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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS LEÃO SAMPAIO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

DISCIPLINA: Psicologia e Saúde Coletiva

DOCENTE: Leda Mendes Pinheiro

ALICE JORGE VIEIRA GURGEL

PORTIFÓLIO

Juazeiro do Norte – CE

2012
Saúde Coletiva: Uma História Recente de um Passado Remoto

Everaldo Duarte Nunes

No texto, Nunes traz um panorama da Saúde Coletiva como campo de


conhecimentos e práticas, abordando o seu processo de institucionalização no final dos
anos 1970 até os dias de hoje, tendo como foco a história, conceitos e dimensões que a
constituíram.
Ao citar Foucault (1979, p.80), o autor refere-se às origens da medicina
social à polícia médica, na Alemanha, à medicina urbana, na França e à medicina da
força de trabalho na Inglaterra, para mostrar a relação com o capitalismo, que via o
corpo apenas como força de produção. Só nos anos 40 do século XIX é que começa a
surgir a medicina social, com o movimento revolucionário na Europa, onde seus
membros assumem a medicina e a doença como intrinsecamente social.
Também nessa mesma época se evidenciam alguns princípios que
fomentariam o discurso sanitarista:
1) a saúde das pessoas como um assunto de interesse societário e a obrigação
da sociedade de proteger e assegurar a saúde de seus membros; 2) que as
condições sociais e econômicas têm um impacto crucial sobre a saúde e
doença e estas devem ser estudadas cientificamente; 3) que as medidas a
serem tomadas para a proteção da saúde são tanto sociais como médicas.
(Nunes, 2009, p.20).

Todavia a questão política e social da medicina social defendida pelos


revolucionários na Europa se dispersa com sua derrota em 1848, reaparecendo somente
no início do século XX na Alemanha. Na análise de Bloom (2002, apud Nunes, 2009):
Sua ampla concepção de reforma da saúde como ciência social foi
transformada em um programa mais limitado de reforma sanitária e a
importância dos fatores sociais em saúde rolou ladeira abaixo enquanto a
ênfase biomédica esmagadora ganhou domínio a partir da revolução
científica causada pelas descobertas bacteriológicas de Robert Koch. (Bloom,
2002, p. 15 apud Nunes, 2009, p.21).

No caso do Brasil, para se compreender as trajetórias do pensamento social


e suas diferentes aproximações é preciso se reportar também a diferentes momentos.
Essas aproximações do pensamento social têm sua origem no projeto
preventivista, dos anos 50 do século XX, discutido e apoiado pela Organização Pan-
Americana da Saúde. Tendo como referência o modelo biomédico que na teoria e na
prática, encontrava-se em crise.
Nos anos 70 a área da saúde coletiva começa a se estruturar formalmente,
com relação aos recursos humanos, avanços das ciências sociais na saúde e
financiamento de pesquisas e projetos, contribuindo para o desenvolvimento
tecnológico e a modernização.
Os períodos de 1974 a 1979 compreendem momentos importantes para a
construção da medicina social, um novo período de encaminhamento das questões
sociais. A Organização Pan-Americana da Saúde assume que a medicina social tem
como objetivo a análise das práticas e dos conhecimentos da saúde relacionados com a
sociedade (OPS, 1976 apud Nunes, 2009, p.24), e a Declaração Alma-Atá fundamenta
questões relacionadas à saúde nos anos seguintes.
Em 1980-1986, denominada “político-ideológica”, temos as VII e VIII
Conferências Nacionais de Saúde. De 1987-1990, denominada “político-institucional”,
temos a criação do SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde), a
Constituição Federal (1988), e a promulgação das Leis Orgânicas de Saúde (8.080 e
8.142). De 1991-1998, denominada político-administrativa, temos as definições das
atividades nas esferas governamentais e a realização das IX e X Conferência Nacional
de Saúde.
E em 1999-2000, temos a chamada “complementação jurídico-legal”, há a
regulamentação legislativa e normativa do financiamento estável e da relação público-
privado (Assistência Domiciliar), organização dos modelos de gestão e de atenção da
rede regionalizada de serviços.
Mediante a esse contexto histórico de fatos e dos campos, como ciências
sociais e humanas, a epidemiologia, a política e o planejamento, que constituíram a
saúde coletiva, dando-lhe um caráter amplo e diversificado, fica difícil conceituá-la,
mas nas palavras de Nunes (2009, p.27), trata-se de ”um campo estruturado e
estruturante de práticas e, conhecimentos, tanto teóricos como políticos”.
Assim percebe-se que as questões sociais, econômicas, políticas, culturais,
de alguma forma estiveram presentes no âmbito da saúde, e da doença em diferentes
épocas e que em conjunto com o conhecimento científico dimensionaram o pensar e o
fazer em saúde coletiva.
As Políticas de Saúde no Brasil nos anos 80: A Conformação da Reforma
Sanitária e a Construção da Hegemonia do Projeto Neoliberal
Eugênio Vilaça Mendes

