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“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de

graças, em favor de todos os homens.” I Timóteo 2:1

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ÍNDICE

1. Por que interceder? 4

2. O que é Guerra Espiritual? 6

2.1) Seu inimigo é um ser real 7


2.2) Satanás tem um exército organizado 7
2.3) Satanás tem poderes reais 8
2.4) Características dos demônios 8
2.5) Os poderes dos demônios 9
2.6) O trabalho dos demônios 10
2.7) O ambiente da Guerra Espiritual 13
2.8) Os anjos são auxiliadores 14

3. Armas Espirituais 15

4. Princípios de Guerra segundo o ensino de Jesus 17

4.1) Só podemos guerrear em unidade. Só há vitória em unidade 17


4.2) Só podemos entrar para a Guerra se estivermos cobertos 18
4.3) A Guerra Espiritual é pela unção, é pelo poder do Espírito Santo 19
4.4) Não tem como fazer guerra sem amarrar o valente 20

5. A Oração e seu alcance 21

5.1) Formas de intercessão 21


5.2) Aspectos importantes da oração bem sucedida 22
5.3) Obstáculos à oração respondida 23
5.4) Oração de Poder 24
5.5) As qualidades dos intercessores 25
5.6) O preço da intercessão 27
5.7) Compaixão e intercessão 29

6. Intercessão sem limites 31

6.1) Intercessão no ministério de Jesus 31


6.2) Modelos do Velho Testamento 31
6.3) Falta de Intercessores 34
6.4) Qualificações do Intercessor 35

7. A Oração e a Palavra 36

7.1) Conheça a vontade de Deus pela Palavra 36


7.2) Comece a oração pela resposta 36
7.3) Como orar a Palavra 37
7.4) A submissão à vontade de Deus 37
7.5) Orando segundo a Sua vontade 41
7.6) Fechando as portas da mente 43
7.7) Como fechar as portas da mente 45

8. A Intercessão em Missões 46

8.1) A posição de intercessor 46


8.2) A urgência de intercessão 46
8.3) O preço da Intercessão 46
8.4) A intercessão é um dos pilares da obra missionária 47
8.5) Como interceder por um povo não alcançado 47
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UMA PALAVRA INICIAL...

A intercessão é um chamado para todo aquele que é feito filho de Deus. Muitos acham que a
intercessão é somente para alguns que têm esse ministério específico, ou para as senhoras, para as
mães, ou os líderes. Mas isso é um grande engano. Se você não compreende a importância da
intercessão, então você ainda não compreendeu a profundidade do seu chamado em Deus.

Quando Paulo ensina sobre os dons que são distribuídos por Deus dentro do corpo, Ele não
menciona “dom de intercessão”. Quando ele fala a respeito dos ministérios, ele também não
menciona “ministério de oração” ou “ministério de intercessão”. Por quê? Porque isso não é algo
dado a alguns. O chamado para interceder é de todos.

Mas o que acontece hoje? As igrejas ensinam que alguns têm esse ministério e outros não. Isso é um
engano. Isso é acrescentar algo que a Palavra de Deus não ensina.

A Palavra de Deus diz que quando somos feitos filhos de Deus nós também, imediatamente, nos
tornamos SACERDOTES. A intercessão é um dos pilares do serviço sacerdotal. A adoração é
quando ministramos a Deus e a intercessão é quando clamamos a Deus pelas causas Dele.

Você já parou para meditar nisso? Guarde bem essa palavra: SACERDÓCIO!

Antes da obra de morte e ressurreição de Cristo era permitido apenas aos sacerdotes ministrar a
Deus e interceder pelo povo. Mas quando o véu se rasgou e a obra da cruz se consumou, todos nós
adquirimos o poder de sermos sacerdotes diante de Deus. E quando digo isso, me refiro não apenas
ao grande privilégio de podermos ser sacerdotes, mas principalmente à RESPONSABILIDADE que
isso implica. Portanto, interceder é uma responsabilidade de todo crente, que é sacerdócio real.

“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”, I Pe 2:5.

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”, I Pe 2:9.

Além disso, a intercessão é um aspecto da vida de oração, que também é inerente à vida de todo
cristão genuíno e não é apenas algo para alguns.

“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a
perseverança e súplica por todos os santos”, Ef 6:18.

Você percebe agora o quanto é importante que estudemos sobre sacerdócio? Saber o ofício do
sacerdote é descobrir o nosso chamado, é descobrir a vontade de Deus para nós!

Sabendo isso, o propósito deste material é compartilhar sobre os aspectos fundamentais da


intercessão para que a sua identidade em Deus seja descortinada. Você é sacerdote! Você é
intercessor! É para isso que Deus te resgatou, para ser casa para Ele e também para ser um
intercessor.

Esse material poderá auxiliar a quebrar as estruturas de engano que têm prendido a sua vocação em
Deus. Por isso, nesse momento, ore e peça que o Espírito Santo ilumine o seu entendimento e traga
revelação, luz sobre as verdades da Palavra.

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1. Por que interceder?

Ao longo das nossas vidas com Deus temos perguntado ao Senhor e a nós mesmos: Por que o-
rar?
As nossas orações têm realmente alguma importância? Afinal, Deus não vai fazer o que Ele
quer de qualquer maneira? Deus precisa que eu ore ou Ele quer simplesmente que eu ore? É possí-
vel que a vontade de Deus seja frustrada de alguma forma, ou deixe de ser realizada se eu não orar?
Minhas orações podem realmente mudar as coisas?
Para responder a essas perguntas precisamos compreender:

1.1) Deus escolheu fazer do homem governante sobre a Terra

Inicialmente, Ele deu a Adão, a Eva e a Seus descendentes o domínio sobre a terra e sobre toda
criação, como vemos em Gênesis 1:26-28:

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos,
sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse:
Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as
aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra”.

Salmo 8:3 a 8: “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que
preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?
Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele
tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: Todas as ovelhas e
bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa
pelas veredas dos mares”.

Deus não abriu mão de seu direito de propriedade sobre a terra, mas Ele atribuiu ao homem a
responsabilidade de governá-la.
O Salmo 115:16 também confirma isso: “Os céus são os céus do SENHOR; mas a terra a deu
aos filhos dos homens”.

1.2) Deus escolheu fazer do homem sacerdócio


Devemos compreender que Deus opera através das orações de seu povo: Deus escolheu traba-
lhar através das pessoas! Deus não precisa de nada, mas ESCOLHEU se manifestar em nós e atra-
vés de nós.
O propósito de Deus é manifestar a Sua glória por meio da Igreja e não apenas por meio Dele
mesmo. Se o único propósito de Deus fosse exclusivamente a salvação, nós seríamos prontamente
arrebatados após termos recebido essa salvação. Mas depois de salvos, somos ainda por tempo con-
servados por Deus na Terra, porque temos um propósito a cumprir: dar testemunho de Cristo.
Deus não precisa de nada. Ele é soberano e suficiente em si mesmo. Mas Deus escolheu mani-
festar a Sua glória através de nós. Em Efésios, Paulo explica que a Igreja é a plenitude de Cristo.
Deus escolheu cumprir plenamente Seu propósito unindo Cristo e a Igreja.

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1.3) A vontade de Deus jamais será frustrada
Jesus prometeu que iria voltar. Mas Ele não determinou exatamente o tempo, porque o tempo
dependeria de que nós, em nosso livre-arbítrio, trabalhássemos para que Ele voltasse. A Igreja é que
vai determinar o tempo da volta de Jesus. Quando a Igreja cumprir plenamente o seu propósito na
Terra, Jesus voltará. Esse trabalho fala de oração e intercessão.
Na oração que Jesus ensinou Ele diz ao Pai: “seja feita a Tua vontade assim na Terra como
no céu”, em Mateus 6:9. O céu é o lugar onde a vontade de Deus é cumprida plenamente e pron-
tamente. A oração é que vai gerar o cumprimento daquilo que está no céu, aqui na Terra. Como um
braço, a oração puxa aquilo que está estabelecido nos céus para a Terra.
Os propósitos eternos de Deus jamais serão frustrados. Mas uma geração negligente perderá a
oportunidade de manifestar os planos de Deus na Terra, que certamente serão cumpridos por outra
geração que se mostre mais compromissada e fiel, principalmente em intercessão. Nosso desafio é
que não negligenciemos nossa responsabilidade e grande oportunidade. A oração é o único meio
pelo qual a mão de Deus se move na Terra.

1.4) A intercessão é responsabilidade da Igreja

O dar de Deus é inseparavelmente ligado ao nosso pedir, apenas pela intercessão é que o poder é
trazido dos céus e capacita a Igreja a conquistar. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei,
e abrir-se-vos-á”. Mateus 7:7.
A intercessão não é meramente uma simples oração, mas algo que uma pessoa faz através da
oração. A intercessão cria um encontro. Os intercessores se encontram com Deus apresentando uma
causa de outra pessoa. Somos aptos a interceder por causa do Sangue de Jesus. Todos nós podemos
entrar na presença de Deus por causa do Sangue de Jesus e em Nome Dele, apresentar a causa de
alguém diante de Deus Pai.
Interceder é abrir portas para a manifestação da vontade de Deus. Interceder é guerrear com
forças espirituais do mal, mediante a autoridade que nos foi dada pelo Nome de Jesus, como diz em
Efésios 6:12-20.
Cada vez que Deus encontra harmonia entre o que lhe pedimos e Seus planos, Ele emite uma
ordem para que Seus anjos realizem na Terra. Quando encontra aqui pessoas que estão pensando
como Ele, Deus mediante a Sua palavra, move a nosso favor a guerra contra as forças espirituais do
mal.
Portanto, a responsabilidade da intercessão é da Igreja. Deus irá cumprir todos os Seus planos,
mas delegou à igreja sua parte de responsabilidade. Haverá uma igreja na Terra que fará a vontade
Dele. É sua escolha se você fará ou não parte dessa geração que obedeceu.

“Assim será a palavra que sair de minha boca, ela não voltará para mim vazia, mas fará o que
me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”, Isaías 55:11.

Somos a boca e expressão de Deus aqui na Terra! Ele escolheu nos usar!

“Vê, ponho-te hoje sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares e derrubares, para des-
truíres e arruinares, e para edificares e plantares”, Jeremias 1:10.

Decida ser usado por Deus, decida ser um intercessor! É nossa responsabilidade!

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2. O que é Guerra Espiritual?
Existe uma luta espiritual real. A guerra espiritual é uma realidade diária da Igreja quer ela
queira ou não, quer ela se atente para isso ou não. Uma igreja que está alheia para essa guerra
espiritual certamente estará presa pelas fortalezas de engano e outras forças do inferno e será
incapaz de cumprir plenamente a vontade de Deus na Terra. A Palavra diz:

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes”, Ef 6:12.

A guerra espiritual é, portanto, uma batalha do crente contra as forças espirituais do mal para
que Cristo seja manifesto pela Igreja e o Evangelho conhecido. Essa batalha, todavia, não tem como
finalidade conquistar a salvação pessoal. A salvação só poderia ter sido conquistada por Jesus na
cruz e isso já está feito!
O cristão não batalha para ir para o céu, isso já está feito e a salvação vem pela fé. O cristão
batalha para que Cristo seja conhecido, para que o mundo veja na Igreja o testemunho de Cristo e
também creia Nele. O cristão batalha para que as nações conheçam a obra de Jesus e sejam salvas.
O cristão batalha para que seja cada vez mais aperfeiçoado e se torne semelhante a Jesus.

Existem, portanto considerações muito importantes a respeito da batalha espiritual:

 Não é uma batalha para conquistar a salvação pessoal e sim para fazer essa salvação já
conquistada por Jesus seja conhecida pelo mundo;

 É uma responsabilidade da Igreja de se posicionar e guerrear essa batalha;

 Deus já proporcionou tudo que é necessário para que o cristão seja vencedor nessa batalha;

 Quem está em luta contra o diabo na Terra é a Igreja e não Deus. Deus já venceu Satanás e
deu à Igreja o poder para fazer o mesmo. Vencer a luta contra o diabo na Terra é
responsabilidade da Igreja, embora Deus já tenha proporcionado todo o necessário para que
a Igreja vença.

 Deus não está em guerra contra o diabo, nem jamais esteve. O diabo é uma criatura infeliz e
miserável que jamais poderia sequer lutar contra Deus. O diabo tentará contra a Igreja
porque sabe que haverá uma igreja responsável e outra irresponsável e fará de tudo para
prender as mentes e corações.

Portanto, a guerra espiritual é uma realidade inegável. Não é uma questão de escolha! Não é
uma questão de querer ou não participar. Quando você parte para a conquista da sua herança, você
partiu para uma guerra e você, na verdade, tem três opções:

1. Estar numa guerra sem ter consciência de que está numa guerra.
2. Estar na guerra sabendo da sua existência, mas sem se posicionar para lutar.
3. Estar na guerra lutando e se armando com todas as armas possíveis para o combate.

Você precisa conhecer as táticas do diabo, pois ele não tem sabedoria que vem do alto, mas ele é
extremamente inteligente, sagaz, mentiroso etc. Sua principal tática é o engano: ele engana as
nações, os crentes, pastores, missionários.
Vamos então, começar entendendo melhor algumas características de Satanás e seu exército:
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2.1) Seu inimigo é um ser real:
Não é outro senão satanás. Ele é um ser espiritual, uma pessoa com uma personalidade. Não é
o que muitos pregam por aí: um mero conceito de mal. Assim como o Espírito Santo é uma pessoa,
como você é uma pessoa, Satanás também o é.

“Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também
Satanás entre eles”, Jó 1:6 - Ele é referido com pronomes pessoais, como um ser vivo.

2.2) Satanás tem um exército organizado:


Lucas 4:5 e 6: “E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-
lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a
dou a quem eu quiser”.

Efésios 6:12:“...porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes”.

Ezequiel 28:11-15:“Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, levanta


uma lamentação contra o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Tu és o sinete da
perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras
preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o
carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste
criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias
no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o
dia em que foste criado até que se achou iniquidade9 em ti”.

Lucas 11:18 diz: “Se também Satanás estiver dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu
reino”?

Daniel 10:12 e 13:“Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que
aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas
palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me
resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu
obtive vitória sobre os reis da Pérsia”.

Há diferentes graus de autoridade nos emissários de Satanás. Existem príncipes que têm
subalternos no mundo maligno. E quando ele é destronado, seus subalternos se dispersam.

O livro de Daniel nos traz muita luz sobre este assunto. O povo estava no cativeiro babilônico
e o príncipe de Satanás que estava sobre aquele império não queria deixar o povo sair. Foi preciso
que Deus enviasse o anjo Miguel, da mais alta autoridade celestial, para combater o príncipe da
Pérsia, a fim de permitir que o anjo mensageiro chegasse à Terra trazendo a mensagem de Deus
para Daniel que estava orando por 21 dias. Vemos aqui o combate entre o anjo de Deus e um
príncipe de Satanás.

Você pode pensar: estou frito! Se um anjo da categoria de Miguel teve tanto trabalho com o
príncipe de Satanás, o que será de mim? Hoje Jesus está assentado sobre todo o nome e a Sua
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autoridade foi confiada à Igreja. Jesus disse: “Em meu nome expulsarão demônios”, Marcos 16:17.
Você não vai lutar na sua força, mas na de Jesus, pelo poder do Espírito Santo que habita em você.

2.3) Satanás tem poderes reais


Uma das estratégias de guerra é nunca subestimar o inimigo. Nunca subestime o poder de
Satanás, porque Ele realmente o tem. Se você o subestimar, estará fadado a tristes surpresas.
Mas não podemos também olhar para Satanás temerosos e com medo porque a Palavra nos
assegura que maior é o que está em nós (I João 4:4 ). O adversário é real, tem poderes reais, tem um
exército organizado, mas Cristo deu à Igreja autoridade sobre ele.

Mas quando a igreja local descobre a autoridade e poder que tem em Cristo e no Espírito
Santo, levanta-se e destrona o valente em sua área; vemos então pessoas sendo redimidas, libertas,
curadas, restauradas. Se cada igreja tiver um grupo de intercessores que guerreia pelo seu trabalho
de redenção das vidas e edificação do povo de Deus, teremos grandes vitórias.

Colossenses 2:15: “E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao


desprezo, triunfando deles na cruz”.
Esse é um quadro militar. Paulo vê diante de si o que ele estava habituado a ver com os
soldados romanos. Quando um exército vencia, tomava os soldados inimigos, despia-os de todas as
suas vestes, suas insígnias e amarrava-os uns aos outros e os trazia em desfile, em procissão. Eles
voltavam para casa triunfantes, trazendo atrás de si, despidos, todos os soldados inimigos, para
vergonha.
É esse o quadro que Paulo está usando, quando diz que Jesus despiu, despojou, retirou a
autoridade destes principados e, no reino do espírito, os levou em procissão quando publicamente
foram desprezados, porque Jesus triunfou sobre eles na cruz do Calvário. Glória a Jesus!

2.4) Características dos Demônios

1. Seres espirituais:
Demônios e anjos são chamados seres espirituais.
Lucas 10:17-20
Efésios 6:12.

2. Moralmente pervertidos:

 Em sua pessoa: São pervertidos e operam em trevas morais, são chamados “espíritos
imundos”.
Efésios 6:12:
Mateus 10:1:
Marcos 1:23
Lucas 11:24

Ou ainda chamados de “forças espirituais da maldade.


Efésios 6:12

Alguns são piores que outros.


Mateus 12:45

8
 Em sua doutrina: Promovem um sistema de mentira.
I Timóteo 4:1-3

Operam em falsos mestres e seu caráter maligno se manifesta: 2 Timóteo 3:6,8 e


2 Pedro 2:2,3,10,13,18

 Em sua conduta:
Introduzem falsos discípulos e confusão.
Mateus 13:37-42

Transformam-se em anjos de luz.


