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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

PROJETO DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA


INCÊNDIO EM BIBLIOTECAS

DÉBORA SARTORI

Barretos - SP
2015
DÉBORA SARTORI

PROJETO DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA


INCÊNDIO EM BIBLIOTECAS

Monografia apresentada como exigência


parcial para obtenção do título de
Engenheira de Segurança do Trabalho do
Centro Universitário da Fundação
Educacional de Barretos (UNIFEB).

Orientador: Prof. M.Sc. Celso Atienza

Barretos
2015
Sartori, Débora

Débora Sartori. Barretos, 2015.

41 p.

Orientador: Celso Atienza.

Monografia (Conclusão de Curso), Curso de Pós-Graduação Lato


Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho, Centro Universitário
da Fundação Educacional de Barretos Unifeb.

1. Prevenção de Combate à Incêndio 2. Biblioteca 3. segurança do


trabalho
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL
DE BARRETOS

Autora do Trabalho: Débora Sartori


Título do Trabalho: Projeto de um Sistema de Proteção Contra Incêndio em
Bibliotecas

Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como exigência parcial


para a obtenção do título de Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro
Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB)

Data da Aprovação: ____ /____/_______

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________
Prof. MSc. Celso Atienza
Orientador

_____________________________________
Profª. MSc. Bianca Di Luccia Ruiz Francisco
Convidada

_____________________________________
Profª. Esp. Ana Elisa Alencar Silva de Oliveira
Convidada
DEDICATÓRIA

A minha mãe, pelo amor, incentivo e


apoio incondicional.
AGRADECIMENTOS

A Deus, qυе nos criou e foi criativo nesta tarefa. Sеυ fôlego dе vida еm mіm
mе fоі sustento е mе dеυ coragem para questionar realidades е propor sempre υm
novo mundo dе possibilidades.
A todos os professores que durante o curso nos passaram seus
conhecimentos.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o
meu muito obrigado em especial minha filha e ao engº civil Duilio Magri.
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo identificar os riscos de Incêndio e Pânico em uma
Biblioteca, seja ela Universitária ou Pública (Estadual ou Municipal), visando
elaborar um Projeto Técnico de Prevenção Contra Incêndio, verificando se o local
está de acordo com as normas de Segurança estabelecido pela NR-23 (Norma
Regulamentadora de Proteção Contra Incêndios) e Decreto 56.819/11, vigente no
Estado de São Paulo, contando também com as Normas estrangeiras, assim como,
a National Fire Protection Association (NFPA) que possui normas e
regulamentações que podem servir de referência para projetistas e instaladores de
sistemas de proteção contra incêndio e para os responsáveis pela manutenção da
segurança dos edifícios, e assim, como as normas NFPA 909 – Protection of Cultural
Resources (2001) e NFPA 914 – Fire Protection in Historic Structures destacam suas
preocupações.com vistas à segurança do trabalho. O trabalho foi realizado em uma
biblioteca universitária localizada em uma cidade da região Norte do Estado de São
Paulo, através de visitas técnicas e registro fotográfico, objetivando levantar e avaliar
os sistemas e equipamentos de prevenção de combate a incêndio existente no local,
bem como avaliar a segurança dos funcionários e das pessoas que ali frequentam.
Devido a grande importância das vidas humanas e do material informacional a se
preservar, se faz necessário que a segurança contra incêndio esteja atrelada à
segurança dos usuários, que por sua vez depende de estudos e planejamento do
espaço físico, devendo estar conforme as normas vigentes de prevenção e combate
a incêndio. Desta forma é necessário que as bibliotecas estejam ajustadas a essa
realidade, na qual deverá satisfazer seus funcionários e usuários, fornecendo
informações com certa com rapidez, eficiência e que atenda as Normas de
Prevenção Contra Incêndio. Para tanto o estudo apresenta uma introdução com os
objetivos, justificativa e metodologia além do referencial teórico e, por fim, um estudo
de caso verificando as inconformidades com o intuito de apresentar um projeto de
segurança do trabalho para este setor.

Palavras-chave: Prevenção de Combate à Incêndio, Biblioteca, segurança do


trabalho
ABSTRACT

This work aims to identify the risks of fire and panic in a library, either University or
Public (state or local), to draw up a Prevention Technical Project Fire, making sure
that the site is according to established security standards the NR-23 (Regulatory
Standard Fire Protection) and Decree 56,819 / 11, effective in the State of São
Paulo, also relying on foreign standards, as well as the National Fire Protection
Association (NFPA) which has rules and regulations that can serve as a reference for
designers and installers of fire protection systems and those responsible for
maintaining the security of buildings, and so, like the NFPA 909 standards -
Protection of Cultural Resources (2001) and NFPA 914 - Fire Protection in Historic
Structures highlights preocupações.com their views on safety. The study was
conducted in a university library located in a city north of the state of São Paulo
region, through technical visits and photographic record, aiming up and evaluate the
systems and combating existing fire prevention equipment on site, and evaluate the
safety of employees and the people who attend there. Due to the great importance of
human lives and informational material to be preserved, it is necessary that the fire
safety is tied to the safety of users, which in turn depends on studies and planning of
physical space and should be according to current standards prevention and fire
fighting. Thus it is necessary that libraries are adjusted to this reality, which should
satisfy your employees and users, providing information to right quickly, efficiently
and meets the standards Fire Prevention. For this study provides an introduction to
the objectives, rationale and methodology beyond the theoretical framework and
finally a case study verifying the non-conformities in order to present a work safety
project for this sector.

