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1. Introdução
Que "instituições importam" é uma verdade evidente para alguns, um mantra para
novos economistas institucionais, e uma visão empírica robusta para outros. Ao longo da
última década, dezenas de documentos empíricos que pretendem apresentar evidências
em apoio à reivindicação foram publicadas (Aron, 2000 é uma visão geral sobre a conexão
entre instituições e crescimento). Uma versão mais precisa da frase pode ser que “as
instituições importam crucialmente para o desenvolvimento econômico”. Esta alegação
sempre foi atacada por pesquisadores que enfatizam o domínio da geografia (por
exemplo, Jeffrey Sachs; veja McArthur e Sachs, 2001). Mais recentemente, a alegação
foi atacada por outro ângulo, argumentando que muitos - se não a maioria – dos estudos
empíricos pretendendo mostrar a relevância crucial das instituições são baseadas em
falhos, se não totalmente falsos, indicadores para instituições (por exemplo, Glaeser et
al., 2004).
Dizer que "instituições importam” implica que, devido à existência de instituições,
atores se comportam diferentemente de como se comportariam na ausência de instituições
ou na presença de instituições diferentes. Para a declaração ser significativa, duas pré-
condições devem ser satisfeitas. Primeiro, deve ser percebido que o universo é composto
de mais do que apenas "instituições"; caso contrário, a declaração é trivial. Às vezes,
parece que o termo "instituição" abrange tudo. Na literatura*, jornais, supermercados e
até cabines telefônicas foram descritas como instituições. Frequentemente, nenhuma
distinção explícita é feita entre instituições e organizações (como firmas, igrejas,
governos, etc.).
A segunda pré-condição surge quando uma distinção conceitual é feita entre
instituições e não instituições: deve ser possível verificar empiricamente as instituições;
caso contrário, é impossível mostrar sua relevância empiricamente e dizer que "as
instituições importam" não pode ser alterado* de forma fundamentada.
Este artigo apresenta uma série de propostas sobre como medir instituições
empiricamente. Portanto, não é outro documento tentando "provar" que as instituições
importam ou não; em vez disso, é uma discussão sobre como medir as instituições em
primeiro lugar. Somente se as instituições puderem ser medidas com um grau mínimo de
confiança, declarações empíricas como "instituições importam” terão credibilidade para
você".
Os principais pontos dessa contribuição são: (1) as medidas das instituições devem
se referir a instituições específicas porque medidas agregadas como “o estado de direito”
são muito amplas e confusas para conter informações significativas, (2) medidas objetivas
são geralmente preferíveis às subjetivas. (3) sempre deve-se medir a instituição como
formalmente especificada na legislação (de jure) e como implementada de fato (de fato)
e, finalmente, (4) a capacidade de medir instituições não implica a capacidade de criar e
modificar instituições. à vontade. O otimismo institucional - ou mesmo a ingenuidade
institucional - levará ao desapontamento e pode até resultar em jogar fora o bebê (a Nova
Economia Institucional) com a água do banho.
Este artigo trata de uma questão simples, porém muito básica, a saber: como medir
instituições. Uma resposta convincente é necessária antes de insights empíricos poderem
reivindicar qualquer credibilidade. Mas o artigo também está confinado a essa questão.
Não é uma tentativa de esboçar o possível futuro da Nova Instituição Economia.
Tampouco é uma tentativa de discutir técnicas econométricas adequadas ou ainda
abordagens empíricas mais gerais. Mas a questão tratada aqui precisa ser respondida antes
de discussões preocupadas com as técnicas empíricas adequadas fazerem sentido.
Acadêmicos procuraram demonstrar a relevância de instituições contando com
uma série de abordagens: a partir de estudos de caso através de experimentos naturais e
análises comparativas institucionais até regressões entre países. Não importa qual seja a
abordagem, se alguém quiser mostrar que as instituições importam - ou que elas não
importam - é preciso uma maneira confiável de identificá-las e medi-las. É com essa
questão que eu estou preocupado aqui.
A próxima seção resume um ataque proeminente que foi lançado contra estudos
empíricos que incluem medidas institucionais como variáveis explicáveis. A secção 3
propõe uma definição para o termo "instituição". A Seção 4 fornece alguns fragmentos e
peças da teoria institucional. A Seção 5 apresenta vários propostas pragmáticas para a
medição de instituições. Seção 6 conclui.
“referem-se a prescrições comumente conhecidas e usadas por um conjunto de participantes que ordenam
relacionamentos repetitivos e interdependentes. Prescrições referem-se a ações (ou estados do mundo) que são necessárias, proibidas
ou permitidas. Regras são o resultado de esforços implícitos ou explícitos de um conjunto de indivíduos para alcançar ordem e
previsibilidade em situações definidas.