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AS CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR: UM ESTUDO DE CASO NUMA

UNIDADE DE ENSINO DA REDE MUNICIPAL DE ITUPIRANGA -


PARÁ NOS ANOS DE 2013 E 20141

Hérica Fontes da Silva2 - UFPA / FACIMAB

Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Básica.


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Esta pesquisa teve o propósito de identificar os fatores que contribuem para a evasão escolar
numa escola municipal na cidade de Itupiranga. A temática que norteou esta pesquisa é o
resultado das inquietações e angustias surgida na vivência como docente na modalidade da
EJA numa unidade de ensino, bem como pelos objetivos não atingidos na prática pedagógica,
devido a evasão escolar o que gerou a necessidade de compreender os reais motivos que
levam tantos alunos a abandonarem a escola. Pretendeu-se, também, verificar se as taxas de
evasão são representativas diante do número de alunos matriculados e, levantar aspectos que
possibilitem reduzir essa problemática nessa Unidade de Ensino. A evasão não é um problema
apenas daquela escola. Contudo, o fato de a unidade escolar tentar atender às carências dos
alunos, de forma holística, ou seja, no aspecto cognitivo, afetivo, moral, social, dentre outros,
parece ser insuficiente. Espera-se que a compreensão dessa realidade possa servir de base ao
desenvolvimento de novos estudos, contribuindo, assim, para a redução da evasão em todas as
unidades de ensino. Considerando a abrangência do assunto e o quanto já vem sendo
discutido, pretende-se fazer um recorte dos aspectos psicossociais, buscando dados referentes
aos motivos da evasão escolar, relacionando-os com algumas variáveis, como: formação do
professor, novas tecnologias, afetividade, necessidade de o aluno trabalhar, métodos de
ensino, participação da família, gravidez na adolescência, drogas, violência e subemprego, e,
assim, compreender o porquê dos alunos deixarem a escola. A pesquisa adotou um caráter
bibliográfico e documental, que teve como fonte livros, jornais, revistas, sites.

Palavras-chave: Evasão Escolar. EJA. Alunos. Professores.

1
Artigo apresentado ao XII – Congresso Nacional de Educação – Formação de Professores, Complexidade e
Trabalho Docente.
2
Licenciada Plena em Letras – UFPA (2008). Pós em Gestão e Coordenação escolar (FACIMAB) 2011, e
Psicopedagogia (FACIMAB) 2013, mestranda em Ciências da Educação Multidisciplinar Profissionalizante –
FACNORTE. hericafsilva@hotmail.com

ISSN 2176-1396
26741

Introdução

A educação de jovens e adultos - EJA tem como objetivo oportunizar aos jovens,
adultos, idosos, pessoas com deficiência, apenadas e jovens em conflito com a lei, fora da
faixa etária da escolaridade regular a conclusão e continuidade de estudos. Essa ainda visa
oferecer a todos esses acima citados, oportunidades de escolarização que aliem a educação
básica em nível médio à educação profissional, com desenvolvimento de competências e
habilidades que propiciem a formação integral do aluno como cidadão e profissional de
qualidade.
Nesse contexto, a educação de jovens e adultos - EJA em várias instâncias tem
apresentado recorrentes situações de abandono escolar. As classes da EJA também recebem
sujeitos com nível cultural e educacional diferenciado, o que faz do espaço da sala de aula um
ambiente rico e marcado pela diversidade.
Além disso, os alunos de EJA em função de fracassos anteriores possuem, muitas
vezes, uma baixa autoestima; portanto precisam ser motivados, e o educador deverá buscar
diferentes maneiras de promover e despertar o interesse e o entusiasmo e acima de tudo
mostrar a esses alunos que é possível aprender. A evasão não é um problema apenas daquela
escola. Na cidade de Itupiranga o índice de evasão atingiu 0,27% dos alunos matriculados,
conforme Relatório/2013, da SEMED. Contudo, o que causa descontentamento nos
profissionais de educação é o fato de se ter comprovação das ações desenvolvidas pela
Unidade de Ensino, na tentativa de atender às carências dos alunos, de forma holística, ou
seja, no aspecto cognitivo, afetivo, moral, social, entre outros. Todavia, existe o problema das
inúmeras dificuldades enfrentadas pelos alunos que permeia o processo de escolarização
deles, tornando-os reféns da ignorância, mantendo-os como analfabetos.
A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois,
embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de
condições. O paradoxo existente entre o que é difundido e a realidade dos alunos se
concretizam ao se analisar a forma desinteressada como a educação pública é conduzida.
Buscando elucidar esse processo que promove a evasão escolar, a questão sobre a qual este
trabalho se debruçou foi à busca dos fatores que contribuem para a evasão escolar num
ambiente onde a preocupação com o aprendizado dos alunos é prioritário.
A escolha da unidade de ensino onde foi desenvolvido o estudo de caso obedeceu três
motivos principais: identificar os fatores que contribuem para a evasão nessa escola; verificar
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se as taxas de evasão são representativas face ao número de alunos ali matriculados; levantar
aspectos que possibilitem reduzir a evasão naquela entidade de ensino, uma vez que, todo o
segmento engajado no movimento de uma educação que prepara o educando para exercer a
cidadania acredita que: a participação da família contribui para a redução da evasão escolar;
método de ensino voltado para a realidade do aluno contribui para a permanência dele na
escola; currículo que viabilize uma formação técnica, a formação continuada de professores
especificamente para EJA poderá auxiliar a frequência escolar.
Todo esse contexto se faz necessário para uma tomada de direção para que o aluno da
educação de jovens e adultos veja a educação que recebe como um suporte de grande
qualidade que possa contribuir para um futuro melhor, baseado na formação de valores e ao
preparo para o mundo do trabalho. Espera-se que a compreensão dessa micro realidade possa
servir de base ao desenvolvimento de novos estudos, contribuindo, assim, para a redução da
evasão em todas as Unidades de Ensino do município de Itupiranga-PA. A preocupação com
a evasão justifica-se, pois quaisquer que sejam os motivos, os alunos perdem a oportunidade
de interagir com outras pessoas num ambiente letrado, deixando de construir o próprio
conhecimento e impedidos de buscarem e adquirirem habilidades leitoras e escritoras,
permanecendo, assim, sob a opressão da ignorância.