Keywords: the Fire Fighting and Prevention, library, work safety


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Localização da Cidade .............................................................................. 22


Figura 2. Vizualização do Município ......................................................................... 23
Figura 3. Principais Acessos .................................................................................... 23
Figura 4. Fachada da Biblioteca ............................................................................... 25
Figura 5. Fachada da Biblioteca ............................................................................... 25
Figura 6. Recepção da Biblioteca ............................................................................. 26
Figura 7. Saguão de Entrada da Biblioteca .............................................................. 26
Figura 8. Saguão de Entrada da Biblioteca .............................................................. 27
Figura 9. Saguão de Entrada e Exposição ............................................................... 27
Figura 10. Planta Atual da Biblioteca ........................................................................ 28
Figura 11. Vista Interna da Biblioteca ....................................................................... 29
Figura 12. Vista Interna da Biblioteca ....................................................................... 30
Figura 13. Vista Interna da Biblioteca ....................................................................... 30
Figura 14. Vista dos Aparelhos de Condicionador de Ar .......................................... 33
Figura 15. Vista da Catraca de Entrada da Biblioteca .............................................. 34
Figura 16. Vista da Catraca de Saída da Biblioteca ................................................. 34
Figura 17. Vista da Única Saída de Emergência ...................................................... 35
Figura 18. Vista das Prateleiras................................................................................ 35
Figura 19. Vista das Prateleiras................................................................................ 36
Figura 20. Vista das Prateleiras................................................................................ 36
Figura 21. Vista dos Corredores ............................................................................... 37
Figura 22. Vista dos Equipamentos de Segurança ................................................... 37
Figura 23. Vista dos Equipamentos de Segurança ................................................... 38
Figura 24. Vista da Fiação Exposta .......................................................................... 38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


a.C. - Antes de Cristo
d.C - Depois de Cristo
ACIB - Associação Comercial e Industrial de Barretos
CRB - Conselho Regional de Biblioteconomia
NFPA - National Fire Protection Association
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 METODOLOGIA..................................................................................................... 14

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14


3.1 Considerações sobre Incêndios em Bibliotecas .................................................. 14
3.2 Risco de Incêndio na Biblioteca e Normatização ................................................ 19

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 22

5 MÉTODOS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS EM BIBLIOTECA .............. 31

6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO........................................................................... 31

7 CONCLUSÃO......................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS .........................................................................................................
11

1 INTRODUÇÃO
Por definição, a biblioteca está inserida na Instituição de Ensino para apoiar
os conteúdos ministrados nos currículos dos cursos, além de oferecer subsídios
para a investigação técnico-científica da comunidade acadêmica possibilitando
atender às necessidades desse grupo social ou da sociedade em geral, através da
administração do seu acervo informacional e do exercício da sua função educativa,
ao orientar os usuários na utilização da informação.
O conhecimento tornou-se hoje mais do que no passado um dos principais
fatores de superação de desigualdades, agregação de valor, criação de emprego
qualificado e propagação de bem-estar. A soberania e autonomia dos países
passam mundialmente por uma nova leitura, e sua manutenção depende claramente
de conhecimento, educação e desenvolvimento científico e tecnológico
(TAKAHASHI, 2000). Isso quer dizer que o conhecimento não é mais poder, e sim
“conhecimento é capital e capital é poder” (CUNHA, 2000).
A função de uma Biblioteca é prover, disseminar e transferir informação de
forma a possibilitar a atuação plena da universidade na promoção do ensino,
pesquisa e extensão, por meio da oferta de cursos de graduação e pós-graduação,
as bibliotecas são espaços comunitários onde se compartilham saberes. Uma
biblioteca deve atender às propostas de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas
nas faculdades, universidades ou escolas públicas e particulares, para formar e
informar o desenvolvimento pessoal e consequente retorno desse conhecimento à
sociedade fazem parte do espírito que norteia o ensino universitário” (MIRANDA,
1980, p.68). Uma biblioteca deve ser pensada de acordo com esta filosofia e não
somente limitar-se às bibliografias das disciplinas. Numa biblioteca a composição do
acervo deve incluir livros e periódicos técnico-científicos de acordo com os cursos
oferecidos pelas Instituição.
É importante salientar que, diante dos inúmeros recursos que as novas
tecnologias oferecem para ampliar o acesso ao conhecimento, tais como:
aprendizagem em ambientes colaborativos, bases de dados, bibliotecas eletrônicas
ou digitais, catálogos online, dentre outros, a biblioteca tem um importante papel,
pois atua como intermediária entre o usuário e a produção do conhecimento.
12

A partir deste princípio, verifica-se como direito do usuário ter acesso imediato à
bibliografia básica indicada pelo professor no plano de ensino da disciplina, na sua
área de formação. Por isso a outra função da biblioteca de acordo com Silva e
Araújo (2003) é atender seus usuários sempre tendo como diretriz o acervo
necessário e adequado aos cursos oferecidos pela Instituição da qual faz parte, em
consonância com o indicado nos projetos pedagógicos.
É necessário que a biblioteca trabalhe de forma unificada com o setor
pedagógico da instituição, com os cursos de graduação e com os professores, para
articulação de um acervo de qualidade que possibilite o uso e o acesso às fontes de
informações indicadas nos planos de ensino das. Essa integração assegura também
sintonia e organicidade na gestão do ensino superior na medida em que se equilibra
concepção ação e estrutura materiais para a realização dos fins educativos.
A existência de uma biblioteca em uma instituição de ensino superior (IES) é
obrigatória e considerada por Oliveira (2004, p.15) “como sendo um dos principais
elementos da infraestrutura que devam corresponder às necessidades institucionais
e políticas formalmente estabelecidas”.
Dentre os prejuízos causados por fenômenos como furacões, terremotos,
erupções vulcânicas, secas, enchentes, desabamentos, incêndios, atos de guerra,
terrorismo ou vandalismo, é possível dizer que o Incêndio assola a todos,
independente das condições econômicas, políticas ou geográficas e, geralmente tem
efeitos devastadores, causando perdas e danos irrecuperáveis. De qualquer forma,
quando pensamos sobre as ações a serem tomadas em casos de incêndios em
edificações, no tocante a Bibliotecas, nos preocupamos, prioritariamente, com
aquelas que visam à proteção da vida dos funcionários, bem como a segurança das
pessoas que ali frequentam. Vale destacar que, além da segurança dos ocupantes
serem essencial, os bens materiais, são também de inestimáveis valores, podendo
sua perda significar um impacto emocional e econômico muito grande para a
comunidade atingida, diante disto, torna-se essencial a necessidade da elaboração
de um projeto de Prevenção Contra Incêndio.
13

