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SEQUÊNCIA DIDATICA POETAS DA ESCOLA - 2012

SEQUÊNCIA DIDATICA POETAS DA ESCOLA - 2012


Atividades desenvolvidas com alunos da professora Gildete, 5º
ano A (4ª série), EMEF. "Armelinda Espúrio da Silva", seguindo a
proposta da sequência didática do caderno do
professor “Olimpíadas de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro –
Poetas da escola”.
São atividades que também podem ser adaptadas e
desenvolvidas em outro momento desejado.

Introdução ao gênero - Sobre poemas e poetas

Desenvolvimento:
1 – Conhecimento prévio dos alunos

a) Vocês gostam de Poemas? Por quê?


b) Vocês já escreveram poema?
c) Vocês leem Poemas com frequência?
d) Vocês sabem com são chamadas as partes de um Poema?
e) Os Poemas podem estar interligados com as músicas?
f) Os Poemas trabalham com a sonoridade?
g) Qualquer tema pode virar poema.
h) Você sabe declamar algum Poema?

2 – Leitura do poema abaixo.

Convite
José Paulo Paes

Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.

Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.

Como a água do rio


que é água sempre nova.

Como cada dia


que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?


3 - Interação oral.
a) O que é poesia para Paulo Paes?
b) Vocês acham possível brincar com as palavras?
c) Vocês conhecem algumas brincadeiras envolvendo as palavras?
d) Ler poesia pode ser uma brincadeira? Por quê?
e) Por que o autor acha que poesia é brincar com as palavras?
f) Por que ao brincar com as palavras, elas vão ficando novas?
g) Quem é o poeta, de acordo com a visão do autor do poema?
h) Vocês acham que, ao escrever este poema, o poeta brincou com as
palavras? Justifiquem.
i) Por que vocês acham que o texto se chama “convite”?
j) Vocês aceitam este convite de brincar de ler e escrever poesias? Por
quê?

4 – Conversar com os alunos sobre:


Qual é a diferença entre poema e poesia?

É relevante destacar a diferença entre poema e poesia.


Apesar de
serem tratadas por muitos como sinônimos, o uso dos dois ter
mos entre os estudiosos apresenta diferenças, a saber:

Poesia: A poesia é uma substância imaterial. Caráter do que


emociona, toca a sensibilidade. Há poesia sempre que somos
dominados pelo sentimento do belo. A poesia pode estar nos lugares,
nos objetos e nas pessoas à espera de um olhar sensível. Assim, não
só os poemas, mas uma paisagem, uma pintura, uma foto, uma
dança, um gesto, um conto, por exemplo, podem estar carregados
de poesia.

Poema: O poema é o resultado concreto da arte da poesia, cuja


apresentação pode surgir em forma de versos, estrofes ou prosa,
com a finalidade de manifestar sentimento e emoção. A matéria
prima sãp as palavras, as quais são escolhidas pela sua beleza e
som e arrumadas com cuidado.

Oficina 1 - Mural de Poemas


Objetivos
● Resgatar e valorizar a cultura da comunidade
● Avaliar e ampliar o repertório de poemas
● Reconhecer os poemas em suas diversas formas
Material
 Folhas de papel kraft
 Fita crepe
 Papel sulfite ou folha de linguagem
 Caderno, caneta, lápis
 Mural
 Cópia dos poemas selecionados

Desenvolvimento:
1- Formar grupos (dupla ou grupo de quatro alunos).
2 - Cada grupo escolhe um relator para expor as ideias, as
respostas encontradas.
3 - Propor questões como:
a) Para você, o que é poesia?
b) Você já ouviu ou leu um poema? Em caso afirmativo, conte aos
colegas onde.
c) O que você sabe sobre essa forma de texto?
d) A ocupação da página pelo poema é feita da mesma forma
que se procede ao escrever uma história em prosa?
4 - O professor deve escrever na lousa o título dos poemas ou
versos lembrados pelos alunos. Em seguida solicitar aos grupos
que, cada um escolha um dos poemas citados e o copiem no
papel sulfite ou na folha de linguagem.
Observação:
Caso os alunos não saibam, não lembram nenhum título, lavá-
los à biblioteca para realizar esta atividade, solicitando a leitura de
alguns poemas e escolha de um com o respectivo autor.
5 - Confeccionar um mural: Os grupos devem planejar a
organização (onde o mural vai ser colocado, como deixá-lo bem
organizado e bonito).
6 - Colocar no mural, os poemas que resgataram na memória.
7 – Coletar poemas que a comunidade conhece:
a) Tarefa de casa: Entrevistar pais, avós, parentes, amigos vizinhos e
conhecidos. Fazendo diversas perguntas: Você gosta de poemas?
Sabe o nome de algum poeta? Quando você leu pela primeira vez
um poema? Você sabe algum poema de cor? Poderia recitá-lo, ou
escrevê-lo para nos presentear? Tem algum livro de poemas? Dos
poemas deste livro, quais são os prediletos? Você aceita o convite
para declamar um dos seus poemas prediletos na escola?
Observação: Esta entrevista pode ser registrada no caderno ou
gravada, filmada. Também pode convidar a pessoa entrevistada para
declamar o poema preferido na escola.

Oficina 2 - O que faz um poema


Objetivo
● Conhecer as características do poema: rimas, versos e estrofes
Material
 Coletânea de poemas
 CD/ROM de poemas
 Aparelho de som
 Mural de poemas
 Cópias de poemas: “Tem tudo a ver “ (Elias José) e “Prazer de
Poeta” (Mardilê Friedrich Fabre )
Desenvolvimento:
1 – Propor a socialização da tarefa realizada em casa e selecionar
quais irão para o mural.
2 - Sobre os poemas que estão no mural:
a) Por que escolheram esses poemas?
b) Como sabem que são poemas?
c) Por que eles são diferentes de uma notícia de jornal, de uma
receita de bolo ou de um conto?
d) Como eles se organizam no papel?
e) Eles preenche todo o espaço das linhas, da margem esquerda à
direita?
f) Há linhas em branco entre os versos?
g) Há sons que se repetem? E construções?
h) Há palavras ou expressões que, mesmo distanciadas dentro do
texto, podem ser associadas, por terem semelhança sonora ou
figurarem em construções iguais?
i) Do que tratam os poemas que vocês pesquisaram?
J) Socialize os versos ou estrofes do poema que colocou no mural,
que mais lhe agradaram.
3 - Sistematizar as ideias surgidas no grupo, escrevê-las na
lousa, e solicitar que cada aluno faça o registro no caderno:
Verso – é cada uma das linhas do poema.
Estrofe – é cada grupo de versos separados do grupo seguinte por
um espaço.
Um poema pode ter uma ou várias estrofes. E cada estrofe, um
número variado de versos.

4 – Entregar uma cópia do poema “Tem tudo a ver “, de Elias José


para cada aluno solicitando a leitura silenciosa. Em seguida
colocar o CD-ROM para que a turma ouça.

Tem tudo a ver


A poesia
Tem tudo a ver
Com tuas dores e alegrias,
Com as cores, as formas, os cheiros,
Os sabores e a música
Do mundo
A poesia
Tem tudo a ver
Com o sorriso da criança,
O diálogo dos namorados,
As lágrimas diante da morte,
Os olhos pedindo pão.
A poesia
Tem tudo a ver
Com a plumagem,
O vôo e canto do pássaro,
A veloz acrobacia dos peixes,
As cores todas do arco-ires
O ritmo dos rios e cachoeiras,
O brilho da lua, do sol e das estrelas,
A explosão em verde, em flores e frutos.
A poesia
- é só abrir os olhos e ver -
Tem tudo a ver
Com tudo.
5 – Propor as questões sobre o poema lido:
a) Do que fala o poema?
b) Quem é o autor?
c) Por que o autor diz que “poesia tem tudo a ver com tudo”?
d) Quais as palavras iniciais de cada estrofe do poema? Qual é a
razão de todas elas (estrofes) começarem assim?
e) Afinal, poesia "tem a ver" com o que?
f) Esse poema tem rimas? Tem ritmo?
g) É possível compor poemas sem rima? E sem ritmo?
6 - Organização do poema: Explicar que o poema lido ( de Elias José)
tem vinte e quatro versos e quatro estrofes. Em seguida propor as
questões:
a) Destaque o verso ou estrofe que mais gostou.
b) Alguém lembra o que é verso e o que é estrofe?
c) De acordo com sua observação, o que os poemas podem
exprimir?

7 – Solicitar aos alunos a leitura silenciosa do poema “Prazer de


Poeta ”. Em seguida, o professor ou um aluno deve fazer a leitura
em voz alta.

Prazer de Poeta
Prazer de poeta é poesia.
Extravasar em palavras melodia;
entregar ao público seu encantamento;
não desviar a fantasia um só momento.

Prazer de poeta é emoção.


Sensibilizar outro coração;
lamentar o desvario do mundo;
gritar o delírio moribundo.

Prazer de poeta é viver.


Cada dia poder escolher
limites a serem ultrapassados,
percorrendo caminhos insondados.

Mardilê Friedrich Fabre


http://sitedepoesias.com/poesias/44277

9 – Após a leitura do poema proposto, colocar as questões:

a) Você sabe que poema é um texto em versos e que verso é cada


linha do poema. Quantos versos tem o poema “Prazer de Poeta”?
b) Estrofe é o nome que se dá a um agrupamento de versos. As
estrofes se separam uma das outras por uma linha em
branco. Este poema está organizado em quantas estrofes?
c) Todas as estrofes têm o mesmo número de versos?
d) Existe poema organizado em uma só estrofe? Cite um que você
conhece.
e) Examine novamente o poema e destaque as rimas.
f) Transcreva para o caderno os pares de palavras que estão
rimando neste poema?
g) As palavras que estão rimando pertencem a que classes
gramaticais?
10 – Sistematizar as observações do gênero em estudo e solicitar
que cada aluno faça o registro no caderno.
 O poema é um texto literário, geralmente escrito na forma vertical,
isto é, um verso embaixo do outro. Pode ocupar o espaço do papel
de variadas maneiras, por ser possível formá-lo utilizando versos e
estrofes de tamanho e números diferentes.
O modo como o poema é organizado é tão importante quanto o tema.
Um poema pode ainda falar sobre qualquer assunto: pessoas,
ideias, sentimentos, lugares ou acontecimentos.
A escolha do tema, a maneira de falar, a combinação das palavras
e a organização das estrofes formam uma unidade.
A rima é uma característica do poema, mas não obrigatória, pois
existem versos sem rimas.
 O poema requer a leitura em voz alta para que capturemos melhor
o ritmo dos versos.
É relevante lembrar que na construção do poema as palavras que
rimam sejam pertencentes a classes gramaticais diferentes.
O poema é um gênero textual literário, com características próprias
baseadas na sonoridade, na exploração estética das palavras, no
uso das imagens poéticas, na forma e também em sua finalidade
maior – que é proporcionar prazer aos leitores ou ouvintes.

11 – Propor para casa:


Pesquisar mais poemas (de diversos autores) em livros,
internet e trazer para colocar no mural.

Oficina 3 - Primeiro ensaio


Objetivos
 Apresentar a situação de produção.
 Escrever um primeiro poema para avaliar o conhecimento dos
alunos.

Escrita do primeiro poema de autoria do aluno para avaliar seu


conhecimento e possíveis dificuldades
Material
 Caderno
 Lápis ou caneta
 Borracha
 Lápis de cor
Desenvolvimento:
1 – Falar aos alunos que eles irão produzir um poema com o tema
“O lugar onde vivo”. Esse lugar pode ser a casa, a rua, o bairro, a
cidade, o país, etc onde mora. Devem lembrar das características
do lugar escolhido e as emoções, sentimentos que ele
desperta. Cada um deve escolher um título e estar bem à vontade
para escrever o seu primeiro poema. Explicar que os poemas
produzidos por eles serão conhecidos por muitas pessoas em uma
ou mais formas: livro; murais; saraus; exposições. Portanto devem
caprichar.
2 – Solicitar a cada aluno que:
 Faça uma lista das coisas existentes no lugar onde vive que mais
lhe emocionam.
Deve responder as questões: Por que essas coisas tocaram a minha
emoção? Que sentimentos (amor, ódio, saudade, revolta, ternura,
etc) traduzem minha emoção? Que palavras melhor expressam as
imagens que eu tenho desse lugar? O que eu posso dizer de tudo
isso?
Após esse aquecimento, fazer no caderno, um rascunho do poema
utilizando e organizando as informações e expressões citadas.
Depois, ler o rascunho e fazer as correções necessárias.
3 – Propor aos alunos que passem o poema a limpo em uma folha
de caderno ou similar (almaço / linguagem) para entregar ao
professor.

Oficina 4 – Dizer poemas

Objetivos
 Conhecer alguns poetas e poemas consagrados da literatura
brasileira.
 Descobrir a importância de ouvir e dizer poemas.
Material
 Coletânea de poemas
 CD/ROM de poemas
 Aparelho de som
 Cópias de poemas diversos selecionados pelo professor e alunos
Desenvolvimento:
1 – Dividir a classe em cinco grupos.
2 - Distribuir uma Coletânea de poemas para cada grupo solicitando
a leitura silenciosa do poema da página 6, “O buraco do tatu”. Em
seguida, um dos alunos ou a professora fará a leitura em voz alta.
3 – Colocar o CD para que os alunos ouçam as duas leituras
gravadas do poema (“O buraco do tatu”) que será trabalhado na
oficina 9.
4 - Conversar sobre as impressões que tiveram de cada uma das
audições. Para isso propor as questões:
a) Na leitura que cada um fez, os efeitos sonoros e o ritmo foram
facilmente percebidos?
b) O que perceberam ao ouvir o poema? Há diferenças entre as
leituras?
c) O que sentiram ao escutar / ler o poema?
d) Fechando os olhos, vocês conseguem imaginar o que o poeta quis
nos mostrar?
5 – Distribuir cópias dos poemas selecionados do mural para treinar
a leitura em voz alta atentando para o ritmo, as pausas e a entonação
da voz.
Observação: pode-se utilizar o microfone.

Simplesmente ler

Ler sempre.
Ler muito.
Ler quase tudo
Ler com os olhos, os ouvidos, com o tato, pelos poros e demais
sentidos.
Ler com razão e sensibilidade.
Ler desejos, o tempo, o som do silêncio e do vento.
Ler imagens, paisagens, viagens.
Ler verdades e mentiras.
Ler para obter informações inquietantes, dor e prazer.
Ler o fracasso, o sucesso, o ilegível, o impensável, as entrelinhas.
Ler na escola, em casa, no campo, na estrada, em qualquer lugar.
Ler a vida e a morte.
Saber ser leitor tendo o direito de saber ler.
Ler, simplesmente ler.

Edith Chacon Theodoro

Essência da Sabedoria

A leitura nos faz viajar


Por lugares nunca vistos,
Por terras desconhecidas,
Por lugares tão bonitos
Que transforma nossas mentes,
Deixando-nos mais eruditos.

A leitura faz a gente


Se sentir mais importante.
A leitura é coisa fina,
A leitura é diamante
Que lapida a nossa mente,
E nos transformando em gigante.

A leitura é um prazer
Que encanta e que transforma.
O ser humano que ler
Vira contador de história,
Fica mais inteligente
E muito mais cheio de glória.

A leitura é uma viagem


Por mundos que não vivemos,
Por lugares reais ou fictícios
Os quais nós descobriremos.
Essência da sabedoria,
Com ela nós aprendemos.

Sem leitura o ser humano


É chamado analfabeto.
Não consegue entender nada,
Nem o que lhe está mais perto.
Por isso, meu caro amigo,
Leia mais! Seja esperto!
Carlos Soares

Aula de leitura

A leitura é muito mais


do que decifrar palavras.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:
vai ler nas folhas do chão,
se é outono ou se é verão;
nas ondas soltas do mar,
se é hora de navegar;
e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;
na cara do lutador,
quando está sentindo dor;
vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;
e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;
e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;
e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou vai lento;
também na cor da fruta,
e no cheiro da comida,
e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,
e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,
vai ler nas nuvens do céu,
vai ler na palma da mão,
vai ler até nas estrelas
e no som do coração.
Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.
Poema extraído do livro: Ricardo Azevedo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo:
Ática,1999.

Leilão de Jardim
Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)

Fonte: "Ou isto ou aquilo", Cecília Meireles, ed. Nova Fronteira.

