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Direito Processual do Trabalho – Cláudio Dias

Aula 12 | Rito da Reclamação Trabalhista

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 2
2. FASE INSTRUTÓRIA DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ........................... 2
2.1. CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA ............................... 2
2.2. MEIOS DE PROVA ................................................................................................ 3
2.2.1. PROVA TESTEMUNHAL ................................................................................... 3
2.2.2. DEPOIMENTO PESSOAL DAS PARTES ........................................................ 4
2.2.3. PROVA PERICIAL .............................................................................................. 4
2.2.4. PROVA DOCUMENTAL ..................................................................................... 5
3. SENTENÇA ................................................................................................................ 6
3.1. ELEMENTOS DA SENTENÇA ............................................................................. 6
4. LIQUIDAÇÃO............................................................................................................ 7
5. EXECUÇÃO ............................................................................................................... 8

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1. INTRODUÇÃO
Na última aula, foi visto como se desenvolve a Audiência do Julgamento, comumente
conhecida como Audiência una, aquela na qual são praticados todos os atos. Agora, ainda
perpassando pelo rito da Reclamação Trabalhista, analisa-se a fase instrutória.
2. FASE INSTRUTÓRIA DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
2.1. CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
Quando se fala em provas, a primeira coisa que deve ser ter em mente é o ônus da prova,
ou seja, quem deve provar o quê. A regra geral é aquela prevista no artigo 818, incisos I e II, da
CLT, que trata da distribuição estática no ônus da prova:
Art. 818. O ônus da prova incumbe:
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
reclamante.
Essa regra, no entanto, pode ser excepcionada, conforme o §1º do mesmo dispositivo:
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por
decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe
foi atribuído.
Desse modo, as hipóteses em que seria autorizada a distribuição dinâmica do ônus da
prova seriam os casos previstos em lei ou peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou excessiva dificuldade de cumprir o encargo ou, ainda, à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário. Nessas hipóteses, o juiz poderá distribuir o ônus da prova
de maneira diversa daquela prevista no artigo 818, incisos I e II, da CLT.
Nesse ponto, a Reforma Trabalhista resolveu um problema relacionado a atribuição do
ônus da prova no momento da prolação da sentença. Havia quem, no momento de julgar o caso,
resolvesse redistribuir o ônus da prova, condenando, por exemplo, o reclamado, sob o
argumento de que ele não teria produzido determinada prova, mesmo tendo maior aptidão para
fazê-la.
Apesar dessa postura ser rara por partes dos juízes, essa foi a justificativa do legislador
ao incluir ao artigo 818 da CLT um parágrafo prevendo que essa decisão de redistribuição do
ônus da prova deverá ser proferida antes da abertura da instrução, de maneira a possibilitar a
parte a produção da prova, visando a sua desincumbência do ônus que lhe fora atribuído.
Essa decisão, no entanto, não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo
pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. Em síntese, não pode haver a transferência
da impossibilidade de uma parte a outra ou a excessiva dificuldade de uma parte para outra.
Essa é a ideia do legislador.
§ 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a
requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer
meio em direito admitido.
§ 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo
pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

