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GOVERNO PROVINCIAL DA HUÍLA

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DO LUBANGO

ESTUDO DE LINHA DE BASE DO SECTOR


ECONÓMICO-PRODUTIVO

Município do Lubango – Província da Huíla

Julho 2013
FICHA TÉCNICA

Título

Estudo de Linha de Base Município do Lubango - Província da Huíla

Organização

Fundo de Apoio Social

Coordenação Institucional

Victor Hugo Guilherme, Director Executivo do FAS

Helena Farinha, coordenadora da Componente de Desenvolvimento de Economia Local

Autor

Carlos M. Lopes, Consultor Independente

Assistentes de Pesquisa

Ana Teresa Milheiro

Irina Ferreira

Gestão e Colaboração Provincial

Frederico Sanumbutue– Director Provincial do FAS Huíla

Maria de Lourdes José António Faria – Especialista Economia Local/FAS Huíla

Mbona João - Assistente de finanças do FAS Huíla

Julho 2013

1
ACRÓNIMOS E SIGLAS

ACA – Administração Comunal da Arimba

ACH – Administração Comunal do Hoque

ADESA- Associação para o Desenvolvimento Social e Ambiental

AML – Administração Municipal do Lubango

BCI- Banco Comércio e Indústria

BPC- Banco de Poupança e Crédito

BUE- Balcão Único do Empreendedor

CACS- Conselho de Auscultação e Concertação Social

DEL- Desenvolvimento da Economia Local

EDA- Estação de Desenvolvimento Agrário

FAS – Fundo de Apoio Social

GEPE- Gabinete de Estudo, Planeamento e Estatística

GPH – Governo Provincial da Huíla

IDA – Instituto de Desenvolvimento Agrário

INAPEM – Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas

INE – Instituto Nacional de Estatística

INEFOP- Instituto Nacional do Emprego e Formação Profissional

MAPTESS– Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social

ONG- Organização Não Governamental

PDIPH- Plano de Desenvolvimento Integrado da Província da Huíla

PDL- Projecto de Desenvolvimento Local

PMIDRCP- Programa Municipal Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza

TPA – Televisão Pública de Angola

2
LISTA DE GRÁFICOS, MAPAS E TABELAS

GRÁFICOS PÁGINA
Gráfico 1 Município do Lubango: população por Comuna e Sexo 22
Gráfico 2 Município do Lubango: população por sexo 22
MAPAS
Mapa 1 Província da Huíla 16
Mapa 2 Divisão administrativa do município do Lubango 18

TABELAS PÁGINA
Tabela 1 Operadores informais e precários entrevistados 13
Tabela 2 Distribuição da superfície territorial e número de habitantes nos
16
Municipio da Provincia da Huíla
Tabela 3 Distribuição da População da Comuna Sede por sexo e escalão
19
etário
Tabela 4 Distribuição da População da Comuna do Hoque por sexo e
20
escalão etário
Tabela 5 Distribuição da População da Comuna da Huíla por sexo e
20
escalão etário
Tabela 6 Distribuição da População da Comuna da Arimba por sexo e
21
escalão etário
Tabela 7 Distribuição da População da Comuna da Quilemba por sexo e
21
escalão etário
Tabela 8 Produtos agrícolas – Campanha Agrícola 2012/2013 25
Tabela 9 Associações e cooperativas existentes no município do Lubango 27
Tabela 10 Associações de Camponeses no Município do Lubango – Junho a
27,28,29,30
Agosto de 2012
Tabela 11 Cooperativas agrícolas no município do Lubango 31
Tabela 12 Materiais de origem mineira (Britadeiras, Arreeiros e Cerâmicas) 34
Tabela 13 Empresas licenciadas durante o ano de 2011 35
Tabela 14 Actividade económica de pequena escala nas Comunas da Huíla
39, 40, 41
e Arimba
Tabela 15 Quadro de Emissão de Cartões para actividade comercial
45
informal
Tabela 16 Operadoras do Transporte Colectivo Intermunicipal 50
Tabela 17 Operadoras do Transporte Colectivo Interprovincial 51
Tabela 18 Hóteis em funcionamento 53
Tabela 19 Taxas médias de câmbio nos mercados Formal e Informal da
58
cidade do Lubango

3
RESUMO EXECUTIVO

O Estudo de Linha de Base sobre o Município do Lubango foi desencadeado pelo Fundo de Apoio
Social (FAS),no quadro da implementação da Componente 2 do Projecto de Desenvolvimento
Local (PDL). O estudo de linha de base teve como objectivo conhecer mais profundamente a
realidade do sector económico e produtivo do município do Lubango, servindo como base para a
tomada de decisões sobre as áreas económicas prioritárias, bem como para o desenvolvimento do
município no geral.

A metodologia utilizada procurou integrar diferentes elementos de conhecimento sobre o


processo de desenvolvimento do município, focalizado fundamentalmente nos aspectos
relacionados com o sector económico ao nível local. Recorreu-se a uma combinatória de métodos
de recolha de informação que incluiu a recolecção e análise documental, a procura e análise de
informação estatística actualizada e a realização de entrevistas a responsáveis governamentais, ao
nível Provincial, Municipal e Comunal, a representantes institucionais do terceiro sector, do sector
privado, da sociedade civil e a operadores da designada economia informal.

O trabalho de campo foi realizado entre os dias 12 de Outubro a 29 de Novembro de 2012, no


município do Lubango, tendo sido feito o levantamento de dados qualitativos e quantitativos.
Todo o processo foi conduzido por um consultor independente, contratado pelo FAS para o efeito,
tendo sido coadjuvado pela equipa do FAS da Província da Huíla e de duas assistentes de
pesquisa. Registe-se igualmente a colaboração permanente da Administração Municipal para
facilitar o acesso ou disponibilizar os dados mais reais e actualizados.

As principais limitações que se colocaram à realização deste estudo foram, na maior parte dos
casos, a inexistência e, noutros casos, as contradições, inexactidão e desactualização de alguns dos
dados fornecidos pelos diferentes sectores do governo. Este facto impediu que a caracterização
quantitativa esperada ficasse por concretizar relativamente a alguns dos objectivos específicos,
nomeadamente a caracterização do mercado de trabalho e a caracterização da estrutura
económica sectorial e respectivas segmentações.

No quadro da sua lógica de elaboração participativa, o estudo foi objecto de validação na Reunião
Ordinária do CACS ao nível municipal, realizada no dia 5 de Junho de 2013, que foi presidida pelo
Sr. Administrador Municipal do Lubango. Do referido encontro saíu um conjunto de informações
adicionais, actualizações, recomendações e sugestões que foram generalizadamente acolhidas no
presente relatório.

O município do Lubango, com características simultaneamente urbanas e rurais, apresenta um


importante potencial no domínio da produção agro-pecuária, da indústria extractiva, das
indústrias ligeiras, do comércio e prestação de serviços, da hotelaria e do turismo. A comuna sede
concentra a maior parte dos recursos, naturais, económicos e humanos.

O sector agro-pecuário é um elemento dinamizador da vida económica do município e dele


dependem de forma significativa o comércio e a prestação de serviços mercantis. Trata-se de um

4
segmento de importância elevada, nomeadamente em ordem à criação de uma base sustentável
de segurança alimentar. A produção de cereais, de frutícolas (pomares de laranjas, tangerinas,
goiabas e mangas) e hortícolas assegura, a par da produção bovina e caprina, a subsistência dos
agregados familiares e é parcialmente direccionada para o mercado, constituindo a principal fonte
de rendimentos das famílias e dos seus membros. A actividade económica praticada no município
é maioritariamente de carácter familiar e artesanal, sendo reduzidas as áreas e níveis de
intervenção do segmento empresarial. Um grau crescente de associativismo e de produção
cooperativa tem vindo a emergir nos sectores agrícola e pecuário, ainda que essas estruturas
organizativas se confrontem com diversos constrangimentos, ligados aos direitos de propriedade e
ao acesso aos recursos financeiros e técnicos indispensáveis a uma gestão produtiva dos negócios
e actividades. Apesar da presença de Instituições como a UNACA, o IDA, a EDA, o INAPEM, a
provisão de serviços de apoio ao sector económico e produtivo, no Município do Lubango, é
insuficiente.

A actividade industrial tem vindo a crescer no município do Lubango, apesar de Inputs de base,
importantes para a produtividade e viabilidade da actividade económica, como o acesso a energia
e a água, não serem ainda objecto de abastecimento regular , o que constitui um factor
dificultador da instalação da actividade transformadora e faz aumentar os custos de produção,
criando problemas de competitividade aos segmentos de actividade. Também a indústria
extractiva (granito negro, areias, calcário, etc.) bem como a actividade comercial e a prestação de
serviços, quer com carácter formal quer informal, constituem os outros segmentos de actividade
geradores de ocupação produtiva e de rendimentos para a população do município. Existem no
município, algumas actividades de transformação com carácter artesanal, relacionadas com a
panificação, fabricação de doçaria, fabricação de enchidos caseiros e com o artesanato de base
local.

O município do Lubango beneficia da localização na sua comuna sede da maior parte das infra-
estruturas económicas (aeroporto, caminho-de-ferro, rede viária) e sociais (escolas, unidades de
saúde, unidades de uso cultural e lazer) da Província da Huíla, o que constitui um elemento
potencialmente dinamizador da actividade económica. Um dos sectores que mais pode beneficiar
dessa concentração é o sector da hotelaria e turismo, também favorecido pela localização no seu
território de alguns dos mais emblemáticos locais turísticos da Província.

O município, tal como a Província da Huíla em geral, confronta-se com a escassez da oferta de
ocupação formal, pública e privada, resultando daí o ingresso de parte significativa da população
nas actividades informais, nomeadamente no sector comercial e na prestação de serviços
mercantis, constituindo assim uma importante fonte de ocupação e de geração de rendimentos
para a população. Para além do comércio praticado nos mercados, nas ruas e do comércio
ambulante, estão geralmente associadas a estas concentrações de vendedores os mais variados
tipos de prestação de serviços pessoais e de proximidade. As janelas abertas, as lanchonetes, os
barbeiros e cabeleireiros, os alfaiates e modistas, os sapateiros, os engraxadores, os doleiros, a
reparação de aparelhos eléctricos e de electrónica, são exemplos dessas actividades. Por se tratar
de um município de características urbanas, são importantes, pelo elevado número de população

5
que neles participa, os segmentos dos trabalhadores domésticos, que exercem variados tipos de
actividades, e o segmento do transporte de passageiros, quer em táxi colectivo quer em moto
táxis.

O estudo identificou um conjunto de actividades com potencial de exploração, enquanto cadeias


de valor susceptíveis de contribuir para processos de desenvolvimento local e para a preservação
de boas práticas tradicionais:

1 - no sector agrícola: (i) o segmento das frutícolas, quer de frutas subtropicais, como os citrinos,
quer de frutas tropicais, como as goiabas e mangas; (ii) o segmento dos hortícolas, nos quais se
incluem produtos como o repolho, a cebola ou o tomate; (iii) produtos específicos como a batata-
rena; (iii) o segmento dos grãos, nomeadamente o milho.

Um enfoque específico deve ser fixado relativamente à reactivação da agricultura urbana e peri-
urbana, nomeadamente na comuna sede, pelo papel que essa actividade poderá desempenhar
para o abastecimento da cidade.

2 – no sector pecuário: (i) o gado bovino; (i) o gado caprino; (i) o gado suíno; (iv) as aves
domésticas.

Sublinha-se que nesta área, os esforços de intervenção deverão ser orientados produção de
carnes por meio de pequenas criações de animais de pequeno e médio porte (cabritos, suínos,
coelhos e aves) para abate e produção de carne e ovos.

3 – na pequena produção artesanal: (i) a conservação e transformação de derivados vegetais; (ii) a


produção de leite, manteiga e queijo; (iii) a confecção de enchidos e carnes secas; (iv) a confecção
de doçaria; (v) a confecção de pão e produtos de pastelaria; (vi) o artesanato local,
nomeadamente a cestaria e a olaria.

4 – no comércio: (i) grupos de comerciantes dos mercados locais, municipais e informais, que
negoceiam em bens alimentares e vestuário.

5 – na prestação de serviços: (i) hotelaria e turismo; (ii) janelas abertas e lanchonetes; (iii)
barbeiros e cabeleireiros; (iv) sapateiros; (v) reparadores de equipamentos diversos; (vi)
engraxadores; (vii) fotógrafos ambulantes; (viii) doleiros (câmbio de moeda estrangeira); (ix)
trabalhadores domésticos.

6
ÍNDICE PÁGINA
Apresentação – O contexto do Estudo 10
1. Introdução 11
1.1 Objectivos 11
1.2 Metodologia 11
1.3 Limitações do Estudo 14
1.4 Estrutura do Relatório 14
2. Caracterização geral do município 14
2.1 Breve caracterização da Província da Lubango 14
2.1.1 Localização 16
2.1.2 Organização administrativa e localização geográfica dos
16
municípios
2.2 O Município do Lubango 17
2.2.1 Enquadramento Geográfico 17
2.2.2 Aspectos biofísicos 17
2.2.3 Aspectos institucionais 18
2.2.4 Demografia 19
2.2.4.1 População estimada do município 19
2.2.4.2 Emprego 22
2.2.5 Aspectos gerais da situação sócio-económica 23
3. Descrição dos sectores económicos/produtivos 24
3.1 Sector agro-pecuário 24
3.1.3 Caracterização institucional 25
3.1.4 Formas organizativas 27
3.1.5 Principais problemas 31
3.2 Sector industrial 33
3.2.1 Formas organizativas 35
3.2.2 Principais problemas 36
3.3 Sector comercial 36
3.3.1 Formas organizativas 47
3.3.2 Principais problemas 48
3.4 Outras actividades geradoras de rendimento 49
3.2.1 Banca e seguros 49
3.4.2 Transportes e Comunicações 49
3.4.3 Hotelaria e Turismo 52
3.4.7 Formas organizativas 54
3.4.8 Principais Problemas 54
3.5 Infra-estruturas económicas e produtivas 54
3.6 Provedores de serviços 55
3.7 Créditos disponíveis no município 56
4 Considerações finais 58
4.1 Gerais 58
4.2 Sectoriais 59
4.3 Recomendações 61
5 Bibliografia 63
6 Anexos 65
6.1 Anexo 1 - Termos de referência 65
6.2 Anexo 2 - Lista das entrevistas realizadas 71

7
6.3 Anexo 3 – Lista da documentação consultada 74
6.4 Anexo 4 - Instrumentos de recolha de informação 76
6.5 Anexo 5 - I Rede Comercial Licenciada – Dep. Provincial de
79
Comércio, Turismo e Hotelaria
6.6 Anexo 6 –Informação estatística relativa ao emprego na
Província da Huíla – Serviços Provinciais da Huíla do Instituto 80
Nacional de Emprego e Formação Profissional
6.7 Anexo 7 - Caracterização Geral da Província e Distribuição
da população por municípios e comunas – Serviço Provincial 81
da Huíla do Instituto Nacional de Estatística
6.8 Anexo 8 – Dados sobre os mercados do município do
82
Lubango

8
APRESENTAÇÃO

O Fundo de Apoio Social (FAS) é uma agência do Governo de Angola, criada a 28 de Outubro de
1994, ao abrigo do Decreto Executivo Nº 44/94 do Conselho de Ministros, com personalidade
jurídica e autonomia administrativa e financeira para, em coordenação com outros programas de
combate à pobreza contribuir para a promoção do Desenvolvimento Sustentável e redução da
pobreza.

Na base das suas experiências e lições aprendidas ao longo dos anos em Angola, o FAS, está a
implementar no período de 2011 a 2015, o Projecto de Desenvolvimento Local (PDL) com o
objectivo de melhorar o acesso das populações pobres a serviços sociais e económicos, a
oportunidades económicas, bem como aumentar as capacidades de planeamento e de gestão do
desenvolvimento local dos municípios alvo.

O PDL compreende três componentes de entre as quais, uma com carácter mais inovador, a
componente 2 denominada “Desenvolvimento da Economia Local (DEL)” que visa melhorar as
competências empresariais e o acesso ao mercado de grupos de produtores/artesãos e
provedores de serviços. Os objectivos específicos desta componente são: (a) Gerar oportunidades
de emprego e o aumento da renda familiar; (b) Melhorar a capacidade empreendedora dos
pequenos produtores, artesãos e prestadores de serviços; (c) Incentivar e apoiar a criação de
pequenas indústrias de transformação; (d) Revitalizar o mercado local; (e) Estimular a produção
local e vocações regionais.

A implementação da componente 2 tem como ponto de partida, a realização de estudos de linha


de base.

Com os estudos de linha de base, o Fundo de Apoio Social pretende contribuir para o
aprofundamento dos conhecimentos sobre o sector económico-produtivo dos municípios,
enquanto um complemento para a melhoria dos Perfis Municipais e para o provimento de
potenciais ideias para a definição de uma eventual Estratégia de Desenvolvimento da Economia
Local dos municípios em estudo. Os municípios eleitos para a realização de estudos de linha de
base são os municípios de Benguela e Baía Farta na província de Benguela, Lubango e Chibia na
província da Huíla, Namibe e Tômbwa na província do Namibe e Huambo e Caála na província do
Huambo.

9
1. INTRODUÇÃO

No âmbito da implementação do Projecto de Desenvolvimento Local (PDL), o Fundo de Apoio


Social (FAS) realizou um Estudo de Linha de Base do Sector Económico-Produtivo do Município do
Lubango. O estudo de linha de base teve como objectivo conhecer mais profundamente a
realidade do sector económico e produtivo do município do Lubango, servindo como base para a
tomada de decisões sobre as áreas económicas prioritárias, bem como para o desenvolvimento do
município no geral.

1.1 OBJECTIVOS

Os Termos de Referência do estudo (vide Anexo 1) orientaram a realização do trabalho,


destacando-se os seguintes objectivos específicos:

a) uma caracterização geral dos municípios, nas suas diferentes vertentes (localização
geográfica; características naturais/ambientais; dimensão; população; educação; saúde,
habitação; vias de comunicação, etc.);

b) uma caracterização do mercado de trabalho (percentagem de emprego, de emprego


temporário e de desemprego);

c) a caracterização da estrutura económica por sectores, com segmentações em função do


sexo, da idade e da escolaridade;

d) a caracterização do tecido empresarial formal e informal (número e dimensão de


empresas, sectores de actividade);

e) a caracterização dos modelos e formas de organização das unidades económicas;

f) a caracterização dos provedores formais e informais de serviços;

g) a caracterização do sector financeiro formal e informal, bem como das principais fontes de
recursos financeiros para o financiamento da actividade económica;

h) a caracterização das infraestruturas económicas e produtivas dos municípios.