Planeta ao contrário
No planeta ao contrário,
Os velhos dormem em berçário,
Os bebês ganham salário,
Quem se confessa é o vigário.
A piscina fica no vestiário,
O banho é dentro do armário,
Só tem um número no dicionário.
Com toda essa inversão,
Lá é tudo uma confusão?
Ao contrário.

Ricardo Silvestrin. Pequenas observações sobre a vida em outros planetas. São Paulo:
Salamandra, 2008.

O MENINO AZUL
Cecília Meireles
O MENINO QUER UM BURRINHO
PARA PASSEAR.
UM BURRINHO MANSO,
QUE NÃO CORRA NEM PULE,
MAS QUE SAIBA CONVERSAR.

O MENINO QUER UM BURRINHO


QUE SAIBA DIZER
O NOME DOS RIOS,
DAS MONTANHAS, DAS FLORES,
- DE TUDO O QUE APARECER.

O MENINO QUER UM BURRINHO


QUE SAIBA INVENTAR HISTÓRIAS BONITAS
COM PESSOAS E BICHOS
E COM BARQUINHOS NO MAR.

E OS DOIS SAIRÃO PELO MUNDO


QUE É COMO UM JARDIM
APENAS MAIS LARGO
E TALVEZ MAIS COMPRIDO
E QUE NÃO TENHA FIM.

(QUEM SOUBER DE UM BURRINHO DESSES,


PODE ESCREVER
PARA A RUAS DAS CASAS,
NÚMERO DAS PORTAS,
AO MENINO AZUL QUE NÃO SABE LER.)

A arca de Noé

Vinicius de Moraes

Sete em cores, de repente


O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.

O sol, ao véu transparente


Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca


De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca

Noé, o inventor da uva


E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra


Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família


A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta


De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.

E logo após, no buraco


De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.

Enquanto, entre as altas vigas


Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora a cabeça botam.

Grita uma arara, e se escuta


De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?


As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.

Enquanto, em grande atropelo


Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pelo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"


Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre — "Não!"

Afinal, e não sem custo


Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.

Os maiores vêm à frente


Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé


Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista

Na serra o arco-íris se esvai . . .


E . . . desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos


É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.
Minha cidade
Cora Coralina

Goiás, minha cidade...


Eu sou aquela amorosa
de tuas ruas estreitas,
curtas,
indecisas,
entrando,
saindo
umas das outras.
Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.
Eu sou aquela mulher
que ficou velha,
esquecida,
nos teus larguinhos e nos teus becos tristes,
contando estórias,
fazendo adivinhação.
Cantando teu passado.
Cantando teu futuro.
Eu vivo nas tuas igrejas
e sobrados
e telhados
e paredes.
Eu sou aquele teu velho muro
verde de avencas
onde se debruça
um antigo jasmineiro,
cheiroso
na ruinha pobre e suja.
Eu sou estas casas
encostadas
cochichando umas com as outras.
Eu sou a ramada
dessas árvores,
sem nome e sem valia,
sem flores e sem frutos,
de que gostam
a gente cansada e os pássaros vadios.
Eu sou o caule
dessas trepadeiras sem classe,
nascidas na frincha das pedras:
Bravias.
Renitentes.
Indomáveis.
Cortadas.
Maltratadas.
Pisadas.
E renascendo.
Eu sou a dureza desses morros,
revestidos,
enflorados,
lascados a machado,
lanhados, lacerados.
Queimados pelo fogo.
Pastados.
Calcinados
e renascidos.
Minha vida,
meus sentidos,
minha estética,
todas as vibrações
de minha sensibilidade de mulher,
têm, aqui, suas raízes.
Eu sou a menina feia
da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas ou Cora Coralina, (Cidade


de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi
poeta e contista brasileira. Produziu uma obra poética rica em
motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e
ruas históricas de Goiás. Começou a escrever poemas aos 14 anos,
porém, Publicou seu primeiro livro em 1965, aos 76 anos.
A COR DO MENINO

Milton Primo/ Herculano Neto

Se é negro, branco ou índio


O que importa a cor do menino?

Se é mulato ou se é pardo
O que importa se for misturado?

Se é verde, amarelo ou vermelho


O que importa o que diz o espelho?

Se é ruivo ou se é loiro
O que importa a cor do seu olho?

Se ele é branco ou não


Se ele é negro ou não
O importante é o seu coração
(O importante é que ele é meu amigo).
Canção infantil que faz parte do disco/livro PAPOS D’VERSOS

Esse poema retratara fielmente o povo brasileiro, esse povo


bonito, cheio de misturas, cores, essa diversidade gostosa de se
ver !

O homem; as viagens
Carlos Drummond de Andrade

O homem, bicho da terra tão pequeno


Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.
Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.
O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para te ver?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
Do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De conviver.

5 – Para ler um texto, não basta identificar letras, sílabas e palavras;


é preciso buscar o sentido, compreender, interpretar, relacionar e
reter o que for mais relevante, ou seja, o mais importante. Quando
lemos algo, temos sempre um objetivo: buscar informação, ampliar o
conhecimento, meditar, entreter-nos.Após a leitura
destes poemas respondam:
a) Gostaram destes poemas?
b) Qual é o tema de cada poema?
c) Entre estes poemas qual lhe agradou mais? Por quê?
d) A que leitor e/ou ouvinte estes textos se destinam?
e) Ouvir esses poemas nos faz lembrar de coisas alegres ou tristes?
f) Vocês sentiram o ritmo, a musicalidade, a intenção do eu
poético em cada um deles? Explique.

Oficina 5 – Toda rima combina?


Objetivos
 Reconhecer rimas em poemas.
 Conhecer as diferentes combinações de rimas.
 Produzir poemas com rimas.

Material
 Coletânea de poemas
 CD-ROM de poemas
 Aparelho de som
 Datashow
 Dicionário de Língua Portuguesa

Desenvolvimento:
1 – Projetar no Datashow e propor aos alunos (reunidos em grupos)
a leitura das quadrinhas abaixo.
O cravo brigou com a rosa,
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido,
E a rosa despedaçada.

Sete e sete são catorze,


Com mais sete, vinte e um.
Tenho sete namorados
E não gosto de nenhum.

A roseira quando nasce,


Toma conta do jardim.
Eu também ando buscando
Quem tome conta de mim.

Menina dos olhos pretos,


Sobrancelhas de retrós,
Dá um pulo na cozinha,
Vá coar café prá nós.
Menina bonita
Do laço de fita
Me diz o que faz
pra ficar tão bonita
Quem não conhecia estas quadrinhas?
De que outras quadrinhas vocês se lembram?
Em que situação as pessoas costumam falar, cantar, ouvir
quadrinhas como estas?
Esta forma poética é constituída de quantos versos (linhas)?
As rimas estão em que versos?
O que você entende por quadras populares?

2 – Sistematizar as informações.

A quadra popular é a forma lírica mais comum entre o povo; foi


também utilizada por poetas de renome, um exemplo Fernando
Pessoa. É composta por quatro versos de sete sílabas (redondilha
maior), a rima surge geralmente no 2.º e 4.º versos, sendo os outros
dois versos brancos (sem rima). E pode ser composta por uma
única estrofe ou por várias.

3 - Completar a quadra.
Leia a quadra abaixo e responda as questões.
Lá no fundo do quintal
Tem um tacho de melado
Quem não sabe cantar verso
É melhor fica ______________
a) Esta quadra está completa?
b) O que está faltando nesta quadra?
c) Faça uma lista de palavras que rimam com melado e complete o
último verso.
d) Veja a quadrinha de Ricardo Azevedo: " Lá no fundo do quintal /
Tem um tacho de melado / Quem não sabe cantar verso / É melhor
ficar calado”. Entre os termos que o grupo utilizou para completar o
último verso e o empregado pelo autor, indique o que preenche
plenamente (ritmo e sentido) a quadrinha. Por quê?
e) Indique os versos brancos desta quadrinha?

5 – Em grupo, completar e comparar mais quadrinhas. Usar o


dicionário se necessário.
Eu pedi um copo d´água,
Me trouxeram na caneca.
Isso mesmo que eu queria
________________________.
Papagaio come milho,
Periquito leva a fama.
Coitadinha da macaca
________________________.
Se os Santos hoje pudessem
Na Internet _________________
Uma conta no Facebook
_____________________________.
a) Cada grupo deve ler as quadrinhas verificando se as rimas dadas
estão de acordo, se garante o ritmo e sentido de cada quadrinha.
b) Uma pessoa de cada grupo deve ler em voz alta. Todos os
grupos devem observar como cada quadrinha foi completada, se
houve semelhanças e diferenças entre os grupos e se os termos
empregados dão ritmo e sentido.
c) Compare as quadrinhas que vocês completaram com as
originais.
Eu pedi um copo d´água
me trouxeram na caneca
isso mesmo que eu queria
cinturinha de boneca.
Autor desconhecido

Papagaio come milho,


Periquito leva a fama.
Coitadinha da macaca
Não come senão banana.
Autor desconhecido

Se os Santos hoje pudessem


Na Internet navegar
Uma conta no Facebook
Iam de certo arranjar.
Francisco Guimaro Ribeiro.

- Alguém acertou o termo empregado pelo autor?


- Outros termos utilizado por vocês também deram ritmo e sentido
ao verso? Explique.
6 - Indique o que há nestas quadras:
( ) Rimas no 1º e 3º verso.
( ) Rimas no 2º e 4º verso.
( ) Versos regulares.
( ) Versos brancos.
( ) Versos soltos.
( ) Ritmo.
( ) Estrofe formada por quatro versos.

7 - Ler em voz alta e se encantar com a sonoridade do poema.

Canção do Exílio
Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.
1 - O que é exílio?
_________________________________
2 - Em que versos estão as rimas?
___________________________________
3- Este poema tem versos soltos?
____________________________________
4 - Caracterize o eu lírico do poema.
____________________________________
5 - No poema, o eu lírico compara a terra natal com a terra onde
está exilado. Que elementos são utilizados nessa comparação?
(A) sociais
(B) naturais
(C) econômicos
(D) políticos
- A distância da terra natal provoca no eu lírico:
(A) Tristeza
(B) Desespero
(C) Angústia
(D) Saudade
7 - Ao se referir à terra natal, o eu lírico apresenta uma imagem:
Realista
Racional
Idealizada
Imparcial

8 - Nos versos “Em cismar, sozinho à noite/ Mais prazer encontro


eu lá”, destaca-se a característica romântica:
exaltação da natureza
valorização da cultura popular
escapismo
crítica social
9 - Apresenta um apelo o verso:
(A) “Minha terra tem palmeiras”
(B) “Que tais não encontro eu cá”
(C) “Nosso céu tem mais estrelas”
(D) “Não permita Deus que eu morra”
10 - Revela-se no poema um tom de:
(A) lamento.
(B) humor.
(C) ironia.
(D) rancor.

Alguns dados sobre o poeta


Gonçalves Dias (Caxias MA 1823 - Baixo dos Atins MA 1864)
estudou Direito em Coimbra, Portugal, entre 1840 e 1844; lá ocorreu
sua estreia literária, em 1841, com poema dedicado à coroação do
Imperador D. Pedro II no Brasil. Em 1843, escreveria o famoso
poema Canção do Exílio. De volta ao Brasil, foi nomeado Professor
de Latim e secretário do Liceu de Niterói, e iniciou atividades no
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nos anos seguintes, aliou
a intensa produção literária com o trabalho como colaborador de
vários periódicos, professor do Colégio Pedro II e pesquisador do
IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) , que o levou a fazer
várias viagens pelo interior do Brasil e para a Europa. Em 1846, a
publicação de Primeiros Cantos o consagraria como poeta; pouco
depois publicaria Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848)
e Últimos Cantos (1851). Suas Poesias Completas seriam publicadas
em 1944. Considerado o principal poeta da primeira geração do
Romantismo brasileiro, Gonçalves Dias ajudou a formar, com José
de Alencar, uma literatura de feição nacional, principalmente com
seus poemas de temática indigenista e patriótica.

http://www.astormentas.com/PT/biografia/Gon%C3%A7alves%20Dias

11 – Relembrar e sistematizar rimas e versos.


A rima é a coincidência de sons ao final dos versos e é um
recurso que ajuda bastante na sonoridade destes, dando-lhe ritmo.
O verso: cada uma das linhas do poema, que pode ter sentido
completo ou não.
No poema não é só a rima que dá beleza ou emoção, mas o todo.
É muito importante o conteúdo e que se siga uma linha de
pensamento para que ele faça sentido.
O ritmo do poema é a sucessão de sons fortes (sílabas tônicas)
e sons fracos (sílabas átonas), repetidas com intervalos regulares ou
variados que dão musicalidade (melodia) ao poema. Neste gênero
textual (poema) as pausas existem não necessariamente através de
sinais de pontuação, mas as palavras provocam a melodia e, o ritmo
é determinado por elas e pela sequência de sons.
Versos regulares são os que apresentam ritmo regular e rimas.
Versos brancos são versos que possuem métrica, mas não
utilizam rimas.
Verso solto é o verso que não rima com os demais do poema.

Onde estão as rimas?


1 - Ler e analisar as duas quadras encontradas na página 11 da
Coletânea de poemas, identificando a diferença entre a forma
como as rimas se apresentam em cada uma.
Não sei se vá ou se fique
Não sei se fique ou se vá
Ficando aqui não vou lá
E ainda perco o meu pique.
Silvio Romeiro
Ó seu moço inteligente
Faça o favor de dizer
Em cima daquele morro
Quanto capim pode ter?
Ricardo Azevedo
Agora complete corretamente.
a) Os versos podem rimar de diferentes formas. Na primeira quadra,
escrita por Sílvio Romero, o primeiro verso rima com o_________ e
o segundo verso rima com o __________________.
b) Já Ricardo Azevedo rima o segundo verso com o _______verso.
O primeiro verso e o terceiro são versos _______________
c) Conclui-se que os versos podem ________ de diferentes formas.
2 – Fazer a leitura das quadras da página 4 da Coletânea de
poemas. Em seguida colocar o CD e ouvir a leitura das mesmas.
Quadras a gosto popular
Eu tenho um colar de pérolas
Enfiado para te dar:
As pérolas são os meus beijos,
O fio é o meu pensar.
..............................
A caixa que não tem tampa
Fica sempre destampada
Dá-me um sorriso dos teus
Por que não quero mais nada.
...................................
No baile em que dançam todos
Alguém fica sem dançar.
Melhor é não ir ao baile
Do que estar lá sem estar.
................................
Vale a pena ser discreto?
Não sei bem se vale a pena.
O melhor é estar quieto
E ter a cara serena.
...........................
Não digas mal de ninguém,
Que é de ti que dizes mal.
Quando dizes mal de alguém
Tudo no mundo é igual.
PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1969, p. 645-665.

a) Identifique as palavras que rimam e qual o esquema de rima usado


por Fernando Pessoa.
b) Indique a quadra que mais lhe agradou e justifique sua escolha.
c) Sua leitura foi igual à feita no CD? Justifique.
d) Quem é o autor desta quadrinhas? Ele usou um pseudônimo ou o
seu verdadeiro nome?
Aproveitar o momento e explicar:
Pseudônimo é um nome fictício usado por um indivíduo
como alternativa ao seu nome legal. Normalmente é um nome
inventado por um escritor, um poeta, um jornalista ou artistas que
não queira ou não possa assinar suas próprias obras. Nem sempre
o pseudônimo é uma mudança total do nome, às vezes pode consistir
na mudança de uma letra ou outra, frequentemente porque o
portador acha seu nome de batismo "difícil". Sob o aspecto jurídico,
o pseudônimo é tutelado pela lei quando tenha adquirido a mesma
importância no nome oficial, nas mesmas modalidades que
defendem o direito ao nome.
Os heterônimos constituem várias pessoas que habitam um
único poeta. Cada um deles tem a sua própria biografia, sua temática
poética singular e seu estilo específico. É como se eus fragmentados
e múltiplos explodissem dentro do artista, produzindo
poemas totalmente diversos.
3 – Apresentar o texto informativo no Datashow e solicitar a leitura e
o registro no caderno dos pontos considerados relevantes.
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de
Junho de 1888 — Lisboa, 30 de novembro de1935), mais conhecido
como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa,
e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de
Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um
"legado da língua portuguesa ao mundo".
Este escritor usou em suas obras diversas autorias. Usou seu
próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos
(heterônimos) para assinar outras. Ele concebia
seus heterônimos não apenas como vozes poéticas, mas como
indivíduos completos, com hábitos, fisionomias, tipos físicos e
psicológicos específicos e com características literárias
diferenciadas. Os mais conhecidos:
Álvaro de Campos: Era um engenheiro português de educação
inglesa. Influenciado pelo simbolismo efuturismo, apresentava um
certo niilismo em suas obras.
Ricardo Reis: Era um médico que escrevia suas obras com simetria e
harmonia. O bucolismo estava presente em suas poesias. Era um
defensor da monarquia e demonstrava grande interesse
pela culturalatina.
Alberto Caeiro: Com uma formação educacional simples (apenas o
primário), este heterônimo fazia poesias de forma simples, direta e
concreta. Suas obras estão reunidas em Poemas Completos de
Alberto Caeiro.
6 - Produção: Produzir uma (s) quadra (s).
Observação:
> Ser criativo (a).
> Evitar palavras no aumentativo ou diminutivo.
> Fazer primeiro o rascunho no caderno, ler e corrigir o que for
necessário.
> Passar a limpo na folha de linguagem ou papel almaço e fazer a
ilustração.
> Expor no mural da sala.