O modelo de saúde brasileiro passa do sanitarista campanhista, para o


modelo médico-assistencial privatista, até o projeto neoliberal, nos anos 80. Em meio a
uma crise econômica e política nos anos 90, na área sanitária, dois projetos alternativos,
dividiam tensões, o neoliberal e a reforma sanitária.
Desde o final do século XIX, o modelo vigente de saúde no Brasil era o
sanitarismo campanhista, que consistia em uma visão militarista, de combate a doenças
de massa.
Na década de 20, com a Lei Elói Chaves, surge a Previdência Social no
Brasil e cria-se a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários, seguida de outras
CAP’s, que eram administradas e financiadas por empresários e trabalhadores, depois
surge os Institutos de Aposentadorias e Pensões estruturados por categorias
profissionais (IAP’s), e o financiamento passa a ser tripartite, agregando o Estado.
Em 1966, os IAP’s são substituídos pelo Instituto Nacional da Previdência
Social (INPS), unificando os benefícios e favorecendo o modelo médico-assistencial
privatista.
Segundo Oliveira e Teixeira (1986, apud Mendes, 1995), esse modelo tinha
com características:
a) A criação da cobertura previdenciária de forma abranger a quase
totalidade da população urbana e rural;
b) O privilegiamento da prática médica curativa, individual,
assistencialista e especializada, em detrimento da saúde pública;
c) A criação, através da intervenção estatal, de um complexo médico-
industrial;
d) O desenvolvimento de um padrão de organização da prática médica
orientada em termos de lucratividade do setor saúde propiciando a
capitalização da medicina e privilegiamento do produtor privado destes
serviços (Oliveira e Teixeira, 1986, apud Mendes, 1995, p. 22).

Em 1977, através da Lei nº 6.229, é criado o Sistema Nacional de


Previdência e Assistência Social (SINPAS), onde às ações relacionas à previdência e à
assistência médica ficam divididas. O SINPAS é responsável pelas finanças, formado
pelo IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência Social), e pelo
INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), responsável
pela assistência médica.
Segundo Mendes (1995), na década de 70 esse modelo médico-assistencial
privatista se sustentava num tripé:
a) O Estado como o grande financiador do sistema através da
Previdência Social;
b) O setor privado nacional como o maior prestador de serviços de
atenção médica;
c) O setor privado internacional como o mais significativo produtor de
insumos, especialmente equipamentos biomédicos e medicamentos
privados destes serviços (Mendes, 1995, p. 26).

Todavia esse modelo já no final dos anos 70 começava a desgastar-se, em


meio a uma profunda crise econômica, nos período1980-90, do ponto de vista político
configuram-se as políticas de Saúde, através de dois projetos políticos-sanitários: o
contra-hegemônico (a reforma sanitária) e o hegemônico (o projeto neoliberal).
Temos também dentro desse contexto a crise da Previdência Social, onde
podemos caracterizá-la em três momentos: a crise ideológica através do PREV-SAUDE
(Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde); a crise financeira e a crise político-
institucional com o CONASP (Conselho Consultivo da Administração de Saúde
Previdenciária).
Nos anos 80 o modelo médico-assistencial privatista passa a ser substituído
pelo modelo neoliberal da saúde, mas é com a VIII Conferência Nacional de Saúde que
se constitui a base político-ideológica do projeto da reforma sanitária brasileira.
A reforma sanitária consiste em um processo moderno e democrático de
âmbito político-jurídico, político-institucional e político-operativo, com propósito de
atender a saúde dos cidadãos, enquanto um direito universal assegurado por um Sistema
Único de Saúde. Surge então o Sistema SUS, em contraposição ao antigo Regime
Assistencial de ônus Previdenciário com oferta de serviços públicos por meio de
investimentos na iniciativa privada, resultado do embate entre o movimento reformista
(Movimento da Reforma Sanitária) e o movimento conservador (Movimento Neoliberal
Privatista).
Com o SUS várias medidas têm sido adotadas para consolidar e fortalecer
seus princípios doutrinários de universalidade, integralidade e equidade, enquanto
modelo hegemônico capaz de atender as necessidades de saúde dos cidadãos brasileiros.
O embate e as discussões continuam e a nosso entendimento a população precisa exigir
que Estado assuma o seu papel na melhoria das condições de saúde e como garante a
Constituição Federal em 1988, a saúde passa a constituir “direito de todos e dever do
estado”.
O Sistema Único de Saúde
Cipriano Maia de Vasconcelos
Dário Frederico Pasche

