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CURITIBA 2011
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ - Carlos Alberto Richa - Governador
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO - Norberto Anacleto Ortigara - Secretário
CONSELHO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL E DA AGRICULTURA FAMILIAR (CEDRAF)
CÂMARA SETORIAL DE AGROECOLOGIA E DA AGRICULTURA ORGÂNICA
EQUIPE TÉCNICA
Afonso Takao Murata - Agrônomo (UFPR Litoral), Carlos Alberto Salvador - Agrônomo (SEAB/ DERAL), Carlos
Eduardo Sicoli Seoane - Biólogo (EMBRAPA Floresta), Danilo Grapiuna Pereira - Agrônomo (TECPAR), Dirk Cláudio
Ahrens - Agrônomo (IAPAR), Ednei B. do Nascimento - Agrônomo (SEAB), Iniberto Hamerschmidt - Agrônomo
(EMATER), Ivo Barreto Melão - Agrônomo (IPARDES), Jair Pelegrin - Administrador - (Instituto Maytenus), Jefferson
V. Meister - Agrônomo (SEAB/DEAGRO), Júlio Carlos B. Veiga da Silva - Agrônomo (CPRA), Luciano de Almeida -
Agrônomo (UFPR), Marcelo Passos - Técnico em Agroecologia (AOPA), Márcia Marzagão Ribeiro - Agrônomo
(UFPR Litoral), Moacir Roberto Darolt - Agrônomo (IAPAR), Paulo Henrique Lizarelli - Agrônomo (EMATER)
COLABORADORES
Adilson de Freitas Santos - Administrador/Agricultor (REDE ECOVIDA), Alexandre Augusto R. de Faria - Agrônomo
(MDA/DFDA-PR), Alfredo Benatto - Veterinário (SESA), Carla Beck - Agrônomo (FAEP/ SENAR), Claudine Dinali
Santos Seixas - Agrônomo (EMBRAPA Soja), Enio Neth de Goss - Sociólogo (SEMA), Fábio Henrique Nunes -
Estudante (UFPR/GEAE), Filipe Braga Farhat - Agrônomo (CPRA), Flávio Cardoso D’Angelo - Agrônomo (FETAEP),
Homero Amaral Cidade Júnior - Agrônomo (UFPR), João José Passini - Agrônomo (ITAIPU BINACIONAL), Jorge
Guerra - Economista (SEIM), Luciano Escher - Bacharel (SEAB), Luis Mimbela Leyva - Agrônomo (SETA), Marco
Aurélio Gural Nunes (Instituto Agroecológico), Marco Aurélio Pereira Bueno - Biólogo (SEED/DET), Marcos
Antônio Baumgartner - Ciências Contábeis (ITAIPU BINACIONAL), Marcos Vinícius M. Redeschi - Zootecnista
(CODAPAR), Maria Eulete Messias - Bióloga (SEED/DET), Mario Sfalcin Barbarioli - Agricultor (Rede de
Agroecologia Eco-vida), Mauricio Tadeu Lunardon - Agrônomo (SEAB), Nelson Adamowiscz - Geógrafo (IAP),
Otávio Batista da Silva - Administrador (SEIM), Renato da Silveira Krieck - Técnico em Agropecuária (EMATER),
Robson Vilalba Reis - Sociólogo (Instituto Agroecológico), Rodrigo Weiss da Silva (Instituto Agroecológico),
Rosângela de Almeida - Agrônoma (RIO DE UNA), Sandra C. Lins Santos - Agrônoma (SEAB/DEAGRO)
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SUMÁRIO
PREFÁCIO 3
LISTA DE SIGLAS 5
APRESENTAÇÃO 9
4 OBJETIVOS 28
4.1 Objetivo Geral 28
4.2 Objetivos Específicos 28
6 GESTÃO E FINANCIAMENTO 40
6.1 Gestão 40
6.2 Financiamento 41
GLOSSÁRIO 42
REFERÊNCIAS 47
ANEXOS 51
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1 Antecedentes HISTÓRICOs DA AGROECOLOGIA
12
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AGRICULTURAS
DE BASE ECOLÓGICA
das agriculturas de base ecológica, como: agricultura ecológica, biodinâmica, natural, regenerativa, biológica,
agroecológica, permacultura e outras que atendam aos princípios estabelecidos pela Lei 10.831/2003.
2 Ver, sobre isso, WILLER, Helga; KILCHER, Lukas (Eds.) (2010) The World of Organic Agriculture - Statistics and
14
2.2 Contexto Paranaense
16
Ainda como resultado das ações daquele grupo, o IVV e o Governo do Paraná,
através da SEAB e suas vinculadas EMATER e IAPAR, estabeleceram um convênio para o
desenvolvimento de ações voltadas à produção orgânica, no âmbito do Programa Paraná
Rural, em continuidade ao PMISA. Além da relação com o nível estadual, outros convênios
se deram entre o IVV e algumas prefeituras, tanto na RMC (com o sistema de olericultura)
como na região do Norte Velho (açúcar mascavo, maracujá e acerola), no centro (plantas
medicinais) e na região Sudoeste (soja).
A intensificação do movimento verde na agricultura brasileira tem outro destaque
com a realização, em 1998, do II Seminário Nacional da Agricultura Orgânica em Curitiba,
quando foi criado o Conselho Estadual de Agricultura Orgânica do Paraná (CEAO), por
iniciativa da sociedade civil e das instituições governamentais envolvidas com a temática.
A composição do Conselho era paritária, sendo este formado por cinco representantes
de instituições governamentais, entre elas a SEAB, SEMA, EMATER e IAPAR, e outras
cinco entidades não-governamentais: AOPA, CAPA, ASSESOAR, APOL e a empresa Terra
Preservada. O CEAO3, visando institucionalizar sua atuação, colaborou na proposição
do Projeto de Lei n.o 013/2000.