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2.2. MEIOS DE PROVA


2.2.1. PROVA TESTEMUNHAL
A prova testemunhal será sempre admissível, desde que a lei não disponha de modo
diverso. Nesse sentido é o artigo 443 do CPC, que diz que o juiz indeferirá a inquirição de
testemunhas sobre fatos já provados por documento ou confissão da parte ou, também, sobre
fatos que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. Conforme será visto
adiante, há determinados fatos que somente podem ser provados por perícia, por exemplo.
Nesse caso, não há de se falar em prova testemunhal.
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte;
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Mister destacar que há variação sobre o número de testemunhas que a parte poderá
apresentar. Em se tratando de rito ordinário ou sumário, a parte poderá apresentar 3 testemunhas
(artigo 821 da CLT). No procedimento sumaríssimo, a parte poderá apresentar 2 testemunhas
(artigo 852-H, §2º, da CLT). Caso, no entanto, se trate de inquérito para apuração de falta grave,
a parte poderá apresentar 6 testemunhas (artigo 821 da CLT).
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar
de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
Art. 852-H.
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e
julgamento independentemente de intimação.
Essas testemunhas comparecerão à audiência independentemente de notificação ou
intimação (artigo 825, caput, da CLT). É a própria parte que convida sua testemunha para
comparecer à audiência.
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intimação.
Somente haverá a intimação da testemunha caso ela não compareça. Nessa hipótese, ela
poderá ser intimada ex officio ou a requerimento da parte, estando, inclusive, sujeita à condução
coercitiva e aplicação de multa (artigo 825, parágrafo único, da CLT).
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte,
ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não
atendam à intimação.
Caso se deseje contraditar uma testemunha, arguindo, por exemplo, sua incapacidade,
impedimento ou suspeição, a parte deverá fazê-lo imediatamente após a qualificação da
testemunha, antes que ela preste compromisso de dizer a verdade (artigos 457 e 458 do CPC).
Ainda no que diz respeito à eventual suspeição da testemunha, cumpre dizer que o TST,
conforme se denota da Súmula 357, entende que o simples fato de uma testemunha possuir
Reclamação contra o mesmo Reclamado ou ter litigado contra ele não a torna suspeita. Isto é,
a simples propositura de Reclamação contra o Reclamado não enseja suspeição.
Súmula nº 357 do TST
TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO (mantida)
Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo
empregador.

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2.2.2. DEPOIMENTO PESSOAL DAS PARTES


A parte pode requerer o depoimento da parte contrária para esclarecer fato controvertido.
Trata-se, inclusive, da melhor das provas, pois, como visto, tendo a parte confessado fato
alegado pela parte contrária em seu depoimento não caberá sequer a produção de prova
testemunhal a esse respeito.
O Juiz, no entanto, pode indeferir esse requerimento sem que isso acarrete cerceamento
de defesa. Da mesma forma, o Juiz ocorre com a oitiva da parte contrária que pode ser
determinada de ofício.
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a
requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.
Súmula nº 74 do TST
CONFISSÃO.
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à
audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (arts.
442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores.
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o
exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
A parte que, intimada para comparecer à audiência na qual deverá depor, não comparecer
será penalizada com a confissão. Serão presumidos verdadeiros os fatos alegados pela parte
contrária. Fala-se em presunção, pois a prova pré-constituída nos autos pode ser levada em
consideração para confrontar esta confissão.
Por exemplo, em uma discussão sobre jornada de trabalho em que o reclamado não
aparece, presumir-se-á verdadeira a jornada alegada na inicial. Contudo, se o Reclamando tiver
apresentado aos autos cartões de ponto válidos, estes cartões de ponto poderão elidir a confissão
que emerge da ausência do Reclamado.
2.2.3. PROVA PERICIAL
Será realizada sempre que a prova do fato controvertido depender de conhecimento
técnico especial que o Magistrado não possua. Em determinadas situações, a própria lei impõe
a realização da perícia, como é o caso da insalubridade e da periculosidade, que segundo a CLT,
somente podem ser reconhecidas mediante perícia.
Art. . 195 -
§ 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor
de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
A perícia, no entanto, pode ser indeferida pelo Juiz quando for desnecessária em vista de
outras provas produzidas nos autos, quando a verificação for impraticável ou quando a prova
do fato não depender de conhecimento especial de técnico (artigo 464,§1º, CLT).
Art. 464.
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
As hipóteses I e III são claras, porém a hipótese do item II diz respeito àquelas situações
em que, por exemplo, o local de trabalho foi desativado. Nesse exemplo, a prova da

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insalubridade e da periculosidade, que dependem de perícia, será produzida seguindo a