Um projeto de segurança contra incêndio de um edifício deve considerar a


combinação de princípios tecnológicos, arquitetônicos e operacionais, a fim de que,
eles possam afastar impedir, atrasar e responder satisfatoriamente às ameaças.
Neste processo, vários elementos passivos são incluídos ao edifício por um
profissional habilitado, que são basicamente: cercas, muros, portas, janelas,
sistemas construtivos, elementos de fachada e materiais de acabamento adequado
para este fim. Além disso, vários sistemas complementares de segurança são
incorporados como, sistemas de detecção, sistemas de sensoriamento interno e
sistemas de controle de acessos e, tem a função de atuar de forma integrada entre
si e entre outros sistemas.
Os sistemas de segurança, a nível de medidas preventivas contra incêndios em
edificações não teve um desenvolvimento razoável, o que se tem visto, é a
discordância entre os sistemas de segurança e as concepções arquitetônicas,
focados não só nas mudanças de modos de ocupação espacial, mas também nas
maiores concentrações de equipamentos de informática e na pouca familiaridade
com as técnicas de prevenção.
Nota-se que foram ocorridas alterações na concepção de edifícios, pois os
mesmos têm passado de construções compartimentadas, com grandes áreas de
alvenaria, para construções leves, vãos livres e grande quantidade de painéis
removíveis, o que tem provocado mudanças nos conceitos de segurança e sistemas
de prevenção de incêndio. É evidente que, com essas alterações, o espaço aberto é
compartimentado em áreas pequenas por divisórias, na qual aumentam as chances
de propagação do incêndio e dificultando a passagem dos usuários para o abandono
do local, quando em caso de uma emergência. Assim sendo, de maneira geral, o
layout de uma biblioteca, que é o caso em estudo, deverá atender aos requisitos
técnicos mínimos a serem observados para garantir segurança aos que nelas
trabalham e frequentam.
De qualquer forma, os novos projetos de edificações, no tocante às bibliotecas,
estão incorporando projetos, ações e medidas de segurança, destinados a proteger
tanto a vida humana como os bens materiais destes prédios; medidas essas que
visam ações preventivas e protetoras, facilitando efetivamente a detecção de
eventos e sua intervenção.
14

Este trabalho tem como objetivo identificar os principais problemas


relacionados aos elementos de prevenção contra incêndio na referida Biblioteca,
propondo ações de melhorias e medidas de segurança, destinadas a proteger a vida
e bens materiais deste edifício.

2 METODOLOGIA
Neste primeiro capítulo, o estudo consiste na introdução que relaciona o objetivo do
trabalho, a justificativa, a metodologia e a sua estrutura. Já nos capítulos seguintes,
traz o referencial teórico sobre o tema, na qual o trabalho trás na sua indagação a
realidade das bibliotecas de hoje em dia, até a proposta de um projeto de prevenção
contra incêndio. Embora seja uma prática teórica, o trabalho trás como aliado o
pensamento e a ação, ou seja, nada pode ser um problema, se não tiver sido, em
primeiro lugar, um problema da vida prática, e para fundamentar este estudo foi
pesquisado em Normas Vigentes e Legislações, procurando dessa forma melhor
descrever e considerar o tema escolhido.

3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Considerações sobre Incêndios em Biblioteca
Desde a Antiguidade, a biblioteca sempre foi o local mais apropriado para
conservar e destruir livros em grande escala. Reunidas num único edifício,
publicações das mais diversas origens acabam sendo alvo fácil para ódios políticos
ou ainda vítimas passivas de guerras e de acidentes naturais. Assim, a história das
bibliotecas, vista em seu conjunto, tem pouca semelhança com a placidez de um
salão de leitura. Envolvem desfechos violentos e interrupções abruptas, disputas e
estratégias. É uma história conturbada. (BATTLES, 2003).
Quando, em 09 de novembro de 48 a.C., Júlio César ordenou que navios
ancorados no porto de Alexandria fossem queimados, a fim de impedir um ataque de
uma frota egípcia pelo mar, o incêndio acabou por atingir a cidade. Queimando 40
mil rolos de pergaminhos que se encontravam estocados em um armazém, pois
ainda não haviam sido colocados nas estantes. Júlio César foi a primeira pessoa a
quem se atribuiu a culpa pela destruição da biblioteca. (BÁEZ, 2006).
15

O segundo indivíduo a ser responsabilizado foi Teófilo, patriarca de


Alexandria de 385 a 412 d.C., que converteu o Templo de Serapis em uma igreja
católica, provavelmente em 391 d.C. Atribui-se a essa “reforma” a destruição da
biblioteca menor.
A derradeira pessoa a quem foi atribuída culpa foi Caliph Omar, que, em 640
d.C., durante a invasão da cidade pelos muçulmanos, teria ordenado que a
biblioteca principal fosse queimada. Conta-se que, quando um de seus generais lhe
perguntou o que fazer com “a biblioteca que continha todo o conhecimento do
mundo”, Caliph respondeu “[ . . . ] se os livros contêm a mesma doutrina do Corão,
não servem para nada, porque são repetitivos; se os livros não estão de acordo com
a doutrina do Corão, não há razão para conservá-los.” (BÁEZ, 2006, p. 70). Os
historiadores e autores que estudam a destruição da Biblioteca de Alexandria
admitem que é impossível afirmar com total certeza os fatos que levaram ao seu
desaparecimento.
Segundo C. J. Wright, da British Library, “ [ . . . ] a Cotton Library é sem
dúvida a mais importante coleção de manuscritos já reunidos na Grã-Bretanha por
um colecionador particular.” (MONTAGUE, 2006, tradução nossa). Sir Robert Bruce
Cotton (ANEXO A), antiquarista e bibliófilo, começou a colecionar anotações
históricas sobre o Condado de Huntingdonshire aos dezessete anos e nunca parou
de guardar informações (especialmente documentos governamentais antigos), e
acabou criando a Cotton Library, composta de livros, manuscritos, moedas e
medalhões, contando até mesmo com livros e artefatos provenientes de monastérios
dissolvidos por Henry VIII. Sua coleção tornou-se a maior fonte de literatura em
inglês arcaico, sendo que poemas como Beowulf, Pearl e Lindisfarne Gospels
somente chegaram aos nossos dias através de sua biblioteca. Uma parte
substancial de seu acervo foi doada em vida, e contribuiu para a fundação da
Bodleian Library, em 1602. A Cotton Library, que tinha então como sede a
Ashburnham House, passou por um incêndio em 23 de outubro de 1731; muitos
manuscritos foram perdidos (ANEXO B), e vários foram danificados (um quarto da
coleção foi destruída ou danificada).
16

