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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 411.519 - SP (2017/0198003-7)


RELATOR : MINISTRO MOURA RIBEIRO
IMPETRANTE : ANDRE RODRIGO GIMENEZ CABRERA
ADVOGADO : ANDRÉ RODRIGO GIMENEZ CABRERA - SP358875
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : LUIZ ALBERTO DE CARVALHO

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO MOURA RIBEIRO (Relator):


Cuida-se de habeas corpus substitutivo de recurso especial com
pedido liminar, impetrado em favor de LUIZ ALBERTO DE CARVALHO impugnando
acórdão proferido pela 14ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São
Paulo que negou provimento ao Agravo de Instrumento nº 2116063-84.2017.8.26.0000
interposto contra decisão que em execução de título extrajudicial proposta pelo
BANCO BRADESCO S/A em desfavor do paciente, determinou que se oficiasse ao
Detran-SP para que bloqueasse a carteira nacional de habilitação dele.
O impetrante sustentou que o paciente sofreu constrangimento ilegal
por ato dos Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo que proferiram
acórdão mantendo a decisão do Juízo da Vara Única da Comarca de Presidente
Bernardes - SP, que proferiu decisão interlocutória no processo de execução (nº
0000954-18.2010.8.26.0480) porque 1) as medidas atípicas prevista no art. 139, IV, do
NCPC pressupõem a insuficiência de todos os meios tradicionais que se encontram à
disposição do juízo, sendo também necessário se observar a adequação e a
proporcionalidade da medida, que não foi feita no caso; 2) se busca no processo de
execução de título extrajudicial o pagamento de uma dívida e não privar o devedor do
seu direito de locomoção, com a restrição de dirigir veículos automotores; e, 3) a
medida coercitiva aplicada pelo juízo da execução foi demasiadamente
desproporcional ao cumprimento da obrigação e somente serviu para ferir seu direito
fundamental de liberdade de locomoção e não acarretará o pagamento imediato dos
valores devidos.
Indeferi o pedido liminar (e-STJ, fls. 505/506).
Recebi as informações (e-STJ, fls. 518/521).
O Ministério Público Federal opinou pelo não conhecimento do writ
(e-STJ, fls. 523/527).
É o relatório.

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HABEAS CORPUS Nº 411.519 - SP (2017/0198003-7)
RELATOR : MINISTRO MOURA RIBEIRO
IMPETRANTE : ANDRE RODRIGO GIMENEZ CABRERA
ADVOGADO : ANDRÉ RODRIGO GIMENEZ CABRERA - SP358875
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : LUIZ ALBERTO DE CARVALHO
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE


RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. PRECEDENTES.
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. APLICAÇÃO DE
MEDIDA ATÍPICA DO INCISO IV DO ART. 138 DO NCPC.
SUSPENSÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DO
PACIENTE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO DE IR E VIR.
HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
1. Não é admissível, em regra, a utilização do habeas corpus como
sucedâneo de recurso ordinário cabível. Precedentes.
2. A jurisprudência desta eg. Corte Superior tem orientação no
sentido de que é inadequada a utilização do habeas corpus quando
não há, sequer remotamente, ameaça ao direito de ir e vir do
paciente, como na hipótese de restrição ao direito de dirigir veículo
automotor.
3. O Habeas Corpus não é sucedâneo do recurso adequado.
4. Habeas corpus não conhecido.

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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 411.519 - SP (2017/0198003-7)
RELATOR : MINISTRO MOURA RIBEIRO
IMPETRANTE : ANDRE RODRIGO GIMENEZ CABRERA
ADVOGADO : ANDRÉ RODRIGO GIMENEZ CABRERA - SP358875
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE : LUIZ ALBERTO DE CARVALHO

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO MOURA RIBEIRO (Relator):