1.2 METODOLOGIA

A metodologia utilizada procurou integrar diferentes elementos de conhecimento sobre o


processo de desenvolvimento do município, focalizado fundamentalmente nos aspectos
relacionados com o sector económico ao nível local.

Recorreu-se a uma combinatória de métodos de recolha de informação que incluíu a recolecção e


análise documental, a procura e análise de informação estatística actualizada e a realização de
entrevistas a responsáveis governamentais, ao nível Provincial, Municipal e Comunal, a
representantes institucionais do terceiro sector, do sector privado, da sociedade civil e a
operadores da designada economia informal.

10
O trabalho de campo foi realizado entre os dias 12 de Outubro a 29 de Novembro de 2012, no
município do Lubango, tendo sido feito o levantamento de dados qualitativos e quantitativos.

Todo o processo foi conduzido por um consultor independente, contratado pelo FAS para o efeito,
tendo sido coadjuvado pela equipa técnica do FAS da Província da Huíla e tendo tido o apoio, na
pesquisa no terreno, de duas assistentes de pesquisa.

A opção metodológica privilegiou a combinação de métodos diversificados de recolha de


informação, no sentido de a validar e de poder capturar outras perspectivas usualmente menos
exploradas em estudos desta natureza.

Procedeu-se a uma revisão da literatura disponível e tão actual quanto possível sobre o município
do Lubango (relatórios, estudos e outras publicações).

A listagem da documentação consultada encontra-se no anexo 3 (documentos consultados). Esta


informação foi completada e cruzada com informação estatística obtida directamente no GEPE do
Governo Provincial da Huíla e nos organismos similares que apoiam as Administrações Municipais.

A informação de diagnóstico coligida para elaboração dos Programas Municipais Integrados de


Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza, bem como aquela que foi recolhida junto de outras
estruturas organizativas de representação empresarial ou dos trabalhadores (Associação Industrial
Angolana, UNTA, etc.) ou de outras instituições (Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias
Empresas – INAPEM; instituições bancárias; entre outras) contribuiu para completar o quadro
descritivo quantitativo dos referidos municípios.

Para além das entrevistas realizadas a representantes institucionais (foram realizadas 24


entrevistas – vide Anexo 2), a observação directa constituiu um elemento importante de recolha
de informação, nomeadamente no que se refere à componente informal da estrutura económica
dos municípios.

Foram efectuadas visitas a locais de concentração de actividades informais (mercados, locais de


concentração de “doleiros”, etc.) e a locais de exercício de actividades de comércio precário onde
foram efectuadas entrevistas a alguns dos actores (foram realizadas 34 entrevistas – vide Anexo
2).

11
Tabela 1: Operadores informais e precários entrevistados

Nº de Actividade Ocupação
Operadores
entrevistados
1 Prestação de serviços - restauração Empregada de roulote – Lubango
1 Prestação de serviços pessoais Barbearia – Lubango
1 Prestação de serviços pessoais Salão de Beleza – Lubango
2 Prestação de serviços pessoais Segurança (guarda) – Lubango

1 Prestação de serviços pessoais Lavador de automóveis – Lubango

1 Prestação de serviços pessoais Engraxador – Lubango

2 Prestação de serviços pessoais Fotógrafo – Lubango

2 Prestação de serviços pessoais Empregada doméstica – Lubango

1 Prestação de serviços pessoais Tratamento de unhas –Lubango

4 Prestação de serviços – transporte de Mototaxista 2 rodas (kupapata)


passageiros
5 Comércio precário Janela aberta – Lubango
1 Comércio no mercado camponês/Vendedor de produtos
diversos - mercado Poiares
1 Comércio no mercado comerciante de animais de criação -
mercado Poiares
1 Comércio no mercado ccomerciante de roupa de criança -
mercado Poiares
2 Comércio no mercado venda de hortícolas - mercado Poiares
1 Comércio no mercado Vendedor de produtos de higiene
pessoal - mercado Mutundo
1 Comércio no mercado venda de roupa/calçado- mercado
Mutundo
1 Comércio no mercado venda de cds/fotógrafo – mercado
Mutundo
2 Comércio na rua venda de fruta – Lubango
1 Comércio na rua venda de flores – Lubango
1 Comércio na rua venda de roupa/calçado– Lubango
2 Comércio ambulante Zungueiro – Lubango
Fonte: Levantamento directo

O registo fotográfico sistemático, no decurso das deslocações pelo município constituiu um


instrumento adicional para recolha de informação, tendo sido efectuado nas zonas comerciais do
centro do Lubango, no Mercado João de Almeida e no Mercado Mutundo, nas zonas industriais da
Tundavala, do Chioco, do Poiares (Boa Viagem) na Comuna da Arimba, mercado do Km 40 na
Comuna do Hoque, a agentes do comércio precário (comerciantes de rua, janelas abertas, etc.) e
do comércio ambulante (zungueiros).

12
1.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

As principais limitações que se colocaram à realização deste estudo foram, na maior parte dos
casos, a inexistência e, noutros casos, as contradições, inexactidão e desactualização de alguns dos
dados fornecidos pelos diferentes sectores do governo. Este facto impediu que a caracterização
quantitativa esperada ficasse por concretizar relativamente a alguns dos objectivos específicos,
nomeadamente a caracterização do mercado de trabalho e a caracterização da estrutura
económica sectorial e respectivas segmentações. A não realização das entrevistas planeadas por
dificuldades de conciliar o tempo da pesquisa de terreno com a disponibilidade dos
representantes institucionais e a pouca abertura por parte dos representantes de alguns agentes
económicos para partilhar dados específicos relacionados com as respectivas actividades
constituíram limitações adicionais. Algumas reuniões e entrevistas foram muitas vezes adiadas por
compromissos dos visados, ausências e aspectos burocráticos. A recolha de informação solicitada
junto de algumas instituições foi também sendo adiada, por razões burocráticas ou compromissos
dos seus representantes. A inexistência de um documento do Perfil Municipal e do Plano
Integrado Municipal de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza dificultaram a recolha de
informações com maior detalhe.

1.4 ESTRUTURA DO RELATÓRIO

O relatório apresenta uma panorâmica genérica do município, aprofundando de forma mais


específica as questões de âmbito económico e produtivo. Essa caracterização inicia-se com um
breve enquadramento a nível provincial, integra uma secção referente à caracterização geral do
município, descreve os sectores económicos e produtivos formais, as infra-estruturas económicas
e os principais provedores de serviços do Município do Lubango. Inclui também informação sobre
os sistemas de crédito disponíveis para financiar o sector económico e produtivo e procede a uma
caracterização das actividades informais no município. O relatório integra uma conclusão, onde se
efectua a síntese das principais informações recolhidas e onde se identificam os segmentos de
actividade, formal e informal, com maior potencial do ponto de vista da sua inserção em processos
de desenvolvimento local. A bibliografia e os anexos completam o estudo.

2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO

2.1 Breve caracterização da Província da Huíla

A Província da Huíla, em termos económicos, estrutura-se sobre o seu grande potencial no sector
agro-pecuário. No sector agrícola, são os cereais que constituem a base da produção agrícola,
nomeadamente o milho, o massango e a massambala. Têm ainda algum significado as culturas do
feijão comum, do feijão macunde, da abóbora, da batata-doce e da batata-rena. Frutas
temperadas, como por exemplo os citrinos e tropicais bem como hortícolas fazem também parte
da diversidade que o sector oferece. O essencial da actividade agrícola é realizado no quadro da
actividade económica familiar de subsistência, enquanto o sector empresarial é ainda muito
incipiente e o sector associativo tem um espectro de intervenção limitado.

13
A actividade agrícola enfrenta vários tipos de constrangimentos: elevado custo dos inputs,
dificuldade de acesso a crédito, fragilidade das instituições públicas de suporte, reduzido número
de postos de comercialização com insuficiências ao nível das estruturas de conservação de
produtos perecíveis, extensão do comércio informal, entre outros.

No sector pecuário, com grande tradição na Província, predomina a produção de bovinos e


caprinos, destacando-se também a criação de espécies associadas à dieta alimentar das
populações, nomeadamente suínos, coelhos e aves de capoeira. A pecuária tradicional, de base
familiar, assegura o essencial da produção do sector enquanto o sector empresarial se confronta
com problemas de competitividade, face ao sector tradicional e face às importações.

O sector industrial da Província da Huíla concentra-se no ramo alimentar, bebidas e tabaco,


construção civil, minerais não metálicos e na indústria extractiva, concentrada em 4 dos
municípios, Lubango, Matala, Humpata e Lubango. Trata-se de um sector de actividade
direccionado fundamentalmente para o mercado interno, baseada em unidades de pequena e
média dimensão, onde a maioria dos empregados apresentam reduzido nível de qualificação
escolar e profissional e que enfrenta sérios problemas de acesso a energia, água, transportes e
acessibilidades e de elevados custos de produção associados à importação e aos custos de
desalfandegamento.

A construção civil e a produção de minerais não metálicos constituem os ramos de actividade


industrial mais dinâmicos da Província da Huíla, tal como sucede com a actividade comercial que
para além de garantir o abastecimento das populações em bens e serviços, assegura ocupação
produtiva e geração de rendimentos para parte significativa da população.

Baseado em unidades de pequena dimensão e com carácter dominantemente retalhista,


coexistem na Província do Lubango, tal como sucede por todo o País, a rede formal, que tem vindo
a crescer substancialmente, com um florescente comércio informal de todo o tipo de bens,
praticado em mercados, nas ruas ou à porta das habitações.

A par dos mercados municipais, estão activos na Província diversos mercados informais onde se
transaccionam todo o tipo de produtos (bens alimentares, vestuário, produtos de usos pessoal e
doméstico, electrodomésticos, mobiliário, etc.) e onde se prestam variados tipos de serviços
pessoais ou de proximidade (carregamento de mercadorias, cabeleireiros, alimentação
confeccionada, confecção de vestuário, reparações diversas, entre outros).

O sector informal ou semi-oficial também está significativamente presente na área dos


transportes, quer de passageiros quer de mercadorias. Em termos gerais, a Província da Huíla
confronta-se com uma situação complicada do ponto de vista da criação e do acesso a empregos
formais, quer no sector público que no sector privado, sendo essa uma das razões explicativas
para a extensão das práticas informais nos diferentes sectores de actividade económica.

14
2.1.1 Localização

A província da Huila situa-se no sudoeste da Mapa 1 – Província da Huíla


República de Angola. Possuindo uma forma
rectangular apresenta as seguintes
confrontações e limites: Norte: As províncias
de Benguela e do Lubango; Sul: A província
do Cunene; Este: As províncias do Bié e do
Cuando Cubango; Oeste: a província do

Namibe e a província de Benguela. A


província contabiliza uma área aproximada
de 78.879 km² e uma população estimada
em cerca de 3 milhões de habitantes. Fonte: www.google.com/images

2.1.2 Organização administrativa e localização geográfica dos municípios

Administrativamente, a província conta com 14 municípios (Quilengues, Lubango, Humpata,


Quipungo, Caconda, Matala, Caluquembe, Gambos, Cuvango, Jamba, Chicomba, Chipindo,Lubango
e Cacula) e 39 comunas.

Tabela 2: Distribuição da superfície territorial e número de habitantes nos


Município da Província da Huíla

Município Superfície (km²) Número de Habitantes

Quilengues 4.460 123.005


Lubango 3.140 1.414.115
Humpata 1.261 100.819
Quipungo 7.630 221.502
Caconda 4.710 176.140
Matala 9.060 222.880
Caluquembe 3.074 204.772
Gambos 8.150 151.375
Kuvango 9.671 93.292
Jamba 11.102 126.799
Chicomba 4.200 110.291
Chipindo 3.862 71.000
Lubango 5.162 206.506
Cacula 3.311 77.716
Província 78.793 3.300.212
Fonte: Governo Provincial da Huíla, 2012, proposta de Plano de Desenvolvimento da
Provincia da Huila para o período de 2013 – 2017

15
2.2 O Município do Lubango

O Município do Lubango com uma superfície 3.140 km² fica situado na zona sudoeste da província
da Huíla. A população residente é estimada em 1.414.115 (um milhão, quatrocentos e catorze mil
cento e quinze) habitantes, dos quais 81,74% (1.155.897) habitantes residem na cidade e
arredores, ou seja , no município sede1.

A sede do município é a cidade do Lubango que é simultaneamente a capital da província da Huíla,


razão pela qual se concentram no município equipamentos e infra-estruturas colectivas ou sociais
importantes (redes de estradas, caminho-de-ferro, aeroporto, hospitais, instituições de educação
e ensino, instalações desportivas, turísticas e de lazer), bem como as instituições de poder
administrativo e a maioria das empresas públicas regionais.

A sua população é maioritariamente composta pelo grupo etnolinguístico Nhaneka – Humbe,


integrando também outros pequenos grupos de Umbundo, Nganguela, Tyokue, Vátua, Kuissi,
Koisan e a raça mista, paternalmente de origem portuguesa e madeirense. Esta diversidade
confere um carácter multilinguístico à sua população que, para além da língua Nhaneka-Humbi,
também se comunica através de outras línguas nacionais(Umbundo, Ganguela, Kimbundo,
Kwanhama, Tchokwe, Kikongo e Fiote).

A pecuária, a agricultura e, em particular a criação de gado e o cultivo de cereais, são as


actividades económicas mais importantes no município

2.2.1 Enquadramento Geográfico

O município do Lubango fica situado na zona sudoeste da província da Huíla entre os municípios
de Quilengues, Cacula, Quipungo, Chibia e Humpata. Localiza-se na zona Sudoeste da Província da
Huíla, tendo como limites ao Norte com os Municípios de Quilengues e Cacula, a Sul com o
Município da Chibia, a Oeste com o Município de Quipungo e a Leste com os Municípios da
Humpata e Bibala, província do Namibe.

2.2.2 Aspectos biofísicos

O clima do Município do Lubango corresponde a uma zona de clima alternadamente húmidos e


secos das regiões intertropicais de ventos alisados, onde é nítida de influência da zona das
calmarias tropicais. O clima é em geral quente ou tropical (temperatura média anual superior a
15°C), mas nas áreas situadas a maior altitude pode ser classificado como temperado. Os meses
mais frios são Junho e Julho e os mais quentes são Novembro e Dezembro, sendo a temperatura
dos meses mais quentes superior a 20°C. A amplitude da variação anual da temperatura do ar é
inferior a 10°C. Embora muito raro pode verificar-se de vez em quando temperaturas
excepcionalmente baixas.

1
Serviços Provinciais da Huíla – INE, 2012

16
A estação das chuvas tem duração de 6 meses, com início nos meses de Outubro e término em
Abril. Os meses de Maio e Setembro são de transição. A humidade relativa média anual é baixa,
andando em geral à volta de 60 a 70%2. A precipitação média anual, assim como o período
chuvoso e o número total médio de dias de chuva tem pouco significado, a não ser que se indique
qual a sua distribuição e intensidade durante o ciclo vegetativo em causa. A quantidade de
precipitação aumenta de Oeste para Leste e de Sul para Norte, em virtude do relevo.

2.2.3 Aspectos institucionais

O Município do Lubango está administrativamente organizado em cinco comunas: comuna sede,


Arimba, Hoque, Huíla e Quilemba.

Fotografia 1 – Administração Municipal do Fotografia 2 – Administração Comunal da


Lubango. Arimba.

Trata-se de um município com características urbanas, pois 81,74% da população está


concentrada na cidade capital e arredores.

Mapa 2 – Divisão administrativa do município do Lubango

2
GPH, 2012 - PIDRCP -relatório de balanço de execução financeira do 1º semestre

17
2.2.4 Demografia

Não existem cifras exactas sobre os fenómenos demográficos no País, uma vez que o último censo
populacional data de 1970 do século passado, estando actualmente em curso o levantamento
relativo ao Censo 2013. Deste modo, a análise deste recurso económico fundamental só pode ser
feita na base no cruzamento de estimativas, das listagens que as Administrações Comunais têm
vindo a realizar, das informações provenientes dos números de assistidos pelas organizações não
governamentais e outras organizações da sociedade civil.

2.2.4.1 População estimada do município

De acordo com o Relatório de execução financeira do III Trimestre do Governo da Província da Huíla (GPH),
2012, o município do Lubango tem uma população estimada em cerca de 1.414.115, habitantes, dos quais
?%(596.350) do sexo masculino e ?%(817.765) do sexo feminino.

Os dados relativos à população do Município do Lubango remetem para um documento principal e têm
como fonte a Administração Municipal do Lubango: a monografia do município do Lubango, de 2011,
segundo o qual a comuna sede concentra 81,74% da população, maioritariamente do sexo feminino.

Tabela 3: Distribuição da População da Comuna Sede por sexo e escalão etário


•. Sexo
Ir..''
'' Superfície
Nº , Idade '.
Comuna (Km²) Masculino Feminino Total
-•.
0-4Anos 63235 86388 149623
5-9Anos 56463 79195 135658
10-14 " " 55644 75618 131262
15-19" 42063 67890 109953
20-24 " 42025 65758 107783
25-29 39332 64821 104153
1 30-34 " " 37161 55741 92902
Município Sede 100,70
35-39 34336 41467 75803
40-44 " " 28130 33991 62121
45-49 " " 25364 32853 58217
50-54 " " 20266 24597 44863
55-59 " 15532 18339 33871
60-64 14447 14617 29064
65 e + 10278 10346 20624
TOTAL: 484.276 671.621 1.155.897
Fonte: Monografia do Município do Lubango, 2011

18
Tabela 4: Distribuição da População da Comuna do Hoque por sexo e escalão etário

... superfície ·Sexo·


Nº Comuna Idade Total
., (Km2) Masculino Feminino
0-4Anos 5961 9969 15930
5-9Anos 5438 8977 14415
10-14 4003 7026 11029
15-19 4285 6105 10390
20-24 4014 5155 9169
25-29 2909 4178 7087
1 Hoque 1.650 30-34 2371 3338 5709
35-39 2424 2323 4747
40-44 2124 2231 4355
45-49 1330 2110 3440
50-54 1022 2013 3035
55-59 1031 1272 2303
;
60-64 558 534 1092
11 I
65 e + 511 502 I 1013
TOTAL: 37.981 55.733 93.714
Fonte: Monografia do Municipio do Lubango, 2011

Na comuna do Hoque , de acordo com a Tabela 3, reside 6,63% da população do município.