O bibliotecário da instituição, Dr. Bentley, escapou das chamas agarrado ao


Codex Alexandrinus – cena que ficou famosa, por ter sido testemunhada e depois
descrita por Robert Freind, da Westminster School. Felizmente, haviam sido feitas
cópias de alguns dos livros perdidos, mas não da maioria... Atualmente, o que restou
da Cotton Library integra a British Library. (BLADES, 1888, tradução nossa; BÁEZ,
2006).
A biblioteca da Universidade de Harvard teve, em 1764, 4.600 dos seus cinco
mil volumes destruídos por um incêndio em Harvard Hall, prédio que abrigava a sala
da biblioteca em seu andar superior. Os 400 livros que escaparam do incêndio
estavam emprestados aos estudantes. Somente um livro da coleção John Harvard,
“The Christian Warfare against the Devil, World, and Flesh”, de John Downame,
publicado em 1634, foi salvo do fogo, pois havia sido retirado por um estudante que
não o devolveu à biblioteca na data prevista. Atualmente, o livro se encontra exposto
no saguão de entrada da Houghton Library. (TOMASE, 2007).
A tragédia do século XXI já aconteceu em seu terceiro ano: no lugar onde o
livro e a biblioteca foram criados, a História sofre uma perda irreparável – a
Biblioteca Nacional de Bagdá foi uma entre tantas destruídas pela guerra, pelos
bombardeios, pela fúria dos próprios iraquianos, que descontaram sua raiva por
Saddam Hussein em seus monumentos e instituições, pela falta de ação ou
interesse por parte das tropas americanas, que nada fizeram para proteger o
patrimônio histórico-cultural ali depositado. O Arquivo Nacional (localizado no andar
superior da biblioteca) teve dez milhões de documentos destruídos, e o Museu
Arqueológico de Bagdá também foi pilhado e destruído. (BÁEZ, 2006).
Um incêndio criminoso destruiu o acervo de 15 mil livros da biblioteca da
escola municipal Antônio Cristino Cabral, em Sertãozinho, São Paulo, no dia 04 de
outubro de 2005. Estima-se que o prejuízo seja superior a R$ 300 mil. Mas a pior
perda não foi material, segundo a diretora do colégio: desde 1967, ano em que a
instituição foi fundada, os trabalhos dos alunos faziam parte do acervo. Espera-se
repor os livros perdidos com pedidos de doações a fundações, empresas e aos
próprios alunos, mas os trabalhos nunca serão recuperados. (GOMES, doc.
eletrônico, 2005).
17

Apesar da (ou, em alguns casos, motivada pela) atual repulsão pela queima
de livros, a destruição de bibliotecas no último século continuou com grande
intensidade. [ . . . ] Existe o fenômeno inquietante da biblioclastia étnica. Como
costumava ocorrer em países pós-coloniais, à destruição de bibliotecas era,
geralmente, uma consequência violenta de uma situação social crítica ou
maquinação política. Confusos pela urbanização, pobreza, falta de estabilidade
econômica e social, além da polarização de linhas étnicas e religiosas, os
perpetradores da destruição foram treinados para acreditar que as sobrevivências
física e cultural de seus grupos estavam sendo ameaçadas. Vendo-se como
defensores de um povo cercado e dominado, grupos extremistas executam a
destruição de livros e bibliotecas como uma tática de grande efeito em guerras entre
crenças antagônicas. Com o apoio de suas comunidades, estes fanáticos agem com
relativa impunidade. Extremismo, no entanto, gera extremismo. No Sri Lanka, a
destruição (pelos singhaleses) da Biblioteca Pública de Jaffna, a principal instituição.
cultural da minoria tâmul, levou a uma verdadeira guerra civil. A biblioteca
desmantelada serviu e ainda serve como símbolo da violação e violência étnica.
Destruir uma biblioteca é uma maneira eficaz de atacar o grupo menosprezado e de
expressar desprezo por seus propósitos e objetivos. A violência contribui para um
ambiente repressivo no qual as metas exclusivistas dos perpetradores podem ser
perseguidas. O governo não tem de estar diretamente envolvido na destruição da
cultura para ser cúmplice: basta os políticos lavarem suas mãos e deixarem os
culpados impunes. Se o governo acomoda o pluralismo, então os livros e bibliotecas
estão razoavelmente seguros. Se, entretanto, o estado é capturado por um grupo
exclusivista, então livros e bibliotecas passam a estar na zona de perigo. Inflamado
pela ideologia e detentor de muito poder, um regime extremista pode concluir que
limpeza étnica é algo justificável. Pode-se dizer que a limpeza étnica, incluindo a
destruição de bibliotecas, é o fim lógico dos conflitos étnicos que se intensificaram
com luto, ganância e poder. Quando a rivalidade alimenta o ódio e destrói crenças
através do extremismo, a violência que aflige os corpos do inimigo é também a que
aflige seus textos. (DESTROYING..., doc. eletrônico, 2006, tradução nossa).
18

No Grande Incêndio de Londres, em 1666, o número de livros queimados foi


enorme. Não somente em bibliotecas particulares e em bibliotecas de instituições e
de igrejas coleções de valor inestimável foram reduzidas a cinzas, mas um imenso
acervo de livros removidos de Paternoster Row pelos bombeiros, por questões de
segurança, foi totalmente queimado nos cofres da St. Paul’s Cathedral. (BLADES,
1888).
As bibliotecas bizantinas também sofreram com os incêndios: em 730,
centenas de manuscritos foram queimados; em 781, os palácios e parte da cidade
arderam, e junto com eles, centenas de textos, incluindo os de São Crisóstomo; de
802 a 807, a tomada de basílicas iniciou um incêndio que destruiu um número
superior a 120 mil livros. Mas o verdadeiro terror veio em 1204, quando a Quarta
Cruzada alcançou Constantinopla e milhares de manuscritos foram perdidos para
sempre. (BÁEZ, 2006).
Em 01 de novembro de 1755, um terremoto assolou Lisboa e, como
conseqüência direta deste desastre, vieram os incêndios. Um dos focos de incêndio
atingiu a Real Biblioteca,destruindo seu acervo de cerca de 70 mil volumes (entre
obras raras, documentos, gravuras, códices, partituras, incunábulos e mapas). O
fogo foi apagado pelo maremoto que completou a destruição da cidade. O povo
português chorou seus milhares de mortos, suas casas, seus monumentos e sua
cultura – todos perdidos em um único dia, que acabou representando umadas piores
tragédias da História até aquele momento. Os documentos resgatados foram
posteriormente trazidos ao Brasil, com a vinda da Família Real, e deram origem à
Fundação Biblioteca Nacional.
A magnífica Biblioteca de Strasbourg foi queimada pelos bombardeios do
exército alemão em 1870. Foi então que desapareceu para sempre, junto com
outros documentos únicos, os registros originais das famosas disputas judiciais entre
Gutenberg, um dos primeiros impressores, e seus sócios, dos quais dependia a
interpretação correta da reivindicação de Gutenberg como inventor da Arte.
(BLADES, 1888, tradução livre da autora).
A Universidade Humboldt de Berlim teve 25 mil livros queimados na
Opernplatz (atualmente conhecida como Bebelplatz), no dia 10 de maio de 1933. Os
livros proibidos haviam sido escritos por oponentes do regime nazista.
19

