi aplicada a opção sobrescrito somente


no número oito.
Menu de opções de cor de fonte
Efeitos de texto: Permite adicionar efeitos ao texto como
sombra, reflexo ou brilho. Ao clicar na seta ao lado do atalho de Formatação de Parágrafos, são utilizadas para alinhar o
efeitos temos algumas opções disponíveis para aplicar no texto texto, criar recuos e espaçamentos entre parágrafos, conforme
selecionado. a necessidade do usuário, veja nos exemplos a seguir cada uma
dessas formatações:

Texto alinhado à Esquerda – Alinha todo o texto selecionado


a esquerda, como no modelo abaixo:

Ícone e efeitos de texto disponíveis

Cor do Realce do texto: Faz com que o texto selecionado fique


como se tivesse sido selecionado por um marcador de texto.

Exemplo de texto com realce

Texto Centralizado – Centraliza o texto no meio da página,


como no exemplo:

Menu da opção realce

Cor da fonte: Muda a cor do texto selecionado. Podemos


escolher uma cor sugerida ou clicar em mais cores para visualizar
mais opções de cores, ou ainda utilizar a opção gradiente que
permite escolher uma combinação de cor para a fonte.

Exemplo de texto com a cor da fonte Azul Texto alinhado a Direita – Faz com que o texto selecionado
fique alinhado a direita, como na figura abaixo:

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Texto alinhado Justificado – Alinha todo o texto de


forma justificada, ou seja, o texto selecionado fica alinhado
perfeitamente tanto esquerda, quanto na direita, como no
modelo abaixo:

Lista de vários Níveis (são exibidos níveis para o marcador


Marcadores e Numeração - é uma ferramenta fundamental exemplo, 1.1 ou 2.1.3)
para elaboração de textos seja um texto profissional, doméstico
ou acadêmico. O Word disponibiliza três tipos de marcadores
que são:

Marcadores (são exibidos em forma de símbolos)

Numeração (são exibidos em forma de números e até


mesmo letas)

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formatação de textos.
Espaçamento
Texto Formatado
utilizado Os Editores de texto, assim como é o Microsoft Word 2010,
MICROSOFT WORD 2010 são programas de computadores elaborados para edição e
Espaçamento de 1,0 pt formatação de textos.
Os Editores de texto, assim como é o
Microsoft Word 2010, são programas Exemplo do uso de borda inferior e superior
de computadores elaborados para 1,0 pt Os Editores de texto, assim como é o Microsoft Word
edição e formatação de textos. 2010, são programas de computadores elaborados para
MICROSOFT WORD 2010 edição e formatação de textos.
Espaçamento de 1,5 pt
Os Editores de texto, assim como é o Exemplo do uso de borda inferior e superior, a esquerda e a
Microsoft Word 2010, são programas direita.
de computadores elaborados para 1,5 pt ABA INSERIR
edição e formatação de textos. As ferramentas dessa área são utilizadas para inserção de
objetos nas páginas do documentos, estas, são divididas pelas
seguintes categorias:
MICROSOFT WORD 2010

Espaçamento de 2,0 pt

Os Editores de texto, assim como é o


Microsoft Word 2010, são programas 2,0 pt
de computadores elaborados para
edição e formatação de textos.

Sombreamento nos parágrafos – Realça todo o parágrafo, Página – Insere ao documento objetos como folha de rosto,
diferenciando do item Cor do Realce do Texto, vejamos nos página em branco ou quebra de página (envia o texto ou cursor
exemplos abaixo: para a próxima página).
Tabelas – Cria no documento tabelas com o número de
Sombreamento colunas e linhas especificado pelo usuário, nesse MENU, também
são disponibilizadas ferramentas como “desenhar tabela”
Os Editores de texto, assim como é o Microsoft Word 2010, (permite que o usuário fique livre para desenhar sua tabela),
são programas de computadores elaborados para edição e “Planilha do Excel” (importa uma planilha do Excel para dentro
formatação de textos. do Documento do Word) e “Tabelas Rápidas” (Cria modelos de
tabelas pré-definidos como calendários, matrizes, etc.).
Bordas – as bordas inferiores são utilizadas para criar linhas
em volta do texto selecionado, basta selecionar o texto desejado
e escolher as bordas desejadas:

Submenu de inserção de tabela

No Word 2010, sempre que inserimos algum objeto


que possua configurações adicionais, ou seja que não estão
disponíveis nos sete menus iniciais, submenus são adicionados
para auxiliar na formatação do objeto, quando inserimos uma
tabela por exemplo, as abas Design e Layout ficam disponíveis,
pois são abas que só aparecem quando estamos formatando
uma tabela.

Os Editores de texto, assim como é o Microsoft Word 2010


, são programas de computadores elaborados para edição e

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Ferramentas de Tabela aba Design

1- Opção ferramentas de tabela, traz as abas Design e Layout


que são usadas para a formatação de tabelas. Ferramentas de desenho: Aba Formatar
2- Aba Design: Permite configurar cores, estilos de borda e
sombreamento de uma tabela. Link – Utilizado para criar ligações com alguma página WEB
3- Aba Layout: Permite configurar a disposição do texto ou ou para ativar algum cliente de e-mail ativo no computador e
imagem dentro da tabela, configurar o tamanho das colunas e também criar referência cruzada, ou seja, referência algum item
linhas e trabalhar com os dados da tabela. do documento.

Aba Layout

Obs: Quando estamos trabalhando com tabelas e desejamos


apagar os dados que estão dentro dela usamos a tecla “Delete”, Opções para Links
a tecla Backspace é usada quando desejamos excluir linhas,
colunas ou a tabela. Cabeçalho e Rodapé – Edita o cabeção e rodapé do
Ilustrações – Permite a inserção de Imagens (arquivos de documento, aplicando sua configuração a todas as páginas.
imagens do computador), ClipArt (arquivos de mídia, como Sendo que o cabeçalho está localizado na parte de cima do
ilustrações, fotografias, sons, animações ou filmes, que são documento e o rodapé na parte de baixo, conforme demonstrado
fornecidos no Microsoft Office), Formas (Formas geométricas), na imagem localizada no item estrutura básica dos documentos.
SmartArts (Diagramas), Gráficos(Importa do Excel gráficos para
ilustração de dados), Instantaneo(insere uma imagem de um
programa que esteja minimizado na barra de tarefas).

Número de Página – Insere uma sequência numérica às


páginas, sendo no cabeçalho ou no rodapé e na esquerda ou
Opções de ilustrações direita.

Ao inserir uma imagem temos acesso as opções de Textos – Caixa de Texto (insere uma caixa de texto pré-
formatação de imagem, que vem através de uma nova aba. formatada), Partes Rápidas (insere trechos de textos reutilizáveis
Através dela é possivel fazer ajustes na imagem, definir estilos, configurados pelo usuário), WordArt (inclui um texto decorativo
organizar ela no texto e definir seu tamanho. ao documento) e Letras Capitular (cria uma letra maiúscula
grande no início do parágrafo).
Campos pré-definidos (Linha de Assinatura e Data e
Hora) – A Linha de Assinatura insere um campo automático
que necessita de prévia configuração com a especificação para
uma pessoa assinar o documento, caso o usuário possua uma
assinatura digital, então poderá utilizá-la, o campo Data e Hora
insere em diversos formatos a data e/ou hora do computador.
Símbolos – utilizado para inserção de fórmulas matemáticas
(já existentes no computador ou criadas pelo usuário) ou
símbolos não disponíveis no teclado.

Ferramentas de Imagem: Aba Formatar

Ao inserir formas também temos acesso a uma nova aba


Formatar que faz parte da opção ferramentas de Desenho. Onde
é possivel escolher outras formas, colorir, definir textos para as
Layout da Página
formas, organiza-la no documento e configurar seu tamanho.
Nessa área ficam dispostas as opções de formatações gerais
de Layout da página ou do documento a ser trabalhado, como
configurações de margens, orientações da página, colunas e
tamanhos:

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Margens – permite que o usuário atribua configure as


margens superior, inferior, direita e esquerda da página, o
Word 2010 já traz em sua configuração padrão margens pré-
configuradas, porém, mas é possível incluir suas próprias
configurações, clicando em “Margens Personalizadas”.
Tamanho – Permite que o usuário escolher um tamanho
de papel para o documento, assim como em todas as outras
configurações existem tamanhos padrões, mas é possível
personaliza-los.

Orientação – Altera o layout da página para retrato ou


paisagem.

Colunas – divide o texto da página em uma ou mais colunas.


Essa opção é muito utilizada para diagramações de livros,
apostilas, revistas, etc.

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aparece no rodapé e sim no final do texto.
Citação Bibliográfica – Permite que sejam inseridas infor-
mações como autor, título, ano, cidade e editora na citação.
Legenda – Utilizada para criar legendas de tabelas e figuras,
pode ser utilizado como índice de ilustrações e tabelas.
Índice - É uma lista de palavras encontradas no documento,
juntamente com o número das página em que as palavras apa-
recem.

REVISÃO
A guia revisão nos traz ferramentas de ortografia e
gramática, Contador de palavras, Comentários e etc. Todas
as funcionalidades desta guia servem para a realização uma
revisão geral no documento com a finalidade de realizar buscas
de erros no texto.

Aba Revisão

A opção de Ortografia e gramatica serve para auxiliar a


correção do documento, onde é possível corrigir palavras
escritas de forma errada ou corrigir a forma como determinados
símbolos foram inseridos.

Quebra de Página – Adiciona Página, seção ou quebras de


coluna ao documento como mostra no exemplo a seguir:

Verificação ortográfica e gramatical

O Word identifica erros de ortografia e gramatica através


de sublinhados, o sublinhado vermelho abaixo de uma palavra
no Word indica possíveis erros de ortografia, é uma palavra
não reconhecida, onde o usuário pode optar por corrigi-la ou
adicionar esta palavra ao dicionário. Basta clicar com o botão
direito do mouse sobre a palavra para ver as sugestões. Faz
parte das opções de ortografia e gramática a sugestão de escrita
da pala, que na imagem abaixo sugere que a palavra seja escrita
com letra maiúscula, podemos ignora o aviso do Word, assim o
sublinhado desaparece desta palavra, podemos ignorar tudo,
para que não apareça o sublinhado todo o documento onde
a palavra está escrita ou adicionar ao dicionário para que a
palavra não seja reconhecida como errada novamente em
nenhum documento do Word escrito neste computador, porém
o usuário deve tomar cuidado pois ao adicionar uma palavra
escrita de forma errado no dicionário a correção ortográfica não
irá sugerir correção para a mesma em nenhum momento.

ABA REFERÊNCIAS

A aba de Referencias possui um amplo conjunto de


ferramentas a serem utilizadas no documento, como por
exemplo, índices, notas de rodapé, legendas, etc.

Sumário – Ferramenta para elaboração do Índice principal


do documento, este pode ser criado a partir de Estilos pré-esta-
belecidos ou por meio de inserção de itens manualmente.

Nota de Rodapé – Utilizada para referenciar algo do texto Opções de correção ortográfica.
no rodapé da página, essas são numeradas automaticamente.
O sublinhado verde abaixo de uma palavra indica possíveis
Notas de Fim – Semelhante a Nota de Rodapé, porém não erros gramaticais.

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APOSTILAS OPÇÃO
CTRL+ SHIFT
Copia o estilo do texto;
+C
F4 Repete a última ação.
Abre a caixa de inserção. Permite adicionar
F5 páginas em branco, paginação, comentários
e notas de rodapé, entre outros.
CTRL + Home; Vai para o início ou para o fim do
CTRL + End documento.

Aplicar uma senha a um documento


Opções par correção gramatical.
Você pode proteger um documento usando uma senha para
evitar acesso não autorizado.
Obs: Tanto o sublinhado vermelho quanto o verde não irão
Clique na guia Arquivo.
aparecer em uma impressão, essas marcas só são visíveis no
Clique em Informação.
computador.
Clique em Proteger Documento e em Criptografar com
Senha.
COMENTÁRIOS: Permite que um comentário seja adicionado
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e clique
em uma seleção.
em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e clique
em OK.
OBSERVAÇÃO  - As senhas diferenciam maiúsculas de
minúsculas. Verifique se a tecla CAPS LOCK está desativada
quando digitar uma senha pela primeira vez.
Se você perder ou esquecer uma senha, o Word não poderá
recuperar os seus dados.

Ativar ou desativar o controle de alterações


Exemplo de texto com comentário. Você pode personalizar a barra de status para adicionar um
indicador que avise quando o controle de alterações está ativado
ou não. Quando o recurso Controlar Alterações está ativado,
PRINCIPAIS TECLAS DE ATALHO DO WORD
você pode ver todas as alterações feitas em um documento.
Insere uma quebra de página (pulando Quando estiver desativado, você pode fazer alterações em um
CTRL + ENTER
para a seguinte). documento sem marcar o que mudou.
Ativar o controle de alterações
CTRL + D (ou
Abre a tela de formatação de fontes. Na guia  Revisão, no grupo  Controle, clique na imagem
ALT + K)
de Controlar Alterações.
Insere um elemento externo (como uma
CTRL + K
imagem) no texto.
CTRL + Z Desfaz as últimas ações.
Transforma todas as letras do texto
CTRL + SHIFT
selecionado em maiúsculas ou desfaz a
+A
operação.
Transforma todas as letras do texto
CTRL + SHIFT
selecionado em minúsculas (caixa baixa) Para adicionar um indicador de controle de alterações
+K
ou desfaz a operação; na barra de status, clique com o botão direito do mouse na
SHIFT + F1 Revela qual é a formatação do texto atual. barra de status e clique em  Controlar Alterações. Clique no
indicador Controlar Alterações na barra de status para ativar ou
CTRL + G; desativar o controle de alterações.
Alinha o parágrafo, respectivamente, à
CTRL + Q; OBSERVAÇÃO  - Se o comando  Controlar Alterações  estiver
direita, à esquerda, central e de forma
CTRL + E; indisponível, pode ser necessário desativar a proteção
justificada.
CTRL + J do documento. Na guia  Revisar, no grupo  Proteger, clique
CTRL + 1; Define o espaçamento entre linhas em Restringir Edição e clique em Parar Proteção, na parte
CTRL + 2; em espaço simples, duplo ou 1,5, inferior do painel de tarefas Proteger Documento (pode ser
CTRL +5 respectivamente. necessário saber a senha do documento).
Desativar o controle de alterações
CTRL + Quando você desativa o controle de alterações, pode revisar
Aumenta ou diminui o zoom do texto na
ROLAGEM DO o documento sem marcar as alterações. A desativação do recurso
tela.
MOUSE Controle de Alterações não remove as alterações já controladas.
ALT + CTRL Divide a janela de exibição do documento IMPORTANTE - Para remover alterações controladas, use os
+S em duas. comandos Aceitar e Rejeitar na guia Revisar, no grupo Alterações.
Na guia  Revisão, no grupo  Controle, clique na imagem
CTRL + V + Cola o texto da área de transferência sem de Controlar Alterações.
CTRL + T formatação da origem.
CTRL + SHIFT Aumenta ou diminui a fonte de um texto
+ < ou > selecionado;
CTRL + SHIFT
Aplica as marcações de itens (bullets).
+L

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APOSTILAS OPÇÃO
Para adicionar um indicador de controle de alterações 05. (NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO - Advogado –
na barra de status, clique com o botão direito do mouse na FCC/2011) No Microsoft Word e no BrOffice Writer, alinhar,
barra de status e clique em  Controlar Alterações. Clique no centralizar e justificar são opções de
indicador Controlar Alterações na barra de status para ativar ou (A) organização de desenhos.
desativar o controle de alterações. (B) ajustamento de células em planilhas.
(C) formatação de texto.
Questões (D) ajustamento de slides para exibição.
(E) aumento e diminuição de recuo.
01. No Microsoft Word 2010, em sua configuração padrão,
as configurações de parágrafo e estilo são encontradas na guia: Respostas
(A) Inserir.
(B) Layout da Página. 01. Resposta: C.
(C) Página Inicial. O MENU Página Inicial é configurado para que o usuário
(D) Exibição. efetue configurações de formatações gerias para textos.
(E) Revisão.
02. Resposta: B.
02. (Prefeitura de Trindade - GO - Monitor de Educação Ctrl + F2 = selecione o comando visualizar impressão.
Infantil - FUNRIO/2016). A questão, a seguir, refere-se ao Ctrl + Tab = alterna para a próxima guia.
software Microsof Word 2010, instalação padrão em português. Ctrl + Alt + A e Ctrl + Caps Lock = não existem
Considere os seguintes padrões de digitação de palavras:
03. Resposta: C.
No Word, podemos trabalhar com várias orientações de
páginas no mesmo documento com o objetivo de proporcionar
ao usuário liberdade nas elaborações de seus documentos,
nesse caso a primeira página está posicionada como paisagem
e a segunda como retrato, além disso, podemos utilizar recursos
de margens, tamanhos, colunas, quebras e hifenizações.

Para alterar a digitação de uma palavra do padrão I para o 04. Resposta: E.


padrão II e, em seguida, para o padrão III, é necessário selecionar Comparando as opções de menu dos dois aplicativos,
a palavra e acionar, duas vezes seguidas, o seguinte conjunto de percebemos que ambos possuem os menus Tabela e Ferramentas.
teclas:
(A) CTRL + F2
(B) SHIFT + F3
(C) CTRL + TAB
(D) CTRL + ALT + A
(E) CTRL + Caps Lock

03. Assinale a alternativa correta, sobre o documento a


seguir, criado no Microsoft Word 2010, em sua configuração 05. Resposta: C.
original, com o cursor posicionado na segunda página. São elementos da formatação de texto. Estas opções podem
ser encontradas tanto no Writer quanto no Word.
Cuidado para não confundir as teclas de atalho!

Editor de planilhas Excel 2010


(A) O documento contém 1 página e está formatado com 2 Excel é um programa de planilhas do sistema Microsoft
colunas. Office, desenvolvido para formatar pastas de trabalho (um
(B) A primeira página está sendo exibida em modo de conjunto de planilhas) para analisar dados e tomar decisões de
impressão e a segunda página, em modo de layout web. negócios mais bem informadas21.
(C) O documento contém 2 páginas, sendo a primeira em
orientação paisagem e a segunda, em orientação retrato. A indicação do Excel é para pessoas e empresas que
(D) O documento contém 1 página, sendo que o primeiro desejam manter controles contábeis, orçamentos, controles de
quadro é dedicado a anotações do autor do texto. cobranças e vendas, fluxo de caixa, relatórios, planejamentos,
(E) O documento está 40% preenchido. acompanhamentos gerais (pontos eletrônicos, estoques,
clientes, etc.), calendários, e muito mais. 
04. (Banco do Brasil – Escriturário – FCC/2011)
Comparando-se o Word com o Writer, Até a versão 2003 do Excel os formatos de gravação de
(A) apenas o Word possui o menu Tabela. arquivos utilizados eram .xls e .xlt, atualmente utilizam os
(B) apenas o Word possui o menu Ferramentas. formatos .xlsx, xltx e xlsm (este com suporte a macros).
(C) nenhum dos dois possui o menu Tabela.
(D) apenas o Word possui os menus Ferramentas e Tabela.
(E) ambos possuem os menus Ferramentas e Tabela. 21 Base - Introdução ao Excel 2010 - https://support.office.com/pt-br/article/
Introdução-ao-Excel-2010-d8708ff8-2fbd-4d1e-8bbb-5de3556210f7

Informática Básica 56
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APOSTILAS OPÇÃO
Apresentação Básica do Excel são indicadas pelo chamado endereçamento da célula, ele é
formado pela letra(s) da coluna seguido do número da linha, o
A tela inicial do Excel é composta por várias ferramentas, ao endereçamento da célula está ilustrado abaixo.
longo deste capítulo abordaremos cada uma dessas ferramentas
e seus respectivos atalhos.

Indicação de endereçamento da célula D6

Em muitos casos, existe também a possibilidade do usuário


trabalhar com um intervalo de células, isso quer dizer que
será selecionada uma região da planilha a ser trabalhada,
calculada ou modificada, sua representação é dada a partir do
endereçamento da primeira célula seguido de dois pontos (:)
e o endereço da última célula, na imagem a seguir, temos uma
ilustração de seleção do intervalo A1:C3

Tela Inicial do Microsoft Excel

Estrutura geral das planilhas


Intervalo de células A1: C3
As planilhas do Excel são formadas por três conceitos básicos
linha, coluna e célula.
Pasta de Trabalho do Excel
Abaixo, podemos visualizar que ao lado esquerdo da figura
Para criar uma nova pasta de trabalho, no Excel seguiremos
existe uma sequência numérica, que vai de 1 a 1.048.576, então,
os passos a seguir:
cada um desses números representa uma linha da planilha:
1 – Clique no MENU Arquivo em seguida clique em Novo,
como no exemplo abaixo:

Linhas de uma Planilha do Excel

As colunas ficam dispostas na parte superior e sempre


estarão indicadas por letras (A, B, C, D... X, Y, Z, AA, AB, AC...)
que vão de A até XFD, isso corresponde a 16.384 colunas, como
segue abaixo na ilustração:

Menu Arquivo
Colunas de uma Planilha do Excel
2 – Selecione um dos Modelos Disponíveis desejados, como
As células são as unidades de uma planilha dedicadas à estamos criando uma Nova Pasta de Trabalho em Branco,
inserção e armazenamento de dados, como mostram na imagem selecionaremos tal documento como mostra na ilustração a
abaixo. seguir:

Célula A1

A interseção de uma linha com uma coluna forma uma célula, Nova Pasta de Trabalho
sempre que a célula estiver exibida com uma borda destacada em
negrito, significa que essa célula está ativa, ou seja, selecionada Nota: Além da Pasta de Trabalho em Branco, o Microsoft
para inserção de dados, como apresentado abaixo. Excel 2010 traz vários outros modelos de documentos prontos
como:
Controles de alunos, cartão de ponto, calendários, folhas de
despesas, controles de finanças (individual, acadêmico, familiar,
doméstico, empresarial e pequenas empresas), controles de
faltas (funcionário, alunos, etc), folhas de orçamentos, balanços,
calendários, etc.
Abaixo seguem alguns exemplos de modelos disponíveis,
A célula ativa é B1 ainda é válido lembrar que ao adentrar em cada diretórios
disponível nos “Modelos prontos do Office” temos disponíveis
É importante ressaltar que as células das planilhas do Excel dezenas de modelos.

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APOSTILAS OPÇÃO

Mover ou Copiar Planilha

Exibir Código – Abre o Editor de Visual Basic do Excel e


Macros;

Proteger Planilha – Este MENU, tem um papel fundamental


para a segurança da planilha eletrônica, ao selecioná-lo o
usuário pode restringir informações como por exemplo,
alterar um determinado valor, ou impossibilitar que algum
dado seja excluído, para utilizar esta proteção basta selecionar
Modelos de Pasta de Trabalho do Microsoft Office quais informações o usuário que não possui a senha pode ter
acesso, incluir a senha e pressionar o botão “OK”, se necessário
Ao criar uma nova pasta de trabalho são inseridas por for alterar alguma configuração bloqueada, basta clicar com o
padrão três planilhas do Excel, estas planilhas estão localizadas botão direito do mouse sobre a planilha protegida e escolher
na parte inferior esquerdo como mostra a figura seguinte. a opção “Desproteger Planilha” digite a senha de acesso que
imediatamente a planilha entra em modo de edição, para
protegê-la novamente, repita o procedimento de proteção da
mesma.

Planilhas de uma Pasta do Trabalho do Excel

Para manipular informações dessas planilhas, basta clicar


com o “botão direito” do mouse sobre a planilha desejada e
escolher a opção desejada:

Propriedades das Planilhas Menu de Proteção da Planilha

Vejamos a função de cada item deste MENU: Cor da Guia – Ao selecionar esta opção, o usuário tem a
Inserir – Insere uma Nova Planilha a pasta de trabalho; possibilidade de inserir cores nas abas indicativas das planilhas
Excluir - Remove a Planilha selecionada da pasta de trabalho; como mostra o exemplo abaixo:
Renomear – Ao clicar nessa opção o campo do nome da
planilha fica em estado de alteração, proporcionando ao usuário
a alteração do nome da Planilha selecionada;
Mover ou Copiar – Possibilita ao usuário a Copia da Planilha
Selecionada para uma nova planilha, ou até mesmo o usuário Cor das Abas Guia
pode mover a planilha selecionada a outra pasta de trabalho:
Ocultar – Oculta a planilha selecionada, para reverter a
opção, clique novamente sobre as planilhas e selecione a opção
reexibir.
Quando se faz necessário inserir mais planilhas dentro da
pasta de trabalho, basta clicar no botão Inserir planilhas, ou
utilize as teclas de atalho Shift + F11 que um nova planilha será
inserida, veja no exemplo abaixo:

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APOSTILAS OPÇÃO

Inserindo nova Planilha

Várias Planilhas Inseridas

Elaboração das Planilhas Dados auto completados com a alça de preenchimento


A elaboração de Planilha de dados é dada a partir de valores
armazenados nas células, estes dados poderão ser utilizados em Veja outro exemplo, quando a alça de preenchimento é
dois formatos, numéricos e textuais. O Excel aceita dois tipos utilizada para números, é criada uma sequencia numérica
de dados em sua planilha que são denominados constantes e comparada ao intervalo do numero anterior, se temos 2 números
variáveis (fórmulas). em uma coluna, por exemplo, 1 na célula B1 e 2 na célula B2
sua continuação será 3, 4, 5 e assim por diante, na figura abaixo
Valores Constantes temos 2 ilustração, sendo uma sequencial e outra com intervalos
São os tipos de dados inseridos diretamente nas células, de de 3 em 3.
eles podem ser inseridos nos formatos: numérico, data e hora e
textos, lembrando que esses valores nunca serão obtidos através
de cálculos na célula ou provenientes de vínculos de outras
planilhas.

Valores Variáveis (Fórmulas)


Estes valores são obtidos através de formulas ou vínculos e
são alterados quando outros valores da planilha são modificados.
Sempre que iniciar uma formula do Excel utilize o sinal de
igual “=” vejamos na ilustração abaixo a inserção desses valores: Observações do auto preenchimento
O auto preenchimento ocorre quando:
- No caso de existir apenas um número então o mesmo é
copiado, como um texto;
- Se existem dois números ou mais, o Excel cria a sequencia;
- Para as opções de meses, datas, dias da semana e texto
com números, basta inserir apenas um item que iniciará uma
sequencia ao selecionar a célula e puxar a alça.

Mesclas e Centralizar Células – esta ferramenta é utilizada


para unir uma ou mais células transformando as linhas e/ou
colunas selecionadas em apenas uma. Caso haja valores em
todas as células selecionadas, apenas o primeiro valor será
mantido na célula mesclada.

Exemplos de Constantes e Variáveis (Fórmulas)

Preenchimento automático de dados

Observações do Item Mesclar e Centralizar:


O Excel disponibiliza uma ferramenta de preenchimento - Mesclar e Centralizar – Une as células selecionadas a uma
automático de dados chamada “Alça de Preenchimento” sua célula maior e centraliza o conteúdo na nova célula. Este recurso
localização é no canto inferior direito da célula ativa. Seu geralmente é utilizado para criar rótulos que ocupam várias
funcionamento é simples, o Excel identifica os valores digitados, colunas.
caso seja coincidente, ao clicar sobre a alça e arrastá-la os valores - Mesclar através – Mesclar cada linha das células
vão auto completados seguindo sua sequencia. São aceitos para selecionadas em uma célula maior.
números, letras, datas, etc. Para utilizá-lo selecione uma fileira - Mesclar Células – Mesclar as células selecionada em uma
desejada clique sobre a alça de preenchimento, segure e arraste, única célula, essa função não mante o conteúdo centralizado.
como no exemplo abaixo: Desfazer Mesclagem – Dividir a célula unida em várias
células novas, ou seja, as células voltam a sua posição inicial.

Barra de Ferramentas Padrão


Na figura abaixo temos a apresentação da barra de
ferramentas do Excel 2010, serão apresentados os botões com
suas respectivas funções, todos divididos por suas regiões.
Existem grandes semelhanças entre a Aba MENU Iniciar do
EXCEL com a do Microsoft Word.
Entrada de dados iniciais a serem auto completados.

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APOSTILAS OPÇÃO

Sem borda – Remove a borda da célula que receberá o


conteúdo ao colar.
Barra de Ferramentas Principal

Área de Transferência Manter largura da coluna original – Mantêm a largura da célula


Recortar – Indicado pelo ícone, sua função é recortar o copiada.
conteúdo selecionado e disponibilizá-lo na área de transferência,
sua teclas de atalho são CTRL+X.

Transpor – Transpões todo o conteúdo copiado a uma área


desejada

Ícone Recortar
Valores – Cola apenas os valores da área de transferência sem
Copiar – No Excel, existem duas formas de copiar conteúdos, nenhuma formatação anterior.
uma delas é a cópia convencional (também dada pela tecla de
atalho CRTL+C) da área selecionada, deixando o conteúdo
disponível na Área de Transferência, a outra opção é Copiar como
imagem, esse processo faz com que o objeto selecionado, mesmo Valores e formatação de números - Cola os valores da área de
que seja numérico ou texto, vá para a Área de Transferência transferência mantendo apenas formatação numérica.
como imagem ambos estão indicado pelo ícone copiar como
mostra a figura abaixo:

Valores e formatação original - Cola todos os valores da área de


transferência mantendo a todas as formatações anteriores.

Menu Copiar Formatação – Cola apenas a formatação, deixando de fora


textos e números.

Colar Vínculos – Traz todos os vínculos entre planilhas


Pincel de formatação – Copia a formatação de uma existentes da célula selecionada.
célula selecionada de um local para aplica-lo em outro, sua
representação é pelo ícone:

Colar – Uma particularidade das ferramentas do Excel está Colar como Imagem – Mesmo que o conteúdo copiado seja
em sua opção Colar, nela o usuário encontra várias funções, um texto, quando colado o elemento transforma-se em uma
lembrando que para que este item funcione, é necessário que imagem.
exista algum conteúdo previamente recortado ou copiado na
área de transferência, veremos cada uma delas:

Funções dos ícones colar Colar como vinculo de imagem – Idem ao ícone “Colar
Vínculos”, porém, nessa opção sempre o objeto colado, mesmo
com vínculos a outras planilhas ficam disponíveis como
imagem.

Além do ícone Colar, temos outra opção que se assemelha


Ícone de opções do MENU colar aos ícones, “Colar Especial”, sua diferença é pequena, note que a
tela que não possui ícones e traz algumas funções extras, ela esta
disponível no MENU colar – Colar Especial, ou então clique com
o botão direito do mouse sobre a célula desejada e selecione
Colar (CTRL+V) – Cola um conteúdo da área de transferência. a opção Colar Especial, selecione a opção desejada e clique
no botão “Ok”, tais procedimentos farão a exibição da janela a
seguir:
Colar formula – Cola uma formula do Excel

Formulas e formatação de números – Cola uma formula


copiada mantendo sua formatação textual.

Manter formatação original – Ao colar um conteúdo mantem a


formatação da cópia.
Colar Especial

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APOSTILAS OPÇÃO
- Colar -
Tudo: Cola todo o conteúdo e a formatação das células dos
dados copiados.
Formula: Cola somente as fórmulas dos dados copiados
conforme inseridas na barra de fórmulas.
Valores: Cola somente os valores dos dados copiados
conforme exibidos nas células.
Formatos: Cola a formatação da célula dos dados copiados.
Comentários: Cola somente os comentários anexados à
célula copiada.
Validação: Cola regras de validação de dados das células
copiadas para a área de colagem.
Todos usando tema da origem: Cola todo o conteúdo na
formatação do tema do documento que é aplicado aos dados
copiados.
Tudo, exceto bordas: Cola todo o conteúdo e a formatação
das células aplicados à célula copiada, exceto bordas.
Larguras da coluna: Cola a largura de uma coluna copiada
ou intervalo de colunas em outra coluna ou intervalo de colunas. Exemplos de Formatações
Fórmulas e formatos de números: Cola somente fórmulas
e todas as opções de formatação de número das células copiadas. Note que algumas formações são parecidas, porém, sua
Valores e formatos de números: Cola somente valores e exibição é diferenciada, é o caso das formatações Número e
todas as opções de formatação de número das células copiadas. Moeda, ambos possuem o símbolo R$, porém o alinhamento
da moeda o símbolo acompanha o valor, já no contábil o
- Operação - Especifica qual operação matemática, se alinhamento é justificado e o símbolo fica alinhado a esquerda.
houver, você deseja aplicar aos dados copiados. -22 É importante ressaltar que ao utilizar a formatação o numero
Nenhuma: Especifica que nenhuma operação matemática original será multiplicado por 100.
será aplicada aos dados copiados.
Adição: Especifica que os dados copiados serão adicionados
aos dados na célula de destino ou no intervalo das células.
Subtração: Especifica que os dados copiados serão Porcentagem
subtraídos dos dados na célula de destino ou no intervalo das
células.
Multiplicação: Especifica que os dados copiados serão
multiplicados com os dados na célula de destino ou no intervalo
das células.
Divisão: Especifica que os dados copiados serão divididos
pelos dados na célula de destino ou no intervalo das células.
Ignorar em Branco: Evita substituir valores na sua área
de colagem quando houver células em branco na área de cópia
quando você selecionar essa caixa de seleção.
Transpor: Altera colunas de dados copiados para linhas e Casas decimais e Separador de Milhares
vice-versa quando você selecionar essa caixa de seleção.
Colar Vínculo: Vincula os dados colados na planilha ativa Três funções que completam as formatações de números são
aos dados copiados. separadores de milhares e aumentar e diminuir casas decimais.

Formatações
Possibilita ao usuário escolher como os dados inseridos
nas células serão exibidos, o valor inserido permanece com
seu conteúdo original, mas sua apresentação é diferenciada. As
formatações de números do Excel ficam disponíveis na Barra de
Ferramentas, área Números, ou então pode ser acionada através
das teclas de atalho CRTL + 1, aba Números.
Separadores de milhares e aumentar e diminuir casas
decimais.

Uma característica do Separador de Milhares é sua


formatação, quando selecionada a formatação da célula é
alterada pra Contábil e mesmo que a formatação já esteja
posicionada em Contábil, o símbolo moeda é removido.

Formatações de Números e Textos

Sempre que um dado é inserido no Excel, o mesmo possui


a formatação Geral, sem formato específico, a seguir alguns
exemplos:

22 Fonte: Colar Especial ao copiar do Excel - http://office.microsoft.com/pt-br/


help/colar-especial-ao-copiar-do-excel-HP010096693.aspx

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APOSTILAS OPÇÃO
Tipos de Gráficos

Separador de Milhares

Já os ícones para acréscimo e decréscimo de casas decimais,


mantem a formatação original, acrescentando ou diminuindo
as casa decimais conforme solicitado, cada clique sobre o ícone
adiciona ou remove uma casa.
Veja que no exemplo abaixo, existem valores que
originalmente possuem três casas decimais, porém, quando sua
formatação esta para duas ou menos casas decimais ocorre um
arredondamento para do valor para mais, o mesmo acontece
com a função ARRED que veremos a seguir no tópico Fórmulas.

Fórmulas e Funções

As formulas e funções do Excel são equações pré-dispostas


para resolução de cálculos, mesmo que complexos, antes de
iniciarmos vejamos os operadores aceitos:

Acréscimo de decréscimo de casas decimais

Gráficos Operadores Aritméticos


Um gráfico é uma representação visual de seus dados.
Usando elementos como colunas (em um gráfico de colunas) ou
linhas (em um gráfico de linhas), um gráfico exibe uma série de
dados numéricos em um formato gráfico23.
O Excel, disponibiliza os gráficos em diversos formatos,
facilitando a interpretação dos dados relacionados. Os tipos de
gráficos disponíveis estão contido na aba Inserir da Barra de
Ferramentas:

Operadores de comparação
Gráficos

23 Criar gráficos com seus dados em uma planilha - https://support.office.com/


pt-br/article/In%C3%ADcio-r%C3%A1pido-crie-gr%C3%A1ficos-com-seus-
dados-45af7d1b-4a45-4355-9698-01126488e689

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APOSTILAS OPÇÃO
As Funções são palavras pré-definidas que efetuam cálculos
a partir de valores fornecidos nas células do Excel, os cálculos
podem ser obtidos a partir da solicitação da palavra de Função
aplicado aos endereçamentos das células ou até mesmo valores
constantes, como por exemplo:

Exemplos de Funções
Operadores de Comparações Como já citado anteriormente, qualquer calculo do Excel
deve ser iniciado pelo sinal de igual “=” seguindo da função
ou operação. Acima todos os cálculos foram feitos a partir de
constantes, agora veremos como são feitos cálculos a partir de
endereçamentos de células, nas imagens abaixo é possível ver
como a planilha foi criada, em seguida a descrição da função que
gera o resultado em cada uma das linha e em seguida o exemplo
de fórmula utilizada em cada uma das linhas de resultado:

Dados

Função de Soma

Descrição da função e resultado das operações realizadas na


linha

Outros Operadores

Fórmulas são semelhantes a expressões matemáticas onde


o usuário cria a composição da fórmula utilizando operadores
aritméticos, por exemplo:

Exemplo da fórmula utilizada

Funções – vejamos a seguir as principais funções para


cálculos do Excel.
SOMA – Efetua a soma todos os números que você especifica
como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma
referencia da célula, uma matriz, uma constante, uma formula
Exemplos de operadores ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA(A1:A5)
soma todos os números contidos nas células de A1 a A5. Um

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APOSTILAS OPÇÃO
outro exemplo: SOMA(A1, A3, A5) soma os números contidos
nas células A1, A3 e A5.24
Exemplos:

A fórmula =MAIOR(C2:E4;3) deve exibir o terceiro maior


numero da matriz, sendo que o primeiro é 9, o segundo o 7, veja
que ele se repete nas células D2 e E4, nesse caso o terceiro 7 é
preservado e exibido.
MÁXIMO – Obtém o maior número da matriz selecionada.
=MÁXIMO(G17:G21) – O valor exibido será o maior da área
selecionada, no exemplo abaixo o retornado será o 76.

MÉDIA – Obtém a média entre os valores selecionados,


exemplo: MÍNIMO – Obtém o menor número da matriz selecionada.
=MÉDIA(B1:B4) – O valor da média é apresentado a partir =MIN(G17:G21) – O valor exibido será o menor da área
da soma entre os valores B1 e B4 dividido por 4. Essa função selecionada, no exemplo abaixo o retornado será o 12.
vai verificar a quantidade de valores, soma-los e efetua a divisão
pela quantidade de valores dispostos no intervalo.

MAIOR – Retorna o maior valor k-ésimo (O k-ésimo


corresponde à grandeza de um valor, por exemplo, no conjunto
numérico: 1, 2, 7, 8 e 13, o segundo maior valor do conjunto 8,
logo, o k-ésimo é 2, por equivaler ao segundo, já o terceiro maior
valor é o 7, seu k-ésimo então é 3, e assim por diante.) de um
conjunto de dados, ou seja, seleciona um valor de acordo com a
sua posição relativa.
=MAIOR(G17:G21;4) – O valor retornado será o 4 maior da
matriz selecionada, em nosso caso, o quarto maior valor é 2.
SE – Além de ser conhecida como Função SE, outras
nomenclaturas são atribuídas a essa função, como função de
comparação e função condicional. Utilizada para retornar
valores a partir de comparações de valores, com retornos de
valores verdadeiros e falsos. Atenção, pois essa é uma
das funções mais solicitadas em avaliações relacionadas a Excel.
Sua estrutura nunca é modificada, sua forma geral é =SE(teste,
verdadeiro, falso), veja no exemplo abaixo a fórmula esta
MENOR – o menor valor k-ésimo do conjunto, por exemplo: verificando “se o valor contido na célula D2 é menor que 6”, a
=MENOR(G17:G21;3) – Retornará o 3º menor número resposta foi Aprovado, pois, o valor é maior que 6, sendo assim a
do conjunto selecionado, como no exemplo abaixo o numero condição é considerada como falsa:
retornado será o 7.

Veja outros exemplos:


Na situação a seguir a formula condicional verifica qual é a
condição legal do inscrito, quando as idades, especificadas na
Coluna C são inferiores a 18, a mensagem dada é Menoridade,
Observações para MAIOR e MENOR: Ambas as funções já as idades superiores a 17 são classificadas como Maioridade:
podem ser aplicadas para grandes intervalos, caso a grandeza
solicitada seja repetida dentro da matriz o número a ser exibido
será mantido, por exemplo, veja a figura abaixo:

24 Ajuda do Excel - http://office.microsoft.com/pt-br/excel-help/funcoes-do-


-excel-por-categoria-HP010342656.aspx

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APOSTILAS OPÇÃO
=MÉDIASE(E3:E10;”<= 20”) – Calcula as médias cujos
valores do intervalo E3 até E10 sejam menores ou iguais a 20.

A Função SE, também pode ser utilizada para obter mais de


2 valores (verdadeiro e falso) como resposta. Na figura abaixo
ilustramos a seguinte situação, uma empresa fornece vale
refeição a seus funcionários de acordo com seus salários, para
os salários inferiores a R$ 1.000,00 os vales correspondem a R$
150,00, para os salários superiores a R$ 1.000,00 até R$ 2.500,00
os vales correspondem a R$ 100,00 e aos salários superiores a
R$2500,00 o vale corresponde a R$ 50,00, nesse caso temos a
situação a seguir:
CONT.NUM – Retorna a quantidade de células com valores
de um determinado intervalo.
=CONT.NÚM(E3:E10) – Em nosso exemplo, retornará a
quantidade de idades do intervalo E3 até E10, veja no exemplo
abaixo que não foi inserido valor algum para a idade do Aluno 5,
portanto, o mesmo não entrou na contagem:

SOMASE – O calculo de SOMA é obtido a partir de uma


condição imposta na expressão.
=SOMASE(E3:E6;”>1500”) – Efetua a SOMA apenas dos
valores superiores a 1500.
=SOMASE(E3:E6;”100”) – Efetua a SOMA apenas dos valores
iguais a 100.

CONCATENAR – Significa unir, ligar, juntar então a função


CONCATENAR faz a junção dos valores, abaixo temos as colunas
nomes e sobrenomes, vejamos um exemplo para concatenar
o nome “Alexandre” com o Sobrenome “Santos”, para isso
utilizaremos =CONCATENAR(B4;C4).

CONT.SE – Retorna o quantidade de repetições de um valor


(numérico ou texto) em uma expressão.
=CONT.SE(E3:E10;20) retorna a quantidade de ocorrências
do número 20 entre as células E3 e E10:

Obs: Se a função de concatenação for utilizada para números


ela continua unindo os mesmos, ou seja, se solicitar para
concatenas 2 com 3 o resultado será 23, pois esta não é uma
função de cálculo, mas sim de união de valores.

Classificação e Filtros de Dados


MÉDIA.SE – Retorna a média aritmética das células em um A Ferramenta “Classificar e Filtrar” é de grande importância
intervalo que satisfaça um determinado critério. para a classificação e analise dos dados, ela permite que os

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APOSTILAS OPÇÃO
dados sejam classificados por ordem alfabética (A a Z ou Z a A),
numérica (ordem crescente e decrescente) datas e horas (das
mais antigas para as mais atuais), ainda é permitido que sejam
classificados listas por formatos (exemplo nomes grandes,
médios e pequenos), cor da fonte ou célula e ícones de célula.
O Item de Menu Classificar e Filtrar fica disponível na Barra
de Ferramentas padrão do Excel, para utilizá-lo basta selecionar
a mostra de dados (linha ou coluna) a ser classificada, seja ela em
formato de texto, numérico, datas e horas, clique sobre o botão
Classificar e Filtrar e selecione para ordem crescente ou e
utilize o botão para ordem decrescente, no exemplo a seguir
a Coluna selecionada (Computadores) deve ser organizada de
forma crescente, de acordo com seu número de computadores:

Atalhos de teclado no Excel 2010


Note que a coluna seleciona para a classificação foi a
Computadores, mas, todas as outras células acompanharam a Acesso do teclado à faixa fita
solicitação de classificação: Se você for iniciante na faixa, as informações nesta seção
podem ajudar você a entender o modelo de atalho do teclado da
faixa. A faixa oferece novos atalhos, chamados Dicas de TeclaPara
exibir as Dicas de Tecla apareçam, pressione ALT.

Existe outra possibilidade de classificação, que é a

Para exibir uma guia sobre a fixa, pressione a tecla para a


guia, por exemplo, pressione a letra N para a Inserir ou M para a
guia Fórmulas. Isso faz com que todas as marcas de Dica de Tecla
para os botões da guia apareçam. Em seguida, pressione a tecla
para o comando desejado.

Os meu atalhos antigos ainda funcionarão?


Atalhos de teclado que começam com CTRL continuarão
funcionando no Excel 2010. Por exemplo, CTRL+C ainda copia
para a Área de Transferência e CTRL+V ainda cola da Área de
Transferência.
A maioria dos antigos atalhos de menu ALT+ ainda funciona
também. No entanto, você precisa conhecer o atalho completo
da memória - não existem lembretes de tela sobre que teclas
pressionar. Por exemplo, tente pressionar ALT e pressione
uma das teclas do menu anterior E (Editar), V (Visualizar), I
(Inserir), e assim por diante. A caixa aparece dizendo que você
está usando uma tecla de acesso com uma versão anterior do
Microsoft Office. Se você souber toda a sequência de teclas, vá
Como ilustrado na figura acima, o usuário fica livre para em frente e inicie o comando. Se você não souber a sequência,
selecionar os valores desejados com as melhores formas de pressione ESC e use o símbolo de Dica de Tela.
ordenações.
Teclas de atalho -- combinação com CTRL
Configuração de página e impressão ( CTRL+PgUp ): Alterna entre guias da planilha, da esquerda
Vejamos as opções de impressão do Excel 2010. Nesta área, para a direita.
podemos determinar o número de cópias, as propriedades da ( CTRL+PgDn ): Alterna entre guias da planilha, da direita
impressora, quais planilhas serão impressas e como será o para a esquerda.
agrupamento das páginas durante a impressão, se a orientação ( CTRL+SHIFT+( ): Exibe novamente as linhas ocultas dentro
do papel será retrato ou paisagem, se o papel será A4 ou outro, da seleção.
configuramos as margens e o dimensionamento da planilha. ( CTRL+SHIFT+& ): Aplica o contorno às células selecionadas.
( CTRL+SHIFT_ ): Remove o contorno das células
selecionadas.
( CTRL+SHIFT+~ ): Aplica o formato de número Geral.

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APOSTILAS OPÇÃO
( CTRL+SHIFT+$) : Aplica o formato Moeda com duas casas conteúdo e o formato da célula mais à esquerda de um intervalo
decimais (números negativos entre parênteses) selecionado nas células à direita.
( CTRL+SHIFT+%) : Aplica o formato Porcentagem sem ( CTRL+B ): Salva o arquivo ativo com seu nome de arquivo,
casas decimais. local e formato atual.
( CTRL+SHIFT+^ ): Aplica o formato de número Científico ( CTRL+T ): Exibe a caixa de diálogo Criar Tabela.
com duas casas decimais. ( CTRL+S ): Aplica ou remove sublinhado.
( CTRL+SHIFT+# ): Aplica o formato Data com dia, mês e ano. ( CTRL+SHIFT+S ): alterna entre a expansão e a redução da
( CTRL+SHIFT+@ ): Aplica o formato Hora com a hora e os barra de fórmulas.
minutos, AM ou PM. ( CTRL+V ): Insere o conteúdo da Área de Transferência
(CTRL+SHIFT+! ): Aplica o formato Número com duas casas no ponto de inserção e substitui qualquer seleção. Disponível
decimais, separador de milhar e sinal de menos (-) para valores somente depois de ter recortado ou copiado um objeto, texto ou
negativos. conteúdo de célula.
( CTRL+SHIFT+*): Seleciona a região atual em torno da ( CTRL+ALT+V ): exibe a caixa de diálogo Colar Especial,
célula ativa (a área de dados circunscrita por linhas e colunas disponível somente depois que você recortar ou copiar um
vazias). Em uma tabela dinâmica, seleciona o relatório inteiro. objeto, textos ou conteúdo de célula em uma planilha ou em
( CTRL+SHIFT+: ): Insere a hora atual. outro programa.
( CTRL+SHIFT+” ): Copia o valor da célula que está acima da ( CTRL+W ): Fecha a janela da pasta de trabalho selecionada.
célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas. ( CTRL+X ): Recorta as células selecionadas.
( CTRL+SHIFT+Mais (+) ): Exibe a caixa de diálogo Inserir ( CTRL+Y ): Repete o último comando ou ação, se possível.
para inserir células em branco. ( CTRL+Z ): Usa o comando Desfazer para reverter o último
( CTRL+Menos (-) ): Exibe a caixa de diálogo Excluir para comando ou excluir a última entrada digitada.
excluir as células selecionadas. ( F1 ) Exibe o painel de tarefas Ajuda do Excel.
( CTRL+; ): Insere a data atual. ( CTRL+F1 ) exibe ou oculta a faixa.
( CTRL+J ): Alterna entre a exibição dos valores da célula e a ( ALT+F1 ) cria um gráfico inserido dos dados no intervalo
exibição de fórmulas na planilha. atual.
( CTRL + F ): Copia uma fórmula da célula que está acima da ( ALT+SHIFT+F1 ) insere uma nova planilha.
célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas. ( F2 ) Edita a célula ativa e posiciona o ponto de inserção no
( CTRL+1 ): Exibe a caixa de diálogo Formatar Células. fim do conteúdo da célula. Ele também move o ponto de inserção
( CTRL+2 ): Aplica ou remove formatação em negrito. para a Barra de Fórmulas para edição em uma célula desativada.
( CTRL+3 ): Aplica ou remove formatação em itálico. ( SHIFT+F2 ) adiciona ou edita um comentário de célula.
( CTRL+4 ): Aplica ou remove sublinhado. ( CTRL+F2 ) exibe a área de visualização de impressão na
( CTRL+5 ): Aplica ou remove tachado. guia Imprimir no Modo de exibição Backstage.
( CTRL+6 ): Alterna entre ocultar objetos, exibir objetos. ( F3 ) Exibe a caixa de diálogo Colar Nome. Disponível apenas
( CTRL+8 ): Exibe ou oculta os símbolos de estrutura de se houver nomes existentes na pasta de trabalho.
tópicos. ( SHIFT+F3 ) exibe a caixa de diálogo Inserir Função.
( CTRL+9 ): Oculta as linhas selecionadas. ( F4 ) Repete o último comando ou ação, se possível.
( CTRL+0 ): Oculta as colunas selecionadas. Quando uma referência a uma célula ou um intervalo de células
( CTRL+T ): Seleciona a planilha inteira. Se a planilha contiver é selecionado em uma fórmula, F4 circula por todas as várias
dados, CTRL+A seleciona a região atual. Pressionar CTRL+A combinações de referências absolutas e relativas.
novamente seleciona a planilha inteira. Quando o ponto de ( CTRL+F4 ) fecha a janela da pasta de trabalho selecionada.
inserção está à direita de um nome de função em uma fórmula, ( ALT+F4 ) fecha o Excel.
exibe a caixa de diálogo Argumentos da função. ( F5 ) Exibe a caixa de diálogo Ir para.
( CTRL+SHIFT+A ): insere os nomes e os parênteses do ( CTRL+F5 ) restaura o tamanho da janela da pasta de
argumento quando o ponto de inserção está à direita de um trabalho selecionada.
nome de função em uma fórmula. ( F6 ) Alterna entre a planilha, a Faixa de Opções, o painel de
( CTRL+N ): Aplica ou remove formatação em negrito. tarefas e os controles de zoom. Em uma planilha que foi dividida
( CTRL+C ): Copia as células selecionadas. (menu Exibir, comando Gerenciar Esta Janela, Congelar Painéis,
( CTRL+D ): Usa o comando Preencher Abaixo para copiar Dividir Janela), F6 inclui os painéis divididos ao alternar entre
o conteúdo e o formato da célula mais acima de um intervalo painéis e a área da Faixa de Opções.
selecionado nas células abaixo. ( SHIFT+F6 ) alterna entre a planilha, os controles de zoom,
( CTRL+L ): Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substituir o painel de tarefas e a Faixa de Opções.
com a guia Localizar selecionada. ( CTRL+F6 ) alterna para a próxima janela da pasta de
( SHIFT+F5 ) Ele também exibe essa guia, enquanto trabalho quando mais de uma janela da pasta de trabalho é
SHIFT+F4 repete a última ação de Localizar. aberta.
( CTRL+SHIFT+F ): abre a caixa de diálogo Formatar Células ( F7 ) Exibe a caixa de diálogo Verificar ortografia para
com a guia Fonte selecionada. verificar a ortografia na planilha ativa ou no intervalo
( CTRL+G ): Exibe a caixa de diálogo Ir para. selecionado.
( F5 ): também exibe essa caixa de diálogo. ( CTRL+F7 ) executa o comando Mover na janela da pasta
( CTRL+U ): Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substituir de trabalho quando ela não está maximizada. Use as teclas
com a guia Substituir selecionada. de direção para mover a janela e, quando terminar, pressione
( CTRL+I ): Aplica ou remove formatação em itálico. ENTER ou ESC para cancelar.
( CTRL+K ): Exibe a caixa de diálogo Inserir Hiperlink para ( F8 ) Ativa ou desativa o modo estendido. Nesse modo,
novos hiperlinks ou a caixa de diálogo Editar Hiperlink para os Seleção Estendida aparece na linha de status e as teclas de
hiperlinks existentes que estão selecionados. direção estendem a seleção.
( F11 ): Exibe a caixa de diálogo Criar Tabela. ( SHIFT+F8 ) permite adicionar uma célula não adjacente ou
( CTRL+O ): Cria uma nova pasta de trabalho em branco um intervalo a uma seleção de células, utilizando as teclas de
( CTRL+A ): Exibe a caixa de diálogo Abrir para abrir ou direção.
localizar um arquivo. ( CTRL+F8 ) executa o comando Tamanho (no menu Controle
( CTRL+SHIFT+O ): seleciona todas as células que contêm da janela da pasta de trabalho), quando uma pasta de trabalho
comentários. não está maximizada.
( CTRL+P ): Exibe a guia Imprimir em Modo de exibição ( ALT+F8 ) exibe a caixa de diálogo Macro para criar, executar,
Backstage do Microsoft Office. editar ou excluir uma macro.
( CTRL+SHIFT+P ): abre a caixa de diálogo Formatar Células ( F9 ) Calcula todas as planilhas em todas as pastas de
com a guia Fonte selecionada. trabalho abertas.
( CTRL+R ): Usa o comando Preencher à Direita para copiar o ( SHIFT+F9 ) calcula a planilha ativa.

Informática Básica 67
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APOSTILAS OPÇÃO
( CTRL+ALT+F9 ) calcula todas as planilhas em todas as a última célula utilizada na planilha (canto inferior direito).
pastas de trabalho abertas, independentemente de elas terem Se o cursor estiver na barra de fórmulas, CTRL+SHIFT+END
sido ou não alteradas desde o último cálculo. seleciona todos os textos na barra de fórmulas da posição do
( CTRL+ALT+SHIFT+F9 ) verifica novamente as fórmulas cursor até o final — isso não afeta a altura da barra de fórmulas.
dependentes e depois calcula todas as células em todas as pastas ( ENTER ) Conclui uma entrada de célula da célula ou da
de trabalho abertas, inclusive as células que não estão marcadas Barra de Fórmulas e seleciona a célula abaixo (por padrão).
para serem calculadas. No formulário de dados, ele move para o primeiro campo no
( CTRL+F9 ) minimiza a janela da pasta de trabalho para um próximo registro.
ícone. Abre um menu selecionado (pressione F10 para ativar a barra
( F10 ) Ativa e desativa as dicas de tecla. (Pressionar ALT tem de menus) ou executa a ação para um comando selecionado.
a mesma função). Na caixa de diálogo, ele executa a ação do botão de comando
( SHIFT+F10 ) exibe o menu de atalho para um item padrão na caixa de diálogo (o botão com o contorno em negrito,
selecionado. geralmente o botão OK).
( ALT+SHIFT+F10 ) exibe o menu ou a mensagem para um ( ALT+ENTER ) inicia uma nova linha na mesma célula.
botão de Verificação de Erros. ( CTRL+ENTER ) preenche o intervalo de células selecionado
( CTRL+F10 ) maximiza ou restaura a janela da pasta de com a entrada atual.
trabalho selecionada. ( SHIFT+ENTER ) conclui uma entrada de célula e seleciona
( F11 ) Cria um gráfico dos dados no intervalo atual em uma a célula de cima.
folha de Gráfico separada. ( ESC ) Cancela uma entrada na célula ou na barra de fórmulas.
( SHIFT+F11 ) insere uma nova planilha. Fecha um menu ou um submenu, uma caixa de diálogo ou uma
( ALT+F11 ) abre o Editor do Microsoft Visual Basic Para janela de mensagens aberta. Também fecha o modo de exibição
Aplicativos, no qual você pode criar uma macro utilizando o VBA de tela inteira, quando esse modo está aplicado, e retorna ao
(Visual Basic for Applications). modo de exibição de tela normal para exibir novamente a faixa
( F12 ) Exibe a caixa de diálogo Salvar Como. de opções e a barra de status.
( ALT ) Mostra as Dicas de Tela (novos atalhos) na faixa de ( HOME ) Move para o início de uma linha em uma planilha.
opções. Por exemplo, ALT, W, P alterna a planilha para o modo Move para a célula no canto superior esquerdo da janela quando
de exibição Layout de Página. ALT, W, L alterna a planilha para SCROLL LOCK está ativado. Seleciona o primeiro comando no
o modo de exibição Normal. ALT, W, I alterna a planilha para o menu quando um menu ou submenu fica visível.
modo de exibição Quebra de Página. ( CTRL+HOME ) move para o início de uma planilha.
( TECLAS DE DIREÇÃO ) Move uma célula para cima, para ( CTRL+SHIFT+HOME ) estende a seleção de células até o
baixo, para a esquerda ou para a direita na planilha. início da planilha.
( CTRL+TECLAS DE DIREÇÃO ) move para a margem da ( PAGE DOWN ) Move uma tela para baixo na planilha.
região de dados atual em uma planilha. ( ALT+PAGE DOWN ) move uma tela para a direita na planilha.
( SHIFT+TECLAS DE DIREÇÃO ) estende a seleção das células ( CTRL+PAGE DOWN ) move para a próxima planilha na
em uma célula. pasta de trabalho.
( CTRL+SHIFT+TECLAS DE DIREÇÃO ) estende a seleção de ( CTRL+SHIFT+PAGE DOWN ) seleciona a planilha atual e a
células à última célula preenchida na mesma coluna ou linha próxima planilha na pasta de trabalho.
como a célula ativa ou, se a próxima célula estiver em branco, ( PAGE UP ) Move uma tela para cima na planilha.
estende a seleção para a próxima célula preenchida. ( ALT+PAGE UP ) move uma tela para a esquerda na planilha.
( A SETA PARA A ESQUERDA ou SETA PARA A DIREITA ( CTRL+PAGE UP ) move para a planilha anterior na pasta
) seleciona a guia à esquerda ou à direita quando a fita é de trabalho.
selecionada. Quando um submenu está aberto ou selecionado, ( CTRL+SHIFT+PAGE UP ) seleciona a planilha atual e a
essas teclas de direção alternam entre o menu principal e o anterior na pasta de trabalho.
submenu. Quando uma guia de faixa de opções for selecionada, ( BARRA DE ESPAÇOS ) Em uma caixa de diálogo, executa a
essas teclas navegarão entre os botões da guia. ação para o botão selecionado ou marca uma caixa de seleção.
( A SETA PARA BAIXO ou SETA PARA CIMA ) seleciona o ( CTRL+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona uma coluna inteira
próximo comando ou o comando anterior quando um menu ou na planilha.
submenu está aberto. Quando uma guia da faixa de opções for ( SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona uma linha inteira
selecionada, essas teclas navegarão para cima ou para baixo no na planilha.
grupo da guia. ( CTRL+SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona a planilha
Na caixa de diálogo, as teclas de direção se movem entre inteira. Se a planilha contiver dados, CTRL+SHIFT+BARRA
opções em uma lista suspensa aberta ou entre opções em um DE ESPAÇOS seleciona a região atual. Pressionar
grupo de opções CTRL+SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS novamente seleciona a região
( SETA PARA BAIXO ou ALT+SETA PARA BAIXO ) abre uma atual e suas linhas de resumo. Pressionar CTRL+SHIFT+BARRA
lista suspensa selecionada. DE ESPAÇOS mais uma vez seleciona a planilha inteira.
( BACKSPACE ) Exclui um caractere à esquerda na Barra Quando um objeto é selecionado, CTRL+SHIFT+BARRA DE
de Fórmulas. Além disso, desmarca o conteúdo da célula ativa. ESPAÇOS seleciona todos os objetos em uma planilha.
No modo edição de célula, ele exclui o caractere à esquerda do ( ALT+BARRA DE ESPAÇOS ) exibe o menu Controle para a
ponto de inserção. janela do Excel.
( DELETE ) Remove o conteúdo da célula (dados e fórmulas) ( TAB ) Move uma célula para a direita em uma planilha.
das células selecionadas sem afetar os formatos de célula ou os Move entre células desprotegidas em uma planilha protegida.
comentários. No modo edição de célula, ele exclui o caractere à Move para a próxima opção ou para o grupo de opções em uma
direita do ponto de inserção. caixa de diálogo.
( END ) END ativa o modo de Término. No modo de Término, SHIFT+TAB move para a célula anterior em uma planilha ou
você pode pressionar uma tecla de seta para mover para a para a opção anterior em uma caixa de diálogo.
próxima célula preenchida na mesma coluna ou linha como a ( CTRL+TAB ) alternar para a próxima guia na caixa de
célula ativa. Se as células estiverem em branco, pressione END diálogo.
seguida por uma seta para mover para a última célula na linha ( CTRL+SHIFT+TAB ) alterna para a guia anterior em uma
ou coluna. A tecla END seleciona o último comando no menu caixa de diálogo.
quando um menu ou submenu fica visível. ALT Mostra as Dicas de Tela (novos atalhos) na faixa de
( CTRL + END ) move para a última célula em uma planilha, opções.
para a linha usada mais abaixo da coluna da direita mais usada. Por exemplo, ALT, W, P alterna a planilha para o modo de
Se o cursor estiver na barra de fórmulas, CTRL+END move o exibição Layout de Página. ALT, W, L alterna a planilha para o
cursor para o final do texto. modo de exibição Normal. ALT, W, I alterna a planilha para o
( CTRL+SHIFT+END ) estende a seleção das células para modo de exibição Quebra de Página.

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( TECLAS DE DIREÇÃO ) Move uma célula para cima, para Seleciona o primeiro comando no menu quando um menu
baixo, para a esquerda ou para a direita na planilha. ou submenu fica visível.
( CTRL+TECLAS DE DIREÇÃO ) move para a margem da ( CTRL+HOME ) move para o início de uma planilha.
região de dados atual em uma planilha. ( CTRL+SHIFT+HOME ) estende a seleção de células até o
( SHIFT+TECLAS DE DIREÇÃO ) estende a seleção das células início da planilha.
em uma célula. ( PAGE DOWN ) Move uma tela para baixo na planilha.
( CTRL+SHIFT+TECLAS DE DIREÇÃO ) estende a seleção de ( ALT+PAGE DOWN ) move uma tela para a direita na planilha.
células à última célula preenchida na mesma coluna ou linha ( CTRL+PAGE DOWN ) move para a próxima planilha na
como a célula ativa ou, se a próxima célula estiver em branco, pasta de trabalho.
estende a seleção para a próxima célula preenchida. ( CTRL+SHIFT+PAGE DOWN ) seleciona a planilha atual e a
( A SETA PARA A ESQUERDA ou SETA PARA A DIREITA próxima planilha na pasta de trabalho.
) seleciona a guia à esquerda ou à direita quando a fita é ( PAGE UP ) Move uma tela para cima na planilha.
selecionada. Quando um submenu está aberto ou selecionado, ( ALT+PAGE UP ) move uma tela para a esquerda na planilha.
essas teclas de direção alternam entre o menu principal e o ( CTRL+PAGE UP ) move para a planilha anterior na pasta
submenu. Quando uma guia de faixa de opções for selecionada, de trabalho.
essas teclas navegarão entre os botões da guia. ( CTRL+SHIFT+PAGE UP ) seleciona a planilha atual e a
( A SETA PARA BAIXO ou SETA PARA CIMA ) seleciona o anterior na pasta de trabalho.
próximo comando ou o comando anterior quando um menu ou ( BARRA DE ESPAÇOS ) Em uma caixa de diálogo, executa a
submenu está aberto. Quando uma guia da faixa de opções for ação para o botão selecionado ou marca uma caixa de seleção.
selecionada, essas teclas navegarão para cima ou para baixo no ( CTRL+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona uma coluna inteira
grupo da guia. na planilha.
Na caixa de diálogo, as teclas de direção se movem entre ( SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona uma linha inteira
opções em uma lista suspensa aberta ou entre opções em um na planilha.
grupo de opções ( CTRL+SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona a planilha
( SETA PARA BAIXO ou ALT+SETA PARA BAIXO ) abre uma inteira. Se a planilha contiver dados, CTRL+SHIFT+BARRA
lista suspensa selecionada. DE ESPAÇOS seleciona a região atual. Pressionar
( BACKSPACE ) Exclui um caractere à esquerda na Barra de CTRL+SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS novamente seleciona a região
Fórmulas. atual e suas linhas de resumo. Pressionar CTRL+SHIFT+BARRA
Além disso, desmarca o conteúdo da célula ativa. No modo DE ESPAÇOS mais uma vez seleciona a planilha inteira.
edição de célula, ele exclui o caractere à esquerda do ponto de Quando um objeto é selecionado, CTRL+SHIFT+BARRA DE
inserção. ESPAÇOS seleciona todos os objetos em uma planilha.
( DELETE ) Remove o conteúdo da célula (dados e fórmulas) ( ALT+BARRA DE ESPAÇOS ) exibe o menu Controle para a
das células selecionadas sem afetar os formatos de célula ou os janela do Excel.
comentários. No modo edição de célula, ele exclui o caractere à ( TAB ) Move uma célula para a direita em uma planilha.
direita do ponto de inserção. Move entre células desprotegidas em uma planilha protegida.
( END ) END ativa o modo de Término. No modo de Término, Move para a próxima opção ou para o grupo de opções em uma
você pode pressionar uma tecla de seta para mover para a caixa de diálogo.
próxima célula preenchida na mesma coluna ou linha como a SHIFT+TAB move para a célula anterior em uma planilha ou
célula ativa. Se as células estiverem em branco, pressione END para a opção anterior em uma caixa de diálogo.
seguida por uma seta para mover para a última célula na linha ( CTRL+TAB ) alternar para a próxima guia na caixa de
ou coluna. A tecla END seleciona o último comando no menu diálogo.
quando um menu ou submenu fica visível. ( CTRL+SHIFT+TAB ) alterna para a guia anterior em uma
( CTRL + END ) move para a última célula em uma planilha, caixa de diálogo.
para a linha usada mais abaixo da coluna da direita mais usada. ( ALT ) Mostra as Dicas de Tela (novos atalhos) na faixa de
Se o cursor estiver na barra de fórmulas, CTRL+END move o opções.
cursor para o final do texto. Por exemplo, ALT, W, P alterna a planilha para o modo de
( CTRL+SHIFT+END ) estende a seleção das células para exibição Layout de Página. ALT, W, L alterna a planilha para o
a última célula utilizada na planilha (canto inferior direito). modo de exibição Normal. ALT, W, I alterna a planilha para o
Se o cursor estiver na barra de fórmulas, CTRL+SHIFT+END modo de exibição Quebra de Página.
seleciona todos os textos na barra de fórmulas da posição do ( TECLAS DE DIREÇÃO ) Move uma célula para cima, para
cursor até o final — isso não afeta a altura da barra de fórmulas. baixo, para a esquerda ou para a direita na planilha.
( ENTER ) Conclui uma entrada de célula da célula ou da ( CTRL+TECLAS DE DIREÇÃO ) move para a margem da
Barra de Fórmulas e seleciona a célula abaixo (por padrão). região de dados atual em uma planilha.
No formulário de dados, ele move para o primeiro campo no ( SHIFT+TECLAS DE DIREÇÃO ) estende a seleção das células
próximo registro. em uma célula.
Abre um menu selecionado (pressione F10 para ativar ( CTRL+SHIFT+TECLAS DE DIREÇÃO ) estende a seleção de
a barra de menus) ou executa a ação para um comando células à última célula preenchida na mesma coluna ou linha
selecionado. Na caixa de diálogo, ele executa a ação do botão de como a célula ativa ou, se a próxima célula estiver em branco,
comando padrão na caixa de diálogo (o botão com o contorno estende a seleção para a próxima célula preenchida.
em negrito, geralmente o botão OK). ( A SETA PARA A ESQUERDA ou SETA PARA A DIREITA
( ALT+ENTER ) inicia uma nova linha na mesma célula. ) seleciona a guia à esquerda ou à direita quando a fita é
( CTRL+ENTER ) preenche o intervalo de células selecionado selecionada. Quando um submenu está aberto ou selecionado,
com a entrada atual. essas teclas de direção alternam entre o menu principal e o
( SHIFT+ENTER ) conclui uma entrada de célula e seleciona submenu. Quando uma guia de faixa de opções for selecionada,
a célula de cima. essas teclas navegarão entre os botões da guia.
( ESC) Cancela uma entrada na célula ou na barra de fórmulas. ( A SETA PARA BAIXO ou SETA PARA CIMA ) seleciona o
Fecha um menu ou um submenu, uma caixa de diálogo ou próximo comando ou o comando anterior quando um menu ou
uma janela de mensagens aberta. submenu está aberto. Quando uma guia da faixa de opções for
Também fecha o modo de exibição de tela inteira, quando selecionada, essas teclas navegarão para cima ou para baixo no
esse modo está aplicado, e retorna ao modo de exibição de tela grupo da guia.
normal para exibir novamente a faixa de opções e a barra de Na caixa de diálogo, as teclas de direção se movem entre
status. opções em uma lista suspensa aberta ou entre opções em um
( HOME) Move para o início de uma linha em uma planilha. grupo de opções
Move para a célula no canto superior esquerdo da janela ( SETA PARA BAIXO ou ALT+SETA PARA BAIXO ) abre uma
quando SCROLL LOCK está ativado. lista suspensa selecionada.

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( BACKSPACE ) Exclui um caractere à esquerda na Barra DE ESPAÇOS mais uma vez seleciona a planilha inteira.
de Fórmulas. Além disso, desmarca o conteúdo da célula ativa. Quando um objeto é selecionado, CTRL+SHIFT+BARRA DE
No modo edição de célula, ele exclui o caractere à esquerda do ESPAÇOS seleciona todos os objetos em uma planilha.
ponto de inserção. ( ALT+BARRA DE ESPAÇOS ) exibe o menu Controle para a
( DELETE ) Remove o conteúdo da célula (dados e fórmulas) janela do Excel.
das células selecionadas sem afetar os formatos de célula ou os ( TAB ) Move uma célula para a direita em uma planilha.
comentários. No modo edição de célula, ele exclui o caractere à Move entre células desprotegidas em uma planilha protegida.
direita do ponto de inserção. Move para a próxima opção ou para o grupo de opções em uma
(END ) END ativa o modo de Término. No modo de Término, caixa de diálogo.
você pode pressionar uma tecla de seta para mover para a ( SHIFT+TAB ) move para a célula anterior em uma planilha
próxima célula preenchida na mesma coluna ou linha como a ou para a opção anterior em uma caixa de diálogo.
célula ativa. Se as células estiverem em branco, pressione END ( CTRL+TAB ) alternar para a próxima guia na caixa de
seguida por uma seta para mover para a última célula na linha diálogo.
ou coluna. A tecla END seleciona o último comando no menu ( CTRL+SHIFT+TAB ) alterna para a guia anterior em uma
quando um menu ou submenu fica visível. caixa de diálogo.
( CTRL + END ) move para a última célula em uma planilha,
para a linha usada mais abaixo da coluna da direita mais usada. Questões
Se o cursor estiver na barra de fórmulas, CTRL+END move o
cursor para o final do texto. 01. (FUNDUNESP - Técnico Administrativo- VUNESP).
( CTRL+SHIFT+END ) estende a seleção das células para Observe o ícone a seguir, retirado do MS­Excel 2010, em sua
a última célula utilizada na planilha (canto inferior direito). configuração padrão.
Se o cursor estiver na barra de fórmulas, CTRL+SHIFT+END
seleciona todos os textos na barra de fórmulas da posição do
cursor até o final — isso não afeta a altura da barra de fórmulas.
( ENTER ) Conclui uma entrada de célula da célula ou da Assinale a alternativa que contém o nome do ícone.
Barra de Fórmulas e seleciona a célula abaixo (por padrão). (A) Escala.
No formulário de dados, ele move para o primeiro campo no (B) Diminuir Casas Decimais.
próximo registro. (C) Porcentagem.
Abre um menu selecionado (pressione F10 para ativar (D) Separador de Milhares.
a barra de menus) ou executa a ação para um comando (E) Aumentar Casas Decimais.
selecionado. Na caixa de diálogo, ele executa a ação do botão de
comando padrão na caixa de diálogo (o botão com o contorno 02. A figura a seguir apresenta uma tabela extraída do Excel
em negrito, geralmente o botão OK). 2010, em sua configuração padrão:
( ALT+ENTER ) inicia uma nova linha na mesma célula.
( CTRL+ENTER ) preenche o intervalo de células selecionado
com a entrada atual.
( SHIFT+ENTER ) conclui uma entrada de célula e seleciona
a célula de cima.
( ESC ) Cancela uma entrada na célula ou na barra de fórmulas.
Fecha um menu ou um submenu, uma caixa de diálogo ou uma
janela de mensagens aberta. Também fecha o modo de exibição
de tela inteira, quando esse modo está aplicado, e retorna ao
modo de exibição de tela normal para exibir novamente a faixa Assinale a alternativa que contém a fórmula que, quando
de opções e a barra de status. inserida na célula B5, resulta no mesmo valor apresentado na
( HOME ) Move para o início de uma linha em uma planilha. figura.
Move para a célula no canto superior esquerdo da janela quando (A) =SOMA(B1:B4)
SCROLL LOCK está ativado. Seleciona o primeiro comando no (B) =SOMA(B2:B4)
menu quando um menu ou submenu fica visível. (C) =SOMA(B2:D6)
( CTRL+HOME ) move para o início de uma planilha. (D) =SOMA(B2:D2)
( CTRL+SHIFT+HOME ) estende a seleção de células até o (E) =SOMA(B2:C4)
início da planilha.
( PAGE DOWN ) Move uma tela para baixo na planilha. 03. (CBTU-METROREC - Analista de Gestão – Advogado-
( ALT+PAGE DOWN ) move uma tela para a direita na planilha. CONSULPLAN) Considere a planilha produzida com a
( CTRL+PAGE DOWN ) move para a próxima planilha na ferramenta Microsoft Office Excel 2007 (configuração padrão).
pasta de trabalho.
( CTRL+SHIFT+PAGE DOWN ) seleciona a planilha atual e a
próxima planilha na pasta de trabalho.
( PAGE UP ) Move uma tela para cima na planilha.
( ALT+PAGE UP ) move uma tela para a esquerda na planilha.
( CTRL+PAGE UP ) move para a planilha anterior na pasta
de trabalho.
( CTRL+SHIFT+PAGE UP ) seleciona a planilha atual e a
anterior na pasta de trabalho.
( BARRA DE ESPAÇOS ) Em uma caixa de diálogo, executa a
ação para o botão selecionado ou marca uma caixa de seleção. De acordo com as informações apresentadas, marque V para
( CTRL+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona uma coluna inteira as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
na planilha. ( ) Se na célula A7 for aplicada a fórmula =SOMA(B4:E4), o
( SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona uma linha inteira resultado será 210.
na planilha. ( ) Para obter a média dos valores no ano de 2003, pode-se
( CTRL+SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS ) seleciona a planilha inserir a fórmula =MÉDIA(D2:D6) na célula B7.
inteira. ( ) Se na célula C7 for inserida a fórmula
Se a planilha contiver dados, CTRL+SHIFT+BARRA =MÁXIMO(B5;D5;C6;D6), o resultado será 800.
DE ESPAÇOS seleciona a região atual. Pressionar ( ) Ao aplicar na célula D7 a função =SE(B3>E6;”NÃO”;”SIM”),
CTRL+SHIFT+BARRA DE ESPAÇOS novamente seleciona a região o resultado obtido será “NÃO”.
atual e suas linhas de resumo. Pressionar CTRL+SHIFT+BARRA

Informática Básica 70
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APOSTILAS OPÇÃO
A sequência está correta em Respostas
(A) V, V, V, F
(B) V, V, F, V 01. Resposta: D
(C) F, F, F, V Separador de Milhares - quando selecionada a formatação
(D) F, V, F, F da célula é alterada pra Contábil e mesmo que a formatação já
(E) N.D.A esteja posicionada em Contábil, o símbolo moeda é removido.

04. (PRODEST-ES - Analista Organizacional - Área 02. Resposta: B


Administrativa- VUNESP) Observe as planilhas do MS- Nessa questão a célula B5 esta somando o intervalo entre
Excel 2010, a seguir, na sua configuração padrão. As planilhas B2 e B4, portanto utilizamos dois pontos “:” entre os intervalos.
apresentam a mesma tabela em dois momentos: antes e depois
da classificação de dados no intervalo de células A9:D15. 03. Resposta: D
A primeira alternativa obtém o valor 360, portanto é falso. A
segunda alternativa está correta. A terceira alternativa obtém o
valor 540, portanto é falso. A quarta alternativa retorna o valor
SIM, portanto é falso. A sequencia é - F,V,F,F

04. Resposta: E
Foi selecionado primeiros a coluna pertencente a
quantidade e solicitado que fosse classificado de Z a A, a seguir
foi selecionada a coluna do Frete e também selecionada de Z a
A, outra forma seria a utilização da Personalizar Classificação...
Antes da classificação. então podemos incluir as ordenações como na figura abaixo que
o mesmo procedimento será executado:

Após a classificação.

Considerando que a ordem utilizada foi “do maior para


o menor valor”, assinale a alternativa que contém as colunas
utilizadas na classificação. 05. Resposta: A
(A) Valor e Frete. Quando é utilizada a alça de preenchimento para números,
(B) Frete e Valor. é criada uma sequencia numérica comparada ao intervalo
(C) Valor e Qtde. do numero anterior, se temos 2 números em uma coluna, por
(D) Frete e Qtde. exemplo, 1 na célula B1 e 2 na célula B2 sua continuação será 3,
(E) Qtde e Frete. 4, 5 e assim por diante, como em nosso exemplo temos 2 e 5 a
sequencia criada será de 3 em 3, nesse caso o autopreenchimento
05. (Banco da Amazônia - Técnico Científico - Medicina será 8, 11, 14, 17 ...
do Trabalho- CESGRANRIO) Ao editar uma planilha no MS
Excel, o usuário inseriu os valores 2 e 5 nas células B2 e B3. Editor de apresentação POWERPOINT
Em seguida, selecionou essas duas células, obtendo o resultado
ilustrado na Figura abaixo: APRESENTAÇÃO
O PowerPoint um programa utilizado na criação, edição e
exibição de apresentações gráficas e slides. Com este aplicativo,
é possível criar de forma rápida e prática apresentações
dinâmicas, essenciais em diversas situações como reuniões
corporativas, palestras, convenções, cursos, aulas e eventos
diversos, cujo objetivo é informar de maneira prática e dinâmica
sobre um determinado tema.
Um slide ou apresentação gráfica é uma sequência de
Logo depois, o usuário puxou o canto inferior direito da área quadros, que incorpora recursos como textos, imagens, sons, e
selecionada - marcado pelo ponto -, segurando o mouse com o vídeos, e são animados de diferentes maneiras.
botão da esquerda apertado, esticando a área até a célula B5 Na versão 2010, o PowerPoint mantém a interface
(inclusive). apresentada na versão 2007, onde os menus foram substituídos
pela “faixa de opções”, com diversas guias, onde são encontrados
Ao soltar o botão do mouse, ocorreu que a(o) mais facilmente os comandos necessários para a criação e
(A) célula B4 passou a conter o valor 8, a célula B5 passou a edição das apresentações. Uma das mudanças desta versão foi a
conter o valor 11, e as células B2 e B3 permaneceram inalteradas. substituição do ícone do Windows, que ficava no canto superior
(B célula B4 passou a conter o valor 2, a célula B5 pas- u a esquerdo no PowerPoint 2007, pela guia Arquivo. A guia
conter o valor 5, e as células B2 e B3 permaneceram inalteradas Arquivo dá acesso a uma área completamente nova, chamada
(C) célula B4 e a B5 passaram, ambas, a conter o valor 5, e a de Backstage, que facilita a execução de tarefas como salvar,
célula B2 e a B3 permaneceram inalteradas. imprimir e compartilhar documentos. Na área de impressão,
(D) conteúdo das células não sofreu qualquer alteração. por exemplo, o backstage exibe a prévia do documento em uma
(E) conteúdo das células B2 e B3 foi movido para as células grande área e, conforme ajustes são feitos pelo usuário, esta
B4 e B5, respectivamente, e as células B2 e B3 passaram a ficar prévia muda. Esse recurso facilita bastante na hora de imprimir,
vazias. pois a visualização do documento fica na mesma tela que as
opções de impressão e não é necessário navegar por menus
auxiliares.

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APOSTILAS OPÇÃO
serão criados ou editados diretamente nesse espaço.
2. Os espaços reservados são as caixas com as bordas
pontilhadas dentro do Painel Slide. São locais destinados à
Faixa de opções: acesso semelhante ao Powerpont 2007 digitação dos textos, mas que também podem conter imagens,
gráficos, tabelas, vídeos, etc. Necessariamente estes espaços não
precisam ser utilizados, podendo ser apagados para utilização
de todo o espaço do Painel Slide quando houver necessidade.
3. O painel Miniaturas exibe miniaturas dos slides de sua
apresentação, possibilitando uma navegação mais simples entre
eles, além de possibilitar uma identificação mais rápida de
um determinado quadro que compõe a apresentação. Na guia
Tópicos, localizada logo acima do Painel Miniatura, é possível
visualizar, alterar e formatar os textos dos slides de forma rápida
e eficaz. Essa guia é bastante útil quando há a necessidade de
salvar o conteúdo da apresentação para um documento Word,
por exemplo.
4. O Painel Anotações é o local onde você digita observações,
lembretes, dicas etc. Este recurso irá auxiliar a pessoa que irá
conduzir a apresentação.

Na imagem a seguir, iremos descrever as demais áreas


visualizadas na janela inicial do PowerPoint, e a seguir
analisaremos cada uma delas.

Faixa de opções: acesso semelhante ao Powerpont 2007

INICIANDO O POWERPOINT
Há diversas maneiras de iniciar o PowerPoint. Uma das forma
mais utilizadas é clicar no botão Iniciar, Todos os programas,
Microsoft Office, Microsoft Office PowerPoint 2010, ou clicar
no botão Iniciar, e no espaço “pesquisar programas e arquivos”,
digite “powerpoint”.

Funções disponíveis na Área de trabalho do Powerpoint

Menu Controles – Ao clicar neste ícone , aparecerão


Iniciar o Powerpoint funções como Restaurar, Minimizar e Fechar.
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido – Facilita a
execução de ações mais utilizadas ou que são repetitivas na
criação ou edição de uma apresentação. Por padrão, as funções
que são exibidas nesta barra são as seguintes: Salvar, Desfazer e
Refazer. É possível personalizar estas opções clicando na caixa
de listagem como é mostrado na figura.

Iniciar o PowerPoint

CONHECENDO A ÁREA DE TRABALHO DO POWERPOINT


Ao abrirmos o PowerPoint, uma apresentação é criada
automaticamente, como a demonstra a figura 5. Destacamos,
a seguir, as quatro principais áreas de uma apresentação
powerpoint:

Caixa de listagem da Barra de Ferramentas de Acesso


Rápido

Barra de Título – Mostra o título e a versão do programa,


assim como o nome do documento (arquivo) que sendo
trabalhado no momento.

As principais áreas exibidas na janela do Powerpoint.


Barra de títulos
1. Painel Slide é a área maior no centro da tela. Os slides

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Controles da janela – Controla as ações da janela, como
Minimizar, Maximizar (ficar do tamanho da tela), e Fechar a
janela.

Controle das Janelas Destaque para os botões deslizantes da régua Primeira linha
e Antes do texto
Botão Ajuda – Acessa a ajuda do Office.
Faixa de opções – Local onde onde estão os principais Barras de rolagem – Permite a você navegar pela
comandos do PowerPoint, separados por guias: Arquivo, Página apresentação, uma vez que a página é maior que a tela, clicando
Inicial, Inserir, Design, Transições, Animações, Apresentação de com o mouse sobre as setas, ou arrastando o botão de rolagem
Slides, Revisão e Exibição. Abaixo da barra de rolagem, existem botões para tornar essa
navegação mais rápida: Slide anterior e Próximo slide.

Barra de Status – Localizada na margem inferior esquerda


da tela, mostra informações sobre a apresentação, tais como
Faixa de opções slide atual, total de slides e tema utilizado.
Réguas – As réguas horizontais e verticais são usadas para
medir e posicionar objetos na apresentação. Ela só é visualizada
no modo de exibição Normal.
Barra de Status

Modos de exibição – Frequentemente, é preciso alterar


a visualização da apresentação do PowerPoint. Para isso,
utilizamos as opções de exibição que se encontram à direita da
barra de status:

Faixa de opções Modos de exibição

Caso a régua não esteja sendo visualizada, clique na guia


Exibição e ative a caixa de verificação Régua, no grupo Mostrar.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, no


qual você cria e edita a apresentação. Nesse modo de exibição,
também são visualizados os painéis Miniaturas e Anotações.

Guia Exibição, destaque para o grupo Mostrar, item Régua

Além disso, quando você movimenta os controles


deslizantes existentes na régua, o texto selecionado reorganiza-
O modo de exibição Classificação de Slides mostra os slides
se dinamicamente no novo espaçamento.
em forma de miniaturas, lado a lado. Nesse modo de exibição,
organizar a sequência de slides à medida que você cria a
apresentação fica bem mais fácil.
Nesse modo, também é possível adicionar seções e classificar
os slides em diferentes categorias.

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APOSTILAS OPÇÃO

O Modo de Exibição Leitura normalmente é utilizado para


exibir uma apresentação em uma janela com controles simples
que facilitem sua revisão, pois um menu com comandos mais
utilizados – Próximo, Anterior, Visualização de Impressão e
Imprimir, entre outros – fica disponível no canto inferior direito
da janela, ao lado dos botões dos modos de exibição.

Tela de ajuda do Powerpoint

1.3. FAIXA DE OPÇÕES


A faixa de opções mostra os comandos mais utilizados
agrupados por temas, para que você não precise procurá-los em
vários menus, assim facilitando o trabalho.
Há três componentes básicos na faixa de opções. É bom saber
como cada um se chama para compreender como utilizá-lo.

O modo de exibição de Apresentação de Slides é utilizado


para exibir a apresentação ao público alvo, pois gráficos, filmes,
efeitos animados e efeitos de transição são visualizados em
tempo real. Componentes básicos da faixa de opção
Para sair desse modo de exibição basta pressionar a tecla
ESC. 1 - Guias – Há nove guias básicas na parte superior. Cada
uma representa uma área de atividade e, em cada uma delas, os
Zoom – Aumenta ou diminui a visualização do painel slide. comandos são reunidos por grupos. Por exemplo, a guia Página
Há três formas de utilizar esse controle: Inicial contém todos os comandos que você utiliza com mais
frequência e os botões Recortar, Copiar e Colar, que estão no
grupo Área de transferência.
2 - Grupos – Cada guia tem vários grupos que mostram os
itens relacionados em conjunto.
3 - Comandos – Um comando é um botão, uma caixa para
inserir informações ou um menu.

Confira, a seguir, cada uma das guias, seus grupos e


comandos:
Formas para alterar o zoom GUIA ARQUIVO
A guia Arquivo permite acessar comando como abrir,
1. Clicar sobre o valor da porcentagem de zoom atual para salvar, salvar como, fechar, sair entre outros. Observe na figura
abrir a caixa de diálogo Zoom e escolher o valor desejado. abaixo:
2. Clicar sobre os botões Reduzir ou Ampliar que reduzirá ou
ampliará o zoom de 10 em 10%.
3. Clicar no botão Zoom e arrastá-lo até a posição desejada.
Ajustar Slide à Janela atual – Reajusta o slide à janela depois
de se alterar o zoom.

1.2. OBTENDO AJUDA


Você precisa de ajuda? É só clicar no botão Ajuda, localizado
no canto superior direito, ou pressionar a tecla F1.

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APOSTILAS OPÇÃO

A Faixa de Opções no PowerPoint. Cada programa tem


uma Faixa de Opções diferente, mas os seus elementos são os
mesmos: guias, grupos e comandos.
O comando Imprimir: Exibe as opções de configuração:

O comando Salvar (CTRL+B) permite salvar as alterações


feitas em um arquivo existente. Caso seja a primeira vez que
o arquivo esteja sendo salvo ou estiver sendo visualizado no
modo somente de leitura, abrirá a caixa de diálogo salvar como.
O comando Salvar como permite criar o novo arquivo em
edição, ou seja, dar um nome para o arquivo, escolher o local que
será salvo e o formato. Por padrão o PowerPoint 2010 sugere Salvar e Enviar:
PPTX ou PPSX, porém pode ser salvo nos formatos PDF, PPT,
PPS e ODP (BrOffice Impress) entre outros formatos. Enviar por E-mail:
No item Abrir, carrega uma janela que permite localizar e - Enviar por E-mail: Permite anexar uma cópia da
abrir/criar um arquivo existente. A pasta sugerida para iniciar apresentação atual a um e-mail.
a busca do arquivo é a pasta Meus Documentos e os arquivos - Enviar como Link: Permite criar um e-mail que contenha
exibidos são os arquivos compatíveis com o PowerPoint, este um link para esta apresentação. Para que este comando esteja
tipo de filtro facilita a tentativa de localização do arquivo habilitado ele deve ser salvo em um local compartilhado.
desejado. - Enviar por e-mail como anexo em PDF: Envia uma
O comando Fechar fecha a apresentação atual/ativo e o cópia do documento atual em uma mensagem como anexo
comando Sair fecha todos os documentos abertos e encerra o em PDF. Para que este comando funcione corretamente é
programa. necessário que o Programa Cliente de email esteja devidamente
O comando Informações dá detalhes sobre o arquivo – configurado.
estatísticas – e acesso rápido à opções de compartilhamento, - Enviar por e-mail como anexo em XPS: Envia uma
proteção e compatibilidade – em relação às versões anteriores. cópia do documento atual em uma mensagem como anexo
O comando Recente exibe uma lista dos arquivos em XPS. Para que este comando funcione corretamente é
executados pelo programa. Imediatamente à esquerda temos necessário que o Programa Cliente de email esteja devidamente
a lista de itens recentes que por padrão oferece uma lista dos configurado.
25 últimos arquivos abertos (configurável no comando opções). - Fax da Internet: Use o serviço de Fax da Internet para
Temos a possibilidade de fixar ( ) qualquer um dos arquivos enviar o documento.
para sempre ser exibido na lista de Documentos recentes ( ).
No item Novo temos acesso a opções que permite abrir uma Salvar na Web:
nova Apresentação em branco, escolher entre os modelos de - Salvar em Windows Live: Permite salvar na Web para
arquivos oferecidos pelo Microsoft PowerPoint 2010. acessar este documento em qualquer computador ou para
compartilhá- lo com outras pessoas.
- Salvar para SharePoint: Permite salvar em um site
do SharePoint para colaborar com outras pessoas nesta
apresentação.
- Transmitir Apresentações de Slides: Permite transmitir
a apresentação de slides para visualizadores remotos que
possam assistir em um navegador da Web.
- Publicar Slides:Permite publicar os slides em uma
biblioteca de slides ou em um site do SharePoint.
- Pacote para CD: Permite criar um pacote para que
outras pessoas possam assistir à apresentação, mesmo em
computadores que não tenham o PowerPoint instalados.

Ao abrir uma apresentação no Microsoft Office


PowerPoint 2010 criados no Microsoft Office PowerPoint
2003, no PowerPoint 2002 ou no PowerPoint 2000,
o Modo de compatibilidade é ativado e você vê Modo de
compatibilidade na barra de título da janela do documento. O
Modo de compatibilidade garante que nenhum recurso novo
ou aperfeiçoado no Office PowerPoint 2007 esteja disponível
quando estiver trabalhando com um documento, de modo
que os usuários que estiverem usando versões mais antigas do
PowerPoint tenham recursos de edição completos.

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- Criar Folhetos: Permite criar folhetos que possam ser GUIA INÍCIO
editados e formatados no Word.
GRUPO ÁREA DE TRANSFERÊNCIA:
Ajuda: Abre as opções de ajuda do PowerPoint.
Opções: Permite alterar algumas padronizações do
programa adaptando-o às suas necessidades.

Recortar (CTRL+X): Move o conteúdo selecionado para a


Área de Transferência. O termo excluir, retirar ou apagar pode
ser utilizado para representar a ação do recortar.
Copiar (CTRL+C): Duplica a seleção para a Área de
Transferência.
Colar (CTRL+V): Insere o último item enviado para a Área de
transferência no local onde estiver o cursor, ou ponto de inserção.
Colar Especial (CTRL+ALT+V): Permite colar um texto ou
objeto, já enviado para a Área de transferência, sem formatação,
ou no formato RTF e até mesmo no formato HTML.
Nova distribuição dos recursos: Pincel (CTRL+SHIFT+C – copia e CTRL+SHIFT+V - cola):
Existem três elementos principais na Faixa de Opções: Copia a formatação de um texto ou objeto selecionado e o
- As guias situam-se na parte superior da Faixa de Opções. aplica a um texto ou objeto clicado. Para manter este comando
Cada uma delas representa uma área de atividade. ativado devemos dar um clique duplo e para desativar este
- Os grupos são conjuntos de comandos relacionados exibidos recurso podemos pressionar a tecla ESC ou clicar novamente
juntos nas guias. Os grupos reúnem todos o s no botão Pincel.
comandos de que você provavelmente precisará para Área de transferência do Office (CTRL+CC): Exibe o
um tipo de tarefa. painel de tarefa ―Área de transferência. Mantém até 24 itens
- Os comandos são organizados em grupos. Um comando recortados e/ou copiados.
pode ser um botão, um menu ou uma caixa na qual você digita
informações. GRUPO SLIDES
A Faixa de Opções se adaptará de acordo com o que você
está fazendo, para mostrar os comandos de que provavelmente
precisará para a tarefa em questão. Por exemplo, se você
estiver trabalhando com uma tabela no PowerPoint, a Faixa
de Opções mostrará os comandos de que você precisa para
trabalhar com tabelas. De outro modo, esses comandos não
serão visíveis.

Novo Slide: Cria um novo slide abaixo do slide selecionado.


Pelo recurso do botão permite mudar o layout do slide –
Slide com título e subtítulo, com imagens, gráficos, vídeos etc.
Layout: Permite mudar o formato do slide. Ex: Slides com
figuras, tabelas, gráficos e etc.
Outros recurso que tornam os programas baseados na Faixa Redefinir: Permite voltar às configurações padrão de
de Opções fáceis de usar é a Barra de Ferramentas de Acesso posição, tamanho e formatação de espaços reservados ao slide.
Rápido, localizada na barra de título. Seção: Permite organizar os slides por seções.

Obs: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido está situada


acima da Faixa de Opções e contém os comandos que você deseja
ter sempre à mão. Por padrão, a Barra de Ferramentas de Acesso
Rápido contém os comandos Salvar, Desfazer e Repetir (ou Tipo de Fonte: Permite alterar o tipo de fonte. Uma
Refazer) e Novo Slide, mas você pode personalizá-la com os das novidades da versão 2007 é que as mudanças ocorrem
comandos que desejar. Clique com o botão direito do mouse simultaneamente, permitindo a escolha da fonte sem aplicar
sobre qualquer botão ou recurso do PowerPoint e ative o comando o efeito.
Adicionar a Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Pronto! Tamanho de Fonte: Permite aumentar ou diminuir o
Outra maneira é clicar na pequena seta localizada à direita da tamanho da fonte no padrão oferecido. Utilizando as teclas
Barra de acesso rápido e ativar qualquer comando exibido na de atalho CTRL+SHIFT+< e CTRL+ SHIFT+> é possível,
lista. respectivamente, diminuir e aumentar o tamanho da fonte
obedecendo ao padrão oferecido. Já, a combinação de teclas
CTRL+[ e CTRL+] permitem, respectivamente, diminuir e
aumentar o tamanho da fonte ponto a ponto.
Permitem, respectivamente, aumentar e diminuir o tamanho
da fonte.

Limpar Formatação: Limpa toda formatação do texto ou

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APOSTILAS OPÇÃO
objeto selecionado, deixando o texto ou objeto na formatação parágrafo à esquerda.
padrão. Alinhamento centralizado (CTRL+E): Centraliza o
Negrito (CTRL+N ou CTRL+SHIFT+N): Aplica o efeito de parágrafo. Alinhamento à direta: Alinha o parágrafo à direita.
texto negrito ao texto selecionado. Dica: Não é necessário Alinhamento justificado (CTRL+J): Justifica o texto.
selecionar texto para aplicar formatação, o cursor, ou ponto de Espaçamento entre linhas: Aumenta ou diminui o espaço
inserção deve estar localizado entre a palavra. existente entre as linhas de um parágrafo. Espaçamento padrão
Itálico (CTRL+I ou CTRL+SHIFT+I): Aplica o efeito de texto entre linhas é o múltiplo ou 1,15.
itálico ao texto selecionado. Direção do texto: Permite alterar a orientação do texto para
Sublinhado (CTRL+S ou CTRL+SHIFT+S): Aplica o efeito de vertical, empilhado, ou girá-la para a direção desejada.
texto sublinhado. Podemos alterar o tipo e a cor do sublinhado Alinhar Texto: Permite alterar a maneira como o texto é
clicando na pequena seta ao lado do botão. alinhado na caixa de texto.
Tachado: Aplica o efeito de texto tachado no texto Converter em Elemento Gráfico SmartArt: Permite
selecionado. Ex. Palavras de um texto. converter um texto em um elemento gráfico SmartArt para
Sombra: Aplica efeito de sombreamento no texto selecionado. comunicar informações visualmente. Os elementos gráficos
Espaçamento entre caracteres: Amplia ou reduz o SmartArt variam desde lista gráficas e diagramas de processos
espaçamento entre os caracteres. até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e
Maiúsculas e Minúsculas (SHIFT+F3): Permite alternar organogramas.
entre os recursos: Primeira letra da sentença em maiúsculas, Colunas: Permite dividir o texto em colunas.
Todas em Maiúsculas, todas em minúsculas, A Primeira Letra Parágrafo: Permite alterar a formatação do par ágrafo
De Cada Palavra Em Maiúscula e iNVERTER (Maius/Minus). selecionado. Observe as figuras abaixo:
Cor de Fonte: Permite alterar a cor de fonte do texto
selecionado.
Fonte (CTRL+D): Permite alterar a formatação do texto
selecionado. Observe as figuras abaixo:

Obs: Caso deseje alterar a formatação padrão do PowerPoint


2007, altere para a formatação do parágrafo desejada e clique no
botão “Padrão...”, localizado no canto inferior da janela.

Grupo Desenho

GRUPO PARÁGRAFO

AutoFormas: Permite inserir caixas de texto e formas


prontas como retângulos, setas, linhas, símbolos de fluxograma
e textos explicativos.
Organizar: Permite organizar objetos no slide alterando a
Marcadores: Permite inserir marcas aos parágrafos ou a ordem, a posição e a rotação. Permite agrupar vários objetos de
uma lista. modo que sejam tratados como um único objeto.
Numeração: Permite numerar os parágrafos e criar Estilos rápidos: Permite escolher um estilo visual para a
subníveis. Observem no texto abaixo alguns dos efeitos forma ou linha.
oferecidos: Preenchimento da forma: Permite preencher a forma
Ex. selecionada com uma cor sólida, gradação, imagem ou textura.
- Exemplo de texto com numeração. (ENTER) Contorno da forma: Permite especificar a cor, a largura e o
- Exemplo de texto com numeração. (SHIFT+ENTER) Exemplo estilo de linha do contorno da forma selecionada.
de texto com numeração. (ENTER) Efeitos da forma: Permite aplicar um efeito visual à forma
- Exemplo de texto com numeração. (ENTER) selecionada, como sombra, brilho, reflexo ou rotação 3D.
- Pressionando a tecla TAB cria-se o próximo subnível do parágrafo.
-Podemos formatar o subnível para que seja exibidas GRUPO EDIÇÃO
letras e/ou números. (ENTER)
- Exemplo de texto com numeração. (ENTER)
- Pressione a combinação de teclas SHIFT+TAB para voltar um
nível.
- Fim do exemplo de texto com numeração.

Formatar marcadores e numeração: Permite alterar a


maneira como os parágrafos serão numerados ou marcados.
Diminuir Recuo: Diminui o recuo deslocando o parágrafo à Localizar (CTRL+L), Substituir (CTRL+U) e Substituir fonte:
esquerda.
Aumentar Recuo: Aumenta o recuo deslocando o parágrafo
à direita.
Alinhamento à esquerda (CTRL+Q ou CTRL+F): Alinha o

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APOSTILAS OPÇÃO
colocada em um slide individual.

GRUPO ILUSTRAÇÕES

Formas: Permite inserir formas no documento em edição.


Observem as figuras abaixo:

Selecionar:
- Selecionar tudo: Seleciona todos os elementos da
apresentação.
- Selecionar objetos: Mudar para o cursor de seleção a
SmartArt: É uma representação visual de suas informações
fim de poder selecionar e movimentar tinta e outros objetos no
que você pode criar com rapidez e facilidade, escolhendo entre
documento
vários layouts diferentes, para comunicar suas mensagens ou
- Painel de Seleção: Exibe o Painel de Seleção para ajudar
ideias com eficiência.
a selecionar objetos individuais e para alterar a ordem e a
visibilidade desses objetos.

GUIA INSERIR
GRUPO TABELAS:

Tabela: Permite inserir uma tabela. Sugere uma tabela


de 10 colunas com 8 linhas. É possível, através deste comando, Gráfico: Permite inserir um gráfico a partir de uma
desenhar a tabela. O recurso permite também a inserção de uma planilha do Excel incorporada no documento Word. Se o
planilha do Excel, além de fornecer algumas tabelas já formatas. documento estiver no modo de compatibilidade o gráfico
será gerado pela ferramenta Microsoft Graph. No caso de
GRUPO IMAGENS um gráfico que esteja vinculado a uma pasta de trabalho à
qual você tem acesso, é possível especificar que ele verifique
automaticamente se há alterações na pasta de trabalho vinculada
sempre que o gráfico for aberto.

Imagem: Permite inserir, no documento em edição, uma


imagem ou foto do arquivo. Abre uma caixa de diálogo que
exibe a pasta Minhas imagens.
Clip-art: Abre o painel de tarefas que permite inserir, no
documento em edição, clip-arts.
Instantâneo: Permite inserir uma imagem de qualquer
programa que não esteja minimizado na barra de tarefas.
Clique em Recorte de tela para inserir uma imagem de
qualquer parte da tela.
Álbum de Fotografias: Permite criar uma nova apresentação
com base em um conjunto de imagens. Cada imagem será

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APOSTILAS OPÇÃO
GRUPO LINKS

Símbolo: Insere símbolos que não constam no teclado, como


símbolos de copyright, símbolo de marca registrada, marcas de
Hiperlink: Permite inserir um hiperlink (ponteiro ou
parágrafo e caracteres Unicode.
ancôra) no documento em edição. Um hiperlink permite
© €£≦™ ±≠≤ ≥÷×∞≧αβπΩ ∑
abrir páginas da Internet, endereços de e-mails, direcionar
para programas e outros arquivos do computador, além de
GRUPO MÍDIA
direcionar para qualquer parte do documento. Trabalhando
com o recurso Indicador fica fácil criar links que, ao serem
executados, direcionam para a parte do documento indicada.

Vídeo: Permite inserir um vídeo na apresentação.


Áudio: Permite inserir um arquivo de áudio na apresentação.

GUIA DESIGN
GRUPO CONFIGURAR PÁGINA

Ação: Permite adicionar uma ação ao objeto selecionado


para especificar o que deve acontecer quando você clicar nele ou
passar o mouse sobre ele.

GRUPO TEXTO
Configurar Página: Abre a caixa de diálogo Configurar
Página que permite definir as dimensões do slide, modos de
orientação e configurações de Anotações, folhetos e tópicos.

Caixa de Texto: Permite inserir uma caixa de texto, pré-


formatadas, no documento em edição.
Cabeçalho e rodapé: Permite editar o cabeçalho ou rodapé
do documento. As informações do cabeçalho ou rodapé serão
exibidas na parte superior ou inferior de cada página impressa.
WordArt: Permite inserir um texto decorativo a partir de
formatações e estilos pré-definidos.
Data e Hora: Permite inserir Data e Hora no local onde
estiver o cursor. Oferece alguns formatos de datas e horas pré- Orientação do Slide: Permite mudar o modo de orientação
definidas. do slide (Retrato e Paisagem).
Número do slide: Permite inserir o número do slide na
posição real dentro da apresentação. GRUPO TEMAS
Objetos: Permite inserir um objeto no documento em
edição. Gráficos, Imagens, Slides, Documentos, Arquivos em
geral entre outros.