A impetração expõe a tese de que a decisão do Juízo da execução
que aplicou uma das medidas coercitivas atípicas previstas no inciso IV do art. 139 do
NCPC, consubstanciada na determinação de suspensão da carteira nacional de
habilitação do paciente para obrigá-lo o adimplir a obrigação assumida com o credor,
se mostrou desproporcional e inadequada, bem como violou o seu direito fundamental
de locomoção.
De acordo com os documentos que instruem o writ e com as
informações recebidas pela autoridade coatora, passo a resumir os fatos que
antecederam a impetração.
O BANCO BRADESCO S/A (BRADESCO) ajuizou em maio de 2010
execução de título extrajudicial contra LUIZ ALBERTO DE CARVALHO
(PACIENTE/EXECUTADO) que tramita pela Vara Única da Comarca de Presidente
Bernardes - SP, por não ter ele pago os valores constantes de cédula de crédito
bancário celebrada aos 5/1/2010, que deveriam ter sido pagos em 60 (sessenta)
parcelas mensais. A dívida cobrada é de R$ 28.772,85 (vinte e oito mil e setecentos e
setenta e dois reais) (e-STJ, fls. 12/16).
A inércia do PACIENTE após ter sido citado para pagar ensejou aos
14/4/2011, o bloqueio judicial e a penhora na sua conta bancária pelo Sistema
BacenJud de R$ 404,00 (quatrocentos e quatro reais) (e-STJ, fl. 98), a penhora de
uma televisão e de um aparelho de DVD (e-STJ, fl. 259), e o bloqueio da transferência
de dois veículos de propriedade dele (e-STJ, fl. 134).
A execução foi arquivada duas vezes a pedido do BRADESCO por não
terem sido encontrados bens suficientes à satisfação da pretensão executória (e-STJ,
fls. 337 e 368).
Na vigência do Código de Processo Civil de 2015, o BRADESCO
formulou pedido de bloqueio da carteira nacional de habilitação (CNH) do PACIENTE e
de todos os seus cartões de crédito, com base no inciso IV do art. 139 do NCPC
(e-STJ, fl. 371), o que foi deferido pelo Juízo da execução aos 27/3/2017 (e-STJ, fl.

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372).
Inconformado, o PACIENTE interpôs agravo de instrumento, no qual
alegou que a medida atípica que lhe foi aplicada é desproporcional e inadequada para
o fim a que se destina e pleiteou o desbloqueio da sua CNH (e-STJ, fls. 388/398).
O Tribunal de Justiça de São Paulo negou provimento ao recurso em
acórdão que recebeu a seguinte ementa:

EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL. CÉDULA DE


CRÉDITO BANCÁRIO. MEDIDAS COERCITIVAS ATÍPICAS. ART.
139, IV, DO CPC. SUSPENSÃO DA CNH. DEVEDOR QUE POSSUI
PROBLEMAS DE LOCOMOÇÃO.
1. As medidas coercitivas típicas já foram tentadas sem sucesso.
Assim, não restava ao credor senão tentar as medidas atípicas
admitidas no art. 139, IV, do CPC.
2. O juízo determinou a suspensão da CNH do devedor, que alega
ter problemas de locomoção a pé, por problemas no nervo ciático.
3. O diagnóstico não informa se o devedor pode dirigir. E, de todo
modo, seus veículos foram penhorados, não se verificando maior
prejuízo na suspensão da CNH.
4. As medidas coercitivas não foram previstas para prejudicar os
devedores, mas para obrigá-los a empenhar-se em cumprir com
suas obrigações. Enquanto somente o credor tem dever de perseguir
o crédito, o devedor permanece inerte e, não raro, enquanto mantém
intacto seu estilo de vida, é agraciado com a prescrição
intercorrente. O dever de cooperação só é obtido quando o devedor
tem algum direito atingido.
5. Recurso não provido (e-STJ, fls. 475).

