Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Texto de
Introdução
obtendo (e conjugando quando possível) respostas de professores, pais (ou outras pessoas
responsáveis pela educação da criança) e adolescentes. Têm uma função imprescindível
no processo de avaliação multimodal da PHDA e, em conjunto com outros instrumentos de
avaliação e outras fontes de informação, são uma preciosa ajuda no processo de avaliação
e diagnóstico em Saúde Mental Infantil.
1
O número de adolescente de raça negra foi, inclusive, suficientemente elevado para se estabelecerem normas
específicas que o autor apresenta em anexo, no seu Manual de utilização das ECR. (Conners, C.K., 1997)
2
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
3 – Escalas de Auto-avaliação para Adolescentes – As EC-R incluem novas escalas
que permitem uma avaliação de adolescentes entre os 12 e os 17 anos. As Escalas de
Auto-avaliação de Conners-Wells para Adolescentes (Conner-Wells´ Adolescent Self-
Report Scale – CASS). Esta auto-avaliação deve ser conjugada com a avaliação
regular feitas pelas EC-R para Pais e Professores.
Os dados normativos desta Versão Revista foram obtidos a partir de uma larga
amostra de indivíduos da comunidade em geral (pais, professores, crianças e
adolescentes) colectados de várias zonas dos Estados Unidos e do Canadá entre os anos
de 1993 e 1996.(Conners, 1997). Tal como as versões anteriores, as escalas de Conners
na sua versão revista são sensíveis a alterações de comportamentos decorrentes de
programas de intervenção, tal como são muito úteis em situações de avaliação,
investigação, clínica e despiste. A especificação das formas de cotação dos itens (ainda
que mantendo uma cotação segundo uma escala de Likert em 4 pontos) com o acrescento
da palavra “verdadeiro” e a explicitação entre parêntesis, permite uma menor margem de
subjectividade.2
Ainda que as anteriores versões das Escalas de Conners (adiante EC) sejam
actualmente utilizadas é necessário que a utilização das EC-R ou das EC seja feita de
forma independente com as respectivas normas.3
2
Por exemplo os itens passaram de “Nunca” para “Não é definitivamente verdadeiro” (Nunca, Ocasionalmente).
3
Utilizamos para designar o instrumento o termo Escala e não Questionário como surge em algumas situações,
porque “Escala” é uma designação para um instrumento de avaliação construído com base num questionário
(assumindo que os testes, inventários e escalas são verdadeiramente questionários, isto é conjuntos de questões
sobre determinado assunto). Este questionário tem a particularidade de se constituir como uma colecção de itens
cujas respostas são classificadas e combinadas para produzirem uma nota da escala (Dawis, 1987, cit. por
Ribeiro, J.L.P., 1999). Assim, as questões de uma escala foram criadas para avaliar a mesma dimensão, atributo,
constructo, factor, traço, etc. Quando por vezes utilizamos o termo questionário estamos a fazê-lo enquanto
referência ao instrumento em si e porque fica mais correcto na construção frásica.
3
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
professores de crianças em idade escolar avaliar os problemas existentes. Estas escalas
geralmente constituíam a base de uma entrevista em especial no que se refere aos pais. A
utilização destas escalas revelou-se muito útil no controlo dos efeitos da medicação e da
psicoterapia. Estes estudos foram inicialmente desenvolvidos pelo Professor Eisenberg
com doentes externos da clínica psiquiátrica. (Conners, 1997 p.83). A constituição factorial
das escalas tornada evidente com a progressão da investigação permitiu a organização dos
problemas da psicopatologia por categorias, actualmente descritas e consignadas no
Manual Estatístico de Diagnóstico. As primeiras versões das Escalas de Conners foram
feitas com base nos estudos do Professor Eisenberg, tendo surgido em primeira-mão uma
versão para pais.
