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Novas técnicas de imageamento cerebral,

microscopia, identificação celular por marcadores,


eletrofisiologia, engenharia genética, cognição,
emoções, hipnose...
Publicado em 2014

1. INTRODUÇÃO

A década de 90 foi declarada como sendo a Década do Cérebro. O desenvolvimento e o


aprimoramento de tecnologias e de técnicas de imageamento cerebral, microscopia,
identificação celular por marcadores específicos, eletrofisiologia, engenharia genética,
dentre outras, propiciaram avanços significativos na compreensão do funcionamento do
cérebro humano e de sua importância em relação à cognição e às emoções (LENT, 2005).

Com o desenvolvimento das técnicas de neuroimagem, abriu-se uma nítida base de


desenvolvimento neurocientífico para se explicar como bilhões de neurônios, interligados
em infinitas possibilidades, constituem o mais avançado encéfalo já conhecido (CARTER,
2003).

A aceitação crescente da consciência como um campo legítimo de investigação e a


disponibilidade de imagens funcionais reacendeu o interesse em pesquisas sobre o uso da
hipnose e da sugestão para manipular a experiência subjetiva e para obter insights sobre o
funcionamento cognitivo saudável e patológico (FERREIRA,2013).

Como hipnose entende-se o uso de sugestão e de atenção focalizada, em um


relacionamento terapêutico, para auxiliar o paciente a modificar a percepção, emoção e/ou
comportamento (COVINO; BOTARRI, 2011 apud FERREIRA, 2013).

Para a Associação Americana de Psicologia, Divisão de Hipnose Psicológica, a hipnose


consiste em:

“(...) um procedimento durante o qual um profissional de saúde ou pesquisador sugere que


um cliente, paciente, ou um sujeito experimente mudanças de sensações, percepções,
pensamentos e comportamentos. O contexto hipnótico é geralmente estabelecido por um
procedimento de indução. Embora haja muitas induções hipnóticas diferentes, a maioria
inclui sugestões de relaxamento, calma e bem-estar. Instruções para pensar sobre
experiências agradáveis são também comumente incluídas em induções hipnóticas” (APA,
2004, p.7).

Desde os tempos mais remotos os homens conhecem técnicas para induzir estados de
“transe” em si mesmos e em outros (PINCHERLE, 1985). E desde os anos 50, a hipnose
tem sido utilizada com ampla variedade de aplicações na medicina, na psicologia e na
odontologia. Cita-se a sua aplicação para alívio da dor, tratamento de patologias
gastrointestinais, dermatológicas, depressão, estresse, ansiedade, mudança de hábitos,
tratamento de fobias e traumas, dentre outras aplicações (FERREIRA, 2013).

Recentemente, dentre as técnicas para o estudo da hipnose, o imageamento cerebral tem


sido de grande utilidade, por permitir a verificação das áreas cerebrais ativadas durante o
estado hipnótico (FERRETTI, 2011).

Nesse sentido, esta pesquisa pretende colaborar com o meio científico, elucidando maior
entendimento sobre a maneira que a hipnose, enquanto intervenção terapêutica atua
sobre o cérebro. Esse trabalho busca responder quais as áreas cerebrais mobilizadas
durante o processo de hipnose e sua relação com as áreas cerebrais envolvidas em
processos de vivências reais.

Para isto, o objetivo deste estudo é realizar uma revisão bibliográfica sobre as bases
neurofisiológicas da hipnose.

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica utilizando-se livros e bases de dados eletrônicas, tais
como Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MedLine), Scientific
Eletronic Libray Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde
(Lilacs).

Foram incluídos artigos publicados no período de 2004 a 2014, com texto completo
disponível e publicado em língua portuguesa, espanhola e inglesa. Foram utilizados os
descritores: “hipnose”, “neurofisiologia” e “fenômenos fisiológicos do sistema nervoso”. A
busca pelos artigos foi realizada de agosto de 2013 a janeiro de 2014.

3. RESULTADOS

3.1 Hipnose

O estado hipnótico dentro de um enfoque fisiológico é a inibição das estruturas corticais,


menos uma delas que serve de ponte entre a pessoa hipnotizada e o hipnotizador. Chertok
(apud Tolipan, 2002) classificou a hipnose como sendo “o quarto estado de consciência”,
diferenciando-os dos três conhecidos fisiologicamente: vigília, sono lento e sono REM.

