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Resumos de História

Matéria:

Módulo 2- Do Antigo Regime à Afirmação do Liberalismo

 3. As revoluções liberais e a rutura com o Antigo Regime


 4. O legado do Liberalismo político na primeira metade do século XIX

 Revolução Francesa
 Independências na América do Sul
 Resistência absolutista ao liberalismo
 Nacionalismos na Europa
 Antecedentes do liberalismo em Portugal
 Problemática da Abolição da Escravatura
3. As revoluções liberais e a rutura com o Antigo Regime

3.1 A geografia dos movimentos revolucionários, de finais do século XVII a meados do


século XIX (182-193)

 Revolução Francesa

A França foi o primeiro país europeu a aplicar os ideais liberais como motores de uma Revolução que
marcou a história ocidental.

O processo revolucionário francês foi extremamente longo e complexo (1789-1804) passando por várias
etapas.
A revolução pôs fim ao Antigo Regime e ao Absolutismo resultando na institucionalização de uma nova
ordem política, social e económica assente no Liberalismo e no triunfo da burguesia.

 Antecedentes: aspectos sociais, políticos e económicos

Causas Sociais:

Desigualdades acentuadas na sociedade de ordens (Clero, Nobreza e Terceiro Estado) do Antigo Regime:

 Descontentamento da burguesia, excluída da governação.


 As tentativas de resolução da crise levadas a cabo pelo monarca e seus ministros encontraram sempre
forte oposição da parte da nobreza e do clero, ciosa dos seus privilégios e pouco disposta a ceder.
 O Terceiro Estado apresentava queixas e reclamações frequentes dos abusos e exploração praticados
pela nobreza.
 O terceiro Estado era sobrecarregado com impostos, rendas e serviços.
 Uma minoria dos privilegiados detinha a maior parte das propriedades e dos cargos mais importantes.

Tensões sociais
Crescente agitação Social
Revoltas Populares
Levantamento e tumultos liberais (jacqueries)
Causas Políticas:

Absolutismo (Regime Político do Antigo Regime) apresentava sinais de decadência:

 Falência governativa do rei e seus governos


 Monarquia Absoluta com um fraco monarca (Luís XVI) que colocava os seus interesses acima dos do
Estado, incapaz de tomar acções decisiva e muito influenciado pela sua mulher Maria Antonieta.

Causas Económicas:

Agravamento da situação económica, financeira e comercial:

 Maus anos agrícolas


 Concorrência dos produtos ingleses
 Decadência do comércio devido à perda das colónias
 Elevadas despesas com a corte e as guerras
 Crescimento do défice financeiro
 Atraso manufatureiro
 Má política comercial (importações cresceram e causaram um desequilíbrio perigoso na balança
comercial)
 Orçamento de Estado deficitário não parava de aumentar o défice, gerando uma situação de insolvência e
bancarrota do Estado
 Subida contínua dos preços
 Aumento Sucessivo dos Impostos

Iluminismo:
 Divergências ideológicas promovidas pelos iluministas e divulgadas pela imprensa, salões, clubes, cafés
e maçonaria.
 Contacto com ideais revolucionários devido a vagas de revoluções por todo o mundo que fazem um
vasto cortejo à Revolução Francesa.
 Apelo aos ideais burgueses e às ideias iluministas.

Descontentamento da população
Descrédito face ao Antigo Regime
 Cronologia essencial dos factos: estados gerais, assembleia nacional constituinte, Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, Constituição de 1791, Convenção e terror, ….
 Caracterizar o ambiente de agitação político-social durante o Diretório
 Analisar os documentos TODOS da página 188, que correspondem a características de cada uma das fases
da Revolução Francesa.