A escala de Conners inicial na sua versão de pais foi desenvolvida como uma lista
de verificação abrangente que permitia recolher respostas e informações por parte dos
pais, sobre os problemas dos filhos referenciando as crianças de risco psiquiátrico
(Conners, 1970 cit. por Conners e col. 1998b). Na sua forma srcinal a escala de Conners
para Pais, contêm itens agrupados nas seguintes categorias: problemas de sono,
desordens da alimentação, problemas de temperamento, problemas em fazer e manter
amizades, problemas escolares, etc. e posteriormente adicionaram-se outras categorias
relacionadas com os sintomas nucleares da desordem de atenção com hiperactividade: a
impulsividade, a desatenção e o excesso de actividade motora. Desde esta inovação que
as escalas de Conners têm sido alvo de muitos estudos. Os métodos srcinais de cotação
das escalas implicavam somatórios de itens de acordo com categorias derivadas. Só
depois de alguns estudos de análise factorial (Blouin, Conners, Seidel e Blouin, 1989;
Conners, 1970, 1973 cit. por Conners e col. 1998b) é que se estabeleceram metodologias
de correlação com resultados empíricos. Os estudos de análise factorial das escalas para
pais levados a cabo em 1970 e 1973 utilizaram amostras com 316 indivíduos
diagnosticados e 367 indivíduos não referenciados cujos pais foram recrutados na área
escolar pública de Baltimore. Utilizando a Escala de Conners para Pais - 93 itens, como
uma unidade de análise resultaram 8 factores que passamos a identificar: Desordens da
Conduta; Ansiedade/Timidez; Inquietação/Desorganização; Problemas de Aprendizagem;
Comportamentos Anti-sociais; Psicossomática; Obsessivo/Compulsivo e
Hiperactividade/Imaturidade. A estrutura factorial e as normas foram utilizadas para
4
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
srcinal (Goyette, Conners e Ulrich, 1978) e uma outra com 10 itens (questionário
abreviado) construída a partir dos itens com melhores índices factoriais (Conners, 1994 cit.
por Conners e col., 1998b).
Alguns estudos de análise factorial das escalas srcinais foram revelando estruturas
factoriais diferentes (Cohen, DuRant e Cook, 1988; O´Connor, Foch, Sherry e Plomin,
1980). Por exemplo no estudo de Cohen e col. (1988) o factor Problemas de
Aprendizagem, não surgia separadamente numa amostra de tipo clínico, mas aparecia
conjuntamente com o factor Hiperactividade/Impulsividade o que deu srcem a um factor de
Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção. Estes resultados foram argumentados
como consistentes com a ideia de que os problemas de aprendizagem, excesso de
actividade motora e impulsividade se constituem como uma entidade clínica indissociável
na população com diagnóstico clínico prévio (Cohen e Hynd 1986; Werry, Sprague e
Cohen, 1975).
Ainda que as escalas de Conners para Pais continuem a ser muito utilizadas quer
em clínica quer na investigação, muitas edições têm demonstrado que uma actualização e
reestandardização da escala era necessária. Em primeiro lugar as normas existentes eram
baseadas numa amostra pequena e restrita geograficamente (área escolar de Baltimore)
recolhida em 1960. As características desta amostra não eram consideradas
representativas para a aplicação que a escala tem hoje em dia. Não havia estudos
actualizados que confirmassem a estrutura factorial da escala quer utilizado um desenho de
validação cruzada (cross-validation), ou de replicação ou ainda uma análise factorial
confirmatória. Assim ainda não estava estabelecida uma análise factorial definitiva. Da
mesma forma os itens srcinais que foram concebidos para uma avaliação de uma grande
variedade de problemas da infância, não abrangiam problemas de carácter mais interno
(depressão e ansiedade). Tornava-se ainda necessária a existência de uma escala de
5
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
menor abrangência mais útil e de mais fácil administração aos pais. Da mesma forma a
reestruturação da escala permitiria que se incluíssem itens actualizados face à nova
investigação sobre a perturbação de hiperactividade e défice de atenção (critérios
actualizados publicados pelo DSM-IV). Foram estas as razões que conduziram Conners e
outros investigadores (Connners, 1997; Conners e col. 1998b) a encetar a tarefa de revisão
e reestandardização das escalas existentes.