O estado hipnótico é alcançado por meio da concentração sobre um determinado estímulo.


Geralmente, é um estímulo monótono, repetitivo e persistente. A motivação do sujeito é,
por sua vez, relevante para que o estímulo hipogênico seja isolado na consciência com
exclusão de todos os outros estímulos. Este fenômeno é denominado de atenção seletiva.

A indução hipnótica percorre etapas diferentes de profundidade que se iniciam na esfera


muscular, depois sensitiva e sensorial, para atingir a esfera cognitiva e afetiva. São elas:
etapa hipnoidal; etapa leve; etapa média; etapa profunda; e etapa sonambúlica (PASSOS;
LABATE, 1998).

Pavlov, em seus trabalhos, verificou que a repetição de um estímulo condicionado sem o


adequado reforçamento determinava um estado de sonolência em vários de seus animais,
sendo que alguns dormiam. Estas observações conduziram-no à teoria que a parte do
cérebro mais diretamente afetada pelo estímulo (ponto vígil) torna-se o centro de um
processo inibitório, que se irradia, desde que o estímulo seja débil, rítmico, monótono,
persistente e sem o reforçamento adequado. A inibição tenderia a se difundir através dos
hemisférios cerebrais e a etapa final seria o sono. A hipnose seria o estado imediatamente
anterior ao sono (PASSOS; LABATE, 1998).

Conforme Faria (1979), a princípio a hipnose era exercida como se fosse um mito
religioso. Aviam os clássicos “templos do sono” no antigo Egito, onde sacerdotes usavam
o poder hipnótico para tratar os crentes, fazendo-os adormecerem suavemente e
ministrando-lhes passes mágicos.

Hipócrates, precursor da medicina, acreditava que as dores de que padecem o corpo e a


alma podem ser vistas fechados, fazendo, assim, clara referência ao estado ampliado de
consciência, no século III A.C. Em 1734, o médico austríaco Franciscus Antonius Mesmer
lançou uma doutrina que ficou conhecida como mesmerismo, que defendia a influência
dos astros no aparecimento e na cura de doenças e utilizava o magnetismo animal com
metais para fins terapêuticos. Porém, o padre José Custódio Faria (1756-1819) acreditava
que o magnetismo animal não tina interferência de fluidos, pois era o sujeito em transe o
único agente ativo. Estabeleceu, assim, a influência da cognição neste estado
(RODRIGUES, 2007).

Mas somente em 1842, a palavra hipnose começou a ser utilizada. Cunhada por James
Braid, derivada da palavra grega "hypnos", significa "sono". Braid defendia que os
fenômenos mesméricos nada mais eram do que um estado decorrente da fadiga sensorial,
ou seja, um fenômeno neurofisiológico (RODRIGUES, 2007).

Contudo, com o desenvolvimento e utilização das técnicas de imageamento cerebral e


eletroencefalografia, já se sabe que a hipnose é um estado de consciência diferente do
sono, mas semelhante ao de um relaxamento profundo, onde há redução da atenção aos
estímulos externos e há concentração maior nos processos mentais (FERREIRA, 2013).

Após o abandono da técnica de hipnose a favor da psicanálise e da psicoterapia dinâmico-


analítica e o surgimento dos anestésicos químicos, ao mesmo tempo em que aumentavam
demasiadamente as demonstrações de palco, a hipnose voltou a ser vista como coisa
mágica, misteriosa.

O interesse pela hipnose ressurge durante a I Guerra Mundial (1914-1918), sendo utilizada
no tratamento das neuroses de guerra. Desde então, ela é utilizada com vasta variedade
de aplicações na medicina, na psicologia e na odontologia, seja para alívio da dor,
tratamento de patologias gastrointestinais, dermatológicas, depressão, estresse,
ansiedade, mudança de hábitos, tratamento de fobias e traumas, redução de conflitos,
dentre outros (FERREIRA, 2013).

No entanto, no Brasil o crescimento da hipnose não tem acontecido com o mesmo


dinamismo observado em outros países, sendo a odontologia a maior representante
direcionando sua atuação a ensaios clínicos voltados à analgesia odontológica. A prática
clínica da hipnose é realizada por profissionais de diferentes áreas como instrumento
terapêutico. Entretanto, não há uma preocupação em relação à publicação dos resultados
advindos dessa prática.