Em resultado da crise francesa o Rei Luís XVI decide, pela primeira vez em 175 anos, reunir as Cortes
francesas no Palácio de Versalhes (Maio de 1789- Convocação dos Estados Gerais).
Na abertura da Assembleia o 3º Estado contesta o voto por Estado apoiando voto por Democrático (voto
individual/por cabeça), que retirava a garantia da vitória do Rei nas votações.
Face à defesa do terceiro estado na questão do voto democrático, o rei decidiu encerrar a Assembleia, o que
gera uma grande revolta por parte do 3º Estado.
Entre 17 e 20 de junho, perante o impasse nos Estados Gerais, o Terceiro Estado (cujos deputados eram
maioritariamente burgueses), considerando que, por si só, representavam mais de 98% dos franceses, decide
que pode deliberar sozinho e assume-se como Assembleia Nacional Constituinte, com o objetivo de elaborar
uma Constituição (20 de Junho de 1789- Juramento do Jogo da Pela).
Com a instauração de uma situação revolucionária, gera-se uma violência popular que resulta na libertação
dos opositores políticos ao Absolutismo, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa (14 de
Julho de 1789- Assalto à Bastilha).
Entre Agosto de 1789 e Setembro de 1791, a Assembleia Nacional Constituinte esteve reunida e redigiu e
homologou vários documentos legislados (Agosto de 1789- Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão; Setembro de 1791- 1ª Constituição Francesa). A aprovação da Constituição significou o fim da
Monarquia Absoluta e o surgimento de uma Monarquia Constitucional com a qual porém o Rei não se
identificava. Tinha um poder executivo limitado pela Assembleia Legislativa, facto que lhe desagradou
levando-o a tentar restabelecer o seu poder absoluto.
Tentando fugir em 1791, o Rei foi preso e trazido de volta para Paris. Na Prússia, Áustria e Alemanha a
nobreza emigrada conspirava. Foi assinada a declaração de Pillnitz entre os soberanos estrangeiros e a
França foi invadida por exércitos estrangeiros com o objectivo de restabelecer a monarquia absoluta. (1792-
Guerra entre a França e a Áustria).
Entretanto, o Terceiro Estado começou-se a transformar e surgiram dois partidos:
-Jacobinos (Baixa Burguesia/Esquerda/Radicais): expressavam os interesses das camadas populares.
-Girondinos (Alta Burguesia/Direita): defendiam os interesses da Alta Burguesia.
As disputas politico-ideológicas aliadas à traição do Rei levam a que, no dia 10 de Agosto de 1792, os
revolucionários (Jacobinos e sans-cullotes), liderados por Robespierre, tomem conta do poder e instaurem
uma República Popular (Agosto de 1792- Governo da Convenção). Robespierre instaurou um clima de
terror: decretou a prisão e as mortes do rei e da rainha (1793), iniciou a perseguição aos contra-
revolucionários, impôs o recrutamento obrigatório e um empréstimo forçado sobre os ricos, tabelou os
preços e racionou os bens de consumo.
Este clima de terror terminou com o Golpe de Estado do 9 do Terminador (27 de Julho de 1794), que pôs
fiz à ditadura de Robespierre, chefe máximo do Terror, e instaurou o Governo do Diretório.
Com a ascensão dos girondinos ao poder, é promulgada uma nova Constituição (1795) que manteve o
regime republicano, entregando o poder executivo a cinco directores, eleitos pelas assembleias legislativas –
o Conselho dos Quinhentos e o Conselho dos Anciãos. Reprimiu os excessos, liberalizou a economia e
decretou o Estado laico.