GRUPO SÍMBOLO

Design do Slide: Permite mudar, a partir de modelos, o


design geral dos slides.
Cores: Permite mudar o esquema de cores da apresentação.
Fontes: Permite mudar o esquema de fontes da
apresentação. Padrão: Calibri para títulos e corpo.
Equação: Abre o editor de equações. Permite inserir Efeitos: Permite alterar o esquema de efeitos da apresentação.
matemáticas ou desenvolver suas próprias equações usando
uma biblioteca de símbolos matemáticos.

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APOSTILAS OPÇÃO
GRUPO PLANO DE FUNDO GRUPO ANIMAÇÃO

Estilos de Plano de Fundo: Permite escolher o Plano de Animar: Permite atribuir animações aos objetos
fundo para este tema. selecionados no slide. Podem ser atribuídos aos textos, imagens,
Ocultar Gráficos de Plano de Fundo: Exibe ou oculta os tabelas e outros objetos.
gráficos de plano de fundo para o tema selecionado.
Opções de efeito: Permite alterar uma variação da
Guia Transições animação selecionada. As variações permitem alterar
Grupo Visualização propriedades de um efeito de animação, como a direção ou
cor.

GRUPO ANIMAÇÃO AVANÇADA

Visualizar: Permite visualizar a transição aplicada ao slide


atual.

GRUPO TRANSIÇÃO PARA ESTE SLIDE Adicionar Animação: Permite escolher um efeito de
animação para adicionar aos objetos selecionados.
Painel de Animação: Abre o Painel de Tarefas Animação
Personalizada em objetos individuais no slide.
Disparar: Permite definir uma condição especial para uma
animação. É possível definir a animação para iniciar depois
de clicar em uma forma ou quando a reprodução da mídia
Esquema de transição: Permite escolher um efeito alcançar um indicador.
especial a ser aplicado durante a transição entre os slides Pincel de Animação: Permite copiar a animação aplicada a
anterior e atual um texto ou objeto e aplica-la a outro objeto selecionado.
Opções de efeito: Permite alterar uma variação da
transição selecionada. As variações permitem alterar GRUPO INTERVALO
propriedades de um efeito de transição, como a direção ou
cor.

GRUPO INTERVALO

Intervalo de Tempo da animação: Permite escolher


quando uma animação iniciará a execução.
Duração: Permite definir um tempo para a animação.
Som de Transição: Permite selecionar um som a ser tocado Atraso: Permite definir quanto tempo a animação será
durante a transição entre os slides anterior e atual. executada após algum tempo determinado.
Velocidade da Transição: Permite escolher a velocidade Reordenar Animação: Permite definir se a animação será
da transição entre os slides anterior e atual. executada Antes ou Depois de um tempo determinado.
Aplicar a Todos: Permite definir a transição entre todos
os slides da apresentação de modo que corresponda à GUIA APRESENTAÇÃO DE SLIDES
transição configurada para o slide atual. GRUPO INICIAR APRESENTAÇÕES DE SLIDES
Avançar Slide:
- Ao clicar com o mouse: Permite definir a mudança de
um slide para outro ao clicar o mouse.
- Após: Permite definir um tempo específico para a mudança
de um slide para outro.
Do começo: Inicia a apresentação a partir do primeiro slide.
GUIA ANIMAÇÕES Do Slide atual: Iniciar a apresentação a partir do slide atual.
GRUPO VISUALIZAÇÃO Transmitir Apresentação de Slides: Permite transmitir
a apresentação para visualizadores remotos que possam assisti-
la em um navegador da Web.
Apresentação de Slides Personalizada: Permite criar
ou executar uma apresentação de slides personalizada. Uma
apresentação de slide personalizada exibirá somente os slides
selecionados. Esse recurso permite que você tenha vários
Visualizar: Permite visualizar as animações aplicadas ao conjuntos de slides diferentes (por exemplo, uma sucessão
slide atual. de slides de 30 minutos e outra de 60 minutos) na mesma
apresentação.

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APOSTILAS OPÇÃO
GRUPO CONFIGURAR monitor enquanto um ―modo de exibição do orador‖ especial é
exibido em outro monitor, incluindo a duração e as anotações do
orador. Este recurso requer vários monitores ou um laptop com
recursos de exibição dual.

GUIA REVISÃO
GRUPO REVISÃO DE TEXTO
Configurar Apresentação de Slides: Abre a caixa de diálogo
Configurar Apresentação que permite alterar as configurações
avançadas como, por exemplo, o modo quiosque.

Verificar Ortografia (F7): Inicia a verificação ortográfica na


apresentação.

Pesquisar (ALT+CLIQUE): Abre o painel de tarefas


Pesquisar para fazer uma pesquisa em materiais de referências
como dicionários, enciclopédias e serviços de traduções.
Ocultar Slide: Permite ocultar o slide atual. Dicionário de Sinônimos: Sugere outras palavras com
Testar Intervalos: Permite iniciar uma apresentação de significado semelhante ao da palavra selecionada.
slides em tela inteira na qual é possível testar a apresentação.
O período de tempo gasto em cada slide é registrado e GRUPO IDIOMA
permite salvar esses intervalos para executar a apresentação
automaticamente no futuro.
Gravar Apresentação de Slides: Gravar uma trilha de
narração usando o microfone conectado ao computador. A
narração pode ser executada junto com a apresentação de
slides em tela inteira. Permite gravar gestos do apontador
laser ou intervalos de slide e animação para reprodução durante
a apresentação de slides.
Executar Narrações: Permite reproduzir narrações de
Traduzir: Traduz o texto selecionado em outro idioma.
áudio e gestos de apontador laser durante a apresentação
Desconectado da Internet tem suporte de traduções entre
de slides. É possível gravar narrações e gestos usando Gravar
Inglês e Espanhol. É possível traduzir textos do Português para
Apresentações de Slides.
outros idiomas e vice-versa quando conectado à Internet.
Usar Intervalos: Permite reproduzir intervalos do slide e da
Idioma: Permite definir outro idioma para a palavra afim
animação durante a apresentação de slides.
de que seja possível fazer a verificação ortográfica e gramatical
Mostrar Controles de Mídia: Permite exibir os controles
do texto selecionado.
de reprodução ao mover o ponteiro do mouse sobre clipes de
áudio e vídeo durante a apresentação do slide.
GRUPO COMENTÁRIOS
GRUPO MONITORES

Mostrar Marcações: Exibe ou oculta os comentários ou


marcações atribuídas à apresentação.
Resolução: Permite escolher de tela a ser usada na Novo comentário: Permite adicionar um comentário ao
apresentação de slides de tela inteira. As resoluções menores trecho selecionado.
geralmente oferecem uma exibição mais rápida, enquanto as Editar comentário: Permite editar um comentário.
maiores podem exibir mais detalhes. Vários projetores oferecem Excluir Comentário: Permite excluir um comentário. É
suporte a uma resolução máxima de 1024x768. possível apagar todas as marcações atribuídas à apresentação
Mostrar em: Permite escolher o monitor em que a pelos recursos do botão.
apresentação de slides de tela inteira será exibida. Se tiver Anterior: Navega para o comentário anterior.
apenas um monitor ou estiver usando um laptop sem um Próximo: Navega para o próximo comentário.
monitor externo conectado, este comando será desabilitado.
Usar Modo de Exibição do Apresentador: Permite
mostrar a apresentação de slides em tela inteira usando o Modo
de Exibição do Apresentador. Este modo de exibição permite
projetar a apresentação de slides em tela inteira em um

Informática Básica 81
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APOSTILAS OPÇÃO
GRUPO COMPARAR Guias: Permite exibir guias de desenho ajustáveis às quais
seja possível alinhar objetos no slide.

GRUPO ZOOM

Comparar: Permite comparar e combiner outra


apresentação com a apresentação atual.
Aceitar: Aceita a alteração atual.
Rejeitar: Rejeita a alteração atual. Zoom: Permite ampliar ou reduzir a visualização dos slides
Anterior: Navega até a alteração anterior. sem afetar a impressão.
Próximo: Navega até a próxima alteração.
Painel de Revisão: Exibe ou oculta o painel de revisão ao
revisar alterações.
Concluir Revisão: Encerra a revisão da apresentação
aplicando as decisões atuais de aceitação e rejeição.

GRUPO ONENOTE

Anotações vinculadas: O OneNote manterá links para


voltar a esta apresentação em cada linha das anotações.

GUIA EXIBIÇÃO
GRUPO MODOS DE EXIBIÇÃO DE APRESENTAÇÃO Ajustar a Janela: Permite alterar o zoom da apresentação
de modo que o slide preencha a janela.
GRUPO COR/ESCALA DE CINZA

Normal: Exibe a apresentação no modo normal.


Classificação de Slides: Permitir exibir a apresentação no
modo de classificação de slides para facilitar a reorganização dos Cor: Permite exibir a apresentação em quatro cores.
slides. Escala de Cinza: Permite exibir esta apresentação em
Anotações: Permite exibir a página de anotações para escala de cinza e personalizar o modo como as cores serão
editar as anotações do orador como ficarão quando forem convertidas na escala de cinza.
impressas. Preto e branco: Permite exibir a apresentação em preto e
Modo de Exibição de Leitura: Permite exibir a apresentação branco e personalizar o modo como as cores serão convertidas
como uma apresentação de slides que cabe na janela. em preto e branco.

GRUPO MODOS DE EXIBIÇÃO GRUPO JANELA

Nova Janela: Permite abrir uma nova janela com uma


Slide Mestre: Permite abrir o modo de exibição de slide
exibição do documento atual.
mestre para alterar o design e o layout dos slides mestres.
Organizar todas: Permite organizar as janelas abertas no
Folheto Mestre: Permite abrir o modo de exibição
programa lado a lado na tela.
de folheto mestre para alterar o design e o layout dos folhetos
Em cascata: Permite organizar as janelas abertas no
impressos.
programa em cascata na tela.
Anotações Mestras: Permite abrir o modo anotações
Mover Divisão: Permite mover os divisores que separam
mestras.
as diversões seções da janela. Depois de clicar neste botão, use
as teclas de direção para movimentar os divisores e pressione
GRUPO MOSTRAR/OCULTAR
ENTER para retornar ao documento.
Alternar janelas: Permite alternar entre as janelas abertas.

GRUPO MACROS

Régua: Exibe ou oculta as réguas, usadas para medir e


alinhar objetos no documento.
Linhas de Grade (SHIFT+F9): Exibe ou oculta as linhas
de grade que podem ser usadas para alinhar os objetos do
Exibir Macros (ALT+F8): Exibe a lista de macros, na qual
documento.
você pode executar, criar ou excluir uma macro.

Informática Básica 82
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APOSTILAS OPÇÃO
USAR ATALHOS DE TECLADO PARA CRIAR UMA ALT+SHIFT+SINAL DE ADIÇÃO - Expandir o texto abaixo de
APRESENTAÇÃO um título
ALT+SHIFT+SINAL DE SUBTRAÇÃO - Recolher o texto abaixo
de um título

Trabalhar com formas, imagens, caixas, objetos e WordArt

Inserir uma forma


1. Pressione e solte ALT, em seguida N, S e H para
selecionar Formas.
2. Use as teclas de direção para se mover entre as
categorias de formas e selecione a que deseja.
3. Pressione CTRL+ENTER para inserir a forma.

Inserir uma caixa de texto


1. Pressione e solte ALT, depois N e, em seguida, X.
2. Pressione CTRL+ENTER para inserir a caixa de texto.

Usar o teclado para acessar a faixa de opções Inserir um objeto


As informações desta seção podem ajudar você a entender 1. Pressione e solte ALT, em seguida N e depois J para
o modelo de atalho de teclado da faixa de opções. A faixa de selecionar Objeto.
opções do PowerPoint vem com novos atalhos, chamados Dicas 2. Use as teclas de seta para mover-se pelos objetos.
de Tecla. 3. Pressione CTRL+ENTER para inserir o objeto.
Para mostrar os rótulos de Dica de Tecla da faixa de opções,
pressione Alt. Inserir WordArt
1. Pressione e solte ALT, em seguida N e depois W para
selecionar WordArt.
2. Use as teclas de direção para selecionar o estilo da
WordArt desejado e pressione ENTER.
3. Digite o texto.

Selecionar uma forma


OBSERVAÇÃO: Se o cursor estiver dentro do texto, pressione
ESC.
Para exibir uma guia na faixa de opções, pressione a tecla - Para selecionar uma única forma, pressione a tecla TAB
da guia — por exemplo, pressione F para abrir a guia Arquivo; para avançar (ou SHIFT+TAB para retroceder) pelos objetos até
H para abrir a guia Página Inicial; N para abrir a guia Inserir e que as alças de dimensionamento sejam exibidas no objeto que
assim por diante. você deseja selecionar.
- Para selecionar vários itens, use o painel de seleção.

Agrupar ou desagrupar formas, imagens e objetos de WordArt


- Para agrupar formas, imagens ou objetos de
WordArt, selecione os itens que deseja agrupar e pressione
CTRL+G.
- Para desagrupar um grupo, selecione-o e pressione
CTRL+SHIFT+G.

Mostrar ou ocultar uma grade ou guias

SHIFT+F9 - Mostrar ou ocultar a grade


ALT+F9 - Mostrar ou ocultar guias
Todos os rótulos de Dica de Tecla dos recursos da guia
aparecerão, portanto, basta pressionar a tecla do recurso
Copiar os atributos de uma forma
desejado.
- Selecione a forma com os atributos que deseja copiar.
- OBSERVAÇÃO:  Se você selecionar uma forma com texto,
Tarefas comuns no PowerPoint
você copiará a aparência e o estilo do texto, além dos atributos
Movendo-se entre painéis
da forma.
- Pressione CTRL+SHIFT+C para copiar os atributos do
F6 - Mover no sentido horário entre painéis no modo de
objeto.
exibição Normal
- Pressione a tecla TAB ou SHIFT+TAB para selecionar o
SHIFT+F6 - Mover no sentido anti-horário entre painéis do
objeto para o qual deseja copiar os atributos.
modo de exibição Normal
- Pressione CTRL+SHIFT+V.
CTRL+SHIFT+TAB - Alternar entre o painel de miniatura e o
painel de exibição de estrutura de tópicos
Selecionar texto e objetos
Trabalhar em uma estrutura de tópicos
SHIFT+SETA PARA A DIREITA - Selecionar um caractere à
direita
ALT+SHIFT+SETA PARA A ESQUERDA - Promover um
SHIFT+SETA PARA A ESQUERDA - Selecionar um caractere
parágrafo
à esquerda
ALT+SHIFT+SETA PARA A DIREITA - Rebaixar um parágrafo
CTRL+SHIFT+SETA PARA A DIREITA - Selecionar até o final
ALT+SHIFT+SETA PARA CIMA - Mover para cima os
de uma palavra
parágrafos selecionados
CTRL+SHIFT+SETA PARA A ESQUERDA - Selecionar até o
ALT+SHIFT+SETA PARA BAIXO - Mover para baixo os
início de uma palavra
parágrafos selecionados
SHIFT+SETA PARA CIMA - Selecione uma linha para cima
ALT+SHIFT+1 - Exibir o título de nível 1
(com o cursor no início de uma linha)

Informática Básica 83
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APOSTILAS OPÇÃO
SHIFT+SETA PARA BAIXO - Selecione uma linha para baixo Alterar ou redimensionar uma fonte
(com o cursor no início de uma linha) OBSERVAÇÃO: Selecione o texto que você deseja alterar
ESC - Selecione um objeto (quando o texto dentro dele antes de usar esses atalhos de teclado.
estiver selecionado)
TAB ou SHIFT+TAB até que o objeto desejado seja CTRL+SHIFT+F - Abrir a caixa de diálogo Fonte para alterar
selecionado - a fonte
ENTER - Selecionar texto dentro de um objeto (com um CTRL+SHIFT+> - Aumentar o tamanho da fonte
objeto selecionado) CTRL+SHIFT+< - Diminuir o tamanho da fonte
CTRL+A (na guia Slides) - Selecionar todos os objetos
CTRL+A (no modo de exibição Classificação de Slides) - Aplicar formatação de caractere
Selecionar todos os slides
CTRL+A (na guia Tópicos) - Selecionar todo o texto Ctrl+H - Abrir a caixa de diálogo Fonte para alterar a
formatação dos caracteres
Excluir e copiar texto e objetos SHIFT+F3 - Alterar a capitalização das letras entre sentença,
minúsculas ou maiúsculas
BACKSPACE - Excluir um caractere à esquerda CTRL+N - Aplicar negrito
DELETE - Excluir uma palavra à esquerda CTRL+S - Aplicar sublinhado
OBSERVAÇÃO Para fazer isso, o cursor deve estar entre as CTRL+I - Aplicar itálico
palavras. / CTRL+DELETE - Excluir uma palavra à direita CTRL+SINAL DE IGUAL - Aplicar subscrito (espaçamento
CTRL+X - Recortar texto ou objeto selecionado automático)
CTRL+C - Copiar texto ou objeto selecionado CTRL+SHIFT+SINAL DE ADIÇÃO - Aplicar sobrescrito
CTRL+V - Colar o objeto ou texto recortado ou copiado (espaçamento automático)
CTRL+Z - Desfazer a última ação CTRL+BARRA DE ESPAÇOS - Remover a formatação manual
CTRL+R - Refaz a última ação de caracteres, tais como subscrito e sobrescrito
CTRL+SHIFT+1 - Copiar somente a formatação CTRL+K - Inserir um hiperlink
CTRL+ALT+V - Abrir a caixa de diálogo Colar especial
CTRL+SHIFT+V - Colar somente a formatação Copiar a formatação do texto

Percorrer um texto CTRL+SHIFT+1 - Copiar formatos


CTRL+SHIFT+V - Colar formatos
SETA PARA A ESQUERDA - Mover-se um caractere para a
esquerda Alinhar parágrafos
SETA PARA A DIREITA - Mover-se um caractere para a direita
SETA PARA CIMA - Mover-se uma linha para cima CTRL+E - Centralizar um parágrafo
SETA PARA BAIXO - Mover-se uma linha para baixo CTRL+J - Justificar um parágrafo
CTRL+SETA PARA A ESQUERDA - Mover-se uma palavra CTRL+Q - Alinhar um parágrafo à esquerda
para a esquerda CTRL+R - Alinhar um parágrafo à direita
CTRL+SETA PARA A DIREITA - Mover uma palavra para a
direita Questões
TÉRMINO - Mover-se para o fim de uma linha
HOME - Mover-se para o início de uma linha 01. (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II - Adaptada)
CTRL+SETA PARA CIMA - Mover-se um parágrafo para cima No PowerPoint 2010, a inserção de um novo comentário pode
CTRL+SETA PARA BAIXO - Mover-se um parágrafo para ser feita na guia
baixo (A) Geral.
CTRL+END - Mover-se para o fim de uma caixa de texto (B) Inserir.
Se for o último espaço reservado em um slide, será inserido (C) Animações.
um novo slide com o mesmo layout do original. / CTRL+ENTER - (D) Apresentação de slides.
Ir para o próximo título ou espaço reservado para corpo do texto (E) Revisão.
SHIFT+F4 - Mover para repetir a última ação de Localizar
CTRL+HOME - Mover-se para o início de uma caixa de texto 02. (TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário –
VUNESP/2015). No MS­PowerPoint 2010, um usuário deseja
Percorrer e trabalhar em tabelas efetuar a verificação da ortografia do conteúdo presente em
seus slides. Uma das formas para realizar tal tarefa é acessar o
TAB - Mover-se para a próxima célula botão Verificar Ortografia, que, na configuração padrão do MS­
SHIFT+TAB - Mover-se para a célula precedente PowerPoint 2010, é acessível por meio da aba
SETA PARA BAIXO - Mover-se para a próxima linha (A) Exibição
SETA PARA CIMA - Mover-se para a linha precedente (B) Revisão.
CTRL+TAB - Inserir uma tabulação em uma célula (C) Inserir.
ENTER - Iniciar um novo parágrafo (D) Início.
TAB na célula da tabela inferior direita - Adicionar uma nova (E) Animações.
linha na parte inferior da tabela
03. (TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário –
Editar um objeto vinculado ou inserido VUNESP/2015). No MS­-PowerPoint 2010, a finalidade da
função Ocultar Slide, acionável por meio do botão de mesmo
- Pressione TAB ou SHIFT+TAB para selecionar o objeto nome, é fazer com que o slide selecionado
desejado. (A) tenha bloqueadas tentativas de alteração de seu
- Pressione SHIFT+F10 para acessar o menu de atalho. conteúdo.
- Use a SETA PARA BAIXO até selecionar o Objeto da Planilha, (B) seja designado como o último a ser exibido na
pressione a SETA PARA A DIREITA para selecionar Editar e apresentação de slides.
pressione ENTER. (C) tenha sua resolução reduzida até o mínimo suportado
OBSERVAÇÃO: O nome do comando no menu de atalho pelo computador em uso.
depende do tipo de objeto inserido ou vinculado. Por (D) não seja exibido no modo de apresentação de slides.
exemplo, uma planilha do Microsoft Office Excel inserida tem (E) tenha sua velocidade de transição entre slides fixada no
o comando Objeto de planilha, ao passo que um Desenho do valor médio.
Microsoft Office Visio inserido tem o comando Objeto do Visio

Informática Básica 84
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APOSTILAS OPÇÃO
04. (Prefeitura de Suzano – SP - Auxiliar de Atividades Com a internet podemos utilizar serviços como Web (a parte
Escolares – VUNESP/2015). Na apresentação 1 do MS- multimídia da rede), correios eletrônicos, redes sociais, fazer
PowerPoint 2010, em sua configuração original, um slide transferência de arquivos, etc.
foi recortado para ser colado na apresentação 2. A opção,
encontrada no grupo Área de Transferência da guia Página Word Wide Web
Inicial, permite colar o slide citado na apresentação 2 A Word Wide Web(rede de alcance mundial) é também
(A) como um slide mestre. conhecida como Web ou WWW. O serviço WWW surgiu em 1989
(B) como uma imagem como um integrador de informações, onde a grande maioria das
(C) como um folheto. informações disponíveis na Internet podem ser acessadas de
(D) mantendo a formatação original. forma simples e consistente. A forma padrão das informações
(E) usando o tema do destino do WWW é o hipertexto, o que permite a interligação entre
diferentes documentos que possivelmente estão localizados em
05. (Prefeitura de Suzano – SP - Agente Escolar – diferentes servidores. O hipertexto é codificado com a linguagem
VUNESP/2015). Um usuário, editando uma apresentação por HTML (Hypertext Markup Language), que é a linguagem
meio do MS-PowerPoint 2010, em sua configuração padrão, interpretada pelo o que chamamos de browsers exemplo de um
deseja aplicar uma formatação em várias partes de vários slides. browser é o Internet Explorer.
Para maior produtividade, escolhe repetir as ações de alteração
de tamanho de fonte usando um atalho por teclado que permite INTRANET26
repetir a ação anterior. As intranets são redes internas às organizações que usam as
Assinale a alternativa que contém o atalho por teclado tecnologias utilizadas na rede mundial Internet. Através de tais
que permite, no MS-PowerPoint 2010, repetir a ação anterior, tecnologias é possível implementar uma poderosa ferramenta
conforme o enunciado. de comunicação e de trabalho em grupo. A implantação de
(A) F1 uma intranet tem o potencial de aumentar a produtividade
(B) F2 pois facilita o acesso às informações dispersas nos diversos
(C) F3 computadores da organização.
(D) F4 Os serviços tipicamente disponibilizados através de uma
(E) F5 intranet são: correio-eletrônico transferência de arquivos,
grupos de usuários e Web. Embora a aplicação mais comum
Respostas na maioria das intranets seja o correio-eletrônico, é o uso da
tecnologia Web que caracteriza uma intranet. A tecnologia Web
01. Resposta: E facilita o acesso às informações, tem uma arquitetura aberta
e funciona independente da plataforma de hardware ou do
sistema operacional.
Exemplos de aplicações que podem ser disponibilizadas
através da tecnologia Web em uma intranet são: tutorias sobre
procedimentos adotados dentro da organização, informações
sobre aplicativos usados na organização, manuais usados na
organização, resumo de notícias que sejam de importância
para a organização, informações sobre produtos e serviços,
02. Resposta: B. calendário de eventos e cursos oferecidos.
Outra forma de efetuar a verificação da ortografia é a tecla
“F7”. Conectando-se com a Internet
Para se conectar a internet é necessário um aparelho
03. Resposta: D qualquer (computador, celular, vídeo games) que possua um
Oculta os Slides durante a apresentação, que está na guia dispositivo que permita a comunicação, seja ela sem fio ou não.
Apresentação de Slides, grupo Configurar. Vale lembrar que a internet deu seus primeiros passos a partir
de cabos e fios e com o passar do tempo surgiram as conexões
04. Resposta: D sem fio.
A ferramenta do pincel mantem a formatação original como Com um aparelho que possua o dispositivo de comunicação
nos ícones Colar Especial do Office. em mãos temos que escolher o tipo de conexão mais apropriada,
abaixo segue algumas das conexões mais utilizadas:
05. Resposta: D
Assim como nos demais aplicativos do Office, é F4 para Conexões que necessitam de fios (cabos):
repetir a última ação. A internet deu seus primeiros passos a partir de cabos e
fios. Apesar de soar como algo bastante antiquado, esses tipos
de conexões ainda são amplamente utilizados, principalmente
Conceitos de organização de devido à alta velocidade obtida por alguns.
arquivos e métodos de acesso.
Dial Modem
A famosa internet discada foi praticamente o pontapé inicial
Este tópico já foi tratado em: Ferramentas e aplicações de da rede no Brasil. Apesar de ainda ser utilizada, não é mais tão
informática. Ambiente Windows. Linux. popular quanto foi no início dos anos 2000.

Cabo
Conceitos e tecnologias Já ouvimos falar de TV a cabo, certo? Algumas empresas
relacionados à Internet e decidiram aliar a ela o acesso à internet. Com isso, uma linha
Intranet. telefônica não era mais pré-requisito para se conectar, o que deu
mais liberdade ao usuário.
INTERNET25
A internet é um meio de comunicação muito importante, Conexões sem fio (wireless)
onde o conjunto de várias redes interligadas proporcionam que Com a correria do dia a dia, ficar preso a um desktop
computadores possam se comunicar através dos protocolos para acessar a internet é algo fora de questão. Os notebooks
TCP/IP. trouxeram mais mobilidade e abriram as portas para as conexões
25Fonte: http://www.inf.pucpcaldas.br/extensao/cereadd/apostilas/internet_fi-
que dispensam a utilização de fios e cabos. A internet wireless
nal.pdf 26 Fonte: file:///C:/Users/Ewertonjs/Downloads/intranet.unlocked.pdf

Informática Básica 85
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APOSTILAS OPÇÃO
mostrou que a internet está em qualquer lugar. 2. www – padrão para a Internet gráfica.
3. google– geralmente é o nome da empresa cadastrada
Wi-Fi junto ao Comitê Gestor.
Esse tipo de conexão, antes exclusiva dos laptops, tornou- 4. com – indica que a empresa é comercial. Algumas
se tão popular que vários outros equipamentos passaram a categorias de domínios existentes são:
adotá-la. É o caso de celulares, smartphones e até mesmo alguns Gov.br - Entidades governamentais
computadores domésticos, que adicionaram um adaptador Org.br - Entidades não-governamentais
wireless para captar o sinal. Com.br - Entidades comerciais
Mil.br - Entidades militares
Rádio Net.br - Empresas de telecomunicações
A conexão via rádio é bastante útil devido ao seu longo Edu.br - Entidades de ensino superior
alcance, o que favorece quem mora em cidades onde o sinal .br - Sites no Brasil
telefônico ou via cabo não alcança. O único problema é que, para .jp - Sites no Japão
obter o máximo da conexão, o sinal deve chegar à torre sem
encontrar nenhum tipo de barreira, e até mesmo chuvas podem Protocolos para Internet27
desestabilizá-la.
HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) – É o protocolo utilizado
A moda da internet de bolso para controlar a comunicação entre o servidor de Internet e o
Os usuários de telefones celulares sempre desejaram browser. Quando se abre uma página da Internet, vemos texto,
conectar-se à internet através de seus aparelhos móveis. Hoje imagens, links ou outros serviços associados à Internet ou a uma
em dia podemos conferir emails ou saber das novidades online Intranet. O HTTP é o responsável por redireccionar os serviços
em qualquer lugar através de algumas das conexões existentes quando seleccionamos alguma das opções da página web.
citadas a baixo. SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Como o nome indica,
este protocolo serve para efectuar a transferência de emails en-
WAP tre os servidores. O servidor de email utiliza o POP ou IMAP para
A primeira grande tentativa de integrar os aparelhos celulares enviar as mensagens de email aos utilizadores.
à internet. A conexão WAP era uma espécie de adaptação da FTP (File Transfer Protocol) – Este protocolo permite trans-
web, já que só podia acessar páginas feitas especialmente para ferência de dados ou ficheiros entre computadores, mesmo com
este tipo de conexão. sistemas operativos diferentes como o Linux e o Windows. O
FTP é também um comando que permite ligação de um cliente
3G a um servidor FTP de forma a transferir dados via Internet ou
Funciona de maneira semelhante à conexão a rádio e os Intranet.
sinais são enviados praticamente pelas mesmas torres que SNMP (Simple Network Management Protocol) – É um proto-
enviam o sinal de telefonia para o aparelho, o que significa um colo de comunicação que permite recolher informação sobre to-
amplo raio de alcance. dos os componentes que estão na rede como switches, routers,
bridges e os computadores ligados em rede.
Navegando na Internet com um Browser (navegador) TCP (Transfer Control Protocol) – O TCP permite dar segu-
Para podermos navegar na Internet é necessário um software rança à transferência de informações e verificar se a mesma foi
navegador (browser) como o Internet Explorer, Mozilla Firefox bem sucedida pelo computador receptor. Caso contrário volta a
ou Google Chrome. (Estes são uns dos mais conhecidos, embora enviar essa informação. A mesma circula pela rede em forma de
existam diversos navegadores). fragmentosdesignados por datagrams e que contém um cabeça-
Podemos começar nossa navegação diretamente digitando lho. Esse cabeçalho contém informação como a porta de origem
o endereço a ser acessado no browser e apertando ENTER no e a porta de destino da informação, o ACK, entre outra informa-
teclado ou clicando no botão IR. ção, de modo a manter a circulação de dados estável e credível.
UDP (User Datagram Protocol) – O UDP é um protocolo de
Páginas Favoritas e Histórico transporte de informação, mas não é tão fiável com o TCP. O UDP
Se você utiliza a Internet constantemente, possivelmente não estabelece uma sessão de ligação em que os pacotes contêm
gostaria de ter um mecanismo fácil e simples para guardar um cabecalho. Simplesmente faz a ligação e envia os dados, o
as páginas que mais acessa. O menu Favoritos proporciona que o torna mais rápido mas menos eficiente.
esta funcionalidade. Esta opção funciona como um caminho ARP (Address Resolution Protocol) é o ARP estabelece uma li-
permanente de acesso à lista de todos os sites favoritos, além de gação entre o endereço físico da placa de rede e o endereço de IP.
mantê-los organizados. A placa de rede de um PC contém uma tabela onde faz a ligação
A história de todos os sites visitados também é mantida no entre os endereços físicos e lógicos dos computadores presentes
seu navegador (browser). na rede. Quando um PC quer comunicar com outro, vai verificar
Você pode abrir a pasta histórico e visualizar a lista de sites nessa tabela se o computador está presente na rede. Se estiver,
visitados no dia ou até mesmo na semana ou no mês. envia os dados e o tráfego na rede é dminuído, caso contrário
Essas duas funções do navegador podem ser manipuladas envia um sinal designado por pedido ARP para determinar o seu
pelo usuário podemos adicionar ou excluir uma pagina a endereço.
favoritos e também podemos excluir nosso histórico caso seja IP (Internet Protocol) – É responsável por estabelecer o con-
necessário. tacto entre os computadores emissores e receptores de maneira
a qua a informação não se perca na rede. Juntamente com o TCP
Endereços na Internet é o protocolo mais importante de todos este conjunto.
Todos os endereços da Internet seguem uma norma ICMP (Internet Control Message Protocol) – O ICMP trabalha
estabelecida pelo InterNic, órgão americano pertencente a ISOC em conjunto com o IP e serve para enviar mensagens para res-
(Internet Society). No Brasil a responsabilidade pelo registro ponder a pacotes de informação que não foram entregues cor-
de domínios (endereços) na rede Internet é do Comitê Gestor rectamente. Desta forma é enviada uma mensagem ICMP e volta
Internet Brasil (GC). a ser enviado o pacote de informação não recebido.
IGMP (Internet Group Management Protocol) – Este proto-
Exemplo de endereço: http://www.google.com.br colo é responsável pela gestão de informação que circula pela
Internet e Intranet através do protocolo TCP/IP.
Onde:
1. http:// - O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo Portais/Sites
padrão que permite que os computadores se comuniquem. Uma das melhores maneiras de se “ambientar” na Internet
O http:// é inserido pelo browser, portanto não é necessário é através de sites chamados de Portais. A definição de Portal
digitá-lo. 27Fonte: http://faqinformatica.com/quais-sao-os-protocolos-do-tcpip/

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APOSTILAS OPÇÃO
surgiu pelo fato de estes sites possuírem informações variadas buscar conectar pessoas e proporcionar a comunicação entre
que permitem ao internauta procurar e estar por dentro de elas criando grupos com o objetivo de se relacionar virtualmente
novidades já que os portais oferecem uma grande quantidade através das redes
de noticias e são atualizados com freqüência. sociais.
Exemplo de alguns dos portais mais conhecidos no Brasil: Existem varias redes sociais, algumas das mais populares
www.uol.com.br hoje em dia são:
www.globo.com Orkut http://www.orkut.com
www.terra.com.br Facebook http://www.facebook.com
www.ig.com.br Twitter http://twitter.com
MySpace http://br.myspace.com
Mecanismos de busca na internet
Há mais informações na Web do que se possa imaginar. O Para fazer parte de umas dessa redes sociais basta se
segredo é encontrar exatamente o que se quer. cadastrar criando uma conta no site da rede e se interagir.

O que são mecanismos de busca? Grupos, fórum, chat e wiki28


Mecanismos de Busca são sites de informações sobre as Agora iremos conhecer a criação de grupos e os três recursos
páginas da internet e podemos utilizar esses mecanismos do moodle que potencializam a discussão e a construção do
para encontrar palavras, textos, sites, diretórios, servidores de conhecimento, e que podem ser explorados no ambiente de
arquivos, etc. Com essas ferramentas, encontrar informações na experimentação. São eles:
Internet torna-se uma tarefa bem simples.
Mas como posso encontrar o que eu quero? Grupos
Utilizando algumas ferramentas de pesquisa disponíveis na É possível desenvolver trabalhos separando os alunos por
internet podemos associar o que procuramos com informações diferentes grupos e, se necessário, permitir o acompanhamento e
disponíveis na rede mundial (internet) fazendo uma espécie de as orientações do tutor aos seus respectivos grupos, viabilizando
filtro de informações. uma maior interatividade e proximidade entre as pessoas. A
Alguns dos mecanismos de busca atuais mais populares: opção de criação de grupos no Moodle possibilita a organização
Yahoo http://cade.search.yahoo.com/ dos cursistas em pequenos grupos para o desenvolvimento de
Uol http://busca.uol.com.br/ atividades no curso, ou mesmo para a divisão dos grupos por
IG http://busca.igbusca.com.br/ tutor.
Google http://www.google.com.br/ Para criar grupos dentro de um curso, basta clicar em
“Grupos”, no bloco “Administração” e você será redirecionado
Correio Eletrônico para uma tela que contém dois quadros, e os botões necessários
O correio eletrônico é uma das maravilhas da internet, com para você editar esses grupos.
ele podemos enviar e receber documentos. Seu crescimento Para adicionar um grupo, digite o nome do grupo e clique em
repentino na internet se deve a velocidade de se enviar e “Criar grupo”. Após isso, o novo grupo já aparecerá na relação do
receber textos, imagens e qualquer tipo de documento de um quadro Grupos.
computador para outro independentemente do local onde se O primeiro quadro mostra todos os grupos existentes no
encontram os computadores. curso.
Selecionando em adicionar ou remover pessoas, abrirá
E-mail uma tela com duas colunas, uma coluna informa os nomes
Para que possamos fazer o uso do correio eletrônico é das pessoas que já fazem parte do grupo e outra os potenciais
necessário um endereço na rede mundial denominado endereço membros. Entre as duas colunas há setas - uma para direita e
de e-mail. outra para a esquerda - que possibilitarão adicionar ou remover
A estrutura de um e-mail é seunome@nomedoseuprovedor. membros. Selecionando um aluno de uma das colunas e clicando
com.br onde: na seta desejada, o aluno será adicionado ou removido do grupo.
seunome = identificação do email, geralmente usamos algo O Fórum - O fórum é uma interface assíncrona, que possibilita
relacionado a nosso nome ou empresa. a interação e discussão entre os participantes do curso sobre
nomedoseuprovedor = é o serviço do correio eletrônico determinado assunto. As mensagens são estruturadas de forma
escolhido (Gmail, Hotmail, Yahoo, bol, etc). hierárquica, apresentando os assuntos em destaque. Apesar
dessa hierarquia, o fórum traz o potencial do meio digital, por
Caixa de entrada permitir dinâmicas hipertextuais e agregação de várias mídias
A caixa de entrada é o diretório onde encontramos todos
os e-mails recebidos, através da caixa de entrada podemos Tipos de Fórum
visualizar quem enviou o e-mail e qual o seu conteúdo seja ele Esse recurso oferece a opção de configurá-lo de acordo com
um texto ou um arquivo qualquer. as necessidades de cada professor na elaboração de seu curso;
dessa forma é possível escolher entre os seguintes tipos de
Escrever e-mail fórum no Moodle:
Clicando no botão “escrever e-mail” podemos enviar um Cada usuário inicia apenas UM NOVO tópico - Essa opção
e-mail (mensagem) a qualquer pessoa que também possua uma permite que cada participante possa abrir apenas um novo
conta de e-mail seja essa conta do Gmail, Hotmail, Yahoo, Bol tópico, no entanto, todos podem responder livremente, sem
entre outras. limites de quantidade;
Fórum Geral - Permite que os participantes do curso possam
Anexando um arquivo inserir tantos tópicos quantos desejarem;
Podemos anexar qualquer tipo de arquivo a mensagem Fórum P e R (Pergunta e Resposta) - Permite ao professor
enviada, desde que não ultrapasse o tamanho permitido. elaborar questionamentos no fórum para discussão. Porém,
o aluno somente consegue visualizar as respostas dos outros
Contatos participantes a partir do momento que este posta a sua própria
É onde você pode visualizar e também adicionar novos resposta;
contatos de e-mail seja um conhecido um amigo ou até mesmo Fórum de uma única discussão - Com esse fórum, o tópico
um contato de negócio. aparece em uma única página, este tipo de fórum é recomendado
para organizar discussões com foco em um tema único e preciso.
Redes Sociais Como inserir um fórum no curso
As redes sociais são relações entre os indivíduos na Para a criação de um novo fórum no ambiente Moodle, basta
comunicação por meio de computadores e da internet. O que clicar em ‘Adicionar atividade’, selecionar ‘fórum’ e configurar
também pode ser chamado de interação social, cujo objetivo é 28 Fonte: http://www.moodle.ufba.br/mod/resource/view.php?id=33426

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conforme as necessidades do curso. (C) a única que possui banda larga.
O fórum do Moodle permite também a configuração (D) privada e não pública
de ações a serem executadas pelos participantes do curso.
Outra particularidade do Moodle é o recebimento ou não das 02. (UEG - Assistente de Gestão Administrativa – Geral
mensagens postadas no fórum via e-mail pessoal. Cabe a cada – FUNIVERSA/2015). Assinale a alternativa em que são
equipe de trabalho definir se os alunos serão ou não assinantes. apresentados apenas nomes de sítios de busca e pesquisa na
A definição de tipos de grupo é uma outra ação importante Internet.
possibilitada pelo Moodle, pois permite escolher de que maneira (A) Linux e Facebook
os usuários utilizam o fórum. São basicamente três formatos: (B) Google e Gmail
Nenhum grupo: não há separação em grupos; (C) Internet Explorer e Mozilla Firefox
Grupos separados: membros de grupos iguais interagem (D) BrOffice e Bing
entre si mas não com membros de outros grupos; (E) Google e Yahoo!
Grupos visíveis: eles não interagem mas podem ver as
mensagens de outros grupos. 03. (SSP-AM - Assistente Operacional – FGV/2015). A
Wikipedia, um famoso site da Internet, fornece o endereço:
Como inserir um novo tópico de Discussão https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wi ki/Página_
No fórum, é possível que tanto os professores quanto os principal para acessar e editar o conteúdo dos sites. O uso do
alunos possam adicionar tópicos para as discussões. Para criar prefixo “https:” significa que a comunicação com o site é feita
um novo tópico no Moodle, basta clicar em “acrescentar um de forma:
novo tópico”. Em seguida você poderá adicionar uma mensagem (A) anônima;
relativa ao tema do fórum e para finalizar, clique em “enviar (B) segura;
mensagem para o fórum”. De imediato surge o registro da (C) compactada;
intervenção efetuada. (D) prioritária;
(E) somente leitura.
Chat
Também conhecido como bate–papo, traz como principal 04. (MPCM - Técnico em Informática – Desenvolvimento
característica a comunicação síncrona, ou seja, a possibilidade de – CETAP/2015). A velocidade de transmissão dos atuais links
podermos interagir no mesmo momento, enviando e recebendo de acesso a Internet em banda larga e usualmente medida em:
mensagens de forma imediata. Uma opção interessante do chat (A) Mbits/s; que significa “Megabits porsegundo” .
do Moodle é a de separarmos, ou não, por grupo os participantes, (B) MBytes/s; que significa “Megabytes porsegundo” .
e de podermos ‘salvar as sessões encerradas’. Quando ativamos (C) Mbits/s; que significa “Megabytes por segundo”
essa função, o moodle automaticamente registra a conversa e é (D) MBytes/s; que significa “Megabits porsegundo”.
possível disponibilizá-la para todos os participantes do curso. (E) GBytes; que significa “Gigabytes por segundo” .
Trazemos um exemplo de chat na página principal.
05. (DPE-MT - Assistente Administrativo – FGV/2015).
Possibilidades: A ferramenta da Internet que consiste em criar uma abstração
Interação, por proporcionar o esclarecimento de dúvidas, do terminal, permitindo ao usuário a criação de uma conexão
discussões e criação de vínculos; com o computador remoto sem conhecer as suas características,
Definição de tópicos para a discussão; possibilitando o envio de comandos e instruções de maneira
Armazenamento das discussões para posterior leitura dos interativa, é denominada
alunos que não participaram da seção; (A) Telecommunications Networks.
Dinâmica colaborativa onde todos podem contribuir com a (B) File Transfer Protocol.
discussão em tempo real. (C) Trivial File Transfer.
Para criar um chat basta clicar na opção ‘acrescentar (D) Domain Name System.
atividade’, no tópico onde desejamos acrescentar o recurso, (E) Dynamic Host Configuration.
selecionar ‘chat’ e configurar conforme as necessidades do curso,
colocando nome, data e uma descrição objetiva. Lembramos que Respostas
o botão ‘Ativar Edição’ deve estar acionado.
01. Resposta: D
WIKI Na intranet podemos ter os mesmos protocolos, programas
Um recurso assíncrono colaborativo que possibilita a e servidores utilizados na internet.
construção coletiva de diferentes tipos de textos, por vários A Intranet é privada, mas uma parte dela (extranet) pode ser
autores. A Wiki do Moodle permite que os participantes de disponibilizada para pessoas de fora da empresa através da rede
um curso trabalhem juntos, acrescentando ou alterando seu de internet.
conteúdo. As versões anteriores não são excluídas, podendo ser Outra forma de acessar a intranet é através do chamado
recuperadas. Numa Wiki pode-se inserir novas páginas ou novos tunelamento, ou seja, consiste em acessar a intranet através da
hiperlinks. Trazemos um exemplo desse recurso na página internet por meio de VPN (Virtual Network Private), rede virtual
principal. privada, a qual é construída sobre a rede pública, utilizando-se
de criptografia.
Possibilidades: Na intranet é possível utilizar:
Desenvolvimento de projetos, concepção de livros, - chat
Trabalhos em grupos, produção de qualquer tipo de texto - email
colaborativo. - realizar pesquisas com funcionários
Para criar um wiki basta clicar na opção ‘acrescentar - atualizar dados pessoais
atividade’, no tópico onde desejamos acrescentar o recurso e - acessar a internet
selecionar ‘wiki’. Lembramos que o botão ‘Ativar Edição’ deve Na intratnet podemos encontrar os mesmos servidores
estar acionado. encontrados na internet:
Questões - Servidor Proxy
- DNS
01. (CEP 28 - Assistente Administrativo – IBFC/2015). - EMAIL
A Intranet possui características técnicas próprias que a - Servidor da página interna
diferenciam quanto a Internet. Uma dessas características - Servidor Voip
técnicas que a distingue é o fato da Intranet ser: - Servidor LDAP
(A) desenvolvida com base no protocolo TCP/IP.
(B) a única que possui Grupos de Discussão.

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02. Resposta: E dos dados/informação, mas também a dos sistemas em si.
Google, Bing e Yahoo, são os 3 principais sites de pesquisas.
Internet Explorer, Firefox e Chrome são navegadores de Interent. Fatores que afetam a segurança da informação.
Linux e Windows são sistemas operacionais. Facebook é uma A segurança de uma determinada informação pode ser
rede social. afetada por fatores comportamentais e de uso de quem se
utiliza dela, pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por
03. Resposta: B pessoa mal intencionadas que tem o objetivo e furtar, destruir
HTTPS é uma implementação do protocolo HTTP sobre uma ou modificar tal informação, conforme segue:
camada adicional de segurança que utiliza o protocolo SSL/TLS. Confidencialidade(somente pessoas devidamente
HTTP = hyper text transfer protocol / HTTPS = hyper text autorizadas pela empresa devem ter acesso à informação),
transfer protocol secure Integridade (somente alterações, supressões e adições
autorizadas pela empresa devem ser realizadas nas informações),
04. Resposta: A Disponibilidade (a informação deve estar disponível para as
De fato, as operadoras vendem mega, porém nunca é pessoas autorizadas sempre que necessário ou demandado).
especificado que esse valor é em bits. A enganação acontece Estes fatores representam os principais atributos e/ou princípios
justamente nessa confusão de unidades. Nós, consumidores, da segurança da informação, que atualmente, orientam a
acreditamos que as conexões são em megabytes, mas, na verdade, análise, o planejamento e a implementação da segurança para
as velocidades contratadas são oito vezes menores, justamente um determinado grupo de informações que se deseja proteger.
porque o megabit é oito vezes menor do que o megabyte. Outros atributos importantes são a irretratabilidade (não
Exemplo: Se você desejar descobrir o valor em Megabytes repúdio) e a autenticidade.
jogue na sua calculadora o valor da sua conexão. Caso você tenha
contratado um plano de 10 mega, digite 10. Ameaças à segurança
Depois, use a operação de divisão e divida o 10 por 8. O As ameaças à segurança da informação são relacionadas
resultado será a velocidade máxima da sua conexão, neste diretamente à perda de uma de suas 03 (três) características,
exemplo é de 1,25 megabytes. quais sejam:
Dica: B (maiúsculo) = Byte, b (minúsculo) = bit. - Perda de Confiabilidade
- Perda de Integridade
05. Resposta: A - Perda de Disponibilidade.
(A) Correta: A rede de telecomunicações é um conjunto de
terminais, ligações e quaisquer outros intermédios que estão Invasões na Internet
ligados de modo a permitir telecomunicações entre os terminais. Todo sistema de computação requer um suporte para
(B) Incorreta: FTP ou File Transfer Protocol (Protocolo proteção de arquivos. Este suporte é um conjunto de regras que
de Transferência de Arquivos), é uma forma bastante rápida garantem que a informação não seja lida, ou modificada por
e versátil de transferir arquivos (Portugal: conhecidos como quem não tem permissão, como por exemplo por.
ficheiros), sendo uma das mais usadas na Internet. - Crackers - agentes maliciosos
(C) Incorreta: Trivial File Transfer Protocol (ou apenas TFTP) - Hackers - não são agentes maliciosos - motivo ilegalidade:
é um protocolo de transferência de ficheiros, muito simples, notoriedade, auto estima, vingança, dinheiro.
semelhante ao FTP. É geralmente utilizado para transferir
pequenos ficheiros entre hosts numa rede, tal como quando um A segurança é necessária mais especificamente para os
terminal remoto ou um cliente inicia o seu funcionamento, a assuntos gerais, enquanto que os mecanismos de proteção são
partir do servidor. utilizados para salvar as informações a serem protegidas.
(D) Incorreta: O Domain Name System (DNS) é um sistema A segurança é analisada de várias formas. Os principais
de gerenciamento de nomes hierárquico e distribuído para problemas causados com a falta de segurança são a perda de
computadores, serviços ou qualquer recurso conectado à dados e as invasões de intrusos. A perda de dados na maioria
Internet ou em uma rede privada. Ele baseia-se em nomes das vezes é causada por:
hierárquicos e permite a inscrição de vários dados digitados - Fatores naturais (ex.: incêndio, enchente);
além do nome do host e seu IP. - Erros de hardware ou de software (ex.: falhas no
(E) Incorreta: Dynamic Host Configuration Protocol processamento);
(Protocolo de configuração dinâmica de host), é um protocolo de - Erros humanos (ex.: entrada incorreta de dados);
serviço TCP/IP que oferece configuração dinâmica de terminais,
com concessão de endereços IP de host, Máscara de sub-rede, Para evitar a perda destes dados é necessário manter um
Default Gateway (Gateway Padrão), Número IP de um ou mais backup confiável, guardado longe destes dados originais.
servidores DNS, Número IP de um ou mais servidores WINS e Para que vírus sejam identificados, os anti-virus devem estar
Sufixos de pesquisa do DNS. cada vez mais atualizados, pois novos vírus surgem rapidamente,
e com a mesma velocidade dos anti-virus.

Segurança Virtual. Malwares. Níveis de segurança


Antivírus. Firewall. - Segurança Fisica – trata de ameaças a exemplo de
relâmpago, alagamento, etc.
- Segurança Lógica – trata de ameaças a exemplo das
Segurança29 ocasionadas por virus, violação de senha.

A Segurança da Informação se refere à proteção existente nas Políticas de Segurança


informações de uma determinada empresa ou pessoa. Aplica-se Uma política de segurança consiste num conjunto de regras
tanto a informações corporativas quanto às pessoas. Entende- que devem ser seguidas por quem se utiliza dos recursos de uma
se por informação todo e qualquer conteúdo ou dado que tenha organização (RFC 2196 (The Site Security Handbook)).
valor para alguma organização ou pessoa. Filosofias de qualquer política de segurança:
Ela pode estar disponível para uso restrito ou ao público - Filosofia Proibitiva (tudo que não é expressamente
para consulta ou aquisição. permitido é proibido);
O conceito de segurança informática ou segurança de - Filosofia Permissiva (tudo que não é proibido é permitido).
computadores se aplica a todos os aspectos de proteção de
informações e de dados e está intimamente relacionado com o Para diminuir os problemas com senhas, a regra básica é a
de segurança da informação, incluindo não apenas a segurança conscientização dos colaboradores quanto ao uso e manutenção
29 Fonte: http://www.inf.pucpcaldas.br/extensao/cereadd/apostilas/windo-
das mesmas.
ws7v1.pdf O bem mais importante que as empresas possuem, são as

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informações gerenciais, sendo muito importantes para a tomada - E-mails: essa é uma das práticas mais exploradas. O usuário
de decisões. Com o crescimento da Internet e o uso de dispositivos recebe mensagens que tentam convencê-lo a executar um
móveis nas empresas é inevitável a ocorrência de problemas de arquivo anexado ou presente em um link. Se o usuário o fizer
segurança, e para isso é preciso muito planejamento e trabalho sem perceber que está sendo enganado, certamente terá seu
da equipe técnica de informática. É importante criar normas computador contaminado;
rígidas e treinar toda a equipe interna e externa. - Downloads: o usuário pode baixar um arquivo de um
30
determinado site sem perceber que este pode estar infectado.
Tipos de Vírus31
Os vírus também podem se propagar através de uma
Vírus de computador são pequenos programas capazes de combinação de meios. Por exemplo, uma pessoa em um escritório
causar grandes transtornos a indivíduos, empresas e outras pode executar o anexo de um e-mail e, com isso, contaminar
instituições: podem apagar dados, capturar informações, alterar o seu computador. Em seguida, este mesmo vírus pode tentar
ou impedir o funcionamento do sistema operacional e assim por explorar falhas de segurança de outros computadores da rede
diante. É comum pessoas chamarem de vírus todo e qualquer para infectá-los.
programa com fins maliciosos. Mas, há vários tipos de “pragas
digitais”, sendo os vírus apenas uma categoria delas. Existem Outros tipos de malwares
ainda outros softwares parecidos, como cavalos de troia, worms, Como você já sabe, os vírus não são os únicos malwares
hijackers, spywares e ransomwares. que existem. A definição do que a praga é ou não é depende,
essencialmente, de suas ações e formas de propagação. Eis os
O que é um malware? tipos mais comuns:
Malicious e software tem o significado de “programa
malicioso”. Portanto, malware nada mais é do que um nome Cavalo de troia (trojan)
criado para quando necessitamos fazer alusão a um software São um tipo de malware que permitem alguma maneira
malicioso, seja ele um vírus, um worm, um spyware, etc. de acesso remoto ao computador após a infecção. Esse tipo de
É importante frisar que a palavra “computador” é utilizada praga pode ter outras funcionalidades, como capturar dados do
neste texto considerando os vários tipos de dispositivos usuário para transmiti-los a outra máquina.
computacionais que existem: desktops, servidores, smartphones, Para conseguir ingressar no computador, o cavalo de troia
tablets e assim por diante. geralmente se passa por outro programa ou arquivo. O usuário
É válido destacar também que os malwares não se limitam pode, por exemplo, fazer um download pensando se tratar de
a uma única plataforma. Há quem pense, por exemplo, que só uma ferramenta para um determinado fim quando, na verdade,
há pragas digitais para Windows, mas isso não é verdade. O que se trata de um trojan.
acontece é que a família de sistemas operacionais da Microsoft é Esse tipo de malware não é desenvolvido para se replicar.
mais popular e, portanto, mais visada. Como não existe software Quando isso acontece, geralmente trata-se de uma ação conjunta
100% seguro, malwares também podem ser desenvolvidos para com um vírus.
atacar qualquer outra plataforma, afinal, sempre há alguém
disposto a descobrir e explorar suas deficiências. Worm (verme)
Os worms (ou vermes, nome pouco usado) podem ser
O que é vírus de computador? interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os
Como você já sabe, um vírus é um programa com fins demais. A principal diferença está na forma de propagação:
maliciosos, capaz de causar transtornos com os mais diversos os worms podem se espalhar rapidamente para outros
tipos de ações: há vírus que apagam ou alteram arquivos computadores - seja pela internet, seja por meio de uma rede
dos usuários, que prejudicam o funcionamento do sistema local - de maneira automática.
operacional danificando ou alterando suas funcionalidades, que Explicação: para agir, o vírus precisa contar com o “apoio”
causam excesso de tráfego em redes, entre outros. do usuário. Isso ocorre, por exemplo, quando uma pessoa baixa
Os vírus, tal como qualquer outro tipo de malware, podem um anexo contaminado de um e-mail e o executa. Os worms, por
ser criados de várias formas. Os primeiros foram desenvolvidos sua vez, podem infectar o computador de maneira totalmente
em linguagens de programação como C e Assembly. Hoje, é discreta, explorando falhas em aplicativos ou no próprio
possível encontrar inclusive ferramentas que auxiliam na sua sistema operacional. É claro que um worm também pode contar
criação. com a ação de um usuário para se propagar, pois geralmente
esse tipo de malware é criado para contaminar o máximo de
Como os vírus agem? computadores possível, fazendo com que qualquer meio que
Os vírus recebem esse nome porque possuem características permita isso seja aceitável.
de propagação que lembram os vírus reais, isto é, biológicos:
quando um vírus contamina um computador, além de executar Spyware
a ação para o qual foi programado, tenta também se espalhar São programas que “espionam” as atividades dos usuários
para outras máquinas, tal como fazem os vírus biológicos nos ou capturam informações sobre eles. Para contaminar um
organismos que invadem. computador, os spywares geralmente são “embutidos” em
Antigamente, os vírus tinham um raio de ação muito softwares de procedência duvidosa, quase sempre oferecidos
limitado: se propagavam, por exemplo, toda vez que um disquete como freeware ou shareware.
contaminado era lido no computador. Com o surgimento da Os dados capturados são posteriormente transmitidos
internet, no entanto, essa situação mudou drasticamente, para pela internet. Estas informações podem ser desde hábitos de
pior. navegação do usuário até senhas.
Isso acontece porque, com a internet, os vírus podem
se espalhar de maneira muito mais rápida e contaminar um Keylogger
número muito mais expressivo de computadores. Para isso, São pequenos aplicativos que podem vir embutidos em
podem explorar vários meios, entre eles: vírus, spywares ou softwares de procedência duvidosa. Sua
- Falhas de segurança (bugs): sistemas operacionais e outros função é a de capturar tudo o que é digitado pelo usuário. É uma
programas não são softwares perfeitos e podem conter falhas. das formas utilizadas para a captura de senhas.
Estas, quando descobertas por pessoas com fins maliciosos,
podem ser exploradas por vírus, permitindo a contaminação do Hijacker
sistema, muitas vezes sem o usuário perceber; São programas ou scripts que “sequestram” navegadores
de internet. As principais vítimas eram as versões mais antigas
30 Fonte: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/seguran%C3%A7a-de- do Internet Explorer. Um hijacker pode, por exemplo, alterar a
-informa%C3%A7%C3%A3o
31 Fonte: http://cfjl.com.br/blogs2/26-tecnologia-da-informacao/1898-oquesao-
página inicial do browser e impedir o usuário de mudá-la, exibir
virusecomoagem propagandas em janelas novas, instalar barras de ferramentas

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e impedir o acesso a determinados sites (páginas de empresas arquivo (qualquer tipo de extensão de arquivo);
de antivírus, por exemplo). Felizmente, os navegadores - se for possível, crie o disquete de verificação e utilize-o
atuais contam com mais recursos de segurança, limitando esporadicamente, ou quando seu computador estiver
consideravelmente a ação desse tipo de praga digital. apresentando um comportamento anormal (mais lento,
gravando ou lendo o disco rígido fora de hora, etc);
Rootkit
Esse é um dos tipos de malwares mais perigosos. Podem Algumas versões de antivírus são gratuitas para uso pessoal
ser utilizados para várias finalidades, como capturar dados e podem ser obtidas pela Internet. Mas antes de obter um
do usuário. Até aí, nenhuma novidade. O que torna os rootkits antivírus pela Internet, verifique sua procedência e certifique-se
tão ameaçadores é a capacidade que possuem para dificultar a que o fabricante é confiável.
sua detecção por antivírus ou outros softwares de segurança.
Em outras palavras, os rootkits conseguem se “camuflar” no O mercado conta com antivírus pagos e gratuitos (estes,
sistema. Para isso, desenvolvedores de rootkits podem fazer geralmente com menos recursos). Alguns programas, na
uso de várias técnicas avançadas, como infiltrar o malware em verdade, consistem em pacotes de segurança, já que incluem
processos ativos na memória, por exemplo. firewall e outras ferramentas que complementam a proteção
Além de difícil detecção, os rootkits também são de difícil oferecida pelo antivírus. Eis uma lista com as soluções mais
remoção. Felizmente, sua complexidade de desenvolvimento faz conhecidas:
com que não sejam muito numerosos. - AVG: mais conhecida por suas versões gratuitas, mas
também possui edições paga com mais recursos - www.avg.com;
Ransomware - Avast: conta com versões pagas e gratuitas - www.avast.
É um tipo de malware com uma “proposta” mais ousada: com;
uma vez ativo, a praga pode bloquear ou limitar (ou permitir - Microsoft Security Essentials: gratuito para usuários
que seu criador o faça remotamente) o acesso a arquivos, domésticos de licenças legítimas do Windows - www.microsoft.
pastas, aplicativos, unidades de armazenamento inteiras ou até com/security_essentials;
mesmo impedir o uso do sistema operacional. Para liberar estes - Norton: popular antivírus da Symantec. Possui versões de
recursos, o ransomware costuma mostrar mensagens exigindo testes, mas não gratuitas - www.norton.com;
pagamentos. É como se o computador tivesse sido sequestrado. - Panda: possui versões de testes, mas não gratuitas - www.
Para convencer o usuário a desembolsar o valor exigido, pandasecurity.com;
a mensagem pode conter ameaças ou chantagens, dizendo, - Kaspersky: possui versões de testes, mas não gratuitas -
por exemplo, que dados importantes serão apagados ou que www.kaspersky.com;
imagens particulares da pessoa serão publicadas na internet - Avira AntiVir: mais conhecida por suas versões gratuitas,
caso o pagamento não seja efetuado. mas também possui edições pagas com mais recursos - www.
O usuário que tiver seu computador infectado por um avira.com;
ransomware não deve ceder à pressão e pagar, mesmo porque, - NOD32: possui versões de testes, mas não gratuitas - www.
não raramente, nada acontece quando isso é feito. O ideal é que a eset.com;
pessoa utilize um software de segurança (antivírus) para tentar - McAfee: uma das soluções mais tradicionais do mercado.
remover a praga ou, se não tiver sucesso, procure alguém de Possui versões de testes, mas não gratuitas - www.mcafee.com;
confiança para fazê-lo. - F-Secure: pouco conhecida no Brasil, mas bastante utilizada
em outros países. Possui versões de testes, mas não gratuitas -
Falsos antivírus www.f-secure.com;
Não é novidade para ninguém que o meio mais utilizado - BitDefender: conta com versões pagas e gratuitas - www.
como proteção contra vírus e outros malwares são os antivírus. bitdefender.com.
Cientes disso, “delinquentes virtuais” passaram a explorar essa
característica a seu favor: criaram falsos antivírus. Firewall
A propagação desse tipo de software é feita de várias O firewall é um sistema que visa proteger o computador de
maneiras. Nas mais comuns, sites de conteúdo duvidoso ameaças vindas da internet.
exibem propagandas que se passam por alertas de segurança. Existem 2 tipos de ameaças: Os vírus e os malwares.
Se o usuário clicar na mensagem, será convidado a baixar Vírus atacam e danificam arquivos do seu sistema. São
um programa ou acessar uma página que supostamente faz combatidos pelo antivírus.
varreduras em seu computador. Malwares são programas que visam roubar suas informações
A suposta ferramenta, que inclusive costuma ter interface e o Firewall é a primeira linha de defesa.
que lembra os antivírus mais conhecidos do mercado, simula O Windows conta com um firewall. É importante manter-lo
uma varredura que aponta a existência de um ou mais malwares ativado.
no computador e se oferece para limpar o sistema mediante Para verificar se está ativado:
pagamento. Mas tudo não passa de simulação. Vá em Painel de Controle -> Sistema e Segurança -> Verificar
A dica mais recomendada, neste caso, é a de utilizar sempre o status do Firewall.
antivírus de empresas de segurança reconhecidas. Se estiver tudo certo, deve estar igual a figura abaixo:

Antivírus
Os antivírus são programas que procuram detectar e, então,
anular ou remover os vírus de computador. Atualmente, novas
funcionalidades têm sido adicionadas aos programas antivírus,
de modo que alguns procuram detectar e remover cavalos de Atualizações
tróia e outros tipos de códigos maliciosos, barrar programas O Windows apresenta muitas falhas em seu sistema. Falhas
hostis e verificar e-mails. imperceptíveis que os usuários comuns não se dão conta, porem,
não passam despercebidas pelos Hackers que exploram estas
Como faço bom uso do meu antivírus? falhas para danificar o sistema de outras pessoas.
As dicas para o bom uso do antivírus são simples: Em virtude disso, a Microsoft esta continuamente lançando
- mantenha o antivírus e suas assinaturas sempre atualizados; atualizações que servem para corrigir estas falhas.
- configure-o para verificar automaticamente arquivos É muito importante manter o sistema atualizado e uma
anexados aos e-mails e arquivos obtidos pela Internet; vantagem do Windows é que ele se atualiza automaticamente,
- configure-o para verificar automaticamente mídias basta uma conexão com a internet.
removíveis (CDs, DVDs, pendrives, disquetes, discos para Zip,
etc);
- configure-o para verificar todo e qualquer formato de

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Segurança na Internet segurança, a origem e a integridade do documento.
Computadores domésticos são utilizados para realizar A assinatura digital fica de tal modo vinculada ao documento
inúmeras tarefas, tais como: eletrônico “subscrito” que, ante a menor alteração neste, a
- transações financeiras, sejam elas bancárias ou mesmo assinatura se torna inválida. A técnica permite não só verificar
compra de produtos e serviços; a autoria do documento, como estabelece também uma
- comunicação através de e-mails, por exemplo; “imutabilidade lógica” de seu conteúdo, pois qualquer alteração
- armazenamento de dados, sejam eles pessoais ou do documento, como por exemplo a inserção de mais um espaço
comerciais, etc. entre duas palavras, invalida a assinatura.
Necessário distinguir assinatura digital da assinatura
É importante que você se preocupe com a segurança de seu digitalizada. A assinatura digitalizada é a reprodução da
computador, pois você, provavelmente, não gostaria que: assinatura autógrafa como imagem por um equipamento tipo
- suas senhas e números de cartões de crédito fossem scanner. Ela não garante a autoria e integridade do documento
furtados e utilizados por terceiros; eletrônico, porquanto não existe uma associação inequívoca
- sua conta de acesso a Internet fosse utilizada por alguém entre o subscritor e o texto digitalizado, uma vez que ela pode
não autorizado; ser facilmente copiada e inserida em outro documento.
- seus dados pessoais, ou até mesmo comerciais, fossem Os atributos da assinatura digital são:
alterados, destruídos ou visualizados por terceiros; a) ser única para cada documento, mesmo que seja o mesmo
- seu computador deixasse de funcionar, por ter sido signatário;
comprometido e arquivos essenciais do sistema terem sido b) comprovar a autoria do documento eletrônico;
apagados, etc. c) possibilitar a verificação da integridade do documento, ou
seja, sempre que houver qualquer alteração, o destinatário terá
Por que alguém iria querer invadir meu computador? como percebê-la;
A resposta para esta pergunta não é simples. Os motivos d) assegurar ao destinatário o “não repúdio” do documento
pelos quais alguém tentaria invadir seu computador são eletrônico, uma vez que, a princípio, o emitente é a única pessoa
inúmeros. Alguns destes motivos podem ser: que tem acesso à chave privada que gerou a assinatura.
- utilizar seu computador em alguma atividade ilícita, para A assinatura digital garante ao destinatário que o documento
esconder a real identidade e localização do invasor; não foi alterado ao ser enviado (integridade) e ainda comprova a
- utilizar seu computador para lançar ataques contra outros autoria do emitente (autenticidade), enfim, confere maior grau
computadores; de segurança, pois os documentos eletrônicos não assinados
- utilizar seu disco rígido como repositório de dados; digitalmente têm as características de alterabilidade e fácil
- destruir informações (vandalismo); falsificação.32
- disseminar mensagens alarmantes e falsas;
- ler e enviar e-mails em seu nome; Dicas de proteção
- propagar vírus de computador; 33

- furtar números de cartões de crédito e senhas bancárias; Muita gente pensa que basta ter um antivírus no computador
- furtar a senha da conta de seu provedor, para acessar a e estará livre de malwares. De fato, esse tipo de software tem um
Internet se fazendo passar por você; papel importante, mas nem mesmo a melhor solução consegue
- furtar dados do seu computador, como por exemplo, ser 100% eficiente. A arma mais poderosa, portanto, é a
informações do seu Imposto de Renda. prevenção. Eis algumas dicas simples, mas essenciais para isso:
- Aplique as atualizações do sistema operacional e sempre
Certificado digital use versões mais recentes dos programas instalados nele;
- Tome cuidado com anexos e link em e-mails, mesmo
O certificado digital é um documento eletrônico assinado quando a mensagem vier de pessoas conhecidas;
digitalmente por uma autoridade certificadora, e que contém - O mesmo cuidado deve ser dado a redes sociais (Facebook,
diversos dados sobre o emissor e o seu titular. A função precípua orkut, Twitter, etc) e a serviços como o Windows Live Messenger;
do certificado digital é a de vincular uma pessoa ou uma entidade - Antes de baixar programas desconhecidos, busque mais
a uma chave pública. informações sobre ele em mecanismos de buscas ou em sites
Para adquirir um certificado digital, o interessado deve especializados em downloads;
dirigir-se a uma Autoridade de Registro, onde será identificado - Tome cuidado com os sites que visita. É muito comum, por
mediante a apresentação de documentos pessoais (dentre exemplo, a propagação de malwares em páginas de conteúdo
outros: cédula de identidade ou passaporte, se estrangeiro; adulto;
CPF; título de eleitor; comprovante de residência e PIS/PASEP, - Ao instalar um antivírus, certifique-se de que este é
se for o caso). É importante salientar que é indispensável a atualizado regularmente, do contrário, o programa não será
presença física do futuro titular do certificado, uma vez que este capaz de identificar novos vírus ou variações de pragas já
documento eletrônico será a sua “carteira de identidade” no existentes;
mundo virtual. - Faça uma varredura com o antivírus periodicamente no
A emissão de certificado para pessoa jurídica requer a computador todo. Também utilize o programa para verificar
apresentação dos seguintes documentos: registro comercial, arquivos baixados pela internet;
no caso de empresa individual; ato constitutivo, estatuto ou - Vírus também podem ser espalhar por cartões SD, pendrives
contrato social; CNPJ e documentos pessoais da pessoa física e aparelhos semelhantes, portanto, sempre verifique o conteúdo
responsável. dos dispositivos removíveis e, se possível, não utilize-os em
As principais informações que constam em um certificado computadores públicos (faculdade, escola, lan house, etc).
digital são:
- chave pública do titular; Vírus e afins não podem danificar o hardware do computador.
- nome e endereço de e-mail; Malwares são softwares, portanto, não podem queimar ou fazer
- período de validade do certificado; com que um componente exploda, por exemplo.
- nome da AC que emitiu o certificado; O que pode acontecer é de uma praga conseguir danificar
- número de série do certificado digital; o firmware de algum dispositivo, isto é, o software que o faz
- assinatura digital da AC. funcionar. Mas esse é um procedimento bastante complexo e,
consequentemente, muito difícil de ocorrer.
Assinatura digital É importante esclarecer também que o simples ato de

A assinatura digital é uma modalidade de assinatura 32 Fonte: http://www.trt4.jus.br/content-portlet/download/68/certificado_digi-


tal_ins.pdf
eletrônica, resultado de uma operação matemática que utiliza 33 Fonte: http://cfjl.com.br/blogs2/26-tecnologia-da-informacao/1898-oquesao-
algoritmos de criptografia assimétrica e permite aferir, com virusecomoagem

Informática Básica 92
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APOSTILAS OPÇÃO
baixar um vírus não contamina imediatamente o computador. É Qual destas pragas virtuais Alcebiades instalou?
necessário que alguma ação - um clique do usuário, por exemplo (A) Browser Hijacker.
- o faça entrar em ação. (B) Trojans.
(C) Spyware.
Questões (D) Worms.

01. (TRE-AP - Técnico Judiciário - Administrativa - Respostas


FCC/2015). Um usuário de computador observou que, ao
conectar um pendrive no computador, os arquivos do pendrive 01. Resposta: D
foram transformados em atalhos, não conseguindo acessar Spyware - programa automático de computador, que recolhe
os arquivos originalmente armazenados. Esse sintoma é informações sobre o usuário, sobre os seus costumes na Internet
característico de um malware do tipo: e transmite essa informação a uma entidade externa na Internet,
(A) Spyware. sem o conhecimento e consentimento do usuário.
(B) Keylogger. Keylogger - ou captura de teclado , é a ação de gravar (ou
(C) Worm. registrar) as informações escritas em um teclado, normalmente
(D) Vírus. de uma forma encoberta de modo que a pessoa que usa o
(E) Adware. teclado não tem conhecimento de que suas ações estão sendo
monitoradas.
02. (TRE-SE - Técnico Judiciário - Área Administrativa Worm - é um programa autorreplicante, diferente de um
- FCC/2015). Existe uma série de recomendações para fazer vírus. Enquanto um vírus infecta um programa e necessita deste
uso seguro do webmail, como a criação de uma senha de acesso programa hospedeiro para se alastrar, o worm é um programa
adequada, a não abertura de links suspeitos e a utilização completo e não precisa de outro para se propagar. Um worm
de conexões de acesso ao webmail seguras. Uma conexão é pode ser projetado para tomar ações maliciosas após infestar
considerada segura se o endereço da página do provedor de um sistema. Além de se autorreplicar, pode deletar arquivos em
webmail, utilizada no acesso ao e-mail, for iniciada por um sistema ou enviar documentos por email.
(A) HTTPS. Vírus - infecta o sistema, faz cópias de si mesmo e tenta se
(B) TCPS. espalhar para outros computadores, utilizando-se de diversos
(C) FTPS. meios.
(D) SNMP. A maioria das contaminações ocorre pela ação do usuário,
(E) HTTP. executando o arquivo infectado recebido como um anexo de
um e-mail. A contaminação também pode ocorrer por meio de
03. (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRANRIO/2015). arquivos infectados em pen drives, CDs e outros.
Os escriturários de uma agência foram chamados para uma Adware - é qualquer programa que executa automaticamente
reunião com um profissional da área de segurança da informação e exibe uma grande quantidade de anúncios (ad= anúncio,
de um banco. O objetivo dessa reunião era informá-los de que software = programa) sem a permissão do usuário. As funções
houve uma falha nos procedimentos de segurança da rede de do Adware servem para analisar os locais de Internet que o
computadores da agência, o que permitiu a propagação de um usuário visita e lhe apresentar publicidade pertinente aos tipos
programa malicioso bastante perigoso. de bens ou serviços apresentados lá. Os adwares também são
Durante a reunião, o profissional de segurança disse que usados de forma legítima por empresas desenvolvedoras de
o programa em questão permite monitorar a movimentação software livre ou gratuito.
do mouse por sobre a tela de uma aplicação bancária, com o
objetivo de descobrir a senha digitada por um usuário que esteja 02. Resposta: A
usando um teclado virtual. A - CORRETO - HTTPS - Protocolo​de transferência de
Ele completou sua explanação dizendo que esse tipo de hipertexto SEGURO.
código malicioso é chamado de B - ERRADO - TCP - Protocolo de Controle de Transmissão.
(A) vírus C- ERRADO - FTP - Protocolo de transferência de arquivos.
(B) trojan clicker D- ERRADO - SNMP - Protocolo padrão para monitoramento
(C) spyware e gerenciamento de redes.
(D) botnet E- ERRADO - HTTP - Protocolo de transferência de hipertexto.
(E) trojan backdoor
03. Resposta: C
04. (COBRA Tecnologia S/A (BB) - Técnico de Operações - A - Um vírus é um software malicioso com capacidade de
Equipamentos - QUADRIX/2015). Em um sistema operacional infectar um sistema operacional. Uma vez instalado tentar
para desktop com acesso à internet, instalado em um se espalhar para outros computadores. Não é uma praga
microcomputador, ocorrem diversas vulnerabilidades e falhas voltada exclusivamente a captura de informações. (Alternativa
de segurança conhecidas. Seus fornecedores, distribuidores ou incorreta).
a comunidade de técnica indicam, por diversos motivos, quais B - Em caso de contaminação por um Trojan Clicker ao
procedimentos devem ser executados para elevar a segurança navegar pela internet você é redirecionado para outros sites,
ou a correção de problemas. Qual, das alternativas a seguir, com o objetivo de aumentar a quantidade de visitas a estes sites
auxilia um usuário padrão a se proteger de vírus e programas ou apresentar propagandas. (Alternativa incorreta)
maliciosos? C - Um SpyWare recolhe informações sobre o usuário e
(A) Codec de vídeo. envia a outra pessoa, sem o conhecimento e consentimento do
(B) Backup. usuário. Possui uma variação denominada Screenlogger capaz
(C) PROXY de armazenar a posição do cursor e a tela apresentada no
(D) Wi-Fi. monitor, nos momentos em que o mouse é clicado. (Alternativa
(E) Antivírus. correta)
D - O Botnet tem por objetivo permitir o controle remoto do
05. (TRE-MA - Técnico Judiciário - Administrativo - computador infectado, incluindo em uma rede de computadores
IESES/2015). Alcebíades queria instalar um software em seu zumbis controlada pelo invasor. (Alternativa incorreta)
computador rapidamente para modificar umas fotos. Procurou E - Um Trojan backdoor permite o controle remoto do
na internet e achou um software freeware. Baixou e instalou, computador infectado. (Alternativa incorreta)
sem perceber que alguns softwares adicionais foram instalados
também. Como a prioridade era a rapidez e não a segurança, ele 04. Resposta: E
pagou o preço. Sua página inicial do browser foi alterada, sua Um codec de vídeo é um programa que permite comprimir e
página de procura principal e redirecionamentos de páginas. descomprimir vídeo digital.

Informática Básica 93
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APOSTILAS OPÇÃO
Backup é um termo inglês que tem o significado decópia
de segurança. É frequentemente utilizado em informática para
indicar a existência de cópia de um ou mais arquivos guardados
em diferentes dispositivos de armazenamento. Se, por qualquer
motivo, houver perda dos arquivos originais, a cópia de
segurança armazenada pode ser restaurada para repor os dados
perdidos.
O servidor Proxy é uma configuração que permite acessar,
do seu computador pessoal, serviços restritos à rede.
Wi-Fi é um conjunto de especificações para redes locais sem
fio (WLAN - Wireless Local Area Network) baseada no padrão
IEEE 802.11. O nome “Wi-Fi” é tido como uma abreviatura do
termo inglês “Wireless Fidelity”.
O software antivírus é um programa de computador que
detecta, evita e atua na neutralização ou remoção de programas
Mal-intencionados, como vírus

05. Resposta: A
A - Browser Hijacker: “Sequestro de navegador” é um tipo de
fraude online. Golpistas usam software mal-intencionado para
assumir o controle do navegador de Internet do seu computador
e mudam a forma como ele é exibido e o seu conteúdo quando
você está navegando na web.
B - Cavalo de Tróia ou Trojan Horse é um tipo programa
malicioso que podem entrar em um computador disfarçados
como um programa comum e legítimo. Ele serve para
possibilitar a abertura de uma porta de forma que usuários mal
intencionados possam invadir seu PC.
C - Spywares são programas espiões, isto é, sua função é
coletar informações sobre uma ou mais atividades realizadas
em um computador.
D - Worm (verme, em inglês) de computador é um programa
malicioso que se utiliza de uma rede para se espalhar por vários
computadores sem que nenhum usuário interfira neste processo
(aí está a diferença entre vírus e worm).
Os worms são perigosos pois podem ser disparados,
aplicados e espalhados em um processo totalmente automático
e não precisar se anexar a nenhum arquivo para isso.

Anotações

Informática Básica 94
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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

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APOSTILAS OPÇÃO

Com emendas e projetos anexados à proposta original,


iniciou-se as negociações formando a defesa pela escola
pública em um modelo democrático, prevendo uma maior
abrangência ao sistema público de educação, à
regulamentação da educação infantil e avanços curriculares ao
ensino médio.
Até que o substitutivo de Jorge Hage fosse aprovado, cerca
de 40 entidades e instituições foram ouvidas em audiências
públicas e foram promovidos debates e seminários temáticos
com especialistas convidados para discutir os pontos
A lei 9394/96 e seus polêmicos da reforma educacional referente ao substitutivo
avanços durante a sua que o relator vinha construindo. Diversos setores da iniciativa
privada do setor educacional opunham-se a alguns dos pontos
primeira década de da proposta e tinham o apoio de alguns parlamentares que
promulgação. faziam frente às aprovações.
Esses debates e negociações deram origem a duas novas
versões do texto do deputado
A TRAJETÓRIA DA LDB1 Elísio, sendo a última votada na Comissão Educação,
Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados, e com
LDB: Emendas e projetos substitutivos aprovação final na sessão de 13 de maio de 1993. Tal projeto,
ao dar entrada no senado, foi identificado como PLC (Projeto
Ao longo dos anos do surgimento da primeira LDB, de Lei da Câmara) nº 101 de 1993 que fixa diretrizes e bases
diversas foram as emendas que alteraram o texto da educação nacional, tendo sido designado relator na
regulamentar e legislatório da lei 4.024/61, bem como das Comissão de Educação o Senador Cid Sabóia (PMDB/CE).
subsequentes, marcando o progresso das diretrizes e bases Uma vez aprovado no Senado o projeto retornou a Câmara
nacionais da educação. Por conseguinte, alguns projetos de lei dos Deputados na forma do substitutivo Darcy Ribeiro e o
foram propostos à Assembleia Constituinte na tentativa de deputado José Jorge foi designado relator. O Governo Federal
aperfeiçoar a LDB. Deste modo, foram realizadas discussões exigiu a aprovação até o final do ano de 1996, assim, em sessão
sobre as necessidades da educação entre professores e demais realizada em 17 de dezembro de 1996, foi aprovado na Câmara
profissionais da área, tanto do âmbito público quanto privado, o relatório contendo o texto final da LDB, posteriormente
norteando assim as adaptações dos textos denominados de sancionada pela Presidência da República no dia 20, sob o nº
“projetos substitutivos”. 9.394/96.
Para Saviani (1999), “é possível perceber como a lei Instituída a lei surge a necessidade de adequação da
aprovada configurou, uma solução intermediária, entre os educação aos novos parâmetros legislativos, de forma a
extremos representados pelo projeto original e pelo estabelecer um modelo educacional condizente com a
substitutivo Lacerda”. O autor se refere a uma comparação realidade do país.
entre o projeto de 1948, o substitutivo Carlos Lacerda de 1958
e o texto da lei 4.024/61, tendo em vista a necessidade de se A realidade educacional brasileira: a lei sob um olhar crítico
estabelecer um único ponto de vista ideológico sobre a
questão educacional. De acordo com Alves (2002), a lei aprovada é o
Na tentativa de organizar o ensino ao novo quadro político cumprimento de um programa tornando-se um marco
(golpe militar de 1964), como instrumento para dinamizar a simbólico de uma guinada neoconservadora da educação no
própria ordem socioeconômica, ajusta-se a LDB 4.024/61, não Brasil na década de 90, nos moldes do ideário neoliberal. Esse
sendo considerado pelo governo militar a necessidade de programa começou a ser implementado no Brasil de forma
editar por completo a lei em questão. Atendendo à ideologia mais sistemática e incisiva no governo de Collor e de FHC;
desenvolvimentista adotada pelo governo, ajustou-se a LDB de ainda assim, a lei permanece ambígua porque conceitua, mas
61, sancionando a lei de 5.540/68, que reformou a estrutura não assegura o próprio cumprimento.
do ensino superior, sendo por isso, chamada de lei da reforma No entanto, a lei 9.394/96 não impossibilita adaptações de
universitária. melhoria para a educação nacional, sendo a mais completa
Para atender as demandas do ensino primário e médio foi legislação em favor da educação já redigida. Tal característica
necessária uma nova reforma, instituída pela lei 5.692/71, que proporcionou à educação, importantes avanços, como a
alterou a sua denominação para ensino de 1º e 2º graus. Desta criação do FUNDEF (O Fundo de Manutenção e
forma, as disposições previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Educação Nacional nº 4.024/61, relativas ao primário, médio Magistério) e a instituição de alguns programas do governo
e superior foram revogadas e substituídas pelo disposto nas federal visando à promoção do acesso ao ensino superior,
duas novas leis sancionadas pelo Congresso. como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e PROUNI
“Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o (Programa Universidade Para Todos).
deputado Octávio Elísio apresentou na Câmera Federal um Logo, a LDB 9.394/96 não cessou os debates em torno da
projeto fixando as diretrizes e bases nacionais frente à nova educação. Novas emendas e programas foram alvo de
realidade da educação e da sociedade brasileira, seguindo os impasses no legislativo e entre os representantes dos
parâmetros da nova Carta Magna. O projeto em pauta profissionais da educação. Novamente os interesses do público
propusera uma ampliação dos recursos para educação pública. e do privado foram colocados em contestação, a exemplo do
Para a elaboração do texto final da proposta, definiu-se em programa de concessão de bolsas para cursos de graduação
uma discussão na Câmara Federal o deputado Jorge Hage como em instituições particulares (PROUNI), discutindo-se qual
relator do projeto.” seria a melhor aplicação dos recursos do programa:
incrementar a educação superior pública ou incentivar o setor
privado.

1 CERQUEIRA, A. G. C.; CERQUEIR, A. C.; SOUZA, T. C. de.; MENDES, P. A. A

trajetória da LDB: um olhar crítico frente à realidade brasileira.

Fundamentos da Educação 1
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APOSTILAS OPÇÃO

Mediante estudo acerca do percurso da LDB, fora Comentário: A educação escolar de que se trata essa lei,
observado que a lei está envolvida num sistema de interesses considera a educação em instituições próprias à esse fim de
públicos e privados. Demo (2002) reafirma este modo porém que essa educação tome sentido não só na vida
posicionamento, pontuando que a LDB atual, paradoxalmente, escolar da criança mas, também, no meio profissional e na
preserva “ranços” e possibilita incontestáveis avanços. prática social.
Ranços em referência aos atrasos existentes na esfera da
educação. As dificuldades encontradas no sistema de educação TÍTULO II
pública são consequências da inexistência de uma indicação Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
oficial acerca das modificações propostas pela LDB, a exemplo
dos problemas como a baixa remuneração e a capacitação Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada
inadequada de docentes, tal como afirma Castro (2003): Em nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
vez de ensinar o futuro professor a dar aula, se gasta o tempo humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
repetindo as teorias dos autores defuntos. Não se ensina a lhe educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
dar com o cotidiano da sala de aula. [...] Portanto, os qualificação para o trabalho.
professores acabam tendo de se lembrar das aulas dos
próprios professores quando estavam naquela mesma série. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:
Doutro modo, o texto acabou tendo um tom geral bastante I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
progressista, configurando um inegável avanço rumo à LDB escola;
que almejavam os educadores comprometidos com a educação II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
pública de qualidade e acessível às camadas populares da cultura, o pensamento, a arte e o saber;
sociedade. Isto é, garantiu a continuidade da democratização III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
da educação proposta desde o início do processo legislatório IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
da LDB. V - coexistência de instituições públicas e privadas de
A LDB, nº 9.934/96 assume a característica indicativa, de ensino;
modo a permitir o aperfeiçoamento de questões educacionais VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
amplamente discutidas. Tais discussões proporcionaram oficiais;
autonomia por parte das instituições de ensino e suas VII - valorização do profissional da educação escolar;
respectivas secretárias de educação (municipal ou estadual), VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta
descentralizando o poder de decisões da União, definindo Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
assim as ações que devem ser realizadas e quais os objetivos a IX - garantia de padrão de qualidade;
serem atingidos conforme a realidade nas diferentes X - valorização da experiência extraescolar;
localidades. XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as
Finalmente, observa-se que a LDB assume um caráter práticas sociais.
inovador, todavia, ainda insuficiente para atender as XII - consideração com a diversidade étnico-racial.
necessidades de melhorias do sistema educacional, no sentido
de melhoria da qualidade do ensino brasileiro frente às TÍTULO III
tendências econômicas do país, porém mostrando-se eficaz no Do Direito à Educação e do Dever de Educar
que tange a regulamentação da educação nacional.
Além de ter sua estrutura independente de dispositivos Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública
que não obriguem a sua execução ou apontem uma direção será efetivado mediante a garantia de:
para a reestruturação do sistema educacional, “suas reformas I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
demonstram a recomposição da elite no poder”. Tal assertiva aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte
confirma-se quando é observado o projeto da LDB em sua forma:
outorga, visto que, somente foi aprovado e sancionado quando a) pré-escola;
teve interesses da elite nacional contemplados, de modo que, b) ensino fundamental;
pontos essenciais para a modificação do quadro educacional c) ensino médio;
brasileiro não foram realmente favorecidos. II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco)
anos de idade;
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 III - atendimento educacional especializado gratuito aos
educandos com deficiência, transtornos globais do
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o preferencialmente na rede regular de ensino;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e
médio para todos os que não os concluíram na idade própria;
TÍTULO I V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa
Da Educação e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se condições do educando;
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no VII - oferta de educação escolar regular para jovens e
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos adultos, com características e modalidades adequadas às suas
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem
manifestações culturais. trabalhadores as condições de acesso e permanência na
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se escola;
desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
instituições próprias. educação básica, por meio de programas suplementares de
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do material didático-escolar, transporte, alimentação e
trabalho e à prática social. assistência à saúde;

Fundamentos da Educação 2
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APOSTILAS OPÇÃO

IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização
como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de nos termos desta Lei.
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem. Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos
Art. 5° O acesso à educação básica obrigatória é direito Territórios;
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à
Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva
§ 1o O poder público, na esfera de sua competência e supletiva;
federativa, deverá: IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a
idade escolar, bem como os jovens e adultos que não educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que
concluíram a educação básica; nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a
II - fazer-lhes a chamada pública; assegurar formação básica comum;
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o
escola. Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público para identificação, cadastramento e atendimento, na educação
assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades
nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a
constitucionais e legais. educação;
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste VI - assegurar processo nacional de avaliação do
artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior,
hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a
gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente. definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e
para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela pós-graduação;
ser imputada por crime de responsabilidade. VIII - assegurar processo nacional de avaliação das
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de instituições de educação superior, com a cooperação dos
ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de
aos diferentes níveis de ensino, independentemente da ensino;
escolarização anterior. IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de
Art. 6° É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de
das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos ensino.
de idade. § 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho
Nacional de Educação, com funções normativas e de
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as supervisão e atividade permanente, criado por lei.
seguintes condições: § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e União terá acesso a todos os dados e informações necessários
do respectivo sistema de ensino; de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais.
II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade § 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser
pelo Poder Público; delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o mantenham instituições de educação superior.
previsto no art. 213 da Constituição Federal.
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
Comentário: É dever do Estado garantir escola pública na I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 oficiais dos seus sistemas de ensino;
(dezessete) anos de idade de modo que o acesso à essa II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na
educação é direito público subjetivo, ou seja, todo e qualquer oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a
cidadão tem direito à ela e caso não consiga tem, também, o distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo
direito de acionar o poder público para exigi-la. Por outro lado, com a população a ser atendida e os recursos financeiros
a matrícula nas escolas é dever dos pais ou responsáveis a disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
partir dos 4 anos. III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação,
TÍTULO IV integrando e coordenando as suas ações e as dos seus
Da Organização da Educação Nacional Municípios;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de
Municípios organizarão, em regime de colaboração, os educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de
respectivos sistemas de ensino. ensino;
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de V - baixar normas complementares para o seu sistema de
educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e ensino;
exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em
relação às demais instâncias educacionais.

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VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, gestão democrática do ensino público na educação básica, de
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede princípios:
estadual. I - participação dos profissionais da educação na
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as elaboração do projeto pedagógico da escola;
competências referentes aos Estados e aos Municípios. II - participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades
oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas escolares públicas de educação básica que os integram
e planos educacionais da União e dos Estados; progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito
III - baixar normas complementares para o seu sistema de financeiro público.
ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os Art. 16. O sistema federal de ensino
estabelecimentos do seu sistema de ensino; compreende:(Regulamento)
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, I - as instituições de ensino mantidas pela União;
com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em II - as instituições de educação superior criadas e mantidas
outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas pela iniciativa privada;
plenamente as necessidades de sua área de competência e com III - os órgãos federais de educação.
recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito
ensino. Federal compreendem:
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente,
municipal. pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por II - as instituições de educação superior mantidas pelo
se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele Poder Público municipal;
um sistema único de educação básica. III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas
e mantidas pela iniciativa privada;
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a respectivamente.
incumbência de: Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada,
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e integram seu sistema de ensino.
financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
estabelecidas; I - as instituições do ensino fundamental, médio e de
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;
docente; II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor pela iniciativa privada;
rendimento; III – os órgãos municipais de educação.
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando
processos de integração da sociedade com a escola; Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus classificam-se nas seguintes categorias administrativas:
filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a (Regulamento)
frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas,
execução da proposta pedagógica da escola; mantidas e administradas pelo Poder Público;
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz II - privadas, assim entendidas as mantidas e
competente da Comarca e ao respectivo representante do administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito
Ministério Público a relação dos alunos que apresentem privado.
quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do
percentual permitido em lei. Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão
nas seguintes categorias: (Regulamento)
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou
estabelecimento de ensino; jurídicas de direito privado que não apresentem as
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a características dos incisos abaixo;
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins
de menor rendimento; lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, representantes da comunidade;
além de participar integralmente dos períodos dedicados ao III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia
com as famílias e a comunidade. específicas e ao disposto no inciso anterior;
IV - filantrópicas, na forma da lei.

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TÍTULO V V - a verificação do rendimento escolar observará os


Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino seguintes critérios:
CAPÍTULO I a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
Da Composição dos Níveis Escolares aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: eventuais provas finais;
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com
fundamental e ensino médio; atraso escolar;
II - educação superior. c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries
mediante verificação do aprendizado;
Comentário: A educação básica vai dos 4 (quatro) aos 17 d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
(dezessete) anos e é dividida em três etapas a educação infantil e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de
(creche e pré-escola), a educação fundamental (até a oitava preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo
série, 9° ano) e o ensino médio. rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições
Outra etapa da educação é o ensino superior, em que o de ensino em seus regimentos;
estudante opta pela “área” em que quer estudar e que só é VI - o controle de frequência fica a cargo da escola,
possível após a conclusão da educação básica. conforme o disposto no seu regimento e nas normas do
respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de
CAPÍTULO II setenta e cinco por cento do total de horas letivas para
DA EDUCAÇÃO BÁSICA aprovação;
Seção I VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos
Das Disposições Gerais escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou
certificados de conclusão de cursos, com as especificações
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver cabíveis.
o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades
progredir no trabalho e em estudos posteriores. responsáveis alcançar relação adequada entre o número de
alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries do estabelecimento.
anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à
períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, vista das condições disponíveis e das características regionais
na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto
organização, sempre que o interesse do processo de neste artigo.
aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino
quando se tratar de transferências entre estabelecimentos fundamental e do ensino médio devem ter base nacional
situados no País e no exterior, tendo como base as normas comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em
curriculares gerais. cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da
peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a cultura, da economia e dos educandos.
critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir § 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger,
o número de horas letivas previsto nesta Lei. obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, realidade social e política, especialmente do Brasil.
será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: § 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames desenvolvimento cultural dos alunos
finais, quando houver; § 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a escola, é componente curricular obrigatório da educação
primeira do ensino fundamental, pode ser feita: básica, sendo sua prática facultativa ao aluno:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis
aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola; horas;
b) por transferência, para candidatos procedentes de II – maior de trinta anos de idade;
outras escolas; III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em
c) independentemente de escolarização anterior, mediante situação similar, estiver obrigado à prática da educação física;
avaliação feita pela escola, que defina o grau de IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro
desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua de 1969;
inscrição na série ou etapa adequada, conforme V – (Vetado)
regulamentação do respectivo sistema de ensino; VI – que tenha prole.
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular § 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as
por série, o regimento escolar pode admitir formas de contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação
progressão parcial, desde que preservada a sequência do do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
currículo, observadas as normas do respectivo sistema de africana e europeia.
ensino; § 5º Na parte diversificada do currículo será incluído,
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo
de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a
na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da
outros componentes curriculares; instituição.

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§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as também, o desenvolvimento integral do aluno de modo a
linguagens que constituirão o componente curricular de que possibilitar seu desenvolvimento enquanto cidadão inserido
trata o § 2o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, de em um contexto social favorecendo seu desenvolvimento para
2016). o trabalho e também para seus estudos posteriores servindo,
§ 7o Os currículos do ensino fundamental e médio devem assim, como base para o seu desenvolvimento enquanto
incluir os princípios da proteção e defesa civil e a educação sujeito e autor do seu futuro.
ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios.
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá Seção II
componente curricular complementar integrado à proposta Da Educação Infantil
pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no
mínimo, 2 (duas) horas mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006, Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação
de 2014) básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
§ 9o Conteúdos relativos aos direitos humanos e à criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
prevenção de todas as formas de violência contra a criança e psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
ao adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos família e da comunidade.
currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
da Criança e do Adolescente), observada a produção e I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até
distribuição de material didático adequado. (Incluído pela Lei três anos de idade;
nº 13.010, de 2014) II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco)
anos de idade.
Art. 26.A- Nos estabelecimentos de ensino fundamental e
de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com
estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. as seguintes regras comuns:
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo I - avaliação mediante acompanhamento e registro do
incluirá diversos aspectos da história e da cultura que desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção,
caracterizam a formação da população brasileira, a partir mesmo para o acesso ao ensino fundamental;
desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas,
África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho
no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o educacional;
índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas
contribuições nas áreas social, econômica e política, diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada
pertinentes à história do Brasil. integral;
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro- IV - controle de frequência pela instituição de educação
brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por
no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de cento) do total de horas;
educação artística e de literatura e história brasileiras. V - expedição de documentação que permita atestar os
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica
observarão, ainda, as seguintes diretrizes: Seção III
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, Do Ensino Fundamental
aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem
comum e à ordem democrática; Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6
em cada estabelecimento; (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do
III - orientação para o trabalho; cidadão, mediante:
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo
desportivas não-formais. como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do
cálculo;
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema
rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se
necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e fundamenta a sociedade;
de cada região, especialmente: III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem,
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a
reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; formação de atitudes e valores;
II - organização escolar própria, incluindo adequação do IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se
climáticas; assenta a vida social.
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. § 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino
Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, fundamental em ciclos.
indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do § 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular
órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que por série podem adotar no ensino fundamental o regime de
considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo
Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo
manifestação da comunidade escolar. (Incluído pela Lei nº sistema de ensino.
12.960, de 2014) § 3º O ensino fundamental regular será ministrado em
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a
Comentário: Quando se fala em educação, mais utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
especificamente em educação básica deve-se considerar não aprendizagem.
apenas os conteúdos administrados em sala de aula, mas

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§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino § 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de


a distância utilizado como complementação da aprendizagem avaliação serão organizados de tal forma que ao final do ensino
ou em situações emergenciais. médio o educando demonstre:
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que
obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças presidem a produção moderna;
e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 II - conhecimento das formas contemporâneas de
de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do linguagem;
Adolescente, observada a produção e distribuição de material III- (Revogado)
didático adequado. § 2º (Revogado)
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído § 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e
como tema transversal nos currículos do ensino fundamental. habilitarão ao prosseguimento de estudos.
§ 4º (Revogado)
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte
integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina Seção IV-A
dos horários normais das escolas públicas de ensino Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural
religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Art. 36.A- Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do
procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões
religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e técnicas.
admissão dos professores. Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser
constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio
definição dos conteúdos do ensino religioso. ou em cooperação com instituições especializadas em
educação profissional.
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá
pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, Art. 36.B- A educação profissional técnica de nível médio
sendo progressivamente ampliado o período de permanência será desenvolvida nas seguintes formas:
na escola. I - articulada com o ensino médio;
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha
formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei. concluído o ensino médio.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível
progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas médio deverá observar:
de ensino. I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes
curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional
Seção IV de Educação;
Do Ensino Médio II - as normas complementares dos respectivos sistemas de
ensino;
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos
com duração mínima de três anos, terá como finalidades: de seu projeto pedagógico.
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o Art. 36.C- A educação profissional técnica de nível médio
prosseguimento de estudos; articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei,
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do será desenvolvida de forma:
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído
se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a
aperfeiçoamento posteriores; conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia matrícula única para cada aluno;
intelectual e do pensamento crítico; II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino
IV - a compreensão dos fundamentos científico- médio ou já o estejam cursando, efetuando-se matrículas
tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria distintas para cada curso, e podendo ocorrer:
com a prática, no ensino de cada disciplina. a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as
oportunidades educacionais disponíveis;
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as
na Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes: oportunidades educacionais disponíveis;
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios
do significado da ciência, das letras e das artes; o processo de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao
histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua desenvolvimento de projeto pedagógico unificado.
portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao
conhecimento e exercício da cidadania; Art. 36.D- Os diplomas de cursos de educação profissional
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que técnica de nível médio, quando registrados, terão validade
estimulem a iniciativa dos estudantes; nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como educação superior.
disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e Parágrafo único. Os cursos de educação profissional
uma segunda, em caráter optativo, dentro das técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante e
disponibilidades da instituição. subsequente, quando estruturados e organizados em etapas
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados
disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio. de qualificação para o trabalho após a conclusão, com

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aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma CAPÍTULO III


qualificação para o trabalho. DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Da Educação Profissional e Tecnológica
Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no
cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada aos diferentes níveis e modalidades de educação e às
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.
ensino fundamental e médio na idade própria. § 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos poderão ser organizados por eixos tecnológicos,
jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na possibilitando a construção de diferentes itinerários
idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, formativos, observadas as normas do respectivo sistema e
consideradas as características do alunado, seus interesses, nível de ensino.
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a seguintes cursos:
permanência do trabalhador na escola, mediante ações I – de formação inicial e continuada ou qualificação
integradas e complementares entre si. profissional;
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, II – de educação profissional técnica de nível médio;
preferencialmente, com a educação profissional, na forma do III – de educação profissional tecnológica de graduação e
regulamento. pós-graduação.
§ 3o Os cursos de educação profissional tecnológica de
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne
supletivos, que compreenderão a base nacional comum do a objetivos, características e duração, de acordo com as
currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho
caráter regular. Nacional de Educação.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em
maiores de quinze anos; articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de educação continuada, em instituições especializadas ou no
de dezoito anos. ambiente de trabalho. (Regulamento)
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos
educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos Art. 41. O conhecimento adquirido na educação
mediante exames. profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser
objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para
Comentário: A educação infantil (até os 5 anos de idade) prosseguimento ou conclusão de estudos.
deve ser complementar à ação da família e da comunidade
desde então possibilitando o desenvolvimento da criança Art. 42. As instituições de educação profissional e
enquanto um ser bio-psico-social. tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos
O ensino fundamental, por sua vez, com duração de 9 anos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à
e tento início aos 6 anos de idade visa a formação básica do capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível
cidadão, ou seja, - o desenvolvimento da capacidade de de escolaridade.
aprender através do domínio da leitura, da escrita e do cálculo,
a compreensão do ambiente natural e social, do sistema CAPÍTULO IV
político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se Da Educação Superior
fundamenta a sociedade, a aquisição de conhecimentos e
habilidades e a formação de atitudes e valores e o Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do
solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se espírito científico e do pensamento reflexivo;
assenta a vida social. II - formar diplomados nas diferentes áreas de
O ensino médio com duração mínima de 3 anos tem como conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais
finalidade o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos e para a participação no desenvolvimento da sociedade
anteriormente, a preparação para o trabalho, o brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
aprofundamento do desenvolvimento enquanto ser humano e III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação
a integração da teoria à pratica profissional. científica, visando o desenvolvimento da ciência e da
A Educação Profissional Técnica de Nível Médio, que tem tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo,
por princípios os mesmos pressupostos do ensino médio além desenvolver o entendimento do homem e do meio em que
de preparar o educando para o exercício de profissões vive;
técnicas. IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais,
A Educação de Jovens e Adultos, diz respeito àqueles que científicos e técnicos que constituem patrimônio da
não deram continuidade no ensino fundamental e médio na humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
idade prevista e que têm o direito de prossegui-la na idade publicações ou de outras formas de comunicação;
adulta. V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento
cultural e profissional e possibilitar a correspondente
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo
adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do
conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar
serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta
uma relação de reciprocidade;

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VII - promover a extensão, aberta à participação da qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios
população, visando à difusão das conquistas e benefícios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições,
resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primeiras
tecnológica geradas na instituição. formas concomitantemente: (Redação dada pela lei nº 13.168,
VIII - atuar em favor da universalização e do de 2015).
aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a I - em página específica na internet no sítio eletrônico
capacitação de profissionais, a realização de pesquisas oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte:
pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como
13.174, de 2015) título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de
2015)
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos b) a página principal da instituição de ensino superior, bem
e programas: como a página da oferta de seus cursos aos ingressantes sob a
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma
níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica
requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham eletrônico, deve criar página específica para divulgação das
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº 13.168,
classificados em processo seletivo; de 2015)
III - de pós-graduação, compreendendo programas de d) a página específica deve conter a data completa de sua
mestrado e doutorado, cursos de especialização, última atualização; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino
em cursos de graduação e que atendam às exigências das superior, por meio de ligação para a página referida no inciso
instituições de ensino; I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos III - em local visível da instituição de ensino superior e de
requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
ensino. IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de
§ 1º. Os resultados do processo seletivo referido no inciso acordo com a duração das disciplinas de cada curso oferecido,
II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas observando o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
instituições de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação a) caso o curso mantenha disciplinas com duração
da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de diferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída pela
classificação, bem como do cronograma das chamadas para lei nº 13.168, de 2015)
matrícula, de acordo com os critérios para preenchimento das b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início
vagas constantes do respectivo edital. (Incluído pela Lei nº das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
11.331, de 2006) (Renumerado do parágrafo único para § 1º c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo
pela Lei nº 13.184, de 2015). docente até o início das aulas, os alunos devem ser
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168,
públicas de ensino superior darão prioridade de matrícula ao de 2015)
candidato que comprove ter renda familiar inferior a dez V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei
salários mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando mais nº 13.168, de 2015)
de um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela Lei a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de
nº 13.184, de 2015) ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular
Art. 45. A educação superior será ministrada em de cada curso e as respectivas cargas horárias; (Incluída pela
instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com lei nº 13.168, de 2015)
variados graus de abrangência ou especialização. c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em
cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará naquele
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação
como o credenciamento de instituições de educação superior, profissional do docente e o tempo de casa do docente, de forma
terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168,
após processo regular de avaliação. (Regulamento) de 2015)
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências § 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento
eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros
artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca
caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos
na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.
autonomia, ou em descredenciamento. § 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores,
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo salvo nos programas de educação a distância.
responsável por sua manutenção acompanhará o processo de § 4º As instituições de educação superior oferecerão, no
saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de
para a superação das deficiências. qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a
oferta noturna nas instituições públicas, garantida a
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, necessária previsão orçamentária.
independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de
trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos,
exames finais, quando houver. quando registrados, terão validade nacional como prova da
§ 1º As instituições informarão aos interessados, antes de formação recebida por seu titular.
cada período letivo, os programas dos cursos e demais § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por
componentes curriculares, sua duração, requisitos, elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições

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não-universitárias serão registrados em universidades X - receber subvenções, doações, heranças, legados e


indicadas pelo Conselho Nacional de Educação. cooperação financeira resultante de convênios com entidades
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por públicas e privadas.
universidades estrangeiras serão revalidados por Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e científica das universidades, caberá aos seus colegiados de
área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários
de reciprocidade ou equiparação. disponíveis, sobre:
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos II - ampliação e diminuição de vagas;
por universidades que possuam cursos de pós-graduação III - elaboração da programação dos cursos;
reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e IV - programação das pesquisas e das atividades de
em nível equivalente ou superior. extensão;
V - contratação e dispensa de professores;
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a VI - planos de carreira docente.
transferência de alunos regulares, para cursos afins, na
hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo. Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para
forma da lei. (Regulamento) atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e
financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus § 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições
cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas
de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio. poderão:
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e
Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas administrativo, assim como um plano de cargos e salários,
como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos
seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos disponíveis;
desses critérios sobre a orientação do ensino médio, II - elaborar o regulamento de seu pessoal em
articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de conformidade com as normas gerais concernentes;
ensino. III - aprovar e executar planos, programas e projetos de
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
Art. 52. As universidades são instituições geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo
pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de Poder mantenedor;
nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento) V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas
I - produção intelectual institucionalizada mediante o peculiaridades de organização e funcionamento;
estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com
tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e aprovação do Poder competente, para aquisição de bens
nacional; imóveis, instalações e equipamentos;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras
acadêmica de mestrado ou doutorado; providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial
III - um terço do corpo docente em regime de tempo necessárias ao seu bom desempenho.
integral. § 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades estendidas a instituições que comprovem alta qualificação
especializadas por campo do saber. (Regulamento) para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação
realizada pelo Poder Público.
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às
universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu
atribuições: Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela
programas de educação superior previstos nesta Lei, mantidas.
obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do
respectivo sistema de ensino; (Regulamento) Art. 56. As instituições públicas de educação superior
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a
observadas as diretrizes gerais pertinentes; existência de órgãos colegiados deliberativos, de que
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa participarão os segmentos da comunidade institucional, local
científica, produção artística e atividades de extensão; e regional.
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão
institucional e as exigências do seu meio; setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e
consonância com as normas gerais atinentes; modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; de dirigentes.
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de
geral, bem como administrar rendimentos conforme aulas. (Regulamento)
dispositivos institucionais;
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma
prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos
estatutos;

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CAPÍTULO V TÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Dos Profissionais da Educação

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar
desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos formados em cursos reconhecidos, são:
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e I – professores habilitados em nível médio ou superior
altas habilidades ou superdotação. para a docência na educação infantil e nos ensinos
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio fundamental e médio;
especializado, na escola regular, para atender às II – trabalhadores em educação portadores de diploma de
peculiaridades da clientela de educação especial. pedagogia, com habilitação em administração, planejamento,
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
condições específicas dos alunos, não for possível a sua III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de
integração nas classes comuns de ensino regular. curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Parágrafo único. A formação dos profissionais da
Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação, de modo a atender às especificidades do exercício
educação infantil. de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes
etapas e modalidades da educação básica, terá como
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos fundamentos:
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e I – a presença de sólida formação básica, que propicie o
altas habilidades ou superdotação: conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e competências de trabalho;
organização específicos, para atender às suas necessidades; II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem supervisionados e capacitação em serviço;
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, III – o aproveitamento da formação e experiências
em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades.
menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação
médio ou superior, para atendimento especializado, bem como básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de
professores do ensino regular capacitados para a integração graduação plena, em universidades e institutos superiores de
desses educandos nas classes comuns; educação, admitida, como formação mínima para o exercício
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros
efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na
adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção modalidade normal.
no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios,
oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma em regime de colaboração, deverão promover a formação
habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de
psicomotora; magistério.
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais § 2º A formação continuada e a capacitação dos
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino profissionais de magistério poderão utilizar recursos e
regular. tecnologias de educação a distância.
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo
nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação uso de recursos e tecnologias de educação a distância.
matriculados na educação básica e na educação superior, a fim § 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência
desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado. em cursos de formação de docentes em nível superior para
(Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015). atuar na educação básica pública.
§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino incentivarão a formação de profissionais do magistério para
estabelecerão critérios de caracterização das instituições atuar na educação básica pública mediante programa
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes
exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena,
financeiro pelo Poder Público. nas instituições de educação superior.
Parágrafo único. O poder público adotará, como § 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota
alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino
educandos com deficiência, transtornos globais do médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho
própria rede pública regular de ensino, independentemente Nacional de Educação - CNE.
do apoio às instituições previstas neste artigo. § 7o (Vetado).