Em 1999, quando o Ministério da Agricultura instituiu a Instrução Normativa
n.o 007/99, criou-se a Comissão Nacional de Produção Orgânica (CNPOrg) e havia a previsão
de criação dos colegiados estaduais (CPOrg) pelas Delegacias Estaduais do Ministério
da Agricultura. No Paraná, o mesmo não teve a necessidade de ser criado, pois à época
estava em funcionamento o CEAO, que cumpria as funções previstas pela IN 007/99.
O CPOrg-PR só foi criado oficialmente após a promulgação da Lei 10.831, em 2003,
que regulamenta a agricultura orgânica no País, e a pauta do CEAO foi assumida por
essa instância. O CPOrg-PR é desde então coordenado pela Superintendência Federal da
Agricultura no Paraná, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e conta
com a participação de instituições governamentais estaduais e entidades não-governamentais
representantes dos agricultores orgânicos do Estado. O efetivo funcionamento desta
comissão ocorre a partir de 2009.
No ano de 2000 foi fundada, pela sociedade civil organizada, a Associação dos
Consumidores de Produtos Orgânicos do Paraná (ACOPA), com o objetivo de divulgar os
alimentos orgânicos e as práticas de alimentação saudável e de comércio justo e solidário
para os consumidores. Trata-se de uma organização independente que realiza estratégias
de aproximação entre consumidores e produtores ecológicos, buscando a melhoria da
qualidade de vida dos consumidores, a permanência dos agricultores no campo com
dignidade e a manutenção da paisagem e do meio ambiente.
3 O CEAO, Conselho Estadual de Agricultura Orgânica do Estado do Paraná, é um órgão normativo, deliberativo e regulador
da política agrícola estadual para a agricultura orgânica, integrante da estrutura organizacional básica da Secretaria de
Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB).
4 Comentários feitos por José Maria Tardin, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e
diretor da Escola Latino-Americana de Agroecologia (ELAA), durante o VI Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA).
E-mail: tardinjosemaria@gmail.com
18
Concomitantemente, o IAPAR criou o Programa de Pesquisa em Agroecologia (PAG),
com a finalidade de congregar e coordenar ações de pesquisa, visando promover sistemas
sustentáveis de produção agroecológica, incluindo a orgânica. Com tal missão, atua junto
aos projetos de pesquisa, promovendo e estimulando a proteção da biodiversidade dos
agroecossistemas, respeitando os ciclos biológicos e favorecendo a atividade biológica do
solo. Além disso, busca a redução no uso dos insumos e produtos externos, priorizando
métodos que recuperem, mantenham e promovam o equilíbrio dos sistemas, considerando
as diferentes dimensões da sustentabilidade.
Neste sentido, a Secretaria de Estado da Educação (SEED), através do Departamento
de Educação e Trabalho, oferta desde 2004 o Curso Técnico em Agroecologia no Colégio
Agrícola Getúlio Vargas, localizado em Palmeira, região dos Campos Gerais.
A certificação de produtos orgânicos no Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR)
teve início em 2004, com o objetivo de atender prioritariamente ao pequeno agricultor
e garantir ao consumidor a oferta de produtos cultivados organicamente, preservando
o meio ambiente, o trabalhador e a qualidade do alimento de acordo com as normas e
práticas da agricultura orgânica.
Na Embrapa Soja, situada na cidade de Londrina, várias linhas de pesquisa,
compatíveis com os princípios da agricultura orgânica, têm sido desenvolvidas, tais
como controle biológico, fixação biológica de nitrogênio, cultivares de soja para
alimentação humana, manejo alternativo de doenças, fontes alternativas de nutrientes,
manejo alternativo de plantas espontâneas. É importante destacar a criação do Núcleo
de Agroecologia e Agricultura Familiar em 2005, reunindo todos os pesquisadores da
Embrapa Soja que já trabalhavam ou que tinham interesse em trabalhar com temas voltados
à agroecologia. Em 2008, o nome foi alterado para Núcleo de Agroecologia.
Em 2005, foi criado o primeiro curso regular em Técnico em Agroecologia do
Brasil, ofertado pela UFPR Setor Litoral, com o propósito de desenvolvimento agrário
sustentável da região litorânea do Paraná, com Projeto Político-Pedagógico inovador,
visando à formação de um profissional diferenciado.
Outro marco importante, em 2005, foi a criação do Centro Paranaense de
Referência em Agroecologia (CPRA), pela Lei Estadual n.o 14.980, de 28/12/2005, com
a missão de divulgar, apoiar e promover ações de ensino, pesquisa e extensão voltadas
ao desenvolvimento de modelos agrícolas sustentáveis, baseados nos preceitos da
agroecologia.
A partir de 2005, observa-se um aumento significativo de diferentes ações para o
desenvolvimento de mercados orgânicos. A venda direta por meio das feiras agroecológicas
teve um crescimento expressivo – foram computadas 24 feiras exclusivas de orgânicos
no Paraná, sendo 10 em Curitiba.
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Em 2008, por meio do convênio firmado entre a SEED e a ARCAFAR-Sul, inicia-se
a oferta do curso Técnico em Agroecologia nas Casas Familiares Rurais (CFRs) de São
Mateus do Sul e Pinhão, hoje estendidas para a CFR de São Jorge do Oeste, e no Colégio
Agrícola Getúlio Vargas, no município de Palmeiras.
O Departamento de Educação e Trabalho instituiu na matriz curricular do curso
Técnico em Agropecuária das 18 escolas agrícolas, mantidas pela Secretaria de Estado da
Educação, uma disciplina específica de 160 horas, voltada para as práticas agroecológicas,
denominada Fundamentos de Agroecologia, com o objetivo de estimular e apoiar a
utilização de práticas agrícolas mais sustentáveis, como também a realização de parcerias
para o desenvolvimento de estágios dos estudantes com orientações voltadas para essas
práticas. Assim, o perfil esperado dos educandos durante o ensino médio integrado nos
Colégios Agrícolas é: “O Técnico em Agropecuária será capaz de perceber de maneira
sistêmica as implicações sociais, econômicas, ambientais, políticas e técnicas de sua
atuação profissional, agindo para detectar os problemas e aplicar as soluções técnicas,
de forma suficientemente criativa, sustentável, rápida e coerente com a realidade rural.
