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UNIVERSIDADE VILA VELHA

CURSO DE PSICOLOGIA

AMANDA HERTEL
ANNA KAROLINE JUSTINIANO
CAMILA GOMES
GABRIELA DE PAULA
JULIANA CARNEIRO
LEANDRA GOMES
PAULA MOREIRA

REPRESENTAÇÃO DA NOÇÃO DE FELICIDADE ATRAVÉS DE FOTOGRAFIAS


ENTRE ADULTOS NA FAIXA ETÁRIA 40-50 ANOS

Vila Velha

2017/1
AMANDA HERTEL
ANNA KAROLINE JUSTINIANO
CAMILA GOMES
GABRIELA DE PAULA
JULIANA CARNEIRO
LEANDRA GOMES
PAULA MOREIRA

REPRESENTAÇÃO DA NOÇÃO DE FELICIDADE ATRAVÉS DE FOTOGRAFIAS


ENTRE ADULTOS NA FAIXA ETÁRIA 40-50 ANOS

Trabalho apresentado à disciplina de

Psicologia analítica, fotografia e imaginário.

Curso de Psicologia. Universidade de Vila

Velha.

Orientador: Roberto Souza Filho

Vila Velha

2017/1
A fotografia pode ser utilizada em psicologia como um instrumento de finalidade

terapêutica, uma vez que esse recurso fotográfico propicia uma abertura na ampliação dos

significados que vai além de uma simples captura do momento real. Uma das principais

contribuições que a fotografia pode fornecer além da utilização de significados de uma imagem é

segundo Neiva-Silva & Koller (2002) o de auxiliar na comunicação destes significados,

permitindo uma melhor compreensão destes conteúdos, e dessa forma, se expressar através da

imagem. Segundo William James (1890) citado por Dinklage & Ziller (1989) o significado das

palavras são imagens sensoriais trazidas à consciência em forma de fotografia.

Amerikaner, Schauble e Ziller (1980) citado por Neiva-Silva & Koller (2002)

sugerem a existência de dois grandes fatores que devem ser considerados, prioritariamente, no

uso da fotografia na pesquisa psicológica: o conteúdo e o processo, sendo que o conteúdo pode

se referir, por exemplo, a um aspecto afetivo que vai além da cena concreta que está sendo

visualizada. Conteúdos estes extremamente significativos para a pesquisa que podem surgir

exatamente do que foi omitido nas fotografias. O segundo fator considerado prioritário no uso da

fotografia na pesquisa psicológica é o processo. Os autores afirmam ser esta a dimensão que

caracteriza a forma como a pessoa interage, responde e compreende o mundo ao seu redor. Isto

posto, é necessário que o pesquisador modifique a maneira de analisar as fotografias, variando o

foco de atenção entre o significado concreto e o abstrato, entre uma única fotografia e o conjunto

delas.

Uma das abordagens que dedica-se a investigar os estados afetivos positivos, como a

felicidade, o contentamento, a resiliência, o otimismo, a gratidão e a qualidade de vida, é a

psicologia positiva. Neste trabalho, visa apenas à apresentação do que é a felicidade.

Um componente largamente reconhecido como principal integrante de uma vida saudável


é a felicidade, também se trata de um estado emocional positivo, qualidade de vida ou “ um

estado feliz”, estado de consciência plenamente satisfeita, contentamento e bem-estar. Diversos

estados e experiências podem produzir felicidade, como o amor, a alegria, a saciedade, o

contentamento e a segurança. Felicidade é a expressão que traduz a compreensão coerente e

lúcida do mundo, ou seja, a felicidade autêntica requer uma maneira coerente de viver.