Referencial teórico

A evasão escolar não é um problema apenas daquela escola, pois de modo geral existe
o problema das inúmeras dificuldades enfrentadas pelos alunos da EJA que permeia o
processo de escolarização, tornando-os reféns da ignorância, mantendo-os como analfabetos.
Para Libâneo, citado por Gadotti (1994, p.12): A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a
escola tem função de preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo
com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos
valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura
individual (...). A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes,
pois, embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade
de condições.
Segundo Azevedo (2011, p.05), o problema da evasão e da repetência escolar no país
tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes do ensino público, pois as causas e
consequências estão ligadas a muitos fatores como social, cultural, político e econômico,
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como também a escola onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se
agravar, diante de uma prática didática ultrapassada.
De acordo com Oliveira (2012, p.05 apud Campos 2003), os motivos para o abandono
escolar podem ser ilustrados a partir do momento em que o aluno deixa a escola para
trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são
incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por
motivo de vaga, de falta de professor, da falta de material didático; e também abandonam a
escola por considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para
eles.
Para Paulo Freire (1987, p.34): Os oprimidos, que introjetam a ‘sombra’ dos
opressores e seguem suas pautas, temem a liberdade, na medida em que esta, implicando a
expulsão desta sombra, exigiria deles que ‘preenchessem’ o ’vazio’ deixado pela expulsão
com outro ‘conteúdo’ – o de sua autonomia. O de sua responsabilidade, sem o que não seriam
livres.
Campos (2003) estabelece a evasão escolar na EJA como um abandono por tempo
determinado ou não. Diversas razões de ordem social e, principalmente, econômica
concorrem para a evasão escolar dentro da EJA, transpondo a sala de aula e indo além dos
muros da escola.
Para os docentes, esta pesquisa foi relevante na medida em que abordou causas e
consequências da evasão escolar, fornecendo uma melhor compreensão sobre o assunto,
buscando sugestões que possam auxiliar, quando não possível na resolução, mas na tentativa
de minimizar o problema.
Nesse contexto, não existe fracasso escolar, mas sim, alunos que não conseguem
aprender o que se quer que eles aprendam. Por esse motivo, ver-se um número tão elevado de
evasão nas escolas. Diante do exposto, percebe-se que o tema evasão escolar precisa ser
analisado por meio de muitos debates que apontem diversas causas e possíveis soluções em
diferentes vertentes.
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Procedimentos metodológicos