Comentário: A Educação especial diz respeito ao direito à Art. 62. A- A formação dos profissionais a que se refere o
Educação, preferencialmente na rede regular aos educandos inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo
altas habilidades ou superdotação, que possuem necessidades habilitações tecnológicas.
especiais e que requerem, em alguns casos, atenção especial. À Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para
essas crianças o direito à educação deve ser garantido visando os profissionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou
o maior desenvolvimento possível desse educando. em instituições de educação básica e superior, incluindo

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cursos de educação profissional, cursos superiores de II - receita de transferências constitucionais e outras


graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. transferências;
III - receita do salário-educação e de outras contribuições
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: sociais;
I - cursos formadores de profissionais para a educação IV - receita de incentivos fiscais;
básica, inclusive o curso normal superior, destinado à V - outros recursos previstos em lei.
formação de docentes para a educação infantil e para as
primeiras séries do ensino fundamental; Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de
II - programas de formação pedagógica para portadores de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte
diplomas de educação superior que queiram se dedicar à e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas
educação básica; Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de
III - programas de educação continuada para os impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na
profissionais de educação dos diversos níveis. manutenção e desenvolvimento do ensino público.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela
Art. 64. A formação de profissionais de educação para União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou
administração, planejamento, inspeção, supervisão e pelos Estados aos respectivos Municípios, não será
orientação educacional para a educação básica, será feita em considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós- receita do governo que a transferir.
graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta § 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos
formação, a base comum nacional. mencionadas neste artigo as operações de crédito por
antecipação de receita orçamentária de impostos.
Art. 65. A formação docente, exceto para a educação § 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos
superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a receita
horas. estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais,
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério com base no eventual excesso de arrecadação.
superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente § 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as
em programas de mestrado e doutorado. efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas
universidade com curso de doutorado em área afim, poderá a cada trimestre do exercício financeiro.
suprir a exigência de título acadêmico. § 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação,
dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos observados os seguintes prazos:
termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada
público: mês, até o vigésimo dia;
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo
e títulos; dia de cada mês, até o trigésimo dia;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final
com licenciamento periódico remunerado para esse fim; de cada mês, até o décimo dia do mês subsequente.
III - piso salarial profissional; § 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção
IV - progressão funcional baseada na titulação ou monetária e à responsabilização civil e criminal das
habilitação, e na avaliação do desempenho; autoridades competentes.
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
incluído na carga de trabalho; Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e
VI - condições adequadas de trabalho. desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício à consecução dos objetivos básicos das instituições
profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se
termos das normas de cada sistema de ensino. destinam a:
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e
8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas demais profissionais da educação;
funções de magistério as exercidas por professores e II - aquisição, manutenção, construção e conservação de
especialistas em educação no desempenho de atividades instalações e equipamentos necessários ao ensino;
educativas, quando exercidas em estabelecimento de III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao
educação básica em seus diversos níveis e modalidades, ensino;
incluídas, além do exercício da docência, as de direção de IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à
pedagógico. expansão do ensino;
§ 3o A União prestará assistência técnica aos Estados, ao V - realização de atividades-meio necessárias ao
Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de concursos funcionamento dos sistemas de ensino;
públicos para provimento de cargos dos profissionais da VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas
educação. públicas e privadas;
VII - amortização e custeio de operações de crédito
TÍTULO VII destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;
Dos Recursos financeiros VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção
de programas de transporte escolar.
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os
originários de: Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:
Distrito Federal e dos Municípios;

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I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam
ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela
não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;
ou à sua expansão; II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
caráter assistencial, desportivo ou cultural; escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
III - formação de quadros especiais para a administração Público, no caso de encerramento de suas atividades;
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos
IV - programas suplementares de alimentação, assistência recebidos.
médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser
formas de assistência social; destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público
quando em desvio de função ou em atividade alheia à obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede
manutenção e desenvolvimento do ensino. local.
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e poderão receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive
desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos mediante bolsas de estudo.
balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se
refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal. TÍTULO VIII
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, Das Disposições Gerais
prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos,
o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração
Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos
Transitórias e na legislação concernente. índios, desenvolverá programas integrados de ensino e
pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e
Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:
Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a
oportunidades educacionais para o ensino fundamental, recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de
baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e
assegurar ensino de qualidade. ciências;
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso
será calculado pela União ao final de cada ano, com validade às informações, conhecimentos técnicos e científicos da
para o ano subsequente, considerando variações regionais no sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-
custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino. índias.

Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os
Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente, sistemas de ensino no provimento da educação intercultural
as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de às comunidades indígenas, desenvolvendo programas
qualidade de ensino. integrados de ensino e pesquisa.
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula § 1º Os programas serão planejados com audiência das
de domínio público que inclua a capacidade de atendimento e comunidades indígenas.
a medida do esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito § 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos
Federal ou do Município em favor da manutenção e do Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos:
desenvolvimento do ensino. I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será de cada comunidade indígena;
definida pela razão entre os recursos de uso II - manter programas de formação de pessoal
constitucionalmente obrigatório na manutenção e especializado, destinado à educação escolar nas comunidades
desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo indígenas;
ao padrão mínimo de qualidade. III - desenvolver currículos e programas específicos, neles
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a incluindo os conteúdos culturais correspondentes às
União poderá fazer a transferência direta de recursos a cada respectivas comunidades;
estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático
que efetivamente frequentam a escola. específico e diferenciado.
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser § 3o No que se refere à educação superior, sem prejuízo de
exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos outras ações, o atendimento aos povos indígenas efetivar-se-á,
Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua nas universidades públicas e privadas, mediante a oferta de
responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V ensino e de assistência estudantil, assim como de estímulo à
do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento de programas especiais.
atendimento.
Art. 79-A. (Vetado)
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo
anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de
Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto nesta Lei, novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.
sem prejuízo de outras prescrições legais.
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas veiculação de programas de ensino a distância, em todos os
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
confessionais ou filantrópicas que: (Regulamento)

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§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e c) (Revogado)


regime especiais, será oferecida por instituições II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e
especificamente credenciadas pela União. adultos insuficientemente escolarizados;
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização III - realizar programas de capacitação para todos os
de exames e registro de diploma relativos a cursos de professores em exercício, utilizando também, para isto, os
educação a distância. recursos da educação a distância;
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino
programas de educação a distância e a autorização para sua fundamental do seu território ao sistema nacional de avaliação
implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, do rendimento escolar.
podendo haver cooperação e integração entre os diferentes § 4º (Revogado)
sistemas. (Regulamento) § 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino
diferenciado, que incluirá: fundamental para o regime de escolas de tempo integral.
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais § 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao
de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados aos
de comunicação que sejam explorados mediante autorização, seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento do art.
concessão ou permissão do poder público; 212 da Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente pelos governos beneficiados.
educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Art. 87.A- (Vetado).
Público, pelos concessionários de canais comerciais.
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições Municípios adaptarão sua legislação educacional e de ensino
de ensino experimentais, desde que obedecidas as disposições às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir
desta Lei. da data de sua publicação.
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos
Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de e regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos
realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes
sobre a matéria. estabelecidos.
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o
Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica, disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos.
admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas
fixadas pelos sistemas de ensino. Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham
a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da
Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de
aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas ensino.
respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de
acordo com seu rendimento e seu plano de estudos. Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime
anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação Conselho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste,
própria poderá exigir a abertura de concurso público de pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a
provas e títulos para cargo de docente de instituição pública autonomia universitária.
de ensino que estiver sendo ocupado por professor não
concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias. Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de
20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968,
Art. 86. As instituições de educação superior constituídas não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de
como universidades integrar-se-ão, também, na sua condição 1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs
de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de
Tecnologia, nos termos da legislação específica. 1982, e as demais leis e decretos-lei que as modificaram e
quaisquer outras disposições em contrário.
TÍTULO IX
Das Disposições Transitórias
Políticas e formação e
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um
ano a partir da publicação desta Lei.
valorização do magistério.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação
desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano
Referencias para formação de professores 2
Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos
seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre
Diante da urgência na elevação do nível de qualidade da
Educação para Todos.
educação escolar, cabe ao MEC propor ações e políticas que
§ 2º (Revogado)
possam ser referência para todos, socializando discussões e
§ 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e,
sistematizando propostas que propiciem avanços
supletivamente, a União, devem:
significativos, para que mudanças necessárias aconteçam e se
I - (Revogado)
consolidem.
a) (Revogado)
b) (Revogado)

2 Texto adaptado disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/

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As estratégias de intervenção que o MEC vem Diferentes instituições têm se dedicado a essa questão e
implementando no sistema educacional já estão provocando produzido experiências e conhecimentos sobre o assunto
mudanças, com reflexos na atuação dos professores: a criação (faculdades de educação, institutos de formação de
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino professores, escolas de magistério em nível médio. Secretarias
Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), que se Estaduais e Municipais de Educação, associações de
propõe a alavancar a valorização do magistério; o Programa educadores, entidades sindicais e ONGs). Todos esses
Dinheiro na Escola, que incentiva a autonomia das escolas e o movimentos vem configurando uma nova forma de
desenvolvimento de projetos educativos próprios: a política compreender e atuar na educação que tem como questão
de avaliação (SAEB. ENEM e Exame Nacional de Cursos) que estratégica a profissionalização de professores.
orienta e subsidia os sistemas de ensino em direção à melhoria
de qualidade; a TV Escola, que possibilita o acesso de Entretanto, apesar do empenho de muitos e do avanço das
professores dos diferentes pontos do país a informações e experiências já realizadas, há uma enorme distância - e não
propostas atualizadas de práticas educativas; a elaboração e apenas no Brasil - entre o conhecimento e a atuação da maioria
distribuição do Guia de Avaliação do Livro Didático, passo dos professores em exercício e as novas concepções de
importante para o enfrentamento de questões graves como a trabalho do professor que esses movimentos vêm produzindo.
reprodução de ensinamentos conceitualmente errados e de Trata-se, portanto, não apenas de realizar melhor a formação,
atitudes discriminatórias; a discussão, formulação e mas de realizá-la de uma maneira diferente. Tais mudanças
divulgação de referenciais e metas de qualidade por meio dos exigem, dentre outras questões, que os professores
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino reconstruam suas práticas e, para isso, é preciso "construir
fundamental regular, da Proposta Curricular para a Educação pontes" entre a realidade de seu trabalho e o que se tem como
de Jovens e Adultos, do Referencial Curricular Nacional para a meta.
Educação Infantil e para a Educação Indígena, levando aos A realidade brasileira, complexa e heterogênea, não
professores subsídios teórico-práticos, mobilizando-os para o permite que a formação de professores seja compreendida
estudo e a reflexão. Além do valor formativo do processo de como um processo linear, simples e único. Por um lado, dada a
elaboração e divulgação dessas propostas, a própria discussão grande diversidade cultural característica de nosso país, as
nacional que elas têm alimentado, vem contribuindo com a peculiaridades regionais e as especificidades das populações e
comunidade educativa para a reflexão, busca e proposta de grupos atendidos pela escola é necessário que se construam
novas ações. diferentes caminhos para elevar a qualidade da educação. Por
Os Referenciais para a Formação de Professores inserem- outro lado, as demandas de formação apresentam diferenças
se nesse movimento, e sua finalidade é provocar e, ao mesmo regionais substanciais: há lugares em que um número
tempo, orientar transformações na formação de professores. considerável de profissionais continua sendo habilitado sem
Ao divulgar este documento, a Secretaria de Educação que haja vagas correspondentes no mercado de trabalho; em
Fundamental dirige-se às Secretarias de Educação - outros lugares, ao contrário, pela ausência de profissionais
responsáveis por políticas de formação nos estados e habilitados, muitas pessoas precisam assumir a função sem ter
municípios -e às agências formadoras -que têm formação específica.
responsabilidade direta sobre a formação e a educação de
modo geral. Espera-se que gere reflexões por parte dos Entretanto, a atenção à desigualdade regional não pode
formadores de professores e seja usado nos âmbitos de gestão servir à manutenção do status quo. E preciso não confundir
do sistema educativo e das instituições formadoras, como diferença cultural (a ser valorizada) com desigualdade
subsídio para a tomada de decisões políticas. Com essa socioeconómica e de acesso aos patamares necessários a uma
perspectiva, o presente referencial assume a importância das boa formação (a ser superada): seguindo o princípio da
discussões em torno da formação de educadores, sem perder equidade, fazer justiça é buscar, no atendimento à diferença, a
de vista a necessária articulação com as demais políticas igualdade de direitos.
educacionais. Assim, esse período de transição apresenta alguns desafios
Este documento reflete as temáticas que estão permeando urgentes: formação e titulação em serviço de professores
o debate nacional e internacional num momento de construção leigos; reformulação da formação cm nível médio nos lugares
de um novo perfil profissional de professor. E, portanto, uma em que, durante algum tempo, não for possível satisfazer a
referência em relação à qual os atores podem se posicionar, necessidade de nível superior colocada pela Lei de Diretrizes e
promover discussões e reformulações, e criar novas Bases da Educação Nacional; e universalização gradual da
experiências nas suas diferentes realidades, de acordo com formação em nível superior para todos os professores da
suas possibilidades e especificidades. Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental.
A formação inicial em nível superior é fundamental, uma
Um período de transição vez que possibilita que a profissionalização se inicie após uma
formação em nível médio, considerada básica e direito de
E consensual a afirmação de que a formação de que todos. Entretanto, não se pode desconsiderar que uma
dispõem os professores hoje no Brasil não contribui formação em nível superior não é, por si só, garantia de
suficientemente para que seus alunos se desenvolvam como qualidade. E consenso que nenhuma formação inicial, mesmo
pessoas, tenham sucesso nas aprendizagens escolares e, cm nível superior, é suficiente para o desenvolvimento
principalmente, participem como cidadãos de pleno direito profissional, o que torna indispensável a criação de sistemas
num mundo cada vez mais exigente sob todos os aspectos. de formação continuada e permanente para todos os
Profissionais da educação e de muitos outros setores da professores.
sociedade vêm colocando em discussão a concepção de Como já foi dito, elevar o patamar de qualidade da atuação
educação, a função da escola, a relação entre conhecimento profissional dos professores exige ações em diferentes frentes,
escolar e a vida social e cultural - e, portanto, o trabalho entre as quais a da formação. A função de professor é hoje uma
profissional de professor. Ao mesmo tempo em que se propõe profissão muito desvalorizada, não só pelos baixos níveis
uma nova educação escolar, um novo papel de professor está salariais, mas também pelo tratamento que o professor recebe,
sendo gestado a partir de novas práticas pedagógicas, da seja do poder público, seja da sociedade de forma geral, ainda
atuação da categoria e da demanda social. muito presa à concepção de que o professor é um mero técnico
e que ensinar é algo simples, que depende apenas de boa
vontade e treinamento. E preciso desencadear ações que

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viabilizem condições adequadas de trabalho, carreira e salário, 6. O desenvolvimento de competências profissionais, exige
desenvolvimento pessoal e profissional. metodologias pautadas na articulação teoria - prática, na
resolução de situações-problema e na reflexão sobre a atuação
Nesse sentido, o Plano Nacional de Educação (PNE), profissional.
elaborado pelo MEC, discutido com a comunidade educativa e 7. A organização e o funcionamento das instituições de
enviado ao Congresso Nacional, traz metas (referentes a formação de professores são elementos essenciais para o
equipamentos, carreira e salário, programas de titulação e desenvolvimento da cultura profissional que se pretende
formação continuada, gestão das escolas, financiamento do afirmar. A perspectiva interinstitucional de parceria e
sistema) a serem cumpridas por meio da articulação entre as cooperação entre diferentes instituições - também contribui
diferentes instâncias do poder público nos próximos dez anos. decisivamente nesse sentido.
8. O estabelecimento de relações cada vez mais estreitas
Pressupostos dos Referenciais para a Formação de entre as instituições de formação profissional e as redes de
Professores escola dos sistemas de ensino é condição para um processo de
formação de professores referenciado na prática real.
Este documento tem como ponto de partida uma visão 9. Os projetos de desenvolvimento profissional só terão
crítica do sistema educativo, das práticas tradicionais de eficácia se estiverem vinculados a condições de trabalho,
formação e da organização institucional que lhe corresponde. avaliação, carreira e salário.
Entretanto, é preciso reconhecer um limite que advém do atual Esses pressupostos suscitam novos olhares para a
momento histórico. Este documento atem-se à formação de natureza da atuação profissional de professor e,
professores de Educação Infantil e das primeiras séries do consequentemente, para os requisitos da formação.
Ensino Fundamental sem abranger as especificidades de 5a a
8ª séries. PARTE I
Na verdade, ainda que a lei tenha formalizado o Ensino
Fundamental de oito anos (tendendo a nove), existe na prática O papel profissional dos professores: tendências
dos sistemas de ensino uma separação indesejável entre 1a a atuais
4a e 5a a 8a séries, separação essa que se repete na formação
de professores. 1. A educação escolar e a formação de professores no
contexto atual
E necessário que num futuro próximo as mudanças que ora
se discutem, caminhem na direção do desenvolvimento de A última década do século XX tem sido marcada pela
práticas educacionais que articulem creche, pré-escola e todo discussão sobre a qualidade da educação e sobre as condições
o ensino fundamental desde a formação de professores. necessárias para assegurar o direito de crianças, jovens e
A análise crítica da situação atual da formação de adultos a aprendizagens imprescindíveis para o
professores aponta para a necessidade de que ela se insira no desenvolvimento de suas capacidades. A preocupação com
movimento de profissionalização do professor pautado na essa questão não é propriamente nova; entretanto, nos anos
concepção de competência profissional explicitada ao longo do 90, a educação de qualidade tornou-se uma bandeira assumida
texto, especialmente na parte II e III, cuja operacionalização mais ou menos por todos: além das associações profissionais e
exige: da população usuária, também a mídia, os diferentes governos,
Mudanças nas práticas de formação - que incluam a o empresariado e instituições sociais as mais diversas.
organização das instituições formadoras, a metodologia, a Inúmeros são os compromissos nacionais e internacionais
definição de conteúdos, a organização curricular e a própria firmados pelos governos nos últimos tempos como forma de
formação dos formadores de professores. acelerar o processo que leva à melhoria da educação escolar.
Criação de sistemas de formação - nos quais se articulem Vivemos tempos de globalização econômica, de níveis
os processos de formação inicial e continuada de professores. elevados de pobreza e de introdução acelerada de novas
Tendo como horizonte essa perspectiva, a proposta tecnologias e materiais no processo produtivo-fenômenos que,
delineada neste documento se orienta pelos seguintes ainda que em níveis diferenciados, influenciam de forma
pressupostos: determinante a conjuntura de todos os países do mundo. A
1. O professor exerce uma atividade profissional de situação que se configura em razão do processo de
natureza pública, que tem dimensão coletiva e pessoal, internacionalização da economia e de supremacia dos
implicando simultaneamente autonomia e responsabilidade. interesses do mercado e do capital sobre os interesses
2. O desenvolvimento profissional permanente1 é humanos tem contribuído para a constituição de valores e
necessidade intrínseca a sua atuação e, por isso, um direito de sentimentos nada construtivos - como o individualismo, a
todos os professores. intolerância, a violência... -, o que põe em pauta questões éticas
3. A atuação do professor tem como dimensão principal à complexas, sem respostas prontas nem soluções fáceis. Por
docência, mas não se restringe a ela: inclui também a outro lado, as transformações científicas e tecnológicas que
participação no projeto educativo e curricular da escola, a ocorrem de forma acelerada exigem das pessoas novas
produção de conhecimento pedagógico e a participação na aprendizagens. Esse contexto coloca enormes desafios para a
comunidade educacional. Portanto, todas essas atividades sociedade e, como não poderia deixar de ser, também para a
devem fazer parte da sua formação. educação escolar. Assim, algumas novas tarefas passam a se
4. O trabalho do professor visa o desenvolvimento dos colocar à escola, não porque seja a única instância responsável
alunos como pessoas, nas suas múltiplas capacidades, e não pela educação, mas por ser a instituição que desenvolve uma
apenas a transmissão de conhecimentos. Isso implica uma prática educativa planejada e sistemática durante um período
atuação profissional não meramente técnica, mas também contínuo e extenso de tempo na vida das pessoas.
intelectual e política.
5. O necessário compromisso com o sucesso das A educação promovida pela escola distingue-se de outras
aprendizagens de todos os alunos na creche e nas escolas de práticas educativas, como as que acontecem na família, no
educação infantil e do ensino fundamental exige que o trabalho, no lazer e nas demais formas de convívio social, por
professor considere suas diferenças culturais, sociais e constituir uma ajuda intencional com o objetivo de promover
pessoais e que, sob hipótese alguma, as reafirme como causa o desenvolvimento e a socialização de crianças e jovens - e, em
de desigualdade ou exclusão. muitos casos, também de adultos. Em uma concepção

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democrática, entende-se a educação escolar como responsável raciocinar, comparar, estabelecer relações, adquirir confiança
por criar condições para que todas as pessoas desenvolvam em si mesmas, respeitar a vontade do outro, discutir,
suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para diferenciar a casa da escola, ser solidárias, conviver com a
construir instrumentos de compreensão da realidade e para diversidade... Toda aprendizagem tem um desdobramento
participar de relações sociais cada vez mais amplas e possível para as crianças muito pequenas.
diversificadas - condições fundamentais para o exercício da A defesa de uma educação escolar de qualidade neste
cidadania. documento, portanto, é a defesa do direito de todo brasileiro
Uma educação que se pretende de qualidade precisa ao desenvolvimento dessas capacidades.
contribuir progressivamente para a formação de cidadãos A UNESCO instaurou, em 1993, a Comissão Internacional
capazes de responder aos desafios colocados pela realidade e sobre a Educação para o Século XXI para identificar as
de nela intervir. A reflexão que a comunidade educacional tem tendências da educação nas próximas décadas e, em 1996,
acumulado nos últimos anos indica que, para uma formação divulgou seu relatório conclusivo. O documento - conhecido
desse tipo, a escola deve garantir, a crianças e jovens, como "Relatório Jacques Delors" - foi elaborado por
aprendizagens bastante diversificadas. Deve lhes garantir a especialistas de vários países e indica, entre outras questões,
possibilidade de, ao longo da escolaridade, compreender as aprendizagens que serão pilares da educação nas próximas
conceitos, princípios e fenômenos cada vez mais complexos e décadas, por serem vias de acesso ao conhecimento e ao
de transitar pelos diferentes campos do saber, aprendendo convívio social democrático: aprender a conhecer, aprender a
procedimentos, valores e atitudes imprescindíveis para o fazer, aprender a viver junto e aprender a ser. Essa
desenvolvimento de suas diferentes capacidades. perspectiva, que configura uma tendência em formação já há
alguns anos na comunidade educacional, coloca uma nova
E preciso que todos aprendam a valorizar o conhecimento concepção de educação escolar, redimensiona o papel dos
e os bens culturais e a ter acesso a eles autonomamente; a professores e exige uma formação profissional muito superior
selecionar o que é relevante, investigar, questionar e à atual. O próprio relatório enfatiza a relevância do papel dos
pesquisar; a construir hipóteses, compreender, raciocinar professores para a formação dos alunos e, consequentemente,
logicamente; a comparar, estabelecer relações, inferir e a urgência de uma formação adequada ao exercício
generalizar; a adquirir confiança na própria capacidade de profissional e de condições necessárias para um trabalho
pensar e encontrar soluções. E preciso que todos aprendam a educativo eficaz.
relativizar, confrontar e respeitar diferentes pontos de vista,
discutir divergências, exercitar o pensamento crítico e As pesquisas e sistemas de avaliação que há anos
reflexivo. E preciso que aprendam a ler criticamente diferentes procuram aferir os níveis de desempenho dos alunos
tipos de texto, utilizar diferentes recursos tecnológicos, brasileiros vêm indicando que, no caso do ensino fundamental,
expressar-se em várias linguagens, opinar, enfrentar desafios, a escola não tem conseguido cumprir adequadamente sua
criar, agir de forma autônoma. E que aprendam a diferenciar o tarefa de promover as aprendizagens a que os alunos têm
espaço público do espaço privado, ser solidários, conviver com direito, mesmo as mais elementares.
a diversidade, repudiar qualquer tipo de discriminação e Nas creches e demais escolas de educação infantil, sequer
injustiça... Esse conjunto de aprendizagens representa, na há dados a respeito da aprendizagem dos alunos - mas sabe-se
verdade, um desdobramento de capacidades que todo cidadão que a situação não é muito diferente. "O uso de creches e
- criança, jovem ou adulto - tem direito de desenvolver ao mesmo de programas pré-escolares como estratégia para
longo da vida, com a mediação e ajuda da escola. combater a pobreza e resolver problemas ligados à
O desenvolvimento de diferentes capacidades - cognitivas, sobrevivência das crianças foi durante muitos anos
afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relação justificativa para a existência de atendimentos de baixo custo,
interpessoal se torna possível por meio do processo de com aplicações orçamentárias insuficientes, escassez de
construção e reconstrução de conhecimentos, o que depende recursos materiais; precariedade de instalações; formação
de condições de aprendizagem de natureza subjetiva e insuficiente dos seus profissionais e alta proporção de crianças
objetiva. O conhecimento prévio, a crença na própria por adulto."
capacidade, a disponibilidade e curiosidade para aprender, a O quadro que se configura na educação básica requer
valorização do conhecimento e o sentimento de pertinência ao investimentos substanciais para a sua transformação,
grupo de colegas são algumas das condições subjetivas que investimentos que devem se destinar tanto à melhoria dos
explicam por que, a partir de um mesmo ensino, há sempre recursos materiais das creches e escolas como da formação
lugar para a construção de diferentes aprendizagens. Mas a dos profissionais dos quais depende a educação brasileira.
aprendizagem depende também, em grande medida, de como Assim, a formação de professores destaca-se como um
o processo educativo se organiza em suas diferentes tema crucial e, sem dúvida, uma das mais importantes dentre
dimensões, ou seja, de condições mais objetivas. As propostas as políticas públicas para a educação, pois os desafios
pedagógicas devem sempre resultar do cruzamento de duas colocados à escola exigem do trabalho educativo outro
variáveis essenciais: os objetivos definidos e as possibilidades patamar profissional, muito superior ao hoje existente. Não se
de aprendizagem dos alunos. Do contrário, não se promove a trata de responsabilizar pessoalmente os professores pela
aprendizagem. E, nessa perspectiva, conhecer e considerar os insuficiência das aprendizagens dos alunos, mas de considerar
diferentes fatores que concorrem para o processo de que muitas evidências vêm revelando que a formação de que
construção de conhecimento passa a ser uma tarefa à qual as dispõem não tem sido suficiente para garantir o
instituições educativas e, portanto, os professores não podem desenvolvimento das capacidades imprescindíveis para que
se furtar. crianças e jovens não só conquistem sucesso escolar, mas,
principalmente, capacidade pessoal que lhes permita plena
Embora tenham um sentido de meta para a escolaridade, participação social num mundo cada vez mais exigente sob
essas aprendizagens podem - e devem -constituir-se desde que todos os aspectos. Além de uma formação inicial consistente, é
as crianças ingressam em uma instituição educativa. Já na preciso proporcionar aos professores oportunidades de
educação infantil, as crianças podem desenvolver sua formação continuada: promover seu desenvolvimento
curiosidade -que é uma forma de investigar e valorizar o profissional é também intervir em suas reais condições de
conhecimento -, aprender a rebelar-se contra o que não trabalho.
compreendem - que é uma forma de questionar -, ler o mundo,
expressar-se, enfrentar desafios, construir hipóteses,

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Entretanto, a definição de diretrizes para a formação 1.1. Os últimos anos


profissional dos professores não depende apenas da
identificação das tarefas próprias da educação escolar- Os anos 80 foram tempos de reformas educativas em
depende também da identificação do lugar que a formação de vários países do mundo: as exigências sociais por uma
professores ocupa no conjunto de fatores que interferem na educação de melhor qualidade começavam a impulsionar um
aprendizagem dos alunos. Embora reconhecendo que é um dos ciclo de mudanças. No Brasil, esse período caracterizou-se pela
mais importantes, não se pode tomar a formação profissional organização de movimentos de educadores e pela discussão
como fator único para o sucesso das aprendizagens que cabe à sobre a formação de professores. A mobilização dos
escola garantir. profissionais da educação, intensificada em fins da década de
70, atingiu maior visibilidade pública nos anos 80, tanto no que
Progressivamente, vem se formando um consenso sobre se refere às lutas salariais e por melhores condições de
quais são as condições necessárias para assegurar uma trabalho, quanto no que se refere à melhoria da educação e da
educação escolar de qualidade real: existência de um projeto formação profissional.
educativo explícito e compartilhado pelos diferentes
segmentos da escola, formas ágeis e flexíveis de organização A década de 80 foi marcada, por um lado, pelo crescente
institucional e de funcionamento, quadro estável de achatamento dos salários dos profissionais da educação- uma
profissionais, apoio administrativo ao projeto educativo, vez que não havia recomposição frente a uma inflação muito
qualidade da formação inicial dos professores, alta - e, por outro, por índices alarmantes de fracasso escolar
desenvolvimento profissional contínuo por meio de ações no ensino fundamental - traduzidos em percentuais de
internas e externas, planejamento coletivo do trabalho numa repetência e evasão inaceitáveis. As lutas da categoria e as
perspectiva de experimentação e avaliação contínua, iniciativas governamentais em favor de um ensino de
adequação do espaço físico e das instalações, qualidade dos qualidade em diferentes níveis tinham, portanto, um sentido
recursos didáticos disponíveis, existência de biblioteca e de superação de graves problemas no campo da educação. Foi
acervo de materiais diversificados de leitura e pesquisa, tempo um tempo de greves de educadores, de amplos debates sobre
adequado de permanência dos alunos na escola, proporção educação, de dinamização das ações de entidades
apropriada alunos-professor, condições adequadas de educacionais, de articulações nacionais em função da Lei de
trabalho e salário. Diretrizes e Bases, de reformas curriculares, especialmente no
Tudo parece indicar, portanto, que uma boa formação Ensino Fundamental, de disseminação de programas de
profissional, aliada a um contexto institucional que favoreça o formação continuada, de criação dos Centros de Formação e
espírito de equipe, o trabalho cm colaboração, a construção Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAMs).
coletiva, o exercício responsável de autonomia profissional e No que se refere à formação de professores, a proposta dos
adequadas condições de trabalho, são ingredientes sem os CEFAMs foi uma iniciativa muito importante, que vem
quais não se alcançará a qualidade pretendida na educação - conseguindo se manter com certa dificuldade ao longo do
são, na verdade, direitos dos profissionais da educação, tempo e merece ser destacada. Surgiu a partir de encontros
principalmente se a meta for a qualidade real. E devem ser realizados em 1982 entre o Ministério da Educação e um
objeto de sua luta se a meta da categoria for a conquista de conjunto de instituições que tinham, na época, a finalidade de
níveis superiores de profissionalização: não apenas o salário e elaborar uma proposta de ação integrada do MEC para a
as condições de trabalho - que são reivindicações históricas -, formação de professores de 1" grau. Pretendia-se criar um tipo
mas, também, as demais condições que permitam aos de escola de formação de professores que pudesse promover
educadores não só oferecer um ensino que de fato promova a atualização e aperfeiçoamento dos profissionais da educação,
aprendizagem, mas, também, intervir nos destinos da desenvolver práticas inovadoras e pesquisa, formar
educação e da profissão. professores leigos, atuar como agente de mudanças. O
Contraditoriamente, o movimento que se constitui em principal objetivo da proposta original era a articulação de
favor da universalização e melhoria da qualidade da educação todos os graus do ensino, constituindo-se, cada centro, em polo
e o consenso que se forma a respeito das bases disseminador de conhecimentos que permitissem a renovação
epistemológicas e das condições necessárias para tal educacional. O projeto apoiava-se na ideia de uma Escola
coincidem com uma acentuada deterioração das condições de Normal que, além de ter uma dimensão ampliada para oferecer
trabalho dos professores, consideradas "intoleravelmente formação inicial e continuada, obedeceria a diretrizes gerais,
baixas" pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nos adaptáveis às situações específicas dos estados. Implantados
últimos anos. Essa circunstância indica que assumir a bandeira experimentalmente em seis estados no ano de 1983, os
da educação de qualidade por si só não basta: é preciso que CEFAMs se expandiram no período seguinte, tendo diferentes
todos os que têm responsabilidade, direta ou indireta, pela trajetórias em cada estado. De qualquer modo, conseguiu se
oferta de condições reais de trabalho aos profissionais da colocar e se sustentar como uma alternativa importante à
educação possam superar o discurso- esse, já consensual - e formação aligeirada da Habilitação Magistério, tanto por conta
criar possibilidades reais de alteração da situação que hoje do maior tempo do curso quanto da proposta em si.
vivemos.
A entrada nos anos 90 também caracterizou-se por uma
"Nos países em desenvolvimento, em que uma forte enorme desvalorização profissional do magistério -
procura de educação é acompanhada por uma falta de principalmente em função de salários muito baixos - e pela
recursos, muitas vezes dramática, as opções são consequente luta dos profissionais da educação por melhores
particularmente difíceis." Essa constatação do "Relatório condições de trabalho e salário. Ao mesmo tempo, foi marcada
Jacques Delors", embora simples e óbvia, revela que o pelo clima de uma Constituição recém-promulgada, que
problema deve ser enfrentado com a seriedade e o empenho incorporou cm seus princípios a valorização do magistério -
que merece. A questão requer vontade política de fato e um consenso que se formou nas lutas da década anterior-, e pela
entendimento suprapartidário, pois, num país com o nível de Declaração Mundial de Educação para Todos (Jomtien,
descontinuidade administrativa que é tradicional no Brasil, as Tailândia/1990), compromisso internacional firmado por
decisões que pretendem dar solução a problemas estruturais inúmeros países, inclusive o Brasil, que previa a melhoria
como o da educação não podem estar submetidas ao tempo urgente "das condições de trabalho e da situação social do
político dos governos e à disputa partidária. pessoal docente, elementos decisivos no sentido de se
implementar a educação para todos". Indicava, ainda, a

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necessidade de medidas em relação à formação continuada, Nos últimos anos, a desqualificação profissional sofrida
profissão, carreira e salário, ética profissional, direitos e pela categoria de professores tem sido grande e se verifica
obrigações, seguridade social e condições mínimas para um principalmente na progressiva deterioração dos salários, na
exercício docente eficaz. Entretanto, os princípios explicitados diminuição do status social e nas precárias condições de
na constituição não foram implementados e, quanto à trabalho. Embora essa questão seja, com frequência, tratada
Declaração de Jomtien, no Brasil, em nenhum aspecto recebeu como um fenômeno relativamente recente na trajetória do
a atenção merecida tão logo veio a público. magistério, a história está cheia de ilustrações que revelam o
contrário: cm São Paulo, no ano de 1927, por exemplo,
Embora, de início, as recomendações do documento existiam 1.500 classes vagas no ensino primário, apesar de
internacional com o qual o governo brasileiro havia se haver professores devidamente habilitados, pois na época o
comprometido alguns meses antes não tivesse produzido salário dos professores era muito baixo.
praticamente nenhum impacto nas políticas públicas, com o A feminilização da função, ao invés de representar de fato
passar dos anos algumas medidas importantes foram sendo uma conquista profissional das mulheres, tem se convertido
tomadas no sentido de melhorar a qualidade de ensino e as num símbolo de desvalorização social. O imaginário social foi
condições de trabalho dos professores e de intensificar o cristalizando uma representação de trabalho docente
diálogo da sociedade civil sobre as questões educacionais. destinado a crianças, cujos requisitos são muito mais a
Foram iniciativas fundamentais, mas que, diante da realidade sensibilidade e a paciência do que o estudo e o preparo
da educação brasileira, representam apenas passos iniciais. profissional. Em tese, as mulheres seriam mais afeitas a essas
Em 1993, iniciou-se uma ampla mobilização nacional em "virtudes" e, portanto, a elas caberia muito bem a função de
torno da elaboração do Plano Decenal de Educação para professoras polivalentes, ("omo, de um modo geral, o nível de
Todos. A metodologia de elaboração do Plano previa uma formação e preparo requerido para o exercício profissional é
discussão progressiva do documento preliminar com os um dos principais indicadores de salário em qualquer
estados, depois com os municípios e posteriormente com as profissão, a baixa exigência para o ingresso no magistério - que
escolas. Essa discussão foi envolvendo diferentes setores da por muitos anos permitiu, inclusive, o acesso de leigos - acaba
sociedade civil e culminou com o Pacto de Valorização do sendo uma justificativa implícita para a má remuneração. Além
Magistério e Qualidade da Educação, firmado pelo Ministério disso, ao menos teoricamente, por tratar-se de um trabalho de
da Educação, Conselho Nacional de Secretários de Educação, jornada parcial e tipicamente feminino, o salário é tido como
União Nacional dos Dirigentes de Ensino Municipal, "complementar" ao dos pais ou ao dos maridos. Assim, o
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e magistério acaba sendo considerado uma função para
Fórum dos Conselhos Estaduais de Educação, com o "objetivo mulheres que trabalham meio período.
de estabelecer e implementar uma política de longo alcance
para a profissionalização do magistério com vistas à elevação Entretanto, os baixos salários recebidos por uma jornada
dos padrões de qualidade da educação básica5'. parcial de trabalho foi levando as mulheres a optarem por
Posteriormente, foi criado o Fundo de Manutenção e jornada de tempo integral como professoras ou a buscarem
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do outras ocupações no período que têm disponível. A
Magistério, implantado a partir de janeiro de 1998, que consequência, quase sempre, é a dificuldade de investimento
incorporou parte considerável das recomendações do Pacto. pessoal no desenvolvimento profissional para o exercício do
Além dessas, outras ações em favor de uma educação de magistério, o que, por sua vez, acentua uma cultura de
melhor qualidade têm marcado a década de 90: a aprovação da desprofissionalização.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; a elaboração De modo geral, não só no Brasil, mas na maioria dos países
de Parâmetros e Referenciais Curriculares Nacionais, a criação em desenvolvimento, o professor é uma pessoa de nível
da TV Escola, a avaliação de cursos de nível superior, a análise socioeconômico baixo, com formação geral insuficiente
da qualidade dos livros didáticos brasileiros pelo Ministério da (produto, ele próprio, de uma escola pública de má qualidade),
Educação; uma série de iniciativas de reorientação curricular formação profissional precária (ou inexistente), reduzido
e formação continuada de profissionais da educação por várias contato com a produção científica, a tecnologia e os livros -e,
secretarias estaduais e municipais; algumas experiências conscientemente, com o uso desses recursos.
inovadoras de formação de professores em nível superior; e E possível afirmar ainda - a partir da observação, de
algumas parcerias interinstitucionais importantes visando a depoimentos pessoais e de estudos que começam a surgir-
busca de soluções conjuntas para problemas comuns. que, frequentemente, o professor está desatualizado em
relação à discussão sobre a educação, à profissão e seu papel
Os anos que antecedem a virada do século têm também social, escreve e lê pouco, tem uma enorme dependência do
uma outra característica fundamental: são tempos em que livro didático - quando leciona no ensino fundamental - e uma
começam a se intensificar os debates em favor da qualidade da visão bastante utilitária do aperfeiçoamento profissional. E
educação escolar na mídia e na opinião pública. Esse é um dado que desenvolve seu trabalho solitariamente e sem ajuda dos
relevante, pois a opinião pública tem um enorme poder que teriam a função de apoiá-lo profissionalmente. Some-se a
acelerador de mudanças quando convencida de que elas são, esse perfil as reais condições de trabalho, principalmente nas
de fato, necessárias. escolas rurais e da periferia dos grandes centros urbanos, e a
razão de o magistério ter status de semiprofissão será
1.2.O perfil profissional de professor totalmente compreensível.

Por muitos anos, o professor e sua função docente Evidentemente, quando se delineia o perfil de um
receberam qualificações relacionadas diretamente a um vasto profissional, o que se leva em conta é o conjunto de
conjunto de virtudes: abnegação, sacrifício, bondade, características comuns à maioria, e não a todos. Existem
paciência, sabedoria. Atualmente, o discurso educacional se professores leitores e pesquisadores, que investem
utiliza de outros substantivos: profissionalização, autonomia, pessoalmente em seu desenvolvimento profissional, que
revalorização..., ainda que as reais deficiências dos professores exigem oportunidades de formação de seus empregadores,
no exercício profissional - e, consequentemente, as suas causas que trabalham em equipe, que participam do projeto
- continuem, por assim dizer, ocultas por trás das deficiências educativo de suas escolas, que estudam sobre a aprendizagem
da instituição escolar, do currículo, das metodologias e dos dos alunos para poder ensiná-los mais e melhor... Mas não é
recursos didáticos.

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assim com a maioria, e essa realidade precisa ser encarada de E possível constatar que os maiores índices de crescimento
frente. situam-se no período compreendido entre 1992 e 1994, com
Conforme vão se evidenciando os níveis inaceitáveis de uma taxa média anual de 7%. Esse índice assume significância
fracasso escolar dos alunos, intensifica-se a crítica aos quando comparado ao crescimento de 0,9% em 1990 e 2,6%,
professores como responsáveis pela ineficiência do sistema 3,5% e -1,5% respectivamente nos últimos anos. Dados como
educacional. Entretanto, apontá-los como principais - e às esses indicam a necessidade de estudos que possam identificar
vezes únicos - responsáveis pelos índices de insucesso escolar os fatores determinantes da oscilação acentuada da demanda
é revelar incapacidade para uma análise séria e global da dos cursos de Magistério, uma vez que pesquisas desse tipo
questão. O professor não pode ser visto como "o" problema, ainda não existem.
mas como imprescindível para a superação de parte dos A comparação entre o número de matrículas e o número de
problemas educativos. E como tal deve ser tratado: como estabelecimentos indica outro aspecto relevante: o aumento
aquele que pode e deve implementar parte das mudanças que de matrículas na Habilitação Magistério não teve, ao contrário
se fazem necessárias para garantir uma educação escolar de do que ocorreu com o ensino médio em geral, um aumento
qualidade a crianças, jovens e adultos brasileiros. O correspondente no número de estabelecimentos que oferecem
investimento financeiro na formação de professores, embora essa habilitação.
necessário há muito tempo, torna-se agora inadiável. Em 1993, o total de matriculados era de 743.746, e o total
Como toda profissão, o magistério tem uma trajetória de estabelecimentos, de 5.572. Em 1997, o total de matrículas
construída historicamente. A forma como surgiu a profissão, foi de 826.574, e o total de estabelecimentos, de 5.370. A
as interferências do contexto sociopolítico no qual ela esteve e comparação dos totais permite verificar que o crescimento da
está inserida, as exigências colocadas pela realidade social, as matrícula foi de 11,6%, enquanto o número de
finalidades da educação em diferentes momentos - e, estabelecimentos que oferecem Habilitação Magistério sofreu
consequentemente, o papel e o modelo de professor-, o lugar um decréscimo de 3,6%. A queda no número de
que a educação ocupou e ocupa nas prioridades de governo, os estabelecimentos na rede privada - 22,6% - reafirma a
movimentos e lutas da categoria e as pressões da população e migração da demanda para a rede pública.
da opinião pública em geral são alguns dos principais fatores Embora não se disponha de dados conclusivos, é provável
determinantes do que foi, é e virá a ser a profissão magistério. que a falta de correspondência entre a elevação do total de
Embora a legislação também tenha sua função como alunos e de estabelecimentos resulte da redução de
condicionante dos requisitos profissionais e da trajetória das estabelecimentos nas capitais, conforme dados de 1997, do
profissões, no caso do magistério, raramente as mudanças MEC/INEP/SEEC: em 1991 o número de estabelecimentos era
prescritas em lei tiveram uma contrapartida imediata na de 611 e, em 1997, passa a ser de 544, significando uma
realidade. O contingente de professores leigos existente hoje redução de 10,9%.
no país é um exemplo disso.
Comparando-se a quantidade de matriculados e
É certo que há uma enorme distância entre o perfil de Concluintes da Habilitação Magistério, embora ainda sem
professor que a realidade atual exige e o perfil de professor indicadores precisos, é possível constatar algumas evidências
que a realidade até agora criou. Essa circunstância provoca a sobre índices de evasão e retenção. Num exercício que utiliza
necessidade de muito investimento na formação profissional, os dados de matriculados em 1993 e de Concluintes em 1996,
mas a educação de qualidade não se conquista apenas com fornecidos pela mesma fonte (MEC/INEP/SEEC), pode-se
uma adequada formação de professores. E em função da verificar que o total de matriculados em 1993 foi de 743.476 e
clareza sobre essa questão que este documento, embora não o de Concluintes em 1996, 199.320. Distribuindo-se o total de
responda a questões outras que não a da própria formação matriculados pelas três séries do curso, tem-se em cada uma,
profissional, declara conhecer os limites de suas propostas em média, 247.825. Assim, o índice de aprovação significaria
quando tomadas isoladamente. A formação de professores é pouco mais de 49%, apresentando uma perda de 51% ao longo
um requisito fundamental para as transformações que se do curso. Tais resultados, embora especulativos, revelam a
fazem necessárias na educação. Mas é apenas um dos necessidade de uma análise séria a respeito desse fenômeno,
requisitos. pois a evasão e a retenção são apenas efeito de problemas que
devem ser precisamente identificados.
2. Situação da formação de professores no Brasil hoje
2.2. Nível superior
2.1. Nível médio
No Brasil, os professores de Educação Infantil e das séries
Segundo os dados do Censo Escolar de 1997, houve uma iniciais do Ensino Fundamental, quando formados em nível
expansão muito significativa do número de matrículas em superior, geralmente obtém graduação nas Faculdades de
todos os níveis de ensino no período de 1991 a 1997. Dentre Educação. Isso não permite afirmar que os dados que se
as três últimas décadas, a de 90 - ainda em curso -já é a que seguem referem-se à formação profissional em cursos
apresenta maior crescimento de matrículas no ensino médio, voltados para essas especificidades.
verificando-se uma diminuição do atendimento de alunos pela Os dados estatísticos disponíveis sobre o número de
rede particular e aumento na rede estadual. Nesse nível de matrículas, Concluintes e cursos oferecidos pelas Instituições
ensino, a proporção entre as duas redes modificou-se muito: de Ensino Superior que atendem a formação em Pedagogia
no início da década de 70, a estadual e a particular eram concentram-se no período de 1994 a 19%.
equivalentes; no final da década de 80, a rede estadual já era o As informações sobre os cursos de Pedagogia no Brasil
dobro da particular; e atualmente é três vezes maior. O apontam que é especialmente significativa a presença da rede
crescimento do ensino médio nos últimos anos permite ainda privada na região sudeste -aproximadamente 35,1% do total
inferir o aumento de demanda do ensino superior. No que se nacional - e que há prevalência de matrícula de mulheres e no
refere à formação de professores oferecida no nível médio, os período noturno. Embora os dados não surpreendam, é
dados demonstram que a Habilitação Específica para o importante registrar suas proporções segundo levantamento
Magistério, embora em menor escala, também tem tido um relativamente recente (1996), quando a presença do sexo
crescimento no percentual de matrículas. feminino era de mais de 90% e as matrículas no período
noturno, 70% do total.

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O destaque dado a esses aspectos não significa que se Escola Normal. O restabelecimento da nomenclatura "curso
julgue necessário revertê-los completamente, mas que é normal" implica uma modificação no focus de formação, uma
necessário combater o caráter a menor dado às profissões vez que, na legislação anterior, a formação de professores em
tidas como femininas e o aligeiramento característico dos nível médio encontrava-se difusa entre as diferentes
cursos noturnos: todas as mulheres podem ser boas habilitações profissionais concebidas pela Lei 5.692/71 para o
profissionais e os cursos do período noturno podem ser de boa ensino médio. Infere-se daí a indicação do locus da formação
qualidade. inicial de professores em nível médio: Institutos de Educação,
CEFAMs e Escolas Normais.
2.3. Níveis de formação dos professores brasileiros Conforme dispõe a LDB, os Institutos Superiores de
Educação devem manter cursos destinados à formação de
No ensino fundamental, o número de funções docentes em profissionais para a educação básica, incluindo o curso normal
1997 é da ordem de 1.413.607, tendo crescido 9,1% em superior para formar professores de educação infantil e das
relação a 1991. Desse total, 56,1% atuam de 1ª a 4ª series. Os quatro primeiras séries do ensino fundamental. Os formadores
dados de 1996 revelam que houve uma melhoria no nível de desses professores, evidentemente, devem também possuir
formação desses professores: 44% do total têm escolaridade formação de nível superior.
de nível superior e 47% de nível médio, restando apenas 4% Os graduados em nível superior, mas sem habilitação para
com ensino fundamental completo e 5% (cerca de 64 mil) com o exercício do magistério, que queiram dedicar-se à educação
ensino fundamental incompleto- situação mais favorável que a básica poderão adquirir habilitação por meio de programas de
de 1991, quando os percentuais eram, respectivamente: 41%, formação pedagógica oferecidos por instituições de nível
48%, 5% e 6%. O crescimento percentual do número de superior.
professores com nível superior foi, portanto, de 14,4% nesse
período. No que se refere à formação de professores para a
A quantidade de professores atualmente sem habilitação educação escolar indígena, a LDB estabelece como objetivo:
específica para o exercício profissional na educação infantil e "manter programas deformação de pessoal especializado
no ensino fundamental revela uma situação crítica e a urgência destinado à educação escolar nas comunidades indígenas", o
de medidas de superação. Análises demonstram as diferentes que ainda requer regulamentação.
condições em que se encontram os professores leigos no Em relação ao professores leigos, a LDB não faz nenhuma
Brasil, ou seja, aqueles que não possuem habilitação específica menção explícita, embora determine que, até o final da Década
para o magistério. A implementação de propostas de formação da Educação, "só poderão ser admitidos professores
a eles dirigidas deve levar em conta as diferenças de habilitados em nível superior ou formados por treinamento
escolarização, uma vez que, dentre os leigos, situam-se os que em se/viço". A questão da habilitação de professores leigos
possuem ensino fundamental incompleto, ensino fundamental aparece, sim, na Lei 9.424/96, que regulamenta o Fundo de
completo, ensino médio incompleto, ensino médio completo e Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
aqueles com nível superior, mas sem formação específica para Valorização do Magistério, nos seguintes termos: "aos
o exercício do magistério. professores leigos é assegurado prazo de cinco anos para
Além de representar uma situação dramática, a existência obtenção da habilitação necessária ao exercício da atividade
de um total de 225.573 professores sem habilitação para o docente" (art. 9" § 2°). Os sistemas de ensino devem criar,
exercício profissional indica a necessidade de se prever um portanto, condições necessárias à habilitação desse
processo transitório entre a realidade atual e o atendimento às contingente de professores sem a adequada formação para o
determinações da Lei de Diretrizes e Bases no que se refere à exercício do magistério.
formação profissional - o que implica oferecer formação em
nível médio onde os professores não a possuem e alternativas Além do que preveem legalmente e recomendam a LDB e o
para o caso da formação incompleta no ensino fundamental. FUNDO, também a proposta do Plano Nacional de Educação-
documento produzido recentemente pelo MEC, com a
2.4. Medidas determinadas pela legislação participação da comunidade educacional brasileira - destaca a
importância da valorização dos profissionais da educação: "A
A nova LDB (Lei 9.394/96) assim dispõe sobre a formação melhoria da qualidade do ensino, indispensável para
de profissionais de educação em seu artigo 62: "A formação de assegurar à população brasileira o acesso pleno à cidadania e
docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível uma inserção nas atividades produtivas que permita a
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em constante elevação do nível de vida, constituem um
universidades e institutos superiores de educação, admitida, compromisso da Nação. Esse compromisso, entretanto, não
como formação mínima para o exercício do magistério na poderá ser cumprido sem a valorização do magistério, uma vez
educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino que os docentes constituem o centro de todo o processo
fundamental, a oferenda em nível médio, na modalidade educacional." O Plano expressa, ainda, um posicionamento em
Normal". relação aos pilares de sustentação da valorização profissional:
Prevê a LDB que a formação de profissionais da educação qualidade da formação inicial e continuada, jornada de
em curso normal superior ou em curso de nível médio visa trabalho adequada e concentrada em um único
preparar o futuro professor para atender aos objetivos da estabelecimento e salário condigno.
educação infantil e das quatro primeiras séries do ensino Todas as instituições e cidadãos comprometidos com a
fundamental, o que inclui a educação especial e a educação de educação brasileira parecem concordar que sem investimento
jovens e adultos. na formação dos profissionais da educação não se conquistará
as metas de qualidade que vêm se tornando cada vez mais
O art. 87, § 4º, da Lei prevê que "até o fim da Década da consensuais. Entretanto, será a capacidade de gestar e
Educação só serão admitidos professores habilitados em nível implementar políticas de formação profissional e de
superior ou formados por treinamento em serviço". A valorização do magistério - ou seja, de realizar o investimento
formação do magistério, quando em nível médio, está inserida necessário - o que pode fazer a diferença de fato.
no ensino médio mas tem a sua especificidade, alterando o que
prescrevia a LDB anterior para a Habilitação Específica para o
Magistério. Dessa forma, entende-se que o Parecer do CFE nº
349/72 perde vigência, requerendo-se novas funções para a

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3. Tendências da formação profissional de professores níveis superiores de profissionalização do magistério. Além


das razões já colocadas, há ainda outra: os cursos de formação
O processo permanente de desenvolvimento profissional a de professores em nível superior não gozam de status
que todos os educadores têm direito envolve formação inicial equivalente ao dos demais cursos universitários.
e continuada, sendo que a diferença essencial entre esses dois
processos é que a formação continuada ocorre com o professor As críticas apontadas neste documento não se aplicam,
já no exercício de suas atividades. assim, à formação inicial e continuada como tal, mas ao modelo
O modelo convencional de formação inicial e continuada em que se baseiam esses processos de ensino e aprendizagem
dos profissionais da educação vem sendo bastante de professores. Algumas das características desse modelo que,
questionado nos últimos anos, principalmente pela sua embora questionável, foi se tornando convencional são as
ineficácia. Além disso, ao que tudo indica, tem também seguintes:
contribuído para o processo de desprofissionalização do - considera-se que a necessidade de formação profissional
magistério. Cada vez mais, os próprios profissionais da é tanto menor quanto menores forem as crianças (com as
educação têm assumido esse questionamento e defendido que quais o professor vai trabalhar ou já trabalha), ignorando-se
a formação adequada e de qualidade é um direito que lhes cabe desse modo a complexidade e a enorme responsabilidade de
- superando, dessa forma, uma visão reducionista de que a educar crianças pequenas e a relevância da educação nos
crítica à formação inadequada de que dispõem implicaria uma primeiros anos de vida;
acusação de incompetência profissional. - a formação específica fica circunscrita ao exercício da
Atualmente, ainda não há estudos conclusivos a respeito docência, não tratando das demais dimensões da atuação
da relação entre formação profissional do professor e profissional, como a participação no projeto educativo da
aprendizagem escolar de crianças e jovens. Se, por um lado, escola, por exemplo;
existem inúmeros indicadores de que a habilitação e a - ignoram-se as condições reais e os pontos de partida dos
formação em serviço não garantem melhores resultados na professores- seus interesses, motivações, necessidades,
aprendizagem dos alunos, por outro lado, há evidências que conhecimentos prévios, experiências e opiniões - quando
confirmam essa relação, embora não entendida como uma esses deveriam servir como ingredientes do planejamento das
relação mecânica e diretamente proporcional. ações de formação;
Se de um modo geral, em qualquer campo de atuação, - as práticas inspiram-se numa perspectiva
profissionais com boa formação alcançam melhores homogeneizadora: são destinadas a "professores em geral", e
resultados do que profissionais com formação ruim, a questão, não ajustáveis a diferentes tipos de professores e suas
portanto, seria o tipo de formação a que tiveram acesso os respectivas necessidades de formação;
professores: ter ou não habilitação e oportunidades de - a concepção é autoritária, cabendo ao professor um papel
formação em serviço não parece ser propriamente o ponto. passivo de receptor de informações e executor de propostas, e
Tudo leva a crer que o que de fato conta é a qualidade da não de co-participante do planejamento e discussão do
formação de que dispõem. próprio processo de formação;
A hipótese subjacente a este documento é que, embora - o enfoque é instrumental: as práticas de formação
insuficiente para garantir, por si só, uma aprendizagem escolar destinam-se a preparar o professor para ser um aplicador e um
de melhor qualidade, a formação de professores é uma técnico, e não um profissional com domínio de sua prática e
condição sine qua nun. Mas, para tanto, é necessário promover autonomia para a tomada de decisões;
transformações radicais tanto nas formas quanto nos - não há articulação entre conteúdo e método, entre saber
conteúdos das práticas que se tornaram tradicionais - geral e saber pedagógico: com isso, perde-se a oportunidade
essencialmente, professores e alunos estão submetidos ao preciosa de abordar, de forma indissociada, os conteúdos e o
mesmo modelo de ensino e, portanto, de certo modo, a maioria respectivo tratamento didático, condição para uma adequada
dos problemas identificados na educação escolar, e das formação docente;
respectivas críticas, se aplicam também à formação - a educação é tratada como uma atividade formal e rígida,
profissional. desconsiderando-se a importância que têm a informalidade, o
Não só no Brasil, mas em vários países da América Latina, vínculo afetivo, a comunicação, o jogo, o riso, o
a preparação para o exercício do magistério tem entretenimento;
características muito similares: inexistência de um sistema - o foco é a perspectiva do ensino, e não a perspectiva da
articulado de formação inicial e continuada, o que ocasiona aprendizagem;
falta de coordenação das instâncias formadoras; ineficácia dos - a concepção de base é acadêmica e teórica, centrada no
cursos de formação inicial, o que tem levado a práticas texto escrito, desprezando-se a prática como importante fonte
compensatórias de formação em serviço; heterogeneidade de conteúdos da formação;
muito grande na oferta e qualidade da formação continuada; - a transmissão de informação é o centro do processo de
descontinuidade das ações de formação em serviço... ensino e aprendizagem, como se ensino pudesse ser
Nesse sentido, dois aspectos merecem ser destacados em confundido com transmissão e aprendizagem com assimilação
relação às tendências dos últimos anos. Um deles é que as passiva de informações;
práticas de formação continuada têm se configurado - não há coerência entre o modelo de formação (pelo qual
predominantemente em eventos pontuais -cursos, oficinas, os professores aprendem) e o modelo de ensino e
seminários e palestras -, que, de modo geral, não respondem aprendizagem que é conteúdo de sua formação, ou seja, os
às necessidades pedagógicas mais imediatas dos professores e professores não experimentam em seu próprio processo de
nem sempre se constituem num programa articulado e aprendizagem (quando estão, também eles, na condição de
planejado como tal. O outro é que a exigência de formação alunos) o que lhe sugerem como necessário e bom para seus
inicial em nível superior - uma tendência aparentemente alunos - práticas orientadas para o desenvolvimento do
irreversível em vários países - por si só não tem resolvido os pensamento crítico, da aprendizagem ativa, da criatividade, da
problemas que, em parte, justificam a defesa desse nível de autonomia, de valores democráticos, do exercício de
formação profissional para os professores. Em muitos casos, cidadania...;
ao contrário, alguns desses problemas têm se acentuado: o - priorizam-se modalidades convencionais de
elevado academicismo e a dificuldade de introduzir inovações comunicação como aula, seminário, palestra, curso e oficina,
nos cursos, por exemplo. Portanto, não é direta a relação entre desprezando-se outras, bastante importantes e produtivas:
formação em nível superior, qualidade superior da formação e intercâmbio de experiências, observação de classe de

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professores experientes, uso de recursos de documentação responsabilidades docentes - só viriam a reforçar um modelo
que permitem "trazer a prática" à discussão, atividades de de professor/aplicador que foi se forjando ao longo do tempo
simulação de situações-problema etc; e que se consolidou na década de 70. É para esse tipo de
- não há articulação entre conhecimentos de natureza professor que as práticas tradicionais de formação estão
administrativa e pedagógica, considerando-se os primeiros voltadas. E é para subverter esse modelo de professor que
como patrimônio dos administradores e os últimos como outros tipos de práticas precisam ser construídas.
próprios e indispensáveis somente para quem se dedica ao Talvez não seja exagero afirmar que, ao longo de toda a
ensino, como se todos os profissionais da educação não história brasileira, a despeito das transformações que foram se
precisassem dominar os dois tipos de saber; operando nas finalidades da educação escolar e no papel social
- não há um processo paralelo de formação dos formadores do professor -à exceção das inovações propostas pela Escola
de professores, para que construam, também eles, um novo Nova e pelos movimentos de renovação pedagógica que a
modelo de ação. partir dos anos 60 passaram a fazer contraponto com o que
E, em relação especificamente à formação continuada, as estava posto -, o modelo de professor pouco se alterou de fato.
características mais comuns são as que se seguem: Estamos hoje, portanto, diante de um desafio de proporções
- cada nova política, projeto ou programa parte da "estaca consideráveis. Em curto espaço de tempo há que se consolidar
zero", desconsiderando a experiência e o conhecimento já um novo perfil profissional muito diferente do convencional.
acumulados;
- não são consideradas outras dimensões do exercício Quando hoje se discute formação de professores, inicial ou
profissional, como o contexto institucional onde ele ocorre, continuada, imediatamente coloca-se a questão da formação
condições de trabalho, recursos disponíveis, carreira e salário: dos formadores de professores. Como operar uma
a formação é tomada isoladamente; transformação radical nos cursos de habilitação e nos
- é tida como apropriada fundamentalmente para programas de formação em serviço se os formadores também
professores, e não para os demais profissionais da educação— não passarem por um processo radical de atualização inserido
supervisores, diretores, assessores, técnicos do sistema em programas de desenvolvimento profissional permanente?
educativo e formadores em geral; A inexistência de medidas nesse sentido acabou criando
- não se organiza a partir de uma avaliação diagnostica das soluções paliativas que, na verdade, não solucionam. A
reais necessidades e dificuldades pedagógicas dos constatação da má qualidade dos cursos de formação inicial
professores; obrigou os sistemas de ensino a intensificar as iniciativas de
- destina-se a corrigir erros e a destacar debilidades da formação em serviço, que, nessas condições, assumem um
prática pedagógica, sem estimular os aspectos positivos e caráter compensatório. Por outro lado, a constatação da
ressaltar a importância dos avanços já conquistados; inadequada formação dos formadores dos próprios sistemas
- não dispõe de instrumentos eficazes de avaliação do demandou um tipo de "terceirização", na medida em que se
alcance das ações desenvolvidas; passou a contratar serviços de profissionais de fora da rede. E
- organiza-se para professores individualmente, e não para hoje o que se constata é que esse tipo de parceria nem sempre
a equipe pedagógica da escola ou a instituição escolar como produz bons resultados, pois as Secretarias de Educação,
um todo; muitas vezes, perdem o controle sobre as ações desenvolvidas
- realiza-se fora do local de trabalho, e não na escola, lugar e, em alguns casos, acabam delegando até mesmo a definição
privilegiado de formação em serviço; do planejamento dos programas - tarefa que lhe cabe, como
- é assistemática, pontual, limitada no tempo e não integra gestora de políticas públicas para a educação.
um sistema de formação permanente; A formação continuada de professores - por vezes
- utiliza dispositivos de motivação "externa" - pontuação, chamada de treinamento, reciclagem, aperfeiçoamento
progressão na carreira, certificados... -que, sem dúvida, são profissional ou capacitação - tem uma história recente no
importantes, mas não podem "estar no lugar" do Brasil. Intensificou-se na década de 80 e, a despeito de pautar-
compromisso, pessoal e institucional, com o desenvolvimento se predominantemente por um modelo convencional de
profissional permanente, a melhoria do ensino, a própria formação, foi assumindo formatos diferenciados em relação
aprendizagem e a dos alunos. aos objetivos, conteúdos, tempo de duração (desde um único
Evidentemente, a caracterização do modelo de formação curso rápido até programas que se estendem por alguns anos)
que foi se tornando tradicional ao longo do tempo não implica e modalidades (presencial ou a distância, direta ou por meio
desconsiderara existência de experiências que o subvertem de multiplicadores). Em alguns Estados brasileiros, ela vem se
em diferentes aspectos: a crítica à ineficácia ou às limitações convertendo numa tradição, visto que já acontece há muito
desse modelo produziu alternativas interessantes, tanto em tempo, ao passo que em outros é uma iniciativa mais ou menos
experiências de formação inicial como continuada, recente.
alternativas que vão se afirmando cada vez mais como De qualquer modo, as práticas de formação continuada
possibilidades generalizáveis. Entretanto, o quadro que aqui vêm se mantendo como uma medida reconhecidamente
se delineia enfoca propositadamente os aspectos negativos, já necessária, embora hoje já seja possível verificar a enorme
que o desafio é encontrar soluções para eles - as iniciativas discrepância entre o volume de recursos humanos e
bem sucedidas ainda estão circunscritas à condição de exceção financeiros nelas investidos e os resultados obtidos em relação
à regra: são pontuais e, de certa forma, restritas. ao sucesso da aprendizagem dos alunos. Não se trata de
atribuir a precariedade dos resultados escolares à
As iniciativas, quaisquer que elas sejam, não são impropriedade das iniciativas levadas a efeito nos estados e
desvinculadas de seus contextos e portanto, a formação inicial municípios brasileiros, pois esse tipo de discrepância, na
e continuada que hoje se desenvolve é fruto da história que a verdade, é um fenômeno recorrente em diferentes países. Há
produziu. Certamente o que determinou o modelo de formação um conjunto de circunstâncias e escolhas político-
inicial e continuada predominante no país foi a hegemonia, na administrativas, organizativas e metodológicas que, quando
história da educação brasileira, de uma concepção de ocorrem, geram dificuldades no campo da formação
professor como aplicador de propostas prontas, produzidas continuada, onde quer que ela aconteça.
por técnicos das instâncias centrais ou intermediárias do
sistema educacional. Os sucessivos anos de tecnicismo e o As questões político-administrativas são as relacionadas
status conquistado pelo livro didático no ensino fundamental ao papel desempenhado pelos governantes e gestores do
e médio -ao qual passou-se a atribuir inclusive sistema educacional. Nesse âmbito, a falta de articulação entre

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as várias instâncias de gestão do sistema, a descontinuidade relação tácita entre formadores e professores: ao término de
dos projetos e programas de um governo para outro, a pressa eventos com esse formato, os professores consideram tudo
com que as ações são planejadas e realizadas para atender às muito teórico e os formadores dizem que os professores
limitações do tempo político das administrações, a falta de vieram à procura de "receitas".
incentivos salariais ou institucionais para que os professores
participem de programas de formação e a inexistência de Às vezes, para subverter essa lógica, são oferecidas aos
tempo previsto na jornada de trabalho e no calendário escolar professores as chamadas "oficinas": encontros destinados a
para a formação em serviço são fatores importantes a se ensiná-los a fazer ou "vivenciar" algo que se julga necessário
considerar. ou importante. Nesse tipo de situação, raramente se aprofunda
a compreensão dos objetivos e possibilidades didáticas das
As questões organizativas dizem respeito ao atividades realizadas nas oficinas, condição para superar a
planejamento, execução e avaliação de programas de formação tendência à aplicação irrefletida de modelos e possibilitar uma
em serviço por parte dos técnicos responsáveis. Muitas vezes, recriação inteligente.
com a justificativa de que as redes públicas são muito grandes Alguns programas que integram oficinas e cursos teóricos,
e que é difícil atender a todos os professores, não se planeja de planejados de maneira orgânica, obtém resultados melhores.
forma articulada ações extensivas e de profundidade, Maria Júlia, 8 anos
priorizando-se a alternativa dos grandes eventos pontuais, Entretanto, a necessária análise de atividades de sala de
cujo efeito é bastante relativo e discutível. Se, por um lado, eles aula, conteúdo fundamental da formação continuada,
cumprem a função de divulgar novas ideias e sensibilizar os dificilmente integra a pauta dessas ações. 0 mesmo ocorre em
professores para aspectos importantes do trabalho, por outro, relação ao uso profissional da escrita: muitos professores não
não há como considerar suas reais necessidades e avanços em dominam fluentemente os procedimentos que permitem 1er e
atividades desse tipo. escrever de forma reflexiva e precisam superar essa limitação
Em ações extensivas e pontuais não é possível com a ajuda de seus formadores, sem a qual não conquistarão
compatibilizar o conteúdo tratado com demandas colocadas a competência que permite a todo profissional estudar e
pela realidade das escolas e salas de aula, elaborar documentar seu trabalho com autonomia.
diagnósticos das necessidades pedagógicas, avaliar o alcance Agregue-se a esse conjunto de questões a falta de
das ações desenvolvidas e o impacto dos conhecimentos condições institucionais das escolas para encaminhar e
adquiridos na prática dos professores. A falta de quadros consolidar as mudanças que se fazem necessárias em
locais bem preparados para exercer, de fato, a função de decorrência dos processos de formação continuada e se terá
formadores de professores - que tem levado muitas algumas das respostas para o problema da discrepância entre
Secretarias de Educação a buscar profissionais de fora da o volume de recursos investidos e melhor qualidade do ensino
região para realizar o trabalho - geralmente acaba produzindo e da aprendizagem escolar.
um tipo de ação distanciada do contexto real do professor. Isso As evidências têm demonstrado que a tomada de decisões
ocorre quando esses profissionais circunscrevem sua em relação aos investimentos em qualquer área deve ser fruto
contribuição a aspectos mais generalizáveis pelo fato de de um planejamento estratégico. Km relação ao
desenvolverem ações concentradas (muito conteúdo em desenvolvimento profissional não poderia ser diferente: o
pouco tempo), não conhecerem os problemas locais e não investimento na formação inicial e na formação continuada de
terem um vínculo orgânico com a rede. professores merece ser planejado juntamente com as demais
medidas que visam melhorar a educação escolar. Além disso, é
No âmbito das escolas, a formação continuada também tem preciso avançar rapidamente no sentido de criar sistemas
suas limitações: ou não há tempo previsto na jornada de unificados de formação inicial e continuada que superem o
trabalho que permita ações sistematizadas ou, quando há, atual modelo, fragmentado e ineficaz.
muitas vezes o coordenador pedagógico não tem uma
formação adequada para ser formador de professores e nem Do ponto de vista do modelo de formação profissional, o
recebe assessoria para realizar esse tipo de trabalho. que se verifica hoje é uma tendência no sentido de:
Em qualquer caso, a inexistência de mecanismos de - promover as transformações necessárias nas instituições
acompanhamento contínuo da prática pedagógica, de responsáveis por formar professores, para que o processo de
avaliação periódica dos resultados das ações desenvolvidas e formação aconteça num contexto favorável ao
de identificação de demandas de formação, colocadas pelas desenvolvimento de diferentes competências profissionais;
dificuldades que encontram os professores no exercício - garantir condições adequadas de trabalho, remuneração
profissional, prejudica a qualidade da formação, uma vez que e incentivos que façam do magistério uma opção atraente;
estes são instrumentos de avaliação fundamentais para o - definir novas políticas e critérios de seleção para o
planejamento e redimensionamento dos programas. ingresso de professores na carreira;
De certa forma, esse conjunto de questões tem uma - redimensionar o papel profissional do professor no
dimensão metodológica, uma vez que diz respeito ao método contexto das tarefas atualmente colocadas pela realidade à
de gestão institucional. Entretanto, há ainda as questões educação escolar;
metodológicas, que se referem às ações de formação em si. - criar um sistema integrado de formação permanente, que
Nesse caso, os problemas avolumam-se, especialmente inclua formação inicial e continuada;
quando a opção é por modalidades convencionais de formação - redimensionar as prioridades na dotação de recursos na
com elevado número de participantes, como palestras, área educacional;
seminários e grandes cursos concentrados. Nessas - transformar os currículos e programas de formação;
circunstâncias, quase sempre se dá uma ênfase muito grande - considerar que é necessário um determinado tempo para
à transmissão de informação teórica: não existe uma cultura que as transformações ocorram de fato e criar condições para
de análise da prática pedagógica dos professores no trabalho tanto;
de formação e, inclusive, acreditou-se por muito tempo que a - empreender um esforço permanente de informação,
competência de promover uma mediação didática de comunicação e formação de opinião pública em torno da
qualidade decorreria "naturalmente" do conhecimento teórico questão da qualidade da educação escolar e do papel
dos conteúdos e dos processos de aprendizagem - o que não se profissional do professor;
verifica na realidade. O resultado desse tipo de abordagem é - subverter os esquemas convencionais de relacionamento
um desencontro que se tornou mais ou menos emblemático da entre poder público, sociedade e associações profissionais.

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No Brasil, não existem dados precisos que permitam da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o
compor um quadro verdadeiramente fiel da situação atual da professor possa ajudara criança a identificar suas
formação de professores: a demanda real, a evasão e a necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las de forma
retenção nos cursos de habilitação e suas respectivas causas, a adequada. Assim, cuidar da criança é sobretudo dar atenção a
razão da escolha e do abandono do magistério, os percentuais ela como pessoa que está num contínuo crescimento e
de inserção no mercado de trabalho... E preciso que isso seja desenvolvimento, compreendendo sua singularidade,
feito nos estados e municípios, para que se possa chegar a um identificando e respondendo às suas necessidades. Isto inclui
diagnóstico detalhado sobre a questão. Diante do pouco que se interessar-se sobre o que a criança sente, pensa, o que ela sabe
sabe, as especulações são inevitáveis -mas não substituem os sobre si e sobre o mundo, visando à ampliação deste conheci
dados que retratem a realidade de fato. As tendências gerais mento e de suas habilidades, que aos poucos a tornarão mais
são importantes referências para balizar as decisões no que se independente e mais autônoma". Essa perspectiva, embora
refere às ações a serem implementadas em cada local, porém aqui voltada para a educação infantil, abrange, também,
são apenas referências. crianças maiores. adolescentes, jovens e adultos - inclusive
professores.
PARTE II
2. Implica afirmar um determinado modo de relação com o
REPENSANDO A ATUAÇÃO PROFISSIONAL E A conhecimento, com os valores, com os outros, um
FORMAÇÃO DE PROFESSORES modo de estar no mundo que se expressa na ideia de relações
de autonomia.
1. As dimensões da atuação profissional de professor Para se desenvolver a autonomia como capacidade
pessoal, é necessária a vivência de relações sociais não
A formação de professores é pensada neste documento a autoritárias, nas quais haja participação, liberdade de escolha,
partir das demandas de melhoria da educação escolar de possibilidade de tomar decisões e assumir responsabilidades.
crianças, jovens e adultos e das discussões atuais sobre as Ao mesmo tempo, a efetivação de relações democráticas exige
especificidades do trabalho profissional do professor. a participação de pessoas autônomas: capazes de fazer
A elaboração dos Parâmetros Curriculares para o Ensino escolhas, tomar decisões e assumir responsabilidades
Fundamental, do Referencial para a Educação Infantil e da compartilhadas.
Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos do Autonomia não é, portanto, a possibilidade de fazer o que
Referencial Curricular para a Educação Indígena, são os se quer sem ter que dar satisfação a ninguém; é o espaço da
primeiros passos da SEF nessa direção. As concepções que liberdade com responsabilidade.
orientam esses documentos, e a discussão que a comunidade "... Não existe autonomia pura, como se fosse uma
educacional vem desenvolvendo sobre elas, são balizadoras do capacidade absoluta de um sujeito isolado. (...). Só é possível
que se espera da formação de educadores. realizá-la como processo coletivo que implica relações de
Esses referenciais curriculares afirmam o compromisso da poder não autoritárias.
educação escolar com o movimento social de avanço da Articulando a dimensão pessoal e social, trabalhar na
democracia, no sentido de que a escola possa contribuir para a perspectiva da autonomia possibilita superar a dicotomia
cidadania e equidade de direitos ao promover o acesso aos entre perspectivas "individualistas" e "coletivistas", redutoras,
conhecimentos. A cidadania é, na sua historicidade, um cada uma a seu modo, da complexidade das questões humanas,
processo aberto e permanente de transformações sociais, e políticas e educativas.
não um estado fixo que se resolve ao ser atingido. Democracia Tais considerações permitem afirmar que a atuação do
é, então, aqui entendida em seu sentido mais amplo, como "... professor é simultaneamente coletiva e pessoal. Na atuação do
uma forma de sociabilidade que penetra em todos os espaços professor, autonomia é exercício de cooperação e criatividade,
sociais..., que abrange toda a vida coletiva, sodai e política e práticas de intervenção e transformação com base na
tenha uma dimensão pessoal. realidade social. Implica poder, conhecimento, sensibilidade,
A própria LDB contempla essas dimensões quando, em seu desejo e responsabilidade - exercida "no" e "com" um coletivo,
artigo ", estabelece que "a educação (...) tem por finalidade o a partir de envolvimento pessoal.
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho ". Os professores são profissionais cuja ação influi de modo
Essas dimensões - política e pessoal - não se opõem, não se significativo na constituição da subjetividade de seus alunos
excluem e nem se separam. Se, por um lado, a dimensão como pessoas e como cidadãos. Por isso, precisam
pessoal é também política (no sentido de que envolve compreender os contextos sociais e as questões
legitimação de princípios éticos, de que a própria estruturação contemporâneas com os quais eles e seus alunos estão
emocional envolve relações de poder, de que toda ação é uma envolvidos. Uma educação democrática exige relações de
ação política), por outro lado, não há exercício político de respeito mútuo, preocupação com a justiça, diálogo,
cidadania sem envolvimento pessoal. possibilidade de questionamento e argumentação.
Essa perspectiva - da pessoa e do cidadão- tem muitas A afirmação dos princípios da ética democrática, a
decorrências, das quais pelo menos duas têm reflexo imediato superação das discriminações de ordem étnica, cultural e
na formação de professores: socioeconômica, a educação de jovens e adultos, estão entre os
1. Implica ter como objetivo da educação escolar o grandes desafios da sociedade brasileira, para o
desenvolvimento das múltiplas capacidades do ser humano, e enfrentamento dos quais a educação escolar e, portanto, a
não apenas o desenvolvimento cognitivo, ampliando a formação de professores - é decisiva. Isso demanda, entre
concepção de educar para além do instruir. Essa questão vem outras medidas, a constituição de uma escola que possa
sendo muito trabalhada no âmbito da educação infantil. Nesse acolher e trabalhar as diferenças socioculturais e as
sentido, um avanço significativo foi a integração entre necessidades especiais dos alunos. Somente uma nova
educação e cuidado, que pode - e deve - ser estendido às perspectiva de educação como essa poderá contribuir para a
demais etapas da escolaridade, como se pode ver nos superação do quadro de evasão e repetência reiterada que, no
documentos dos PCN para o Ensino Fundamental. ensino fundamental, reverte no grande contingente de jovens
"A base do cuidado humano é compreender como ajudar o e adultos analfabetos e sem escolarização. Para tal, é meta
outro a desenvolver-se como ser humano. Cuidar significa essencial formar profissionais que possam efetivamente
valorizar e ajudar a desenvolver capacidades, (p. 24). (...) Além contribuir para reverter esse quadro.

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A formação precisa intencionalmente possibilitar o extensamente discutido nos documentos que integram os
desenvolvimento do professor como pessoa, como Parâmetros Curriculares Nacionais, o professor precisa estar
profissional e como cidadão. Isso deverá refletir-se nos atento a essa interferência, que nem sempre é consciente. Ele
objetivos da formação, na eleição de seus conteúdos, na opção se posiciona e incentiva atitudes, influencia as relações de
metodológica, na criação de diferentes tempos e espaços de respeito e a construção de autoestima dos alunos - ele educa e
vivência para os professores e na organização institucional. cuida.
Tomar decisões a respeito da vida coletiva, participar da Tudo isso configura um conjunto de relações e
gestão cooperativa do trabalho, decidir sobre sua própria circunstâncias complexas e diversificadas às vezes bastante
atuação no cotidiano escolar são aprendizagens fundamentais adversas-, que demandam ações também diversificadas. Para
e que exigem repensar conteúdo, forma e organização da dar conta delas cotidianamente, é necessário um considerável
formação de professores, para que eles assumam sua prática investimento emocional, e muito conhecimento pedagógico:
social e aprendam a exercer o poder de intervir para além da dimensão objetiva e racional, há uma dimensão
transformar. Construir uma proposta de formação que atenda subjetiva e afetiva na atuação profissional do professor.
a esses propósitos exige, antes de mais nada, conhecer e Direcionar o trabalho de formação considerando essas
analisar a atuação profissional do professor. dimensões é fundamental para que o professor possa ao
mesmo tempo se envolver pessoalmente em todas essas
2. A natureza da atuação de professor relações e se distanciar delas para poder pensar e tomar
decisões profissionais.
2.1. Complexidade e singularidade Essa complexidade é também acentuada pelo fato de que o
trabalho educacional é sempre singular e contextual, isto é,
Segundo a cultura escolar dominante, o "contrato" que ocorre sempre em situações específicas, já que os alunos de
rege as relações professor/ aluno confere aos professores uma uma mesma classe não são iguais, como não são iguais, numa
autoridade que emana de sua condição de detentores de classe e noutra, tampouco apresentam as mesmas
importantes conhecimentos a serem comunicados. Essa é uma características em todos os momentos. Ao mesmo tempo, no
condição que, aliada à posição que ocupa na hierarquia seio dessa atuação complexa, há o indispensável compromisso
escolar, resulta num grande poder de influência sobre os com resultados: o professor precisa garantir que seus alunos
alunos. A consciência desse poder por parte do professor é realizem as aprendizagens que efetivem o desenvolvimento de
fundamental para que ele possa tomar posições, refletir sobre suas capacidades.
suas ações e garantir que elas estejam permeadas por
uma ética democrática. E importante conceber essa A função de professor é caracterizada por uma inevitável
autoridade como responsabilidade, e não como exercício de contradição: considerando seu papel educativo, espera-se que
poder no sentido restritivo. As relações entre professor e tenha muito controle sobre suas ações junto aos alunos ainda
alunos devem permitir que estes tomem iniciativas e assumam que isso nem sempre seja possível.
responsabilidades efetivas tanto nas atividades como nas Em virtude da complexidade contextual inerente ao
relações que acontecem dentro da escola. trabalho pedagógico, é praticamente impossível ter
A própria natureza da função de professor, como um consciência de tudo o que é feito durante todo o tempo de aula.
profissional que atua com e nas relações humanas, aliada à sua Com isso, a atuação do professor é determinada em grande
tarefa de gestor da sala de aula, coloca-o numa situação de parte pelo que alguns estudiosos do assunto denominam
envolvimento pessoal nas relações que estabelece com seus habitus, uma forma de proceder pouco consciente que
alunos e com seus pares, relações essas que não são poucas possibilita reagir de forma imediata às questões do cotidiano
nem simples. Mais precisamente na situação de docência, o escolar. Essa ideia de habitus expressa um tipo de "criação
professor precisa administrar um conjunto de relações informada", improvisação inteligente, semelhante ao que se
interpessoais marcadas por conteúdos afetivos os mais costuma chamar "jogo de cintura". É necessário conhecimento
diversos, que atingem tanto a ele quanto a seus alunos. Além teórico, instrumental e experiencial, sem o qual seria
disso, dada a importância de que os alunos estabeleçam uma impossível improvisar sabiamente, isto é, realizar criações
relação de disponibilidade e ousadia diante do ato de com o máximo de qualidade, em situações singulares. Para isso
aprender, cabe ao professor estar atento ao empenho de cada é preciso "saber ler índices contextuais", isto é, desenvolver
um em suas aprendizagens. uma capacidade interpretativa que permita tomar decisões
A qualidade das relações afetivas e dos valores que adequadas situacionalmente.
permeiam as interações sociais na escola tem papel Resumindo, a realidade educativa em que o professor atua
determinante no sucesso escolar dos alunos. O convívio é complexa, mutável, frequentemente conflituosa, e apresenta
escolar e as situações de aprendizagem frequentemente problemas que não são facilmente categorizáveis e nem
colocam os alunos em contato íntimo com seus desejos, sempre possibilitam soluções a priori. O que se tem, muitas
inseguranças, medos, ansiedades, e espera-se que o professor vezes, são situações problemáticas singulares e que, portanto,
os encoraje e contribua para o desenvolvimento de exigem soluções particulares.
autoconfiança, de uma autoimagem positiva e respeito por si Nesse sentido, o êxito profissional do professor depende
próprios e pelos outros. O acolhimento do professor aos de sua capacidade de manejar a complexidade da ação
alunos não pode ser confundido com piedade que se educativa e resolver problemas, por meio de uma interação
expressaria em "coitado, isso e muito difícil para ele". Deve ser, inteligente e criativa.
ao contrário, um cuidado que se expresse em atitudes do tipo Toda essa complexidade da atuação de professor diz
"ele pode aprender e eu posso fazer algo para isso". Todos os respeito mais especificamente ao seu trabalho como docente.
alunos precisam "ouvir" de seus professores: você pode!!!, o No entanto, existe ainda sua atuação como membro da equipe
que não precisa necessariamente ser expresso por palavras, pedagógica, sua participação no projeto educativo da escola e
mas por atitudes de ajuda efetiva. na comunidade educacional. Isso implica uma ação
compartilhada e um trabalho coletivo dentro da própria escola
Na atuação do professor sempre estão em jogo valores, já e com diferentes escolas, o que significa participar de eventos,
que ele é um profissional que de uma forma ou de outra estabelecer intercâmbios, registrar, sistematizar, ser produtor
referenda e propõe, tanto valores ligados aos próprios de conhecimento. Portanto, sua atuação demanda trabalho
conteúdos escolares como valores referentes às questões coletivo e cooperativo, e o diálogo com a comunidade.
sociais que permeiam toda ação educativa. Como foi

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2.2. Ação e reflexão situações de trabalho. Apoia-se, portanto, no domínio de


saberes, mas não apenas dos saberes teóricos, e refere-se à
Ao buscar explicitar a natureza da atuação pedagógica para atuação em situações complexas.
construir caminhos para a formação de professores, alguns Tal concepção de competência distingue-se do conceito
estudiosos da área têm se dedicado a aprofundar a discussão behaviorista, que se centra nos atributos pessoais de cada
sobre os níveis de conhecimento do professor. Há um professor individualmente. Trata-se de uma competência que
conhecimento na ação, ou seja, aquele que, interiorizado, se define em ato, num saber agir que necessita ser reconhecido
orienta boa parte das atividades do professor, ainda que de pelos pares e pelos outros e cuja constituição pode - e deve -
modo inconsciente e mecânico. Trata-se de um conhecimento ser promovida em termos coletivos. Não se trata de instituir
decorrente também de "crenças" muitas vezes implícitas - que um modelo único de professor competente.
em algum momento do passado podem até ter sido Há muitas maneiras de ser um bom professor, e isso
conscientes, fundadas em teorias científicas ou espontâneas implica um estilo próprio e envolvimento pessoal. Esse
que resultam da experiência prática no exercício profissional conceito de competência exigirá uma mudança de foco na
e se expressam em um saber fazer espontâneo. formulação dos objetivos gerais da formação, que deverão
Por outro lado, envolvido na ação, o professor é suscetível deixar de ser uma lista de capacidades que todos os
às dificuldades que encontra na sua intervenção pedagógica e professores deveriam desenvolver isoladamente. O que se
precisa tomar decisões em cada caso específico. Faz, portanto, espera é que tais competências sejam desenvolvidas
uma reflexão sem o rigor, a sistematização e o distanciamento coletivamente, preservando-se as singularidades, e que os
requeridos pela análise racional, mas com a riqueza da próprios professores as valorizem como necessárias, de modo
totalidade do momento. Entretanto, quando confronta suas a, consciente e intencionalmente, procurar garanti-las no
ideias, teorias e crenças com a prática imediata, precisa atuar conjunto da equipe. Para isso é importante investir no
com sensibilidade, estar flexível e aberto para compreender e aprendizado do trabalho coletivo: aprender a estudar, a
tomar decisões afinadas com sua intencionalidade e com o que pesquisar, a produzir coletivamente.
percebe de seus alunos e da situação educativa. A esse
processo chama-se reflexão na ação. Trazida para o processo de formação de professores, a
perspectiva de competência permite realizar a formação
Essa reflexão na ação é parte inevitável do trabalho do prática sem ater-se aos limites do tecnicismo, de modo que o
professor e não substitui a análise que se pode realizar a professor aprenda a criar e recriar sua prática, apropriando-se
posteriori sobre as características e processos da ação de teorias, métodos, técnicas e recursos didáticos
desenvolvida, a chamada reflexão sobre a ação. Essa desenvolvidos por outros educadores, sem submeter-se a um
preocupação ocorre quando o profissional, liberto dos receituário, nem à mera aplicação de teorias ou de um
condicionamentos situacionais, pode aplicar os instrumentos repertório de ações prévias e externamente programadas por
conceituais e as estratégias de análise para tematização, outros. O desenvolvimento da competência profissional
avaliação e reorientação da sua prática. permite ao professor uma relação de autonomia no trabalho,
Assim, pode-se dizer que existe sempre um conhecimento criando propostas de intervenção pedagógica, lançando mão
prático que se mostra nas ações cotidianas do professore uma de recursos e conhecimentos pessoais e disponíveis no
reflexão durante a ação, pois constantemente ele precisa contexto, integrando saberes, sensibilidade e intencionalidade
tomar atitudes imediatas mas esse conhecimento precisa ser para responder a situações reais, complexas, diferenciadas.
potencializado no processo de formação por meio da reflexão Km síntese, favorece uma verdadeira apropriação dos saberes
a posteriori, de forma que, compreendendo o conhecimento já produzidos pela comunidade educativa para elaborar
subjacente à sua atuação, o professor possa ampliá-lo, respostas originais.
transformá-lo e torná-lo alimento para novas ações.
As diferentes situações de trabalho demandam uma ou
2.3. A formação de professores e a construção da mais competências. Portanto, conforme se entenda a
competência profissional amplitude da atuação profissional do professor, serão
elencadas as situações de trabalho que a compõem e. assim,
Outro tema de presença marcante no debate atual determinando o conjunto de competências necessárias. Daí a
(nacional e internacional) sobre a crise e a reconstrução da importância de se ter claro, desde o planejamento, curricular e
identidade de professor é o da dimensão profissional de seu institucional que a atuação do professor tem como base e alvo
trabalho, sendo a formação parte essencial do processo de principal à docência, mas não se restringe a ela. Abrange
profissionalização. também a produção de conhecimento pedagógico, a
cooperação na gestão escolar e a interação com a comunidade
Profissionalismo exige compreensão das questões educativa na produção coletiva de alternativas para a
envolvidas no trabalho, competência para identificá-las e educação e para fazer avançar a profissionalização da
resolvê-las, autonomia para tomar decisões, responsabilidade categoria.
peias opções feitas. Requer também que o professor saiba O trabalho do professor - e, portanto, sua formação - inclui
avaliar criticamente a própria atuação e o contexto em que competências de um profissional intelectual que atua em
atua e interagir cooperativamente com a comunidade situações singulares. Para tanto, o domínio teórico do
profissional a que pertence. Além disso, ele precisa ter conhecimento profissional é essencial, mas não é suficiente. É
competência para elaborar coletivamente o projeto educativo preciso saber mobilizá-lo em situações concretas, qualquer
e curricular para a escola, identificar diferentes opções e que seja sua natureza. A produção de conhecimento
adotar as que considere melhor do ponto de vista pedagógico. pedagógico exige a competência para construir um discurso
Essa perspectiva traz para a formação a concepção de sobre a prática: de sistematizar e comunicar os saberes
competência profissional, segundo a qual a referência construídos para poder compartilhá-los. E isso que
principal, o ponto de partida e de chegada da formação é a possibilitará, inclusive, confrontar os limites do conhecimento
atuação profissional do professor. na explicação e solução das questões da realidade. Tudo isso
Competência, como entendida neste documento, refere-se se aprende a fazer, fazendo.
à capacidade de mobilizar múltiplos recursos, entre os quais
os conhecimentos teóricos e experienciais da vida profissional
e pessoal, para responder às diferentes demandas das

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Ocorre que, atualmente, na formação o aprendizado A própria natureza do trabalho educativo exige que o
dos saberes teóricos tem um espaço desproporcionalmente movimento de contínua construção e reconstrução de
maior que o aprendizado prático. Os aprendizados práticos conhecimento e de competências profissionais, vivenciado na
ocupam lugar periférico e são muitas vezes associados à formação inicial, se prolongue ao longo da carreira de
concepção tecnicista, o que tem sido um obstáculo a uma professor. Caso contrário, haverá sempre uma dissonância
reorganização mais radical da formação de educadores. Isso entre os avanços conseguidos nas escolas de formação em
ocorre também porque os saberes práticos têm sido consequência da renovação curricular e da pesquisa didática e
desvalorizados socialmente e acredita-se que uma formação o que acontece nas escolas onde se dá 0 exercício profissional.
de alto nível é a que se concentra na formação teórica. Ainda que a formação inicial seja um importante e
Formados dessa maneira, os professores aprendem um insubstituível meio de elevar o nível e de transformar a
discurso que não modifica sua atuação junto aos alunos. competência dos futuros professores, essa possibilidade tem
Entretanto, a análise do trabalho educativo escolar demonstra limites. O corpo de professores demora no mínimo vinte anos
que não basta ao professor ter conhecimentos sobre a prática, para se renovar. Os novos professores dirigem-se a diferentes
é fundamental saber faze uma verdadeira construção de escolas onde, na maioria das vezes, acabam adaptando-se ao
competência profissional exige experiência de atuação aliada que encontram estabelecido, ao invés de atuarem como
à reflexão sistemática. elementos transformadores - até como recurso para não
serem rejeitados. A enorme disparidade entre o que pensa e
3. Formação e desenvolvimento profissional faz um professor recém formado e a cultura que encontra na
permanente escola, além da defasagem inevitável de conhecimentos
profissionais, faz com que ele muitas vezes desista de suas
A ação educacional, por ser contextualizada, é sempre convicções e adote uma postura de descrédito e se renda à
passível de transformações. E influenciada pelos avanços da prática estabelecida. Para diminuir essa distância, faz-se
investigação científica nas áreas afins, pelo momento político necessário que a formação inicial e a formação continuada se
em que tem lugar e pelo modo como o professor pensa e age orientem para os mesmos objetivos gerais e constituam um
nas diferentes situações da vida, dado que as dimensões sistema integrado de desenvolvimento profissional. Atuando-
profissional e pessoal estão intimamente relacionadas em sua se nas duas frentes de modo convergente, criar-se-ão as
atuação. O desenvolvimento profissional tem implicação condições para que, tanto os novos professores quanto grande
direta no desenvolvimento da pessoa como ser cultural e parte dos professores em exercício tenham perspectivas e
político, e vice-versa. Muitas vezes, isso requer do professor conhecimentos comuns.
reconsiderar valores e descobrir novas possibilidades de
usufruir da cultura e da participação social. Além de garantir aos professores em exercício um
Portanto, a formação é aqui entendida como processo processo contínuo de formação, é imprescindível que se criem
contínuo e permanente de desenvolvimento, o que pede do dispositivos de articulação entre o trabalho da instituição
professor disponibilidade para a aprendizagem; da formação, formadora e o trabalho das escolas do sistema de ensino,
que o ensine a aprender; e do sistema escolar no qual ele se como, por exemplo, o estágio planejado e acompanhado pelas
insere como profissional, condições para continuar duas instituições e a criação da figura de "professor formador".
aprendendo. Ser profissional implica ser capaz de aprender Esse profissional é um professor experiente que recebe o
sempre. estagiário em sua turma e o acompanha, discutindo com ele o
Sendo assim, o processo de construção de conhecimento que faz, as decisões que toma. As dificuldades que encontra e
profissional do professor é contínuo devido a pelo menos participando da orientação de seu projeto de trabalho como
quatro exigências: estagiário. Isso exige que os formadores da escola de formação
- o avanço das investigações relacionadas ao orientem esse processo, criando assim um trabalho
desenvolvimento profissional do professor; sistemático com o professor formador. Outras formas de
- o processo de desenvolvimento pessoal do professor, que articulação podem incluir um ano de exercício de docência
o leva a transformar seus valores, crenças, hábitos, atitudes e compartilhada e supervisionada ao final da formação inicial,
formas de se relacionar com a vida e, consequentemente, com apoio sistemático da escola de formação ao professor em início
a sua profissão; de carreira, por exemplo.
- a inevitável transformação das formas de pensar, sentir e Por outro lado, trabalhar no segmento com formação
atuar das novas gerações em função da evolução da sociedade continuada dos professores em exercício contribui para que as
em suas estruturas materiais e institucionais, nas formas de escolas de formação tenham a necessária atualização em
organização da convivência e na produção dos modelos relação às questões relevantes, às dificuldades, aos desafios e
econômicos, políticos e sociais; projetos nos quais estão envolvidas as escolas e as redes de
- o incremento acelerado e as mudanças rápidas no ensino. Podem assim planejar, elaborar, e avaliar seu trabalho
conhecimento científico, na cultura, nas artes, nas tecnologias de formação - inicial inclusive - levando em conta a realidade
da comunicação, elementos básicos para a construção do das escolas, garantindo o atendimento às necessidades de
currículo escolar. atuação profissional dos professores.