Atua em sistemas de produção agropecuária e extrativista fundamentado em princípios
de desenvolvimento sustentável”.
Essas ações educativas da rede estadual de ensino profissional já possibilitaram
a formatura, até o momento, de 80 Técnicos em Agroecologia no CAE Getúlio Vargas, e
de 26 no CEEP Newton Freire Maia.
Em 2008, a UFPR Setor Litoral encerra as atividades do curso Técnico em
Agroecologia, o qual é substituído pelo curso superior de Tecnologia em Agroecologia,
que já consta no catálogo de cursos do MEC.
Em 2009, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por
meio do TECPAR e de oito instituições de ensino superior do Estado, localizadas nas mais
diversas regiões, lançou o “Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos”,
voltado aos pequenos produtores rurais do Estado do Paraná. Este programa visa ao
desenvolvimento de ações que possibilitem a formação de uma rede de apoio à produção
de orgânicos. Uma dessas ações consiste na adequação e na certificação de pequenas
propriedades rurais e pequenas agroindústrias, de acordo com os requisitos estabelecidos
pelo Ministério da Agricultura referentes à produção orgânica.
Cabe destacar que em fevereiro de 2009 foi inaugurado o primeiro Mercado
Municipal de Produtos Orgânicos do Brasil, na cidade de Curitiba, onde são
comercializados diariamente produtos dos mais variados tipos, como: frutas, verduras,
cereais, bebidas, carnes, cosméticos, vestuários, entre outros, composto por 22 lojas, um
restaurante orgânico e duas lanchonetes.
22
N.o de produtores
24
O setor de alimentos orgânicos tende a se fortalecer. A agricultura orgânica, que
surgiu como alternativa, hoje é considerada por muitos como uma necessidade. No Paraná,
86% das propriedades rurais têm área inferior a 50 hectares, por isso é importante incentivar
atividades que permitam obter maior rentabilidade por área. Neste aspecto, sistemas
de produção que promovam a diversificação na propriedade familiar, como a olericultura, a
fruticultura, a floricultura e a criação de pequenos animais, são opções de renda que podem
ser potencializadas nos sistemas de base ecológica. Além disso, o sistema agroecológico
se adapta bem a propriedades que buscam se integrar em circuitos de turismo rural, sendo
uma opção ao cultivo tradicional de grãos, que exige grande escala de produção.
A legislação ambiental também contribui para a agricultura orgânica. Em áreas de
mananciais ou de proteção ambiental, a prática da agricultura convencional, que utiliza
agrotóxico, é dificultada ou mesmo proibida. A agricultura ecológica busca planejar o
espaço rural e produzir alimentos de forma integrada com o ambiente, aproveitando todo
o seu potencial. Desse modo, trabalha o planejamento da paisagem buscando manter
florestas onde estas são necessárias e movimentar o solo somente onde este permite
movimentação. Ainda, adota técnicas de produção orgânicas, sem o uso de agrotóxicos.
Esses dois fatores fazem com que a agroecologia seja uma excelente alternativa para áreas
de mananciais de abastecimento.
As práticas agrícolas baseadas nos princípios da agroecologia têm grande potencial
de crescimento, já que os consumidores vêm dando maior atenção à saúde, mediante o
consumo de alimentos saudáveis. Além disso, as mudanças climáticas estão despertando
o senso ecológico, o que garante apoio aos sistemas de produção agroecológicos, por terem
menor impacto ambiental.
Como é possível observar, há um crescimento da demanda de produtos orgânicos
por parte dos consumidores, que têm impulsionado o crescimento da produção e dos canais
e agentes de comercialização desses produtos, mostrando a importância de se organizar
um programa de governo no sentido de propor, articular e apoiar ações fundamentadas nos
princípios da agroecologia, visando ao desenvolvimento de políticas públicas, socioambientais,
econômicas e tecnológicas para a agricultura paranaense.
26
econômica, mas também uma mudança nas atitudes e valores dos atores sociais nas suas
próprias relações e em relação ao manejo e conservação dos recursos naturais.
Assim, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, para respeitar os
princípios agroecológicos em consonância com um processo de transição agroecológica
a prática produtiva deve atender aos requisitos sociais, considerar aspectos culturais,
preservar recursos ambientais, apoiar a participação política e o empoderamento dos seus
atores, valorizar práticas tradicionais sustentáveis, além de permitir a obtenção de resultados
econômicos favoráveis ao conjunto da sociedade, com uma perspectiva temporal de longo
prazo, ou seja, uma agricultura sustentável.
O enfoque sistêmico e o conceito de desenvolvimento territorial complementam
os pressupostos gerais do programa. Na proposição de ações e parcerias, este deverá
considerar as especificidades e os contextos locais, apoiando iniciativas que qualifiquem
as dinâmicas locais de produção, buscando a sinergia com os ecossistemas e o uso
sustentável dos recursos naturais, considerando as relações sociais e a biodiversidade,
com respeito às dinâmicas territoriais.
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ampliar a participação de produtos de base ecológica no mercado institucional
(alimentação escolar, hospitais, asilos, creches, entre outros);
incentivar a geração de linhas de crédito e cooperativismo;
fortalecer ações de educação para o consumo responsável e apoiar a
organização e funcionamento de associações de consumidores;
incentivar a abertura de chamada de projetos de pesquisa, ensino e extensão,
priorizando o enfoque sistêmico, orientados ao fortalecimento de atividades
baseadas nos princípios da agroecologia.
Diretriz
Potencializar os saberes e as atividades da agricultura familiar visando à melhoria
das condições de vida e à geração de renda, pelo aumento da qualidade e da oferta dos
produtos e serviços.