Caracterização da pesquisa

O presente estudo de caso busca descrever, registrar e analisar os dados coletados no


decorrer da pesquisa de campo que tem como objetivo conseguir informações acerca de um
problema para o qual se procura uma resposta.
Para que a pesquisa ocorresse de forma satisfatória, utilizaram-se como instrumento de
coleta de dados para o presente estudo de caso, entrevista com a equipe gestora, informações
cedida pela administração da escola, conversa informal com alunos, questionários,
observações e análise de documentos arquivados na escola, como estatística de Rendimento
final dos anos 2013 e 2014.
Para Cervo e Bevian (1996), pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, dentre
as quais os estudos exploratórios que não elaboram hipóteses a serem testadas, limitando-se a
traçar objetivos, buscando informações sobre o assunto objeto de estudo.
Os questionários foram aplicados e realizados com alunos e alunas da referida escola,
no turno da Noite, com turmas do 1ª, 2ª, 3ª e 4ª ETAPA modalidade EJA; a pesquisa foi
realizada com 40 (quarenta) alunos. É importante ressaltar que a Escola Municipal de Ensino
Fundamental Serafina Carvalho, tem uma resolução que habilita para a oferta de modalidade
Regular do 1º ao 9º ano e EJA do ensino Fundamental, e que no ano de 2013 o número de
matriculados era de 868 alunos, e 2014 o número era de 738 distribuídos em 03 (três) turnos
manhã, tarde e noite.

Campo de pesquisa

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Serafina Carvalho, está localizada na Av.


Goiás nº 05 no Bairro Mutirão, na cidade de Itupiranga-Pa. Essa Unidade Escolar no ano de
2013 funcionou com um número de 60 (sessenta) colaboradores e em 2014 com 63 entre
Diretora, Vice-Diretora, Secretária, Orientadora, Coordenadora, Professores, Escriturários,
Serventes e Vigias.
A escola dispõe de 10 salas de aula, 01 secretaria, 01 sala de direção com banheiro, 01
sala de coordenação com banheiro, 01 sala de orientação, 01 sala de professores com
banheiro, 01 sala de leitura com banheiro, 01 cantina, 03 depósito (merenda, material didático
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Mais Educação, material de apoio de jardinagem e produtos de limpeza), 01 refeitório com


capacidade para 80 crianças e 10 banheiros sendo 05 para masculino e 05 para feminino,
contendo em cada espaço desses um adaptado para alunos portadores de deficiência; e anexo
a esta escola 03 salas cedida pela igreja mediante acordo contratual com a prefeitura, nas
quais funcionam os programas “Mais Educação e Segundo Tempo”.
A pesquisa para esse estudo de caso e a escolha dos alunos foi dirigida, uma vez que a
Unidade de Ensino dispõem de arquivo de dados bem atualizado. Diante das técnicas das
coletas de dados, foi utilizado apenas o questionário preferencial, de forma que esse método
busca avaliar a opinião de alguma condição ou circunstância que tem relação com a
problemática da pesquisa. A pesquisa aconteceu no mês de Abril de 2015.

Análise e discussão dos resultados

Evasão escolar é o abandono da escola antes da conclusão de uma série ou de um


determinado nível em uma modalidade de ensino. A permanência dos alunos da EJA na
escola é um dos grandes desafios da educação. A escola como determina a LDB, deve garantir
a entrada e permanência dos alunos até que seus estudos estejam concluídos, no entanto,
muitas são as causas da evasão escolar, e mais evidente ainda na modalidade da EJA. E não
diferente disso, mediante resultados colhidos na pesquisa de caso realizada na Escola
Municipal Serafina Carvalho com alunos da EJA constatou-se algumas causas que levam à
evasão escolar, entre elas de instâncias político-social, motivacional e técnico administrativo
pedagógico.
Em instância Político-social, pelo fato de não haver uma responsabilidade na
construção de políticas públicas educacionais que priorize a qualidade do ensino na
modalidade da EJA em sua totalidade e de igual forma a todos, de modo a suprir diversas
expectativas.
Em instâncias Motivacional e administrativa pedagógica, pela inexistência de
propostas pedagógicas que diferencie da infantilização na alfabetização de jovens e adultos. É
evidente que a qualidade da educação de jovens e adultos não depende da boa vontade de
voluntários dentro da unidade escolar.
É necessária, a construção de políticas que priorizem de fato a qualidade desta
modalidade de ensino. Que garantam a contratação de profissionais qualificados e que estes
estejam motivados e formados especificamente para este fim. As qualidades do educador e
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dos métodos utilizados na educação de jovens e adultos influenciam muito na permanência ou


não do aluno em sala de aula. Abordar temas pertinentes á realidade do aluno, fazer conexões
entre as disciplinas e suas relações culturais, econômicas e sociais, é primordial para prender a
atenção do aluno, pois torna o aprendizado mais atraente, despertando seu interesse, e fazendo
com que descubra na educação um verdadeiro significado.