2 Coríntios 11:13-15

3. Invisíveis, mas capazes de manifestação:

Como os anjos se manifestam, também os demônios. Há referências de Satanás se


manifestando. É possível, pois, que demônios também apareçam tomando forma humana.
Gênesis 3:1
Zacarias 3:1
Mateus 4:9-10

2.5) Poderes dos Demônios


1. Inteligência sobrenatural
Conhecem a identidade de Cristo.
Marcos 1:14-34

Conhecem o grande poder de Deus.


Marcos 5:6-7

Sabem o lugar de sua prisão e seu futuro julgamento.


Mateus 8:28-29
Lucas 8:31:

Sabem como corromper a sua doutrina.


I Timóteo 4:1-3

Têm conhecimento de coisas futuras ou ocultas.


Atos 16:16

A fonte de seu conhecimento está no fato de serem criaturas de natureza superior com vasta
experiência milenar, reunindo informações. Usam toda sua inteligência contra Deus e seus
propósitos. Mas seu conhecimento é limitado e seus planos são frustrados por Deus.

2. Força sobrenatural
Em controlar os homens.
Atos 19:14-16
Marcos 5:1-4
Mateus 17:14-20

9
Em afligir os homens.
Apocalipse 9:1-19

Em operar obras sobrenaturais.


2 Tessalonicenses 3:9
Apocalipse 13:13-15

Buscam imitar os milagres de Deus, mas há limites, como no caso dos mágicos egípcios.
Êxodo 5:7-19

3. Presença sobrenatural
Assim como os anjos se movem no espaço rapidamente também os demônios como há muitos
demônios, a influência de Satanás pode se fazer sentir em muitos lugares ao mesmo tempo.
Daniel 9:21-23
Daniel 10:10-14

2.6) O Trabalho dos Demônios


As atividades demoníacas podem ser diversas, mas estão sempre direcionadas no sentido de
promover a injustiça e a destruição de tudo quanto é bom.

Promovem o programa de Satanás: Os demônios obedecem a Satanás e servem a seus


propósitos. Satanás é o deus dos demônios. Esses maus espíritos não cessam de promover o engano
e a maldade satânica.
Mateus 12:24
João 12:31
Apocalipse 12:7

Satanás não é onipotente, nem onipresente, nem onisciente. Sua presença, poder e
conhecimento são grandemente ampliados através dos seus demônios. Há cooperação demoníaca
evidente através de várias Escrituras.
Mateus 12:26-45
Lucas 8:30
I Timóteo 4:1

A) Os demônios transmitem a filosofia de Satanás em várias escalas:

1. Na vida de indivíduos: O objetivo é levá-los a andarem de acordo com a filosofia deste


mundo, do príncipe da potestade do ar.
Efésios 2:1-2

Promovem desejos carnais e sensuais, orgulho, materialismo e toda sorte de impurezas na


vida das pessoas.
João 16:11
I João 2:16

2. Nos governos das nações: Satanás e seus demônios trabalham atrás de governos, para
influenciá-los em sua filosofia, programa e ações. A oposição à divulgação do Evangelho em todas
as formas tem a ver com influências de demônios.
Daniel 10:13-20.

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3. No sistema mundial: Num sistema espiritual mundial que estende a influência de Satanás
aos homens, através dos demônios. Para controlar o mundo, Os demônios se organizam em
combate, sob a liderança de seu líder.
Mateus 12:26
João 12:31
João 13:30
João16:11
Efésios 6:11-12
I João 5:19

B) Como Satanás age contra os desígnios de Deus:

1. Promovendo rebelião.
Gênesis 3:
Apocalipse 16:14
Apocalipse 9:20-21

2. Caluniando, acusando.
Eles acusam Deus diante dos homens.
Gênesis 3:1-5
Romanos 3:5-8
Tiago 1:13

Acusam os homens diante de Deus.


João 1:9,11
João 2:4-5
Zacarias 3:1
Apocalipse 12:10

3. Promovendo idolatria.
Levítico 17:7
Deuteronômio 32:17
Salmos 96:4-5
Isaías 65:11
I Coríntios 10:20
Apocalipse 13:4-15

4. Rejeitando a graça.
Eles aborrecem a graça. Incapazes de arrependimento e salvação, nada entendem da graça e
procuram impedir os homens de receberem-na. Eles torcem a graça de Deus com suas
mentiras.
2 Coríntios 4:3-4 3:6-7

5. Promovendo falsas religiões e seitas.


Nas suas mentiras Satanás e seus demônios tanto trabalham dentro, quanto fora da verdadeira
religião.
O Novo Testamento nos adverte também contra heresias que torcem a verdade enquanto
conservam alguma coisa dela.
2 Coríntios 11:13-15
2 Coríntios 11:22-23
Gálatas 1:6-8
Colossenses 2:18-23
11
I Timóteo 4:1-4

6. Oprimem a humanidade.
Os demônios agem nos homens nas mais diversas formas de engano, degradação e destruição.
Oprimem verdadeiramente a humanidade.
7. Através das forças da natureza.
João 1:12,16,19

8. Degradando a natureza humana.


Efésios 2:1-3
Romanos 1:18-32

9. Desviando da verdade
Os demônios cegam os homens para a verdade.
2 Coríntios 4:3-4
I Timóteo 4:1-4
I João 4:1-4

10. Desestabilizando o corpo


Os demônios os podem causar muitos tipos de problemas físicos. A Bíblia não atribui todas as
enfermidades a demônios, mas distingue claramente doenças naturais de demônios.
Mateus 4:24
Marcos 1:32-34
Lucas 7:21 9:1

11. Perturbando a mente


Certas desordens mentais têm origem em operações de demônios. Outras são de caráter físico.
Entre as demoníacas temos:
 Insanidade - Lucas 8:27-29
 Tendência ao suicídio - Marcos 9:22
 Depressão

12. Destruindo a vida.


Apocalipse 18:2-24
Apocalipse 9:14-19

13. Dominando indivíduos


Os agentes de Satanás controlam certos homens na promoção da imoralidade, religiões falsas,
ocultismo e outros enganos.
2 Tessalonicenses 2:7-18
Atos 8:9-24
Atos 13:8-11
Atos 16:16-19

C) O trabalho dos demônios também se opõe aos santos

1. Contra os crentes em geral.


Efésios 6:12

Nem toda luta necessariamente é provocada por demônios. Muito vem da natureza humana
corrompida, mas reconhecemos que grandes hostes malignas fazem guerra contra nós.
12
Romanos 7:21-24
Tiago 1:14-15

2. Atacando a confiança e dedicação. A Armadura de Deus reflete o tipo de ataque que


podemos esperar.
Efésios 6:14-18

3. Tentado a pecar.
I Coríntios 5:1-5
Efésios 2:2-3
I Tessalonicenses 4:3-5
I João 2:18

4. Criando divisões. O corpo deve estar unido. Demônios dividem e derrotam planos de união
na Igreja, quer localmente ou universalmente. Demônios promovem divisões doutrinárias. Eles
falam através de falsos mestres.
I Timóteo 4:1-3

5.Causando perseguições.
Apocalipse 2:8-10

Porque gastamos tanto espaço dissertando sobre satanás, sua natureza, suas capacidades, suas
intenções e seu exército? Porque uma grande estratégia do diabo com os obreiros e missionários é
levar ao ativismo numa cadeia de atividades e responsabilidades reais, verdadeiras, mas que no
final, não estão cobertas por tempo gasto em oração, intercessão e por isto mesmo acabam sendo
estéreis.
É fundamental entendermos que a verdadeira realidade é espiritual; existe um mundo
espiritual, invisível aos olhos naturais, mas é nele que as batalhas devem ser travadas, pois é nele
que as vitórias ou derrotas são definidas.
Mas o que acontece com a maioria dos cristãos? Se envolve em atividades, uma correria onde
parece que muitas coisas estão sendo feitas, mas, se não houver uma atividade espiritual consistente
cobrindo, abrindo caminhos, nada de fato, nada de valor eterno, real a nível espiritual acontecerá.
O inimigo é real, a guerra é real, precisamos lutar, em primeiro lugar, espiritualmente.

2.7) O ambiente da Guerra Espiritual

A Bíblia fala de três céus:

1. O terceiro céu, ou “paraíso”


II Coríntios 12:2-4

Ora, se há terceiro céu, há segundo e há primeiro. Não sabemos se há quarto, quinto ou sexto.

2. O primeiro céu é o firmamento na atmosfera da terra


Gênesis 1:6-8

3. O segundo céu. Entre a atmosfera onde os homens habitam e o terceiro céu onde Deus
habita, definitivamente existe o segundo céu. Para além da atmosfera da terra há o espaço exterior.
Ali o segundo céu. Davi chama-o de “céus”.
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Salmos 8:3
É neste segundo céu que Satanás e seus anjos caídos fazem sua morada. Eles se movem para o
primeiro céu a fim de realizarem sua obra de engano, opressão e destruição nos homens. Satanás
mesmo vai até o terceiro céu e acusa os santos diante do trono de Deus.

João 1:6-12:
Apocalipse 12:10:

No segundo céu é que agentes inimigos interceptam as respostas às nossas orações,


procurando impedir que cheguem até nós.

Há guerra constante no meio espiritual e é lá que, primeiro, as guerras são vencidas. A vitória
da Igreja acontece quando aprendemos a conhecer e prevalecer sobre os principados.
Os anjos são mobilizados por Deus, através das orações e intercessões.

2.8) Os Anjos são auxiliadores

Salmos 91:11-12 – “Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em
todos os teus caminhos. Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.”

Daniel 10:12 – “Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro dia em que
aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas
palavras, e por causa das tuas palavras eu vim.

Atos 12:5;7 – “Pedro, pois, estava guardado na prisão; mas a igreja orava com insistência a
Deus por ele…. E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu na prisão; e ele,
tocando no lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as
cadeias.”

Atos 10:3-4 – “cerca da hora nona do dia, viu claramente em visão um anjo de Deus, que se
dirigia para ele e lhe dizia: Cornélio! Este, fitando nele os olhos e atemorizado, perguntou: Que é,
Senhor? O anjo respondeu-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante
de Deus”

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3. Armas Espirituais

Deus colocou em nossas mãos armas poderosas. 2 Coríntios 10:3 declara: “Porque embora
andando na carne não militamos segundo a carne”. Isto é, embora vivamos num corpo, não usamos
na guerra armas humanas como crítica, luta, inveja, contenda. Porque nossa luta não é contra
homens, é contra seres espirituais. Somos espirituais e lutamos contra seres espirituais, logo as
armas de combate também são espirituais.

2 Coríntios 10:4 e 5: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas
em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas. Derrubando raciocínios e toda altivez que se
levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”.

Quais as armas de que dispomos pata demolir as fortalezas inimigas, especialmente na batalha
da intercessão?

Vamos apenas falar rapidamente sobre as armas:

1. O Nome de Jesus:

Ele transporta a mais alta autoridade no mundo do espírito (Filipenses 2:9,10). E Ele nos deu
Sua autoridade e o direito de usar Seu nome (Tiago 4:7; Atos 3:6,12,13,16).
O poder que está por trás do Nome de Jesus é o poder do Altíssimo. Somos exortados a crer
nesse Nome (1 João 3:22 e 23) e ele é arma diante da qual o inimigo foge em terror. O nome de
Jesus é a chave que tanto abre os tesouros do Céu, quanto tranca os poderes do inferno. Portanto,
todas as nossas orações devem ser feitas em nome de Jesus e todos os demônios confrontados neste
mesmo Nome sem igual.

2. A Palavra de Deus

A Palavra é a espada do Espírito. Lutamos a partir de uma posição, e esta é a Palavra do nosso
Deus, espada de dois guines, cortante e penetrante (Hebreus 4:12). Esta é a arma ofensiva usada por
Jesus contra Satanás e é por ela que alcançaremos a vitória.
O modo de usarmos a Palavra como arma é pela confissão dos nossos lábios. Como vamos a
Deus, levando Suas promessas em nossos lábios, também enfrentamos Satanás declarando a Palavra
de Deus.

3. A fé em Jesus

A fé é uma tremenda arma espiritual. João declara: Todo o que é nascido de Deus, vence o
mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (1 João 5:4). Fé em Deus e Sua Palavra; fé
no poder do Nome de Jesus; fé em Suas promessas.
O autor da carta aos Hebreus, falando sobre a vitória dos heróis da fé, declara: Por meio da fé
venceram reinas, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram
a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na
guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros, as mulheres receberam pela ressurreição os seus
mortos. (Hebreus 13:33 a 35a).

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4. O sangue do Cordeiro

Apocalipse 12:11 diz: “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro‟. O sangue de Jesus nos
garante a vitória. Satanás olha para o sangue sobre nós e tem que fugir. O sangue é urna arma contra
as potestades. A marca do sangue está em nosso coração. O anjo da destruição não terá poder sobre
nós. Temos uma cobertura. O sangue do Calvário retém o seu poder, que é vivo e operante.

O modo de usarmos o sangue de Jesus como arma espiritual, é testemunhando com nossa
boca o que ele representa. Em assim fazendo, deixamos que Satanás saiba que sabemos o que
somos em Cristo e que sabemos aplicar os benefícios do sangue da aliança às nossas necessidades,
Isso faz com que ele fuja de nós. Ele tem medo, horror do sangue de Jesus, pois este é tanto a base
da nossa vitória, como também da derrota de Satanás. O sangue de Jesus é o fundamento, a base, de
toda autoridade humana sobre o inimigo.

5. A palavra do nosso testemunho

João testifica no Apocalipse: Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e a palavra do seu
testemunho” Apo. 12:11). Testemunho é a conflitos dos nossos Líbios. Quando abrimos a nossa
boca e confessamos que Deus é fiel e que Suas promessas se cumprem, nós estamos vencendo o
inimigo.
Toda confissão vitoriosa, baseada na Palavra de Deus e feita em fé, proclama a derrota de
Satanás. E aqui está uma boa confissão que podemos fazer: Eu tenho força para todas as coisas em
Cristo que me fortalece (estou pronto para qualquer coisa e equipado para tudo,‟ através daquele
que me infunde força interior; eu sou todo suficiente na suficiência de Cristo” Fp. 4:13

6. O Espírito Santo

Sem Ele, nada nos resta. Temos uma armadura de proteção e armas, mas é o Espírito Santo
que nos capacita e dá poder para usá-las, Ele é o poder de Deus esta nós. Quanto mais confiamos e
nos submetemos a Ele, tanto mais efetiva nossa oração, por causa do Seu poder operando em nós.
“Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou
pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós...” ( Ef. 3:20.)
Tanto a habilidade ou poder quanto a força, pertencem ao doce Espírito de Deus. Poderíamos
pensar em um soldado, para entender a diferença entre poder e habilidade. A farda representa a
habilidade e as armas representam o poder. Você está habilitado a lutar, porque é filho de Deus e o
Espírito é residente em você; tem também o poder, porque o mesmo Espírito se manifesta através de
você com Seus dons espirituais, liberando Seu próprio poder através de você, que é Sua residência
na Terra.
É importante que penetre no mais profundo do seu ser que a vitória no sue serviço para o
Senhor não será medida por sua capacidade, criatividade, trabalho incessante, tudo isto é necessário,
mas a vitória se dará acima de tudo por sua capacidade e prontidão para usar as aramas espirituais
que Deus deixou à nossa disposição.

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4. Princípios de Guerra segundo o ensino de Jesus
Existem alguns momentos no ensino de Jesus que são ensinados claramente princípios de
guerra espiritual. Vamos aqui estudar o episódio de Mateus 12:22 a 27.
Trata-se da passagem onde Jesus expulsa um espírito que fazia o homem ser cego e mudo e os
fariseus falaram que Ele expulsava demônios pelo poder de Belzebu. Belzebu é uma diminuição da
palavra “Baal Zebube”. Baal era o nome dos deuses daquele região. E tinha um que se chamava
Baal Zebube que significa “O senhor das moscas”. E passaram este nome para Belzebu que
significa “O senhor da pocilga” ou senhor das fezes. E é isto que mostra de fato toda obra do diabo:
ele é sujo, imundo e onde ele está há sujeira.
E o Senhor respondeu no verso 25: “Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse:
Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma
não subsistirá”. Esta passagem da Bíblia fala claramente que Satanás tem um reino e foi o próprio
Jesus quem disse isto. Satanás é o príncipe deste mundo. Vejamos a partir daqui alguns princípios
de guerra espiritual.