No entanto, não conseguiu estabilizar a situação interna, mantendo-se um ambiente de grande agitação e
uma situação de crise.
Reconhecendo a necessidade de um governo forte que impusesse a ordem, foi o próprio Diretório que
planeou que planeou o golpe de Estado de 18 de Brumário (9 de Novembro de 1799), que o destituiu e
iniciou o Governo do Consulado. (Consulado 1799-1804)
O golpe de Estado de 18 de Brumário marcou o fim do processo revolucionário na França e o início da Era
Napoleónica (1799-1815).
Consulado foi o nome dado ao novo poder executivo, entregue a três cônsules, e liderado pelo primeiro
cônsul, general Napoleão Bonaparte.
A sua acção foi de tal modo popular que em 1802 foi nomeado cônsul vitalício e em 1804 foi nomeado
imperador hereditário. Com esta nomeação a república consular transformava-se numa Monarquia
Imperial que estabilizou o regime e a vida dos Franceses. (Império 1804-1015)
A partir de então, o imperador Napoleão passou a estabelecer uma série de mudanças na França procurando,
inclusive, expandir o seu império para várias regiões da Europa alegando que os libertava do Absolutismo.
Napoleão liderou uma série de guerras, expandindo o domínio francês. Em pouco tempo o exército francês
tornou-se no mais poderoso da Europa. Os ingleses, preocupados com a supremacia francesa, formaram
coligações internacionais contra o expansionismo francês.
Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas foi derrotada. Decorrente deste fato, o governo
Napoleônico tentou enfraquecer a Inglaterra de outra forma. Em 1806, decretou o Bloqueio Continental, que
dizia que todos os países da Europa deveriam fechar os seus portos ao comércio inglês. No entanto, este
decreto não trouxe o efeito esperado, já que a França não tinha capacidade para abastecer todo o mercado da
Europa.
Para além disso, embora a Rússia tenha aderido a esse decreto após um acordo com a França (Paz de Tilsit),
devido ao facto de ser um país essencialmente agrícola e estar a enfrentar uma grave crise económica, viu-se
obrigado a abandonar o Bloqueio Continental.
Como vingança à decisão do Czar Alexandre I, o governo napoleônico decidiu invadir a Rússia em 1812. Os
generais, acostumados a grandes vitórias, conduziam as suas tropas pelo imenso território russo, enquanto as
tropas czaristas recuavam colocando fogo nas plantações e em tudo o que servisse aos invasores. Em
Moscovo, as tropas russas começaram a enfrentar as tropas francesas que estavam mal-alimentadas e
desgatadas. Por essa razão, Napoleão não teve outra escolha senão render-se e voltar para França.
A desastrosa campanha militar na Rússia encorajou outros países europeus a reagirem contra a supremacia
francesa. A 6 de Abril de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos invadiram
Paris e capturaram Napoleão enviando-o para a Ilha de Elba. O trono francês foi entregue a Luís XVII.
Napoleão conseguiu fugir da Ilha de Elba e voltar a França em março de 1815, sendo recebido em Paris
como herói e com gritos de “viva o imperador!”. Instalou-se no poder, obrigando a família real a fugir, mas
a sua permanência durou apenas cem dias. (Governo dos Cem Dias- 26 de março-8 de Julho de 1815)
A coligação militar da Europa organizou-se e derrotaram definitivamente Napoleão na Batalha de
Waterloo*(18 de Junho de 1815). Napoleão foi exilado para a Ilha de Santa Helena, onde permaneceu até à
sua morte, em 1821. Ascendeu ao trono Luís XVIII.