Segundo Vasconcelos e Pasche (2006), o Sistema Único de Saúde (SUS)


é a estrutura organizacional do estado brasileiro que “dá suporte à efetivação da política
de Saúde no Brasil, e traduz em ação os princípios e diretrizes desta política”.
É um sistema complexo no sentido de que precisa articular e coordenar
medidas preventivas, de cura e reabilitação da saúde, em conjunto com o sistema
público e privado.
O SUS surge com a Reforma Sanitária Brasileira, seus fundamentos legais
encontram-se no texto da Constituição Federal, de 1988, assentado em diretrizes
organizacionais, com descentralização através da municipalização da gestão de serviços
e ações de saúde; em princípios doutrinários, a universalidade, a integralidade e a
equidade, tendo como requisito básico para a cidadania a informação.
Com relação à hierarquização, busca organizar o sistema de saúde em níveis
de atenção e direcionar o fluxo assistencial entre os serviços de forma a regular o acesso
aos mais especializados, assegurando também a integralidade das ações.
Ainda nas palavras dos autores o SUS tem como objetivo principal
“formular a política nacional de saúde destinada a promover condições de vida
saudável, a prevenir riscos, doenças e agravos à saúde da população, e assegurar o
acesso equitativo ao conjunto dos serviços assistenciais para garantir atenção integral à
saúde”.
É de responsabilidade das três esferas, municipal, estadual e federal, a
divisão das atribuições, competências e financiamento do Sistema Único de Saúde.
Quanto à participação social ela se efetiva nas conferências e conselhos de
saúde, também nas três esferas de governo, já a participação do setor privado acontece
em forma de prestação de serviço complementar, quando a demanda é maior do que os
serviços públicos disponíveis.
A lei 8.080 veda o exercício de cargo de chefia ou função de confiança, aos
proprietários, administradores e dirigentes de instituições ou serviços contatados pelo
SUS.
Durante a construção do Sistema Único de Saúde tivemos avanços e
conquistas na saúde dos brasileiros, sobretudo, no direito de contarmos com um serviço
de atenção à saúde. O SUS está consolidado no nosso país, mas enfrenta desafios
constantes, não é fácil efetivar os princípios de universalidade, integralidade e equidade.
Para o enfrentamento desses desafios, faz-se necessário a articulação entre os todos
envolvidos, gestores, servidores e usuários, com a finalidade de que a população
brasileira tenha acesso à saúde pública de qualidade.
Saúde Mental e Saúde Coletiva
Antonio Lancetti
Paulo Amarante