A formação continuada não pode ser, portanto, algo É desnecessário dizer que todas essas estratégias exigem
eventual, nem apenas um instrumento destinado a suprir dos responsáveis peias políticas de formação continuada e das
deficiências de uma formação inicial malfeita ou de baixa instituições formadoras uma grande disponibilidade para o
qualidade, mas, ao contrário, deve ser sempre parte integrante diálogo e para a mudança, respeito mútuo e trabalho
do exercício profissional de professor. Essa perspectiva leva a cooperativo.
afirmar a necessidade de transformar o modo como se dão os O desenvolvimento profissional permanente requer um
diferentes momentos da formação de professores (formação processo constante e contínuo de estudo, reflexão, discussão,
inicial e formação continuada), para criar um sistema confrontação e experimentação coletiva, para o qual é
deformação que promova o desenvolvimento profissional, necessário não só que as instituições contratantes assumam a
integrando as diferentes instituições responsáveis em um responsabilidade de propiciar as condições institucionais e
plano comum. materiais, mas que o professor tome para si a
responsabilidade por sua formação. Só essa
corresponsabilidade permitirá superar a relação de tutela que

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mantém a formação em serviço do professor à mercê de construirão e reconstruirão seus conhecimentos no decorrer
circunstâncias político institucionais as mais diversas. Para do exercício da profissão. Influenciado pela experiência de seu
isso, é preciso assegurar condições institucionais para que os próprio processo escolar e pelas representações sociais das
professores possam estudar em equipe, compartilhar e práticas escolares, quem inicia um curso de formação já traz
discutir sua prática com os colegas, apresentar seu trabalho consigo uma ideia preconcebida do que seja um professor e um
publicamente, reunir-se com pais de alunos e demais "bom" ou "mau" aluno. Na maioria das vezes, o professor
membros da comunidade, desenvolver parcerias com outras idealiza um aluno prototípico, sem se dar conta de que
instituições, participar do projeto educativo da escola, trabalhar com a diversidade é algo intrínseco à natureza da
definindo, coletivamente, metas, prioridades, projetos atuação docente e que não faz sentido pensá-la como uma
curriculares, processos de avaliação, normas de convivência, condição excepcional. Muitas vezes, os cursos de formação não
temáticas de formação continuada e prioridades para a trabalham essa questão e acabam por reforçar os estereótipos
utilização dos recursos disponíveis. ao tomar como referência um aluno "padrão" idealizado.
Em muitos casos, essas e outras representações sobre a
Professor formador prática educacional são tratadas nos cursos de formação de
uma maneira distante da realidade da sala de aula e da vida
A ideia de professor formador baseia-se no pressuposto de institucional da escola. Em consequência disso, muitos
que a competência profissional se desenvolve em grande professores que ingressam na profissão com essas visões
medida na interação com profissionais experientes que estereotipadas custam muito tempo para desfazê-las. Outros
dialogam sobre a complexidade do trabalho que realizam. não as superam nunca, realizando uma prática que acaba por
Entretanto, o que se vê na realidade é que os professores são contribuir para a produção do enorme contingente de
formados quase exclusivamente por outros profissionais, excluídos da escola. Romper com essas representações,
especialistas em psicologia, sociologia, história da educação e colocar o futuro professor em contato com a realidade em que
outros afins, e não têm contato com professores da Educação irá atuar e com as questões concretas da profissão desde o
Infantil e do Ensino Fundamental na intensidade necessária. início do curso, discutir as questões relativas à função social da
Assim, o que se busca é garantir que os futuros professores escola e à importância de seu trabalho, considerar a
possam ter na sua formação, também a contribuição dos diversidade e a heterogeneidade dos alunos e a complexidade
profissionais iguais ao que ele será. da prática pedagógica são dimensões essenciais a serem
Segundo essa análise é essencial que os sistemas garantidas na formação inicial dos que ingressam na profissão.
educacionais criem a possibilidade de que professores
experientes assumam atividades de formação sem abandonar E importante então que a instituição de formação inicial se
a regência de classe. Podem assim receber estagiários, empenhe numa reflexão contínua tanto sobre os conteúdos
acompanhar professores iniciantes, realizar um trabalho como sobre o tratamento metodológico com que estes são
auxiliar ao da coordenação pedagógica da escola. trabalhados, em função das competências que se propõe a
Sua atuação é importante na formação inicial, não só no desenvolver, já que as relações pedagógicas que se
sentido de receber estagiários em sua classe, mas estabelecem ao longo da formação atuam sempre como
principalmente de ajudá-los a compreendera realidade e a currículo oculto. As relações pedagógicas vivenciadas no
complexidade da atuação do professor- dificuldades processo de aprendizagem dos futuros professores funcionam
operacionais, finalidades, avaliação, revisão, enfim as como modelos para o exercício da profissão, pois, ainda que de
diferentes questões vividas na escola. maneira involuntária, se convertem em referência para sua
Isso só será possível se houver um projeto de estágio atuação.
planejado e avaliado conjuntamente pela escola de formação Apesar da consciência de que a atividade profissional do
inicial e a escola do sistema que recebe esses professores em professor só terá sucesso se ele tiver domínio de certas
formação. Só essa ação conjunta institui um projeto práticas, essas normalmente não aparecem de forma explícita
compartilhado onde as duas instituições assumam nos conteúdos da formação inicial. Além disso, não se promove
responsabilidades e se alimentem mutuamente. a articulação dos componentes curriculares que possibilitaria
O professor formador atua junto aos professores iniciantes a formação prática, polivalente e complexa. Nesses casos, o
auxiliando-os na preparação de materiais, planejamento de futuro professor não tem como desenvolver, em colaboração
atividades, análise das produções dos alunos, na reflexão de com professores formadores que sejam profissionais
sua prática e principalmente nas questões particulares de cada polivalentes como ele deverá ser, um trabalho sistemático que
professor frente ao desafio profissional. Em outras palavras, articule os diferentes âmbitos de conhecimento profissional.
lança mão de sua experiência como professor e como De um modo geral, as escolas de formação trabalham
formador para ajudá-los no processo de inserção profissional. separadamente as disciplinas especializadas e propõem um
E importante que se esclareça, no entanto, que o professor espaço à parte para a experiência prática, configurando o
formador não ocupa - e, em hipótese alguma deve ocupar- o estágio como algo com finalidade em si mesmo. Na maioria das
lugar institucional do coordenador pedagógico (se o sistema vezes, deixam o futuro professor sozinho com a tarefa de
educacional prevê essa função). Embora a função principal do integrar e transpor tudo o que aprendeu na esfera do "saber"
coordenador seja exatamente a de formador de professores da para a esfera do "saber fazer", negando-lhe a oportunidade de
escola em que trabalha, possui também outras atribuições que experienciar a reflexão coletiva e orientada sobre a totalidade
não se aplicam ao professor formador. complexa da prática educativa. Essa totalidade complexa tem
aspectos próprios que são essenciais para a formação do
3.1. Formação inicial professor e que só podem ser vistos e compreendidos no
cotidiano escolar e que dizem respeito às diferentes áreas e
Ao analisar os objetivos e conteúdos da formação inicial, é disciplinas que integram o currículo de formação - não se pode,
preciso levar em conta as novas demandas da atuação do portanto, deixar de tomá-los como conteúdo programático.
professor, tanto em relação à função social colocada à escola,
quanto relação à necessidade de formar um profissional Para superar esse quadro, o processo de formação inicial
reflexivo. de professores requer uma organização curricular e
O conjunto de conhecimentos, atitudes, valores de que se institucional capaz de estabelecer uma ligação visceral entre a
apropriam os futuros professores constitui a competência com escola de formação e o sistema de ensino, constituindo um
que eles iniciam sua carreira e também a base sobre a qual campo de atuação comum, compartilhado. Tomar o

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desenvolvimento de competências profissionais como alvo decisão, na criação de grupos de estudo, na supervisão e
central da formação inicial implica propor uma organização orientação pedagógica, na assessoria de profissionais
curricular que busque reorientar os conteúdos e incorporar a especialmente contratados etc. Outras formas, tais como
tematização da prática em todas as áreas, assim como programas desenvolvidos com várias escolas, intercâmbios,
institucionalizar uma forma de interação com as escolas do cursos, palestras, seminários, são importantes meios de
sistema de ensino. atualização, de troca e de ampliação do universo cultural e
A articulação interinstitucional favorece outro aspecto que profissional das equipes. Entretanto, não devem perder de
tem merecido pouca atenção na formação inicial, que são as vista a ligação com as questões e demandas dos professores
demais dimensões da atuação profissional do professor além sobre seu trabalho.
da docência, o que também compromete a representação do As secretarias de educação têm papel fundamental na
que é ser professor. Assim, é preciso também possibilitar que organização e promoção da formação continuada, uma vez que
o professor desenvolva autonomia na relação com sua são elas que possibilitam acompanhamento sistemático às
formação, uma vez que, na condição de adulto, pode refletir equipes escolares, fixam as diretrizes gerais do trabalho,
sobre sua formação, tomar decisões, fazer opções e construir promovem assessorias, eventos de atualização e programas de
percursos pessoais. formação. Mas é decisivo o papel formador do trabalho
cotidiano das equipes técnicas junto às escolas, seja como
3.2. Formação para titulação de professores em dinamizadoras ou orientadoras, para manter viva a discussão
exercício dos projetos educativos, avaliar o trabalho dos educadores,
fazer chegar às escolas materiais e propostas inovadoras. E
Os programas desenvolvidos com a finalidade de titular esse trabalho contínuo dos técnicos que possibilita o
professores em exercício estão situados entre a formação conhecimento da realidade das escolas e permite que os
inicial e a formação continuada. Ao mesmo tempo que o programas de formação continuada sejam significativos e
professor já está exercendo profissionalmente suas atividades, orientados pelas demandas das escolas e por uma análise de
necessita de uma formação que lhe ofereça condições e um suas questões.
currículo que lhe permita atingir o mesmo patamar e a mesma
amplitude do conhecimento profissional estabelecido pela 3.4.O professor iniciante
formação inicial em nível médio ou superior, dependendo da
escolaridade que já possui. Não se pode tomar a formação para Por mais que tenha uma experiência de estágios atuantes
titulação em serviço como uma formação menor, mais ligeira, e supervisionados em sua formação inicial, é quando ingressa
restrita em nível técnico e às questões imediatas da docência. na carreira que o professor se depara, de fato, com todas as
O mesmo que se propõe para a formação inicial, tanto no que responsabilidades de sua atuação profissional. Passa por um
se refere ao tratamento metodológico quanto aos conteúdos período peculiar em que se diferencia do professor mais
(ver adiante os âmbitos de conhecimento profissional do experiente: este, quando reflete sobre a prática (sua própria
professor), deve estar presente nesse tipo de formação para ou a de outros), o faz sobre uma base mais ou menos
que ela se constitua num diferencial de peso no consolidada em relação ao desempenho de suas atribuições.
desenvolvimento pessoal e na competência profissional dos Esse é o momento em que, considerando a própria prática,
professores envolvidos. Se a titulação é para professores sem o professor iniciante tem a possibilidade de desenvolvei a
o nível médio é importante que nesse processo sejam reflexão, a compreensão, a interpretação e a capacidade de
garantidas, além do desenvolvimento de competências intervenção na realidade educativa.
profissionais, as matérias básicas e essenciais do nível médio. Pode, também, realizar intercâmbios de experiências,
Na titulação em nível superior também é necessário que os discussões, confrontos de diferentes propostas de intervenção
conhecimentos profissionais sejam trabalhados num nível de pedagógica realizadas e pensadas a partir desse novo lugar. E
profundidade que de fato traga um ganho diferenciado na sua o início de uma atuação, período no qual o novo professor se
possibilidade de compreender e atuar na profissão. integra como membro ativo e participante no coletivo
profissional.
3.3. Formação continuada A representação da tarefa educativa construída durante a
formação inicial, frequentemente, choca-se com a realidade
A formação continuada, como já foi explicitado, é complexa da prática: a vida cotidiana da escola e da sala de
necessidade intrínseca para os profissionais da educação aula, na qual o professor tem que tomar decisões
escolar e faz parte de um processo permanente de constantemente. Muitas vezes, ele não tem parâmetros de
desenvolvimento profissional que deve ser assegurado a atuação aos quais se reportar, principalmente se não teve uma
todos. A formação continuada deve propiciar atualizações, formação que favoreça a reflexão sobre sua atuação diária.
aprofundamento das temáticas educacionais e apoiar-se numa
reflexão sobre a prática educativa, promovendo um processo Nesses primeiros anos de carreira são assumidas e
constante de auto avaliação que oriente a construção contínua consolidadas a maior parte das pautas da cultura profissional
de competências profissionais. Porém, um processo de dos professores, e essa formação se nutre de uma grande dose
reflexão exige predisposição a um questionamento crítico da de aprendizagens informais geradas na própria escola. Ante o
intervenção educativa e uma análise da prática na perspectiva desconcerto, a angústia e a instabilidade, o professor
de seus pressupostos. Isso supõe que a formação continuada principiante tem a tendência de solucionar as situações
estenda-se às capacidades e atitudes e problematiza os valores problemáticas por meio da observação e imitação dos
e as concepções de cada professor e da equipe. profissionais mais próximos. Influenciam-no, em grande
medida, a linguagem, as formas de solucionar questões
A perspectiva de formação continuada que aqui se propõe cotidianas, a interação professor-aluno, a organização do
está intimamente ligada à existência dos projetos educativos material, entre os muitos outros aspectos que observa.
nas escolas de educação básica (de educação infantil, ensino Em tese, os professores iniciantes, justamente por não
fundamental, educação de jovens e adultos) e pode acontecer estarem ainda numa situação de prática consolidada,
tanto no trabalho sistemático dentro da escola quanto fora poderiam perceber aspectos incoerentes, questionar atitudes
dela, mas sempre com repercussão em suas atividades. A e regras de funcionamento que dificilmente seriam vistas ou
formação continuada feita na própria escola acontece na observadas pelo professor que está imerso na sua rotina.
reflexão compartilhada com toda a equipe, nas tomadas de Entretanto, não é isso o que acontece na maioria das vezes. O

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professor iniciante corre o risco de perpetuar uma para essa análise, sendo que, por exemplo, de acordo com o
determinada prática sem refletir sobre ela, o que compromete censo escolar de 1997, das 154.633 escolas de 1ª a 4a séries
a capacidade de inovação que deve acompanhar um processo do ensino fundamental existentes no país, 122.691 estão
de integração profissional. Tal dificuldade reforça a situadas na zona rural.
perspectiva de heteronomia e a reprodução de uma cultura Quanto ao acesso a novos recursos tecnológicos - em parte
imobilista. Quando essa iniciação se produz de forma solitária responsável pelo redimensionamento de alguns objetivos da
e não refletida, acaba, muitas vezes, por desenvolver formação cultural e profissional -, pode ser um instrumento
experiências tão negativas que podem levarão abandono da poderoso para a efetivação de mudanças necessárias à
carreira ou a um desencanto que, aliado à desvalorização atualização do sistema educacional brasileiro.
social, faz com que muitos só se mantenham na profissão por As características e peculiaridades de cada recurso
falta de opções melhores. 0 professor iniciante é tanto mais tecnológico determinam a adoção de certos procedimentos em
permeável à rotina escolar cristalizada quanto mais sua detrimento de outros. Assim, são os objetivos da formação de
formação inicial não tiver se pautado na construção de professores que definem as escolhas mais adequadas de
competências e reflexões sobre a atuação profissional. utilização desses recursos. A tevê, por exemplo, tem atributos
como mobilidade, rapidez e extensão; é capaz de estimular,
Esse processo de iniciação do professor na sua atividade desafiar, emocionar e demonstrar por imagens. Goro o vídeo,
profissional requer um cuidado especial. O professor iniciante pode-se levar aos mais variados locais práticas de sala de aula,
ganhará consciência desse seu momento e atuará como experiências bem sucedidas e questionáveis. O manejo desse
"aprendiz crítico" se os professores experientes e os equipamento possibilita parara imagem para discutir, voltar a
formadores souberem ouvi-lo atentamente para ela, revê-la e tematizá-la. O texto impresso, por sua vez, tem
contribuir com seu processo de crescimento profissional e limites em relação a alguns desses atributos, mas, em função
forem permeáveis aos questionamentos que ele possa vir a da sua característica básica de permanência - decorrente
fazer. Para que possam ser sistematizadas, as estratégias de exatamente do fato de ser impresso-, favorece procedimentos
trabalho com os professores iniciantes necessitam do de "voltarão texto", realizar diferentes procedimentos de
reconhecimento de sua importância e da institucionalização leitura, grifar, refletir sobre partes e sobre o todo, aprofundar
de um trabalho organizado com esse fim, que pode incluir, e integrar conceitos, lemos também a possibilidade de usar o
entre outras coisas, a supervisão de professores experientes e rádio, cuja transmissão chega a lugares distantes e com
formadores, intercâmbio de experiências e documentação do equipamentos pouco custosos, que podem veicular debates,
trabalho. programas de atualização e até de comunicação a distância.
O professor pode ser considerado experiente depois de O computador tem a vantagem de combinar características
construir um repertório de procedimentos e atitudes que da tevê e do texto impresso, propicia o acesso a muitas
contribua para a tomada de decisões no dia-a-dia e de informações e, o mais importante, a condições de qualidade na
apropriar-se de instrumentos que facilitem o domínio da comunicação a distância. Ricas situações de aprendizagem
tarefa educativa, isto é, depois que tiver desenvolvido e podem ser construídas na formação a distância: por meio da
consolidado algumas competências práticas básicas e Internet, de teleconferências seguidas de debate ao vivo, por
essenciais para o domínio da situação educacional e para exemplo.
continuar se desenvolvendo como profissional.
Portanto, as condições e necessidades da formação é que
4. Formação a distância definem que recursos devem ser utilizados e como utilizá-los
apropriadamente. O fundamental é otimizar o bom uso
Todas as propostas de formação de professores, mesmo as possível de todos os recursos que possam contribuir para o
modalidades a distância, devem pautar-se pelos mesmos desenvolvimento das competências profissionais necessárias
propósitos. O desenvolvimento das competências necessárias ao exercício da função de professor.
ao exercício profissional, hoje, requer atitudes investigativas e Fazer uso do recurso de formação a distância é uma
reflexivas que se constituam em instrumentos para a exigência tanto da conquista de modernização do ensino
construção de conhecimento das pessoas. Isso é algo que só se quanto da necessidade de atender às diferenças e diversidades
conquista pela prática do questionamento, da argumentação, existentes no quadro nacional, diante do desafio colocado
da fundamentação, do manejo crítico e criativo da informação pelas metas prioritárias do MEC: a busca de equalização e
disponível, entre outros procedimentos - não se pode melhoria da qualidade do ensino.
aprender essas práticas reflexivas quando se está na condição Tal busca apoia-se, dentre outros fatores, na concepção de
de consumidor passivo de informações. aprendi/agem aqui defendida, ou seja, a de um processo
A formação de professores a distância apoia-se complexo que sempre requer algum tipo de mediação humana,
principalmente em dois pilares: o direito de professores e o que posiciona o professor como articulador entre o aluno e o
alunos de acesso ao incremento tecnológico que marca o conhecimento no processo de escolarização. Assim é, também,
mundo contemporâneo, oferecendo novas possibilidades e no caso da formação de professores.
impondo novas exigências à formação do cidadão, e as O uso de tecnologias de comunicação e informação estará,
dificuldades que muitos professores enfrentam para portanto, condicionado ao pressuposto de que elas não
participar de programas de formação em decorrência da substituem a relação interpessoal direta. Por mais interativa
extensão territorial e da densidade populacional do país. que seja a relação mediada pela televisão, por mais
Para dimensionar essas dificuldades decorrentes da sofisticados que sejam os programas de computador, essas
extensão territorial e da densidade populacional, o que implica máquinas não são capazes de propiciar, com o mesmo nível de
formar muitos professores e alcançá-los em comunidades qualidade, o estabelecimento de vínculos, elemento essencial
distantes e muitas vezes de difícil acesso, podemos nos para a aprendizagem. Da mesma forma, não substituem o
basearem alguns dados estatísticos recentes fornecidos pelo trabalho conjunto, a atuação no coletivo, a possibilidade de
MEC/INEP. De acordo com o censo escolar de 1997, as funções partilhar experiências, tematizar seus conhecimentos
docentes na educação infantil e séries iniciais do ensino experienciais, solucionar conflitos presentes nas relações,
fundamental ultrapassam o total de um milhão e quatrocentos identificar dificuldades de compreensão e de aprendizagem
mil (1.400.000), que corresponde, aproximadamente, a 1/3 de dos alunos, readequar a ação a partir do contexto. No entanto,
toda a população do Uruguai. A questão da localização dos se as máquinas não substituem o contato direto entre os
estabelecimentos escolares também constitui um referencial

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envolvidos na formação, podem e devem estar a serviço dessas curricular, planejamento e atualização. Os professores das
interações. escolas de formação precisam de atualização, discussão,
Nessa perspectiva, as iniciativas presenciais devem planejamento, avaliação e replanejamento do trabalho de
sempre ocupar um espaço privilegiado nos processos de formação que desenvolvem e o tempo destinado a isso deve
formação a distância, de forma a garantir saltos qualitativos no estar previsto em sua jornada regular de trabalho.
processo de apropriação de conhecimentos, que dependem,
também, da construção coletiva. Os momentos presenciais não PARTE III
são importantes por si só, mas porque atendem a uma
necessidade de supervisão que pede interação pessoal e ORIENTAÇÕES PARA A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E
experiências de troca e construção coletiva. Esses momentos DE AÇÕES DE FORMAÇÃO
presenciais podem ser organizados para grupos de supervisão,
de estudo e de trabalho nas escolas do sistema educacional em Uma PROPOSTA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE
que os professores atuam ou que realizam estágios. PROFESSORES - como resposta aos desafios colocados à
O compromisso de garantir espaços presenciais nas ações educação escolar
da formação a distância de professores traz uma outra
discussão, a formação de tutores, que não podem ser apenas As orientações contidas neste capítulo são
instruídos a executar tarefas de orientação de estudos, mas, desdobramentos das concepções explicitadas anteriormente e
como formadores, devem ocupar um lugar central nesses configuram uma proposta de formação profissional. Tratam
programas. inicialmente das funções e competências profissionais
As ações de formação a distância são de extrema consideradas atualmente requisitos para os professores por
importância no momento atual de transição que caracteriza a favorecerem uma educação escolar de qualidade e gratificação
educação brasileira, no qual um novo profissional está se pessoal com a própria atuação. Em seguida, as orientações
gestando. Devem se propor a contribuir efetivamente nessa centram-se nos necessários encaminhamentos relacionados
perspectiva, sem um aligeiramento e uma superficialidade ao conteúdo da formação e seu respectivo tratamento.
indesejáveis em tempos de investimentos na valorização dos
professores. 1. Funções do professor

5. Formação dos formadores de professores As funções relacionadas a seguir estão em consonância


com os artigos 1, 2 e 13 da LDB, que tratam da abrangência, da
Os formadores de professores têm diferentes inserções finalidade e das incumbências hoje atribuídas a todo professor
profissionais: atuam em escolas de nível médio, em institutos e anunciam uma nova cultura profissional, uma vez que não se
superiores e universidades, nas secretarias de educação e nas restringem exclusivamente à docência:
próprias escolas do sistema educacional. Ninguém nega a - participar da elaboração do projeto educativo da escola e
importância de preparar esses profissionais formadores para do conselho escolar;
viabilizar transformações na formação de professores. Sua - zelar pelo desenvolvimento pessoal dos alunos,
tarefa não é fácil e precisa ir sendo revista ao mesmo tempo considerando aspectos éticos e de convívio social;
que as discussões sobre a formação evoluem. Isso significa que - criar situações de aprendizagem para todos os alunos;
também eles necessitam inserir-se em processos de - conceber, realizar, analisar e avaliar as situações
desenvolvimento profissional contínuo, ainda que a discussão didáticas, mediando o processo de aprendizagem dos alunos
acumulada sobre a especificidade de seu trabalho e de sua nas diferentes áreas de conhecimento;
formação esteja relativamente pouco avançada, alguns pontos - gerir os trabalhos da classe;
são consensuais. - propiciar e participar da integração da escola com as
O trabalho dos formadores referenda-se em situações famílias e a comunidade; * participar da comunidade
educacionais distintas: o processo de formação de professores profissional.
e a realidade em que esses vão atuar. Essas funções delineiam o campo de atuação profissional
Assim, os formadores precisam não apenas compreender dos professores, servindo como um ponto de partida para a
as questões da formação de professores como também definição das competências necessárias ao exercício da
conhecer e dominar questões das salas de aula e escolas de profissão.
educação básica nas quais trabalham ou trabalharão os
professores. 2. Objetivos gerais da formação profissional dos
A competência do formador passa fundamentalmente pela professores
capacidade de analisar o trabalho dos professores com vistas
a uma constante revisão e desvelamento das crenças As competências elencadas a seguir se constituem em
subjacentes às ações dos professores, de modo a intervir com objetivos da formação de professores de sua atuação
sucesso no desenvolvimento da competência profissional. profissional. Elas devem orientar as decisões a respeito da
O trabalho de formação requer para os formadores um eleição de conteúdos, metodologia, Júlio César Paes de
espaço de interlocução em que possam analisar a própria Oliveira organização curricular e institucional e avaliação.
prática de formação, a de outros formadores, e também as Embora as competências profissionais tenham status de
atividades dos professores. objetivos da formação, isso não significa que se deva esperar
No caso dos formadores que atuam nas equipes técnicas que cada professor individualmente desenvolva todas
das secretarias, isso constitui um aspecto de fundamental igualmente e ao mesmo tempo. As competências são
importância para o sucesso das práticas de formação: são construções progressivas e, em grande medida, coletivas. Não
esses profissionais que coordenam e tomam decisões quanto à são metas quantificáveis, para as quais se possa fixar a priori e
seleção, organização e tratamento dos conteúdos dos de modo rígido o grau que atingirão num tempo determinado.
programas de formação, bem como quanto à realização do Cabe às instituições formadoras construir critérios de
trabalho junto aos professores. No caso dos formadores que avaliação desse desenvolvimento a partir das características
atuam nas escolas de formação inicial, a vigência de um projeto dos professores e da realidade em que devem atuar.
educativo da escola viabiliza a existência desse espaço e a As ações de formação inicial e continuada devem garantir
utilização do tempo de trabalho coletivo previsto na jornada condições para que os professores possam desenvolver
de trabalho dos profissionais para desenvolvimento continuamente as seguintes competências:

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- pautar-se por princípios da ética democrática: dignidade comunidade escolar e uma comunicação fluente entre eles e a
humana, justiça, respeito mútuo, participação, escola;
responsabilidade, diálogo e solidariedade, atuando como - desenvolver-se profissionalmente e ampliar seu
profissionais e como cidadãos; horizonte cultural, adotando uma atitude de disponibilidade
- utilizar conhecimentos sobre a realidade econômica, para a atualização, flexibilidade para mudanças, gosto pela
cultural, política e social brasileira para compreender o leitura e empenho na escrita profissional;
contexto e as relações em que está inserida a prática educativa; - elaborar e desenvolver projetos pessoais de estudo e
- orientar suas escolhas e decisões metodológicas e trabalho, empenhando-se em compartilhar a prática e
didáticas por princípios éticos e por pressupostos produzir coletivamente;
epistemológicos coerentes; - participar de associações da categoria, estabelecendo
- gerir a classe, a organização do trabalho, estabelecendo intercâmbio com outros profissionais em eventos de natureza
uma relação de autoridade e confiança com os alunos; sindical, científica e cultural;
- analisar situações e relações interpessoais nas quais - utilizar o conhecimento sobre a legislação que rege sua
estejam envolvidos com o distanciamento profissional atividade profissional.
necessário à sua compreensão;
- intervir nas situações educativas com sensibilidade, 3.O conhecimento profissional de professor
acolhimento e afirmação responsável de sua autoridade;
- investigar o contexto educativo na sua complexidade e Como em qualquer campo de atuação, o conhecimento
analisar a prática profissional, tomando-a continuamente profissional do professor representa o conjunto de saberes
como objeto de reflexão para compreender e gerenciar o efeito que o habilita para o exercício do magistério e de todas as suas
das ações propostas, avaliar seus resultados e sistematizar funções profissionais.
conclusões de forma a aprimorá-las; Primeiramente, é importante ressaltar que o
- promover uma prática educativa que leve em conta as desenvolvimento das competências profissionais do professor
características dos alunos e da comunidade, os temas e pressupõe os conhecimentos da escolaridade básica, direito de
necessidades do mundo social e os princípios, prioridades e todo e qualquer cidadão. Entretanto, a realidade atual do
objetivos do projeto educativo e curricular; sistema educacional brasileiro é marcada não só pela
- analisar o percurso de aprendizagem formal e informal existência de professores leigos, que não tiveram acesso ao
dos alunos, identificando características cognitivas, afetivas e ensino médio ou não o completaram, mas também por uma
físicas, traços de personalidade, processos de formação básica precária e muitas vezes insuficiente para sua
desenvolvimento, formas de acessar e processar atuação profissional. Portanto, se não estiverem garantidos, os
conhecimentos, possibilidades e obstáculos; conhecimentos da escolaridade básica devem ser
- fazer escolhas didáticas e estabelecer metas que incorporados pelas ações de formação com um destaque à
promovam a aprendizagem e potencializem o parte. Nos currículos de formação inicial no nível médio, esses
desenvolvimento de todos os alunos, considerando e conhecimentos são garantidos pela Base Nacional Comum, que
respeitando suas características pessoais, bem como não deve ser prejudicada em função da formação profissional.
diferenças decorrentes de situação socioeconômica, inserção No nível superior, podem ser trabalhados em módulos
cultural, origem étnica, gênero e religião, atuando contra separados, anteriores ou simultâneos à formação profissional;
qualquer tipo de discriminação ou exclusão; e na formação continuada, como complementação, por meio de
- atuar de modo adequado às características específicas ações integradas à atuação profissional.
dos alunos, considerando as necessidades de cuidados, as O conhecimento profissional do professor deve se
formas peculiares de aprender, desenvolver-se e interagir construir no curso de formação inicial, ampliando-se, depois,
socialmente em diferentes etapas da vida; nas ações de formação continuada. O professor se desenvolve
- criar, planejar, realizar, gerir e avaliar situações didáticas à medida que vai estudando, refletindo sobre a prática e
eficazes para a aprendizagem e para o desenvolvimento dos construindo conhecimentos experienciais por meio da
alunos, utilizando o conhecimento das áreas a serem observação e das situações didáticas reais ou de simulação de
ensinadas, das temáticas sociais transversais ao currículo que participa. Entretanto, o início dessa construção não se dá
escolar, bem como as respectivas didáticas; no momento em que ele ingressa num curso de formação
- utilizar diferentes e flexíveis modos de organização do inicial. A condição de aluno, pela qual todo professor passa
tempo, do espaço e de agrupamento dos alunos para favorecer durante muitos anos de sua vida antes da formação
e enriquecer seu processo de desenvolvimento e profissional, faz com que ele aprenda muito sobre a profissão
aprendizagem; no convívio diário com seus professores e colegas. Essa intensa
- manejar diferentes estratégias de comunicação dos experiência como aluno não pode ser desconsiderada, pois
conteúdos, sabendo eleger as mais adequadas, considerando a marca consideravelmente suas representações e concepções
diversidade dos alunos, os objetivos das atividades propostas sobre o papel de professor e de aluno, e sobre as formas de
e as características dos próprios conteúdos; atuação profissional. Além disso, também desempenham um
- analisar diferentes materiais e recursos para utilização papel importante na formação do professor outras
didática, diversificando as possíveis atividades e experiências de vida, conhecimento de mundo e formas de se
potencializando seu uso em diferentes situações; relacionar com os outros, uma vez que a educação é uma
relação entre pessoas. Ou seja, inevitavelmente, a história de
- utilizar estratégias diversificadas de avaliação da vida se mistura muito com a atuação profissional.
aprendizagem e, a partir de seus resultados, formular
propostas de intervenção pedagógica, considerando o Assim, na forma como é concebido neste documento, o
desenvolvimento de diferentes capacidades dos alunos; conhecimento profissional dos professores é um conjunto de
- participar coletiva e cooperativamente da elaboração, saberes teóricos e experienciais que não pode ser confundido
gestão, desenvolvimento e avaliação do projeto educativo e com uma somatória de conceitos e técnicas. Não é apenas
curricular da escola, atuando em diferentes contextos da racional e teórico, tampouco apenas prático e intuitivo; é o que
prática profissional além da sala de aula; permite ao professor gerir as informações de que dispõe e
- estabelecer relações de parceria e colaboração com os adequar sua ação, estrategicamente, segundo o que pode
pais dos alunos, de modo a promover sua participação na perceber de cada situação, a cada momento, sem perder de
vista os objetivos educacionais. Os conhecimentos se

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expressam, portanto, num saber agir numa situação concreta. Esses âmbitos estão intimamente relacionados e não tem
Em outras palavras, o conhecimento profissional do professor existência própria dentro da a atuação dos professores, da
é aquele que favorece o exercício autônomo e responsável das mesma forma que não estão exclusivamente vinculados a uma
funções profissionais, cujo contexto é marcado ou outra área/disciplina. O texto explicativo de cada um deles
consideravelmente pelo imprevisível, pelo imponderável. indica os conhecimentos relevantes e a perspectiva adotada
Não é por outra razão que a proposta de formação para garantir a construção das competências profissionais de
expressa neste documento se orienta pelo propósito da professores.
construção de competências profissionais - possibilidade de Embora todos os âmbitos pressuponham duas dimensões
responder adequadamente aos diferentes desafios colocados à dos conhecimentos, uma teórica e outra experiencial, optou-se
atuação do professor. Ainda que possam ter valor em si neste documento por marcar um âmbito específico de
mesmos por serem saberes relevantes, os conteúdos da experiência contextualizada, dada a importância, no momento
formação não terão qualquer utilidade, do ponto de vista atual, de evidenciar a necessidade de esse tipo de
profissional, se não favorecerem a construção das conhecimento ser objeto de ensino e de aprendizagem na
competências. O critério básico de seleção dos conteúdos da formação profissional.
formação, portanto, é essa possibilidade de contribuir para um
"fazer melhor" do ponto de vista profissional. 3.1. Conhecimentos sobre crianças, adolescentes,
A formação deve contemplar todos os segmentos da jovens e adultos
educação básica com os mesmos fundamentos educacionais
gerais e mais as suas especificidades - a educação infantil de Uma educação que tenha como objetivo o
zero a três e de quatro a seis anos, o ensino fundamental desenvolvimento de diferentes capacidades -cognitivas,
regular e suas variações: o trabalho na creche, a educação de afetivas, emocionais, corporais, éticas, estéticas, de inserção
jovens e adultos, as classes multisseriadas nas escolas do social e interação pessoal - precisará contar com professores
campo, assim como os conhecimentos necessários à inclusão que conheçam as crianças, adolescentes, jovens e adultos em
de alunos com necessidades especiais. Essa abrangência deve suas diferentes dimensões como pessoas. A vida dos alunos
ser contemplada na seleção de conteúdos relacionados a todos tanto da educação infantil quanto do ensino fundamental,
os âmbitos de conhecimento da formação de professores. estão presentes especificidades que precisam ser conhecidas,
Mesmo que vá atuar apenas em um segmento, todo professor aspectos sobre os quais o professor precisa se posicionar para
deve conhecer, ainda que de forma geral, as características atuar.
específicas dos diferentes momentos da escolaridade, dos A formação profissional de professores deve assegurar,
alunos e da intervenção pedagógica. portanto, a aquisição de conhecimentos sobre o
desenvolvimento humano e a forma como cada cultura
No caso da formação de professores índios para as caracteriza as diferentes faixas etárias. E necessário que os
comunidades indígenas, é necessário considerar a forma como professores tenham instrumentos para conhecer e
as culturas indígenas entendem a educação de crianças e compreender características culturais dos alunos - suas
jovens, suas prioridades, as concepções de ensino e diferenças em função da idade e do grupo social a que
aprendizagem que possuem, as necessidades de educação pertencem, e as diferentes representações sociais e culturais
bilíngue e de elaboração de materiais didáticos próprios. Para que cada comunidade constrói dos diferentes períodos:
o trabalho com portadores de necessidades especiais nas infância, adolescência, juventude e vida adulta -, assim como
classes regulares, a formação precisa tratar das as peculiaridades dos portadores de necessidades especiais.
especificidades de cada tipo de deficiência e as formas de
integrar esses alunos nas classes regulares. Se por um lado tem-se marcos explicativos universais para
Existem muitas possibilidades de organizar e apresentar o compreender como pensam, sentem e interagem as pessoas
conhecimento profissional do professor. Este documento fez em suas diferentes idades, sabe-se também que tais
escolhas com as seguintes intenções: características são construídas em ambientes socioculturais
- Servir de referência para diferentes formas de concretos, em função de suas experiências de vida pessoal e
organização de currículos e programas de formação, familiar. Somem-se a isso as diferentes experiências
explicitando os principais âmbitos do conhecimento institucionais, como, por exemplo, a de viver em período
profissional, sua relevância e abrangência. integral em instituições educativas, o percurso escolar etc.
- Romper com a lógica convencional, que parte das Para que possa compreender quem são seus alunos e
disciplinas para definir os conteúdos da formação, e substituí- identificar as necessidades de atenção, sejam relativas aos
la por outra, que parte da análise da atuação profissional para afetos e emoções, aos cuidados corporais, de nutrição e saúde,
configurar a contribuição a ser demandada das disciplinas. sejam relativas às aprendizagens escolares e de socialização, o
Feitas essas considerações, passaremos a explicitar o professor precisa conhecer aspectos psicológicos que lhe
conhecimento profissional que deve ser garantido na permitam atuar nos processos de aprendizagem e
formação dos professores e que está organizado em cinco socialização; ter conhecimento do desenvolvimento físico e
âmbitos de igual importância, conforme demonstra o quadro dos processos de crescimento, assim como dos processos de
abaixo. aprendizagem dos diferentes conteúdos escolares em
diferentes momentos do desenvolvimento cognitivo, das
experiências institucionais e do universo cultural e social em
que seus alunos se inserem.
O atendimento às diversidades e a perspectiva da escola
inclusora trazem grandes demandas para o professor. Uma
criança que frequenta uma creche desde que nasceu é
diferente daquela que foi para a pré-escola de educação
infantil com quatro anos. Um adulto que nunca viveu num
meio social letrado, como é o caso de muitos que vêm da zona
rural, é diferente de um adulto que vive em uma grande cidade.
Uma criança que precisou trabalhar em idade de ir para a
escola é diferente daquela que tem todo o conforto para
estudar. O adolescente que precisa trabalhar é diferente

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daquele que tem seu tempo dedicado aos estudos e vivências Conhecer e refletir sobre a teia de relações sociais que
culturais. O aluno que tem uma deficiência auditiva e diferente constituem a escola, sobre a dinâmica social e as relações de
daquele que não tem. poder que perpassam as instituições e a vida coletiva, é
condição para que o professor possa dominar questões
Para compreender seus alunos, o professor também nucleares da realidade escolar: seu próprio papel, o papel do
precisa acompanhar temas atuais em que eles estão aluno e as formas de interação entre ambos; o significado
envolvidos. Por exemplo: ficar horas diante da televisão, do sociopolítico do currículo, da escola e da educação escolar, sua
vídeo game ou do computador pode contribuir para a organização, seus sujeitos e suas práticas.
ampliação do repertório de informações e para o A dimensão cultural da vida humana e a importância dos
desenvolvimento de procedimentos inteligentes, mas também conhecimentos, símbolos, costumes, expressões, atitudes e
pode funcionar como espaço de confinamento para crianças e valores dos adultos, crianças e jovens que se encontram -e
jovens. Conhecer esses processos e se manter atualizado em muitas vezes se confrontam - na escola são temáticas
relação às novas descobertas é muito importante para o imprescindíveis à formação de professores, pois lhes
professor. permitem entender o significado que os alunos, suas famílias e
São muitos os aspectos que precisam ser considerados sua comunidade atribuem à escola e às aprendizagens; adotar
para que o professor possa se relacionar com seus alunos de uma visão pluralista de sociedade; desenvolver a capacidade
maneira não discriminatória e ajudar seu desenvolvimento, de compreender o "outro" - base da ética, da autonomia, da
para que eles se lancem não só ao desafio de aprender os solidariedade.
conteúdos escolares, mas também ao desafio de viver, Esse âmbito inclui também conhecimentos sobre a
participar de sua comunidade e da sociedade mais ampla. Isso situação de determinados grupos sociais cujas especificidades
demanda não só aquisição de conhecimentos já produzidos precisam ser compreendidas em profundidade: crianças e
"sobre" crianças, jovens e adultos, mas também uma reflexão adolescentes de rua, jovens e adultos sem escolarização,
sobre suas próprias representações e crenças, implicando populações de assentamentos rurais, comunidades indígenas
muitas vezes uma revisão de valores pessoais. e de outras etnias, bem como portadores de necessidades
O conhecimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos especiais.
se concretiza no modo como o professor os vê. As relações Algumas ciências oferecem instrumentos de análise que
entre professor e aluno têm sido objeto de estudo de muitos contribuem para o exercício do pensamento crítico e reflexivo
autores de diferentes correntes pedagógicas e são de grande e para a compreensão da realidade em que se inserem os
importância para a aprendizagem, para suscitar no aluno o alunos, professores e comunidades, bem como das múltiplas e
interesse e a ousadia de se lançar a novos desafios. Pelo lugar recíprocas determinações entre aspectos macro e micro
que ocupa, o professor tem enorme influência sobre seus sociais. Entretanto, para que possam ser apropriados como
alunos, pois a forma como os vê influencia não só as relações instrumentos de pensamento no trabalho de professor, os seus
que estabelece com eles, mas também a construção da sua métodos de análise utilizados por algumas disciplinas das
autoimagem. Um professor que não acredita que seu aluno ciências sociais, muito mais do que conhecidos, precisam ser
possa aprender acaba por convencê-lo disso. Mesmo que não utilizados. Isso implica privilegiar, como conteúdo da
se manifeste explicitamente, sua forma de agir, suas formação, a formulação de hipóteses, a análise e a produção de
expressões, seu tom de voz, entre outras coisas, contêm explicações e proposições pedagógicas que integrem conceitos
mensagens que dizem muito aos alunos. As representações fundamentais e interpretações da realidade social e escolar
que os professores têm deles são de ordem pessoal, ética, produzidas peias ciências sociais, pela literatura e pela arte.
cultural e social, mas também construídas por teorias
psicológicas e pedagógicas trabalhadas pelos cursos de 3.3. Cultura geral e profissional
formação, assim como por práticas já institucionalizadas. Por
isso, é importante a escolha da visão que se quer divulgar no A ampliação do universo cultural, além de direito dos
projeto educativo da formação. As várias correntes devem ser cidadãos, é hoje uma exigência colocada para a maioria dos
situadas historicamente, e as escolhas feitas com o aval das profissionais. No caso dos professores, uma cultura geral
discussões mais atualizadas, que têm uma perspectiva mais ampla é básica para um trabalho interessante, criativo,
abrangente dos alunos e os consideram sujeitos de seu enriquecedor, e por isso sua formação precisa comprometer-
processo de desenvolvimento. se com a ampliação de seu universo cultural. Ampliação do
universo cultural, como aqui é entendida, inclui um amplo
3.2. Conhecimentos sobre a dimensão cultural, social e espectro de temáticas: desde o contato com as diferentes
política da educação produções da cultura popular e erudita e da cultura de massas,
até a atualização em relação ao que acontece no mundo,
Formam esse âmbito conhecimentos relativos à análise da informações sobre as diferentes realidades e debates em pauta
realidade social e política brasileira, as relações sociais e sua no país, no mundo e nas associações da categoria.
repercussão na educação, as múltiplas expressões culturais e Os professores devem ter acesso aos livros nos quais os
as questões de poder a elas associadas, o conhecimento do textos de estudo são apresentados na íntegra, compreender o
sistema educativo, a reflexão sobre a dimensão social e política momento histórico em que a obra foi produzida, apreciar
do papel do professor, a discussão das leis relacionadas à produções culturais de naturezas diversas, como o cinema e a
infância, adolescência, educação e profissão, as questões da música.
ética e da cidadania. Cultura não é um tipo de conhecimento, mas um conjunto
O professor precisa conhecer as principais questões da de vivências. Para que a formação se realize em ambientes
história do mundo e do país, da educação, dos movimentos culturais ricos, a vida cultural precisa ser incentivada dentro
sociais e da própria categoria: sem essa formação de base, das instituições formadoras, não só como parte dos programas
dificilmente poderá compreender a realidade na qual está de estudos regulares, mas permeando todos os espaços/
inserido do ponto de vista pessoal e profissional. Tais tempos institucionais. Portanto, ampliar o universo cultural
conteúdos são importantes para que possa compreender a dos professores significa proporcionar vivências que vão
natureza social da prática educativa e aprender a considerar muito além do próprio currículo de formação e se
as dimensões culturais, sociais e políticas implicadas no desenvolvem no dia-a-dia por meio de leituras, discussões
processo de aprendizagem -o que contribui também para que informais, troca de opiniões, na participação em movimentos,
exerça com autonomia seu papel político como educador. realizações, debates sobre temas atuais, exposições,

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apresentações e tantas outras formas de manifestação cultural Questões de natureza didática


e profissional. No que se refere à didática, as questões que têm lugar na
A organização e a dinâmica institucional são decisivos para formação de professores são principalmente aquelas que
que isso ocorra. Fara isso também contribuem as relações podem contribuir para a tarefa de tematizar a educação, a
interinstitucionais entre escola de formação, associações relação entre o ensino e a aprendizagem, entender seu
profissionais, sindicatos, grupos artísticos e de promoção funcionamento e as variáveis que nele interferem, reconhecer
cultural, que possibilitem tais vivências e as ampliem para a validade das intervenções pedagógicas e respectivas
além da instituição de formação. implicações na aprendizagem de crianças, jovens e adultos.
A ampliação do universo cultural favorece o Além dos pressupostos gerais que devem estar na base das
desenvolvimento da sensibilidade e da imaginação, e a decisões curriculares da escola, há um conjunto de questões
possibilidade de produzir significados e interpretações do que didáticas relacionadas a cada área específica do conhecimento
se vive, de fazer conexões - o que por sua vez potencializa a de que a formação profissional precisa dar conta. Atualmente,
qualidade da intervenção educativa. já existe um certo consenso em relação ao fato de que, para
São relevantes ainda as temáticas relacionadas mais realizar mediação didática, um professor precisa conhecer os
propriamente ao sistema educacional e à atuação profissional, processos de aprendizagem do aluno, os conteúdos de ensino
pois possibilitam uma análise da escola como instituição - sua e os princípios metodológicos. No entanto, ainda que os
organização, relações internas e externas, gestão e projeto pressupostos gerais sejam básicos para as didáticas das
educativo-e da função do professor no contexto do sistema diferentes áreas, não são suficientes para que o professor
educacional e social. organize todo o trabalho pedagógico somente a partir deles. A
O professor é, por assim dizer, o porta-voz da educação maior parte das questões didáticas estão intimamente
escolar. Sua formação profissional, portanto, deve ser também relacionadas às características de cada área ou tipo de
um espaço de reflexão sobre os princípios educativos que dão conteúdo e, por isso, um conhecimento profundo sobre
sustentação às práticas escolares e sobre os necessários didáticas específicas é imprescindível à formação de
compromissos que o professor deve assumir em decorrência professores. Isso deve garantir uma orientação que comporte
de sua função. Esse tipo de reflexão dá sentido à ação de educar a necessária liberdade de criação pedagógica: nem um
e ajuda a estruturar um pensar analítico sobre a educação, conjunto vago de concepções gerais que pouco orientam a
além de favorecer a tomada de decisões em relação ao prática de ensino dos diferentes conteúdos, nem um
currículo: concepções de base, objetivos, conteúdos, receituário prescritivo a ser aplicado de forma irrefletida. Os
metodologias, formas de avaliação, recursos didáticos... documentos curriculares do MEC trazem uma grande
A cultura profissional inclui necessariamente o contribuição nesse sentido, pois apresentam os conteúdos das
conhecimento e a interação com as organizações sindicais e as áreas articulados com o respectivo tratamento didático.
associações de caráter científico e cultural que congregam os
profissionais da educação. Outros conhecimentos importantes a serem tratados na
Em resumo, os conteúdos relacionados a esse âmbito de formação profissional são aqueles que permitem a
conhecimento devem ser selecionados, organizados e compreensão das variáveis que interferem nas situações
sequenciados, como também receber tratamento formais e não-formais de ensino e de aprendizagem e, em
metodológico que permita ao professor desenvolver consequência, contribuem para o planejamento e
capacidades relacionadas ao exercício da própria cidadania, desenvolvimento de práticas educativas. Um deles é o conceito
tanto do ponto de vista pessoal como profissional. de "transposição didática": o processo de modificação das
práticas sociais e dos conhecimentos científicos e culturais que
3.4. Conhecimento pedagógico ingressam na escola para serem ensinados e aprendidos. Essas
práticas e conhecimentos são "modelados" pela situação
Todo o conhecimento profissional do professor deve estar pedagógica em que são comunicados: é inevitável, por
a serviço da atuação pedagógica, dado que sua função principal exemplo, selecionar, priorizar e tematizar determinadas
é promover o desenvolvimento e as diferentes aprendizagens questões e não outras; "recortar" o objeto de conhecimento,
das crianças, adolescentes, jovens e adultos. Entretanto é elegendo certos conteúdos e sequenciando-os em função do
preciso salientar a especificidade do conhecimento tempo disponível e dos objetivos colocados; organizá-los
pedagógico que, na forma como foi concebido neste segundo critérios metodológicos ou temáticos. Ou seja, ainda
documento, refere-se essencialmente às questões que todos os conteúdos escolares tenham origem fora da
relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem. escola, nunca serão "exatamente os mesmos". A consciência do
professor a respeito das implicações disso possibilita que ele
Currículo e desenvolvimento curricular se dedique a não descaracterizar as práticas sociais e os
conhecimentos científicos e culturais comunicados na escola
Em relação ao currículo escolar, alguns conhecimentos são além do inevitável, para que sua versão social e sua versão
imprescindíveis e, por essa razão, constituem-se em conteúdos escolar sejam o mais coincidentes possível.
da formação profissional de professores: diferentes teorias do
conhecimento; diferentes concepções de ensino e Outro conhecimento importante é o que vem sendo
aprendizagem; fundamentos em relação aos objetivos chamado de "contrato didático": as regras que são próprias da
educacionais, conteúdo, metodologia e avaliação ; critérios e escola e que regulam, entre outras coisas, as relações que
formas de selecionar, organizar, sequenciar e tratar alunos e professores mantêm com o conhecimento e com as
didaticamente os conteúdos em função dos objetivos atividades escolares, que estabelecem direitos e deveres em
propostos; possibilidades de uso de recursos didáticos; papel relação às situações de ensino e de aprendizagem e que
do livro didático no ensino fundamental; e todas as questões modelam os papéis dos diferentes atores do processo
relacionadas ao desenvolvimento curricular propriamente educativo e suas relações interpessoais. Representa o conjunto
dito. Para isso, deve ser conteúdo da formação a discussão e a de condutas específicas que os alunos esperam dos
análise coletiva dos documentos curriculares do Ministério da professores e que estes esperam dos alunos, e que regulam o
Educação e das secretarias de Educação do Estado e dos funcionamento da aula e as relações professor-aluno-saber.
Estados e Municípios, identificando as concepções teóricas e Como toda instituição, a escola organiza-se segundo regras de
inferindo possibilidades de implementação, considerando o convívio e de funcionamento que vão se constituindo ao longo
seu ponto de vista e da realidade na qual vão intervir. do tempo, determinadas por sua função social e pela cultura

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institucional predominante. A consciência do professor sobre competência de avaliador conta muito. Na verdade, um dos
esse fenômeno é necessária para a compreensão dos papéis e grandes desafios que se colocam à formação de professores, no
relações envolvidos nas situações de ensino e de que se refere à avaliação, é a sua desvinculação do âmbito
aprendizagem e, consequentemente, para o planejamento e a restrito da promoção/retenção e a sua inserção real nas
realização de intervenções adequadas. metodologias de ensino: quando se acredita que a avaliação
Outras questões cujo conhecimento permite compreender deve estar a serviço do planejamento educativo, ela passa
melhor as situações de ensino e de aprendizagem em suas necessariamente a integrar as propostas metodológicas.
múltiplas dimensões, bem como as variáveis que nela
interferem, são as seguintes: relação entre a natureza do Isso é algo que evidentemente se aplica também à
conteúdo e formas de ensiná-lo, características de uma educação infantil: se a avaliação é parte integrante do
situação didática, formas de organização do tempo e do planejamento educativo, é preciso saber utilizá-la
espaço, modalidades organizadoras dos conteúdos escolares, adequadamente também com as crianças pequenas. Nesse
relação entre propósito didático e objetivos de realização caso, a observação e o registro do professor são recursos
pessoal do aluno, propostas didáticas que potencializam uma prioritários, tanto no caso das aprendizagens formais como
atitude favorável à aprendizagem, vantagens e possibilidades das aprendizagens informais. Constata-se cada vez mais que a
de trabalho com interação grupai, formas de equilibrar o educação infantil pode representar uma contribuição das mais
possível e o difícil para o aluno nas situações de aprendizagem, importantes na vida das pessoas, por ocorrer num período - 0
propostas que favorecem a inclusão real de alunos portadores a 6 anos - em que, segundo dados de pesquisa, acontecem
de necessidades especiais, interferência de expectativas e aprendizagens essenciais. A avaliação é um recurso valioso
crenças do professor sobre a aprendizagem dos alunos e sobre para potencializá-las.
os resultados obtidos, papel da intervenção pedagógica na A competência de avaliar do professor é assim, uma grande
aprendizagem, critérios de escolha e oferta de materiais, aliada da aprendizagem dos alunos em qualquer fase da
instrumentos de planejamento, de avaliação, de registro do escolaridade. O cuidado a que crianças e jovens têm direito na
trabalho e de observação dos alunos. escola se consegue precisar em parte pela avaliação de suas
necessidades sob todos os aspectos. Portanto, cabe aos
Avaliação currículos e programas oferecer aos professores uma
formação que lhes permita fazer uso adequado da avaliação. E
A construção da competência de avaliar depende do isso é algo que depende não apenas de sensibilizá-los para a
professor ter claro o que é e para que serve a avaliação- questão, mas, principalmente, de lhes oferecer subsídios para
concepções, finalidades, instrumentos, modalidades. - e de avaliar de forma apropriada. Ao professor, não basta saber por
realizar avaliações em situações do cotidiano profissional. que deve avaliar de modo diferente do que faz, mas como fazer
Identificar o que é relevante em uma situação, generalizar, isso.
estabelecer relações, interpretar índices contextuais são O conhecimento das formas de avaliação do sistema
capacidades necessárias para avaliar nas diferentes educacional, das ações de formação e da atuação dos
circunstâncias com as quais o professor se depara professores também se constitui em conteúdo da formação
diariamente. profissional. E fundamental que os professores saibam avaliar
Saber como os alunos aprendem, quais as estratégias não apenas os seus alunos, mas também as metodologias e
didáticas mais apropriadas para tratar os diferentes instrumentos de avaliação que, direta ou indiretamente, se
conteúdos planejados, quais os melhores instrumentos para aplicam à escola, ao ensino e ao seu próprio desempenho. Isso
verificar as aprendizagens conquistadas, quais as variáveis significa saber avaliar as avaliações.
que podeis interferir na avaliação são parte das condições
necessárias para um professor poder avaliar adequadamente Por muito tempo se considerou o intercâmbio entre
seus alunos. Aferir a qualidade das propostas educativas crianças, jovens e adultos um importante recurso de
desenvolvidas, das aprendizagens conquistadas e dos efeitos socialização e estabelecimento de vínculos afetivos, o que
das propostas nas aprendizagens é um procedimento difícil, sempre repercutiu no trabalho da educação infantil. No caso
porém central na prática educativa. Para avaliar nessa do ensino fundamental, somente os professores que, de fato,
perspectiva é preciso saber muito sobre os alunos, sobre o valorizavam a socialização e o estabelecimento de vínculos
contexto social e cultural em que intervém sobre a natureza afetivos criavam condições para o trabalho de interação grupai
dos conteúdos trabalhados, sobre as relações entre o ensino e em suas salas de aula, ainda assim geralmente em situações
a aprendizagem. "lúdicas" e separadas das situações de aprendizagem.
Cada tipo de conteúdo requer instrumentos apropriados Entretanto, o que se sabe hoje é que, além da importância da
de avaliação. Não se pode avaliar conteúdos como colaboração interação para o convívio social dentro da escola, o
com o outro ou cuidado com o material do grupo com intercâmbio entre os alunos potencializa o processo de
atividades de perguntas e respostas; a observação atenta do construção de conhecimento. Aprende-se melhor num
professor será o melhor recurso. Atividades de perguntas e contexto de colaboração, com pares que dominam diferentes
respostas também não servem para avaliar conteúdos como níveis de conhecimento sobre o conteúdo a ser aprendido,
escuta ativa ou cálculo menta/ -esses se pode avaliar melhor tanto em situações formais como informais. Mas, para que isso
Com situações didáticas em que o aluno tenha que ocorra, como fruto de uma ação pedagógica intencional, o
demonstrar não apenas o quanto sabe a respeito, mas por que professor precisa saber agrupar os alunos em função do que
chegou a uma determinada resposta, como procedeu. conhece sobre eles sob diferentes pontos de vista, dos
Com as mudanças que se fazem necessárias na organização objetivos das atividades propostas e das reais possibilidades
curricular das escolas de ensino fundamental em de interação de fato. As possibilidades de interação não estão
consequência à tendência crescente de implantação do regime apenas centradas nos conhecimentos dos alunos e no seu
de progressão continuada, em substituição à progressão desenvolvimento cognitivo mas também nas características
regular por série -possibilidade prevista pela LDB -, as práticas pessoais de cada um deles e das formas de se relacionarem
de avaliação passam a ter um papel de enorme destaque na com os outros. O professor só poderá interferir de forma que o
formação inicial e continuada. Isso não significa que não sejam trabalho coletivo dentro da escola seja positivo se além de
fundamentais quando a escolaridade é seriada: ao contrário, sensibilidade, tiver conhecimento sobre seus alunos.
como o destino escolar dos alunos, inclusive no que se refere à
promoção/retenção, está nas mãos do professor, sua

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Relação professor-aluno A reflexão e o domínio de conhecimentos sobre esses


temas transversais ao currículo, e o desenvolvimento de
Para compreender a fundo a relação professor-aluno, a atitudes pessoais coerentes com os princípios éticos, são
interferência de expectativas, representações e crenças do fundamentais para a função educativa inerente à condição de
professor sobre a aprendizagem das crianças, jovens e adultos, professor. A maneira como se trabalha essas questões na
vale ressaltar algumas particularidades a respeito das relações escola repercute consideravelmente na formação dos alunos,
interpessoais. Num contexto - como a escola - onde os papéis tanto na constituição de sua autoimagem quanto no que se
são definidos a partir da função social da instituição, as refere a sua forma de ver e de se posicionar no mundo.
relações entre as pessoas são também reguladas pelo
"contrato" que rege o funcionamento institucional. Alunos e Procedimentos de produção de conhecimento
professores regulam uns aos outros o tempo todo, e, pedagógico
querendo-se ou não, uma relação de poder é instaurada entre
eles. Como possui uma autoridade que emana da condição de Cabe à formação profissional possibilitar que todo
adulto e da condição de quem educa, o professor exerce sobre professor aprenda a investigar, sistematizar e produzir
os alunos uma influência que extrapola o âmbito da relação conhecimento pedagógico por meio de procedimentos de
pessoal informal. Um professor que acredita, por exemplo, que observação, análise, formulação de hipóteses e construção de
um determinado aluno não é capaz de aprender por uma ou propostas de intervenção e avaliação. O mesmo se coloca em
outra razão, por mais que não queira demonstrar, agirá com relação ao uso apropriado da linguagem em situações que a
ele como se não pudesse de fato aprender. E isso revelará ao condição de professor exige: leituras diversificadas, fala
aluno que seu professor não crê em sua capacidade - e pública e escrita para documentação do trabalho,
dificilmente essa percepção do julgamento do adulto principalmente. E também em relação à utilização de recursos
responsável pelo ensino na escola não terá uma influência tecnológicos - no nível necessário para o desenvolvimento do
negativa em seu autoconceito e em sua aprendizagem. E o trabalho pedagógico-e à análise de materiais didáticos,
contrário também ocorre: acreditando firmemente que o especialmente livros, vídeos, jogos e brinquedos a serem
aluno pode aprender e que pode ensiná-lo, o professor acaba utilizados com os alunos. A construção progressiva desses
por agir com ele de forma a ajudá-lo a tornar-se mais capaz. procedimentos contribui para o desenvolvimento pessoal,
A formação profissional deve possibilitar ao professor, potencializa a atuação pedagógica e favorece um exercício
portanto, a compreensão da natureza de sua relação com os profissional mais autônomo, o que representa uma grande
alunos e levá-lo a desenvolver sensibilidade e capacidade de conquista para os professores e, indiretamente, também para
analisar a própria conduta, para identificar quando ela incide os alunos.
na dos alunos, assim como quando as atitudes dos alunos são A atuação de professor exige capacidade de analisar
determinantes da sua: a autonomia intelectual para refletir criticamente as propostas que faz aos alunos e flexibilidade
sobre o que faz e sobre as consequências disso é condição para para lidar com o imponderável - nenhum planejamento de
um exercício profissional responsável. ensino, por mais adequado e consistente que seja, dá conta da
dinâmica e da complexidade do cotidiano que se reconstrói a
Conteúdos de ensino cada dia. Não se pode conceber uma formação profissional
para professores que não dê a necessária ênfase aos conteúdos
Além de todas essas questões, é imprescindível que todo específicos da construção de conhecimento pedagógico, que
professor tenha um domínio das áreas que vai ensinar. Mas o são instrumentais para a promoção de um processo educativo
que precisa saber para ensinar não é equivalente ao que seu que possibilite, a todas as crianças, jovens e adultos, o
aluno vai aprender: são conhecimentos mais amplos do que os desenvolvimento como pessoas e a aprendizagem de
que se constroem no ensino médio, tanto no que se refere ao conteúdos fundamentais para o exercício da cidadania.
nível de profundidade quanto ao tipo de saber. E o
conhecimento do objeto de ensino o que vai possibilitar uma 3.5. Conhecimento experiencial contextualizado em
transposição didática adequada. E preciso que o professor situações educacionais
tenha domínio dos conteúdos, também porque é condição
essencial para que possa compreender o processo de O desenvolvimento das competências necessárias para
construção dos alunos. Sem esse domínio, fica impossível intervir nas situações complexas com objetividade e coerência
construir situações didáticas que problematizem os exige os conhecimentos relativos aos âmbitos anteriores, mas
conhecimentos prévios com os quais, a cada momento, também um "outro" conhecimento - o conhecimento
crianças, jovens e adultos se aproximam dos conteúdos experiencial contextualizado em situações educacionais - que
escolares, desafiando-os a novas construções que vão demanda da formação uma atenção especial.
constituindo saberes cada vez mais complexos e abrangentes. O que está designado aqui como conhecimento
No caso dos temas transversais ao currículo - questões experiencial é, como o nome já diz, o conhecimento construído
sociais atuais que permeiam toda a prática educativa, como "na" experiência articulado a uma reflexão sistemática sobre
ética, meio ambiente, saúde, pluralidade cultural, sexualidade, ela. E um tipo de conhecimento que não pode ser confundido
trabalho, consumo e tantas outras que, a cada momento, de outra forma e de modo algum pode ser substituído pelo
podem se mostrar relevantes -, embora não exijam uma conhecimento "sobre" a realidade. Isso não quer dizer que tal
formação de especialista, é imprescindível que o professor conhecimento dispense o conhecimento teórico ou se construa
tenha a compreensão da natureza dessas problemáticas e dos sem conexão com ele. Pelo contrário, é preciso usar os
debates atuais sobre elas, posicionamento pessoal a respeito, referenciais teóricos para refletir sobre a experiência,
e conhecimento de como trabalhar com elas com os alunos. interpretá-la, atribuir-lhe significado, um conceito, ou uma
Para tanto, é necessário garantir espaços específicos na teoria, é um discurso que já foi produzido, é um conhecimento
formação profissional para tornar esses temas objeto de sobre algo que se traduz num texto escrito, que se "põe" num
reflexão e análise, uma vez que, frequentemente, além de livro e que pode ser aprendido por meio de leitura e reflexão.
conhecimento sobre cada tema, é preciso que o professor Já as competências, por se tratar de procedimentos,
reveja seus valores e atitudes em relação a eles. Espera-se que de atuação, só existem em situações concretas e não podem ser
o professor tenha consciência dos valores e concepções que aprendidas apenas pela comunicação de ideias. Para
veicula em suas aulas e quando se relaciona com os alunos e desenvolver competências é necessário atuar em situações
com outros integrantes da comunidade escolar. concretas e efetivar determinadas práticas. Trata-se de

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aprender a agir e a refletir sobre o contexto situacional em que se coloquem pessoalmente nesse movimento e desenvolvam a
se atua, sobre o que se faz e o que resulta dessa ação, levando capacidade de analisar como se envolvem pessoalmente no
em conta sua intencionalidade, o contexto em que ocorre e os trabalho, que tipo de relações interpessoais estabelecem,
sujeitos envolvidos. como suas expectativas podem interferir nas expectativas e
condutas das pessoas com quem convive no trabalho, como
Para estar centrado na construção de competências, o podem regular sua própria conduta segundo os afetos que
conhecimento profissional do professor deve se reportar ao percebem. O professor precisa aprender a reconhecer essa
conjunto de problemas e interrogações que surgem no diálogo dimensão de seu trabalho, e ser capaz de perceber-se para
com as situações do cotidiano educativo. Atuar em contextos desenvolver um estilo próprio de atuação, seja com seus
singulares tem então um "status" bastante diferente de alunos, seja com seus parceiros no desenvolvimento do
dominar um repertório de técnicas aprendidas no final dos projeto educativo da instituição onde atua, seja com seus
cursos de formação inicial, quando se pode aplicar os colegas de curso.
conhecimentos, ou em "treinamentos" de professores em Nessa perspectiva, o uso do livro didático é um tema que
exercício. Implica saber utilizar conhecimentos aprendidos merece atenção. Pela sua própria natureza, é um material
dentro e fora da escola em diferentes situações da vida; organizado a priori da situação de aprendizagem em que é
conhecimentos conceituais e procedimentais, capacidades utilizado. No entanto, pode e deve ser utilizado de maneira a
cognitivas e afetivas, sensibilidade e intuição. Mobilizando considerar a realidade contextual. O professor precisa
esses tipos de conhecimento é possível identificar e aprender a encará-lo como um material de suporte, mas que
interpretar o que está em jogo em cada momento, levando em não elimina outras fontes de informação nem outras
conta a complexidade do contexto educativo, para tomar atividades; a utilizá-lo segundo a sequência que lhe parecer
decisões e agir. melhor, a propor diferentes formas pelas quais ele pode ser
Este âmbito de conhecimento experiencial contextualizado utilizado pelos alunos, individualmente ou em grupo, de tal
realça a articulação dos diferentes conteúdos da formação modo que não substitua o planejamento, a avaliação
para a construção de uma perspectiva interdisciplinar da processual, a reflexão e principalmente o contexto no qual está
atuação do professor: a escolha da atividade que vai propor ou sendo usado.
o encaminhamento que vai dar a um aluno, depende de
conhecimento das didáticas específicas, da dinâmica do grupo, Para poder interpretar as situações educativas e ter
de como esse aluno é visto pelo grupo e se vê como aprendiz, condições efetivas de criação e produção pedagógica, o
do que pauta a relação do professor com esse aluno, do seu professor precisa aprender a elaborar e usar instrumentos
percurso escolar, de sua origem sociocultural e tantos outros como o planejamento. Registros da prática e de reflexões por
fatores que podem ser relevantes em cada situação. escrito, quadros para avaliação do percurso de cada aluno e do
Perceber as diferentes dimensões do contexto, analisar coletivo da classe, entre outros. Normalmente, esses
como se constituem as situações reais, compreender como sua instrumentos são concebidos como forma de controle do
atuação pode interferir nela é um aprendizado permanente, na trabalho do professor e com os quais ele presta contas à
medida em que as situações são sempre singulares e novas instituição. Praticamente todos os professores fazem
respostas precisam sempre ser construídas. A competência planejamento no início do ano como uma tarefa "burocrática"
profissional do professor é justamente sua capacidade de criar a mais, que não os aproxima das questões importantes com as
soluções apropriadas a cada uma das diferentes situações quais se deparam na sua atuação. Para ser útil ao professor, o
complexas e singulares que enfrenta. planejamento precisa orientar o seu trabalho, e para isso não
pode ser rígido, nem uma programação fechada que ou não
Essa capacidade requer, por sua vez, identificar os serve para nada e é esquecido, ou impede a perspectiva flexível
elementos que interagem na situação real, constituindo a da educação. O verdadeiro sentido desses instrumentos
complexidade do contexto e determinando os acontecimentos. precisa ser retomado, para que possam de fato ser utilizados
Por exemplo, muitas vezes a falta de interesse da classe na pelos professores e ajudá-los a produzir intervenções
atividade pode ser um sinal de que algo não vai bem: a tarefa didáticas cada vez mais coerentes com as intenções educativas
pode estar muito além ou aquém das possibilidades dos e com maiores possibilidades de garantir sucesso aos alunos.
alunos, ou aquele momento do dia não é o melhor para se E preciso então aprender a construir esses instrumentos, pô-
concentrar em tarefas em grupo. O olhar opaco de um aluno los em uso e analisa-los para compreender a sua função.
pode estar dizendo que ele não compreende o que está sendo Todos esses conhecimentos constituem a base para a
trabalhado, o que pode decorrer de uma dificuldade pessoal ou gestão da classe, uma das funções principais dos professores.
do fato de o professor não ter encaminhado adequadamente a Esse é outro conhecimento que só se aprende na experiência.
atividade. Em outras palavras, é preciso desenvolver a Quem nunca assumiu uma classe não pode saber como fazer
competência de "ler os índices contextuais", e isso só é possível isso. Apesar da importância formativa da observação de bons
quando o professor integra todos os seus conhecimentos, sua professores, sabe-se que cada professor é um e tem sua forma
capacidade de análise, sensibilidade e intuição para particular de atuar.
compreender a realidade em que atua. Sem dúvida, a As demais dimensões da atuação profissional
possibilidade de refletir sobre seu trabalho e elaborar (participação na definição do projeto educativo e curricular da
propostas que promovam de fato a aprendizagem dos alunos escola, inserção nas associações profissionais, interação com
depende, em grande parte, dos conhecimentos teóricos que o pais de alunos e demais membros da comunidade escolar)
professor possui. São esses que, aliados à experiência pessoal também demandam aprendizagens experienciais. Os
e profissional, lhe permitem construir novas possibilidades de conteúdos deste âmbito são, portanto, as práticas que
olhar para a prática e analisá-la. compõem o exercício profissional de professor tomadas
simultaneamente como competências a serem desenvolvidas
Não se deve esquecer também que a educação é uma e como meio para seu desenvolvimento, uma vez que se trata
prática relacionai, em que todos participam como pessoas. A de conhecimentos que só se aprende fazendo.
natureza educativa da atuação profissional do professor exige-
lhe um envolvimento pessoal que precisa ser tematizado,
refletido, para que se explicitem as atitudes necessárias para
levar com sucesso sua atuação. E preciso que a formação
ofereça condições para que professores e futuros professores

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4.Metodologia da formação de professores processo educativo possa ser desenvolvido pela equipe
escolar, que, com suas diferenças, se potencializa.
A concepção de formação determina tanto a definição da Cabe às instituições formadoras a responsabilidade pela
metodologia quanto a organização curricular e institucional, criação de uma cultura de trabalho em colaboração,
de modo que é difícil abordar uma separada da outra. No promovendo atividades constantes de interação, de
entanto, optou-se por tratá-las separadamente para dar comunicação e de cooperação entre os professores e deles com
visibilidade à perspectiva aqui apresentada. os formadores, seja em situações de pesquisa, de elaboração
O êxito de propostas de formação que buscam a construção de trabalhos escritos, de análise de práticas, de debate sobre
progressiva das competências depende consideravelmente da questões sociais e outros tantos intercâmbios estruturados a
metodologia utilizada, pois sabe-se dos estreitos vínculos partir de normas e objetivos claros. Gomo a produção
entre o que se aprende e como se aprende. E a metodologia, pedagógica do professor é construída "no" e "para" o coletivo
aqui entendida como modo de organizar as situações didáticas da equipe da escola, torna-se fundamental que o processo de
e de orientar a aprendizagem, que possibilita promover uma formação promova situações de trabalho compartilhado nas
relação com o conhecimento, com os valores, consoante com a quais os professores possam desenvolver essa competência.
construção de competência profissional. Trata-se, antes de
mais nada, de trazer a atuação profissional para o lugar central 4.2. A atuação profissional como objeto de reflexão
da formação, adotando o desenvolvimento da autonomia
intelectual e moral como princípio. Nesse sentido, as Pela natureza de sua atuação, o professor promove a
considerações explicitadas a seguir indicam pontos articulação entre os objetivos educativos, as circunstâncias
estratégicos. contextuais e as possibilidades de aprendizagem de seus
alunos. É quando investiga, reflete, seleciona, planeja,
4.1. Construção pessoal e coletiva de conhecimentos organiza, integra, avalia, articula experiências, recria e cria
pedagógicos formas de intervenção didática junto aos seus alunos, para que
eles avancem em suas aprendizagens, que ele produz
Em primeiro lugar, para que a formação seja conhecimento pedagógico. Assim, a investigação que o
verdadeiramente transformadora da compreensão dos professor realiza se diferencia da pesquisa acadêmica pela sua
fenômenos educativos, das atitudes do professor e do seu natureza e intencionalidade: quando se toma a prática, em
compromisso com as aprendizagens de seus alunos, é toda a sua complexidade, como objeto para a reflexão,
imprescindível considerar os processos pelos quais os constitui-se um campo de conhecimento que é específico do
professores se apropriam e constroem seus conhecimentos, professor.
suas características pessoais, e suas experiências de vida e A atitude investigativa dos professores é um mergulho no
profissionais. mundo complexo da prática pedagógica, no qual ele se envolve
Se existem competências básicas imprescindíveis, existem afetiva e cognitivamente, questionando as próprias crenças,
também, do ponto de vista de cada professor em formação, propondo e experimentando alternativas. E um trabalho de
caminhos e distâncias diferentes para alcançá-las. Assim, as levantar hipóteses, buscar dados para compreender aspectos
diferenças de percurso devem ser consideradas e respeitadas: de situações singulares ou encaminhamentos generalizáveis
mesmo compartilhando experiências semelhantes, cada em sala de aula, como a constituição de boas situações de
pessoa reage segundo suas características de personalidade, aprendizagens de alguns conteúdos específicos.
seus recursos intelectuais e afetivos e seu estilo de A importância dessas aprendizagens indica que o exercício
aprendizagem. Considerar os futuros professores como de reflexão sobre a prática, isto é, de tematizá-la em seus
sujeitos ativos de seu processo de construção de múltiplos aspectos, tomando-a como objeto de reflexão
conhecimento implica considerar suas representações, organizada e compartilhada, deve ser sistemático desde o
conhecimentos e pontos de vista; criar situações-problema início do curso de formação inicial de professores e ao longo
que os confrontem com obstáculos e exijam sua superação; de todo o processo de formação continuada.
criar situações didáticas nas quais possam refletir,
experimentar e ousar agir a partir dos conhecimentos que A tematização da prática está diretamente vinculada à
possuem; incentivá-los a registrar suas reflexões por escrito; concepção de professor reflexivo, que toma sua atuação como
ajudá-los a assumir a responsabilidade pela própria formação. objeto para a reflexão. Ser um professor que pensa e toma
decisões é ser um professor que desenvolve o "saber fazer" e a
Isso demanda flexibilidade das ações de formação, que não compreensão do "para que fazer", articulando a reflexão sobre
devem ser sempre organizadas e propostas de uma única "o que", "como", "para quê" e "quem" vai aprender, de forma a
forma, mas de acordo com as necessidades de aprendizagens garantir a seus alunos o acesso a boas situações de
do professor e as características do que se aprende. aprendizagem. Para planejar intervenções didáticas
Se por um lado a construção de conhecimento é um pertinentes e de qualidade, é preciso interpretar e analisar o
processo pessoal, por outro é uma produção coletiva, fruto de contexto da realidade educativa.
um processo compartilhado: o conhecimento de cada um O conhecimento e a análise de situações pedagógicas, tão
resulta de aprendizagens conquistadas coletivamente. O necessários ao desenvolvimento de competências
trabalho em colaboração é um poderoso aliado nesse sentido, profissionais, não precisam ficar restritos apenas aos estágios,
e situações de real parceria certamente possibilitam uma como é mais usual. Corno já foi apontado, esse contato com a
qualidade de conhecimentos superior à que se poderia prática real de sala de aula não depende apenas da observação
conquistar sozinho, graças ao enriquecimento resultante do direta: a prática contextualizada pode "vir" até à escola de
confronto e da troca de pontos de vista e da ampliação do formação por meio das tecnologias de informação - como
repertório de significados, de experiências e de informações. computador e vídeo -, de narrativas orais e escritas de
Além disso, dada a amplitude das dimensões do trabalho professores, de produções dos alunos, de situações simuladas
do professor, assim como as características e estilos pessoais, e estudo de casos. Os recortes da tematização podem ser
sabe-se que dificilmente os professores desenvolvem, todos, definidos segundo os objetivos de cada situação de formação:
no mesmo nível, todas as competências necessárias ao pode-se optar por tematizar aspectos específicos da prática ou
trabalho profissional. Disso decorre que uma das a prática contextualizada em sua totalidade.
competências fundamentais a serem desenvolvidas na
formação é a de trabalhar de forma cooperativa, para que o

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Desse modo, as novas tecnologias tornam-se recursos professores mobilizem seus conhecimentos teóricos em torno
importantes, porque podem potencializar uma formação mais de casos singulares com o que é possível aprender não
consonante com a natureza do trabalho do professor. Também somente a Problematizar situações reais mas também as
podem ampliar as possibilidades de discussão da prática nos teorias que estudam.
programas de formação continuada, pois oferecem múltiplas
formas de registro e de abordagem da experiência pedagógica: 5. Organização curricular dos cursos de formação
um vídeo amador, por exemplo, pode "captar" aspectos da inicial
intervenção do professore da tomada de decisão em situações
contextualizadas que muito enriquecem a reflexão sobre a A possibilidade de efetivar ações de formação orientadas
prática, apresentando não só alternativas viáveis, mas também para o desenvolvimento de competências com a abordagem
experiências para serem discutidas, questionadas, para se metodológica apresentada acima depende muito da forma
pensar sobre as diferentes formas de agir de diferentes como se organizam os currículos. Não basta estar de acordo
professores em diferentes contextos. com os enunciados das competências visadas para se realizar
Cabe ressaltar a importância da análise de modelos de uma prática coerente com elas; é preciso organizar o processo
intervenção didática na formação de professores. Os bons de ensino e aprendizagem em função delas, pois os
modelos não devem ser copiados mas servir como uma dispositivos utilizados são mensagens tão fortes quanto a
referência de possibilidades, para confrontar representações determinação de suas finalidades.
prévias e alterar a forma de ver a atuação e a função de E impossível saber exatamente qual a melhor engenharia
professor. de formação a implementar, principalmente se considerarmos
as diferentes realidades do país. Dispomos, entretanto, de
4.3. Resolução de problema algumas orientações que se aproximam daquilo que se busca.
Primeiramente, é preciso superar a visão aplicacionista
Como anteriormente colocado, as competências das teorias, segundo a qual são ministrados cursos de teorias
profissionais do professor não são aqui entendidas como prescritivas e analíticas, deixando para os estágios o momento
meras habilidades estanques; são totalidades de difícil de colocar esses conhecimentos em prática, como se a escola
decomposição, e não se deduzem delas etapas cujo percurso a antecipasse questões e respondesse a elas antes que os alunos
ser percorrido possa ser estabelecido a priori. São construídas as tivessem formulado. Ao contrário, organizar a considerá-las
processualmente, em movimentos singulares de atuação, como recursos que ganham sentido em relação aos domínios
numa dinâmica dialética e contínua, que transforma prática e profissionais visados. Os cursos com tempos previamente
conhecimento, capacidade de ação e de reflexão. Essa limitados e um programa pré-definido para alcançar seus
perspectiva metodológica renuncia a um currículo concebido objetivos são fundamentais para a apropriação e organização
como uma sequência de ensinamentos em favor da de conhecimentos. Na formação inicial, devem garantir
aprendizagem por meio de resolução de problema. conhecimentos psicológicos, sociológicos, antropológicos,
Entende-se aqui que problema é qualquer questão-de políticos e históricos da educação, e conhecimentos
natureza teórica e/ou prática - para a qual não se tem de sistematizados sobre as especificidades dos diferentes níveis
imediato, ou de antemão, uma resposta satisfatória e que, de escolaridade e também sobre as inovações didáticas e
portanto, demanda uma busca de solução. Essa busca por sua tecnológicas. Um curso de Psicologia do Desenvolvimento ou
vez exigirá interpretação do desafio no contexto em que da História da Educação, por exemplo, cumpre uma função
emerge, planejamento de uma ou mais soluções possíveis, importante na construção de competências profissionais do
execução das soluções planejadas e avaliação do resultado professor. Da mesma forma, na formação continuada, os
obtido. Nesse processo, a resolução de problemas envolve cursos, palestras, seminários organizados pelas Secretarias e
invenção, criatividade, uso de conhecimentos prévios, busca ministrados pelas agências formadoras têm um papel
de novas informações etc. fundamental na atualização e no aprofundamento dos
conhecimentos relacionados com o trabalho de professor que
Em outras palavras, a resolução de problema implica, em são chaves de leitura necessárias à atuação contextualizada e
maior ou menor grau, uma série de procedimentos complexos: condição para a prática reflexiva do professor.
analisar sua natureza, identificar os aspectos mais relevantes,
buscar recursos para sua solução, levantar hipóteses, O desafio principal da construção de um plano de formação
transferir conhecimentos e ajustar estratégias utilizadas em profissional não é dar lugar a todos os tipos de disciplinas, mas
outras situações que sejam pertinentes ao problema em implantar dispositivos de formação que permitam construir,
questão, escolher o melhor encaminhamento dentre possíveis- executar e avaliar as competências eleitas. Por mais que
e é exatamente o exercício dessas ações complexas que tenham uma perspectiva didática que considere o professor
promove tanto construção de conceitos quanto o em formação um sujeito ativo, singular; por mais que
desenvolvimento de capacidades e, ainda, a possibilidade de trabalhem com resolução de problema, tematizando a prática
mobilizar a ambos (conceitos e capacidades) quando profissional, os cursos, sozinhos, não dão conta de desenvolver
necessário ou desejável. Vista dessa forma, a resolução de um as competências profissionais do professor.
problema proporciona para o sujeito uma relação de criação Para contemplar a complexidade dessa formação, é preciso
com a solução encontrada. Um outro ponto importante a renunciara ideia de repartir o tempo disponível para a
considerar é que um problema existe apenas para quem o tem, formação entre as disciplinas, forçando uma integração
isto é, para quem foi pessoalmente sensibilizado (cognitiva apenas no plano dos conteúdos. É necessário instituir tempos
e/ou afetivamente) por ele e pode formulá-lo para si. Não é e espaços curriculares diferenciados: além dos cursos, grupos
algo que possa ser feito por outros. Mas é claro que, se forem de trabalho supervisionado, grupos de estudo, tutorias e
significativas, as situações propostas pelos formadores e as eventos, entre outros capazes de promover e ao mesmo tempo
questões suscitadas pelos parceiros poderão ser formuladas exigir dos professores atuações diferenciadas, percursos de
como problemas a resolver. aprendizagens variados, diferentes modos de organização do
Disso decorre a opção de, desde o início da formação, trabalho, possibilitando o exercício das diferentes
trabalhar com problemas de natureza conceituai e com competências a serem desenvolvidas.
situações-problema contextualizadas na atuação profissional E preciso especial atenção ao fato de que a integração
para as quais os professores devem formular completa dos conhecimentos só ocorre realmente na atuação
encaminhamentos adequados. E fundamental que os do professor e, portanto, é essencial garantir um espaço

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curricular prioritariamente comprometido com os futuros professores às escolas do sistema. Isto deve acontecer
conhecimentos experienciais contextualizados e com a de forma planejada junto com as escolas que receberão os
construção de instrumentos para intervenção pedagógica. professores em formação, com objetivos e tarefas claras que,
de início, podem ser de observação de situações de classe e
O professor que já assumiu sua classe pode tê-la como extraclasse e discussão com os profissionais diretamente
referência constante, mas o futuro professor é formado para responsáveis pela atividade observada. Progressivamente, os
atuar numa função que ainda desconhece. Se para a formação futuros professores podem ir assumindo funções de auxiliar
continuada é essencial que haja espaços de troca e de de classe participando do planejamento do trabalho,
supervisão do trabalho do professor, para a formação inicial é encaminhando atividades, oferecendo apoio pedagógico aos
igualmente necessária a criação desses espaços curriculares alunos e desempenhando outras tarefas próprias da docência.
para o desenvolvimento da competência de atuar em situações Assim pode ser garantido um acompanhamento dos
contextualizadas. A existência desses espaços de forma alguma professores desde o início de sua formação até a inserção
substitui a tematização e análise da prática necessária em cada progressiva nas particularidades do mundo profissional.
área de formação, mas é imprescindível que o futuro professor A ida dos professores às escolas deve acontecer desde o
possa se ver perante situações em que precise lançar mão de início, de preferência desde o primeiro ano e ao longo de todo
diferentes conhecimentos e experiências e que o aproximem o curso de formação, para que esse processo seja vivido com
da realidade na qual vai intervir. tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões
Entre as diferentes possibilidades de criar formas profissionais incluindo o envolvimento pessoal. O último ano
curriculares que possibilitem essas aprendizagens pelo de formação profissional deve prever a docência
professor, duas são de central importância pois, constituem compartilhada, sob a supervisão da escola de formação,
instâncias necessárias para a perspectiva aqui apontada: a preferencialmente na condição de professor assistente de
supervisão e grupos de estudo. professores experientes.
E importante também o redimensionamento da
A supervisão se constitui numa ação prioritariamente periodicidade dos estágios, pois é muito diferente observar um
voltada para a construção de conhecimentos experienciais dia de aula numa classe uma vez por semana, por exemplo, e
contextualizados e de instrumentos para a intervenção poder acompanhar a rotina do trabalho pedagógico durante
pedagógica. Para isso precisa incluir uma série de experiências uma semana consecutiva situação em que se pode ver o
de atuação em contextos reais ou simulados, que requerem a desenvolvimento das propostas, a dinâmica do grupo e outros
convergência e uso de diferentes conhecimentos construídos aspectos não observáveis em estágios pontuais. Estes "tempos
nos cursos e nos demais espaços curriculares da formação. Vai na escola" podem ser diferentes segundo os objetivos de cada
necessitar então de um envolvimento de todos os formadores, momento da formação, porque os estágios não são uma
num projeto compartilhado e organizado por um coordenador. atividade que tenham finalidade em si próprios, devem estar
Ao coordenador da supervisão cabe planejar as atividades e vinculados às questões desenvolvidas no processo de
propor formas de articulação entre todos os formadores da formação.
escola, que terão uma participação decisiva não só no Se a supervisão está prioritariamente comprometida com
planejamento, mas também no desenvolvimento do trabalho. o desenvolvimento da autonomia para a atuação profissional e
Dessa forma, a supervisão é uma ação realizada pelo conjunto por isso estará privilegiando a reflexão sobre a prática
de formadores de acordo com os objetivos propostos e as profissional, o grupo de estudo complementa esse objetivo por
necessidades identificadas. propiciar a construção de um percurso próprio de
Com a participação de todos a supervisão pode ser um desenvolvimento intelectual, compartilhado com os pares.
espaço curricular de discussão que tematize a prática com Podem ser organizados a partir das demandas identificadas ou
todos os recursos teóricos e experienciais, contemplando de propostas dos formadores, mas sua trajetória deve estar
assim a complexidade e a singularidade da natureza da sempre pautada nas necessidades dos participantes do grupo.
atuação de professor, favorecendo o desenvolvimento de um Podem ser totalmente autônomos ou coordenados por um
estilo pedagógico próprio, mediante a reflexão sobre vivências formador.
pessoais, sobre a implicação com o próprio trabalho, sobre as Essa perspectiva é bem diferente dos grupos para
diferentes formas de sentir, sobre as relações estabelecidas na realização de trabalhos regulares propostos pelos formadores,
prática educativa. que são recursos fundamentais, mas que não substituem esses
Essa perspectiva e bem diferente do modelo convencional espaços mais livres de estudo, aprofundamento teórico e
de estruturação curricular. Não se pode conceber que esse seja investigação.
o espaço reservado à prática, enquanto os cursos dão conta da
teoria, como são na maioria das vezes concebidos os estágios. 6.Organização institucional
Se a concepção da prática do professor é de atuação reflexiva,
ela é necessariamente teórica também. O cotidiano vivido nas instituições é um elemento
Embora lance mão da totalidade dos conteúdos da formador da maior importância. Os currículos e programas
formação, a supervisão tem conteúdos próprios: os não são constituídos apenas dos conteúdos planejados pelos
procedimentos de observação e reflexão para compreender e formadores: integram também o conhecimento adquirido em
atuar em situações contextualizadas. Para isso são necessários aprendizagens informais que ocorrem no dia-a-dia.
não só instrumentos como o registro de observações Cada instituição constitui sua própria cultura que é
realizadas, mas também a resolução de situações-problema formadora de seus membros. Por outro lado, a identidade e
características do cotidiano profissional. cultura da instituição são construídas pelo coletivo de
profissionais que dela fazem parte. O coletivo tem, portanto,
Esse espaço deve estar presente desde o início da formação uma função socializadora e formadora-e os modos de
- para colocar o futuro professor em contato real com a organização e funcionamento institucionais devem favorecer
natureza de seu trabalho - por meio de atividades em que a que essa função esteja a serviço do desenvolvimento
experiência da docência e das demais dimensões da atuação profissional de todos que nela atuam. A representação de
profissional é "trazida" à escola de formação e se torna objeto como ser um professor- parte integrante da cultura
de análise por meio do recurso dos vídeos, dos relatos escritos profissional - se constrói no cotidiano, nas práticas e relações
ou orais, das produções de alunos etc. Mas é também um lugar que caracterizam a organização das instituições formadoras.
privilegiado para a supervisão dos estágios, isto é, da ida dos Desse modo, é imprescindível que as instituições formadoras

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tenham a organização interna pautada no seu projeto de necessário para realizar sua parcela de investimento no
formação dos professores e a ele esteja condicionada. Embora próprio desenvolvimento profissional. Dessa forma o
tenha se tornado uma marca da tradição escolar brasileira, o conhecimento dos critérios utilizados e a análise dos
movimento contrário não faz sentido: não se pode condicionar resultados e dos instrumentos de avaliação e auto avaliação
um projeto educativo a velhas estruturas, pré-estabelecidas e são imprescindíveis, pois favorecem a consciência do
alheias aos propósitos que o justificam. professor sobre o seu processo de aprendizagem, condição
A criação de espaços alternativos onde os professores para esse investimento.
possam ampliar o horizonte cultural e desenvolver a Tendo a atuação de professor natureza complexa, avaliar
autonomia como membro de uma comunidade profissional é as competências profissionais no processo de formação, é, da
uma tarefa que se coloca a todas as instituições formadoras. mesma forma, uma tarefa complexa. As competências para o
Nas escolas de formação inicial isso significa, por exemplo, trabalho coletivo têm importância igual a das competências
promover eventos culturais, ciclos de debate, grupos de mais propriamente individuais. Uma vez que é um princípio
estudo, intercâmbio com outras instituições ou com outros educativo dos mais relevantes e, portanto, avaliar também
profissionais mais experientes. essa aprendizagem é fundamental.
As instituições voltadas para a formação inicial de Embora seja mais difícil avaliar competências profissionais
professores podem realizar ações de formação continuada do que conteúdos convencionais, há muitos instrumentos para
destinadas a profissionais das escolas da rede e ações de isso. Algumas possibilidades: identificação e análise de
formação e qualificação de professores leigos em serviço: isso situações educativas complexas e/ou problemas em uma dada
favorece uma relação interinstitucional necessária e realidade; elaboração de projetos para resolver problemas
contribui para o desenvolvimento de uma cultura profissional identificados num contexto observado; elaboração de uma
baseada no intercâmbio de experiências e na reflexão rotina de trabalho semanal a partir de indicadores oferecidos
compartilhada. pelo formador; definição de intervenções adequadas,
A organização institucional das escolas em que os alternativas às que forem consideradas inadequadas;
professores trabalham (e estagiam), isto é, as creches, escolas planejamento de situações didáticas consonantes com um
de organização infantil e de ensino fundamental, têm um papel modelo teórico estudado; reflexão escrita sobre aspectos
decisivo no seu desenvolvimento profissional. Elas podem estudados, discutidos e/ou observados em situação de estágio;
favorecer, dificultar ou impedir, em maior ou menor grau, participação em atividades de simulação; estabelecimento de
formas adequadas de atuação profissional, espaços e tempos prioridades de investimento em relação à própria formação.
de trabalho e estudo coletivo, discussão sobre a prática Em qualquer um desses casos, o que se pretende avaliar
educativa e, principalmente, relações de trabalho não é a quantidade de conhecimento adquirido, mas a
democráticas. Talvez seja a instituição em que se trabalha a capacidade de acioná-los e de buscar outros para realizar o
maior responsável pela constituição da cultura de uma que é proposto - uma coisa é ter conhecimentos sobre
profissão. determinado tema, outra, muito diferente, é saber usar o
conhecimento. O que se deve avaliar principalmente é a
7.Avaliação capacidade do professor pôr em uso o que sabe para resolver
situações similares às que caracterizam o cotidiano
A avaliação é entendida neste documento como parte profissional na escola. Portanto os instrumentos de avaliação
integrante do processo de formação, uma vez que possibilita só cumprem com sua finalidade se puderem diagnosticar o uso
diagnosticar questões relevantes, aferir os resultados funcional e contextualizado dos conhecimentos.
alcançados considerando os objetivos propostos e identificar
mudanças de percurso eventualmente necessárias. Avaliação do processo de formação
É imprescindível que nas diferentes ações de formação
inicial e continuada a avaliação contemple: A revisão e aperfeiçoamento das ações de formação tem na
- a aprendizagem dos professores em formação, de modo a avaliação um importante ponto de apoio. Não tem qualquer
favorecer seu percurso e a certificar a competência sentido planejar a ação institucional sem avaliar o que vem
profissional desenvolvida por eles; e sendo feito - especialmente se o propósito é aperfeiçoá-la ou
- a organização, as práticas e a dinâmica da formação transformá-la.
oferecida, de modo a regular as ações dos formadores e das E necessário que a avaliação das instituições que realizam
instituições. formação profissional seja periódica e tenha como base, além
das questões relativas aos conteúdos trabalhados, também as
Avaliação dos professores em formação características do seu modelo de organização, o desempenho
do seu quadro de formadores e a natureza da sua vinculação
Quando a perspectiva é que o processo de formação com as escolas de educação infantil e ensino fundamental.
garanta o desenvolvimento de competências profissionais, a O tipo de processo avaliativo aqui defendido, tanto para as
avaliação dos professores - alunos dos cursos de formação ações de formação inicial como continuada, tem a finalidade de
inicial ou participantes dos programas de formação identificar o nível de aproximação/distanciamento dos
continuada - assume um papel fundamental, pois é o recurso resultados obtidos em relação aos objetivos propostos e, em
mais importante para aferir as conquistas, as potencialidades, consequência, redefinir as modalidades utilizadas, reorientar
os obstáculos, as limitações, as dificuldades. Nesse caso, a a seleção de conteúdos, aperfeiçoar as abordagens
avaliação destina-se à análise da aprendizagem dos metodológicas e os próprios indicadores para a avaliação.
professores de modo a favorecer seu percurso e regular as No caso das instituições de formação inicial, é preciso que
ações de formação - em se tratando dos futuros professores, o processo de avaliação interna esteja pautado em seu projeto
tem também a finalidade de certificar sua competência educativo. E o desenvolvimento do projeto construído pela
profissional. equipe da profissionais, a partir de propósitos compartilhados,
As práticas de avaliação devem se pautar pelo o que permite que a avaliação das ações em curso seja fruto da
compromisso, de formadores e professores com o reflexão coletiva da equipe, de seus diferentes pontos de vista
desenvolvimento das competências que são objetivos da e de suas contribuições - assim se pode obter o compromisso
formação: não trata de punir os que não alcançam o que se dos profissionais com as eventuais mudanças de percurso para
pretende, mas a ajudar cada professor a identificar melhor as o alcance dos objetivos do projeto. Sempre que possível, é
suas necessidades de formação e empreender o esforço

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importante que a avaliação das instituições de formação inicial PARTE IV


se estenda, também, à atuação dos egressos.
São igualmente importantes processos internos e extemos INDICAÇÕES PARA AORGANIZAÇÃO CURRICULARE DE
de avaliação: a combinação dessas duas possibilidades é o que AÇÕES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
permite identificar diferentes dimensões daquilo que e
avaliado, diferentes pontos de vista, particularidades, 1.Formação inicial
limitações. De um modo geral, o processo desencadeado pela
própria instituição formadora tem melhores condições de As indicações apresentadas neste item sugerem condições
identificar as peculiaridades locais, mas tem limites quanto ao e dispositivos para uma formação inicial coerente com as
grau de objetividade interpretativa dos dados obtidos, uma concepções expressas neste documento. O avanço no processo
vez que quem avalia está imerso na situação que é objeto de de profissionalização dos professores traz a necessidade,
avaliação. E o processo de avaliação externa, embora só possa conforme aponta a nova LDB, de que a formação inicial seja
captar em menor grau de profundidade e detalhamento o realizada em nível superior - razão pela qual as indicações
conjunto de aspectos relacionados às práticas de formação tal para a concretização da formação inicial são mais adequadas
como se desenvolvem, caracteriza-se por maior objetividade às ações de formação nesse nível de ensino. Entretanto, como
na análise de dados e se orienta por parâmetros que situam a a formação em nível médio é, e por algum tempo ainda será,
instituição em contextos mais amplos, oferecendo, portanto, uma realidade em muitos lugares do país, estão elencadas
indicadores mais gerais que lhe servem de referência separadamente também indicações para uma formação
qualitativa. profissional de qualidade em nível médio.

Diante da heterogeneidade que caracteriza as ações de Indicações para a organização institucional


formação de professores no Brasil, e da reflexão sobre as
possibilidades de revisão e reestruturação dessas ações, o 1. E fundamental que todas as escolas de formação de
estabelecimento de referenciais de qualidade externos tem o professores - sejam no nível superior, em unidades das
papel de contribuir para o desenvolvimento de propostas universidades ou em institutos isolados, seja em nível médio -
inovadoras que superem as limitações e dificuldades formulem e desenvolvam um projeto educativo próprio com a
eventualmente detectadas. participação de toda sua equipe de profissionais. Esse projeto
Tanto em um caso como em outro, avaliação deve deve se constituir a partir da definição coletiva de princípios,
considerar suas condições reais e potenciais, os limites e finalidades, metas e prioridades envolvendo aspectos
possibilidades da instituição de formação pode tornar inócua relacionados ao gerenciamento financeiro e institucional, ao
a avaliação, seja por manter metas já atingidas, o que não induz uso de recursos materiais e a um projeto curricular - esse
à otimização das possibilidades de aperfeiçoamento, seja por último necessariamente elaborado por toda a equipe de
pressupor metas inatingíveis, o que configura uma situação formadores , que, embora possam ser responsáveis pelo
predestinada ao insucesso e à consequente frustração. Ambos ensino de áreas diferentes do conhecimento, precisam atuar
os casos determinam condições de imobilismo quanto ao articuladamente para que se possa promover, de fato, o
aperfeiçoamento do processo de formação. desenvolvimento das competências profissionais que são
Os critérios de avaliação precisam ser do conhecimento objetivo da formação. A possibilidade de constituir uma nova
dos envolvidos no processo que é objeto de avaliação - cultura profissional e a identidade de cada escola de formação,
dirigentes, formadores e professores em formação - e depende da participação efetiva de todos no projeto educativo
precisam garantir o máximo de objetividade possível para da instituição.
favorecer uma análise adequada dos resultados. Essa
objetividade se define pelas expectativas de aprendizagem em 2. E preciso que a instituição de formação acolha e
relação ás ações desenvolvidas. incentive iniciativas autônomas dos professores de uso do
O tratamento dado aos resultados obtidos, além dos tempo e dos espaços da escola para vivências sociais e
instrumentos utilizados, é de grande importância quando se culturais. Essas práticas, além de favorecer o convívio social,
pretende que a avaliação cumpra, de fato, com suas funções. Se possibilitam a experiência de se organizar coletivamente para
o objetivo principal é o aperfeiçoamento das práticas, promover atividades de interesse comum, importantes para a
fenômenos ou processos avaliados, em hipótese alguma a aprendizagem da atuação na comunidade profissional. A
avaliação pode ter um caráter meramente classificatório: terá organização de grupos de estudo e discussão, a promoção de
de contribuir, de fato, para diagnosticar, aferir o valor dos eventos de diferentes naturezas, a participação em equipes de
resultados alcançados com base nos objetivos propostos, trabalho, a confecção de murais livres são algumas
servir de referência quanto ao grau de possibilidades nesse sentido.
aproximação/distanciamento dos resultados em relação aos
objetivos e identificar mudanças de percurso eventualmente 3. As escolas de formação precisam ser instituições
necessárias. específicas de formação de professores para que possam
desenvolver projetos educativos voltados para a cultura
Para cumprir uma função classificatória, basta que os profissional. Entretanto, isso não significa que devam ser
resultados sejam divulgados: mas, dessa forma, a avaliação em instituições isoladas das demais; pelo contrário, quanto maior
nada contribui para a promoção de aperfeiçoamento, uma vez for o leque de instituições com que se relaciona mais
que, assim, ignoram-se as práticas de formação como um enriquecerão sua própria experiência como escola de
processo complexo. A análise e discussão dos resultados da formação. Para dar conta de inserir adequadamente os futuros
avaliação entre todos os envolvidos é o que pode permitir a professores no contexto de seu trabalho, precisam estabelecer
identificação de quais práticas são consideradas e devem ser relações interinstitucionais que envolvam ações conjuntas
mantidas, quais são consideradas inadequadas e devem ser com associações profissionais, sindicatos, ONGs, instâncias do
transformadas, e quais devem ser superadas, se avaliadas próprio sistema educacional etc.
como impróprias ou equivocadas.
4. As escolas de formação de professores devem trabalhar
em interação sistemática com as escolas de educação infantil e
ensino fundamental, tomando-as como referência para estudo,
observação e intervenção. E importante que formadores e

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futuros professores conheçam muitas escolas e suas - Todo curso de formação inicial deve oferecer uma
respectivas peculiaridades sob diferentes aspectos: formação básica geral, garantindo conhecimentos essenciais
funcionamento geral, relações de poder, rotinas de trabalho, relacionados à educação infantil, ao ensino fundamental, à
cultura profissional preponderante, espaços de formação educação de jovens e adultos e de portadores de necessidades
continuada e formas de relação com pais e comunidade, além especiais. E desejável, entretanto, que o último ano seja de
das situações de sala de aula. Para isso, é preciso estabelecer especialização numas das modalidades que o futuro professor
parcerias e convênios com responsabilidades definidas: cada escolher, mas isso deve ser definido em função das
escola de formação inicial deve articular-se a um conjunto de peculiaridades de cada sistema de ensino.
escolas do sistema de ensino e compartilhar com elas o
desenvolvimento de um projeto de formação, com ações que 3. As dificuldades dos futuros professores quanto ao
atendam aos interesses das duas instituições conforme já domínio de conhecimentos básicos da escolaridade média
discutido em itens anteriores deste documento. Uma regular, principalmente no que se refere às atividades
articulação nesses termos representa uma das mais linguísticas de ler/interpretar, escrever e falar, devem ser
importantes formas de integração entre formação inicial e tratadas com especial atenção pela escola de formação, uma
continuada. Essa articulação será favorecida se os sistemas de vez que são nucleares na atuação pedagógica. Sempre que
ensino criarem, nas escolas de educação infantil e ensino necessário, devem ser oferecidas unidades curriculares de
fundamental, a figura de professor formador, profissional ao complementação dos conhecimentos relacionados ao uso
qual cabe não só receber os estagiários, mas também eficaz da linguagem e a outros conteúdos que se mostrem
promover sua formação. necessários.

5. As instituições responsáveis devem prever na jornada de 4. E necessário que os cursos de formação inicial ofereçam
trabalho dos formadores um tempo para o trabalho coletivo e condições para que os futuros professores aprendam a
para o seu desenvolvimento profissional, durante o qual manejar recursos tecnológicos de informação e comunicação
possam refletir sobre a aprendizagem dos professores, os cujo domínio seja importante para a docência e para as demais
conteúdos da formação, a própria atuação como formadores e dimensões de sua atuação profissional. Se a escola não
as demais questões pertinentes ao seu trabalho. dispuser de um laboratório de informática, por exemplo, é
importante que estabeleça convênio com alguma instituição
6. E preciso que as escolas de formação garantam aos que lhe ofereça esse recurso.
formadores e futuros professores condições materiais e
institucionais para que possam realizar satisfatoriamente as 5. A perspectiva de formação defendida neste documento
tarefas de sua formação: além de tempo disponível, também pressupõe uma metodologia em que:
recursos básicos, como biblioteca e videoteca que contenham - Os futuros professores são considerados sujeitos
os materiais requeridos pelo curso, equipamento de vídeo e participantes de um processo em que intervém seus
computador com acesso à Internet, recursos didáticos conhecimentos anteriores e suas características pessoais - que
atualizados, assinatura de jornais, revistas e publicações têm, portanto, um percurso particular de desenvolvimento no
especializadas etc. qual precisam ser atendidos. Eles têm um mundo para ser
desvendado - o mundo da atuação profissional - o que não
Indicações para a organização curricular podem fazer por meio de um modelo de formação baseado na
transmissão de conteúdos.
1. A organização curricular definida pelas escolas de - A resolução de problema é um princípio metodológico
formação pode contemplar os âmbitos de conhecimento central que deve permear todo currículo de formação, uma vez
profissional a partir de diferentes áreas ou disciplinas, eixos que o desenvolvimento das competências profissionais
estruturantes, núcleos temáticos ou outras formas que implica "porem uso" conhecimentos adquiridos em diferentes
possibilitem agrupar adequadamente os conteúdos situações da vida profissional e pessoal. Sendo assim a
necessários à formação dos professores. O importante é que, principal competência do professor é resolver problemas,
seja como for pensado e organizado o currículo, contemple sejam relativos a sua intervenção como profissional sejam de
todos os âmbitos de forma a desenvolver as competências natureza teórica.
profissionais. - A análise e reflexão sobre a prática é considerada um
valioso instrumento para a formação e um dos mais
2. Seja qual for a opção de organização curricular, é importantes procedimentos a serem aprendidos pelos futuros
fundamental que a sequenciação dos conteúdos se oriente professores: portanto, recurso privilegiado para o tratamento
pelos seguintes critérios: dos conteúdos de todos os âmbitos do conhecimento
- É importante que logo no início do curso sejam profissional. Trata-se de uma atividade intelectual que se
trabalhados conteúdos referentes à função social da escola, às aprende pelo próprio exercício, em situações de reflexão sobre
formas de estruturação do sistema educacional, à história das a atuação profissional nas suas diferentes dimensões, e
políticas educacionais e do perfil profissional do professor. mediante procedimentos de observação, investigação,
Com isso, os futuros professores podem se inteirar da sistematização e produção de conhecimento pedagógico,
realidade profissional em que vão atuar, conhecer sua construção de propostas de intervenção e de avaliação.
abrangência, seu papel social, suas dificuldades e
potencialidades. 6. Qualquer que seja a forma ou a modalidade organizativa,
- Tanto por sua quantidade quanto por sua relevância, os todo currículo de formação inicial deve garantir espaços
conteúdos relativos à intervenção pedagógica, às didáticas, à curriculares, tempos e meios diferenciados que permitam aos
caracterização dos alunos nas diferentes idades e nos professores a construção dos conhecimentos experienciais
diferentes momentos da escolaridade, às relações entre o contextualizados e de um percurso próprio de
ensino e a aprendizagem, às fundamentações psicológicas, desenvolvimento intelectual. Para isso é preciso recriar
sociológicas e filosóficas da educação, à gestão de classe e aos formas de estruturação do currículo, para que ele não fique
conhecimentos experienciais devem ser trabalhados durante limitado apenas a cursos, que, por mais importantes e
todo o curso, já desde o primeiro ano. Isso propiciará ao futuro imprescindíveis que sejam, não suprem a necessidade das
professor uma imersão progressiva no seu papel profissional, aprendizagens específicas para a atuação profissional. Além de
como também um exercício de reflexão sobre a prática.