orientação da OJ da 278 da SDI-I, que entende que o julgador poderá utilizar de outros meios
de prova.
278. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for possível sua
realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de
prova.
Determinada a realização da perícia, o Juiz facultará às partes a apresentação de quesitos
e indicação de assistentes técnicos. Esses assistentes técnicos, no prazo assinalado pelo Juiz
para o perito apresentar sua manifestação, poderão apresentar seus pareceres.
Apresentado o laudo, as partes serão intimadas para que se manifestem acerca dele. As
partes devem se manifestar acerca do laudo, e não acerca dos pareceres dos assistentes técnicos
das partes contrárias. Nessa manifestação, as partes poderão requerer esclarecimentos e
apresentar quesitos suplementares.
Ainda no tocante à perícia, impede destacar que o Juiz não está obrigado a acatar as
conclusões do laudo pericial, em razão da vigência do princípio do livre convencimento
motivado (artigo 371 do CPC), de modo que o Juiz possui liberdade para analisar as provas,
devendo motivar seu entendimento. Sendo assim, o Juiz pode, por exemplo, desconsiderar o
laudo, baseando seu entendimento no parecer de um dos assistentes técnicos das partes caso
entenda que aquele laudo foi mal produzido ou não reflete a realidade.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais será da parte sucumbente no
objeto da perícia, não importando se a parte foi sucumbente ou não nas demais questões da
ação. Logo, caso a parte tenha sido sucumbente no objeto da perícia, ela deve arcar com os
honorários periciais, ainda que seja beneficiária da justiça gratuita. Nessa situação, os
honorários periciais serão abatidos dos eventuais créditos que a parte venha a receber em
decorrência da reclamação.
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na
pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§ 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.
Os honorários dos assistentes técnicos, independentemente do resultado da perícia, serão
arcados pelas partes responsáveis pela indicação de tais assistentes, conforme Súmula 341 do
TST.
Súmula nº 341 do TST
HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO
A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos honorários,
ainda que vencedora no objeto da perícia.
2.2.4. PROVA DOCUMENTAL
Com relação ao momento da produção da prova documental, em regra, os documentos
devem ser apresentados no momento da defesa ou na inicial. Esses documentos devem ser
apresentados em originais ou em cópias declaradas autênticas pelo advogado da parte, sob sua
responsabilidade pessoal (artigo 830 da CLT).

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Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio
advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
Caso apresentados em cópias declaradas autênticas, mas impugnados, a parte que os
produziu deverá apresentar cópia devidamente autenticada ou em original. Vê-se que a parte
não precisa apresentar cópias autenticadas, em um primeiro momento. Caso deseje, pode
apresentar cópia simples declarada compatível com o original por seu advogado. No entanto,
caso venha a ser impugnada, a parte que os apresentou será intimada para que apresente o
original do documento ou cópia autenticada dele.
Salvo exceções, a prova documental deverá acompanhar a inicial ou a defesa do réu,
conforme artigos 787 e 845 da CLT, e 320 e 434 do CPC. Essa é a regra.
Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde logo acompanhada dos
documentos em que se fundar.
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas,
apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
Código de Processo Civil
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a
provar suas alegações.
Contudo, caso a parte demonstre que houve justo motivo que a impossibilitou de produzir
a prova em momento anterior ou, ainda, caso os documentos digam respeito a fato posterior, a
parte poderá apresentar os documentos após apresentação da sua defesa ou da inicial. É o que
se denota da Súmula 8 do TST.
Súmula nº 8 do TST
JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida)
A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua
oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.
Assim, nessas situações, por exemplo, tem-se admitido a juntada de documentos ou
recurso.
3. SENTENÇA
Conforme definição do artigo 203, §1º, do CPC, é o pronunciamento por meio do qual o
Juiz, com fundamento nos artigos 485 ou 487, põe fim a fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por
meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum,
bem como extingue a execução.
Ao pôr fim à fase cognitiva do procedimento comum, o Juiz pode fazê-lo sem a resolução
do mérito, isto é, sem enfrentar o mérito da questão, o que ocorre nas hipóteses do artigo 485
do CPC ou pode enfrentar a questão, com resolução do mérito, nas hipóteses do artigo 487 do
CPC.
3.1. ELEMENTOS DA SENTENÇA
Segue tabela contendo as principais diferenças entre a CLT e o CPC

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Artigo 832 da CLT Artigo 489 do CPC

- Nome das partes - O relatório, que conterá os nomes das


partes, a identificação do caso, com a suma
- Resumo do pedido e da defesa
do pedido e da contestação, e o registro das
principais ocorrências havidas no andamento
do processo;

- Apreciação das provas -Os fundamentos, em que o Juiz


analisará as questões de fato e de direito.
- Os fundamentos da decisão.
- O dispositivo, em que o Juiz resolverá
as questões principais que as partes lhe
- Conclusão. submeterem.