4.1) Só podemos guerrear em unidade. Só há vitória em unidade


O reino do inferno não é dividido.
Ele é um reino baseado em princípios: inveja, competição, força física, egoísmo,
humilhação. Mas não é dividido. Eles têm um propósito: resistir a Deus, ao seu ungido e resistir
contra a Igreja. Não existem demônios a favor da Igreja e outros contra! Eles lutam unidos: são
contra Deus e são contra a Igreja. Jesus aqui está dizendo que o diabo tem resistido enquanto reino
porque ele tem unidade e nós só avançaremos se tivermos unidade.
Você não pode entrar na guerra se não estiver ligado ao Corpo. A única maneira de você
aprender unido é estando ligado ao corpo. Nunca ande sozinho. O principal trabalho do diabo hoje,
sabe qual que é? É levar você a ficar sozinho, a andar sozinho. Se o diabo conseguir fazer você
andar sozinho, pronto, ele já te ganhou, porque se você estiver separado do corpo você é presa fácil
para ele, seja um pastor, seja um missionário, seja um profeta, seja um evangelista, seja quem for,
não pode andar sozinho.
Houve um homem na Bíblia que achou que podia andar sozinho, Elias, quando ele foi matar
os profetas de Baal, ele diz assim em 1Reis: “só eu fiquei, só eu, só tem eu de crente nessa terra”,
ele tava dizendo assim ó – “só a minha doutrina é a certa, minha igreja é a certa, a única igreja da
face da terra é a minha, não quero comunhão com nenhuma igreja, eu sou melhor que todos, eu
recebi a revelação”, é isso que Elias quis dizer. Nós na MCM entendemos que o dono da verdade é
o Espírito Santo, não é você, nem eu, a verdade é Jesus, Ele disse: “Eu sou a verdade”, o dono da
verdade é o Espírito Santo, então, o Espírito Santo confia Jesus um pouco a mim, um pouco a você,
um pouco ali, ali; Ele confia Jesus ao corpo, ao corpo.
Elias achou que podia andar sozinho. Sabe o que aconteceu com ele? – Primeiro Deus disse:
“Olha, tem mais sete mil Elias, você que não sabe” Segundo – Jezabel pôs ele para correr quase
quatrocentos quilômetros a pé, e não foi pela estrada não, foi pelos montes. Depois que ele correu,
onde ele foi parar? – Numa caverna, ele foi parar numa caverna. Sabe o que significa caverna na
Bíblia? – A pior condição espiritual de uma pessoa, a pior condição espiritual de uma pessoa é
representada pela caverna na Bíblia, ele passou por uma profunda crise espiritual, correu do diabo,
ele tinha matado quatrocentos profetas, agora o diabo põe ele para correr, porque ele disse que
estava sozinho, entendeu?
Mas depois que ele saiu da caverna, o que acontece? – I Reis 19.19: “Partiu, pois, Elias dali
e achou a Eliseu”. Ele foi procurar Eliseu, Eliseu era discípulo dele, ele tinha uma escola bíblica, e
Eliseu era aluno dele, ele procurou Eliseu até achar. “...filho de Safate, que andava lavrando com
doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou o seu
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manto sobre ele. Então deixou este os bois, correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a
minha mãe, e, então te seguirei. Elias respondeu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo.
Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois,
cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu a Elias, e o servia”.
Depois que Eliseu fez isso, Elias fez isso, dessa data aqui até o arrebatamento de Elias foram
dez anos, nunca mais Elias andou sozinho, nunca mais até o dia em que ele foi tomado para o céu,
nunca mais, ele aprendeu a lição.
Mas tem uma outra pessoa na Bíblia que também achou que podia andar sozinho.
Gálatas foi a primeira epístola que Paulo escreveu e ele diz no versículo 11: “...o evangelho
por mim anunciado não é segundo o homem, porque não o recebi, nem o aprendi de homem
algum”. Isso aqui é palavra de uma pessoa que está cheia de si, “eu não tenho nada que aprender
com você, eu não aprendi de homem algum, recebi diretamente do Senhor”, como que batendo no
peito. Mas veja na frente, verso 13: “Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no Judaísmo,
como sobremaneira perseguia eu a Igreja de Deus e a devastava. E, na minha nação, quanto ao
Judaísmo avantajava-me a muitos de minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de
meus pais”. Paulo está dizendo o seguinte: “do mesmo jeito que eu fui no judaísmo, eu vou ser no
cristianismo, lá eu fui o primeiro, aqui vou ser o primeiro” e mais adiante no verso 16:“...sem
detença, não consultei carne e sangue. Eu não preciso da tua opinião no meu ministério”, Paulo está
dizendo isso, “eu não preciso da sua ajuda, eu tenho a revelação”, é isso que Paulo está falando.
Paulo, aqui, estava na infância do seu ministério, ele estava dando os primeiros passos,
como um dos maiores, senão, o maior homem de Deus que já passou pela terra, depois de Jesus,
mas ele estava dando os primeiros passos.
Isso foi no alvorecer do seu ministério. Agora veja o verso 18: “Decorridos três anos, então,
subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e permaneci com ele quinze dias”. Depois de três anos,
ele começou a perceber que a coisa não era bem do jeito que ele estava pensando e foi a Jerusalém:
“Eu vou conversar com Pedro, vou sentar um pouco lá com ele, esse negócio de guerra espiritual,
esse negócio não é tão fácil assim com eu pensei não”.
Não basta você ter visão! Paulo tinha a visão, mas ele não entendia que andar sozinho é
perigoso, mas finalmente começou a entender. Veja agora Gálatas 2:1 e 2: “Catorze anos depois,
subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também a Tito”. Ah! Agora ele entendeu,
demorou quatorze anos, mas entendeu. Agora você vai ver que nenhuma vez há referência de Paulo
sozinho, nem na prisão. Ele começou a entender sobre cobertura, agora ele foi acompanhado de
Barnabé e Tito.
À medida que você se render a Deus, morrer para sua própria vida, Jesus vai lhe dar uma
visão muito clara e vai começar a cada dia mais te estabelecer ministerialmente. Nunca ande
sozinho, não importa se você está no começo da sua vida ministerial ou se você já serve a Jesus por
20 anos. Você nunca será tão maduro que não precise de ninguém. Você nunca terá a revelação
completa, não importa quão consagrado, quão espiritual você se ache: Você nunca terá a revelação
sozinho, você sempre precisará de outras partes do Corpo de Cristo e precisa entender que é no
Corpo que Cristo se manifesta. Onde Deus te levar no Brasil ou em outras nações, associe-se a
outros irmãos em Cristo, ande conectado, busque a unidade, seja um fator de unidade, procure
aprender com outros ministérios cristãos, sirva a outros ministérios e aprenda com a experiência
deles.

4.2) Só podemos entrar para a guerra se estivermos cobertos


Você precisa ter alguém, com o qual você realmente pode abrir o coração, isso meu irmão,
se você quiser ter uma caminhada longa em Deus, ter uma folha de serviços que vai permanecer
pela eternidade, submeta-se a alguém. Mas submeta-se de coração.
Essa questão de cobertura, irmãos, depende de revelação, não basta você ouvir uma aula
sobre cobertura, no seu espírito essa verdade tem que estar muito forte, no seu espírito, você tem
que entender lá dentro que você não pode caminhar sozinho, porque numa guerra se satanás te
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pegar sozinho ele te come, e você tem que entender que você não pode andar sozinho.
Você precisa encontrar o seu Elias, encontre um homem de Deus que você olha para ele e
você diz – “olha, eu vou andar com esse homem, eu vou herdar esse manto. Então, ande com
aquelas pessoas que vão, realmente cobrir você, que você estando perto delas, você vai crescer
espiritualmente; o calor espiritual, a unção vai aumentar em você quando você começar a caminhar
com essas pessoas.
Vamos ver como se recebe o manto espiritual da sua cobertura – II Reis 3.11“Aqui está
Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias”. Literalmente, se Elias precisasse
de água pra tomar um banho, Eliseu ia preparar a água, esquentar água numa tina pra que ele
tomasse banho. Se Elias precisasse de água pra lavar as mãos, quem ia buscar água? – Eliseu.
Se você quiser crescer, e se você quiser andar de baixo de cobertura, comece a servir, chegue
lá na casa do teu pastor, e diga – “pastor vim lavar teu carro hoje, por favor me dá essa
oportunidade, quero lavar teu carro. Você irmã, vai lá na casa do teu pastor e diga para a esposa
dele:“Irmã, hoje, por favor, me dá a oportunidade, eu quero ir para a cozinha, cozinhar, lavar prato,
lavar vasilha, fazer tudo que for preciso, eu quero servir vocês”. Uma coisa é obedecer, a outra coisa
é servir, é diferente, talvez se o pastor mandar você lavar o carro dele, você vai e lava. Mas não
estou falando isso. Aí é obediência, você obedece teu pastor, você vai lá e lava o carro dele. Mas
serviço é diferente, servo, você chega, faz porque você é servo, não é porque você obedeceu o que o
pastor mandou, mas você faz porque você é servo.
Na medida em que você serve, você está sob cobertura. Você só terá autoridade sobre outras
pessoas, na medida em que você serviu aqueles que estavam sobre você. Você só vai ter autoridade
sobre outras pessoas na medida em que você servir aqueles que Deus colocou sobre sua vida.

4.3) A guerra espiritual é pela unção, é pelo poder do Espírito Santo


Mateus 12:28 “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o
reino de Deus sobre vós”.

Não adianta você querer fazer guerra baseado em qualquer outra coisa. Se você não se enche
do Espírito, nada adianta! Nada funciona! As pessoas que ficam com medo de jarra voando é
porque não são cheias do Espírito. Quem é cheio do Espírito gosta de guerra, de briga espiritual. É
como Sansão! A Bíblia fala que o Espírito de Deus incitava Sansão para guerrear, dava a ele
valentia. Alguém cheio do Espírito é valente, é ousado, fala a verdade em amor com convicção, com
coragem. Mas quanto mais na carne, mais medroso, covarde, mais recua... Nós temos que ser cheios
do Espírito.
Ser cheio do Espírito não é algo que acontece uma vez e acabou. Ficou cheio para o resto da
vida. Não! Você precisa buscar o enchimento do Espírito constantemente. Como somos cheios:
buscando, querendo, pedindo, orando, louvando, sendo grato, andando na cruz, jejuando, meditando
na Palavra, enfim tendo uma vida ativa espiritualmente.
Jesus falou: Sem mim nada podeis fazer.
A guerra espiritual é feita na unção! Exército de Deus sem estar embriagado no Espírito é
tímido, é covarde, assusta com cara feia de demônio. Observe o povo de Israel no deserto. O povo
de Israel foi escravo no Egito por 400 anos. Todos eles foram pessoas que nasceram escravos, filhos
de escravos, netos de escravos...
Imagine a conversa do judeu com Josué: Eu nasci escravo, você tem que me entender. Eu vi
minha mãe sendo levada pelo tutor, eu tenho feridas físicas e emocionais...
Sabe qual foi a única vez que registra na Bíblia que eles falaram isto? Quando eles viram o
povo que habitava na terra prometida e falaram que eles eram como gafanhotos perto deles. Sabe
como Deus reagiu? Ele disse: Não vão mais entrar em Canaã.
Sabe por que você fica choramingando o seu passado e colocando-o como desculpa para o
que você não responde? Porque você não teve revelação de quem você é em Cristo. Você não
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entendeu no seu espírito que você é nova criatura em Cristo. O seu velho homem já morreu e
nasceu um novo homem em Cristo. Você foi liberto do seu passado e não tem que ficar gastando
tempo demais com esta coisa de cura, de libertação, de pesquisar passado, história demais, não!
Precisa aprender a ver quem você é em Cristo e andar olhando, não para o Egito do seu passado,
mas firmar os olhos na Canaã que Deus tem para você e revestir-se do novo homem e entrar na
posse do que Deus já te deu!
Mas, imagine a cena:
Deus manda Moisés organizar o povo em um exército. E Moisés fala: Cada judeu aqui vai
entrar numa ala do exército. Cada judeu vai ser um soldado.
E o judeu fala: Moisés é radical demais. Não concordo com esta radicalidade. Cada judeu deve ser
um soldado?! Será que ele não sabe do meu passado, dos meus traumas, da escravidão. Eu nunca
lutei com armas, não tenho costume com estas coisas, eu era escravo.
Você acha que Moisés deu brecha para que eles falassem isto? Não! Eles tiveram que entrar
numa unanimidade. Ou você entende que é a unção de Deus que te transforma e faz de você outra
pessoa, ou você não entra em Canaã. Ou você entende no seu espírito que no Senhor você pode
todas as coisas e que a unção de Deus sobre a sua vida quebra o jugo ou não entre em guerra.

4.4) Não tem como fazer guerra sem amarrar o valente


Jesus falou o princípio: Para ele expulsar o demônio surdo-mudo, Ele teve que amarrar o
valente. Como se amarra o valente? Não amarramos o valente sem oração e jejum!
Quando você ora e jejua, por exemplo, para alguém ser liberto, para que uma lei seja
quebrada, para que um visto seja conseguido, para que a liberação financeira venha, você está
amarrando o valente na vida daquela pessoa ou naquela situação. É por isto que você não pode ser
um missionário sem oração e jejum. É com oração e jejum que você amarra o valente.
Estes princípios de guerra espiritual colocados até aqui serão fundamentais para o avanço do
seu ministério, para que o seu serviço para o Senhor tenha fruto.
Na sua vida de serviço ao Senhor, entenda que tudo começa no mundo do espírito; as
batalhas e as derrotas acontecem primeiro no mundo espiritual e o primeiro passo é a sua vida
pessoal como um intercessor pelas nações, pelos povos da Terra, pelas crianças exploradas, enfim, é
a aplicação deste princípios na sua vida pessoal.

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5. A Oração e seu Alcance
“E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo
até diante de Deus” Apocalipse 8:4

A oração é muito mais preciosa do que tudo o que o nosso coração possa imaginar. Ela é a
chave que abre os depósitos celestiais para suprirem a nossa insuficiência . Ela move o braço de
Deus a favor de Seus filhos, imobilizando as forças inimigas, aciona o exército dos anjos para a
peleja e entroniza o Senhor para reinar em nós.

Por meio da oração podemos:

 Chegar a todos os lugares da terra. A todas as nações. Embora não saibamos falar os idiomas
dos povos, podemos decretara vitória do Senhor sobre as vidas necessitadas e aflitas.
Podemos entrar nos hospitais, nas UTI'S, nas maternidades, nas alas de doenças infecto-
contagiosas, nos ambulatórios, pronto-socorro vários e, com imposição de mãos, podemos
ministrar a cura, a benção e a paz, mesmo á distância, aleluia!
 Entrar em matas sombrias e perigosas e livrar da morte alguém que porventura esteja
perdido ou em grande perigo. Podemos enfrentar as rajadas das metralhadoras, as explosões
das granadas, os lançamentos do mísseis e cobrir com proteção o pequeno soldado, que
precisa ter um encontro com Cristo. Podemos proteger o perseguido, pedindo ao pai que o
esconda com a sua grande e potente mão, para que não o encontrem os que procuram matá-
lo...
 Entrar silenciosamente onde o suicida está e clamarmos pela misericórdia de Deus para
enviar socorro através dos seus anjos. Para impedir o tiro do revólver, para desfazer o nó da
corda assassina, para derramar por terra o copo de veneno... Para soprar para longe a
insensatez do coração deprimido e infeliz, e nutri-lo com esperança. Para aquecer o coração
frio, triste e sombrio com a lembrança de apenas um texto da poderosa Palavra de Deus...
 Tomar nos braços os pequeninos de todas as raças, línguas, tribos e nações e dedicar esses
pequeninos ao Senhor, aleluia! Podemos consagrar os bebês que estão nascendo agora ,
colocando-os nos braços de Deus, para que venham a ser homens e mulheres de oração,
evangelistas e adoradores do Deus vivo, aleluia!

A última coisa que o mestre pediu, antes de ir para a cruz, foi: “Vigiai e orai. O espírito está
pronto, mas a carne é fraca”. Foi sua última recomendação antes de se apresentar gloriosa diante do
pai, com sua missão cumprida. Ele soprou sobre seus discípulos, quando estavam no monte das
Oliveiras, e lhes ordenou que “permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de
poder”.
A oração nos leva à vida abundante na presença da Jesus. Á comunhão eterna com a luz do
mundo. A oração nos revela a perfeição desabrochada na limitação humana, quando o Espírito
Santo nos visita e transforma e nos faz mergulhar na dimensão do sobrenatural, experimentando o
sabor de ser e fazer o que Deus planejou antes da fundação do mundo.

5.1) Formas de intercessão:


1. Oração particular - Mateus 6:6
"Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em
secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” – Esta é a oração que fazemos
sozinhos, pensando ou com palavras audíveis.

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2. Oração de concordância - Mateus 18:18-20: “Em verdade vos digo que tudo o que
ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.
Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem,
isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em
meu nome, aí estou eu no meio deles.”
– Nesta oração de concordância, há um poder imenso liberado.

3. Oração coletiva ou de clamor – Atos 4:23-31 “E, soltos eles, foram para os seus, e
contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos. E, ouvindo eles isto,
unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o
mar e tudo o que neles há; Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios,
e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma,
Contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que
tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;
Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia
de fazer. Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com
toda a ousadia a tua palavra; Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e
prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus. E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus”.
Esta oração é feita quando o Corpo de Cristo ora em concordância levantando a voz à Deus,
unânimes, no mesmo Espírito.

5.2) Aspectos importantes da oração bem sucedida:

1. Ore ao pai, em nome de Jesus – João 14:13- “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o
farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.” – é o nome de Jesus que garante vitória.

2. Creia que Deus responde sua oração – Marcos 11:24- “Por isso, vos digo que todas as
coisas que pedirdes, orando, crede que o receberei, e tê-las-eis” – a oração sem fé, não produz
resultado.

3. Perdoe a todos os que lhe ofendem – Marcos 11:25 - “E, quando estiverdes orando,
perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as
vossas ofensas.”– a falta de perdão impede a resposta de Deus.

4. Dependa do Espírito Santo em sua vida de oração – Romanos 8:26-27 “E da mesma


maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que
examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos
santos.” Em Romanos 8:16- “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus.”

5. Aprenda a orar pelos outros – Efésios 6:18- “Orando em todo o tempo com toda a oração
e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” –
quando nos envolvemos com o corpo de Cristo, orando por ele, Deus levantará outros para orarem
por nós.
É a lei de semeadura e ceifa no mundo espiritual.

6. Edifique-se a si mesmo, orando no espírito - Judas 1:20 “Mas vós, amados, edificando-

22
vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,”
1 Coríntios 14:4- “4- O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza
edifica a igreja.”

5.3) Obstáculos à oração respondida

As promessas de Deus são condicionais. Para que alcancemos respostas positivas às nossas orações,
há todo um caminho de obediência.

1 Pedro 3:7b diz: “Para que não se interrompam as vossas orações.”

1. Relacionamentos errados na família - I Pedro 3:7 - “Maridos, vós, igualmente, vivei a


vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte
mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para
que não se interrompam as vossas orações.