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cursos, dois espaços curriculares diferentes são essenciais: o É verdade que as condições socioeconômicas e culturais
da supervisão e o do grupo de estudo, abordados na parte III. produzem repertórios experienciais e níveis de maturidade
diferenciados, e que nem todos os alunos iniciam a formação
7. A avaliação de professores em formação precisa ser profissional em nível médio com as mesmas capacidades e as
realizada mediante critérios de avaliação explícitos e mesmas limitações. Em alguns contextos, a experiência de vida
compartilhados com os futuros professores: o que é objeto de pode favorecer mais o amadurecimento pessoal, a autonomia
avaliação representa uma referência importante para quem é e a responsabilidade frente ao trabalho; em outros, a
avaliado, ajudando-o a orientar seus estudos e a identificar os experiência escolar anterior pode favorecer, em maior ou
aspectos considerados mais relevantes para sua formação em menor grau, a construção de conhecimentos importantes para
cada momento do curso. Isso permite que cada futuro a atuação profissional. Mas é importante atentar para alguns
professor vá investindo no seu processo de aprendizagem e pontos que, de modo geral, caracterizam os alunos do ensino
construindo um percurso pessoal de desenvolvimento médio:
profissional. - A condição de aluno do ensino básico ainda é marcante
8. Os instrumentos de avaliação da aprendizagem devem limitando sua possibilidade de conceber-se como professor.
ser diversificados e, para isso, é necessário transformar as - Geralmente, o nível ainda insuficiente de maturidade
formas convencionais e criar novos instrumentos. Avaliar as pessoal limita a capacidade de compreensão de fenômenos
competências profissionais dos futuros professores é verificar complexos como a escola, os processos de aprendizagem e a
se (e quanto) eles fazem uso dos conhecimentos construídos e atuação profissional.
dos recursos disponíveis para atuar e resolver situações - O processo de "descoberta" das diferentes linhas e
problema - reais ou simuladas - relacionadas com o exercício perspectivas teóricas que constituem o saber pedagógico
da profissão. Sendo assim, a avaliação deve pautar-se pela ainda está se iniciando: os alunos estão tomando
participação dos futuros professores em atividades regulares conhecimento e apropriando-se delas, em muitos casos pela
do curso, pelo empenho e desempenho em atividades primeira vez, o que faz com que sua visão crítica não seja
especialmente preparadas por solicitação dos formadores e suficientemente aprofundada.
pela produção de diferentes tipos de documentação. E E verdade também que existem muitos alunos da formação
necessário prever instrumentos de auto avaliação, o que inicial no nível médio com idade mais avançada do que a que
favorece a tomada de consciência do percurso de aqui foi considerada. Entretanto, o fato de ainda não terem
aprendizagem, a construção de estratégias pessoais de completado sua educação básica faz com que muitas dessas
investimento no desenvolvimento profissional, o características sejam deles também. E necessário que os
estabelecimento de metas e o exercício da autonomia em formadores analisem com cuidado quem são seus alunos,
relação à própria formação. A auto avaliação faz sentido quais suas possibilidades, desejos, limites e dificuldades, para
quando é discutida e serve de importante canal de adequar o ensino que promovem.
interlocução com os formadores. No que se refere às características do curso em nível
médio, o fator tempo tem grande relevância. um curso de nível
9. As ações de avaliação da formação inicial precisam estar médio não pode deixar de garantir os conhecimentos
articuladas a um programa de acompanhamento e orientação essenciais à educação básica a que tem direito todo cidadão
do futuro professor para superar eventuais dificuldades e brasileiro. A obrigatoriedade da Base Nacional Comum para o
potencializar o desenvolvimento das competências ensino médio, que integra a educação básica, é uma medida
profissionais. Esse acompanhamento pode se dar por meio de inquestionável, que representa um grande avanço e precisa
orientações individuais, trocas por escrito, sugestões de ser mantida nos cursos de formação profissional de
leitura e de atividades, considerando a importância dos professores.
percursos pessoais não na perspectiva individualista, mas na Com isso, observam-se algumas limitações:
de trabalho compartilhado. - O desafio de aprender conteúdos da formação básica é
grande e requer muito investimento do aluno do ensino médio.
10. A organização de cursos de formação de professores, A formação profissional não deve ser priorizada em
quando em nível superior, pode prever conteúdos obrigatórios detrimento da formação básica, uma vez que, além de um
e optativos: a existência de cursos e outros espaços direito, é também determinante para a atuação como
curriculares optativos, simultaneamente ao trabalho básico professor.
com conteúdos obrigatórios, é mais um recurso importante - Se um curso de nível médio regular exige três anos para
para tornar o currículo mais flexível, permitindo que o futuro essa tarefa, não se pode negar que, num curso de quatro anos,
professor inicie seu percurso profissional e tome decisões em o tempo dedicado à formação básica concorre com o que é
relação à própria formação. dedicado à formação profissional.
- A construção de conhecimentos profissionais (como as
Indicações para a formação de professores em nível didáticas específicas, por exemplo) que pressupõem o domínio
médio dos conteúdos da escolaridade básica tem que ser feita
simultaneamente.
Tendo-se como referência o perfil de professores hoje - Não é possível oferecer, na medida desejável, a necessária
considerado necessário, a formação de professores de nível atenção às especificidades nas quais o futuro professor pode
médio encontra certas limitações - umas determinadas pelas atuar, ou seja, a educação infantil, o ensino regular das séries
características da etapa de vida dos alunos dessa fase da iniciais e de jovens e adultos.
escolaridade e outras pelas características do próprio curso. - uma vez que os futuros professores podem ingressar na
Levando-se em conta a faixa etária correspondente a uma carreira profissional imediatamente após o término do curso
progressão regular na escolaridade, os alunos do ensino médio de nível médio, esses tendem a centrar-se na gestão de classe,
geralmente têm de 15 a 18 anos, momento ainda marcado por no ensino dos conteúdos e das práticas de ensino, em
vivências próprias ainda da adolescência. Entretanto, o nível detrimento dos demais conteúdos que compõem o
de autonomia intelectual e emocional necessário ao exercício conhecimento profissional.
responsável das funções de professor só é possível para a
maior parte das pessoas, bem mais tarde, na idade Por todos os motivos expostos acima a experiência de
correspondente ao término de um curso superior. investigação que um curso de nível médio pode proporcionar
acaba tendo mais o caráter de instrumento para aprender

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conteúdos básicos do que para aprender a produzir a assumir a postura de professores. O primeiro ano, pode ser
conhecimentos pedagógicos com progressiva autonomia. dedicado a preparação para o estágio nas escolas de educação
A constatação dessas dificuldades não significa que a infantil e ensino fundamental, trazendo a discussão da
formação nesse nível de escolaridade será necessariamente de realidade do seu dia-a-dia para dentro da escola de formação,
baixa qualidade, nem deve servir de justificativa para que seja de modo que, ao iniciar o estágio os futuros professores
realizada com menor empenho. Considerando que é saibam qual é sua função, sua responsabilidade, e estejam em
imprescindível em muitos lugares - e o será ainda por algum condições de desenvolver um trabalho cooperativo onde
tempo - é fundamental que se empreendam todos os esforços forem estagiar. A ida às escolas pode ocorrer a partir do
para que os cursos de nível médio garantam o segundo ano com uma intensidade passível de garantir a
desenvolvimento das competências profissionais necessárias imersão no contexto profissional, sempre organizada pelo
aos futuros professores. Algumas experiências já realizadas no espaço de supervisão.
país, como a de CEFAM (Centro de Formação e
Aperfeiçoamento do Magistério), por exemplo, buscaram com 7. Em discussão com as escolas do sistema e com as
a instituição do curso em tempo integral, e que ampliam a Secretarias de Educação, e de acordo com a análise da
possibilidade de uma formação profissional adequada. realidade educacional em que se inserem, as escolas de
As indicações que se seguem apontam condições para formação deverão definir critérios e construir instrumentos de
assegurar a qualidade da formação de professores em nível avaliação final para aferir a competência desenvolvida por
médio. Para tanto, além de seguir as orientações gerais seus alunos. Se o aluno não tiver condições efetivas de assumir
colocadas no item anterior, é importante que sejam os encargos que a atuação profissional exige, deve estar aberta
observadas algumas peculiaridades: a possibilidade de certificação apenas no segmento médio da
1. Os cursos de formação de professores de nível médio educação básica e não a habilitação para o magistério.
devem ser organizados de modo a garantir estreita articulação
e organicidade entre a Base Nacional Comum, a Parte Formação de professores em exercício
Diversificada e a Formação Profissional, pela elaboração e
desenvolvimento do projeto educativo da escola de formação No caso da formação, em nível médio ou superior para
por todos os professores formadores. professores em exercício, vale afirmar a necessidade de
potencializara tematização da prática que já realiza, tomando-
2. A contextualização da Base Nacional Comum - BNG, tal a como objeto de reflexão e também garantir a possibilidade
como está posta nas de observação de outras experiências. Além disso, não se pode
"Diretrizes Curriculares do Ensino Médio" elaborada pelo confundir a formação para titulação de professores em
Conselho Nacional de Educação, pode tomar como referência exercício com a formação continuada. É preciso garantir
a atuação profissional de professor, isto é, envolver os conhecimentos que justifiquem o nível de escolaridade da
aspectos da docência, da atuação no projeto educativo da formação que está realizando. Assim quando se tratar de nível
escola, da participação na comunidade educativa e na médio, deve ser assegurada a BNC; (mando se tratar de nível
categoria profissional, de modo que os futuros professores superior, uma fundamentação e um aprofundamento que
possam conhecer a realidade em que vão se inserir como possibilite um nível maior de autonomia para a produção de
profissionais. conhecimentos profissionais.

3. A Parte Diversificada - 600 horas - pode estar voltada 2. Formação continuada


para o desenvolvimento de projetos que façam convergir
estudos para conhecimentos essenciais não só para sua As indicações que se seguem partem do princípio de que a
formação como pessoa, mas também, para sua formação formação continuada de professores deve responder tanto às
profissional. necessidades do sistema de ensino quanto às demandas dos
professores em exercício. Assim como a formação inicial, deve
4. E interessante que a Parte da Formação Profissional se assegurar o trabalho com conteúdos relacionados aos
desenvolva desde o primeiro ano do curso, com um aumento diferentes âmbitos do conhecimento profissional, de forma a
progressivo na carga horária total, para que, ao mesmo tempo promover continuamente o desenvolvimento de competências
que se intensifica os estudos da educação básica, vai-se que possibilitam uma atuação pautada não apenas na função
introduzindo questões específica do contexto profissional, que docente, mas também na condição de membro de uma equipe
serão gradualmente aprofundadas no decorrer da formação. responsável pela formulação, implementação e avaliação do
projeto educativo da escola e membro de uma categoria
5. A formação inicial de nível médio, embora não comporte profissional.
especializações, precisa incluir conhecimentos essenciais A atualização, o aprofundamento dos conhecimentos
relacionados à educação infantil, ao ensino fundamental, à profissionais e o desenvolvimento da capacidade de reflexão
educação especial e de jovens e adultos. E preciso possibilitar sobre o trabalho educativo deverão ser promovidos a partir de
aos futuros professores o reconhecimento dessas processos de formação continuada que se realizarão na escola
especificidades e da atenção que elas merecem, abrindo a onde cada professor trabalha e em ações realizadas pelas
perspectiva de um aprofundamento futuro da questão. No que Secretarias de Educação e outras instituições formadoras,
se refere a alunos portadores de necessidades especiais, é envolvendo equipes de uma ou mais escolas.
fundamental que os cursos favoreçam não só o
reconhecimento da necessidade de sua inclusão nas escolas 1. É preciso garantir espaços e tempos reservados na
regulares, mas também a atitude de disponibilidade para rotina de trabalho na escola, para que os professores e
acolhê-los, atendê-los e ensiná-los em parceria com coordenadores pedagógicos (também chamados de
especialistas. orientadores ou supervisores, dependendo do sistema de
ensino) realizem práticas sistemáticas de: análise das ações
6. E imprescindível que os grupos de supervisão desenvolvidas, estudo, troca de experiências, documentação
aconteçam durante todo o curso, tendo a função principal de do trabalho, discussão de observações, criação e planejamento
acompanhar o percurso de cada um na sua formação como coletivo de propostas didáticas etc.
profissional. Os trabalhos de estágio precisam ocorrer
progressivamente, para que os alunos possam ir aprendendo

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2. Deve ser previsto um sistema de apoio aos professores 11. Devem estar garantidas, nos programas de formação
iniciantes, o que inclui: reuniões de trabalho coletivo e continuada, práticas e recursos que permitam a ampliação do
discussões individuais com o coordenador pedagógico ou horizonte cultural e profissional dos professores e o seu
professores formadores das escolas em que atuam, técnicos desenvolvimento pessoal: saídas em grupo, participação de
das secretarias e, sempre que possível, dos formadores de suas eventos, intercâmbio de informações, debates sobre temas da
escolas de formação inicial. atualidade, organização de associações e grupos autônomos
com diferentes finalidades, produção de expressão coletiva
3. Todo programa de formação continuada deve ser (revista, jornal, vídeos, fitas, teatro, dança), uso de tecnologias
definido a partir de: de informação e comunicação etc.
- uma análise da realidade na qual pretende incidir;
- uma avaliação de ações de formação anteriores; 12.É de igual importância que os professores em seu
- novas demandas colocadas, levando-se em conta as desenvolvimento profissional possam não só atualizar-se em
orientações do Ministério da Educação, as diretrizes dos relação às leis da educação e acompanhar as políticas
Conselhos de Educação e as metas institucionais da própria educacionais como também discuti-las em uma perspectiva
Secretaria de Educação. crítica para se posicionar em relação a elas.

4. As modalidades de formação, a escolha dos formadores, 13.Definir uma sistemática de avaliação criteriosa para os
o tempo adequado, a infraestrutura necessária, o número de programas de formação continuada é uma necessidade: é
professores a ser atendido pelos programas de formação preciso criar espaços e mecanismos de avaliação processual e
continuada devem ser planejados cuidadosamente a partir da de alcance das ações desenvolvidas, para que os seus
definição de objetivos, principais conteúdos, metodologia, resultados sejam utilizados na reformulação das práticas tanto
recursos didáticos, instrumentos de avaliação, entre outros dos formadores quanto dos professores. Um sistema de
aspectos. avaliação pautado nas competências profissionais que são
objetivos da formação dos professores e na qualidade das
5. A quantidade de participantes de um grupo/evento de aprendizagens de seus alunos é fundamental, também, para
formação se define a partir da finalidade e da metodologia instituir uma carreira que valorize o desenvolvimento
adotada: a utilização da estratégia de análise de registros que profissional (ver parte V).
documentam as práticas com vistas a transformá-las, por
exemplo, requer um trabalho em grupos não muito 3. Formação profissional a distância
numerosos; em contrapartida, a atualização a respeito de
temas educacionais mais amplos pode ser feita em grandes Em função da tendência de expansão das iniciativas de
grupos. educação a distância, para atender a grande demanda de
formação de professores, e da preocupação demonstrada pela
6. Os programas podem e devem prever a combinação de comunidade educacional em relação ao alcance não só
ações internas às escolas com ações destinadas a reunir quantitativo, mas também, qualitativo dessas iniciativas,
professores de várias escolas: no primeiro caso, a vantagem é seguem indicações para assegurar a necessária qualidade
que a ação envolve toda a equipe de trabalho e contribui mais dessa modalidade de formação.
diretamente ao desenvolvimento do projeto educativo de cada 1. A educação a distância para a formação profissional de
escola; no segundo caso, a vantagem é a possibilidade de professores não pode prescindir de espaços presenciais e
intercâmbio com professores de diferentes locais, abrindo esses não podem restringir-se exclusivamente aos exames e
possibilidades de troca e socialização de experiências. avaliações finais: a presença de formadores como parceiros
experientes dos professores é insubstituível no processo de
7. As ações de formação continuada devem incluir a formação. Os momentos presenciais, quando em pequenos
observação, análise e discussão do trabalho de outros grupos, e tendo uma periodicidade pelo menos quinzenal,
professores (diretamente ou por meio de recursos de criam as necessárias condições para que haja
documentação), a exposição de trabalhos realizados, a análise acompanhamento dos participantes dos programas e para a
de atividades e produções de alunos, a criação e vivencia da interlocução requerida pelo trabalho de professor.
experimentação de situações didáticas intencionalmente Os tutores - responsáveis pelo acompanhamento de grupos de
planejadas, para posterior análise, de modo a possibilitar que professores - precisam assumir a coordenação da supervisão e
os professores reelaborem o que já sabem e fazem. Nesse de grupos de estudo, garantindo o desenvolvimento de
processo, seus conhecimentos prévios, crenças, ideias e conhecimentos experienciais para atuar em situações
opiniões precisam ser de fato considerados, não só porque contextualizadas e de discussão teórica.
essa é uma postura educativa democrática, mas porque é
condição para a aprendizagem significativa. 2. A existência de uma organização que estruture,
sistematize e operacionalize as ações previstas com a
8. Os programas de formação continuada devem utilizar participação dos profissionais envolvidos no desenvolvimento
recursos de documentação, tais como: diários de professor, e acompanhamento dos cursos é condição para a
registros de um observador de classe, utilizando diferentes implementação da formação apoiada nos recursos de
meios como relatos escritos, vídeos, gravações em fita etc. educação a distância. Essa articulação entre os diferentes
atores é o equivalente ao desenvolvimento do projeto
9. A observação da atuação dos professores é parte educativo das escolas de formação.
intrínseca do trabalho dos formadores: é isso que lhes permite
conhecer o processo de aprendizagem dos professores, 3. E necessário também que os formadores dessa
adequar as ações de formação a ele e avaliar seus resultados. modalidade não só estejam em constante atualização em
relação às investigações da áreas educacional, mas também em
10. E imprescindível que a sequenciação dos conteúdos de relação às especificidades da formação a distância.
um programa de formação tenha uma relativa flexibilidade:
por um lado, não pode perder de vista os objetivos definidos 4. Assim como os momentos presenciais precisam ser
no início c, por outro, deve adequar-se às necessidades garantidos para preservar a qualidade da formação defendida
identificadas no percurso do trabalho. neste documento, os materiais impressos têm igual relevância.

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Todo programa de formação a distância deve disponibilizar 1. As ações de formação continuada terão maior sucesso
materiais que permitam aos professores em formação retomar quando planejadas de forma integrada a um plano maior, que
os conteúdos trabalhados, tais como, cadernos de atividades, inclua propostas de melhoria das condições de trabalho,
textos, vídeos, programas de computador, entre outros. O carreira e salário dos profissionais da educação e leve em
acesso a um acervo de bons livros para estudo e pesquisa, consideração as necessidades identificadas, as determinações
assim como um local de encontro para trocas eventuais são legais e as diretrizes do Conselho Nacional de Educação.
também condições para uma formação profissional que não
fique amarrada aos estudos dirigidos, o que compromete a sua 2. E preciso que as Secretarias de Educação favoreçam a
qualidade. construção de uma cultura de desenvolvimento profissional
permanente mediante a promoção de ações voltadas para
5. O uso de meios de comunicação que favoreçam a atualização, aprofundamento e intercâmbio de experiências e
interlocução entre os participantes do programa e os mediante a criação de condições para que a formação
profissionais responsáveis pela sua formação profissional continuada possa ocorrer dentro da jornada regular de
podem ser variados, como cartas, Internet, telefone, rádio..., trabalho dos profissionais da educação, sem prejuízo das
mas em todos os casos precisam estar no centro das horas de docência.
preocupações da formação a distância para garantir o
acompanhamento dos alunos pelos formadores e para não 3. Constituir um sistema de formação para superar a
incentivar práticas solitárias. desarticulação e a pulverização das ações de formação
promovidas por diferentes instituições, implica enfrentar o
6. A avaliação processual dos professores, além de se desafio de coordenar as diferentes ações de formação inicial
pautar pela construção das competências profissionais, ou continuada a serem propostas ou em curso em cada Estado
precisa acompanhar a capacidade de manejo dos instrumentos ou Município. Isso deve ser fruto de uma parceria entre as
utilizados na educação a distância para que possam ser esferas administrativas envolvidas e as agências formadoras,
atendidos nas suas dificuldades e levarem adiante o curso com para que possam convergir para uma perspectiva de
possibilidade de sucesso. desenvolvimento profissional permanente articulado com um
plano de carreira e salários.
4. Formulação de políticas de formação nas Secretarias
de Educação 4. E necessário, para isso, que se criem dispositivos que
permitam de fato a constituição e consolidação de um sistema
As secretarias municipais e estaduais desenvolvem tarefas de formação que promova o desenvolvimento profissional
da maior relevância para o desenvolvimento profissional de permanente. E recomendável por exemplo, que cada
professores, tarefas que, em muitos casos, vinham sendo secretaria disponha de um setor ou departamento técnico
desenvolvidas apenas pelas secretarias estaduais. Com o responsável, por elaborar, coordenar e implementar
processo de municipalização do ensino, cada vez mais as permanentemente programas de formação continuada na
prefeituras vêm assumindo a responsabilidade pela etapa rede, ou seja, uma equipe técnica de formação, composta de
inicial da educação básica e, consequentemente, pela formação profissionais com competência comprovada para o exercício
continuada dos professores desse segmento. A das funções de formadores de professores.
descentralização da política educacional por meio da
estruturação dos sistemas municipais de ensino favorece 5. A equipe de formação das secretarias deve atuar em
maior proximidade e influência política da comunidade estreita relação com os formadores das escolas, o que, além de
escolar (especialistas, professores, funcionários, alunos e pais) favorecer o acompanhamento do dia-a-dia, propicia
sobre a esfera de governo responsável pelas instituições intercâmbio constante, avaliação das reais necessidades de
educativas - o que, por sua vez, favorece uma gestão mais alunos e professores, planejamento institucional pautado em
democrática das escolas e dos sistemas de ensino e, em informações mais objetivas e controle mais efetivo dos
decorrência, responsabilidades compartilhadas em relação à resultados das ações desenvolvidas.
qualidade da educação oferecida à população.
No que se refere à formação de professores, seja no âmbito 6. E desejável a criação da função de professor-formador:
do estado ou do município - a depender de cada local - cabe às um professor experiente de educação infantil de 1ª a 4a séries
secretarias de educação algumas responsabilidades: que recebe, em sua escola de lotação, professores em processo
- cuidar dos aspectos direta ou indiretamente relacionados de formação inicial ou continuada. Esse profissional deve
à qualidade da atuação dos profissionais da rede e da educação continuar responsável pela classe em que é titular e receber e
escolar oferecida, assessorando e avaliando as ações de ter tempo em sua jornada de trabalho destinado ao exercício
formação continuada realizadas nas escolas; da função de formador e receber gratificação correspondente.
- promover a formação dos profissionais formadores
responsáveis pela formação continuada desenvolvida no 7. As iniciativas de formação inicial e de formação
âmbito da escola; continuada já desenvolvidas por administrações anteriores,
- elaborar, coordenar e desenvolver programas de bem como seus efeitos sobre o trabalho das escolas, devem ser
formação continuada dos profissionais da rede, difundindo discutidos e avaliados com o objetivo de orientar as novas
propostas bem sucedidas realizadas nas escolas, planejando e ações no sentido de provocar avanços e superar as possíveis
organizando eventos e publicações que propiciem intercâmbio falhas e deficiências detectadas, superando-se, assim, a prática
de informações e experiências; da descontinuidade. O envolvimento de todos os atores no
Promover parcerias entre agências formadoras, processo de implementação de políticas e projetos
associações de educadores, ONGs etc, para a implementação educacionais, assim como a corresponsabilidade pelas
de ações interinstitucionais que favoreçam a formação dos decisões tomadas, é condição para que as mudanças se
profissionais da rede; consolidem e se estruture um sistema de desenvolvimento
- promover a articulação entre as escolas do sistema e as profissional permanente, capaz de perdurar apesar das
instituições formadoras para que se possam beneficiar de mudanças de governo.
parte a parte em favor da melhoria da qualidade da formação.
As orientações que se seguem visam, portanto, subsidiar as
secretarias no cumprimento dessas responsabilidades:

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8. E interessante a criação de centros de formação pelas perspectiva do desenvolvimento de uma cultura de


secretarias, que podem ser resultado da parceria com outras responsabilidade por parte de todos os envolvidos: secretarias
instituições. Esses centros são espaços onde os professores de de educação, agências formadoras e professores.
um ou mais municípios podem consultar o registro do trabalho Conforme anteriormente explicitado, a concepção de
de outros professores, utilizar livros de uma boa biblioteca, desenvolvimento profissional refere-se ao processo contínuo
assistir a vídeos, promover e participar de eventos e encontrar que se inicia com a preparação profissional realizada nos
outros professores para atividades diversas. Isso favorece o cursos de formação inicial e prossegue, após o ingresso no
desenvolvimento da autonomia profissional, faz circular magistério, ao longo de toda a carreira com o aperfeiçoamento
informações e é também uma forma de enriquecer o trabalho alcançado por meio da experiência, aliada às ações de
docente nas escolas. Além do que, os centros de formação formação continuada organizadas.
podem manter inúmeras atividades culturais que ampliam a
cultura geral e profissional dos professores. Esse processo, ainda que contínuo, é marcado por
momentos significativos que poderão ser potencializados e
9. A criação de publicações que possibilitem a comunicação sinalizar tanto para os professores quanto para a sociedade o
entre os professores de uma rede - e entre redes - por sua vez, aperfeiçoamento e os ganhos em competência que os
estimula a documentação do trabalho, a reflexão sobre a professores vão tendo ao longo de sua vivência profissional.
prática e a produção de conhecimento pedagógico inovador. Há marcadamente um período em que atuam como
As indicações aqui propostas, certamente terão melhores professores iniciantes e outro como professores experientes.
resultados se forem concretizados no contexto de uma cultura Quando ingressam no magistério, os professores
de participação na definição das políticas públicas de formação iniciantes, como já se observou na Parte II, têm um grande
e de corresponsabilidade por sua implementação, condições desafio que é dominar as práticas do trabalho docente e do
para uma gestão institucional democrática. trabalho coletivo com seus pares, compreender as relações
institucionais das escolas em que trabalham e das redes a que
PARTE V pertencem e nelas se inserir.
Depois de algum tempo dessa vivência - em geral 2 a 3 anos
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL PERMANENTE E - tempo considerado pela legislação como "estágio probatório"
PROGRESSÃO NA CARREIRA os profissionais se tornam professores experientes.
Entretanto, isso não significa que, após dois ou três, anos
Na discussão sobre formação de professores é central o chegam ao máximo de desenvolvimento possível como
reconhecimento e a afirmação da importância do atual profissionais: além de continuarem participando de ações de
processo de profissionalização dos professores. Nessa formação continuada, podem enfrentar novos desafios e
perspectiva, não só a elevação da qualidade e da formação assumir maiores responsabilidades, num caminho que só
profissional é inadiável como a valorização e a reestruturação termina ao encerrar a carreira.
da carreira do magistério. Não parece coerente que se projete Uma dessas possibilidades é a de trabalhar como
uma formação com níveis de exigência que expressem a professores-formadores junto aos estagiários e aos
importância do papel do professor sem associá-los a uma professores iniciantes, nos horários extraclasse previstos na
carreira que seja atraente, que estimule investimentos jornada de trabalho19. Essa função do professor experiente,
pessoais dos professores, e que isso reverta em melhoria tratada em seções anteriores deste documento, já existe, ainda
salarial. que de modo informal, em algumas redes de ensino. Instituí-la
Embora, pela sua natureza, este documento não inclua uma oficialmente oportuniza aos professores a possibilidade de
especificação detalhada dessas questões, é imprescindível desenvolverem outras atividades sem deixar de exercer a
discutir a necessidade de uma relação estreita entre docência.
desenvolvimento profissional e progressão na carreira.
Atualmente, de modo geral, o empenho dos professores Além de atuar como professores-formadores há outras
que atuam com responsabilidade e investem no seu atividades que um professor experiente pode ter na escola e
desenvolvimento profissional ao longo da carreira não tem que revertem tanto em benefício para a escola e para os alunos
sido devidamente considerado. Os critérios mais comumente quanto para seu desenvolvimento profissional. São, por
utilizados para progressão na carreira independem desse exemplo, os trabalhos de apoio à aprendizagem de alunos com
empenho: sobrevalorizam a titulação, os certificados e o menor aproveitamento escolar e a atuação junto aos alunos
tempo de serviço, que vale igual para todos, nos laboratórios de informática, entre outros. O fundamental é
independentemente da qualidade da atuação e do que possam continuar se desenvolvendo, fazer uso de sua
desenvolvimento de competências profissionais. experiência para expandir seu campo de atuação profissional
Transformar essa concepção implica: - sem deixar de ser professores.
- ampliação e revisão das ofertas de formação - para que
todos tenham acesso a condições de desenvolvimento 1. Articulação entre as ações de formação
profissional, não ficando, esse, associado exclusivamente ao
esforço individual; Promover a formação de professores na perspectiva do
- necessidade de avaliar adequadamente a atuação dos desenvolvimento profissional permanente exige das
professores para que ela expresse os avanços e limitações no Secretarias de Educação um papel de articulação de ações de
desenvolvimento profissional, orientando o trajeto de cada formação desenvolvidas por diferentes instituições
professor e as ações de formação dos sistemas de ensino; formadoras, criando-se assim um sistema que garanta sentido,
- construir indicadores para progressão na carreira, de organicidade e continuidade entre elas.
modo que haja correspondência entre o aperfeiçoamento dos As ações aqui previstas são possibilidades que cada
professores e possibilidades efetivas de progressão na sistema de ensino poderá implementar adequando-as à sua
carreira. realidade, assim como criar outras a partir de suas
experiências. Procurou-se colocar num quadro único um
Esta parte final dos Referenciais aborda formas de conjunto dessas ações de modo a dar visibilidade às suas
promovera profissionalização do magistério tendo como especificidades e, ao mesmo tempo, suas conexões.
princípio a articulação das ações de formação, da avaliação da
atuação profissional e da progressão na carreira na

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Como se vê no quadro, a seguir, um sistema de formação sem a necessária explicitação e socialização dos critérios
integra desde aquelas ações internas às escolas, promovidas utilizados e sem a implementação de processos claros e
pelas suas próprias equipes de professores e profissionais que sistemáticos. Há que se considerar também as resistências
exercem as funções de apoio pedagógico, até aquelas que diante de situações de avaliação, sequelas do caráter
compõem programas envolvendo a rede de ensino e a meramente classificatório que marca a história da avaliação
comunidade educacional mais ampla. educacional em nosso país. O uso dos resultados da avaliação
Para as ações internas, é necessária a utilização das horas apenas para classificar as pessoas é imobilizador, já que as
extraclasse previstas na jornada dos professores para estigmatiza e não estimula a melhoria de sua atuação.
realização de um trabalho significativo e consistente de
formação, envolvendo também os coordenadores E preciso fazer algumas considerações também em relação
pedagógicos. Nesse trabalho, as práticas são tematizadas, à avaliação de conhecimentos, de desempenho e da
buscam-se e criam-se alternativas de atuação e de organização qualificação, medida por número de certificados de cursos que
das atividades, estuda-se junto, discute-se, planeja-se e servem como indicadores qualitativos. Quanto aos dois
avaliam-se resultados. E esse processo de aprendizagem e primeiros (conhecimento e desempenho) a questão que se
desenvolvimento da equipe que concretiza o projeto educativo coloca é a necessidade de articulá-los. Tomá-los como coisas
da escola. isoladas confronta-se com o conceito de competência
Por sua vez, o acompanhamento ao trabalho interno das profissional defendido neste documento - que pressupõe a
escolas pelas equipes técnicas das secretarias é um elemento capacidade de mobilizar saberes de diferentes naturezas no
importante na articulação entre as ações de formação, pois exercício de suas funções e segundo o qual a real qualidade do
permite conhecer em profundidade as demandas de formação trabalho profissional só pode ser aferida em situação
de toda a rede a partir das quais se pode selecionar temáticas contextualizada. Sendo assim, a avaliação da atuação traz em
para programas de formação e planejar ações maiores e mais si própria a avaliação de conhecimentos de diferentes
abrangentes, como a criação de centros de formação e naturezas, incluindo-se o conhecimento experiencial.
publicações. Isso também permite que as secretarias Quanto à qualificação dos professores, quando medida por
demandam ações de formação mais concretas e específicas às certificados de participação em eventos que apenas indicam o
agências formadoras (universidades, institutos de formação, número de horas e o tema tratado, é pouco significativa, pois o
escolas normais, ONGs, associações profissionais etc), simples fato de comparecer a cursos e seminários não garante
realizando um trabalho conjunto para responder efetivamente melhoria da atuação profissional. Para que sejam indicadores
à expectativa dos professores e às necessidades do seu consistentes, seria necessário que os cursos promovessem
desenvolvimento profissional. uma avaliação centrada no uso dos conhecimentos
Essa integração só é possível quando há um esforço desenvolvidos e emitissem os certificados acompanhados de
conjunto das diferentes instituições formadoras (secretarias uma avaliação do aproveitamento.
de educação, escolas de educação infantil e de ensino O compromisso de contribuir com o desenvolvimento
fundamental, escolas de formação e demais agências profissional dos professores evidencia a necessidade de se
formadoras) na direção de uma real articulação buscar caminhos de instalação de uma cultura de avaliação e
interinstitucional. responsabilidade, o que promove a valorização do trabalho
Cada uma delas tem ações específicas e complementares profissional dos professores uma tendência que vem
para garantir o funcionamento do sistema de formação. ganhando espaço em diferentes países. Instituir processos de
Entretanto, para que tal articulação "funcione" é importante avaliação da atuação profissional, capazes de aferir a
que as secretarias de educação atuem na articulação das ações qualidade efetiva do trabalho do professor, para além da
das diferentes instituições, uma vez que são elas, em última contagem do tempo de exercício e acúmulo de títulos implica
instância, as responsáveis pelas redes e que depende delas, na decidir sobre: para que avalia, o que se avalia, como se avalia e
maioria das vezes, a criação de condições para que as ações quem avalia.
aconteçam. As orientações que se seguem representam possibilidades
de organizar esses elementos que devem ser constitutivos do
A organização de sistemas de formação permanente pode processo de avaliação.
potencializar redes de comunicação, e intercâmbio de
experiências constituindo parcerias regionais entre Em primeiro lugar, é preciso considerar a necessidade de
municípios próximos, desenvolvendo projetos comuns e, que se estabeleça o que deve ser avaliado e os instrumentos
assim, maximizando recursos. para isso, de modo que sejam comuns a toda a rede. Essas
definições poderão ser feitas pelas secretarias de educação, de
2. Avaliação da atuação profissional modo compartilhado com as instituições envolvidas nas ações
de formação, representantes das escolas e de professores, de
Assim como a existência de ações articuladas de formação forma que possam ser conhecidas e legitimadas por todos.
é condição para o desenvolvimento profissional, a avaliação da A proposta aqui colocada é de que se formulem
atuação profissional é também condição para orientar, regular indicadores relacionados à docência, à produção de
esse processo e torná-lo orientador da progressão na carreira. conhecimentos, ao desenvolvimento pessoal, à participação no
Entretanto para servir a esses objetivos é necessário que projeto educativo da escola e na comunidade educacional mais
se modifique a forma como é comumente feita hoje já que ampla, isto é, a todas as dimensões da atuação profissional de
raramente a avaliação focaliza o desenvolvimento das professor. Além disso, propõe-se que a avaliação seja feita por
competências diretamente relacionadas ao trabalho dos meio de diferentes ações e por diferentes avaliadores, para
professores. Se é certo que a complexidade é inerente à que possa fazer jus à complexidade do trabalho de professor.
atuação do professor, a avaliação não pode se reduzir a alguns
aspectos isolados entre si e descontextualizados. 2.1. Avaliação interna às escolas
Essa avaliação, quase sempre episódica, tem incidido em
grande parte sobre dados isolados, tais como índice de E na escola que se pode fazer uma avaliação mais
reprovação dos alunos e abandono da escola, ou detalhada e mais consistente da atuação profissional dos
inconsistentes, como, por exemplo, o comportamento mais ou professores, uma vez que se está mais próximo dela, das
menos tolerante com os alunos (o professor "bonzinho"), circunstâncias e das condições em que se desenvolve e dos
rígido ou exigente (o professor "durão", que "puxa" os alunos), seus resultados, nem sempre quantificáveis. Por outro lado, a

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inclusão da avaliação da atuação dos professores como parte anteriormente definidos, permite conhecer o seu processo de
do trabalho da escola permite que eles próprios aprofundem o desenvolvimento profissional.
conhecimento de suas potencialidades e limites, enquanto
equipe e no âmbito pessoal, e estabeleçam metas e desafios Análise da equipe
próprios, que direcionem seus investimentos e tomadas de
decisão em relação à formação e à organização de seu trabalho. A avaliação da atuação profissional feita na equipe da
Dessa forma, pode-se desenvolver uma cultura de escola deve ser um trabalho coletivo, compartilhado e
responsabilidade coletiva e de cooperação, favorecendo a cooperativo para promover o desenvolvimento dos
produção coletiva e pessoal dos professores. Essa avaliação profissionais e do projeto educativo. Tanto quanto a
precisa, portanto, ter caráter processual mas também socialização dos relatórios pessoais, a prática de trabalho
momentos de sistematização, pelo menos uma vez a cada ano. coletivo sistemático na equipe possibilita o conhecimento da
Sem dúvida alguma, a qualidade da aprendizagem dos atuação uns dos outros e o estabelecimento de relações de
alunos é um indicador da maior importância, já que é a confiança, condições para avaliar a contribuição e o empenho
finalidade última de toda a atuação profissional de professor. de todos.
Relacionar o resultado da avaliação dos alunos às práticas de A direção da escola (administrativa e pedagógica) tem um
ensino desenvolvidas permite avaliar analítica e criticamente papel fundamental na coordenação desse trabalho para
o trabalho dos professores no contexto das condições garantir seu caráter emancipatório, impedir desvios e garantir
concretas em que acontece. Entretanto, não se pode esquecer objetividade e justiça nas avaliações.
das demais dimensões da atuação profissional e de outros
indicadores para a avaliação. Relatório da direção da escola
Para que a avaliação seja ampla, consistente e não caia em
julgamentos feitos a priori, além de critérios e indicadores Cabe à direção da escola a sistematização das avaliações
claros, é necessário que se utilize diferentes meios, tais como feitas em equipe e um parecer sobre a atuação dos professores,
a observação de classe, a discussão em equipe, a elaboração de orientado pelos critérios eleitos. Esse parecer encaminhado à
registros e a auto avaliação. secretaria da educação, destina-se à contagem de créditos para
Dentre os diferentes instrumentos de avaliação, os que se progressão na carreira, conforme será discutido adiante.
seguem são bastante úteis e sua utilização é possível a
praticamente todas as escolas. 2.2. Avaliação externa às escolas

Registros Os processos de avaliação elaborada realizados pela


Secretaria de Educação envolvendo todos os professores,
O registro sistemático do trabalho inclui tanto o permite conhecer seu quadro de profissionais, detectar pontos
planejamento dos objetivos e das atividades educativas, fortes e fracos e assim direcionar melhor sua ação gestora do
quanto uma análise das situações criadas, das produções dos sistema de ensino. Geralmente esse tipo de avaliação é feito
alunos, dificuldades e soluções encontradas, resultados por meio de provas a que são submetidos todos os professores
obtidos, reflexões, indagações e conclusões, materiais para que haja possibilidade de construção de um panorama
utilizados etc. Para esse registro é possível utilizar-se de geral e para que possam comparar e cruzar os dados daí
diferentes recursos além do texto escrito, tais como trabalhos resultantes. Esse é, sem dúvida, um instrumento importante
de alunos, fotografias, vídeos etc. para tal finalidade. O que se quer ressaltar, entretanto, é a
O registro é um trabalho pessoal que pode ser necessidade de que tais provas não sejam compostas apenas
sistematizado e transformado em relatórios para socialização de questões conceituais, pois cumprem muito mais
e avaliação pela equipe de professores e direção da escola. adequadamente a sua função se as questões forem formuladas
Com isso, antes de mais nada, o professor pode fazer sua auto como situações-problema relativas à atuação profissional dos
avaliação. Um trabalho dessa natureza contribui diretamente professores, nas suas várias dimensões, e para as quais eles
para o desenvolvimento profissional, pois analisar em tenham que construir respostas que demandem reflexão,
profundidade o próprio percurso faz perceber seus avanços e análise crítica e o uso dos conhecimentos que desenvolveram
limites, promove a tomada de consciência da própria ao longo de sua experiência e de sua formação. Dessa forma a
produção, favorecendo a autonomia e a formulação de prova poderá deixar claro não só o que os professores sabem,
projetos pessoais de trabalho e desenvolvimento. mas principalmente o que podem fazer, as concepções que
Utilizando-se dos relatórios periódicos, é possível elaborar permeiam sua prática e os aspectos que precisam ser
um outro instrumento de avaliação do desenvolvimento transformados.
profissional: o memorial, ou portfolio, onde se faz um registro
e uma análise do percurso pessoal de formação num tempo 3. Avaliação dos sistemas de ensino e das práticas de
mais longo, centrada nas questões e desafios enfrentados e nas formação
próprias produções.
Da mesma forma que os professores registram seus Assim como a avaliação que a Secretaria de Educação
trabalhos, os coordenadores pedagógicos e/ou professores efetua nas redes produzem um quadro geral orientador de
formadores devem registrar as observações de sala de aula e ações, as avaliações nacionais promovidas pelo Ministério da
as discussões que promovem com os professores. Esse registro Educação têm o mesmo papel. Tanto os resultados das
precisa contemplar o processo pelo qual o professor e equipe avaliações dos alunos quanto os dados relativos ao trabalho e
estão envolvidos, as diferentes formas de desenvolvimento do à formação dos professores são referências importantes para
trabalho em cada classe segundo suas características os formadores e para os gestores dos sistemas de ensino na
específicas. Se o trabalho do professor é contextualizado, sua medida em que permitem situar a própria experiência no
avaliação também precisa ser. quadro geral do país.
Os registros dos professores e coordenadores possibilitam Esse é um tipo de avaliação imprescindível, porém um
que se tenha uma visão processual da relação entre atuação grande desafio. Avaliar um sistema não é apenas considerar
profissional e qualidade das aprendizagens dos alunos e, por um leque amplo de indicadores, dispor de critérios precisos,
isso, são bons instrumentos de avaliação da atuação do reunir a maior quantidade possível de dados relevantes ou
professor: sua análise, levando em conta os critérios fazer uma somatória de análises dos dados coletados: é
interpretar também as relações entre eles, hierarquizá-los,

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coloca-los a serviço de adequados encaminhamentos. E isso A lógica que orienta a progressão nas carreiras que assim
que permite de fato diagnosticar, aferir o valor dos resultados se organizam é a da competição entre parceiros, o que se
alcançados, constituir-se em referência, possibilitar mudanças contrapõe à cultura de cooperação, ao caráter coletivo da
necessárias. atuação de professor e ao espírito de equipe - condições
A avaliação do sistema tem uma função diagnostica das necessárias ao desenvolvimento profissional e dos projetos
mais importantes. Entretanto, é preciso considerar que um educativos das escolas. Some-se a isso o fato de que esse tipo
diagnóstico nunca é completamente coincidente com a de estruturação e progressão de carreira acaba funcionando
realidade, pois quem o faz inevitavelmente interpreta o que como uma mensagem subliminar de desestímulo dada a
verifica na realidade. Nesse caso, o desafio é compreender o impossibilidade de todos ascenderem aos estágios superiores.
que revelam os dados obtidos por meio dos instrumentos de
avaliação. O que revelam, por exemplo, os índices de retenção, Esse modelo, portanto, não é adequado para o Magistério,
de evasão e de distorção idade/série no ensino fundamental? uma vez que, além de injusto, não serve de incentivo para que
Que questões colocam às ações de formação de professores? todos os professores invistam em seu próprio
Há relação entre a qualidade da formação dos professores e a desenvolvimento profissional como professores. Atualmente,
elevação da qualidade das aprendizagens das crianças, jovens quando isso ocorre, é fruto da iniciativa, compromisso e
e adultos? Qual a demanda real para o magistério em cada mérito deles próprios.
região? Por quê? Onde estão os professores formados: nas Uma outra característica negativa, no caso de muitas
escolas ou em outros postos de trabalho? Por quê? carreiras do magistério é a vinculação do nível salarial ao nível
Respostas para essas e tantas outras questões são uma de ensino em que os professores atuam: os que atuam na
tarefa para todos os sistemas de ensino. Embora quaisquer educação infantil recebem salários menores que os atuam no
dimensões do sistema educacional possam e devam ser ensino fundamental e assim sucessivamente. Além disso,
avaliadas periodicamente, tudo indica que o mais relevante no especialmente no caso dos professores da educação infantil,
momento é a avaliação de aspectos que podem ajudar a muitas vezes não são previstas na jornada de trabalho horas
compor um quadro real da situação na qual incidem/incidirão para estudo, planejamento e trabalho coletivo. Isso "diz" que o
as políticas públicas, bem como a avaliação do alcance das trabalho de educação infantil é menos importante, que requer
ações propostas e da produtividade do sistema. menor competência e, portanto, menor investimento em
Em relação à formação de professores, é particularmente desenvolvimento profissional - o que, todos sabemos, não é
importante que se avalie, em cada unidade da federação, quais verdade.
são as reais necessidades que estão colocadas: a demanda para E à vista de tal análise que se justifica a defesa da
formação inicial em nível médio e em nível superior, a reorganização da carreira de magistério e do uso dos
demanda para formação continuada, as eventuais resultados das avaliações qualitativas da atuação profissional
transformações a serem feitas nas instituições formadoras e como 0 princípio norteador dos critérios para progressão na
práticas existentes, o efeito das experiências já realizadas. Essa carreira.
avaliação do sistema de formação é subsídio para decisões
relativas à progressão na carreira na perspectiva tratada a 4.2. O desenvolvimento profissional como princípio de
seguir. progressão na carreira

4. Progressão na carreira Não cabe a este documento propor um modelo de carreira


para o magistério. Trata-se aqui de definir princípios
4.1. A estrutura da carreira de magistério norteadores para apoiar o processo de elaboração e de
reelaboração de carreiras a ser feito pelas administrações
A carreira profissional é a estrutura que organiza o municipais e estaduais, na perspectiva de adequá-las à
exercício das atividades profissionais definindo cargos, com as concepção de desenvolvimento profissional dos professores,
funções e atribuições a eles correspondentes, e relacionando- conforme colocado até aqui.
os hierarquicamente. O plano de carreira é o conjunto de Tomar o desenvolvimento profissional como princípio
normas que regula as condições e o processo de para a progressão na carreira significa dar maior peso relativo
movimentação na carreira, estabelecendo a progressão aos créditos obtidos por meio das avaliações sucessivas da
funcional e a correspondente evolução da remuneração. atuação profissional do que àqueles relativos à certificação e
E fato hoje em dia que, para muitos profissionais, progredir ao tempo de serviço. Assim, a defesa é de que, quanto mais os
na carreira de magistério significa deixar de ser professor para professores desenvolverem suas competências profissionais, e
ser diretor, orientador educacional, coordenador pedagógico, melhor atuarem efetivamente, melhores salários recebam. E
ou para assumir funções administrativas. Isso acontece ainda, que não haja funções ou cargos na carreira de
especialmente quando essas funções configuram cargos magistério melhor remunerados do que o cargo de professor
situados no topo da carreira e não há incentivos para o no patamar mais alto.
desenvolvimento profissional como professor, fazendo com O que aqui se recomenda não é, portanto, a abolição da
que ótimos profissionais deixem as salas de aula, o trabalho titulação dos certificados e do tempo de serviço como critérios
direto com os alunos, em busca de maior status e melhor para progressão, mas a relativização do peso que atualmente
salário. têm em razão da sua insuficiência para dar conta do
Além disso, há um outro aspecto que se combina com o crescimento contínuo de qualidade na atuação de professor.
anterior: em muitas redes de ensino poucos professores
conseguem chegar até o último estágio da carreira também Titulação em nível médio ou superior
porque o número de cargos aí previsto é muito pequeno. Esse
tipo de estruturação é próprio de profissões em que a As primeiras pontuações que um professor obtém na
hierarquia é baseada no poder de comando e/ou na concepção carreira são relativas ao seu nível de preparação profissional.
de que alguns poucos e melhores profissionais devem ter as Por tudo o que foi colocado neste documento, não é possível
atribuições de maior responsabilidade e, por isso, mais deixar de considerar que a formação inicial em nível superior
valorizado, enquanto a maioria tem a responsabilidade pela deve ser valorizada na carreira com uma pontuação maior que
execução - tarefa socialmente menos valorizada. a de nível médio.

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Estágio probatório e um consequente avanço no desenvolvimento profissional do


professor.
Definido pela legislação21, o estágio probatório é um A carreira do professor, tanto para tornar-se atraente
período de trabalho anterior à estabilidade no cargo. Nesse como opção profissional quanto para promover
tempo, é possível ao professor adaptar-se, enfrentar seus permanentemente o seu desenvolvimento pode e deve prever,
primeiros desafios, colocar em uso seus conhecimentos, além das vantagens salariais, vantagens outras que revertam
construir relações de confiança e atitude de responsabilidade tanto em desenvolvimento profissional pessoal quanto no
para com o trabalho. É um "período de experiência" e portanto aprimoramento do projeto educativo da escola em que
deve haver uma avaliação da atuação dos professores ao final trabalha. Assim, poderão haver ganhos tais como: estagiarem
desse estágio para que só depois de obter resultados escolas que desenvolvam práticas inovadoras, participar de
satisfatórios o profissional ganhe estabilidade como congressos de âmbito estadual, regional ou nacional, de
funcionário. programas de formação em viagens para estudo com
Em outras palavras, essa avaliação deve ter caráter intercâmbio nacional e/ou internacional, além da
seletivo. Os tradicionais concursos devem fazer parte dessa possibilidade já referida, de exercer atividades diferenciadas.
avaliação mas não como instrumento único, uma vez que ao Essas possibilidades significam conquistas pelo empenho
final do estágio probatório os professores já tem um trabalho pessoal que o professor recebe em determinadas
realizado que pode ser avaliado. Independentemente do circunstâncias e não sobrecarregam demais o orçamento
ingresso, efetivação e progressão na carreira, as secretarias público na medida em que não significam mudança de patamar
devem avaliar o quadro de professores da rede e as provas do na carreira, nem são incorporados aos salários.
concurso e os demais instrumentos de avaliação podem ser os
mesmos, uma vez que estão a serviço da mesma finalidade: 4.3. Utilização dos resultados da avaliação da atuação
verificar a competência profissional dos professores. profissional para a progressão na carreira

Resultados da avaliação sistemática da atuação O princípio que se pretende demarcar é o da progressão na


profissional (avaliação interna e externa às escolas) carreira como resultado da composição entre a oferta de
oportunidades de formação continuada e o investimento do
Esse é o fator que deverá ter maior peso para a progressão professor no seu próprio desenvolvimento profissional. A
na carreira, uma vez que é o que mais expressa a qualidade do partir disso, todas as avaliações aqui propostas devem então
trabalho do professor e o seu desenvolvimento profissional. ser traduzidas em créditos que, somados à certificação e
Para tanto as avaliações externas e a formalização das tempo de serviço indiquem a sua possibilidade, ou não, de
avaliações internas à escola precisam ser periódicas, de modo avançar nos patamares da carreira.
que acompanhe o movimento de desenvolvimento Para isso a escola onde trabalha precisa formalizar as
profissional dos professores. E possível, por exemplo, alternar avaliações feitas e, junto com as auto avaliações, encaminhá-
ano a ano a pontuação pela avaliação externa e a pontuação las à secretaria de educação na forma de relatórios. Sempre
pela avaliação interna. que possível é interessante que a auto avaliação seja
acompanhada do registro do trabalho, feito pelo próprio
Certificações da formação continuada professor - na forma de um memorial profissional, por
exemplo -sistematizando e analisando sua experiência
A atribuição de peso para a progressão na carreira dada profissional.
aos certificados que atestam a participação em ações de Serão traduzidos em pontuação não só os resultados das
formação continuada não deve reduzir-se apenas à avaliações das escolas e das auto avaliações, como também os
identificação da frequência, mas ater-se principalmente à resultados obtidos nas provas realizadas pela secretaria de
qualidade da avaliação promovida. E preciso que essa educação.
avaliação explicite o que o professor aprendeu e em que A avaliação desse material precisa ser feita de modo
medida esse aprendizado contribui para o aperfeiçoamento da criterioso e para fazê-la é interessante montar bancas
sua atuação. Ainda assim o peso desses certificados não avaliadoras integradas por técnicos da secretaria de educação
poderá ser igual ao peso da avaliação qualitativa da atuação do e representantes das instituições formadoras.
professor, até porque, é exatamente aí que a participação
nessas ações precisa estar refletida. ANEXO

Professor-formador, outras funções e a progressão na Características da formação atual de professores em


carreira nível médio

A atividade de professor-formador aqui proposta não se A importância de identificar o perfil geral dos cursos de
configura como um cargo na carreira. Trata-se de atribuição de formação de professores -que no Brasil ocorre basicamente no
atividades como formador sem deixar a sala de aula. nível médio - indicou a necessidade de uma análise das
Professores experientes podem desempenhar esse trabalho propostas e quadros curriculares dos cursos oferecidos pela
temporariamente, em função das demandas do projeto rede estadual -que atende a maior parte da demanda - em
educativo das escolas e se assim desejarem. diferentes estados brasileiros. Os dados que subsidiaram a
Além dos benefícios salariais em função de um eventual análise que se segue estão assentados em informações
aumento de carga horária, o professor pode ter desafios recebidas de dezessete estados, dos quais sete enviaram
diferentes como formador e desenvolver-se profissionalmente propostas curriculares completas e dez enviaram outro tipo de
contribuindo com o trabalho da sua escola e com outros da documento: programas ou ementas das disciplinas de
comunidade educacional. educação geral e formação especial e projetos de curso em
Assim com essa atividade, outras funções diferenciadas nível de sistema de ensino ou de escola.
podem ser assumidas e mesmo não significando uma
progressão imediata na carreira, a avaliação desses trabalhos
terão um peso importante uma vez que podem retratar
contribuições significativas para o projeto educativo da escola

Fundamentos da Educação 54
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APOSTILAS OPÇÃO

O que revelam os documentos analisados conhecimento de si mesmo, compreensão de como se processa


a construção do conhecimento e capacidade de intervir e
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA HABILITAÇÃO transformar a realidade. Isso demonstra que os autores das
MAGISTÉRIO propostas reconhecem outras vias de conhecimentos e
práticas que contribuem para a construção do perfil
Das sete propostas e planos curriculares examinados, profissional, o que coincide com ingredientes apontados pela
alguns salientam a descaracterização gradativa dos cursos de literatura especializada.
formação de professores do antigo 2º grau, decorrente da As propostas dão sinais, portanto, de que a concepção de
reforma do ensino implantada pela Lei 5.692/71, que alterou formação de professores começa a mudar, no sentido de
sua estrutura curricular, retirando sua especificidade de adequá-la às necessidades de melhoria da qualidade de ensino
escola formadora de professores ao transformá-la numa das escolas públicas, sendo evidente o esforço de algumas de
habilitação a mais do ensino de 2º grau - Habilitação buscar embasamento em estudos recentes sobre formação de
Magistério, como passou a ser chamada. Conforme indica um professores.
dos documentos analisados, trata-se de um curso de "fácil Entretanto, seguindo uma tradição que vem se consolidado
instalação r baixo custo fiara implantação ". há vários anos no Brasil, também as propostas curriculares
A propagação desordenada dessas escolas contribuiu, de para formação de professores revelam uma contradição entre
forma acentuada, para a descaracterização do curso de a declaração de princípios e finalidades - que expressam
formação do professor em nível médio. Esse fato, aliado a concepções atualizadas e intenções educativas ousadas e
outros fatores, entre eles os baixos salários e a ausência de progressistas - e os desdobramentos seguintes: organização
carreira docente, levou a uma situação preocupante de curricular; critérios de seleção, sequenciação e tratamento
desprestígio social e desvalorização da profissão docente. metodológico dos conteúdos; formas de articular
teoria/prática e de avaliar. Ou seja, os encaminhamentos
PERFIL DOS ALUNOS, FUTUROS PROFESSORES curriculares, de modo geral, não contribuem para a conquista
do que se pretende.
Algumas propostas curriculares revelam certas Segundo os documentos analisados, a organização
circunstâncias que caracterizam os alunos desses cursos e curricular dos cursos de Habilitação ao Magistério apresenta
contribuem para o baixo Status conferido à profissão: escolha algumas distorções já apontadas por vários estudos e
da Habilitação Magistério por considerá-la uma forma mais pesquisas; disposição das disciplinas em grade curricular de
fácil de conseguir diploma de ensino médio, baixo poder forma hierarquizada e fragmentada; desarticulação entre
aquisitivo e pouca escolaridade das famílias de origem, teoria e prática; relação inconsistente entre as disciplinas e
trabalho em outros setores que não a educação, pouco acesso respectivas cargas horárias; inexistência de integração
aos bens culturais e nível baixo de letramento. adequada entre conteúdos da educação geral e conteúdos
A maioria dos alunos matriculados nos cursos de profissionalizantes.
Habilitação ao Magistério são trabalhadores, com pouca Os estágios supervisionados aparecem também como
disponibilidade de tempo para os estudos e dificuldades para ponto crítico: de um modo geral, não vão além das atividades
cumprir as cargas horárias previstas para os estágios e outras convencionais de observação, participação e regência, e não
atividades escolares. Entre esses alunos, há egressos de cursos são orientados pelo princípio da articulação prática/teoria.
supletivos, com notórias deficiências na formação geral de Km vários estados, os estágios são descritos como atividades
base. Essas circunstâncias exigem da escola e dos professores de preenchimento de fichas e, muitas vezes, desprovidos de
um tratamento pedagógico diferenciado que nem sempre tem supervisão, acompanhamento e avaliação por parte das
sido possível oferecer. escolas de formação - e isso se agrava muito nos cursos que
funcionam no período noturno.
FORMAS DE ELABORAÇÃO DAS PROPOSTAS Os conteúdos trabalhados não asseguram nem uma
formação geral adequada, nem uma formação profissional
Na maior parte dos documentos analisados, o processo de consistente. Além disso, o distanciamento entre o curso e as
elaboração das propostas foi desencadeado no final da década demandas reais da prática também responde, em parte, pelas
de 80, em órgãos das Secretarias Estaduais de Educação deficiências da formação de professores e, consequentemente,
encarregados do ensino médio, envolvendo quase sempre a pelas dificuldades encontradas no exercício da profissão.
colaboração de professores das diferentes áreas do Algumas Secretarias de Educação destacam ainda outros
conhecimento, da rede pública e das universidades, bem como ingredientes que agravam as condições de exercício
especialistas em currículo. Em alguns casos, a finalização das profissional de professores: salários insuficientes, condições
propostas foi precedida de um processo de discussão nas de trabalho inadequadas, falta de apoio técnico pedagógico,
próprias escolas formadoras. Em duas das Secretarias que dupla jornada de trabalho e ausência de um plano de carreira.
compõem o universo de análise, um diagnóstico da realidade Também é ressaltada a inexistência de uma política de
institucional e funcional das escolas de magistério serviu como formação de professores planejada a partir da avaliação da
ponto de partida para o planejamento de ações realidade local.
políticopedagógicas. Isso parece revelar uma disposição em
elaborar coletivamente as propostas curriculares. COMPONENTES CURRICULARES

CONTRADIÇÃO ENTRE DISCURSO E Na maioria dos casos, as disciplinas Língua Portuguesa e


ENCAMINHAMENTOS CURRICULARES Matemática estão inseridas em todas as séries dos cursos, com
a maior parte da carga horária, variando de 300 a 500 horas
Nos documentos analisados, é comum a defesa de três (ou de 7 a 15 créditos). A esses componentes curriculares
elementos constituintes do perfil do professor que se deseja ligam-se as disciplinas da parte diversificada: Metodologia ou
formar: base sólida de conhecimentos (cultura geral, científica Didática do Ensino de Português e/ou da Alfabetização -
e teórico-prática); habilidades e atitudes (expressas, em boa oferecidas quase sempre nas 2a e 3a séries -e Metodologia do
parte das propostas, como comprometimento, visão crítica, Ensino de Matemática ou Didática Aplicada à Matemática - nas
participação); consciência da realidade social e econômica 2a, 3a ou 4a séries -, com carga horária variável.
entendida em termos amplos (sociedade) e específicos
(escola). Mas aparecem também outros elementos:

Fundamentos da Educação 55
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APOSTILAS OPÇÃO

Educação Física aparece quase sempre em três séries como O Estágio Supervisionado está localizado nas séries finais
disciplina obrigatória. Em alguns quadros, recebe a (3a ou 4a) e, na maioria dos quadros curriculares, está sendo
denominação de Metodologia Didática da Educação Física, desenvolvido ao longo do curso, com carga horária que
compondo a parte diversificada. aumenta gradativamente.
Língua Estrangeira Moderna está localizada em diferentes Na parte referente aos Estudos Complementares ou de
séries e, às vezes, em todas as séries ou em apenas uma - Inglês enriquecimento curricular, algumas disciplinas são oferecidas,
é a mais comum, mas aparecem também Francês, Espanhol, tais como: Fundamentos de Educação Especial, Fundamentos
Italiano ou Alemão. da Pré-Escola, Metodologia Científica, Computação,
Geografia e História estão, geralmente, nas 1ª e 2a séries Alfabetização, Recursos Audiovisuais, Estatística Aplicada à
do curso, com carga horária variável (de 60 a 180 horas), Educação, Literatura Infantil e Estudos Regionais.
enquanto as Metodologias do Ensino de História e Geografia
são trabalhadas nas 2a e 3a séries. Em apenas um quadro as DURAÇÃO E A CARGA HORÁRIA
Metodologias e as disciplinas do núcleo comum são
ministradas concomitantemente. A Educação Moral e Cívica O curso tem duração de três a quatro anos. O estudo da
está ora acoplada à História, ora registrada como disciplina carga horária total estabelecida nas várias propostas permitiu
isolada. chegar a um número de horas que varia entre 2.780 e 4.356
horas. Na maioria dos documentos analisados, a carga horária
Química e Biologia são oferecidas nas 1ª e 2a séries, com anual das disciplinas está distribuída em 36 semanas, 5 dias
carga horária variável (de 36 a 180 horas). Em alguns quadros letivos e em regime seriado. Em alguns casos são mencionadas
curriculares, a disciplina Biologia Educacional aparece na 3a 40 semanas.
série, certamente em continuidade ao estudo da Biologia. Não há homogeneidade nos quadros curriculares no que se
Também a Física aparece nas séries finais (3a e 4a), sendo que refere à distribuição de carga horária global para educação
a intenção dos autores das propostas é "facilitar", através geral ou núcleo comum e formação especial ou
dessa disciplina, a aprendizagem de conhecimentos profissionalização. A carga horária ora é distribuída com
matemáticos. Essas disciplinas, que comumente compõem a equilíbrio entre as duas partes, ora tende a ser mais elevada na
área de Ciências, são tomadas como respaldo teórico para a educação geral, em detrimento da formação especial ou
disciplina Metodologia do Ensino de Ciências, geralmente profissionalizante. Os quadros curriculares são constituídos
apresentada nas 3a e 4a séries do curso. Em alguns quadros, o preponderantemente por disciplinas obrigatórias; em poucos
conteúdo de Programas de Saúde está incorporado à Biologia aparecem disciplinas optativas.
ou Biologia Educacional e, em outros, aparece isoladamente.
Na maior parte das propostas, Educação Artística aparece ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
na primeira ou na última série com uma carga horária que
varia de 36 a 80 horas. Excepcionalmente, é ministrada em Predomina na organização curricular a abordagem
conjunto com Metodologia de Educação Artística, com carga disciplinar, com disposição hierárquica e sem nenhum critério
horária mais elevada e distribuída ao longo de três séries. de agrupamento, a não ser a divisão entre formação geral e
As disciplinas de formação especial e, mais especial. Essa forma de currículo, centrada na reunião de
especificamente, as relacionadas aos fundamentos da disciplinas isoladas, tem sido chamada de "currículo coleção".
educação, apresentam-se no currículo sob duas formas. Numa, Esse tipo de abordagem é bastante prejudicial para a formação
três disciplinas - História da Educação, Filosofia da Educação e profissional de professores, uma vez que a integração entre as
Sociologia da Educação - transformam-se numa única, disciplinas praticamente não existe, há fragmentação entre
denominada Fundamentos da Educação. Noutra, são mantidas conteúdos, que poderiam ter um tratamento interdisciplinar,
as três disciplinas separadamente, garantindo-se sua há falta de flexibilidade curricular e de articulação teoria/
especificidade temática. Em alguns casos, também a Psicologia prática. Algumas das consequências que têm sido verificadas
da Educação é acoplada aos Fundamentos da Educação e até à são: ausência de integração entre conteúdos de educação geral
Biologia Educacional. O mais comum, no entanto, é a Psicologia e conteúdos profissionalizantes e desses entre si, levando à
constar como disciplina específica, com carga horária bastante separação entre disciplinas teóricas e disciplinas práticas; falta
variável (de 72 a 216 horas), às vezes subdividida em de estruturação do estágio supervisionado como um espaço de
Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia da Aprendizagem. superação da dicotomia teoria/prática; desarticulação entre o
I lá cursos que oferecem Psicologia Geral e Psicologia da processo de formação e a realidade da prática profissional.
Educação. Nas propostas curriculares organizadas ainda sob a
vigência da Lei 5.692/71, o currículo tem uma sequência ao
Entre as disciplinas de formação especial, encontramos longo dos 3 anos em que as disciplinas de 1ª série são comuns
ainda a Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1° grau e a a todas as demais habilitações de 2" grau e as disciplinas de
Didática. A primeira oferecida geralmente nas 3a e 4ª séries e, formação profissional ficam comprimidas nas séries seguintes
em menor proporção, na 1ª série - com carga horária variando e incluídas no rol das demais. A consequência disso é uma
entre 72 e 76 horas e a segunda nas 2a e 3a séries. Em alguns deficiente formação profissional, entre outras razões por não
quadros, a Didática é ministrada com a Prática de Ensino; em integrar formação geral e formação específica. No entanto,
outros, engloba as Metodologias e, nesse caso, aparecem de algumas das propostas analisadas tentam superar o currículo
forma sequencial. Na primeira situação, a carga horária é de exclusivamente disciplinar, sinalizando pistas para um
180 horas, acrescida de mais horas para o Estágio currículo capaz de propiciar a integração de aprendizagens e
Supervisionado, que varia de 108 a 510 horas. Na segunda, saberes.
quando a didática engloba as Metodologias, a disciplina é
distribuída ao longo das três séries, com uma carga horária de Uma delas expressa a preocupação em romper com as
648 horas. Quando as disciplinas são separadas e distribuídas formas convencionais de organização curricular, introduzindo
ao longo das três ou quatro séries do curso, foi possível eixos curriculares ou núcleos temáticos, na expectativa de que
constatar o seguinte: a Didática antecede as Metodologias de esse critério de integração de disciplinas leve à criação de
Ensino e culmina com o Estágio Supervisionado, ou então, o espaços coletivos e interdisciplinares de diálogo e ação.
estágio é trabalhado concomitantemente com algumas Em outra, a disciplina Estágio Supervisionado e Prática de
metodologias. Ensino foi eleita como um dos eixos integradores no qual se
estruturam e se organizam aspectos a serem observados,

Fundamentos da Educação 56
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APOSTILAS OPÇÃO

experimentados e refletidos em todas as disciplinas. Essa Esta característica da multiplicidade e complexidade de


abordagem supera a ideia de estágio como atividade a ser aspectos que a história pode assumir, em muito lhe é inerente,
realizada apenas do final do curso e propõe que ele se que por ser uma ciência social, possuí a característica de ser
constitua em projeto coletivo e em atividade articuladora. A tão multifacetada quanto à sociedade que visa estudar, além
defesa da mesma concepção de estágio é feita, com outra disto, verificamos a existência de pouca familiaridade dos
justificativa, por outra secretaria: trata-se do momento de historiadores com o trato da teoria, com a reflexão filosófica e
inserção de alunos e professores na realidade educacional - a epistemologia da ciência, o que faz dos historiadores por
realidade de sala de aula, do espaço escolar mais amplo, das vezes vítimas de sua falta de preparo científico e filosófico, e
relações profissionais na escola, das atividades educativas que que no ramo da História das ideias, as relações dos
se dão em outras instâncias. historiadores com as ‘ideias’ são no mínimo precárias.
Uma terceira proposta inovadora sugere que a busca da Dentro da produção do conhecimento histórico vivemos
formação de profissionais de maior competência para o ensino em um estado de constante ebulição de firmação do campo, em
tem na avaliação um elemento-chave, tanto para a orientação que encontramos o embate travado entre dois paradigmas, o
dos alunos quanto para o planejamento dos professores. ‘iluminista’, e o ‘pós-moderno’.
Há, finalmente, menções explícitas sobre a necessidade de
compromisso dos cursos de formação com o desenvolvimento- Em meio a esta ebulição, de luta entre “paradigmas rivais”
por parte do professor de uma atitude crítica e participativa na observamos a firmação da História Nova, que embora não
sociedade, sobre a necessidade de vincular os cursos à negue nenhuma das concepções anteriores de história, se
realidade do ensino na escola pública por meio de pesquisa e apresenta como a mais forte contribuição no sentido desse
sobre a necessidade de propostas de avaliação qualitativa do repensar da história. Surgida a partir da fundação da revista
currículo. francesa dos Annales, em 1929, sob a direção de Marc Bloch e
Lucien Febvre. A partir de então a historiografia repensou a
história sob múltiplas interpretações e instigou muitos
Avaliação crítica das debates, dentro e fora dos centros acadêmicos, contribuindo
políticas públicas no que para uma pluralização nos debates tanto sobre a história como
em outras ciências sociais, pois procurou manter uma
se refere à Educação interdisciplinaridade.
Básica. Engendrou-se a revolução Francesa da Historiografia,
como uma nova possibilidade de se interpretar os fatos
históricos, e com ela surgem novos métodos de investigação
Políticas Públicas em Educação: Contextualização
histórica da qual originou a chamada “História Nova”, que
Histórico-Social3.
criou novas possibilidades de ver o mundo, de estudar o
ambiente privado, não se restringindo somente ao público; de
As políticas educacionais são de grande importância para
estudar uma história também feita por mulheres, pelos
entender como se apresenta o contexto em que elas são
personagens anônimos dos fatos históricos; enfim, abrindo um
elaboradas e para entender as concepções e manifestações da
leque de vieses para o pesquisador social e historiador na
educação em dado período, podendo contribuir bastante para
escolha e interpretação do objeto de estudo a ser indagado.
a História da Educação. Assim é mister saber que a História da
Assim, o saber histórico que privilegiava os heróis, as batalhas,
Educação está em processo de definição de seus objetos,
as elites, deu lugar a uma nova concepção de história com
métodos e teorias, assim como a própria História também tem
novos sujeitos históricos (a mulher, a criança, o mendigo, o
sofrido redefinições em suas concepções teóricas e
louco, o pobre e novos temas e enfoques), em que a história
metodológicas.
nova resgatou vários elementos discriminados pela história
O estudo de políticas públicas em educação pressupõe uma
rankeana. É o que Lucein Febvre chamou de “derrubar as
familiaridade com História da Educação e por sua vez com a
velhas paredes antiquadas, os amontoados babilônios de
História, o que nem sempre resulta em uma convivência
preconceitos, rotinas, erros de concepção”.
harmônica devido ao caráter polissêmico da História da
Educação e da História.
O método de pesquisa e ensino da história nova é de que o
Inserida em um contexto mundial em que se tem
conhecimento historiográfico deve partir através de “pistas”,
repensado os paradigmas modernos, no qual se questiona,
vestígios deixados na história, ou seja, procurar e questionar
inclusive, o papel da racionalidade instrumental, questionando
os documentos históricos como fontes, não aceitando como
assim a ideia de objetividade da ciência e do progresso como
documento histórico apenas os documentos oficiais e sim todo
linear e único para todas as sociedades, assim como a reflexão
vestígio que comprove o momento histórico em análise.
acerca da linearidade dos acontecimentos, a pesquisa
Paixão, envolvimento, aproximação, são algumas das
historiográfica não pôde ficar indiferente a essas teorias que
palavras que ganharam respeito no meio histórico com a
visam fornecer elementos conceituais que auxiliem na
ascensão do grupo dos Annales na França, pois até então a
ampliação do campo de pesquisa e na interpretação das
chamada história positivista considerava ser possível uma
próprias alterações por que a historiografia tem passado.
ciência da história semelhante às ciências naturais na qual há
um distanciamento entre os pesquisadores e o objeto de
Integrando esse quadro está a história, que passou a se
pesquisa, visando a uma objetividade científica, ignorando que
questionar enquanto produtora de conhecimento, repensando
desde o momento em que o pesquisador opta por uma
os seus objetos e métodos de estudo, promovendo também um
temática já há o envolvimento entre sujeito e objeto de estudo.
repensar sobre o sujeito, o fato e o tempo históricos.
Essa percepção de que a história não era apenas esses fatos
O conhecimento histórico, por si já pressupõe uma série de
políticos, nem que a história era uma ciência semelhante à
dificuldades conceituais, pois, esta não possuí símbolos e
Física foi uma grande contribuição dos Annales. Assim eles
grupos genéricos a todos os estudiosos; a história conheceu
visam proporcionar uma história problemática e não apenas
uma dilatação no seu campo conceitual, e uma mudança de
automática, pois se visava “compreender o presente pelo
significados dos conceitos. Esta, além de outros fatores,
passado”, mas também percebeu que muito do sabemos do
depende dos referenciais de quem a estuda.

3 Texto adaptado de NETO, M. S. Políticas Públicas em Educação: Reflexões

Histórico sociais.

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APOSTILAS OPÇÃO

passado é em virtude das nossas posturas atuais nosso próprio caráter interdisciplinar que está implicado no
presente. Assim deve-se preocupar também em compreender fenômeno. Neste sentido, tal como ocorreu com outras áreas
o passado pelo presente, como defende Le Goff. voltadas para a questão social, “no campo educacional passou-
se a produzir estudos que privilegiam a abordagem da
A partir dessa nova leitura promovida pelos Annales foram educação na sua dimensão de política pública”.
muitas as contribuições teóricometodológicas recebidas, Nesse contexto, pesquisar políticas públicas na educação,
procurando sempre integrar a história a outras ciências, a significa “enfocar uma estrutura de poder e de dominação
chamada interdisciplinaridade, mesmo a história se entranhados nos mais diversos níveis sociais”. Questionamos,
pretendendo o denominador comum entre todas as ciências portanto, em que medida isso implica que os recursos do
sociais. poder estatal têm operado em favor do encontro da justiça
Muitas são essas formulações de novas contribuições social através da educação.
teóricometodológicas surgidas a partir da fundação da
chamada escola francesa dos Annales. As mais férteis têm sido Fazendo referência a Durkheim, Freitag, vê a educação não
sobre a história do cotidiano e da vida privada, história das como um fator de desenvolvimento e de superação de
mulheres, história da sexualidade, história de gêneros, micro– estruturas de dominação, mas sim de manutenção da
história, história cultural, entre várias outras tendências, mas estrutura e o funcionamento de uma sociedade dada, em que o
com um claro desprestígio à História da Educação, onde sistema educacional garante a “transmissão hereditária do
percebe-se uma dificuldade dos historiadores de verem na poder e dos privilégios, dissimulando sob a aparência da
História da Educação um campo de investigação histórica, o neutralidade o cumprimento desta função”. Onde, em geral: “a
que provoca um distanciamento dos historiadores de oficio exclusão do educando é explicada em termos de falta de
deste campo. habilidades, capacidades, mau desempenho, etc., colocando-se
No entanto, devemos lembrar que os estudos históricos- o sistema educacional, e por consequência o Estado, como
educativos tendem a se apresentar como um conjunto à árbitro neutro”.
procura de homogeneidade, com seus objetos e métodos Neste mesmo sentido, Althusser caracteriza a escola como:
necessitando de melhores delimitações e definições, assim “aparelho ideológico do estado” (AIE). Localizada no ponto de
como também os da História, mas, vale lembrar também que a intersecção da infraestrutura dos aparelhos repressivos e
História da Educação já se encontra consolidada, e é de suma ideológicos do Estado, a escola preenche a função básica de
importância alertar que se o campo investigativo da História reprodução das relações materiais e sociais de produção. Ela
da Educação ainda não é claramente visível, também não o está assegura que se reproduza à força de trabalho, qualificações e
o campo da História. o savoir faire – saber fazer – necessários para o mundo do
trabalho, e faz com que ao mesmo tempo os indivíduos se
Como bem lembra Block, a História é uma ciência em sujeitem à estrutura de classe.
construção e a História da Educação também se insere neste Além disto, devemos lembrar do caráter da educação como
processo. O conceito de História da Educação é pouco preciso, investimento econômico do aumento quantitativo e
bem como o seu conteúdo, o que nos leva a perceber que tal qualitativo da produção, inseridos na passagem, nos países
como a História, a História da Educação ainda está se capitalistas centrais, da produção de Larga Escala (bens
formando, organizando o seu campo conceitual e tangíveis), para produção de Alto Valor (Pesquisa e
metodológico, e que no Brasil, nas últimas três décadas esta desenvolvimento), que faz necessário que os países da
vem sendo escrita: “embora de forma fragmentária, a partir da periferia capitalista se integrem à nova ordem com a produção
contribuição significativas de um número crescente de de bens tangíveis, o que não é possível sem uma parcela de
estudos analíticos, com grandes lacunas ainda a serem investimentos em educação, onde a força de trabalho não é
preenchidas e ressentindo-se, sobretudo, da ausência de qualificada, no interesse do trabalhador, para que melhore sua
trabalhos de síntese, de caráter interpretativo”. vida, e se emancipe das relações de trabalho vigentes, mas sim,
Além disto, encontramos um outro problema que é o da para aprimorar e tornar mais eficazes essas relações, ou seja,
periodização da História da Educação, em que “a tentativa de a dependência do trabalhador em relação ao capitalista. Assim
elaborar uma periodização mais plausível é sem dúvida, a escola, na medida em que qualifica os indivíduos para o
empresa arriscada, não só pela complexidade do tema, como, trabalho, inculca-lhes uma certa ideologia que os faz aceitar a
sobretudo, por ser relativamente baixo o índice de crítica sua condição de classe, sujeitando-os ao mesmo tempo ao
historiográfica na área”. esquema de dominação vigente. Essa sujeição é, por sua vez, a
condição sem a qual a própria qualificação para o trabalho
Como nos lembra Warde: “a tarefa de enfrentar a história é seria impossível.
arriscada; os problemas brotam de todos os lados e ganham as
mais diferentes formas. Mas a tarefa de estudar à História da Mesmo considerando as preocupações já demonstradas
Educação é arriscadíssima. Os historiadores, mesmo admitindo por Freitag sobre educação no período de 1965 a 1975,
as suas dissenções, pelo menos aludem-se mutuamente, porque, observa-se que as preocupações com educação ganharam
bem ou mal, reconhecem o oficio de historiadores. Mas a quem maior evidência nos discursos oficiais a partir do final da
se reportar aquele que investiga a História da Educação?” década passada. Isto se credita a “um sistema educacional
visivelmente ineficiente, denunciado por índices educacionais
Em meio a estas colocações insere-se o estudo das políticas vergonhosos”, com índices de evasão e repetência que há
públicas em educação que exige muita cautela do pesquisador décadas nos acompanham. Percebemos ainda uma
visto os problemas de afirmação de campos, conceitos e preocupação com o modelo escolar que temos, pois a temática
periodização da História e da História da Educação, elementos quanto a políticas públicas em educação: “nem sempre foi
chaves da investigação. acompanhada de medidas que viabilizassem o adequado
Feitas as devidas ressalvas, e esclarecidas as dificuldades funcionamento das escolas, e que teve como resultado a
quanto aos objetos, problemas e métodos de análise, implantação de uma rede de ensino com precárias condições
verificamos que no início da década de 80 os estudos sobre materiais e humanas de funcionamento e sem identidade
políticas públicas passaram a ganhar uma maior atenção no própria. Com o passar do tempo, as escolas transformaram-se
Brasil, possibilitando a afirmação de um campo investigativo a em instituições burocráticas, cumpridoras de normas
respeito desta temática, ligado, sobretudo à Ciência Política e emanadas dos órgãos centrais... sem estímulo nem espaço para
à Sociologia, mas que extrapolaram o campo destas, pelo propostas próprias”.

Fundamentos da Educação 58
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Inseridos nessa ótica surgem os discursos em favor de uma prática, pois, como nos lembra Sacristán, as reformas sempre
escola de qualidade, cidadã e autônoma. Conceitos pouco foram uma constante no Brasil, em que dar-se o nome de
precisos, mas de grande impacto junto à opinião pública. reforma a qualquer ação normal sobre o sistema educacional,
Por fundamento, “a escola é um instrumento que deve ser visto que reformas implicam em reformadores, em salvadores
capaz de possibilitar a liberdade e a autonomia do educando”, da pátria. Além disto reformas possuem uma grande
entretanto questionamos até que ponto a escola que temos propensão de adesão, devido suas virtudes e obviedades de
tem conseguido efetivar essa proposta. objetivos, que nem sempre representam os reais objetivos que
Vista desta maneira a escola, e por consequência, as visam alcançar. No mais, é curioso lembrar que as reformas se
políticas públicas destinadas a esta, tem como função a sucedem, e se sucedem é porque fracassam. Fracasso este que
manutenção e perpetuação das relações de poder e dominação é a função de muitas reformas, pois, sob este título, em especial
existentes. reformas educacionais, maquia-se uma série de interesses
opostos ao que é proposto.
Surge, assim, a necessidade de se estudar em que medida Muitas reformas, muitas políticas públicas não têm por
as políticas públicas em educação, apresentam semelhanças e função buscar uma transformação social e sim visam somente
diferenças em relação a esse exposto. E inserido neste contexto fazer crer que existe uma estratégia política para melhorar a
de rearranjo e implementação de novas políticas públicas de qualidade educacional, de dar a ideia de movimento para
financiamento da educação, temos a criação do Fundo de frente, mas só beneficiam as plataformas políticas dos
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de reformadores.
Valorização do Magistério (FUNDEF), fundo este que tem
chamado a atenção da sociedade em função do volume de
recursos movimentados por este e pelas propostas que visa
alcançar.
Princípios orientadores,
finalidades e objetivos do
Estabelecido no art. 60 do Ato das Disposições Transitórias Ensino Fundamental: séries
da Constituição Federal, modificado pela Emenda
Constitucional n. 14, de 12 de setembro de 1996, com prazo de
iniciais e finais.
vigor de um período de dez anos, sendo regulamentado pela
Lei n. 9.424 de 24 de dezembro de 1996, e pelo Decreto n.
2.264, de junho de 1997, vigorando a partir de 1º de janeiro de Princípios norteadores
1998 nos diversos estados brasileiros – com exceção do estado
do Pará que o institui já em julho de 1997. Os sistemas de ensino e as escolas adotarão como
Em função deste fundo, mudou-se a forma de norteadores das políticas educativas e das ações pedagógicas
financiamento do ensino fundamental no país, ao subvincular os seguintes princípios:
uma parcela dos recursos financeiros a essa modalidade de Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de
educação básica e introduzir novos critérios na distribuição, respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com
promovendo a partilha do montante a ser gasto entre estados a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e
e Distrito Federal e os municípios, de acordo com o número de eliminar quaisquer manifestações de preconceito e
alunos matriculados na referida modalidade. Assim sendo, discriminação.
estaria sendo realizado o que estabelece o art. 205 da Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de
Constituição Federal, ratificado pelo art. 2º da Lei de Diretrizes cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do
e Bases da Educação Nacional – lei de n.9.394/96 sancionada regime democrático e dos recursos ambientais; de busca da
em 20 de dezembro de 1996 pelo então Presidente da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens
República Fernando Henrique Cardoso – isto é, de promover o culturais e outros benefícios; de exigência de diversidade de
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. alunos que apresentam diferentes necessidades; de redução
da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
Logo, além do FUNDEF, se faz necessário refletir se as Estéticos: de cultivo da sensibilidade juntamente com o da
políticas públicas em educação no Brasil nesta última década racionalidade; de enriquecimento das formas de expressão e
têm agido como instrumento de “libertação” dos sujeitos do exercício da criatividade; de valorização das diferentes
assistidos por elas ou se têm servido muito mais como retórica manifestações culturais, especialmente as da cultura
nos discursos políticos partidários, bem como discutir como a brasileira; de construção de identidades plurais e solidárias.
sociedade tem-se relacionado com essas políticas Os objetivos que a Educação Básica busca alcançar, quais
educacionais. sejam, propiciar o desenvolvimento do educando, assegurar-
Compreender as medidas governamentais tomadas no lhe a formação comum indispensável para o exercício da
setor educacional na última década não é das tarefas mais cidadania e fornecer-lhe os meios para que ele possa progredir
simples, e não basta uma descrição empírica dos no trabalho e em estudos posteriores, segundo o artigo 22 da
acontecimentos para lhe encerrar. Faz-se necessária uma Lei nº 9.394/96 (LDB), bem como os objetivos específicos
análise histórico-social mais ampla para realmente podermos dessa etapa da escolarização (artigo 32 da LDB), devem
avaliar o peso e a funcionalidade dessas medidas no contexto convergir para os princípios mais amplos que norteiam a
da sociedade brasileira, levando-se em consideração que mais Nação brasileira.
que discutir o conteúdo de estilos de definições ou propostas Assim sendo, eles devem estar em conformidade com o que
de tipos de educação, é necessário procurar de onde elas vem define a Constituição Federal, no seu artigo 3º, a saber: a
e a quem estão a serviço. construção de uma sociedade livre, justa e solidária, que
garanta o desenvolvimento nacional; que busque “erradicar a
É preciso questionar até que ponto as políticas públicas pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
desenvolvidas pelo Estado nesta última década tem a e regionais”; e que promova “o bem de todos, sem preconceitos
capacidade de educar para a emancipação política, econômica de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
e social de seus assistidos, buscando verificar até que ponto o discriminação”.
discurso estatal acerca da autonomia e qualidade do ensino,
em especial do ensino fundamental, é condizente com a

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Trajetória do Ensino Fundamental obrigatório no país O acesso ao Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos permite
que todas as crianças brasileiras possam usufruir do direito à
No Brasil, foi a Constituição de 1934 a primeira a educação, beneficiando-se de um ambiente educativo mais
determinar a obrigatoriedade do ensino primário ou voltado à alfabetização e ao letramento, à aquisição de
fundamental, com a duração de 4 (quatro) anos. A Carta conhecimentos de outras áreas e ao desenvolvimento de
Constitucional promulgada em 1967 amplia para 8 (oito) anos diversas formas de expressão, ambiente a que já estavam
essa obrigatoriedade e, em decorrência, a Lei nº 5.692/71 expostas as crianças dos segmentos de rendas média e alta e
modifica a estrutura do ensino, unificando o curso primário e que pode aumentar a probabilidade de seu sucesso no
o ginásio em um único curso, o chamado 1º grau, com duração processo de escolarização.
de 8 (oito) anos. O ensino de 2º grau – atual Ensino Médio – O Conselho Nacional de Educação (CNE), cumprindo as
torna-se profissionalizante. suas funções normativas, tem elaborado Diretrizes e
orientações que devem ser observadas pelos sistemas de
De acordo com a tradição federativa brasileira, os Estados, ensino para a reorganização do Ensino Fundamental de 9
a partir de princípios e orientações gerais da esfera federal, se (nove) anos. Os sistemas de ensino e as escolas não poderão
encarregaram de elaborar as propostas curriculares para as apenas adaptar seu currículo à nova realidade, pois não se
escolas de 1º grau pertencentes ao seu sistema de ensino, trata de incorporar, no primeiro ano de escolaridade, o
quais sejam, as estaduais, as municipais e as privadas, currículo da Pré-Escola, nem de trabalhar com as crianças de
localizadas no seu território. 6 (seis) anos os conteúdos que eram desenvolvidos com as
Anos antes da promulgação da atual Lei de Diretrizes e crianças de 7 (sete) anos. Trata-se, portanto, de criar um novo
Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), algumas redes currículo e de um novo projeto político-pedagógico para o
escolares passaram a adotar medidas de expansão do Ensino Ensino Fundamental que abranja os 9 anos de escolarização,
Fundamental para 9 (nove) anos, mediante a incorporação das incluindo as crianças de 6 anos.
crianças de 6 (seis) anos de idade, por vezes procedentes das
numerosas classes de alfabetização que existiam em vários Matrícula no Ensino Fundamental de 9 (nove) anos e
Estados e Municípios. Na sua redação original, a LDB se mostra carga horária
bastante flexível quanto à duração do Ensino Fundamental,
estabelecendo como mínima a sua duração de 8 (oito) anos e O Ensino Fundamental com duração de 9 (nove) anos
sinalizando, assim, para a ampliação dessa etapa da Educação abrange a população na faixa etária dos 6 (seis) aos 14
Básica. (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que,
O Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/2001) na idade própria, não tiveram condições de frequentá-lo.
estabelece como Meta 1 a universalização do Ensino É obrigatória a matrícula no Ensino Fundamental de
Fundamental no prazo de 5 (cinco) anos, garantindo o acesso crianças com 6 (seis) anos completos ou a completar até o dia
e a permanência de todas as crianças na escola, e a sua 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, nos termos da
ampliação para 9 (nove) anos, com início aos 6 (seis) anos de Lei e das normas nacionais vigentes. As crianças que
idade, à medida que for sendo universalizado o atendimento completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser
de 7 (sete) a 14 (quatorze) anos. matriculadas na Educação Infantil (Pré-Escola).
A Meta 2, definida com base no diagnóstico de que 87% das A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental
crianças de 6 (seis) anos já estavam matriculadas em Pré- regular será de 800 (oitocentas) horas relógio, distribuídas em,
Escolas, classes de alfabetização ou mesmo no Ensino pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar.
Fundamental, determina a sua ampliação para 9 (nove) anos,
com início aos 6 (seis) anos de idade, à medida que for sendo A população escolar
universalizado o atendimento de 7 (sete) a 14 (quatorze) anos.
A ideia central das propostas contidas no Plano é que a Como toda a população na faixa do ensino obrigatório deve
inclusão definitiva das crianças nessa etapa educacional pode frequentar o Ensino Fundamental, nele também estão
oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período representadas a grande diversidade sociocultural da
da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando população brasileira e as grandes disparidades
mais cedo no sistema de ensino, elas prossigam nos estudos socioeconômicas que contribuem para determinar
alcançando maior nível de escolaridade. oportunidades muito diferenciadas de acesso dos alunos aos
Em 2005, a Lei nº 11.114 altera a LDB, tornando bens culturais. Numerosos estudos têm mostrado que as
obrigatória a matrícula das crianças de 6 (seis) anos de idade maiores desigualdades em relação às possibilidades de
no Ensino Fundamental, entretanto, dá margem para que se progressão escolar e de realização de aprendizagens
antecipe a escolaridade de 8 (oito) anos para esses alunos, o significativas na escola, embora estejam fortemente
que reduziria a idade de conclusão do Ensino Fundamental em associadas a fatores sociais e econômicos, mostram-se
1 (um) ano. também profundamente entrelaçadas com as características
culturais da população. As maiores desigualdades
Finalmente, a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, educacionais são encontradas entre ricos e pobres, mas elas
altera a redação da LDB, dispondo sobre a duração de 9 (nove) também são grandes entre brancos, negros e outros grupos
anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a raciais e estão, por sua vez, particularmente relacionadas à
partir dos 6 (seis) anos de idade, e concedendo aos sistemas oferta educativa mais precária que restringe as oportunidades
de ensino o prazo até 2009 para que procedam às devidas de aprendizagem das populações mestiças e negras,
adequações de modo que a partir de 2010 esse Ensino ribeirinhas, indígenas, dos moradores das áreas rurais, das
Fundamental de 9 (nove) anos seja assegurado a todos. crianças e jovens que vivem nas periferias urbanas, daqueles
Assim determinando, a Lei reflete a tendência de expansão em situações de risco, das pessoas com deficiência, e dos
da escolaridade obrigatória na maior parte dos países adolescentes, jovens e adultos que não puderam estudar
desenvolvidos do ocidente e da própria América Latina, quando crianças.
mediante a incorporação das crianças menores de 7 (sete)
anos ao Ensino Fundamental. Em vários países do continente, Essa diversidade econômica, social e cultural exige da
em que a faixa de escolarização compulsória se inicia aos 6 escola o conhecimento da realidade em que vivem os alunos,
(seis) anos de idade, verifica-se, ainda, que a obrigatoriedade pois a compreensão do seu universo cultural é imprescindível
também se estende às crianças do último ano da Pré-Escola. para que a ação pedagógica seja pertinente. Inserida em

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contextos diferentes, a proposta políticopedagógica das cujos traços são mais visíveis, sobretudo, nas áreas urbanas
escolas deve estar articulada à realidade do seu alunado para mais densamente povoadas.
que a comunidade escolar venha a conhecer melhor e valorizar A exposição das crianças e adolescentes de praticamente
a cultura local. Trata-se de uma condição importante para que todas as classes sociais no Brasil à mídia e, em particular, à
os alunos possam se reconhecer como parte dessa cultura e televisão durante várias horas diárias tem, por sua vez,
construir identidades afirmativas o que, também, pode levá- contribuído para o desenvolvimento de formas de expressão
los a atuar sobre a sua realidade e transformá-la com base na entre os alunos que são menos precisas e mais atreladas ao
maior compreensão que adquirem sobre ela. Ao mesmo universo das imagens, o que torna mais difícil o trabalho com
tempo, a escola deverá propiciar aos alunos condições para a linguagem escrita, de caráter mais argumentativo, no qual se
transitarem em outras culturas, para que transcendam seu baseia a cultura da escola. O tempo antes dedicado à leitura
universo local e se tornem aptos a participar de diferentes perde o lugar para as novelas, os programas de auditório, os
esferas da vida social, econômica e política. jogos irradiados pela TV, a internet, sendo que a linguagem
mais universal que a maioria deles compartilha é a da música,
As múltiplas infâncias e adolescências ainda que, geralmente, a partir de poucos gêneros musicais.
Novos desafios se colocam, pois, para a escola, que também
Os alunos do Ensino Fundamental regular são crianças e cumpre um papel importante de inclusão digital dos alunos.
adolescentes de faixas etárias cujo desenvolvimento está Ela precisa valer-se desses recursos e, na medida de suas
marcado por interesses próprios, relacionado aos seus possibilidades, submetê-los aos seus propósitos educativos.
aspectos físico, emocional, social e cognitivo, em constante Há que se considerar que a multiplicação dos meios de
interação. Como sujeitos históricos que são, as características comunicação e informação nas sociedades de mercado em que
de desenvolvimento dos alunos estão muito relacionadas com vivemos contribui fortemente para disseminar entre as
seus modos próprios de vida e suas múltiplas experiências crianças, jovens e população em geral o excessivo apelo ao
culturais e sociais, de sorte que mais adequado seria falar de consumo e uma visão de mundo fragmentada, que induz à
infâncias e adolescências no plural. banalização dos acontecimentos e à indiferença quanto aos
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a criança problemas humanos e sociais. É importante que a escola
desenvolve a capacidade de representação, indispensável para contribua para transformar os alunos em consumidores
a aprendizagem da leitura, dos conceitos matemáticos básicos críticos dos produtos oferecidos por esses meios, ao mesmo
e para a compreensão da realidade que a cerca, conhecimentos tempo em que se vale dos recursos midiáticos como
que se postulam para esse período da escolarização. O instrumentos relevantes no processo de aprendizagem, o que
desenvolvimento da linguagem permite a ela reconstruir pela também pode favorecer o diálogo e a comunicação entre
memória as suas ações e descrevê-las, bem como planejá-las, professores e alunos.
habilidades também necessárias às aprendizagens previstas Para tanto, é preciso que se ofereça aos professores
para esse estágio. A aquisição da leitura e da escrita na escola, formação adequada para o uso das tecnologias da informação
fortemente relacionada aos usos sociais da escrita nos e comunicação e que seja assegurada a provisão de recursos
ambientes familiares de onde veem as crianças, pode midiáticos atualizados e em número suficiente para os alunos.
demandar tempos e esforços diferenciados entre os alunos da Novos desafios se colocam também para a função docente
mesma faixa etária. A criança nessa fase tem maior interação diante do aumento das informações nas sociedades
nos espaços públicos, entre os quais se destaca a escola. Esse contemporâneas e da mudança da sua natureza. Mesmo
é, pois, um período em que se deve intensificar a aprendizagem quando experiente, o professor muitas vezes terá que se
das normas da conduta social, com ênfase no desenvolvimento colocar na situação de aprendiz e buscar junto com os alunos
de habilidades que facilitem os processos de ensino e de as respostas para as questões suscitadas. Seu papel de
aprendizagem. orientador da pesquisa e da aprendizagem sobreleva, assim, o
de mero transmissor de conteúdos.
Mas é também durante a etapa da escolarização
obrigatória que os alunos entram na puberdade e se tornam A ampliação dos objetivos da escola em face do seu
adolescentes. Eles passam por grandes transformações alunado
biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. Os adolescentes,
nesse período da vida, modificam as relações sociais e os laços Crianças e adolescentes brasileiros também estão sujeitos
afetivos, intensificando suas relações com os pares de idade e à violência doméstica, ao abuso e à exploração sexual, a formas
as aprendizagens referentes à sexualidade e às relações de de trabalho não condizentes com a idade, à falta de cuidados
gênero, acelerando o processo de ruptura com a infância na essenciais com a saúde, aspectos em relação aos quais a escola,
tentativa de construir valores próprios. Ampliam-se as suas como instituição responsável pelos alunos durante o seu
possibilidades intelectuais, o que resulta na capacidade de período de formação – e muitas vezes o único canal
realização de raciocínios mais abstratos. Os alunos se tornam institucional com quem a família mantém contato – precisa
crescentemente capazes de ver as coisas a partir do ponto de estar atenta. Essas questões repercutem na aprendizagem e no
vista dos outros, superando, dessa maneira, o egocentrismo desenvolvimento do aluno e, não raro, colocam o professor
próprio da infância. Essa capacidade de descentração é diante de situações para as quais as práticas que ele conhece
importante na construção da autonomia e na aquisição de não surtem resultados. O trabalho coletivo na escola poderá
valores morais e éticos. respaldá-lo de algum modo. No entanto, ao se tratar de
Os professores, atentos a esse processo de questões que extrapolam o âmbito das atividades escolares,
desenvolvimento, buscarão formas de trabalho pedagógico e cabe à escola manter-se articulada com o Conselho Tutelar,
de diálogo com os alunos, compatíveis com suas idades, com os serviços de apoio aos sistemas educacionais e com
lembrando sempre que esse processo não é uniforme e nem instituições de outras áreas capazes de ministrar os cuidados
contínuo. os serviços de proteção social a que esses alunos têm direito.
Entre os adolescentes de muitas escolas, é frequente Deve-se considerar, ainda, que o crescimento da violência
observar forte adesão aos padrões de comportamento dos e da indisciplina, sobretudo nas escolas das grandes cidades,
jovens da mesma idade, o que é evidenciado pela forma de se tem dificultado sobremaneira a aprendizagem dos alunos e o
vestir e também pela linguagem utilizada por eles. Isso requer trabalho dos professores, provocando entre estes uma atitude
dos educadores maior disposição para entender e dialogar de desânimo diante do magistério, revelada pelo alto índice de
com as formas próprias de expressão das culturas juvenis,

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absenteísmo dos docentes e pelas reiteradas licenças para conhecimentos escolares dos diferentes componentes, além
tratamento de saúde. do processo de didatização que sofrem, passam a trazer
Eles são reflexos não só da violência das sociedades embutido um sentido moral e político. Assim, a história da
contemporâneas, mas também da violência simbólica da escola está indissoluvelmente ligada ao exercício da cidadania;
cultura da escola que impõe normas, valores e conhecimentos a ciência que a escola ensina está impregnada de valores que
tidos como universais e que não estabelece diálogo com a buscam promover determinadas condutas, atitudes e
cultura dos alunos, frequentemente conduzindo um número determinados interesses, como por exemplo, a valorização e
considerável deles ao fracasso escolar. Não só o fracasso no preservação do meio ambiente, os cuidados com a saúde, entre
rendimento escolar, mas também a possibilidade de fracassar outros. Esse mesmo processo ocorre com os demais
que paira na escola, criam um efeito de halo que leva os alunos componentes curriculares e áreas de conhecimento, porque
a se insurgirem contra as regras escolares. devem se submeter às abordagens próprias aos estágios de
O questionamento da escola que está por traz desses desenvolvimento dos alunos, ao período de duração dos
comportamentos deriva também da rápida obsolescência dos cursos, aos horários e condições em que se desenvolve o
conhecimentos provocada pela multiplicação dos meios de trabalho escolar e, sobretudo, aos propósitos mais gerais de
comunicação e do fato de, ao ter-se popularizado, o certificado formação dos educandos. O acesso ao conhecimento escolar
que ela oferece já não é mais garantia de ascensão e tem, portanto, dupla função: desenvolver habilidades
mobilidade social como já foi nos períodos em que a escola intelectuais e criar atitudes e comportamentos necessários
pública era altamente seletiva. Daí decorre que o professor, para a vida em sociedade.
para assegurar a disciplina em sala de aula, condição O aluno precisa aprender não apenas os conteúdos
necessária para o trabalho pedagógico, precisa agora legitimar escolares, mas também saber se movimentar na instituição
a sua autoridade pedagógica junto aos alunos, o que requer um pelo conhecimento que adquire de seus valores, rituais e
esforço deliberado para manter o diálogo e a comunicação com normas, ou seja, pela familiaridade com a cultura da escola. Ele
eles. costuma ir bem na escola quando compreende não somente o
Diante desse contexto, se torna imperativo um trabalho que fica explícito, como o que está implícito no cotidiano
entre as instituições, as famílias e toda a sociedade no sentido escolar, ou seja, tudo aquilo que não é dito mas que é
de valorizar a escola e o professor. Além disso, é necessária valorizado ou desvalorizado pela escola em termos de
forte articulação da unidade escolar com a família e os alunos comportamento, atitudes e valores que fazem parte de seu
no estabelecimento das normas de convívio social na escola, currículo oculto.
construídas com a participação ativa da comunidade e dos É preciso, pois, que a escola expresse com clareza o que
alunos e registradas em um regimento escolar pautado na espera dos alunos, buscando coerência entre o que proclama e
legislação educacional e no Estatuto da Criança e do o que realiza, ou seja, o que realmente ensina em termos de
Adolescente (Lei nº 8.069/90). conhecimento.
Os alunos provenientes de grupos sociais cuja cultura é
O currículo muito diferente daquela da escola, encontram na diferença
entre o que é cobrado e o que é ensinado por ela um obstáculo
Cabe primordialmente à instituição escolar a socialização para o seu aproveitamento. Eles precisam fazer um esforço
do conhecimento e a recriação da cultura. De acordo com as muito maior do que os outros para entender a linguagem da
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação escola, seus códigos ocultos, uma vez que a instituição
Básica (Parecer CNE/CEB nº7/2010 e Resolução CNE/CEB nº pressupõe que certos conhecimentos que ela não ensina são
4/2010), uma das maneiras de se conceber o currículo é do domínio de todos, quando na verdade não são.
entendê-lo como constituído pelas experiências escolares que A escola constitui a principal e, muitas vezes, a única forma
se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas de acesso ao conhecimento sistematizado para a grande
relações sociais, buscando articular vivências e saberes dos maioria da população. Esse dado aumenta a responsabilidade
alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e do Ensino Fundamental na sua função de assegurar a todos a
contribuindo para construir as identidades dos estudantes. O aprendizagem dos conteúdos curriculares capazes de fornecer
foco nas experiências escolares significa que as orientações e os instrumentos básicos para a plena inserção na vida social,
propostas curriculares que provêm das diversas instâncias só econômica e cultural do país. Michael Young (2007) denomina
terão concretude por meio das ações educativas que envolvem “poderoso” o conhecimento que, entre as crianças,
os alunos. adolescentes, jovens e adultos não pode ser adquirido apenas
Os conhecimentos escolares podem ser compreendidos em casa e na comunidade, ou ainda nos locais de trabalho. Nas
como o conjunto de conhecimentos que a escola seleciona e sociedades contemporâneas esse conhecimento é o que
transforma, no sentido de torná-los passíveis de serem permite estabelecer relações mais abrangentes entre os
ensinados, ao mesmo tempo em que servem de elementos para fenômenos, e é principalmente na escola que ele tem condições
a formação ética, estética e política do aluno. de ser adquirido.
As instâncias que mantêm, organizam, orientam e Para isso, a escola, no desempenho das suas funções de
oferecem recursos à escola, como o próprio Ministério da educar e cuidar, deve acolher os alunos dos diferentes grupos
Educação, as Secretarias de Educação, os Conselhos de sociais, buscando construir e utilizar métodos, estratégias e
Educação, assim como os autores de materiais e livros recursos de ensino que melhor atendam às suas características
didáticos, transformam o conhecimento acadêmico, cognitivas e culturais. Acolher significa, pois, propiciar aos
segmentando- de acordo com os anos de escolaridade, alunos meios para conhecerem a gramática da escola,
ordenando-o em unidades e tópicos e buscam ainda ilustrá-lo oferecendo àqueles com maiores dificuldades e menores
e formulá-lo em questões para muitas das quais já se têm oportunidades, mais incentivos e renovadas oportunidades de
respostas. Esse processo em que o conhecimento de diferentes se familiarizarem com o modo de entender a realidade que é
áreas sofre mudanças, transformando-se em conhecimento valorizado pela cultura escolar.
escolar, tem sido chamado de transposição didática. Acolher significa, também, garantir as aprendizagens
Também se diz que os conhecimentos produzidos nos propostas no currículo para que o aluno desenvolva interesses
diversos componentes curriculares, para adentrarem a escola e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais
são reco textualizados de acordo com a lógica que preside as disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em
instituições escolares. Uma vez que as escolas são instituições geral, e que lhe possibilitem, ainda, sentir-se como produtor
destinadas à formação das crianças, jovens e adultos, os valorizado desses bens. Ao lado disso, a escola é, por