A universidade foi transformada em uma instituição nazista de ensino, e seus


professores e estudantes judeus ou que se opunham ao nazismo foram expulsos,
deportados ou mesmo assassinados. Atualmente, há um monumento criado pelo
escultor israelita Micha Ullmann nesta praça – trata-se de uma sala subterrânea,
totalmente branca, com prateleiras vazias que poderiam abrigar exatas 25 mil obras.
A sala é coberta por um painel de vidro transparente, e pode-se ler uma placa com a
seguinte frase do escritor alemão Heinrich Heine: “Onde queimam livros, acabam
queimando homens.” (BÁEZ, 2006, epígrafe). A frase foi escrita em 1821, na peça
Almansor, e foi originalmente tecida como um comentário referente à queima do
Corão durante a Inquisição Espanhola.

3.2 Risco de Incêndio na Biblioteca e Normatização


Sabe-se que a dificuldade existente para as bibliotecas seja ela escolar, pública
ou universitária é conciliar a segurança do seu acervo com a segurança dos seus
usuários. Alguns fatores podem ser apontados como principais responsáveis nesta
falta de harmonia são de possuir uma grande quantidade de material informacional e
por precaução as bibliotecas costumam manter apenas um acesso; outro fator
relevante, são os investimentos e recursos que muitas vezes são escassos e por
último, podemos ressaltar o crescimento constante e inevitável de seu acervo, o que
acarreta em adaptações necessárias, porém muitas vezes inadequadas ao seu
espaço físico.
As bibliotecas possuem acervos constituídos por material altamente
combustível armazenado em prateleiras, o que cria áreas densas e,
consequentemente, um ambiente vulnerável a incêndios. Edifícios que abrigam
bibliotecas devem elaborar um projeto de segurança contra incêndio que permita a
monitoração intensificada das áreas do acervo e a rápida detecção de um foco de
incêndio, assim como um eficiente combate ao fogo. (ONO, 2004, p. 7).
Incêndio é um risco iminente em bibliotecas, para que de fato o incêndio ou
fogo aconteça, é preciso que se estabeleçam três componentes básicos:
combustível, oxigênio e calor. A falta de qualquer um dos três inviabiliza a formação
ou a persistência do fogo (GONÇALVES, 2007). Em uma biblioteca, esses três
elementos são encontrados em abundância.
20

Os livros, de papel, sempre próximos demais uns dos outros, às vezes ainda
coincidem das estantes também serem de madeira, sendo eles, excelentes
combustíveis. O ambiente da biblioteca deposita oxigênio em abundância, portanto,
o calor é constante, e a necessidade de iluminação em um ambiente de leitura é
primordial. O grande fluxo de pessoas, instalações elétricas em praticamente todos
os setores inclusive entre os livros, são fatores que merecem constante atenção e
precaução dos gestores.
A Norma Regulamentadora 23 de Proteção Contra Incêndio traz disposições
básicas sobre como e o que um ambiente de trabalho deve se precaver para
combater e proteger as pessoas do fogo. A NR-23 dá também uma atenção especial
às saídas, e explana uma série de arranjos para elas, determinando até mesmo a
distância entre o local de trabalho e a saída. Foca também, nesse ponto, que a
circulação deve ser livre de obstáculos, para que a chegada até a saída do ambiente
seja facilitado. A Norma informa que todas as empresas deverão possuir:
a) Proteção Contra Incêndio;
b) Saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de
incêndio;
c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu princípio;
d) pessoas treinadas no uso correto desses equipamentos.
Quanto aos equipamentos para combater o fogo em seu início, a NR-23
enfatiza em exercícios de alerta e extintores de incêndio. Os exercícios de alerta
devem ser feitos periodicamente, de forma que todos saibam como se comportar em
um caso de incêndio, que a evacuação da área seja feita sem pânico. Pontos
básicos como acionar o sistema de alarme e chamar imediatamente o Corpo de
Bombeiros são de extrema importância nos exercícios. No que diz respeito a
extintores de incêndio, a Norma determina que devam existir pelo menos 2
extintores em cada pavimento, independente da área ocupada. Para bibliotecas, é
fundamental que combatam as classes de fogo A (materiais de fácil combustão,
como papel, madeira, tecidos, etc.) e C (origem em equipamentos elétricos
energizados, como transformadores, quadros de distribuição, etc.). A norma ainda
descreve como esses extintores devem estar localizados e sinalizados.
21

No contexto brasileiro, a Norma Regulamentadora 23 – Proteção contra


incêndio traz informações importantes e substanciais a respeito das condições
ambientais de trabalho, revelando as precauções e as proteções às pessoas na
presença do fogo.
Para ajudar a compor o sistema de segurança brasileiro, contamos também
com as Normas estrangeiras, assim como, a National Fire Protection Association
(NFPA) que possui normas e regulamentações que podem servir de referência para
projetistas, instaladores de sistemas de proteção contra incêndio e para os
responsáveis pela manutenção da segurança dos edifícios, e assim, como as
normas NFPA 909 – Protection of Cultural Resources (2001) e NFPA 914 – Fire
Protection in Historic Structures destacam as preocupações abaixo explicitadas:

• planos de emergência;
• critérios mínimos necessários para implementação de um programa de prevenção
de incêndios;
• medidas de segurança para novas construções e para reformas em edificações
existentes. Os cuidados durante a construção ou reforma têm ênfase especial, pois
incêndios ocorrem com muita freqüência nos edifícios culturais por descuido durante
as obras, sejam de restauração ou reformulação, quando o sistema de proteção está
mais vulnerável e a presença de materiais e operações perigosas pode ser
necessária, como por exemplo, armazenamento de material inflamável ou uso de
equipamento de solda;
• importância da manutenção preventiva e corretiva;
• particularidades de diferentes tipos de uso de edifícios históricos ou que abrigam
acervos histórico-culturais. (ONO, 2004).
Desta maneira, entende-se a necessidade e a importância de um projeto de
segurança contra incêndio em bibliotecas, seja ela universitária ou não, levando em
consideração a prevenção, a análise e o combate de maneira correta, e é com o
intuito de lançar um olhar sobre essa questão de segurança, que este trabalho se
apresenta.
22