Atualmente quando se fala de Saúde Mental, deve-se considerar que


todos os profissionais da área de Saúde, em geral, são responsáveis também pelo
atendimento dessa demanda, tendo com referência a não separação entre a saúde física e
saúde mental, e que esse atendimento deve também realizado pela atenção primária.
O hospital psiquiátrico deixa de ser o único espaço de atendimento em
Saúde mental, mas principalmente o território, ou seja, o bairro, a família e a
comunidade, assim como os equipamentos de saúde existentes, como: Equipe de Saúde
da Família (ESF) e Centros de Atenção Psicossocial (Caps) devem também fazer esse
atendimento.
Segundo Lancetti e Amarante (2007), Saúde Mental pode ser entendida
como espaço de conhecimento e assistência profissional, no que se refere à saúde
mental das pessoas, conforme suas palavras “Falar em saúde mental significa falar de
uma grande área de conhecimento e de ações que se caracterizam por seu caráter
amplamente inter e transdisciplinar e intersetorial” (Lancetti e Amarante, 2007, p.616).
Ainda na visão desses autores, em se falando de saúde mental, podemos
utilizar três interpretações: a primeira relacionada às origens históricas da psiquiatria,
onde os hospitais, diferentemente de hoje, não eram associados á medicina, uma vez que
se trata de instituições de hospedagem, de cunho religioso e filantrópico, destinados aos
cuidados e assistência humanitária aos mendigos e miseráveis.
No século XVIII, os hospitais passaram a receber também delinqüentes e
desajustados, com função social e disciplinar. Com advento da Revolução Francesa há
reformulações nessas instituições, pretendendo diminuir a insalubridade, violência e
exclusão social legitimada por tais instituições.
Em uma dessas instituições o médico Phiilippe Pinel, começa fazer
modificações, dando com isso, origem a psiquiatria, denominada de alienismo,
entendendo que alienação mental seria fruto, de um distúrbio na razão, e não sua perda
total, com intuito de reorganizar o mundo interno dos sujeitos internados, com base no
tratamento moral.
Não demora muito a surgir denúncias de maus-tratos e violência praticada
contra os internos no interior dessas instituições. E novas propostas de reforma
psiquiátrica surgem centradas no hospital, que seria a segunda interpretação com relação
à saúde mental, como a Psicoterapia Institucional, onde pela primeira vez o paciente
passou a ser ouvido e a ter participação no seu próprio tratamento, toda via, essa
proposta ficou limitada ao modelo hospitalocêntrico, afastando o usuário da sua família
e do seu território.
Outra proposta foi a preventivista, com base em projetos de criação de
centros comunitários de saúde mental, para que as pessoas continuarem sendo
acompanhadas após a alta hospitalar. Mas o hospital continuava como referência para os
casos clínicos mais graves, uma vez que os centros acompanhavam apenas os casos
mais leves.
A terceira interpretação da saúde mental, refere-se a experiência
desenvolvida em Trieste, em 1971, com base nas propostas e projetos de Franco
Basaglia, que defendia que “era preciso colocar a doença entre parênteses para que se
pudesse tratar e lidar com os sujeitos concretos que sofrem e experimentam o
sofrimento”.
A partir de então os conceitos de alienação, isolamento e tratamento moral
foram superados, os usuários da rede de saúde mental passaram a ser considerados
como cidadãos, não apenas como doentes, e várias estratégias de desinstitucionalização
foram adotadas.
Essa experiência, fez com que fosse aprovada em 13 de maio de 1978, a Lei
180, “conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana ou Lei Basaglia, (...) que
prescreve a extinção dos manicômios em todo território nacional e determina que sejam
constituídos serviços e estratégias substitutivas ao modelo manicomial”.
No Brasil também tivemos várias experiências, algumas delas nada dignas
de orgulho, no que se refere à história da saúde mental. Foram construídos vários
hospitais estaduais e federais nas grandes capitais, muitos de caráter filantrópicos, que
entre 70 e 80 foram financiados pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social),
tornando- se um negócio rentável, pois poderiam em condições precárias e sem aumento
de recursos humanos e financeiros, serem internados milhares de pessoas.
No entanto, tivemos várias experiências que merecem ser citas, pelo seu
cunho de mudança em busca de um atendimento mais digno: Comunidade Enfance
(prática da comunidade terapêutica), por Osvaldo Di Loretto em São Paulo, algo
semelhante houve no Rio de Janeiro por Oswaldo Santos, a experiência de Luiz
Cerqueira em São Paulo (psiquiatria preventivo-regionalizada), que tentava superar o
modelo hospitalocêntrico de Franco da Rocha.
Com a Constituição de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS),
timos avanços significativos na história da psiquiatria. A lei prescreveu que saúde é
direito do cidadão e um dever do Estado e quem deveria cuidar da saúde dos cidadãos
são as autoridades municipais (Lancetti e Amarante, 2007, p. 626).
A intervenção na Casa de Saúde Anchieta, criação dos Núcleos de Atenção
Psicossocial (NAPS), mas tarde chamados de Caps e várias outras medidas configuram-
se na reforma psiquiátrica brasileira, mostrando que é possível cuidar da saúde mental
das pessoas, sem necessariamente, interná-las em hospitais ou casas psiquiátricas.
Psicologia Social e Saúde
Mary Jane P. Spink