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excelência, o lugar em que é possível ensinar e cultivar as I – Linguagens:


regras do espaço público que conduzem ao convívio a) Língua Portuguesa
democrático com as diferenças, orientado pelo respeito mútuo b) Língua materna, para populações indígenas
e pelo diálogo. É nesse espaço que os alunos têm condições de c) Língua Estrangeira moderna
exercitar a crítica e de aprender a assumir responsabilidades d) Arte
em relação ao que é de todos. e) Educação Física

A base nacional comum e a parte diversificada: II – Matemática


complementaridade
III – Ciências da Natureza
O currículo do Ensino Fundamental tem uma base nacional
comum, complementada em cada sistema de ensino e em cada IV – Ciências Humanas:
estabelecimento escolar por uma parte diversificada. A base a) História
nacional comum e a parte diversificada do currículo do Ensino b) Geografia
Fundamental constituem um todo integrado e não podem ser
consideradas como dois blocos distintos. V – Ensino Religioso
A articulação entre a base nacional comum e a parte
diversificada do currículo do Ensino Fundamental possibilita a O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua
sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do portuguesa, mas às comunidades indígenas é assegurada
cidadão com a realidade local, as necessidades dos alunos, as também “a utilização de suas línguas maternas e processos
características regionais da sociedade, da cultura e da próprios de aprendizagem” (Constituição Federal, art. 210,
economia e perpassa todo o currículo. §2º, e art. 32, §3º da LDB).
O ensino da História do Brasil levará em conta as
Voltados à divulgação de valores fundamentais ao contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação
interesse social e à preservação da ordem democrática, os do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
conhecimentos que fazem parte da base nacional comum a que africana e europeia (art. 26, §4º da LDB). Ainda conforme o
todos devem ter acesso, independentemente da região e do artigo 26 A, alterado pela Lei nº 11.645/2008 (que inclui no
lugar em que vivem, asseguram a característica unitária das currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da
orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”), a
dos Estados, Distrito Federal e Municípios e dos projetos História e a Cultura Afro-Brasileira, bem como a dos povos
político-pedagógicos das escolas. indígenas, presentes obrigatoriamente nos conteúdos
Os conteúdos curriculares que compõem a parte desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar, em
diversificada do currículo serão definidos pelos sistemas de especial na Arte, Literatura e História do Brasil, assim como a
ensino e pelas escolas, de modo a complementar e enriquecer História da África, contribuirão para assegurar o
o currículo, assegurando a contextualização dos conhecimento e o reconhecimento desses povos para a
conhecimentos escolares diante das diferentes realidades. É constituição da nação. Sua inclusão possibilita ampliar o leque
assim que, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais e dos de referências culturais de toda a população escolar e
conteúdos obrigatórios fixados em âmbito nacional, conforme contribui para a mudança das suas concepções de mundo,
determina a Constituição Federal em seu artigo 210, transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo
multiplicam-se as propostas e orientações curriculares de currículo e contribuindo para a construção de identidades
Estados e Municípios e, no seu bojo, os projetos suas mais plurais e solidárias.
respectivas jurisdições e traduzindo a pluralidade de
possibilidades na implementação dos currículos escolares A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não
diante das exigências do regime federativo. exclusivo, do componente curricular Arte, o qual compreende,
Os conteúdos que compõem a base nacional comum e a também, as artes visuais, o teatro e a dança.
parte diversificada têm origem nas disciplinas científicas, no A Educação Física, componente obrigatório do currículo do
desenvolvimento das linguagens, no mundo do trabalho e na Ensino Fundamental, integra a proposta políticopedagógica da
tecnologia, na produção artística, nas atividades desportivas e escola e será facultativa ao aluno apenas nas circunstâncias
corporais, na área da saúde, nos movimentos sociais, e ainda previstas na LDB.
incorporam saberes como os que advêm das formas diversas O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno, é
de exercício da cidadania, da experiência docente, do cotidiano parte integrante da formação básica do cidadão e constitui
e dos alunos. componente curricular dos horários normais das escolas
Os conteúdos sistematizados que fazem parte do currículo públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à
são denominados componentes curriculares, os quais, por sua diversidade cultural e religiosa do Brasil e vedadas quaisquer
vez, se articulam às áreas de conhecimento, a saber: formas de proselitismo.
Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Na parte diversificada do currículo do Ensino
Humanas. As áreas de conhecimento favorecem a Fundamental, será incluído, obrigatoriamente, a partir do 6º
comunicação entre os conhecimentos e saberes dos diferentes ano, o ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira
componentes curriculares, mas permitem que os referenciais moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar
próprios de cada componente curricular sejam preservados. que poderá optar, entre elas, pela Língua Espanhola, nos
termos da Lei nº 11.161/2005. É necessário esclarecer que
O currículo da base nacional comum do Ensino língua indígena ou outras formas usuais de expressão verbal
Fundamental deve abranger obrigatoriamente, conforme o de certas comunidades não podem ocupar o lugar do ensino de
artigo 26 da LDB, o estudo da Língua Portuguesa e da Língua Estrangeira moderna.
Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento
realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem devem articular a seus conteúdos, a partir das possibilidades
como o ensino da Arte, a Educação Física e o Ensino Religioso. abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas
Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino abrangentes e contemporâneos, que afetam a vida humana em
Fundamental serão assim organizados em relação às áreas de escala global, regional e local, bem como na esfera individual.
conhecimento: Temas como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e

Fundamentos da Educação 63
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social, assim como os direitos das crianças e adolescentes, de conhecimento e que os torna diferentes uns dos outros, mas
acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº não menos importantes.
8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da
política nacional de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), A reinvenção do conhecimento e a apropriação da cultura
educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e pelos alunos
tecnologia, diversidade cultural, devem permear o
desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da Ao procurar aliviar o peso do individualismo que alimenta
parte diversificada do currículo. as sociedades contemporâneas, movidas predominantemente
pelas forças do mercado, a possibilidade de uma cultura
Outras leis específicas, que complementam a LDB, comum no ensino obrigatório tem de traduzir a tensão
determinam ainda que sejam incluídos temas relativos à permanente entre a universalização e a individualização dos
educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97) e à condição e conhecimentos (Dussel, 2009).
direitos dos idosos, conforme a Lei nº 10.741/2003. A leitura e a escrita, a História, as Ciências, a Arte,
A transversalidade constitui uma das maneiras de propiciam aos alunos o encontro com um mundo que é
trabalhar os componentes curriculares, as áreas de diferente, mais amplo e diversos que o seu. Ao não se restringir
conhecimento e os temas contemporâneos em uma à transmissão de conhecimentos apresentados como verdades
perspectiva integrada, tal como indicam as Diretrizes acabadas e levar os alunos a perceberem que essas formas de
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Essa entender e de expressar a realidade possibilitam outras
abordagem deve ser apoiada por meios adequados. Aos órgãos interpretações, a escola também oferece lugar para que os
executivos dos sistemas de ensino compete a produção e próprios educandos reinventem o conhecimento e criem e
disseminação de materiais subsidiários ao trabalho docente, recriem cultura.
com o objetivo de contribuir para a eliminação de
discriminações, racismos e preconceitos, e conduzir à adoção O currículo não se esgota, contudo, nos componentes
de comportamentos responsáveis e solidários em relação aos curriculares e nas áreas de conhecimento. Valores, atitudes,
outros e ao meio ambiente. sensibilidades e orientações de conduta são veiculados não só
pelos conhecimentos, mas por meio de rotinas, rituais, normas
Na perspectiva de construção de uma sociedade mais de convívio social, festividades, visitas e excursões, pela
democrática e solidária, novas demandas provenientes de distribuição do tempo e organização do espaço, pelos
movimentos sociais e de compromissos internacionais materiais utilizados na aprendizagem, pelo recreio, enfim,
firmados pelo país, passam, portanto, a ser contempladas pelas vivências proporcionadas pela escola.
entre os elementos que integram o currículo, como as Ao se debruçar sobre uma área de conhecimento ou um
referentes à promoção dos direitos humanos. Muitas delas tema de estudo, o aluno aprende, também, diferentes maneiras
tendem a ser incluídas nas propostas curriculares pela adoção de raciocinar; é sensibilizado por algum aspecto do tema
da perspectiva multicultural. Entende-se, que os tratado, constrói valores, torna-se interessado ou se
conhecimentos comuns do currículo criam a possibilidade de desinteressa pelo ensino. Assim, a aprendizagem de um
dar voz a diferentes grupos como os negros, indígenas, componente curricular ou de um problema a ser investigado,
mulheres, crianças e adolescentes, homossexuais, pessoas com bem como as vivências dos alunos no ambiente escolar,
deficiência. contribuem para formar e conformar as subjetividades dos
Mais ainda: o conhecimento de valores, crenças, modos de alunos, porque criam disposições para entender a realidade a
vida de grupos sobre os quais os currículos se calaram durante partir de certas referências, desenvolvem gostos e
uma centena de anos sob o manto da igualdade formal, preferências, levam os alunos a se identificarem com
propicia desenvolver empatia e respeito pelo outro, pelo que é determinadas perspectivas e com as pessoas que as adotam,
diferente de nós, pelos alunos na sua diversidade étnica, ou a se afastarem de outras. Desse modo, a escola pode
regional, social, individual e grupal, e leva a conhecer as razões contribuir para que eles construam identidades plurais, menos
dos conflitos que se escondem por trás dos preconceitos e fechadas em círculos restritos de referência e para a formação
discriminações que alimentam as desigualdades sociais, de sujeitos mais compreensivos e solidários.
étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, das pessoas Do ponto de vista da abordagem, reafirma-se a
com deficiência e outras, assim como os processos de importância do lúdico na vida escolar, não se restringindo sua
dominação que têm, historicamente, reservado a poucos o presença apenas à Arte e à Educação Física. Hoje se sabe que
direto de aprender, que é de todos. no processo de aprendizagem a área cognitiva está
A perspectiva multicultural no currículo leva, ainda, ao inseparavelmente ligada à afetiva e à emocional. Pode-se dizer
reconhecimento da riqueza das produções culturais e à que tanto o prazer como a fantasia e o desejo estão imbricados
valorização das realizações de indivíduos e grupos sociais e em tudo o que fazemos. Os estudos sobre a vida diária, sobre o
possibilita a construção de uma autoimagem positiva a muitos homem comum e suas práticas, desenvolvidos em vários
alunos que vêm se defrontando constantemente com as campos do conhecimento e, mais recentemente, pelos estudos
condições de fracasso escolar, agravadas pela discriminação culturais, introduziram no campo do currículo a preocupação
manifesta ou escamoteada no interior da escola. Além de de estabelecer conexões entre a realidade cotidiana dos alunos
evidenciar as relações de interdependência e de poder na e os conteúdos curriculares. Há, sem dúvida, em muitas
sociedade e entre as sociedades e culturas, a perspectiva escolas, uma preocupação com o prazer que as atividades
multicultural tem o potencial de conduzir a uma profunda escolares possam proporcionar aos alunos. Não obstante,
transformação do currículo comum. frequentemente parece que se tem confundido o prazer que
Quando os conhecimentos escolares se nutrem de temas decorre de uma descoberta, de uma experiência estética, da
da vida social, também é preciso que as escolas se aproximem comunhão de ideias, da solução de um problema, com o prazer
mais dos movimentos que os alimentam, das suas demandas e hedonista que tudo reduz à satisfação do prazer pessoal,
encaminhamentos. Ao lado disso, a interação na escola entre alimentado pela sociedade de consumo.
os conhecimentos de referência disciplinar e aqueles
provenientes das culturas populares pode possibilitar o A escola tem tido dificuldades para tornar os conteúdos
questionamento de valores subjacentes em cada um deles e a escolares interessantes pelo seu significado intrínseco. É
necessidade de revê-los, ao mesmo tempo em que permite necessário que o currículo seja planejado e desenvolvido de
deixar clara a lógica que preside cada uma dessas formas de modo que os alunos possam sentir prazer na leitura de um

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livro, na identificação do jogo de sombra e luz de uma pintura, pertencentes aos segmentos majoritários da população que
na beleza da paisagem, na preparação de um trabalho sobre a encontram grande dificuldade de se fazerem ouvir e de
descoberta da luz elétrica, na pesquisa sobre os vestígios dos fazerem valer os seus direitos, possam manifestar os seus
homens primitivos na América e de sentirem o estranhamento anseios e expectativas e possam ser levados em conta, tendo
ante as expressões de injustiça social e de agressão ao meio como referência a oferta de um ensino de qualidade para
ambiente. todos.
As escolas devem propiciar ao aluno condições de O fato de o projeto político-pedagógico de muitas escolas
desenvolver a capacidade de aprender, como quer a Lei nº figurar apenas como um texto formal que cumpre uma
9.394/96, em seu artigo 32, mas com prazer e gosto, tornando exigência burocrática, não significa que a escola não tenha um
suas atividades desafiadoras, atraentes e divertidas. Isso vale projeto próprio. Significa que ele é, na verdade, um projeto
tanto para a base nacional comum como para a parte pedagógico fragmentado, em que cada professor se encerra no
diversificada. Esta última, por estar voltada para aspectos e seu trabalho solitário para desenvolver o currículo à sua
interesses regionais e locais, pode incluir a abordagem de maneira.
temas que proporcionem aos estudantes maior compreensão As experiências das escolas que conseguem reverter o
e interesse pela realidade em que vivem. jogo e obter melhorias significativas na qualidade do ensino
seguem por caminhos bem variados, mas todas têm em
O projeto político-pedagógico comum um fato: é por meio de um projeto educativo
democrático e compartilhado, em que os professores, a
O currículo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de direção, os funcionários e a comunidade unem seus esforços e
duração exige a estruturação de um projeto educativo chegam mais perto da escola que desejam. Isso não quer dizer
coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de que deve recair sobre as escolas e seus educadores toda a
ser e de se desenvolver das crianças e dos adolescentes nos responsabilidade pela mudança da qualidade do ensino. Ao
diferentes contextos sociais. O projeto educativo pode ser contrário, o esforço compartilhado necessita de forte apoio
entendido como uma das formas de expressão dos propósitos dos órgãos gestores, dos sistemas de ensino e da comunidade;
educacionais que pode ser compartilhada por diferentes mas ele é realmente insubstituível quando projeta o desejo de
escolas e redes. mudar a escola para melhor.
Ciclos, séries e outras formas de organização a que se O regimento escolar e o projeto político-pedagógico, em
refere a Lei nº 9.394/96 serão compreendidos como tempos e conformidade com a legislação e as normas vigentes, devem
espaços interdependentes e articulados entre si, ao longo dos conferir espaço e tempo para que os profissionais da escola e,
9 (nove) anos. Ao empenhar-se em garantir aos alunos uma em especial, os professores, possam participar de reuniões de
educação de qualidade, todas as atividades da escola e a sua trabalho coletivo, planejar e executar as ações educativas de
gestão deverão estar articuladas com esse propósito. O modo articulado, avaliar os trabalhos dos alunos, tomar parte
processo de enturmação dos alunos, a distribuição de turmas em ações de formação continuada e estabelecer contatos com
por professor, as decisões sobre o currículo, a escolha dos a comunidade.
livros didáticos, a ocupação do espaço, a definição dos horários No projeto político-pedagógico e no regimento escolar, o
e outras tarefas administrativas e/ou pedagógicas precisam aluno, centro do planejamento curricular, deve ser
priorizar o atendimento aos interesses e necessidades dos considerado como sujeito que atribui sentidos à natureza e à
alunos. sociedade nas práticas sociais que vivencia, produzindo
cultura, recriando conhecimentos e construindo sua
A gestão democrática e participativa como garantia do identidade pessoal e social. Como sujeito de direitos, ele deve
direito à educação tomar parte ativa na discussão e implementação das normas
que regem as formas de relacionamento na escola, fornecendo
O projeto político-pedagógico da escola e o seu regimento indicações relevantes a respeito do que deve ser trabalhado no
escolar devem ser elaborados por meio de processos currículo ao tempo em que precisa ser incentivado a participar
participativos próprios da gestão democrática. das organizações estudantis. Dentro das condições próprias da
O projeto político-pedagógico traduz o projeto educativo idade, mesmo as crianças menores poderão manifestar-se, por
construído pela comunidade escolar no exercício de sua exemplo, sobre o que gostam e não gostam na escola e também
autonomia com base nas características dos alunos, nos a respeito da escola com que sonham.
profissionais e recursos disponíveis, tendo como referência as Na implementação do projeto político-pedagógico, o
orientações curriculares nacionais e dos respectivos sistemas cuidar e o educar, indissociáveis funções da escola, resultarão
de ensino. em ações integradas que buscam articular-se
Deve ser assegurada ampla participação dos profissionais pedagogicamente no interior da própria instituição e, também,
da escola, da família, dos alunos e da comunidade local na externamente, com serviços de apoio aos sistemas
definição das orientações imprimidas aos processos educacionais e com as políticas de outras áreas, para assegurar
educativos e nas formas de implementá-las. Estas devem ser a aprendizagem, o bem-estar e o desenvolvimento do aluno em
apoiadas por um processo contínuo de avaliação das ações de todas as suas dimensões.
modo a assegurar a distribuição social do conhecimento e As escolas necessitam se articular também com as
contribuir para a construção de uma sociedade democrática e instituições formadoras, com vistas a 118 assegurar a
igualitária. atualização de seus profissionais tendo em conta as suas
O regimento escolar deve assegurar as condições demandas específicas.
institucionais adequadas para a execução do projeto político-
pedagógico e a oferta de uma educação inclusiva e com Relevância dos conteúdos, integração e abordagens do
qualidade social, igualmente garantida a ampla participação currículo
da comunidade escolar na sua elaboração.
Quanto ao planejamento curricular, há que se pensar na
É a participação da comunidade que pode dar voz e vez às importância da seleção dos conteúdos e na sua forma de
crianças, aos adolescentes e às suas famílias, e também aos que organização. No primeiro caso, é preciso considerar a
frequentam a Educação de Jovens e Adultos (EJA), criando relevância dos conteúdos selecionados para a vida dos alunos
oportunidades institucionais para que todos os segmentos e para a continuidade de sua trajetória escolar, bem como a
envolvidos no processo educativo, particularmente aqueles pertinência do que é abordado em face da diversidade dos

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estudantes, buscando a contextualização dos conteúdos e o Os esforços de integração têm buscado maior conexão com
seu tratamento flexível. Além do que, será preciso oferecer os problemas que os alunos e sua comunidade enfrentam, ou
maior atenção, incentivo e apoio aos que deles demonstrarem ainda com as demandas sociais e institucionais mais amplas
mais necessidade, com vistas a assegurar a igualdade de que a escola deve responder. Nesse processo, é preciso que os
acesso ao conhecimento. conteúdos curriculares não sejam banalizados. Algumas
Em relação à organização dos conteúdos, há necessidade escolas, por vezes, têm caído em extremos: a valorização
de superar o caráter fragmentário das áreas, buscando uma apenas dos conteúdos escolares de referência disciplinar ou
integração no currículo que possibilite tornar os certa rejeição a esses conteúdos, sob o pretexto de que é
conhecimentos abordados mais significativos para os preciso evitar o “conteudismo”. A literatura educacional tem
educandos e favorecer a participação ativa de alunos com mostrado que, em nome de um ensino que melhor responda às
habilidades, experiências de vida e interesses muito exigências de competitividade das sociedades
diferentes. contemporâneas, é frequente que a escola termine alijando os
Os estudiosos do tema têm insistido na crítica aos alunos pertencentes às camadas populares do contato e do
currículos em que as disciplinas apresentam fronteiras aprendizado de conhecimentos essenciais à sua formação,
fortemente demarcadas, sem conexões e diálogos entre elas. porque desconhece o universo material e simbólico das
Criticam, também, os currículos que se caracterizam pela crianças, adolescentes, jovens e adultos e não faz a ponte de
distância que mantêm com a vida cotidiana, pelo caráter que necessitam os alunos para dominar os conhecimentos
abstrato do conhecimento trabalhado e pelas formas de veiculados.
avaliação que servem apenas para selecionar e classificar os Por sua vez, alguns currículos muito centrados nas
alunos, estigmatizando os que não se enquadram nas suas culturas dos alunos, ao proporem às camadas populares uma
expectativas. A literatura sobre currículo avança ao propor educação escolar calcada sobretudo na espontaneidade e na
que o conhecimento seja contextualizado, permitindo que os criatividade, terminam por reservar apenas para as elites uma
alunos estabeleçam relações com suas experiências. Evita-se, educação que trabalha com abstrações e estimula a capacidade
assim, a transmissão mecânica de um conhecimento que de raciocínio lógico. Assim sendo, vale repetir que os
termina por obscurecer o seu caráter provisório e que não leva segmentos populares, ao lutarem pelo direito à escola e à
ao envolvimento ativo do estudante no processo de educação, aspiram apossar-se dos conhecimentos que,
aprendizagem (Moreira e Candau, 2008). transcendendo as suas próprias experiências, lhes forneçam
instrumentos mais complexos de análise da realidade e
Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento, permitam atingir níveis mais universais de explicação dos
relacionados a um projeto educativo de longo prazo, como fenômenos. São esses conhecimentos que os mecanismos
deve ser o da Educação Básica, concorrem de maneira decisiva internos de exclusão na escola têm reservado somente às
para assegurar uma sistematização de conhecimentos minorias, mas que é preciso assegurar a toda a população.
imprescindível no Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, Ainda quanto à abordagem do currículo, os professores
garantindo-lhe continuidade e consistência. Mas eles levarão em conta a diversidade sociocultural da população
certamente devem ser trabalhados por diversas abordagens escolar, as desigualdades de acesso ao consumo de bens
integradoras. Continuidade e consistência não querem dizer culturais e a multiplicidade de interesses e necessidades
uniformidade e padronização de sequências e conteúdos. apresentados pelos estudantes no desenvolvimento de
Têm sido numerosas e variadas as experiências das metodologias e estratégias variadas que melhor respondam às
escolas brasileiras quanto ao esforço de integração do diferenças de aprendizagem entre os alunos e às suas
currículo. Há propostas curriculares ordenadas em torno de demandas.
grandes eixos articuladores; experiências de redes que
trabalham projetos de interdisciplinaridade com base em A criação de um ambiente propício à aprendizagem na
temas geradores formulados a partir de problemas detectados escola terá como base o trabalho compartilhado e o
na comunidade; as que procuram enredar esses temas às áreas compromisso dos professores e dos demais profissionais com
de conhecimento; os chamados currículos em rede; as que a aprendizagem dos alunos; o atendimento às necessidades
propõem a integração do currículo por meio de conceitos- específicas de aprendizagem de cada um mediante formas de
chave ou ainda de conceitos-nucleares que permitem abordagem apropriadas; a utilização dos recursos disponíveis
trabalhar as questões cognitivas e as questões culturais numa na escola e nos espaços sociais e culturais do entorno; a
perspectiva transversal. Atualmente, estão muito contextualização dos conteúdos, assegurando que a
disseminadas nas escolas concepções diversas de projetos de aprendizagem seja relevante e socialmente significativa; e o
trabalho, que se espera, devem enriquecer o currículo cultivo do diálogo e de relações de parceria com as famílias.
tornando os conhecimentos escolares mais vivos e Para tanto, é fundamental contar com o apoio solidário dos
desafiadores para os alunos. Entretanto, é importante que os sistemas de ensino e das próprias escolas no provimento de
vários projetos em andamento em muitas escolas estejam adequadas condições de trabalho e de outros recursos, de
articulados ao tratamento dos conteúdos curriculares e às acordo com os padrões mínimos de qualidade referidos no
áreas de conhecimento, evitando a fragmentação e a dispersão inciso IX, do art. 4º da LDB, e objeto de manifestação deste
provocadas por iniciativas com propósitos diferentes e que colegiado no Parecer CNE/CEB nº 8/2010.
não se comunicam entre si. É nesse sentido que deve ser Os sistemas de ensino, as escolas e os professores, com o
operacionalizada a orientação contida nas Diretrizes apoio das famílias e da comunidade, devem envidar esforços
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, quando para assegurar o progresso contínuo dos alunos no que se
preconizam o tratamento dos conteúdos curriculares por meio refere ao seu desenvolvimento pleno e à aquisição de
de projetos e que orientam que, para eles, sejam destinados aprendizagens significativas, lançando mão de todos os
pelo menos 20% da carga horária de trabalho anual. recursos disponíveis e criando renovadas oportunidades para
O fundamental no esforço de integração parece ser evitar que a trajetória escolar discente seja retardada ou
justamente a necessária disposição, por parte dos professores, indevidamente interrompida. Devem, portanto, adotar as
de trabalhar juntos, de compartilhar com os colegas os acertos providências necessárias para que a operacionalização do
e as indagações que decorrem de posturas e práticas ainda princípio da continuidade não seja traduzida como “promoção
minoritárias no país. automática” de alunos de um ano, série ou ciclo para o
seguinte, e para que o combate à repetência não se transforme
em descompromisso com o ensino e a aprendizagem. A

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organização do trabalho pedagógico deve levar em conta a especialmente os considerados mais fracos e aumentando a
mobilidade e a flexibilização dos tempos e espaços escolares, a defasagem entre eles e os demais. Pesquisas mostraram a
diversidade nos agrupamentos de alunos, as diversas impossibilidade de formar turmas homogêneas, em vista das
linguagens artísticas, a diversidade de materiais, os variados diferenças existentes entre os alunos. Evidenciaram, também,
suportes literários, as atividades que mobilizem o raciocínio, que muito do que se aprende na escola é aprendido nas
as atitudes investigativas, a articulação entre a escola e a interações dos próprios alunos e advogam, há algumas
comunidade e o acesso aos espaços de expressão cultural. décadas, que a heterogeneidade das turmas pode se converter
em uma vantagem, tanto do ponto de vista cognitivo, quanto
As articulações do Ensino Fundamental e a continuidade do afetivo e do cultural, pois favorece a ajuda entre os
da trajetória escolar dos alunos educandos, estimula-os mutuamente e enriquecendo o seu
Um desafio com que se depara o Ensino Fundamental diz convívio.
respeito à sua articulação com as demais etapas da educação,
especialmente com a Educação Infantil e com o Ensino Médio. A entrada de crianças de 6 (seis) anos no Ensino
A falta de articulação entre as diferentes etapas da Educação Fundamental
Básica tem criado barreiras que dificultam o percurso escolar
dos alunos. Para a sua superação é preciso que o Ensino A entrada de crianças de 6 (seis) anos no Ensino
Fundamental passe a incorporar tanto algumas práticas que Fundamental implica assegurar-lhes garantia de
integram historicamente a Educação Infantil, assim como aprendizagem e desenvolvimento pleno, atentando para a
traga para o seu interior preocupações compartilhadas por grande diversidade social, cultural e individual dos alunos, o
grande parte dos professores do Ensino Médio, como a que demanda espaços e tempos diversos de aprendizagem. Na
necessidade de sistematizar conhecimentos, de proporcionar perspectiva da continuidade do processo educativo
oportunidades para a formação de conceitos e a preocupação proporcionada pelo alargamento da Educação Básica, o Ensino
com o desenvolvimento do raciocínio abstrato, dentre outras. Fundamental terá muito a ganhar se absorver da Educação
Não menos necessária é uma integração maior entre os Infantil a necessidade de recuperar o caráter lúdico da
anos iniciais e os anos finais do Ensino Fundamental. Há que aprendizagem, particularmente entre as crianças de 6 (seis) a
superar os problemas localizados na passagem das séries 10 (dez) anos que frequentam as suas classes, tornando as
iniciais e a das séries finais dessa etapa, decorrentes de duas aulas menos repetitivas, mais prazerosas e desafiadoras e
diferentes tradições de ensino. Os alunos, ao mudarem do levando à participação ativa dos alunos. A escola deve adotar
professor generalista dos anos iniciais para os professores formas de trabalho que proporcionem maior mobilidade às
especialistas dos diferentes componentes curriculares, crianças na sala de aula, explorar com elas mais intensamente
costumam se ressentir diante das muitas exigências que têm as diversas linguagens artísticas, a começar pela literatura,
de atender, feitas pelo grande número de docentes dos anos utilizar mais materiais que proporcionem aos alunos
finais. Essa transição acentua a necessidade de um oportunidade de racionar manuseando-os, explorando as suas
planejamento curricular integrado e sequencial e abre a características e propriedades, ao mesmo tempo em que passa
possibilidade de adoção de formas inovadoras a partir do 6º a sistematizar mais os conhecimentos escolares.
ano, a exemplo do que já o fazem algumas escolas e redes de
ensino. A passagem dos anos iniciais para os anos finais do Além disso, é preciso garantir que a passagem da Pré-
Ensino Fundamental apresenta ainda mais uma dificuldade: o Escola para o Ensino Fundamental não leve a ignorar os
intenso processo de descentralização ocorrido na última conhecimentos que a criança já adquiriu. Igualmente, o
década acentuou a cisão dessa etapa da escolaridade, levando processo de alfabetização e letramento, com o qual ela passa a
à concentração da oferta dos anos iniciais, majoritariamente estar mais sistematicamente envolvida, não pode sofrer
nas redes municipais, e dos anos finais, nas redes mantidas interrupção ao final do primeiro ano dessa nova etapa da
pelos Estados. O fato requer especial atenção de Estados e escolaridade.
Municípios ao planejarem conjuntamente o atendimento à Assim como há crianças que depois de alguns meses estão
demanda, a fim de evitar obstáculos ao acesso dos alunos que alfabetizadas, outras requerem de dois a três anos para
devem mudar de uma rede para outra para completar o Ensino consolidar suas aprendizagens básicas, o que tem a ver, muito
Fundamental. frequentemente, com seu convívio em ambientes em que os
usos sociais da leitura e escrita são intensos ou escassos, assim
As articulações no interior do Ensino Fundamental, e deste como com o próprio envolvimento da criança com esses usos
com as etapas que o antecedem e o sucedem na Educação sociais na família e em outros locais fora da escola. Entretanto,
Básica, são, pois, elementos fundamentais para o bom mesmo entre as crianças das famílias de classe média, em que
desempenho dos estudantes e a continuidade dos seus a utilização da leitura e da escrita é mais corrente, verifica-se,
estudos. também, grande variação no tempo de aprendizagem dessas
Um dos sérios entraves ao percurso escolar dos alunos habilidades pelos alunos.
tem sido a cultura da repetência que impregna as práticas Para as crianças que entram pela primeira vez na escola
escolares. Há muitos anos, diferentes estudos têm mostrado aos 6 (seis) anos, o período requerido para esse aprendizado
que a repetência não é o melhor caminho para assegurar que pode ser mais prolongado, mas o esperado é que, com a
os alunos aprendam. Ao contrário, a repetência, além de ampliação da obrigatoriedade escolar para a faixa etária dos 4
desconsiderar o que o aluno já aprendeu, geralmente não lhe (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, todas as crianças se
oferece oportunidade de superar as dificuldades que beneficiem. Entretanto, os anos iniciais do Ensino
apresentava e termina por desinteressá-lo dos estudos ainda Fundamental de 9 (nove) anos não se reduzem apenas à
mais, aumentando a probabilidade de que repita novamente alfabetização e ao letramento. Desde os 6 (seis) anos de idade,
aquela série e contribuindo para baixar a sua autoestima. Mas os conteúdos dos demais componentes curriculares devem
aqui é preciso enfatizar, mais uma vez, que o combate à também ser trabalhados. São eles que, ao descortinarem às
repetência não pode significar descompromisso com o ensino crianças o conhecimento do mundo por meio de novos olhares,
e a aprendizagem. lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita
A enturmação dos alunos por idade e não por nível de de um modo mais significativo.
conhecimento passou a ser uma alternativa ao que costumava
ser feito quando as escolas dividiam as turmas de alunos em
fracas, médias e fortes, as quais terminavam prejudicando

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Há que lembrar, porém, que os anos iniciais do Ensino crianças de 6 (seis), 7 (sete) e 8 (oito) anos de idade e
Fundamental têm se constituído, historicamente, em um dos instituindo um bloco destinado à alfabetização.
maiores obstáculos interpostos aos alunos para prosseguirem Mesmo quando o sistema de ensino ou a escola, no uso de
aprendendo. Há não muito tempo atrás, por décadas e décadas, sua autonomia, fizerem opção pelo regime seriado, é
cerca de metade dos alunos repetiam a primeira série, sendo necessário considerar os três anos iniciais do Ensino
barrados logo no início da escolarização por não estarem Fundamental como um bloco pedagógico ou um ciclo
completamente alfabetizados. Além disso, a maioria dos sequencial não passível de interrupção, voltado para ampliar a
alunos matriculados no ensino obrigatório não conseguia todos os alunos as oportunidades de sistematização e
chegar ao seu final por causa da repetência. Os poucos que o aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis
concluíam levavam, em média, perto de 12 (doze) anos, ou para o prosseguimento dos estudos. Os três anos iniciais do
seja, o tempo previsto para cursar o Ensino Fundamental e o Ensino Fundamental devem assegurar:
Ensino Médio. Mesmo nos dias atuais, em que baixaram
consideravelmente os índices de repetência escolar no país, a) a alfabetização e o letramento;
esses índices ainda figuram entre os maiores do mundo. E a b) o desenvolvimento das diversas formas de expressão,
repetência, como se sabe, não gera qualidade! incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatura, a
As maiores vítimas da repetência têm sido as crianças e Música e demais artes, a Educação Física, assim como o
adolescentes pobres, mestiços e negros, e, mais recentemente, aprendizado da Matemática, de Ciências, de História e de
tem-se observado, ainda, que são os alunos do sexo masculino, Geografia;
pobres e negros, os que mais ficam em recuperação e c) a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a
apresentam atraso escolar. Esse dado remete às implicações complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que
do currículo com as desigualdades sociais, étnico-raciais e de a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um
gênero. A despeito do grande esforço feito pelas famílias de todo, e, particularmente, na passagem do primeiro para o
baixa renda para manter os filhos na escola, depois de muito segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.
repetirem, um grande número deles se evade. Ainda que já dito em termos mais gerais, vale enfatizar que
A proposta de organização dos três primeiros anos do no início do Ensino Fundamental, atendendo às
Ensino Fundamental em um único ciclo exige mudanças no especificidades do desenvolvimento infantil, a avaliação
currículo para melhor trabalhar com a diversidade dos alunos deverá basear-se, sobretudo, em procedimentos de
e permitir que eles progridam na aprendizagem. Ela também observação e registro das atividades dos alunos e portfólios de
questiona a concepção linear de aprendizagem que tem levado seus trabalhos, seguidos de acompanhamento contínuo e de
à fragmentação do currículo e ao estabelecimento de revisão das abordagens adotadas, sempre que necessário.
sequências rígidas de conhecimentos, as quais, durante muito
tempo, foram evocadas para justificar a reprovação nas A avaliação
diferentes séries. A promoção dos alunos deve vincular-se às
suas aprendizagens; não se trata, portanto, de promoção Quanto aos processos avaliativos, parte integrante do
automática. Para garantir a aprendizagem, as escolas deverão currículo, há que partir do que determina a LDB em seus
construir estratégias pedagógicas para recuperar os alunos artigos 12, 13 e 24, cujos comandos genéricos prescrevem o
que apresentarem dificuldades no seu processo de construção zelo pela aprendizagem dos alunos, a necessidade de prover os
do conhecimento. meios e as estratégias para a recuperação daqueles com menor
rendimento e consideram a prevalência dos aspectos
Entre as iniciativas de redes que adotaram ciclos, muitas qualitativos sobre os quantitativos, bem como os resultados ao
propostas terminaram por incorporar algumas das longo do período sobre os de eventuais provas finais. A
formulações mais avançadas do ideário contemporâneo da avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola,
educação, com vistas a garantir o sucesso dos alunos na é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um
aprendizagem, combater a exclusão e assegurar que todos caráter processual, formativo e participativo, ser contínua,
tenham, efetivamente, direito a uma educação de qualidade. cumulativa e diagnóstica.
Movimentos de renovação pedagógica têm-se esforçado por A avaliação formativa, que ocorre durante todo o processo
trabalhar com concepções que buscam a integração das educacional, busca diagnosticar as potencialidades do aluno e
abordagens do currículo e uma relação mais dialógica entre as detectar problemas de aprendizagem e de ensino. A
vivências dos alunos e o conhecimento sistematizado. Os intervenção imediata no sentido de sanar dificuldades que
ciclos assim concebidos concorrem, juntamente com outros alguns estudantes evidenciem é uma garantia para o seu
dispositivos da escola calcados na sua gestão democrática, progresso nos estudos. Quanto mais se atrasa essa
para superar a concepção de docência solitária do professor intervenção, mais complexo se torna o problema de
que se relaciona exclusivamente com a sua turma, aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se torna saná-
substituindo-a pela docência solidária, que considera o lo.
conjunto de professores de um ciclo responsável pelos alunos
daquele ciclo, embora não eliminem o professor de referência A avaliação contínua pode assumir várias formas, tais
que mantém um contato mais prolongado com a classe. como a observação e o registro das atividades dos alunos,
Aposta-se, assim, que o esforço conjunto dos professores, sobretudo nos anos iniciais do Ensino Fundamental, trabalhos
apoiado por outras instâncias dos sistemas escolares, individuais, organizados ou não em portfólios, trabalhos
contribua para criar uma escola menos seletiva e capaz de coletivos, exercícios em classe e provas, dentre outros. Essa
proporcionar a cada um e a todos o atendimento mais avaliação constitui um instrumento indispensável do
adequado a que têm direito. professor na busca do sucesso escolar de seus alunos e pode
Para evitar que as crianças de 6 (seis) anos se tornem indicar, ainda, a necessidade de atendimento complementar
reféns prematuros da cultura da repetência e que não seja para enfrentar dificuldades específicas, a ser oferecido no
indevidamente interrompida a continuidade dos processos mesmo período de aula ou no contraturno, o que requer
educativos levando à baixa autoestima do aluno e, sobretudo, flexibilidade dos tempos e espaços para aprender na escola e
para assegurar a todas as crianças uma educação de qualidade, também flexibilidade na atribuição de funções entre o corpo
recomenda-se enfaticamente que os sistemas de ensino docente.
adotem nas suas redes de escolas a organização em ciclo dos
três primeiros anos do Ensino Fundamental, abrangendo

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Os projetos político-pedagógicos das escolas e os cidadania, além do próprio ensino de História e de Geografia e
regimentos escolares deverão, pois, obrigatoriamente, o desenvolvimento das diversas áreas de expressão. É
disciplinar os tempos e espaços de recuperação, de preferência importante ainda considerar que os resultados da educação
paralelos ao período letivo, tal como determina a LDB, e prever demoram, às vezes, longos períodos de tempo para se
a possibilidade de aceleração de estudos para os alunos com manifestar ou se manifestam em outros campos da vida
atraso escolar. Há ainda que assegurar tempos e espaços de humana. Assim sendo, as referências para o currículo devem
reposição dos conteúdos curriculares ao longo do ano letivo continuar sendo as contidas nas propostas
aos alunos com frequência insuficiente, evitando, sempre que políticopedagógicas das escolas, articuladas às orientações e
possível, a retenção por faltas. propostas curriculares dos sistemas, sem reduzir os seus
Considerando que a avaliação implica sempre um propósitos ao que é avaliado pelos testes de larga escala.
julgamento de valor sobre o aproveitamento do aluno, cabe, Os resultados de aprendizagem dos alunos devem ser
contudo alertar que ela envolve frequentemente juízos prévios aliados, por sua vez, à avaliação das escolas e de seus
e não explicitados pelo professor acerca do que o aluno é capaz professores, tendo em conta os insumos básicos necessários à
de aprender. Esses pré-julgamentos, muitas vezes baseados educação de qualidade para todos nesta etapa da educação,
em características que não são de ordem cognitiva e sim social, consideradas, inclusive, as suas modalidades e as formas
conduzem o professor a não estimular devidamente certos diferenciadas de atendimento como a Educação do Campo, a
alunos que, de antemão, ele acredita que não irão Educação Escolar Indígena, a Educação Escolar Quilombola e
corresponder às expectativas de aprendizagem. O resultado é as escolas de tempo integral.
que, por falta de incentivo e atenção docente, tais alunos
terminam por confirmar as previsões negativas sobre o seu A melhoria dos resultados de aprendizagem dos alunos e
desempenho. Mas a avaliação não é apenas uma forma de da qualidade da educação obriga os sistemas de ensino a
julgamento sobre o processo de aprendizagem do aluno, pois incrementarem os dispositivos da carreira e de condições de
também sinaliza problemas com os métodos, as estratégias e exercício e valorização do magistério e dos demais
abordagens utilizados pelo professor. Diante de um grande profissionais da educação, e a oferecerem os recursos e apoios
número de problemas na aprendizagem de determinado que demandam as escolas e seus profissionais para melhorar
assunto, o professor deve ser levado a pensar que houve falhas a sua atuação. Obriga, também, as escolas a uma apreciação
no processo de ensino que precisam ser reparadas. mais ampla das oportunidades educativas por elas oferecidas
A avaliação proporciona ainda oportunidade aos alunos aos alunos, reforçando a sua responsabilidade de propiciar
de melhor se situarem em vista de seus progressos e renovadas oportunidades e incentivos aos que deles
dificuldades, e aos pais, de serem informados sobre o necessitem.
desenvolvimento escolar de seus filhos, representando
também uma prestação de contas que a escola faz à Educação em tempo integral
comunidade que atende. Esse espaço de diálogo com os
próprios alunos – e com as suas famílias, no caso do Ensino A escola brasileira é uma das que possui menor número de
Fundamental regular – sobre o processo de aprendizagem e o horas diárias de efetivo trabalho escolar. Não obstante, há
rendimento escolar que tem consequência importante na reiteradas manifestações da legislação apontando para o seu
trajetória de estudos de cada um, precisa ser cultivado pelos aumento na perspectiva de uma educação integral
educadores e é muito importante na criação de um ambiente (Constituição Federal, artigos 205, 206 e 227; Estatuto da
propício à aprendizagem. Além disso, a transparência dos Criança e do Adolescente, Lei nº 9.089/90; Diretrizes e Bases
processos avaliativos assegura a possibilidade de discussão da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, art. 34; Plano Nacional
dos referidos resultados por parte de pais e alunos, inclusive de Educação, Lei nº 10.172/2001; e Fundo de Manutenção e
junto a instâncias superiores à escola, no sentido de preservar Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
os direitos destes, tal como determina o Estatuto da Criança e Profissionais da Educação, Lei nº 11.494/2007). Além do mais,
do Adolescente. Os procedimentos de avaliação adotados já existem variadas experiências de escola em período integral
pelos professores e pela escola serão articulados às avaliações em diferentes redes e sistemas de ensino no país. Diante desse
realizadas em nível nacional e às congêneres nos diferentes quadro, considera-se que a proposta educativa da escola de
Estados e Municípios, criadas com o objetivo de subsidiar os tempo integral poderá contribuir significativamente para a
sistemas de ensino e as escolas nos esforços de melhoria da melhoria da qualidade da educação e do rendimento escolar,
qualidade da educação e da aprendizagem dos alunos. A ao passo em que se exorta os sistemas de ensino a ampliarem
análise do rendimento dos alunos com base nos indicadores a sua oferta. Esse tipo de escola, quando voltada
produzidos por essas avaliações deve auxiliar os sistemas de prioritariamente para o atendimento das populações com alto
ensino e a comunidade escolar a redimensionarem as práticas índice de vulnerabilidade social que, não por acaso,
educativas com vistas ao alcance de melhores resultados. encontram-se concentradas em instituições com baixo
rendimento dos alunos, situadas em capitais e regiões
Entretanto, a ênfase excessiva nos resultados das metropolitanas densamente povoadas, poderá dirimir as
avaliações externas – que oferecem indicações de uma parcela desigualdades de acesso à educação, ao conhecimento e à
restrita do que é trabalhado na escola – pode produzir a cultura e melhorar o convívio social.
inversão das referências para o trabalho pedagógico, o qual O currículo da escola de tempo integral, concebido como
tende a abandonar as propostas curriculares e orientar-se um projeto educativo integrado, deve prever uma jornada
apenas pelo que é avaliado por esses sistemas. Desse modo, a escolar de, no mínimo, 7 (sete) horas diárias. A ampliação da
avaliação deixa de ser parte do desenvolvimento do currículo, jornada poderá ser feita mediante o desenvolvimento de
passando a ocupar um lugar indevido no processo atividades como as de acompanhamento e apoio pedagógico,
educacional. Isso ocasiona outras consequências, como a reforço e aprofundamento da aprendizagem, experimentação
redução do ensino à aprendizagem daquilo que é exigido nos e pesquisa científica, cultura e artes, esporte e lazer,
testes. A excessiva preocupação com os resultados desses tecnologias da comunicação e informação, afirmação da
testes sem maior atenção aos processos pelos quais as cultura dos direitos humanos, preservação do meio ambiente,
aprendizagens ocorrem, também termina obscurecendo promoção da saúde, entre outras, articuladas aos
aspectos altamente valorizados nas propostas da educação componentes curriculares e áreas de conhecimento, bem como
escolar que não são mensuráveis, como, por exemplo, a as vivências e práticas socioculturais. As atividades serão
autonomia, a solidariedade, o compromisso político e a desenvolvidas dentro do espaço escolar, conforme a

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disponibilidade da escola, ou fora dele, em espaços distintos da natural e cultural, assim como as práticas ambientalmente
cidade ou do território em que está situada a unidade escolar, sustentáveis que utilizam;
mediante a utilização de equipamentos sociais e culturais aí III – reafirmação do pertencimento étnico, no caso das
existentes e o estabelecimento de parcerias com órgãos ou comunidades quilombolas e dos povos indígenas, e do cultivo
entidades locais, sempre de acordo com o projeto político- da língua materna na escola para estes últimos, como
pedagógico de cada escola. elementos importantes de construção da identidade;
IV – flexibilização, se necessário, do calendário escolar, das
Ao restituir a condição de ambiente de aprendizagem à rotinas e atividades, tendo em conta as diferenças relativas às
comunidade e à cidade, a escola estará contribuindo para a atividades econômicas e culturais, mantido o total de horas
construção de redes sociais na perspectiva das cidades anuais obrigatórias no currículo;
educadoras. V – superação das desigualdades sociais e escolares que
Os órgãos executivos e normativos dos sistemas de ensino afetam essas populações, tendo por garantia o direito à
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios educação;
assegurarão que o atendimento dos alunos na escola de tempo Os projetos político-pedagógicos das escolas do campo,
integral das redes públicas possua infraestrutura adequada e indígenas e quilombolas devem contemplar a diversidade nos
pessoal qualificado. E para que a oferta de educação nesse tipo seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos,
de escola não se resuma a uma simples justaposição de tempos estéticos, de gênero, geração e etnia.
e espaços disponibilizados em outros equipamentos de uso As escolas que atendem essas populações deverão ser
social, como quadras esportivas e espaços para práticas devidamente providas pelos sistemas de ensino de materiais
culturais, é imprescindível que atividades programadas no didáticos e educacionais que subsidiem o trabalho com a
projeto político-pedagógico da escola de tempo integral sejam diversidade, bem como de recursos que assegurem aos alunos
de presença obrigatória e, em face delas, o desempenho dos o acesso a outros bens culturais e lhes permitam estreitar o
alunos seja passível de avaliação. contato com outros modos de vida e outras formas de
conhecimento.
Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e
Educação Escolar Quilombola A participação das populações locais é importante
também para subsidiar as redes escolares e os sistemas de
A Educação do Campo, tratada como educação rural na ensino quanto à produção e oferta de materiais escolares e no
legislação brasileira, incorpora os espaços da floresta, da que diz respeito ao transporte e a equipamentos que atendam
pecuária, das minas e da agricultura e se estende também aos as características ambientais e socioculturais das
espaços pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e extrativistas, comunidades e as necessidades locais e regionais.
conforme as Diretrizes para a Educação Básica do Campo
(Parecer CNE/CEB nº 36/2001 e Resolução CNE/CEB nº Educação Especial
1/2002, e Parecer CNE/CEB nº 3/2008 e Resolução CNE/CEB
nº 2/2008). Intensificando o processo de inclusão e buscando a
A Educação Escolar Indígena e a Educação Escolar universalização do atendimento, as escolas públicas e privadas
Quilombola são, respectivamente, oferecidas em unidades deverão, também, contemplar a melhoria das condições de
educacionais inscritas em suas terras e culturas e para essas acesso e de permanência dos alunos com deficiência,
populações estão assegurados direitos específicos na transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
Constituição Federal que lhes permitem valorizar e preservar nas classes comuns do ensino regular. Os recursos de
suas culturas e reafirmar o seu pertencimento étnico. acessibilidade, como o nome já indica, asseguram condições de
As escolas indígenas, atendendo a normas e acesso ao currículo dos alunos com deficiência e mobilidade
ordenamentos jurídicos próprios e a Diretrizes Nacionais reduzida, por meio da utilização de materiais didáticos, dos
específicas, terão ensino intercultural e bilíngue, com vistas à espaços, mobiliários e equipamentos, dos sistemas de
afirmação e manutenção da diversidade étnica e linguística; comunicação e informação, dos transportes e outros serviços.
assegurarão a participação da comunidade no seu modelo de Além disso, com o objetivo de ampliar o acesso ao
edificação, organização e gestão; e deverão contar com currículo, proporcionando independência aos educandos para
materiais didáticos produzidos de acordo com o contexto a realização de tarefas e favorecendo a sua autonomia, foi
cultural de cada povo (Resolução CNE/ CEB nº 3/99). criado, pelo Decreto nº 6.571/2008, o atendimento
O detalhamento da Educação Escolar Quilombola deverá educacional especializado aos alunos da Educação Especial,
ser definido pelo CNE por meio de Diretrizes Curriculares posteriormente regulamentado pelo Parecer CNE/CEB nº
Nacionais específicas. 13/2009 e pela Resolução CNE/CEB nº 4/2009. Esse
O atendimento escolar às populações do campo, povos atendimento, a ser expandido gradativamente com o apoio dos
indígenas e quilombolas requer respeito às suas peculiares órgãos competentes, não substitui a escolarização regular,
condições de vida e pedagogias condizentes com as suas sendo complementar à ela. Ele será oferecido no contraturno,
formas próprias de produzir conhecimentos, observadas as em salas de recursos multifuncionais na própria escola, em
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação outra escola ou em centros especializados e será
Básica (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/ CEB nº implementado por professores e profissionais com formação
4/2010). especializada, de acordo com plano de atendimento aos alunos
que identifique suas necessidades educacionais específicas,
As escolas das populações do campo, dos povos indígenas defina os recursos necessários e as atividades a serem
e dos quilombolas, ao contar com a participação ativa das desenvolvidas.
comunidades locais nas decisões referentes ao currículo,
estarão ampliando as oportunidades de: Educação de Jovens e Adultos
I – reconhecimento de seus modos próprios de vida, suas
culturas, tradições e memórias coletivas, como fundamentais A Educação de Jovens e Adultos (EJA), voltada para a
para a constituição da identidade das crianças, adolescentes e garantia de formação integral, abrange da alfabetização às
adultos; diferentes etapas da escolarização ao longo da vida, inclusive
II – valorização dos saberes e do papel dessas populações àqueles em situação de privação de liberdade, sendo pautada
na produção de conhecimentos sobre o mundo, seu ambiente pela inclusão e pela qualidade social. Ela requer um processo

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de gestão e financiamento que lhe assegure isonomia em político-pedagógicos das escolas e dos regimentos escolares,
relação ao Ensino Fundamental regular, um modelo tendo em vista a implementação do Ensino Fundamental de 9
pedagógico próprio que permita a apropriação e (nove) anos;
contextualização das Diretrizes Curriculares Nacionais, a c) fortalecer a constituição de ambientes educativos na
implantação de um sistema de monitoramento e avaliação, escola propícios à aprendizagem, reafirmando a instituição
uma política de formação permanente de seus professores, escolar como espaço do conhecimento, do convívio e da
formas apropriadas para a destinação à EJA de profissionais sensibilidade, dimensões imprescindíveis ao exercício da
experientes e qualificados nos processos de escolha e cidadania;
atribuição de aulas nas redes públicas e maior alocação de d) consolidar a instituição escolar como espaço
recursos para que seja ministrada por docentes licenciados. democrático que reconhece e respeita a diversidade;
Conforme a Resolução CNE/CEB nº 3/2010, que institui e) fortalecer o regime de colaboração entre as instâncias
Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos, na oferta do ensino de qualidade para todos.
a idade mínima para ingresso nos cursos de EJA e para a E tendo em vista as responsabilidades compartilhadas
realização de exames de conclusão de EJA será de 15 (quinze) pelos entes federados na manutenção e desenvolvimento do
anos completos. ensino, tais Diretrizes devem indicar que aos sistemas e redes
Considerada a prioridade de atendimento à escolarização de ensino cabe prover:
obrigatória, para que haja oferta capaz de contemplar o pleno a) os recursos necessários à ampliação dos tempos e
atendimento dos adolescentes, jovens e adultos na faixa dos 15 espaços dedicados ao trabalho educativo nas escolas e a
(quinze) anos ou mais, com defasagem idade/série, tanto no distribuição de materiais didáticos e escolares adequados;
ensino regular, quanto em EJA, assim como nos cursos b) a formação continuada dos professores e demais
destinados à formação profissional, torna-se necessário: profissionais da escola, em estreita articulação com as
a) fazer a chamada ampliada dos estudantes em todas as instituições responsáveis pela formação inicial, dispensando
modalidades do Ensino Fundamental; especiais esforços quanto à formação dos docentes das
b) apoiar as redes e os sistemas de ensino no modalidades específicas do Ensino Fundamental e àqueles que
estabelecimento de política própria para o atendimento desses trabalham nas escolas do campo, indígenas e quilombolas;
estudantes que considere as suas potencialidades, c) a coordenação do processo de implementação do
necessidades, expectativas em relação à vida, às culturas currículo, evitando a fragmentação dos projetos educativos no
juvenis e ao mundo do trabalho, inclusive com programas de interior de uma mesma realidade educacional;
aceleração da aprendizagem, quando necessário; d) o acompanhamento e a avaliação dos programas e ações
c) incentivar a oferta de EJA nos períodos diurno e noturno, educativas nas respectivas redes e escolas e o suprimento das
com avaliação em processo. necessidades detectadas.
Os cursos de EJA, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, O Ministério da Educação, em articulação com os Estados,
serão presenciais e a sua duração ficará a critério de cada os Municípios e o Distrito Federal, precedida de consulta
sistema de ensino, nos termos do Parecer CNE/CEB nº pública nacional, deverá encaminhar para o Conselho Nacional
29/2006, ao qual remete a Resolução CNE/CEB nº 3. /2010. de Educação propostas de expectativas de aprendizagem dos
Nos anos finais, ou seja, do 6º ao 9º ano, os cursos, poderão ser conhecimentos escolares que devem ser atingidas pelos
presenciais ou a distância, quando devidamente credenciados, alunos em diferentes estágios do Ensino Fundamental e, ainda,
e terão 1600 (mil e seiscentas) horas de duração. elaborar orientações e oferecer outros subsídios para a
Tendo em conta as situações, os perfis e as faixas etárias implementação destas Diretrizes.
dos adolescentes, jovens e adultos, o projeto político-
pedagógico e o regimento escolar viabilizarão um modelo
pedagógico próprio para essa modalidade de ensino Produção, formas e
assegurando a identificação e o reconhecimento das formas de
aprender dos adolescentes, jovens e adultos e a valorização de
estratégias de avaliação.
seus conhecimentos e experiências; a distribuição dos
componentes curriculares de modo a proporcionar um
A Avaliação da Aprendizagem
patamar igualitário de formação, bem como a sua disposição
adequada nos tempos e espaços educativos em face das
A avaliação4, tal como concebida e vivenciada na maioria
necessidades específicas dos estudantes.
das escolas brasileiras, tem se constituído no principal
Estima-se que a inserção de EJA no Sistema Nacional de
mecanismo de sustentação da lógica de organização do
Avaliação da Educação Básica, incluindo, além da avaliação do
trabalho escolar e, portanto, legitimador do fracasso,
rendimento dos alunos, a aferição de indicadores
ocupando mesmo o papel central nas relações que
institucionais das redes públicas e privadas, concorrerá para a
estabelecem entre si os profissionais da educação, alunos e
universalização e a melhoria da qualidade do processo
pais.
educativo.
Os métodos de avaliação ocupam, sem dúvida espaço
relevante no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao
O compromisso solidário das redes e sistemas de
processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto,
ensino com a implementação destas Diretrizes
não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não
é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de
Com base nos elementos contidos no presente Parecer,
avanço ou retenção em determinadas disciplinas.
propõe-se o Projeto de Resolução anexo, contendo Diretrizes
Para Oliveira, devem representar as avaliações aqueles
destinadas a contribuir para:
instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado
a) ampliar os debates sobre as concepções curriculares
efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que
para o Ensino Fundamental e levar a questionamentos e
forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o
mudanças no interior de cada escola, visando assegurar o
esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem
direito de todos a uma educação de qualidade;
de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o
b) subsidiar a análise e elaboração das propostas
mais pertinente método didático adequado à disciplina
curriculares dos sistemas e redes de ensino, dos projetos

4 Texto adaptado de KRAEMER, M. E. P.

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– mas não somente -, à medida que consideram, professor e com o próprio esforço. Por isso, a avaliação tem
igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está uma intenção formativa.
inserido e as condições individuais do aluno, sempre que A avaliação proporciona também o apoio a um processo a
possível. decorrer, contribuindo para a obtenção de produtos ou
A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de resultados de aprendizagem.
decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informando as As avaliações a que o professor procede enquadram-se em
ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações três grandes tipos: avaliação diagnostica, formativa e
constantes. somativa.

Origem da avaliação Evolução da avaliação

Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor A partir do início do século XX, a avaliação vem
e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é atribuir um atravessando pelo menos quatro gerações, conforme Guba e
juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a Lincoln, apud Firme. São elas: mensuração, descritiva,
aferição da qualidade do seu resultado, porém, a compreensão julgamento e negociação.
do processo de avaliação do processo ensino/aprendizagem 3.1 – Mensuração – não distinguia avaliação e medida.
tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se Nessa fase, era preocupação dos estudiosos a elaboração de
o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos instrumentos ou testes para verificação do rendimento
pelos alunos. escolar. O papel do avaliador era, então, eminentemente
A avaliação tem sido estudada desde o início do século XX, técnico e, neste sentido, testes e exames eram indispensáveis
porém, segundo Caro apud Goldberg & Souza, desde 1897 na classificação de alunos para se determinar seu progresso.
existem registros dos relatos de J. M. Rice sobre uma pesquisa 3.2 – Descritiva – essa geração surgiu em busca de melhor
avaliativa utilizada para estabelecer a relação entre o tempo entendimento do objetivo da avaliação. Conforme os
de treinamento e o rendimento em ortografia, revelando que estudiosos, a geração anterior só oferecia informações sobre o
uma grande ênfase em exercícios não levava necessariamente aluno.
a um melhor rendimento. Precisavam ser obtidos dados em função dos objetivos por
As duas primeiras décadas deste século, de acordo com parte dos alunos envolvidos nos programas escolares, sendo
Borba & Ferri, foram marcadas pelo desenvolvimento de necessário descrever o que seria sucesso ou dificuldade com
testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos relação aos objetivos estabelecidos.
alunos e influenciados, principalmente nos Estados Unidos, Neste sentido o avaliador estava muito mais concentrado
pelos estudos de Robert Thorndike. em descrever padrões e critérios. Foi nessa fase que surgiu o
Nessa época, as pesquisas avaliativas voltavam-se termo “avaliação educacional”.
particularmente para a mensuração de mudanças do 3.3 – Julgamento – a terceira geração questionava os testes
comportamento humano. Caro apud Goldberg & Souza aponta padronizados e o reducionismo da noção simplista de
várias destas pesquisas realizadas nos anos 20 para medir avaliação como sinônimo de medida; tinha como preocupação
efeitos de programas de diversas áreas sobre o maior o julgamento.
comportamento das pessoas. Neste sentido, o avaliador assumiria o papel de juiz,
Eram realizados experimentos relativos à produtividade e incorporando, contudo, o que se havia preservado de
à moral dos operários, à eficácia de programas de saúde fundamental das gerações anteriores, em termos de
pública, à influência de programas experimentais mensuração e descrição.
universitários sobre a personalidade e atitudes dos alunos, etc. Assim, o julgamento passou a ser elemento crucial do
A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e processo avaliativo, pois não só importava medir e descrever,
características no campo da Psicologia, sendo que as duas era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimensões do
primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo objeto, inclusive sobre os próprios objetivos.
desenvolvimento de testes padronizados para medir as 3.4 – Negociação – nesta geração, a avaliação é um
habilidades e aptidões dos alunos. processo interativo, negociado, que se fundamenta num
A avaliação é uma operação descritiva e informativa nos paradigma construtivista. Para Guba e Lincoln apud Firme é
meios que emprega, formativa na intenção que lhe preside e uma forma responsiva de enfocar e um modo construtivista de
independente face à classificação. De âmbito mais vasto e fazer.
conteúdo mais rico, a avaliação constitui uma operação A avaliação é responsiva porque, diferentemente das
indispensável em qualquer sistema escolar. alternativas anteriores que partem inicialmente de variáveis,
Havendo sempre, no processo de ensino/aprendizagem, objetivos, tipos de decisão e outros, ela se situa e desenvolve a
um caminho a seguir entre um ponto de partida e um ponto de partir de preocupações, proposições ou controvérsias em
chegada, naturalmente que é necessário verificar se o trajeto relação ao objetivo da avaliação, seja ele um programa,
está a decorrer em direção à meta, se alguns pararam por não projeto, curso ou outro foco de atenção. Ela é construtivista em
saber o caminho ou por terem enveredado por um desvio substituição ao modelo científico, que tem caracterizado, de
errado. um modo geral, as avaliações mais prestigiadas neste século.
É essa informação, sobre o progresso de grupos e de cada Neste sentido, Souza diz que a finalidade da avaliação, de
um dos seus membros, que a avaliação tenta recolher e que é acordo com a quarta geração, é fornecer, sobre o processo
necessária a professores e alunos. pedagógico, informações que permitam aos agentes escolares
A avaliação descreve que conhecimentos, atitudes ou decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que se
aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, que objetivos do fizerem necessários em face do projeto educativo, definido
ensino já atingiram num determinado ponto de percurso e que coletivamente, e comprometido com a garantia da
dificuldades estão a revelar relativamente a outros. aprendizagem do aluno. Converte-se, então, em um
Esta informação é necessária ao professor para procurar instrumento referencial e de apoio às definições de natureza
meios e estratégias que possam ajudar os alunos a resolver pedagógica, administrativa e estrutural, que se concretiza por
essas dificuldades e é necessária aos alunos para se meio de relações partilhadas e cooperativas.
aperceberem delas (não podem os alunos identificar
claramente as suas próprias dificuldades num campo que
desconhecem) e tentarem ultrapassá-las com a ajuda do

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Funções do processo avaliativo aprendido durante um período de estudo ou de


desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem.
As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação Segundo Bloom, Hastings e Madaus, a avaliação pode ser
e de apreciação. considerada como um método de adquirir e processar
4.1 – Função diagnóstica - A primeira abordagem, de evidências necessárias para melhorar o ensino e a
acordo com Miras e Solé, contemplada pela avaliação aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências
diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’.
acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo É ainda um auxílio para classificar os objetivos
de ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom, significativos e as metas educacionais, um processo para
Hastings e Madaus, busca a determinação da presença ou determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo
ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a dos modos desejados, um sistema de controle da qualidade,
identificação das causas de repetidas dificuldades na pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo
aprendizagem. ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em
A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do caso negativo, que mudança devem ser feitas para garantir sua
aluno face a novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e efetividade.
a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no
sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de Modelo tradicional de avaliação versus modelo mais
resolver situações presentes. adequado
4.2 – Função formativa - A segunda função á a avaliação
formativa que, conforme Haydt, permite constatar se os alunos Gadotti diz que a avaliação é essencial à educação, inerente
estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando e indissociável enquanto concebida como problematização,
a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados questionamento, reflexão, sobre a ação.
efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das Entende-se que a avaliação não pode morrer. Ela se faz
atividades propostas. necessária para que possamos refletir, questionar e
Representa o principal meio através do qual o estudante transformar nossas ações.
passa a conhecer seus erros e acertos, assim, maior estímulo O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada
para um estudo sistemático dos conteúdos. histórica, sendo que seus fantasmas ainda se apresentam
Outro aspecto destacado pela autora é o da orientação como forma de controle e de autoritarismo por diversas
fornecida por este tipo de avaliação, tanto ao estudo do aluno gerações. Acreditar em um processo avaliativo mais eficaz é o
como ao trabalho do professor, principalmente através de mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de
mecanismos de feedback. auxiliar e melhorar o ensino/aprendizagem.
Estes mecanismos permitem que o professor detecte e A forma como se avalia, segundo Luckesi, é crucial para a
identifique deficiências na forma de ensinar, possibilitando concretização do projeto educacional. É ela que sinaliza aos
reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo. alunos o que o professor e a escola valorizam. O autor, na
Para Bloom, Hastings e Madaus, a avaliação formativa visa tabela 1, traça uma comparação entre a concepção tradicional
informar o professor e o aluno sobre o rendimento da de avaliação com uma mais adequada a objetivos
aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a contemporâneos, relacionando-as com as implicações de sua
localização das deficiências na organização do ensino para adoção.
possibilitar correção e recuperação.
A avaliação formativa pretende determinar a posição do Tabela 1 – Comparação entre a concepção tradicional
aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de de avaliação com uma mais adequada
identificar dificuldades e de lhes dar solução.
4.3 – Função somativa – Tem como objetivo, segundo Miras Modelo tradicional de Modelo adequado
e Solé determinar o grau de domínio do aluno em uma área de avaliação
aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, - Foco na promoção – o - Foco na aprendizagem -
por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade alvo dos alunos é a o alvo do aluno deve ser a
da aprendizagem realizada. promoção. Nas primeiras aprendizagem e o que de
Pode ser chamada também de função creditativa. Também aulas, se discutem as regras proveitoso e prazeroso dela
tem o propósito de classificar os alunos ao final de um período e os modos pelos quais as obtém.
de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento. notas serão obtidas para a Implicação - neste
A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso promoção de uma série contexto, a avaliação deve
realizado pelo aluno no final de uma unidade de para outra. ser um auxílio para se saber
aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por Implicação – as notas vão quais objetivos foram
avaliações do tipo formativa e obter indicadores que permitem sendo observadas e atingidos, quais ainda
aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço registradas. Não importa faltam e quais as
final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre como elas foram obtidas, interferências do professor
o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares. nem por qual processo o que podem ajudar o aluno.
aluno passou.
Objetivos da avaliação - Foco nas competências -
- Foco nas provas - são o desenvolvimento das
Na visão de Miras e Solé, os objetivos da avaliação são utilizadas como objeto de competências previstas no
traçados em torno de duas possibilidades: emissão de “um pressão psicológica, sob projeto educacional devem
juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um pretexto de serem um ser a meta em comum dos
objeto, em função de distintos critérios”, e “obtenção de 'elemento motivador da professores.
informações úteis para tomar alguma decisão”. aprendizagem', seguindo Implicação - a avaliação
Para Nérici, a avaliação é uma etapa de um procedimento ainda a sugestão de deixa de ser somente um
maior que incluiria uma verificação prévia. A avaliação, para Comenius em sua Didática objeto de certificação da
este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, Magna criada no século consecução de objetivos,
julgamento ou valorização do que o educando revelou ter XVII. É comum ver mas também se torna
professores utilizando necessária como

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ameaças como "Estudem! instrumento de diagnóstico Adaptado de Luckesi (2002)


Caso contrário, vocês e acompanhamento do
poderão se dar mal no dia processo de aprendizagem. Mudando de paradigma, cria-se uma nova cultura
da prova!" ou "Fiquem Neste ponto, modelos que avaliativa, implicando na participação de todos os envolvidos
quietos! Prestem atenção! indicam passos para a no processo educativo. Isto é corroborado por Benvenutti, ao
O dia da prova vem aí e progressão na dizer que a avaliação deve estar comprometida com a escola e
vocês verão o que vai aprendizagem, como a esta deverá contribuir no processo de construção do caráter,
acontecer..." Taxionomia dos Objetivos da consciência e da cidadania, passando pela produção do
Implicação - as provas são Educacionais de Benjamin conhecimento, fazendo com que o aluno compreenda o mundo
utilizadas como um fator Bloom, auxiliam muito a em que vive, para usufruir dele, mas sobretudo que esteja
negativo de motivação. Os prática da avaliação e a preparado para transformá-lo.
alunos estudam pela orientação dos alunos.
ameaça da prova, não pelo A avaliação da aprendizagem como processo
que a aprendizagem pode - Estabelecimentos de construtivo de um novo fazer
lhes trazer de proveitoso e ensino centrados na
prazeroso. Estimula o qualidade - os O processo de conquista do conhecimento pelo aluno ainda
desenvolvimento da estabelecimentos de ensino não está refletido na avaliação. Para Wachowicz &
submissão e de hábitos de devem preocupar-se com o Romanowski, embora historicamente a questão tenha
comportamento físico presente e o futuro do evoluído muito, pois trabalha a realidade, a prática mais
tenso (estresse). aluno, especialmente com comum na maioria das instituições de ensino ainda é um
relação à sua inclusão social registro em forma de nota, procedimento este que não tem as
-Os estabelecimentos de (percepção do mundo, condições necessárias para revelar o processo de
ensino estão centrados criatividade, aprendizagem, tratando-se apenas de uma contabilização dos
nos resultados das empregabilidade, interação, resultados.
provas e exames - eles se posicionamento, Quando se registra, em forma de nota, o resultado obtido
preocupam com as notas criticidade). pelo aluno, fragmenta-se o processo de avaliação e introduz-se
que demonstram o quadro Implicação - o foco da uma burocratização que leva à perda do sentido do processo e
global dos alunos, para a escola passa a ser o da dinâmica da aprendizagem.
promoção ou reprovação. resultado de seu ensino
Implicação - o processo para o aluno e não mais a Se a avaliação tem sido reconhecida como uma função
educativo permanece média do aluno na escola. diretiva, ou seja, tem a capacidade de estabelecer a direção do
oculto. A leitura das médias processo de aprendizagem, oriunda esta capacidade de sua
tende a ser ingênua (não se - Sistema social característica pragmática, a fragmentação e a burocratização
buscam os reais motivos preocupado com o futuro acima mencionadas levam à perda da dinamicidade do
para discrepâncias em - processo.
determinadas disciplinas). Já alertava o ex-ministro da Os dados registrados são formais e não representam a
Educação, Cristóvam realidade da aprendizagem, embora apresentem
- O sistema social se Buarque: "Para saber como consequências importantes para a vida pessoal dos alunos,
contenta com as notas - as será um país daqui há 20 para a organização da instituição escolar e para a
notas são suficientes para anos, é preciso olhar como profissionalização do professor.
os quadros estatísticos. está sua escola pública no Uma descrição da avaliação e da aprendizagem poderia
Resultados dentro da presente". Esse é um sinal revelar todos os fatos que aconteceram na sala de aula. Se fosse
normalidade são bem de que a sociedade já instituída, a descrição (e não a prescrição) seria uma fonte de
vistos, não importando a começa a se preocupar com dados da realidade, desde que não houvesse uma vinculação
qualidade e os parâmetros o distanciamento prescrita com os resultados.
para sua obtenção (salvo educacional do Brasil com o A isenção advinda da necessidade de analisar a
nos casos de exames como dos demais países. É esse o aprendizagem (e não julgá-la) levaria o professor e os alunos a
o ENEM que, de certa caminho para revertermos constatarem o que realmente ocorreu durante o processo: se o
forma, avaliam e o quadro de uma educação professor e os alunos tivessem espaço para revelar os fatos tais
"certificam" os diferentes "domesticadora" para como eles realmente ocorreram, a avaliação seria real,
grupos de práticas "humanizadora". principalmente discutida coletivamente.
educacionais e Implicação - valorização da No entanto, a prática das instituições não encontrou uma
estabelecimentos de educação de resultados forma de agir que tornasse possível essa isenção: as
ensino). efetivos para o indivíduo. prescrições suplantam as descrições e os pré-julgamentos
Implicação - não há impedem as observações.
garantia sobre a qualidade, A consequência mais grave é que essa arrogância não
somente os resultados permite o aperfeiçoamento do processo de ensino e
interessam, mas estes são aprendizagem. E este é o grande dilema da avaliação da
relativos. Sistemas aprendizagem.
educacionais que rompem O entendimento da avaliação, como sendo a medida dos
com esse tipo de ganhos da aprendizagem pelo aluno, vem sofrendo denúncias
procedimento tornam-se há décadas, desde que as teorias da educação escolar
incompatíveis com os recolocaram a questão no âmbito da cognição.
demais, são marginalizados Pretende-se uma mudança da avaliação de resultados para
e, por isso, uma avaliação de processo, indicando a possibilidade de
automaticamente realizar-se na prática pela descrição e não pela prescrição da
pressionados a agir da aprendizagem.
forma tradicional.

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deixou de ter o mesmo interesse para segmentos da classe


Direitos Humanos e média que incluía familiares e amigos daqueles presos do
tempo da ditadura. E aí vemos como já se explica uma parte da
cidadania. ambiguidade que cerca a ideia de direitos humanos no Brasil,
porque depois da defesa dos direitos daqueles perseguidos
pelo regime militar se estabeleceria uma cunha, uma
Direitos Humanos e Cidadania5
diferenciação profunda e cruel entre ricos e pobres, entre
intelectuais e iletrados, entre a classe média e a classe alta, de
Nenhum outro tema desperta tanta polêmica em relação
um lado, e as classes populares de outro, incluindo-se aí,
ao seu significado, ao seu reconhecimento, como o de direitos
certamente, grande parte da população negra.
humanos. É relativamente fácil entendermos e lutarmos por
questões que dizem respeito à cidadania, à ampliação da
É evidente que existem exceções, pessoas e grupos que
cidadania. A própria palavra cidadania já se incorporou de
continuaram a lutar pela defesa dos direitos de todos, do preso
uma tal maneira ao nosso vocabulário que, sobre certos
político ao delinquente comum. Mas também é evidente que,
aspectos, ela até tende a virar substantivo, como se
se até no meio mais “progressista” essa distinção vigorou, o
representasse todo o povo. Muitas vezes já ouvimos, por
que dizer da incompreensão ou hostilidade dos meios mais
exemplo, de uma autoridade política a expressão: a cidadania
conservadores? Como esperar que eles percebam a
decidirá, precisamos ouvir a voz da cidadania! Quer dizer,
necessidade de se reconhecer, defender e promover os direitos
usando a palavra cidadania como sinônimo de povo, povo no
humanos em nosso país, sem uma vigorosa campanha de
sentido de o conjunto de cidadãos, que é o sentido democrático
esclarecimento, sem um compromisso com a educação para a
de povo. Os direitos dos cidadãos são, cada vez mais,
cidadania democrática, desde muito cedo?
reivindicados por todos, do “povão” à elite. Tais direitos estão
O tema dos DH, hoje, permanece prejudicado pela
explicitamente elencados na constituição de um país.
manipulação da opinião pública, no sentido de associar
Mas, e em relação aos direitos humanos? Insisto que
direitos humanos com a bandidagem, com a criminalidade. É
dificilmente um tema já venha carregado de tanta
uma deturpação. Portanto, é voluntária, ou seja, há interesses
ambiguidade, por um lado, e deturpação voluntária, de outro.
poderosos por trás dessa associação deturpadora. Somos uma
Provavelmente vocês já ouviram muitas vezes referência aos
sociedade profundamente marcada pelas desigualdades
direitos humanos no sentido pejorativo ou excludente, no
sociais de toda sorte, e além disso, somos a sociedade que tem
sentido de identificá-los com direitos dos bandidos. Quantas
a maior distância entre os extremos, a base e o topo da
vezes vocês já ouviram - principalmente depois do noticiário
pirâmide socioeconômica. Nosso país é campeão na
sobre crimes de extrema violência: Ah! E os defensores dos
desigualdade e distribuição de renda. As classes populares são
direitos humanos, onde é que estão? Então, a nossa primeira
geralmente vistas como “classes perigosas”. São ameaçadoras
tarefa é deixar claro do que nós estamos falando tanto quando
pela feiúra da miséria, são ameaçadoras pelo grande número,
nos referimos a direitos dos cidadãos, como quando nos
pelo medo atávico das “massas”. Assim, de certa maneira,
referimos a direitos humanos, com a premissa de que
parece necessário às classes dominantes criminalizar as
associamos direitos humanos à ideia central de democracia e
classes populares associando-as ao banditismo, à violência e à
às ideias básicas envolvidas no tema mais amplo da educação.
criminalidade; porque esta é uma maneira de circunscrever a
violência, que existe em toda a sociedade, apenas aos
É bom lembrar também que, nas sociedades democráticas
“desclassificados”, que, portanto, mereceriam todo o rigor da
do chamado mundo desenvolvido, a ideia, a prática, a defesa e
polícia, da suspeita permanente, da indiferença diante de seus
a promoção dos direitos humanos, de uma certa maneira, já
legítimos anseios.
estão incorporadas à vida política. Já se incorporaram no
elenco de valores de um povo, de uma nação. Mas, pelo
Então, é por isso que se dá, nos meios de comunicação de
contrário, é justamente nos países que mais violam os direitos
massa, ênfase especial à violência associada à pobreza, à
humanos, nas sociedades que são mais marcadas pela
ignorância e à miséria. É o medo dos de baixo - que, um dia,
discriminação, pelo preconceito e pelas mais variadas formas
podem se revoltar - que motiva os de cima a manterem o
de racismo e intolerância, que a ideia de direitos humanos
estigma sobre a ideia de direitos humanos.
permanece ambígua e deturpada. Portanto, no Brasil, hoje, é
Enfim, o que são direitos humanos e em que eles diferem
extremamente importante situar direitos humanos no seu
dos direitos do cidadão e em que se aproximam?
lugar. A geração mais jovem, que não viveu os anos da ditadura
Cidadania e direitos da cidadania dizem respeito a uma
militar certamente terá ouvido falar do movimento de defesa
determinada ordem jurídico-política de um país, de um
dos direitos humanos em benefício daqueles que estavam
Estado, no qual uma Constituição define e garante quem é
sendo perseguidos por suas convicções ou por sua militância
cidadão, que direitos e deveres ele terá em função de uma série
política, daqueles que foram presos, torturados, assassinados,
de variáveis tais como a idade, o estado civil, a condição de
exilados, banidos. Mas talvez não saiba como cresceu, naquela
sanidade física e mental, o fato de estar ou não em dívida com
época, o reconhecimento de que aquelas pessoas perseguidas
a justiça penal etc. Os direitos do cidadão e a própria ideia de
tinham direitos invioláveis, mesmo que julgadas e apenadas,
cidadania não são universais no sentido de que eles estão fixos
continuavam portadores de direitos e se evocava, para sua
a uma específica e determinada ordem jurídico-política. Daí,
defesa e proteção, a garantia dos direitos humanos, o direito a
identificamos cidadãos brasileiros, cidadãos norte-americanos
ter direitos.
e cidadãos argentinos, e sabemos que variam os direitos e
Infelizmente, terminada a parte mais repressora do regime
deveres dos cidadãos de um país para outro.
militar, a ideia de que todos, independentemente da posição
A ideia da cidadania é uma ideia eminentemente política
social, são merecedores da preocupação com a garantia dos
que não está necessariamente ligada a valores universais, mas
direitos fundamentais – e não mais apenas aqueles chamados
a decisões políticas. Um determinado governo, por exemplo,
de presos políticos, que não mais existiam – não prosperou
pode modificar radicalmente as prioridades no que diz
como era de se esperar. A defesa dos direitos humanos (DH)
respeito aos deveres e aos direitos do cidadão; pode modificar,
passou a ser associada à defesa dos criminosos comuns que,
por exemplo, o código penal no sentido de alterar sanções;
quando são denunciados e apenados, pertencem, em sua
pode modificar o código civil no sentido de equiparar direitos
esmagadora maioria, às classes populares. Então, a questão

5 Texto adaptado de BENEVIDES, M. V.

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entre homens e mulheres, pode modificar o código de família sentido de que ele não é responsável pelos seus atos, portanto
no que diz respeito aos direitos e deveres dos cônjuges, na ele não pode ter direitos, como, por ex., o direito ao voto, o
sociedade conjugal, em relação aos filhos, em relação um ao direito plena à propriedade e muito menos os deveres, mas ele
outro. Pode estabelecer deveres por um determinado período, continua integralmente credor dos Direitos Humanos. Outros
por exemplo, àqueles relativos à prestação do serviço militar. exemplos poderiam ser lembrados: os indígenas são tutelados,
Tudo isso diz respeito à cidadania. Mas, o mais importante é o não são cidadãos à parte inteira, mas devem ter integralmente
dado a que me referi inicialmente: direitos de cidadania não respeitados seus Direitos Humanos.
são direitos universais, são direitos específicos dos membros
de um determinado Estado, de uma determinada ordem E quais são esses DH que, já insisti, são universais; e
jurídico-política. No entanto, em muitos casos, os direitos do universais são aqueles direitos que são comuns a todos os
cidadão coincidem com os direitos humanos, que são os mais seres humanos sem distinção alguma de etnia (antigamente se
amplos e abrangentes. Em sociedades democráticas é, falava raça, hoje o conceito de raça está superado), de
geralmente, o que ocorre e, em nenhuma hipótese, direitos ou nacionalidade, de cidadania política, de sexo, de classe social,
deveres do cidadão podem ser invocados para justificar de nível de instrução, de cor, de religião, de opção sexual, ou de
violação de direitos humanos fundamentais. qualquer tipo de julgamento moral, são aqueles que decorrem
do reconhecimento da dignidade intrínseca de todo ser
Os Direitos Humanos são universais e naturais. Os direitos humano. Eu insisto em que são direitos que devem ser
do cidadão não são direitos naturais, são direitos criados e reconhecidos, identificados e protegidos, garantidos
devem necessariamente estar especificados num determinado independentemente de qualquer tipo de distinção e dentre
ordenamento jurídico. Já os Direitos Humanos são universais essas distinções eu destacaria a de julgamento moral, porque
no sentido de que aquilo que é considerado um direito humano nos parece simples, óbvio, fácil entendermos que não devemos
no Brasil, também deverá sê-lo com o mesmo nível de discriminar aqueles que tenham alguma diferença de ordem
exigência, de respeitabilidade e de garantia em qualquer país étnica, de sexo, de nível de instrução, de nível sócio- econômico
do mundo, porque eles não se referem a um membro de uma etc. Já estamos acostumados a aceitar o tipo de denúncia por
sociedade política; a um membro de um Estado; eles se racismo, por sexo, ou por nível de instrução etc. Mas a não-
referem à pessoa humana na sua universalidade. Por isso são discriminação por julgamento moral, das mais difíceis de
chamados de direitos naturais, porque dizem respeito à aceitar; é justamente o reconhecimento de que toda pessoa
dignidade da natureza humana. São naturais, também, porque humana, mesmo o pior dos criminosos, continua tendo direito
existem antes de qualquer lei, e não precisam estar ao reconhecimento de sua dignidade como pessoa humana. É
especificados numa lei, para serem exigidos, reconhecidos, o lado mais difícil no entendimento dos Direitos Humanos. O
protegidos e promovidos. fato de nós termos um julgamento moral que nos leve a
Evidentemente, é ótimo que eles estejam reconhecidos na estigmatizar uma pessoa, mesmo a considerá-la merecedora
legislação, é um avanço, mas se não estiverem, deverão ser das punições mais severas da nossa legislação, o que é natural
reconhecidos assim mesmo. Poder-se-ia perguntar: mas por e mesmo desejável, não significa que tenhamos que excluir
quê? Por que são universais e devem ser reconhecidos, se não essa pessoa da comunidade dos seres humanos.
existe nenhuma legislação superior que assim o obrigue? Essa É bom lembrar que esse julgamento moral pode ser de
é a grande questão da Idade Moderna. Porque é uma grande vários tipos, pode ser, por exemplo, aquele que exclua
conquista da humanidade ter chegado a algumas conclusões a determinados militantes políticos como o "terrorista" (aliás, o
respeito da dignidade e da universalidade da pessoa humana, que é chamado de terrorismo pode ser, por mais ignóbil que
e do conjunto de direitos associados à pessoa humana. É uma seja, a continuação da guerra por outros meios). O terrorista
conquista universal que se exemplifica no fato de que hoje, pode perder a cidadania, mas continua fazendo parte da
pelo menos nos países filiados à tradição ocidental, não se comunidade dos seres humanos e, portanto, pode ser preso e
aceita mais a prática da escravidão. A escravidão não apenas é execrado pela opinião pública, mas continuará portador de
proibida na legislação como ela repugna a consciência moral direitos fundamentais, no que diz respeito à sua dignidade, ou
da humanidade. Não se aceita mais o trabalho infantil. Não se seja, ele não deve ser torturado, deve ter um julgamento
aceitam mais castigos cruéis e degradantes. Vejam bem como imparcial, deve ter direito a advogado etc. É bom lembrar,
essa questão é complicada: há países no ocidente que aceitam também, que muitos dentre grandes Estados que hoje
a pena de morte, mas não aceitam o castigo cruel ou orgulhosamente defendem a democracia e os Direitos
degradante; aceitam a pena de morte, mas não aceitam a Humanos começaram em seguida a revoluções e atos que hoje
tortura. nós chamaríamos de atos terroristas.
É claro que a distância entre o valor e a prática concreta
continua sendo muito grande. Não se aceita mais a escravidão, Além de serem naturais, intrínsecos à natureza humana, e
mas nós sabemos que existe trabalho escravo aqui pertinho de universais - no sentido de que são comuns a todos (sendo
nós, no interior de São Paulo. Não se aceita mais o trabalho naturais eles são universais, pois se supõe que a natureza
infantil, mas nós sabemos que se aceitam as crianças vivendo humana seja uma só) -, os Direitos Humanos também são
na rua e sendo exploradas no trabalho. Mas isso repugna à históricos. Esse é um outro aspecto complexo do
consciência universal, haja vista a exigência de certos entendimento dos Direitos Humanos, pois como eles podem
organismos internacionais no sentido de se exigir cláusulas ser universais, naturais e ao mesmo tempo históricos, se por
sociais nos contratos comerciais, para proteção da infância, históricos supomos que haja uma mudança histórica? A
contra a discriminação racial e contra o trabalho infantil. contradição é apenas aparente; Direitos Humanos são naturais
e universais porque vinculados à natureza humana, mas são
Assim, percebemos como direitos que são naturais e históricos no sentido de que mudaram ao longo do tempo, de
universais são diferentes de direitos que fazem parte de um que mudaram num mesmo país e é diferente o seu
conjunto de direitos e deveres ligados às ideias de cidadão e reconhecimento em países diferentes, num mesmo tempo.
cidadania. Um pequeno exemplo esclarece, penso eu, essa O núcleo fundamental dos Direitos Humanos é,
questão: uma criança não é cidadã, no sentido de que ela não evidentemente, o direito à vida, porque de nada adiantaria os
tem certos direitos do adulto, responsável pelos seus atos, nem outros Direitos Humanos se não valesse o direito à vida.
tem deveres em relação ao Estado, nem em relação aos outros; Mesmo esse, que é o núcleo fundamental e o pressuposto de
no entanto, ela tem integralmente o conjunto dos Direitos todo o resto, é um valor histórico, é um direito que evoluiu com
Humanos. Um doente mental não é um cidadão pleno, no as mudanças históricas e mesmo hoje pode ser eventualmente

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contestado, em função de especificidades culturais. Quando se características biológicas, que conferem a dignidade. Esse é
admite, por exemplo, o direito de se escravizar uma outra um argumento que pode ser entendido no contexto da
pessoa, se está automaticamente colocando em dúvida o universalidade dos direitos, aquelas características essenciais
direito à vida, pois a pessoa que tem o direito de propriedade do ser humano que fundamentam a sua dignidade. E esse é um
sobre outra tem também o direito sobre a vida e a morte dessa assunto, evidentemente, para toda a vida. Vou apenas citar,
outra pessoa, que é sua propriedade. porque todos já são bastante conhecidos, a minha tarefa vai ser
sistematizá-los. Quais são essas características essenciais do
Quando falamos em direito à vida, reconhecemos que ser humano que fundamentam a dignidade essencial para a
ninguém tem o direito de tirar a vida do outro, mas isto compreensão dos Direitos Humanos?
também não é óbvio, se observamos exemplos ao longo da
história da humanidade. Basta ler a Bíblia para vermos, por A racionalidade criativa; o uso da palavra, como sinal
exemplo, a legitimidade dos sacrifícios humanos. Nas exterior mais óbvio da superioridade da espécie humana; a
sociedades coloniais e patriarcais, o pater famílias tinha o mentalidade axiológica, no sentido da sensibilidade para o que
direito de vida e morte sobre sua família e os afeiçoados. Sendo é belo, bom e justo; a liberdade, no sentido da capacidade de
históricos, isso significa que os DH têm evoluído ao longo do julgar - o que supera o mero determinismo biológico; a
tempo e que podem ainda mudar daqui para frente. Lembraria autoconsciência (o ser humano como ser reflexivo); a
rapidamente um exemplo: são relativamente recentes, no rol sociabilidade e todas as formas de solidariedade; a
dos direitos fundamentais da pessoa humana, aqueles que historicidade (o ser humano é aquele que tem a memória do
dizem respeito ao meio ambiente, aqueles que dizem respeito passado e o projeto para o futuro); a unicidade existencial, no
a direitos sociais não-vinculados ao mundo do trabalho. Hoje, sentido de que cada ser é insubstituível (É claro que só essa
com as descobertas científicas no campo da genética, podemos última questão demandaria uma discussão infindável em
imaginar como o rol dos Direitos Humanos voltados para a função das novas possibilidades genéticas com a possível
dignidade da pessoa humana poderá se ampliar. produção de clones). Enfim, eu concluiria citando Kant,
Os Direitos Humanos, no que dizem respeito à opção quando afirma que o único ser que não pode jamais ser
sexual, por exemplo, seriam impensáveis há vinte anos; hoje considerado um meio para se alcançar um determinado fim é
eles já integram perfeitamente o núcleo daqueles direitos o homem, porque ele já é um fim em si mesmo.
considerados fundamentais, ou seja, ninguém poderá ser
discriminado, maltratado, excluído da comunidade política e É evidente que tudo isso poderia, e deve ser, objeto de uma
social em função de sua opção sexual. reflexão maior, mas são apenas alguns pontos para fixar essa
Os Direitos Humanos são, então, naturais, universais, ideia, que é central para a compreensão dos Direitos Humanos,
históricos e também são indivisíveis e interdependentes. São que é a da dignidade da pessoa humana. É isso universalidade
indivisíveis e interdependentes porque à medida que são que explica, por exemplo, porque quando ocorre uma violação
acrescentados ao rol dos direitos fundamentais da pessoa grave dos DH no Brasil temos que aceitar a interferência de
humana eles não podem mais serem fracionados, ou seja, você outro Estado, como, por exemplo, as comissões europeias e
tem o direito até aqui, daqui para frente é só para os homens, norte- americanas, que vêm investigar genocídio de índios,
ou só para as mulheres, ou só para os ricos, ou só para os sábios massacre de criança, as violações dos Direitos Humanos dos
etc. presos etc. Por que essa intromissão é legítima? Porque sendo
Se o pressuposto dos Direitos Humanos é o direito à vida, naturais e universais os Direitos Humanos são direitos sem
não se pode admitir nem a pena de morte e os demais castigos fronteiras, são direitos que superam as fronteiras jurídicas e a
cruéis e degradantes, porque isso é diretamente atentado soberania dos Estados.
contra a vida, e nem a exploração desumana do trabalho, Do ponto de vista histórico, há uma distinção já bem aceita
porque isso incide diretamente sobre o direito à dignidade. E dos Direitos Humanos, que talvez seja interessante reafirmar
aqui deve ser salientado esse ponto, que talvez seja um dos aqui. O conjunto dos Direitos Humanos é classificado em três
mais complexos no entendimento dos Direitos Humanos: o gerações, são gerações no sentido da evolução histórica e não
que estamos querendo dizer quando falamos em dignidade geração no sentido biológico, pois não são superados com a
humana? chegada de uma nova geração, mas se superam dialeticamente,
os novos direitos continuam incorporados na nova geração.
É evidente que todos nós sabemos, quando diante de um A primeira geração é a das liberdades individuais, ou os
fato concreto, se aquilo atinge a nossa dignidade, ou a chamados direitos civis. São as liberdades consagradas no
dignidade de alguém. Nós sabemos que são indignos da pessoa século XVIII, com o advento do liberalismo, são direitos
humana certos comportamentos, certas atitudes. Ninguém individuais contra a opressão do Estado, contra o absolutismo,
ficaria muito chocado, mesmo que tivesse compaixão, de ver, as perseguições religiosas e políticas, contra o medo
por exemplo, um animal morto abandonado numa estrada, avassalador em uma época em que predominava o arbítrio e a
mas certamente todos nós sentiríamos como uma profunda distinção rigorosíssima, mais que em classes sociais, em castas
indignidade abandonar o corpo de uma pessoa numa rua, sociais. Que liberdades individuais são essas? As de
numa estrada, para ser devorado pelos bichos. Essa ideia nos locomoção, a de propriedade, de segurança, de acesso à justiça,
parece ferir radicalmente a dignidade de uma pessoa. Todas as de opinião, de crença religiosa, de integridade física. Essas
atitudes marcadas pelo preconceito, pelo racismo atentam liberdades individuais, também chamadas direitos civis, foram
contra a dignidade da pessoa e nós assim sentimos; se algo consagradas em várias declarações e firmadas nas
humilha uma pessoa, a humilhação não atinge a propriedade, constituições de diversos países.
e pode não atingir a integridade física, mas atinge a sua
dignidade enquanto pessoa humana. A segunda geração é a dos direitos sociais, do século XIX e
De que estamos falando quando recorremos, em última meados do século XX. São todos aqueles direitos ligados ao
instância, à dignidade da pessoa humana para justificar os mundo do trabalho. Como o direito ao salário, à seguridade
Direitos Humanos? Muitos podem identificar essa dignidade social, a férias, a horário, à previdência etc. E são também
com questões de fé: somos todos filhos de Deus, então temos a aqueles direitos que não estão vinculados ao mundo do
mesma dignidade; evidentemente, o artigo de fé não pode ser trabalho, e que são, portanto, mais importantes ainda, porque
invocado na sua universalidade, pois há várias religiões, várias são direitos de todos e não apenas para aqueles que estão
crenças e até mesmo a ausência de qualquer crença religiosa. empregados: são os direitos de caráter social mais geral, como
E outros invocam a mesma espécie humana e suas o direito a educação, à saúde, à habitação. São direitos

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marcados pela lutas dos trabalhadores já no século XIX e


acentuadas no século XX. As lutas dos socialistas e da
socialdemocracia, que desembocaram no Estado de Bem-Estar Educação inclusiva.
Social.
A terceira geração é aquela que se refere aos direitos
coletivos da humanidade. Referem-se ao meio ambiente, à
Fundamentos da educação inclusiva.
defesa ecológica, à paz, ao desenvolvimento, à
autodeterminação dos povos, à partilha do patrimônio
Educação Inclusiva: A fundamentação filosófica6
científico, cultural e tecnológico. Direitos sem fronteiras,
direitos chamados de solidariedade planetária. É por isso que
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) uniu
nós também somos responsáveis quando, por exemplo, a
os povos do mundo todo, no reconhecimento de que "todos os
França realiza explosões nucleares no Pacífico. Porque o
seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em
direito das gerações futuras a um meio ambiente não
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns
degradado já se incorporou à consciência internacional como
para com os outros em espírito de fraternidade" (Art. 1°).
um direito inalienável.
A concepção contemporânea de Direitos Humanos,
Essas três gerações, de certa maneira, englobam e
introduzida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos
enfeixam os três ideais da Revolução Francesa: o da liberdade,
(1948), se fundamenta no reconhecimento da dignidade de
o da igualdade e o da fraternidade, ou da solidariedade. Como
todas as pessoas e na universalidade e indivisibilidade desses
enfatizei que os Direitos Humanos são históricos, vale lembrar
direitos; universalidade, porque a condição de pessoa é
que já se fala numa quarta geração de Direitos Humanos, que
requisito único para a titularidade de direitos e
são aqueles direitos que poderão surgir a partir de novas
indivisibilidade, porque os direitos civis e políticos são
descobertas científicas, novas abordagens em função do
conjugados aos direitos econômicos, sociais e culturais.
reconhecimento da diversidade cultural e das mudanças
A Declaração conjuga o valor de liberdade ao valor de
políticas.
igualdade, já que assume que não há liberdade sem igualdade,
A presente abordagem é apenas introdutória a uma
nem tampouco igualdade sem liberdade. Neste contexto, o
temática mais ampla dos Direitos Humanos. O ponto com o
valor da diversidade se impõe como condição para o alcance
qual gostaríamos de terminar refere-se à questão da
da universalidade e a indivisibilidade dos Direitos Humanos.
igualdade, até aqui associada, lembrando os ideais da
Num primeiro momento, a atenção aos Direitos Humanos foi
Revolução Francesa, aos direitos sociais, tanto no mundo do
marcada pela tônica da proteção geral e abstrata, com base na
trabalho, como os direitos sociais mais amplos, como o direito
igualdade formal; mais recentemente, passou-se a explicitar a
à educação. E seria interessante chamar a atenção para a
pessoa como sujeito de direito, respeitado em suas
dificuldade que temos em entender a ideia da igualdade.
peculiaridades e particularidades.
Temos uma relativa facilidade em entender o valor da
O respeito à diversidade, efetivado no respeito às
liberdade, a primeira geração de DH, as liberdades individuais,
diferenças, impulsiona ações de cidadania voltadas ao
os direitos civis, o direito de expressão contra todas as formas
reconhecimento de sujeitos de direitos, simplesmente por
de intolerância política e religiosa. Mas, de que estamos
serem seres humanos. Suas especificidades não devem ser
falando quando insistimos na igualdade?
elemento para a construção de desigualdades, discriminações
ou exclusões, mas sim, devem ser norteadoras de políticas
Partimos da premissa de que a igualdade não significa
afirmativas de respeito à diversidade, voltadas para a
uniformidade, homogeneidade. Daí, o direito à igualdade
construção de contextos sociais inclusivos.
pressupõe, e não é uma contradição, o direito à diferença.
Diferença não é sinônimo de desigualdade, assim como
Princípios
igualdade não é sinônimo de homogeneidade e de
uniformidade. A desigualdade pressupõe uma valoração de
A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa
inferior e superior, pressupõe uma valorização positiva ou
filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como
negativa, e portanto, estabelecemos quem nasceu para mandar
característica inerente à constituição de qualquer sociedade.
e quem nasceu para obedecer; quem nasceu para ser
Partindo desse princípio e tendo como horizonte o cenário
respeitado e quem nasceu só para respeitar. Isso é
ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se
desigualdade. A diferença é uma relação horizontal, nós
garantir o acesso e a participação de todos, a todas as
podemos ser muito diferentes (já nascemos homens ou
oportunidades, independentemente das peculiaridades de
mulheres; já é uma diferença fundamental, mas não é uma
cada indivíduo e/ou grupo social.
desigualdade; será uma desigualdade se essa diferença for
valorizada no sentido de que os homens são superiores às
A identidade pessoal e social e a Construção da
mulheres, ou vice- versa, que os brancos são superiores aos
igualdade na diversidade
negros, ou vice-versa, que os europeus são superiores aos
latino-americanos e assim por diante). A igualdade significa a
A identidade pessoal e social é essencial para o
isonomia, que é a igualdade diante da lei, da justiça, diante das
desenvolvimento de todo indivíduo, enquanto ser humano e
oportunidades na sociedade, se democraticamente aberta a
enquanto cidadão. A identidade pessoal é construída na trama
todos. A igualdade no sentido socioeconômico - e volto à
das relações sociais que permeiam sua existência cotidiana.
questão da dignidade - daquele mínimo que garanta a vida com
Assim, há que se esforçar para que as relações entre os
dignidade, e é o que está contemplado na segunda geração de
indivíduos se caracterizem por atitudes de respeito mútuo,
Direitos Humanos. E a igualdade entendida como o direito à
representadas pela valorização de cada pessoa em sua
diferença: todos somos igualmente portadores do direito à
singularidade, ou seja, nas características que a constituem. "A
diversidade cultural, do direito à diferença de ordem cultural,
consciência do direito de constituir uma identidade própria e
de livre escolha ou por contingência de nascimento.
do reconhecimento da identidade do outro traduz-se no

6Texto adaptado disponível em


http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&i
d=12646:serie-educacao-inclusiva-referencias-para-construcao-dos-sistemas-
educacionais-inclusivos&catid=192:seesp-esducacao-especial

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direito à igualdade e no respeito às diferenças, assegurando semelhantes. Séculos da Inquisição Católica e posteriormente,
oportunidades diferenciadas (equidade), tantas quantas de rigidez moral e ética, da Reforma Protestante, contribuíram
forem necessárias, com vistas à busca da igualdade." para que as pessoas com deficiência fossem tratadas como a
(MEC/SEESP, 2001). A Constituição Federal do Brasil assume personificação do mal e, portanto, passíveis de castigos,
o princípio da igualdade como pilar fundamental de uma torturas e mesmo de morte. À medida que conhecimentos na
sociedade democrática e justa, quando reza no caput do seu área da Medicina foram sendo construídos, e acumulados, na
Art. 5° que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de história da humanidade, a deficiência passou a ser vista como
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos doença, de natureza incurável, gradação de menor amplitude
estrangeiros, residentes no país, a inviolabilidade do direito à da doença mental.
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" (CF
- Brasil, 1988). Tais ideias determinaram a caracterização das primeiras
Para que a igualdade seja real, ela tem que ser relativa. Isto práticas sociais formais de atenção à pessoa com deficiência,
significa que as pessoas são diferentes, têm necessidades quais sejam, as de segregá-las em instituições fosse para
diversas e o cumprimento da lei exige que a elas sejam cuidado e proteção, fosse para tratamento médico. A esse
garantidas as condições apropriadas de atendimento às conjunto de ideias e de práticas sociais denominou-se
peculiaridades individuais, de forma que todos possam Paradigma da Institucionalização, o qual vigorou,
usufruir as oportunidades existentes. Há que se enfatizar aqui, aproximadamente por oito séculos. No Brasil, as primeiras
que tratamento diferenciado não se refere à instituição de informações sobre a atenção às pessoas com deficiência
privilégios, e sim, a disponibilização das condições exigidas, na remontam à época do Império. Seguindo o ideário e o modelo
garantia da igualdade. ainda vigente na Europa, de institucionalização, foram criadas
as primeiras instituições totais, para a educação de pessoas
A escola inclusiva é espaço de construção de cidadania cegas e de pessoas surdas. O Paradigma da Institucionalização
ainda permaneceu como modelo de atenção às pessoas com
A família é o primeiro espaço social da criança, no qual ela deficiência até meados da década de 50, no século XX,
constrói referências e valores e a comunidade é o espaço mais momento de grande importância histórica, no que se refere a
amplo, onde novas referências e valores se desenvolvem. A movimentos sociais, no mundo ocidental. Fortemente afetados
participação da família e da comunidade traz para a escola pelas consequências das Grandes Guerras Mundiais, os países
informações, críticas, sugestões, solicitações, desvelando participantes da Organização das Nações Unidas, em
necessidades e sinalizando rumos. Este processo, ressignifica Assembleia Geral, em 1948, elaboraram a Declaração
os agentes e a prática educacional, aproximando a escola da Universal dos Direitos Humanos, documento que desde então
realidade social na qual seus alunos vivem. A escola é um dos tem norteado os movimentos de definição de políticas
principais espaços de convivência social do ser humano, públicas, na maioria desses países. O intenso movimento
durante as primeiras fases de seu desenvolvimento. Ela tem mundial de defesa dos direitos das minorias, que caracterizou
papel primordial no desenvolvimento da consciência de a década de 60, associado a críticas contundentes ao
cidadania e de direitos, já que é na escola que a criança e ao Paradigma da Institucionalização de pessoas com doença
adolescente começam a conviver num coletivo diversificado, mental e de pessoas com deficiência, determinou novos rumos
fora do contexto familiar. às relações das sociedades com esses segmentos
populacionais. Começaram a ser implantados os serviços de
Exercício da cidadania e a promoção da paz Reabilitação Profissional, especialmente, embora não
exclusivamente, voltados para pessoas com deficiência,
O conceito de cidadania em sua plena abrangência engloba visando prepará-las para a integração, ou a reintegração na
direitos políticos, civis, econômicos, culturais e sociais. A vida da comunidade.
exclusão ou limitação em qualquer uma dessas esferas
fragiliza a cidadania, não promove a justiça social e impõe Nos anos 60 e 70, grande parte dos países, tendo como
situações de opressão e violência. horizonte a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
Exercer a cidadania é conhecer direitos e deveres no passou a buscar um novo modelo, no trato da deficiência. A
exercício da convivência coletiva, realizar a análise crítica da proposição do princípio da normalização contribuiu com a
realidade, reconhecer as dinâmicas sociais, participar do ideia de que as pessoas diferentes podiam ser normalizadas,
debate permanente sobre causas coletivas e manifestar-se ou seja, capacitadas para a vida no espaço comum da
com autonomia e liberdade respeitando seus pares. Tais sociedade. Este modelo caracterizou-se, gradativamente, pela
práticas se contrapõem à violência, na medida que não desinstitucionalização dessas pessoas e pela oferta de serviços
admitem a anulação de um sujeito pelo outro, mas fortalecem de avaliação e de reabilitação globalizada, em instituições não
cada um, na defesa de uma vida melhor para todos. Uma residenciais, embora ainda segregadoras.
proposta de educação para a paz deve sensibilizar os Da segregação total, passou-se a buscar a integração das
educandos para novas formas de convivência baseadas na pessoas com deficiência, após capacitadas, habilitadas ou
solidariedade e no respeito às diferenças, valores essenciais na reabilitadas. A esta concepção-modelo denominou-se
formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres e Paradigma de Serviços. Da década de 80 em diante, o mundo
sensíveis para rejeitarem toda a forma de opressão e violência. volta a experimentar novas transformações. Avanços na
Medicina, o desenvolvimento de novos conhecimentos na área
A atenção às pessoas com necessidades educacionais da Educação e principalmente a criação da via eletrônica como
especiais meio de comunicação em tempo real, com qualquer parte do
mundo, vieram determinar novas transformações sociais. Por
A atenção educacional aos alunos com necessidades um lado, maior sofisticação técnicocientífica permitia a
especiais associadas ou não a deficiência tem se modificado ao manutenção da vida e o maior desenvolvimento de pessoas
longo de processos históricos de transformação social, tendo que, em épocas anteriores, não podiam sobreviver. Por outro
caracterizado diferentes paradigmas nas relações das lado, a quebra da barreira geográfica, na comunicação e no
sociedades com esse segmento populacional. A deficiência foi, intercâmbio de ideias e de transações, plantava as sementes da
inicialmente, considerada um fenômeno metafísico, "aldeia global", que rapidamente foram germinando e
determinado pela possessão demoníaca, ou pela escolha definindo novos rumos nas relações entre países e sociedades
divina da pessoa para purgação dos pecados de seus diferentes. Nesse contexto, mais do que nunca se evidenciou a

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diversidade como característica constituinte das diferentes na vida cultural da comunidade, de usufruir as artes e de
sociedades e da população, em uma mesma sociedade. Na participar no progresso científico e nos benefícios que deste
década de 90, ainda à luz da defesa dos direitos humanos, resultam". De maneira geral, esta Declaração assegura às
pôde-se constatar que a diversidade enriquece e humaniza a pessoas com deficiência os mesmos direitos à liberdade, a uma
sociedade, quando reconhecida, respeitada e atendida em suas vida digna, à educação fundamental, ao desenvolvimento
peculiaridades. Passou, então, a ficar cada vez mais evidente pessoal e social e à livre participação na vida da comunidade.
que a manutenção de segmentos populacionais minoritários
em estado de segregação social, ainda que em processo de Declaração de Jomtien (1990)
atenção educacional ou terapêutica, não condizia com o
respeito aos seus direitos de acesso e participação regular no Em março de 1990, o Brasil participou da Conferência
espaço comum da vida em sociedade, como também impedia a Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, Tailândia, na
sociedade de aprender a administrar a convivência respeitosa qual foi proclamada a Declaração de Jomtien. Nesta
e enriquecedora, com a diversidade de peculiaridades que a Declaração, os países relembram que "a educação é um direito
constituem. fundamental de todos, mulheres e homens, de todas as idades,
no mundo inteiro". Declararam, também, entender que a
Começou, então, a ser delineada a ideia da necessidade de educação é de fundamental importância para o
construção de espaços sociais inclusivos, ou seja, espaços desenvolvimento das pessoas e das sociedades, sendo um
sociais organizados para atender ao conjunto de elemento que "pode contribuir para conquistar um mundo
características e necessidades de todos os cidadãos, inclusive mais seguro, mais sadio, mais próspero e ambientalmente
daqueles que apresentam necessidades educacionais mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso
especiais. Estavam aí postas as bases de um novo modelo, social, econômico e cultural, a tolerância e a cooperação
denominado Paradigma de Suportes. Este paradigma associou internacional". Tendo isso em vista, ao assinar a Declaração de
a ideia da diversidade como fator de enriquecimento social e o Jomtien, o Brasil assumiu, perante a comunidade
respeito às necessidades de todos os cidadãos como pilar internacional, o compromisso de erradicar o analfabetismo e
central de uma nova prática social: a construção de espaços universalizar o ensino fundamental no país. Para cumprir com
inclusivos em todas as instâncias da vida na sociedade, de este compromisso, o Brasil tem criado instrumentos
forma a garantir o acesso imediato e favorecer a participação norteadores para a ação educacional e documentos legais para
de todos nos equipamentos e espaços sociais, independente apoiar a construção de sistemas educacionais inclusivos, nas
das suas necessidades educacionais especiais, do tipo de diferentes esferas públicas: municipal, estadual e federal.
deficiência e do grau de comprometimento que estas
apresentem. O Brasil tem definido políticas públicas e criado Declaração de Salamanca (1994)
instrumentos legais que garantem tais direitos. A
transformação dos sistemas educacionais tem se efetivado A Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas
para garantir o acesso universal à escolaridade básica e a Especiais: Acesso e Qualidade, realizada pela UNESCO, em
satisfação das necessidades de aprendizagem para todos os Salamanca (Espanha), em junho de 1994, teve, como objeto
cidadãos. específico de discussão, a atenção educacional aos alunos com
necessidades educacionais especiais.
O compromisso com a construção de sistemas Nela, os países signatários, dos quais o Brasil faz parte,
educacionais inclusivos documentos orientadores no declararam:
âmbito internacional - Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito
fundamental à educação e que a elas deve ser dada a
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas oportunidade de obter e manter um nível aceitável de
produziu vários documentos norteadores para o conhecimentos;
desenvolvimento de políticas públicas de seus países - Cada criança tem características, interesses, capacidades
membros. O Brasil, enquanto país membro da ONU e e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios;
signatário desses documentos, reconhece seus conteúdos e os - Os sistemas educativos devem ser projetados e os
tem respeitado, na elaboração das políticas públicas internas. programas aplicados de modo que tenham em vista toda a
gama dessas diferentes características e necessidades;
Declaração universal dos direitos humanos (1948) - As pessoas com necessidades educacionais especiais
devem ter acesso às escolas comuns, que deverão integrá-las
A Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a
proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, na essas necessidades;
qual reconhece que "Todos os seres humanos nascem livres e - As escolas comuns, com essa orientação integradora,
iguais, em dignidade e direitos... (Art. 1°.), ...sem distinção representam o meio mais eficaz de combater atitudes
alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir
religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou uma sociedade integradora e dar educação para todos; A
social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra Declaração se dirige a todos os governos, incitando-os a:
situação" (Art. 2°.). Em seu Artigo 7°. Proclama que "todos são - Dar a mais alta prioridade política e orçamentária à
iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual melhoria de seus sistemas educativos, para que possam
proteção da lei...”. No Artigo 26°, proclama, no item 1, que "toda abranger todas as crianças, independentemente de suas
a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, diferenças ou dificuldades individuais;
pelo menos a correspondente ao ensino elementar - Adotar, com força de lei ou como política, o princípio da
fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino educação integrada, que permita a matrícula de todas as
técnico e profissional deve ser generalizado."; no item 2, crianças em escolas comuns, a menos que haja razões
estabelece que "educação deve visar à plena expansão da convincentes para o contrário;
personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e - Criar mecanismos descentralizados e participativos, de
das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, planejamento, supervisão e avaliação do ensino de crianças e
a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os adultos com necessidades educacionais especiais;
grupos raciais ou religiosos..." O Artigo 27° proclama, no item - Promover e facilitar a participação de pais, comunidades
1, que "toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente e organizações de pessoas com deficiência, no planejamento e

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no processo de tomada de decisões, para atender a alunos e Estatuto da criança e do adolescente (1990)
alunas com necessidades educacionais especiais;
- Assegurar que, num contexto de mudança sistemática, os O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069,
programas de formação do professorado, tanto inicial como promulgada em 13 de julho de 1990, dispõe, em seu Art. 3°,
contínua, estejam voltados para atender às necessidades que "a criança e ao adolescente gozam de todos os direitos
educacionais especiais, nas escolas integradoras. A Assembleia fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
Geral das Nações Unidas sobre a Criança, analisou a situação proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes por
mundial da criança e estabeleceu metas a serem alcançadas. lei, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar
Entendendo que a educação é um direito humano e um fator o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
fundamental para reduzir a pobreza e o trabalho infantil e condições de liberdade e de dignidade." Afirma, também, que
promover a democracia, a paz, a tolerância e o "é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
desenvolvimento, deu alta prioridade à tarefa de garantir que, poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
até o ano de 2015, todas as crianças tenham acesso a um dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
ensino primário de boa qualidade, gratuito e obrigatório e que educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
terminem seus estudos. Ao assinar esta Declaração, o Brasil à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comprometeu-se com o alcance dos objetivos propostos, que comunitária." (Art.4°). No que se refere à educação, o ECA
visam a transformação dos sistemas de educação em sistemas estabelece, em seu Art. 53, que "a criança e o adolescente têm
educacionais inclusivos. direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
Convenção da Guatemala (1999) para o trabalho", assegurando: I.II Igualdade de condições para
o acesso e permanência na escola; II.I Direito de ser respeitado
A partir da Convenção Interamericana para a Eliminação por seus educadores; III. Acesso à escola pública e gratuita
de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas próxima de sua residência. O Art. 54 diz que "é dever do Estado
Portadores de Deficiência os Estados Partes reafirmaram que assegurar à criança e ao adolescente": I.II ensino fundamental
"as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que acesso na idade própria; II.I atendimento educacional
estes direitos, inclusive o de não ser submetido a especializado aos portadores de deficiência,
discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade preferencialmente na rede regular de ensino; III. Atendimento
e da igualdade que são inerentes a todo ser humano". No seu em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
artigo I, a Convenção define que o termo deficiência "significa IV. Atendimento no ensino fundamental, através de programas
uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza suplementares de material didático-escolar, transporte,
permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer alimentação e assistência à saúde. Em seu Art. 55 dispõe que
uma ou mais atividades essenciais da vida diária causada ou "os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus
agravada pelo ambiente econômico e social". Para os efeitos filhos ou pupilos na rede regular de ensino.”
desta Convenção, o termo discriminação contra as pessoas
com deficiência "significa toda a diferenciação, exclusão ou Lei de diretrizes e bases da educação nacional (1996)
restrição baseada em deficiência (...) que tenham efeito ou
propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou Os municípios brasileiros receberam, a partir da Lei de
exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de Diretrizes e Bases Nacionais, Lei no. 9.394, de 20.12.1996, a
seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais". responsabilidade da universalização do ensino para os
Também define que não constitui discriminação "a cidadãos de 0 a 14 anos de idade, ou seja, da oferta de
diferenciação ou preferência adotada pelo Estado Parte para Educação Infantil e Fundamental para todas as crianças e
promover a integração social ou desenvolvimento pessoal dos jovens que neles residem. Assim, passou a ser
portadores de deficiência desde que a diferenciação ou responsabilidade do município formalizar a decisão política e
preferência não limite em si mesmo o direito a igualdade desenvolver os passos necessários para implementar, em sua
dessas pessoas e que elas não sejam obrigadas a aceitar tal realidade sócio-geográfica, a educação inclusiva, no âmbito da
diferenciação". Educação Infantil e Fundamental.