Silva, Domingos e Pereira (2017) afirmam que para compreender qual é o conceito de

felicidade no cenário contemporâneo, utiliza-se das noções teó-ricas dos autores Freire Filho

(2010); Birman (2010) e Foucault (2014), onde de acordo com estes autores, a felicidade tem

sido alvo de muitos estudos, principalmente no contexto em que se distancia da ideia de um

direito fundamental e torna-se uma imposição, um objetivo a ser atingido a qualquer custo, como

vivenciamos, cotidianamente, a partir das últimas décadas do século XX até os dias de hoje. E

que é a partir discursos da grande mídia como redes sociais, que condicionam o ser humano a

sair nessa bus-ca pela vida “perfeita”.

Considerando que a felicidade não é um conceito universal, ela se modifica através das

práticas discursivas historicamente delimitadas, assim vale salientar que, como nos alerta

Foucault (2014) citado em Silva, Domingos e Pereira (2017) ainda que um mesmo grupo de

sujeitos, inseridos em um mesmo tempo cronológico, não irão vivenciar da mesma maneira a

temporali-dade histórica que os cerca e os envolve. Sendo assim, os autores apontam que a

felicidade atualmente encontra-se na tendência do sujeito ser empresário de si mesmo, uma

autogestão do eu, na qual o sujeito é responsável tanto pelo seu sucesso quan-to pelo seu

fracasso, na qual é preciso ser produtivo, competitivo, feliz e não demonstrar fracasso ou tristeza.

Há uma urgência em ser feliz, que muda “a condição de ter direito de ser feliz” para “todo ser

humano deve ser feliz”. E é esta imposição que torna a felicidade um empreendimento
individual e indispensável ao sujeito para uma aceitação em seu círculo social. Ainda que precise

de medidas superficiais a respeito do seu comportamento, ou de recur-sos farmacêuticos para

encontrar uma válida representação do “ser feliz”, aquele que não consegue tal façanha sente-se

excluído e, de certa forma, socialmente injustiçado.

Assim, os autores focalizam que o cidadão “pós--moderno” não deve apenas “ser feliz”,

ele necessita “parecer” e “demonstrar” que é feliz, onde essa satisfação pessoal se torna um

espetáculo que precisa ser con-firmada, invejada e assistida por uma platéia social. E como a

busca pela vida ideal é assunto que interessa a mui-tos, é normal que seja representado pela arte.

Bauman (2009) e Foucault (2014) citados por Silva, Domingos e Pereira (2017) explicam

que o discurso manifestado através da arte nem sempre implica em uma imitação da vida

cotidiana, ele pode ser também uma resistência e promover uma problemati-zação sobre a

incessante busca pelos prazeres; e assim, pensar para um campo am-plo, pois, se normal e

saudável é o homem que busca a felicidade, em que lugar estaria aquele que não a procura? Entre

os doentes, anormais e excluídos?. Portanto ao se utilizar de arte e outro recursos como música e

fotografia pode-se desestabilizar esse senso ligado à ideia de felicidade como uma urgência e

identificar outras noções de existência de bem-estar e de prazer, assim como a resistência.

O presente artigo, interessa-se em abordar o que é felicidade especificamente durante a

fase adulta intermediária que ocorre dos 40 até os 65 anos, os adultos passam por uma

reconstrução de seus papéis sociais, onde o esperado é que já tenham encaminhado seus filhos,

se tornarem avós, podendo haver mudança de trabalho e consequentemente acabam chegando à

aposentadoria. Apesar de todos esses enfrentamentos, a maioria dos adultos acabam conseguindo

lidar com todos esses desafios. O que pode ocorrer nessa fase é um momento decisivo da vida,

onde pode haver transições psicológicas que envolvem mudanças ou transformações


significativas na percepção dos sentidos, objetivos ou direção da própria vida.

Com as mudanças na personalidade e no estilo de vida durante os primeiros anos da fase

adulta intermediária o que pode ocorrer são atribuídos à crise da meia idade, um período

estressante causado pela revisão e reavaliação da própria vida. A crise da meia idade ocorre

quando o adulto olha para sua própria vida e percebe que não realizou algum dos seus sonhos da

juventude e/ou os que realizaram, estão insatisfeitos com a sua própria escolha.