Linhas de Ação
promover o fortalecimento das ações da rede de ATER em agroecologia, as do
Instituto EMATER, dentre outras, garantindo recursos para custeio, contratação
de pessoal e investimentos em infraestrutura, e a criação de equipes de
extensionistas especializados com atuação específica em agroecologia;
incentivar e apoiar a capacitação de agentes de desenvolvimento e agricultores
familiares em eventos de produção, beneficiamento, normas e comercialização
de produtos orgânicos, com o objetivo de favorecer a transição e a consolidação
para a agroecologia;
incentivar a produção para o autoconsumo familiar, em áreas urbanas
e rurais;
incentivar a agricultura urbana, periurbana e metropolitana;
estimular os centros educacionais e os cursos de formação universitária
comprometidos com a agricultura familiar a inserirem nos seus projetos
curriculares o desenvolvimento de cursos de nível técnico e de especialização;
30
estabelecer parcerias entre programas intersecretariais (SEAB, SEED, SETI, SET,
SEIM, SEMA, SESA, entre outras) e entidades da Sociedade Civil organizada para
o fortalecimento dos princípios da agroecologia em processos de formação,
capacitação e ATER;
desenvolver mecanismos para integração agricultor-consumidor, através
de processos de conscientização do público urbano, favorecendo a
comercialização e a sustentabilidade econômica da atividade;
promover a inclusão da agroecologia nos conteúdos curriculares nas
instituições de ensino;
reconhecer que as unidades de produção agroecológicas prestam serviços
ambientais passíveis de recebimento de benefícios e incentivos fiscais;
produzir e disponibilizar materiais pedagógicos a partir dos princípios e
experiências agroecológicos;
promover, integrar e assegurar a realização de cursos de formação e de
capacitação visando à formação de multiplicadores (agricultores familiares,
lideranças, professores, agentes de desenvolvimento local), por meio de
programas de governo ligados aos temas Produção orgânica, Educação
ambiental, Turismo rural, Legislação e Certificação, Desenvolvimento
comunitário e Captação de recursos;
criar ambientes de formação continuada e gestão colaborativa à distância,
mediante instrumentos de tecnologia de informação;
identificar e fortalecer instituições parceiras que promovam a agroecologia,
em projetos voltados à produção, pesquisa, validação, transformação e
comercialização de produtos;
implantar em nível regional “Câmaras Setoriais de Agricultura Orgânica e
Agroecologia”, formadas por equipes multidisciplinares de técnicos, professores,
lideranças rurais, pesquisadores e especialistas, para a estruturação de propostas
de apoio, fomento e implantação de sistemas agroecológicos;
promover eventos sobre agroecologia nas diferentes regiões do Estado, com
educadores e multiplicadores;
desenvolver uma rede de divulgação eletrônica com informações atualizadas,
de forma continuada, para a promoção dos princípios da agroecologia junto
a consumidores e agricultores;
apoiar e viabilizar os processos de avaliação da conformidade dos sistemas de
produção orgânica-agroecológica por intermédio da capacitação articulada
com agricultores familiares, ONGs e OGs sobre mecanismos e garantia da
qualidade orgânica, em atendimento às normativas do MAPA;
fomentar, através de bolsas de estudos e estágios, o envolvimento de estudantes
de ensino médio, com ênfase na ATER, em convênio com entidades públicas
e privadas.
Diretriz
Linhas de Ação
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apoiar projetos de pesquisa em redes nos diferentes territórios, para validação e
apropriação de tecnologias, buscando a parceria entre instituições de pesquisa
e universidades;
apoiar projetos de pesquisa sobre os impactos da agricultura na saúde ambiental
e humana;
apoiar projetos de pesquisa de segurança e soberania alimentar e nutricional;
estabelecer uma linha de publicações destinadas a socializar os conhecimentos
e tecnologias adequados à agroecologia;
sistematizar experiência e tecnologia em prol do desenvolvimento da
agroecologia.
Diretriz
Linhas de Ação
34
Diretriz
Linhas de Ação
Diretriz
Linhas de Ação
Diretriz
Linhas de Ação
Diretriz
36
Linhas de Ação
5.4 Legislação
Diretriz
Linhas de Ação
Diretriz
Linhas de Ação
Diretriz
Linhas de Ação
38
fortalecer as ações de educação para o consumo responsável, visando ao
aumento da comercialização de produtos e serviços e ao esclarecimento sobre
a qualidade dos produtos orgânicos e de base ecológica;
implementar programas de educação para o consumo como tema nas escolas
do ensino fundamental, conforme previsto nos parâmetros curriculares
nacionais do Ministério da Educação;
apoiar a organização e o funcionamento de associações de consumidores no
intuito de facilitar a integração entre comunidades rurais e urbanas como uma
ferramenta de educação ambiental e agroecológica;
promover a educação para o consumo responsável em locais de venda de
produtos alimentares, visando à conscientização dos consumidores sobre os
impactos socioambientais dos seus hábitos de consumo;
prover recursos específicos para a educação e informação dos consumidores,
inclusive com apoio às atividades de educação informal desenvolvidas pelas
entidades civis de consumidores e campanhas públicas sobre os direitos dos
consumidores;
realizar estudos sobre estratégias de consumo responsável e de comunicação
para aproximar produtores e consumidores;
sistematizar e divulgar experiências concretas de comercialização e consumo
justo e solidário;
criar processos de formação e intercâmbio para que os procedimentos de
autogestão e as estratégias comerciais dos empreendimentos sejam aprimorados;
estimular as organizações de consumidores para que assumam o desafio de
construir relações mais conscientes, justas e solidárias nos mercados.