Legislação brasileira - marcos legais Política nacional para a integração da pessoa


portadora de deficiência - decreto n° 3.298 (1999)
A sociedade brasileira tem elaborado dispositivos legais
que, tanto explicitam sua opção política pela construção de A política nacional para a integração da pessoa portadora
uma sociedade para todos, como orientam as políticas públicas de deficiência prevista no Decreto 3298/99 adota os seguintes
e sua prática social. princípios:
I.II Desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da
Constituição federal (1988) sociedade civil, de modo a assegurar a plena integração da
pessoa portadora de deficiência no contexto socioeconômico e
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 cultural;
assumiu, formalmente, os mesmos princípios postos na II.I Estabelecimento de mecanismos e instrumentos legais
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Além disso, e operacionais que assegurem às pessoas portadoras de
introduziu, no país, uma nova prática administrativa, deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos que,
representada pela descentralização do poder. A partir da decorrentes da Constituição e das leis, propiciam o seu bem-
promulgação desta Constituição, os municípios foram estar pessoal, social e econômico;
contemplados com autonomia política para tomar as decisões III. Respeito às pessoas portadoras de deficiência, que
e implantar os recursos e processos necessários para garantir devem receber igualdade de oportunidades na sociedade, por
a melhor qualidade de vida para os cidadãos que neles reconhecimento dos direitos que lhes são assegurados, sem
residem. Cabe ao município, mapear as necessidades de seus privilégios ou paternalismos. No que se refere especificamente
cidadãos, planejar e implementar os recursos e serviços que se à educação, o Decreto estabelece a matrícula compulsória de
revelam necessários para atender ao conjunto de suas pessoas com deficiência, em cursos regulares, a consideração
necessidades, em todas as áreas da atenção pública. da educação especial como modalidade de educação escolar

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que permeia transversalmente todos os níveis e modalidades coletivamente as condições para atender bem à diversidade de
de ensino, a oferta obrigatória e gratuita da educação especial seus alunos". Esta Resolução representa um avanço na
em estabelecimentos públicos de ensino, dentre outras perspectiva da universalização do ensino e um marco da
medidas (Art. 24, I, II, IV). atenção à diversidade, na educação brasileira, quando ratifica
a obrigatoriedade da matrícula de todos os alunos e assim
Plano nacional de educação (2001) declara:
"Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos,
A Lei n° 10.172/01, aprova o Plano Nacional de Educação cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos
e dá outras providências. O Plano Nacional de Educação educandos com necessidades educacionais especiais,
estabelece objetivos e metas para a educação das pessoas com assegurando as condições necessárias para uma educação de
necessidades educacionais especiais, que dentre eles, qualidade para todos." Dessa forma, não é o aluno que tem que
destacam-se os que tratam: se adaptar à escola, mas é ela que, consciente da sua função,
- do desenvolvimento de programas educacionais em coloca-se à disposição do aluno, tornando-se um espaço
todos os municípios, e em parceria com as áreas de saúde e inclusivo. A educação especial é concebida para possibilitar
assistência social, visando à ampliação da oferta de que o aluno com necessidades educacionais especiais atinja os
atendimento da educação infantil; objetivos propostos para sua educação. A proposição da
- dos padrões mínimos de infraestrutura das escolas para política expressa nas Diretrizes, traduz o conceito de escola
atendimento de alunos com necessidades educacionais inclusiva, pois centra seu foco na discussão sobre a função
especiais; social da escola e no seu projeto pedagógico.
- da formação inicial e continuada dos professores para
atendimento às necessidades dos alunos; Documentos norteadores da prática educacional para
- da disponibilização de recursos didáticos especializados alunos com necessidades educacionais especiais
de apoio à aprendizagem nas áreas visual e auditiva;
- da articulação das ações de educação especial com a Em consonância com os instrumentos legais acima
política de educação para o trabalho; mencionados, o Brasil elaborou documentos norteadores para
- do incentivo à realização de estudos e pesquisas nas a prática educacional, visando especialmente superar a
diversas áreas relacionadas com as necessidades educacionais tradição segregatória da atenção ao segmento populacional
dos alunos; constituído de crianças, jovens e adultos com necessidades
- do sistema de informações sobre a população a ser educacionais especiais.
atendida pela educação especial.
Saberes e práticas da inclusão
Convenção interamericana para eliminação de todas
as formas de discriminação contra as pessoas com O documento "Saberes e Práticas da Inclusão na Educação
deficiência (2001) Infantil", publicado em 2003, aponta para a necessidade de
apoiar as creches e as escolas de educação infantil, a fim de
Em 08 de outubro de 2001, o Brasil através do Decreto garantir, a essa população, condições de acessibilidade física e
3.956, promulgou a Convenção Interamericana para a de acessibilidade a recursos materiais e técnicos apropriados
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as para responder a suas necessidades educacionais especiais.
Pessoas Portadoras de Deficiência. Ao instituir esse Decreto, o Para tanto, o documento se refere à necessidade de
Brasil comprometeu-se a: Tomar as medidas de caráter "disponibilizar recursos humanos capacitados em educação
legislativo, social, educacional, trabalhista ou de qualquer especial/ educação infantil para dar suporte e apoio ao
outra natureza, que sejam necessárias para eliminar a docente das creches e pré-escolas, ou centros de educação
discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e infantil, assim como possibilitar sua capacitação e educação
proporcionar a sua plena integração à sociedade (...): a) continuada, por intermédio da oferta de cursos ou estágios em
medidas das autoridades governamentais e/ou entidades instituições comprometidas com o movimento da inclusão";
privadas para eliminar progressivamente a discriminação e Orienta, ainda, sobre a necessidade de divulgação "da visão de
promover a integração na prestação ou fornecimento de bens, educação infantil, na perspectiva da inclusão", para as famílias,
serviços, instalações, programas e atividades, tais como o a comunidade escolar e a sociedade em geral, bem como do
emprego, o transporte, as comunicações, a habitação, o lazer, a estabelecimento de parcerias com a área da Saúde e da
educação, o esporte, o acesso à justiça e aos serviços policiais Assistência Social, de forma que "possam constituir-se em
e às atividades políticas e de administração; 2. Trabalhar recursos de apoio, cooperação e suporte", no processo de
prioritariamente nas seguintes áreas: desenvolvimento da criança. O documento “Saberes e Práticas
a) prevenção de todas as formas de deficiência; da Inclusão no Ensino Fundamental” publicado em 2003
b) detecção e intervenção precoce, tratamento, reconhece que:
reabilitação, educação, formação ocupacional e prestação de - Toda pessoa tem direito à educação, independentemente
serviços completos para garantir o melhor nível de de gênero, etnia, deficiência, idade, classe social ou qualquer
independência e qualidade de vida para as pessoas portadoras outra condição;
de deficiência; - O acesso à escola extrapola o ato da matrícula, implicando
c) sensibilização da população, por meio de campanhas de na apropriação do saber, da aprendizagem e na formação do
educação, destinadas a eliminar preconceitos, estereótipos e cidadão crítico e participativo;
outras atitudes que atentam contra o direito das pessoas a - A população escolar é constituída de grande diversidade
serem iguais, permitindo desta forma o respeito e a e a ação educativa deve atender às maneiras peculiares dos
convivência com as pessoas portadoras de deficiência. alunos aprenderem.

Diretrizes nacionais para a educação especial na Educação profissional


educação básica (2001)
O documento “Educação Profissional - Indicações para a
A Resolução CNE/CEB n° 02/2001, instituiu as Diretrizes ação: a interface educação profissional/educação especial”
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, que visa estimular o desenvolvimento de ações educacionais que
manifesta o compromisso do país com "o desafio de construir permitam alcançar a qualidade na gestão das escolas,

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removendo barreiras atitudinais, arquitetônicas e às pessoas portadoras de deficiência, e dá outras providências


educacionais para a aprendizagem, assegurando uma melhor - PAED. Decretos
formação inicial e continuada aos professores, com a - Decreto 2.264/97 - Regulamenta a Lei 9424/96 -
finalidade de lhes propiciar uma ligação indispensável entre FUNDEF, no âmbito federal, e determina outras providências.
teoria e prática. - Decreto 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de
Destaca ainda, a importância da articulação e parceria outubro de 1989, que dispõe sobre a Política Nacional para a
entre as instituições de ensino, trabalho e setores empresariais Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as
para o desenvolvimento do Programa de Educação normas de proteção e dá outras providências.
Profissional. O documento enfatiza as seguintes temáticas: - Decreto 3030/99 - Dá nova redação ao art.2º do Decreto
- A relação educação e trabalho no Brasil e a emergência da 1.680/95 que dispõe sobre a competência, a composição e o
nova legislação da Educação Profissional; funcionamento do Conselho Consultivo da Coordenadoria
- Balizamentos e marcos normativos da Educação Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
Profissional; (CORDE)
- Educação Profissional/Educação Especial: faces e formas; - Decreto 3076/99 - Cria no âmbito do Ministério da Justiça
- Desdobramentos possíveis no âmbito de uma agenda de o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de
capacitação docente; Deficiência. (CONADE).
- Desafios para implementação de uma política de - Decreto 3631/00 - Regulamenta a Lei 8899/94, que
Educação Profissional para o aluno da Educação Especial. dispõe sobre o transporte de pessoas portadoras de
deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
Direito à educação - Decreto 3.952/01 - Dispõe sobre o Conselho Nacional de
Combate à Discriminação (CNCD).
O documento “Direito à Educação - Subsídios para a Gestão - Decreto 3956/01 -Promulga a Convenção Interamericana
do Sistema Educacional Inclusivo, apresenta um conjunto de para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
textos que tratam da política educacional no âmbito da contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. (Convenção da
Educação Especial - subsídios legais que devem embasar a Guatemala) Portarias - MEC
construção de sistemas educacionais inclusivos. O documento - Portaria 1793/94 -Recomenda a inclusão da disciplina
é constituído de duas partes: Orientações Gerais Aspectos Ético - Político - Educacionais na normalização e
- A política educacional no âmbito da Educação Especial; integração da pessoa portadora de necessidades especiais,
- Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na prioritariamente, nos cursos de Pedagogia, Psicologia e em
Educação Básica - Parecer 17/2001; todas as Licenciaturas.
- Fontes de Recursos e Mecanismos de Financiamentos da - Portaria 319/99 - Institui no Ministério da Educação,
Educação Especial; vinculada à Secretaria de Educação Especial/SEESP a
- Evolução Estatística da Educação Especial. Marcos Legais Comissão Brasileira do Braille, de caráter permanente.
Trata do Ordenamento Jurídico, contendo as leis que regem a - Portaria 554/00 - Aprova o Regulamento Interno da
educação nacional e os direitos das pessoas com deficiência, Comissão Brasileira do Braille
constituindo importantes subsídios para embasamento legal a - Portaria 3.284/03 - Dispõe sobre requisitos de
gestão dos sistemas de ensino. acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para
Inclui a seguinte legislação: instruir os processos de autorização e de reconhecimento de
- Constituição da República Federativa do Brasil /88 cursos e de credenciamento de instituições.
- Lei 7853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras - Portaria do Ministério do Planejamento 08/2001 -
de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Atualiza e consolida os procedimentos operacionais adotados
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - pelas unidades de recursos humanos para a aceitação, como
CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou estagiários, de alunos regularmente matriculados e que
difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério venham frequentando, efetivamente, cursos de educação
Público, define crimes e dá outra providências. (Alterada pela superior, de ensino médio, de educação profissional de nível
Lei 8.028/90) médio ou de educação especial, vinculados à estrutura do
- Lei 8069/90 - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do ensino público e particular. Resoluções
Adolescente e dá outras providências - ECA - Resolução 09/78 - Conselho Federal de Educação -
- Lei 8859/94 - Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 07 Autoriza, excepcionalmente, a matrícula do aluno classificado
de dezembro de 1977, estendendo aos alunos de ensino como superdotado nos cursos superiores sem que tenha
especial o direito à participação em atividades de estágio. concluído o curso de 2º grau.
- Lei 9394/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da - Resolução 02/81 - Conselho Federal de Educação -
Educação Nacional - LDBEN. Autoriza a concessão de dilatação de prazo de conclusão do
- Lei 9424/96 - Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e curso de graduação aos alunos portadores de deficiência física,
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do afecções congênitas ou adquiridas.
Magistério - FUNDEF. - Resolução 02/01 - Conselho Nacional de Educação -
- Lei 10098/00 - Estabelece normas gerais e critérios Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas Educação Básica.
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá - Resolução 01 e 02/02 - Conselho Nacional de Educação -
outras providências. Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores da
- Lei 10172/2001 - Aprova o Plano Nacional de Educação e Educação Básica, em nível superior, graduação plena.
dá outras providências. - Resolução 01/04 - Conselho Nacional de Educação -
- Lei 10216/2001 - Dispõe sobre a proteção e os direitos Estabelece Diretrizes Nacionais para organização e realização
das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona de Estágio de alunos do Ensino Profissionalizante e Ensino
o modelo assistencial em saúde mental. Médio, inclusive nas modalidades de Ensino Especial e
- Lei 10436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais Educação de Jovens e Adultos. Aviso Circular
- Libras e dá outras providências. - Aviso Circular nº 277/ 96 - Dirigido aos Reitores das IES
- Lei 10845/2004 - Institui o Programa de solicitando a execução adequada de uma política educacional
Complementação ao Atendimento Educacional Especializado dirigida aos portadores de necessidades especiais. Parecer

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APOSTILAS OPÇÃO

- Parecer Nº 17/01 DO CNE / Câmara de Educação Básica - III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles
Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento
Básica. com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou
combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e
Políticas públicas de educação especial na criatividade.
perspectiva da educação inclusiva.
Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de
RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola
de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não
Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado,
Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade também, em centro de Atendimento Educacional
Educação Especial. Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas
O Presidente da Câmara de Educação Básica do com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos
Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.
legais, de conformidade com o disposto na alínea “c” do artigo
9º da Lei nº 4.024/1961, com a redação dada pela Lei nº Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional
9.131/1995, bem como no artigo 90, no § 1º do artigo 8º e no Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar, será
§ 1º do artigo 9º da Lei nº 9.394/1996, considerando a ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a
Constituição Federal de 1988; a Lei nº 10.098/2000; a Lei nº Educação Especial de forma complementar ou suplementar.
10.436/2002; a Lei nº 11.494/2007; o Decreto nº 3.956/2001;
o Decreto nº 5.296/2004; o Decreto nº 5.626/2005; o Decreto Art. 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação
nº 6.253/2007; o Decreto nº 6.571/2008; e o Decreto terão suas atividades de enriquecimento curricular
Legislativo nº 186/2008, e com fundamento no Parecer desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular
CNE/CEB nº 13/2009, homologado por Despacho do Senhor em interface com os núcleos de atividades para altas
Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 24 de habilidades/superdotação e com as instituições de ensino
setembro de 2009, resolve: superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção
da pesquisa, das artes e dos esportes.
Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008,
os sistemas de ensino devem matricular os alunos com Art. 8º Serão contabilizados duplamente, no âmbito do
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas FUNDEB, de acordo com o Decreto nº 6.571/2008, os alunos
habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino matriculados em classe comum de ensino regular público que
regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), tiverem matrícula concomitante no AEE.
ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros
de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou Parágrafo único. O financiamento da matrícula no AEE é
de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas condicionado à matrícula no ensino regular da rede pública,
sem fins lucrativos. conforme registro no Censo Escolar/MEC/INEP do ano
anterior, sendo contemplada:
Art. 2º O AEE tem como função complementar ou a) matrícula em classe comum e em sala de recursos
suplementar a formação do aluno por meio da multifuncionais da mesma escola pública;
disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e b) matrícula em classe comum e em sala de recursos
estratégias que eliminem as barreiras para sua plena multifuncionais de outra escola pública;
participação na sociedade e desenvolvimento de sua c) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento
aprendizagem. Educacional
Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se Especializado de instituição de Educação Especial pública;
recursos de acessibilidade na educação aqueles que d) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento
asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com Educacional Especializado de instituições de Educação
deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização Especial comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos lucrativos.
mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e
informação, dos transportes e dos demais serviços. Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de
competência dos professores que atuam na sala de recursos
Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, multifuncionais ou centros de AEE, em articulação com os
etapas e modalidades de ensino, tendo o AEE como parte demais professores do ensino regular, com a participação das
integrante do processo educacional. famílias e em interface com os demais serviços setoriais da
saúde, da assistência social, entre outros necessários ao
Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público- atendimento.
alvo do AEE:
I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular
de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou deve institucionalizar a oferta do AEE prevendo na sua
sensorial. organização:
II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico,
aqueles que apresentam um quadro de alterações no mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de
desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas acessibilidade e equipamentos específicos;
relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino
Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, regular da própria escola ou de outra escola;
síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno III – cronograma de atendimento aos alunos;
desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos IV – plano do AEE: identificação das necessidades
sem outra especificação. educacionais específicas dos alunos, definição dos recursos
necessários e das atividades a serem desenvolvidas;

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APOSTILAS OPÇÃO

V – professores para o exercício da docência do AEE; inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado
VI – outros profissionais da educação: tradutor e na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e
intérprete de Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e diferença como valores indissociáveis, e que avança em
outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as
alimentação, higiene e locomoção; circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e
VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da fora da escola.
formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos
recursos, serviços e equipamentos, entre outros que sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as
maximizem o AEE. práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las,
Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca
atuam com os alunos público alvo da Educação Especial em da sociedade contemporânea e do papel da escola na
todas as atividades escolares nas quais se fizerem necessários. superação da lógica da exclusão. A partir dos referenciais para
a construção de sistemas educacionais inclusivos, a
Art. 11. A proposta de AEE, prevista no projeto pedagógico organização de escolas e classes especiais passa a ser
do centro de Atendimento Educacional Especializado público repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da
ou privado sem fins lucrativos, conveniado para essa escola para que todos os alunos tenham suas especificidades
finalidade, deve ser aprovada pela respectiva Secretaria de atendidas.
Educação ou órgão equivalente, contemplando a organização Nesta perspectiva, o Ministério da Educação/Secretaria de
disposta no artigo 10 desta Resolução. Educação Especial apresenta a Política Nacional de Educação
Parágrafo único. Os centros de Atendimento Educacional Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que
Especializado devem cumprir as exigências legais acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais,
estabelecidas pelo Conselho de Educação do respectivo visando constituir políticas públicas promotoras de uma
sistema de ensino, quanto ao seu credenciamento, autorização educação de qualidade para todos os alunos.
de funcionamento e organização, em consonância com as
orientações preconizadas nestas Diretrizes Operacionais. II – Marcos históricos e normativos

Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter A escola historicamente se caracterizou pela visão da
formação inicial que o habilite para o exercício da docência e educação que delimita a escolarização como privilégio de um
formação específica para a Educação Especial. grupo, uma exclusão que foi legitimada nas políticas e práticas
educacionais reprodutoras da ordem social. A partir do
Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento processo de democratização da escola, evidencia-se o
Educacional Especializado: paradoxo inclusão/exclusão quando os sistemas de ensino
I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e
recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores da
considerando as necessidades específicas dos alunos público- escola. Assim, sob formas distintas, a exclusão tem
alvo da Educação Especial; apresentado características comuns nos processos de
II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional segregação e integração, que pressupõem a seleção,
Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade naturalizando o fracasso escolar.
dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; A partir da visão dos direitos humanos e do conceito de
III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos cidadania fundamentado no reconhecimento das diferenças e
alunos na sala de recursos multifuncionais; na participação dos sujeitos, decorre uma identificação dos
IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos mecanismos e processos de hierarquização que operam na
recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula regulação e produção das desigualdades. Essa
comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da problematização explicita os processos normativos de
escola; distinção dos alunos em razão de características intelectuais,
V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na físicas, culturais, sociais e linguísticas, entre outras,
elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de estruturantes do modelo tradicional de educação escolar.
acessibilidade; A educação especial se organizou tradicionalmente como
VI – orientar professores e famílias sobre os recursos atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino
pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; comum, evidenciando diferentes compreensões,
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a terminologias e modalidades que levaram à criação de
ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo instituições especializadas, escolas especiais e classes
autonomia e participação; especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de normalidade/anormalidade, determina formas de
aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos atendimento clínico-terapêuticos fortemente ancorados nos
recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que testes psicométricos que, por meio de diagnósticos, definem as
promovem a participação dos alunos nas atividades escolares. práticas escolares para os alunos com deficiência.
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve
Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua início na época do Império, com a criação de duas instituições:
publicação, revogadas as disposições em contrário. o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual
Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da
da Educação Inclusiva Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No
início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926),
I – Introdução instituição especializada no atendimento às pessoas com
deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado
política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas
do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena
participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação Antipoff.

Fundamentos da Educação 85
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APOSTILAS OPÇÃO

Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e
deficiência passa a ser fundamentado pelas disposições da Lei nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24,
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Lei nº inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas,
4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” à educação, consideradas as características do alunado, seus interesses,
preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”
A Lei nº 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir (art. 37).
“tratamento especial” para os alunos com “deficiências físicas,
mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº
à idade regular de matrícula e os superdotados”, não promove 7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para a Integração
a organização de um sistema de ensino capaz de atender às da Pessoa Portadora de Deficiência, define a educação especial
necessidades educacionais especiais e acaba reforçando o como uma modalidade transversal a todos os níveis e
encaminhamento dos alunos para as classes e escolas modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar
especiais. da educação especial ao ensino regular.
Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes
Especial – CENESP, responsável pela gerência da educação Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica,
especial no Brasil, que, sob a égide integracionista, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinam que:
impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos,
deficiência e às pessoas com superdotação, mas ainda cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos
configuradas por campanhas assistenciais e iniciativas educandos com necessidades educacionais especiais,
isoladas do Estado. assegurando as condições necessárias para uma educação de
Nesse período, não se efetiva uma política pública de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).”
acesso universal à educação, permanecendo a concepção de As Diretrizes ampliam o caráter da educação especial para
“políticas especiais” para tratar da educação de alunos com realizar o atendimento educacional especializado
deficiência. No que se refere aos alunos com superdotação, complementar ou suplementar à escolarização, porém, ao
apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um admitir a possibilidade de substituir o ensino regular, não
atendimento especializado que considere as suas potencializam a adoção de uma política de educação inclusiva
singularidades de aprendizagem. na rede pública de ensino, prevista no seu artigo 2º.
A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001,
objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem destaca que “o grande avanço que a década da educação
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva
outras formas de discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, no que garanta o atendimento à diversidade humana”. Ao
artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de ensino
pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a favoreçam o atendimento às necessidades educacionais
qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, especiais dos alunos, aponta um déficit referente à oferta de
estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do
na escola” como um dos princípios para o ensino e garante, ensino regular, à formação docente, à acessibilidade física e ao
como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional atendimento educacional especializado.
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino
(art. 208). A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil
pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades
8.069/90, no artigo 55, reforça os dispositivos legais fundamentais que as demais pessoas, definindo como
supracitados ao determinar que “os pais ou responsáveis têm discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou
a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos
regular de ensino”. Também nessa década, documentos como humanos e de suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem
a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a importante repercussão na educação, exigindo uma
Declaração de Salamanca (1994) passam a influenciar a reinterpretação da educação especial, compreendida no
formulação das políticas públicas da educação inclusiva. contexto da diferenciação, adotado para promover a
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação eliminação das barreiras que impedem o acesso à
Especial, orientando o processo de “integração instrucional” escolarização.
que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP
àqueles que “(...) possuem condições de acompanhar e nº 1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais
desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino para a Formação de Professores da Educação Básica, define
comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais” (p.19). que as instituições de ensino superior devem prever, em sua
Ao reafirmar os pressupostos construídos a partir de padrões organização curricular, formação docente voltada para a
homogêneos de participação e aprendizagem, a Política não atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre
provoca uma reformulação das práticas educacionais de as especificidades dos alunos com necessidades educacionais
maneira que sejam valorizados os diferentes potenciais de especiais.
aprendizagem no ensino comum, mas mantendo a A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais
responsabilidade da educação desses alunos exclusivamente – Libras como meio legal de comunicação e expressão,
no âmbito da educação especial. determinando que sejam garantidas formas
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a
nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do
devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e currículo nos cursos de formação de professores e de
organização específicos para atender às suas necessidades; fonoaudiologia.
assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram
o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova diretrizes e normas
virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de para o uso, o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille
estudos aos superdotados para conclusão do programa em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto
escolar. Também define, dentre as normas para a organização

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da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação implantação de salas de recursos multifuncionais, a
para o seu uso em todo o território nacional. acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação permanência das pessoas com deficiência na educação
Inclusiva: direito à diversidade, com vistas a apoiar a superior e o monitoramento do acesso à escola dos
transformação dos sistemas de ensino em sistemas favorecidos pelo Benefício de Prestação Continuada – BPC.
educacionais inclusivos, promovendo um amplo processo de No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da
formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros Educação: razões, princípios e programas é reafirmada a visão
para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à que busca superar a oposição entre educação regular e
oferta do atendimento educacional especializado e à garantia educação especial.
da acessibilidade. Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade
Em 2004, o Ministério Público Federal publica o da educação especial nos diferentes níveis, etapas e
documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e modalidades de ensino, a educação não se estruturou na
Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de perspectiva da inclusão e do atendimento às necessidades
disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, educacionais especiais, limitando, o cumprimento do princípio
reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de constitucional que prevê a igualdade de condições para o
alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino acesso e permanência na escola e a continuidade nos níveis
regular. mais elevados de ensino (2007, p. 09).
Impulsionando a inclusão educacional e social, o Decreto Para a implementação do PDE é publicado o Decreto nº
nº 5.296/04 regulamentou as Leis nº 10.048/00 e nº 6.094/2007, que estabelece nas diretrizes do Compromisso
10.098/00, estabelecendo normas e critérios para a promoção Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no
da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais
mobilidade reduzida. Nesse contexto, o Programa Brasil especiais dos alunos, fortalecendo seu ingresso nas escolas
Acessível, do Ministério das Cidades, é desenvolvido com o públicas.
objetivo de promover a acessibilidade urbana e apoiar ações
que garantam o acesso universal aos espaços públicos. III – Diagnóstico da Educação Especial
O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº
10.436/2002, visando ao acesso à escola dos alunos surdos, O Censo Escolar/MEC/INEP, realizado anualmente em
dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a todas as escolas de educação básica, possibilita o
formação e a certificação de professor, instrutor e acompanhamento dos indicadores da educação especial:
tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa acesso à educação básica, matrícula na rede pública, ingresso
como segunda língua para alunos surdos e a organização da nas classes comuns, oferta do atendimento educacional
educação bilíngue no ensino regular. especializado, acessibilidade nos prédios escolares,
Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividades de municípios com matrícula de alunos com necessidades
Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S em todos os educacionais especiais, escolas com acesso ao ensino regular e
estados e no Distrito Federal, são organizados centros de formação docente para o atendimento às necessidades
referência na área das altas habilidades/superdotação para o educacionais especiais dos alunos.
atendimento educacional especializado, para a orientação às Para compor esses indicadores no âmbito da educação
famílias e a formação continuada dos professores, especial, o Censo Escolar/MEC/INEP coleta dados referentes
constituindo a organização da política de educação inclusiva ao número geral de matrículas; à oferta da matrícula nas
de forma a garantir esse atendimento aos alunos da rede escolas públicas, escolas privadas e privadas sem fins
pública de ensino. lucrativos; às matrículas em classes especiais, escola especial
e classes comuns de ensino regular; ao número de alunos do
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com ensino regular com atendimento educacional especializado; às
Deficiência, aprovada pela ONU em 2006 e da qual o Brasil é matrículas, conforme tipos de deficiência, transtornos do
signatário, estabelece que os Estados-Partes devem assegurar desenvolvimento e altas habilidades/superdotação; à
um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de infraestrutura das escolas quanto à acessibilidade
ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento arquitetônica, à sala de recursos ou aos equipamentos
acadêmico e social compatível com a meta da plena específicos; e à formação dos professores que atuam no
participação e inclusão, adotando medidas para garantir que: atendimento educacional especializado.
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do A partir de 2004, são efetivadas mudanças no instrumento
sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as de pesquisa do Censo, que passa a registrar a série ou ciclo
crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino escolar dos alunos identificados no campo da educação
fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de especial, possibilitando monitorar o percurso escolar. Em
deficiência; 2007, o formulário impresso do Censo Escolar foi
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino transformado em um sistema de informações on-line, o Censo
fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade Web, que qualifica o processo de manipulação e tratamento
de condições com as demais pessoas na comunidade em que das informações, permite atualização dos dados dentro do
vivem (Art.24). mesmo ano escolar, bem como possibilita o cruzamento com
Neste mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos outros bancos de dados, tais como os das áreas de saúde,
Humanos, os Ministérios da Educação e da Justiça, juntamente assistência e previdência social. Também são realizadas
com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a alterações que ampliam o universo da pesquisa, agregando
Ciência e a Cultura – UNESCO, lançam o Plano Nacional de informações individualizadas dos alunos, das turmas, dos
Educação em Direitos Humanos, que objetiva, dentre as suas professores e da escola.
ações, contemplar, no currículo da educação básica, temáticas Com relação aos dados da educação especial, o Censo
relativas às pessoas com deficiência e desenvolver ações Escolar registra uma evolução nas matrículas, de 337.326 em
afirmativas que possibilitem acesso e permanência na 1998 para 700.624 em 2006, expressando um crescimento de
educação superior. 107%. No que se refere ao ingresso em classes comuns do
Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da ensino regular, verifica-se um crescimento de 640%, passando
Educação – PDE, reafirmado pela Agenda Social, tendo como de 43.923 alunos em 1998 para 325.316 em 2006, conforme
eixos a formação de professores para a educação especial, a demonstra o gráfico a seguir:

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APOSTILAS OPÇÃO

O indicador de acessibilidade arquitetônica em prédios


escolares, em 1998, aponta que 14% dos 6.557
estabelecimentos de ensino com matrícula de alunos com
necessidades educacionais especiais possuíam sanitários com
acessibilidade. Em 2006, das 54.412 escolas com matrículas de
alunos atendidos pela educação especial, 23,3% possuíam
sanitários com acessibilidade e 16,3% registraram ter
dependências e vias adequadas (dado não coletado em 1998).
No âmbito geral das escolas de educação básica, o índice de
acessibilidade dos prédios, em 2006, é de apenas 12%.
Com relação à formação inicial dos professores que atuam
na educação especial, o Censo de 1998, indica que 3,2% possui
ensino fundamental, 51% ensino médio e 45,7% ensino
superior. Em 2006, dos 54.625 professores nessa função,
0,62% registram ensino fundamental, 24% ensino médio e
75,2% ensino superior. Nesse mesmo ano, 77,8% desses
professores, declararam ter curso específico nessa área de
Quanto à distribuição dessas matrículas nas esferas conhecimento.
pública e privada, em 1998 registra-se 179.364 (53,2%)
alunos na rede pública e 157.962 (46,8%) nas escolas IV – Objetivo da Política Nacional de Educação Especial na
privadas, principalmente em instituições especializadas Perspectiva da Educação Inclusiva
filantrópicas. Com o desenvolvimento das ações e políticas de
educação inclusiva nesse período, evidencia-se um A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
crescimento de 146% das matrículas nas escolas públicas, que Educação Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação
alcançaram 441.155 (63%) alunos em 2006, conforme e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos
demonstra o gráfico: globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação
nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para
promover respostas às necessidades educacionais especiais,
garantindo:
• Transversalidade da educação especial desde a educação
infantil até a educação superior;
• Atendimento educacional especializado;
• Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados
do ensino;
• Formação de professores para o atendimento
educacional especializado e demais profissionais da educação
para a inclusão escolar;
• Participação da família e da comunidade;
•Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários
e equipamentos, nos transportes, na comunicação e
informação; e
• Articulação intersetorial na implementação das políticas
públicas.
Com relação à distribuição das matrículas por etapa de
ensino em 2006: 112.988 (16%) estão na educação infantil, V – Alunos atendidos pela Educação Especial
466.155 (66,5%) no ensino fundamental, 14.150 (2%) no
ensino médio, 58.420 (8,3%) na educação de jovens e adultos, Por muito tempo perdurou o entendimento de que a
e 48.911 (6,3%) na educação profissional. No âmbito da educação especial, organizada de forma paralela à educação
educação infantil, há uma concentração de matrículas nas comum, seria a forma mais apropriada para o atendimento de
escolas e classes especiais, com o registro de 89.083 alunos, alunos que apresentavam deficiência ou que não se
enquanto apenas 24.005 estão matriculados em turmas adequassem à estrutura rígida dos sistemas de ensino.
comuns. Essa concepção exerceu impacto duradouro na história da
O Censo da Educação Especial na educação superior educação especial, resultando em práticas que enfatizavam os
registra que, entre 2003 e 2005, o número de alunos passou de aspectos relacionados à deficiência, em contraposição à sua
5.078 para 11.999 alunos, representando um crescimento de dimensão pedagógica. O desenvolvimento de estudos no
136%. A evolução das ações referentes à educação especial nos campo da educação e dos direitos humanos vêm modificando
últimos anos é expressa no crescimento de 81% do número de os conceitos, as legislações, as práticas educacionais e de
municípios com matrículas, que em 1998 registra 2.738 gestão, indicando a necessidade de se promover uma
municípios (49,7%) e, em 2006 alcança 4.953 municípios reestruturação das escolas de ensino regular e da educação
(89%). especial.
Em 1994, a Declaração de Salamanca proclama que as
Aponta também o aumento do número de escolas com escolas regulares com orientação inclusiva constituem os
matrícula, que em 1998 registra apenas 6.557 escolas e, em meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e
2006 passa a registrar 54.412, representando um crescimento que alunos com necessidades educacionais especiais devem
de 730%. Das escolas com matrícula em 2006, 2.724 são ter acesso à escola regular, tendo como princípio orientador
escolas especiais, 4.325 são escolas comuns com classe que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças
especial e 50.259 são escolas de ensino regular com matrículas independentemente de suas condições físicas, intelectuais,
nas turmas comuns. sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (BRASIL, 2006,
p.330).

Fundamentos da Educação 88
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APOSTILAS OPÇÃO

O conceito de necessidades educacionais especiais, que escolarização. Esse atendimento complementa e/ou
passa a ser amplamente disseminado a partir dessa suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e
Declaração, ressalta a interação das características individuais independência na escola e fora dela.
dos alunos com o ambiente educacional e social. No entanto,
mesmo com uma perspectiva conceitual que aponte para a Dentre as atividades de atendimento educacional
organização de sistemas educacionais inclusivos, que garanta especializado são disponibilizados programas de
o acesso de todos os alunos e os apoios necessários para sua enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos
participação e aprendizagem, as políticas implementadas específicos de comunicação e sinalização e tecnologia
pelos sistemas de ensino não alcançaram esse objetivo. assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização esse
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica
passa a integrar a proposta pedagógica da escola regular, do ensino comum. O atendimento educacional especializado é
promovendo o atendimento às necessidades educacionais acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem
especiais de alunos com deficiência, transtornos globais de monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes rede pública e nos centros de atendimento educacional
casos e outros, que implicam em transtornos funcionais especializados públicos ou conveniados.
específicos, a educação especial atua de forma articulada com O acesso à educação tem início na educação infantil, na
o ensino comum, orientando para o atendimento às qual se desenvolvem as bases necessárias para a construção
necessidades educacionais especiais desses alunos. do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. Nessa
A educação especial direciona suas ações para o etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de
atendimento às especificidades desses alunos no processo comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos,
educacional e, no âmbito de uma atuação mais ampla na escola, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência
orienta a organização de redes de apoio, a formação com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o
continuada, a identificação de recursos, serviços e o respeito e a valorização da criança.
desenvolvimento de práticas colaborativas. Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional
Os estudos mais recentes no campo da educação especial especializado se expressa por meio de serviços de estimulação
enfatizam que as definições e uso de classificações devem ser precoce, que objetivam otimizar o processo de
contextualizados, não se esgotando na mera especificação ou desenvolvimento e aprendizagem em interface com os
categorização atribuída a um quadro de deficiência, serviços de saúde e assistência social. Em todas as etapas e
transtorno, distúrbio, síndrome ou aptidão. Considera-se que modalidades da educação básica, o atendimento educacional
as pessoas se modificam continuamente, transformando o especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos
contexto no qual se inserem. Esse dinamismo exige uma alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino.
atuação pedagógica voltada para alterar a situação de Deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na
exclusão, reforçando a importância dos ambientes própria escola ou centro especializado que realize esse serviço
heterogêneos para a promoção da aprendizagem de todos os educacional.
alunos. Desse modo, na modalidade de educação de jovens e
adultos e educação profissional, as ações da educação especial
A partir dessa conceituação, considera-se pessoa com possibilitam a ampliação de oportunidades de escolarização,
deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo, de formação para ingresso no mundo do trabalho e efetiva
natureza física, mental ou sensorial que, em interação com participação social.
diversas barreiras, podem ter restringida sua participação A interface da educação especial na educação indígena, do
plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com campo e quilombola deve assegurar que os recursos, serviços
transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que e atendimento educacional especializado estejam presentes
apresentam alterações qualitativas das interações sociais nos projetos pedagógicos construídos com base nas diferenças
recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e socioculturais desses grupos.
atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se
nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do Na educação superior, a educação especial se efetiva por
autismo e psicose infantil. Alunos com altas meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a
habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em participação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento
qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: e a organização de recursos e serviços para a promoção da
intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas
além de apresentar grande criatividade, envolvimento na de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu devem ser disponibilizados nos processos seletivos e no
interesse. desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o
ensino, a pesquisa e a extensão.
VI – Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Para o ingresso dos alunos surdos nas escolas comuns, a
Perspectiva da Educação Inclusiva educação bilíngue – Língua Portuguesa/Libras desenvolve o
ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de sinais, o
A educação especial é uma modalidade de ensino que ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na
perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de
atendimento educacional especializado, disponibiliza os tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino
recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no da Libras para os demais alunos da escola. O atendimento
processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do educacional especializado para esses alunos é ofertado tanto
ensino regular. na modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido
O atendimento educacional especializado tem como à diferença linguística, orienta-se que o aluno surdo esteja com
função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos outros surdos em turmas comuns na escola regular.
e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena O atendimento educacional especializado é realizado
participação dos alunos, considerando suas necessidades mediante a atuação de profissionais com conhecimentos
específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua
educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do
na sala de aula comum, não sendo substitutivas à sistema Braille, do Soroban, da orientação e mobilidade, das

Fundamentos da Educação 89
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atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do


desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos As teorias pedagógicas no
programas de enriquecimento curricular, da adequação e Brasil e suas implicações na
produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização
de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e educação básica: a
outros. pedagogia liberal; o
tecnicismo; os
A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera
tanto o conhecimento prévio e o nível atual de críticoreprodutivistas; a
desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de educação progressista.
aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica
processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em
relação ao seu progresso individual, prevalecendo na Teorias Pedagógicas na Prática Escolar
avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as
intervenções pedagógicas do professor. No processo de Neste texto adaptado de Luckesi7, vamos tratar das
avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que concepções pedagógicas propriamente ditas, ou seja, vamos
alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a abordar as diversas tendências teóricas que pretenderam dar
realização dos trabalhos e o uso da língua de sinais, de textos conta da compreensão e da orientação da prática educacional
em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva como uma em diversos momentos e circunstâncias da história humana.
prática cotidiana. Desse modo, estaremos aprofundando a compreensão da
Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação articulação entre filosofia e educação, que, aqui, atinge o nível
especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar da concepção filosófica da educação, que se sedimenta em uma
as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia- pedagogia. Genericamente, podemos dizer que a perspectiva
intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos alunos com redentora se traduz pelas pedagogias liberais e a perspectiva
necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, transformadora pelas pedagogias progressistas.
locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no Essa discussão tem uma importância prática da maior
cotidiano escolar. relevância, pois permite a cada professor situar-se
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como teoricamente sobre suas opções, articulando-se e
base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos autodefinindo-se.
gerais para o exercício da docência e conhecimentos Para desenvolver a abordagem das tendências
específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no pedagógicas utilizamos como critério a posição que cada
atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter tendência adota em relação às finalidades sociais da escola.
interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do Assim vamos organizar o conjunto das pedagogias em dois
ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de grupos, conforme aparece a seguir:
atendimento educacional especializado, nos núcleos de
acessibilidade das instituições de educação superior, nas
classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a 1. Pedagogia liberal
oferta dos serviços e recursos de educação especial. 1.1 tradicional
1.2 renovada progressivista
Para assegurar a intersetorialidade na implementação das 1.3 renovada não-diretiva
políticas públicas a formação deve contemplar conhecimentos 1.4 tecnicista
de gestão de sistema educacional inclusivo, tendo em vista o 2. Pedagogia progressista
desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas, 2.1 libertadora
visando à acessibilidade arquitetônica, aos atendimentos de 2.2 libertária
saúde, à promoção de ações de assistência social, trabalho e 2.3 crítico-social dos conteúdos
justiça.
Os sistemas de ensino devem organizar as condições de
acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação
É evidente que tanto as tendências quanto suas
que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização
manifestações não são puras nem mutuamente exclusivas o
das diferenças, de forma a atender as necessidades
que, aliás, é a limitação principal de qualquer tentativa de
educacionais de todos os alunos. A acessibilidade deve ser
classificação. Em alguns casos as tendências se
assegurada mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas,
complementam, em outros, divergem. De qualquer modo, a
urbanísticas, na edificação – incluindo instalações,
classificação e sua descrição poderão funcionar como um
equipamentos e mobiliários – e nos transportes escolares, bem
instrumento de análise para o professor avaliar a sua prática
como as barreiras nas comunicações e informações.
de sala de aula.
A exposição das tendências pedagógicas compõe-se de
uma caracterização geral das tendências liberal e progressista,
seguidas da apresentação das pedagogias que as traduzem e
que se manifestam na prática docente.

1. Pedagogia liberal

O termo liberal não tem o sentido de "avançado",


"democrático", "aberto", como costuma ser usado. A doutrina
liberal apareceu como justificação do sistema capitalista que,
ao defender a predominância da liberdade e dos interesses
individuais da sociedade, estabeleceu uma forma de
organização social baseada na propriedade privada dos meios

7 LUCKESI C. Tendências Pedagógicas na Prática escolar

Fundamentos da Educação 90
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de produção, também denominada sociedade de classes. A ‘consciência política’ indispensável à manutenção do Estado
pedagogia liberal, portanto, é uma manifestação própria desse autoritário”. Utiliza-se basicamente do enfoque sistêmico, da
tipo de sociedade. tecnologia educacional e da análise experimental do
A educação brasileira, pelo menos nos últimos cinquenta comportamento.
anos, tem sido marcada pelas tendências liberais, nas suas
formas ora conservadora, ora renovada. Evidentemente tais 1.1 Tendência liberal tradicional
tendências se manifestam, concretamente, nas práticas
escolares e no ideário pedagógico de muitos professores, ainda Papel da escola - A atuação da escola consiste na
que estes não se deem conta dessa influência. preparação intelectual e moral dos alunos para assumir sua
A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por posição na sociedade. O compromisso da escola é com a
função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade. O
sociais, de acordo com as aptidões individuais, por isso os caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os
indivíduos precisam aprender a se adaptar aos valores e às alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capazes
normas vigentes na sociedade de classes através do devem lutar para superar suas dificuldades e conquistar seu
desenvolvimento da cultura individual. A ênfase no aspecto lugar junto aos mais capazes. Caso não consigam, devem
cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois, procurar o ensino mais profissionalizante.
embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não
leva em conta a desigualdade de condições. Historicamente, a Conteúdos de ensino - São os conhecimentos e valores
educação liberal iniciou-se com a pedagogia tradicional e, por sociais acumulados pelas gerações adultas e repassados ao
razões de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu aluno como verdades. As matérias de estudo visam preparar o
para a pedagogia renovada (também denominada escola nova aluno para a vida, são determinadas pela sociedade e
ou ativa), o que não significou a substituição de uma pela outra, ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da
pois ambas conviveram e convivem na prática escolar. experiência do aluno e das realidades sociais, valendo pelo
valor intelectual, razão pela qual a pedagogia tradicional é
Na tendência tradicional, a pedagogia liberal se caracteriza criticada como intelectualista e, às vezes, como enciclopédica.
por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, no qual o
aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena Métodos - Baseiam-se na exposição verbal da matéria e/ou
realização como pessoa. Os conteúdos, os procedimentos demonstração. Tanto a exposição quanto a análise são feitas
didáticos, a relação professor-aluno não têm nenhuma relação pelo professor, observados os seguintes passos:
com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades
sociais. É a predominância da palavra do professor, das regras a) preparação do aluno (definição do trabalho,
impostas, do cultivo exclusivamente intelectual. recordação da matéria anterior, despertar interesse);
A tendência liberal renovada acentua, igualmente, o b) apresentação (realce de pontos-chaves,
sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões demonstração);
individuais. Mas a educação é um processo interno, não c) associação (combinação do conhecimento novo com o
externo; ela parte das necessidades e interesses individuais já conhecido por comparação e abstração);
necessários para a adaptação ao meio. A educação é a vida d) generalização (dos aspectos particulares chega-se ao
presente, é a parte da própria experiência humana. A escola conceito geral, é a exposição sistematizada);
renovada propõe um ensino que valorize a autoeducação (o e) aplicação (explicação de fatos adicionais e/ou
aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta resoluções de exercícios).
sobre o meio pela atividade; um ensino centrado no aluno e no
grupo. A tendência liberal renovada apresenta-se, entre nós, A ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou
em duas versões distintas: a renovada progressivista, ou fórmulas na memorização visa disciplinar a mente e formar
pragmatista, principalmente na forma difundida pelos hábitos.
pioneiros da educação nova, entre os quais se destaca Anísio
Teixeira (deve-se destacar, também a influência de Relacionamento professor-aluno - Predomina a autoridade
Montessori, Decroly e, de certa forma, Piaget); a renovada não- do professor que exige atitude receptiva dos alunos e impede
diretiva orientada para os objetivos de auto realização qualquer comunicação entre eles no decorrer da aula. O
(desenvolvimento pessoal) e para as relações interpessoais, na professor transmite o conteúdo na forma de verdade a ser
formulação do psicólogo norte-americano Carl Rogers. absorvida; em consequência, a disciplina imposta é o meio
mais eficaz para assegurar a atenção e o silêncio.
A tendência liberal tecnicista subordina a educação à
sociedade, tendo como função a preparação de "recursos Pressupostos de aprendizagem - A ideia de que o ensino
humanos" (mão-de-obra para a indústria). A sociedade consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da
industrial e tecnológica estabelece (cientificamente) as metas criança é acompanhada de uma outra: a de que a capacidade
econômicas, sociais e políticas, a educação treina (também de assimilação da criança é idêntica à do adulto, apenas menos
cientificamente) nos alunos os comportamentos de desenvolvida. Os programas, então, devem ser dados numa
ajustamento a essas metas. No tecnicismo acredita-se que a progressão lógica, estabelecida pelo adulto, sem levar em
realidade contém em si suas próprias leis, bastando aos conta as características próprias de cada idade. A
homens descobri-las e aplicá-las. Dessa forma, o essencial não aprendizagem, assim, é receptiva e mecânica, para o que se
é o conteúdo da realidade, mas as técnicas (forma) de recorre frequentemente à coação. A retenção do material
descoberta e aplicação. A tecnologia (aproveitamento ensinado é garantida pela repetição de exercícios sistemáticos
ordenado de recursos, com base no conhecimento científico) é e recapitulação da matéria. A transferência da aprendizagem
o meio eficaz de obter a maximização da produção e garantir depende do treino; é indispensável a retenção, a fim de que o
um ótimo funcionamento da sociedade; a educação é um aluno possa responder às situações novas de forma
recurso tecnológico por excelência. Ela "é encarada como um semelhante às respostas dadas em situações anteriores. A
instrumento capaz de promover, sem contradição, o avaliação se dá por verificações de curto prazo
desenvolvimento econômico pela qualificação da mão-de- (interrogatórios orais, exercício de casa) e de prazo mais longo
obra, pela redistribuição da renda, pela maximização da (provas escritas, trabalhos de casa). O esforço é, em geral,
produção e, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento da

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negativo (punição, notas baixas, apelos aos pais); às vezes, é


positivo (emulação, classificações). Pressupostos de aprendizagem - A motivação depende da
força de estimulação do problema e das disposições internas e
Manifestações na prática escolar - A pedagogia liberal interesses do aluno. Assim, aprender se torna uma atividade
tradicional é viva e atuante em nossas escolas. Na descrição de descoberta, é uma autoaprendizagem, sendo o ambiente
apresentada aqui incluem-se as escolas religiosas ou leigas que apenas o meio estimulador. É retido o que se incorpora à
adotam uma orientação clássico-humanista ou uma orientação atividade do aluno pela descoberta pessoal; o que é
humano-científica, sendo que esta se aproxima mais do incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser
modelo de escola predominante em nossa história empregado em novas situações. A avaliação é fluida e tenta ser
educacional. eficaz à medida que os esforços e os êxitos são pronta e
explicitamente reconhecidos pelo professor.
1.2 Tendência liberal renovada progressivista
Manifestações na prática escolar - Os princípios da
Papel da escola - A finalidade da escola é adequar as pedagogia progressivista vêm sendo difundidos, em larga
necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela deve escala, nos cursos de licenciatura, e muitos professores sofrem
se organizar de forma a retratar, o quanto possível, a vida. sua influência. Entretanto, sua aplicação é reduzidíssima, não
Todo ser dispõe dentro de si mesmo de mecanismos de somente por falta de condições objetivas como também
adaptação progressiva ao meio e de uma consequente porque se choca com uma prática pedagógica basicamente
integração dessas formas de adaptação no comportamento. tradicional. Alguns métodos são adotados em escolas
Tal integração se dá por meio de experiências que devem particulares, como o método Montessori, o método dos centros
satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as de interesse de Decroly, o método de projetos de Dewey. O
exigências sociais. À escola cabe suprir as experiências que ensino baseado na psicologia genética de Piaget tem larga
permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de aceitação na educação pré-escolar. Pertencem, também, à
construção e reconstrução do objeto, numa interação entre tendência progressivista muitas das escolas denominadas
estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente. "experimentais", as "escolas comunitárias" e mais
remotamente (década de 60) a "escola secundária moderna",
Conteúdos de ensino - Como o conhecimento resulta da na versão difundida por Lauro de Oliveira Lima.
ação a partir dos interesses e necessidades, os conteúdos de
ensino são estabelecidos em função de experiências que o 1.3 Tendência liberal renovada não-diretiva
sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e situações
problemáticas. Dá-se, portanto, muito mais valor aos Papel da escola - Acentua-se nesta tendência o papel da
processos mentais e habilidades cognitivas do que a conteúdos escola na formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais
organizados racionalmente. Trata-se de "aprender a preocupada com os problemas psicológicos do que com os
aprender", ou seja, é mais importante o processo de aquisição pedagógicos ou sociais. Todo esforço está em estabelecer um
do saber do que o saber propriamente dito. clima favorável a uma mudança dentro do indivíduo, isto é, a
Método de ensino - A ideia de "aprender fazendo" está uma adequação pessoal ás solicitações do ambiente. Rogers
sempre presente. Valorizam-se as tentativas experimentais, a considera que o ensino é uma atividade excessivamente
pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, o valorizada; para ele os procedimentos didáticos, a
método de solução de problemas. Embora os métodos variem, competência na matéria, as aulas, livros, tudo tem muito pouca
as escolas ativas ou novas (Dewey, Montessori, Decroly, importância, face ao propósito de favorecer à pessoa um clima
Cousinet e outros) partem sempre de atividades adequadas à de autodesenvolvimento e realização pessoal, o que implica
natureza do aluno e às etapas do seu desenvolvimento. Na estar bem consigo próprio e com seus semelhantes. O
maioria delas, acentua-se a importância do trabalho em grupo resultado de uma boa educação é muito semelhante ao de uma
não apenas como técnica, mas como condição básica do boa terapia.
desenvolvimento mental. Os passos básicos do método ativo
são: Conteúdos de ensino - A ênfase que esta tendência põe nos
processos de desenvolvimento das relações e da comunicação
torna secundária a transmissão de conteúdos. Os processos de
a) colocar o aluno numa situação de experiência que ensino visam mais facilitar aos estudantes os meios para
tenha um interesse por si mesma; buscarem por si mesmos os conhecimentos que, no entanto,
b) o problema deve ser desafiante, como estímulo à são dispensáveis.
reflexão; Métodos de ensino - Os métodos usuais são dispensados,
c) o aluno deve dispor de informações e instruções que lhe prevalecendo quase que exclusivamente o esforço do
permitam pesquisar a descoberta de soluções; professor em desenvolver um estilo próprio para facilitar a
d) soluções provisórias devem ser incentivadas e aprendizagem dos alunos. Rogers explicita algumas das
ordenadas, com a ajuda discreta do professor; características do professor "facilitador": aceitação da pessoa
e) deve-se garantir a oportunidade de colocar as soluções do aluno, capacidade de ser confiável, receptivo e ter plena
à prova, a fim de determinar sua utilidade para a vida. convicção na capacidade de autodesenvolvimento do
estudante. Sua função restringe-se a ajudar o aluno a se
organizar, utilizando técnicas de sensibilização onde os
Relacionamento professor-aluno - Não há lugar privilegiado sentimentos de cada um possam ser expostos, sem ameaças.
para o professor; antes, seu papel é auxiliar o desenvolvimento Assim, o objetivo do trabalho escolar se esgota nos processos
livre e espontâneo da criança; se intervém, é para dar forma ao de melhor relacionamento interpessoal, como condição para o
raciocínio dela. A disciplina surge de uma tomada de crescimento pessoal.
consciência dos limites da vida grupal; assim, aluno
disciplinado é aquele que é solidário, participante, respeitador Relacionamento professor-aluno - A pedagogia não-diretiva
das regras do grupo. Para se garantir um clima harmonioso propõe uma educação centrada no aluno, visando formar sua
dentro da sala de aula é indispensável um relacionamento personalidade através da vivência de experiências
positivo entre professores e alunos, uma forma de instaurar a significativas que lhe permitam desenvolver características
"vivência democrática" tal qual deve ser a vida em sociedade. inerentes à sua natureza. O professor é um especialista em

Fundamentos da Educação 92
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relações humanas, ao garantir o clima de relacionamento é conseguir o comportamento adequado pelo controle do
pessoal e autêntico. "Ausentar-se" é a melhor forma de ensino; daí a importância da tecnologia educacional. A
respeito e aceitação plena do aluno. Toda intervenção é tecnologia educacional é a "aplicação sistemática de princípios
ameaçadora, inibidora da aprendizagem. científicos comportamentais e tecnológicos a problemas
educacionais, em função de resultados efetivos, utilizando uma
Pressupostos de aprendizagem - A motivação resulta do metodologia e abordagem sistêmica abrangente". Qualquer
desejo de adequação pessoal na busca da auto realização; é, sistema instrucional (há uma grande variedade deles) possui
portanto um ato interno. A motivação aumenta, quando o três componentes básicos: objetivos instrucionais
sujeito desenvolve o sentimento de que é capaz de agir em operacionalizados em comportamentos observáveis e
termos de atingir suas metas pessoais, isto é, desenvolve a mensuráveis, procedimentos instrucionais e avaliação. As
valorização do "eu". Aprender, portanto, é modificar suas etapas básicas de um processo ensino-aprendizagem são:
próprias percepções; daí que apenas se aprende o que estiver
significativamente relacionado com essas percepções. Resulta
que a retenção se dá pela relevância do aprendido em relação a) estabelecimento de comportamentos terminais,
ao "eu", ou seja, o que não está envolvido com o "eu" não é através de objetivos instrucionais;
retido e nem transferido. Portanto, a avaliação escolar perde b) análise da tarefa de aprendizagem, a fim de ordenar
inteiramente o sentido, privilegiando-se a autoavaliação. sequencialmente os passos da instrução;
c) executar o programa, reforçando gradualmente as
Manifestações na prática escolar - Entre nós, o inspirador respostas corretas correspondentes aos objetivos. O essencial
da pedagogía não-diretiva é C. Rogers, na verdade mais da tecnologia educacional é a programação por passos
psicólogo clínico que educador. Suas ideias influenciam um sequenciais empregada na instrução programada, nas
número expressivo de educadores e professores, técnicas de microensino, multimeios, módulos etc. O emprego
principalmente orientadores educacionais e psicólogos da tecnologia instrucional na escola pública aparece nas
escolares que se dedicam ao aconselhamento. Menos formas de: planejamento em moldes sistêmicos, concepção
recentemente, podem-se citar também tendências inspiradas de aprendizagem como mudança de comportamento,
na escola de Summerhill do educador inglês A. Neill. operacionalização de objetivos, uso de procedimentos
científicos (instrução programada, audiovisuais, avaliação
1.4 Tendência liberal tecnicista etc., inclusive a programação de livros didáticos).

Papel da escola - Num sistema social harmônico, orgânico Relacionamento professor-aluno - São relações
e funcional, a escola funciona como modeladora do estruturadas e objetivas, com papéis bem definidos: o
comportamento humano, através de técnicas específicas. À professor administra as condições de transmissão da matéria,
educação escolar compete organizar o processo de aquisição conforme um sistema instrucional eficiente e efetivo em
de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, úteis e termos de resultados da aprendizagem; o aluno recebe,
necessários para que os indivíduos se integrem na máquina do aprende e fixa as informações. O professor é apenas um elo de
sistema social global. Tal sistema social é regido por leis ligação entre a verdade científica e o aluno, cabendo-lhe
naturais (há na sociedade a mesma regularidade e as mesmas empregar o sistema instrucional previsto. O aluno é um
relações funcionais observáveis entre os fenômenos da indivíduo responsivo, não participa da elaboração do
natureza), cientificamente descobertas. Basta aplicá-las. A programa educacional. Ambos são espectadores frente à
atividade da "descoberta" é função da educação, mas deve ser verdade objetiva. A comunicação professor-aluno tem um
restrita aos especialistas; a "aplicação" é competência do sentido exclusivamente técnico, que é o de garantir a eficácia
processo educacional comum. A escola atua, assim, no da transmissão do conhecimento. Debates, discussões,
aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema questionamentos são desnecessários, assim como pouco
capitalista), articulando-se diretamente com o sistema importam as relações afetivas e pessoais dos sujeitos
produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de envolvidos no processo ensino aprendizagem.
comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu
interesse imediato é o de produzir indivíduos "competentes" Pressupostos de aprendizagem - As teorias de
para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente, aprendizagem que fundamentam a pedagogia tecnicista dizem
informações precisas, objetivas e rápidas. A pesquisa que aprender é uma questão de modificação do desempenho:
científica, a tecnologia educacional, a análise experimental do o bom ensino depende de organizar eficientemente as
comportamento garantem a objetividade da prática escolar, condições estimuladoras, de modo a que o aluno saia da
uma vez que os objetivos instrucionais (conteúdos) resultam situação de aprendizagem diferente de como entrou. Ou seja,
da aplicação de leis naturais que independem dos que a o ensino é um processo de condicionamento através do uso de
conhecem ou executam. reforçamento das respostas que se quer obter. Assim, os
sistemas instrucionais visam ao controle do comportamento
Conteúdos de ensino - São as informações, princípios individual face objetivos preestabelecidos. Trata-se de um
científicos, leis etc., estabelecidos e ordenados numa enfoque diretivo do ensino, centrado no controle das
sequência lógica e psicológica por especialistas. É matéria de condições que cercam o organismo que se comporta. O
ensino apenas o que é redutível ao conhecimento observável e objetivo da ciência pedagógica, a partir da psicologia, é o
mensurável; os conteúdos decorrem, assim, da ciência estudo científico do comportamento: descobrir as leis naturais
objetiva, eliminando-se qualquer sinal de subjetividade. O que presidem as reações físicas do organismo que aprende, a
material instrucional encontra-se sistematizado nos manuais, fim de aumentar o controle das variáveis que o afetam. Os
nos livros didáticos, nos módulos de ensino, nos dispositivos componentes da aprendizagem - motivação, retenção,
audiovisuais etc. transferência - decorrem da aplicação do comportamento
operante Segundo Skinner, o comportamento aprendido é
Métodos de ensino - Consistem nos procedimentos e uma resposta a estímulos externos, controlados por meio de
técnicas necessárias ao arranjo e controle nas condições reforços que ocorrem com a resposta ou após a mesma: "Se a
ambientais que assegurem a transmissão/recepção de ocorrência de um (comportamento) operante é seguida pela
informações. Se a primeira tarefa do professor é modelar apresentação de um estímulo (reforçador), a probabilidade de
respostas apropriadas aos objetivos instrucionais, a principal reforçamento é aumentada". Entre os autores que contribuem

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para os estudos de aprendizagem destacam-se: Skinner, transformação social. Tanto a educação tradicional,
Gagné, Bloon e Mager. denominada "bancária" - que visa apenas depositar
informações sobre o aluno -, quanto a educação renovada - que
Manifestações na prática escolar - A influência da pretenderia uma libertação psicológica individual - são
pedagogia tecnicista remonta à 2ª metade dos anos 50 domesticadoras, pois em nada contribuem para desvelar a
(PABAEE - Programa Brasileiro-americano de Auxílio ao realidade social de opressão. A educação libertadora, ao
Ensino Elementar). Entretanto foi introduzida mais contrário, questiona concretamente a realidade das relações
efetivamente no final dos anos 60 com o objetivo de adequar o do homem com a natureza e com os outros homens, visando a
sistema educacional à orientação político-econômica do uma transformação - daí ser uma educação crítica.
regime militar: inserir a escola nos modelos de racionalização
do sistema de produção capitalista. É quando a orientação Conteúdos de ensino - Denominados “temas geradores", são
escolanovista cede lugar à tendência tecnicista, pelo menos no extraídos da problematização da prática de vida dos
nível de política oficial; os marcos de implantação do modelo educandos. Os conteúdos tradicionais são recusados porque
tecnicista são as leis 5.540/68 e 5.692/71, que reorganizam o cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica dispõe
ensino superior e o ensino de 1º e 2º graus. A despeito da em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos
máquina oficial, entretanto, não há indícios seguros de que os necessários dos quais se parte. O importante não é a
professores da escola pública tenham assimilado a pedagogia transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma
tecnicista, pelo menos em termos de ideário. A aplicação da nova forma da relação com a experiência vivida. A transmissão
metodologia tecnicista (planejamento, livros didáticos de conteúdos estruturados a partir de fora é considerada como
programados, procedimentos de avaliação etc.) não configura "invasão cultural" ou “depósito de informação’’ porque não
uma postura tecnicista do professor; antes, o exercício emerge do saber popular. Se forem necessários textos de
profissional continua mais para uma postura eclética em torno leitura estes deverão ser redigidos pelos próprios educandos
de princípios pedagógicos assentados nas pedagogias com a orientação do educador”.
tradicional e renovada. Em nenhum momento o inspirador e mentor da pedagogia
libertador Paulo Freire, deixa de mencionar o caráter
2. Pedagogia progressista essencialmente político de sua pedagogia, o que, segundo suas
próprias palavras, impede que ela seja posta em prática em
O termo "progressista", emprestado de Snyders, é usado termos sistemáticos, nas instituições oficiais, antes da
aqui para designar as tendências que, partindo de uma análise transformação da sociedade. Daí porque sua atuação se dê
crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as mais a nível da educação extraescolar. O que não tem
finalidades sociopolíticas da educação. Evidentemente a impedido, por outro lado, que seus pressupostos sejam
pedagogia progressista não tem como institucionalizar-se adotados e aplicados por numerosos professores.
numa sociedade capitalista; daí ser ela um instrumento de luta
dos professores ao lado de outras práticas sociais. Métodos de ensino - "Para ser um ato de conhecimento o
A pedagogia progressista tem-se manifestado em três processo de alfabetização de adultos demanda, entre
tendências: a libertadora, mais conhecida como pedagogia de educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo;
Paulo Freire; a libertária, que reúne os defensores da aquela em que os sujeitos do ato de conhecer se encontram
autogestão pedagógica; a crítico-social dos conteúdos que, mediatizados pelo objeto a ser conhecido" (...) "O diálogo
diferentemente das anteriores, acentua a primazia dos engaja ativamente a ambos os sujeitos do ato de conhecer:
conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. educador-educando e educando-educador".
As versões libertadora e libertária têm em comum o Assim sendo, a forma de trabalho educativo é o "grupo de
antiautoritarismo, a valorização da experiência vívida como discussão a quem cabe autogerir a aprendizagem, definindo o
base da relação educativa e a ideia de autogestão pedagógica. conteúdo e a dinâmico das atividades. O professor é um
Em função disso, dão mais valor ao processo de aprendizagem animador que, por princípio, deve “descer ao nível dos alunos,
grupal (participação em discussões, assembleias, votações) do adaptando-se às suas características é ao desenvolvimento
que aos conteúdos de ensino. Como decorrência, a prática próprio de cada grupo. Deve caminhar "junto", intervir o
educativa somente faz sentido numa prática social junto ao mínimo indispensável, embora não se furte, quando
povo, razão pela qual preferem as modalidades de educação necessário, a fornecer uma informação mais sistematizada.
popular "não-formal".
A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos Os passos da aprendizagem - Codificação-decodificação, e
propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional e problematização da situação - permitirão aos educandos um
renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na esforço de compreensão do "vivido", até chegar a um nível
prática social concreta. Entende a escola como mediação entre mais crítico de conhecimento e sua realidade, sempre através
o individual e o social, exercendo aí a articulação entre a da troca de experiência em torno da prática social. Se nisso
transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de consiste o conteúdo do trabalho educativo, dispensam ¬um
um aluno concreto (inserido num contexto de relações programa previamente estruturado, trabalhos escritos, aulas
sociais); dessa articulação resulta o saber criticamente expositivas assim como qualquer tipo de verificação direta da
reelaborado. aprendizagem, formas essas próprias da "educação bancária",
portanto, domesticadoras. Entretanto admite-se a avaliação da
2.1 Tendência progressista libertadora pratica vivenciada entre educador-educandos no processo de
grupo e, às vezes, a autoavaliação feita em termos dos
Papel da escola - Não é próprio da pedagogia libertadora compromissos assumidos com a pratica social.
falar em ensino escolar, já que sua marca é a atuação "não-
formal". Entretanto, professores e educadores engajados no Relacionamento professor-aluno - No diálogo, como
ensino escolar vêm adotando pressupostos dessa pedagogia. método básico, a relação é horizontal, onde educador e
Assim, quando se fala na educação em geral, diz-se que ela é educandos se posicionam como sujeitos do ato de
uma atividade onde professores e alunos, mediatizados pela conhecimento. O critério de bom relacionamento é a "' total
realidade que apreendem e da qual extraem o conteúdo de identificação com o povo, sem o que a relação pedagógica
aprendizagem, atingem um nível de consciência dessa mesma perde consistência. Elimina-se, por pressuposto, toda relação
realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de de autoridade, sob pena de esta inviabilizar o trabalho de

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conscientização, de "aproximação de consciências". Trata-se resulta das experiências vividas pelo grupo, especialmente a
de uma "não-diretividade", mas não no sentido do professor vivência de mecanismos de participação crítica.
que se ausenta (como em Rogers), mas que permanece "Conhecimento" aqui não é a investigação cognitiva do real,
vigilante para assegurar ao grupo um espaço humano para para extrair dele um sistema de representações mentais, mas
"dizer sua palavra" para se exprimir sem se neutralizar. a descoberta de respostas as necessidades e às exigências da
vida social. Assim, os conteúdos propriamente ditos são os que
Pressupostos de aprendizagem - A própria designação de resultam de necessidades e interesses manifestos pelo grupo e
"educação problematizadora" como correlata de educação que não são, necessária nem indispensavelmente, as matérias
libertadora revela a força motivadora da aprendizagem. A de estudo.
motivação se dá a partir da codificação de uma situação-
problema, da qual se toma distância para analisá-la Método de ensino - É na vivência grupal, na forma de
criticamente. "Esta análise envolve o exercício da abstração, autogestão, que os alunos buscarão encontrar as bases mais
através da qual procuramos alcançar, por meio de satisfatórias de sua própria "instituição", graças à sua própria
representações da realidade concreta, a razão de ser dos iniciativa e sem qualquer forma de poder. Trata-se de "colocar
fatos". nas mãos dos alunos tudo o que for possível: o conjunto da
Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, vida, as atividades e a organização do trabalho no interior da
isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido escola (menos a elaboração dos programas e a decisão dos
se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. O que é exames que não dependem nem dos docentes, nem dos
aprendido não decorre de uma imposição ou memorização, alunos)". Os alunos têm liberdade de trabalhar ou não, ficando
mas do nível crítico de conhecimento, ao qual se chega pelo o interesse pedagógico na dependência de suas necessidades
processo de compreensão, reflexão e crítica. O que o educando ou das do grupo.
transfere, em termos de conhecimento, é o que foi incorporado
como resposta às situações de opressão - ou seja, seu O progresso da autonomia, excluída qualquer direção de
engajamento na militância política. fora do grupo, se dá num "crescendo": primeiramente a
oportunidade de contatos, aberturas, relações informais entre
Manifestações na prática escolar - A pedagogia libertadora os alunos. Em seguida, o grupo começa a se organizar, de modo
tem como inspirador e divulgador Paulo Freire, que tem que todos possam participar de discussões, cooperativas,
aplicado suas ideias pessoalmente em diversos países, assembleias, isto é, diversas formas de participação e
primeiro no Chile, depois na África. Entre nós, tem exercido expressão pela palavra; quem quiser fazer outra coisa, ou
uma influência expressiva nos movimentos populares e entra em acordo com o grupo, ou se retira. No terceiro
sindicatos e, praticamente, se confunde com a maior parte das momento, o grupo se organiza de forma mais efetiva e,
experiências do que se denomina "educação popular". Há finalmente, no quarto momento, parte para a execução do
diversos grupos desta natureza que vêm atuando não somente trabalho.
no nível da prática popular, mas também por meio de
publicações, com relativa independência em relação às ideias Relação professor-aluno - A pedagogia institucional visa
originais da pedagogia libertadora. Embora as formulações "em primeiro lugar, transformar a relação professor-aluno no
teóricas de Paulo Freire se restrinjam à educação de adultos sentido da não-diretividade, isto é, considerar desde o início a
ou à educação popular em geral, muitos professores vêm ineficácia e a nocividade de todos os métodos à base de
tentando colocá-las em prática em todos os graus de ensino obrigações e ameaças". Embora professor e aluno sejam
formal. desiguais e diferentes, nada impede que o professor se ponha
a serviço do aluno, sem impor suas concepções e ideias, sem
2.2 Tendência progressista libertária transformar o aluno em “objeto". O professor é um orientador
e um catalisador, ele se mistura ao grupo para uma reflexão em
Papel da escola - A pedagogia libertária espera que a escola comum.
exerça uma transformação na personalidade dos alunos num Se os alunos são livres frente ao professor, também este o
sentido libertário e autogestionário. A ideia básica é introduzir é em relação aos alunos (ele pode, por exemplo, recusar-se a
modificações institucionais, a partir dos níveis subalternos responder uma pergunta, permanecendo em silêncio).
que, em seguida, vão "contaminando" todo o sistema. A escola Entretanto, essa liberdade de decisão tem um sentido bastante
instituirá, com base na participação grupal, mecanismos claro: se um aluno resolve não participar, o faz porque não se
institucionais de mudança (assembleias, conselhos, eleições, sente integrado, mas o grupo tem responsabilidade sobre este
reuniões, associações etc.), de tal forma que o aluno, uma vez fato e vai se colocar a questão; quando o professor se cala
atuando nas instituições "externas", leve para lá tudo o que diante de uma pergunta, seu silêncio tem um significado
aprendeu. Outra forma de atuação da pedagogia libertária, educativo que pode, por exemplo, ser uma ajuda para que o
correlata a primeira, é - aproveitando a margem de liberdade grupo assuma a resposta ou a situação criada. No mais, ao
do sistema - criar grupos de pessoas com princípios educativos professor cabe a função de "conselheiro" e, outras vezes, de
autogestionários (associações, grupos informais, escolas instrutor-monitor à disposição do grupo. Em nenhum
autogestionários). Há, portanto, um sentido expressamente momento esses papéis do professor se confundem com o de
político, à medida que se afirma o indivíduo como produto do "modelo", pois a pedagogia libertária recusa qualquer forma
social e que o desenvolvimento individual somente se realiza de poder ou autoridade.
no coletivo. A autogestão é, assim, o conteúdo e o método;
resume tanto o objetivo pedagógico quanto o político. A Pressupostos de aprendizagem - As formas burocráticas das
pedagogia libertária, na sua modalidade mais conhecida entre instituições existentes, por seu traço de impessoalidade,
nós, a "pedagogia institucional", pretende ser uma forma de comprometem o crescimento pessoal. A ênfase na
resistência contra a burocracia como instrumento da ação aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma
dominadora do Estado, que tudo controla (professores, de repressão visam favorecer o desenvolvimento de pessoas
programas, provas etc.), retirando a autonomia. mais livres. A motivação está, portanto, no interesse em
crescer dentro da vivência grupal, pois supõe-se que o grupo
Conteúdos de ensino - As matérias são colocadas à devolva a cada um de seus membros a satisfação de suas
disposição do aluno, mas não são exigidas. São um aspirações e necessidades.
instrumento a mais, porque importante é o conhecimento que

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Somente o vivido, o experimentado é incorporado e A postura da pedagogia "dos conteúdos" - Ao admitir um


utilizável em situações novas. Assim, o critério de relevância conhecimento relativamente autônomo - assume o saber como
do saber sistematizado é seu possível uso prático. Por isso tendo um conteúdo relativamente objetivo, mas, ao mesmo
mesmo, não faz sentido qualquer tentativa de avaliação da tempo, introduz a possibilidade de uma reavaliação crítica
aprendizagem, ao menos em termos de conteúdo. frente a esse conteúdo. Como sintetiza Snyders, ao mencionar
o papel do professor, trata-se, de um lado, de obter o acesso do
Outras tendências pedagógicas correlatas - A pedagogia aluno aos conteúdos, ligando-os com a experiência concreta
libertária abrange quase todas as tendências antiautoritárias dele - a continuidade; mas, de outro, de proporcionar
em educação, entre elas, a anarquista, a psicanalista, a dos elementos de análise crítica que ajudem o aluno a ultrapassar
sociólogos, e também a dos professores progressistas. Embora a experiência, os estereótipos, as pressões difusas da ideologia
Neill e Rogers não possam ser considerados progressistas dominante - é a ruptura.
(conforme entendemos aqui), não deixam de influenciar Dessas considerações resulta claro que se pode ir do saber
alguns libertários, como Lobrot. Entre os estrangeiros ao engajamento político, mas não o inverso, sob o risco de se
devemos citar Vasquez c Oury entre os mais recentes, Ferrer y afetar a própria especificidade do saber e até cair-se numa
Guardia entre os mais antigos. Particularmente significativo é forma de pedagogia ideológica, que é o que se critica na
o trabalho de C. Freinet, que tem sido muito estudado entre pedagogia tradicional e na pedagogia nova.
nós, existindo inclusive algumas escolas aplicando seu método.
Entre os estudiosos e divulgadores da tendência libertária Métodos de ensino - A questão dos métodos se subordina à
pode-se citar Maurício Tragtenberg, apesar da tônica de seus dos conteúdos: se o objetivo é privilegiar a aquisição do saber,
trabalhos não ser propriamente pedagógica, mas de crítica das e de um saber vinculado às realidades sociais, é preciso que os
instituições em favor de um projeto autogestionário. métodos favoreçam a correspondência dos conteúdos com os
interesses dos alunos, e que estes possam reconhecer nos
2.3 Tendência progressista “crítico social dos conteúdos” conteúdos o auxílio ao seu esforço de compreensão da
realidade (prática social). Assim, nem se trata dos métodos
Papel da escola - A difusão de conteúdos é a tarefa dogmáticos de transmissão do saber da pedagogia tradicional,
primordial. Não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e, nem da sua substituição pela descoberta, investigação ou livre
portanto, indissociáveis das realidades sociais. A valorização expressão das opiniões, como se o saber pudesse ser
da escola como instrumento de apropriação do saber é o inventado pela criança, na concepção da pedagogia renovada.
melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que
a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade Os métodos de uma pedagogia crítico-social dos conteúdos
social e torná-la democrática. Se a escola é parte integrante do não partem, então, de um saber artificial, depositado a partir
todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da de fora, nem do saber espontâneo, mas de uma relação direta
transformação da sociedade. Se o que define uma pedagogia com a experiência do aluno, confrontada com o saber trazido
crítica é a consciência de seus condicionantes histórico-sociais, de fora. O trabalho docente relaciona a prática vivida pelos
a função da pedagogia "dos conteúdos" é dar um passo à frente alunos com os conteúdos propostos pelo professor, momento
no papel transformador da escola, mas a partir das condições em que se dará a "ruptura" em relação à experiência pouco
existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos elaborada. Tal ruptura apenas é possível com a introdução
interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, explícita, pelo professor, dos elementos novos de análise a
a apropriação dos conteúdos escolares básicos que tenham serem aplicados criticamente à prática do aluno. Em outras
ressonância na vida dos alunos. Entendida nesse sentido, a palavras, uma aula começa pela constatação da prática real,
educação é "uma atividade mediadora no seio da prática social havendo, em seguida, a consciência dessa prática no sentido de
global", ou seja, uma das mediações pela qual o aluno, pela referi-la aos termos do conteúdo proposto, na forma de um
intervenção do professor e por sua própria participação ativa, confronto entre a experiência e a explicação do professor. Vale
passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada dizer: vai-se da ação à compreensão e da compreensão à ação,
(sincrética) a uma visão sintética, mais organizada e unificada. até a síntese, o que não é outra coisa senão a unidade entre a
Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação do teoria e a prática.
aluno para, o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-
lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da Relação professor-aluno - Se, como mostramos
socialização, para uma participação organizada e ativa na anteriormente, o conhecimento resulta de trocas que se
democratização da sociedade. estabelecem na interação entre o meio (natural, social,
cultural) e o sujeito, sendo o professor o mediador, então a
Conteúdos de ensino - São os conteúdos culturais universais relação pedagógica consiste no provimento das condições em
que se constituíram em domínios de conhecimento que professores e alunos possam colaborar para fazer
relativamente autônomos, incorporados pela humanidade, progredir essas trocas. O papel do adulto é insubstituível, mas
mas permanentemente reavaliados face às realidades sociais. acentua-se também a participação do aluno no processo. Ou
Embora se aceite que os conteúdos são realidades exteriores seja, o aluno, com sua experiência imediata num contexto
ao aluno, que devem ser assimilados e não simplesmente cultural, participa na busca da verdade, ao confrontá-la com os
reinventados eles não são fechados e refratários às realidades conteúdos e modelos expressos pelo professor. Mas esse
sociais. Não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, esforço do professor em orientar, em abrir perspectivas a
ainda que bem ensinados, é preciso que se liguem, de forma partir dos conteúdos, implica um envolvimento com o estilo de
indissociável, à sua significação humana e social. vida dos alunos, tendo consciência inclusive dos contrastes
Essa maneira de conceber os conteúdos do saber não entre sua própria cultura e a do aluno. Não se contentará,
estabelece oposição entre cultura erudita e cultura popular, ou entretanto, em satisfazer apenas as necessidades e carências;
espontânea, mas uma relação de continuidade em que, buscará despertar outras necessidades, acelerar e disciplinar
progressivamente, se passa da experiência imediata e os métodos de estudo, exigir o esforço do aluno, propor
desorganizada ao conhecimento sistematematizado. Não que conteúdos e modelos compatíveis com suas experiências
a primeira apreensão da realidade seja errada, mas é vividas, para que o aluno se mobilize para uma participação
necessária a ascensão a uma forma de elaboração superior, ativa.
conseguida pelo próprio aluno, com a intervenção do
professor.

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Evidentemente o papel de mediação exercido em torno da Em favor da pedagogia crítico-social dos conteúdos
análise dos conteúdos exclui a não-diretividade como forma de
orientação do trabalho escolar, por que o diálogo adulto-aluno Haverá sempre objeções de que estas considerações levam
é desigual. O adulto tem mais experiência acerca das a posturas antidemocráticas, ao autoritarismo, à centralização
realidades sociais, dispõe de uma formação (ao menos deve no papel do professor e à submissão do aluno.
dispor) para ensinar, possui conhecimentos e a ele cabe fazer Mas o que será mais democrático: excluir toda forma de
a análise dos conteúdos em confronto com as realidades direção, deixar tudo à livre expressão, criar um clima amigável
sociais. A não-diretividade abandona os alunos a seus próprios para alimentar boas relações, ou garantir aos alunos a
desejos, como se eles tivessem uma tendência espontânea a aquisição de conteúdos, a análise de modelos sociais que vão
alcançar os objetivos esperados da educação. Sabemos que as lhes fornecer instrumentos para lutar por seus direitos? Não
tendências espontâneas e naturais não são “naturais”, antes serão as relações democráticas no estilo não-diretivo uma
são tributárias das condições de vida e do meio. Não são forma sutil de adestramento, que levaria a reivindicações sem
suficientes o amor, a aceitação, para que os filhos dos conteúdo? Representam a as relações não-diretivas as reais
trabalhadores adquiram o desejo de estudar mais, de condições do mundo social adulto? Seriam capazes de
progredir: é necessária a intervenção do professor para levar promover a efetiva libertação do homem da sua condição de
o aluno a acreditar nas suas possibilidades, a ir mais longe, a dominado?
prolongar a experiência vivida. Um ponto de vista realista da relação pedagógica não
recusa a autoridade pedagógica expressa na sua função de
Pressupostos de aprendizagem - Por um esforço próprio, o ensinar. Mas não deve confundir autoridade com
aluno se reconhece nos conteúdos e modelos sociais autoritarismo. Este se manifesta no receio do professor em ver
apresentados pelo professor; assim, pode ampliar sua própria sua autoridade ameaçada; na falta de consideração para com o
experiência. O conhecimento novo se apoia numa estrutura aluno ou na imposição do medo como forma de tornar mais
cognitiva já existente, ou o professor provê a estrutura de que cômodo e menos estafante o ato de ensinar.
o aluno ainda não dispõe. O grau de envolvimento na Além do mais, são incongruentes as dicotomias, difundidas
aprendizagem dependa tanto da prontidão e disposição do por muitos educadores, entre "professor-policial" e
aluno, quanto do professor e do contexto da sala de aula. "professor-povo”, entre métodos diretivos e não-diretivos,
Aprender, dentro da visão da pedagogia dos conteúdos, é entre ensino centrado no professor e ensino centrado no
desenvolver a capacidade de processar informações e lidar estudante. Ao adotar tais dicotomias, amortece-se a presença
com os estímulos do ambiente, organizando os dados do professor como mediador pelos conteúdos que explicita,
disponíveis da experiência. Em consequência, admite-se o como se eles fossem sempre imposições dogmáticas e que
princípio da aprendizagem significativa que supõe, como nada trouxessem de novo.
passo inicial, verificar aquilo que o aluno já sabe. O professor
precisa saber (compreender) o que os alunos dizem ou fazem, Evidentemente que ao se advogar a intervenção do
o aluno precisa compreender o que o professor procura dizer- professor, não se está concluindo pela negação da relação
lhes. A transferência da aprendizagem se dá a partir do professor-aluno. A relação pedagógica é uma relação com um
momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão grupo e o clima do grupo é essencial na pedagogia. Nesse
parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora. sentido, são bem-vindas as considerações formuladas pela
Resulta com clareza que o trabalho escolar precisa ser "dinâmica de grupo", que ensinam o professor a relacionar-se
avaliado, não como julgamento definitivo e dogmático do com a classe; a perceber os conflitos; a saber que está lidando
professor, mas como uma comprovação para o aluno de seu com uma coletividade e não com indivíduos isolados, a
progresso em direção a noções mais sistematizadas. adquirir a confiança dos alunos. Entretanto, mais do que
restringir-se ao malfadado "trabalho em grupo", o cair na
Manifestações na prática escolar - O esforço de elaboração ilusão da igualdade professor-aluno, trata-se de encarar o
de uma pedagogia “dos conteúdos” está em propor modelos de grupo classe como uma coletividade onde são trabalhados
ensino voltados para a interação conteúdos-realidades sociais; modelos de interação como a ajuda mútua, o respeito aos
portanto, visando avançar em termos de uma articulação do outros, os esforços coletivos, a autonomia nas decisões, a
político e do pedagógico, aquele como extensão deste, ou seja, riqueza da vida em comum, e ir ampliando progressivamente
a educação "a serviço da transformação das relações de essa noção (de coletividade) para a escola, a cidade a
produção". Ainda que a curto prazo se espere do professor sociedade toda.
maior conhecimento dos conteúdos de sua matéria e o
domínio de formas de transmissão, a fim de garantir maior Por fim, situar o ensino centrado no professor e o ensino
competência técnica, sua contribuição "será tanto mais eficaz centrado no aluno em extremos opostos é quase negar a
quanto mais seja capaz de compreender os vínculos de sua relação pedagógica porque não há um aluno, ou grupo de
prática com a prática social global", tendo em vista (...) "a alunos, aprendendo sozinho, nem um professor ensinando
democratização da sociedade brasileira, o atendimento aos para as paredes. Há um confronto do aluno entre sua cultura e
interesses das camadas populares, a transformação estrutural a herança cultural da humanidade, entre seu modo de viver e
da sociedade brasileira". os modelos sociais desejáveis para um projeto novo de
Dentro das linhas gerais expostas aqui, podemos citar a sociedade. E há um professor que intervém, não para se opor
experiência pioneira, mas mais remota do educador e escritor aos desejos e necessidades ou a liberdade e autonomia do
russo, Makarenko. Entre os autores atuais citamos B. Charlot, aluno, mas para ajudá-lo a ultrapassar suas necessidades e
Suchodolski, Manacorda e, de maneira especial, G. Snyders, criar outras, para ganhar autonomia, para ajudá-lo no seu
além dos autores brasileiros que vem desenvolvendo esforço de distinguir a verdade do erro, para ajudá-lo a
investigações relevantes, destacando-se Demerval Saviani. compreender as realidades sociais e sua própria experiência.
Representam também as propostas aqui apresentadas os
inúmeros professores da rede escolar pública que se ocupam,
competentemente, de uma pedagogia de conteúdos articulada
com a adoção de métodos que garantam a participação do
aluno que, muitas vezes sem saber avançam na
democratização do ensino para as camadas populares.

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Assim se concretizou o legado do toyotismo, com o estoque


mínimo, o controle de qualidade total, a flexibilização do
Precarização do trabalho trabalhador, a terceirização, e a subcontratação de
docente e do ambiente trabalhadores. Além limitar a participação dos funcionários
escolar. no movimento sindical reduzindo o poder do sindicalismo de
classe.

Precarização e Flexibilização do Trabalho


ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL E REESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA8
O corporativismo, em seu mais completo conjunto, se
legitimou através de condições de ofícios que expressam e
Após várias crises do capitalismo, o fordismo teve seu pior
obedecem as estritas regulamentações que são posta pela
período entre a década de 1970 a 1980, quando surgiu o
lógica empresarial.
período de reestruturação econômica e o reajustamento
O idioma corporativo comanda, assim, o acesso ao que se
sociopolítico dos Estados Unidos. Houve várias experiências
poderia chamar a cidadania social, o fato de ocupar um lugar
em busca do modelo de acumulação inteiramente novo.
reconhecido no sistema das interdependências hierárquicas
A acumulação flexível, como vou chama-la, é marcada por
que constituem a ordem comunitária. O pertencimento
um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apoia na
orgânico das profissões ao organograma das dignidades, que é
flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de
também o dos poderes (CASTEL, 1998).
trabalho, dos produtos de padrão de consumo. Caracteriza-se
pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos,
Os minúsculos “privilégios” dado pela especialização
novas maneiras fornecimento de serviços financeiros, novos
tornouse essenciais para se constituir e legitimar as
mercados, e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de
“profissões”. Nota-se o caráter coercitivo desse sistema que é
inovações comerciais, tecnológicas e organizacionais. A
partilhado por todos que se beneficiam. Porém, a maior parte
acumulação flexível envolve rápidas mudanças dos padrões de
dos trabalhadores pertence ao chamado “sistema de
desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre
obrigações”.
regiões geográficas, criando, por exemplo, um vasto
Sem pretender propor um panorama exaustivo da
movimento no emprego no chamado “setor de serviços”, bem
sociedade salarial, deve-se marcar o lugar de um último bloco
como conjuntos de industriais completamente novos até então
que será chamado de periférico e residual. A relativa
subdesenvolvidas... (HARVEY, 1999).
integração da maioria dos trabalhadores, traduzida, dentre
outros, pelo salário mensal, cava uma distância em relação a
Com o aumento da mobilidade e da flexibilidade, os
uma força de trabalho que, em vista desse fato, é
empregadores puderam fazer maiores pressões sobre a força
marginalizada: trata-se das ocupações instáveis, sazonais,
de trabalho e controla-la. A adoção da acumulação flexível
intermitente (CASTEL, 1998).
implicou em alto índice de desemprego estrutural, redução
dos salários reais e diminuição do poder sindical. O sistema de
Na citação, o autor francês argumenta sobre a polarização
gestão de produção flexível criou uma rede de subcontratação
causada pela reestruturação produtiva e considera alguns
e de deslocamento com o intuito de proporcionar maior
problemas acerca da precarização no âmbito do trabalho na
competitividade no mercado de trabalho e possibilidades de
contemporaneidade, fazendo referência a três aspectos: A
aceleração do ritmo de inovação de produtos, assim como
primeira é a desestabilização dos estáveis, trazendo
redução do tempo de giro do consumo e o aumento de giro dos
insegurança à estrutura social das famílias. A segunda é a
produtos como chave para lucratividade capitalista.
instalação da precariedade do trabalho, traçando contornos
Entre os anos das décadas de 1980 aos 2000 o mundo do
incertos e aumentando o grupo dos assalariados. A terceira
trabalho foi assolado por uma grande metamorfose na sua
ordem é a precarização do emprego, consequentemente,
gestão de produtiva. Houve várias modificações significativas
aumentando o desemprego.
no seu parque industrial: a automação, a robótica, o circuito
Sobre flexibilização do trabalho, Druck (2002) explica que
integrado, o micro eletrônico entre outros, que possibilitaram
o crescimento do mesmo, ocorreu com o aumento gradativo da
a perpetuação da chamada “Revolução Tecnológica”
hegemonia do capital financeiro no desenvolvimento do
acarretando em mudanças no modelo produtivo com a adoção
capitalismo. No Brasil, aconteceu posterior a implantação de
do modelo japonês, o toyotismo.
alguns padrões de organização de gestão do trabalho, como o
Para Antunes (1999), essas mudanças e as crises do
toyotismo e sua reestruturação produtiva, além das políticas
sistema de trabalho reduziram drasticamente a contratação de
neoliberais dos anos 1990.
trabalhadores criando a “subproletarização do trabalho”,
[...] Com o regime de acumulação – e pelo surgimento de um
incorporando o trabalho precário, o temporário, o parcial e a
regime de acumulação flexível, cujo desenvolvimento não tem
terceirização. Tornando menos estável a condição do
implicado a superação ou substituição do fordismo por outra
trabalhador efetivo.
forma de regulação, à medida que combina as novas tecnologias
A sociedade contemporânea, particularmente nas últimas
e formas organizacionais flexíveis com padrões tipicamente
duas décadas, presenciou fortes transformações. O
fordistas. Essa transição, que tem na flexibilização da produção
neoliberalismo e a reestruturação produtiva da era da
e do trabalho as mudanças mais visíveis, só pode ser explicada
acumulação flexível, dotadas de forte caráter destrutivo, têm
por outro fenômeno, qual será “... o florescimento e
acarretado, entre tantos aspectos nefastos, um monumental
transformação extraordinária dos mercados financeiros”, com
desemprego, uma enorme precarização do trabalho e uma
gradativa hegemonia do capital financeiro no desenvolvimento
degradação crescente, na relação metabólica entre homem e
do capitalismo, na atual conjuntura (DRUCK, 2002 p. 12).
natureza, conduzida pela lógica societal voltada
prioritariamente para a produção de mercadorias, que destrói
A flexibilização acontece posterior a precarização do
o meio ambiente em escala globalizada (ANTUNES, 2000 p.
emprego, trazendo insegurança aos trabalhadores formais
35).
estáveis.