Qual o papel das rimas?


1 – Propor a produção de um texto coletivo.
Passos:
> Colocar na lousa o título “Duas dúzias de coisinhas-à-toa que
deixam a gente feliz’’
> Solicitar aos alunos que falem das “coisinhas à toa” que os deixam
felizes.
> “Dividir” a lousa ao meio. De um lado, escrever as coisas simples
sugeridas pelos alunos, do outro, as grandes e importantes.
> Estruturar bem o texto, deixando-o com sentido, ritmo e
sonoridade.
> Solicitar o registro no caderno.
2 – Ouvir a leitura no CD de “Duas dúzias de coisinhas-à-toa que
deixam a gente feliz “ (Otávio Roth)

Duas dúzias de coisinhas-à-toa que deixam a gente


feliz

Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela.


Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado.
Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito do Tarzan.
Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço.
Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa.
Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão.
Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo.
Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.

Otávio Roth. Duas dúzias de coisinhas-à-toa que deixam a gente feliz . São Paulo: Ática,1994.

a) Que sensações e sentimentos este texto desperta?


d) Quais os sons no final das palavras? E os que se repetem no texto?
e) Como os versos estão organizados?
f) Que sinais de pontuação aparecem nos versos?
f) Quais as palavras que rimam? Assinale – as.
g) O que você observou a respeito das rimas?
h) Quais os nomes (substantivos) que aparecem? Classifique – os.
i) Há sonoridade neste texto?
i) Pode-se chamar este texto de uma lista poética? Por quê?
3 – Analisar a produção coletiva (Duas dúzias de coisinhas-à-toa
que deixam a gente feliz).
a) Este texto apresenta a mesma estrutura do texto de Otávio Roth?
Ele também pode ser considerado uma lista poética? O que justifica
sua resposta?

Rimas externas e internas


Rimas externas : são aquelas das palavras posicionadas no fim
dos versos. Exemplo:
“Não digas mal de ninguém,
Que é de ti que dizes mal.
Quando dizes mal de alguém
Tudo no mundo é igual”.

Rimas internas: são as de palavras que se localizam no interior


dos versos. Exemplo:
- Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.
- Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela.
- Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco
antigo sem chiado.
1 – Solicitar que os alunos abram a Coletânea de poemas na página
7 e façam a leitura de “Duas dúzias de coisinhas-à-toa que deixam a gente
feliz” sublinhando as rimas externas e internas.

2 – Reler o texto coletivo “Duas dúzias de coisinhas-à-toa que deixam


a gente feliz” registrado no caderno e pintar as rimas externas de uma
cor, e as internas de outra.
3 – Compor (individual) um poema utilizando os recursos parecidos
ao do poema estudado. O texto deve teras seguintes características:
Semelhante a uma lista: de meia dúzia, de uma dúzia, duas ou três
dúzias de coisinhas que sejam importantes para você.
 Composto de cinco ou mais versos, que apresentem rimas internas
e externas.

Lembrete
A sonoridade, as rimas, a combinação de palavras, organização
sintática contribuem para o sentido do texto e para garantir sua
unidade, sua composição harmônica e coerente.

Oficina 6 – Sentido próprio e figurado

Objetivos
 Apresentar o conceito de denotação e conotação
 Delimitar o texto poético
Material
 Coletânea de poemas
 CD-ROM de poemas
 Aparelho de som
 Dicionário de Língua Portuguesa
 Caderno para registro
 Lápis preto, ou caneta

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO


(Sentido próprio, ou denotação e sentido figurado, ou conotação)

Desenvolvimento:
1 – Fazer uma sondagem inicial com os alunos, explicando o que
for necessário:
a) A linguagem de uma reportagem, notícia, receitas, bulas de remédio
é diferente da linguagem de um poema? Por quê?
b) O que você entende por sentido próprio? E sentido figurado?
c) O que é linguagem subjetiva e linguagem objetiva?
2 – Passar as definições.
De maneira geral, usamos as palavras com dois diferentes
sentidos: o sentido literal e o sentido figurado.
Sentido próprio (literal) ou denotativo: O sentido da palavra é
exato, direto, simples, não deixa dúvida. Ele aparece nos textos
jornalísticos, científicos, receitas, bulas de remédio, instruções de
jogo, manuais de funcionamento e de uso de aparelhos domésticos
e de máquinas, prospectos de concursos, manuais do consumidor,
guias de cidades, folhetos explicativos sobre prevenção de doenças
e epidemias, etc. Nestes gêneros textuais as palavras aparecem com
um único sentido, aquele que aparece nos dicionários, ou seja, a
linguagem é clara e objetiva.
Sentido figurado ou conotativo: Quando o sentido da palavra
aparece com um sentido ampliado ou alterado no contexto, sugerindo
ideias diferentes do sentido literal. Na criação de trabalhos literários,
os autores não utilizam apenas a linguagem convencional, padrão,
mas tentam recriá-la, alterando os sentidos, enfatizando aspectos
sonoros, lançando mão, enfim, da linguagem figurada. A linguagem
conotativa (subjetiva) não é exclusiva da literatura, ela é empregada
em letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia,
etc
3 – Ler cada uma das frases em voz alta.
=> Sou forte como um touro.
=> Hoje vim voando para escola.
=> Gabriel anda como uma tartaruga.
=> Vou em um pé e volto no outro.
=> Esta semana fiquei morta de cansada.
=> Minha vida é um mar de rosas.
=> Minha boca é um túmulo.
=> Daniel fala como um papagaio.
=> Vitória é bonita como uma flor.
=> O sorriso de Ana é doce como o mel.
a) Vocês compreenderam o que cada uma das frases significa?
b) Estas frases estão no sentido figurado? Justifique.
4 – Escrever o que significa cada expressão abaixo.
a) Ter o rei na barriga: _____________________
b) Saltar de banda: ________________________
c) Pôr minhocas na cabeça: _________________
d) Dar um sorriso amarelo: __________________
e) Tudo azul: ______________________________
5 - Escrever qual é a diferença entre sentido próprio e sentido
figurado.
Sentido próprio: __________________________________
Sentido figurado: _________________________________

6 – Ler o poema “Livros e flores”, Coletânea de poemas, página 2.


Em seguida, ouvi-lo no CD.

Livros e flores

Teus olhos são meus livros.


Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.


Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

ASSIS, de Machado . Obra completa III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1962.

a) Você, em alguns momentos de sua vida, já se sentiu tão emocionado


que escolheu expressar seus sentimentos escrevendo alguns
versos?
b) Quem escreveu este poema?
c) Neste poema o eu-lírico tem o amor de sua amada?
d) Liste os termos que aparecem no sentido figurado.
e) Procure no dicionário o sentido próprio do termo bálsamo.
f) As rimas estão em que versos? Elas são internas, ou externas?
g) Complete:
Este poema foi escrito em duas _________ de quatro ______,
ou duas ________.
h) O vocabulário usado no poema revela que tipo de linguagem?
i) “Teus olhos são meus livros”. Como se pode compreender este
verso?
j) Escrever do que trata os versos:
“ Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?”
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
k) Na última estrofe são aproximados os “lábios” e “flor”. Seria possível
“beber” nos lábios da pessoa amada o bálsamo do amor?
l) O que seria o remédio para a dor de amor do poeta?
k) Releia os versos do poema e indique as categorias gramaticais
que aparecem.
Teus olhos são meus livros. ________. ________, ________.
Que livro há aí melhor, _________, _______, ________.
Em que melhor se leia ________, __________.
A página do amor? _________, __________.
Flores me são teus lábios. _______, ________, ________.
Onde há mais bela flor, ________, ________, _________.
Em que melhor se beba __________, ___________.
O bálsamo do amor? _________, ___________.
Observação:
Concluir que:
Neste poema o eu-lírico tem o amor de sua amada. Na
primeira estrofe, ao dizer que os olhos da sua amada são seus livros,
ele demonstra poder ver nestes olhos o amor da amada, para ele não
há melhor livro para se ler a página do amor.
Na segunda estrofe, ele compara os lábios da sua amada às flores.
Diz não existir melhor lugar para se beber o bálsamo do amor do que
nos lábios da amada.
O vocabulário usado no poema revela uma linguagem culta,
uma vez que o poeta utiliza a 2ª pessoa do singular, ao se referir ao
ser amado. Ex: “Teus ollhos”, “teus lábios”. Também se constata o
uso da linguagem culta através de palavras pouco utilizadas no
discurso coloquial. Ex: bálsamo.
As categorias gramaticais empregada
foram verbos, substantivos, adjetivos e advérbios. O tempo verbal
predominante no poema é o presente do modo indicativo, o qual
exprime fatos certos, proximidade e realidade. Nos versos 3 e 7, o
tempo verbal é o presente do modo subjuntivo, o qual exprime fatos
possíveis,duvidosos ou até hipotéticos. O poeta utiliza a mesma
quantidade de verbos de ação, indicativos dedinamismo, e verbos de
estaticidade. Verbos de ação: ler, beber. Verbos de estaticidade: ser,
haver. Os substantivos concretos são mais numerosos que os
substantivos abstratos, e são referentes ao eu-lírico e à sua amada.
Ex.: olhos, livros, flores.
O sentido próprio termo bálsamo sm. 1. Líquido aromático e
espesso que flui de muitas plantas,espontaneamente ou por
ferimento intencional. 2. Perfume, aroma.

7 – Leia com atenção o texto abaixo.

Sobre o autor
Joaquim Maria Machado de Assis, escreveu em praticamente
todos os gêneros literários, sendo poeta, cronista, dramaturgo,
contista, folhetinista, jornalista e crítico literário. Ele nasceu na cidade
do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário
mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria
Leopoldina Machado de Assis. Publicou seu primeiro poema
intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Foi um dos
fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro
presidente. Testemunhou a mudança política no país quando a
República substituiu o Império e foi um grande comentador, e relator
dos eventos político-sociais de sua época.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis

a) Você encontrou palavras no sentido conotativo neste texto? O que


justifica sua resposta?
b) O autor usou um estilo de escrita simples e eficiente que permite o
leitor entender facilmente o que está escrito. Qual é a denominação
dada a este estilo de escrita?

Qual o sentido?

1 – Ler os versos abaixo e indicar quais das palavras destacadas


estão no sentido denotativo, ou conotativo.

Rosas me são teus lábios


Espinhos são minha dor
Nada melhor que um beijo
E uma virada na folha do amor
Sentido denotativo: ______________________
Sentido conotativo: Lábios

Sentido denotativo: ______________________


Sentido conotativo:______________________
Sentido denotativo: _____________________
Sentido conotativo: _____________________

2 - Indicar o sentido próprio (denotativo) e o sentido figurado


(conotativo) dos termos sublinhados:

a) Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam
______________________________________
______________________________________
b) A poesia
tem tudo a ver
com [...]
a veloz acrobacia dos peixes.
_____________________________________
_____________________________________
c) A poesia
tem tudo a ver / com [...]
a explosão em verde, em flores e frutos.
____________________________________
____________________________________
c) Eu tenho um colar de pérolas
Enfiado para te dar:
As pér’las são os meus beijos,
O fio é o meu penar.
__________________________________
___________________________________
3 - Observe o exemplo e crie frases com as palavras indicadas,
empregando-as nos dois sentidos. Para facilitar, faça uso do
dicionário.
- Espelho => Meu pai é meu espelho. (sentido conotativo)
Quebrei o espelho do banheiro. (sentido denotativo)
- Ouro => _________________________________
- Livro =>__________________________________
- Joia => ___________________________________
- Doce => _________________________________
- Gato => __________________________________
Agora organize estas frases de forma que resulte em um
poema. Se for necessário, acrescente outras palavras.

4 – Procure em revistas e jornais frases conotativas, cole-as em seu


caderno, interpretando o sentido das mesmas.

Definições poéticas
1 – Iniciar falando aos alunos que,
dada a possibilidade de jogar com o sentido das palavras, há
escritores que criam “definições poéticas” para algumas palavras
de modo criativo e bem humorado e são consideradas texto literário.

2 – Projetar no datashow algumas definições poéticas de Mario


Quintana e abrir um debate, em grupo, dos possíveis significados
das mesmas. Um aluno de cada grupo expõe para os demais as
conclusões a que chegaram, com direito a complementações pelo
professor.

Modéstia: é a vaidade escondida atrás da porta.


Reticências: são os três primeiros passos do pensamento que
continua por conta própria o seu caminho...
Recordação: é uma cadeira de balanço embalando sozinha.
Diabético: é quem não consegue ser doce.
Anão: é quem não sabe deixar o amor crescer.
Sorriso: enriquece os recebedores sem empobrecer os
doadores.
Silêncio: é um espião.

Mario Quintana. Sapo amarelo. São Paulo: Global, 2006.

3 – Solicitar que consulte no dicionário o significado literal de cada


palavra.
Modéstia: ______________________________________
Reticências: ____________________________________
Recordação: ____________________________________
Diabético: ______________________________________
Anão: __________________________________________
Sorriso: _________________________________________
Silêncio: ________________________________________
a) A definição dada por Quintana a essas palavras é a mesma do
dicionário? Escreva a diferença.
___________________________________________
Observação:
Se necessário, esclarecer as diferenças existentes entre as
definições de palavras dadas por alguns escritores e as encontradas
no dicionário da Língua Portuguesa. Dizer que, nas definições
poéticas os autores brincam com as palavras, dando a elas
significados novos, extraordinários, no dicionário os “verbetes”
possuem uma função informativa e procura definir literalmente as
palavras.

4 – Mostrar outras definições:

Relâmpago: é um barulho rabiscando o céu.


Palhaço: é um homem todo pintado de piadas.
Felicidade: é uma palavra que tem música.
Vento: é ar com muita pressa.
Esperança: é um pedaço da gente que sabe que vai dar certo.
Alegria: é um palhacinho no coração da gente.
Paciência: é uma coisa que mamãe perde sempre.
Fonte: "Dicionário de Humor Infantil", coletânea de definições espontâneas e achados poéticos
de crianças entre 3 e 11 anos de idade, compilada por Pedro Bloch.

a) O autor também brincou com as palavras? Por quê?


b) Estas definições apresentam humor? Justifique.
c) Destas definições, quais as que você achou mais engraçadas? Por
quê?

5 – Propor, individualmente, a produção de “definições


poéticas”. Cada aluno deve escolher um objeto, um animal, uma
pessoa, um sentimento, um lugar etc., e criar suas próprias
“definições poéticas”,
Observação:
Dizer aos alunos que suas produções devem ser entregue
à professora para que a mesma possa analisa-las e depois devolve-
las para devidas correções. E o produto final será um dicionário de
definições poéticas da turma.
6 – Em casa, pesquisar na internet outras “definições poéticas” para
juntar com as que foram vistas na aula e coloca-las no mural da sala.

Oficina 7 - Comparação, metáfora, personificação


Objetivo
 Identificar e usar as figuras de linguagem
Material
 Coletânea de poemas
 CD da canção infantil “ O leão” de Vinícius de Morais / Cópias da
letra
 Dicionário de Língua Portuguesa
 Cópia dos poemas “O auto-retrato”, de Mário Quintana, e
“Gavetas”, de Roseana Murray
1 – Iniciar lembrando que uma das mais marcantes características da
linguagem poética é a utilização da linguagem figurada
(conotativa). As figuras de linguagem É um recurso linguístico para
expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo
originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso. Dizer que
há vários tipos de figuras de linguagem, mas que no momento,
vão identificar, aprender e empregar as três mais importantes:
comparação, metáfora e personificação.