Quadro 1 - Demonstrativo de estatística de 2013:


%
Turma Nº alunos Aprovados Reprovados Abandono Transferência
abandono
1ª Etapa 23 09 01 13 00 56,52%
2ª Etapa 36 08 01 28 01 75,68%
3ª Etapa 80 27 07 47 02 58,75%
4ª Etapa 72 36 00 33 05 45.83%
Total 211 80 09 121 08 57,34%
FONTE: Arquivo de Estatística da Escola - Ano 2013.
Analisando o quadro 01 com demonstrativo de estatística de 2013, pode-se observar
que o percentual do abandono escolar nas turmas da EJA na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Serafina Carvalho foi bastante preocupante, uma vez que o número em todas as
turmas apresenta elevado percentual de abandono. Vale ressaltar que nas duas primeiras
Etapas da EJA (1ª e 2ª etapas) costuma ingressar alunos com o objetivo apenas de adquirir a
capacidade de ler, escrever e compreender como funciona a estrutura da língua e o modo
como é usada em nossa sociedade (COLLELO, 2004:27).
Já nas turmas de 3ª e 4ª etapas esse percentual continua elevado, mesmo sabendo que a
expectativas desses alunos que se encontram nesse nível procuram a escola com o intuito de
atender uma exigência de mercado de trabalho, mas que por fim acabam se evadindo da
escola por achar que esta não atenderá respectivamente seus anseios profissionais.
A concepção simplificadora do processo de educação de adultos tende a ver o
alfabetizando como alguém que não se desenvolveu culturalmente. Por isso, desenvolve a
prática orientada apenas para o lógico o ensino, utilizando, muitas vezes, os mesmos
procedimentos didáticos inadequados, empregados também para ensinar as crianças. Essa
forma de ver a questão parece a alfabetização de adultos como uma ‘retomada de crescimento
mental de um ser humana que estacionou na fase infantil’ (PINTO, 1994). Ela não considera o
conhecimento prévio do alfabetizando, os saberes adquiridos através de sua história de vida, e
ignora que o desenvolvimento e a aprendizagem acontecem na interação social que não cessa
pelo fato de o individuo permanecer analfabeto.
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Quadro 2 - Demonstrativo de estatística de 2014


Turma Nº alunos Aprovados Reprovados Abandono Transferência %
Abandono
1ª Etapa 11 02 00 09 00 81,82%
2ª Etapa 23 07 03 13 00 56,52%
3ª Etapa 53 16 04 13 06 24,52%
4ª Etapa 50 30 01 17 05 34,00%
Total 137 55 08 52 11 37,95
FONTE: Arquivo de Estatística da Escola - Ano 2014.
Conforme mostra o quadro 02, o número de evasão escolar em 2014 continua bastante
elevado, onde pelo demonstrativo o percentual mais elevado continua sendo nas duas
primeiras etapas (1ª e 2ª). Em comparação ao ano 2013, o percentual total de evasão em 2014
diminuiu em torno de 19,39%, mas ainda sim o problema persiste de forma preocupante, pois
de acordo com relatos numa conversa formal com a equipe pedagógica da escola Serafina
Carvalho muitas ações pedagógicas voltadas para dinamizar a prática docente e envolver
ainda mais o alunado da EJA foram realizadas, e mesmo assim não foi possível assegurar a
permanência desses na escola.
É fato que, muitos são os fatores extraescolares que contribuíram para a desistência
desses alunos como: falta de interesse do aluno, situação de risco no percurso que fazem até a
escola trabalha para manter o sustento próprio e da família, falta de incentivo, migração para
outro município à procura de oportunidade de trabalho, falta de uma relação interpessoal
saudável dentro da escola, reprovação escolar, gravidez (filho), casamento.
No entanto, subtende-se que todos esses motivos vêm evidenciando ainda mais a
evasão escolar como uma importante expressão da questão social, pois a interrupção do aluno
na sua trajetória escolar gera uma série de prejuízos tanto para sociedade civil como para si
mesmo, pois se tornará um trabalhador sem qualificação, mal remunerado e sempre a mercê
do desemprego. A análise dos dados fornecidos pelo IBGE/PNAD (2001), pela Síntese de
Indicadores Sociais/2002 e pelo INAF (2005) permite constatar que a desigualdade em que se
encontram os cidadãos brasileiros tem sido determinada, principalmente, pela renda, pela cor,
pelo trabalho, e pela educação.
Dessa forma, o IBGE (2002) também destaca que, nos últimos anos, a crise do
desemprego que perpassa a sociedade e atinge mais fortemente a força de trabalho jovem,
reforça a necessidade de qualificação (educação) em busca de colocação no mercado de
trabalho. Esforços pontuais dos sistemas de ensino serão necessários para que a ampliação do
acesso e permanência desses alunos na EJA se concretize também na qualificação da
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aprendizagem, pois enquanto o Ensino Fundamental está se universalizando, sujeitos com