6
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
avaliações clínicas. As escalas de Conners para professores têm também muita utilização
inseridas em baterias de avaliação mais abrangentes (Barkley, 1990, 1998). Actualmente
são uma fonte de informação imprescindível, visto que os critérios de diagnóstico da PHDA,
proposto pelo DSM-IV pressupõem que os problemas ocorram em mais do que uma
situação do quotidiano da criança e como tal, não basta a avaliação feita através das
respostas dos Pais.
Ainda que a utilização destas escalas seja muito alargada, existiam razões que
conduziram à revisão e reestandardização da mesma e que, do mesmo modo que para a
Escala dos Pais, passamos a resumir:
3. O conteúdo da escala necessitava ser revisto dada a publicação dos novos critérios
de diagnóstico do DSM-IV e as recentes investigações sobre as situações de
comorbilidade com a PHDA . A título de exemplo, as escalas srcinais não incluem itens
7
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
relacionados com os Problemas Cognitivos que são situações muito frequentes em
termos de comorbilidade com a PHDA
Podemos verificar que em ambas as situações, a evolução foi acontecendo até 1989,
altura em que se efectivaram algumas modificações e se publicaram as escalas pela
primeira vez. Este facto permitiu uma mais vasta utilização destas escalas, quer no plano
clínico, quer da investigação. De facto as EC revelaram-se um dos instrumentos mais
8
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
factores (desordem da conduta, dificuldades de
aprendizagem, ansiedade/afastamento social e
hiperactividade
IOWA Conners (Inattention, Overactivity and (Atkins, Pelham e Litch, 1985; Loney e Milich,
Agression) com o objectivo de diferenciar 1982)
crianças com e sem agressividade
As formas completas são constituídas por um largo conjunto de sub escalas que
foram empiricamente derivadas para avaliar um largo espectro de problemas de
comportamento, tais como problemas de conduta, problemas cognitivos, problemas de
ansiedade e problemas sociais. Estas formas completas são de administração e cotação
mais demorada, necessitam de informação mais detalhada e correspondem aos critérios
oficiais de diagnóstico da PHDA veiculados pelo DSM-IV (DSM-IV, 1994). A administração
das formas reduzidas faz-se em casos de tempo de aplicação limitado, ou quando se
necessitam de uma administração repetida ao longo de determinado período de tempo. As
formas reduzidas contemplam apenas aqueles itens mais pertinentes.
9
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
Escala de Conners para Pais – Versão Revista – Forma Completa ECPR - C
Escala de Conners para Pais – Versão Revista – Forma Reduzida ECPR - R
Escala de Conners para Professores – Versão Revista – Forma Completa ECPFR - C
Escala de Conners para Professores – Versão Revista – Forma Reduzida ECPFR - R
Escala de Conners-Wells para Adolescentes – Versão Revista – Forma Completa ECAR - C
Escala de Conners-Wells para Adolescentes – Versão Revista – Forma Reduzida ECAR – R
Escalas Auxiliares
Índice Global de Conners – Pais IGC-P
Índice Global de Conners – Professores IGC-PF
Escala de Conners para avaliação de PHDA (segundo critérios do DSM-IV) – Pais ECHD-P
Escala de Conners para avaliação de PHDA (segundo critérios do DSM-IV) – ECHD-PF
Professores
Escala de Conners para avaliação de PHDA (segundo critérios do DSM-IV) – ECHD-A
Adolescentes
8. Índice de PHDA
10
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
9. Aplicabilidade em contextos de intervenção
Antes de editar esta versão das Escalas de Conners foram necessários vários
anos de investigação para estabelecer as normas e as propriedades psicométricas
(fidelidade e validade). Para as versões de Pais e Professores estão disponíveis normas
separadas para rapazes e raparigas entre os 3 e os 17 anos em faixas etárias organizadas
em grupos de 3 idades. Para as escalas de autoavaliação estão disponíveis normas
separadas para rapazes e raparigas em faixas de idade organizadas em grupos de 3
idades entre os 12 e os 17 anos. As amostras alargadas de crianças e adolescentes estão
resumidas na 5.23 para cada uma das versões das EC-R.