3.2 Anatomofisiologia do Sistema Nervoso

Para responder quais são as bases neurofisiológicas da hipnose, tornam-se necessárias


algumas informações relativas ao sistema nervoso humano.

Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso divide-se em somático e autônomo, cujo


objetivo principal é manter o equilíbrio do meio interno. Segundo Machado (1991), o
sistema nervoso somático é responsável pela função de relacionar o organismo com o
meio, através da parte aferente do sistema nervoso somático, que conduz aos centros
nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando o que se passa no
meio ambiente, e por outro lado, a parte eferente do sistema nervoso somático leva aos
músculos esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando em movimentos que
integram o ser humano ao meio em que vive.

O sistema nervoso autônomo divide-se em: simpático e parassimpático. O sistema


simpático tem ação antagônica à do parassimpático em um determinado órgão. Enquanto
o simpático excita, o parassimpático relaxa, mas embora isso ocorra na maioria dos casos,
colaboram e trabalham harmonicamente na coordenação da atividade visceral. Uma das
diferenças fisiológicas entre o simpático e o parassimpático é que o parassimpático tem
ações sempre localizadas a um órgão ou setor do organismo, enquanto que as ações do
simpático, embora às vezes possam ser localizadas, tendem a ser difusas e atingindo
vários órgãos (Lent, 2005).

Em determinadas situações, todo sistema simpático é ativado, produzindo uma descarga


em massa na qual a medula da suprarrenal é também ativada, lançando no sangue a
adrenalina que age em todo organismo. Esta é uma clássica reação de alarme que ocorre
em certas manifestações emocionais e situações de emergência. Imagine um indivíduo
sendo surpreendido em um campo por um boi bravo que vem em sua direção. Os
impulsos nervosos resultantes da visão do boi são levados ao cérebro, resultando no
medo. Do hipotálamo, partem impulsos nervosos que descem pelo tronco encefálico e
medula, ativando os neurônios pré-ganglionares simpáticos, de onde os impulsos nervosos
ganham os diversos órgãos iniciando uma reação alarme, preparando o corpo para um
esforço físico, caso seja necessário (Lent, 2005).

Ao longo de sua evolução, o cérebro humano adquiriu três componentes que foram
surgindo e se superpondo, tal qual em um sítio arqueológico: o cérebro primitivo situando-
se embaixo, na parte infero-posterior, constituído pelas estruturas do tronco cerebral -
bulbo, cerebelo, ponte e mesencéfalo, pelo mais antigo núcleo da base - o globo pálido e
pelos bulbos olfatórios, e corresponde ao cérebro dos répteis; o cérebro intermediário, que
é formado pelas estruturas do sistema límbico, corresponde ao cérebro dos mamíferos
inferiores e localiza-se na parte intermediária, entre a base e a parte superior do cérebro; e
o cérebro superior ou neocórtex, quase localiza na parte superior, compreendendo a maior
parte dos hemisférios cerebrais e alguns grupos neuronais subcorticais (AMARAL;
OLIVEIRA, 1998).

Este é o cérebro dos mamíferos superiores, aí incluídos os primatas e, consequentemente,


o homem. Essas três camadas cerebrais foram aparecendo, uma após a outra, durante o
desenvolvimento do embrião e do feto (ontogenia), recapitulando, cronologicamente, a
evolução (filogenia) das espécies, do lagarto até o homo sapiens (AMARAL; OLIVEIRA,
1998).
O sistema límbico, localizado na superfície medial do cérebro dos mamíferos, é a sede das
emoções e seus estereótipos comportamentais, enquanto a expressão visceral delas é
mediada pelo hipotálamo, que controla as vísceras e o comportamento instintivo por meio
dos sistemas nervoso autônomo e neuroendócrino.

Conforme Lent (2010), o sistema límbico é composto pelas seguintes estruturas: córtex
cingulado, hipocampo, hipotálamo, núcleos anteriores do tálamo e amígdala. A amígdala
revelou-se uma estrutura de enorme relevância, modulador de toda experiência emocional.
O hipotálamo foi reconhecido desde o início como a região de controle das manifestações
fisiológicas que acompanham as emoções.