menos recursos vão à escola, enfrentando desafios para aprender, por conta tanto de condições
de vida mais precárias como a convivência de um ambiente educativo mais empobrecido.

Resultados do questionário investigativo

Este tópico apresenta a análise e discussão das respostas fornecidas ao questionário, no


qual procurou identificar alguns aspectos relevantes que contribuem para a permanência dos
educandos na escola, na modalidade EJA na Escola Municipal de Ensino Fundamental
Serafina Carvalho.
01. Você gosta de estudar nesta escola?
Dos quarenta (40) alunos questionados 100% afirmam que gostam de estudar na
Escola M.E.F. Serafina Carvalho. De forma unânime, todos os alunos entrevistados
mostraram gostar de estudar nessa unidade de ensino o que prova que a escola é um espaço
acolhedor.
02. Se surgisse outra opção você trocaria de Escola?
Neste questionamento 85% dos alunos entrevistados responderam que não trocariam
de escola, pois acham muito cômodo estudar em uma escola próximo de sua casa; e desses
quarenta (40) alunos apenas 15% responderam que sim, haja vista esses morarem em bairros
mais distantes e por se encontrarem em situação de risco.
03. Você está satisfeito (a) com a metodologia dos professores?
Diante do questionamento realizado 85% dos entrevistados afirmaram gostar da
metodologia adotada pelos professores dessa escola, e somente 15% disseram não gostar da
metodologia dos professores. Com isso, é válido afirmar que a metodologia adotada por esses
professores da EJA torna suas aulas atrativas o que talvez não fosse um agravante contribuinte
para a evasão escolar.
04. Caso surgisse uma oportunidade de trabalho você deixaria de estudar?
Nessa pergunta 20% dos entrevistados deixaria de estudar caso surgisse uma
oportunidade de trabalho e 77,5% não deixariam de estudar se houvesse uma oportunidade de
trabalho e 2,5% não quiseram opinar. Diante disso o que se constata é uma grande
preocupação em torno dos estudos. Porém, esse percentual de 77,5% apresenta-se elevado em
contradição com o grande índice de evasão, pelo fato da necessidade desses educando
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almejarem oportunidades de trabalho melhor, no entanto com ressalva, o possível trabalho


terá que conciliar com os estudos e outras prioridades.
05. Você está satisfeito (a) com a Direção Escolar?
Dos quarenta (40) alunos entrevistados 92,5% afirmaram está satisfeito com a Direção
Escolar; 5% não quiseram opinar e apenas 2,5% disse não está satisfeito com a Direção
Escolar. Esse quesito levantou boas expectativas por parte da gestão que relatou vir atuando
de forma dentro de uma proposta dinâmica e criativa, com o intuito de melhorar o
atendimento ao alunado e primordialmente a qualidade do ensino.
06. De quem você recebe o maior incentivo para os estudos?
Ao serem questionados a respeito de quem recebem maior incentivo para os estudos,
2,5% afirmam receber incentivo dos amigos; 12,5% disseram receber esse incentivo da
escola; 22,5% de ninguém e 62,5% dos quarenta alunos interrogados afirmaram que esse
incentivo que recebem para os estudos vem da família. Quanto ao incentivo para os estudos,
ainda é pertinente evidenciar a participação da família como fator principal no suporte de
garantia desse direito, uma vez que o aluno tendo esse incentivo dentro do contexto familiar
fica mais fácil conciliar os estudos com outras necessidades sociais.
07. As causas da evasão nesta escola são dos?
Dos alunos pesquisados, 70% constatam que as causas da evasão escolar nessa
unidade de ensino acontecem por contribuição direta dos alunos; 7,5% dizem ser culpa dos
professores; 7,5% da direção; 2,5% da falta de infraestrutura escolar interna; 12,5% não
opinaram e por fim não atribuíram essa culpa aos pais/responsáveis. Nesses termos, o que se
contatou foi que o maior percentual de atribuição às causas da evasão escolar tem sido por
parte dos alunos, que com idade de decisão própria acabam por decidir suas prioridades como
falta de interesse do aluno, situação de risco no percurso que fazem até a escola, trabalho para
manter o sustento próprio e da família, falta de incentivo, migração para outro município à
procura de oportunidade de trabalho, falta de uma relação interpessoal saudável dentro da
escola, reprovação escolar, gravidez (filho) e casamento.
08. Ao vir para a escola você se sente em situação de risco?
Nesse questionamento, 67,5% dos alunos entrevistados atestam se encontrarem em
situação de risco no percurso para a escola; e 32,5% dizem não se sentir nessa situação. Para
tanto, cabe ressaltar que esse percentual confirma e dialoga com os registros encontrados na
escolar por parte da direção que vem acompanhando com frequência os relatos de assaltos à
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mão armada, ameaça de estupro, investidas contra grupos de alunas e ainda ameaças de
violências por parte de grupos organizados fora da escola. Já esses 32,5% dos alunos que
disseram não passar por essas situações são justificado por morarem muito próximos da
escola e na sua maioria no retorno são acompanhados por um familiar.
09. Como você avalia a relação interpessoal dentro da escola?
Na avaliação da relação interpessoal dentro da escola, 47,5% dizem ser boa; 20%
excelente; 20% regular; 10% ruim e 2,5% nenhuma das anteriores. Dentro desse
levantamento, constatou que a relação interpessoal não se torna algo relevante que venha
contribuir negativamente para a evasão escolar já que as opções boas e excelentes se
destacaram com êxito para uma convivência harmoniosa o que é importante dentro desse
cenário educativo.