Daí a impetração do presente writ, no qual o impetrante sustentou que


a manutenção da decisão que determinou a suspensão da CNH do paciente violou o
seu direito de locomoção e se mostrou inadequada e desproporcional.
De início, cabe ressaltar que nos termos da jurisprudência desta eg.
Corte Superior não se admite a impetração habeas corpus como sucedâneo ou
substitutivo de recurso ordinário cabível, em especial no caso em que se impugnou
acórdão que negou provimento a agravo de instrumento interposto contra decisão
interlocutória, no qual seria cabível a interposição do recurso especial.
Nesse sentido, os seguintes precedentes:

HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. ALIMENTOS. WRIT


SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO.
PRECEDENTES DO STF E DO STJ. CONCESSÃO DE ORDEM DE
OFÍCIO. INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES.
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1. Não conhecimento do habeas corpus impetrado como
substitutivo de recurso ordinário. Precedentes do STF e do STJ.
2. Inocorrência de flagrante ilegalidade ou abuso de poder a justificar
a concessão da ordem de ofício.
3. Decreto prisional em razão do inadimplemento da pensão
alimentícia firmada em acordo judicial em ação de execução de
alimentos.
4. Jurisprudência firme do Superior Tribunal de Justiça no sentido de
que o descumprimento de acordo firmado entre alimentante e
alimentado, nos autos de ação de execução de alimentos, pode
ensejar o decreto de prisão, bem como que o pagamento parcial não
produz o efeito de liberar o devedor do restante do débito ou,
tampouco, afastar o decreto prisional.
5. Precedentes específicos desta Corte.
6. HABEAS CORPUS DENEGADO.
(HC nº 350.101/MS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, Terceira Turma, julgado aos 14/6/2016, DJe de
17/6/2016, sem destaque no original).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS


CORPUS. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ART. 733 DO CPC.
PRESTAÇÕES VENCIDAS NO CURSO DA EXECUÇÃO.
IMPETRAÇÃO DE WRIT NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ORDINÁRIO.
INADMISSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.
1. A ação constitucional será cabível "sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder" (art. 5º, LXVIII, da
CF), circunstância não configurada nos autos.
2. Não é admissível a utilização do habeas corpus originário no
STJ como substitutivo do recurso ordinário, tampouco dilação
probatória na via eleita.
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no HC nº 298.667/RJ, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, Quarta Turma, julgado aos 23/10/2014, DJe de
10/11/2014)

PROCESSUAL CIVIL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE


RECURSO ORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. ART. 105, II, 'A',
CF/88. PENSÃO ALIMENTÍCIA.
1. O habeas corpus não é admitido como sucedâneo ou
substitutivo de recurso ordinário, ex vi da disposição expressa
do art. 105, II, 'a', da CF/88.
2. A competência originária do STJ deve ser preservada em prol dos
legitimados do art. 105, inc. I, 'c', da CF/88, prestigiando-se, a um só
tempo, a divisão de competências realizada pelo legislador
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constituinte, bem ainda a racionalização e simplificação do sistema
recursal.
3. Evolução jurisprudencial encampada pela Suprema Corte, cuja
adesão de entendimento pelo STJ também se presta ao alento do
órgão jurisdicional precípua e constitucionalmente incumbido da
guarda e exegese da Constituição.
4. Não verificada a presença de flagrante ilegalidade, não há se
cogitar da concessão ex officio da ordem pleiteada.
5. É cabível a prisão civil do alimentante inadimplente em ação de
execução contra si proposta, quando se visa ao recebimento das
últimas três parcelas devidas a título de pensão alimentícia, mais as
que vencerem no curso do processo.
6. O pagamento parcial do débito não afasta a possibilidade de
prisão civil do alimentante executado.
7. Habeas Corpus não conhecido.
(HC nº 258.607/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira
Turma, julgado aos 15/8/2013, DJe de 22/8/2013, sem destaque no
original).