8 LOBO, L. F. N. A precarização do trabalho docente nas escolas públicas

estaduais.

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Druck (2002) reitera, explicando que a precarização Canário (2006) ressalta que no século XX, as instituições
ocorre por conta da subcontratação do mercado de trabalho, de ensino passaram por diversas alterações, que situam a
aumentando a participação dos terceirizados, através de escola em diferentes contextos dentre eles, o da certeza, o das
empregos temporários, do aumento de atividades autônomas, promessas e o das incertezas.
da informalidade e das cooperativas. Para a autora, essas O contexto da certeza corresponde às instituições da
formas de trabalho assalariado viraram prática flexível no primeira metade do século, que traziam valores intrínsecos e
mercado de trabalho brasileiro. estáveis, e formavam os cidadãos para inseri-los na divisão
social do trabalho, trata-se da escola elitista que previa para
Educação e flexibilização alguns a ascensão social, passando a falsa imagem de escola
justa, no sentido de que havia possibilidade de ascensão,
A mudança da estrutura produtiva atingiu toda a classe portanto a instituição não era culpabilizada pela produção de
trabalhadora. Na educação não foi diferente. A história da desigualdades.
educação mostra a importância dada pela revolução industrial Num segundo momento a instituição escolar passa para o
à educação, assim como o Estado, que também trata a contexto das promessas, em que se defende a ideia de escola
educação como mero aparelho ideológico de regulação. de massas, observa-se ampliação quantitativa das unidades
[...] a estatização da educação é iniciada no século XVII e vai escolares para que todos estivessem inseridos no processo de
se tornar mais marcante a partir da revolução Industrial no escolarização, e na atualidade, a instituição escolar está no
século XVIII, mais é no século XIX que a escola se afirma como contexto de incertezas, caracterizado pelo acentuado
instituição do Estado. Podemos afirmar que a instrução torna- crescimento das desigualdades, o desemprego como fator
se uma obrigação e dever do Estado, e direito a educação nasce predominante na sociedade, por vezes a desvalorização dos
dentro de um ideal liberal de educação, que tem como lema a diplomas escolares.
liberdade, o progresso, o que justifica para tal uma camada da Observe-se que o autor traduz em grandes contextos,
população minimamente instrumentalizada para servir características que se fazem presentes no cenário educacional,
naquele momento aos interesses do capitalismo (REIS, 2011). e expressam as formas de organização da escola, suas
finalidades e também traz indicativos sobre o trabalho dos
Nesse sentido, a educação aparece como instrumento do profissionais, quando traz a ideia de formação dos educandos.
capitalismo que, consequentemente, influência do modelo de A caracterização da escola é pertinente neste texto, pelo
gestão econômica. As escolas e a educação transformam-se em fato de que no ambiente escolar se concretiza o processo
uma instituição que tem gestão administrativa verticalizada, educativo, é neste espaço que se efetiva a formação dos
sem autonomia. Um sistema que, grosso modo, funciona como educandos, é o local em que os professores trabalham junto
uma empresa, e necessita de adequações em seu modelo de aos alunos no desenvolvimento do processo ensino-
gestão, obedecendo aos mesmos princípios gerenciais e aprendizagem, em que se concretizam os saberes e
burocráticos. Daí tem início à forma de fragmentação do conhecimentos dos professores que vão sendo construídos ao
trabalho dentro das organizações educacionais. longo do processo de formação inicial e continuada
Ao direcionarmos nossa análise sobre as condições de expressando suas formas de pensar sobre a educação.
trabalho docente, não podemos desconsiderar as análises de Necessário esclarecer que o processo ensino-
Marx (1996), sobre o trabalho na perspectiva mais aprendizagem, está vinculado ao trabalho do professor: A
abrangente. O trabalho é um complexo de coisas que o tarefa principal do professor é garantir a unidade didática
trabalhador coloca entre si e o objeto de trabalho e que serve entre ensino e aprendizagem, através do processo de ensino.
como norteador de sua atividade profissional. O trabalho Ensino e aprendizagem são duas facetas de um mesmo
implica uma relação, que vai além da manutenção das bases processo. O professor planeja, dirige e controla o processo de
materiais humanas. Porém, com a adoção da reestruturação ensino, tendo em vista estimular e suscitar a atividade própria
produtiva, surge o “estranhamento do trabalho” docente, pois dos alunos para a aprendizagem. [...] A condução do processo
ocorre uma fragmentação do trabalho, aumentando a de ensino requer uma atividade clara e segura do processo de
intensidade da precarização, onde professor é um mero aprendizagem: em que consiste, como as pessoas aprendem,
elemento do sistema burocrático de mercado. quais as condições externas e internas que o influenciam
Em meio todas essas concepções ampliadas de trabalho, (LIBÂNEO).
hoje podemos considerar que o trabalho docente vem Trata-se de refletir sobre o trabalho dos profissionais,
sofrendo, de acordo com Antunes (2000), profundas sobre as formas de organização e desenvolvimento do
transformações que ocorrem na lógica do mundo do trabalho processo ensino-aprendizagem que se efetiva na sala de aula e
na sociedade capitalista. Diante da lógica das modificações no logicamente é necessário pensar na educação, na perspectiva
mundo do trabalho, verificamos a existência de um processo de que: “[...] tem sido objeto de atenção preferencial na agenda
de intensificação da precarização do trabalho docente, com o das últimas décadas [...] motivada pelo desejo de melhorar a
aumento da contratação de professores temporários nas eficiência do serviço educativo (Feldman).
escolas públicas. A escola, o processo ensino-aprendizagem tem sido objeto
de estudo por educadores e pesquisadores em educação, e as
A aula e o Trabalho docente9 pesquisas no campo educacional revelam dentre outros
aspectos, o fato de que profissionais e educandos trazem para
Pensar sobre a educação, a escola, o trabalho docente, o o ambiente escolar diferentes valores, culturas,
processo ensino aprendizagem, se traduz numa atividade conhecimentos que precisam coexistir no mesmo ambiente,
bastante complexa pelo fato de que a sociedade em que a trata-se da escola entendida por Forquin (p. 167, 1993), como
escola está inserida, vem passado por transformações um mundo social, que:
significativas, sejam elas de ordem política, econômica, [...] tem suas características e vida próprias, seus ritmos e
cultural, dentre outras, as quais influenciam o cotidiano seus ritos, sua linguagem e seu imaginário, seus modos
escolar. próprios de regulação e de transgressão, seu regime próprio
de produção e de gestão de símbolos.

9 Texto adaptado de Denise Puglia Zanon e Marjorie Emilio Bittencourt http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/


Mendes, disponível em

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A escola entendida como uma instituição de ensino, que Portanto, a aula constitui-se num ato político, pois nesse
tem uma cultura própria, mas que precisa conhecer, momento são evidenciadas, confrontadas, discutidas e
compreender as diferenças culturais que se fazem presentes refletidas as concepções que se tem, é neste espaço que torna-
em seu interior, trabalhar com o conhecimento científico e se possível a apreensão, compreensão e reconstrução dos
priorizar sua finalidade primeira que é a formação dos conhecimentos.
educandos. Veiga (2004), esclarece que a escola é um espaço Porém, importante salientar que o momento da aula, o
educativo, lugar de aprendizagem em que todos aprendem a planejamento docente é construído pelos profissionais, que
participar dos processos decisórios, mas é também local em precisam ter clareza de que para a efetivação do trabalho
que os profissionais desenvolvem sua profissionalidade. pedagógico é necessário, dominar, conhecer os conceitos com
Candau (2000), traz a ideia de que cabe à instituição, não os quais trabalha, é preciso ter o entendimento de que a
somente propiciar a aquisição, apreensão dos conhecimentos prática docente precede domínio de metodologia de ensino
socialmente relevantes, mas a escola precisa se constituir num que favoreça o desenvolvimento do processo ensino-
espaço de diálogo entre diferentes saberes, e também aprendizagem, a compreensão da dimensão social de sua
estimular a capacidade de reflexão, proporcionar aos profissão.
educandos uma visão plural e histórica dos conhecimentos, da
própria ciência e do mundo tecnológico. Também é preciso ter o entendimento de que as
Trata-se de uma percepção ampla da escola, de seu tecnologias se constituem em recursos e que de acordo com
trabalho, tendo como referência a perspectiva apontada por Rays (2000) o seu uso na escola não dispensa os papéis
Saviani (2000), de que a educação destina-se à promoção do essenciais tais como, o diálogo entre professor e aluno, o
homem, no sentido de que os conhecimentos, conceitos planejamento, a reflexão, as interações comunicativas.
trabalhados pela instituição escolar possam de fato contribuir Trata-se de compreender como se efetiva o momento da
para o desenvolvimento do homem, para que tenha condições aula, que de acordo com Rays (2000), na sociedade do
de viver e conviver em sociedade, compreendendo conhecimento é emergente que o conceito de aula se amplie,
criticamente a realidade em que está inserido. na perspectiva de processo relacional crítico, fundamento na
Esta compreensão da escola, a ponderação entre o Didática crítica. Nesse processo a relação professor-aluno é
contexto da escola, e a cultura vigente na sociedade, a compreendida na perspectiva crítico-relacional, caracteriza-se
construção de trabalho coletivo entre os profissionais pelo diálogo, consideram-se as vivências dos alunos no
constitui-se num processo complexo, pelo fato de que ainda trabalho pedagógico e os interlocutores são: a ciência, o saber
estão fortemente presentes na escola as concepções que cotidiano, prática social (Rays, 2000).
privilegiam a reprodução da cultura dominante na sociedade, Veiga (2002), contribui na compreensão do trabalho
priorizando a formação para a individualidade e docente, apontando que é preciso pensar e refletir sobre as
competitividade, dentre outros fatores que agem fortemente formas de organização do planejamento docente, no sentido
para que a escola não avance na perspectiva apontada por de que sejam considerados não só os aspectos pertinentes ao
Saviani (2000). interior da escola, mas principalmente, observar os
educandos, as relações que se estabelecem na sociedade, as
São bastante esclarecedoras as ideias de Libâneo (2005) formas como o conhecimento se organiza, dentre outros
que chama a atenção para o fato de que na sociedade fatores.
contemporânea, caracterizada pela relação dicotômica entre
riqueza e pobreza, exclusão e inclusão, a escola não tem Aos docentes, cabe a reflexão, que na concepção de
contribuído de forma significativa para a superação dessas (Dewey, 1959):
contradições. “[...] não é simplesmente uma sequência, mas uma
Pode-se inferir que mesmo com as mudanças nas consequência - uma ordem de tal modo consecutiva que cada
concepções de escola, a ideia de universalização do ensino, ideia engendra a seguinte com seu efeito natural, ao mesmo
igualdade social, ao trabalhar os princípios e normas vigentes tempo apoia-se na antecessora ou a esta se refere”.
na sociedade, simplesmente traduzindo a cultura dominante, Entende-se que p pensar sobre as formas de organização
repassando a herança cultural da humanidade, a escola do trabalho docente, a efetivação e concretização do
contribui para reforçar a ideia de reprodução do sistema planejamento em sala de aula, numa perspectiva crítica, que
vigente, desconsiderando sua própria cultura. referencia dentre outros aspectos o fato de que a prática
Diante destas compreensões, e do entendimento de que a docente não acontece de forma isolada, fragmentada do
escola se constitui num universo complexo, caracterizado por contexto social, e que a escola contribui para a formação de
diferentes grupos de profissionais e educandos é necessário pessoas que compõem uma sociedade e que se constituem
pensar e discutir de que forma vem sendo organizado e enquanto sujeitos sociais e históricos.
desenvolvido o momento da aula, que de acordo com Rays Libâneo (2004), destaca que o trabalho docente é uma
(2000), se constitui num processo de apropriação crítica do atividade intencional e planejada, que requer estrutura e
conhecimento científico, envolvendo educador e educando. organização, portanto a elaboração de uma aula caracteriza-se
Configura-se ainda, como atividade que traz um caráter por um processo flexível e criativo do professor,
político na perspectiva de que ao fundamentar-se, ao optar por desenvolvendo a perspicácia de saber como agir diante de
determinada concepção teórica em educação, o professor situações didáticas, como reorganizar o processo que muitas
revela seu pensar sobre a escola, seu entendimento sobre a vezes não acontece como havia sido planejado, e traz situações
formação dos educandos que se reflete em sua prática docente. imprevisíveis e requer do professor ações imediatas para
Para melhor compreensão da dimensão do trabalho encaminhamento do processo de ensino.
docente, apresenta-se a ideia de Azzi, in: Pimenta, 2000, p.43: A aula, como momento planejado e organizado do ensino
O saber pedagógico é o saber que o professor constrói no traz consigo características que requerem do professor a
seu cotidiano de trabalho e que fundamenta sua ação docente, necessidade de sistematização de seu trabalho junto aos
ou seja, é o saber que possibilita ao professor interagir com alunos, pois é preciso definir os objetivos que se pretende
seus alunos, na sala de aula, no contexto da escola onde atua. A atingir, pensar sobre os problemas e desafios que devem ser
prática docente é, simultaneamente, expressão desse saber superados no momento da aula, as características dos grupos
pedagógico construído e fonte de seu desenvolvimento. de alunos a que essa aula se destina, os conhecimentos que
serão desenvolvidos, os recursos didáticos a serem

Fundamentos da Educação 100


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selecionados, enfim trata-se de um processo amplo, que terá ensino-aprendizagem. Destaque-se dentre eles, as próprias
sua concretização no encontro com os educandos. relações que se estabelecem no contexto da sala de aula entre
Diante desses apontamentos, percebe-se que a escola, o professores e alunos, que são influenciadas pelas
trabalho pedagógico, o momento da aula, precisa ser transformações ocorridas na sociedade, as diferentes
repensado tendo em vista que: estruturas familiares, os valores e crenças, a própria cultura
A aula funciona numa dupla direção: recebe a realidade, dos sujeitos que compõem o processo pedagógico.
trabalha-a cientificamente, e volta a ela de uma forma nova Trata-se de pensar que hoje nas salas de aula coexistem
enriquecida como ciência e com propostas novas de diferentes perfis de alunos, que trazem para o contexto da
intervenção (MASETTO, 2003, p. 75). escola suas vivências, seus saberes, expectativas diversas, que
muitas vezes não são compatíveis com os propósitos da escola,
Considerando as contribuições do autor, destaque-se que das aulas que o professor desenvolve, fator este que gera
o trabalho docente assume grande responsabilidade, pois a conflitos, formação de subgrupos em sala de aula, divergência
profissão de professor tem como objetivo a formação dos de opiniões, não favorecendo o clima harmônico, de diálogo e
educandos, o trabalho com o conhecimento e cabe ao interação necessários na relação pedagógica.
professor o domínio dos conhecimentos sejam eles
pertinentes à área de formação, à área pedagógica, dentre Há uma parcela significativa de docentes que, ao tomarem
outros, para que possa trabalhar em sala de aula como consciência das limitações [...], não se submetem ao
mediador do processo ensino-aprendizagem, no sentido de conformismo e assume sua prática de forma crítica. Em sala de
intermediar as relações dialógicas em sala de aula, estabelecer aula, se esforçam para motivar seus alunos e não ignorar
a relação interdisciplinar entre as áreas do conhecimento, questões como “a natureza da escolaridade e do trabalho
considerando-se que: docente ou as relações entre raça e classe social, por um lado e
A mediação pedagógica busca abrir caminho a novas o acesso ao saber escolar por outro.
relações do estudante: com os materiais, com o próprio Percebe-se que mesmo com os aspectos que limitam a ação
contexto, com outros textos, com seus companheiros de docente, de acordo com os autores citados, os professores
aprendizagem, incluído o professor, consigo mesmo e com seu buscam possibilidades e alternativas que minimizem ou
futuro. acabem com as problemáticas que interferem no processo
Diante da responsabilidade assumida pelo trabalho ensino-aprendizagem.
docente, necessário esclarecer que o planejamento do Outro aspecto relevante apontado por Nacarato, Varani e
professor, a organização dos momentos de aula não se Carvalho (2001) refere-se ao cotidiano do professor, no
constitui em trabalho burocrático, em mero preenchimento de preparo das aulas, na organização de atividades
fichas e roteiros que serão arquivados pela equipe pedagógica complementares, produção e seleção de material didático,
da escola. preparo e correção dos instrumentos avaliativos utilizados. As
É preciso conceber o planejamento docente como um ações elencadas requerem tempo, porém muitas vezes na
trabalho coletivo, que requer conhecimento sobre o ato de carga horária de trabalho nem sempre há previsão de
planejar e sua repercussão junto aos educandos, da mesma tempo/espaço destinado para estas atividades,
forma é preciso compreender que o planejamento traz uma sobrecarregando o professor e muitas vezes o planejamento, a
intencionalidade, orienta a ação docente e se concretiza no organização das atividades torna-se falha, e reflete-se no
momento da aula. contexto da sala de aula.
Considerando alguns dos fatores que interferem no
De fato o planejamento orienta o agir docente que se trabalho docente, Nacarato, Varani e Carvalho (2001),
traduz no trabalho em sala de aula junto aos alunos, pois é destacam que mesmo sob as tensões que se fazem presentes
preciso que no processo ensino aprendizagem sejam definidos de forma constante na ação docente, os professores buscam o
os objetivos que e pretende atingir, os conteúdos que serão desenvolvimento de seu trabalho de forma digna, construindo
trabalhados, a metodologia de ensino utilizada, o processo e desenvolvendo sua profissão, tendo como referência um
avaliativo, de forma que garantam a aprendizagem dos processo reflexivo e crítico.
conhecimentos, a elaboração, reelaboração dos conceitos. Este processo pode ser conquistado, dentre outras
Medeiros, caracteriza a aula no sentido do conhecimento, possibilidades com a formação continuada com espaços para
do diálogo, da construção: estudos, discussões sobre o processo ensino-aprendizagem,
A aula é um momento mágico. Nela o professor transforma enfim sobre questões pertinentes ao trabalho pedagógico,
pedagogicamente pelos processos cognoscentes, na sua ação fortalecendo, clarificando e transformando a ação docente.
prática, a matéria enquanto conteúdo a ser comunicado. O
trabalho docente é complexo, interativo e prático. Define-se na Perceba-se que os determinantes que influenciam o fazer
sua concretude pelas relações que se estabelecem de forma docente são inúmeros e diversos, porém é importante que o
dialógica e comunicativa entre sujeitos – professor e aluno – professor ao pensar em suas aulas, em seus alunos, organize
em torno do processo de ensino e aprendizagem. seu trabalho de forma a articular os diferentes momentos da
As ideias de Medeiros revelam o ideário do profissional da aula, selecione a estratégia de ensino adequada ao conteúdo a
educação, que ao planejar, ao pensar suas aulas, busca traduzi- ser trabalhado, favorecendo a aprendizagem eixo central de
la na prática como um momento de magia, na perspectiva de todo o trabalho pedagógico. Ressalte-se ainda a finalidade da
que o conhecimento, o conteúdo, a disciplina em que atua educação, traduzida nas Diretrizes Curriculares Estaduais
encante os alunos, chame a atenção, desperte interesse. Ao (SEED):
planejar o professor transpõe didaticamente os conhecimento, O domínio da cultura científica é instrumento
de forma que os mesmos se tornem ensináveis, sejam indispensável à participação política, fato que somente poderá
compreensíveis aos alunos, aproximem-se de seu cotidiano. acontecer com conteúdos históricos e socialmente
O ideário pedagógico apontado, certamente constitui o constituídos, e o mais próximo possível da produção científica.
foco central na profissão docente, porém a complexidade que Não há como participar de uma sociedade, como agente de
traduz a prática profissional, os fatores que interferem no transformação, sem uma ciência básica. Trata-se de uma
processo pedagógico são múltiplos. condição muito importante para formar pessoas criativas e
Nacarato, Varani e Carvalho apontam alguns fatores que participativas, capazes de atuar na sociedade atual.
desgastam a ação docente, que influenciam no
desenvolvimento das aulas, nas formas de pensar o processo

Fundamentos da Educação 101


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A clareza, compreensão das finalidades e princípios que necessidades do grupo de alunos, traduzem-se em exigências
norteiam a educação, o trabalho da escola, estão presentes no e cuidados que o docente precisa ter ao fazer uso da exposição
trabalho do professor, pois no momento da organização de seu dialogada.
trabalho, as concepções, opções metodológicas, processo Vasconcelos (2007), chama a atenção ainda, para o fato de
avaliativo precisam aproximar-se, ser coerentes com a que o professor deve levar em conta o tempo destinado à
corrente teórica que adota em seu fazer docente. exposição, não ocupando todos os momentos da aula, para que
Tendo como referência a correlação e o estreitamento que permita ao aluno o tempo para refletir sobre o tema, propor
deve existir entre teoria e prática a coerência entre o pensar e questões, elaborar sua compreensão sobre a temática
o agir na docência, no momento de planejar a aula, o professor abordada em aula.
dispões de diferentes estratégias, procedimentos de ensino, Tendo apontado algumas características da exposição em
metodologias de trabalho, e a opção que se faz das estratégias aula e da exposição dialogada, explicita-se ainda a aula sendo
e dos procedimentos revelam o pensar do professor sobre o trabalhada por projetos, esta estratégia pedagógica traz
ensino, as relações que estabelece com seus alunos. características peculiares e Vasconcelos (2007) aponta:
O referencial teórico que trata das estratégias de ensino A perspectiva de trabalho por projeto nos parece ser a mais
traz inúmeras possibilidades para o trabalho docente, neste indicada para a renovação metodológica, tendo em vista a
texto apresentam-se algumas delas, nas abordagens feitas por possibilidade concreta de superar uma série de problemas da
Vasconcelos (2007), Libâneo (2006) e Martins (2005) prática tradicional, como a passividade do aluno, o
explicitando suas características gerais, compreendendo que distanciamento entre o objeto de conhecimento e os interesses
no cotidiano da ação docente elas se fazem presentes. dos educando, a desarticulação do ensino com a realidade e o
não desenvolvimento da iniciativa e da autonomia dos alunos.
Vasconcelos (2007) destaca as seguintes estratégias de
ensino: aula expositiva, exposição dialogada, e trabalho por O trabalho com projetos em aula pode favorecer o
projeto, as quais distinguem-se pelas características, forma de dinamismo do processo pedagógico, desenvolver a capacidade
apresentação e desenvolvimento de um conteúdo: investigativa, a pesquisa de campo e bibliográfica permitindo
A representação que normalmente o professor tem de sua o aprofundamento e melhor compreensão dos conteúdos
tarefa é de que deve desenvolver determinados conteúdos, desenvolvidos em sala de aula.
transmitir um conjunto organizado de informações, Perceba-se que na organização e desenvolvimento do
consideradas socialmente relevantes para a formação das trabalho com projetos há maior liberdade para a participação
novas gerações.[...] O dilema se aprofunda no questionamento dos alunos no processo investigativo, sendo que estes poderão
da forma como esta tarefa vem sendo cumprida pela escola, ou sugerir, propor questões problemas para estudo, é possível a
seja, quando o professor, cada vez mais, se dá conta de que organização de grupos de trabalho que favorece o
através da aula meramente expositiva não consegue cativar os desenvolvimento do trabalho colaborativo, da autonomia,
alunos, os resultados nas avaliações são desoladores, pouco garantindo organização, sistematização e têm um caráter
tempo depois os alunos já não se lembram de quase nada do conclusivo, pois os passos da pesquisa são delimitados.
que foi dado, as queixas dos colegas professores das séries Projeto escolar de pesquisa é uma atividade didática de
seguintes em relação ao nível dos alunos são constantes, etc...: ensino aprendizagem, organizada dentro dos princípios da
O autor chama a atenção para o fato de que entre outras metodologia da ciência, destinada a pesquisar um fato, estudar
mudanças e melhorias no processo ensino-aprendizagem, é um assunto, realizar um trabalho, individualmente ou em
necessário pensar na forma do ensino, quais as estratégias que grupo, pela aplicação de procedimentos específicos, visando a
de fato propiciam o interesse, envolvimento do aluno no obter certos resultados ou confeccionar um produto final.
decorrer da aula, apresentando características de algumas O projeto de pesquisa é relevante no trabalho docente, nos
estratégias para o desenvolvimento das aulas. momentos da aula, quando destina-se a investigação de
temáticas presentes no contexto da escola, quando utiliza a
A aula expositiva traduz-se numa das formas mais metodologia da ciência, seguindo os passos e procedimentos
conhecidas e utilizadas pelos professores, e está pautada na que validam e caracterizam uma pesquisa, quando traz
apresentação do conteúdo pelo professor que durante a consigo a possibilidade de ampliação de conhecimentos,
exposição relata elementos significativos do tema abordado, validação de hipóteses, e conclusão do trabalho, sendo
caracteriza-se pela transmissão do conhecimento, considere- necessária a definição de cronograma próprio para a
se as ideias de Libâneo; realização dessa atividade.
O método expositivo é bastante utilizado em nossas escolas,
apesar das críticas que lhe são feitas, principalmente por não Considere-se que muitas vezes o trabalho de pesquisa está
levar em conta o princípio da atividade do aluno. Entretanto, se vinculado não só a uma área de conhecimento, mas traz a
for superada essa limitação é um importante meio de obter condição de articular duas ou mais disciplinas, trata-se de
conhecimentos. A exposição lógica da matéria continua sendo, pensar na perspectiva de projetos multidisciplinares,
pois, um procedimento necessário, desde que o professor consiga pluridisciplinares ou interdisciplinares.
mobilizar a atividade interna do aluno de concentrar-se e de Importante compreender os conceitos dos termos acima
pensar, e combine-a com outros procedimentos, como o trabalho apontados, para que no momento do planejamento docente se
independente, a conversação, o trabalho em grupo. tenha clareza das proposições que são efetivadas junto aos
Trata-se de implementar, enriquecer e variar a aula alunos.
expositiva para que seja explorada como uma forma de ensino, Um trabalho multidisciplinar, envolve a participação de
e especialmente permita e favoreça a relação do aluno com o todas as disciplinas no trabalho, porém não há uma inter-
professor e com o próprio conhecimento. relação entre elas, cada disciplina investiga, trabalha com os
No que se refere à exposição dialogada em aula, entende- temas que são pertinentes à sua área, traz suas contribuições
se o professor como mediador do processo, que de acordo com sobre o conhecimento, porém não há articulação entre os
Vasconcelos (2007), traz para a sala de aula, elementos conceitos trabalhados nas diferentes áreas do currículo. De
significativos da cultura humana. acordo com Santomé (1998) a multidisciplinariedade
O autor destaca ainda que a exposição feita pelo professor caracteriza-se pela justaposição de disciplinas, não havendo
quando apresentada em aula na hora certa, com qualidade na explicitação das relações entre elas.
fala, sendo bem posicionada, significativa, com uso de
esquemas para facilitar a compreensão, considerando as

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Com relação à pluridisciplinaridade, necessário Mais recentemente, durante os anos de 1995 e 1996, a
compreender que trata-se da junção no trabalho de pesquisa equipe vem realizando estudos sistemáticos sobre as ideias de
de disciplinas que possuem conteúdos afins, que pertencem à Vygotsky e seus colaboradores, através da leitura e discussão
mesma área conceitual, exemplo: Matemática e Física, que são de textos, alguns inéditos no Brasil, buscando as implicações
disciplinas que compõem as ciências exatas. Nesta pedagógicas dessa corrente teórica.
possibilidade de trabalho, estabelecem-se relações entre O próximo passo desse grupo de pesquisadores é envolver
conceitos permitindo a percepção da totalidade do professores da rede pública de modo que esses estudos
conhecimento na tentativa de superar a fragmentação do possam ser confrontados e aprofundados a partir de
conhecimento. necessidades e desafios do cotidiano da escola e da sala de
Santomé (1998) ressalta que na pluridisciplinariedade há aula.
um aspecto positivo no que se refere à intercomunicação entre As questões nucleares que orientaram a abordagem aqui
as áreas, favorecendo uma relação de igualdade, sendo eu um realizada foram: Quais elementos propiciam ou favorecem as
conhecimento não se sobrepõe ao outro, porém também não mudanças das práticas pedagógicas dos docentes? Como
há profunda interação ou comunicação, não favorece promover ou acelerar as transformações do trabalho docente
alterações nas concepções e teorias. de modo a alcançar o sucesso escolar dos alunos da escola
pública? Quais condições proporcionam a superação de
Com relação aos projetos interdisciplinares, objetiva-se práticas que têm levado ao fracasso do aluno? Práticas essas,
trabalhar com espaços comuns existentes entre as disciplinas, frequentemente rotineiras, estereotipadas, muitas vezes
busca-se o trabalho de intercomunicação entre as disciplinas, baseadas em ideários pedagógicos simplificados, quase clichês
os territórios das disciplinas são congregados num único que perderam o potencial para a análise crítica da realidade e
campo, trata-se de compor um conhecimento comum. O do enfrentamento dos problemas educacionais. Como
trabalho interdisciplinar permite a compreensão de um propiciar ao professor uma formação inicial e continuada (no
fenômeno ou tema, na perspectiva de diferentes disciplinas. trabalho) que resulte em real mudança da prática hoje
Santomé (1998) esclarece que no trabalho interdisciplinar, predominante na escola pública?
os alunos trabalham com a possibilidade de transferir As possíveis respostas a estas questões dependem dos
conhecimentos, aprendizagens, desenvolvem a capacidade de fundamentos teóricos que o pesquisador utilizar para a análise
analisar e resolver novos problemas enfrentados no contexto da realidade investigada.
da sala de aula.
As ideias sobre a definição dos termos: multidisciplinar, A contribuição mais geral da perspectiva histórico-social e
pluridisciplinar e interdisciplinar tem como referência das ideias de Vigotski "para a formação de professores
Santomé (1998), que discute várias vertentes conceituais dos consiste em possibilitar uma aplicação mais efetiva e
termos apresentados e neste texto adotou-se a classificação intencional do método e da concepção dialética na análise e
apontada por Erich Jantsch (in: Santomé, 1998). busca de superação dos problemas da educação escolar"
Perceba-se que no encaminhamento das aulas através da (Basso e Mazzeu 1995).
estratégia de projetos é possível trabalhar com diferentes Para vislumbrarmos os possíveis caminhos que conduzem
enfoques do conteúdo, primando especialmente por sua à mudança da prática pedagógica do professor e de sua
exploração, observando o desenvolvimento do conteúdo e formação, é útil aprofundar a análise da especificidade do
também favorecendo a maior participação do aluno no trabalho docente através do instrumental teórico histórico-
processo ensino aprendizagem. social, explicitando as relações contraditórias envolvidas
Constitui-se ainda numa estratégia que favorece o nesse trabalho. Aqui trataremos, especialmente, das relações
desenvolvimento da capacidade investigativa do próprio entre o significado e o sentido do trabalho docente.
professor, estimula o estudo do conteúdo que se constitui em
fonte de pesquisa, traz a condição concreta para que as aulas A especificidade do trabalho docente
não se tornem rotineiras, permite a exploração do próprio
livro didático adotado em aula. O trabalho docente concebido como uma unidade é
O trabalho com projetos favorece ainda, o uso de espaços considerado em sua totalidade que não se reduz à soma das
pedagógicos disponíveis na escola, dentre eles: biblioteca, partes, mas sim em suas relações essenciais, em seus
laboratório de ciências, física e química, propicia a organização elementos articulados, responsáveis pela sua natureza, sua
de visitas técnicas à locais associados à pesquisa. produção e seu desenvolvimento. A análise do trabalho
docente, assim compreendido, pressupõe o exame das
Significado e sentido do trabalho docente10 relações entre as condições subjetivas - formação do professor
- e as condições objetivas, entendidas como as condições
Nosso objetivo neste trabalho é apresentar, em linhas efetivas de trabalho, englobando desde a organização da
sucintas, a contribuição da perspectiva histórico-social - escola prática - participação no planejamento escolar, preparação de
de Vygotsky e outros autores - para a compreensão do aula etc. - até a remuneração do professor. Estamos propondo,
trabalho docente, visando um aprofundamento como sugere Vygotsky (1993, p. 19), uma análise do trabalho
teóricometodológico orientador do trabalho de formação docente que considere as propriedades básicas em conjunto,
inicial e continuada de professores. articuladas, e não em elementos separados para uma posterior
associação mecânica e externa.
Este aprofundamento teóricometodológico vem sendo As condições subjetivas são próprias do trabalho humano,
realizado por um grupo que foi se constituindo em função do pois este constitui-se numa atividade consciente. O homem, ao
referencial teórico comum: a perspectiva histórico-social. Com planificar sua ação, age conscientemente, mantendo uma
base nesse referencial, a equipe tem desenvolvido pesquisas autonomia maior ou menor, dependendo do grau de
sobre a formação de professores e sobre diferentes aspectos objetivação do processo de trabalho em que está envolvido.
do processo de ensino na escola. Por exemplo, enquanto o processo de trabalho fabril é
altamente objetivado, limitando a autonomia possível do
operário na execução de suas tarefas, ao contrário, no caso do

10 Texto adaptado de Itacy Salgado Basso, disponível em


http://www.scielo.br/

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docente, seu processo de trabalho não se objetiva na mesma de especialistas, do Estado etc. com pretensão de controle de
proporção, deixando uma margem de autonomia maior, pois a seu trabalho.
presença de professor e alunos permite uma avaliação e um O controle, portanto, é de difícil execução no âmbito da sala
planejamento contínuos do trabalho, orientando modificações, de aula, permanecendo a autonomia do professor neste
aprofundamentos e adequações do conteúdo e metodologias a espaço. O controle pode efetivar-se muito mais pela formação
partir da situação pedagógica concreta e imediata. aligeirada do professor - por falta de conhecimentos mais
profundos sobre conteúdos e metodologias, vê-se obrigado a
Os vários autores (Enguita 1991; Apple 1987; Pucci, reproduzir o conteúdo do livro didático - do que por outras
Oliveira e Sguissardi 1991) que discutem a tese da vias. As ocorrências no espaço da sala de aula dependem,
"proletarização" do trabalho do professor baseiam a fundamentalmente, do professor, de suas condições
argumentação na transferência direta do processo de trabalho subjetivas, isto é, de sua formação.
fabril para o sistema educacional ou o processo de trabalho Como promover mudanças, então, na prática pedagógica?
escolar. Pelo que foi exposto, a natureza do trabalho docente não tem
Embora estes teóricos concordem que haja diferenças possibilitado uma maior objetivação do processo, propiciando
entre, por exemplo, o processo de desqualificação do operário uma certa autonomia ao professor e evidenciando a
e do professor (no caso do docente, esse processo não importância das condições subjetivas para a prática
ocorreria na mesma intensidade), eles não chegam a discutir, pedagógica. Estas condições subjetivas referem-se,
com maior detalhamento, o ponto importante da lógica da fundamentalmente, à formação do professor que inclui a
racionalização do capital - a criação do valor, ou seja, a geração compreensão do significado de sua atividade.
de mais-valia -, que é a base da modificação do processo de Poderíamos responder que a mudança depende, em
trabalho fabril. grande parte, de uma formação adequada do professor e do
entendimento claro do significado e do sentido de seu
O sistema fabril vai objetivando-se na medida em que trabalho. Pode parecer óbvia essa resposta, mas ela torna-se
incorpora os conhecimentos científicos e técnicos, permitindo um problema quando se tenta viabilizar ações concretas. Já
ao capital libertar-se dos entraves colocados pelo trabalho - nos referimos à dificuldade de controlar e intervir no trabalho
força humana, destreza e experiência - para a aceleração da do professor. De qualquer forma, a compreensão do
acumulação capitalista. Marx (1968) descreve esse processo, significado da prática docente deve ser promovida pelas
enfatizando que no trabalho fabril há a objetivação cada vez instituições responsáveis pela formação inicial e continuada
maior do processo, deixando, em contrapartida, uma menor dos professores.
margem de autonomia ao trabalhador, visando garantir a
produção de valor em escala ascendente. O significado do trabalho docente
Na atividade de ensino, o processo de "racionalização" não
tem como finalidade direta a criação de valor. Pode-se dizer O conceito de significado na perspectiva histórico-social
que as transformações advindas desse processo na área do exige que se entenda a diferenciação entre atividade e ação. A
ensino não acarretaram, ainda, modificações significativas na atividade humana, segundo Leontiev (1978), constitui-se de
natureza da atividade docente, mas sim a presença cada vez um conjunto de ações, e a necessidade objetiva ou o motivo
maior, na escola, de características do processo de trabalho pelo qual o indivíduo age não coincide com o fim ou o resultado
fabril. A presença dessas características não levou a uma maior imediato de cada uma das ações constitutivas da atividade. É
objetivação do processo de trabalho do professor, provocando somente através de suas relações com o todo da atividade, isto
perda ou eliminação da autonomia do docente. Não negamos é, com as demais ações que a compõem, que o resultado
as transformações ocorridas nas condições de trabalho do imediato de uma ação se relaciona com o motivo da atividade.
professorado e suas vinculações ao movimento das formas Não é, portanto, cada ação de per se que se justifica pelo
capitalistas de produção. Defendemos, no entanto, a motivo da atividade, mas o conjunto delas que precisa manter
particularidade do processo de trabalho escolar. coerência com o motivo. Por exemplo, a ação da professora de
Cabrera e Jiménez (1991, p. 200-201) argumentam sobre a rearranjar as carteiras de modo a favorecer a interação das
especificidade e a diferenciação do processo de racionalização crianças, a troca de ideias entre elas, pode parecer uma ação
no ensino. contrária ao bom andamento dos trabalhos escolares, mas
guardaria coerência com uma atividade tal como a produção
Quando nos propomos analisar a situação do professorado de texto em pares, onde as crianças vão discutir o tema, a
sem as "viseiras" do olhar analogista dos teóricos da forma de escrever etc. No entanto, se as crianças não
"proletarização", podemos constatar que apesar de haver-se entenderem que estão se sentando mais próximas e sendo
fomentado a depreciação de suas condições de trabalho, este estimuladas a trocarem ideias para participar de uma
processo não tem sido tão devastador do controle e das atividade de produção de textos em grupo, isto é, se não
qualificações do professorado como o tem sido no âmbito do captarem a relação entre essas ações e o motivo da atividade
trabalho diretamente produtivo.(...) A autonomia e a global, o mais provável é que se estabeleça uma confusão e o
participação do professorado em funções conceituais, por bom andamento dos trabalhos escolares seja comprometido.
outra parte, não se veem totalmente anuladas, porquanto são Assim, o significado das ações de todos os indivíduos que
exigências que derivam da própria configuração do trabalho participam da atividade é apropriado por eles, fornecendo a
docente como um trabalho que se realiza com seres humanos essas ações o sentido correspondente ao seu significado.
(...), que se dá concretamente em salas de aula separadas onde No decorrer da experiência social, o homem vai
o docente trabalha sozinho, e onde sua autoridade se apoia em acumulando e fixando formas de realizar determinadas
critérios de legitimidade relativos à sua suposta atividades, de entender a realidade, de se comunicar e
"superioridade intelectual" com relação ao alunado. expressar seus sentimentos, criando e fixando, pois, modos de
Nesta situação, o professor mantém autonomia para agir, pensar, falar, escrever e sentir que se transformam com o
escolher metodologias, fazer seleção de conteúdos e de desenvolvimento das relações sociais estabelecidas entre os
atividades pedagógicas mais adequadas a seus alunos segundo homens para a produção de sua sobrevivência. O significado é,
o interesse ou suas necessidades e dificuldades. Essa então, a generalização e a fixação da prática social humana,
autonomia, garantida pela própria particularidade do trabalho sintetizado em instrumentos, objetos, técnicas, linguagem,
docente, indica que os professores podem dificultar as ações relações sociais e outras formas de objetivações como arte e
ciência:

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A significação é o reflexo da realidade independentemente A formação da postura crítica do aluno depende tanto da
da relação individual ou pessoal do homem a esta. O homem apropriação do conhecimento já produzido como do processo
encontra um sistema de significações pronto, elaborado de produção desse conhecimento. A participação ativa do
historicamente, e apropria-se dele, tal como se apropria de um aluno significa, ao longo do processo educacional, tornar-se
instrumento (...) (Leontiev 1978, p. 96) sujeito de sua relação com o conhecimento e com o processo
de apropriação desse conhecimento. A criticidade é um modo
No caso dos professores, o significado de seu trabalho é de relação com a informação que supera o modo espontâneo e
formado pela finalidade da ação de ensinar, isto é, pelo seu irrefletido de conhecer.
objetivo e pelo conteúdo concreto efetivado através das Considerado o objetivo da atividade do professor, ou seja,
operações realizadas conscientemente pelo professor, o significado da prática docente, é preciso descobrir o que
considerando as condições reais e objetivas na condução do motiva, o que incita o docente a realizá-la; em outras palavras,
processo de apropriação do conhecimento pelo aluno. qual o sentido desta atividade para o professor.
Para compreender-se, de modo efetivo, o significado do
trabalho docente, é preciso destacar a ação mediadora O trabalho alienado
realizada por outro ou outros indivíduos no processo de
apropriação dos resultados da prática social. Para a análise do sentido da atividade para o professor,
O indivíduo se forma, apropriando-se dos resultados da utilizamos as reflexões de Leontiev (1978, p. 101-142) sobre a
história social e objetivando-se no interior dessa história, ou relação entre significado e sentido, segundo o grau de
seja, sua formação se realiza através da relação entre desenvolvimento das forças produtivas. Para este autor, nas
objetivação e apropriação. Essa relação se efetiva sempre no sociedades primitivas, onde não havia divisão social do
interior de relações concretas com outros indivíduos, que trabalho e relações de exploração do homem, existia uma
atuam como mediadores entre ele e o mundo humano, o coincidência entre o sentido e o significado das ações. Na
mundo da atividade humana objetivada. A formação do sociedade capitalista, caracterizada pela divisão social do
indivíduo é, portanto, sempre um processo educativo, mesmo trabalho e divisão em classes, há a ruptura da integração entre
quando não há uma relação consciente (tanto de parte de o significado e o sentido da ação. O sentido pessoal da ação não
quem se educa, quanto de parte de quem age como mediador) corresponde mais ao seu significado. Assim, sob relações
com o processo educativo que está se efetivando no interior de sociais de dominação, o significado e o sentido das ações
uma determinada prática social." (Duarte 1993, p. 47-48) podem separar-se, tornando-as alienadas.
Quando a apropriação se realiza na escola, isto é, de forma Para Marx (1984), o trabalho sob relações de dominação
institucionalizada, o professor desempenha a mediação impõe-se ao homem como simples meio de existência, isto é,
necessária entre o aluno e o conhecimento. Tanto Leontiev como uma atividade que tem como único sentido o de garantir
(1978, p. 271-273), como Vygotsky (1991b, pp. 97-101) a sobrevivência física. Mas, segundo o mesmo autor, a
apontam essa ação mediadora dos homens no processo de atividade vital humana é tanto a responsável ou a base para
apropriação e objetivação. Esse conceito de mediação dos prover as condições materiais de existência, quanto
outros indivíduos do grupo social entre o indivíduo que se engendradora da vida genérica do homem. Isto quer dizer que,
forma e o mundo cultural, desenvolvido por Vygotsky e sua além de produzir os meios necessários para a existência física,
escola, é de suma importância para a compreensão do trabalho a atividade vital humana produz, ao mesmo tempo, a
que se realiza na escola. humanização ou autocriação do gênero humano através do
processo de objetivação.
A mediação realizada pelo professor entre o aluno e a No trabalho alienado, "a vida mesma aparece só como meio
cultura apresenta especificidades, ou seja, a educação formal é de vida", sendo entendido, assim, como meio de existência,
qualitativamente diferente por ter como finalidade específica como uma aparente atividade, como exterior ao trabalhador e
propiciar a apropriação de instrumentos culturais básicos que não como ato que desenvolve novas capacidades e cria novas
permitam elaboração de entendimento da realidade social e necessidades, não como essência humana no sentido da
promoção do desenvolvimento individual. Assim, a atividade realização das potencialidades alcançadas pelo gênero
pedagógica do professor é um conjunto de ações intencionais, humano. Para Heller (1992) "existe alienação quando ocorre
conscientes, dirigidas para um fim específico. um abismo (...) entre a produção humano-genérica e a
A finalidade do trabalho docente consiste em garantir aos participação consciente do indivíduo nessa produção".
alunos acesso ao que não é reiterativo na vida social. Dito de
outra forma, o professor teria uma ação mediadora entre a Considerando este referencial, o trabalho do professor
formação do aluno na vida cotidiana onde ele se apropria, de será alienado quando seu sentido não corresponder ao
forma espontânea, da linguagem, dos objetos, dos usos e dos significado dado pelo conteúdo efetivo dessa atividade
costume, e a formação do aluno nas esferas não cotidianas da previsto socialmente, isto é, quando o sentido pessoal do
vida social, dando possibilidade de acesso a objetivações como trabalho separar-se de sua significação. Se o sentido do
ciência, arte, moral etc. (Duarte 1993) e possibilitando, ao trabalho docente atribuído pelo professor que o realiza for
mesmo tempo, a postura crítica do aluno. apenas o de garantir sua sobrevivência, trabalhando só pelo
A própria existência da escola, segundo Saviani (1991, p. salário e sem ter consciência de sua participação na produção
23), está voltada "para propiciar a aquisição dos instrumentos das objetivações na perspectiva da genericidade, haverá a
que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência), bem cisão com o significado fixado socialmente. Esse significado é
como o próprio acesso aos rudimentos desse saber". entendido como função mediadora entre o aluno e os
Ao possibilitar acesso às objetivações das esferas não instrumentos culturais que serão apropriados, visando
cotidianas, a prática pedagógica estará contribuindo para a ampliar e sistematizar a compreensão da realidade, e
apropriação de sistemas de referência que permitem ampliar possibilitar objetivações em esferas não cotidianas. Nesse
as oportunidades de o aluno objetivar-se em níveis superiores, caso, o trabalho alienado do docente pode descaracterizar a
não só satisfazendo necessidades já identificadas e postas pelo prática educativa escolar.
desenvolvimento efetivo da criança, como produzindo novas Vimos que a natureza do trabalho docente não tem
necessidades de outro tipo e considerando o desenvolvimento possibilitado uma maior objetivação do processo de trabalho,
potencial, ou seja, as ações pedagógicas que estimulam e deixando margem para a autonomia do professor. Para
dirigem o processo de desenvolvimento da criança. "O único exercer essa autonomia, as condições subjetivas - formação,
bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento". incluindo a apropriação do significado de seu trabalho -

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apresentam-se como fundamentais. No caso da alienação do então, a ruptura entre significado e sentido do trabalho
trabalho do professor, sua atividade não concorrerá para seu docente.
enriquecimento subjetivo, para a "condução da vida"3 através
de relações conscientes do indivíduo com a genericidade, isto Fazendo uma analogia, uma releitura dos resultados das
é, realizará uma atividade "constritiva, externa" (Márkus pesquisas sobre o "bom" professor considerados sob a ótica do
1974), que não desenvolve novas capacidades, não cria significado e sentido do trabalho docente, poderíamos afirmar
necessidades de outro nível, não aprimora seus que os professores bem-sucedidos são aqueles que conseguem
conhecimentos e não se auto realiza. Haverá, então, integrar significado e sentido. São professores com uma
comprometimento da apropriação e da objetivação dos alunos, formação adequada que inclui a compreensão do significado
ou seja, da qualidade do ensino. de seu trabalho e que, encontrando melhores condições
objetivas ou lutando muito por elas, e, em alguns casos,
Na sociedade capitalista, onde as relações sociais são de contando com apoio institucional, concretizam uma prática
dominação, a alienação está presente em maior ou menor grau, pedagógica mais eficiente e menos alienante.
mas, como afirma Márkus (1974), nunca como tendência Procuramos mostrar que a articulação dialética entre as
absoluta que aniquila toda a autonomia dos indivíduos. Logo, condições subjetivas e as condições objetivas, expressa pelas
a realização de práticas sociais que superem em vários graus a categorias significado e sentido, apresenta-se como um
alienação é uma possibilidade dependente de uma busca caminho para a compreensão do trabalho docente. Essa
constante e conflituosa na nossa sociedade. É a busca da compreensão pode permitir o delineamento de possíveis
relação consciente com as objetivações produzidas intervenções, visando a reformulação da prática do professor
socialmente, mediadas pelas circunstâncias ou condições e de sua formação inicial e continuada.
efetivas de vida de cada indivíduo. Assim, as práticas sociais
que superem em algum grau a alienação, aí incluindo o Quais seriam as possíveis intervenções?
trabalho docente, não dependem apenas das condições
subjetivas, identificadas aqui pela formação do professor que Nossa atuação, como profissionais preocupados com a
abrange a compreensão dos objetivos de sua ação de ensinar. formação inicial e continuada de professores, deveria
Dependem, também, das circunstâncias ou condições efetivas privilegiar, de um lado, a construção de novas relações de
de trabalho que fazem a mediação desta busca de relações trabalho na escola, possibilitando o enfrentamento coletivo
mais conscientes. das condições objetivas e subjetivas que obstaculizam o
O que incita, motiva o professor a realizar seu trabalho? aprendizado escolar. De outro, o aprofundamento
Este motivo não é totalmente subjetivo (interesse, vocação, teóricometodológico que favoreça a criação, pelos membros
amor pelas crianças etc.), mas relacionado à necessidade real da equipe escolar, de novas relações entre teoria e prática,
instigadora da ação do professor, captada por sua consciência valorizando a experiência de cada professor, partindo de
e ligada às condições materiais ou objetivas em que a atividade problemas identificados na prática cotidiana da sala de aula e
se efetiva. Essas condições referem-se aos recursos físicos das possibilitando a ampliação do conhecimento através de estudo
escolas, aos materiais didáticos, à organização da escola em e reflexão, na busca coletiva de novos fundamentos para a
termos de planejamento, gestão e possibilidades de trocas de prática. Estes são os objetivos centrais de uma pesquisa de
experiência, estudo coletivo, à duração da jornada de trabalho, intervenção que ora iniciamos.
ao tipo de contrato de trabalho, ao salário etc. Quando essas
condições objetivas de trabalho não permitem que o professor
se realize como gênero humano, aprimorando-se e
desenvolvendo novas capacidades, conduzindo com Educação popular,
autonomia suas ações, criando necessidades de outro nível e movimentos sociais e
possibilitando satisfazê-las, ou seja, "que, portanto, ele não se minorias sociais.
afirma, mas se nega em seu trabalho, que não se sente bem,
mas infeliz, que não desenvolve energia mental e física livre,
mas mortifica a sua physis e arruína a sua mente" (Marx 1984),
A Educação Popular é um método de educação que valoriza
este trabalho é realizado na situação de alienação.
os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na
construção de novos saberes. Está implicada com o
As condições objetivas de trabalho do professor,
desenvolvimento de um olhar crítico, que facilita o
levantadas e analisadas por mim em pesquisa com professores
desenvolvimento da comunidade que o educando está
de história de uma delegacia de ensino do oeste paulista e
inserido, pois estimula o diálogo e participação comunitária,
confirmadas por outros estudos e pesquisas, são percebidas
possibilitando uma melhor leitura de realidade social, política
como limitadoras, mas nem sempre de forma clara, tanto que,
e econômica. Não é “Educação Informal” porque visa a
muitas vezes, a situação é traduzida como frustrante,
formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã
desanimadora. Ganhando mal, com uma jornada de trabalho
e a organização do trabalho político para afirmação do sujeito.
extensa, não deixando tempo disponível para a preparação de
É uma estratégia de construção da participação popular para o
aula, a correção de trabalhos e a atualização, poucas
redirecionamento da vida social. A principal característica da
oportunidades de discussão coletiva para solucionar
Educação Popular é utilizar o saber da comunidade como
problemas do cotidiano escolar, como o professor pode
matéria prima para o ensino, valorizando todos os sujeitos
desenvolver um trabalho que tenha interesse para ele próprio
sociais nesse processo, tornando esse espaço de educação um
e para o aluno? Os professores estão, muitas vezes, realizando
lugar de afetos alegres e amorosidade. É aprender a partir do
uma prática alienante, comprometendo, assim, a qualidade do
conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas
ensino.
geradores do cotidiano dele, reconhecendo a importância do
Alienante porque o trabalho resumido a repetir conteúdos
saber popular e o saber científico. A Educação é vista como ato
imutáveis embota o professor. A reprodução mecânica da
de conhecimento e transformação social, tendo um certo
atividade docente não permite a ampliação das possibilidades
cunho político. O resultado desse tipo de educação é observado
de crescer como professor e ser humano. Alienante porque o
quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse.
motivo pelo qual o professor realiza aquelas operações
A educação popular pode ser aplicada em qualquer contexto,
mecânicas tem sido, apenas, o de garantir a sobrevivência, não
mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos
correspondendo ao significado fixado socialmente. Temos,

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rurais, em instituições socioeducativas, em aldeias indígenas e Esse tipo de educação mantém os alunos numa posição
no ensino de jovens e adultos, processos educativos no SUS. passiva no processo educativo, como meros objetos. Os
sujeitos ativos são os professores, os que sabem, transferindo
EDUCAÇÃO POPULAR NA INFÂNCIA11 conhecimento para aqueles que não sabem, os alunos. A
posição passiva imposta, diz Freire (1987), ao invés de
Ser e portar-se como educador popular é escolher um lado, transformar, tendem a adaptar os educandos a verdade
o lado do oprimido. A pedagogia de Paulo Freire é, antes, dos parcelar do saber do professor.
oprimidos e não para eles. No início da “Pedagogia do Partindo desse diagnóstico, a proposta da educação
Oprimido”, Paulo Freire já coloca sua opção pelos “esfarrapados popular, como proposta de uma educação emancipadora,
do mundo e aos que neles se descobrem e, assim descobrindo-se, coloca a centralidade do processo de aprendizagem no
com eles sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam”. (FREIRE, educando, tornando-o sujeito ativo, em diálogo, entre
1987) educador e educando. Pois, o ato de conhecer e desvelar o
Essa opção pelos oprimidos se ocorre, pois está mundo é um processo individual, mas que não isento,
preocupado com a superação de opressão que vivem homens, separado e distante outros indivíduos. Nessa relação, no
mulheres e crianças dentro da sociedade. Opressão em vários encontro entre homens, mulheres e crianças mediados pela
níveis, material e subjetivo, mas que se concretiza na realidade, pela suas experiências, que acontece o diálogo.
exploração de uma classe sobre outra. A educação popular não concebe forma alguma de
Contudo, essa opção por um lado, ainda que Paulo Freire pronunciar o mundo pelo outro. O educador popular não
deixe explícito em seus escritos, parece ter sido silenciado. pronuncia o mundo pelo oprimido. Antes é o oprimido capaz
Seus escritos fizeram de Paulo Freire o grande educador, ou de libertar-se do opressor. O educador popular se coloca como
filósofo da educação do Brasil, além de conhecido como o mediador de um processo de autodesvelamento do mundo.
criador de um excelente método de alfabetização. Seu discurso
foi sendo absorvido e utilizado por todos os cantos, de diversas Neste processo o educando e a educanda se tornam
maneiras possíveis. Foi se transformando em consenso, como sujeitos do processo educativo, sendo capazes de
diz Roberto Efrem Filho (20013). problematizar seu lugar no mundo. Se tornam sujeitos a partir
Enquanto consenso, diz Filho (2013), sua obra foi de uma relação educador/educando como iguais, de
fragmentada e descontextualizada historicamente. O discurso humildade, quando se identificam, educadores e educandos,
hegemônico e consensual apaga a posição política de Freire, como sujeitos inacabados, em permanente mudança, ou seja,
dissolvendo o conflito de classe e silenciando a opção pelos “para Freire o ser humano é inacabado, portanto, aberto; um
oprimidos. Porém, Paulo Freire não cessa de deixar clara sua ser de desejo; um ser social e político que se constrói nas
opção, que para ele “parece fundamental, neste exercício relações com os outros seres humanos; um ser singular que
[refletir criticamente sobre Educação], deixar claro, desde o cria sua peculiar maneira de ser, embora faça parte, com os
início, que não pode existir uma prática educativa neutra, outros, da mesma espécie humana; um ser que tem uma
descomprometida, apolítica. A diretividade da prática história, se constrói na história e constrói história; um ser que
educativa que a faz transbordar sempre de si mesma e interpreta o mundo; um ser que se empenha em atribuir
perseguir um certo fim, um sonho, uma utopia, não permite sentido às experiências que vive; que age no mundo; que
sua neutralidade” (FREIRE, 1993). precisa aprender para construir a sua maneira de ser.”
Aproximamos, então, a Educação Popular a uma filosofia
da educação de práxis libertadora, da emancipação dos Esse caminho da aprendizagem, é, para Garcia (2007) “um
sujeitos. Popular se refere, dessa maneira, para além do saber caminho que não se consegue trilhar sozinho, é o descortinar
do povo ou educação para o povo, estar do lado e ao lado do de um processo em que a relação com o outro é extremamente
povo no processo de emancipação dos sujeitos oprimidos, pois importante. Este outro que pode ser o professor, o colega, os
“aí está a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos – livros, as situações de vida cotidianas com tudo o que ela
libertar-se a si e aos opressores. Estes, que oprimem, exploram comporta; eles se constituem nos interlocutores que instigam,
e violentam, em razão de seu poder, não podem ter, neste desafiam, criam obstáculos e alimentam o gosto e o prazer de
poder, a força de libertação dos oprimidos nem de si mesmos. querer estudar, pesquisar, encontrar respostas.”
Só o poder que nasça da debilidade dos oprimidos será As situações de vida concretas dos educandos, suas
suficientemente forte para libertar a ambos.” (FREIRE, 1987) experiências, é de onde parte a análise das relações sociais, que
da sua forma aparente se busca a complexidade de sua
A escolha de aliar-se aos oprimidos, torna a educação essência. A educação popular parece ser essa pedagogia das
popular de mais do que mera metodologia de alfabetização, relações concretas, desse saber do mundo vivido, dessa
como coloca Olgair Gomes Garcia (2007). Para Filho (2013), a experiência marcada no corpo e na alma, mas que enquanto
descontextualização de seus escritos cria um Paulo Freire que situação de opressão não se libertam da sua forma aparente.
se molda a qualquer contexto e para qualquer fim, visto assim
só como um método eficiente de alfabetização. As experiências de vida, suas vivências, seu contexto e
A confusão da Educação Popular como só uma metodologia condições concretas de atuar no mundo, como vimos, são
acontece porque, as práticas da educação bancária são pressupostos da educação popular. Ainda que Paulo Freire
opressoras, necessitando, a partir da análise e crítica, tenha esclarecido a sua escolha pela educação de adultos, esses
modificar também o método dessa educação tradicional pressupostos nos auxiliam a pensar a aproximação da
bancária. educação popular com crianças, se partimos da premissa das
Paulo Freire analisa e critica a chamada educação bancária, crianças como atores sociais, protagonistas do seu processo no
em seu livro “Pedagogia do Oprimido”, onde se propõe a mundo, a partir das suas condições materiais de existência.
desvelar os mecanismos da educação vigente em nossa Enxergamos, assim, as crianças como educandos da educação
sociedade. Diz que ela opera como se fosse um banco, ou seja, popular, pequenos sujeitos no mundo.
o professor transfere, deposita, conhecimento nos alunos, Dessa forma, Para Martins, Takacs, Nascimento e Victor
tomados como não sabedores, como tábula rasa, como se (2013), “é inaceitável segundo os postulados freireanos,
fossem conta vazia de um banco. conceber e olhar para as crianças como se as mesmas fossem

11 FREITAS, F. A. de. Educação popular e educação infantil: uma possível coloquio/paper/viewFile/283/112


aproximação através das cirandas infantis do MST. Disponível em:
http://coloquio.paulofreire.org.br/participacao/index.php/coloquio/viii-

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seres desprovidos de conhecimentos, como se as experiências objeto social e sim uma lente por intermédio da qual
e as vivências que elas trazem para o convívio escolar possam problemas mais gerais podem ser abordados.
ser neutralizadas pela voz adultocêntrica dos professores (…) A influência dos movimentos sociais vai muito além dos
enfim é o rompimento da ação adultocêntrica rumo a uma efeitos políticos produzidos por eles, pois suas ações
práxis que implica na ação reflexiva que dialoga com o determinam a modificação de comportamentos e de regras por
potencial transformador de pessoas, em especial, das crianças parte do sistema político. E, além do mais, há uma dimensão
numa relação horizontal de troca de saberes impulsionados simbólica muito mais complexa sobre a qual os movimentos
pela amorosidade na transformação do mundo, é considerar a sociais exercem grande impacto que é a transformação social.
criança, em seu período de infância, como verdadeira Hoje, a partir dessas novas mobilizações, os cidadãos e as
potencializadora no processo de construção de saberes.” sociedades conjugam a gramática da igualdade de gênero,
Essa educação bancária, que coloniza e homogeniza o preocupações ecológicas, conservação do meio ambiente,
saber do educando, e nesse caso das crianças, e que coloca os direitos dos nascituros, impensáveis antes da emergência de
adultos como sabedores e crianças como seres passivos, movimentos sociais com essas novas agendas.
parece eliminar a potencialidade desse protagonismo da
infância e de aprender e construir com seus pares seu processo Para Correia, a sociedade civil serve-se dos movimentos
de aprendizagem. Diz Garcia (2007) sobre Freire, que a tônica sociais para conquistar direitos negados ou não
dessa educação bancária está em matar a possibilidade disponibilizados pelo Estado. É nesse contexto de carências, de
criativa, o espírito investigativo e a curiosidade nos exclusão e necessidades sociais, que se situam as práticas
educandos. cotidianas de movimentos sociais, que ainda com certas
limitações, são meios potencializadores de novas formas de se
Ao olhar para as Cirandas Infantis, como espaço fazer política, de participação social, de construção do
preocupado com essa infância oprimida e com os pequenos processo democrático e de transformação social. Presume-se
sujeitos inserido no processo de luta pela terra, a educação que os movimentos sociais são tentativas coletivas e
popular nos ajuda a compreender tal realidade e a atuar junto organizadas que têm a finalidade de buscar determinadas
aos pequenos sujeitos. O olhar, a prática e os princípios da mudanças ou até mesmo estipular a possibilidade de
educação popular se apresentam como possibilidade real, uma construção de uma nova ordem social.
vez que tomam a centralidade do processo no educando, nesse Na realidade histórica, os movimentos sociais sempre
caso nas crianças. O respeito às suas condições materiais de existiram e cremos que sempre existirão. Isto porque eles
existência, suas experiências e ao contexto dos sujeitos, representam forças sociais organizadas que aglutinam as
fortalecem a educação popular como pedagogia emancipatória pessoas não como força tarefa, de ordem numérica, mas como
que coloca a criança como protagonista desse espaço do campo de atividades e de experimentação social, e essas
ambiente educacional. atividades são fontes geradoras de criatividade e inovações
Dessa maneira, tomar a criança como protagonista do seu socioculturais.
processo de apreender o mundo, criadora de cultura, na
relação com outras crianças e entre elas e os adultos, nos Breve Contextualização dos Movimentos Sociais Brasileiros
levam a aproximar essa relação aos estudos da Sociologia da
Infância. Esse campo dos estudos da infância que critica a visão Por volta dos anos 60 e 70, se disseminam os movimentos
adultocêntrica em relação à criança, e se preocupa em populares e sociais no Brasil. Para Pinsky, “os movimentos
observar esse grupo social que produz cultura e que deve ser populares se caracterizaram por um alcance limitado a
respeitado como seres de direito e partícipes, como sujeitos questões localizadas na vida prática da comunidade”.
ativos, da sociedade. A força do movimento operário e dos movimentos
Se por um lado a Educação Popular visa romper com essa populares (como das classes dominantes) determina a
educação bancária, também adultocêntrica, colocando os estratégia dos grupos populares. “Se a conjuntura é favorável
educandos, nesse caso as crianças, em situação de sujeitos do à mobilização popular e expansão das lutas, a estratégia pode
processo de aprendizagem, levando em conta suas condições ser mais ofensiva, se o momento se apresenta desfavorável é
concretas de vida e suas experiências, por outro, a Sociologia marcado por uma retração da forças populares a estratégia é
da Infância rompe com a visão dependente e submissa das defensiva” (FALEIROS, 1985).
crianças perante os adultos, colocando a infância e as crianças A partir do final dos anos 1970, o movimento sindical e as
como elementos da estrutura social e produtoras de relações e organizações estudantis ganharam força. As greves dos
cultura, ou seja, evidencia o protagonismo da infância nessas metalúrgicos paralisaram as indústrias de São Paulo, logo
relações entre pares e entre crianças e adultos. acompanhadas por greves dos bancários. A crise do “milagre
econômico” foi o estopim desses movimentos, a luta contra a
Movimentos Sociais, Sociedade Civil e Transformação carestia balançou os alicerces da ditadura. Paralelamente,
Social no Brasil12 surgiram grupos ligados a questões específicas: mulheres,
povos indígenas, negros e homossexuais.
Os movimentos sociais vêm acompanhando os passos É na década de 1980 que os movimentos sociais vão incluir
democráticos de diversas nações, inclusive do Brasil, nas parcelas mais amplas da sociedade. Surgem os movimentos
últimas décadas, presentes constantemente em ecológicos, que transcendiam a divisão política entre direita e
acontecimentos históricos relevantes, principalmente no esquerda e, também, o movimento em defesa dos direitos do
âmbito das conquistas sociais. Na verdade, consistem num consumidor. Já na década de 90, surge no Brasil, um tipo de
mecanismo que os cidadãos utilizam para reivindicar e ver organização inexistente até então, as organizações não-
reconhecidos seus interesses e anseios coletivos. governamentais (ONGs) para designar as entidades da
Avritzer afirma que “os movimentos sociais constituem sociedade civil, em referência a todo movimento de cunho
aquela parte da realidade social na qual as relações sociais social.
ainda não estão cristalizadas em estruturas sociais, onde a A questão do protagonismo dos movimentos sociais no
ação é a portadora imediata da tessitura relacional da Brasil, a partir dos anos 1990, começa a perder visibilidade
sociedade e do seu sentido”. Eles não constituem um simples política no cenário urbano. A partir disso, referem-se três

12 Texto adaptado de AZEVEDO, D. A. de. Movimentos Sociais, Sociedade

Civil e Transformação Social no Brasil.

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momentos: 1990-1995; 1995 a 2000; e do início deste novo Em face disso, explicita-se a capacidade de mobilização,
século até os dias atuais, que diagnosticam uma crise dos participação e conscientização política da sociedade civil,
movimentos sociais populares urbanos, nos primeiros cinco configurada numa importante referência ao aprimoramento e
anos dos anos 1990, no sentido de que reduziram parte de seu reafirmação do Estado Democrático de Direito.
poder de pressão direta que haviam conquistado nos anos Tal como evidenciado no debate internacional, Duriguetto
1980. Nesse momento, o país saía de uma etapa de conquista sustenta que a categoria sociedade civil foi comumente
dos direitos constitucionais, os quais necessitavam ser empregada no contexto brasileiro a partir do final da década
regulamentados. Ao mesmo tempo, o governo federal, passou de 1970, para expressar a reativação do movimento sindical e
a implementar ou a aprofundar, em todos os níveis, as políticas a ação dos chamados “novos movimentos sociais”, que
neoliberais, as quais geraram desemprego, aumento da passaram a dinamizar processos de mobilização de defesa,
pobreza e da violência urbana e rural (GOHN, 2005). conquista e ampliação de direitos civis, políticos, sociais e
trabalhistas.
O Estado, diante de tal realidade, fecha as portas da
negociação porque as concessões solicitadas não são Ainda, a autora refere à emergência de várias iniciativas de
aceitáveis ao estado de acumulação de capital que ele visa. parceria entre a sociedade civil organizada e o poder público,
Essa estratégia pode retirar a legitimidade da classe no poder impulsionadas por políticas estatais, como a experiência do
se ela defende (discurso) a democracia e a participação. O Orçamento Participativo, no Rio Grande do Sul, em Porto
Estado se vê então colocado numa situação de defesa clara da Alegre. Com o Orçamento Participativo, o próprio Estado
acumulação do capital ou de sua legitimidade (FALEIROS, evolui gradativamente, começando a perceber a importância
1985). da participação popular nas decisões políticas e sociais.
Nesse âmbito também começa a se falar em crise dos Em nível de Brasil, as práticas de deliberação participativa
“movimentos sociais urbanos”, esta não representava o seu estiveram, desde o seu início, ligadas à visibilidade política dos
desaparecimento nem o seu enfraquecimento enquanto atores novos movimentos sociais e à redefinição de práticas do
sociopolíticos, mas sim uma rearticulação interna e externa de movimento operário nas décadas de 1970 e 1980. Elas foram
seu papel na sociedade. As transformações no contexto entendidas através de uma renovada teoria do conflito social
político levam também a emergência, ou ao fortalecimento, de que apontava para formas de participação popular e lutas
outros atores sociais, como as ONGs e outras entidades do plurais demandantes de representação autônoma no processo
terceiro setor. Assim, os movimentos populares passam a ser de bens públicos e formulação de políticas públicas.
aliados ou até mesmo disputar com As novas democracias devem se transformar em novos
movimentos sociais, no sentido que o estado deve se
Apesar do enfraquecimento dos movimentos sociais e da transformar em um local de experimentação distributiva e
rearticulação do papel destes na sociedade, é imprescindível cultural. É na originalidade das novas formas de
considerarmos a sua grande relevância no processo experimentação institucional que podem estar os potenciais
democrático brasileiro, mediante sua atuação voltada a emancipatórios ainda presentes nas sociedades
reivindicação dos direitos, até então, não disponibilizados aos contemporâneas (SANTOS).
cidadãos. Desta forma, as lutas desencadeadas na sociedade
civil, são absolutamente essenciais num processo de efetiva É possível assinalar que os novos movimentos sociais
transformação social, a caminho da emancipação humana. contemplam uma identidade em função da defesa de seu
projeto societário. Identidade esta, de caráter coletivo,
A Emergência da Sociedade Civil no Brasil construída dentro do grupo num processo de inter-relações
que vem impondo desafios para pensar a relação do sujeito
Em relação a trajetória histórica da sociedade civil no com as instituições existentes.
Brasil, situa-se, aqui, apenas as três últimas décadas do século O século XX foi efetivamente um século de intensa disputa
XX, onde se acentua o fortalecimento desta categoria no em torno da questão democrática. Para Santos (2002), haveria,
movimento de redemocratização. Mas não se pode negar a portanto, uma tensão entre capitalismo e democracia, tensão
organização anterior desta no decorrer da história brasileira. essa que, uma vez resolvida a favor da democracia, colocaria
Ao contextualizar-se a emergência da sociedade civil, limites à propriedade e implicaria em ganhos distributivos
Avritzer introduz que o surgimento de novos atores sociais no para os setores sociais desfavorecidos. Aos marxistas, por seu
processo de construção da sociedade civil no Brasil se associa lado, entendiam que essa solução exigia a descaracterização
ao rápido processo de modernização ao qual está ligado o total da democracia, uma vez que nas sociedades capitalistas
autoritarismo brasileiro. Contudo, é possível localizar a não era possível democratizar a relação fundamental em que
emergência da sociedade civil brasileira no período final do se assentava a produção material, a relação entre o capital e o
regime autoritário e início da redemocratização do país. trabalho. Daí que no âmbito desse debate, se discutissem
Entende-se, que desde o seu surgimento a sociedade civil modelos de democracia alternativos ao modelo liberal, entre
contribui para a construção do processo democrático eles: a democracia participativa.
brasileiro, por meio de organizações sociais, lutas, associações, É possível mostrar que os atores que implantaram as
movimentos, etc, constantemente, buscando o experiências de democracia participativa colocaram em
reconhecimento de seu projeto societário numa realidade questão uma identidade que lhes fora atribuída externamente
contraditória pelo desenvolvimento do capital e, ao mesmo por um Estado colonial (Estado autoritário e discriminador).
tempo, pelo desenvolvimento da cidadania. Caracterizando-se pela reivindicação de direitos de moradia,
Os novos atores que emergiram na cena política direitos à bens públicos distribuídos localmente, direitos de
necessitam de espaços na sociedade civil – instituições participação, de reconhecimento das diferenças, implicam, de
próprias, para participarem de novos pactos políticos que certo modo, questionar uma gramática social e estatal de
redirecionam o modelo político vigente. O saudoso Betinho já exclusão e propor, como alternativa, uma outra mais inclusiva.
nos dizia: “a sociedade civil tem um papel central, o poder está
na sociedade civil, não no Estado. O Estado é instrumento” É no âmbito do projeto democrático que se põe
(SOUZA 2005). efetivamente a questão da sociedade civil. Para Nogueira, isso
quer dizer que precisamos de uma perspectiva que não só
valorize a sociedade civil e celebre seu crescente
protagonismo, mas também colabore para politizá-la,

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libertando-a das amarras reducionistas dos interesses clarificados, apresentar um conector entre políticas públicas e
particulares, aproximando-a do universo mais rico e generoso a efetivação do conceito de dignidade.
dos interesses gerais, da hegemonia, em uma palavra, do O conceito de minoria demonstra que esse grupo não está
Estado. vinculado a questão de quantidade, mas sim de qualidade, pois
Ao longo do processo de reprodução do capitalismo, a as minorias sociais, geralmente, não são minorias numéricas.
sociedade civil ganhou corpo graças a uma modernização que Portanto, a questão das minorias está diretamente ligada a não
se afirmou, de modo muito agressivo, uma multidão de dominância e a situação de vulnerabilidade em que se
interesses particulares. A sociedade civil cresceu à base desse encontram. As minorias, tanto étnicas quanto sociais, estão à
processo e viu-se confrontada com os mais diversos estímulos margem da sociedade, excluídas, não obtendo as mesmas
tendentes a separá-la da política, a entregá-la a valores mais garantias que os demais grupos e assim não atingem de forma
individualistas que solidários, mais competitivos que plena o status esperado de dignidade. A dignidade humana,
cooperativos. Percebe-se que o conjunto das mudanças afetou como princípio constitucional, fundamento da República e um
comportamentos e expectativas políticas, forçando a abertura direito inerente a toda e qualquer pessoa humana, é particular
de espaços para a vocalização de novos interesses, a todo ser humano, sendo uma qualidade intrínseca e tida
transformou os padrões de participação e de competição como um valor até mesmo supra constitucional, o que garante
eleitoral. a sua necessária observação e garantia.
Compreende-se que a sociabilidade está mais complexa e o A efetivação de tal direito, poderia se dar a partir da
Estado passou a falhar em seu desempenho, é inevitável que se implementação de políticas de inclusão que viriam a favorecer
projete uma situação na qual os espaços sociais sejam os mais vulneráveis e expostos à violação de sua dignidade,
radicalmente valorizados. Para o autor citado acima, tudo leva mais especificamente aqueles grupos que compõe as minorias
a crer que o Estado não terá como voltar a desempenhar os étnicas e sociais do Estado. Assim sendo, o conceito de
mesmos papéis que desempenhou antes, mas ao mesmo políticas públicas busca demonstrar alternativas aos desafios
tempo não é razoável imaginar que aqueles que pretendam postos para efetivar a dignidade. Diante deste cenário, as
dirigir o futuro consigam avançar se se puserem fora do Estado políticas públicas tornam-se um meio, a partir do momento em
ou sem um Estado. que a implementação de programas, ações e atividades
Diante disso, torna-se relevante mencionar que as últimas desenvolvidas pelo Estado, de forma direta ou indireta,
duas décadas do século XX, marcam o avanço da possuem o objetivo central de garantir determinados direitos
democratização e da progressiva valorização da democracia de maneira difusa ou concentrada à um determinado grupo
participativa na sociedade brasileira. Para o ideal social e/ou étnico.
desenvolvimentista, a resolução dos problemas sociais ou o As políticas públicas não devem ser reduzidas a políticas
combate à inflação requereriam bem mais autoridade e estatais e devem ser compreendidas “[...] como as de
centralização decisória do que democracia. Antes, a convicção responsabilidade do Estado – quanto à implementação e
era a de que processos participativos ou, mais genericamente, manutenção a partir de um processo de tomada de decisões
mecanismos de consulta popular, negociação e formação que envolvem órgãos públicos e diferentes organismos e
ampliada de consensos, agiriam “contra” o crescimento agentes da sociedade relacionados à política implementada.”
econômico, na medida em que dificultariam a tomada rápida (HÖFLING, 2014) e “[...] devem ter como objetivo a justiça
de decisões e, com isso, prolongariam indevidamente o tempo social de fato, uma vez que derivam de ações governamentais
de formulação e de implementação de políticas. Pouco a pouco, voltadas à concretização de direitos que realmente incluam e
a opinião prevalecente foi-se deslocando para o lado oposto, que sejam baseados na fraternidade e no pacto entre iguais.”
com o correspondente reconhecimento de que a participação (STURZA & TERRA 2009). Portanto, políticas públicas é o
não somente conteria um valor em si, como também seria Estado desenvolvendo e implantando através de programas
particularmente relevante no fornecimento de um projeto de governo com ações voltadas às minorias
sustentabilidade às políticas públicas. (HÖFLIN, 2001).
É importante mencionar, que no caso brasileiro, os
autores citados mostram que a motivação pela participação é Partindo do entendimento de que política pública é uma
parte de uma herança comum do processo de democratização ação do Estado dentro de um processo coordenado de ação
que levou atores sociais democráticos, oriundos, administrativa voltada a satisfazer os direitos básicos de todas
especialmente do movimento comunitário, a disputarem o as pessoas, a fim de garantir e defender a dignidade humana,
significado do termo participação, a partir da abertura de esta, por óbvio, enfrenta alguns desafios para sua
espaços reais de participação pela sociedade política, dando implementação, como a dissociação que se faz entre
ênfase a deliberação em nível local. elaboração e implementação no processo de planejamento e a
A democracia participativa apenas pode produzir seus escassez dos recursos econômicos necessários para seu
desdobramentos ótimos se dispuser de cidadãos e de custeamento (OLIVEIRA, 2006). Por conseguinte, a
associações com disposição política para experenciar implementação de políticas públicas depende da associação de
dinâmicas coletivas e cooperativas. Pensada como recurso de dois fatores – planejamento de elaboração de planos, com
transformação social, somente pode avançar se seus cidadãos planejadores de visão, instrumentos técnicos e institucionais e
forem alcançados por processos fortes de educação política, de disponibilidade de recursos públicos, dependendo do
conscientização e de politização. comprometimento do Estado – sem os quais torna-se inviável
a efetivação de políticas públicas.
Minorias sociais13 No Brasil, o Governo Federal, principalmente nos últimos
anos, criou inúmeros programas sociais com o objetivo de
O texto analisa os desafios presentes na implementação de transformar o país, erradicando a miséria, promovendo a
políticas públicas para minorias e a sua necessidade enquanto inclusão social e combatendo as desigualdades. O Governo
um meio para a efetivação do conceito de dignidade. Faz-se Federal realizou um mapeamento entre os grupos envolvidos,
necessário, inicialmente, estabelecer um conceito de minoria, ou seja, entre todas as minorias para definir as prioridades e
de dignidade e de políticas públicas e, a partir de tais conceitos quais programas devem ser implementados. De acordo com
Programas do Governo (2014) os objetivos das políticas

13 FRIZZO, D.; ZEIFERT, A. P. B. Políticas públicas para minorias étnicas e


sociais.

Fundamentos da Educação 110


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sociais seriam resgatar a autoestima dos cidadãos regular, promovendo o atendimento às necessidades
pertencentes a classes vulneráveis, assim como produzir educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos
condições para viverem com maior dignidade. globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Com as políticas de inclusão das minorias toda a (B) constitui um paradigma educacional fundamentado na
sociedades seria de certa forma beneficiada, visto que a concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e
elevação das camadas menos privilegiadas propicia um diferença como valores indissociáveis, e que avança em
crescimento do país, contribuindo para o seu relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as
desenvolvimento. circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e
fora da escola.
O Brasil atualmente conta com uma extensa diversidade de (C) o atendimento educacional especializado tem como
políticas públicas – que na verdade são programas – estes função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos
programas, no dizer de Grigoleto (2010), “procuram chamar a e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
atenção em políticas públicas a fim de minimizar para participação dos alunos, considerando suas necessidades
extinguir as injustiças, as quais podem ser cometidas por ação específicas.
ou omissão.” Entre elas pode-se destacar no âmbito nacional: (D) tem como objetivo o acesso, a participação e a
Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Brasil sem Miséria, aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais
PROUNI, FIES, PRONATEC, Passe Livre para Pessoas com do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas
Deficiência e Plano Viver Sem Limite. escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para
promover respostas às necessidades educacionais especiais.
(E) para atuar na educação especial, o professor deve ter
como base da sua formação, inicial e continuada,
Questões. conhecimentos gerais para o exercício da docência, bem como
conhecimentos gerais da área.

05. (SEDUC-AM- Professor de Educação Especial-


01. (SEDUC/PI – Professor – NUCEPE/2013) A avaliação
Português- FGV/2014) De acordo com o documento “Política
da aprendizagem escolar é um elemento do processo de ensino
Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação
e de aprendizagem.
Inclusiva”, a respeito da formação do professor para atuar na
Dessa forma, a avaliação tanto serve para avaliar a
Educação Especial, assinale a afirmativa correta.
aprendizagem dos alunos quanto o ensino desenvolvido pelo
professor. Numa perspectiva emancipatória, que parte dos
(A) O professor deve ter, como base da sua formação,
princípios da autoavaliação e da formação, podemos afirmar
conhecimentos gerais para o exercício da docência, sem
que:
necessidade de conhecimentos específicos da área.
(A) os alunos também devem participar dos critérios que
(B) A formação não deve possibilitar a sua atuação no
servirão de base para a avaliação de sua aprendizagem.
atendimento educacional especializado.
(B) os professores devem utilizar a avaliação como um
(C) A formação deve aprofundar o caráter interativo e
mecanismo de seleção para o processo de ensino.
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular
(C) alunos e professores devem compartilhar dos mesmos
para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.
critérios que possam classificar as aprendizagens corretas.
(D) A formação não precisa contemplar conhecimentos de
(D) os alunos também devem registrar o processo de
gestão de sistema educacional inclusivo.
avaliação que servirá para disciplinar o espaço da sala de aula.
(E) A formação deve favorecer conhecimentos de gestão de
sistema educacional inclusivo, mas sem precisar considerar o
02. (TSE – Analista Judiciário – Pedagogia –
desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas.
CONSULPLAN/2014) Para Cipriano Carlos Luckesi (2000), a
avaliação é um ato amoroso e dialógico que envolve sujeitos e,
06. (SEDUC-AM- Professor de Educação Especial-
como tal, a primeira fase do processo de avaliação começa
FGV/2014) A respeito da formação de professores para a
com:
Educação Especial, assinale a afirmativa incorreta.
(A) o acolhimento do sujeito avaliado.
(B) a qualificação dos conhecimentos prévios.
(A) A proposta inclusiva envolve uma escola cujos
(C) o julgamento das aprendizagens avaliadas.
professores tenham um perfil compatível com os princípios
(D) o diagnóstico do perfil do sujeito.
educacionais humanistas.
(B) Os professores estão continuamente atualizando-se,
03. (Prefeitura de Montes Claros/MG – PEB I –
para conhecer cada vez mais de perto os seus alunos,
UNIMONTES/2013) De acordo com Luckesi, é importante
promover a interação entre as disciplinas escolares, reunir os
estar atento à função ontológica (constitutiva) da avaliação da
pais, a comunidade, a escola em que exercem suas funções, em
aprendizagem, que é de diagnóstico.
torno de um projeto educacional que estabeleceram juntos.
Dessa forma, a avaliação cria a base para a tomada de
(C) A formação continuada dos professores é, antes de
decisão. Articuladas com essa função básica estão, EXCETO:
tudo, uma auto formação, pois acontece no interior das escolas
(A) a função de motivar o crescimento.
e a partir do que eles estão buscando para aprimorar suas
(B) a função de propiciar a autocompreensão, tanto do
práticas.
educando quanto da família.
(D) As habilitações dos cursos de Pedagogia para formação
(C) a função de aprofundamento da aprendizagem.
de professores de alunos com deficiência ainda existem em
(D) a função de auxiliar a aprendizagem.
diversos estados brasileiros.
(E) A inclusão diz respeito a uma escola cujos professores
04. (Colegio Pedro II- Técnico em assuntos
tenham uma formação que se esgota na graduação ou nos
educacionais- AOCP/2013) De acordo com a Política
cursos de pós-graduação em que se diplomaram.
Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação
Inclusiva, NÃO podemos afirmar que

(A) na perspectiva da educação inclusiva, a educação


especial passa a integrar a proposta pedagógica da escola

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07. (MF- Pedagogo-ESAF/2013) Considerando a Política 11. (CEFET/RJ- Pedagogo- CESGRANRIO/2014) A


Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação perspectiva da educação inclusiva traz como premissa a
Inclusiva, assinale a opção correta. prevalência de um único sistema educativo para todos, ou seja,
a inclusão de
(A) A transversalidade da educação especial é uma (A) todo e qualquer tipo de deficiência ou alta habilidade,
exigência da educação básica. na escola de educação especial.
(B) Não requer atendimento educacional especializado, (B) todas as crianças com deficiências mentais e físicas, na
pois o aluno deve inserir-se no contexto regular de ensino. escola de educação especial.
(C) Não tem condições de garantir a continuidade da (C) todas as crianças com deficiências ou necessidades
escolarização nos níveis mais elevados do ensino. educativas especiais, na escola regular.
(D) Requer a formação de professores para o atendimento (D) crianças surdas e cegas na escola de educação especial,
educacional especializado e demais profissionais da educação a partir do ensino obrigatório de Braille e da Língua de Sinais.
para a inclusão escolar. (E) crianças com necessidades educativas especiais, em
(E) Restringe a participação da família e da comunidade, turmas de educação especial da escola regular.
pois não possuem formação apropriada para lidar com as
demandas do aluno. 12. (SEDUC/AM- Professor de Educação Especial-
FGV/2014) A respeito da Política Nacional de Educação
08. (FNDE- Especialista em financiamento e execução Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, assinale V para
de programas e projetos educacionais- CESPE/2012) Com a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, julgue ( ) Na perspectiva da educação inclusiva, a educação
os próximos itens. especial passa a integrar a proposta pedagógica da escola
“A educação especial compreende a modalidade de regular, promovendo o atendimento às necessidades
educação oferecida preferencialmente na rede regular de educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos
ensino para educandos portadores de necessidades especiais”. globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
( ) Certo ( ) A educação especial direciona suas ações para o
( ) Errado atendimento às especificidades desses alunos no processo
educacional e, no âmbito de uma atuação mais ampla na escola,
09. (SEPLAG- MG- Pedagogia- IBFC/2013) A Educação orienta a organização de redes de apoio, a formação
Inclusiva não deve ser confundida como Educação Especial, continuada, a identificação de recursos, serviços e o
porém, a segunda esta inclusa na primeira. Em outras palavras, desenvolvimento de práticas colaborativas.
a Educação Inclusiva é a forma de: ( ) A atuação pedagógica deve ser direcionada a manter a
(A) Promover a aprendizagem e o desenvolvimento de situação de exclusão, reforçando a importância dos ambientes
todos. homogêneos para a promoção da aprendizagem de todos os
(B) Inclusão de jovens e adultos no ensino médio. alunos.
(C) Promover a aprendizagem de crianças somente na As afirmativas são, respectivamente,
educação infantil.
(D) Inclusão de crianças no ensino fundamental. (A) V, V e V.
(B) V, V e F.
10. (Prefeitura de São José dos Campos/SP- Professor (C) V, F e V.
I- VUNESP/2014) O grande avanço da educação nos últimos (D) F, F e V.
anos foi a construção de uma escola inclusiva que garanta o (E) F, V e F.
atendimento à diversidade humana. Nessa direção, a Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 13. (Prefeitura de São José dos Campos/SP- Professor
Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a I- VUNESP/2014) A Política Nacional de Educação Especial na
aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais Perspectiva da Educação Inclusiva orienta que a avaliação
especiais. Para alcance desses objetivos, os sistemas deverão pedagógica da educação inclusiva deve ser concebida como
garantir: processo dinâmico tanto em relação ao conhecimento prévio e
o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto em relação
(A) multidimensionalidade da educação especial no ensino às possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma
fundamental; atendimento psicológico e a continuidade da ação pedagógica
escolarização até o ensino médio. (A) cumulativa e somativa, recolhendo elementos que
(B) transversalidade da educação especial, comprovem a deficiência apresentada.
preferencialmente, no ensino fundamental; o atendimento (B) processual e formativa, prevalecendo os aspectos
psicológico e educacional especializado e a terminalidade qualitativos.
especial da escolaridade no ensino fundamental. (C) cumulativa e classificatória, prevalecendo os aspectos
(C) transversalidade da educação desde a educação infantil comparativos.
até o ensino superior; atendimento educacional especializado (D) processual e somativa, prevalecendo os aspectos
e continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do quantitativos.
ensino. (E) processual e classificatória, posicionando o aluno
(D) multidimensionalidade da educação especial; especial em relação ao seu desempenho.
atendimento psicológico e educacional e a continuidade da
escolarização até o nível superior. 14. (MPE/RO - ANALISTA JUDICIÁRIO – PEDAGOGIA –
(E) transversalidade da educação especial em todos os FUNCAB) As práticas do cotidiano escolar têm vários
níveis da educação; atendimento educacional e psicológico condicionantes políticos e sociais que configuram diferentes
especializado e continuidade da escolarização até o ensino concepções de homem e sociedade e, em consequência,
médio diferentes concepções de escola, aprendizagem, relação
professor/a– aluno/a, técnicas pedagógicas, entre outras.
Conforme Libâneo (1992), as tendências pedagógicas
classificam-se em duas grandes vertentes:

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(A) Pedagogia Liberal (tradicional, renovada não diretiva e do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
tecnicista) e Pedagogia Emancipatória (libertadora, renovada capacidade de cada um.
progressista, libertária e crítico-social dos conteúdos).
(B) Pedagogia Liberal (libertadora, libertária e crítico- É correto o que afirma em:
social dos conteúdos) e Pedagogia Progressista (tradicional, (A) I, II e III, apenas.
renovada progressista, renovada não diretiva e tecnicista). (B) I e IV, apenas.
(C) Pedagogia Liberal (tradicional, renovada progressista, (C) II, III e V, apenas.
renovada não diretiva e tecnicista) e Pedagogia Progressista (D) I, IV e V, apenas.
(libertadora, libertária e críticosocial dos conteúdos).
(D) Pedagogia Autoritária (tradicional, renovada 17. É correto afirmar, conforme artigo 24, inciso V da LDB,
progressista, renovada não diretiva e tecnicista) e Pedagogia que a verificação do rendimento escolar expressa uma ênfase
Capitalista (libertadora, libertária e críticosocial dos na
conteúdos). (A) classificação dos estudantes de acordo com suas notas.
(B) reprovação e aprovação nos diferentes níveis de
15. (SEDUC/RJ - PROFESSOR – MATEMÁTICA – CEPERJ) ensino.
Luckesi analisa diversas tendências pedagógicas e as (C) evasão e retenção dos estudantes nos diferentes anos
características da prática escolar a elas correspondentes. de escolaridade.
Nesse contexto, considere as observações abaixo, todas (D) promoção dos estudantes ao longo dos níveis de
relativas a uma determinada tendência pedagógica. ensino.
- Seu interesse imediato é o de produzir indivíduos
“competentes” para o mercado de trabalho, transmitindo 18. (TJ/GO- Analista Judiciário- Pedagogia- FGV/2014)
informações precisas, objetivas e rápidas. A educação escolar, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases
- Os conteúdos de ensino são as informações, princípios da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, é dever da
científicos, etc, estabelecidos e ordenados por especialistas família e do Estado.
numa sequência lógica e psicológica. Cabe ao Estado garantir, a partir da nova redação do Art.
- A tarefa inicial do professor é modelar respostas 4º da LDB instituída pela Lei nº 12.796, de 2013:
apropriadas aos objetivos instrucionais.
- O professor é apenas um elo entre a verdade científica e (A) educação básica obrigatória e gratuita dos seis aos
o aluno, devendo empregar o sistema instrucional previsto. quatorze anos de idade;
- Foi efetivamente introduzida no Brasil no final da década (B) educação infantil e ensino fundamental obrigatórios e
de 1960, com o objetivo de adequar o sistema educacional à gratuitos;
orientação político-econômica do regime militar então (C) ensino fundamental e ensino médio obrigatórios e
vigente. gratuitos;
Essas características permitem identificar que o autor se (D) educação básica obrigatória e gratuita a todos que
refere à: desejarem cursá-la;
(A) tendência progressista libertadora (E) educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos
(B) tendência liberal tradicional dezessete anos de idade.
(C) tendência progressista libertária
(D) tendência liberal tecnicista 19. (Prefeitura de Campo Verde/MT- Professor-
Ciências- Consulplan/2013) Com base na Lei de Diretrizes e
16. (SEAP/DF- Professor- IBFC/2013) De acordo com o Bases da Educação Nacional, LDB nº. 9394/96, em relação às
que disserta a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da escolas que oferecem a Educação Básica, analise:
Educação Brasileira (LDB), julgue os itens a seguir:
I. A LDB reconhece que a educação abrange os processos I. O calendário escolar deverá adequar-se às
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino, critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir
nos movimentos sociais e nas manifestações culturais. Por o número de horas letivas previsto em lei.
isso, a lei disserta, expressamente, que a educação escolar II. A carga horária mínima anual será de oitocentas horas
deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo
II. A educação básica é obrigatória e gratuita dos 6 anos aos trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames
17 anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola, finais, quando houver.
ensino fundamental e ensino médio. Sendo a educação infantil III. A classificação em qualquer série ou etapa pode ser
gratuita às crianças de até 6 anos de idade. III. O atendimento feita por promoção, para alunos que cursaram, com
ao educando é previsto, em todas as etapas da educação básica, aproveitamento, a série ou a fase anterior, na própria escola:
por meio de programas suplementares de material didático- por transferência, para candidatos procedentes de outras
escolar e alimentação. Transporte e assistência à saúde não escolas.
estão expressamente previstos na LDB 9394/96, sendo IV. O controle de frequência fica a cargo da escola,
deixados à lei ordinária. conforme o disposto no seu regimento e nas normas do
III. O atendimento ao educando é previsto, em todas as respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de
etapas da educação básica, por meio de programas setenta e cinco por cento do total de horas letivas para
suplementares de material didático-escolar e alimentação. aprovação.
Transporte e assistência à saúde não estão expressamente
previstos na LDB 9394/96, sendo deixados à lei ordinária. Estão corretas apenas as afirmativas:
IV. É garantida a vaga na escola pública de educação
infantil ou de ensino fundamental mais próxima da residência (A) I, II, III
a toda criança a partir do dia em que completar 4 anos de (B) I, III, IV
idade. (C) II, III, IV
V. É garantido acesso público e gratuito aos ensinos (D) I, II, IV
fundamental e médio para todos os que não os concluíram na (E) I, II, III, IV
idade própria, porém vedado acesso aos níveis mais elevados

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20. (TSE- Analista Judiciário- Pedagogia- (E) secretaria de educação básica do MEC, conforme o
Consulplan/2014) Segundo o art. 9º inciso IV da LDB disposto em regimento federal, e exigida a frequência mínima
9394/96, a incumbência de traçar um conjunto de diretrizes de oitenta e cinco por cento do total de horas letivas para
capaz de nortear os currículos e os seus conteúdos mínimos, aprovação.
reforçando a necessidade de se propiciar a todos a formação
básica comum é Respostas

(A) dos Municípios em colaboração com o Conselho 01. Resposta: A


Municipal de Educação. Construir o projeto político-pedagógico da escola numa
(B) da União em colaboração com os Estados, o Distrito perspectiva democrática/cidadã, com base, entre outros
Federal e os Municípios. princípios, na autonomia, é colocar a instituição e todos os seus
(C) dos Estados em colaboração com os Municípios. membros em permanente processo de autoavaliação,
(D) dos Conselhos de Educação em regime de colaboração exercitando a criticidade ética para, a partir do olhar crítico
com os Estados e a União. sobre o significado das ações de cada membro da comunidade
escolar e as práticas pedagógicas institucionais, ressignifica-
21. (SEDUC –AM- Pedagogo- FGV/2014) As opções a las de solidariedade e justiça, consolidando uma cultura de
seguir apresentam destaques da Lei nº 9394/96, à exceção de tomada de decisão coletiva: formativa e emancipadora. Saul,
uma. Assinale-a. na sua proposta sobre o paradigma da “avaliação
(A) Flexibilidade do currículo – permite a incorporação de emancipatória”, ressalta a questão da autonomia como
disciplinas considerando o contexto e a clientela. fundante dessa abordagem, ao mesmo tempo que, numa
(B) Educação Artística e Ensino Religioso – disciplinas perspectiva dialética, a avaliação emancipatória constrói
obrigatórias no Ensino Básico. caminhos para a autonomia na e da escola.
(C) Jornada escolar no Ensino Fundamental – pelo menos
quatro horas em sala de aula. 02. Resposta: A
(D) Educação Profissional – constitui um curso Luckesi destaca que o papel da avaliação é diagnosticar a
independente do Ensino Médio. situação da aprendizagem, tendo em vista subsidiar a tomada
(E) Educação organizada em dois níveis – Educação Básica de decisão para a melhoria da qualidade do desempenho do
e Educação Superior. educando. Nesse contexto, a avaliação, segundo o autor, é
processual e dinâmica. Na medida em que busca meios pelos
22. (IF-SP- Professor- Biologia- IF-SP/2015) Segundo a quais todos possam aprender o que é necessário para o
Lei nº 9394, de 1996, a respeito do tema “diplomas", é próprio desenvolvimento, é inclusiva. Sendo inclusiva é, antes
incorreto afirmar que: de tudo, um ato democrático. O autor é enfático ao afirmar que
(A) Os diplomas de cursos de educação profissional técnica o ato de avaliar, uma vez que está a serviço da obtenção do
de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e melhor resultado possível, implica a disposição de acolher a
habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação realidade como ela é, seja satisfatória ou insatisfatória,
superior. agradável ou desagradável. A disposição para acolher é, pois, o
(B) Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, ponto de partida para qualquer prática de avaliação.
quando registrados, terão validade nacional como prova da Nesse cenário, a avaliação da aprendizagem escolar é
formação recebida por seu titular. compreendida como um ato amoroso, “O ato amoroso é aquele
(C) Os diplomas de graduação expedidos por que acolhe a situação, na sua verdade (como ela é)”, é um
universidades estrangeiras serão revalidados por estado psicológico oposto ao estado de exclusão.
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e Como afirma Hoffmann, “a avaliação é uma reflexão
área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais permanente sobre a realidade, e acompanhamento, passo a
de reciprocidade ou equiparação. passo, do educando, na sua trajetória de construção de
(D) Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos conhecimento”. Dessa forma, o avaliador, por ser avaliador,
por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos não se assusta com a realidade, mas a observa atentamente;
por universidades que possuam cursos de pós-graduação não a julga (aprova/reprova), mas se abre para observá-la,
reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e buscando conhecer essa realidade como verdadeiramente é, e,
em nível equivalente ou superior. a partir dela, criar estratégias de superação dos limites e
(E) Os diplomas expedidos pelas universidades e aqueles ampliação das possibilidades, com vistas à garantia da
conferidos por instituições não-universitárias serão aprendizagem.
registrados pelo Conselho Nacional de Educação.
03. Resposta: B
23. (INSS- Analista Pedagogia- FUNRIO/2014) Segundo Segundo Luckesi, a avaliação da aprendizagem deverá ter
o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional como premissa a função ontológica (constitutiva), pois busca
9394 de 1996, em seu inciso VI, o controle de frequência dos resoluções para as decisões e não um julgamento definitivo. O
alunos ficará a cargo da ato de avaliar, por sua constituição mesma, não se destina a um
(A) secretaria de ensino municipal, conforme o disposto no julgamento “definitivo” sobre alguma coisa, pessoa ou
seu regimento, e exigida a frequência mínima de setenta e situação, pois não é um ato seletivo. A avaliação se destina ao
cinco por cento do total de horas letivas para aprovação. diagnóstico e, por isso mesmo, à inclusão; destina-se a
(B) secretaria de ensino estadual, conforme o disposto no melhoria do ciclo da vida. Deste modo, por si, é um ato
seu regulamento, e exigida a frequência mínima de setenta e amoroso. Infelizmente, por nossas experiências histórico-
cinco por cento do total de horas letivas para aprovação. sociais e pessoais, temos dificuldades em assim compreendê-
(C) escola, conforme o disposto no seu regimento e nas la e praticá-la.
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência
mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas 04. E
para aprovação. 05. C
(D) escola, conforme o disposto no seu regimento, e exigida 06. E
a frequência mínima de oitenta e cinco por cento do total de 07. D
horas letivas para aprovação.

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08. Certo 17. . Resposta: D


As necessidades especiais engloba: deficiência, A ênfase é na promoção dos alunos ao longo dos níveis de
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou ensino de acordo com a verificação da aprendizagem,
superdotação. possibilitando o avanço nos cursos e nas series mediante a
LDB Art. 58. Entende-se por educação especial, para os verificação do aprendizado adquirido.
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos 18. Resposta: E
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública
altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº será efetivado mediante a garantia de:
12.796, de 2013) I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
aos 17 (dezessete) anos de idade.
09. A
10. C 19. Resposta: D
11. C Errada: III. A classificação em qualquer série ou etapa
12. B (exceto a primeira do ensino fundamental) pode ser feita
13. B por promoção, para alunos que cursaram, com
aproveitamento, a série ou a fase anterior, na própria escola:
14. Resposta: C por transferência, para candidatos procedentes de outras
A pedagogia liberal acredita que a escola tem a função de escolas.
preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais,
baseadas nas aptidões individuais. Dessa forma, o indivíduo 20. Resposta: B
deve adaptar-se aos valores e normas da sociedade de classe, De acordo com a referida Lei, a União com a colaboração
desenvolvendo sua cultura individual. Com isso as diferenças com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem
entre as classes sociais não são consideradas, já que, a escola traçar um conjunto de diretrizes capaz de nortear os
não leva em consideração as desigualdades sociais. Já as currículos e os seus conteúdos mínimos, reforçando a
tendências pedagógicas progressistas analisam de forma necessidade de se propiciar a todos a formação básica comum,
critica as realidades sociais, cuja educação possibilita a ou seja, para elaboração das diretrizes que devem nortear os
compreensão da realidade histórico-social, explicando o papel currículos a União junto com os Estados, Distrito Federal e
do sujeito como um ser que constrói sua realidade. Ela assume Municípios devem elabora-las.
um caráter pedagógico e político ao mesmo tempo.
21. Resposta B
15. Resposta: D De acordo com o Art.33 da LDB, ela diz, que o ensino
Para essa tendência liberal tecnicista, a escola tem um religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da
papel fundamental na formação de indivíduos que se integrem formação básica do cidadão.... Cabe aos pais decidir se os filhos
à “máquina social”. Para isso, a escola deve moldar o vão ou não frequentar as aulas.
comportamento, organizar o processo de aquisição de
habilidades e conhecimentos já historicamente descobertos. 22. Resposta E
Descobrir o conhecimento é função da educação, mas isso cabe Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos,
aos especialistas, o papel da escola é repassá-lo e aplicá-lo. quando registrados, terão validade nacional como prova da
Dessa forma, percebe-se a divisão entre trabalho intelectual e formação recebida por seu titular.
manual. Portanto, os conteúdos a serem ensinados já estão § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por
muito bem explicitados nos manuais, nos livros didáticos, nas elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições
apostilas, entre outros. Cabe ao professor buscar a melhor não-universitárias serão registrados em universidades
forma de controlar as condições ambientais que assegurem a indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
transmissão/recepção de informações. A relação professor- § 2º Os diplomas de graduação expedidos por
aluno passa a ser estruturada e objetiva, cabendo ao professor universidades estrangeiras serão revalidados por
transmitir a matéria e ao aluno receber, aprender e fixar. universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e
área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais
16. Resposta: B de reciprocidade ou equiparação.
Errada: II. A educação básica é obrigatória e gratuita dos 4 § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos
anos (e não dos 6 anos como escrito na afirmativa) aos 17 anos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos
de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola, ensino por universidades que possuam cursos de pós-graduação
fundamental e ensino médio. Sendo a educação infantil reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e
gratuita às crianças de até 5 anos de idade (e não 6 como em nível equivalente ou superior.
afirmado).
Errada: III. O atendimento ao educando é previsto, em 23. Resposta C
todas as etapas da educação básica, por meio de programas VI - o controle de frequência fica a cargo da escola,
suplementares de material didático-escolar e alimentação, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do
transporte e assistência à saúde (estão, sim, expressos na respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de
referida lei) setenta e cinco por cento do total de horas letivas para
Errada: V. É garantido acesso público e gratuito aos aprovação;
ensinos fundamental e médio para todos os que não os
concluíram na idade própria, e também o acesso aos níveis
mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um.

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