Destes, 59,5% são mulheres e 55,92% têm menos de 20 anos. A comuna da Huíla, como nos
mostra a Tabela 4, é habitada por 5,67% da população municipal, maioritariamente jovem e
feminina.

Tabela 5: Distribuição da População da Comuna da Huíla por sexo e escalão etário


.
superfície Sexo
Nº Comuna Idade,. Total
(Km2) Masculino Feminino
:
0-4 Anos 6048 6769 12817
5-9 Anos 5237 6267 11504
10-14 5002 6023 11025
15-19 4015 5105 9120
20-24 3814 4155 7969
11
25-29 3409 3178 6587
1 Huila 561,25 30-34 2958 2338 5296
35-39 1412 2124 3536
11
40-44 1103 2431 3534
11
45-49 1010 1412 2422
50-54 1042 1208 2250
55-59 1004 1119 2123
11
60 e + 986 996 1982
TOTAL: 37.040 43.125 80.165
Fonte: Monografia do Municipio do Lubango, 2011
19
Tabela 6: Distribuição da População da Comuna da Arimba por sexo e escalão etário

Superfície Sexo
Nº Comuna Idade Total
(Km2} Masculino Feminino
0-4 Anos 3638 4453 8091
5-9 Anos 2568 4208 6776
10-14 2025 3884 5909
11
15-19 2287 3682 5969
20-24 2136 3167 5303
11
25-29 1432 2269 3701
30-34 1372 1883 3255
1 Arimba 353,05
11
35-39 1244 1249 2493
40-44 " 1238 1089 2327
45-49 1224 1023 2247
11
50-54 1010 1010 2020
55-59 986 1050 2036
60-64 909 1004 1913
65 e+ 924 988 1912
TOTAL: 22.993 30.959 53.952
Fonte: Monografia do Municipio do Lubango, 2011

A comuna da Arima concentra apenas 3,82% da população do município do Lubango (Tabela 5).

Tabela 7: Distribuição da População da Comuna da Quilemba por sexo e escalão etário

Superfície .. Sexo
Nº Comuna Idade Total
'(Km2) Masculino Feminino
0-4 Anos 350 340 6907
5-9 Anos 205 253 459
10-14 11 203 202 405
11 11
15-19 195 131 327
11
20-24 11 846 112 1969
11
25-29 11 784 956 1740
11
475 30-34 11 583 911 149
1 Quilemba 11
35-39 443 836 4127
40-44 11 444 749 9
119
11
45-49 " " 422 725 114
50-54 11 367 627 994
11 11
55-59 260 503 763
11 11
60-64 233 40 642
11
65e + " " 126 210 30.387
TOTAL 14.06 16.32 30.38
TOTAL GERAL 3.140 Km² 1.414.115
Fonte: Monografia do Município do Lubango, 2011

20
Finalmente, a comuna da Quilemba é a menos populosa do município (2,15% da população), mas
mantém as mesmas características das outras comunas, relativamente à predominância de
mulheres e jovens, como se revela na tabela seguinte.
A população do Município do Lubango, de acordo com os dados que nos foram fornecidos pelo
Serviço Provincial da Huíla do INE, representa 43,22,% da população da Província da Huíla e
apresenta uma densidade populacional de 450 habitantes por km². Na maioria esta população
dedica-se à actividade agro–pecuária de auto subsistência, existindo entre ela camponeses
associados, pequenos empresários agropecuários e comerciantes.
Gráfico 1: Município do Lubango: população por Comuna e Sexo

Fonte: elaborado a partir dos dados fornecidos pela Administração Municipal do Lubango
Resulta dos dados populacionais uma grande prevalência de população feminina, que à escala
municipal representa cerca de 60% da população total.

Gráfico 2: Município do Lubango: população por Sexo (%)

Fonte: elaborado a partir dos dados fornecidos pela Administração Municipal do Lubango

2.2.4.2. Emprego

Os dados relativos à população activa e ao emprego são igualmente escassos. A Comuna sede, segundo o
GPH (2011) possui uma população activa de 655.795 habitantes, assim distribuídos: Comuna do Hoque com

21
47.932, a Huíla com 40.714 habitantes, a Arimba com 27.315 habitantes e a Quilemba com 13.087
habitantes, totalizando aproximadamente 784.843 habitantes. Ou seja, estaríamos perante uma taxa de
actividade de 55,5%.

Os números fornecidos pelos Serviços Provinciais da Huíla do INEFOP (vide Anexo 6) referem-se a um total
de 23.661 trabalhadores no município do Lubango num total de 43.388 efectivos ao nível provincial, o que
corresponde a 54,53% do mercado de trabalho formal da Província da Huíla.

2.2.5 Aspectos gerais da situação sócio-económica

A cidade e o município albergam instituições de educação e ensino de referência, tendo tradição académica,
pois tem estabelecimentos de ensino desde o nível primário ao superior quer público quer privado.

Conta com 159 escolas: sendo 145 de ensino primário e 14 de ensino secundário. Garantem o processo de
ensino - aprendizagem 7.155 professores em toda extensão do Município, para um universo de 210.107
alunos.

É na cidade do Lubango onde se encontra instalada a Sede da Universidade Mandume


Yademufayo, criada no âmbito da descentralização da Universidade Agostinho Neto, englobando
as Províncias do Cunene, Namibe e Kuando Kubango, Instituto Superior de Ciências de Educação -
ISCED/Lubango e Universidades privadas, tais como: Gregório Semedo, Instituto Superior
Politécnico da Huila, Universidade Sinodal de Angola, Universidade Privada Angolana- UPRA e
Instituto Superior Politécnico Independente- ISPI.

O ensino superior encontra-se representado na província exclusivamente no centro urbano do


Lubango através de 4 estabelecimentos, dos quais 75% encontram-se sob gestão pública e 25%
sob gestão privada.

A província conta com uma universidade, com três faculdades e um instituto superior politécnico,
uma universidade especializada (ISCED) e cinco institutos superiores politécnicos. Os
estabelecimentos de ensino superior públicos disponibilizam um total de 43 cursos, frequentados
no ano transacto por 16.584 alunos.

No domínio da Saúde, a cidade e o município beneficiam dos mais importantes serviços de


assistência médico-medicamentosa e de infra-estruturas hospitalares de referência nacional e
regional, designadamente, um hospital central , uma maternidade, uma pediatria, uma psiquiatria,
um hospital regional militar, um depósito de medicamentos e equipamentos sanitários, farmácias,
além de clínicas e centros de saúde privados (Hospital Central Dr. António Agostinho Neto,
Hospital Pediátrico Pioneiro Zeca, Hospital Materno Infantil Camarada Irene, Hospital Regional
Militar, Hospital Psiquiátrico e Sanatório).

Para além dos hospitais acima referidos, também possui 1 hospital municipal, 18 centros de saúde,
29 postos de saúde estatais e 25 privados.

22
A assistência médica e medicamentosa às populações é razoável, uma vez que na zona peri-
urbano alguns centros e postos de saúde, encontram-se apetrechados com os equipamentos
básicos que garantem a assistência às populações.

Estas unidades reúnem um total de 1.298 camas, concentradas maioritariamente nas estruturas
hospitalares do município do Lubango (71,6%) e da Matala (7,9%), o que evidencia a importância
que estes dois centros urbanos têm na província

O município beneficia de equipamentos e infraestruturas colectivas ou sociais importantes,


designadamente das redes de estradas e do caminho-de-ferro de Moçamedes,cujo ramal que
parte desde o Namibe à Menongue se encontra reabilitado.

A cidade é também servida por um aeroporto Internacional inaugurado no âmbito do CAN/2010


que faz ligações áreas com a República da Namíbia e com as restantes províncias, especialmente
com várias cidades do País, além de ligações com aviões de pequeno porte.

Os meios de transporte mais usados no município são os chamados candongueiros. Estes usam
preferencialmente as viaturas de marca Toyota Hiace ou Venture, cobrando aproximadamente
100,00 Kuanzas pela carreira Lubango/ Lubango e vice-versa.

Também estão presentes no município um grande número de mototaxistas que, em velocípedes


de 2 ou 3 rodas, transportam passageiros e mercadorias.

A cidade e arredores beneficiam de rede telefónica fixa e móvel, assegurada por três operadoras:
Angola Telecom, Movicel e Unitel, e pela rede de fibra óptica em algumas sedes comunais.
O município é servido por instalações desportivas e recreativas de referência no País, com
destaque para o Pavilhão Gimnodesportivo da Nossa Senhora do Monte e três estádios de futebol
relvados. Existem ainda um circuito de competição motorizada urbano; um circuito para
competições de Karting, pistas de atletismo e alguns ginásios. Foi construído no âmbito do CAN
201O um estádio de futebol 11 no bairro Joaquim Kapango, zona da Kanguinda.

3. DESCRIÇÃO DOS SECTORES ECONÓMICOS/PRODUTIVOS

3.1 Sector Agro-Pecuário

A principal actividade económica do Município do Lubango é a agro-pecuária onde predomina


maioritariamente a produção de auto subsistência de camponeses isolados e outros agrupados em
associações e cooperativas. A sua produção mais significativa concentra-se nas culturas de milho,
massango, massambala, feijão e feijão-frade.

No entanto é possível encontrar disponível uma grande variedade de produtos agrícolas,


conforme se constata no quadro seguinte, elaborado com base no plano de produção da
campanha agrícola 2012/2013.

23
Tabela 8: Produtos agrícolas – Campanha Agrícola 2012/2013

EDAS
Produtos (ha) Total da
Munhino Hoque Província
Milho 6.190 9.286 336.757
Massango 4.757 7.135 88.314
Massambala 6.783 10.175 129.671
Feijão 318 477 51.807
Amendoim 38 58 5.258
Hortícolas 38 56 855
Trigo 13 8 73
Frutícolas 10 4 164
Batata Rena 43 65 1.414
Batata Doce 56 75 948
Mandioca 6 15 854
Total 18.252 27.354 605.304
Fonte: Direcção Provincial da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e Pescas – Huíla,
Setembro de 2012

Parte significativa dos agentes económicos realiza estas duas actividades, agricultura e pecuária,
ainda que a de criação de gado constituía a de maior relevo, sendo a agricultura apenas
complementar e de subsistência.

Na sua grande maioria as lavouras são feitas recorrendo a tracção animal e manual. A
mecanização agrícola é uma actividade que é praticada fundamentalmente, por pequenos
agricultores. No município do Lubango existe disponível, quer em estabelecimentos formais quer
no mercado João de Almeida, uma grande diversidade de materiais para a actividade agrícola:
catanas, ancinhos, sachos, charruas de tracção animal, máquinas de charrua, sistemas de rega, etc.

O carácter familiar e tradicional da actividade agrícola reflecte-se num reduzido indíce de


mecanização e de exploração empresarial. Geralmente são os médios e grandes produtores
aqueles que fazem recursos aos meios mecanizados. O rendimento dos cultivos está intimamente
relacionado com o comportamento do clima. O nível de quedas pluviométricas é uma das
variáveis, a par da qualidade das sementes, que mais contribui para o rendimento dos cultivos. Um
problema que o município partilha com a Província é o de um sistema de transportes,
armazenamento e comercialização insuficiente e pouco articulado, com reduzida capacidade de
armazenagem.

3.1.3 Caracterização institucional

No município do Lubango estão presentes várias instituições de apoio à actividade agro-pecuária,


das quais destacamos:

24
As EDAS do Munhino e do Hoque funcionam no Km16, Comuna da Huíla e na Comuna do Hoque.
São instituições do Governo, do Ministério da Agricultura, que prestam apoio técnico e material às
comunidades, nomeadamente às associações e cooperativas das comunas da Arimba, Quilemba,
Hoque e Huíla. Em termos institucionais dependem do IDA, tendo no entanto ligação formal e
institucional com a Administração Municipal do Lubango, através da Repartição Municipal de
Agricultura e Desenvolvimento Rural e as respectivas comunas da Arimba, Huíla, Quilemba e
Hoque. comunais da Arimba e Huila. Existe uma ligação muito forte de trabalho entre as
administrações e as EDAs ,para atender questões ligadas a agricultura nas comunas.

A sede da UNACA – Federação das Associações de Camponesas e Cooperativas Agro-pecuárias da


Província da Huila está instalada no município sede. A Federação tem como objectivo incentivar e
apoiar o surgimento de associações e cooperativas no município e desempenha um papel
importante no comité de pilotagem de análise dos projectos de crédito de campanha agrícola.

Vários programas de apoio à actividade agro-pecuária têm sido postos em acção, de entre os quais
destacamos:

- Programa Integrado Municipal de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza (PIMDRCP),


aprovado em 2010, é um programa do governo onde a Administração local procura atender as
carências das populações, sobretudo do meio rural, através da construção de infra-estruturas
económicas e sociais e outras intervenções que permitirão alcançar os objectivos estabelecidos na
estratégia de combate à pobreza, através da harmonização dos programas de desenvolvimento
rural, extensão rural e comercialização.

As acções previstas visam o desenvolvimento local, começando pelo restabelecimento ou criação


de circuitos administrativos, produtivo, comercial, bancário e de transportes, e evoluindo para a
criação da rede dos serviços básicos de saúde, educação, água e energia eléctrica.

- Programa de Extensão e Desenvolvimento Rural (PEDR) aprovado em 2004 pelo Governo Central,
que tem como grande objectivo relançar a produção familiar num universo de 206.800 famílias
beneficiárias na província do Lubango. Este Programa contém os seguintes eixos principais: a)
apoio à organização das associações e outras organizações comunitárias; b) asseguramento de
serviços de apoio à produção; c) apoio à comercialização de produtos agro-pecuários; d) facilitação
do relacionamento com as instituições sociais.

A sua implementação está a cargo do IDA, através das EDA´s existentes.

- Programa de Promoção do Comércio Rural

O Programa de Promoção do Comércio Rural, uma iniciativa do ministério do comércio foi


concebido partindo do pressuposto de que a comercialização rural pode contribuir para o
aumento da produção das empresas agrícolas familiares e consequente melhoria das condições de
vida das comunidades rurais e também contribuir para reduzir a curto prazo a dependência
alimentar externa do país, com a produção de excedentes para o abastecimento dos centros
urbanos e da indústria nacional. O programa tem como objectivos específicos os seguintes: a

25
compra dos excedentes de produção das comunidades rurais e o seu fornecimento ao consumo da
população, à indústria nacional e à exportação; o fornecimento permanente e de forma
organizada às comunidades rurais inputs agrícolas (ferramentas, fertilizantes, pesticidas,
sementes, etc.), de bens de consumo, de bens industriais, de materiais de construção, de
pequenos equipamentos e outros.

3.1.4 Formas Organizativas

Apesar da actividade agro-pecuária ser dominantemente praticada com carácter tradicional e


familiar, registam-se dinâmicas interessantes do ponto de vista associativo.

De acordo com a Federação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agro-Pecuárias da


Huila - UNACA, no município do Lubango existiriam em 2011 as seguintes organizações:

Tabela 9: Associações e cooperativas existentes no município do Lubango

Quantidade Nº Associados Nº Beneficiários


ASSOCIAÇÕES 3 147 215
COOPERATIVAS 8 672 1.210
SUB-TOTAL 11 819 1.425
Fonte: UNACA - Federação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agro-Pecuárias da
Huila, 2011.

No período entre Junho e Agosto de 2012, segundo o levantamento feito pela equipa do FAS com
a colaboração da administrações comunais e EDAs do Munhino e Hoque, foram recenseadas as
seguintes associações de camponeses no Município do Lubango. Das 45 associações recenseadas,
26 localizam-se na Comuna da Huíla, 15 na Comuna do Hoque e 4 na Comuna da Arimba.

Tabela 10: Associações de Camponeses no Município do Lubango – Junho a Agosto de 2012

Nº Nome da Numero de membros Localizaçãoo Estatuto


Associação legal

TOTAL Homens Mulheres


COMUNA DA HUILA
1 Capolouela 6 6 0 Povoação Não
Vikenje legalizada
2 Tchikuhe3 12 10 2 Povoação Não
Tchikuhe legalizada
3 Tchikuhe 2 17 10 7 Povoação Não
Tchikuhe legalizada
4 Tchikuhe 1 17 12 5 Povoação Não
Tchikuhe legalizada
5 Mulombe- 21 13 8 Munhino Não
Munhino legalizada
6 Kuliakita 16 10 6 Mumliango Não
legalizada

26
7 Sacho 21 11 10 Bº Sacho Não
legalizada
8 Nhime 3 3 0 Nhime Não
legalizada
9 Bambi 13 10 3 Bambi Não
legalizada
10 Eputo 20 15 5 Eputo Não
legalizada
11 Miguel Ramos 18 12 6 Unene Não
legalizada
12 Pakaha 18 12 6 Pakaha Não
legalizada
13 Chileva 8 2 4 Chileva Não
legalizada
45 TOTAL GERAL 1245 912 331
NO
MUNICÍPIO

Fonte: Delegação Provincial do FAS – Huíla, Junho-Agosto de 2012

Tabela 10: Associações de Camponeses no Município do Lubango – Junho a Agosto de 2012


(cont.)

Nº Nome da Número de membros Localização Estatuto legal


Associação

TOTAL Homens Mulheres


COMUNA DA HUÍLA
14 1º de Maio 17 10 7 Não legalizada
15 14 de Abril 15 9 6 Banda Não legalizada
16 Agostinho 15 13 2 Banda Não legalizada
Neto
17 1º de Agosto 15 11 4 Banda Não legalizada
18 11 de 15 11 4 Banda Não legalizada
Novembro
19 Augusto 18 14 4 Munhino Não legalizada
Ngangula
20 Mumbango 1 15 4 11 Mumbango Não legalizada
21 Mumbango 2 15 3 12 Mubango Não legalizada
22 Vingogui 6 6 0 Vikenje Não legalizada
23 Vikenje 6 3 3 Vikenje Não legalizada
24 Nambungula 42 21 21 5km da EDA Não legalizada
25 Mamboto 16 9 7 2km da EDA Legalizada
26 Hetemo 31 16 15 10km da EDA Não legalizada
SUBTOTAL 416 256 158
45 TOTAL GERAL 1245 912 331
NO
MUNICÍPIO

27
Fonte: Delegação Provincial do FAS – Huíla, Junho-Agosto de 2012

Apenas 1 associação da Comuna da Huíla está legalizada enquanto na Comuna do Hoque apenas 1
está em vias de lelalização, não tendo as outras 43 associações de camponeses estatuto legal.

