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Neste artigo o autor busca responder duas perguntas: do que fala a segregação urbana na cidade
do México e quais são suas implicações neste contexto particular. Para respondê-las, o autor
lança a hipótese de que há uma "coexistência de mundos isolados", hipótese sustentada pela
análise teórica e empírica da relação entre as dimensões objetivas e simbólicas da segregação
urbana. Para a análise, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com jovens residentes em
áreas populares estigmatizadas da cidade do México.
introdução
3. Para responder as duas perguntas já destacadas, o autor precisou privilegiar dois temas: o da
sociabilidade urbana e da dimensão simbólica da segregação.
1. Considera a segregação espacial urbana como uma dimensão específica de um processo geral
de diferenciação social, isto é, é reflexo da estrutura social. Portanto, não se trata de uma
diferenciação casual, a-histórica, ou natural
4. Baseado em Barry (2002), considera que os níveis elevados de desigualdade que caracterizam
as cidades da América Latina podem conduzir a fragmentação da sociedade como consequência
do isolamento de setores privilegiados e a exclusão dos menos desfavorecidos (p. 96).
5. Para García Canclini (2005) a diferenciação, a desigualdade e a exclusão não são processos
separados, mas com frequência se encontram associados e superpostos (p. 96). Embora sejam
diferentes, a combinação entre um e outros destes processos podem apresentar
particularidades.
6. Assim, a análise da segregação social urbana nos dirá então coisas muito distintas de acordo
com o modo que se estrelaçam estes processos. A análise da segregação espacial urbana podem
contribuir para o entendimento de certos processos sociais em marcha. Para o autor, dois temas
são particularmente importantes: a sociabilidade urbana e a dimensão simbólica da segregação.
9. O autor chama a atenção para o fato de que vivemos tempos de fragmentação identitária e
crise das categorias identitárias antigas, de invidualismo crescente. Assim, os diferentes, os
desiguais, os excluídos, que podem ser representados pelos mesmos sujeitos em distintas
combinações, se multiplicam e estão cada vez mais perto. Podemos viver juntos?
10. Para o autor os estudos de segregação urbana devem considerar todas essas transformações
e incorporar a discussão sobre sociabilidade. Assim, ele se questiona: como a organização do
espaço urbano, a distribuição dos sujeitos socialmente posicionados, condiciona e é
condicionada, reflete e responde, aos desafios que coloca a esta nova sociabilidade urbana, a
construção e a interação, ao encontro com o outro ou os meios para o evitar (p. 97).
11. Para responder a essa pergunta e não realizar análises apenas das dimensões objetivas da
segregação, o autor propõe que, além de incorporar uma dimensão simbólica da segregação,
devemos assumir uma relação complexa entre ambas as dimensões (dimensão simbólica e
dimensão objetiva). (p. 97).
12. A partir disso o autor considera que a segregação urbana não se limita a sua dimensão
objetiva, mas é resultado de uma relação complexa entre suas dimensões objetiva e simbólica;
é um produto novo, sui-generis, que não necessariamente coincide uma com a outra. Assim,
espaços com altos indicadores objetivos de segregação podem não se caracterizar por
segregação simbólica e vice-e-versa, por exemplo (p. 98).
13. Por fim, conceitua a dimensão simbólica da segregação urbana como um processo de
construção social por meio do qual se constroem, atribuem e aceitam intersubjetivamente
certos sentidos ao e sobre o espaço. Este processo de construção social de sentidos é
condicionado pelas dimensões objetivas da segregação urbana (p. 98).
14. IMPORTANTE: La segregación urbana en este sentido amplio, es decir como resultado sui
generis de la interacción entre las distancias espaciales que unen y separan a diferentes,
desiguales, o excluidos, por un lado, y la construcción imaginada del “otro” y su hábitat, por
otro, contribuye así a des-socializar o
naturalizar la estructura social y brinda herramientas para resolver, de distintas formas posibles,
la coexistencia con los “otros” en un mismo espacio urbano (ESTRUTURA SOCIAL E ESTRUTURA
ESPACIAL / DIMENSÃO OBJETIVA E SIMBÓLICA).
LA SEGREGACIÓN ESPACIAL EN MÉXICO O LA COEXISTENCIA DE MUNDOS AISLADOS
1. Em relação a estrutura social, o México é um país extremamente desigual. Isso possibilita falar
em uma estrutura social polarizada entre uma cidadania de primeira e de segunda ordem (p.
99).
5. Assim, um estudo demonstrou que enquanto pareceria existir um alto isolamento dos setores
mais desfavorecidos da cidade, e uma maior homogeneidade social de suas áreas de moradia,
não ocorreria o mesmo com os setores privilegiados, que residiam em áreas socialmente mais
heterogêneas, que favoreceriam o encontro com os "outros".
7. Embora as classes sociais mais privilegiadas vivam rodeadas, inclusive, de setores pobres, não
significa que o encontro efetivamente ocorra. "Os jovens dos bairros residenciais não conhecem
os bairros pobres, se deslocam das universidades ou das escolas de alto nível para suas casas,
vão ao centro comercial e frequentam hospitais privados" (semelhante ao Brasil -
autossegregação).
10. Como é possível a coexistência num mesmo espaço de setores da população tão diferentes
e desiguais? Nos situamos novamente na esfera da sociabilidade urbana.
11. A resposta reside num aspecto objetivo da segregação: a existência de, por um lado, zonas
homogêneas pobres e, por outro, pequenas ilhas de altíssima exclusividade (espaços
residenciais fechados). Outro elemento que ajuda a compreender é a existência de muralhas
simbólicas na cidade, que tornam determinadas áreas proibidas tanto para um quanto para
outro grupo.
02. As zonas proibidas não são simplesmente o contrário do isolamento social. Distintos setores
sociais reconhecem suas próprias zonas proibidas, e isso repercute não apenas em suas
respectivas práticas, mas muito mais importante ainda, suas consequências se percebem na
estrutura social: a presença e os encontros reduzem, a interação diminui, o desconhecimento
mútuo cresce, e os prejuízos e estígmas se constituem no principal mecanismo de aproximação
ao outro.
CONCLUSIONES