Como se pode perceber, há bastante semelhança, com a ressalva de que o CPC é mais
detalhista nas suas previsões. O que é importante ter em mente é que o CPC de 2015 inovou no
artigo 489, §1º, CPC, ao trazer as hipóteses em que não será considerada fundamentada a
decisão. Vale dizer que o mesmo dispositivo foi considerado aplicável no Processo do Trabalho
pela Instrução Normativa 39/2016 do TST.
As hipóteses em que a decisão não será considerada fundamentada são:
Art. 489.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a
causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Em suma, o §1º do artigo 489 diz que sempre que a decisão for no estilo formulário, ou
seja, ser uma decisão que pode ser aplicada a dezenas de situações distintas, deixando de
analisar o caso concreto, será considerada não fundamentada.
De acordo com a CLT, a sentença deve conter ainda menção sempre às custas que devam
sem pagas pela parte vencida e indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da
condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte
pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
4. LIQUIDAÇÃO
Cabe mencionar que, em face da sentença, caberá, se for o caso, Recurso Ordinário ou
Embargos de Declaração. Contudo, os recursos, na seara trabalhista, não possuem efeito

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suspensivo, de modo que, desejando, a parte poderá começar, uma vez proferida a sentença, a
promover a sua execução, que poderá ser de natureza provisória, quando caminhará até a
penhora, ou, definitiva, caso já tenha havido o trânsito em julgado da decisão.
Porém, em algumas situações, a execução não é possível de imediato por ser ilíquida.
Para essas situações, a CLT prevê a necessidade prévia de liquidação. Nessa toada é o artigo
879 da CLT.
Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá
ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
Será por cálculo quando a apuração do quantum debeatur depender de simples cálculos
aritméticos. Será por arbitramento quando as partes assim convencionarem, quando for
determinado pelo Juiz ou quando for necessário algum conhecimento técnico, alguma prova
pericial. Será por artigos quando for necessário provar algum fato durante a liquidação.
A liquidação também poderá abranger parte da sentença. No entanto, não se poderá
modificar ou inovar a sentença liquidanda nem se discutir matéria pertinente à causa principal.
Art. 879 –
§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria
pertinente à causa principal.
Essa regra, porém, comporta uma exceção, conforme entendimento do TST acerca dos
casos de juros de mora e correção monetária. Entende o órgão que, mesmo que a decisão não
preveja juros de mora e correção monetária, mesmo que a parte não tenha pleiteado esses
valores na inicial, cabe fazer a apuração de tais verbas na liquidação. Seria, nesse raciocínio,
uma exceção à regra de que, na execução, não se inovará nem se apurará nada distinto daquilo
que está contido na decisão da fase de conhecimento.
Súmula nº 211 do TST
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou
a condenação.
Apresentada a conta de liquidação, o Juiz deverá abrir às partes o prazo comum de 8 dias
para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objetos da discordância,
sob pena de preclusão. Aqui, cabe destacar o dever do Juiz, já que na redação anterior do artigo
879, §2º, CLT, estava dito que o Juiz “poderia” abrir às partes prazo para impugnação da
liquidação, o que muitos entendiam se tratar de faculdade do Juiz.
Outra alteração trazida pela Reforma Trabalhista é com relação ao prazo comum, o que,
antes, era prazo sucessivo. Por fim, a nova fixação do prazo de 8 dias, que antes eram 10.
Nota-se que o artigo dispõe que, não havendo impugnação, haverá preclusão. A parte que
não impugnar contra a liquidação, segundo o entendimento da jurisprudência na interpretação
desse dispositivo, não poderá apresentar Embargos à Execução.
A definição proferida na liquidação possui natureza interlocutória, sendo, portanto,
irrecorrível de imediato.

