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Centro de Engenharias
Curso de Engenharia Civil
Trabalho de Graduação I
Pelotas, 2018
Felipe Donizeti Costa Zucco
Pelotas, 2018
Dedico esse trabalho. . .
Agradecimentos
Agredeço. . .
Frase de efe
Resumo
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2 Estudos preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3 Solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1 Formação do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1.1 Solos transportados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.2 Solo da Unidade de Pelotas/RS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.2.1 Nível freático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2 Propriedades físicas das partículas sólidas do solo . . . . . . . . 21
3.2.1 Natureza das partículas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2.2 Tamanho dos grãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2.3 Forma das partículas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2.4 Peso específico da partícula (γg ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2.5 Densidade relativa da partícula (δ ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 Índices físicos do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3.1 Teor de umidade (w ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3.2 Grau de saturação (S%) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3.3 Índice de vazios (e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3.4 Porosidade (n%) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3.5 Peso específico natural (γnat ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.3.6 Peso específico aparente seco (γs ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.3.7 Peso específico aparente saturado (γsat ) . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.3.8 Peso específico aparente submerso (γsub ) . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4 Classificação dos solos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4.1 Granulometria e Limites de Atterberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.5 Métodos de investigação do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.5.1 Sondagem SPT (Standard Penetration Test) . . . . . . . . . . . . . . 30
4 Contenções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.1 Tipos de contenções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2 Informações do solo necessárias para a definição do sistema de
contenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.2 Cargas estáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.2.1 Empuxo do Solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.2.2 Pressão hidrostática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.2.3 Edficações lindeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.3 Cargas dinâmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.3.1 Tráfego de veículos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.3.2 Máquinários e equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.3 Estabilidade de talude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.4 Estabilidade do fundo da escavação . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.5 Estabilidade do sistema de contenção . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.5.1 Estimativas de deslocamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.6 Estabilidade hidráulica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
12
1 Introdução
-
13
2 Estudos preliminares
3 Solo
PUTO; RODRIGUES, 2015a), podem ser divididas em três principais grupos primários:
ígneas, sedimentares e metamórficas.
As rochas de origem ígnea são resultado do resfriamento do magma1 . Esse
resfriamento pode vir a ocorrer tanto a grandes profundidades, denominadas intrusivas,
como na superfície terrestre, extrusivas. No processo de formação das rochas ígneas
extrusivas, a lava2 tende a resfriar-se e a cristalizar3 -se rapidamente, dando origem a
grãos de tamanhos, relativamente, pequenos. (KLEIN; DUTROW, 2012)
Diferente das rochas de origem intrusiva, as extrusivas possuem um resfriamento
mais lento devido a sua localização,
Esse tipo de solo deve ser melhor aprofundado com relação aos outros devido
ao seu protagonismo na formação de solos arenosos, em especial, aos da região de
Pelotas/RS onde está situada a obra utilizada para o estudo de caso deste trabalho.
Como dito anteriormente, os solos sedimentares são formados através da sedi-
mentação de milhares de particulas advindas de outros solos, os quais, sofreram pro-
cessos erosivos e tiveram partes de seu material levado por agentes transportadores,
principalmente, pela força do vento e da água. Por esse motivo também, são menciona-
dos na literatura como solos transportados. Após isso, a porção sedimentada tende a
sofrer algumas modificações decorrentes, em especial, da infiltração da água da chuva
e gravidade. Uma destas alterações, pode ser, por exemplo, a transportação dos argilos
mineráis na camada superior da superfície para as camadas mais profundas, resultando
em uma camada inferior mais resistente e densa. (ANTUNES et al., 2015) Além disso,
durante esse processo de modificação que ocorre dentro do maciço sedimentado, pode
acontecer o favorecimento de fenômenos químicos e, portanto, formação de novos
minerais.
Outro caso, pode ser com relação a heterogeneidade do próprio solo se com-
parado dois perfis em posições distintos da bacia. Diferente de um solo residual que
tende a ter um aspecto mais homogêneo ao longo do seu perfil, tanto transversal como
longitudinal, um solo transportado pode apresentar camadas com características mine-
rais diferentes em uma mesma bacia, principalmente, devido ao agente transportador
no decorrer do tempo. (CHIOSSI, 1975)
7
Características do terreno que favorecem ao deposito e acumulação de partículas trazidas pelos agentes
transportadores.
Capítulo 3. Solo 18
• Solos aluviais: ocorrem quando os materiais são levados pela força da água, e
posteriormente, vindo a se depositar quando a mesma perde velocidade. Muito
comuns às margens de rios.