2 – Distribuir uma cópia da letra da canção infantil “ O leão” de


Vinícius de Morais para cada aluno para que seja efetuada a leitura.

O Leão
(Vinícius de Moraes

Leão! Leão! Leão!


Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês
Leão! Leão! Leão
És o rei da criação
Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação
O salto do tigre é rápido
Como raio, mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o leão dá
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte
Pois bem, se ele vê o leão
Foge como um furacão
Leão! Leão! Leão
És o rei da criação
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não
Leão se esgueirando à espera
Da passagem de outra fera
Vem um tigre, como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranquilo
O leão fica olhando aquilo
Quando se cansam, o leão
Mata um com cada mão
A Arca de Noé: poemas infantis. São Paulo / Companhia das Letras, 1991.

Comparação
1- Reler a primeira estrofe e responda a questão:

a) Qual terá sido o motivo de o poeta ter aproximado o rugido do


leão ao trovão?
2 - No verso “Rugindo como um trovão” – A palavra como é um
comparativo de
-
( A ) inferioridade
( B ) superioridade
( C ) igualdade
( D ) imparcialidade
3 – Substituindo a palavra como por qualquer um dos seguintes
termos: qual, feito, que nem, parece, pode-se afirmar que continua
sendo comparativos de:
( A ) inferioridade
( B ) superioridade
( C ) igualdade
( D ) imparcialidade
Conclusão: Comparação é a aproximação de dois termos ou
expressões através de uma conjunção ou locução subordinativa
comparativa (como, assim como, bem como, etc.) ou de um verbo
com função semelhante (parecer, lembrar, sugerir, assemelhar-se,
sugerir, etc.).
4 - Colocar o CD da canção citada (“ O leão”, Vinícius de Morais)
para que os alunos ouçam e cantem juntos.

Metáfora
1 – Releia os versos abaixo
“Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda”
a) O que o poeta quis dizer com “tua goela é uma fornalha”? E com
Tua garra, uma navalha?
b) Como se chama esse tipo de recurso usado pelo poeta?
c) O poeta usou algum termo de comparação (como, qual, feito,
etc.)nesta estrofe?
Conclusão
Observa-se que o poeta não usou nenhum termo de
comparação (como, qual, feito etc.). A transição rápida de “goela”
para “fornalha” trás várias sugestões: a visão da boca enorme do
leão; o bafo quente que exala da boca do leão, assim como o
imaginário de seu crepitar. O mesmo acontece às outras duas
metáforas: “labareda” e “navalha”, esta última com a indicação
imaginária de ferimento, corte, sangue, etc.Quando isso ocorre,
temos outra figura de linguagem, a metáfora. Portanto, a metáfora
é uma figura que consiste na substituição de um termo por outro, com
o qual apresenta semelhanças. É uma espécie de comparação
abreviada pela omissão, ou do primeiro termo e da partícula
comparativa, ou apenas da partícula comparativa. A metáfora produz
efeitos de sentido que ampliam a significação do texto e as
possibilidades de interpretação.

Personificação
1 – Propor a leitura do poema de Cassimiro de Abreu na
“Coletânea de poemas”, página 13.

Meus oito anos


Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
De despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfume a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida na era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
- Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Lisboa, 1857. Enciclopédia Itaú Cultural – Literatura Brasileira. Disponível em
<www.itaucultural.org.br>

a) Além da infância, que saudade o eu-lírico expressa no


poema “Meus oito
anos”?____________________________________
b) Retire um verso do poema que confirme essa saudade.
________________________________________
4 – Releia os versos.
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
a) Imagine um céu bordado d”estrelas. Como seria?
b) Qual é o sentido dos versos “ondas beijando a areia” e “a lua
beijando o mar”?
c) Ondas e lua dão beijos?
d) Que figura de linguagem foi empregada?
d) Conceitue esta figura de linguagem.
5 – Comentar as expressões em destaque.
Observa-se que o primeiro verso é uma metáfora. O modo
como as estrelas enfeitam o céu se assemelha a um bordado. Isso é
dito sem emprego de termo comparativo. Nos dois versos finais
aparece outro tipo de figura: personificação, pois atribui-se
comportamento humano a elementos da natureza. Ondas e luas dão
beijos?
Conclusão
Personificação é uma figura de estilo que consiste em atribuir,
a seres irracionais ou inanimados, sentimentos e ações próprios de
pessoas.
As figuras deixam os versos mais significativos. Se o poeta
dissesse apenas que “havia muitas estrelas no céu”, “as ondas se
aproxima da areia” e “a lua refletia sua luz no mar”, os versos não
seriam tão sugestivos e poéticos. Do modo como foi construída a
estrofe, a natureza é valorizada pelas figuras de linguagem que
indicam dinamismo, vida, contato entre os elementos.
Mais exercícios
1 – Completar as lacunas fazendo as comparações.
O rio é _________________ como ___________________
O rio tem cheiro de ________________________________
A cor do rio parece ________________________________
A minha rua tem um brilho como ______________________
Minha cidade até parece ____________________________

2 – Complete empregando metáforas.


O rio ____________________________________________
Minha rua ________________________________________
O céu ___________________________________________
Minha cidade _____________________________________
3 - Identifique as figuras de linguagens (metáfora, comparação e
personificação) nas expressões que se seguem:

a) A guerra é um monstro devorador. (____________)


b) A paixão é como um fogo. (_____________)
c) O mar é a mais larga estrada…(____________)
d) Hoje o vento levantou-se zangado. (____________)
e) A formiga recusou atender ao pedido da cigarra. (_________)
f) Os seus cabelos pareciam fios de ouro…(__________)
g) Tem o coração duro como uma rocha. (____________)
h) Os frutos desta árvore são doces como o mel. (_________)
i) Os teus olhos são duas pérolas. (____________)
j) As rãs do charco tagarelavam umas com as outras. (_________)
4 – Distribuir uma cópia dos poemas “O auto-retrato”, de Mário
Quintana, e “Gavetas”, de Roseana Murray para cada aluno para
leitura e o desvendamento de algumas metáforas.

Texto A
O auto-retrato
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
-pouco a pouco-
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

a) Nesse poema de Mário Quintana percebemos que o eu-lírico


tenta expressar sentimentos e emoções. Nesse momento, o poeta
tem o olhar voltado para :

( ) dentro de si mesmo, buscando, nesse ato, se construir


enquanto ser humano.
( ) fora de si, admirando a natureza e o mundo que o cerca.
b) Explique a resposta que você deu para a questão anterior.

c) Agora, explique as metáforas criadas pelo poeta.

"às vezes me pinto nuvem"


"às vezes me pinto árvore"

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
___________________________________________________
Texto B

Gaveta
Roseana Murray

Com delicadeza
abrir as gavetas
que guardam
as palavras de seda.
Deixá-las sempre
ao alcance
de um sopro,
prontas para o voo,
para o ouvido,
para a boca.
Palavras de seda
são como borboletas
douradas
quando pousam
no coração do outro.

a) Explique as seguintes metáforas:


- abrir as gavetas => ______________________________
- palavras de seda => ______________________________
- ao alcance de um sopro => _________________________
- prontas para o voo => ______________________________
b) procure no dicionário o sentido literal das palavras:
gaveta: __________________________________________
seda: ____________________________________________
sopro: ___________________________________________
voo: _____________________________________________
5 – Ler as expressões sublinhando as palavras que constituem
metáfora.
a) Pesa sobre aquela nação uma sombria ameaça.
b) Ela sentou-se no banco, o olhar distante, o pensamento submerso
no passado.
c) Uma a uma as badaladas se dissolvem na noite." (José Conde)
d) "Deitado na areia, meu pensamento vadio era uma borboleta
serena que não pousava em nada." (Bernardo Élis)
7 – Personificação é a figura pela qual fazemos os seres inanimados
ou irracionais agirem e sentirem como pessoas humanas. Portanto,
analise as expressões que se seguem e indique a intrusa.
( ) "Lá fora, no jardim que o luar acaricia, um repuxo apunhala a alma
da solidão." (Olegário Mariano)
( ) "Os sinos chamam para o amor." (Mario Quintana)
( ) "O rio tinha entrado em agonia, após anos de devastação em
suas margens." (Inácio De Loyola Brandão)
( ) “O povo estourava de riso.” (Monteiro Lobato
( ) “O sol belisca a pele azul do lago.” (Raul Bopp)

Estabelecer comparações para contar sobre o lugar onde vive

1 – Fazer uma lista de características: qualidades e problemas do


lugar onde vive ( a casa onde mora, a rua, o bairro a cidade ou o
país) .

2 - Completar as lacunas com comparações e metáforas para


contar sobre esse lugar.

Minha (meu) _________ é ________ como _________.


A natureza aqui é ___________ como ______________.
As nossas belezas naturais ______ como _____________.
A minha rua tem um ______ como_________ .
Minha cidade se apresenta _________. Tal qual ___________.
Aquele (a) __________ (prédio, praça, clube, parque, campo
esportivo, estação rodoviária etc.) é _________
como____________ .
Esse lugar é _________ como ____________.
As pessoas daqui são __________ que nem ____________...
Agora propor a socialização das frases e a escolha das mais
sugestivas para serem transcritas na lousa para todos copiarem no
caderno.

Transformar comparações em metáforas


Observações:
Não confundir a metáfora com a comparação. Nesta, os dois
termos vem expressos e unidos por nexos comparativos (como, tal,
qual, assim como, etc.). Exemplificando:
Nero foi cruel como um monstro. (comparação)
Nero foi um monstro. (metáfora)
1 - Transforme as comparações em metáforas.
a) A aeronave era como um grande pássaro metálico devorando a
distância. (comparação)
_____________________________________.(Metáfora)
b) Faminto como ele estava, um pedaço de pão seria delicioso como
um maná. (comparação)
______________________________________.(Metáfora)
c) Cuidado com esse tal de Abelardo! Ele é astucioso como uma
raposa. (comparação)
_____________________________________.( Metáfora)
d) Assim como uma serpente, o rio da minha cidade é sinuoso e
ágil. (comparação)
_____________________________________.( Metáfora)
e) Minha cidade até parece uma colmeia agitada. (comparação)
_____________________________________.(Metáfora)

Oficina 8 – Sonoridade na poesia


Objetivos
 Investigar as relações entre som e sentido na poesia
 Observar a expressividade das repetições de palavras ou das
mesmas consoantes
 Escrever textos com repetições

Material
 Coletânea de poemas
 CD-ROM de poemas
 Aparelho de som
 Datashow
 Dicionário da Língua Portuguesa
 Computador

Desenvolvimento:
1 – Iniciar dizendo que há outras formas de brincar com as palavras.
Uma bem interessante é a usada, por exemplo, pelos autores dos
poemas “Pássaro livre” ( Sidônio Muralha) e “Haicai” ( Ângela Leite
de Souza.), a aliteração. A aliteração é a figura de linguagem que
consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em
uma frase, verso ou poema, reforçando o ritmo.
2 – Propor a leitura com bastante atenção dos poemas de Sidônio
Muralha e de Ângela Leiter, na Coletânea de poemas, página 14.
Pássaro livre

Gaiola aberta.
Aberta a janela.
O pássaro desperta,
A vida é bela.

A vida é bela
A vida é boa.

Voa, pássaro, voa.

Sidônio Muralha. A dança dos pica-paus. Rio de Janeiro: Nórdica, 1985.

Haicai

Que cheiro cheiroso


de terra molhada quando
a chuva chuvisca!...

Ângela Leite de Souza. Três gotas de poesia. São Paulo: Moderna, 2002.

Agora responda as questões.


a) Em que versos estão as rimas?
b) O que mais vocês perceberam nestes poemas?
c) Vocês observaram ritmo e eco sonoro nestes poemas?
d) Qual é o som que se repete ao longo de cada um deles?
e) Quais palavras estão repetidas?
f) Há repetição de versos?
g) Por que o ritmo é um elemento importante no poema?

Observação:
É relevante reforçar que:
=> No primeiro poema:
> Ocorrem aliterações das consoantes: “b”: aberta, bela, boa e de
“v: vida, voa.
> Repetem-se os termos “pássaro”, “vida”, “bela” e os versos quatro
e cinco “a vida é bela”.
> Aparecem três rimas: aberta/desperta; janela/bela; boa/voa; a
vogal “e” está presente em duas rimas, prolongando o eco sonoro e
propondo associar o sentido das palavras em que está presente.
Estes recursos criam elos entre as partes do poema,
associando o voo e a abertura de portas e janelas, isto é, a liberdade
de voar – seja por meio de asas, seja por meio do pensamento e da
imaginação.
=> No segundo poema:
> Ocorre aliteração das consoantes “ch”
(dígrafo): cheiro, cheiroso, chuva, chuvisca. Associa-se desse modo,
o sentido de “chuva” às outras palavras em que o som aparece, com
a imagem positiva da água que molha a terra e as plantas.

3 – Projetar no Datashow os versos abaixo e fazer a leitura em voz


alta valorizando os sons e ritmo.
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
(SOUSA, 1993, p. 23-26)

a) Para produzir a sonoridade dos versos o poeta usa a repetição de


sons. Estes sons são representados pelo fonema: _________.
b) A repetição de fonemas consonantais denomina – se: ___________

Após a leitura dos versos informar que eles pertencem ao


poema “Violões que choram” do livro Faróis.Há uma grande
repetição da letra “v” que acontece principalmente no início das
palavras o que significa que o autor teve a intenção de provocar no
leitor a sensação de que haviam muitos sons sendo propagados ao
mesmo tempo. É bem provável que através desta profusão de sons
o poeta tenha tentado expressar toda a tensão que havia em si
mesmo.
4 - Acessar ao vídeo VIOLÕES QUE CHORAM (basta clicar no
título) e apreciar as figuras sonoras e o ritmo.
http://gil-nordestino.blogspot.com.br/2010/10/violoes-que-
choram_5313.html

5 – Mostrar também uma outra figura de estilo de nível fônico


denominada assonância. Explicar que a assonância é um recurso
sonoro onde o poeta busca a repetição de mesma vogal ao longo do
verso ou poema. São as vogais que fazem a melodia do poema. Essa
repetição pode ajudar a dar sentido no poema, a sugerir imagens e a
provocar sensações no leitor. Exemplos:

A
"Sou Ana, da cama
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam”

Chico Buarque

B
"Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral.”
Caetano Veloso

C
Ana e o Pernilongo

Havia um pernilongo
chamado Lino
quer tocava violino.
Mas era tão pequenino
o Lino
e tocava tão fino
o seu violino,
que nunca ouvi o Lino
nem vi o Lino.

José Paulo Paes. In: Olha o bicho. São Paulo: Ática, 1989

a) Perceberam a melodia destes poemas?


b) Onde está a assonância de cada poema?
c) Qual é a função da assonância, a repetição da mesma vogal no
poema?

6 – Após a análise dos poemas e a explicação da professora,


conceituar:
a) Aliteração: ____________________________
____________________________________
b) Assonância: ___________________________
_____________________________________

Produção
1 – Em dupla ou individualmente, escrever um poema em que a
aliteração seja uma das figuras de linguagem predominantes.
2 – Socializar a produção.
3 – Guardar a produção para digitar no Documento do Microsoft
Word e salvar na pasta da classe.

Ritmo irregular

1 – Iniciar falando que:


O ritmo no poema é a sucessão cadenciada de sons fortes
(sílabas tônicas) e sons fracos (sílabas átonas), repetidos com
intervalos regulares ou variados, determinando a musicalidade do
poema.
Temos dois sistemas rítmicos: o sistema regular e
o irregular ou livre.
No sistema regular as sílabas mais fortes do verso, ocorrem
sempre no mesmo lugar em todos os versos. O ritmo é mantido com
o rigor da igualdade em toda a estrofe ou poema.
No sistema irregular, assim como o tamanho dos versos, ora
longos, ora curtos, o ritmo não é mantido com o rigor da igualdade
em toda a estrofe ou poema. Entretanto, quando cantados ou
declamados, o cantador ou declamador experiente, faz ligeiras
adaptações à tonicidade das palavras que compõem o verso a fim de
não perder a toada que determina o ritmo do gênero. O conjunto de
imagens, o clima, as vivências e emoções contribuem diretamente
para a harmonia desenvolvida ao longo do poema.
http://interpoetica.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=1174&catid=0

2 – Propor a leitura compartilhada (cada aluno lê uma estrofe) dos


poemas que se seguem, observando as irregularidades. Também
listar no caderno as palavras desconhecidas e procurar no
dicionário o significado.