Tabela 10: Associações de Camponeses no Município do Lubango – Junho a Agosto de 2012


(cont.)

Nº Nome da Número de membros Localização Estatuto legal


Associação

TOTAL Homens Mulheres


COMUNA DO HOQUE
1 Cambalombo 80 65 15 8 km da sede Não legalizada
II
2 Bango 54 31 23 10 km da sede- Não legalizada
Hima
3 Tchingui 35 31 4 4km estrad Não legalizada
280- Tchacala
4 Agostinho 20 20 0 500 m Não legalizada
Neto ad.comunal
5 Simione 115 78 37 1km da sede Não legalizada
Mucumi Hoque
6 Nohenda 24 18 6 Tchacala Não legalizada
7 Chilambo 40 28 12 4km sede Não legalizada
Mucuio
8 AIA 64 37 27 9km ao sul Via legalização
est.280
Tchacala
9 Cuahamba 20 20 0 7km sede est Não legalizada
280 –Toco
11 Muholi 102 84 18 1km sul est 280 Não legalizada
–Toco
12 Mapundi 27 25 2 1km sul est Não legalizada
280-Toco
13 Chanja 31 23 8 9 km da sede Não legalizada
14 Vindanca 65 50 15 18km da Não legalizada
comuna
15 Mayala 1 62 56 6 19km do sect Não legalizada
Mucu
SUBTOTAL 739 566 173
45 TOTAL GERAL 1245 912 331
NO
MUNICÍPIO

Fonte: Delegação Provincial do FAS – Huíla, Junho-Agosto de 2012

Na comuna do Hoque deataca-se o mercado do KM 40 que fornece hortícolas para os municípios a


norte da província e os transeuntes que vão para as províncias de Benguela e Luanda.

28
Tabela 10: Associações de Camponeses no Município do Lubango – Junho a Agosto de 2012
(cont.)

Nº Nome da Número de membros Localizaçãoo Estatuto legal


Associação

TOTAL Homens Mulheres


COMUNA DA ARIMBA
1 Ombembwa 50 50 0 Caculuvar- Não legalizada
Nonthe
2 Ombembwa 1 10 10 0 Caculuv.Nothe Não legalizada
1
3 Soka Nawa-Tula 20 20 0 Ngoi 2 Não legalizada
Omutima
4 Mateta 10 10 0 Mateta Não legalizada
SUBTOTAL 90 90 0
45 TOTAL GERAL 1245 912 331
NO MUNICÍPIO

Fonte: Delegação Provincial do FAS – Huíla, Junho-Agosto de 2012

No mesmo período, procedeu-se ao levantamento das Cooperativas agrícolas no município,


resultado que se apresenta na tabela 11.

A maior presença deste modelo organizativo ocorre na Comuna do Hoque, onde a maior parte
das cooperativas não estão legalizadas e três delas têm mais de 150 sócios ou cooperantes. Na
Comuna da Huíla, a única cooperativa existente está legalizada.

A não legalização surge também muitas vezes associada à falta de documentos de identificação
por parte dos agricultores e pequenos produtores mas também como consequência de não
estarem suficientemente informados nem sensibilizados para as suas vantagens.

Funciona no município do Lubango a delegação Provincial da Federação das Associações de


Camponesese Cooperativas – UNACA, que tem como um dos seus objectivos incentivar e apoiar o
movimento associativo e cooperativo no sector. A UNACA tem sido igualmente chamada a
participar no comité de pilotagem que analisa os projectos de crédito da campanha agrícola.

29
Tabela 11: Cooperativas agrícolas no município do Lubango

Nº Nome da Numero de membros Localização Estatuto


Cooperativa legal

TOTAL Homens Mulheres


COMUNA DO HOQUE
1 Nova Vida 177 159 18 300 m da sede Via
Toco legalização
2 AMMIGA 84 51 33 5km da sede- Legalizada
Mucuio
3 Kwatessa 32 32 0 1 km a norte – Via
Mucuio legalização
4 Colimbwa 150 145 5 8 km da sede Não
legalizada
5 Sagrada Esperanca 164 151 13 Toco
SUBTOTAL 607 538 69
COMUNA DA HUÍLA
1 Santos Sementes 21 12 9 4km da EDA Legalizada
SUBTOTAL 21 12 9
6 TOTAL GERAL 628 550 78
Fonte: Delegação Provincial do FAS – Huíla, Junho-Agosto de 2012

Um dos grandes problemas enfrentados pelos pequenos agricultores tem a ver com o acesso a
recursos financeiros que lhes permitam obter os inputs indispensáveis à sua actividade,
nomeadamente as sementes e os fertilizantes. A insuficiência de estruturas de armazenamento
da produção e dificuldades associadas ao escoamento dos produtos são outros constrangimentso
significativos.

Algumas das associações e cooperativas foram reativadas apenas para poder solicitar crédito, pelo
que as que não foram beneficiadas deixaram de funcionar. Boa parte delas não estava legalizada,
tendo como principal razão para tal, a falta de documentos de identificação dos camponeses (o
cartão de eleitor que todos têm, serve apenas para votar, mas não é aceite no notário como
elemento de identificação).

Existem muitos pequenos produtores que não querem ser membros nem de associações nem de
cooperativas porque não vêm a importância dessas organizações. As principais acções das
associações e cooperativas têm sido a mediação de conflitos de terra e a viabilização do acesso ao
crédito, incluindo a responsabilização do crédito que os seus membros recebem. No entanto, em
termos organizativos estas denotam muitas lacunas nos sistemas de informação e gestão. Alguns
membros queixam-se de haver pouca transparência nas condições contratuais com o banco,
nomeadamente no valor real do contrato, prazo de reembolso e período de carência. Muitos
membros das cooperativas vendem a sua produção sem passar pela cooperativa, pois dizem que
assim ganham mais dinheiro. As cooperativas têm assim pouca visibilidade no mercado. Os custos
com os serviços de notariado para a legalização de cooperativas, ficaram recentemente mais

30
acessíveis, pois estas foram isentas do pagamento de emolumentos, pelo que os custos passaram
de 90 a 120 mil para cerca de 40 mil Kwanzas.

No meio rural, e em diferentes comunidades do município do Lubango, existem ferreiros que


desenvolvem uma actividade tradicional para prestação de serviços na confecção e reparação de
materiais sobressalentes das charruas de tracção animal. Confeccionam e reparam bicos e aivecas
com material que retiram das sucatas. Reparam também charruas de tracção animal. Trabalham
por encomenda e têm outros clientes que procuram seus serviços e vendas desses materiais.
Utilizam tecnologia rudimentar, por exemplo a forja e utilizam o carvão ou a lenha. Dizem que
precisam melhorar o equipamento de trabalho. Trabalham de forma individual ou em família.
Alguns deles deixaram de fazer o trabalho em casa, aperfeiçoaram-se e trabalham como
serralheiros no mercado. Outros deixaram de desenvolver esta actividade porque os clientes
preferem recorrer aos serralheiros nos mercados locais para consertar e vender esses acessórios.
Trata-se de uma actividade tradicional que está em risco de perder-se. Esta informação foi
prestada pela EDA local que não dispõe de informação sobre o número de ferreiros que, nas
diferentes comunidades do município, continuam a exercer esta actividade.

3.1.5 Principais problemas

Um documento da DPADRP (2009) inventaria os principais problemas do sector:

1. baixa fertilidade dos solos

2. sementes degradadas e degeneradas. Falta de armazéns comunitários

3. défice de mecanização e de tracção animal para o alargamento das áreas de cultivo

4. insuficiência de inputes agrícolas em geral e dificuldades de acesso aos sistemas de crédito

5. insuficiência de animais de pequeno porte

6. ineficiência de sistemas de assistência técnica e de promoção da agricultura familiar.Sistema


de Rega(barragens, diques, vala de irrigação)

7. degradação do património florestal e dos recursos nele contidos

8. funcionamento deficiente dos mercados

Acrescentam-se ainda outros factores de ineficiência:

- Muitos pequenos agricultores só conseguem explorar pequenas parcelas das suas terras por falta
de insumos e de equipamentos. Os pequenos produtores têm muitos receios em recorrer ao
crédito bancário por medo de não ter condições para reembolsar o mesmo. Face a isso, a maioria
dos produtores opta por comprar o fertilizante no mercado informal a crédito dos fornecedores,
mas a um preço mais elevado, mas sem necessidade de apresentarem garantias ou hipotecas;

31
- Os micros e pequenos produtores têm muita dificuldade em lutar por preços justos dos seus
produtos, devido às poucas alternativas que têm para o escoamento dos mesmos. Assim, a
maioria vê-se obrigada a vender a produção na localidade em que produz, ficando completamente
dependente dos preços oferecidos pelos comerciantes;

- A produção do tomate e de outros produtos hortícolas, sendo culturas de curto prazo poderia
ajudar muito no rendimento familiar. No entanto, o excesso de produção, a pouca capacidade de
armazenagem, a inexistência de processos de transformação e a dificuldade de comercialização,
faz que uma boa parte da produção se esteja a estragar no campo sem ser colhida. e. Um dos
grandes problemas identificados na produção pecuária é a insuficiência de pastagem na estação
seca;

- Inexistência de estudos de cadeia de valor do sector agro-pecuário que tem dificultado uma
planificação mais realística e adequada para o desenvolvimento do mesmo. Um dos
constrangimentos para a realização desses estudos, tem sido a falta de uma definição clara sobre
quem tem a responsabilidade de os executar, governo, privados ou uma parceria público/privada.

Finalmente, adiciona-se um constrangimento frequentemente referido pelos informantes: a


dificuldade de armazenamento, conservação e escoamento dos produtos.

3.2 Sector Industrial

O município do Lubango, e em particular a Comuna sede, concentram a maior parte do parque


industrial da Província da Huíla. Exemplos de unidades industriais em laboração no município do
Lubango são a Fábrica de Transformação de Milho e Trigo Moatrimil, as Fábricas de
Transformação de Rochas Ornamentais Emanha e Granisul, a Nova Cerâmica Gingeira, a Fábrica de
engarrafamento de Água Mineral “A Preciosa”e a Fábrica de produção de cal “Calcários da Huíla.”

Destacam-se na actividade industrial o ramo Alimentar, a indústria de Panificação e Pastelaria, a


indústria de Moagens e Rações, a indústria de Cervejas, Refrigerantes, Águas, Bebidas Espirituosas
e Fermentadas (Fábrica de Cervejas N’gola, Fábrica de Refrigerantes COCA-COLA,Fábrica de
Engarrafamento de Água Mineral - Água da Chela),a industria de Confecções, as Tipografias, as
Cerâmicas, a confecção de mobiliário diverso com base na extração de mármores e granitos e a
produção de caixilharia de alumínio.

No município existem várias unidades industriais que operam com materiais de origem mineira,
nomeadamente os granitos, as areias e as argilas (GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades
desenvolvidas, 2011).

32
Tabela 12: Materiais de origem mineira (Britadeiras, Arreeiros e Cerâmicas)

Nº Empresas Recurso Mineral Localidade Município

1 Interserviço Granito Arimba Lubango

2 Planasul Granito Hoque Lubango

3 Omatapalo Granito Arimba Lubango

4 Belamar Granito Toco Lubango

5 Transconterra Areia Refinado Mutundo Lubango

6 Angobrita Areia refinado Eywa Lubango

7 Transmel Areia refinado Mutundo Lubango

8 Nova C. Gingeira Argila Caculuval Lubango

9 Nuno Martins Argila Caculuval Lubango

10 Tecnocerâmica Argila Arimba Lubango

11 Lunguêmbia Argila Hoque Lubango

Fonte: GPH, 2012 . Relatório Anual sobre Actividades Desenvolvidas - 2011

No Município do Lubango identificam-se três zonas industriais distintas: a da Humpata, a do


Chioco e a da Arimba.

Fotografia 3 – Zona industrial da Tundavala. Fotografia 4 –Zona industrial da Arimba.

E tem-se registado uma dinâmica recente de crescimento da actividade industrial, como é


demonstrado pelo número de empresas licenciadas em 2011.

33
Tabela 13: Empresas licenciadas durante o ano de 2011

Nº DESIGNAÇÃO OBJECTO SOCIAL LOCALIZAÇÃO ALVARÁ

INDÚSTRIAS DE PANIFICAÇÃO
1 Matela, Lda Produção de Pão Município.Kuvango 06/DHL/I.A/2011
2 Oscar Gil Pereira Produção de Pão Bº. do Tchioco 09/DHL/I.A/2011
3 Sumba Futa Nova Produção de Pão Bº. Hélder Neto 11/DHL/I.A/2011
4 Ana Maria F. Gois Produção de Pão Bº. Cdte Cow-Boy 12/DHL/I.A/2011
5 Shoprite Produção de Pão Bº. Cdte Cow-Boy 19/DHL/I.A/2011
INDÚSTRIA DE ENGARRAFAMENTO DE ÁGUA

6 Engarrafamento de Água (A Preciosa) Eng.Água Mineral Bº. Dak-Doy 04/DHL/I.A/2011


Indústria de Serralharia
7 Sociedade Garfran, Lda Prod.Mob.em Metal Bº. Lucrécia 02/DHL/I.L/2011
8 Manuel H.Nogueira Prod.Mob.em Metal Bº. Lalula 15/DHL/I.L/2011
Indústrias Gráficas
9 Arquidiocese do Lubango Conf. de carimbos Bº. Comercial 10/DHL/I.L/2011
INDÚSTRIAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

10 Organizações Amaral ribeiro, Lda Produção de Blocos Bº. Dak-Doy 03/DHL/I.L/2011


11 José M. S. Bumba Produção de Blocos Bº. Cdte Cow-Boy 13/DHL/I.L/2011
12 Fábrica de Colchões Fabricação Colções Km 12 Arimba 20/DHL/I.L/2011
Fonte: GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades desenvolvidas (2011)

3.2.1 Formas Organizativas

Apesar de não se ter tido acesso a informação específica, a generalidade das unidades
empresariais organiza-se em termos de forma jurídica, sob a forma de empresas individuais, de
empresas em nome colectivo e, em dimensão mais reduzida, sob a forma de sociedades
anónimas.

No município existem representações de instituições de apoio à actividade económica,


nomeadamente:

- Câmara de Comércio e Indústria de Angola;

- Associação Industrial Angolana;

- Federação das Mulheres Empresárias de Angola;

- Instituto Nacional de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (INAPEM).

34
3. 2.2 Principais problemas

Há um potencial para a instalação de pequenas e médias indústrias, mas os interessados têm


muitas dificuldades em fazer estudos de viabilidades e não têm recursos financeiros para contratar
uma prestação de serviço para o efeito. Por outro lado, os bancos nem fazem estudos de
viabilidade, nem concedem crédito sem os mesmos. O acesso ao crédito é um dos principais
obstáculos à iniciativa empresarial.

Os principais constrangimentos para o relançamento da actividade industrial no município


prendem-se com uma grande carência de quadros especializados, ausência de empresariado local
com conhecimento técnico e de gestão, com a insufuciência de mão-de-obra profissional com
qualificações adequadas para postos intermédios e inferiores nas estruturas empresariais, com a
falta de matéria-prima, com o elevado custo e com a irregularidade e insuficiência de
abastecimento em energia e água corrente. Por último, não existe um centro de investigação
científica que estude as várias possibilidades de produção local.

Só muito recentemente o executivo angolano, aprovou um plano específico de apoio às micro,


pequenas e médias empresas, englobando a vertente da industrialização, mas ainda é muito cedo
para se conhecer o seu possível impacto.

3.3 Sector Comercial

Relativamente ao sector comercial, turismo e hotelaria, os dados fornecidos pelo Departamento


de Comércio da Direcção Provincial de Comércio, Turismo e Hotelaria da Província da Huíla,
relativos a Setembro de 2012 (vide Anexo 5), reportam a existência de 2.607 estabelecimentos
comerciais, dos quais 1.465 de comércio a retalho (56,19%), 463 de comércio a grosso (17,76%),
490 de Prestação de Serviços (18,80%), 181 de comércio geral (6,94%) e 8 grandes superfícies
(0,3%). Note-se que, a nível da Província, o grande número de estabelecimentos comerciais
localiza-se no município e na cidade do Lubango, com uma percentagem 75% do total de
estabelecimentos existentes, como é óbvio, por ser a capital da província e por tal motivo detém o
maior número de consumidores e também por reunir condições favoráveis para o comércio e
outros tipos de negócios.

O sector pode ser dividido em dois segmentos:

(i) o sector privado, que opera em estabelecimentos comerciais, e os vendedores que


desenvolvem actividade nos mercados e praças informais, nas ruas em locais fixos e de
forma ambulante;

(i) O comércio formal, que se começa a estruturar, é sobretudo baseado em pequenos


estabelecimentos comerciais e/ou lojas, tabernas e às janelas abertas. Começam a surgir
estabelecimentos de média e grande dimensão, sobretudo na área da distribuição
alimentar (mini e supermercados, etc.).

35
Fotografia 5 – Janela Aberta Fotografia 6 – Janela Aberta.

Fotografia 7 – Janela Aberta Fotografia 8 – Janela Aberta.

O escoamento da produção é feito maioritariamente para os mercados informais do Lubango e


para outros municípios da província da Huíla.

Há produtores que vendem a produção a intermediários, e outros que o fazem directamente para
fora do município, fazendo recurso a viaturas privadas.

No quadro da actividade comercial realizada nos mercados destacam-se os mercados João de


Almeida e o Mercado do Mutundo.

A actividade comercial formal está em fase de reactivação e reabilitação e parte significativa da


actividade comercial e da prestação de serviços mercantis apresenta um carácter informal.

O comércio a retalho em estabelecimentos é ainda pouco significativo, comparativamente ao que


se desenvolve nos mercados, mas revela uma dinâmica de crescimento.

A prestação de serviços, com carácter formal, surge representada no município por actividades
como as escolas, instituições e centros de formação profissional do governo e privados sobre

36
pastelaria, decoração, serralharia, mecânica, electricidade, entre outros. Neste âmbito destaca-se
a SINFIC, empresa envolvida na prestação de serviços para formação específicas em gestão de
negócios,pesquisas, estudos e assessoria técnica na organização comunitária, Também a prestação
de serviços, pessoais e de proximidade, com um carácter informal, está presente, disseminada por
todo o município.