O não cumprimento dos deveres dos cônjuges um para com o outro, impede o fluir das
orações. A vida conjugal deve ser posta diante de Deus. Quando as orações não estão sendo
respondidas, pode haver falha no relacionamento.

2. Espírito não perdoador - Marcos 11:25 - “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma
coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas”.

Nossas petições são ouvidas na base de que nossos pecados estão perdoados; mas Deus não
pode tratar conosco sobre tal base de perdão, enquanto nós guardamos o mal, o espírito de
animosidade ou de vingança contra aqueles que nos ofenderam. Qualquer que, guarda espírito de
rancor ou mágoa contra alguém, fecha os ouvidos de Deus para sua própria petição.

3. Contenda - Tiago. 3:16 - “Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e


toda espécie de coisas ruins”.

A contenda é simplesmente agir movido pela falta de perdão. Paulo, declara que por causa
de contendas, Satanás pode tornar cristãos prisioneiros de sua vontade.
A ausência de contenda é a chave para afastar a confusão e o mal. Dê a Deus a oportunidade de
criar um sistema de harmonia em volta de você e sua vida de oração começará a funcionar.

4. Motivação errada - Tiago 4:3 - “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes
em vossos prazeres”.

Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus coisas que realmente não necessitamos, com o
propósito de satisfazer desejos egoístas. "Quer comais, quer bebais, fazei tudo para a glória de
Deus" (I Co, 10:31).
Podemos orar por coisas em linha com a vontade de Deus, mas se o motivo for errado, não haverá
resposta. O propósito primeiro da oração deve ser a glória de Deus.

5. Toda a forma de desobediência a Deus - Isaías 59:1,2 - “Eis que a mão do SENHOR não
está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, as
vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu
rosto de vós, para que vos não ouça”.

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Uma atitude de rebeldia ou desobediência à Palavra de Deus fecha os Céus para nós.
Qualquer pecado inconfessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de obediência, porém, abre o
caminho à resposta de Deus "e aquilo que pedimos, Dele recebemos, porque guardamos os seus
mandamentos, e fazemos diante Dele o que Lhe é agradável" 1 João. 3:22- “22- E qualquer coisa
que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é
agradável à sua vista.”

6. Ídolos no coração - Ezequiel 14:3 - “Filho do homem, estes homens levantaram os seus
ídolos dentro do seu coração, tropeço para a iniquidade que sempre têm eles diante de si; acaso,
permitirei que eles me interroguem?”

Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma o lugar de Deus na vida de alguém. É
aquilo que se torna o objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupa o nosso pensamento. Deus
deve ser supremo em nossa vida.

7. Dúvida e incredulidade - Tiago 1:5-7 - “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a,
porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e
agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa.”

A dúvida é ladra da bênção de Deus. A dúvida vem da ignorância da Palavra de Deus. A


incredulidade é quando alguém sabe que há um Deus que responde às orações, e ainda assim não
crê em Sua Palavra. E não crer nas promessas é duvidar do caráter de Deus.

8. Indiferença à necessidade dos outros - Provérbios 21:13 - “O que tapa o ouvido ao clamor
do pobre, também clamará e não será ouvido”.

Quantas vezes somos surdos ao clamor do pobre? Não é dar a todos os que pedem, isso às
vezes se torna impraticável, e hoje em dia são tantos pedindo que não sabemos o critério que
devemos ter, mas cada um de nós deveria ter um lugar, uma família, uma instituição, algo onde nós
investimos cotidianamente. Não estou falando de igreja, nem de dízimo, estou falando de investir
no pobre, se você não investe no pobre, você pede e não é ouvido, principalmente em questão de
dinheiro. Estou falando de dar para o vizinho que está em dificuldade, para o irmão carente. A
Bíblia diz que se você tapar seus ouvidos ao pobre, quando você for clamar a Deus, Ele também
tapará os ouvidos para você. É o princípio de semeadura e ceifa, se você plantou uma coisa você vai
colher aquela mesma coisa. Plantamos insensibilidade, colhemos indiferença.

5.4) Oração de Poder


Sabemos que temos que orar como convém, mas, mais do que isso, temos que orar com
Poder. Porque não oramos corretamente? Porque não oramos com poder?

1. Por falta de uma vida santa.

Aqueles que são chamados para interceder, devem refletir a vida de Jesus, a sua imagem e
semelhança, em todos sentidos, ou seja, o seu caráter, a sua retidão, a sua justiça e a sua santidade.
Devem ter uma vida santa, limpa, pura e irrepreensível. Salmos 66:18-19- “Se eu tivesse guardado
iniquidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido; mas, na verdade, Deus me ouviu; tem
atendido à voz da minha oração.”

24
2. Porque temos pouca comunhão com o Pai.
A Bíblia diz:¨Orai sem cessar¨ 1 Tessalonicenses 5:17- “17- Orai sem cessar.”

3. Porque fazemos a oração ¨irresponsável¨.


Temos que orar pelo problema real (raiz) e não pelos sintomas. Precisamos ter revelação!
E ter revelação da verdadeira raiz dos problemas, demanda tempo com Deus, aprofundar-se
na intercessão.

4.Porque não oramos segundo a ¨justiça¨ de Deus.


Não podemos orar o que não é justo. Não podemos ignorar os direitos legais que Satanás e
seus demônios tem diante de uma determinada situação ou circunstância. Temos que quebrar e
desfazer o direito legal primeiro, através de arrependimento e confissão de pecados, para depois
amarrar e saquear os bens.
“Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-
lo? E, então, lhe saqueará a casa.” Mateus 12:29.

5. Porque não estamos com o Senhor.


“Pai a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para
que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo”. João
17:24
Precisamos aprender a andar com o Senhor constantemente, e não esporadicamente.

6.Porque, como intercessores, temos que desenvolver a nossa fé.


Temos que ter uma fé crescente. Ex: A mulher cananéia que intercedeu pela filha, recebeu a resposta
de Jesus, porque creu e não desistiu. (Mateus15:22-28)

7. Porque temos que desenvolver os dons espirituais.


“Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que
profetizeis.”1 Coríntios 14:1
“Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.”(1 Coríntios
14:3)

8. Porque não oramos segundo a ¨Vontade de Deus¨.


¨Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes
em o nome do Filho de Deus. E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma
coisa SEGUNDO A SUA VONTADE, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que
lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. Se alguém vir a seu
irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para a
morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue.
I João.5:13-16- “13- Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus,
para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus. 14- E esta é
a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.
15- E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que
lhe fizemos. 16- Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a
vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.”

5.5) As Qualidades dos Intercessores


O intercessor é alguém que assimilou no mais profundo da sua alma, a obra missionária.
Sabe que não pode ir, pois não sente no coração a chamada divina. No entanto, a chama missionária
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arde em seu espírito inquietando-o de tal modo, que alívio só encontra na oração. O intercessor fez
da intimidade do seu quarto, o seu campo missionário, para ali obedecer à ordem de Jesus: "Rogai,
pois, ao Senhor da seara". Suas qualidades são evidenciadas da seguinte maneira:

1. É perseverante na oração

Colossenses 4:2 "Perseverai em oração, velando nela com ação de graças". É consciente do
dever de "orar sempre e nunca desfalecer".
Sabe que aqueles que foram enviados, enfrentarão trevas densas, e não poderão prevalecer
se na retaguarda, não tiver alguém na "brecha" - Ezequiel 22:30. Tem como fundamento para a sua
oração intercessora, os exemplos da própria Escritura Sagrada. Foi a intercessão de Abraão que
impediu a destruição de Ló e suas filhas - Gênesis 18:23-33:
“E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura
houver cinquenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos
cinquenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o
ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? Então
disse o SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o
lugar por amor deles. E respondeu Abraão dizendo: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor,
ainda que sou pó e cinza. Se porventura de cinquenta justos faltarem cinco, destruirás por aqueles
cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco. E continuou ainda
a falar-lhe, e disse: Se porventura se acharem ali quarenta? E disse: Não o farei por amor dos
quarenta. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar: Se porventura se acharem ali
trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta. E disse: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor:
Se porventura se acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei por amor dos vinte. Disse mais: Ora,
não se ire o Senhor, que ainda só mais esta vez falo: Se porventura se acharem ali dez? E disse:
Não a destruirei por amor dos dez. E retirou-se o SENHOR, quando acabou de falar a Abraão; e
Abraão tornou-se ao seu lugar”.
Foi por causa da intercessão de Ana que Deus levantou em Israel o maior juiz de todos os
tempos ,1 Samuel 1:26-28: “E disse ela: Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou
aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. Por este menino orava eu; e o
SENHOR atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito. Por isso também ao SENHOR eu o
entreguei, por todos os dias que viver, pois ao SENHOR foi pedido. E adorou ali ao SENHOR”.

2. É consciente de que o evangelho só entrará em portas abertas por Deus

"Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de
falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso" (Cl 4: 3). Em resposta às
intercessões dos crentes, Deus tem aberto grandes portas para entrada do evangelho. Muros já
caíram, sistemas políticos ruíram para que se tornasse uma possibilidade a evangelização mundial.
Muita coisa ainda precisa ser feita; existem ainda muitos obstáculos para serem removidos e é nisto
que reside toda a importância do intercessor. Na época de Paulo havia muitos intercessores em
quem se podia confiar, daí a razão do seu pedido.

3. Tem atitude harmoniosa com a oração

"Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo" (Cl 4: 5). Interceder
pelos missionários e pela salvação das nações e depois impedir a salvação do meu vizinho com o
meu mau testemunho, que tamanha incoerência! Se não posso ir aos campos mais longínquos até os
confins da terra, minha oração pode.
Um certo missionário orou a Deus assim: "O „eu‟ não somente deve morrer, deve ser bem
enterrado, porque o mau cheiro da vida interesseira, se não for sepultado, afugentará as almas que
querem chegar-se a Cristo".
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4. Tem linguagem apropriada para uma vida de intercessão

"A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos
convém responder a cada um" (Cl 4:6). Falar bem com Deus é importante, mas falar bem com os
homens é totalmente necessário para produzir salvação. O intercessor não pode em momento algum
se esquecer que é também responsável pela salvação dos perdidos.
O intercessor não pode ser um murmurador. Orar pedindo missionários e fazer críticas
destrutivas quando é enviado alguém para os campos é irracional. A língua do crente intercessor
deve ser consagrada a Deus.

5.6) O preço da intercessão


Há três coisas que devem ser vistas num intercessor: Identificação, agonia e autoridade.

A identificação do intercessor com aqueles por quem intercede é vista perfeitamente em


Jesus nosso salvador. Jesus derramou sua alma até a morte; Tomou nossa natureza sobre si mesmo;
Tornou-se pobre por nossa causa; Foi feito pecado por nós; sorveu o cálice da nossa condição
perdida até a última gota; finalmente, ao ser feito pecado por nós, o Salvador conquistou esta
posição com a mais completa autoridade.
“Com a identificação, você sofre a agonia e conquista a autoridade.”
A Identificação é, portanto, a primeira lei do Intercessor. Quando o Senhor te chama, Ele
quer que você se identifique com o povo para o qual você foi chamado.
O Intercessor suplica, efetivamente porque deu sua vida por aquele por quem suplica.
Assim ele é autêntico representante daquele por quem suplica.
Exemplo do intercessor em ação:
- Isaías, um aristocrata (nobre), teve que andar 3 anos despido e descalço, como uma
advertência a Israel - Is. 20:3.
- Oséias teve que se casar com uma prostituta para mostrar a seu povo que o Esposo celestial
estava disposto a aceitar de volta sua esposa prostituta.
- Jeremias não teve permissão para se casar.

Se o Intercessor conhece a identificação e a agonia, ele também conhece a autoridade.


É a lei do grão de trigo e da colheita: “Se ele morrer, produz muito fruto.”

A intercessão move Deus. Êxodo 32:32: Moisés não oferece seu corpo pelo povo de Israel,
mas ofereceu sua alma imortal.
Se o Intercessor conhece a identificação e a agonia, ele também conhece a autoridade.
É a lei do grão de trigo e da colheita: “Se ele morrer, produz muito fruto.”
O poder da intercessão é de uma importância enorme porque muda o percurso das situações,
o destino das pessoas e nações segundo a vontade de Deus. Salmo 2:1-3: “Por que se amotinam as
nações, e os povos tramam em vão? Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram
contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as
suas cordas”.
O Salmo acima citado talvez, mais que qualquer outro texto da Bíblia, retrata de forma
acurada o espírito do nosso tempo. De fato ele também proclama nossa resposta correta ao ousado
avanço de Satanás.
Perceba como o texto deixa claro a formação de uma grande revolta contra o Senhor. O que
a Palavra fala acerca dos últimos dias?
Daniel 12:4 - “Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos
correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará”.
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Nunca em toda a história da humanidade pudemos viajar tão longe e com tanta frequência e
velocidade, em um mundo inundado com a multiplicação do conhecimento.
Isaías 24:5- “Na verdade a terra está contaminada debaixo dos seus habitantes; porquanto
transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram o pacto eterno”.
Temos o infortúnio de viver esses tempos em que a terra é poluída por seus habitantes.
Profecias de dois mil anos atrás claramente descrevem os nossos dias. Por isso somos compelidos a
discernir precisamente o tempo em que vivemos, e é bem provável que a Palavra que melhor
descreva os nossos dias seja “apostasia”.
2 Tessalonicenses 2:3 “Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem
que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição”.
O conceito tradicional de apostasia como uma queda ou abandono da verdadeira fé em
Cristo é incompleto. A palavra apostasia era usada na literatura grega clássica significando “revolta
política”. Logo entendemos que a apostasia do fim dos tempos fala também de agressão aberta, e
insurreição política contra as leis de Deus. A humanidade entrou em rebelião aberta contra os
padrões morais de Deus.
O mundo não tem apenas desafiado, mas substituído os padrões morais de Deus,
promovendo pecados de obscenidade, homossexualismo, feitiçaria.
Vivemos nesse tempo de grande rebelião assim como descrito no Salmo 2. Mas, a mesma
Palavra que nos adverte sobre a grande rebelião também nos fala da vitória do Reino de Deus:
Daniel 2:44 “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais
destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses
reinos, e subsistirá para sempre”.
Mateus 13:40 a 43: “Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no
fim do mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que
servem de tropeço, e os que praticam a iniqüidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá
choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem
ouvidos, ouça”.

João 17:22-23: “E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós
somos um; (23) eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o
mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim”.
2 Tessalonicenses 1:10: “ Quando naquele dia ele vier para ser glorificado nos seus santos e
para ser admirado em todos os que tiverem crido (porquanto o nosso testemunho foi crido entre
vós)”.
Receba essa Palavra de fé: o que parece ser a hora de Satanás, um tempo cheio de trevas e
rebelião, é simplesmente a oportunidade da graça de Deus abundar para a glória de Deus na Igreja.
Deus não está confuso nessa situação, Ele é soberano! Continua inabalável sobre o seu
trono.
Salmo 2:4-6: “Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes
falará na sua ira, e no seu furor os confundirá, dizendo: Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião,
meu santo monte”.
A primeira intercessão da Igreja é: Venha o Seu reino! O mundo exige e recebe cada vez
mais o reino do inferno. A nossa oração é pelo Reino de Deus, pois a transformação da Igreja
também faz parte do cumprimento das profecias para os últimos dias. Uma noiva sem mancha e
sem mácula.
Nós estamos assentados com Cristo nos lugares celestiais. A nossa cidadania é celestial,
somos embaixadores de Cristo nas nações. Não devemos apenas viver sem medo, mas nos
levantarmos em oração por cada nação que desafia o Senhor.
“Pede-me”, o Pai fala para o Filho, “e te darei as nações por herança e os confins da terra
por sua possessão”. Esse requerimento não tem nada a ver com a bondade da Igreja, mas tem tudo a
ver com a virtude de Cristo e o amor do Pai por Ele (olhe ao redor e pense sobre todos os pecados,
divisões e erros da igreja).
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É bem provável que como Igreja nós não mereçamos um avivamento, mas Cristo merece.
Como representantes de Deus na terra, em nome de Jesus e baseados na obra e caráter de
Cristo, pedimos ao Pai pelas nações da terra. Mais que uma expressão de fé a nossa intercessão é de
fato um ato de obediência. Somos ordenados a pedir a Deus pelas nações!

Veja alguns dados que mostram a urgência desse posicionamento de interceder:

- Ainda temos 8.000 povos não alcançados, aproximadamente 1 bilhão de pessoas que ainda
não ouviram as boas novas.
- Metade da população do mundo sem a graça salvadora.
Na verdade muitos povos estão sem intercessores.

“Busquei dentre eles um homem que se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra,
para que não a destruísse, mas a ninguém achei'' Ez 22:30.
Quanto mais aceitarmos o nosso lugar no plano de Deus, mais nos riremos dos planos do
inimigo.

Por isso ore com confiança, com ousadia e com fé pelos povos não alcançados, pelas nações
da terra, pela unidade da Igreja, por um avivamento, pela grande colheita.

5.7) Compaixão e Intercessão


A compaixão é um ingrediente do amor divino. Essa compaixão está bem presente no
ministério de Jesus. Jesus é a compaixão de Deus andando no meio dos homens.

COMPAIXÃO DE DEUS NO CORAÇÃO DO CRENTE É O GATILHO DA


INTERCESSÃO – Quando o Espírito Santo se move em nós, despertando uma profunda
compaixão, é hora de interceder e essa intercessão será em linha com o coração de Deus. As
forças da intercessão são despertadas por essa compaixão divina.