Pátria Minha
Vinicius de Moraes

A minha pátria é como se não fosse, é íntima


Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:


Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria


De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho


Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido


De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra


Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha


Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para


Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta


Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem


Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa


Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha


Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia


E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."

Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar -
Rio de Janeiro, 1998, pág. 383.

3 – Propor que os alunos ouçam o poema declamado no


vídeo: Vinícius de Moraes - Pátria Minha – YouTube, localizado no
site: http://www.youtube.com/watch?v=t-ADA-FZKVg e observem a harmonia
desenvolvida ao longo do poema.

Coisas do reino da minha cidade

Olho e vejo por cima dos telhados patinados pelo tempo


copadas mangueiras de quintais vizinhos.
altaneiras, enfolhadas, encharcados seus caules,
troncos e raízes de longas chuvas de verão passado.
paramentadas em verde, celebram a liturgia da próxima florada.
antecipam a primavera no revestimento de brotação bronzeada,
onde esvoaçam borboletas amarelas.
as mangueiras estão convidando todos os turistas,
para a festa das suas frutas maduras, nos reinos da minha cidade.

Minha mesa está florida e perfumada


de entrada a minha casa, um aroma suave
incensando a casa.
um bule de asa quebrada, um vidro de boca larga,
um vaso esguio servem ao conjunto floral.
rosas brancas a lembrar grinalda das meninas
de branco que acompanhavam antigas procissões,
de onde vieram carregando seus perfumes?...
tão fácil. Por cima do muro da vizinha
a roseira, trepadeira, se debruça
numa oferta floral de boa vizinhança.

Canto e descanto meus vizinhos.


contei sempre com eles e nunca me faltaram.
beleza simbólica maior: o Dia do Vizinho.

O vizinho é a luz da rua. Quando o vizinho viaja e fecha a casa,


é como se apagasse a luz da rua...
indagamos sempre: quando volta?
e quando o vizinho volta, abre portas e janelas
e é como se acendessem todas as luzes da rua
e nós todos nos sentimos em segurança
estas coisas nos reinos de Goiás.

Cora Coralina p. 183-184

a) O que cada autor descreve em seu poema?]


b) Estes poemas apresentam rimas?
c) Estes poemas apresentam ritmo regular? Justifique sua resposta.
d) Os versos tem o mesmo tamanho?
e) Aparecem figuras de linguagem? Quais?

Trava-línguas
1 – Iniciar falando rapidamente o trava língua: “Três pratos de trigo
para três tigres tristes.”
2 – Falar que um exemplo bem conhecido de aliteração são os trava-
línguas. É uma expressão ou frase difícil de pronunciar quando
falada rapidamente, devido a aliteração ou a repetição de sons
semelhantes. Se forem ditos muito depressa, é quase impossível
pronunciá-los sem tropeçar. Alguns dos trava-línguas tradicionais
não têm outro significado senão o da dificuldade da articulação ou da
repetição da mesma letra.
3 – Propor aos alunos que digam para a classe um trava-língua
conhecido.
4 – Colocar na lousa os trava-línguas que os alunos disseram,
solicitando o registro no caderno..
5 – Projetar no Datashow a lista de trava- línguas, propondo que os
alunos decorem para apresentar para a turma no dia combinado.

Trava- línguas
Corrupaco papaco, a mulher do macaco, ela pita, ela fuma, ela toma
tabaco debaixo do sovaco.
Porco crespo, toco preto.
Um tigre, dois tigres, três tigres.
A pinga pinga, o pinto pia, quanto mais o pinto pia, mais a pinga
pinga.
Olha o sapo dentro do saco, o saco com o sapo dentro, o sapo
batendo papo e o papo soltando vento.
Não tem truque, troque o trinco, traga o troco e tire o trapo do prato.
Tire o trinco, não tem truque, troque o troco e traga o trapo do prato.

a) Estes trava-linguas apresentam rimas?


b) Apresentam ritmo regular ou irregular? Por quê?
c) Pinte onde se encontram as aliterações.

Desafio.
1 - Produzir um ou dois trava-línguas, aplicando o conhecimento
adquirido. Usar palavras que tenham encontros consonantais br, bl,
cr, cl, dr, dl, fr, fl, gr, gl, pr, pl, tr, tl, vr, vl ou palavras cujos sons sejam
parecidos (cedo, passe, próximo, chave, xarope, etc).
2 – Passar a limpo em uma folha de linguagem, ilustra-los e colocar
no mural.
3 – Na aula no laboratório de informática, digitar esses trava-línguas
no Documento do Microsoft Word e salvar na pasta da classe.

Travatrovas
1 – Propor a leitura das travatrovas na Coletânea de poemas, página
3.
O pedreiro Pedro Alfredo
O pedreiro Pedro Alfredo,
o Pedro Alfredo Pereira,
tramou tretas intrigantes,
transou truques, pregou petas,
pois Pedro Alfredo Pereira
é um tremendo tratante!

Se um dia me der na telha


Se um dia me der na telha
eu frito a fruta na grelha
eu ponho a fralda na velha
eu como a crista do frango
eu cruzo zebu com abelha
eu fujo junto com a Amélia
se um dia me der na telha.
Chegou “seu” Chico Sousa
Só sei que “seu” Chico Sousa
chegou e trouxe da China
a seda xadrez da Célia
o xale roxo da Sônia
o xale cinza da Sheila
e a saia chique da Selma.

Ciça. Travatrovas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993

2 – Escolher três alunos para fazer a litura em voz alta.


3 - Ouvir as mesmas travatrovas no CD-ROM de poemas apreciando
os sons.
4 – Propor as questões:
a) Estas travatrovas apresentam a mesma quantidade de versos?
b) Elas apresentam rimas?
b) Localize as aliterações destas travatrovas.
d) As travatrovas apresentam ritmo regular ou irregular? Por quê?
5 – Sugerir aos alunos que façam a leitura de outras travatrovas da
autora já citada e da Eva Funari. Trovadinhas. São Paulo: Moderna,
1994.

Desafio
1 - Produzir uma ou mais travatrovas, aplicando o conhecimento
adquirido.
Este outro exemplo é para encorajá-los.

O TRATO DO TATU

O tatu fez um trato


com a Tereza tratadeira
mas o trato deu em trote
ele foi pra trituradeira.
2 – Passar a limpo em uma folha de linguagem, ilustra-las e colocar
no mural.
3 – Na aula no laboratório de informática, digitar essas travatrovas
no Documento do Microsoft Word e salvar na pasta da classe.

Verificando a aprendizagem
Ler atentamente:

O veleiro e o vento

Vaga, vagando, vadio


O veleiro a deslizar...
E o vento, vagabundo
Sopra a vela devagar...

E o veleiro vai e vem,


Velejando, a se embalar...
E o vento, levemente,
Leva a vela sobre o mar...

Voga o veleiro, entre as vagas,


Vaga-vagando, a vagar...
E o vento leve, vadio,
Vem vestido de luar!

Leva a vela o vento leve,


Em suave a velejar...
Veleja o veleiro verde
Nas águas do verde mar

1- Nos dois primeiros versos do poema o poeta fala sobre o veleiro.


De acordo com o que ele escreve o veleiro:

(A) desliza
(B) navega
(C) veleja
(D) nada

2- Para produzir a sonoridade do poema o poeta usa a repetição de


sons. Estes sons são representados pelo fonema:

(A) a
(B) v
(C) c
(D) b

3 - De acordo com o poema o vento é caracterizado como:

(A) vagabundo, veleja, desliza


(B) suave, veleja, velejando
(C) vagabundo, leve, vadio.
(D) águas, verde, mar

4- Ainda de acordo com o texto o texto as características do veleiro


são

(A) vagabundo, veleja, desliza


(B) águas, verde, mar
(C) vagabundo, leve, vadio.
(D) vaga, vadio, verde

5 - Aliteração é a repetição de consoante dentro de um poema, e


assonância a repetição de vogal. No poema O veleiro e o vento qual
predomina:
(A) aliteração e assonância simultaneamente
(B) aliteração somente
(C) assonância somente
(D) nem aliteração nem assonância

OFICINA 9 - Poetas do povo


Objetivos
 Trabalhar com poemas popular
 Perceber a importância do ritmo no poema
 Escrever versos observando rima e ritmo
Material
 Coletânea de poemas
 CD-ROM de poemas
 Aparelho de som
 Datashow
 Dicionário da Língua Portuguesa
 Computador

O varal de cordel
1 – Iniciar perguntando:
a) Vocês sabem o que é cordel?
b) Quem conhece um folheto de cordel?
c) Vocês já ouviram ou leram cordel? Em casos afirmativos, conte o
assunto do poema.
d) Quais autores de cordel vocês conhecem?
2 - No laboratório de informática, acessar os endereços eletrônicos e
assistir aos filmes:
=> o que é literatura de
cordel: http://www.youtube.com/watch?v=c0WZsU647Fw
=> O que é cordel
(musicado): http://www.youtube.com/watch?v=dd3IskH6LNU
=> O que é o cordel (documentário TV
Globo): http://www.youtube.com/watch?v=Kx6PZOC2WtQ&feature=
related
Os alunos deverão anotar no caderno as características da poesia
de cordel citadas nos vídeos exibidos. Por exemplo:
 características estruturais - métrica, versos;
 narrativa em versos;
 temáticas fantásticas e regionalistas;
 metáforas, humor e rimas;
 xilogravuras;
 origem do nome cordel.

2 – Solicitar a leitura compartilhada (cada aluno solicitado lê uma


estrofe) do cordel “Emigração e as consequências”, de Patativa do
Assaré.

Emigração e as Consequências
Neste estilo popular
Nos meus singelos versinhos,
O leitor vai encontrar
Em vez de rosas espinhos
Na minha penosa lida
Conheço do mar da vida
As temerosas tormentas
Eu sou o poeta da roça
Tenho mão calosa e grossa
Do cabo das ferramentas
Por força da natureza
Sou poeta nordestino
Porém só conto a pobreza
Do meu mundo pequenino
Eu não sei contar as glórias
Nem também conto as vitórias
Do herói com seu brasão
Nem o mar com suas águas
Só sei contar as minhas mágoas
E as mágoas do meu irmão
De contar a desventura
Tenho sobrada razão
Pois vivo de agricultura
Sou camponês do sertão
Sou um caboclo roceiro
Eu trabalho o dia inteiro
Exposto ao frio e ao calor
Sofrendo a lida pesada
Puxando o cabo da enxada
Sem arado e sem trator
Nesta batalha danada,
Correndo pra lá e pra cá
Tenho a pele bronzeada
Do sol do meu Ceará
Mas o grande sofrimento
Que abala o meu sentimento
Que a providência me deu
É saber que há desgraçados
Por esse mundo jogados
Sofrendo mais do que eu
É saber que há muita gente
Padecendo privação
Vagando constantemente
Sem roupa, sem lar, sem pão
É saber que há inocentes
Infelizes indigentes
Que por esse mundo vão
Seguindo errados caminhos
Sem ter da mãe os carinhos
Nem do pai a proteção
Leitor a verdade assino
É sacrifício de morte
O pobre nordestino
Desprotegido da sorte
Como bardo popular
No meu modo de falar
Nesta referência séria
Muito desgostoso fico
Por ver num país tão rico
Campear tanta miséria
Quando há inverno abundante
No meu Nordeste querido
Fica o pobre em um instante
Do sofrimento esquecido
Tudo é graça, paz e riso
Reina um verde paraíso
Por vale, serra e sertão
Porém não havendo inverno
Reina um verdadeiro inferno
De dor e de confusão
Fica tudo transformado
Sofre o velho e sofre o novo
Falta pasto para o gado
E alimento para o povo
É um drama de tristeza
Parece que a natureza
Trata a tudo com rigor
Com esta situação
O desumano patrão
Despede o seu morador
Vendo o flagelo horroroso
Vendo o grande desacato
Infiel e impiedoso
Aquele patrão ingrato
Como quem declara guerra
Expulsa da sua terra
Seu morador camponês
O coitado flagelado
Seu inditoso agregado
Que tanto favor lhe fez
Sem a virtude da chuva
O povo fica a vagar
Como a formiga saúva
Sem folha para cortar
E com dor que o consome
Obrigado pela fome
E a situação mesquinha
Vai um grupo flagelado
Para atacar o mercado
Da cidade mais vizinha
Com grande necessidade
Sem rancor e sem malícia
Entra a turma na cidade
E sem temer a polícia
Vai falar com o prefeito
E se este não der um jeito
Agora o jeito que tem,
É os coitados famintos
Invadirem os recintos
Da feira e do armazém
A fome é o maior martírio
Que pode haver neste mundo,
Ela provoca delírio
E sofrimento profundo
Tira o prazer e a razão
Quem quiser ver a feição
Da cara da mãe da peste
Na pobreza permaneça,
Seja agregado e padeça
Uma seca no Nordeste
Por causa desta inclemência
Viajam pelas estradas
Na mais cruel indigência
Famílias abandonadas
Deixando o céu lindo e azul
Algumas vão para o Sul
E outras para o Maranhão
Cada qual com sua cruz
Se valendo de Jesus
E do padre Cícero Romão
Nestes medonhos consternos
Sem meios para a viagem
Muitas vezes os governos
Para o Sul dão a passagem
E a faminta legião
Deixando o caro torrão,
Entre suspiros e ais,
O martírio inda mais cresce
Porque quem fica padece
E quem parte sofre mais
O carro corre apressado
E lá no Sul faz “despejo”
Deixando desabrigado
O flagelado cortejo,
Que procurando socorro
Uns vão viver pelo morro
Um padecer sem desconto
Outros pobres infelizes
Se abrigam pelas marquises
Outros debaixo da ponte
Rompendo mil empecilhos
Nisto tudo que é pior
É que o pai tem oito filhos
E cada qual o menor
Aquele homem sem sossego
Mesmo arranjando um emprego
Nada pode resolver
Sempre na penúria está
Pois o seu ganho não dá
Para a família viver
Assim mesmo, neste estado
O bom nordestino quer
Estar sempre rodeado
Por seus filhos e a mulher
Quando mais aumenta a dor
Também cresce o seu amor
Por sua prole adorada
Da qual é grande cativo
Pois é ela o lenitivo
De sua vida cansada
A pobre esposa chorosa
Naquele estranho ambiente
Recorda muito saudosa
Sua terra e sua gente
Relembra o tempo de outrora,
Lamenta, suspira e chora
Com a alma dolorida
Além da necessidade
Padece a roxa saudade
De sua terra querida
Para um pequeno barraco
Já saíram da marquise
Mas cada qual o mais fraco
Padecendo a mesma crise,
Porque o pequeno salário
Da sua manutenção
E além disso falta roupa
E sobre sacos de estopa
Todos dormindo no chão
Naquele ambiente estranho
Continua a indigência
Rigor de todo o tamanho
Sem ninguém dar assistência
Aquela família triste
Ninguém vê, ninguém assiste
Com alimento e com veste,
Que além da situação
Padece a recordação
Das coisas do seu Nordeste
Meu leitor, não tenha enfado
Vamos ver mais adiante
Quando é triste o resultado
Do nordestino emigrante
Quero provar-lhe a carência
O desgosto e a inclemência
Que sofre o pobre infeliz
Que deixa a terra onde mora
E vai procurar melhora
Lá pelo Sul do país
O pobre no seu emprego
Seguindo penosos trilhos
Seu prazer é o aconchego
De suas esposas e seus filhos
Naquele triste penar
Vai outro emprego arranjar
Na fábrica ou no armazém
A procura da melhora
Até que a sua senhora
Tem um emprego também
Se por um lado melhora
Aumentando mais o pão
Por outro lado piora
A triste situação
Pois os garotos ficando
E a vida continuando
Sem os cuidados do pais
Sozinhos naquele abrigo
Se expõem ao grande perigo
Da vida dos marginais
Eles ficam sozinhos
Logo fazem amizade
Em outros grandes bairros vizinhos
Com garotos da cidade
Infelizes criaturas
Que procuram aventuras
No mais triste padecer
Crianças abandonadas
Que vagam desesperadas
Atrás de sobreviver
Esses pobres delinqüentes
Os infelizes meninos,
Atraem os inocentes
Flagelados nordestinos
E estes com as relações
Vão recebendo instruções
Com aqueles aprendendo
E assim, mal acompanhados
Em breve aqueles coitados
Vão algum furto fazendo
São crianças desvalidas
Que os pais não lhe dão sustento,
As mães desaparecidas
Talvez no mesmo tormento
Não há quem conheça o dono
Desses filhos do abandono
Que sem temerem perigos
Vão esmolando, furtando
E às vezes até tomando
O dinheiro dos mendigos
Os pais voltam dos trabalhos
Cansados mas destemidos
E encontram os seus pirralhos
No barraco recolhidos,
O pai dizendo gracejo
Dá em cada qual um beijo
Com amorosos acenos;
Cedo do barraco sai
Não sabe como é que vai
A vida de seus pequenos
No dia seguinte os filhos
Fazem a mesma viagem
Nos seus costumeiros trilhos
Na mesma camaradagem
Com os mesmos companheiros
Aqueles aventureiros
Que na maior anarquia
Sem terem o que comer
Vão rapinagem fazer
Para o pão de cada dia
Sem já ter feito o seu teste
Em um inditoso dia
Um garoto do Nordeste
Entra em uma padaria
E já com água na boca
E necessidade louca
Se encostando no balcão,
Faz mesmo sem ter coragem
A primeira traquinagem
Dali carregando um pão
Volta bastante apressado
O pobre inexperiente
Olhando desconfiado
Para traz e para frente
Mas naquele mesmo instante
Vai apanhado em flagrante
Na porta da padaria
Indo o pequeno indigente
Logo rigorosamente
Levado à delegacia
É aquela a vez primeira
Que o garoto preso vai
Faz a maior berradeira
Grita por mãe e por pai
Mas outros garotos presos
Que já não ficam surpresos
Com história de prisão
Consolam o pequenino
Dando instrução ao menino
Da marginalização
Depois que aquela criança
Da prisão tem liberdade;
Na mesma vida se lança
Pelas ruas da cidade
E assim vai continuando
Aliada ao mesmo bando
Forçados pela indigência
Pra criança abandonada
Prisão não resolve nada
O remédio é assistência
Quem examina descobre
Que é sorte muito infeliz
A do nordestino pobre
Lá pelo Sul do país
A sua filha querida
Às vezes vai iludida
Pelo monstro sedutor
E devido a ingenuidade
Finda fazendo a vontade
Do monstro devorador
Foge do rancho dos pais
E vai vagar pelo mundo
Padecendo muito mais
Nas garras do vagabundo
O pobre pai, revoltado
Fica desmoralizado
Com a alma dolorida
Para o homem nordestino
O brio é um dom divino
A honra é a própria vida
Aquele pai fica cheio
De revolta e de rancor
Mas não pode achar um meio
De encontrar o malfeitor
Porém se casualmente
Encontrar o insolente
Lhe dará fatal destino
Pois foi sempre esse papel
E a justiça mais fiel
Do caboclo nordestino
Leitor, veja o grande azar
Do nordestino emigrante
Que anda atrás de melhorar
Da sua terra distante
Nos centros desconhecidos
Depressa vê corrompidos
Os seus filhos inocentes
Na populosa cidade
De tanta imoralidade
E costumes diferentes
A sua filha querida
Vai pra uma iludição
Padecer prostituída
Na vala da perdição
E além da grande desgraça
Das privações que ela passa
Que lhe atrasa e lhe inflama
Saber que é preso em flagrante
Por coisa insignificante
Seu filho a quem tanto ama
Para que maior prisão
Do que um pobre sofrer
Privação e humilhação
Sem ter com que se manter?
Para que prisão maior
Do que derramar suor
Em um estado precário
Na mais penosa atitude
Minando a própria saúde
Por um pequeno salário?
Será que o açoite, as algemas
E um quarto da detenção
Vão resolver o problema
Da triste situação?
Não há prisão mais incrível
Mais feia, triste e horrível
Mais dura e humilhante
Do que a de um desgraçado
Pelo mundo desprezado
E do seu berço distante?
O garoto tem barriga,
Também precisa comer
E a cruel fome lhe obriga
A rapinagem fazer
Se ninguém a ela ajuda
O itinerário não muda
Os miseráveis infantes
Que vivem abandonados
Terão tristes resultados
Serão homens assaltantes
Meu divino redentor
Que pregou na Palestina
Harmonia, paz e amor
Na vossa santa doutrina
Pela vossa mãe querida
Que é sempre compadecida
Carinhosa, terna e boa
Olhai para os pequeninos
Para os pobres nordestinos
Que vivem no mundo à toa
Meu bom Jesus Nazareno
Pela vossa majestade
Fazei que cada pequeno
Que vaga pela cidade
Tenha boa proteção,
Tenha em vez de uma prisão,
Aquele medonho inferno
Que revolta e desconsola,
Bom consolo e boa escola
Um lápis e um caderno.