Fotografia 9 – Prestação de serviços. Fotografia 10 – Prestação de serviços.

Fotografia 11 – Prestação de serviços Fotografia 12 – Prestação de serviços.

Num levantamento efectuado entre Junho e Agosto de 2012, identificaram-se vários tipos de
actividades de pequena escala, nas áreas do comércio, pequena indústria, transformação agrícola
e ofícios, nas Comunas da Huíla e da Arimba.

Na Comuna da Huíla verifica-se uma grande diversidade de actividades, sendo que apenas 13,33%
(2 em 15) estão em vias de legalização.

37
Tabela 14: Actividade económica de pequena escala nas Comunas da Huíla e Arimba

Nº Nome da Empresa Número empregados/sócios Tipo de Localização Estatuto


/proprietário actividade legal

Total Homem Mulher


COMUNA DA HUÍLA
1 ARFILDA (Arminda 5 2 3 Transform.pr km 16 Não
Marcelino) odu legalizada
2 Fazenda Belmiro 5 4 1 Agrícola Chipia Legalizada
3 Estufa Ana Paula 5 5 0 Prod.plantas km 16 Não
Frederico /flores legalizada
4 Alegria 3 3 0 Comércio km 16 Via
misto e legalização
retalho
5 Organização Bras 3 3 0 Comércio km 16 Via
&Filhos misto e legalização
retalho
6 Lacnhonete Km 14 15 15 0 Servicos de Km 14 Não
hotelaria legalizada
7 Salchisaria 9 9 0 Confeccão e km 14 Não
Progresso comércio legalizada
8 Oficina Luisa 5 5 0 Reparação km 14 Não
viaturas legalizada
9 Oficina Mourão 6 6 0 Reparação km 14 Não
viaturas legalizada
10 Aldeia construtora 5 5 0 Construção Munhino Legalizada
11 Carpintaria AMACO 6 6 0 Carpintaria bº Embala Não
legalizada
12 Carpintaria 5 5 0 Carpintaria/ Missao Não
Milemba Marcenaria Huila legalizada
13 Artesanato 11 11 0 Artesanato Munhino Não
Maravilha legalizada
14 Artesanato Eputo 16 10 6 Artesanato Missao Não
Kimbalas Huila legalizada
15 Janela Aberta 6 6 0 Comércio Km 16 Não
legalizada
SUBTOTAL 105 95 10
Comuna da Hoque
1 Mulheres 15 2 13 Pequena Bº Simione Não
Salchicharia indústria legalizada
SUBTOTAL 15 2 13
46 TOTAL GERAL 136 102 34

Fonte: Direcção Provincial do FAS – Huíla, Junho-Agosto de 2012

38
Na Comuna da Arimba verifica-se uma maioria de estabelecimentos legalizados. A actividade
predominante é a actividade comercial, com destaque para mais de uma dezena de Janelas
Abertas.

Tabela 14: Actividade económica de pequena escala nas Comunas da Huíla e Arimba (cont.)

Nº Nome da Empresa Número empregados/sócios Tipo de Localização Estatuto


/proprietário actividade legal

Total Homem Mulher


COMUNA DA ARIMBA
1 Associação de 11 0 11 Artesanato Sede Arimba Não
artesanato (kimbalas e legalizada
panelas de
barro)
2 Estevão Bento Restaurante, Figueira Legalizada
comércio a
grosso e
retalho
3 ACJ&Filhos Comércio Caculuvar Legalizada
Limitada
4 Casa Promessa Comércio a Sede Arimba
grosso e a
retalho
5 Janela Aberta Comércio Sede Arimba
(S.M.H.Ttchieca)
6 Janela Aberta Comércio Sede Arimba
(S.A.L.F)
7 Loja Florinda Comércio Sede Arimba Legalizada
Adelaide
8 Churrasqueira e Comércio Sede Arimba Legalizada
Geladaria Esterinha
9 Loja Arimba Comércio Sede Arimba Legalizada
10 Distribuidora de Comércio Sede Arimba Legalizada
Gás
11 Janela Aberta Comércio Sede Arimba Legalizada
Rosária
12 Loja SRR Comércio Sede Arimba Legalizada
13 JFC de Justina Comércio Sede Arimba Legalizada
Fernanda Carvalho
14 Janela Aberta Ngoi Comércio Sede Arimba Legalizada
2
15 Janela Aberta Comércio Sede Arimba Legalizada
nº5(Maria Dionisia)
16 Serralharia(Antonio Serralharia Mbundo Legalizada
Carlos)
17 Aziloidi & Filhos 5 5 0 Comércio Km 12 Legalizada
L.D.A.
18 Janela Aberta Comércio Bº Lola Não

39
Blau(Luis Rosario) legalizada
19 Janela Aberta Elvira Comércio Bº da Lola Não
legalizada
20 Janela Comércio Km 12 Não
Aberta(Maria legalizada
Goreth)
21 Janela Comércio Bº da Lola Não
Aberta(Antonio legalizada
Cajamba)
22 Janela Comércio Sede Arimba Legalizada
Aberta(Maria Gloria
Xavier)
23 Clemencia Agrícola Mateta Via
Figueredo Leandro legalização
24 Cantina(Manuel Comércio Figueira Não
Elizabeth) legalizada
25 Janela Aberta Comércio Sede Arimba Legalizada
26 Janela Aberta Comércio Tchingolung Não
a legalizada
27 Janela Aberta nº 4 Comércio Sede Arimba Legalizada
28 Estabelec. Comércio Sede Arimba Não
Comercial Luis legalizada
Antonio
29 Estabelec. Comércio Sede Arimba Não
Comercial Ernesto legalizada
Pedro
30 Lacnhonete(Tito Comércio Sede Arimba Não
Salvador Pedro) legalizada
SUBTOTAL 16 5 11
46 TOTAL GERAL 136 102 34
Fonte: Direcção Provincial do FAS – Huíla, Junho-Agosto de 2012

O comércio informal é o principal meio de sobrevivência da maioria da população do município e


está presente em todas as comunas, com maior destaque na sede municipal. É praticado em
mercados, praças e de forma ambulante, maioritariamente constituído por mulheres.

As pessoas envolvidas no sector comercial informal são “operadores económicos” bastante


activos. Embora não estejam organizados de forma estruturada, têm práticas de inter-ajuda,
através da “kuvuondika” ou “kixiquila”, demonstram iniciativa e uma grande capacidade
empreendedora.

O comércio informal realiza-se nos mercados, em locais fixos na rua, de forma ambulante através
dos zungueiros, à porta das habitações nas zonas residenciais urbanas e periféricas e em
estabelecimentos não legalizados.
É sobretudo nos mercados que o comércio informal apresenta a sua maior expressão. As
vendedoras de mercados e praças são reconhecidas como um grupo da sociedade civil bastante
expressivo, tanto em número como em dinamismo.

40
No município do Lubango pontificam o mercado João de Almeida e o mercado Mutundo.

Fotografia 13 – Mercado Mutundo

Fotografia 14 – Mercado Mutundo. Fotografia 15 – Mercado Mutundo.

De acordo com a informação prestada pela Administração Municipal do Lubango (vide Anexo 8),
estariam activos em alguns mercados do município do Lubango 6.272 operadores, assim
distribuídos:

Mercado do Mutundo: 2.840 Vendedores

41
Mercado do Bula Matady: 2.583 vendedores

Mercado da Boca da Humpata: 384 vendedores

Mercado do Bairro Cowboy: 307 vendedores

Mercado Municipal: 62 vendedores (50 mulheres e 12 homens)

Mercado da Lage: 97 vendedores (todas mulheres)

Sebastião, ,Vendedor de cds/fotógrafo – Mercado Mutundo

Dados biográficos – idade:32 anos; naturalidade:Caconda, província da Huíla.

Negócio – está há um mês no negócio da venda de cds; numa caixa de 100 discos pode
ganhar 4.000 ou 5.000 kwanzas; vende os cds a 500, mas faz desconto; quando são clientes
conhecidos faz kilapi; a música que os clientes compram mais é kizomba; compra a
mercadoria a uns fornecedores que vêm de Luanda; é um negócio de risco, porque a polícia
anda sempre em cima (apreende a mercadoria e prende os vendedores); o espaço que ocupa
no Mercado Mutundo está alugado por 2.000 kwanazas por mês

Informações complementares – veio viver para o Lubango por causa da guerra: era
fotógrafo ambulante mas roubaram-lhe a máquina; há 12 anos que andava a fazer
fotografia; dava para viver; vive no Chioco e tem que apanhar 2 táxis para chegar ao
mercado; gasta 200 kwanzas por dia para vir para o mercado e outro tanto para voltar; é
casado e tem 4 filhos; para comprar uma máquina digital precisava de 100.000 kwanzas;
agora tem uma máquina de rolo que lhe emprestaram e vai tirando fotografias; se tivesse
dinheiro gostava de ter um estúdio de fotografia; já foi 2 vezes ao BUE e não conseguiu
apoio porque eles querem alguns documentos que não tem.

Fotografia 16 – Mercado Km 40 - Hoque. Fotografia 17 – Mercado Km 40 - Hoque.

42
Estas estimativas oficiais são significativamente subavaliadas relativamente ao número de
operadores que estão diariamente activos nos mercados do município, pois não têm em conta os
agentes envolvidos no fornecimento de refeições nas “barracas” e restaurantes e todo o conjunto
de actividades relacionados com a prestação de um vasto leque de serviços, desde a troca de
moeda, ao armazenamento, conservação e carregamento de mercadorias, à venda ambulante, à
venda de sacos, à prestação de serviços de limpeza, de segurança ou de lazer.
Em 2011, procedeu-se a um ensaio de registo dos operadores informais, pelo Governo Provincial
da Huíla, nos mercados do Lubango e Humpata. Dessa intervenção resultou a atribuição de
cartões a comerciantes ambulantes, a vendedores dos mercados e a comerciantes enquadrados
na categoria de comércio precário.

Tabela 15: Quadro de Emissão de Cartões para actividade comercial informal

Tipo de Actividade
Total de Total de
Trimestres Vendedor Cartões Receitas p/
Comércio
Ambulante de Emitidos OGE
Precário
Mercado

I 19 32 20 71 4.582.950,00

II 0 49 21 70 4.965.250,00

II 0 14 61 75 6.208.885,00

IV 0 0 58 58 5.649.004,00

Total 19 95 160 274 21.406.089,00

Fonte: GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades desenvolvidas (2011)

Os comerciantes ambulantes, que se deslocam aos outros municípios e às fronteiras para


comprarem produtos para revenda no município, constituem outro segmento com algum
significado. No caso concreto da Comuna sede regista-se uma significativa presença de mulheres e
de jovens a praticar a zunga (venda ambulante de produtos diversos desde bens alimentares -
frutas, hortícolas, peixe -, electrodomésticos, vestuário, utensílios domésticos, calçados, peças
artesanais), percorrendo as ruas da cidade. Também se verifica a presença de comerciantes
informais em pontos fixos de algumas das ruas da cidade, a par da presença de alguns prestadores
de serviços (engraxadores, reparadores de aparelhos, fotógrafos, doleiros, carregadores, entre
outros).

43
Fotografia 18 – Comércio ambulante Fotografia 19 – Comércio de rua.

Fotografia 20 – Comércio de rua. Fotografia 21 – Comércio de rua.

No contexto urbano da Comuna sede, um dos segmentos mais expressivos é o dos trabalhadores
domésticos, com variadas actividades (cozinheiros, jardineiros, seguranças, motoristas,
empregados domésticos, etc.), que constitui o modo de vida de muitas mulheres e homens. Com
carácter residual e exótico, constata-se a presença frequente nas principais vias e praças da cidade
de grupos de jovens mulheres mumuílas (provenientes dos municípios da Chibia e Humpata e
Comunas da Huila, Hoque, Quilemba), a venderem produtos tradicionais (produtos de beleza) ou
modernos (bolos, gelados e produtos de higiene e limpeza). Algumas envolvem-se na prestação de
serviços domésticos.

44
Fotografia 22 – Mumuila e zungueira. Fotografia 23 – Mumuilas e zungueiros.

Outras ainda (particularmente as adolescentes) circulam nas praças/largos de referência da cidade


do Lubango, para fotografias e em troca recebem uma remuneração.

Para além do comércio de mercadorias, a informalidade surge também presente noutras áreas
como a exploração mineira, a construção civil, a agricultura, o transporte de pessoas
(nomeadamente, taxistas e mototaxistas) e mercadorias, a hotelaria e turismo e a prestação de
serviços pessoais e de proximidade.

3.3 .1 Formas Organizativas

As unidades empresariais e os mercados constituem as estruturas institucionais em que se ancora


a actividade comercial no município do Lubango.

No essencial, a generalidade das empresas de comércio formal organizam-se em modelos jurídicos


que geralmente caracterizam a actividade realizada em pequena e média escala, nomeadamente
empresas individuais, sociedades em nome colectivo e sociedades por quotas. A presença de
sociedades anónimas é bastante menos frequente, surgindo referenciada nas grandes
organizações do comércio por grosso e na grande distribuição.

A rede de mercados do município Lubango tem sofrido mutações significativas, não apenas no que
se refere ao número de mercados operativos, à respectiva dimensão, às funções que
desempenham no quadro da rede comercial e de prestação de serviços mercantis, mas também
no que respeita às próprias características funcionais e organizativas dos mercados. No quadro da
actividade comercial informal, tem-se também conhecimento da existência de redes de
comerciantes que se organizam com carácter regular ou ocasional para a aquisição de mercadorias
noutras províncias ou no estrangeiro.

Também há referências à presença, em segmentos específicos da actividade comercial realizada


nos mercados, da existência de associações rotativas de poupança e crédito, sob a forma de
grupos de kixiquila, usados para reforço de liquidez e para aumento circunstancial do volume de
negócio. Genericamente faz-se kixiquila para poupar mais e também para se ter rapidamente

45
acesso a um financiamento para executar um projecto. O número de membros de um grupo está
dependente em primeiro lugar de se encontrar, em número suficiente, pessoas em quem se
confia. Além disso o número de elementos depende da quantia que se pretende amealhar, da
regularidade em que cada membro recebe e do valor que cada um entrega. A ordem de quem
recebe o valor colectado costuma estar decidida inicialmente mas há grupos que vão decidindo à
medida que vão jogando a kixiquila. As garantias de cumprimento assentam na confiança entre as
pessoas, na pressão social que leva a que o custo de incumprimento possa ser elevado, pois pode
implicar estratégias que envolvam o chefe que paga o salário e as autoridades tradicionais ou
formais.

A kixiquila pode viabilizar pequenos negócios e novos negócios, estando aí numa perspectiva de
contribuição para a produção e emprego. Em primeiro lugar porque garante a manutenção do
fundo de maneio de pequenos negócios informais. Por outro lado permite iniciar negócios, em
particular negócios de pessoas com pouco fundo e sem qualquer outra hipótese de mobilizar
recursos financeiros. A grande ligação entre os projectos de microcrédito e a kixiquila passa pelo
tipo de garantias usadas, como forma de garantir o pagamento do empréstimo. Os projectos usam
garantias baseadas na pressão social, por norma concedem créditos em grupo e com
responsabilidade solidária entre os membros.

No caso concreto da Comuna sede regista-se uma significativa presença de mulheres e de jovens a
praticar a zunga, percorrendo as ruas da cidade.

Também se verifica a presença de comerciantes informais em pontos fixos de algumas das ruas da
cidade, a par da presença de alguns prestadores de serviços (engraxadores, reparadores de
aparelhos, fotógrafos, doleiros, carregadores, entre outros).

No contexto urbano da Comuna sede, um dos segmentos mais expressivos é o dos trabalhadores
domésticos, com variadas actividades (cozinheiros, jardineiros, seguranças, motoristas, etc.), que
constitui o modo de vida de muitas mulheres e homens.

3. 3.2 Principais problemas

Os pequenos comerciantes reclamam por se sentirem prejudicados pelos comerciantes


estrangeiros, pois estes muitas vezes são licenciados como grossistas mas vendem ao público a
retalho.

Por outro lado, como já chegam ao município com um bom fundo de maneio, ficam em vantagem
em relação ao comércio local que está descapitalizado e tem muita dificuldade em aceder ao
crédito.

Também a concorrência desleal do comércio informal, que não paga impostos, vende porta-a-
porta e já se arraigou aos hábitos dos consumidores, cria muitos problemas aos pequenos
comerciantes.

46
Nos mercados, os vendedores das bancadas fixas também se sentem penalizados pela
concorrência dos vendedores ambulantes, pelas mesmas razões indicadas pelos pequenos
comerciantes, mas substituindo o argumento do não pagamento dos impostos pelo não
pagamento da licença do local de venda.

Algumas mulheres estão a deixar de vender no mercado informal, optando por fazê-lo em lojas e
cantinas, instaladas à porta das suas residências. No entanto, sendo um grupo muito
descapitalizado, as lojas ficam muitas vezes sem mercadorias. O seu acesso ao crédito bancário é
quase impossível, uma vez que lhes é exigido um bem para hipoteca ou um avalista.

3.4. Outras Actividades Geradoras de Rendimento

3.4.1 Banca e Seguros


No município estão instaladas a sede da Delegação Regional do Banco Nacional de Angola e os
principais bancos comerciais do país.

Banco de Poupança e Crédito (BPC), Banco de Comércio Internacional (BIC), Banco de Fomento
Angola (BFA), Banco Sol, Banco (BAI), Banco de Comércio e Indústria (BCI), Banco Totta e Açores,
Banco Keve, Banco Milleniun, Banco Espirito Santo, Banco Expresso 24 (BNI), Banco Angolano de
Negócios e Crédito (BANC), são exemplos de instituições bancárias presentes no município do
Lubango.

Também estão presentes casas de câmbio, instituições especializadas em microcrédito, como é o


caso da Kixicrédito, e verifica-se, nas imediações dos mercados e em determinadas áreas da
cidade do Lubango, a presença dos doleiros, operadores que se dedicam ao comércio ilegal de
divisas.
No que se refere a seguros, a ENSA, seguradora estatal, tem representação no Município Sede,
apesar do seu impacto na vida dos citadinos ainda ser bastante insignificante por questões de
desconhecimento da importância deste tipo de serviços para a vida dos municípes. Também estão
representadas a Global Seguros e a AAA.