4 ESTUDO DE CASO
A biblioteca escolhida esta localizada na cidade de Barretos, e de acordo com
informações obtidas no site da Prefeitura local, Barretos é o sétimo maior município
de São Paulo, e está localizado na região Norte do estado, a 420Km da Capital. É o
principal município da 13ª Região Administrativa, que engloba também os municípios
de Altair, Bebedouro, Cajobi, Colina, Colômbia, Embaúba, Guaíra, Guaraci,
Jaborandi, Monte Azul Paulista, Olímpia, Pirangi, Severínia, Taiúva, Taiaçu, Terra
Roxa, Viradouro e Vista Alegre do Alto. Localiza-se a uma latitude 20°33’26” Sul e a
uma longitude 48°34'04" Oeste. Duas das principais rodovias do estado, a Brigadeiro
Faria Lima (SP 326) e a Assis Chateaubriand (SP 425), se cruzam no município

Figura 1: Localização da Cidade de Barretos, no Estado de São Paulo.


(Fonte: site da Prefeitura do Município de Barretos)

A origem de Barretos remete à história dos bandeirantes. Os primeiros


chegaram pelos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, e pelo Triângulo
Mineiro, seguindo os mananciais dos Rios Grande, Tietê e Paranapanema. Os
mineiros na primeira metade do século XIX desgostosos com a lida na mineração do
ouro e das pedras preciosas, abandonaram a batéia¹ e o carumbé², e seguindo as
quebradas do Rio Grande, acompanhados da família, de criados e de agregados,
desceram pelos vales do Rio Grande e seus afluentes, até o Sertão da Farinha
Podre (Uberaba), Arraial Bonito do Capim Mimoso (Franca) e Campos de Batataes
23

Figura 2: Visualização do Município e Dados terrotoriais


(Fonte: site da Prefeitura do Município de Barretos)

Figura 3: Principais Acessos


(Fonte: site da Prefeitura do Município de Barretos)

___________________________________________________________________
¹Bateia: ba.tei.a sf (ár bâTiya) Gamela afunilada de madeira em que se lavam areias auríferas ou cascalho
diamantífero; baco de mão. ²Carumbé: sm (tupi karumbé) 1 V calumbé. 2 Jabuti macho em pleno
desenvolvimento.
24

De acordo com dados obtidos na página eletrônica da Associação Comercial


e Industrial de Barretos – ACIB, a cidade oferece mais de 50 Cursos Superiores. O
Ensino Superior é composto por 5 Instituições, Centro Universitário da Fundação
Educacional de Barretos- UNIFEB, Faculdade Barretos, FISO – Faculdades
Integradas Soares de Oliveira, ISEB – Instituto Superior de Educação de Barretos e
LiceuTec, juntas oferecem mais de 50 cursos superiores, podendo contar também,
com o Ensino Técnico, que são oferecidos através do Cetec, LiceuTec, Fateb,
Senac, Centro Paula Souza e ainda o Instituto Federal. Barretos é considerada uma
cidade completa, pois possui 94,1% da população alfabetizada, sendo
aproximadamente 83.000 pessoas, dentre elas, crianças, jovens e adultos.
Podendo esta cidade, contar com inúmeras Instituições de Ensino, e com
grande parte de sua população alfabetizada, foi escolhido dentre elas, uma
biblioteca para ser o objeto deste estudo. Segundo informações obtidas em um livro
produzido pela Instituição na qual a Biblioteca será o motivo do estudo desta
monografia, a mesma foi criada no ano de 1967, sendo esta cadastrada no
Conselho Regional de Biblioteconomia – 8ª Região. Seus usuários são os docentes
e discentes da Instituição, contando também, com pesquisadores, profissionais e
alunos de graduação e pós-graduação de outras Instituições. Seu acervo é
composto por coleções de periódicos, obras de referência de caráter geral e
específica, livros básicos destinados aos diversos cursos, monografias e teses
produzidas na Instituição, apostilas e materiais considerados especiais, tais como:
vídeo, catálogos e assinaturas de jornais e revistas específicos referentes aos
cursos ministrados.
A Biblioteca oferece os seguintes serviços: consulta ao acervo, orientação e
assistência ao usuário, levantamento e pesquisa bibliográfica, orientação e
treinamento da normalização de referências bibliográficas. O local conta com uma
estrutura informatizada, com equipamentos disponíveis aos usuários para consultas
diversas.
25

Figura 4: Fachada da Biblioteca Atual


(Fonte: a Autora)

Figura 5: Outra Fachada da Biblioteca


(Fonte: a Autora)

O principal objetivo de qualquer biblioteca é promover o desenvolvimento


educativo e cultural de seus usuários, incentivando o consumo de bens culturais,
mediante o acesso ao conhecimento e à informação. Atualmente seu acervo possui
uma estrutura com cerca de 47.667 livros didáticos catalogados, excetuando-se
outras publicações como, obras de referência e periódicos, gibis, revistas e jornais.
26

Sua equipe é formada por profissionais preparados para desenvolver atividades


de coordenação e apoio, que vão desde a preparação técnica do livro, atendimento
ao usuário, auxílio à pesquisa, a biblioteca universitária oferece o suporte técnico,
por meio dos funcionários e professores atuantes na Biblioteca. Atualmente a
Biblioteca é composta pelos seguintes setores:

 Recepção: controle da entrada e saída de usuário, acervo, patrimônio e


fornecimento de informações gerais.

Figura 6: Recepção e armários para guardar materiais dos usuários


(Fonte: a Autora)

 Saguão: de entrada e exposições

Figura 7: Vista do Saguão de Entrada


(Fonte: a Autora)
27

Figura 8: Outra Vista do Saguão de Entrada


(Fonte: a Autora)

Figura 9: Vista do Saguão e Exposições


(Fonte: a Autora)
28

No ano de 2005 o Conselho Diretor autorizou uma reforma elevando o espaço


físico de 384,00m² para 502,00m², possibilitando a construção de 07 salas de
estudo, podendo então ser instaladas 12 mesas de estudo individual, uma videoteca
e um espaço para a disposição de 04 computadores. Mais recentemente no ano de
2012 a biblioteca passou por novas reformas, e tendo agora, seu espaço mudado
para outro local dentro da Instituição, sendo agora muito mais amplo, com uma área
de aproximadamente 1200,00m².