Não obstante tal orientação jurisprudencial, existe a possibilidade


excepcional de concessão da ordem de ofício, na hipótese em que se verificar que
alguém sofre ou está sofrendo constrangimento em sua liberdade de locomoção em
razão de decisão manifestamente ilegal ou teratológica, o que não é caso pois a
suspensão do direito de conduzir veículo automotor, a meu sentir, não configura
ameaça e nem sequer repercute no direito de ir e vir do PACIENTE.
Em nenhum momento a liberdade dele foi ameaçada pelo Juízo da
execução ou pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, autoridades apontadas como
coatoras.
O writ foi utilizado para atacar acórdão proferido em agravo de
instrumento contra o qual seria cabível a interposição de recurso especial, se
mostrando flagrante a inadequada utilização da via eleita, o que impede o seu
conhecimento.
Há muito tempo esta eg. Corte tem se pronunciado no sentido de
racionalização desse instrumento importantíssimo para a garantia do direito de
locomoção para evitar o desvirtuamento da sua função constitucional, de modo que
não se admite que ele seja empregado para contestar decisão contra a qual exista
recurso específico no ordenamento jurídico, como ocorre no caso em tela.
A jurisprudência desta eg. Corte Superior tem orientado que se torna
inadequado a utilização do habeas corpus quando não há, sequer remotamente,
ameaça ao direito de ir e vir do paciente, inclusive na hipótese de restrição ao direito
de dirigir.
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Nesse sentido, guardadas as devidas proporções, os seguintes
precedentes:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTO DE RECURSO PRÓPRIO.


INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIMES DE TRÂNSITO.
HOMICÍDIO. LESÃO CORPORAL. SUSPENSÃO DO DIREITO DE
DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO
DIREITO DE IR E VIR. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
1. O habeas corpus não pode ser utilizado como substitutivo de
recurso próprio, a fim de que não se desvirtue a finalidade dessa
garantia constitucional, com a exceção de quando a ilegalidade
apontada é flagrante, hipótese em que se concede a ordem de
ofício.
2. Nos termos do art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal,
conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
3. Tendo a prisão preventiva do paciente sido substituída por
medidas cautelares, dentre elas a suspensão do direito de
dirigir - a qual se busca revogar -, não se verifica violação direta
e imediata do direito de locomoção, o qual o paciente pode
exercer livremente utilizando-se de outros meios .
4. Habeas corpus não conhecido
(HC nº 322.655/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, Quinta Turma, julgado aos 7/4/2016, DJe de 15/4/2016,
sem destaque no original).

PENAL E PROCESSUAL. FURTO SIMPLES. SANÇÃO DE PENA


DE MULTA. AUSÊNCIA DE AMEAÇA AO DIREITO DE
LOCOMOÇÃO DO PACIENTE. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA.
SÚMULA 693/STF. NÃO CONHECIMENTO.
1. O habeas corpus é o remédio constitucional destinado a evitar ou
a fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção
decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.
2. Tendo sido aplicada ao paciente apenas pena de multa, não
se conhece da impetração que tem por objeto a anulação do
julgamento da apelação, já transitada em julgado. Incide, à
espécie, o verbete sumular 693/STF, verbis: 'Não cabe habeas
corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a
única cominada'.
3. Ordem não conhecida.
(HC nº 133.594/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Quinta
Turma, julgado aos 13/4/2010, DJe de 3/5/2010, sem destaque no
original).

Documento: 76481499 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 7 de 9


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HABEAS CORPUS. PEDIDO DE REDUÇÃO DO TEMPO DE
SUSPENSÃO DE CARTEIRA DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR
VEÍCULO AUTOMOTOR. INEXISTÊNCIA DE AMEAÇA NO
DIREITO DE IR E VIR DO PACIENTE. VIA INADEQUADA. WRIT
NÃO CONHECIDO.
1. Se não se vislumbra ameaça ao direito de ir e vir do paciente,
torna-se inadequada a via estreita do habeas corpus.
2. Writ não conhecido.
(HC nº 172.709/RJ, Rel Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, Sexta Turma, julgado aos 28/5/2013, DJe de 6/6/2013, sem
destaque no original).

HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO CULPOSO NA


DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. ELEVAÇÃO DA PENA
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. POSSIBILIDADE, SE AS
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME EXTRAPOLAM AS NORMAIS À
ESPÉCIE E SUAS CONSEQÜÊNCIAS SÃO POR
DEMASIADAMENTE DANOSAS. ANULAÇÃO DA SUSPENSÃO DO
DIREITO DE DIRIGIR. IMPOSSIBILIDADE DE SE REQUERER TAL
PLEITO PELA VIA DO REMÉDIO HERÓICO, DESTINADA A
TUTELAR APENAS IMEDIATO CONSTRANGIMENTO ILEGAL AO
DIREITO DE LIBERDADE. HABEAS CORPUS PARCIALMENTE
CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADO.
1. Circunstâncias judiciais que notoriamente extrapolam aquelas
normais à espécie, já que a conduta do Paciente na prática do delito
denotou especial reprovabilidade (cometimento do crime em via de
grande movimentação), sendo efetivamente danosas as
conseqüências do crime (morte da vítima que deixou criança órfã),
razões pelas quais não prospera a argüida falta de fundamentação
na exasperação da pena-base pouco acima do mínimo legal. "As
circunstâncias e conseqüências do crime permitem mensurar o grau
de culpabilidade e reprovabilidade da conduta." (STF, HC 94.125/RJ,
1.ª Turma, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de
06/02/2009.)
2. O pedido para que se anule a decisão que suspendeu o
direito de dirigir do Paciente não pode ser veiculado pela via do
habeas corpus, destinado a tutelar apenas imediato
constrangimento ilegal ao direito de locomoção. O remédio
heróico 'Não se presta à impugnação de interdição de direito,
consistente em suspensão de habilitação para dirigir veículos
automotores' (STF - HC 73.655/GO, 1.ª Turma, Rel. Min. SYDNEY
SANCHES, DJ de 13/06/1996.)
3. "A ação de 'habeas corpus' não se revela cabível quando
inexistente situação de dano efetivo ou de risco potencial ao 'jus
manendi, ambulandi, eundi ultro citroque' do paciente. [...]. não
havendo risco efetivo de constrição à liberdade de locomoção física,
não se revela pertinente o remédio do 'habeas corpus', cuja
utilização supõe, necessariamente, a concreta configuração de
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ofensa - atual ou iminente - ao direito de ir, vir e permanecer das
pessoas. (STF - HC 97.119-AgR/DF, 2.ª Turma, Rel Min. CELSO DE
MELLO, DJe de 08/05/2009)
4. Habeas corpus parcialmente conhecido e, nessa extensão,
denegado.
(HC nº 117.231/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Quinta Turma,
julgado aos 23/3/2010, DJe de 19/4/2010, sem destaque no original)

HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO


RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO
CONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO.
1. A via eleita se revela inadequada para a insurgência contra o ato
apontado como coator, pois o ordenamento jurídico prevê recurso
específico para tal fim, circunstância que impede o seu formal
conhecimento. Precedentes.
2. O alegado constrangimento ilegal será analisado para a
verificação da eventual possibilidade de atuação ex officio, nos
termos do artigo 654, § 2º, do Código de Processo Penal.
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. IMPOSIÇÃO DA MEDIDA
CAUTELAR DE SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR VEÍCULO
AUTOMOTOR. IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO EM PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE EM CASO DE DESCUMPRIMENTO.
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO OU AMEAÇA DE VIOLÊNCIA AO
DIREITO AMBULATÓRIO. VIA INADEQUADA.
1. A imposição da medida cautelar de suspensão do direito de
dirigir veículo automotor, em razão da ausência de previsão
legal de sua conversão em pena privativa de liberdade caso
descumprida, não tem o condão, por si só, de caracterizar
ofensa ou ameaça à liberdade de locomoção do paciente, razão
pela qual não é cabível o manejo do habeas corpus.
Precedentes do STJ e do STF.
2. Ainda que assim não fosse, é necessário registrar que, embora
tenha reconhecido a repercussão geral sobre a aplicação da pena de
suspensão da habilitação aos motoristas profissionais no RE 607107
RG/MG, o Supremo Tribunal Federal jamais declarou
inconstitucional tal penalidade, que tem sido mantida por este
Sodalício em diversos julgados, sob o argumento de que é
justamente de tal categoria que se espera maior cuidado e
responsabilidade no trânsito. Precedentes.
3. Habeas corpus não conhecido
(HC nº 383.225/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, Quinta Turma,
julgado aos 4/5/2017, DJe de 12/5/2017, sem destaque no original).

Dessa forma, NÃO CONHEÇO do habeas corpus.


É como voto.

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