3.4.2 Transportes e Comunicações


Em termos de transportes de passageiros, o município do Lubango, e a sua comuna sede, são o
centro nevrálgico de linhas de transporte urbano, intermunicipal e interprovincial.

Em 2011, o Transporte Público Colectivo Urbano de Passageiros, foi assegurado pela Empresa
EMUTRAC-EP nos municípios do Lubango, Humpata e Chibia, e este serviço foi auxiliado por 864
“Táxis Colectivos” com capacidade de até 15 lugares cada, que cobriram toda a circunscrição da
Província. (GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades desenvolvidas (2011)

47
Fotografia 24 – Táxi colectivo e moto-táxi Fotografia 25 – Táxi colectivo (candongueiro).

No caso do Transporte Colectivo Urbano Rodoviário, o serviço de transporte urbano de


passageiros foi realizado com um total de 18 autocarros, geridos pela Empresa EMUTRAC, fazendo
cobertura aos principais pólos geradores de tráfego do Município do Lubango, com abrangência
aos Municípios da Chibia e Humpata.

No caso do Transporte Colectivo Intermunicipal, este serviço foi assegurado por diversas
operadoras, fazendo cobertura aos troços que ligam aos diversos Municípios da Província.

Tabela 16: Operadoras do Transporte Colectivo Intermunicipal

Rotas Empresas
Lubango/Caluquembe JOBITA
Lubango/Caluquembe e Lubango/Matala. TRUCKGEST
Lubango/Caconda, Lubango/Matala e Lubango/Chibia ELECTRO HUÍLA
Mat/Kuvango, Mat./Quipungo, Mat./Chicomba e F.K.P. LDA
Mat./Comunas.
Lubango/Matala ORG. PAULO & FILHO LDA
Fonte: GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades desenvolvidas (2011)

No caso do Transporte Colectivo Interprovincial, este foi assegurado por diversas Operadoras,
fazendo cobertura às linhas:

Tabela 17 Operadoras do Transporte Colectivo Interprovincial

Lubango/Santa Clara ORCALVES/JOBITA/SGO/ FKP


Lubango/Namibe SGO / MACON/ BETACAP/ TRUKGEST
Lubango/Benguela SGO/MACON
Lubango/Luanda SGO/MACON
Lubango/Lubango SGO/MACON/ BETACAP

Fonte: GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades desenvolvidas (2011)

48
Operativo no transporte rodoviário está também um número indeterminado de táxis colectivos
(candongueiros/hiasses), um elevado númerode mototaxistas (kupapatas) e, mais recentemente
algumas viaturas efectuando serviço de táxi com contador.

Não existem dados oficiais sobre o número de Kupapatas.

O recente desenvolvimento dos mototáxis no Lubango é o resultado de vários factores:

- um sistema de transporte de passageiros ineficiente devido às condições restritivas para esta


actividade: os custos aumentaram em manutenção, peças sobressalentes e combustível; por outro
lado, as empresas de transporte, públicas e privadas, tiveram que enfrentar dificuldades de gestão
e de crescimento: a redução das prestações estatais, os limites de crédito, a falta de pessoas
qualificadas e não-qualificados e uma gestão ineficaz;

- o serviço prestado pelos kupapatas tem uma grande vantagem sobre os machimbombos e
candongueiros: é totalmente adaptado para atender às características da procura, uma vez que o
serviço que eles oferecem é rápido (reduzindo o tempo que as pessoas gastam em deslocações de
um lugar para outro), confortável (as pessoas não precisam de andar das paragens de autocarro
ou minibus até às suas casas ou locais de destino) e revela melhor adaptação às condições de
circulação das vias de comunicação (muitas vezes demasiado estreitas e não asfaltadas);

- os custos de arranque e os custos de funcionamento do negócio - a aquisição de veículos,


manutenção, peças, combustível e custos com reparações - são muito mais baixos para o
kupapatas, o que constitui também uma vantagem em situação de crise económica e social;

- a redução geral de recursos induzida pela crise militar e económica que levou funcionários e
outros servidores públicos que possuíam uma motorizada a usá-la como mototáxi com a finalidade
de obterem recursos monetários adicionais e que atraiu para a actividade desempregados e
desmobilizados de guerra;

- o aumento do fluxo de veículos disponíveis no mercado local, anteriormente controlado por


empresas de importação legal ou por operadores envolvidos em redes comerciais que
transaccionam veículos, novos ou usados, importados de forma fraudulenta da Namíbia.

- finalmente, a reanimação da actividade comercial na cidade, e o incremento das actividades


relacionadas com a recuperação e reabilitação de infra-estruturas, contribuíram para o aumento
das necessidades de deslocação na cidade e entre a cidade e a periferia (transporte de materiais
de construção, etc.) e, consequentemente abriram espaço ao ingresso na actividade de novos
operadores.

A reabilitação dos troços ferroviários dos Caminho de Ferro de Moçamedes possibilitaram à


população do Município dispor de mais um modo de transporte na Comuna sede.

Finalmente, o transporte aéreo, que através do aeroporto internacional, recentemente


reabilitado, permite a ligação com Luanda e, através da capital, com outras províncias do país.

49
A actividade dos serviços de correios só tem expressão na Comuna sede, com o funcionamento de
uma central de Correios, não existindo qualquer reflexo destes serviços nas outras comunas.

Quanto às comunicações, estão operativas no Município as 3 companhias: Angola Telecom para a


telefonia fixa e a Movicel e Unitel que vêm assegurando os serviços de telefonia móvel e internet,
ainda que existam áreas do município onde não chega o sinal de nenhuma operadora existente no
Município.

3.4.3 Hotelaria e Turismo


No que se refere à Hotelaria e Turismo, a informação estatística a que já fizemos referência
relativa a Setembro de 2012 (vide Anexo 5), reporta a existência no município do Lubango de 541
estabelecimentos, dos quais 71 unidades hoteleiras, 173 restaurantes e similares, de 263
pequenos estabelecimentos de comércio de bens alimentares confeccionados (botequins,
lanchonetes e pastelaria), de 15 agências de viagens, de 7 centros turísticos e de 12
estabelecimento de lazer. O documento refere-se ainda a 19 Monumentos e sítios com interesse
turístico,

Dos 7 hotéis em funcionamento, todos localizados sede da província (cidade do Lubango), com um
total de 448 quartos e 612 camas conforme se apresenta na Tabela 18.

Tabela 18: Hóteis em funcionamento

Nº Capacidade
Desiglnação Localização Classificação
Quartos Camas

01 Grande Hotel da Huíla Lubango 64 109 3 Estrelas

02 Hotel Amigo Lubango 38 59 2 Estrelas

03 Hotel Kanimbo Lubango 18 18 1 Estrela

04 Hotel Serra da Chela Lubango 176 212 4 Estrelas

05 Novo Hotel Lubango 72 105 3 Estrelas

06 Hotel Lubango Lubango 60 74 2 Estrelas

07 Hotel Mirangolo Lubango 20 35 -

Fonte: GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades desenvolvidas (2011)

Ainda assim, as unidades hoteleiras são insuficientes não havendo hospedarias para atingir
pessoas com menos recursos financeiros. Outro senão é que a maioria dos serviços de restauração
de melhor qualidade estão concentrados no Complexo Turístico da Nossa Sra. Do Monte, ficando o
centro da cidade desprovido desses serviços. A localização geográfica da província da Huíla

50
oferece uma relativa diversidade de áreas paisagísticas. Mas nem todas são acessíveis, apenas se
podendo chegar com facilidade aos seguintes locais:
- Nª. Senhora do Monte;
- Miradouro da Boca da Humpata;
- Monumento ao Cristo rei;
- Barracões;
- Fenda da Tundavala;
- Cascata da Huíla e da Hunguéria;
- Barragem das Neves;

A capacidade de hospedagem municipal continua insuficiente para satisfazer as necessidades de


quem, em missão de serviço, se desloca ao Lubango, facto agravado pela fraca qualidade das
instalações, serviços deficientes e falta de preparação dos profissionais do ramo.

As estruturas da Hotelaria e Turismo do município integram uma rede de hotéis, pensões,


restaurantes, discotecas, agências de viagem e outros tipos de estabelecimentos que tem estado a
evoluir nos últimos anos.

3.4.7 Formas Organizativas

Para além das associações de agricultores e das cooperativas agro-pecuárias, conhece-se a


existência de uma Associação que representa os mototaxistas. Trata-se de uma organização de
âmbito nacional, AMOTRANG, com delegações provinciais, que está presente no município do
Lubango. A associação foi criada em 21 de Julho de 2005, «… com a finalidade de organizar,
disciplinar e ajudar a resolver os problemas sociais dos mototaxistas…» e tem sede em Luanda.
Existem delegações nas províncias do Lubango (para além do município sede, também nos
municípios da Cáala, Bailundo e Ecunha), Benguela, Huila, Namibe, Kuando Kubango.

Registe-se no entanto que a maior parte dos mototaxistas não está filiado na organização.

Também se registou a presença de uma Associação de Taxistas, com a finalidade de apoiar os


taxistas associados em caso de acidente, de doença, entre outros. A Associação foi refundada no
início do ano de 2012 e conta com 155 associados. A Associação dosTaxistas da Huíla representa
os proprietários dos táxis, mas não os motoristas nem os cobradores.

Ainda relativamente aos taxis colectivos (hiasses), regista-se a existência de organizações


informais, criadas pelos motoristas e pelos cobradores, as staffs, que desempenham funções de
ajuda mútua, de protecção social e de promoção de eventos de cariz desportivo ou de lazer entre
os seus membros. As suas finalidades são o apoio mútuo relativamente a determinadas
circunstâncias de risco (avarias das viaturas, conflitos de trânsito, acidentes, perda de ocupação,
doença ou óbitos/falecimentos de familiares) e a convivência entre os seus membros. As Staffs
identificam-se pela inscrição no vidro traseiro da viatura do seu nome e do número da viatura

Nos mercados foi possível constatar, a existência de grupos de ajuda mútua e solidariedade, já
referidos quando foram abordados os serviços financeiros.

51
3.4.8 Principais problemas

A representatividade da AMOTRANG é também reduzida, já que a totalidade dos mototaxistas


com quem estabelecemos contacto, apenas ouviu falar muito vagamente sobre a organização.

3.5 Infra-estruturas económicas e produtivas

O município dispõe de um variado leque de infra-estruturas económicas, onde se incluem as já


referidas unidades industriais e os mercados, as estradas e pontes, o aeroporto e o Caminho-de-
ferro.

Fotografia 26 – Aeroporto do Lubango. Fotografia 27 – Caminhos de ferro de


Moçâmedes.

3.6 Provedores de serviços

Federação das Mulheres Empresárias – Organização que agrega mulheres de vários estratos
sociais, que são empreendedoras no ramo do comércio, prestadores de serviço no ramo de
hotelaria, proprietárias de salões de beleza, uma criadora de gado e duas proprietárias de
embarcações a remo.

Câmara de Comércio e Indústria de Angola – Fundada em 2008, estão nela filiadas 340 empresas,
de grande, média e pequena dimensão, incluindo empresas individuais do ramo da pesca.

Os principais serviços que presta aos seus membros é servir de elo entre os empresários e o
governo, fazendo por exemplo “lobby” para diminuir impostos e a realização de algumas formação
em gestão. Os principais constrangimentos que a Câmara enfrenta, estão relacionados com a falta
de instalações próprias, falta de pagamento de quotização por parte dos membros e a inexistência
de recursos financeiros para o desenvolvimento das suas actividades.

Serviços Integrados do Balcão Único do Empreendedor (BUE) – Ao abrigo do Decreto Presidencial


n° 40/12 de 13 de Março, foi criado em Maio de 2012, o BUE no município do Lubango. O BUE um
órgão público, cuja finalidade é “simplificar e desburocratizar os serviços de constituição e
licenciamento de micro e pequenas empresas, de modo a transformar as actividades económicas

52
informais em actos de comércio formais”. O BUE é um organismo público, cuja missão é
“simplificar e desburocratizar os serviços de constituição e licenciamento de micro e pequenas
empresas, de modo a transformar as actividades económicas informais em actos de comércio
formais”. O programa conta com a participação do Instituto Nacional de Apoio a Pequenas e
Médias Empresas (INAPEM), para qualificar os futuros empreendedores e os que já exercem a
actividade, com vista a minimizar os riscos.

Fotografia 28 – Balcão BUE na cidade do Lubango

O BUE do Lubango tem dimensão municipal e dispõe de todos os serviços necessários à legalização
e licenciamento da actividade económica. Em parceria com o INEFOP o BUE presta igualmente
serviço na área de capacitação em gestão empresarial.

3.7 Créditos disponíveis no município

Um dos principais mecanismos de apoio à actividade económica do município tem sido o Crédito
de campanha agrícola, cujo objectivo é facilitar o acesso ao crédito por parte de cooperativas,
associações,pequenos e médios produtores. O programa no valor de USD 150 milhões, é de
âmbito nacional, concede crédito até ao valor de USD 5.000 por camponês, é concedido a
membros de associações e cooperativas, desde que pelo menos um deles possua Bilhete de
Identidade (BI).

O Programa prevê taxas de juros muito inferiores às normalmente praticadas pelos bancos e
destina-se, por exemplo à compra de bois para tracção animal, sementes, fertilizantes e outros
factores de produção. Em cada município foram estabelecidos Comités Locais de Pilotagem

53
chefiados pelo Administrador Municipal que analisam e aprovam as candidaturas para o crédito. O
programa é implementado através dos bancos ‘operadores’ que assinaram um acordo com o
Comité de Coordenação do Crédito Agrícola. Os beneficiários dos créditos têm de apresentar aos
bancos facturas pró-forma de fornecedores locais relativas aos bens a serem financiados, o
pagamento dos fornecedores é feito directamente pelos bancos . Em Junho de 2011, através do
Banco Sol, um dos três bancos envolvidos no crédito de campanha (os outros foram o BCP e o BCI),
foram atribuídos na Comuna do Hoque, créditos a 167 beneficiários, enquadrados em 20 grupos
com um financiamento total de 34.433.810,00 kwanzas. Os beneficiários foram membros das
Cooperativas Tchipalacassa, Amiga, Nova Vida, Cuatessa e Sagrada, e das Associações do Bango,
Mohole, Hinambidja, Muculo e Cabalombo. (IDA – Huíla, 2011).

Para além da intervenção no crédito de campanha agrícola, o Banco Sol oferece também
disponibiliza linhas de microcrédito individual, direccionados aos micros e pequenos
empreendedores. A partir de um valor mínimo de 1000 dólares, com um período de reembolso
curto (geralmente 1 ano), até um máximo na casa dos 20.000 dólares e com período de reembolso
de dois anos. As taxas de juro praticadas são de valores que rondam os 6% ao mês e são exigidas
garantias, quer aos empreendedores formais (alvará) quer aos informais (cartão de comerciante
precário ou de vendedor no mercado). A avaliação dos beneficiários e o seu acompanhamento é
efectuada numa lógica de proximidade sendo os funcionários do banco que se deslocam ao
encontro dos clientes. A questão do reembolso é um dos principais problemas que os responsáveis
da Instituição identificam, pois da sua experiência, as fragilidades dos beneficiários na gestão dos
seus negócios e os elevados níveis de vulnerabilidade e constrangimentos que enfrentam, têm
contribuído para taxas de reembolso menos satisfatórias.

Funciona no município do Lubango uma delegação da Kixicrédito, instituição vocacionada para o


microcrédito direccionado sobretudo aos pequenos negócios comerciais. A Kixicrédito estabelece
parcerias com bancos comerciais e concede crédito com base na lógica dos grupos solidários e na
responsabilização conjunta dos beneficiários pelo pagamento das dívidas. A dimensão dos grupos
de beneficiários é variável e, à medida que o grupo vai conseguindo repor os valores emprestados
pode candidatar-se a créditos de montantes mais elevados (geralmente o valor de base para os
grupos solidários situa-se na ordem dos 1000 dólares norte americanos). A posse de conta
bancária por pelo menos um elemento do grupo é uma condição de base para a concessão do
crédito, para além da avaliação efectuada pelos oficiais de microcrédito sobre as condições sociais
e capacidade de pagamento dos beneficiários. A instituição pratica taxas de juro acessíveis e
concede períodos de carência relativamente alargados, oferecendo ainda aos beneficiários
formação em gestão de negócios e um acompanhamento personalizado da relação de crédito.

No quadro do Programa Angola Investe foi assinado um memorando entre os ministérios da


Economia e das Finanças e os 19 bancos comerciais, que aderiram ao programa. O objectivo é
colocar recursos financeiros à disposição das micro, pequenas e médias empresas. O programa
Angola Investe prevê bonificação dos juros, assim como um fundo de garantia que poderá cobrir
70% dos valores que os bancos emprestarem, para financiarem os projectos. de dólares.
Rubricaram o referido memorando os seguintes bancos: Keve, Negócios Internacional (BNI),

54
Comércio e Indústria (BCI), Finibanco, Millenium, BIC, Valor, Comercial Angolano (BCA), Espírito
Santo Angola (BESA), Investimento Angolano (BAI), BMF, Sol, Caixa Tota, Atlântico, Poupança e
Crédito (BPC), Fomento Angola (BFA), Banc, Standard Bank e Kwanza.

O Crédito bonificado, através do BUE destina-se às micro e pequenas empresas de cidadãos


nacionais. Com um valor limite de USD 7.000 (Sete Mil Dólares Americanos), o crédito é concedido
em kwanzas à taxa oficial de câmbio. A taxa de juro é 2% ao mês, reembolsável em 60 meses, com
possibilidade de um ano de carência no máximo. O interessado tem que apresentar a
documentação da empresa devidamente legalizada e deve apresentar igualmente as facturas pró-
formas correspondentes aos itens ou serviços que pretende adquirir com o financiamento do BUE.
O processo será analisado pela equipa do BUE, de que a administração municipal é parte
integrante. Trata-se de uma iniciativa que ainda está a dar os seus primeiros passos.

Para além das instituições de crédito formal, existem ainda instituições de financiamento informal.

Nos mercados, a existência de grupos de ajuda mútua e solidariedade, sob a forma de associações
rotativas de poupança e crédito. Os vendedores contribuem com verbas diárias, semanais ou
mensais para uma caixa comum que é cedida para utilização, à vez, pelos diferentes membros do
grupo. Esse dinheiro é usado para pagar a taxa do mercado ou comprar mercadoria para revenda.
O mesmo mecanismo - “kuvuondika” ou “kixiquila” - surge também referido como prática usual
entre os funcionários públicos. Fazem-se pequenas colectas entre os outros vendedores que
funcionam como empréstimos. Porém, não revelaram o valor dos empréstimos, alegando que os
mesmos variavam.