Figura 10: Planta atual da Biblioteca


(Fonte: a Autora)

Pessoal
Bibliotecária:
A Biblioteca é coordenada por uma Bibliotecária, que tem cadastro em seu Conselho
de Classe – CRB.
Atualmente esta profissional tem em seu comando três funcionários e cinco guardas-
mirim adequadamente treinados para a realização do serviço técnico interno e o
atendimento aos usuários.

Salas de Estudo
Em seu início a biblioteca contava com uma área anexa para estudo, tendo o aluno
que sair da biblioteca após a retirada do livro e ir à referida sala. Após a ampliação
no ano de 2005, foi possível integrar essa área ao espaço interno à biblioteca. Já no
ano de 2012, em que a biblioteca teve seu local alterado, foi possível construir um
29

espaço ainda maior, podendo integrar as salas de estudo, as mesas e


computadores, tudo para melhor atender o usuário (figura 10). Nesta ampliação foi
possível instalar 10 computadores, os quais estão disponíveis para pesquisa em
base de dados e realização de trabalhos, pelos discentes. A biblioteca funciona de
segunda as sexta feira das 08h00 as 23h00 e aos sábados das 08h00 as 12h00.

Figura 11: Vista interna da Biblioteca (sala de estudo)


(Fonte: a Autora)
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Figura 12: Vista interna da Biblioteca (salas fechadas para estudo)


(Fonte: a Autora)

Figura 13: Vista interna da Biblioteca (baias dos computadores, para realização de trabalhos e
pesquisas)
(Fonte: a Autora)
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Vários são os fatores que interferem na segurança deste acervo e


principalmente nas vidas que ali frequentam, o homem de forma intencional ou não
pode ser um dos principais responsáveis pelos danos causados à vida, assim como,
os eventos naturais (terremotos, tsunamis, incêndios), como já citados anteriormente
neste trabalho. Diante deste cenário as organizações governamentais ou não, têm
se interessado cada vez mais na Segurança e Prevenção Contra Incêndio. A
intenção deste trabalho é ressaltar a importância de um bom Projeto de Segurança,
pois, além do gestor da instituição, este é o principal responsável pelo auxílio na
guarda de todo acervo, bem como, a guarda da vida de seus funcionários e
usuários.

5 OS MÉTODOS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS


A proteção contra incêndio está dividida em dois grupos: proteção passiva e
proteção ativa:
 Proteção Passiva: inclui medidas de proteção incorporadas ao edifício, não
sendo necessário acioná-las; como por exemplo, a acessibilidade ao edifício,
à rapidez das atividades de salvamento e combate ao fogo pelos brigadistas;
rotas de fuga estabelecidas durante a concepção do projeto, escolha de
materiais de construção que apresentem alto grau de resistência ao fogo; o
controle da qualidade e da quantidade de materiais combustíveis utilizados no
acabamento interno, uma vez que estes materiais são decisivos na
velocidade de desenvolvimento, intensidade e duração do incêndio.
 Proteção Ativa: inclui instalação de equipamentos de proteção contra
incêndio, e necessitam ser acionados manual ou automaticamente; esta
instalação visa à rápida detecção do incêndio, o alerta aos ocupantes da
edificação (abandono em segurança) e/ou o eficiente combate e controle do
fogo em seu inicio.

6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Antes de tudo, é importante fazer algumas observações a respeito de como
começa um incêndio. Como já dito antes, três elementos são necessários para
realizar o fogo, sendo através do processo químico da oxidação (onde átomos de
oxigênio se juntam ao hidrogênio e ao carbono para formar água e dióxido de
carbono): oxigênio, calor e combustível; e sem estas variáveis, um incêndio não
32

começa ou continua. Em determinados materiais, como o papel, por exemplo, a taxa


de oxidação das moléculas pode ser incrivelmente rápida. Se o calor não for liberado
mais rápido do que for criado, a combustão acontece. Além do calor, devem existir
chamas durante o processo químico para que este seja considerado um incêndio.
Gases de escape são produzidos – se o processo de queima é limpo, não se pode
ver estes gases; mas se algumas das partículas combustíveis não são
completamente queimadas, haverá fumaça. A fumaça é composta por água
evaporada, dióxido de carbono e partículas não-queimadas do combustível.
(HOW..., doc.eletrônico, 2002).
Um bom projeto de segurança deve ser simples e breve, devendo listar todos
os tipos de sinistros possíveis e elencar as alternativas de como contê-los. Dentro do
prédio em que a biblioteca ocupa, a principal preocupação deve ser com o sistema
elétrico, hidráulico, ambiental e de segurança contra incêndio, sendo que, a
manutenção destes sistemas deve ser realizada regularmente, a fim de garantir que
suas condições sejam as melhores possíveis. Segundo BERTO³ (1991, apud ONO,
2004), os métodos de segurança contra incêndio podem ter caráter preventivo ou de
proteção. Ele os define da seguinte forma:

As medidas de prevenção de incêndio são aquelas


associadas ao elemento precaução contra o início do
incêndio e se destinam, exclusivamente, a prevenir a
ocorrência do início do incêndio, ou seja, controlar o
risco de início de incêndio. As medidas de proteção
contra incêndio são aquelas destinadas a proteger a vida
humana e os bens materiais dos efeitos nocivos do
incêndio que já se desenvolve no edifício. São
necessárias ao sistema global de segurança contra
incêndio, na proporção em que as medidas de
prevenção venham a falhar, permitindo o surgimento do
incêndio. Estas medidas compõem os seguintes
elementos do sistema global: limitação do crescimento
do incêndio; extinção inicial do incêndio; limitação de
propagação do incêndio; precaução contra a propagação
entre edifícios; evacuação segura do edifício; precaução
contra o colapso estrutural; e rapidez, eficiência e
segurança das operações de combate e resgate.