Patativa do Assaré. Uma voz do Nordeste. São Paulo: Hedra, 2000. Poema
3 – Colocar o CD para que os alunos possam ouvir a gravação desse
poema e o ritmo cadenciado.

Trabalhando a compreensão
1 - Identifique no poema as palavras cujo significado você
desconhece. Essas palavras são específicas de que região do
Brasil?
Do que fala Patativa do Assaré?
Observação:
Após a discussão sistematizar:
Patativa do Assoré em seus versos fala da seca no Nordeste e
do sofrimento do povo, das injustiças sociais, da migração para o sul.
Fala da luta do povo nordestino, do trabalho e do risco da entrada
dos jovens na marginalidade.
3 - Como o poeta se apresenta?
4 - Que tipo de vocabulário o poeta usou?
5 - Quais os recursos de ritmo observados?
6 - Há presença de comparações e metáforas? Justifique.
7 - As rimas estão em todos os versos? Qual o esquema de rima?
8 - Destaque as rimas e escreva as respectivas classes gramaticais.
9 - Quantos versos tem cada estrofe?
10 – Este poema de cordel apresenta:
( ) quintilha ( estrofe com cinco versos).
( ) sextilha (estrofe com seis versos).
( ) setilha (estrofe com sete versos).
( ) quadrão (estrofe com oito versos).
( ) décima ou martelo (estrofe com dez versos).
11 - Neste poema Patativa descreve sua própria pessoa. Que verso
apresenta essa descrição?
12 - Na última estrofe observa-se um desejo do autor. Qual é?
13 - Leia a primeira estrofe do poema. O ritmo é obtido por meio da
regularidade das rimas e da métrica. Quantas sílabas há em cada
verso dessa estrofe?
14 – Propor o registro no caderno das informações que se seguem.
=> Métrica - Trata-se da contagem das sílabas de um verso. Segundo
as regras de contagem de sílabas métricas – metro –, estas contam-
se pelo que efetivamente se ouve até à última sílaba acentuada. Pôr
em evidência e contar as sílabas métricas é escandir um verso.
Exemplo:
O lei TOR vai em com TRAR
1 2 3 4 5 6 7
Em vez de RO sas es PI- (nhos)
1 2 3 4 5 6 7
=> O verso de sete sílabas, heptassílabo ou redondilha maior, é o
mais simples do ponto de vista das leis métricas. Basta que a última
sílaba seja acentuada, os demais acentos podem cair em qualquer
outra sílaba. Talvez por isso ele seja o verso predominante nas
quadrinhas e canções populares.
=> Os versos que não possuem uma regularidade métrica (fixa) são
denominados versos livres. No verso livre a sonoridade rítmica
obedece a um padrão próprio, não sendo governado por regras
externas derivadas da alternação uniforme de sílabas tônicas ou de
metrificação e rima, a essa modalidade dá-se o nome de Arritmia.
=> De acordo com o número de versos que apresentam, as estrofes
recebem as seguintes denominações: dístico (2 versos); terceto (3);
quadra ou quarteto (4); quintinha (5); sexteto ou sextilha (6); sétima
ou septilha (7); oitava (8); nona (9); décima (10).
=> As rimas podem ser classificadas, também, por sua posição no
verso:
- Cruzada ou alternada: O primeiro verso rima com o terceiro, e o
segundo com o quarto (abab).
- Interpolada ou intercalada: O primeiro verso rima com o quarto, e
o segundo com o terceiro (abba).
- Emparelhada: O primeiro verso rima com o segundo, e o terceiro
com o quarto (aabb).
- Encadeada ou internas: Quando rimam palavras que estão no fim
do verso e no interior do verso seguinte:
- Misturadas: Não tem ordem determinada entre as rimas.
=> Ritmo - Considerado por muitos como sendo a mística da
palavra, o ritmo é uma alternação uniforme de sílabas tônicas e não
tônicas em cada verso de uma composição poética. O ritmo de um
poema ainda tem muito a ver com a metrificação e a correspondência
sonora provocada pela rima. Todo esse conjunto de elementos
determina o ritmo da obra.
=> Quanto à estrutura, o cordel pode ser dividido em quintilha (cinco
versos), sextilha (seis versos), setilha (sete versos), quadrão (oito
versos) e décima ou martelo (dez versos).
=> Uma forte característica dos folhetos de cordel é sem dúvida suas
xilogravuras. Xilo vem do grego e significa madeira. Xilogravura, é a
arte de gravar em madeira. Primeiro o artista esculpe na madeira o
que deseja desenhar, depois ele imprime no papel o desenho feito.

http://www.lusofoniapoetica.com/index.php/artigos/teoria-poetica/rima.html)
http://www.infoescola.com/linguistica/aliteracao/)
http://www.camelo.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=43631
http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/elementos.htm
http://www.edukbr.com.br/estudioweb/ativ_antigas/cordel/xilo.htm

14 - Pesquisar na internet (em casa) a biografia de Patativa do


Assaré e outros cordéis, para na próxima aula, ler para o colegas e
colocar no mural.

Produção um folheto de cordel


1 - Produzir, individualmente, um texto literário que se enquadre nas
características cordelistas (regionalismo, narrativa com rimas, humor
e metáforas).
Materiais:
Algumas folhas de papel reciclado tamanho A4 (ou coloridas)
1 bandeja de isopor (usada para colocar frutas ou frios)
Tinta guache preta
1 palito de churrasco
Tesoura
1 rolinho de espuma
1 pincel largo
1 grampo de pendurar roupa em varal.
Desenvolvimento:
1 – Leia estes versos:
CORDEL: HISTÓRIA DE CIDADE DE SÃO PAULO
Vou contar no meu cordel
De uma forma tão bacana
Vou rimar cada palavra
Como quem brinca gincana
Pra mostrar como nasceu
Nossa terra paulistana.

(...)
Tem mineiro e tem baiano
Tem quem veio de Natal
Tem quem é do interior
Tem quem é do litoral
Todos foram e são bem vindos
Nesta linda capital.
(...)
Texto inteiro: http://www.teatrodecordel.com.br/cordel_historia_sao_paulo.htm

2 - Escolha um tema (pode ser “O lugar onde vivo).


3 - Liste algumas informações a seu respeito tema escolhido.
4 - Faça uma lista de palavras que rimam.
5 – Empregue a comparação e metáfora.
6 - Faça estrofes em forma de sextilhas falando sobre o assunto.
7 - Escolha um título para seu cordel.
8 - Dobre uma folha de papel em 4.
9 - Recorte as partes (de cima ou de baixo) para liberar as folhas do
cordel.
10 - Tire as bordas da bandeja de isopor e deixe-a do tamanho de
seu cordel.
11 - Faça sua capa no isopor desenhando com caneta e colocando
acima o título e abaixo seu nome e a data; ATENÇÃO! Para imprimir,
você precisará escrever ao contrário!
12 - Com o palito de churrasco, cubra o desenho e a escrita. Você
precisa afundar bem o palito para fixar o que deseja imprimir.
13 - Espalhe a guache por toda a placa de isopor com a ajuda do
rolinho de espuma.
14 - Depois de ter preenchido a bandeja inteirinha, pegue uma folha
e a pressione, passando uma régua sobre toda a região da placa
pintada.
15 - Devagar, puxe a folha e veja como a impressão sai perfeita,
como se fosse mesmo uma xilo.
16 - Escreva seu poema, já corrigido, nas páginas restantes.
17 - Grampeie as folhas... Pronto, seu cordel está terminado!
Quadrinhas divertidas
Trabalhar com a noção de ritmo, criando quadras com base no
poema “O buraco do tatu”, de Sérgio Caparelli.

1 – Formar grupos de três ou mais alunos, propondo que façam a


leitura em voz alta do poema (Coletânea de poemas, página 6).

O buraco do tatu

O tatu cava um buraco


À procura de uma lebre,
Quando sai pra se coçar,
Já está em Porto Alegre.
O tatu cava um buraco,
E fura a terra com gana,
Quando sai pra respirar,
Já está em Copacabana.
O tatu cava um buraco
E retira a terra aos montes,
Quando sai pra beber água,
Já está em Belo Horizonte.
O tatu cava um buraco,
Dia e noite, noite e dia,
Quando sai pra descansar,
Já está lá na Bahia.
O tatu cava um buraco,
Tira terra, muita terra,
Quando sai por falta de ar,
Já está na Inglaterra.
O tatu cava um buraco
E some dentro do chão,
Quando sai pra respirar,
Já está lá no Japão.
O tatu cava um buraco,
Um buraco muito fundo,
Quando sai pra descansar,
Já está no fim do mundo.
O tatu cava um buraco,
Perde o fôlego, geme, sua.
Quando quer voltar atrás
Leva um susto. Está na Lua.
Sérgio Caparelli 111 poemas para crianças. Porto Alegre: L& PM, 2008.

2 – Retomar os conhecimentos que os alunos já dominam a respeito


do gênero e e observar com eles:
=> a regularidade das estrofes (quartetos ou quadras);
=> o tamanho dos versos (7 sílabas poéticas);
=> as rimas (entre segundo e quarto versos de cada estrofe);
=> a repetição de versos, de palavras, de expressões.
3 – Propor mais questões.
a) Escreva as figuras de linguagem que o autor empregou neste
poema.
____________________________________
___________________________________
___________________________________
b) Onde o autor empregou as rimas.
_________________________________
_________________________________
__________________________________
c) Cite a diferença de agrupamento dos versos entre os dois poemas
(“Emigração e as consequências” / “O buraco do tatu”).
____________________________________
____________________________________
____________________________________
d) Que nome recebe essas formas de agrupamentos dos versos?
____________________________________
____________________________________
____________________________________
4 - Observada a regularidade do poema “ O buraco do tatu”, quanto
ao número de versos nas estrofes, dizemos que ele é composto de
( A ) sextetos ou sextilhas
( B ) ternos ou tercetos
( C ) duetos ou dobros
( D ) quartetos ou quadras
5 – Neste poema, “ O buraco do tatu”, as rimas se encontram
( A ) entre o segundo e o quarto verso de cada estrofe.
( B ) entre o primeiro e o terceiro verso de cada estrofe.
( C ) entre o primeiro e o último verso de cada estrofe.
( D ) entre o terceiro e o quarto verso de cada estrofe.
6 - Qual é o verso que se repete em todas as estrofes?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
6 – Transcreva do texto, a sequência de ações do tatu após cavar um
buraco.
_____________________________________
_____________________________________
____________________________________
9 - Relacione as localidades citadas no poema.
(a) Porto alegre ( ) país da Ásia
(b) Copacabana ( ) satélite natural da Terra
(c) Belo Horizonte ( ) Minas Gerais
(d) Bahia ( ) estado do Brasil
(e) Inglaterra ( ) Rio Grande do Sul
(f) Japão ( ) bairro do Rio de Janeiro
(g) Lua ( ) país da Europa
Observando dificuldade dos alunos, é relevante lembrar:
> Porto Alegre é uma cidade, capital do Rio Grande do Sul, no
Brasil.
> Copacabana é um bairro da cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
> Bahia é um estado pertencente à região nordeste do Brasil.
> Inglaterra é um país que fica no continente europeu.
> Japão é outro país que fica no continente asiático.
> Pólo Norte é a região que se localiza no extremo Norte do planeta.
> A lua é o único satélite natural da Terra.
É importante utilizar um atlas nesta atividade.
10 - Ler a paródia do poema “ O buraco do tatu” feita por aluno de
uma escola.
O tatu cava um buraco O tatu cava um buraco
A procura de um ninho A procura de uma pá
Quando sai pra se coçar Quando sai pra descansar
Já está em Rio Negrinho Já está no Paraná

Mayara Lopes Viviane Telma

O tatu cava um buraco O tatu cava um buraco


A procura de comida A procura de um kiwi
Quando sai pra se coçar Quando sai pra se coçar
Já está em Curitiba Já está no Piauí

Marília Ferraz Franciele Linzmeyer

11 – Propor a produção de uma paródia.


a) Agora é sua vez. Faça também uma paródia do poema de Sérgio
Caparelli. Inclua a cidade natal e outro lugar que você goste ou que
já tenha visitado no roteiro do tatu.
Lembre-se:
> primeiro: rascunho;
> segundo: leitura do rascunho e a correção necessária;
> terceiro: passar o texto a limpo com capricho

b) Socialize sua produção.


c) Na aula no laboratório de informática, digitar sua produção no
Documento do Microsoft Word e salvar na pasta da classe.