Existem ainda os doleiros, que fazem comércio não oficial de divisas e que, em alguns casos,
efectuam empréstimos contra o pagamento de juros. Estes operadores financeiros negoceiam
com moeda estrangeira de forma regular, apesar de tal actividade lhes estar interdita por lei.
Segundo o Relatório anual das actividades desenvolvidas em 2011 pelo Governo Provincial da
Huíla, em 2011, as taxas médias de compra e venda de divisas nos mercados formal e informal
foram as que se apresentam na tabela 29.

Tabela 19: Taxas médias de câmbio nos mercados Formal e Informal da cidade do Lubango

MERCADO

MOEDA FORMAL INFORMAL


Compra Venda Venda

Dólar Norte Americano 91,61 95,76 92,00 100,00

Rand RSA e Dólar


13,6 13,94 13,94 14,00
Namibiano

Euro 124,82 130,41 0 0

Fonte: GPH, 2012 – Relatório anual sobre as actividades desenvolvidas (2011)

55
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1 Gerais

O município do Lubango, com características simultaneamente urbanas e rurais, apresenta um


importante potencial no domínio da produção agro-pecuária, da indústria extractiva, das
indústrias ligeiras, do comércio e prestação de serviços, da hotelaria
e do turismo. A comuna sede concentra a maior parte dos recursos, naturais, económicos e
humanos do município.

Regista-se um desenvolvimento desequilibrado entre as comunas que constituem o município do


Lubango. A comuna sede, que apresenta características urbanas, concentra no seu espaço os
centros de decisão, o essencial dos serviços administrativos de carácter municipal e as principais
infra-estruturas e equipamentos económicos e sociais.

4.2 Sectoriais

No meio rural o sector agro-pecuário é um elemento dinamizador da vida económica do


município e dele dependem de forma significativa o comércio e a prestação de serviços mercantis.
Trata-se de um segmento de importância elevada, nomeadamente em ordem à criação de uma
base sustentável de segurança alimentar. A produção de cereais, de frutícolas (pomares de
laranjas, tangerinas, goiabas e mangas) e hortícolas assegura, a par da produção bovina( em
pequena escala) e caprina, a subsistência dos agregados familiares e é parcialmente direccionada
para o mercado, constituindo a principal fonte de rendimentos das famílias e dos seus membros.
As infra-estruturas de apoio à produção agrícola, nomeadamente as de irrigação (canais, diques e
açudes, pequenas e médias barragens), têm um efeito muito importante no sentido de viabilizar a
produção de regadio e a produção intensiva em épocas de escassez de chuva, e de permitir
aumentar os stocks, reduzindo assim o risco climático, por estiagem ou calamidades naturais,
sobre a actividade agro-pecuária com substanciais aumentos de rendimentos para produtores e
suplemento alimentar para os consumidores durante todo ano. No mesmo sentido, é importante a
reactivação das infra-estruturas de produção animal e seus derivados (instalação de estábulos,
currais, matadouros) e de redes de armazenamento e conservação (silos, redes de frio, ou outras
formas tradicionais).

A actividade económica praticada no município (área rural) é maioritariamente de carácter


familiar e artesanal, sendo reduzidas as áreas e níveis de intervenção do segmento empresarial.
Um grau crescente de associativismo e de produção cooperativa tem vindo a emergir nos sectores
agrícola e pecuário, ainda que essas estruturas organizativas se confrontem com diversos
constrangimentos, ligados aos direitos de propriedade e ao acesso aos recursos financeiros e
técnicos indispensáveis a uma gestão produtiva dos negócios e actividades. Apesar da presença de
Instituições como a UNACA, o IDA, a EDA, o INAPEM, a provisão de serviços de apoio ao sector
económico e produtivo, no Município do Lubango, é insuficiente. Apesar de já existirem várias
alternativas no que se refere ao acesso ao crédito, trata-se de uma área que continua a suscitar
preocupações e um obstáculo à promoção do desenvolvimento. Muitos pequenos produtores ,

56
que não conseguem dar às instituições financeiras as garantias exigidas, têm que fazer recurso a
mecanismos de financiamento informal, nomeadamente ao crédito concedido pelos fornecedores
de inputs, aos quais, apesar de beneficiarem de um período de reembolso mais dilatado, acabam
por pagar juros relativamente superiores aos praticados pelas instituições de crédito. A escassez
de conhecimento técnico especializado, as dificuldades de acesso a crédito, a insuficiência de
infra-estruturas de apoio à actividade e os problemas associados ao armazenamento, transporte e
escoamento dos bens, constituem os principais factores de constrangimento do desenvolvimento
agro-pecuário no município do Lubango. Por outro lado, os diferentes ramos de actividade agro-
pecuária encontram, no município, algumas condições para o escoamento da sua produção,
nomeadamente as actividades de agro-transformação, o que permite admitir que possam ser
potenciadas as possibilidades de geração de desenvolvimento económico local, com base na
exploração dos benefícios resultantes das cadeias de valor agro-pecuárias.

A actividade industrial tem vindo a crescer no município do Lubango, apesar de Inputs de base,
importantes para a produtividade e viabilidade da actividade económica, como o acesso a energia
e a água, não serem ainda objecto de abastecimento regular no município do Lubango, o que
constitui um factor dificultador da instalação de actividade transformadora e faz aumentar os
custos de produção, criando problemas de competitividade aos segmentos de actividade. Também
a indústria extractiva (granito negro, areias, calcário, etc.) bem como a actividade comercial e a
prestação de serviços, quer com carácter formal quer informal, constituem os outros segmentos
de actividade geradores de ocupação produtiva e de rendimentos para a população do município.
Existem no município, algumas actividades de transformação com carácter artesanal, relacionadas
com a panificação e fabricação de doçaria, com a fabricação de enchidos caseiros e com o
artesanato de base local. De modo geral, trata-se de áreas de negócio que se debatem com
dificuldades de aquisição de matérias-primas, ferramentas e instrumentos de trabalho, formação
específica e capital inicial. A generalidade dos operadores envolvidos nessas actividades carecem
de formação adequada em gestão de negócios, acompanhamento e metodologia

O município do Lubango beneficia da localização na sua comuna sede da maior parte das infra-
estruturas económicas (aeroporto, caminho-de-ferro, rede viária) e sociais (escolas, unidades de
saúde, unidades de uso cultural e lazer) da Província do Lubango, o que constitui um elemento
potencialmente dinamizador da actividade económica. Um dos sectores que mais pode beneficiar
dessa concentração é o sector da hotelaria e turismo, que é também favorecido pela localização
no seu território de alguns dos mais emblemáticos locais turísticos da Província.

O município, em geral, confronta-se com a escassez da oferta de ocupação formal, pública e


privada, resultando daí o ingresso de parte significativa da população nas actividades informais,
nomeadamente no sector comercial e na prestação de serviços mercantis. As actividades informais
constituem uma importante fonte de ocupação e de geração de rendimentos para a população do
município do Lubango. Para além do comércio praticado nos mercados, nas ruas e do comércio
ambulante, estão geralmente associadas a estas concentrações de vendedores os mais variados
tipos de prestação de serviços pessoais e de proximidade. As janelas abertas, as lanchonetes, os
barbeiros e cabeleireiros, os alfaiates e modistas, os sapateiros, os engraxadores, os doleiros, a

57
reparação de aparelhos eléctricos e de electrónica, são exemplos dessas actividades. Por se tratar
de um município de características urbanas, são importantes, pelo elevado número de população
que neles participa, os segmentos dos trabalhadores domésticos, que exercem variados tipos de
actividades, e o segmento do transporte de passageiros, quer em táxi colectivo quer em moto
táxis.

4.3 Recomendações

Do ponto de vista conceptual, cadeia produtiva é um conjunto de etapas consecutivas, ao longo


das quais os diversos insumos sofrem algum tipo de transformação, até a constituição de um
produto final (bem ou serviço) e sua colocação no mercado. Trata-se, portanto, de uma sucessão
de operações (ou de estágios técnicos de produção e de distribuição) integradas, realizadas por
diversas unidades interligadas como uma corrente, desde a extracção e manuseio da matéria-
prima até a distribuição do produto. Integra os sectores de fornecimento de serviços e insumos,
máquinas e equipamentos, bem como os sectores de produção, processamento, armazenamento,
distribuição e comercialização, serviços de apoio (assistência técnica, crédito, etc.) até aos
consumidores finais de produtos e subprodutos da cadeia., envolvendo o conjunto de agentes
económicos ligados à produção, distribuição e consumo de determinado bem ou serviço, e as
relações que se estabelecem entre eles.

Com base nessa grelha conceptual e no levantamento de informação realizado, que incluiu
naturalmente a auscultação da perspectiva de alguns dos actores institucionais relevantes e
conhecedores, em primeira instância, da realidade do município, emerge um conjunto de
actividades com potencial de exploração, enquanto cadeias de valor susceptíveis de contribuir
para processos de desenvolvimento local e para a preservação de boas práticas tradicionais:

1 - no sector agrícola: (i) o segmento das frutícolas, quer de frutas subtropicais, como os citrinos,
quer de frutas tropicais, como as goiabas e mangas; (ii) o segmento dos hortícolas, nos quais se
incluem produtos como o repolho, a cebola ou o tomate; (iii) produtos específicos como a batata-
rena; (iii) o segmento dos grãos, nomeadamente o milho.

Um enfoque específico deve ser fixado relativamente à reactivação da agricultura urbana e peri-
urbana, nomeadamente na comuna sede, pelo papel que essa actividade poderá desempenhar
para o abastecimento da cidade.

2 – no sector pecuário: (i) o gado bovino; (i) o gado caprino; (i) o gado suíno; (iv) as aves
domésticas.

Sublinha-se que nesta área, os esforços de intervenção deverão ser orientados produção de
carnes por meio de pequenas criações de animais de pequeno e médio porte (cabritos, suínos,
coelhos e aves) para abate e produção de carne e ovos.

3 – na pequena produção artesanal: (i) a conservação e transformação de derivados vegetais; (ii) a


confecção de enchidos e carnes secas; (iii) a confecção de doçaria; (iv) a confecção de pão e
produtos de pastelaria; (v) o artesanato local, nomeadamente a cestaria e a olaria.

58
4 – no comércio: (i) grupos de comerciantes dos mercados locais, municipais e informais, que
negoceiam em bens alimentares e vestuário.

5 – na prestação de serviços: (i) hotelaria e turismo; (ii) janelas abertas e lanchonetes; (iii)
barbeiros e cabeleireiros; (iv) sapateiros; (v) reparadores de equipamentos diversos; (vi)
engraxadores; (vii) fotógrafos ambulantes; (viii) doleiros (câmbio de moeda estrangeira); (ix)
trabalhadores domésticos.

Do nosso ponto de vista, das cadeias de valor enunciadas para o município do Lubango, as que
consideramos prioritárias (prioridade conforme a ordem de apresentação e conforme a ordem em
que aparecem os vários segmentos) – porque serão as com maior potencial de sucesso, de gerar
emprego e rendimentos, de gerar resultados de forma mais rápida e com menos custos, de
beneficiar das potencialidades naturais e das capacidades instaladas, de gerar e induzir efeitos
positivos sobre outras actividades e de promover dinâmicas de desenvolvimento económico local
– são:

1 – No sector pecuário: 1.1) gado bovino; 2.1) o gado caprino; 1.3) o gado suíno; 1.4) as aves
domésticas.

2 – No sector agrícola: 2.1) O segmento das frutícolas como os citrinos, , as goiabas e mangas;
2.2)o segmento dos hortícolas , nos quais se incluem produtos como a cenoura, o repolho, a
cebola ou o tomate; 2.3) produção de produtos específicos como a batata-rena.

3 - No comércio: 3.1) grupos de comerciantes dos mercados locais, municipal e informais, que
negoceiam em bens alimentares e vestuário.

4 – Na prestação de serviços: 4.1) Hotelaria e turismo; 4.2) Janelas abertas e lanchonetes; 4.3)
Barbeiros e cabeleireiros; 4.4) Sapateiros e engraxadores; 4.5) Reparadores de equipamentos
diversos 4.6) Fotógrafos.

5 – Na pequena produção artesanal: 5.1) Produção de leite, manteiga e queijo; 5.2) a conservação
e transformação de derivados vegetais; 5.3) a confecção de enchidos e carnes secas; 5.4) a
confecção de doçaria; 5.5) a confecção de pão e produtos de pastelaria; o artesanato local,
nomeadamente a cestaria e a olaria .

59
5. BIBLIOGRAFIA

Administração Municipal do Lubango

- (2012) Questionário administrado na Consultadoria

- (2012) Relatório anual de execução financeira do PIMDRCP

- (2011) Monografia do Município do Lubango

- (2010) Programa Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza 2010 (extracto)

Direcção Provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural

- (2011/12) IDA, Relatório de Actividades da 1ª época, Campanha Agrícola

- (2010/11) IDA, Relatório de Actividades da 2ª época, Campanha Agrícola

- (2010/11) IDA, Relatório de Actividades da 1ª época, Campanha Agrícola

Direcção Provincial do Comércio, Hotelaria e Tuismo

- (2011) Rede Comercial, 2011

- (2012) Distribuição e Localização de Estabelecimentos Comerciais e de Hotelaria

FAS – Huíla

- (2012) Levantamento realizado sobre as associaoes cooperativas,micro empresas e fornecedores


no município Lubango(Comunas do Hoque,Huila e Arimba)

Federação das Associações de Camponeses e das Cooperativas Agro-pecuárias da Huíla (UNACA)

- (2011) Relação nominal das Associações e Cooperativas organizadas dos Municípios do Lubango
e Chibia

Governo Provincial da Huíla

- ( 2007) Plano de desenvolvimento económico e social da Província da Huíla, 2008-2012

- ( 2012 ) Plano de desenvolvimento económico e social da Província da Huíla, 2013-2017

- ( 2012) Relatório ano 2011

- ( 2012) Balanço das Acções do Executivo 2008-2012

Serviço Provincial da Huíla do Instituto Nacional de Estatística

- (2012) Caracterização Geral da Província e Distribuição da população por municípios e comunas

60
Serviços Provinciais da Huíla do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional

- (2012) Informação estatística relativa ao emprego na Província da Huíla

61
6. ANEXOS

Anexo 1: Termos de referência para o estudo de linha de base

FUNDO DE APOIO SOCIAL PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

COMPONENTE DE DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA LOCAL

1. O Projecto de Desenvolvimento de Local/ Componente 2

O PDL surge de uma simbiose entre as lições aprendidas e experiência adquirida pelo FAS desde o
seu estabelecimento em 1994, as mudanças favoráveis do actual quadro institucional em Angola e
os desafios presentes de redução da pobreza no país.

o PDL tem como objectivo apoiar o Governo de Angola na implementação dos princípios
estabelecidos na sua estratégia de desenvolvimento de longo prazo, Angola 2025,bem como o
Plano 2011-2012 em complementaridade com as iniciativas das províncias e municípios incluindo:
(i) construção e/ou reabilitação da rede de infra-estruturas sociais e económicas dentro do quadro
de descentralização definido no horizonte 2025; (ii) melhoria da qualidade dos serviços públicos
prestados; (fi) fortalecimento das capacidades institucionais locais com vista a garantir que os
municípios possam gerir os seus recursos humanos e financeiros de forma transparente, eficaz e
eficiente; (iv) fortalecimento da capacidade dos cidadãos de participarem na formulação de
politicas públicas e no controlo dos respectivos investimentos e despesas públicos; e (v) aumento
das oportunidades de emprego e geração de rendas a nível local.

Neste sentido, o PDL envidará esforços no sentido de promover, com os seus investimentos e
actividades, o fortalecimento de processos participativos de tomada de decisão, de capacidade de
planeamento, de alocação de recursos e de operação e manutenção de infra-estruturas sociais e
económicas básicas, incrementando assim o capital físico, humano e social em Angola.

1.1. Objectivos de Desenvolvimento, Resultados e Indicadores de Impacto

Os objectivos de desenvolvimento do PDL são: (i) melhorar o acesso das populações pobres a
serviços sociais e económicos básicos e as oportunidades económicas, e (ii) aumentar as
capacidades de planeamento e de gestão do desenvolvimento local dos municípios alvo.

O propósito da sua implementação é o de apoiar os esforços do Governo de aumentar a equidade


geográfica na provisão de bens públicos básicos e serviços em Angola.

Os indicadores de impacto do PDL são:

• 101.000 crianças matriculadas no ensino primário;

• 720.000 pessoas nas áreas do programa com acesso a fontes de água de qualidade;

• 1.240.000 pessoas com acesso a um pacote básico de serviços de saúde;

62
• 50 por cento dos grupos de produtores/empresas em municípios participantes apresentam uma
melhoria em pelo menos um aspecto de sua gestão empresarial;

• 50 por cento dos municípios participantes integraram seu respectivo Plano de Desenvolvimento
Municipal' nos planos anuais provinciais;

• 60 por cento de representantes da sociedade civil nos municípios participantes consideram que
os seus pontos de vista foram tomados em consideração no processo de desenvolvimento local;

• 60 por cento dos beneficiários satisfeitos com a qualidade dos serviços sociais e económicos
financiados pelo PDL.

O alcance dos resultados acima descritos será garantido por três componentes devidamente
estruturadas, nomeadamente:

• A Componente 1 fornece elementos de intervenção às Componentes 2 e 3 pela possibilidade de


financiamento das carteiras-piloto, Planos de Desenvolvimento Municipais e Estratégias de
Desenvolvimento da Economia Local.

• A Componente 2 fornece os elementos analíticos para a definição de parte das infra-estruturas


económicas a serem financiadas pela Componente 1, e para a ampliação dos benefícios dos
investimentos do PDL, no que se refere ao âmbito económico do desenvolvimento local.

• A Componente 3 é transversal às Componentes 1 e 2 ao focar no fortalecimento de capacidades


em planeamento e gestão municipal para o bom desempenho dos municípios e das equipas do
FAS, e ao construir as bases de um ambiente de transparência e de confiança mútua através da
gestão participada dos recursos alocados.

1.2. Área de Abrangência

Até ao presente, o FAS abrangeu um total de 45 municípios e, na sua terceira fase estendeu as
suas acções das 9 províncias iniciais a todo o país, através da criação de 13escritórios provinciais.