6.1 Gestão
40
6.2 Financiamento
42
De acordo com a IFOAM (2010), baseia-se nos seguintes princípios: a) saúde,
mantendo e melhorando a qualidade dos solos, assim como a saúde das plantas, dos
animais, dos seres humanos e do planeta como organismo uno e indivisível; b) ecologia,
com base nos sistemas ecológicos vivos e seus ciclos, trabalhando com eles, imitando-os
e contribuindo para a sua sustentabilidade; c) justiça, fundamentada em relações justas no
que diz respeito ao ambiente comum e às oportunidades de vida; d) precaução, devendo
ser gerida de uma forma cautelosa e responsável, de modo a proteger o ambiente, a saúde
e o bem-estar das gerações atuais e daquelas que hão de vir. As práticas incluem:
rotação de cultura como um pré-requisito para o uso eficiente dos recursos
locais;
limites muito restritos ao uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos, antibióticos,
aditivos alimentares e auxiliares tecnológicos, entre outros;
proibição absoluta do uso de organismos geneticamente modificados;
aproveitamento dos recursos locais, mediante, por exemplo, o uso do estrume
animal como fertilizante, ou pela alimentação dos animais com produtos da
própria exploração;
escolha de espécies vegetais e animais resistentes a doenças e adaptadas às
condições locais;
criação de animais em liberdade e ao ar livre, fornecendo-lhes alimentos
produzidos segundo o modo de produção biológico;
utilização de práticas de produção animal apropriadas a cada espécie.
(AGRICULTURA BIOLÓGICA, 2010).
Os agricultores, transformadores e importadores biológicos devem cumprir
regulamentos para usar o rótulo ou logotipo da União Europeia para a agricultura biológica
ou distinções nacionais equivalentes, cuja qualidade é assegurada por um sistema de
inspeção.
Agricultura Natural - esta forma de agricultura tem Masanobu Fukuoka como seu
precursor e defensor, com experiências desenvolvidas durante mais de 30 anos. Como
estratégia deste tipo de agricultura, o homem deve intervir minimamente nos processos
da natureza, o que se traduz, por exemplo, na ausência de aração, das capinas, do uso
de fertilizantes e pesticidas. Esta proposta dispensa em grande parte um planejamento
centralizado do processo produtivo para realizar práticas de manejo, defendendo uma
“agricultura da natureza”. Fundamenta-se na “sucessão natural” de espécies (cereais,
leguminosas e frutíferas), as quais são produzidas sem o aporte de insumos externos e
sem alterar a base dos ecossistemas locais (PAULUS, 2010).
Agricultura Orgânica - é um conjunto de processos de produção agrícola que parte
do pressuposto de que a fertilidade é função direta da matéria orgânica contida no solo.
44
Desenho de Agroecossistemas - está baseado na aplicação dos seguintes
princípios ecológicos: a) aumentar o reciclado de biomassa e otimizar a disponibilidade
e o fluxo balanceado de nutrientes; b) assegurar condições do solo favoráveis para o
crescimento das plantas, com o manejo da matéria orgânica, aumentando a atividade
biótica do solo; c) minimizar as perdas devidas a fluxos de radiação solar, ar e água
mediante o manejo do microclima, colheita de água e o manejo de solo por meio do
aumento na cobertura; d) diversificar específica e geneticamente o agroecossistema
no tempo e no espaço; e) aumentar as interações biológicas e os sinergismos entre os
componentes da biodiversidade, promovendo processos e serviços ecológicos-chave
(REIJNTJES, C. et al., 1992).
46
REFERÊNCIAS
EDENS, T. C.; FRIDGEN, C.; BATTENFIELD, S. L. (Ed.). Sustainable Agriculture & Integrated
Farming Systems. East Lansing, Michigan: Michigan State University Press, 1985.
FRANCIS, C. et al. Agroecology: the ecology of food systems. Journal of Sustainable Agriculture,
[S.l.}, v. 22, n. 3, p. 99-118, 2003.
IBD. Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural: quem somos. Disponível em: <http://
www.ibd.com.br/Info_Default.aspx?codigo=quem>. Acesso em: 02 mar. 2010.
KLAGES, K. H. W. Crop ecology and ecological crop geography in the agronomic curriculum.
Journal of the American Society of Agronomy., v. 20, p. 336-353, 1928.
ORMOND, J.G.P. et al. Agricultura orgânica: quando o passado é futuro. BNDES Setorial, Rio
de Janeiro, n. 15, p. 3-34, mar. 2002.
REIJNTJES, C. et al. Farming for the future: an introduction to low-external-input and sustainable
agriculture. London: The Macmillan Press, 1992.
WILLER, Helga; KILCHER, Lukas (Eds.) (2010) The World of Organic Agriculture - Statistics
and Emerging Trends 2010. IFOAM, Bonn, and FiBL, Frick.
48
Anexos
ANEXOS
O Estado do Paraná vem conquistando, nos últimos seis anos, uma privilegiada posição
no cenário da produção orgânica de alimentos.
Neste período, o segmento cresceu a taxas entre 20% e 30% ao ano, chegando a 95 mil
toneladas na safra 2005/2006, com a participação de 6.520 produtores cadastrados pela
EMATER-PR, que cultivaram área de aproximadamente 14.000 hectares.
Esta produção atende tanto ao mercado externo, notadamente com o soja, café, açúcar
mascavo, cachaça, bebidas aromáticas, como ao mercado interno, com o fornecimento
de frutas, oleráceas, plantas medicinais e carnes.
Paralelamente à geração de emprego e renda, principalmente junto à agricultura familiar,
as práticas e métodos adotados na produção orgânica de alimentos contribuem para a
preservação do meio ambiente e da saúde de agricultores e consumidores, promovem
inclusão social e valorizam culturas, tecnologias e saberes tradicionais.
Entretanto, a produção orgânica de alimentos, de forma semelhante a qualquer outra
atividade econômica, viabiliza-se quando há o efetivo envolvimento de uma extensa
gama de organizações, de profissionais, de bens e de serviços.
Assim, o desenvolvimento de pesquisas apropriadas, a participação da extensão rural,
a formação de técnicos de nível médio e superior com especialização nas áreas da
agroecologia e da agropecuária orgânicas, a capacitação contínua de agricultores, a
permanente disponibilização de crédito, o incentivo ao cooperativismo, ao associativismo
e ao trabalho das organizações não-governamentais são alguns exemplos de ações
fundamentais para o contínuo e seguro crescimento da agricultura orgânica no Estado.