Watson (2000) citado por Ferraz, Tavares e Zilberman (2007) observa que embora haja a

crença popular de uma típica “crise da meia-idade” ou da “síndrome do ninho vazio” que

diminuiria a felicidade em determinado momento da vida, as pesquisas relatam uma variação

muito pequena ao longo dessas etapas.

Inglehart (1990) citado por Ferraz, Tavares e Zilberman (2007) analisou faixas etárias

distintas dos 15 aos 24 anos, 25 a 34, 35 a 44, 45 a 54, 55 a 64, 65 ou mais anos, obtendo níveis

de satisfação com a vida virtualmente idênticos.

Isto posto, o objetivo deste trabalho é analisar as fotografias, para assim identificar quais

são as noções de felicidade para cada participante na faixa etária de 40 à 50 anos, a fim de se

obter uma percepção do que este conceito representa nesta faixa etária e se está congruente com

o corpo teórico, uma vez que, de acordo com Papalia e Feldman (2013) considera-se que nesta

idade já se tenha conduzido seus filhos a uma vida independente e estejam encaminhando-se para

a aposentadoria.

Método

A proposta de trabalho consiste em uma investigação de natureza qualitativa a respeito do

tema felicidade a partir de análise de dados e discussão teórica de acordo com os resultados. A

pesquisa se inicia pela escolha da fotografia como instrumento para a coleta de dados, portanto, a
primeira etapa da pesquisa se realiza quando é solicitado aos participantes da pesquisa a

realizarem 5 fotografias que representam sua felicidade e após fazer um recorte de 3, além disso,

as fotografias são realizadas a partir dos próprios recursos dos participantes.

A segunda etapa da pesquisa se constrói a partir das fotografias dos participantes quando

já enviadas para os pesquisadores e, portanto, é realizado um questionário para cada sujeito com

objetivo de analisar posteriormente as respostas. O questionário consiste na ideia do participante

refletir sobre o sentido de felicidade nas fotos e se tais questões sempre existiram, além disso, se

as fotos se relacionam quanto ao sentido de felicidade para o participante.

Participantes

Participaram desta pesquisa cerca de 3 pessoas residentes do município de Vila Velha-ES

com idades entre 40 a 50 anos que correspondem a 2 participantes do gênero feminino e 1 do

gênero masculino. O primeiro participante (P1) tem 47 anos, corresponde ao gênero masculino e

atua como bombeiro. A segunda participante (P2) tem 45 anos, corresponde ao gênero feminino

e atua como professora. A terceira participante (P3), tem 50 anos, corresponde ao gênero

feminino e trabalha no lar (do lar). Os participantes tiveram como requisito a idade e

disponibilidade de cada um. Os nomes e rostos dos participantes não serão revelados no decorrer

deste artigo, seguindo a ética da pesquisa, uma vez que foi requerido um termo de

consentimento.

Instrumentos e Procedimentos de Coletas de Dados

Os instrumentos utilizados para a pesquisa foi consentido aos participantes que eles

poderiam utilizar de qualquer recurso de preferência e possibilidade para se efetuar as

fotografias. Para análise bibliográfica foi realizado artigos acadêmicos e livros.

A coleta de dados foi efetuada através da solicitação de fotos que representam a


felicidade para cada participante selecionado e, portanto, efetuado posteriormente ao envio das

fotos, uma entrevista individualmente através de um questionário de natureza qualitativa para

que cada sujeito faça uma análise e reflexão sobre as fotografias e o sentido de felicidade, além

de pensar em uma conexão entre as fotos e se tais ideias sempre foram existentes na vida do

sujeito ou se já houve sentido diferente do que é até o momento da entrevista. Por último, a

coleta bibliográfica foi realizada através de artigos em revistas científicas.

Segue a entrevista estruturada em um questionário aberto.

Primeiro momento:

1) Recorte de 3 fotos dentre as 5 tiradas.

Segundo momento, questionário de cada foto específica (a partir do recorte):

1) Descreva a foto.

2) Por que você tirou essa foto?