A inserção da Psicologia na área da saúde, fez com que a mesma buscasse


definir seu campo de atuação, onde sua fundamentação teórica contribuísse
efetivamente, relacionando aspectos biológico, sociais e psicológicos. Até então a
Psicologia se limitava a atuação clínica, direcionada a um público mais elitizado ou em
hospitais ou ambulatórios de saúde, muito ligado ao entendimento da psiquiatria, ou
seja, a internação e medicação.
Segundo Spink (2003), fazendo uma síntese dos aspectos envolvidos na
construção da Psicologia da Saúde, considerando a compreensão de saúde e doença
como:
1- A compreensão da doença como fenômeno coletivo, ou seja,
privilegiando o discurso de uma dada sociedade sobre as enfermidades e
os enfermos. (...)
2. A construção do saber leigo, ou seja, os modelos explicativos que
embasam as diferentes interpretação das doenças e a busca de
alternativas terapêuticas. (...)
3- A interface sobre o saber oficial - mediado pela constituição do campo
da prática médica e das constituições médicas - e a representação da
doença prevalente em determinadas época e/ou grupos. (…).
(Spink,2003, p.38)

Nessa lógica, a Psicologia Social procura superar os pressupostos da


Psicologia Tradicional na Saúde, buscando construir uma perspectiva voltada para a
coletividade, numa atuação comunitária. Atuação da Psicologia Social na saúde visa
garantir os direitos sociais no espaço público.
Assim, as práticas de saúde e a produção de conhecimento perpassam o
campo da transdisciplinaridade, em um esforço conjunto na articulação de diferentes
competências e especificidades, que caracterizam uma equipe multidisciplinar.
A transdisciplinaridade é utilizada como meio de comunicação entre os
diversos saberes científicos, incluindo os leigos, com o usuário e a sua família na
buscando a compreensão dos processos de saúde e doença.
O trabalho de uma equipe multidisciplinar e sua inserção na área de saúde,
não foi tão simples, houve resistência de alguns profissionais, por não compreender a
dinâmica de funcionamento e o embasamento teórico mais global, envolvendo as
dimensões do saber oficial, popular e a sociedade, como importante suporte para atuar
dessa equipe.
Em se tratando dos marcos para a delimitação teórica e metodológica da
Psicologia da Saúde a autora cita três esforços historiográficos: a criação da Divisão da
Psicologia da Saúde, ou seja, sua institucionalização na America Latina, a evolução do
campo para além das fronteiras norte-americanas e a Psicologia Hospitalar,
especificamente a experiência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo.
Ao falar de ressocializar a Psicologia da Saúde, a autora coloca a nível
teórico e metodológico, a estratégia transcende, sua explicação deve ser ampliada, por
meio da inserção de construtos psicológicos superiores e a estratégia integrativa que
implica em tornar tipos familiares de construtos psicológicos mais sociais.
Esse processo se encontra ancorado nas correntes construcionistas, que
entende as manifestações da subjetividade como práticas sociais.
A psicologia da saúde em seu processo de amadurecimento deve considerar
e sistematizar as experiências realizadas no campo da Psicologia Comunitária, focando
o contexto sócio-histórico das questões da saúde, levando em consideração ações
integradas, intra e interdisciplinares ao multifacetado e complexo processo
saúde/doença.
REFERÊNCIAS

LANCETTI, A.; AMARANTE, P. Saúde mental e saúde coletiva. In: CAMPOS, Gastão
W. de S. et al. Tratado de saúde coletiva. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro:
FIOCRUZ, 2007.
MENDES, E. V. As políticas de saúde no Brasil nos anos 80: a conformação da
reforma sanitária e a construção da hegemonia do projeto neoliberal. In: _____ (org.)
Distrito sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do SUS. 2.
ed., São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec/Abrasco.
NUNES, E. D. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um Passado Remoto.
GASTÃO, W de S. C. et.al. (Orgs.). Tratado de Saúde Coletiva: São Paulo: Hucitec e
Fiocruz, 2006.
SPINK, M. Parte I. Psicologia Social e Saúde – Construindo saberes. In: _____.
Psicologia Social e Saúde. Petrópolis: Vozes, 2003.
VASCONCELOS, C. M. de; PASCHE, D. F. O Sistema Único de Saúde. In. GASTÃO,
W de S. C. et.al. (Orgs.). Tratado de Saúde Coletiva: São Paulo: Hucitec e Fiocruz,
2006.

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