Capítulo 3. Solo 19
Figura 3 – Esquema do local da barragem de Promissão, Rio Tietê, Estado de São Paulo
• Solos eólicos: formam-se a partir da ação do vento, como por exemplo, as dunas
em Fortaleza e Ceará.
essa características, o cultivo de arroz. Além do mais, segundo o mesmo estudo “como
estäo localizados em várzeas9 , muitas vezes próximas a cursos d’água, ou mesmo em
locais mal drenados, sofrem riscos de inundação.“ (DNPEA/MA; IPEAS/MA; DRNR/SA;
INCRA/RS; DPP/MA, 1973, p. 253)
Portanto, devido às características supracitadas, é de grande relevância a qual-
quer projeto e execução de obras no município de Pelotas/RS, que o engenheiro
responsável, tenha consciência das dificuldades a serem enfrentadas. Principalmente,
decorrentes da má drenagem do solo e da possibilidade de inundações em dias de
grandes chuvas, essa situação é ainda agravada devido a problemas de infraestrutura
da própria cidade, tais como, bueiros ou galerias para o escoamento pluvial entupidos
ou fora de operação.
As propriedades físicas das partículas sólidas do solo são inúmeras. Como visto
anteriormente, as partículas do solo podem variar conforme a sua criação, bem como,
as condições geológicas e climatológicas onde se encontram. Dentre as mais impor-
tante a esse estudo, se destacam: a sua natureza, tamanho, forma, peso específico e
densidade relativa.
Os cristáis minerais encontrados nos solos podem ser os mesmos das rochas
de origem ou originados da decomposição desses, respectivamentes denominados,
mineráis primarios e secundários. (CAPUTO; CAPUTO, 2015) Na literatura, os minerais
podem ser classificados de várias maneiras, mas, principalmente, em relação a sua
estrutura molecular e composição química, os quais não serão objetos de assunto
neste presente trabalho.
Entretanto, dentre as propriedades físicas do mineral que são formada a partir
da sua gênese, a sua dureza é uma das mais importantes. Essa propriedade não
possui unidade de grandeza fixa, porém, é muito comum classificá-la comparando
a capacidade que determinado mineral tem em riscar outro, por meio do números
indicativos da escala de Mohs10 . (CAPUTO; CAPUTO, 2015)
Matação de 20 cm a 1 m
Pedra-de-mão de 6 cm a 20 cm
As partículas de solo têm seu formato afetado principalmente pelo seu tamanho
e dureza. Dentre os formatos, distinguem-se: (CAPUTO; CAPUTO, 2015)
PS
γg = (3.1)
VS
Capítulo 3. Solo 23
γg
δ= (3.2)
γa
Dentre essas três fases, denomina-se o volume de vazios a soma das fases
liquida e gasosa. Na fase gasosa, além do ar, há ainda a presença de vapor d’água
e carbono combinado. Já a fase líquida é composta basicamente por água, porém,
ela pode ser apresentar em várias situações distintas no solo, sendo que pertencem
aos vazios, a água livre11 , higroscópica12 e capilar13 , uma vez que, elas podem ser
totalmente evaporadas pelo calor, sobre uma temperatura maior que 100 °C. (CAPUTO;
CAPUTO, 2015)
11
Água que se encontra nos vazios do solo, e seu estudo é regido pelas leis da Hidráulica. (CAPUTO;
CAPUTO, 2015)
12
Água que se encontra presente no solo ao ar livre, mesmo ele estando seco.(CAPUTO; CAPUTO, 2015)
13
Água que sobe pelos interstícios capilares dos solos de grãos finos, como siltes e argilas, sobre a
superfície das águas livre. (CAPUTO; CAPUTO, 2015)
Capítulo 3. Solo 24
Figura 6 – Fases do solo: (a) separada em volume, (b) em função do volume de sólidos
Todos esses índices físicos são obtidos em laboratório ou por meio de corre-
lações de equações e, por isso, serão abordados de maneira sucinta durante esse
trabalho.
Pa
w= × 100 (3.3)
Ps
O valor do peso da água contida no solo é medido através do peso natural da porção
do solo a ser analisada, diminuido pela mesma porção após passado um processo de
secagem. A diferença é o valor de (Pa ).
Va
S= × 100 (3.4)
Vv
Se S = 100%, diz-se que o solo se apresenta em estado saturado e possui seu peso
específico conforme a Seção 3.3.7.
Vv γg
e= = −1 (3.5)
Vs γs
onde:
Pode ser comumente confundido com o índice de vázios, porém, ele expressa a
porcentagem do volume de vazios (Vv ) sobre o volume total da amostra de solo (Vt ).
Seu valor é dado em porcentagem. (Waldemar Hachich et al., 1998)
Capítulo 3. Solo 26
Vv e
n= × 100 = × 100 (3.6)
Vt 1+e
Esse índice é um dos mais importantes para o engenheiro, uma vez que, na
prática o solo se apresenta em condições naturais, e portanto, deve-se levar em
consideração o seu estado natural durante os cálculos do projeto. Para estruturas
de contenções, é através dele que podem ser obtidos os valores de empuxo ativo e
passivo, por exemplo, presentes na Seção 4.2.2.1.