3) O que nessa foto tem que se relaciona a sua noção de felicidade?

Terceiro momento, questionário de todas as fotos no geral:

1) O que é felicidade para você?

2) Você entra em contato com tais questões com frequência?

3) Sua percepção de felicidade sempre foi essa? Por quê?

4) Se você pudesse mudar algo em sua vida, você mudaria? O quê? Por quê?

5) O que você sentiu durante esse processo de fotografar?

6) Existe alguma conexão entre as fotos?

Procedimento de Análise de Dados

A análise de dados foi efetuada através de artigos em revistas científicas para base
bibliográfica da discussão entre as fotografias e as respostas dos participantes. As fotografias e as

respostas foram discutidas e analisadas a partir de uma comparação entre os três participantes

uma vez que se encontram na mesma faixa etária, entretanto, existe divergências entre as ideias

de felicidade para cada sujeito.

Resultados

Apresentação dos resultados por participante

P1

Segundo o participante, a primeira foto foi registrada no Caparaó-ES. Ele a descreve de

forma concreta e objetiva e alega que o motivo pelo qual o levou a fotografar foi para registrar

uma viagem. Nesta foto, felicidade e liberdade estão intrinsecamente ligados.


Na segunda foto sua descrição continua objetiva e concreta. Revela que o motivo que o

levou a fotografar foi a sensação benéfica que o local de trabalho o proporciona e é a partir dele

que consegue os meios para sustentar sua família. Indica que o trabalho lhe traz felicidade por

estar junto aos seus amigos e o proporciona uma independência financeira.


A terceira foto ainda é descrita de forma concreta e objetiva e relata que a justificativa

para o registro refere-se a sensação agradável que a natureza lhe traz ( paz, equilíbrio, serenidade

e liberdade). O participante retorna a relacionar felicidade com liberdade nesta foto.

Deste modo, para P3 a felicidade articula-se a liberdade (poder viajar), pertença

(trabalho, amigos e família) e autorrealização (independência financeira). Revele entrar em

contato com as três representações de felicidade habitualmente e que sua percepção sobre

felicidade não se modificou com o tempo, portanto, não mudaria nada em sua vida. A

experiência em participar da pesquisa trouxe-lhe uma reflexão sobre sua vida. Deste modo, as

fotos se articulam pois ambas lhe trazem sensação de bem-estar consigo e sua vida.

P2
De acordo com a participante a primeira foto ocorreu durante o pôr-do-sol na praia de

Itaparica, Vila Velha-ES. Relata que o motivo que a levou a fotografar foi por remetê-la a

lembrar as cores da bandeira do Espírito Santo e esta relaciona-se com felicidade na medida em

que se remete a sua cultura, sua casa, seu lar.


A segunda foto refere-se ao seu local de trabalho, pois é onde passa a maior parte do seu

tempo e lhe proporciona benefício financeiro. Relaciona-se com felicidade pois lhe traz sensação

de liberdade na medida em que lhe traz independência financeira e pessoal.

A terceira foto a participante fotografa seu grupo de música em uma apresentação em um

bar. Relata que o motivo que levou-a a registrar foi seu amor pela música. Relaciona-se com

felicidade pelo sentimento de liberdade que esta lhe proporciona.

Portanto, felicidade para a P2 remete-se a liberdade (escolhas), pertença (sua cultura e

seu lar) e autorrealização (estabilidade financeira). Relata habitualmente entrar em contato com

as três representações de felicidade e que sua percepção sobre felicidade não se modificou ao

longo dos anos, portanto, não mudaria nada em sua vida. A experiência em participar da pesquisa

trouxe-lhe sensação de prazer e reflexão, uma vez que teve consciência dos seus momentos

vividos. Deste modo, as fotos se articulam na medida em que o seu trabalho ao voltar-se para

outra cultura traz satisfação quando ela volta-se para a dela. Ainda, é o no seu trabalho que

obtém a independência financeira que lhe permite levar a vida que leva, de forma que, sendo sua

própria chefe ainda lhe sobra tempo para o lazer (grupo de música).
P3

Segundo a participante, a primeira foto remete-se a “coisa mais importante na sua vida”,

sua família, sendo este o motivo que levou-a a fotografar. A foto relaciona-se com felicidade

pois evidencia o sentimento de união que a família proporciona.