5. EXECUÇÃO
Em verdade, na liquidação, discute-se o quantum debeatur. Nessa discussão, o Juiz
poderá, caso entenda necessário, determinar a realização de perícia para apuração do quantum

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debeatur. Proferida a sentença de liquidação, poderá ter início a Execução. Essa Execução será
promovida perante o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado
originariamente o dissídio.
Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado
ou julgado originariamente o dissídio.
Caso a Execução trate de título executivo judicial, como, por exemplo, Termo de
Ajustamento de Conduta, então será promovida perante o Juiz que teria competência para o
processo de conhecimento relativo à matéria.
Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria competência
para o processo de conhecimento relativo à matéria.
A Execução, como regra, será promovida pela própria parte e somente será promovida de
ofício quando a mesma não estiver assistida por advogado. Também, como regra, será
promovida contra aquele que ficou no polo passivo da ação e foi condenado. É o que se denota,
por exemplo, da Súmula 331 do TST que, em resumo, diz que o tomador do serviço, caso não
tenha figurado no polo passivo da Reclamação na fase de conhecimento, não tendo sido
condenado, não poderá ser incluído na Execução.
Súmula nº 331 do TST
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inseridos os
itens V e VI à redação) –
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial.
No entanto, segundo o TST, essa regra possui exceção, que é o caso de se tratar de grupos
econômicos, onde um integrante do grupo econômico pode ser incluído no polo passivo da
Execução, ainda que não tenha sido incluído no polo passivo da Reclamação e não figure no
título executivo.
Importante perceber que a Súmula 205 do TST foi cancelada, mas era na mesma linha da
previsão contida no artigo 513, §5º, da CPC, que previa responsabilidade solidária do integrante
do grupo econômico que não participou da relação processual como Reclamado. Por não ter
participado, não constava do título executivo judicial como devedor e, consequentemente, não
poderia ser sujeito passivo na Execução. Porém, como já dito, a Súmula nesse sentido foi
cancelada.
Dessarte, isso acaba refletindo o entendimento do TST de que o integrante do grupo
econômico pode, sim, ser incluído no polo passivo da Execução, inobstante não tenha sido polo
passivo na fase de conhecimento, não tendo sido condenado.
Em seguida, requerida a Execução, o Juiz mandará citar o Executado para que cumpra a
decisão ou, quando se tratar de pagamento de dinheiro, para que o faça em 48 horas ou garanta
a Execução, sob pena de penhora.
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação d
oexecutado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominaçõesestabel
ecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas àUnião
, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena depenhora.
O Executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante
depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais,

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apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem


preferencial estabelecida no artigo 835 do CPC (artigo 882 da CLT).
Código de Processo Civil
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
Discutia-se, antes, se a multa prevista no artigo 523, §1º, do CPC que dispõe “não
ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por
cento” era aplicável ao Processo do Trabalho. O TST já se pronunciou sobre a questão
afirmando não ser aplicável, por meio do incidente de Recurso Repetitivo 1786-
24.2015.5.04.0000.
Garantida a Execução ou penhorados bens do executado, esse terá prazo de 5 dias para,
querendo, apresentar Embargos à Execução (artigo 884 da CLT). Nessa oportunidade, é quando
o mesmo terá a opção de impugnar a sentença de liquidação. Da mesma forma, o exequente
poderá fazê-lo mediante apresentação de impugnação de sentença de liquidação. Assim é o
trâmite normal de uma sentença de liquidação.
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar
embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
Contudo, tratando-se da Fazenda Pública há uma pequena diferenciação, pois, o artigo
535 do CPC menciona que a Fazenda Pública deverá ser intimada, e não citada, para, querendo,
no prazo de 30 dias e nos próprios autos, impugnar a Execução. Ou seja, a Fazenda Pública não
é citada para pagar ou garantir a Execução, mas, sim, intimada para impugnar a Execução e
deverá fazê-lo no prazo de 30 dias.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa
ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a
execução, podendo arguir:
Com relação a esse prazo, esse dispositivo põe fim a discussão sobre o prazo para a
Fazenda Pública apresentar sua impugnação à Execução. Essa discussão existia por razão de a
Medida Provisória 2.180-35 ter introduzido alteração no artigo 1º-B da Lei 9.494/97, passando
a prever que o prazo previsto no artigo 884 da CLT, no tocante à Fazenda Pública, seria de 30
dias. Essa discussão, inclusive, ensejou o manejo da Ação Declaratória de Constitucionalidade
nº 11 para suspender todos os processos que se discutam a constitucionalidade do dispositivo.
De toda sorte, com o advento do artigo 535 do CPC, essa discussão cai por terra,
estabelecendo, definitivamente, o prazo de 30 dias para a Fazenda Pública.
A Fazenda Pública, em sua impugnação a Liquidação, poderá alegar, conforme previsto
no artigo 535 do CPC:

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Art. 535.
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,
transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
Nesse rol, cabe destacar a inexigibilidade da obrigação porque essa se dará quando, de
acordo com o §5º do artigo 535 do CPC, entre outras situações, a situação reconhecida em título
executivo judicial estiver fundada em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo
STF ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tido pelo STF como
incompatível com a Constituição Federal, em controle difuso ou concentrado de
constitucionalidade.
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do
ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em
controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
Nesse diapasão, também dispõe o artigo 884, §5º, da CLT, de maneira mais resumida.
§ 5o Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis
com a Constituição Federal.
É importante destacar que o §1º do artigo 884 da CLT apresenta um rol de matérias que
poderão ser discutidas em sede de Embargos à Execução muito menor que aquele previsto no
artigo 535 do CPC. Considerando, porém, que a CLT não disciplina a Impugnação à Execução
apresentada pela Fazenda Pública, acredita-se que o artigo 535 do CPC se aplica plenamente
ao Processo do Trabalho.
Apresentada a impugnação, a parte contrária será intimada para se manifestar. Será
admitida a produção de provas, com a utilização de todos os meios de prova admitidos, como,
por exemplo, utilização de perícias para apuração do valor tido como adequado.
Encerrada a instrução, o Juiz proferirá sentença julgando os Embargos à Execução ou a
Impugnação da Fazenda ou, ainda, a Impugnação apresentada pelo Exequente em face da
sentença de liquidação, caso exista.
Essa decisão poderá ser objeto de Embargos de Declaração ou Agravo de Petição,
conforme visto na aula de Recursos. Transitada em julgado essa decisão, será expedido
precatório ou requisição de pequeno valor.
5.1. PRECATÓRIOS
Sobre esse tema, o artigo 100 da Constituição Federal prevê que os pagamentos previstos
pelas Fazendas Públicas em virtude de sentença judiciária far-se-ão, exclusivamente, na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios.
Art. 100
Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude
de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e
à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias
e nos créditos adicionais abertos para este fim.

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Sobre esse artigo, cabe esclarecer algumas questões: entende-se por Fazenda Pública
todas as pessoas jurídicas de Direito Público, excluindo-se as Empresas Públicas e Sociedades
de Economia Mista. O STF, no entanto, ao julgar a tese de Repercussão Geral nº 253 entendeu
que o regime de precatórios seria aplicado às entidades da Administração Indireta prestadora
de serviços públicos essenciais.
Nessa linha, a OJ 247 da SDI-I do TST prevê que os Correios realizarão o pagamento dos
créditos que devam em virtude de sentença judiciária por meio de precatórios. Então, em regra,
os pagamentos da Fazenda Pública e das entidades da Administração Indireta, ainda que de
direito privado, mas prestadora de serviços públicos essenciais devem ser por precatórios.
Essa regra contém uma exceção prevista no §3º do artigo 100 da Constituição Federal,
que dispõe sobre a inaplicabilidade do regime de precatório aos pagamentos de obrigações
definidas em leis como de pequeno valor. Convém destacar que o §4ºdo mesmo artigo faculta
aos entes a criação de leis próprias o que será entendido como obrigação de pequeno valor.
Constituição Federal
Art. 100
§3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§4º Para os fins do disposto no §3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades
de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior
benefício do regime geral de previdência social.
No caso do Estado de São Paulo, a Lei estadual 11.377/03 prevê que serão consideradas
de pequeno valor as obrigações cujo valor seja igual ou inferior a 1.135,2885 Unidades Fiscais
do Estado de São Paulo – UFESPs, independentemente da natureza do crédito, o que, em
valores atuais, daria em torno de R$ 29.176,00.
Outra questão importante a ser destacada no artigo 100 da CF é que, em se tratando de
obrigação de pequeno valor, o rito a ser seguido é distinto. Nesse diapasão, a parte não pode
fracionar a sua execução, ou seja, promover diversas execuções distintas de maneira a se
beneficiar do regime previsto para as obrigações de pequeno valor.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total
ao que dispõe o § 3º deste artigo.
A parte pode, no entanto, renunciar o crédito do valor excedente, optando por executar
tão somente o montante condizente à obrigação de pequeno valor. A razão disso é fugir do
precatório, a fim de executar uma obrigação de pequeno valor cujo regime é muito mais célere.
Atos das Disposições Constitucionais Transitórias
Art. 87.
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á,
sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor
excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º do
art. 100.
Ainda no que tange às obrigações de pequeno valor, o Juiz dirigirá uma ordem ao ente
público para que faça o pagamento dessa obrigação no prazo de 2 meses, contados da entrega
da requisição.
Art. 535.
§ 3o