*A Batalha de Waterloo foi um confronto militar ocorrido a 18 de Junho de 1815 perto de Waterloo, na atual
Bélgica (então parte integrante do Reino Unido dos Países Baixos). Um exército do Primeiro Império
Francês, sob o comando do Imperador Napoleão (72 000 homens), foi derrotado pelos exércitos da Sétima
Coligação que incluíam uma força britânica liderada pelo Duque de Wellington, e uma força prussiana
comandada por Gebhard Leberecht von Blücher (118 000 homens). Este confronto marcou o fim dos Cem
Dias e foi a última batalha de Napoleão; a sua derrota terminou com o seu governo como Imperador.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)

Inspirada nos ideais iluministas e na Declaração dos Direitos Americana.

 Liberdade Individual: todos os homens são iguais; a liberdade individual é um direito natural;
liberdade de opinião e de imprensa.
 Igualdade: igualdade perante a lei, a justiça, a administração e o imposto; destruição da sociedade
de ordens do Antigo Regime.
 Soberania Nacional: o poder maior reside no povo; o rei é apenas o mandatário do povo, de quem
recebia o poder; a lei é expressa da vontade geral.

A Constituição de 1791

 Igualdade Jurídica entre os Indivíduos


 Fim dos privilégios do clero e da nobreza
 Liberdade de produção e de comércio
 Proibição de greves
 Liberdade de crença
 Separação do estado da igreja
 Nacionalização dos bens do clero
 Três poderes (legislativo, executivo e judicial)
 Sufrágio Censitário
 Sistema Representativo

 Identificar em textos e explicitar por palavras próprias as mudanças significativas que representam a
derrocada do Antigo Regime (Sociais, políticas e económicas)

Consequências da Revolução Francesa:

 Assinalou a ascensão política da burguesia e o triunfo dos seus ideais e aspirações;


 Estimulou o desenvolvimento capitalista da França;
 Significou o derrube do Antigo regime com a queda do Absolutismo;
 Extinguiu os privilégios e resquícios do feudalismo;
 Deu início a um processo de separação entre a Igreja e o Estado (estado laico);
 Estimulou os movimentos liberais e constitucionalistas na Europa;
 Influenciou os movimentos de independência das colónias latino-americanas;
 Deu origem às instituições político-ideológicas que caracterizam o mundo contemporâneo;
 Estimulou o ensino sem intervenção da igreja (ensino laico);
 Independências na América do Sul

 Locais para onde se expandiu a ideologia liberal

As revoluções americana e francesa e, posteriormente, as campanhas de Napoleão, expandiram as ideias do


Liberalismo pela América e Europa.
Os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade chegaram a quase todas as nações da Europa e, através
destas, às Américas e outras áreas colonias.
A “Onda de Revoluções” a que deram origem, quer na Europa, quer nas Américas, foi consequência direta
dessa mensagem que despertou nos povos a esperança da liberdade e da possibilidade de autodeterminação
dos seus destinos coletivos.
Estas revoluções visavam a queda dos regimes aristocráticos e absolutistas, ou colonizadores, que os
oprimiam, e a instalação de regimes mais democráticos.

Revoltas Liberais e Nacionalismos na América Latina:

- Brasil: primeiro movimento de emancipação americana surgiu nos finais do século XVIII, liderado por
Joaquim José da Silva Xavier, mas só conseguiu a independência em 1822.
- Argentina: independência conseguida em 1816 pelo general San Martin.
- Grande Colômbia: com a ajuda da Inglaterra e dos EUA, Simón Bolívar formou um exército e proclamou
a independência da Grande Colômbia, depois divida em Venezuela, Colômbia e Equador.

 Resistência absolutista ao liberalismo

 Significado do Congresso de Viena e da Santa Aliança


 Tendência dominante na Europa das 2 primeiras décadas do século XIX. Liberal ou absolutista?

Na Europa vivia-se uma tendência política marcada pelo fortalecimento das potências absolutistas.
Estes Estados fizeram um tratado de entreajuda mútua celebrado pelas principais potências absolutistas da
Europa.
Com efeito, após a derrota e prisão de Napoleão pelos exércitos da Santa Aliança (Batalha de Waterloo-18
de Junho de 1815), as potências monárquicas e absolutistas da Europa (como a Rússia, a Prússia e a
Áustria-Hungria) organizaram o Congresso de Viena (1814-1815) com o objetivo de decidirem o destino a
dar às terras do ex-império napoleónico e de restaurarem a ordem absolutista.
Assim, definiram artificialmente as fronteiras de muitos países da Europa, tentando subjugar muitas
aspirações independentistas, e aproveitaram para integrar, de forma abusiva, muitos desses territórios nos
seus impérios.
Esta situação deu origem, na Europa, aos movimentos (ou revoltas) nacionalistas, uma outra forma de
implantar os princípios políticos do Liberalismo.
Nessa reunião foi também formada a Santa Aliança (26 de Setembro de 1815) pela Rússia, Prússia e
Áustria, as 3 potências vencedoras da Guerra contra Napoleão Bonaparte, como forma de garantir a
realização prática das medidas que foram aprovadas pelo Congresso de Viena, bem como impedir o avanço
das ideias liberais e constitucionalistas, muito espalhadas com a Revolução Francesa e que haviam criado
revoltosos um pouco por toda a Europa.
 Nacionalismos na Europa

 Relacionar a unificação italiana e alemão com os nacionalismos europeus do séc. XIX

O nacionalismo foi um movimento político-ideológico, de cariz liberal e romântico, que se impôs na Europa
no século XIX.
Após o fim da era napoleónica e a realização do Congresso de Viena, a forma de organização político-
cultural que substitui o império foram os estados nacionais.