OFICINA 10 - O lugar onde vivo


Objetivos
 Estudar poemas de diferentes autores sobre a terra natal
 Resgatar informações, conhecimentos e sentimentos dos alunos
sobre o lugar onde vive
Material
 Imagens da cidade do Rio de Janeiro
 Imagens de uma cidade pequenina, com a torre da igreja bem
visível
 Coletânea de poemas
 CD-ROM de poemas
 Aparelho de som
 Datashow
 Dicionário de Língua Portuguesa
 Computador

O lugar onde o poeta vive


Desenvolvimento:
1 – Promover uma conversa inicial.
a) Vocês conhecem o Rio de Janeiro?
b) Já viram fotos ou imagens na televisão deste estado brasileiro?
c) Já viram fotos ou imagens do Cristo Redentor, no Corcovado?
d) O que vocês conhecem mais dessa cidade?
e) O que mais os impressiona nesse lugar?

2 – Olhar as imagens do Rio de Janeiro e apreciá-


las:
Imagens de imagens do rio de janeiro
http://dicasbronline.blogspot.com.br/2010/11/cartoes-postais-do-rio-de-
janeiro.html

3 – Efetuar a leitura em voz alta do poema “Milagre


no Corcovado”, Coletânea de poemas, página 8.
Milagre no Corcovado
Todas as noites
de céu nublado
no Corcovado
faz seu milagre
o Redentor:
fica pousado
no algodão-doce
iluminado
como se fosse
de isopor.
Mas todos sabem
que bem de perto
esse Jesus
é um gigante
de mais de mil
e cem toneladas...
Suba de trem,
vá pela estrada,
quem chega lá,
ao pé do Cristo,
vira mosquito.
E olhando em volta
para a cidade
de ponta a ponta
maravilhosa
a gente sente
um arrepio:
o milagre
é o próprio Rio!

Ângela Leite de Souza. Meus Rios. Belo Horizonte: Formato, 2000.

a) Qual é o tema deste poema?


b) Do que fala a autora?
c) O que a poetisa quis nos mostrar?
d) Há rima? Onde se encontram?
e) Os versos tem o mesmo tamanho?
f) O ritmo deste poema é marcado ou não?
g) Ocorre repetições de palavras, de versos, de letras?
h) O poema fala de dois milagres. Em que versos localizam-se?
i) Qual o sentido da expressão “algodão doce”? Trata-se de
linguagem própria ou figurada?
j) A segunda estrofe começa com a palavra “mas” que indica
oposição, assim, a primeira estrofe se opõe à segunda. Mostre essa
oposição, justificando.
k) “... a gente sente / um arrepio: / o milagre / é o próprio Rio!” Qual
seria a causa do “arrepio”?

Uma análise aprimorada


Rimas consoantes - São aquelas que apresentam correspondência
sonora tantp das vogais quanto das consoantes. Na primeira
estrofe: nublado / Corcovado; redentor / isopor. Segunda estrofe:
tonelada / estrada; arrepio / rio.
Os versos, na maioria, são curtos; a sonoridade e o ritmo do poema
são marcados. Repete-se a palavra “milagre” duas vezes: uma, na
primeira estrofe; outra, na segunda, além de ela figurar no título do
poema. O primeiro “milagre”, no texto, está apresentado por meio de
uma metáfora: “o Redentor: / fica pousado / no algodão-doce”.

Ela se complementa por uma comparação, com o termo comparativo


expresso: iluminado / como se fosse / de isopor. Tanto “nuvem”
quanto “isopor” indicam figuradamente a imagem vista pelos
habitantes da cidade: a bruma que envolve a estátua, em tons de
cinza-claro; e a própria estátua, branca, pairando acima delas.

O termo “mas”, indicador de oposição, separa as duas primeiras


estrofes pelo seguinte motivo: o “milagre” da primeira é um efeito
visual da noite nublada, uma espécie de ilusão de ótica, isto é, o olhar
pensa ver o que o verso descreve, mas quem olha sabe que, na
verdade, se trata de uma estátua acima das nuvens; o “milagre” da
segunda é a vista real que se tem do alto do Corcovado: a paisagem
da cidade maravilhosa, tão impressionante, que causa “arrepio” em
quem a contempla.

Cidadezinha

Cidadezinha cheia de graça...


Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...
Mario Quintana. Prosa e verso. 9ª- ed. São Paulo: Globo, 2005. © by Elena Quintana

1- O tema do poema tem como finalidade:


( A ) fazer um retrato da cidade.
( B ) falar da igrejinha de uma torre só.
( C ) incentivar o poeta a se mudar para a cidadezinha.
( D ) comparar a cidadezinha com o vasto mundo.
2 - O poema tem o tom sonoro:
( A ) alegre
( B ) feliz
( C ) melancólico
( D ) agitado
3 - Releia o texto e reescreva no caderno, a descrição da cidade,
do poema de Mário Quintana.
4 - A Cidade do texto e a cidade em que você mora são parecidas
ou diferentes? Justifique sua resposta.
5 - O poema é composto de:
( A ) quatro estrofes.
( B ) quatro estrofes desiguais.
( C ) quatorze estrofes iguais.
( D ) quatorze estrofes desiguais.
6 - As estrofes do poema são formadas de:
( A ) um quarteto e três tercetos.
( B ) um terceto e três quartetos
( C ) dois quartetos e dois tercetos
( D ) dois quartetos e um terceto
7 - As rimas dos quartetos se encontram
( A ) nos versos pares.
( B ) nos versos ímpares.
(C) em todos os versos.
(D) nos versos pares e impares.
8 - Nos tercetos, as rimas aparecem
( A ) nos versos 1 e 3.
( B ) nos versos 1 e 2.
( C ) nos versos 2 e 3.
(D) nos versos 1, 2 e 3.
9 - Podemos afirmar que o ritmo do poema é:
( A ) irregular e sem cadência.
( B ) regular e cadenciado.
( C ) atravessado e irregular.
( D ) sem ritmo e desarmônico.
10 - “Nuvens que venham, nuvens e asas. Não param nunca, nem
um segundo...” – Estes versos sugerem:
( A ) estagnação.
( B ) paralisação.
( C ) movimento.
( D ) grandeza.
11 - Qual elemento do poema sugere a imagem de altura?
12 - Quem é que fica “cismando”?
(A) A cidadezinha.
(B) A praça.
(C) A igrejinha.
(D)A torre.
13 - Qual é a figura de linguagem empregada neste caso?
(A) Comparação.
(B) Metáfora.
(C) Personificação.
(D) Não há figura de linguagem.
14 - “Tão pequenina que cabe num só olhar”. – A que distância o
poeta contemplou a cidade e como você descobriu isso?

Temas semelhantes, recursos parecidos


1 – Reler os dois poemas e fazer a comparação.
a) Qual é o tema dois poemas (“Milagre no Corcovado” e
“Cidadezinha”?
b) Sobre o que fala os autores?
c) Fechando os olhos, vocês conseguem imaginar o que a poetisa
quis nos mostrar em seu poema “Milagre no Corcovado”?
d) Vocês conseguem imaginar a “Cidadezinha” que Quintana
descreve em seu poema? Como é essa cidade? É parecida ou muito
diferente da nossa cidade?
e) Por que eles tratam do mesmo assunto e ainda assim têm títulos
diferentes?
f) O que os títulos dizem para quem vai ler os poemas?
g) Que recurso poético Quintana usou em seu poema? Será que ele
só se preocupou em encontrar as rimas ou também conseguiu
mostrar como era a cidadezinha?
h) E no poema “Milagre no Corcovado”, a autora empregou rimas?
Que outros recursos poéticos ela usou?
2 - O que esses dois poemas lidos têm em comum?
( ) Os dois poemas são compostos em versos com rimas,
agrupados em estrofes.
( ) Os dois poemas não apresentam nenhuma figura de
linguagem.
( ) Apresentam rimas, ritmo marcado e repetições.
( ) Ambos empregam figuras de linguagem.
( ) Os dois poetas falam afetuosamente da cidade que descrevem.
( ) Os títulos são iguais.
( ) Observa-se nos dois poemas: visão a distância; descrição de
um monumento alto; presença de nuvens que sugerem sonho e tom
de cinza claro, dando cor e movimento ao quadro descrito.
( ) O modo como os autores falam da cidade, indicando que
gostam muito dela.

3 – Diferenças observadas.

( ) No primeiro poema o autor observa-se um tom de entusiasmo,


no segundo, melancólico.
( ) O primeiro poema tem três estrofes desiguais: 1 oitava (estrofe
com 8 versos), 1 décima (estrofe com dez versos), 1 irregular
( estrofe mais de dez versos recebem a denominação de irregulares;
e o segundo, quatro estrofes desiguais: 2 quartetos (estrofe de 4
versos), seguidos de 2 tercetos (estrofes com 3 versos).
( ) O primeiro poema tem versos curtos e o segundo, veros longos.
( ) No poema “Milagre do Corcovado”, há metáfora e comparação,
no “Cidadezinha”, personificação e diminutivos.
( ) Não há diferenças.
4 – Indique qual dos dois poemas lhe agradou mais. Justifique sua
resposta.
Produção
1 – Devolver para os alunos a escrita do ensaio do primeiro poema
(oficina 3), solicitando uma nova olhada e restruturação. Não devem
esquecer que o tema do poema (“O lugar onde vivo”) não pode ser
usado como título,
Para casa
1 – Pesquisar fotos, cartões postais, imagens e outras informações
na internet, jornais revista do lugar onde vive e trazer para a próxima
aula.
2 – Enviar as autorizações para os pais ou responsáveis assinarem
referente ao passeio pelos arredores da escola, que será realizado
na próxima aula.

OFICINA 11 - Um novo olhar


Objetivos
 Possibilitar um olhar novo e original sobre o lugar onde os alunos
vivem
Material
 Imagem do lugar onde vivem os alunos
 Coletânea de poemas
 Canetas hidrográficas coloridas
 Datashow
Desenvolvimento:
1 – Fazer um passeio (primeira atividade do cronograma do período)
pelos arredores da escola, observando detalhes num olhar diferente
daquele do dia a dia.
Explicar que, para escrevermos sobre o lugar onde vivemos, é
preciso antes de tudo saber como olhar pra esse lugar. Tem de ser
um olhar minucioso, como nos explica Alberto Caeiro:
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e rios.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e flores.

O que o poeta quis dizer com esses versos?

Conclui-se que devemos ter uma forma diferente e renovada de


olhar o lugar onde vivemos. Não olharmos as coisas com pressa ou
de maneira superficial. É preciso observar tudo, até as coisas
mínimas que podem estar ocultas ou não ser percebidas e enxergar
a poesia que há em tudo.
Lembrete:
Cada aluno deve ter em mãos a autorização dos pais ou
responsáveis para este passeio.

2 – Já de volta do passeio, propor as questões:


a) Quais os espaços interessantes que os impressionam? O que
vocês viram?
b) Que cores predominam na paisagem observada?
c) Quais os ruídos desse lugar?
d) O sol, as nuvens, o calor, o frio...que sensações despertam?
e) Que aspectos vocês destacariam desse lugar?
f) Se tivessem que descrever esse lugar para pessoas que não o
conhecem, como o fariam?
3 – Falar que alguns poetas cantam lugares que visitam ou onde
residiram por um tempo. Manuel Bandeira, por exemplo, tem na sua
infância um dos seus temas preferidos; como ele a passou no Recife-
PE, essa cidade está muito presente em seus poemas. Da mesma
forma, a vivência interiorana e a paisagem de Minas Gerais marcam
a obra de Carlos Drummond de Andrade. Já na obra de Mário de
Andrade, figura emblemática do modernismo brasileiro, a paisagem
frequente é a cidade de São Paulo.

4 – Ler os dois poemas, escritos por poetas que retratam o lugar


onde viveram. Encontram-se na Coletânea de poemas, página 15.

Confidência do itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas...

Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Alma cabocla

E, na doçura que encerra


Esta simpleza daqui,
Viver de novo, na serra,
Entre as gentes desta terra,
A vida que eu já vivi...

Paulo Setúbal. Obras completas. São Paulo: Saraiva, 1958.

a) O que estes poetas retratam em seus poemas?


b) Vocês conhecem ou já ouviram falar destes ligares?
c) Que sentimento demonstra o eu poético de cada poema sobre a
terra natal?
Comentar que Itabira fica numa região rica em ferro e a maioria
dos moradores dessa cidade, na infância do poeta Carlos Drummond
de Andrade, trabalhava na mineração.
Paulo Setúbal nasceu em 01 de janeiro de 1893, na cidade
de Tatuí/SP formou-se, em 1914, bacharel em Direito, em São
Paulo. Na época já havia tido poema publicado na primeira página do
jornal A Tarde. Em 1920 ocorreu a publicação de seu livro de
poesia Alma Cabloca, cuja edição, de três mil exemplares, esgotou-
se em um mês. Entre 1925 e 1935 publicou vários romances
históricos, entre eles A Marquesa de Santos, O Príncipe de
Nassau e A Bandeira de Fernão Dias. Em 1926, trabalhou como
colaborador do jornalO Estado de S. Paulo. Nos anos de 1928 e 1930
foi deputado estadual, mas renunciou ao mandato por ter agravada
sua tuberculose.
http://www.vidaempoesia.com.br/paulosetubal.htm
5 - Fazer levantamento do material pedido na pesquisa feita em casa
( fotos, cartões postais, imagens e outras informações do lugar onde
vive).
6 – Projetar no Datashow imagens de pontos importantes da cidade
e promover uma discussão a respeito.
7 – Resgatar, em grupo, o que viram no passeio pelos arredores da
escola. Escrever no caderno palavras ou frases sobre o que viram e
observaram, retratando assim, as impressões, sensações e
sentimentos que tiveram.
8 – Montar com os alunos um painel, na lousa ou em uma parede da
sala de aula, utilizando cartolina ou papel pardo e explicar que esse
espaço representa o lugar onde eles vivem. Podem usar o material
pedido na pesquisa feita em casa, dados, sentimentos obtidos com
as imagens projetadas (questão 6), as palavras e frases elaboradas
na questão 7, lápis, tinta, até sucata. O produto final deve mostrar
como a cidade é vista por cada um deles.

9 – Observar atentamente o resultado e conversar sobre o painel.


a) Todas as propostas foram incorporadas?
b) Esquecemos alguma?
c) O que mais podemos falar a respeito do lugar em que vivemos?
d) Vamos acrescentar mais elementos? Quais?

OFICINA 12 - Nosso poema


Objetivo
 Produzir um texto coletivo sobre o local onde vivem os alunos
Material
 Mural de poemas da oficina 11
 Coletânea de poemas
 Dicionário de Língua Portuguesa
Um passeio pelas oficinas
Desenvolvimento:
1 – Propor a observação do mural de poemas e um relato do que
aprenderam até aqui.

2 – Fazer um quadro resumo (na lousa) do que foi realizado e


aprendido ao o longo das oficinas. Em seguida cada aluno
deve registrar no caderno.
=> Audição e leitura de vários poemas.
=> Aprendizagem do significado de várias palavras: poema, poesia,
poeta, verso, estrofe, estilo, tema, título, figuras, denotação,
conotação, aliteração.
=> Descoberta de que o poema pode falar dos mais diversos
assuntos, um deles é a cidade em que se vive.
=> A escolha do assunto é apenas o primeiro passo. É importante
que, ao produzir o poema, o autor se lembre das características
desse gênero e as empregue no texto.
=> Aprendizagem da ocupação, pelo poema, do espaço da folha de
papel; ritmo regular ou irregular; repetições de palavras e de versos;
paralelismo ou repetição da mesma construção sintática.
=> O poeta usa linguagem de maneira diferente da que
empregamos no dia a dia. Ele faz uso dos recursos poéticos, como
rima, aliteração, repetições, comparação, metáfora e personificação.
=> Os recursos poéticos contribuem para o sentido do poema – um
passo fundamental para compreender e interpretar o texto.
=> O eu poético é quando o poeta expressa sentimentos que não
sentiu necessariamente, ou sentiu com uma outra intensidade da
realidade, tratando-se então de não ser seu “eu” real, mas de um “eu”
poético, ou lírico.