O PDL focará os seus investimentos e actividades em municípios pré-seleccionados nas 18


províncias do país. Para tal, serão adoptadas duas estratégias de intervenção do FAS:

.Abertura de 5 escritórios e constituição de equipas nas províncias do Uíge, Lunda Norte, Lunda
Sul, Moxico e Kuando Kubango;

.A cobertura de forma escalonada dos 70 municípios pré-seleccionados durante o período de


implementação do PDL.

63
1.3. Grupo Alvo

O PDL focará em 3 grupos alvos principais, de acordo com as suas respectivas componentes:

• As populações das comunidades pobres ou desprovidas de serviços básicos públicos, localizadas


em áreas rurais, peri-urbanas e urbanas dos municípios seleccionados no quadro da Componente
1 - Infra-estruturas Social e Económica.

Especial atenção será dada à inclusão dos grupos mais vulneráveis, aquelas comunidades que,
pelas suas características (localização geográfica, índice de pobreza, sem voz) não foram
priorizadas no âmbito das carteiras-piloto ou Planos de Desenvolvimento Municipal usando a
discriminação positiva nos processos de priorização das infra-estruturas bem como cedência de
acções formativas;

• Associações produtivas, cooperativas, empresas locais, de pequeno e médio porte,


seleccionadas no quadro da Componente 2 - Desenvolvimento da Economia Local;

• Associações produtivas, cooperativas, empresas locais Autoridades e funcionários das


Administrações Municipais e comunais e os Conselhos Municipais de Auscultação e Concertação
Social (CMACS), bem como os provedores de serviços nos municípios seleccionados no quadro da
Componente 3 - Fortalecimento das Capacidades das Instituições Locais.

1.4. Componente 2 - Desenvolvimento da Economia Local

O objectivo da Componente 2 é melhorar as competências empresariais e o acesso ao mercado de


grupos de produtores/ artesãos e provedores de serviços seleccionados, numa combinação entre:
(i) Assistência Técnica aos municípios seleccionados na preparação da sua estratégia de
Desenvolvimento da Economia Local; (ii) Assistência Técnica às equipas provinciais para a
condução de estudos sobre cadeias de valor; (iii) Assistência Técnica e treinamento das equipas
provinciais na preparação e implementação das Subvenções; (iv) Selecção dos grupos de
produtores e prestadores de serviços a beneficiarem das Subvenções; (v) Assistência técnica e
treinamento dos grupos de produtores e provedores de serviços em gestão de negócios e
mercado; e (vi) Organização de workshops sobre micro finanças.

A componente tem como objectivos específicos os seguintes:

• Gerar oportunidades de emprego e o aumento da renda familiar;

• Melhorar a capacidade empreendedora dos pequenos produtores, artesãos e prestadores de


serviços;

• Incentivar e apoiar a criação de pequenas indústrias de transformação;

• Revitalizar o mercado local;

• Estimular a produção local e vocações regionais.

64
Tendo em consideração a natureza inovativa das actividades propostas, a Componente 2 terá uma
fase piloto a decorrer num período de dois anos, nas províncias da Huíla, Lubango, Benguela e
Namibe. As províncias acima referidas foram seleccionadas pelas oportunidades económicas
promissoras no âmbito da produção e processamento agrícola, artesanal e actividades de pesca
marinha e fluvial em pequena escala. As actividades piloto serão testadas inicialmente em 12
municípios (urbanos, rurais e peri urbanos), tendo em vista a adaptação dos instrumentos
aplicados à diversidade de contextos de Angola. Os resultados e as lições aprendidas com a
implementação das experiências piloto serão incorporados em manuais de orientação
metodológica a serem disseminados a posterior.

Uma vez que Angola carece de informação sobre as oportunidades económicas de relevância para
grupos de produtores, micro e pequenas empresas, a componente 2financiará também trabalhos
analíticos que irão permitir que, mesmo as administrações municipais com pouca ou nenhuma
experiência na preparação e implementação de estratégias e actividades de desenvolvimento
económico local estejam em condições de as desenvolver.

3.4.2 Grupos Alvo

Os grupos alvos da Componente 2 são: (i) Administrações Municipais, mais especificamente os


sectores económico-produtivos; (ii) pequenos produtores e artesãos, cooperativas e associações
de base existentes, e (iii) provedores de serviços, focando na sua postura empreendedora, acesso
à tecnologia, mercado e inovação.

Unidades domiciliares individuais ou empresas não serão elegíveis aos serviços, fundos e
actividades cobertos por esta componente.

4. Objectivos, Área de Abrangência e período de realização do Estudo de Linha de Base

No âmbito da implementação da fase piloto da Componente de Desenvolvimento da Ecónomia


Local o FAS pretende contratar os serviços de consultores para a realização de quatro estudos de
Linha de Base nas províncias de:

- Lubango, nos municípios do Lubango e Caála;

- Huíla, nos municípios do Lubango e Chibia;

Os referidos estudos têm como objectivo elaborar uma linha de base que sirva de referência para
as actividades a desenvolver no âmbito da Componente 2 do PDL -Desenvolvimento da Economia
Local.

O estudo de linha de base deve fornecer as seguintes informações, com os últimos dados
disponíveis e compilados a partir do início do trabalho:

1. Caracterização geral do município (Incluindo: localização geográfica, tamanho, população por


sexo e idade, educação, habitação, saúde, estradas, serviços, características natural/ambiente;

65
2. Mercado de trabalho: % população empregada, desempregada, empregada temporariamente;

3. Descrição dos sectores económicos/produtivos;

4. % da população por sector económico (detalhe género, idade, nível de escolaridade)

5. Número de empresas, o tamanho das empresas, organização jurídica (formal ou informal);

6. Formas de organização;

7. Provedores de serviços;

8. Principais fontes de acesso a recursos financeiros para os provedores de serviços, produtores e


empresários.

9. Infra-estruturas económicas e produtivas

Os estudos de Linha de Base devem acontecer a partir do mês de Julho nos municípios acima
referidos e deverá incluir fotos ilustrativas. Outros estudos já realizados poderão ser utilizados -
caso os dados sejam recentes - com as devidas referências.

4. REQUISITOS DOS CONSULTORES

a. Licenciatura em ciências sociais ou áreas de desenvolvimento económico de preferência,


preferencialmente;

b. Experiência profissional de pelo menos 5 anos de trabalho em área de desenvolvimento


económico e/ou programas similares; preferencialmente;

c. Capacidade de análise e de elaboração de relatórios, preferencialmente;

d. Capacidade de análise e avaliação institucional demonstrada;

e. Experiência em trabalho com comunidades e/ou administrações municipais;

f. Fluência em Português, escrito e falado e conhecimentos de uma língua local como vantagem.

4. PRODUTOS PRINCIPAIS

- Um relatório com informação solicitada por município contendo as seguintes informações, com
os últimos dados disponíveis e compilados a partir do início do trabalho:

1. Caracterização geral do município (incluindo: localização geográfica, tamanho, população por


sexo e idade, educação, habitação, saúde, estradas, serviços, características natural/ambiente;

2. Mercado de trabalho: % população empregada, desempregada, empregada temporariamente.


Descrição dos sectores económicos/produtivos

3. % da população por sector económico (detalhe género, idade, nível de escolaridade)

66
4. Número de empresas, o tamanho das empresas, organização jurídica (formal ou informal);

5. Formas de organização;

6. Provedores de serviços;

7. Principais fontes de acesso a recursos financeiros para os provedores de serviços, produtores e


empresários

8. Infra-estruturas económicas e produtivas

9. O relatório deverá incluir fotos ilustrativas

- Realização de um Workshop de disseminação dos resultados dos estudos dirigido aos parceiros
locais e às equipas provinciais do FAS nas províncias em que se vai realizar o estudo.

6. TERMOS CONTRATUAIS

o contrato é celebrado por um período de 60 dias e terá a sua efectividade na data estipulada e
confirmada por carta pelo Contratante.

Os interessados deverão enviar para o FAS uma proposta técnica e financeira para
desenvolvimento do trabalho proposto.

O FAS notificará o Contratado por escrito da sua intenção de pôr termo ao Contrato, indicando em
detalhe as razões específicas para o cancelamento.

67
Anexo 2: Listagem das entrevistas realizadas Município do Lubango

Entrevistas a Representantes Institucionais (24)

Nº Nome Instituição/Função

1 Sr. Sérgio Cunha Velho Vice-Governador para os Assuntos Económicos


2 Sr. Silvano Levi Administrador Municipal do Lubango
3 Sra. Luísa Base Administradora comunal do Hoque
4 Sr. Moisés Malanga Administrador adjunto comunal do Hoque
5 Sr. António Cuaia Administrador Comunal da Arimba
6 Sra. Carmem Duarte Administradora da comuna da Huíla
7 Sr. Óscar Benvindo Administrador Adjunto da comuna da Huíla
8 Sra.Mariana Chiloca Soma Directora da Antena da Huíla da ADRA
9 Sra. Verónica Rito Associação das Mulheres Empresarias da Huila
10 Sr. Sandro Dungula Coordenador do Balcão Bue
11 Sr. Frederico Sanumbutue Director Provincial do FAS – Huíla
12 Sr. Nginamau Israel Director Provincial da IDA (Instituto de Desenvolvimento
Agrário)
13 Sr. Emídio Silva Presidente da UNACA
Sr. António Gimbo Domingos Vice-Presidente da UNACA

14 Sr. Elísio Lobo Secretário Geral da AAPCIL


15 Sr. Moisés Benjamim Osório Responsável pelo Micro-Crédito do Banco Sol
16 Sr. Samuel Paulino Pedro Coordenador da Kixirédito Huila
17 Sr. José Bastos Gerente Banco BFA Chibia
18 Sr. Hernâni Silva Chefe Departamento de Micro-Economia da Faculdade de
Economia (UMN)
19 Sr. Evaristo Silva Director Substituto Direcção Provincial do Comércio
Hotelaria e Turismo
20 Miguel Barbosa Serviço de Veterinária da Huíla
21 Sr. Evaristo Gomes Conselheiro da direcção da Associação dos taxistas
22 Sra. Rosa Maria Coimbra Chefe de Repartição Municipal dos Assuntos Económicos
da Administração Municipal do Lubasngo
23 Sr. Fernando Oliveira Responsável por Mercados e Feiras Municipais
Administração Municipal do Lubango
24 Sra. Sónia Luís Gerente do supermercado Shoprite - Lubango

68
Entrevistas a Operadores Comerciais/Prestadores de Serviços informais e precários (35)

Nº Nome Actividade Ocupação


1 Luzia Chimanha Prestação de serviços - restauração Empregada de roulote –
Lubango
2 João Caiombo Prestação de serviços pessoais Barbearia – Lubango

3 Suely Prestação de serviços pessoais Salão de Beleza – Lubango


4 (não quis dizer o Prestação de serviços pessoais Segurança (guarda) – Lubango
nome)
5 (não quis dizer o Prestação de serviços pessoais Lavador de automóveis –
nome) Lubango
6 Prestação de serviços pessoais Engraxador – Lubango
7 Bartolomeu Chipilica Prestação de serviços pessoais Fotógrafo – Lubango
8 Julia Prestação de serviços pessoaos Empregada doméstica –
Lubango
9 Pedro Muengo Prestação de serviços pessoais Tratamento de unhas –
Lubango
10 (nome imperceptível) Comércio na rua Venda de fruta - Lubango
11 (nome imperceptível) Comércio na rua Venda de flores – Lubango
12 (nome imperceptível) Comércio na rua Venda de roupa/calçado–
Lubango
13 (nome imperceptível) Comércio ambulante Zungueiro – Lubango
14 Berta Mpembele Comércio precário Proprietária de Janela aberta
– Lubango
15 Fernanda Comércio precário Empregada deJanela aberta –
Lubango
16 Clarice Comércio precário Proprietária de Janela aberta
– Lubango
17 Marisa Comércio precário Enfermeira/Proprietária de
Janela aberta – Lubango
18 Sebastião Comércio no mercado Venda de cds/fotógrafo –
mercado Mutundo
19 Paulino Comércio no mercado Venda de roupa e calçado -
Mercado Mutundo
20 José Francisco Comércio no mercado Venda de produtos de
higiene pessoal - Mercado
Mutundo
21 (nome imperceptível) Prestação de serviços pessoais Fotógrafo – Lubango
22 S. Kalapa Comércio no mercado Camponês/Venda produtos
diversos – mercado Poiares
23 Domingos Kapolo Prestação de serviços – transporte de Camponês/Mototaxista –
passageiros Poiares
24 (nome imperceptível) Comércio no mercado Comércio de animais
25 António Chiquissa Comércio no mercado Camponês/Comércio
26 Orlando Kambamba Comércio no mercado Comércio de hortícolas/milho
27 Domiana Comércio no mercado Comércio de roupa de criança
28 João Murimbi Comércio no mercado Comércio de hortícolas/batata
29 (não quis dizer o Prestação de serviços – transporte de Mototaxista (kupapata) –
nome) passageiros parada da Tundavala

69
30 (não quis dizer o Prestação de serviços – transporte de Mototaxista (kupapata) –
nome) passageiros parada da Tundavala
31 (não quis dizer o Prestação de serviços – transporte de Mototaxista (kupapata) –
nome) passageiros parada da Tundavala
32 (nome imperceptível) Comércio precário Janela aberta – Lubango
33 (não quis dizer o Prestação de serviços pessioais Guarda - Lubango
nome)
34 Joaquina Prestação de serviços pessoais Empregada doméstica -
Lubango
35 (não quis dizer o Comércio ambulante Zungueiro – Lubango
nome

70
Anexo 3: Lista da documentação consultada

Administração Municipal do Lubango

- (2012) Questionário administrado na Consultadoria

- (2012) Relatório anual de execução financeira do PIMDRCP

- (2011) Monografia do Município do Lubango

- (2010) Programa Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza 2010 (extracto)

Direcção Provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural

- (2011/12) IDA, Relatório de Actividades da 1ª época, Campanha Agrícola

- (2010/11) IDA, Relatório de Actividades da 2ª época, Campanha Agrícola

- (2010/11) IDA, Relatório de Actividades da 1ª época, Campanha Agrícola

Direcção Provincial do Comércio, Hotelaria e Tuismo

- (2011) Rede Comercial, 2011

- (2012) Distribuição e Localização de Estabelecimentos Comerciais e de Hotelaria

FAS – Huíla

- (2012) Levantamento realizado sobre as associaoes cooperativas,micro empresas e fornecedores


no município Lubango(Comunas do Hoque,Huila e Arimba)

Federação das Associações de Camponeses e das Cooperativas Agro-pecuárias da Huíla (UNACA)

- (2011) Relação nominal das Associações e Cooperativas organizadas dos Municípios do Lubango
e Chibia

Governo Provincial da Huíla

- ( 2007) Plano de desenvolvimento económico e social da Província da Huíla, 2008-2012

- ( 2012 ) Plano de desenvolvimento económico e social da Província da Huíla, 2013-2017

- ( 2012) Relatório ano 2011

- ( 2012) Balanço das Acções do Executivo 2008-2012

Serviço Provincial da Huíla do Instituto Nacional de Estatística

- (2012) Caracterização Geral da Província e Distribuição da população por municípios e comunas

71
Serviços Provinciais da Huíla do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional

- (2012) Informação estatística relativa ao emprego na Província da Huíla

72
Anexo 4: Instrumentos de recolha de informação

a) Guião para os representantes das instituições e especialistas

Dados biográficos

Idade

Sexo

Nível de escolaridade

Actividade profissional

Instituição

Contacto (telefone; email)

Dados organizacionais

Estrutura da organização

Breve descrição da actividade da organização Padrões das migrações internas

Caracterização económica dos Municípios

Organização administrativa

Data da criação do Município

Comunas/Bairros

Caracterização geográfica e física

Recursos naturais

Recursos demográficos (população; características da população)

Infraestruturas (circulação; comunicação; suporte à produção – energia e água -; produtivas)

Actividade económica

Principais actividades/sectores

Localização das principais actividades sectores (municípios/comunas/bairros)

População ocupada nas principais actividades/sectores

Características das principais actividades/sectores

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Articulação entre actividades e sectores

Actividades específica (sazonais, etc.)

Emprego, desemprego e informalidade

Principais actividades informais

Localização das principais actividades informais

População ocupada nas principais actividades informais

Importância socioeconómica das principais actividades informais

Principais constrangimentos às actividades económicas nos municípios/comunas/bairros

Caracterização social dos municípios

Habitação

Saúde

Educação

Cultura/Lazer/Entretenimento

b) Guião das entrevistas (Vendedores e Prestadores de Serviços)

INFORMAÇÃO SOCIO-DEMOGRÁFICA

1) IDADE

2) SEXO

3) NATURALIDADE

4) ESCOLARIDADE

5) ANOS DE RESIDÊNCIA

6) BAIRRO/MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA

7) DIMENSÃO DO AGREGADO FAMILIAR

8) ESTATUTO NO AGREGADO FAMILIAR

(chefe de família, conjuge, filho,etc.)

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INFORMAÇÃO RELACIONADA COM O EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE E COM O LOCAL DE TRABALHO

9) ACTIVIDADE

10) ANOS DE EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE

11) OUTRA ACTIVIDADE (Exerce outra actividade? Qual?)

12) ACTIVIDADES ANTERIORES

13) POSIÇÃO QUE OCUPA NO EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE (assalariado; empresário; conta


própria; trabalho para familiares; etc.)

14) ANOS DE PERMANÊNCIA NA ACTIVIDADE

15) CARACTERÍSTICAS DO FUNCIONAMENTO DA ACTIVIDADE

(Há muitas pessoas na actividade neste município? Que outras actividades informais são
importantes no município? Onde estão localizadas? Porque escolheu esta actividade? Quem são
os clientes/utilizadores? Porque escolheu trabalhar neste município/comuna/bairro? A que horas
começa e finaliza? Participa em grupos de kixiquila? A actividade é rentável? Permite ganhar
dinheiro para satisfazer as necessidades da família? Principais problemas enfrentados no exercício
da actividade? Expectativas para o futuro?)

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Anexo 5: Rede comercial licenciada

76
Anexo 6: Informação estatística relativa ao emprego na Província da Huíla

77
Anexo 7: Caracterização Geral da Província e Distribuição da população por municípios e
comunas

78
Anexo 8: Dados sobre os mercados do município do Lubango - Número de vendedores em
alguns mercados do município do Lubango

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