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3. Se, por um lado, novos atores sociais surgiram na cena política, por
outro é notório que o modelo de conciliação de classe petista fez
retroceder o nível de organização e consciência de muitos outros setores,
além de, mais grave, permitir o crescimento de uma direita cada vez mais
fisiológica, extremamente conservadora e violenta no dia a dia da
sociedade. A bancada BBB (boi, bala e bíblia) cresceu nestes anos de
confusão e retrocessos ideológicos, enraizando-se na sociedade gerando
de forma mais nítida nos dias atuais a consolidação de setores
protofascistas, com base social que dão sustentação a uma forte e
violenta ofensiva conservadora.
4. Como parte das táticas para que as ruas imponham um novo rumo no
pais, defendemos a construção da greve geral de 30 de junho e um
processo de jornada de manifestações em todo os estados como a tática
central para derrotar o governo Temer e suas reformas.
10. Cabe ressaltar aqui uma reflexão de mais fôlego. Desde sua fundação,
o PSOL corretamente apontou os elementos que iriam levar a falência do
projeto petista enquanto perspectiva transformadora da sociedade. Neste
período, nos comportamos como o “guarda chuva” que abrigava os
setores sociais que iam compreendendo esta crítica e se deslocando à
esquerda. Acreditávamos, contudo, que seria possível, ao final deste
processo, proceder uma “saída à esquerda” no Brasil. Infelizmente, o
golpe mostrou que, por diversos fatores muitos dos quais para além da
capacidade de incidência de nosso partido, a direita foi mais forte neste
processo. Assim, a construção de uma nova etapa na sociedade brasileira
exige reflexão de quais são também os novos desafios estratégicos, no
médio e longo prazo, do PSOL em contribuir para a revolução brasileira.
Queremos, neste congresso, discutir e aprofundar também estes temas.
11. Mesmo que a reflexão acima ainda precise ser feita com mais
profundidade, algumas ideias podemos afirmar: o PSOL deve defender a
frente única e social e iniciativas com os ex-governistas e seus
instrumentos como foi o caso evidente da greve geral para derrotar a
ofensiva do capital, mas diante do esgotamento do ciclo politico na
esquerda hegemonizado pelo PT, o PSOL não defende uma frente política
e estratégica com todos os atores desta frente social prática, pois o divisor
de águas para o futuro será o dilema entre repetir o modelo de
conciliação de classes, a estratégia institucional democrático-popular e os
métodos de governabilidade dentro do estado oligárquico brasileiro ou,
partir para uma renovação política, atualização programática no sentido
da busca de um programa para a revolução brasileira, para a ruptura
sistêmica.
Programa e estratégia
4. Afirmar o PSOL como partido das lutas sociais dos trabalhadorxs, dos
sem-terra, dos sem-teto, dos indígenas; como partido porta-voz das
pautas de opressões, sendo profundamente anti-racista, feminista, anti-
homofóbico, anti-transfóbico e capaz de acolher xs ativistas e lideranças
destes movimentos que queiram construir um outro projeto para o país;