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Médico Geriatra. Diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.
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Revista da SORBI – vol. 1, n. 1, dezembro de 2013, p. 12-14
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Revista da SORBI – vol. 1, n. 1, dezembro de 2013, p. 12-14
É oportuno lembrar que as doenças agudas podem evoluir para a cura (infecção),
evoluir para a morte (infarto agudo do miocárdio) ou para a cronificação e mesmo com
avanços nas discussões sobre ética, princípios bioéticos e morte os idosos ainda morrem
com um grau elevado de sofrimento.
Existem barreiras que precisam ser ultrapassadas (crenças e escassez de
esclarecimentos técnicos da equipe, resistência dos médicos assistentes, gestores e
familiares). O ideal seria “obrigar” a implantação de serviços de medicina e cuidados
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paliativos aos idosos para que tenham um final de vida mais digno e com menos
sofrimento. Os cuidados paliativos auxiliam os idosos a não serem desumanizados.
Sabemos que a morte é um evento natural e inevitável da vida e que este processo pode
ser vivido de forma distinta. O fundamental é a manutenção da dignidade e o controle
da situação através da não intervenção no que é fisiológico, mas na promoção do
conforto e do alívio físico, emocional e espiritual. O adequado atendimento ao idoso
terminal visando a aliviar qualquer sintoma é um ponto fundamental para a boa prática
da geriatria. Nos idosos, geralmente, a trajetória para a morte é lenta, com muito
sofrimento físico, mental, social e emocional. Um dos maiores desafios da bioética esta
relacionado ao “morrer com dignidade” e respeitar a vontade daquele que idoso que se
encontra em fase terminal.
Nesta fase da vida é fundamental conversar com paciente, respeitando os limites
individuais sobre cada passo do seu tratamento, ouvir e tentar amenizar suas angústias,
ouvir e respeitar a opinião dos pacientes nas decisões terapêuticas, respeitar a dor dos
familiares, entender que as pessoas têm dificuldades e angústias diferentes, manter
conversas diárias com muita paciência, explicar procedimentos a serem adotados,
manter uma unidade nas informações, dividir sentimentos e angústias, ajudar
profissionais em conflito, entender que cada pessoa irá reagir à situação de forma
diferente, com base nas suas crenças.
O tratamento em cuidados paliativos deve reunir as habilidades de uma equipe
multiprofissional para ajudar o idoso terminal a adaptar-se às mudanças de vida
impostas pela doença e promover a reflexão necessária para o enfrentamento desta fase
da vida.
Não podemos esquecer que a população está envelhecendo e que em 2025 o
Brasil terá aproximadamente 32 milhões de indivíduos idosos e todos propensos às
doenças crônicas que serão cada vez mais comuns. É imperioso treinar novos
profissionais para atender a essa demanda que necessitará cada vez mais de conforto,
alívio, respeito e dignidade no final de suas vidas.
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