O poema coletivo

1 – Voltar ao painel montado na oficina 11 para decidir do que o


poema vai falar, e selecionar o que entrará no texto.
2 – Copiar na lousa os aspectos selecionados
3 – Fazer uma análise dos itens escolhidos para saber se são
suficientes. Para isso lançar as questões:
a) O lugar onde vivemos é realmente assim?
b) Será que não estamos nos esquecendo de coisas importantes?
c) Não estamos falando de um número excessivo de aspectos?
d) O assunto está bem delimitado?
4 – Um aluno, escolhido pela turma, escreve na lousa os versos
criados em conjunto, utilizando os aspectos selecionados no painel
da oficina 11 e acrescentado outros novos.
5 – Efetuar a releitura (aluno ou professor) a cada verso,
estrofe, seguida da reescrita dos mesmos, se for necessário. Utilizar
a coletânea de poemas, o dicionário para alguma boa sugestão.
6 – Escolher um título para o poema. Para isso, propor a escrita na
lousa de uma lista de sugestão de títulos. Em seguida fazer a
votação do melhor título.
7 – Composto o poema, promover (professor) uma reflexão,
observando se os conteúdos aprendidos nas oficinas foram
refletidos e alguns utilizados com conhecimento.
a) O título do poema é criativo? Ele motiva os leitores a conhecerem
o poema?
b) O texto tratou do tema “O lugar onde vivo?”
c) Foi destacado um local ou um aspecto específico da cidade?
d) Os autores conseguiram mostrar como é o lugar onde vivem?
Seria possível apresentar sugestão para aperfeiçoar o retrato
apresentado no poema?
e) O poema tem um ritmo harmonioso?
f) O poema possui organização em versos e estrofes; ocupação da
página pelo texto, com margens à direita e à esquerda?
g) O poema apresenta efeitos sonoros (ritmo marcado e rimas)?
h) Que figura de linguagem foi empregada no poema?
8 – Solicitar que cada um dos alunos copie o poema no seu caderno.
9) Tirar uma cópia deste poema e colocar no mural da sala para que
possa inspirar a produção final.
Observação:
Digitar este poema no Documento do Microsoft Word e salvar
na pasta da classe.
OFICINA 13 - Virando poeta

Objetivo
 Escrever um poema individualmente sobre o tema “O lugar onde
vivo”

Material
 Coletânea de poemas
 Datashow
 Dicionário de Língua Portuguesa

Desenvolvimento:
1 – Iniciar falando que nesta oficina cada um vai escrever o seu
poema sobre o lugar onde vive de forma a despertar o interesse dos
leitores e a vontade de conhecer o local retratado. Cada autor
(aluno) deve exprimir no texto sua visão pessoal e original desse
lugar. Um dos textos produzidos será escolhido para concorrer a uma
premiação na Olimpíada; e também a produção de cada um fará
parte do livro da turma.
2 – Projetar no Datashow o poema de Carla Marinho Xavier,
vencedora da categoria “Poesia” da terceira edição do Prêmio
Escrevendo o Futuro, em 2006, para leitura e analise dos recursos
utilizados pela autora.

O mundo dentro da represa do Frade


A represa é presa
Presa com água
E feita de pedra, pesada
Com mil toneladas de água
Lá embaixo os peixes:
Cascudo, cará, carapeba
Brincam de esconde-esconde
Se entocando nas pedras.
Desce a correnteza, correndo
Descansa na represa
E cai pelo caidor
Fazendo cócegas nas pedras
A água de baixo
Temendo a água de cima
Faz onda para escapar
Fugindo para outro lugar
Sobre a estreita ponte
O danado do vento
Vem assustar a gente
Com seu sopro violento
As árvores nas beiras
Se seguram na areia
Temerosas
Não querem ser levadas
Pela força da correnteza
Da minha janela vejo esse
mundo:
Um mundo dentro do outro
Preso nas maravilhas da represa.

Análise dos recursos que Carla usou para fugir do lugar comum
e mostrar um olhar único sobre sua terra
=> Título: O mundo dentro da represa do Frade - é sugestivo
- instiga o leitor e, ao mesmo tempo, antecipa o conteúdo do poema.
=> 1ª estrofe: revela de forma muito original os elementos da
represa.
=> Na 2ª, 3ª e 4ª estrofe: Observa-se personificação de peixes e
elementos da natureza: os peixes “brincam”; a água de cima teme a
de baixo; a água também faz cócegas; o vento assusta as pessoas e
as árvores tem medo.
=> Na 5ª estrofe: O texto encanta o leitor, ao ultrapassar o lugar
comum, brincando com o sentido das palavras.
=> Na 6ª estrofe: Observa-se aliterações. Por exemplo: o som “s”.
=> Na 7ª estrofe: A autora conclui o poema reafirmando seu olhar
único e pessoal sobre o lugar onde vive, com uma metáfora, nos dois
versos finais: “Um mundo dentro do outro / Preso nas maravilhas da
represa.”
=> rimas: Há rimas ocasionais.
=> A sonoridade: é conseguida com repetição de palavras, sílabas
ou letras ao longo dos versos. Por exemplo: represa / presa; presa
/ pedra; pesada / peixes; água/ água; água / água; cascudo
/ cará; carapeba / cai / caidor / cócegas / escapar / correnteza;
esconde / esconde; desce / descansa; faz / fugindo / força;vento
/ vem / violento; mundo / mundo; minha / mundo / muralha; represa
(inicio) / represa (final).

A produção
1 – Pensar no tema “ O lugar onde vivo” e escolher qual aspecto da
cidade vai tratar.
2 – Tomar algumas decisões levando em conta as características do
poema:

 O poema terá rimas ou não? Regulares ou irregulares?


 O poema será composto em quadras ou em outro tipo de estrofe?
 Que tipo de repetições o poema terá? Aliterações, repetições de
palavras ou versos? Todas elas? Algumas delas?
 Como fazer para que o poema tenha um ritmo harmônico e
cadenciado? Ou ele terá versos irregulares, longos, ressaltando num
ritmo solto, diferenciado em cada um dos versos?
 É preciso empregar comparações ou criar metáforas e
personificações?
3 – Com as decisões tomadas, escrever a versão final do poema
sobre o lugar onde vive de forma a:

 exprimir, no texto, a visão pessoal e original desse lugar;


 despertar o interesse dos leitores e a vontade de conhecer o local
retratado;
 usar os recursos poéticos estudados ao longo das oficinas.
Se quiser, pode utilizar o primeiro ensaio (texto produzido na
oficina 3) aprimorando-o.
Lembrete:
 Evitar rimas comuns ou “fáceis”, como o diminutivo e o aumentativo
(“inho” / “ão”). Rimas ricas são formadas com palavras de categorias
gramaticais diferentes, por exemplo: adjetivos com
substantivos; substantivos com verbos. Este tipo de rima é um
recurso que deve ser lembrado.
Oficina 14 – Retoque final
Objetivo
● Aprimorar os poemas produzidos
Material
 Poemas produzidos pelos alunos
 Caderno, lápis ou caneta
 Dicionário de Língua Portuguesa

Desenvolvimento:
1 – Iniciar falando que, para chegar à forma final dos poemas,
mesmo os poetas consagrados costumam reescrevê-los várias
vezes, em busca da palavra exata, da forma mais expressiva, do
verso mais sonoro e sugestivo. É o que todos vão fazer: reescrever
o seu poema, fazendo as devidas correções, de forma a produzir um
texto original e criativo que possa seduzir o leitor.
2 - Copiar na lousa exemplos de estrofes que devem ser melhoradas,
solicitando o registro no caderno.

O lugar onde vivo


Minha cidade é bela
É mesmo especial
Eu gosto muito dela
É tudo muito legal

Lá tem muita coisa legal


Alegria e felicidade
Outra não tem igual
Assim é minha cidade.

a) O que acham do título? Por meio dele é possível imaginar como é


esse lugar?
b) O título do poema repete o tema proposto: “O lugar onde vivo”. Se
o autor procurasse um título mais sugestivo, o poema ganharia mais
qualidade?
c) O autor consegue mostrar como é o lugar onde vive? Seria
possível apresentar sugestão para aperfeiçoar o retrato apresentado
no poema?
d) O autor usa duas vezes a palavra “legal”. Esse pode ser
considerado um exemplo de repetição criativa? Por quê?

Concluir que:
Neste poema, o autor não consegue mostrar ao leitor o lugar
onde vive. Seria preciso transformar os versos, mostrando como é
esse lugar. Informações mais detalhadas poderiam revelar o olhar e
as impressões do autor sobre o lugar de que fala.
A repetição pode ser recurso que dá ritmo ao poema. Mas,
nesse caso, parece que a palavra “legal” foi repetida porque o autor
não procurou alternativa. Ele deveria ter buscado outras palavras. Do
modo como está, a descrição fica incompleta, o leitor não consegue
imaginar como é a cidade nem fica com vontade de conhecê-la.

3 – Copiar na lousa uma outra estrofe para os alunos verificar se há


algum termo que pode ser eliminado, aperfeiçoando o ritmo e
deixando mais elegante o estilo.
A escola onde eu estudo
É Imaculada Conceição
Que muito tem se empenhado
Em cumprir sua missão.
a) Que termos devem ser eliminados, sem comprometer o sentido
dos versos, para aperfeiçoar o ritmo e deixar mais elegante o estilo?
Concluir que, para obter o ritmo cadenciado e deixar mais
elegante o estilo é possível eliminar: “que” e “é”, ficando assim:
A escola onde estudo
Imaculada Conceição
Muito tem se empenhado
Em cumprir sua missão.

Passando a limpo
1 – Propor que cada aluno analise a sua produção com base
nos itens abaixo.
● O título do poema é criativo?
● O texto tratou do tema “O lugar onde vivo” mostrando
características e peculiaridades do local?
 É preciso fazer um recorte, uma delimitação do assunto, destacando
um local ou um aspecto específico da cidade?
● O poema tem um ritmo harmonioso?
 O poema apresenta alguns dos recursos estudados nas oficinas, ou
seja, possui organização em versos e estrofes; ocupação da página
pelo texto, com margens à direita e à esquerda; presença de efeitos
sonoros: ritmo marcado e rimas; repetição de letras, de palavras ou
de expressões; repetição da mesma construção (paralelismo
sintático); emprego de figuras: comparação, metáfora e
personificação?
Observação:
O dicionário também é um recurso que pode ser usado para
encontrar sugestões de palavras.
2 - Depois da reescrita aperfeiçoando o poema, passar a limpo o
texto, com letra legível, em uma filha de papel almaço e entregar à
professora.
3 - Na aula no laboratório de informática, digitar estes poemas no
Documento do Microsoft Word e salvar na pasta da classe, pois
será montado um livro com eles.

Pensando na exposição ao público


1 – Dizer aos alunos que a fim de divulgar a leitura de poemas e
suas produções, eles vão organizar um sarau na escola. Sarau é um
evento cultural onde as pessoas se encontram para se expressarem
artisticamente. Consiste em uma reunião festiva com manifestações
da dança, poemas, literatura, música, teatro e também outras formas
de arte como pintura e escultura.
Portanto, na organização do sarau da classe é preciso pensar:

 Em que momento seria o mais oportuno? Como seria?


 Que lugar da escola seria mais apropriado?
 Que tipo de material seria utilizado para o sarau?
 Que nome seria mais criativo para este sarau?
 Como seria a decoração?
 Que poemas seriam apresentados?
 Quem os apresentaria?
 Que tipo de música (de fundo) tocaria?
2 – Escolher o nome do sarau através de uma votação.
3 - Propor que cada aluno escolha dois textos: o dele e um de outro
autor, da Coletânea ou não e começar a ensaiar.
4 - Conversar com os alunos sobre a importância de se ler um poema
com expressividade, com ritmo e entonação adequados, observando
a sonoridade das palavras, as ideias contidas nele e que tipo de
emoção pode provocar no interlocutor.
5 – Como reforço, colocar o CD-ROM (Poetas da escola) para que
os alunos ouçam os poemas contidos,observando a entonação, as
pausas, a expressividade utilizadas pelo locutor.
6 – Para casa: Ensaiar a leitura dos poemas escolhidos, cuidando da
entonação de voz, fluência, ritmo e dos sentimentos que o texto quer
transmitir.
7 – Imprimir cópias das produções (quadras, trava-língua,
travatrovas, etc.) que foram digitadas no Documento do Microsoft
Word e salvas na pasta da classe. Usar uma cópia de cada de cada
poema para montar uma coletânea. As cópias restantes (em fonte
maior) utilizar em painéis que farão parte da decoração do ambiente
escolhido para o sarau.
8 – Produzir convite, convidando os pais , responsáveis a
comunidade escolar para apresentação de poemas escritos pelos
alunos e outros que serão declamados de autores
conhecidos, consagrados.
Lembrete:
O convite pode ser feito de maneira artesanal ou digitado no
laboratório de informática.
Nos convites, devem constar informações importantes, tais
como:
Nome do evento
Lugar de realização do evento
Horário
9 - Confeccionar painéis expondo os poemas lidos na primeira aula,
as fotos dos alunos e outros registros realizados ao longo das
oficinas.
7 – Iniciar a organização e a decoração do espaço onde ocorrerá o
evento (sarau).
É relevante lembrar que a decoração do ambiente para o sarau
deve dar vida ao tema proposto, ter alguns elementos que estimulem
a criatividade como por exemplo obras literárias, trechos de poemas
de poetas famosos, desenhos ou pinturas: das mais abstratas às
mais concretas e até desenhos com o mínimo valor artístico. Dessa
forma, é possível que todos os presentes sintam o estímulo de
produzir, independente das suas habilidades técnicas.

Oficina 15 – exposição ao público


Objetivo
● Organizar um sarau para apresentação dos poemas
. Selecionar três poemas que serão enviados para a Comissão
Julgadora da escola
Material
 Poemas produzidos pelos alunos e de autores consagrados

 Microfone e caixa de som

 Outros materiais de acordo com a necessidade

Desenvolvimento:
1 – Efetuar os retoques finais, junto com os alunos, da organização
e decoração do ambiente (a quadra da escola) para o sarau.
2 – Realizar o SARAU MANHÃ POÉTICA (nome escolhido pelos
alunos através de votação). Ocorreráapresentação de poemas
escritos pelos alunos e outros que serão declamados de autores
conhecidos, consagrados.
Essa é a hora de celebrar a conquista de todos. A vinda
das famílias para a escola prestigiar os alunos em suas produções
e apresentações os faz sentirem valorizados pelo trabalho feito, pela
parte dos desafios vencidos...

3 – Após o sarau escolher junto com a classe os três melhores


poemas produzidos por eles, os quais serão enviados para a
Comissão Julgadora da escola.
4 – Reunir todos os poemas escritos pelos alunos sobre o tema “O
lugar onde vivo” e enviar à gráfica da cidade para impressão de
livros.
5 – Após o recebimento dos livros impressos promover uma Noite de
Autógrafos, onde cada aluno autografará o livro.
Será mais um momento onde a comunidade, a família irá à
escola prestigiar os alunos.
Lembrete:
Poesia – arte, habilidade de tornar algo poético. Ela provoca
sentimentos, emoções, impressões e reflexões.

Poema – uma composição em versos ou não em que há poesia. Têm


várias formas e falam de diferentes temas.

Poeta – pessoas que fazem obras poéticas.

Verso – corresponde a cada linha de um poema. Um poema pode


ter quantos versos o poeta desejar.

Estrofe – é um conjunto de versos. O número de versos fica a critério


do poeta.

Rima – é um recurso usado no poema para dar sonoridade,


descrever sensações – é a semelhança sonora no final das palavras.

Aliteração – repetição de uma consoante.

Metáfora – emprego de uma palavra em sentido diferente do próprio


por analogia ou semelhança.

Estilo – maneira de expressar de um escritor ou de um grupo


literário.
Tema – principal assunto ou mensagem de um poema.

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