A COMPAIXÃO DESPERTA A VISÃO DA NECESSIDADE E A AÇÃO PARA QUE ELA


SEJA SATISFEITA – Mateus 9:35-38 ilustra essa verdade. Jesus se compadece das
multidões, vê sua necessidade de salvação e convoca os discípulos a intercederem por
proclamadores das boas novas. Logo a seguir Ele mesmo nomeia apóstolos (Mt. 10) e os
envia com a Sua autoridade para levarem a palavra de redenção, libertação e cura às
“ovelhas desgarradas, que não têm pastor”.

A COMPAIXÃO PÕE EM OPERAÇÃO O PODER DE DEUS – Avalizando o ministério de


Jesus, vemos que sempre que seu espírito se moveu dentro d”Ele, em compaixão , seguiu-se
em grande milagre.
A compaixão gera a cura dos enfermos (Mt. 14:14).
A compaixão gera a multiplicação dos pães e peixes e os famintos são alimentados
(Mt.15:32).
A compaixão faz o cego abrir os olhos (Mt. 20:34).
A compaixão torna o leproso são (Mc. 1:40-41).
A compaixão traz à vida o morto (Jo 11:33-35).

É QUANDO O CRENTE ENTRA NESSE FLUIR DA COMPAIXÃO DE DEUS QUE ELE


SE TORNA UM VERDADEIRO INTERCESSOR – Isso só se torna possível comungando em Sua
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presença. O que vive em íntimo contacto com Deus será dominado pelo que está em Seu coração. É
aí que as palavras de Jesus serão uma realidade para nós: “Aquele que crê em mim fará também as
obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (João 14.12).

A COMPAIXÃO É O AMOR DE DEUS EM AÇÃO - Quem experimenta a compaixão


divina será participante da obra de libertação dos homens. Quem se compadece, tudo fará
para que a graça libertadora de Deus se manifeste na vida do homem.

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6. Intercessão sem Limites
"Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça,
em favor de todos os homens" (1 Tm 2.1).

Paulo nos declara que a primeira prioridade de uma assembléia cristã é a oração. Ele
menciona diversas formas de oração, uma das quais é a intercessão. Interceder significa literalmente
“interpor-se, colocar-se entre”. O intercessor é aquele que se coloca entre Deus e os que merecem
sua justa ira e castigo. O intercessor levanta suas mãos a Deus e diz: "Deus, estas pessoas merecem
seu juízo; tu tens todos direito de feri-las; mas se a ferires, terás de ferir a mim primeiro, pois
coloquei-me entre ti e eles". No Velho Testamento encontramos diversos relatos de cidades e nações
que foram poupadas do juízo divino através do ministério de um intercessor.
Estudaremos alguns desses exemplos, mas primeiro consideremos o ministério de
intercessão na vida do nosso Senhor Jesus Cristo.

6.1) Intercessão no Ministério de Jesus


Intercessão era uma das grandes marcas do ministério de Jesus. O capítulo 53 de Isaías
descreve sua obra expiatória e conclui com este versículo:
"Por isso eu lhe darei muitos como a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo,
porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si
o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu (v.12).
Há quatro fatos registrados neste versículo a respeito de Jesus. Primeiro, ele derramou a sua
alma na morte. Levítico 17.11 diz que a alma de toda carne está no sangue, portanto Jesus derramou
sua alma na morte quando derramou seu sangue.
Segundo, ele foi contado com os transgressores; ele foi crucificado com os dois ladrões.
Terceiro, levou sobre si o pecado de muitos; tornou-se a oferta pelo pecado por todos nós. Quarto,
pelos transgressores intercedeu; isto ele fez na cruz quando disse:
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem"( Lc 023:34) . Ele estava dizendo: "Que o
juízo que eles merecem caia sobre mim", E assim foi.
Hebreus 7 fala de Jesus depois da sua morte, ressurreição e ascensão. Somos informados que
Jesus é nosso sumo sacerdote à destra de Deus. Por ter um sacerdócio imutável que nunca passará
dele, Jesus "pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles" (Hb 7:25).
Se fizermos um estudo da vida e ministério de Jesus, chegaremos a um contraste bem
interessante: ele passou trinta anos na obscuridade, numa vida familiar perfeita; três anos e meio
num dramático ministério público; e praticamente dois mil anos em intercessão, invisível aos olhos
naturais.
Desde que subiu aos céus, ele está intercedendo por nós diante do Pai.

6.2) Modelos do Velho Testamento:

A Intercessão de Abraão

Os maiores santos eram freqüentemente os maiores intercessores, pois eram os homens mais
próximos ao coração de Deus.
O Velho Testamento contém exemplos de alguns grandes intercessores. O primeiro exemplo
31
é Abraão. Em Gênesis 18 vemos o Senhor com mais dois anjos chegando para visitar a tenda de
Abraão. No final deste episódio o Senhor diz:
"Ocultarei a Abraão o que estou para fazer?" Em outras palavras, o Senhor vê Abraão como
o seu íntimo amigo pessoal com quem ele compartilhará seus planos e pensamentos. Por isto o
Senhor conta para Abraão:
"Com efeito o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicados e o seu pecado se tem
agravado muito. Descerei, e verei se de fato o que têm praticado corresponde a esse clamor eu é
vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei" (Gn 18.20-21).
Abraão estava muito preocupado com Sodoma porque seu sobrinho, Ló, estava morando lá.
Abraão sabia que se Sodoma fosse julgada, Ló e sua família sofreriam com os demais. A cena
continua assim: Então partiram dali aqueles homens (anjos), e foram para Sodoma; porém Abraão
permaneceu ainda na presença do Senhor (para impedi-lo).
"E aproximando-se ele, disse: Destruíras o justo com o ímpio? Se houver, porventura,
cinqüenta justos na cidade, destruirás ainda assim, e não pouparás o lugar por amor dos cinqüenta
justos que nela se encontram? Longe de ti o fazeres tal cousa, matares o justo com o ímpio, como se
o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra? (v. 23-25).
Abraão tinha que ter muita coragem para falar com o Senhor desta maneira. Porém, ele sabia
que seria uma contradição total do caráter de Deus, e da sua justiça, permitir que juízo caísse sobre
os justos.
Salmo 91.7,8 estabelece este princípio: "Caiam mil ao teu lado, e dez mil à tua direita; tu
não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás o castigo dos ímpios". Seja
qual for o justo juízo que cair sobre os ímpios, os justos nunca serão tocados. O justo pode estar
exatamente no meio de tal juízo, mas este não virá sobre ele.
Note, porém, que há uma diferença entre juízo e perseguição por causa da justiça. A Bíblia
diz que os justos hão de experimentar perseguição. A diferença é que o juízo por causa do pecado
vem sobre os ímpios pela instrumentalidade de Deus; e perseguição por causa de justiça vem sobre
os justos através dos ímpios.
Portanto, com santa ousadia e intensa convicção que Deus tinha que ser absolutamente justo,
Abraão se pôs a confrontar o Senhor com este princípio: "Senhor, se houver cinqüenta justos na
cidade, pouparás a cidade?" o Senhor respondeu a Abraão que pouparia a cidade se cinqüenta justos
pudessem ser encontrados.
"E quarenta e cinco? Poupá-la-ás por quarenta e cinco justos?" E o Senhor disse que a
pouparia se quarenta e cinco pessoas justas pudessem ser encontradas nela. E assim foi a conversa...
quarenta, trinta, vinte, até que Abraão chegasse finalmente à sua última reivindicação:
"Se, por ventura, houver somente dez pessoas justas em toda aquela cidade? Poupá-la-ás
pelas dez?" E o Senhor respondeu que a pouparia por dez pessoas justas.
Esta é uma tremenda revelação! Se os meus cálculos forem corretos, Sodoma era uma
cidade grande para aquela época, com uma população não inferior a 10.000. Por amor a dez pessoas
no meio de 10.000, Deus estava pronto para poupar a cidade inteira.
Isto é uma pessoa em cada mil! Jó 33.23 registra esta mesma proporção: "Se com ele, pois,
houver um anjo, um intérprete, um entre mil, para declarar ao homem o que lhe é justo..."
Eclesiastes 7:28 semelhantemente afirma: "Cousa que a minha alma ainda busca, mas não a achei:
um homem entre mil".
Um entre mil! A Bíblia aparentemente usa esta expressão para identificar um homem
extraordinariamente justo. Deus disse: "Se eu puder encontrar em Sodoma uma pessoa justa em
cada mil, pouparei a cidade inteira".
Por exemplo, se aplicássemos esta proporção aos Estados Unidos hoje, precisaríamos de
aproximadamente 210.000 pessoa extraordinariamente justas para obter misericórdia em favor de
toda a nação. Você qualificaria como uma dessas 210.000 pessoas? Eu qualificaria?

32
A Intercessão de Moisés
Nosso segundo exemplo de intercessor é Moisés. Em Êxodo 32 vemo-lo subindo o Monte
Sinai para receber a aliança de Deus. Depois de estar ausente muitos dias, o povo tornou-se
impaciente e insistiu com Arão para fazer deuses que eles pudessem adorar.
Então Arão tomou as argolas de ouro e fez um bezerro fundido, em torno do qual Israel
começou a dançar e adorar. Enquanto isto acontecia no arraial, Deus falou com Moisés no monte e
disse:
"Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu, e depressa se
desviou do caminho que lhes havia eu ordenado; fizeram para si um bezerro fundido, e o adoram..."
(v. 7,8).
Neste momento tenso quando o destino de Israel estava na balança, encontramos um
elemento de humor na conversa que se seguiu entre Deus e Moisés. Referindo-se a Israel, Deus fala
com Moisés que eles são "teu povo".
Mas Moisés, não querendo aceitar esta responsabilidade, devolve-os a Deus dizendo: "teu
povo". Nem Deus, nem Moisés queriam ser considerado responsável por Israel naquele momento!
Enquanto isso, Israel continuava a dançar ao redor do bezerro, totalmente inconsciente que
seu destino estava sendo selado por este diálogo entre Deus e Moisés. Deus declarou a Moisés:
"Agora, pois, deixa-me; para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma..."
(v.10).
Note que Deus não faria coisa alguma se Moisés não lhe permitisse. Mas Moisés se recusou
a sair de diante de Deus. Como intercessor, ele continuou se interpondo entre Deus e o povo.
Finalmente, Deus disse que usaria Moisés para redimir sua promessa a Abraão, Isaque e
Jacó, começando tudo de novo com Moisés e formando dele uma grande nação. Apesar desse povo
ter sido um fardo muito pesado para ele deste que saiu do Egito, Moisés intercedeu por eles:
"Porém Moisés suplicou ao Senhor seu Deus e disse: Por que se acende, Senhor, a tua ira
contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito... ("Não é meu povo", Moisés está dizendo, "é teu.")
Por que hão de dizer os egípcios: com maus intentos os tirou, para matá-los nos montes, e para
consumi-los da face da terra?( v. 11)
"Torna-te do furor da tua ira e arrepende-te deste mal contra o teu povo" (v. 11,12). A
preocupação de Moisés era a reputação de Deus. Ele disse: "Deus, se depois de tirar este povo para
fora, eles vierem a perecer nos montes, os egípcios vão dizer que tiveste más intenções quando os
tiraste do Egito".
Vemos a mesma preocupação com a reputação de Deus em Números 14.13-16. O povo
provocou ao Senhor quando se recusou a crer no relatório positivo dos dois espias enviados para a
terra prometida, escolhendo antes crer no relatório negativo dos outros dez.
Deus ficou tão irado com sua incredulidade que outra vez procurou destruí-los e fazer de
Moisés uma grande nação.
Mas aqui Moisés lembra o Senhor que as nações que tinham ouvido a fama do Senhor iriam
pensar que ele não era capaz de introduzir o povo na terra e por isto o matou no deserto.
A preocupação de Moisés em ambos os casos não era sobre sua reputação pessoal; sua única
preocupação era a glória e reputação de Deus na terra. No final de Êxodo 32, encontramos a
consumação da intercessão de Moisés.
Depois de voltar ao arraial e colocar as coisas em ordem, ele se dirige ao povo:
"Vós cometestes grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor e, porventura, farei
propiciação pelo vosso pecado. Tornou Moisés ao Senhor, e disse: Ora o povo cometeu grande
pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me,
peço-te, do livro que escreveste" (v. 30-32). Isto é intercessão: "Deus, eles merecem teu golpe;
perdoa-lhes. Mas se não, Senhor, então que o juízo deles venha sobre mim.´ O intercessor é a
pessoa que se coloca entre Deus e o alvo da sua ira justa.
O Salmo 106 nos fornece um comentário divino e a respeito deste acontecimento:
"Em Horebe fizeram um bezerro, e adoraram o ídolo fundido. E assim trocaram a glória de
33
Deus pelo simulacro de um novilho que come erva. Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que, no
Egito, fizera cousas portentosas, maravilhas na terra de Cão, tremendos feitos no Mar Vermelho.
Tê-los-ia exterminado, como dissera o Senhor, se Moisés, seu escolhido, não se houvesse
interposto; impedindo que sua cólera os destruísse" (v. 19-23).
Moisés ficou na brecha causada pelo pecado do povo de Deus e disse: "Senhor, estou
tapando a brecha. Teu golpe não pode cair sobre eles sem cair sobre mim primeiro". Números 16
registra outro exemplo de intercessão.
Aqui Moisés e Arão juntos são os intercessores. Deus havia tratado soberanamente com a
rebelião de Coré, Datã e Abirão, fazendo a terra se abrir e tragá-los vivos.
Mas no dia seguinte "toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e
contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor. Ajuntando o povo contra Moisés e Arão, e
virando-se para a tenda da congregação, eis que a nuvem a cobriu, e a Glória do Senhor apareceu.
Vieram, pois, Moisés e Arão perante a tenda da congregação. Então falou o Senhor a Moisés,
dizendo: Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei num momento: então se
prostraram sobre os seus rostos" (v. 41-45).
Esta é a posição do intercessor – prostrado sobre o seu rosto diante de Deus, sabendo que
juízo está prestes a cair. Pessoalmente, admiro a graça que Moisés e Arão tinham. O povo havia se
revoltado contra eles sem motivo.
Contudo, dispuseram-se a interceder por estes que os criticavam – até mesmo arriscando
suas próprias vidas por eles. Moisés falou com Arão e ordenou-lhe:
"Toma o teu incensário, põe nele fogo do altar, deita incenso sobre ele, vai depressa à
congregação, e faze expiação por eles; porque grande indignação saiu de diante do Senhor; já
começou a praga. Tomou-o Arão, como Moisés lhe falara, correu ao meio da congregação (eis que
já a praga havia começado entre o povo) e deitou incenso nele, e fez expiação pelo povo. Pôs-se em
pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga." (v. 46-48).
A linguagem nesta passagem enfatiza a urgência da intercessão. Moisés disse a Arão: "Vai
depressa..." Arão não saiu andando, ele "correu". Cada momento de demora custaria mais vidas.
A palavra "praga" sugere algo altamente contagioso, e para fazer expiação Arão teve de se
expor deliberadamente a esse contágio. Ele pôs sua própria vida a risco. Enquanto ficou ali
movendo seu incensário, a fumaça subia numa coluna branca que dividia os vivos dos mortos.
Onde aquela fumaça branca subia do incensário, a praga parava. Isto é intercessão: colocar-
se – a risco da própria vida – entre os mortos e aqueles que estão prestes a morrer, e depois oferecer
oração e súplicas fervorosas, como a fumaça branca do incensário, até que a praga cesse.

6.3) Falta de Intercessores

Ezequiel 22.23-31 registra uma cena diferente. É semelhante às duas que acabamos de
estudar no sentido de descrever os pecados do povo de Deus, mas é diferente porque nenhum
intercessor foi encontrado para se interpor entre o pecado do povo e o juízo de Deus.
Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, dize-lhe (à terra de Israel): Tu és
terra que não está purificada, e que não tem chuva no dia da indignação.
Conspiração dos seus profetas há no meio dela... Os seus sacerdotes transgridem a minha
lei... Os seus príncipes no meio dela são como lobos... Contra o povo da terra praticam extorsão,
andam roubando, fazem violência ao aflito e necessitado...busquei entre eles um homem que
tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a
destruísse; mas a ninguém achei.
Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação... Todas as classes da população tinham
falhado inteiramente – profetas, sacerdotes, príncipes, povo. Cada uma representa um determinado
elemento da sociedade. Os "profetas" são os responsáveis para trazer uma mensagem direta de
Deus. Os "sacerdotes" são os líderes da religião institucional.

34
Os "príncipes" são os governantes seculares. O "povo" é o restante da população, o povo
comum. A ordem de listagem destes quatro elementos é importante. O processo de decadência
começou com a liderança espiritual; depois o governo secular se corrompeu; finalmente toda a
nação foi atingida.
Apesar de todas as classes da sociedade terem se corrompido desta forma, a situação ainda
não era desesperadora. Deus procurava um homem, um intercessor, para tapar o muro e colocar-se
na brecha para que ele pudesse poupar a nação inteira.
Mas porque ele não encontrou nenhum, derramou sobre ela sua indignação e a consumiu no
fogo da sua ira. Um homem – um intercessor – poderia ter poupado uma nação inteira do juízo!
Isaías 59 apresenta um dos mais temíveis quadros de fracasso e apostasia nas Escrituras. No
entanto o povo a que este capítulo se refere é um povo essencialmente religioso. Eis a sua confissão:
"Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos pecados testificam
contra nós, porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniqüidades;
como o prevaricar, o mentir contra o Senhor, o retirarmo-nos do nosso Deus, o pregar opressão e
rebeldia, o conceber e proferir do coração palavras de falsidade.
Pelo que o direito se retirou e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando
pelas praças e a retidão não pode entrar. Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado
como presa. O Senhor viu isso, e desaprovou o não haver justiça. Viu que não havia ajudador
algum, e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor" (v. 12-16).
"Não havia um intercessor". Até o próprio Deus se admirou disso! Era a derradeira evidência
condenatória da incredulidade e indiferença egoística que havia nos corações do seu povo.