Tabela 5.23 – Dimensões das amostras de estandardização das versões srcinais das ECR
Escala 3-5 anos 6-8 anos 9-11 anos 12-14 anos 15-17 anos Total
ECPR - C
Rapazes 198 326 265 278 168 1235
Raparigas 177 307 281 277 205 1247
Total 375 633 546 555 373 2487
ECPR - R
Rapazes 1633 332 266 291 168 1220
Raparigas 140 309 282 265 210 1206
Total 303 641 548 556 378 2426
ECPFR - C
Rapazes 102 274 230 246 113 965
Raparigas 96 266 256 262 128 1008
Total 198 540 486 508 241 1973
ECPFR - R
Rapazes 62 284 240 247 112 945
Raparigas 47 261 256 262 126 952
Total 109 545 496 509 238 1897
ECAR – C
Rapazes 469 1089 1558
Raparigas 510 1326 1836
Total 979 2415 3394
11
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
ECAR-R
Rapazes 477 1146 1623
Raparigas 511 1352 1863
Total 988 2498 3486
In Conners, C. Keith (1997)
A Forma Reduzida para Pais das EC-R é constituída por 27 itens, e inclui
algumas das sub-escalas da Forma Completa, sendo os itens designados precisamente do
mesmo modo. As sub-escalas são também nomeadas de forma idêntica. É solicitado aos
Pais que pensem no comportamento da criança no último mês. A Forma Reduzida inclui
as 4 sub-escalas a seguir nomeadas:
•
Oposição (6 itens)
• Problemas Cognitivos – Desatenção (6 itens)
• Excesso de Actividade Motora (6 itens)
• Índice de PHDA (12 itens)
12
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
16. Irritável
20. Provocador ou recusa em satisfazer os pedidos de um adulto
24. Deliberadamente faz coisas para irritar os outros
itens:
4. Está sempre a movimentar-se ou age como "tendo as pilhas carregadas” ou como se “estivesse
ligado a um motor”.
9. Difícil de controlar em centros comerciais ou sítios públicos
14. Corre e trepa em situações inapropriadas
18. Irrequieto, "tem bicho-carpinteiro”
22. Tem dificuldade em manter-se numa fila ou esperar a sua vez num jogo ou trabalho de grupo
26. Tem dificuldade em brincar ou trabalhar calmamente
Oposição (5 itens)
Problemas Cognitivos – Desatenção (5 itens)
Excesso de Actividade Motora (7 itens)
Índice de PHDA (12 itens)
13
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
3.Inquieto, “Tem bichos-carpinteiros” (mexe o corpo sem sair do lugar)
7.Mexe-se muito como se estivesse sempre “ligado a um motor”
11.Levanta-se do lugar na sala de aula ou noutras situações em que deveria ficar sentado(a)
17.Tem dificuldade em esperar a sua vez
21., Corre em volta do espaço ou trepa de forma excessiva em situações em que esses
comportamentos não são adequados
24.Tem dificuldade em empenhar-se em jogos ou actividades de lazer, de forma sossegada
27. Excitável e impulsivo
clinicamente mais significativos a partir do estudo das Formas Completas. Do mesmo modo
estas Formas Reduzidas contêm ainda o Índice de PHDA para avaliar e despistar casos de
crianças em risco de uma PHDA. Todos os factores e itens escolhidos para as Formas
Reduzidas apresentam excelentes propriedades psicométricas.
14
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
De forma a testar a possibilidade de existirem diferenças na estrutura factorial da
escala, por influência do sexo foi feito um teste de igualdade entre matrizes de correlação,
utilizando o STATISCA 5,0 (StatSoft, 1995). Verificou-se que a matriz de correlações para
as três sub-escalas se revelou idêntica para o sexo feminino e masculino (SRLI=0,043;
PGI=0,997 E APGI=0,991). Consistente com o objectivo de que as três sub-escalas medem
dimensões diferentes de problemas de comportamento e de psicopatologia foram
encontradas correlações moderadas entre as três sub-escalas derivadas 4
recomendações de Aderson e Gerbing (1984, cit. por Conners, 1997, p.112), Cole (1987 cit.
por Conners, 1997, p.112) e Marsh e col. (1988 cit. por Conners, 1997, p.112), foram
utilizados os seguintes critérios para cada índice: GFI > 0,850 ; AGFI > 0,800 e
RMS<0,100. Os parâmetros obtidos para a EC-R foram os seguintes: GFI(0.907);
AGFI(0,877); RMS (0,062).
