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Ementa:
Projetos, Investimento e Criação de Valor; Cálculos Financeiros para Criação do Valor;
Método do PayBack para Avaliação de Investimentos; Método do Valor Presente
Líquido; Método da Taxa Interna de Retorno; Seleção de Projetos e Investimentos;
Construção de Fluxo de Caixa de um Projeto de Investimento; Análise de Risco e Custo
Capital.
Bibliografia Básica:
BLANK, Leland; TARQUIN, Antony. Engenharia econômica. 6. ed. São Paulo: Mcgraw – Hill, 2008.
SAMUELSON, Paul A.; NORDHAUS, William D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Bibliografia Complementar:
CASAROTTO FILHO, Nelson. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia econômica,
tomada de decisão, estratégia empresarial. 11. ed.. São Paulo: Atlas, 2010..
HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia econômica e análise de custos: aplicações práticas para
economistas, engenheiros, analistas de investimentos e administradores. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MANKIW, N. G. Princípios de microeconomia. São Paulo: Thomson, 2009.
NEWNAN, Donald G; LAVELLE, Jerome Philip. Fundamentos de engenharia econômica. Rio de ,
PILAO, Nivaldo Elias; HUMMEL, Paulo Roberto Vampré. Matemática financeira e engenharia
econômica: a teoria e a prática da análise de projetos de investimentos. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2004.
PROJETOS
Podemos enfatizar algumas questões que merecem discussão com relação a avaliação
econômica de projetos. Para isso examinaremos as classificações dos projetos e a
estrutura de mercado.
Tipos de Projetos
Projetos de modernização
Esta relacionada a diversos fatores como a simples necessidade de equipamentos
mais produtivos, pelo acirramento do ambiente concorrencial ou por um novo
cenário a se vislumbrar.
Projeto de relocalização
Muitas vezes associados às mudanças tributárias, ao ambiente concorrencial ou
mesmo a disponibilidade de insumos. Algumas empresas procurando atender
novos consumidores ou buscando vantagens legais podem mudar a sua
localização.
Projeto de Diversificação
Também sobre influencia de mudanças no mercado. O desejo de atrair novos
consumidores seja pela competição ou pelo fim do ciclo de vida dos atuais
projetos, faz com que as empresas invistam em novos empreendimentos e na
pesquisa e desenvolvimento de modificações do produto.
ESTUDO DE MERCADO
O estudo de mercado tem por objetivo a análise das informações relevantes para
a identificação de tendências, riscos e oportunidades de negócios (produto ou
serviço).
Mais importante do que definir o ponto de partida para o projeto, esta etapa é
essencial, pois revela as principais dificuldades que serão encontradas na
execução do projeto. Conhecer o consumidor, suas características, os
competidores, mais do que simplesmente constituir uma etapa inicial, fornece os
subsídios para a elaboração do projeto. AS decisões em logística e localização
podem ser beneficiadas pela definição da região geográfica, o público alvo, a
existência de matéria prima ou a mão de obra especifica.
A Avaliação Econômica e Financeira será favorecida pela determinação do
tamanho de mercado e dos preços praticados (previsão de faturamento), bem
como os custos e as preferências dos consumidores.
Questões Fundamentais:
INDICADORES DE AVALIAÇÃO
Exemplo:
Fluxo de
Anos
Caixa (Alfa)
0 -40.000
1 10.000
2 10.000
3 15.000
4 9.000
5 8.000
O projeto Gama apresenta o seguinte fluxo de caixa. Com base nessa projeção,
Calcule o PBS.
Fluxo de
Anos
Caixa (Alfa)
0 -50.000
1 25.000
2 25.000
3 25.000
4 25.000
5 25.000
OBS: O PBS fornece uma noção, mesmo que rudimentar, do risco do projeto,
pois quanto menor o tempo de recuperação, melhor será o projeto. Um dos
critérios para escolha seria impor um prazo limite para sua aceitação e então
comparar com o resultado do PBS.
Vantagens:
Trata-se de um cálculo bastante simples e, por oferecer uma medida de risco
(quanto maior o tempo de recuperação do investimento mais arriscado será o
projeto) é bem aceiro no meio empresarial até por não exigir muitas informações
externas.
Pode ser usado como critério complementar para outros indicadores, posto que
informa quanto empo os fundos ficarão retidos no projeto e, mantendo algumas
condições, fornece uma primeira noção de liquidez do projeto.
Desvantagens:
Não considera o valor do dinheiro ao longo do tempo. Em outras palavras,
compara os fluxos em momentos diferentes sem considerar o custo de
oportunidade, ou seja, um real hoje vale o mesmo que um real amanhã.
Exemplo:
A partir do fluxo caixa, determine o PBD do projeto para uma taxa de desconto de 10%
ao ano.