Ademais, apesar dos números apresentados atualmente pela agricultura orgânica no
Paraná, existem vários entraves que precisam ser urgentemente discutidos e solucionados,
52
CONSELHO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
E AGRICULTURA FAMILIAR - CEDRAF
Artigo 1.o - O Decreto Estadual n.o 272, de 07 de Março de 2007, em seu artigo 5.o,
institui, no âmbito do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar
(CEDRAF), a Câmara Setorial de Agroecologia e Agricultura Orgânica, doravante referida
simplesmente como Câmara Setorial.
§ 1.o - A Câmara Setorial terá como sede e foro a cidade de origem de seu Gerente.
§ 2.o - A Câmara Setorial tem por finalidade propor ações voltadas para o desenvolvimento
da agroecologia e da rede de produção orgânica, constituindo-se em um espaço de caráter
multissetorial, voltado aos debates acerca das questões mais relevantes para o setor no
Estado do Paraná.
Artigo 2.o - À Câmara Setorial compete:
Congregar e integrar todos os atores e todas as instituições governamentais e não-
governamentais representativas do setor;
Acompanhar permanentemente os cenários interno e externo da agroecologia e
da agricultura orgânica, de modo a propor as metas e as diretrizes necessárias ao
desenvolvimento do setor;
Contribuir, sempre que solicitado, na formulação de políticas públicas voltadas à
valorização e expansão do setor;
Propor ações técnicas, políticas e legislativas que sejam necessárias à constante
atualização do setor e à manutenção de sua competitividade interna e externa;
Representar, sempre que solicitado, a agroecologia e a agricultura paranaenses;
Emitir pareceres relacionados com a agroecologia e a agricultura orgânica, quando
solicitado pelo CEDRAF;
Auxiliar na proposição de pesquisas de interesse para o setor, bem como facilitar a
transferência de tecnologias apropriadas para os sistemas de produção e transformação;
Estudar e propor medidas que assegurem uma comercialização justa dos produtos
oriundos da produção orgânica e agroecológica;
Estudar e propor medidas que possibilitem e incentivem o consumo de alimentos
orgânicos, bem como o consumo responsável de alimentos;
Desempenhar outras atividades correlatas.
Artigo 3.o - A Câmara Setorial será constituída por um representante titular e um suplente
das seguintes entidades:
Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento - SEAB
Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SETI
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA
Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Negócios do Mercosul - SEIM
Secretaria de Estado da Educação - SEED
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA/DFA
Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA
Ministério do Meio Ambiente - MMA
Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR
Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER
Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - IPARDES
Centro Paranaense de Referência em Agroecologia - CPRA
Centrais de Abastecimento do Paraná S/A - CEASA
Empresa Paranaense de Classificação de Produtos - CLASPAR
Secretaria Municipal de Abastecimento de Curitiba - SMAB
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná - FETAEP
Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar - FETRAF
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE
Agência de Promoção de Exportações do Brasil - APEX
Associação de Consumidores de Produtos Orgânicos do Estado do Paraná - ACOPA
Rede de Agroecologia Ecovida
Itaipu Binacional
Via Campesina
Instituto Maytenus
Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia
Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor - CAPA
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Associação Central de Produtores Rurais Ecológicos - ACEMPRE
Associação de Produtores Orgânicos de Londrina - APOL
Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Orgânica - ASPTA
Fundação para o Desenvolvimento Econômico e Rural do Centro-Oeste do Paraná - RURECO
Associação das Famílias de Agricultores Experimentadores em Agroecologia no Bioma
da Floresta de Araucária - ECOARAUCÁRIA
Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural - ASSESSOAR
Banco do Brasil
Sistema de Crédito Cooperativo - SICREDI
Banco Regional de Desenvolvimento Econômico e Social - BRDE
Sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária - CRESOL
Organização das Cooperativas do Estado do Paraná - OCEPAR
§ 1.o - Os membros titulares e suplentes de que trata o Artigo 3º serão indicados pelas
suas respectivas entidades.
§ 2.o - Em caráter extraordinário, integrarão, a convite da Câmara Setorial, outras entidades
públicas ou privadas, conforme a especificidade do(s) assunto(s) a ser(em) tratados.
§ 3.o - A participação na Câmara Setorial não será remunerada, sendo considerada como
serviço público relevante.
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
Artigo 7.o - A Câmara Setorial terá reuniões ordinárias a cada 60 (sessenta) dias. Ao final
de cada reunião serão definidos a pauta, data e local da próxima reunião.
§ Único - A Câmara reunir-se-á extraordinariamente, por convocação do Secretário
Executivo do CEDRAF e/ou de seu Gerente ou por solicitação da maioria de seus membros,
em que serão exclusivamente tratados os assuntos da ordem do dia.
Artigo 8.o - As assembleias ordinárias e extraordinárias serão realizadas, em primeira
convocação, desde que se verifique a presença de metade mais um dos membros da
Câmara Setorial.
§ Único - Não se atingindo o quórum mínimo de membros previstos neste Artigo, as
assembleias serão realizadas, em segunda convocação, após decorridos 30 (trinta)
minutos do horário marcado para a primeira convocação, com qualquer número de
membros presentes.
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Artigo 9.o - Poderão participar das assembleias da Câmara Setorial pessoas que possam
contribuir para o êxito dos trabalhos, a critério do Gerente da Câmara.
Artigo 10 - O membro da Câmara Setorial que, sem justa causa, faltar a três reuniões
consecutivas, ou seis alternadas, perderá seu mandato, sendo automaticamente substituído
pelo seu suplente, ficando a cargo da entidade representada eleger um novo suplente.
Esta nomeação deverá ser comunicada oficialmente e por escrito ao Gerente da Câmara.
Artigo 11 - É permitida a participação dos membros suplentes nas reuniões da Câmara
Setorial, por convite do Gerente ou por indicação do membro titular, com direito a voz,
mas não a voto.