O nacionalismo baseia-se no princípio das nacionalidades (soberania nacional e direito dos povos à
autodeterminação) que definia a nação como uma unidade rácica, linguística, religiosa e histórico-
cultural, que se devia gerir a si própria com total liberdade e soberania.

Máxima Nacionalista: “a cada povo corresponde uma Nação, a cada Nação deve corresponder um
Estado”.

O nacionalismo deu origem, na Europa, a dois tipos de movimentos:

 Independência
 Unificação política de nações, cujos membros se encontravam dispersos pelos vários Estados
independentes e autónomos (Itália e Alemanha):

Itália: Após o Congresso de Viena, o território que hoje compõe a Itália ficou retalhado por vários Estados,
alguns autónomos, alguns sob domínio da Igreja Católica e outros sob domínio austríaco. O processo de
unificação italiana resultou da acção política do rei liberal, Vítor Manuel II, e do seu ministro, o conde de
Cavour, associados a um revolucionário idealista, Giribaldi, e a muitos outros patriotas, como Mazzini. A
reunificação italiana completou-se em 1870 com a ocupação de Roma, capital dos estados Pontifícios.

Alemanha: A unificação da Alenha foi conseguida entre 1866 e 1871, por Guilherme I da Prússia e pelo seu
ministro Otto von Bismarck. Em 1834, os Estados alemães – em número de 30, após o Congresso de Viena
– haviam já iniciado uma união aduaneira, denominada de Zollverein. Em 1866, a Prússia, que era o mais
importante dos Estados Alemães, vence a guerra austro-prussiana e, sob sugestão de Bismarck, impôs a
formação da Confederação da Alemanha. Em 1871, com a vitória na guerra franco-prussiana, Guilherme I
anexou a Alsácia e a Lorena e proclamou o Segundo Império Alemão.
3.2 A implantação do Liberalismo em Portugal (194-199)

 Antecedentes do liberalismo em Portugal

 Formas e difusão do liberalismo em Portugal

Portugal, no início do século XIX, era ainda um país do Antigo Regime, dominado por uma monarquia
absolutista governa pelo príncipe D. João (futuro D. João VI).
Apesar da repressão do aparelho do Estado (Inquisição, Real Mesa Censória e a Intendência-Geral da
Polícia), os ideais liberais (jacobinismo) foram entrando em Portugal, difundindo-se entre a elite
intelectual, desde finais do século XVIII, trazidos:

- Pelos estrangeirados: elite intelectual atenta às novidades culturais vindas da Inglaterra e


principalmente da França.
- Pelos exilados franceses: franceses que fugiram para Portugal durante o período do Terror da
Convenção.
- Pelos portugueses que viviam exilados no estrangeiro: intelectuais radicais (maçons e liberais)
fugidos à perseguição do intendente-geral da Polícia portuguesa e maioritariamente fixados em Londres
e Paris. Mentes ativas, muitos destes portugueses fundaram, no estrangeiro, jornais e clubes culturais
onde se discutia o estado do país dando a conhecer reformas políticas e económicas que um dia
esperavam ai ver implantadas. Alguns desses jornais e publicações entraram clandestinamente em
Portugal ou foram trazidos pelos seus fundadores quando regressaram do exílio, sobretudo durante e
depois das invasões francesas.
- Pela maçonaria: instituição secreta que teve papel de relevo na divulgação do Liberalismo. Istalada
em Portugal desde finais do século XVIII, a Maçonaria encontrava-se bem representada nas principais
cidades como Lisboa, Porto, Coimbra e Funchal. Em 1801, Lisboa possuía cinco lojas maçónicas (nome
dado ao local das reuniões), nas quais estavam filiados nobres, burgueses e até clérigos esclarecidos. No
Porto, foram pedreiros-livres (maçons) que fundaram, em 1818, o Sinédrio, associação responsável pela
eclosão da Revolução Liberal de 1820.