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II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo,
o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega
da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.
Em se tratando de precatório, no entanto, este precisará ser expedido pelo Presidente do
Tribunal (artigo 535, §3º, I, do CPC), sendo encaminhado ao ente público para inclusão do
orçamento do ano seguinte, caso seja recebido até o dia 1º de Julho, fazendo-se o pagamento
no final do exercício correspondente. Caso seja entregue depois dessa data, ficará para dois
anos seguintes.
De todo modo, pode-se perceber que o pagamento do Regime de Precatórios é menos
célere que o das obrigações de pequeno valor, uma vez que, nesta, o pagamento se dá em 02
meses do recebimento da requisição e, naquela, o pagamento será feito até o fim do exercício
seguinte, caso seja entregue ao ente público até 01 de julho para inclusão no orçamento.

Deposita
no Tribunal
Executivo/Legislativo
incluem na Lei
Presidente Orçamentária
do Tribunal
expede
Juiz primeiro
apresenta (solicita
inclusão na fila)

Percebe-se que, ao final do procedimento, o ente público depositará o valor no Tribunal.


Isso ocorre porque quem, de fato, ficará encarregado de realizar o pagamento dos precatórios
será o Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda. Em regra, é o Presidente do
Tribunal quem pagará os precatórios relativos àquelas decisões proferidas pelo seu Tribunal.
Constituição Federal
Artigo 100
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,
cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de
precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro
da quantia respectiva.
Contudo, há uma exceção que consiste nos débitos de natureza alimentícia. Esses créditos,
ainda que pagos a título de precatórios, terão preferência sobre todos os demais débitos, exceto
aqueles referidos no §2º do artigo 100 da Constituição Federal.
Constituição Federal
Artigo 100
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,
proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por
invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e

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serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste
artigo.
Os débitos referidos no §2º do artigo 100 da Constituição Federal que terão preferência
aos débitos de natureza alimentícia são, também, de natureza alimentícia, porém cujos titulares
tenham 60 anos de idade ou mais ou sejam portadores de doença grave ou sejam pessoas com
deficiência, conforme definido em lei. Nesses casos, eles terão valor sobre todos os demais até
o triplo do valor fixado em lei para os fins da obrigação de pequeno valor.
Constituição Federal
Artigo 100
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham
60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento
para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
Assim, a fila de pagamento de precatórios ficaria dessa maneira:

1ª CLASSE
Alimentar "menor ou igual a" 3 vezes o das
Maior de 60 anos / doença / deficiência
Obrigações de Pequeno Valor

2 ª CLASSE

Alimentar demais casos

3ª CLASSE

demais dívidas demais casos

Essa é a fila normalmente prevista na Constituição Federal. Ocorre que a Emenda


Constitucional 97/2017, no entanto, aumentou o limite previsto para a primeira classe da fila
para 5 vezes o valor da obrigação de pequeno valor.
Atos das Disposições Constitucionais Transitórias
Artigo 102
§ 2º Na vigência do regime especial previsto no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, as preferências relativas à idade, ao estado de saúde e à deficiência serão atendidas até o
valor equivalente ao quíntuplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º do art. 100 da Constituição
Federal, admitido o fracionamento para essa finalidade, e o restante será pago em ordem cronológica de
apresentação do precatório.
Portanto, hoje, a fila está da seguinte forma:

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1ª CLASSE
Alimentar "menor ou igual a" 5 vezes o das
Maior de 60 anos / doença / deficiência
Obrigações de Pequeno Valor

2 ª CLASSE

Alimentar demais casos

3ª CLASSE

demais dívidas demais casos

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