Na segunda foto a participante descreveu como sendo o primeiro animal de estimação na

qual se apegou muito. Revela que o motivo pelo qual o fotografou foi por ser especial em sua

vida. Ainda, aponta que a foto relaciona-se com felicidade por representar o sentimento de

cumplicidade e sentir-se útil.


Na terceira foto a participante relata o sentimento de felicidade por estar na companhia de

sua mãe e sobrinha na igreja e a importância deste ambiente. Justifica sua fotografia por essas

pessoas serem especiais em sua vida. Isto posto, a foto articula-se com felicidade por representar

sua fé e “boas companhias junto a Deus”.

Deste modo, a felicidade para P3 remete-se a pertença (família e religião) e

autorrealização (constituição de uma família). Ainda, relata que “o pouco que ganha já a faz

feliz”, a felicidade não relaciona-se a bens materiais. Declara habitualmente entrar em contato

com as representações da felicidade e não mudaria nada em sua vida. Participar da pesquisa

despertou-lhe prazer, uma vez que a fez refletir sobre sua felicidade e como pequenas coisas ou

atos a representam. Por fim, relata que as três fotografias se relacionam por representar pessoas

especiais em sua vida.


Discussão

Com base nos dados obtidos, pôde-se observar que a noção de felicidade no que tange a

este grupo de participantes da mesma faixa etária (40-50 anos) apresentam semelhanças embora

serem de diferentes níveis ambientais. Tal noção envolve o sentimento de pertença (família,

religião, amigos, trabalho); o sentimento de liberdade (viajar, fazer suas próprias escolhas); e de

autorrealização (independência financeira).

Isto posto, foi possível constatar que os participantes, se sentem auto realizados em suas

particularidades, uma vez que afirmam estarem satisfeitos com a vida que têm. Tal noção se

confirma quando perguntado se eles mudariam algo na vida em suas vidas e de maneira unânime

responderam que não, desta forma, os resultados obtidos se relacionam com o corpo teórico onde

de acordo com Papalia e Feldman (2013) na fase adulta ocorre uma reavaliação da vida,

podendo, por vezes, ocorrer uma crise de meia idade caso o adulto olhe para sua própria vida e

perceba que não realizou algum dos seus sonhos da juventude e/ou os que realizaram, estão

insatisfeitos com a sua própria escolha.

Embora o cidadão “pós moderno” tende a uma premência em expor sua felicidade sem

que ele seja de fato, foi possível constatar a partir dos relatos dos participantes, que a noção de

felicidade, de modo geral, é representada como sendo abstrata e não como algo que se faz

necessário ter bens materiais, uma vez que fica evidente em uma das falas da participante P3 “o

pouco que ganho já me faz feliz, a felicidade não relaciona-se a bens materiais”. Demonstra-se

que os mesmos não precisam de medidas superficiais para encontrar uma válida representação do

“ser feliz”, dado que aquele não “É”, acaba não se tornando aceito em seu círculo social.

Deste modo, Ferreira, Demutti e Gimenez (2010) postulam a teoria de Maslow que para

propor que os fatores de satisfação do ser humano dividem-se em cinco níveis dispostos em
forma de pirâmide, onde a base da pirâmide compreende as necessidades de nível baixo, que são

as necessidades fisiológicas e de segurança; o topo da pirâmide é constituído pelas necessidades

de nível alto, representantes da busca pela individualização do ser, são as necessidades sociais,

de estima e de autorrealização. À medida que um nível de necessidade é atendido, o próximo

torna-se dominante.