 Explicar os factores que contribuíram para a revolução liberal portuguesa ( aspetos económicos (198,
199), políticos( 197) e socias (197). Retirar informação também dos documentos.

Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas foi derrotada. Decorrente deste fato, o governo
Napoleônico tentou enfraquecer a Inglaterra de outra forma. Em 1806, decretou o Bloqueio Continental,
que dizia que todos os países da Europa deveriam fechar os seus portos ao comércio inglês.
No entanto, devido à aliança com Inglaterra, Portugal recusou o Bloqueio Continental, o que resultou nas
três invasões francesas.

 1ª - Liderada pelo general Junot, 1807-1808, chega até Lisboa;


 2ª - Liderada pelo marechal Soult, 1809, chega até ao Porto;
 3ª - Liderada pelo marechal Massena, 1810-1811, chega até às linhas de Torres
Vedras;
Antes da primeira invasão francesa, e de forma a manter a integridade do estado, a família real e a corte
fugiram para o Brasil (colónia portuguesa), deslocando o centro das decisões.
Na consequência do tratado de amizade que unia Portugal à Inglaterra, tropas francesas entraram no pais
em 1808 para ajudar a repelir os franceses.
Nesse mesmo ano, como “agradecimento à ajuda inglesa”, o rei decretou a abertura dos portos do
Brasil ao comércio internacional (1808) favorecendo os ingleses e prejudicando os interesses da
burguesia continental.
No final das três invasões, encontrando-se Portugal destruído e numa situação ruinosa, o Rei permaneceu
no Brasil elevando a colónia à categoria de reino (1815) e Portugal ficou no domínio do general
inglês William Carr Beresford (1816) que governou de uma forma autoritária e repressiva.
Portugal tornou-se na “colónia da sua principal colónia”.
Toda esta situação agravou o cenário económico-financeiro em Portugal: a abertura dos portos
brasileiros e os tratados com Inglaterra reduziram bruscamente os lucros do comércio e foi um duro
golpe para a indústria nacional; o rei no Brasil exigia constantes remessas de dinheiro; baixa
produtividade agrícola e fraca competitividade da indústria; aumento das despesas e drástica diminuição
das receitas, devido às invasões, resultou no défice crescente das finanças públicas.
Assim, as invasões francesas anteciparam a revolução liberal portuguesa.
4. O legado do Liberalismo político na primeira metade do século XIX

4.2 Os limites da universalidade dos Direitos Humanos: a problemática da abolição da


escravatura (224-225)

Filme- “La Amistad”- Resumo

O filme “La Amistad” é baseado numa história real do tráfico de negros africanos.
“La Amistad” (“A Amizade” em castelhano) foi um navio mercante espanhol utilizado no tráfico de
escravos.
Em 1839, depois de partir da Serra Leoa (África) para Cuba (colónia espanhola), os 53 escravos africanos a
bordo liderados por Cinque revoltaram-se e tomaram o controlo do navio, matando toda a tripulação mas
poupando os navegadores Ruiz e Montez para que eles pudessem pilotar o navio de volta para África.
No entanto, temendo pelas suas vidas quando chegassem às terras africanas, os espanhóis mudaram a rota e
direcionaram La Amistad para os Estados Unidos da América.
A 26 de Agosto de 1839, o navio foi apreendido em águas territoriais dos Estados Unidos da América pelo
navio Washington, enquanto a tripulação procurava mantimentos, desembarcando na costa de Connecticut.
Os africanos foram inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso complicou-se e passou a
ser disputada a posse da mercadoria humana transportada no Amistad.
A partir daí iniciou-se uma longa batalha judicial entre Espanhóis que se queriam apropriar do conteúdo da
embarcação com base no fato de o navio ser de bandeira espanhola; Americanos do Sul (conservadores) que
queriam vender os escravos já que apreenderam o barco e controlaram o motim e Americanos do Norte
(Abolicionistas) que queriam a liberdade dos escravos africanos pois eram contra a escravidão.
Numa primeira fase, o advogado de defesa conseguiu provar que os escravos eram de África e que se eram
considerados pessoas então não eram propriedade de ninguém mas se eram considerados coisas então não
podiam ser julgados.
Assim sendo, o Tribunal Distrital rejeitou a acusação do Governo dos EUA e negou a licença para processar
os escravos por assassinato ou para extraditá-los para a Espanha.
No entanto, permaneceu a guerra entre o Norte (Abolicionista) e o Sul (Conservador) pelo que o caso passou
para a Suprema Corte dos EUA.
Nesta última fase, a defesa dos africanos ficou a cargo de John Quincy Adams, antigo Presidente dos EUA e
de Roger Baldwin, que atura em Connecticut no primeiro julgamento.
Baseando o seu discurso na Declaração da Independência dos Estados Unidos da América que assegurava
igualdade e liberdade entre todos os homens, Adams com êxito, garantiu a liberdade dos réus, reconhecendo
que eles se tinham revoltado contra aqueles que os privaram de uma condição natural de liberdade.
Desta forma, os negros finalmente conseguiram voltar para a África.