6.4) Qualificações do Intercessor


Concluindo, eu gostaria de dar quatro qualificações que vejo em todo verdadeiro intercessor.
Primeiro, um intercessor, como Abraão, precisa ter uma convicção absoluta da justiça de Deus: que
Ele nunca trará sobre os justos o juízo que somente os ímpios merecem. Ao mesmo tempo, ele
precisa ter uma visão cristalina da justiça absoluta e da inevitabilidade do juízo de Deus sobre os
ímpios.
Segundo, ele precisa ter uma profunda preocupação com a glória de Deus, como Moisés que
recusou duas vezes a oferta de Deus de fazer dele o originador do maior povo na terra. A glória de
Deus lhe era mais importante do que sua reputação pessoal.
Terceiro, um intercessor precisa ter um relacionamento íntimo com Deus. Ele deve ser
alguém que possa estar diante de Deus e falar com franqueza total, porém com reverência.
Quarto, um intercessor precisa demonstrar grande coragem pessoal. Ele deve estar preparado
para arriscar sua própria vida, como Arão que desprezou o contágio da praga a fim de tomar sua
posição entre os mortos e os vivos.
Não existe um chamamento mais alto que o intercessor. Quando você se torna um
intercessor, terá chegado ao trono. Você não será visto pelos homens, porque esta é uma posição
invisível a eles, atrás do segundo véu; mas no reino de Deus sua vida terá valor no tempo e na
eternidade.
O Brasil ainda não tem experimentado um avivamento autêntico, com uma soberana
visitação do Espírito de Deus, tal como tem ocorrido em muitos outros países no passado e mesmo
em tempos mais recentes.
Nossa pátria precisa ver Jesus vivo no meio das igrejas! (Ap 1:12-20). Enquanto as nuvens
escuras do juízo divino se juntam, enquanto a dissolução moral, social, econômica, e política vai
aumentando, o Brasil precisa de uma coisa acima de tudo: Intercessores!

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7. A Oração e a Palavra

A Bíblia, que é a Palavra de Deus, é o nosso manual e fonte de oração. Veja o que Deus declara
em Isaías 55:10-11; Deus quer dizer o seguinte : A Palavra que sai da Minha boca, antes de retornar
para Mim, produzirá o que ela disse.
Coloque em seu espírito este princípio: A Palavra de Deus produz exatamente o que ela diz.
Logo quando oramos, já começamos com a resposta.
Há princípios espirituais que governam nossa vida com Deus. No que concerne à oração,
convém salientar a importância de se obedecer aos princípios revelados na Bíblia, para que a nossa
vida de oração seja frutífera, por isso, como uma regra de ouro, baseie suas orações na Palavra de
Deus.
Deus se revela em Sua Palavra. Deus e Sua Palavra se fundem. Atrás de cada vocábulo
registrado em tinta e papel, se esconde uma Pessoa que nos fala e se revela a nós (João 1:1-3). É por
essa razão que a Palavra traz o respaldo do caráter de Deus e do Seu Trono. Nós a elevamos em
oração, e Ele vê-se a Si mesmo em Sua Palavra brotando dos nossos lábios, e se inclina para nos
ouvir. Todo nosso relacionamento com Deus deve estar solidamente firmado em Sua Palavra.
Sempre que nos aproximarmos Dele, tendo-a como base, trazendo no coração e nos lábios o que Ele
falou, Seus ouvidos estarão ali, Ele estará presente, pois Deus está onde Sua Palavra se encontra.
Note uma coisa: Se você vai orar a Palavra de Deus, e Ela é digna de confiança, você está
pisando em terreno firme. Enquanto você andar nesse terreno terá sucesso. Mas na hora em que sair
da Palavra, já terá entrado em terreno escorregadio, e estará fadado a fracassar. Confie, portanto, na
integridade da Palavra de Deus e deixe que ela seja sua plataforma de oração. Firme-se sobre ela e
recuse-se a sair dela. Discipline sua mente e permita que dos seus lábios brotem apenas palavras em
linha com aquilo de Deus falou. A Palavra de Deus deve ser para nós a fonte de todas as nossas
orações.

7.1) Conheça a Vontade de Deus Pela Palavra


Já vimos nos estudos anteriores que devemos orar sempre em conformidade com a vontade de
Deus, mas como conhecer o que está na mente de Deus e saber Sua vontade? Na Sua própria
Palavra. A maioria das coisas que Ele quer fazer em nossa vida, já está revelada Nela. Mesmo as
que não estão claras ajustam-se aos seus princípios. Logo conhecendo-a, saberemos discernir Sua
vontade, e orando-a, estaremos em linha com Seu propósito revelado, pelo que podemos Ter
confiança de que Ele já nos respondeu, antes mesmo de vermos sua materialização.
Leia Rm. 12:2 e responda: Como a mente é renovada? Com a Palavra. E enquanto a mente se
expõe aos princípios da Palavra de Deus, ela vai sendo transformada e descobrindo o que agrada a
Deus, isto é, Sua vontade. Em consequencia, as orações estarão em linha com o que Ele deseja, e o
resultado é que Ele vai nos atender como diz em I Jo. 5:14-15.

7.2) Comece a Oração com a Resposta


Quando você começa a oração com a Palavra de Deus, já começa com a resposta. Note por
exemplo a oração de Davi no Salmo 23. Ele não suplica: “Deus, supre minhas necessidades. Preciso
tanto de Ti! Estou cansado, com fome, leva-me a um lugar onde possa ser saciado! Livra-me da
morte. Fica comigo. Toma conta dos meus inimigos” Não! Davi ora a Palavra de Deus, ora a
resposta : “ Senhor, Tu és o meu Pastor, nada me faltará ...”
Você é convidado a fazer o que Davi fez. Ore a Palavra e veja Deus agindo na sua vida. Não
fique aí choramingando o tempo todo. Abra a boca e ouse confessar diante de Deus aquilo que Ele
já falou. Revele que você crê que tudo quanto Ele lhe prometeu é seu. É assim que devolvemos a
36
Palavra de DEUS para Ele mesmo. É assim que ela não volta vazia.

7.3) Como Orar a Palavra


1. Defina a área que motiva sua busca de Deus. Qual o tipo de oração você precisa fazer? Ações
de graça, louvor, adoração, petição, entrega, consagração, intercessão? E dentro do tipo de
oração, qual o assunto específico?

2. Procure descobrir versículos que se apliquem àquela área. Isso pode ser feito usando-se uma
Concordância Bíblica, selecionando-se textos adequados.

3. Tome os textos que mais falam ao seu coração e transcreva-os. Peça ao Espírito Santo para
dirigí-lo nessa seleção e para que torne cada palavra viva em seu espírito.

4. Faça as adaptações gramaticais necessárias, personalizando os textos bíblicos, usando a


primeira pessoa e colocando os verbos no presente. Ex. Filipenses 4:19 você poderá orar assim:
“Pai, Tu és o meu Deus, meu provedor. És rico, e de acordo com Tua riqueza em glória, supres,
em Cristo, meu Senhor, todas as minhas necessidades.”

5. Amplie o texto, usando outras verdades relacionadas ao assunto, e tanto quanto possível,
adapte-o a uma conversa pessoal com o Pai. Tomando o mesmo texto podemos dizer: “Senhor,
Tu és o meu DEUS, Meu Jeová Jiré, o Deus da minha provisão. Por isso, de nada tenho falta.
Tudo Te pertence e eu sou Teu filho. De acordo com Tua riqueza em glória, não de acordo com
minha pobreza, Tu supres cada uma das minhas necessidades. Tu me deste Jesus. Pela fé Nele
tornei-me Teu filho, e tudo o que é Teu, é meu. Porque estou em Cristo, tenho direito à Tua
provisão. Graças te dou, óh Pai, por Tua suficiente provisão em Cristo, meu Senhor!”

6. Repita os versículos em forma de oração, até que se tornem a mais profunda convicção do
seu ser, sejam vivificados e carregados de fé em seu espírito e se tornem sua experiencia.
Repita-os até memorizá-los, usando-os sempre que se fizerem necessários. Trazer a Palavra no
coração e na boca, é vier em comunhão com Deus mesmo, de quem ela brota.

7. Proclame esses textos em voz alta, com ousadia e fé, crendo que a Palavra de Deus é digna de
confiança e produzirá seus frutos no tempo devido, mudando as circunstâncias e ajustando-a à
realidade da promessa de Deus.

8. Deixe o coração encher-se de ações de graça e louvor, enquanto faz essas confissões ou
proclamações, sabendo que a Palavra orada, confessada, decretada é de Deus mesmo, e por isso
é martelo, fogo, pão, água, poder, espada, ... Ela á viva e eficaz, e tão certo como vive o Senhor,
que vela pela Sua Palavra para a cumprir, ela produzirá em sua vida aquilo para o que foi
enviada.

Releia toda essa apostila bem como os estudos anteriores e comece a praticar tudo o que o
Espírito Santo de Deus tem te ensinado.

7.4) A Submissão à Vontade de Deus


Jesus nos ensinou a orar: "Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mt 6.10). A
oração não é uma tentativa de mudar a vontade de Deus, mas sim a manifestação sincera do nosso

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desejo de submeter-Lhe os nossos projetos, aspirações, sonhos e necessidades. A oração sincera se
caracterizará pelo intenso desejo de submeter nossos desejos à vontade de Deus. Esta submissão
não é algo simplesmente aprendido pela razão, embora mesmo racionalmente temos argumentos
para assim proceder, pelo fato de sabermos que Deus é sábio, bondoso e onisciente. "Somente o
Espírito pode capacitar-nos a subordinar todos os nossos desejos à glória divina".[1] A submissão a
Deus é um aprendizado da fé, através de nossa comunhão com Ele.
Quando pedimos que Deus faça a Sua vontade, o fazemos não resignadamente, como se não
tivesse jeito mesmo, ou como se Deus fosse o nosso inimigo que nos venceu e que agora só resta
nos submeter humilhantemente? Não! A nossa oração é feita com amor e confiança, certos de que a
vontade de Deus é sempre a melhor, de que ela sempre é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2); por
isso, temos prazer em cumpri-la, conforme bem expressaram Davi e Paulo, respectivamente:
"Agrada-me fazer a tua vontade, óh Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei" (Sl 40.8).
"Não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração
a vontade de Deus" (Ef 6.6). Somente um coração que tem dentro de si a Palavra, pode sentir prazer
na vontade de Deus e se alegrar na manifestação do Seu poder.
Ao orarmos sinceramente, conforme nos ensinam as Escrituras, estamos submetendo a nossa
vontade a Deus; isto significa que não pretendemos ensinar a Deus, nem mudar a Sua vontade;
antes, nos colocamos diante Dele dizendo: Eu creio que a Tua vontade é a melhor para a minha
vida, cumpre em mim todo o Teu propósito. Orar é entregar confiantemente o nosso futuro a Deus a
fim de que Ele concretize Sua eterna e santa vontade em nós. A oração revela o nosso desejo de que
a vontade de Deus se realize.[2]

João Calvino (1509-1564), comentando esta petição, diz:

"Com esta prece somos induzidos à negação de nós mesmos, para que Deus nos reja
conforme o Seu arbítrio. Nem somente isto, mas também que, a nada reduzidos a mente e o
coração nossos, crie Deus em nós mente nova e novo coração, para que em nós não sintamos
qualquer frêmito de desejo que a pura anuência para com a Sua vontade. Em suma, que não
queiramos nós próprios algo de nós mesmos; pelo contrário, que Seu Espírito nos governe o
coração, para que, ensinando-nos Ele interiormente, aprendamos a amar as coisas que lhe
aprazem, porém, odiar as que Lhe desagradam.

A Oração do Senhor nos ensina a pedir a Deus que realize a Sua vontade aqui na terra como
é feita no céu. Oramos para que a vida na terra se aproxime o máximo possível a do céu, onde os
anjos cumprem perfeitamente a vontade de Deus (Sl 103.21).[4]
A vinda do reino (Mt 6.10) é o resultado lógico do cumprimento da vontade de Deus.
Quando assim oramos, estamos seguros de que Deus age sempre em: a) Sabedoria; por isso
confiamos nos Seus propósitos; b) Poder; sabemos que Ele é poderoso para cumprir de forma
perfeita e totalmente os Seus propósitos; c) Fidelidade; Deus é fiel a Si mesmo e por isso, Se revela
fiel a nós através de Suas promessas; d) Amor; a Sua vontade é sempre amorosa; o amor de Deus é
aquele que se sacrifica pelo Seu povo.
Finalizando a análise deste princípio, devemos mencionar um outro: A submissão. A
submissão deve reger as nossas orações. Esta atitude vemos plenamente exemplificada em Cristo,
em Sua oração proferida próxima ao Seu martírio: "Meu Pai: se possível, passa de mim este cálice!
Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres" (Mt 26.39). O ministério terreno de Cristo
foi uma manifestação constante da Sua obediência desde a Sua encarnação, passando por todos os
desafios inerentes à Sua missão, até a Sua auto-entrega na cruz em favor do Seu povo ( Fp 2.5-8;
Hb 5.8).
A oração está relacionada com a Providência de Deus. Se por um lado, nós não podemos
delimitar a ação de Deus às nossas orações, por outro, devemos estar atentos ao fato de que Deus
nos abriu a porta da oração a fim de exercitarmos a nossa fé em paciente submissão. Entendemos
que as nossas orações quando feitas por um motivo justo, através de Cristo e, partindo de um
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coração sincero, fazem parte da execução do plano de Deus. "Quando Deus nos dá aquilo que
pedimos, é como se essas coisas tivessem nelas a estampa de nossas orações!"
Portanto, não devemos nem podemos pedir qualquer coisa a Deus contrária à vontade de
Jesus Cristo, visto que as nossas orações são feitas em Seu nome. "Solicitar algo a Deus, em nome
de Cristo, quer dizer solicitar-lhe algo em harmonia com a natureza de Cristo! Pedir algo em nome
de Cristo, a Deus Pai, é como se o próprio Cristo estivesse formulando a petição. Só podemos pedir
a Deus aquilo que Cristo pediria. Pedir em nome de Cristo, pois, significa deixar de lado nossa
vontade própria, aceitando a vontade do Senhor!"
Quando oramos, estamos exercitando o privilégio que Deus nos concedeu, amparados na
Sua Palavra que nos mostra as Suas promessas. A nossa oração é dirigida ao Pai, sabendo que Ele é
um Pai onisciente e providente: por isso, não pretendemos e, de fato não podemos mudar a vontade
de Deus. E, francamente, ainda que pudéssemos, ousaríamos fazê-lo? Será que faríamos algo
melhor? Se você por um instante sequer titubear diante desta, permita-me, ridícula questão, é
porque você ainda não conhece o Deus da Palavra!

Nesta mesma linha de raciocínio, escreveu Packer:

"O reconhecimento do fato da soberania de Deus é a base de nossas orações. Na oração, o


cristão solicita coisas e agradece por elas. Por quê? Porque reconhece que Deus é a origem
de todo bem que já possui e de todo bem que espera no futuro. Essa é a filosofia
fundamental da oração cristã. A oração não é uma tentativa para forçar a mão de Deus, mas
um humilde reconhecimento de incapacidade e dependência. Quando nos pomos de joelhos,
sabemos que não somos nós que controlamos o mundo; não estando em nosso poder,
portanto, atender nossas necessidades pelos nossos próprios esforços independentes; todas as
coisas boas que desejamos para nós mesmos e para os outros devem ser procuradas em
Deus; e se elas vierem, virão como dádivas de Suas mãos. Consequentemente, o que na
realidade fazemos, cada vez que oramos, é confessar nossa própria impotência e a soberania
de Deus. Dessa maneira, o próprio fato de um crente orar é uma prova positiva de que crê na
soberania do seu Deus."

Curiosamente, Platão (427-347 a.C.), um filósofo pagão, com discernimento correto,


entendia que um dos males de sua época era a corrosão da religião praticada por supostos sacerdotes
e profetas (que ele chama de mendigos e adivinhos), os quais exploravam a credulidade das
pessoas, especialmente das ricas. Dentro do quadro descrito, uma das fórmulas usadas por esses
líderes religiosos, era fazer as pessoas crerem que poderiam mudar a vontade dos deuses mediante a
oferta de sacrifícios ou, através de determinados encantamentos; os deuses seriam portanto,
limitados e aéticos, sem padrão de moral, sendo guiados pelas seduções humanas:

"Mendigos e adivinhos vão às portas dos ricos tentar persuadi-los de que têm o poder,
outorgado pelos deuses devido a sacrifícios e encantamentos, de curar por meio de prazeres e festas,
com sacrifícios, qualquer crime cometido pelo próprio ou pelos seus antepassados, e por outro lado,
se quiser fazer mal a um inimigo, mediante pequena despesa, prejudicarão com igual facilidade
justo e injusto, persuadindo os deuses a serem seus servidores - dizem eles - graças a tais ou quais
inovações e feitiçarias. Para todas estas pretensões, invocam os deuses como testemunhas, uns
sobre o vício, garantindo facilidades. Outros, para mostrar como os deuses são influenciados pelos
homens, invocam o testemunho de Homero, pois também ele disse: "Flexíveis até os deuses o são.
Com as suas preces, por meio de sacrifícios, votos aprazíveis, libações, gordura de vítimas, os
homens tornam-nos propícios, quando algum saiu do seu caminho e errou" (Ilíada IX.497-501)."