Artigo 12 - São passíveis de medidas disciplinares – de advertência ou suspensão temporária –
os membros que cometerem faltas graves em relação aos deveres regimentais ou aos
demais membros da Câmara Setorial.
Artigo 13 - Toda assembleia ordinária ou extraordinária, mesmo quando não houver
quórum, deverá ser registrada em livro-ata e assinada por todos os participantes.
Artigo 14 - De acordo com as necessidades e/ou para conferir agilidade aos trabalhos da
Câmara Setorial, fica facultada ao Gerente a criação de Grupos de Trabalhos.
CAPÍTULO V
Artigo 15 - A Câmara Setorial é uma entidade sem fins lucrativos, composta por
membros representantes de instituições envolvidas com as atividades relacionadas com
a agroecologia e a agricultura orgânica no Estado do Paraná.
Artigo 16 - A Câmara Setorial terá como área de jurisdição todo o Estado do Paraná.
Artigo 17 - Este Regimento Interno só poderá ser alterado por Assembleia Extraordinária e
desde que as alterações propostas não conflitem com o Regimento Interno do Conselho
Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar - CEDRAF.
Artigo 18 - Este Regimento Interno entrará em vigor na data de sua publicação, após a
devida aprovação pelos membros do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e
Agricultura Familiar - CEDRAF, revogadas as disposições em contrário.
CAPÍTULO VI
Aos vinte e quatro dias do mês de setembro do ano de dois mil e nove, realizou-se a
primeira Reunião da Câmara Setorial da Agroecologia e da Agricultura Orgânica nas
dependências do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA) em Pinhais/PR.
Estiveram presentes: AIRTON DIEGUEZ BRISOLLA (CPRA), MOACIR ROBERTO DAROLT
(IAPAR), MARY STELA BISCHOF (EMATER), VALTER ROBERTO SCHAFFRATH (IFPR),
IVO BARRETO MELÃO (IPARDES), FILIPE BRAGA FARHAT (CPRA), ANDRÉ C. PAULO
(TECPAR), ENIO N. DE GOSS (SEMA), CESAR A. BRUNETTO (SEIM), SERGIO JOÃO
KAUPKA (ASSESOAR), DENILSON DETONI (SISCLAF), ALEXANDRE AUGUSTO RAMOS
DE FARIA (MDA/DFDA/PR), JACI POLI (ASSESSOAR), MANUEL DELAFOULHOUZE
(Estagiário da UFPR), INIBERTO HAMERSCHMIDT (EMATER), AFONSO TAKAO MURATA
(UFPR Litoral), MARCELO PASSOS (AOPA Rede Ecovida), JAIR MAURO PELEGRIN JUNIOR
(MAYTENUS), EDNEI BUENO NASCIMENTO (SEAB), LUIZ FERNADO PACHECO DA
COSTA (Secretário Executivo do CEDRAF/SEAB), CARLOS ALBERTO SALVADOR (DERAL/
SEAB), LUIZ CARLOS TEIXEIRA LOPES (DEAGRO/SEAB). Em seguida compuseram a mesa
o Sr. Ednei Bueno do Nascimento e o Sr. Luiz Fernando Pacheco da Costa, que fizeram
a leitura da Pauta da Reunião com os seguintes assuntos: 1) Histórico da Constituição da
Câmara Setorial de Agroecologia e Agricultura Orgânica - Luiz Fernando P. Costa; 2) Eleição
do Gerente e do Secretário da Câmara Setorial - Luiz Fernando P. Costa; 3) Ato Oficial
de Posse - Luiz Fernando P. Costa; 4) Apresentação, Discussão e Votação do Programa
Paraná Agroecológico - Ednei Bueno do Nascimento;. 5) Expectativas dos Integrantes
quanto ao Funcionamento e Funções da Câmara Setorial; 6) Recursos para Viabilizar a
Câmara Setorial no Deslocamento e Hospedagem dos Componentes Residentes em Outras
Localidades; 7) Definir Formato das Reuniões, se Estadual ou Regional ou se Rotativas nas
Regiões do Estado; 8) Composição da Câmara Setorial; 9) Protocolo de Entrada de Novas
Entidades; 10) Formas de Divulgação das Ações da Câmara Setorial; 11) Apresentação do
Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) - Ivo Barreto Melão.
O Sr. Luiz Fernando solicitou que fosse incluído mais um item na Pauta: Apresentação
do Projeto de Agroecologia do Território do Sudoeste. O projeto foi recomendado pelo
grupo de análise para a Reunião do CEDRAF e orientado a encaminhar para esta Câmara
Setorial para analisar e aprovar, e então ser encaminhado posteriormente para análise no
CEDRAF. Por aprovação do grupo presente mais este item foi incluído na pauta.
Em seguida foi passado para o primeiro item da pauta, onde o Sr. Luiz Fernando fez uma
breve apresentação sobre o histórico da constituição desta Câmara e sua importância para
subsidiar os trabalhos no CEDRAF.
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Passou-se para o próximo item, que é Eleição do Gerente e do Secretário da Câmara
Setorial de Agricultura Orgânica e Agroecologia, onde o Sr. Ednei comentou a importância
de ter um animador na Câmara e sugeriu o Sr. Jair Mauro Pelegrin Junior para assumir
este papel e ser o animador para a instalação desta Câmara. Foi aberta a palavra para os
demais presentes. O Sr. Filipe colocou que é importante que alguém da iniciativa privada
assuma o papel de animador. Se ficar a cargo do Estado, devido ao excesso de trabalho
e à falta de pessoas, acaba ficando prejudicado. O Sr. Iniberto, da EMATER, concordou
e ressaltou que a Maytenus fez os primeiros passos na Agroecologia. Foi comentado
também que a Câmara Setorial transcende os problemas de Agroecologia; é importante
formar uma rede com todos os atores, como professores e alunos das Universidades.