Considerações Finais

Levantadas algumas causas e fatores que contribuem direta e indiretamente para a


evasão escolar na Unidade de Ensino Municipal Serafina carvalho, convém sugerir algumas
ações e medidas que possam amenizar o abandono escolar. Dentro desse cenário, vale lembrar
que a educação de jovens e adultos apresentando-se ao final da década de 90, e até o presente
momento não se reinventou ou se reformulou outros procedimentos metodológicos, pois ainda
apresenta as mesmas adotadas nas décadas anteriores e o mais preocupante a mesma
metodologia de ensino aprendizagem das séries iniciais.
Desse modo, por considerar a EJA uma educação possível é que se podem pautar suas
possíveis medidas e ações ao combate à evasão escolar com: implantação de políticas
integradas para a EJA, com valorização e formação continuada do professor dessa
modalidade; As escolas devem elaborar um projeto adequado para seus próprios alunos e não
seguir modelos prontos, com o uso de variadas linguagens que devem incorporar atividades
relacionadas à arte e a cultura, com utilização de linguagens alternativas como música, o
cordel, o teatro, facilita o aprendizado, principalmente de estudantes mais velhos, que
geralmente têm mais proximidade com a cultura popular; Os professores juntamente com a
equipe pedagógica devem estar sempre atualizando seus conhecimentos e métodos de ensino
voltados a essa modalidade na perspectiva de reorganizar o tempo que é elaborar um
cronograma de aulas ajustado à disponibilidade dos alunos, pois organizando os dias e
horários das disciplinas segundo as necessidades da turma garante o atendimento continuo e a
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reposição de aulas; Currículo contextualizado que dê mais significado à aprendizagem;


Articulação com empresas, com o intuito de estabelecer parceria com as finalidades de
facilitar o acesso dos alunos à escola e evitar atrasos; Atendimento aos filhos, com
infraestrutura para receber e acolher os filhos dos alunos; Oferecer um plano de estudos
personalizados segundo as possibilidades, ou seja, atendimento individual; Acolhimento e
merenda determinam a permanência desses alunos na escola, pois muitos que vão diretamente
do trabalho para a escola reclamam da falta da merenda.
A partir dessas conclusões, todas elas só poderão ser viabilizadas quando houver um
maior interesse por parte das autoridades políticas elitizadas bem como pela sociedade que
busca um país não alienado. Não basta querer fazer uma pátria educadora com perspectivas de
grande desenvolvimento com os mesmos métodos centenários. Essa problemática da evasão
escolar na EJA é um reflexo também de que a escola não está evoluindo; Temos agora alunos
diferenciados que nessa modalidade não querem apenas aprender ler e escrever, mas querem
oportunidades de se interagir e se integrar com o meio em que vive de forma ter o seu lugar
ao sol garantido, através de suas habilidades adquiridas no contexto escolar.

REFERÊNCIAS

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