Meus irmãos, este quadro pode parecer estranho, mas na realidade, muitas pessoas ainda
crêem assim ou, pelo menos se comportam como se Deus fosse movido de um lado para o outro
conforme as nossas "seduções espirituais": longas orações, peregrinações, sacrifícios, abstinências,
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louvores exaltados, entre outros recursos. Este não é o Deus das Escrituras. O nosso Deus dirige
todas as coisas com sabedoria, justiça e amor; é a Ele a Quem oramos: "seja feita a Tua Vontade!"
A oração é um testemunho solene de nossa confiança no cuidado paternal de Deus. A Palavra
nos estimula a lançar sobre Deus e a Sua promessa toda a nossa confiança. Jesus Cristo nos instrui:
"Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus
cuidados; basta ao dia o seu próprio mal" (Mt 6.33-34). "Não se vendem dois pardais por um asse?
E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E quanto a vós outros, até os
cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais pois! Bem mais valeis vós do que muitos
pardais" (Mt 10.29-31).
O nosso Pai conhece os nossos corações; Ele sabe as nossas motivações e intenções. As
pessoas podem nos julgar mal como também nós cometemos este mesmo equívoco; isto ocorre
amiúde ou porque não fomos claros como gostaríamos, ou porque de fato houve má vontade; ou
seja, houve algum ruído na comunicação. No entanto, o nosso Pai, nos conhece perfeitamente; Ele
vê em secreto os segredos dos nossos corações (Mt 6.6). João testifica a respeito de Jesus Cristo: "E
não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o
que era a natureza humana" (Jo 2.25).
Quando oramos, nós buscamos o Pai, não o homem (Mt 6.5,6). Este é o sentido genuíno da
oração. Não estamos, através da oração, em busca de recompensa humanas, tais como: o aplauso,
um alto conceito a respeito de nossa devoção e piedade; não. Apesar desta "recompensa" ser
geralmente mais imediata, nós não a buscamos? Pelo contrário, oramos ao Pai para de fato, falar
com Ele, colocando diante de Seu trono de graça as nossas necessidades? E neste procedimento,
jamais devemos nos esquecer de que Ele sabe todas as coisas.
Mesmo sem conseguir entender perfeitamente a extensão deste maravilhoso mistério, não
podemos deixar de utilizar a oração, um privilégio que Deus graciosamente nos concedeu, de
podermos falar com Ele e, de exercitar a nossa fé na Sua soberana providência. (1Sm 1.9-20; Sl
6.9; Pv 15.29; Mt 26.41; Lc 1.13; 1Ts 5.17; Tg 4.2,3; 1Jo 5.13-15). "É pela fé que tomamos posse
de Sua providência invisível", conclui Calvino.[10]
Deus sabe das nossas necessidades. O saber de Deus não é apenas intelectual: Deus sabe e por
isso cuida (Mt 6.8). Ele não dorme, antes, sabe do que necessitamos antes mesmo que tenhamos
consciência da nossas necessidades. A Bíblia também nos ensina que Deus nem sempre nos dá
aquilo que pedimos; entretanto, sempre nos dá aquilo de que necessitamos de fato e de verdade,
mesmo que nem ainda tenha penetrado em nosso coração a realidade da carência. A nossa demorada
consciência de nossas próprias carências não escapa à Providência de Deus, nem à Sua graciosa
provisão.
A Palavra de Deus declara isto. Os salmistas, inspirados por Deus, testificam: "Os olhos do
Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor" (Sl 34.15). "Ele
não permitirá que os teus pés vacilem: não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita
nem dorme o guarda de Israel" (Sl 121.3-4). "Aí habitou a tua grei: em tua bondade, fizeste
provisão para os necessitados" (Sl 68.10). E Deus mesmo promete: "E será que antes que clamem,
eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei" (Is 65.24).
A ação de Deus na História não é de forma imediatista ou apenas para resolver problemas
isolados. Deus age de forma sábia, conforme o Seu Santo Conselho, objetivando a Sua Glória na
execução do Seu plano. O Plano de Deus e o Seu governo são eternos e eficazes. Davi e Paulo
declaram esta compreensão, respectivamente: "Os teus olhos me viram a substância ainda informe,
e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem
um deles havia ainda" (Sl 139.16). "Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me
chamou pela sua graça" (Gl 1.15)
O próprio Deus, reivindica o Seu governo quando vocaciona o profeta Jeremias: "Antes que
eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e antes que saísses da madre, te consagrei e te
constituí profeta às nações" (Jr 1.5).
Deus, o nosso Pai, cuida de cada um de nós como se fôssemos o único que Ele teria para
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cuidar; Ele cuida "pessoalmente" de nós.[11] As nossas orações são o testemunho desta certeza. O
Deus que preservou a Elias, enviando os corvos para lhe levarem alimento
(1Rs 17.1-6), é o mesmo que é o nosso Pai onisciente e providente. Portanto, podemos fazer eco ao
testemunho de fé e vida de Davi e de Paulo: "O Senhor, tenho-o sempre à minha presença; estando
Ele à minha direita não serei abalado" (Sl 16.8). "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo,
porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações
de graça" (Fp 4.6).
O melhor antídoto contra a ansiedade é a oração sincera e confiante, através da qual
expomos a Deus as nossas dúvidas, temores e inseguranças. Portanto, orar é exercitar a nossa
confiança no Deus da Providência, sabendo que nada nos faltará, porque Ele é o nosso Pai.

Calvino, relacionando as nossas orações ao cuidado providente de Deus, escreve:

"Para incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, Ele promete
que, o que propusera fazer movido por Seu próprio beneplácito, Ele concederia em resposta
a seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência entre essas duas verdades, a saber
que: Deus preserva a Igreja no exercício de sua soberana mercê, e que Ele a preserva em
resposta às orações de Seu povo. Pois, visto que suas orações se acham conectadas às
promessas graciosas, o efeito daquelas depende inteiramente destas."

7.5) Orando Segundo a Sua Vontade


E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua
vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos
de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. 1 João 5:14-15.
Ao criar o homem, Deus deu-lhes livre-arbítrio, mas devido à queda o homem se tornou
escravo do pecado. Portanto, no universo existem três vontades diferentes, a saber: a vontade de
Deus, a vontade de satanás, o inimigo, e a vontade do homem. As pessoas podem indagar por que o
Senhor não destrói satanás em um instante. O Senhor podia, mas não o fez. E por quê? Porque
deseja que o homem coopere com Ele ao lidar com satanás. Ora, Deus tem Sua vontade, satanás a
dele e o homem a sua.
Deus procura que a vontade do homem se una à Sua. Deus não destruirá a satanás sozinho.
Não sabemos por que Deus escolheu proceder desta maneira, mas sabemos que Ele se deleita em
atuar assim, ou seja, a saber, que não agirá independentemente; procura a cooperação do homem.
Essa é a responsabilidade da igreja sobre a terra. Há muitas coisas que o Senhor deseja fazer, mas
não as faz porque seu povo não ora. Ele espera até que os homens concordem com Ele, e então
opera. Este é um grande princípio da obra de Deus, um dos princípios mais importantes encontrados
na Bíblia. Será que todos nós sabemos qual é a vontade de Deus para a nossa comunidade? Mas,
será que sabemos qual é Sua vontade para nossa igreja? Assim diz o SENHOR Deus: Ainda nisto
permitirei que seja eu solicitado pela casa de Israel: que lhe multiplique eu os homens como um
rebanho. Ezequiel 36:37.
Deus já decidiu multiplicar a casa de Israel, mas deve esperar até que seus filhos perquiram-
no sobre o assunto. Vejamos que ainda que Ele tenha resolvido realizar certas coisas, Ele não o fará
imediatamente. Espera até que os homens mostrem acordo antes de prosseguir. Vamos ler em
Mateus 18:19. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a
respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos
céus.
Toda vez que Deus opera, Ele nunca o faz imediatamente; não, Ele espera, se necessário,
que seu povo expresse o acordo em oração antes de agir. Realmente é um fenômeno muito
espantoso. Tenhamos sempre esta verdade em nossa mente: todas as obras espirituais são decididas
por Deus e desejadas por seus filhos - todas iniciam-se em Deus e são aprovadas por seus filhos.
Este é o grande princípio da obra espiritual que a obra de Deus espera a petição dos seus filhos.
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Quando nós, seus filhos, que passamos pela cruz e morremos com Cristo, tivermos a ousadia
de orar, Ele vai atender aos nossos pedidos. Lucas 11:9. Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Desde a fundação da igreja, não há nada que Deus faça sobre a terra sem oração de seus
filhos. Desde o instante que tem seus filhos, faz tudo segundo a oração deles. Não sabemos por que
Ele age assim; mas sabemos que isto é um fato. Deus está disposto a chegar à posição de se deleitar
em cumprir sua vontade por meio de seus filhos. Agora quando sabemos da Sua vontade sobre
qualquer pedido que venhamos a fazer, devemos clamar insistentemente sem dar-lhe descanso. Pois
quando Cristo morreu na cruz o véu foi rasgado com a finalidade de nos dar acesso à presença de
Deus. Então devemos clamar a Ele sempre: Que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os
que fareis lembrado o SENHOR, não descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça
Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra. (Isaías 62:6b e 7).
Orar é um dos exercícios mais significativos da vida cristã. A oração não é um peso, contudo
exige que tenhamos disciplina. A oração é um privilégio que todo filho de Deus goza, pois através
dela temos comunhão com o Pai celeste. Podemos esperar com segurança porque o Senhor sempre
está pronto para nos ouvir e realizar a sua vontade em nós. Ele tem prazer em atender as orações de
seus filhos. Porém, ao mesmo tempo que estamos diante de algo bastante simples, que é o falar com
Deus, nos deparamos com uma situação deveras complexa, pois não sabemos orar como convém.
Na maioria das vezes, somos bastante gerais em nossos pedidos, e, assim sendo, não cremos
que o Senhor nos ouve. Muitos duvidam em seus corações de que Deus atenderá as suas súplicas.
Para estes, o orar torna-se um fardo terrível, um ritual vazio e sem sentido. E, se a vida de oração do
filho de Deus é capenga, o que será do restante de seu viver cristão, do testemunho, da vida no lar,
da meditação na palavra de Deus? Se a prática de oração do regenerado é pobre, o que se pode
esperar de seu andar com Deus? O apóstolo Paulo nos exorta: Orai sem cessar (1 Tessalonicenses
5:17). Alguém já disse que "a oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual". É pesquisa
original em território inexplorado. Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e
firmes, que não sabes (Jeremias 33:3).
A oração é a avenida central que Deus usa para transformar-nos. Se não estivermos
dispostos a mudar, abandonaremos a oração como característica perceptível de nossas vidas. Quanto
mais nos aproximamos do pulsar do coração de Deus, tanto mais vemos nossa necessidade e tanto
mais desejamos assemelhar-nos a Cristo. Com muita freqüência criamos mantos de evasão, abrigos
à prova de raios a fim de evitarmos o Amante Eterno. Mas quando oramos, lenta e graciosamente
Deus revela nossos esconderijos, e nos livra deles. Tiago 4:3. Pedis e não recebeis, porque pedis
mal, para esbanjardes em vossos prazeres. Pedir "corretamente" envolve paixões transformadas,
renovação total. Na verdadeira oração, começamos a pensar os pensamentos de Deus à sua maneira:
desejamos as coisas que Ele ama. Progressivamente, aprendemos a ver as coisas da perspectiva
divina. Todos quantos têm andado com Deus consideram a oração como o principal negócio de suas
vidas. O salmista Davi deseja que Deus quebre as cadeias de auto-indulgencia do sono no Salmos
63:1. Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha
carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água.
Podemos ter a segurança de que nossas orações estão sendo respondidas com a mesma
certeza que temos de que o aparelho de televisão está funcionando. Um dos mais decisivos aspectos
do aprendizado da oração pelos outros é entrar em contato com Deus de sorte que sua vida e seu
poder sejam canalizados para outros por nosso intermédio. Muitas vezes supomos que estamos em
contato quando não estamos. Por exemplo, dezenas de programas de rádio e televisão passaram pela
rede neste momento que estamos estudando a Palavra de Deus, mas nós deixamos de captá-los
porque não estávamos sintonizados com o canal. É muito freqüente que as pessoas orem e orem
com toda a fé que há no mundo, e nada acontece, e isso porque muitas vezes não estamos
sintonizados com o canal. Começamos a orar pelos outros primeiramente concentrando-nos e
ouvindo o trovão calmo do Senhor dos exércitos. Afinar-nos com os sopros divinos é obra
espiritual; sem isto, porém, nossa oração é vã repetição. E, orando, não useis de vãs repetições,
como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos (Mateus 6:7).
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Estamos vivendo em um contexto de muitos afazeres e isso muitas vezes causa sérias
aflições na alma, onde estaremos impedindo nossa comunhão com o Senhor. Muitas famílias cristãs
já perderam de vista o maravilhoso hábito de orar pelos filhos e com os filhos. Nossos próprios
filhos podem e devem ser transformados mediante nossas orações. Ore por eles durante o dia com a
participação deles, ore por eles à noite enquanto dormem. Um bom método é entrar no quarto e
colocar levemente as mãos sobre a criança adormecida. Imagine a luz de Cristo fluindo através de
suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa que seu filho sofreu nesse dia. Encha-o
da paz e da alegria do Senhor. No sono a criança é muito receptiva à oração, visto que a mente
consciente, que tende a levantar barreiras à suave influência de Deus, está descontraída. Nós fomos
feitos por Deus sacerdotes, e como sacerdote de Cristo, devemos executar um serviço maravilhoso
pegando os filhos nos braços e abençoando-os. Na Bíblia, os pais traziam os filhos a Jesus não para
que Ele brincasse com eles ou mesmo lhes ensinassem, mas para que Jesus pudesse colocar as mãos
sobre eles e abençoá-los. Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os
discípulos os repreendiam. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava (
Marcos 10:13 e 16).
O maior privilégio que Deus dá a você é a liberdade para aproximar-se dele a qualquer
tempo. Você não só está autorizado a falar com Ele, como também convidado. Deus espera que se
comunique com Ele. Você e eu temos acesso instantâneo e direto a Deus. Ele nos ama tanto e num
sentido muito especial, que se tornou acessível a nós em qualquer tempo. Como filho de Deus, você
tem plena liberdade de entrar em contato com Ele, o Soberano do universo, sempre que desejar. Ele
está sempre ocupando o trono nos céus; todavia, através da oração, você tem tanto acesso à Sua
presença quanto qualquer anjo ou arcanjo. Você não precisa esperar um convite; Ele já é seu. Não é
necessário marcar entrevista antecipadamente, você já tem autorização para aproximar-se
instantaneamente de Deus. Ele jamais está ocupado para ouvi-lo. Jamais está demasiado envolvido
para responder-lhe, e nos pede que sejamos ousados na oração. Hebreus 10:19. Tendo, pois, irmãos,
intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus.
Lembre-se que é o sangue de Cristo que nos aproxima de Deus. Devemos crer em nosso
espírito que não existe nenhuma barreira que se interponha entre nós e Deus, uma vez que foi o
Senhor Jesus quem abriu este caminho até o Pai. De fato, não somos nós que saímos para encontrar
a Deus; é Deus que espera por nós. E na presença Dele percebemos alguma coisa e tocamos a sua
vontade. A maior sabedoria vem, de fato, desta fonte. Assim, nossa vontade entra em seu coração. E
então nossa oração subirá a Ele. Ao trazermos a Deus nossa vontade e pensamento, sua própria
vontade e pensamento começam a ser reproduzidos em nós, e então isto, se torna nossa vontade e
pensamento. Quando trazemos qualquer assunto perante Deus e deixarmos que seu Espírito una
nossa vontade com a vontade de Deus e nosso pensamento com o pensamento de Deus,
descobriremos dentro de nós um anseio profundo da vontade e do pensamento Dele. Suponhamos
que o Senhor está sentido e pesaroso com a morte dos homens. Também nós sentiremos o urgente
desejo de que alma alguma se perca. É a vontade de Deus fazendo com que nossa vontade se
conforme a Sua vontade soberana. É por isso que em todas as orações que fizermos devemos
submetê-la a vontade de Deus, tanto no céu como na terra. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso,
que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na
terra como no céu (Mateus 6:9-10).

7.6) Fechando as Portas da Mente

Falar a Palavra ainda é importante porque você " fecha as portas da mente". Vamos ver o que
é isto: em Mateus16:21 a 23, Jesus começou a falar com os discípulos: "importa que o Filho do
Homem vá para Jerusalém, seja humilhado"... e Pedro levantou e disse, usado pelo diabo: "que é
isso Jesus, longe do Senhor tal coisa, isto não vai acontecer com você"... Jesus respondeu a Pedro:
Arreda-te satanás!
Há horas na sua vida em que você tem usar a autoridade que Deus te deu e fechar a porta.
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Qual era a porta pela qual o diabo estava querendo entrar na vida de Jesus? A mente! Por meio das
palavras do próprio discípulo satanás tentou entrar na mente do Senhor para contaminar os
propósitos estabelecidos por Deus. Jesus, todavia, não foi passivo àquela interferência, Ele fechou a
porta.
Qual é a chave que fecha a porta da mente? As palavras! As suas palavras. Você tem que
aprender a falar. Não é pensar, não é sentir. É falar: eu repreendo, eu rejeito, eu não aceito, isto
acabou, ou arreda-te satanás. É declarar o que a palavra de Deus diz, é confessar as promessas de
Deus para a sua vida.
É uma chave. Você precisa aprender a ter posicionamento em face à luta espiritual. Você não
pode achar que tudo o que passa pela sua mente é seu, vem de você mesmo. Há certas ocasiões em
que é maligno e você precisa aprender a usar a chave: as suas palavras. Há alguém exterior a você
que, em certas situações, tira proveito de suas dificuldades, de suas brechas e cochicha no seu
ouvido, lança na sua mente mentiras e você pensa que vem de você mesmo.
Tudo aquilo que afasta você do propósito de Deus para a sua vida é mentira maligna. E a
maneira que você tem para combater é falar. Você tem que abrir a boca e falar.
Ah! Mas e se eu não falar? A porta não vai se fechar. O diabo vai continuar falando porque a
porta vai continuar aberta. Eu tenho que falar? Tem. Tem que ser audível. Por quê? Porque Deus fez
assim! Não procure entender Deus a partir de você, mas faça o contrário: aprenda a conhecer o seu
interior a partir de Deus.
A Palavra de Deus tem poder, tanto poder que os mundos foram criados pela Palavra de
Deus. A Palavra de Deus na sua boca tem poder para gerar vida. Não importa se você é inibido ou
não, mas tem que falar; tem gente que é tão inibida que até sozinho não consegue falar.
Pode parecer muito simples para funcionar. Mas a chave é muito simples. Não adianta falar
que é complicadíssimo, se não é. É uma chave. Você precisa aprender a fazer o diabo calar-se na sua
vida. Declarar a Palavra de Deus e as verdades de Deus para a sua vida é a chave para a porta da
mente.