O sistema límbico e o hipotálamo interligam-se com o neocórtex pela formação reticular


ascendente (FRA). Esta é composta de neurônios distribuídos através da medula, da
ponte e do mesencéfalo e dividida ao longo do eixo medial ao lateral, sendo que as células
grandes da FR geralmente estão agrupadas em núcleos da linha mediana e as células
menores estão mais lateralmente. Algumas regiões da FR contem células que enviam
seus axônios rostralmente as mais altas regiões do cérebro ou caudalmente à medula. As
conexões aferentes da FR advêm de todas as vias sensoriais, sensitivas, da sensibilidade
visceral, do córtex cerebral, do cerebelo. Em suma, não há parte alguma do sistema
nervoso que não esteja conectada com a FR (PASSOS; LABATE, 1998).

Toda informação sensorial é percebida pelo córtex consciente e esta informação também
vai à formação reticular através de fibras colaterais oriundas das vias sensoriais
ascendentes. Por meio da FRA as informações sensoriais são também comunicadas ao
sistema límbico e ao hipotálamo, e aí as emoções associadas e as reações viscerais e
instintivas são elaboradas, sendo então adicionadas à experiência cognitiva do córtex,
integrando o colorido emocional e as motivações básicas. O córtex tem a possibilidade de
retroagir sobre esta energia afetiva motivacional e modular cognitivamente o
comportamento (SILBERFARB, 2011).

3.3 Bases Neurofisiológicas da Hipnose

Recentemente, dentre as técnicas para o estudo da hipnose, o imageamento cerebral tem


sido de grande utilidade por possibilitar a verificação das áreas cerebrais ativadas durante
o estado hipnótico. A literatura apresenta dados consistentes sobre os mecanismos
neuroanatômicos e neurofisiológicos da hipnose, estudadas por métodos de imageamento
cerebral.
Conforme Silberfarb (2011) existem cerca de vinte estados de consciência atualmente
descritos, mas apenas três são objetivamente definidos com base em parâmetros
eletroencefalográficos (EEG), comportamentais e introspectivos. Estes três estados são:
vigília; sono lento ou sincronizado; e sono rápido (sono REM).

O EEG é, entretanto, limitado, pois só capta atividade elétrica em grupos de neurônios das
camadas I e II do córtex que se difundem na camada dendrítica, embora as células do
neocórtex sejam arranjadas numa série de seis camadas, que vão de superficial para
profunda: I (camada molecular); II (camada granular externa); III (camada piramidal
externa); IV (camada granular interna); V (camada piramidal interna); VI (camada
fusiforme) (LENT, 2010).

Embora o estado hipnótico se assemelhe comportamentalmente ao estado de sono REM,


exames de EEG não distinguem o estado hipnótico dos estados de vigília, ainda que
características típicas como a sugestionabilidade, alucinabilidade, regressões, amnésias e
analgesias, nos permitam classificá-lo como um estado alterado da consciência, mesmo
sem parâmetros bioelétricos específicos para caracterizá-lo. Os fenômenos deste estado
evidenciam apenas uma modificação subcortical relacionada à atividade límbico-
hipotalâmica (PAVLOV, 1961 apud SILBERFARB, 2011).
A atenção seletiva que possibilita a supressão de todos os outros estímulos em detrimento
do estimulo hipnogênico é gerada pela FRA, a qual também é responsável pelo estado de
consciência desperta, assim como pelas atividades do hipotálamo e sistema límbico.
(BURZA, 1986; GILMAN, 1992 apud SILBERFARB, 2011).

Portanto, no estado hipnótico os fenômenos observados são tipicamente de origem


límbica, região responsável pela formação da memória, pela aprendizagem, pelo esquema
corporal e pela regulação do sistema imunológico.

Para Silberfarb (2011), a hipnose favorece, ainda, o relaxamento e a consequente


recuperação do tônus muscular normal, assim, regularizando a atividade da amígdala,
núcleo associado ao hipocampo e funcionalmente ligado ao hipotálamo e sistema nervoso
autônomo. A amígdala, quando hiperativada, produz medo, ansiedade, ira, comportamento
agressivo, e alterações no comportamento sexual. A neutralização desta irritação produz
uma reação parassimpática global do organismo, que também amortece a hiperatividade
cortical, produzindo uma tranquilização geral na esfera mental.