De acordo com Robbins (2002) citado por Ferreira, Demutti e Gimenez (2010) a

necessidade fisiológica remete-se a - fome, sede, abrigo sexo e outras necessidades corporais; já

a necessidade de segurança inclui - inclui segurança e proteção contra danos físicos e

emocionais; as necessidades sociais direcionam-se a - afeição, aceitação, amizade e sensação de

pertencer a um grupo; em seguida, a necessidade de estima inclui - fatores internos de estima,

como respeito próprio, realização e autonomia; e fatores externos de estima, como status,

reconhecimento e atenção e por fim, a necessidade de autorrealização que remete-se a - intenção

de tornar-se tudo aquilo que a pessoa é capaz de ser; inclui crescimento, autodesenvolvimento e

alcance do próprio potencial.

Sendo assim, podemos classificar a noção de felicidade trazida pelos participantes nas

necessidades sociais ao abordar o sentimento de pertença, seja este grupo familiar ou de amigos,

na cultura e na religião. Onde, segundo Papalia e Feldman (2013) o apoio social e a religiosidade

são contribuintes importantes para a satisfação com a vida. Ainda, a necessidade de estima

também se aplica a estes conceitos ao remeter-se ao sentimento de liberdade, por proporcionar

autonomia e realização, seja no trabalho ou em suas relações mais íntimas. Assim, Ryff (1999)

citado por Papalia e Feldman (2013) afirmam que pessoas psicologicamente saudáveis têm

atitudes positivas em relação a si mesmas e aos outros, tendem a tomar suas próprias decisões e

regulam seu comportamento, escolhem ou moldam ambientes compatíveis com suas


necessidades, onde seus objetivos tornam sua vida mais significativa e lutam para explorar e

desenvolver a si próprias o máximo possível.

Em última instância, a noção de felicidade trazida pelos participantes remete-se a

autorrealização e como o próprio nome sugere, este se aplica a necessidade de autorrealização.

Apesar da estabilidade financeira remeter-se a um ganho material, o que deve-se considerar é o

que ele significa, o crescimento e o alcance do próprio potencial, seja no trabalho ou em suas

relações mais íntimas. Ainda, a constituição de uma família que também representa uma

materialização do que um dia foi idealizado. De acordo com Maslow (1968) citado por Papalia e

Feldman (2013) a realização plena do potencial humano, que ele chamava de autorrealização,

pode vir apenas com a maturidade.

Portanto, um aumento na satisfação com a vida pode ser o desfecho com a revisão da

meia-idade - uma busca do equilíbrio por meio da realização de desejos e aspirações

anteriormente submersos (Josselson, 2003 citado por Papalia e Feldman, 2013, p. 552).

Conclusão

A partir da análise dos dados, conclui-se que há semelhanças entre os participante no que

tange a noção de felicidade, uma vez que esta está intrinsecamente relacionada com o sentimento

de pertença na qual se refere à família, religião, amigos, trabalho; com o sentimento de liberdade

representando a viagem e o fazer as próprias escolhas; também com o fazer o que gosta

associado ao sentimento de auto realização e independência financeira. Considerando a

particularidade de cada um, é perceptível que de maneira unânime se sentem auto realizados, de

modo que ao reavaliarem a sua vida, eles afirmam não terem vontade de mudar nada, visto que

nesta faixa etária (40 a 50 anos) é esperado que já tenha papéis sociais estáveis e almejado

sonhos da juventude.
Referências

Ferraz, R. B., Tavares, H., & Zilberman, M. L. (2007). Felicidade: uma revisão. Rev. Psíq. Clín,
34 (5), 234 – 242.

Papalia, D. E., Olds, S. W., & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvimento humano. (8 edição). Rio
Grande do Sul: Artmed.

Silva, F. V., Domingos, J. J. & Pereira, T. M. A. (2017). Foucault e Mídia: Entre pirotecnias e
reflexões. Paraíba: Marca de Fantasia.

Neiva-Silva, L. & Koller, S. H. (2002). O uso da fotografia na pesquisa em psicologia. Estudos


de Psicologia, 7(2), 237-250.

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