"Pois o que duvida é semelhante a onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha
esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos
os seus caminhos"( Tiago 1:6-8).

"Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da
nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas,
e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à
obediência de Cristo"(II Coríntios 10:3-5).

"E não vos conformeis com este século, mas transformais-vos pela renovação da vossa
mente" (Romanos 12:2).

A mente é um grande campo de batalha. Satanás ataca cada um em sua mente mais do que
de qualquer forma. Esta batalha é incessante, interminável, e vai continuar enquanto vivermos aqui
na Terra. Somos responsáveis diante de Deus por parar e avaliar cada pensamento que passa por
nossa mente para decidir se é obediente a Cristo, ou não.
Cada um de nós tem uma "vida de pensamentos" permanentemente em atividade em nossa
mente. É assim que fomos criados. Somos responsáveis por trazer cada um desses pensamentos
cativos a Jesus Cristo. Por quê? Porque Satanás pode injetar pensamentos em sua mente da mesma
forma que um médico pode injetar um remédio em seu corpo. Satanás e seus demônios podem fazer
isso de fora do seu corpo. Eles não precisam estar dentro de você para fazerem isso. Eles podem
fazer o mesmo com as emoções.

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7.7) Como Fechar a Porta da Mente
1.Avaliar a fonte de cada pensamento. Analise se ele está em linha com a Palavra de Deus.

2.Reconheça a sua fonte: é proveniente da Palavra de Deus, é um pensamento de Deus para


a minha vida?

3.Repreenda satanás. Expulse aquele pensamento falando em voz alta, o nome de Jesus.

4.Declare a Palavra de Deus. Fale versículos da Bíblia contrários àquele ataque.

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8. A Intercessão em Missões
Uma falsa idéia sobre intercessão é qualificá-la como alguma tarefa para aqueles que não
podem fazer outra coisa. Aquele que não pode ir ao campo ou não pode contribuir, vai orar. A tarefa
fica relegada como uma opção ou desvalorizada em sua função. Intercessão não é tarefa de alguns,
ou apenas um cumprimento de um dever cristão, mas fruto de um coração que se identifica com o
coração de Deus, sensibilizando-se com a sua compaixão pelos que sofrem e principalmente pelos
que ignoram a graça divina.
Um coração que se afina com os propósitos de redenção para o mundo perdido. Refletiremos
sobre a intercessão no episódio narrado em Números. ''Quando a congregação de Israel murmurou
contra Moisés e Arão, a ira do Senhor se acendeu e este falou a Moisés dizendo: Levantai-vos do
meio da congregação e a consumirei num momento; então se prostraram sobre seus rostos. E disse
Moisés a Arão: Toma o teu incensário, põe nele fogo do altar, deita incenso sobre ele, porque grande
indignação saiu da parte do Senhor e já começou a praga. Tomou Arão o incensário, correu ao meio
da congregação fez expiação pelo povo, pôs-se em pé entre os mortos e os vivos e cessou a praga''.
(Nm 16:41-48).

8.1) A Posição de Intercessor:

Moisés e Arão prostraram-se sobre seus rostos. Deus disse: Levantai, mas eles se prostraram
sobre seus rostos. É a posição de Ana no templo: ''Venho derramando minha alma perante o Senhor''
(I Sm 1:15). Jesus no Getsêmani prostrou-se sobre Seu rosto em submissão e reconhecimento da
soberania divina.

8.2) A Urgência da Intercessão:


''Vai depressa'', ''corre''. Cada momento de demora custaria mais vidas. Quão atrasados
estamos na obra de Evangelização Mundial! Ainda temos 8.000 povos não alcançados,
aproximadamente 1 bilhão de pessoas que ainda não ouviram as boas novas. Metade da população
do mundo sem a graça salvadora. Isto não significa que muitos ''Arões'' têm demorado a tomar o
incensário com o fogo do altar e colocar-se diante de Deus a favor dos povos? Na verdade muitos
povos estão sem intercessores. - ''Busquei dentre eles um homem que se colocasse na brecha
perante mim, a favor desta terra, para que não a destruísse, mas a ninguém achei'' (Ez 22:30).

8.3) O Preço da Intercessão:


Em Êxodo 32:11-14, Moisés lembra a Deus que Israel é o Seu povo, segundo juramento que
fez aos patriarcas e promessa feita à descendência: ''…então se arrependeu o Senhor do mal que
dissera fazer ao povo''. O intercessor é aquele que traz a memória de Deus Seu juízo, Sua retidão,
Suas promessas. Creio que, diante do pecado, da rebeldia e inconstância dos homens, os atributos
divinos precisam ser lembrados para que Ele não faça juízo sem misericórdia. Prezado irmão,
sejamos conscientes de que o incensário está em nossas mãos. Separemos um tempo diário para
estar perante Deus a favor das nações e dos reinos com clamor vigilante.

"Vós que fazeis lembrado o Senhor, não descanseis nem deis a Ele descanso até que restaure
Jerusalém, o Brasil, e todos os povos da terra" (Is 62:6-7).

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8.4) A intercessão é um dos pilares que sustenta a Obra Missionária:
O apóstolo Paulo revela a necessidade de haver uma retaguarda para o combate missionário.
Em vários textos podemos encontrá-los pedindo intercessão, como aos romanos: “Rogo-vos, pois,
irmãos por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente
comigo nas orações a Deus a meu favor” (Rm.15:30).
Os intercessores formam o batalhão que dá o suporte espiritual para os guerreiros irem à
linha de frente. Eles compartilham da luta e se tornam participantes ativos ao assumir a posição
militante. Eles colocam diante de Deus em favor do missionário, para causar efeito no seu trabalho.
Assim, o trabalho do missionário e do intercessor são um só combate, e o valor do serviço é o
mesmo. Por isso, a justa recompensa é atribuída igualmente a ambas as partes (I Sm.30:24).

Por que é necessária a retaguarda?

Como somos uma “corporação", um exército em combate pelo reino eterno, precisamos
entender a necessidade de estarmos na retaguarda. O missionário precisa de cobertura espiritual.
Durante o ministério de Charles Finney, vários intercessores levantados por Deus acompanhavam
suas viagens e pregações. Milhares de almas se convertiam com a pregação de Finney, porque antes
os corações foram trabalhados pelo poder da oração.
O intercessor abre portas para o missionário. Paulo sabia que a sua missão era pregar,
portanto ele precisava que as portas fossem abertas à pregação (Cl.4:3). Ele demorou-se em Éfeso e
depois afirmou:“Uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu" (ICo.16:9).
O intercessor encoraja o missionário a ser intrépido (Ef.6:19). Paulo era consciente de que
só pela ação do Espírito Santo poderia usar a palavra certa para a pessoa certa. No texto de
Colossenses 4:4, ele busca lugar nas orações dos irmãos para saber como manifestar o mistério de
Deus. O “como fazer” só pode ser efetivo pela oração.
O intercessor ergue as mãos para a obtenção da vitória. Em Êx 17:8-16 está registrado o
episódio que confirma a necessidade da oração para conquistar a vitória. O que Deus queria ensinar
a Israel era que todas as conquistas deviam depender Dele! A retaguarda é formada por aqueles que
sobem ao monte e ficam de mãos erguidas enquanto a batalha é travada no vale.
Quando Pedro e João foram presos e ameaçados pelas autoridades, “uma vez solto,
procuravam os irmãos (...) e unânimes levantaram a voz em oração” (At.4:23-24)
Eles sabiam aonde ir, porque estavam certos da existência de intercessores agindo em oração para a
garantia da vitória (At.12:5).
Wesley Duewel, missionário na OMS Internacional, conta que nos primeiros 25 anos na
Índia, abria uma ou duas novas igrejas por ano. Então indo de férias para os Estados Unidos, em
1964, Deus o levou a pedir 1.000 intercessores que orassem 15 minutos por dia pelo seu ministério
na Índia. O resultado foi a abertura de 25 novas igrejas a cada ano, com um total de 25.000 crentes.
O produto do serviço será na proporção das respostas das orações. Quanto mais oração, mais
resultados! A intercessão tem um poder mais extraordinário que a força de mísseis. Não é sem razão
que a rainha da Inglaterra dizia que tinha mais medo da oração de John Huss que todo o exército
inimigo.

8.5) Como Interceder por um Povo Não Alcançado


Os povos não-alcançados precisam ser alcançados o mais breve possível, e isto representa
para nós, os que já fomos alcançados, um grande desafio.
Cremos que o ponto de partida para a evangelização destes povos é a oração de intercessão.
Pelo fato de viverem, geralmente, em lugares distantes, sabemos pouquíssimo acerca deles. E a falta
de informações atualizadas impede que intercedamos de maneira objetiva, o que torna nossas

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petições vagas e repetitivas. Se nossas orações não forem bem definidas, facilmente esqueceremos
de orar. Como vamos avaliar se nossas orações foram atendidas ou não?
Se vamos interceder, seriamente, por um determinado povo que pouco conhecemos, a única
forma de fazê-lo é interceder diariamente, ou várias vezes ao dia, até que isto faça parte de nossa
consciência.
Por quais motivos devemos orar?
O melhor seria que você pudesse encontrar muita informação acerca das necessidades
básicas de um determinado povo, como a língua, cultura, o local onde vive, a forma de vida,
necessidades materiais e físicas. Mas se isto não for possível, você pode encontrar tudo isso em sua
própria Bíblia. As necessidades essenciais e básicas para a oração de intercessão estão claramente
enumeradas nas Escrituras: tudo o que o Senhor falou acerca das etnias – das nações, dos povos, das
gentes – revela sua vontade para com eles. “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos
alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que
pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos”, 1 Jo 5.14,15.
Quando estiver intercedendo por um povo não-alcançado procure sempre ter sua Bíblia à
mão. Procure, também, relacionar passagens bíblicas com os motivos descritos a seguir, para que a
vontade de Deus seja feita, quando você apresentar sua petições diante do trono do Todo-Poderoso.

1. Ore para que Deus envie obreiros.


Geralmente há crentes que vivem próximos a algum povo não-alcançado, ou que vivem no
mesmo país. Ore para que Deus envie missionários de outros países para estes povos, e que a igreja
brasileira participe mais acentuadamente, enviando missionários, Mt 9.37,38.

2. Ore pelas igrejas já estabelecidas nos países onde houver algum povo não-alcançado, para
que recebam a visão missionária de alcançar esse povo.

3. Ore para que o Senhor “abra a porta para a palavra”(Cl 4.3,4). Esta é uma porta que tem
dois lados: a porta da pregação e a porta do ouvinte. A mensagem deve ser apresentada de forma
que o ouvinte possa compreender claramente. Deve suprir sua verdadeira necessidade, não o que o
pregador considere que seja a necessidade do ouvinte.

4. Você sabe que os povos sem Cristo caminham segundo o curso deste mundo, e se deixam
influenciar pelo que fazem as pessoas ao seu redor. Ore para que quando os mensageiros de Deus
cheguem nesses lugares haja quem receba, amavelmente, os servos de Deus e sua mensagem.

5. Você sabe que o “deus deste século” (2 Co 4.4) exerce completo domínio sobre esses
povos. Por essa razão interceda pela guerra espiritual que ocorrerá contra os mensageiros de Deus e,
da mesma forma, àqueles que recebem a mensagem do evangelho. Ore para que o “homem
valente”, de que falou Jesus (Mt 12.29), seja manietado e seus bens saqueados. Você sabe que uma
das maneiras de manietá-lo é através da oração. Quando você intercede por um povo não-alcançado,
há uma verdadeira guerra espiritual contra as trevas. Portanto, peça proteção do alto, porque você
também sofrerá ataques do inimigo.

6. Ore para que os novos convertidos rompam completamente os laços e práticas pagãs, para
que sejam completamente libertos dos ataques malignos. Ore para que eles tenham a segurança de
que “maior é o que está conosco, do que o que está no mundo”, 1 Jo 4.4.

7. Ore para que se levante entre esses povos uma igreja evangelística e produtiva, e que os
novos convertidos cresçam na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.

8. Você sabe que Deus tem prometido dar a seu Filho as nações por herança e os confins da
terra como possessão (Sl 2.8). Você pode orar para que Cristo tome posse, imediatamente, da
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herança que lhe pertence, ou seja, todos os povos, inclusive os não-alcançados.

9. Você sabe que o propósito eterno de Deus é trazer todas as pessoas, de todas as etnias, aos
pés de Cristo. Peça em oração para que o povo pelo qual você está orando seja representado,
juntamente com todas as outras nações, dentro do corpo de Cristo (veja Ap 5.9;7.9)

10. Continue orando de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras, ou seja,
pelas nações e pelas pessoas que vivem diariamente possuídas pelo medo, pela dor e insegurança;
por aqueles que estão prestes a enfrentar a eternidade sem Cristo, se não forem alcançados,
imediatamente.

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O QUE DIZEM OS GRANDES HOMENS DE DEUS?

“O diabo não se impressiona com estudos maravilhosos, sermões inflamados. Mas, ele
treme, quando um homem ou uma mulher começam a orar, por que ele sabe que Deus vai
agir....”
Samuel Chaduwick

“Deus nada faz a não ser responder oração.”


John Wesley

“Os céus esperam a ordem da terra. Se a terra não der ordens, os céus não efetuam.”
Watchman Nee

"A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem."


Agostinho de Hipona (354-430 d.C)

"Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua. Não foi em
vão que o Apóstolo disse: Orai sem cessar (I Ts. 5.17). Ainda que faças qualquer coisa, se
desejas aquele repouso do sábado eterno, não cesses de orar. Se não queres cessar de orar,
não cesses de desejar."
Agostinho de Hipona (354-430 d.C)

"Atualmente estou tão ocupado que não posso passar menos de quatro horas por dia na
presença de Deus."
Martinho Lutero (1483-1546)

"A oração é o antídoto para todas as nossas aflições."


João Calvino (1509-1564)

"Que melhor guia poderemos encontrar para oração além do exemplo do próprio Cristo? Ele
se dirigiu diretamente ao Pai. O apóstolo nos mostra o que devemos fazer, quando diz que
Ele endereçou suas orações Àquele que era capaz de livrá-lo da morte. Com isso ele quer
dizer que Cristo orou corretamente, visto que recorreu ao Deus que é o único Libertador."
João Calvino (1509-1564)

"Quando buscamos a Deus em oração, o diabo sabe que estamos querendo mais poder para
lutar contra ele, e por isso procura lançar contra nós toda a oposição que é capaz de
arregimentar."
Richard Sibbes (1577-1635)

"Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que palavras sem um coração."
John Bunyan (1628-1688)

"A oração fará o homem parar de pecar, ou o pecado o seduzirá a parar de orar."
John Bunyan (1628-1688)

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"Sempre que Deus tenciona exercer misericórdia para com seu povo, a primeira coisa que
faz é levá-lo a orar."
Matthew Henry (1662-1714)

"O que o homem é, o é sobre seus joelhos diante de Deus, e nada mais."
Robert Murray McCheyne (1813-1843)

"Que seu molho de lã fique na eira da súplica até que seja molhado com orvalho do céu."
Charles H. Spurgeon (1834-1892)

"Sussurros que não podem ser expressos em palavras são freqüentemente orações que não
podem ser recusadas."
Charles H. Spurgeon (1834-1892)

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BIBLIOGRAFIA:

A.W. Pink, Enriquecendo-se com a Bíblia, São Paulo, Fiel, 1979, p. 46.

Millard J. Erickson, Introdução à Teologia Sistemática, São Paulo, Vida Nova, 1997, p. 179.

João Calvino, As Institutas, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1985-1989, III.20.43.

John Flavel, Se Deus Quiser, São Paulo, PES., 1987, p. 26.

A.W. Pink, Deus é Soberano, São Paulo, Fiel, 1977 p. 134.

Vd. J. Calvino, As Institutas, III.2.2 e 7; João Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo, Edições
Paracletos, 1997, (Hb 11.11), p. 318.

J.I. Packer, Evangelização e Soberania de Deus, 2ª ed. São Paulo, Vida Nova, 1990, p. 11.

Platão, A República, 7ª ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, (1993), 364c-e.

João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo, Edições Paracletos, 1999, Vol. 1, (Sl 13.1), p. 262.

Agostinho (354-430) exulta: "Ó bondosa Onipotência que olhais por cada um de nós como se dum
só cuidásseis, velando por todos como por cada um!". [Agostinho, Confissões, São Paulo, Abril
Cultural, 1973. (Os Pensadores, VI), III.11.19]. (Ver também, J. Calvino, As Institutas, I.17.6).

João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo, Edições Parakletos, 2002, Vol. 3, (Sl 102.17), p. 578.

Apostila CAAM - INTERCESSÃO MISSIONÁRIA escrito por uma missionária em campo onde o
evangelho é restrito. fonte: www.semap.com.br

Estudo Pr. Claudio Morandi, Bacharel em teologia pela faculdade evangélica do Brasil (ISBL)
Pastor da Igreja Batista em São Jose do Rio Preto - SP

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