___________________________________________________________________
³BERTO, A.F. “Medidas de proteção contra incêndio: aspectos fundamentais a serem considerados no projeto
arquitetônico dos edifícios”. São Paulo, 1991. Dissertação (Mestrado) – FAUUSP. Apud ONO, 2004, p. 3.
33

Para a Biblioteca em questão, caberá a realização de um estudo para


diagnosticar a real situação do local e suas necessidades de segurança, sendo que
ao fazer este estudo deverão ser observados pelo projetista quais os setores da
biblioteca estão mais propícios a possíveis princípios de incêndio. O estudo
possibilitará uma análise de quanto à Instituição irá gastar e quais os benefícios que
um projeto de segurança irá trazer, ou seja, qual o custo-benefício, o que o
investimento proporcionará a instituição.
Em relação ao ambiente da citada biblioteca, esta possui uma vantagem,
possui aparelhos para refrigeração do ar, atendendo as necessidades de
temperatura adequada, preservando assim, seu acervo contra possíveis agentes
externos, e deixando o ar em temperatura agradável a seus usuários. Todavia, em
relação a um incêndio, pode ser verificado nas visitas técnicas, que a biblioteca, não
possui um sistema eficiente de prevenção contra esse sinistro, nota-se que os
equipamentos não foram dimensionados de maneira adequada, estando os mesmos
sem sinalização e/ou identificação, a distância a ser percorrida por uma pessoa até
uma saída de emergência está acima do permitido em Normas, e no tocante a este
fato, existe apenas uma saída de emergência para um local de relativa segurança, e
mesmo assim, esta saída não possui padrões aceitáveis para o escoamento das
pessoas em uma emergência, estes foram apenas alguns dos itens verificados. E
por se tratar de um ambiente rico em material que queima com bastante facilidade,
se faz necessário à implantação de sistemas que pudesse combater princípios de
incêndio de uma maneira mais efetiva.

Figura 14: Vista dos aparelhos de Refrigeração de Ar, o que contribui para uma temperatura adequada
na preservação do acervo, além de oferecer um conforto térmico aos usuários.
(Fonte: a Autora)
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Figura 15: Entrada para o interior da Biblioteca através de uma catraca (Única entrada)
(Fonte: a Autora)

Figura 9: Saída da sala de estudo, através de uma catraca (Única saída)


(Fonte: a Autora)
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Figura 10: Única saída da Biblioteca para um local de relativa segurança. Esta saída deveria ser
com folhas abrindo para fora, e com barras anti pânico instaladas em suas folhas.
(Fonte: a Autora)

Figura 11: Prateleiras com materiais (papel), com alta taxa de oxidação das moléculas, onde a queima
pode ser incrivelmente rápida.
(Fonte: a Autora)
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Figura 12: Vista de outra prateleiras com materiais (papel), com alta taxa de oxidação das moléculas,
onde a queima pode ser incrivelmente rápida. Além dos livros, temos também a embalagem, que está
em caixas de papelão, aumentando ainda mais a carga de incêndio.
(Fonte: a Autora)

Figura 20: Vista das prateleiras com seus acervos. Não podendo deixar de observar a iluminação
que está bem próxima às prateleiras, podendo aquecer o material (papel) e vir a ter princípios de
incêndios.
(Fonte: a Autora)
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Figura 21: Corredores muito estreitos, que dificultam a circulação das pessoas em caso de
abandono do prédio, no caso de um sinistro
(Fonte: a Autora)

Figura 22: Equipamento de Segurança não Sinalizado e distribuido de forma aleatória


(Fonte: a Autora)
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Figura 23: Vista de outro Equipamento de Segurança, sem sua devida Sinalização e identificação,
estando este equipamento obstruído por uma lixeira.
(Fonte: a Autora)

Figura 24: A fiação está exposta, oferecendo risco de choque elétrico em seus usuários, bem como,
correndo risco de curto circuito, caso algum desses fios estejam desencapados.
(Fonte: a Autora)
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7 CONCLUSÃO
De acordo com o observado e analisado, esta Biblioteca não obedece ao
estabelecido em Normas, logo, se mostra uma grande preocupação com falhas
graves como, por exemplo, a falta de sinalização adequada, não só em seus
equipamentos, mas, a sinalização da rota de fuga, no caso de abando do prédio em
uma emergência. Este trabalho visa alertar a Instituição, para as formas adequadas
de Prevenção Contra Incêndio que, em boa parte, dependem mais de esforço e boa
vontade, do que de recursos financeiros.
Diante do exposto este trabalho irá apresentar algumas sugestões baseadas na
Legislação que poderão ser seguidas a fim não só de manter a segurança de seu
acervo cultural, bem como, a segurança dos usuários:

 Implantação de mais uma saída de emergência, além da saída comum;


 Adaptações na saída comum para que possam servir como saída de
emergência;
 As rotas de saída da biblioteca devem coincidir com rotas de uso;
 Evitar obstáculos que dificultem a circulação e saída e movimentação de
deficientes físicos, idosos e crianças;
 Mobiliários com material o menos combustível possível;
 Material de acabamento com o Máximo de resistência ao fogo
 Treinamento de funcionários para auxilio em caso de desastres;
 Orientação aos usuários com o intuito de familiarizar este com os
equipamentos de prevenção contra incêndio.

Estabelecendo essas regras, a Instituição proporcionará um ambiente seguro


para seus usuários, e acervo. Assim sendo, perceber a importância de um bom
projeto de segurança é colocar em prática suas diretrizes é indiscutivelmente
necessário, no qual esse tipo de atividade é primordial para assegurar o acervo de
toda e qualquer instituição, bem como, a vida daqueles que lá frequentam. Espera-
se que os assuntos aqui tratados em relação à segurança possam ser absorvidos
pelos responsáveis por esta instituição, e que as falhas detectadas sejam sanadas.
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REFERÊNCIAS

NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. “Protection of Cultural Resources”-


NFPA 909, Quincy, MA, 2001.

NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. “Fire Protection in Historic


Structures”- NFPA 914, Quincy, MA, 2001.

NORMAS REGULAMENTADORAS. Segurança e medicina no trabalho. São Paulo :


Atlas;

DECRETO Nº 56.819/11 do Estado de São Paulo;

ABNT NBR 5626 - Instalação predial de água fria;

ABNT NBR 9077 - Saídas de emergência em edifícios;

ABNT NBR 9441 - Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio;

ABNT NBR 10721 - Extintores de incêndio com carga de pó;

ABNT NBR 11715 - Extintores de incêndio com carga d’água;

ABNT NBR 12693 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio.

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