Sunteți pe pagina 1din 2

A Terceira Unificação da Ciência

Em dois artigos anteriores abordei, respectivamente, aquilo que denominei a primeira e a


segunda unificação científica. A primeira descreve a unificação Céu+Terra, realizada por Isaac
Newton ao demonstrar que não há diferença em relação às leis físicas que governam os céus e
a Terra. A segunda, unificou a Terra+Vida através do trabalho desenvolvido por Charles Darwin
com a teoria da Evolução das Espécies em que se demostrou como as condições físicas do
planeta influenciaram a origem e evolução da vida. O surgimento destas teorias científicas nos
permitiu compreender pela primeira vez, de forma empírica e livre de influências míticas e
religiosas o universo e a própria condição humana, abrindo espaço para a construção da
moderna cosmovisão que apresenta uma intrincada rede de relações ligando os seres vivos
biologicamente aos outros seres vivos, quimicamente à Terra e atomicamente ao Universo. É
nesse panorama, portanto, que a terceira grande unificação se insere.

Enquanto a primeira unificação se dá no século XVIII e a segunda no século XIX, a terceira


unificação é um fenômeno que se inicia no século XX e chega até nós, encontrando-se ainda
em processo de construção e de assimilação, pois é um novo paradigma científico que
promove a unificação Vida+Consciência. Dessa vez, conhecimentos empíricos sustentam o que
antes era apenas especulação filosófica, o fato de que “a mente e a consciência não são
entidades separadas do corpo humano e [só] existem como um conjunto de operações
executadas pelo encéfalo” conforme descreve a introdução do livro Princípios de
Neurociências escrito pelo ganhador do prêmio Nobel, Eric Kandel e mais 80 outros autores.
Assim, a terceira unificação denuncia a falácia cartesiana que promove a dicotomia
Mente/Corpo e que sustenta a abordagem platônica das crenças medievais que postulam a
existência de entidades imateriais conscientes como almas, espíritos e semelhantes.

Embora nosso conhecimento ainda engatinhe, os avanços no estudo do cérebro foram muito
significativos. Até então, as teorias da mente e da consciência estiveram restritas ao campo da
filosofia e à abordagens teóricas devido à dificuldade em se investigar o cérebro vivo.
Entretanto, este panorama mudou com as modernas técnicas computacionais de produção de
imagens do cérebro, sendo que hoje é possível, até mesmo visualizar a connectome, ou seja,
toda a rede de conexões neuronais do cérebro e os respectivos fluxos energéticos envolvidos
na construção da subjetividade da mente. Atualmente, vários campos científicos se uniram no
trabalho de decifração dos mistérios da mente e da consciência humana, dos estudos
cognitivos à biologia evolutiva e à física quântica. Recentemente o físico britânico Brian Cox
declarou em um programa da BBC de Londres que o maior laboratório de pesquisas do mundo,
o LHC (Large Hadron Collider) confirma que fantasmas – almas ou espíritos, que possam ser
portadores de uma consciência após a morte – não existem; para que pudessem existir seria
necessário criar todo um novo Modelo Padrão de partículas, ou seja uma nova física. No último
dia 05/04 o físico brasileiro Marcelo Gleiser publicou em sua página na internet (Cosmo
&Culture) um artigo intitulado Is Neuroscience Rediscovering the Soul? Algo como Estaria a
Neurociência Redescobrindo a Alma? Onde coloca a seguinte questão: “Que tal redefinir a
alma, substituindo seu significado usual como “a parte espiritual ou imaterial dos seres
humanos ou dos animais tida como imortal”, por algo mais moderno? Que tal considerar sua
alma como a soma total da sua essência neurocognitiva, sua assinatura cerebral específica com
suas conexões neurais únicas e suas sinapses e fluxos de neurotransmissores que fazem você
ser o que você é?” Assim, o que ele apresenta é a moderna abordagem daquilo que agrega
consciência aos nossos corpos. Esta é a visão científica do momento. A terceira unificação, que
não permite mais a separação entre corpo e consciência e que, como a primeira e a segunda
unificação deverá mudar nossa visão da realidade humana. Com a primeira perdemos a
imagem do céu como Paraíso, com a segunda perdemos a imagem e semelhança do Criador e
com a terceira seremos subtraídos da possibilidade da vida eterna. Cabe aqui uma analogia
com as três feridas narcísicas às quais Freud, observador atento da condição humana, já havia
se referido em seus escritos no início do século XX. Desde aquela época existe uma resistência
natural por parte das pessoas à aceitação dos fatos; ainda existem pessoas que acreditam num
lugar especial no céu e outras que levam o criacionismo a sério; não se constitui nenhuma
surpresa, portanto, que a a crença na dicotomia do ser consciente persista ainda por algumas
gerações, principalmente, se a educação científica continuar tão negligenciada.

S-ar putea să vă placă și