Fluxo de
Anos
Caixa
0 -2.100
1 550
2 550
3 550
4 550
5 550
6 550
Passo 1:
Valor
Fluxo de Fluxos
Anos Presente
Caixa Acumulados
(VP)
0 -2.100 -2100 -2.100
1 550 500 -1600
2 550 454,55 -1145,45
3 550 413,22 -732,23
4 550 375,66 -356,57
5 550 341,51 -15,06
6 550 310,46 295,4
O Dispêndio inicial será recuperado após o quinto ano, mais precisamente 5,05 anos.
Análise do Método:
Mesmo incorporando o custo de capital, o PBD ainda revela algumas falhas, dentre elas
a não determinação de um prazo máximo para aceitar ou não um projeto, ficando esta
decisão por conta do analista de projetos. Além disso, nada revela sobre o que ocorre
após a recuperação do gasto inicial.
Tal como p PBS, a técnica será utilizada como uma primeira aproximação e para
complementar outros resultados.
Corresponde à soma algébrica dos valores do fluxo caixa (FCX) descontados. Assim
como no modelo do PBD, é necessário estabelecer uma taxa de desconto ou custo de
capital. A idéia é escolher aqueles projetos que valham mais do que custam.
𝑛
𝐹𝐶𝑋𝑡
𝑉𝑃𝐿 = ∑ ( )
(1 + 𝑖)𝑡
𝑡=0
Critério de Decisão
Dados:
VPL = 𝑅$ 151,38
Análise do Método:
Uma das vantagens do VPL é fornecer um valor monetário para o projeto. O principio
do VPL é bem claro, se um projeto apresentar resultado positivo, deverá ser aceito, pois
significa que os fluxos de caixa foram suficientes para cobrir os custos e proporcionar a
taxa de retorno sobre o capital.
O método pode ser usado como critério de seleção para alternativas mutuamente
excludentes. Em outros termos, entre dois projetos mutuamente excludentes, aquele que
apresentar maior VPL será escolhido como a melhor alternativa. É importante lembrar
que só devemos comparar projetos com a mesma duração. Caso os projetos
concorrentes apresentem durações diferentes é necessária uma abordagem alternativa,
conforme veremos adiante.
Outro ponto importante, que sustenta o VPL como ferramenta na tomada de decisão é
escolha intertemporal (possibilidade de antecipar os recursos futuros) dos agentes
econômicos.
Taxa Interna de Retorno (TIR)
Algebricamente podemos definir a TIR como a taxa de desconto que faz o VPL ser
igual a zero. Pode-se dizer que é a taxa de desconto que iguala o valor anual dos
benefícios do projeto ao valor atual dos custos.
𝑛
𝐹𝐶𝑋𝑡
0 = ∑( )
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑡
𝑡=0
Onde,
Critério de Decisão:
Se a TIR for maior do que o custo de capital (i) devemos aceitar o projeto, caso seja
igual ao custo de capital somos indiferentes e, se a TIR for inferior ao custo de
oportunidade, devemos rejeitar o projeto. Esta lógica é bem simples, pois a TIR é a taxa
de retorno do projeto e, se por acaso ela exceder o custo de capital essa diferença
permanece, após o pagamento do capital, ficando par os proprietários.
Reinvestimento
Pode existir uma extensa gama de situações onde a TIR deve ser evitada. Uma
possibilidade seria o projeto apresentar mais de uma mudança do sinal de fluxo caixa.
Em outras palavras, após o investimento inicial é preciso investir novamente, fato que
poderia provocar uma mudança de sinal no fluxo, gerando uma função polinomial com
mais de uma raiz.
Esta técnica favorece o tipo de análise, onde trabsforma o VPL em valores anuais
equivalentes. É importante deixar claro que mesmo não sendo verificado diretamente, a
AUE pressupõe que seja possível replicar o projeto.
𝑉𝑃𝐿
AUE = ((1+𝑖)𝑛 −1)/(1+𝑖)𝑛 𝑥 𝑖))
Comentários:
𝑉𝑃𝐿
CAUE = ((1+𝑖)𝑛 −1)/(1+𝑖)𝑛 𝑥 𝑖))
Exemplos:
Um analista deve escolher um dos projetos para executar uma tarefa industrial. O
projeto A apresenta um investimento menor, porém gera fluxos por três anos. No outro
extremo, o projeto B exige um investimento mais elevado, entretanto, gera fluxos por
seis anos. Diante disso, qual o projeto mais adequado para um custo de capital de 5% ao
ano?
Projeto A Projeto B
Anos
(R$) (R$)
2018 - 25.000 - 37.000
2019 15.000 12.000
2020 15.000 12.000
2021 15.000 12.000
2022 12.000
2023 12.000
2024 12.000
VPL (5%) 15.849 23.908
Projeto A Projeto B
Anos
(R$) (R$)
2018 - 25.000 - 28.000
2019 - 10.000 - 12.000
2020 - 19.000 - 16.000
2021 - 28.000 - 20.000
2022 - 37.000 - 24.000
2023 - 28.000
2024 - 32.000
VPL (5%) - 82.606,49 - 100.944,26