Alguns estudos comparativos realizados com o auxílio de técnicas de imageamento


cerebral podem ser úteis para a avaliação das áreas cerebrais ativadas durante a hipnose.

O estudo realizado por Henry Szechtman et al. (1998), utilizou imagens obtidas por
PETScan (tomografia por emissão de pósitrons) para mapear a atividade cerebral de
indivíduos sob hipnose que, após sugestão para imaginar um cenário, experimentaram
uma alucinação. Os pesquisadores descobriram que a alucinação auditiva e o ato de
imaginar um som são autogerados e que, como a audição real, uma alucinação é
experimentada como se viesse de uma fonte externa. Através do monitoramento do fluxo
sanguíneo nas áreas ativadas durante a audição real e a alucinação auditiva, mas não
durante a simples imaginação, os pesquisadores descobriram que a região do córtex
cingulado anterior direito mantinha-se igualmente ativa enquanto os voluntários tinham
alucinação e enquanto ouviam de fato o estímulo. A mesma região cerebral, contudo, não
era ativada enquanto os indivíduos apenas imaginavam que estavam ouvindo o estímulo.
De algum modo, a hipnose induziu esta área do cérebro a registrar o som proveniente da
alucinação como algo real.

Em outro estudo, Faymonville et al. (2006) realizaram um estudo comparativo, utilizando o


PET, onde obtiveram os seguintes resultados. Comparado com o grupo controle, nos
sujeitos em hipnose, foi observada uma ampla ativação envolvendo os córtices occipital,
parietal, pré-central, pré-frontal e cingulado. Esta ativação difere de uma simples evocação
de memória episódica ou de sugestão.

A imagem mental visual, geralmente leva em conta a ativação de áreas occipitais. Mais
anteriormente, a ativação dos córtices pré-central e pré-motor foram similares ao que foi
observado durante imagens motoras, as quais podem ter participado na ativação parietal.
A ativação do córtex pré-frontal ventrolateral também foi observada em tarefas imaginadas
mentalmente nos sujeitos em hipnose. Verificou-se no grupo em estudo, que a ativação do
córtex cingulado anterior poderia refletir um efeito atencional necessário para o sujeito
internamente gerar imagens mentais (FAYMONVILLE et al., 2006).

Faymonville et al. (2006) constatou ainda que durante a indução da hipnose, praticamente
todo hemisfério cerebral esquerdo é ativado e, nas fases de sugestão, analgesia e
alucinação, existe visível ativação da porção anterior do giro do cíngulo à direita.

4. CONCLUSÃO

Mediante os dados encontrados, acredita-se que o estado hipnótico difere do sono e do


estado de vigília e que o sistema límbico está diretamente relacionado às mudanças nas
esferas muscular, sensitiva, sensorial, cognitiva e afetiva que ocorrem durante a hipnose.
Ressalta-se, ainda, que as áreas cerebrais ativadas durante alucinações visuais e
auditivas são semelhantes às áreas cerebrais ativadas em situações reais, diferentemente
das áreas cerebrais ativadas durante o processo de imaginação.

Portanto, estudos neurofisiológicos indicam efeitos mensuráveis e específicos da hipnose


sobre áreas cerebrais e sistemas orgânicos.

O trabalho fez uso de muitos livros em detrimento de artigos científicos sobre o assunto,
dada à escassez de publicações científicas na área. Consideramos que as limitações
impostas pelos métodos utilizados em neurociências atualmente dificultam a abordagem
do tema. Alguns trabalhos referidos são antigos, como um que data de 1979, o que
confirma a escassez de investigação na área. Livros ainda constituem os principais
veículos de divulgação de ideias não legitimadas pela ciência.

Reafirma-se, por conseguinte, a necessidade de publicação de artigos científicos de


controle médico experimental sobre a hipnose. A utilização de técnicas de imageamento
cerebral será, sem dúvida, relevante para a reprodutibilidade de achados e a minimização
das limitações peculiares.

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*Graduada em Psicologia pela Faculdade Santo Agostinho(2011), com especialização em


Neuropsicologia pela Unichristus(2014) e em Psicopedagogia pela Faculdade Latino
Americana de Educação(2013). Atualmente é Psicóloga Social da Prefeitura Municipal de
Coronel José Dias. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia
Cognitiva.

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