4
. O valor médio das correlações entre sub-escalas apresentado para o sexo feminino foi de 0,49 e para o
masculino de 0,55
15
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
dimensões diferentes de problemas de comportamento e de psicopatologia, foram
encontradas correlações moderadas entre as três sub-escalas derivadas 5
Ainda que existam muitas medidas desenvolvidas para o despiste da PHDA, esta
foram elaboradas antes da publicação do DSM-IV (APA, 1994). Em todas as EC-R o Índice
de PHDA é constituído por 12 itens que variam no seu conteúdo de avaliação e na ordem
como são colocados consoante a escala em causa. Os três índices de PHDA foram
desenvolvidos por Parker, Sitanerios e Conners (1996 cit. por Conners, 1997). Para o
desenvolvimento destes três índices os autores utilizaram sempre dois grupos de
comparação, sendo um de crianças ou adolescentes com o diagnóstico de PHDA feito por
um psicólogo ou médico a partir dos critérios do DSM-IV e outro grupo de controlo com
5
O valor médio das correlações entre sub-escalas apresentado para o sexo feminino foi de 0,42 e para o
masculino de 0,49
6
Dado que as escalas eram sobretudo utilizadas na monitorização dos efeitos de tratamentos com medicamentos,
tornou-se necessária a criação de uma escala mais reduzida, dado os pais e professores mostravam alguma
relutância em responder de forma sistemática a formas mais longas.
16
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
Hiperactividade” e demonstraram ser efectivas na distinção de crianças com e sem
hiperactividade e crianças com hiperactividade e ansiedade. Contudo, este índice foi
sempre encarado como uma medida global de psicopatologia (ver tabela 5.25)..
A tabela 5.25 resumo os itens dos Índices de PHDA nas Escalas de Pais e Professores
Índice de PHDA – Pais N N Índice de PHDA – Professores
Cada uma das versões contém sub escalas derivadas directamente dos critérios
de diagnóstico do DSM-IV. Estas sub escalas podem ser cotadas contando os sintomas
presentes ou por comparação a uma norma. Esta dupla possibilidade de cotação permite
contornar as questões problemáticas levantadas pela forma de estabelecimento do
diagnóstico através da contagem de sintomas pelo DSM-IV. Muitos autores (Barkley, 1990
cit. por Conners, 1997) tem referido que o diagnóstico baseado na contagem simples da
presença de sintomas pode ser problemática dado que os mesmos variam com a idade,
pelo que se torna mais fiável a utilização de uma comparação à norma. Desta forma é
possível avaliar da existência ou não de uma PHDA e também avaliar o grau de severidade
da mesma.
17
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
Ainda que seja verdade que as escalas por si mesmas não permitem o
estabelecimento de um diagnóstico, a inclusão de sub escalas que estão directamente
relacionadas com o DSM-IV e permitem uma avaliação multimodal, fazem com que as
Escalas de Conners – Revistas sejam clinicamente significativas para o estabelecimento de
um diagnóstico.
18
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
sensíveis ao tratamento e úteis em medições repetidas. O Índice Global de Conners é
constituídos pelos itens mais significativos da escala srcinal.
necessário, se está a fazer efeito e quando deve ser terminado. Também são sensíveis a
outras formas de tratamento para além da medicação. As versões reduzidas são
particularmente úteis em situações de aplicações sucessivas (monitorização).
normativos (Tscores) o que facilita a leitura imediata dos resultados sob a forma de um
perfil individual. Este perfil é utilizado para a avaliação do indivíduo, para apresentar os
resultados aos Pais, Professores ou Outros.