O seu valor é obtido dividindo-se o peso total do solo (Pt ) pelo seu volume total
(Vv ): (Waldemar Hachich et al., 1998)
Pt γs × (1 + w)
γnat = = (3.7)
Vt 1+e
Na prática, esse valor pode ser obtido através de ensaios in situ ou de correla-
ções feitas com os valores de NSP T vistos na Seção 3.5.1. Entretanto, tais correlações
possuem severas limitações de representatividade, e portanto, devem ser utilizados
com cautela.
É a relação entre o peso da porção do solo (Ps ) e o volume total da amostra (Vt )
para quando S = 0. (Waldemar Hachich et al., 1998)
Ps γnat
γs = = (3.8)
Vt 1+w
Ps + Pa Pt
γsat = = (3.9)
Vs + Va Vt
Capítulo 3. Solo 27
É tido como o peso específico aparente saturado (γsat ) menos o peso específico da
água (γa ). Quando submerso, as partículas do solo passam a sofrer o empuxo da
água, essa situação é o que difere os solos em estado saturado dos submersos, por
isso, diz-se que um solo submerso é saturado, porém, um solo saturado não é
necessariamente submerso. (CAPUTO; CAPUTO, 2015)
Entretanto, o autor sobreavisa dos perigos que uma classificação pode fornecer,
principalmente a um engenheiro com pouca experiência na área, na questão de su-
perestimar o seu desempenho em relação a denominação que lhe foi dada. Uma vez
que, um solo possui muitas variáveis a serem analisada, e as mesmas, podem vir a
causar uma grande diferença no comportamento do maciço dependendo da situação,
principalmente, no tocante a seu desempenho. (Waldemar Hachich et al., 1998)
De qualquer forma, essa classificação é necessária e serve para orientar o
engenheiro nas decisões de projeto a serem tomadas. Além disso, é muito importante
ter o mínimo conhecimento sobre cada uma delas, uma vez que elas são muito
utilizada nos métodos de prospecção do solo, principalmente, pelo da sondagem SPT.
(item 3.5.1)
Capítulo 3. Solo 28
Através dos valores de NSP T é possível obter, de acordo com Milititsky (2016),
correlações com as propriedades do solo essenciais ao dimensionamento de qualquer
obra no âmbito da construção civil. Entretanto, tais correlações possuem severas
limitações de representatividade e podem não ser adequadas para algumas situações,
vindo a servir apenas como uma referência de pré-estudo.
Capítulo 3. Solo 31
A NBR 6484 (ABNT, 2001) define, a partir dos valores de NSP T designações
para as camadas de solo ensaiadas, tanto para areias quanto argilas e siltes.
Índice de resistência à
Solo Designação1
penetração (N)
≤4 Fofa(o)
Areias e siltes
5a8 Pouco compacta(o)
arenosos
Medianamente
9 a 18
compacta(o)
19 a 40 Compacta(o)
≤2 Muito mole
Argilas e siltes
3a5 Mole
argilosos
6 a 10 Média(o)
11 a 19 Rija(o)
> 19 Dura(o)
Além disso, dentre as correlações do NSP T com o solo, a do ângulo de atrito in-
terno (φ0 ) é a mais realizada e difundida na bibliografia nacional e internacional. (GERS-
COVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016)
A tabela a seguir fornece os valores de ângulos de atrito interno (φ0 ) correlacio-
nados com índices de NSP T , segundo Peck, Hanson e Thornburn (1974).
Capítulo 3. Solo 32
0
Tabela 3 – Correlações aproximadas de ângulo de atrito interno (φ ) e NSP T
5 28°
10 30°
15 31°
20 33°
25 34°
30 36°
4 Contenções
4.2.1
Referências
Waldemar Hachich et al. (Ed.). Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: PINI,
1998. ISBN 85-7266-098-4.
ABNT. NBR 6484: Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de
ensaio. Rio de Janeiro, 2001.
ABNT. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. 2. ed. Rio de Janeiro, 2010.
CURI, N.; RESENDE, M.; SANTANA, D. P. Solos de várzeas de Minas Gerais. Embrapa
Milho e Sorgo - Artigo em periódico indexado (ALICE), 1988.
KLEIN, C.; DUTROW, B. Manual de Ciência dos Minerais. 23. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012. ISBN 978-85-7780-963-9.
Referências 36
PULLER, M. Deep Excavations: A Practical Manual. 1. ed. [S.l.]: Thomas Telford, 1996.
404 – p. ISBN 0-7277-1987-4.