Filme- “La Amistad” – Contextualização e Justificação

Através do visionamento do filme “Amistad” é possível conhecer as condições de captura e transporte de


escravos africanos para a exploração do trabalho na América do Norte, o choque cultural e a barreira
linguísticas entre africanos e americanos, a máquina jurídica americana de meados do século XIX e o germe
das primeiras medidas para a abolição da escravatura naquele território. São levantadas questões
interessantes sobre o processo de escravização, os movimentos abolicionistas e de direitos humanos, a
sombra de uma Guerra Civil entre o Norte e o Sul, a instabilidade das eleições americanas na época, os
interesses políticos no entorno do processo e o senso de justiça e liberdade.
No fundo, o filme decorre em torno de uma simples mas complexa problemática: a escravidão.
Muitos países já haviam abolido a escravatura, o comércio de escravos tornara-se ilegal mas ainda rentável.
A proliferação dos movimentos abolicionistas e de direitos humanos não era exclusividade apenas nos
Estados Unidos, ou de países que ainda tinham na escravidão sua principal mão-de-obra. Tratava-se de uma
conscientização mundial contra o etnocentrismo e o Racismo Científico que classificava os seres humanos
em raças, sendo o negro considerado como inferior em todos os aspectos, e incapaz de organizar suas
sociedades de forma civilizada.
 Problemática da Abolição da Escravatura

 Relacionar a abolição da escravatura com os direitos humanos e com os interesses económicos.

Escravidão/Escravatura - prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre outro
designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força.

Direitos Humanos: Ao defender os princípios da igualdade e da liberdade (direitos naturais do Homem), o


Liberalismo lançou a questão da ilegitimidade constitucional, ética e humanitária da escravatura,

Interesses Económicos: A burguesia mercantil e financeira, os traficantes e contratadores de escravos e os


latifundiários que dependiam da mão-de-obra escrava tinha interesses económicos na escravidão, razão pela
qual a abolição da escravatura encontrou grandes resistências no terreno e demorou a ser concretizada em
todas as regiões.

 Elaborar cronologia dos avanços e recuos da abolição da escravatura SÓ com base na informação
disponível do manual

1794- A Convenção Nacional Francesa declara que a escravatura dos negros em todas as colónias é
proibida.
1802- Napoleão Bonaparte legalizada a escravatura.
1807- Inglaterra acaba legalmente com a escravatura com o “Abolition Act of Slaver”
1808- Abolição da escravatura nos Estados do Norte dos EUA
1812- Abolição da escravatura na Argentina
1815- Congresso de Viena a favor da abolição da escravatura inicia um movimento internacional
1821- Abolição da escravatura na Colômbia
1829- Abolição da escravatura no México
1836- Primeira lei portuguesa contra a escravatura (governo setembrista de Sá de Bandeira)
1838- Abolição da escravatura em Inglaterra
1840- A Inglaterra, a França, a Rússia, a Áustria e a Prússia celebram um tratado acertando o direito mútuo
de inspeccionarem os respectivos navios para refrear o tráfico de escravos a nível internacional
1868- Abolição da escravatura em Portugal
1888- Abolição da escravatura no Brasil (Lei Áurea)

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