Fichas de “Feedback”
19
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
parte do adolescente ou da criança dos resultados obtidos em termos de “melhor que a
média”, “média” e ”necessita ser melhorado”. Alguma descrição da escala apropriada a
indivíduos leigos encontra-se ao lado das zonas de cotação e são utilizados termos não
ofensivos para não provocar situações de alarme. São também incluídos conselhos de
intervenção, estratégias de intervenção e bibliografia adequada.
incluídas na Versão Revista são destinadas a registar em sistema de pontos a variação dos
scores em várias administrações ou são utilizadas para a monitorização da variação de
scores no decorrer do tratamento. Cada ficha permite o registo de 7 administrações. Uma
zona sombreada a vermelho refere-se a scores elevados, o que permite uma maior
facilidade de apresentação dos resultados a Pais, Professores, etc.
Formatos Disponíveis.
1. Instrumento de Despiste
2. Monitorização de Tratamento/Intervenção
20
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
e responsáveis escolares (conselhos pedagógicos e directivos). Os contextos apropriados
para a utilização destas escalas incluem escolas, clínicas externas, clínicas residenciais,
centros de dia, serviços de protecção a menores, educação especial e sala de aula (ensino
regular), centros de detenção de menores, e consultórios privados (psiquiatria, psicologia,
pediatria, terapia familiar).
Despiste
Por exemplo, sem estarem focalizadas numa criança em especial, nem sequer havendo a
suspeita de que existe um problema, as EC-R podem ser utilizadas (por exemplo uma
escola por completo, ou numa clínica inteira), com o objectivo de identificar crianças e
adolescentes em risco de terem uma PHDA ou qualquer outro problema relacionado.
Quando utilizadas como despiste o follow-up poderá ajudar a avaliar os efeitos do
programa a que o indivíduo foi sujeito.
Monitorizar o Tratamento/Intervenção.
posteriores. Recomenda-se que pelo menos se obtenham duas cotações para estabelecer
a linha de base (Milich, Roberts, Loney e Conputo, 1980 cit. por Conners, 1997). A
experiência demonstrou que o intervalo optimal de administração das escalas é de 3 a 6
semanas, pois é quando se obtém a informação mais preciosa. Para o planeamento da
intervenção é útil que se recolha informação acerca dos objectivos a atingir, do período de
observação requerido, a fonte das respostas à escala, e o tipo de tratamento. As formas
completas das escalas são utilizadas em situações em que o tratamento pretende atingir
mais do que uma dimensão do comportamento. Por outro lado, nos casos que requerem
uma maior quantidade de administrações , deverá ser utilizada a forma reduzida. A
experiência revela que os inquiridos respondem às formas reduzidas de modo fiável,
mesmo com repetições ao longo do tempo e que se mostram relutantes no que respeita as
formas completas, especialmente em casos de necessidade de repetição.
Diagnóstico e Clínica.
Em conjunto as escalas de Pais, Professores e Adolescentes podem constituir
importantes ferramentas para obter informação estruturada e estandardizada acerca do
indivíduo. O ponto de vista dos Pais e dos Professores é de valor inestimável, pois são eles
que convivem diariamente com a criança e muitas vezes em diferentes circunstâncias
(Conners, 1982, cit. Por Conners, 1997). Quando há coincidência entre as respostas de
Pais e Professores em determinada área considerada problemática, então, pode
21
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
estabelecer-se um diagnóstico clínico. Do mesmo modo as discrepâncias entre respostas
de pais e professores são muito importantes para determinar casos situacionais (problema
em casa ou na escola). Com a introdução das escalas de auto-avaliação introduz-se uma
nova fonte de informação. Quando as respostas de auto-avaliação coincidem com as de
outras fontes, esta informação suporta as conclusões. No caso de não haver acordo, então
deve informar-se o adolescente sobre a percepção que pais e professores têm do seu
comportamento e avaliar o caso em seguimento.
Contextos de investigação.
22
Escalas Revistas de Conners – Texto de apoio
_________________________________________________________________________
de dificuldades de leitura a escala poderá ser lida e respondida em forma de entrevista,
desde que o leitor não influencie as respostas.
23