O Sr. Ivo Melão ressaltou que a instalação desta Câmara é fundamental para o Congresso
de Agroecologia. Em seguida o Sr. Jair tomou a palavra e informou que procurou a SEAB
falando dos seus trabalhos, ressaltou que os agricultores e a Assistência Técnica não
conseguem conversar sobre as Políticas Públicas. A Maytenus se propõe e se dispõe
a alavancar este processo, e citou os bons trabalhos feitos no Oeste e no Sudoeste do
Paraná. Colocou que vem para estruturar esta Câmara durante um período, assume
esta coordenação de articular, se aceito é este trabalho a ser feito e está à disposição.
O Sr. Luiz Fernando sugeriu aos participantes que o Sr. Jair assuma a Gerência e o
Sr. Salvador a Secretaria Executiva, ressaltando as experiências do mesmo. Perguntou
se havia alguma outra sugestão, senão que fosse colocado para votação, ficando então
aprovados: Gerente da Câmara Setorial de Agroecologia, Jair Mauro Pelegrin Júnior, e
Secretário Executivo, Carlos Alberto Salvador. Em seguida, foram chamados para comporem
a mesa e, a partir daí, coordenarem esta reunião.
A seguir, o Sr. Ednei fez a apresentação do Programa Paraná Agroecológico, quando fez um
breve resumo sobre o cenário da Agricultura Orgânica e o panorama atual. Falou também
sobre os princípios do Programa, os objetivos, as diretrizes, sobre a pesquisa agroecológica,
comercialização e mercado, legislação, organização dos agricultores e consumidores,
sobre o financiamento da atividade e a gestão do Programa Agroecológico. Finalizando
a apresentação, solicitou a aprovação do documento apresentado para que possam ser
implementadas as ações nele descritas, sendo, desta forma, aberto para discussão. Foram
feitas diversas manifestações, alguns presentes não conheciam o teor do documento e,
diante disso, não se sentiam seguros para votar. Diante das explanações, ficou acertado
que o documento será enviado por e-mail aos presentes para conhecimento e sugestões,
ficando o endereço eletrônico do Salvador como receptador central das anotações e
respostas. Ficou sugerido que cada comentário seja passado para todo o grupo tomar
conhecimento, que o prazo para todas as respostas é até o dia 23 de outubro, para que
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Território para custeio e R$ 50.000,00 para o CEDRAF em Custeio, previsto para 1 ano e
meio. Foi sugerido que, como a Câmara está se instalando agora, para o ano que vem terá
que fazer planejamento para custear as despesas, que por enquanto vai indo conforme as
demandas. O Sr. Jair informou que a Secretaria de Ciência e Tecnologia tem como apoiar
um evento técnico a cada três meses até o valor de R$ 5.000,00, podendo resolver neste
momento estas questões. O Sr. Alexandre esclareceu que dificilmente poderá liberar este
tipo de recursos. Encerrando-se este tema, passou-se para a questão de definir o formato
das reuniões, se estadual ou regional, ou se rotativas nas regiões do Estado, em que o Sr.
Marcelo defende a rotatividade das reuniões, dizendo que a participação é mais positiva,
pois tem-se a oportunidade de conhecer as propriedades no interior. O Sr. Jaci Poli contou
que na Câmara Temática do Sudoeste as reuniões são rotativas, a entidade do município
faz o intercâmbio, e nestas reuniões descobriu-se que existem dois tipos de agroecologia
para o agricultor: a das organizações e a governamental. O Sr. Jair ressaltou que hoje existe
consenso quanto à questão de reuniões rotativas e perguntou qual seria a abrangência: para
todo o Estado ou somente a Região. Outra possibilidade seria uma reunião em Curitiba,
Londrina e Cascavel e, depois, com todo o Estado, mas aí a questão seriam os recursos.
O Sr. Airton ressalta que o objetivo das reuniões rotativas é que todos possam participar.
O Sérgio sugere que se centralize, uma vez que há dificuldade de recursos. Se for feito na
região, terá que ter um Fórum para trazer para Reunião Geral. Em seguida passou-se para a
Composição da Câmara Setorial. A Sra. Mari Stela perguntou qual o tamanho desta Câmara,
ao que foi respondido que todas as organizações têm livre acesso de participarem. O Sr.
Salvador listou as entidades que fazem parte do regimento, o Sr. Luiz Fernando informou
que foi enviado ofício a todas, solicitando a indicação de um representante titular e um
suplente. Algumas já responderam, outras ainda não. Foi perguntado se poderia ainda
incluir a COPAFI, SISCLAF e IAP. Respondeu-se que o regimento pode ser rediscutido e
incluídas as entidades; o Sr. Sergio coloca que a composição deve ser justa e paritária,
teria que dar uma olhada nesta lista, sugeriu que uma única entidade represente as demais,
como, por exemplo, a UNICLAFES. O Sr. Jaci colocou que a Câmara deve ser enxuta, que
se criem instrumentos para trazer as reivindicações dos agricultores, ao que a Sra. Mari Stela
reforçou falando sobre a questão da funcionalidade, de formar subcâmaras nas regiões,
onde todos discutam as políticas, e tirar duas ou três representações para trazer a esta
Câmara Setorial. Ficou como sugestão de o Sr. Jair, Sr. Salvador e Sr. Luiz Fernando, com
mais 5 ou 6 pessoas, se reunirem e fazer uma nova seleção das entidades representantes.
Esta lista não será fechada. Se alguma representação tiver interesse em participar, terá que
enviar ofício solicitando a participação aos demais membros desta Câmara. Quanto à
forma de divulgação das ações desta Câmara, foi sugerido que cada representante deverá
fazê-la junto à entidade ou organização que representa. Deverá, também, divulgar em
ENCAMINHAMENTOS:
Enviar por e-mail o Programa Paraná Agroecológico;
Enviar a ata a todos os presentes;
Enviar a relação dos participantes com endereços eletrônicos;
Listar as entidades para participarem da Câmara Setorial e enviar Ofício.
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Consulta Pública
Jair Pelegrin
Coordenador da Câmara Setorial