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Definição:
Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos e entidades da Administração Pública (Lei
8.429/1992 – Lei da Improbidade Administrativa).
Agentes Políticos: ocupam os primeiros escalões do Poder Público; elaboram políticas e dirigem
a Administração; atuam com liberdade funcional (prerrogativas e responsabilidades são
definidas diretamente pela C.F). Exemplos: Chefes do Executivo, Ministros e Secretários,
membros do Legislativo, juízes, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas*,
representantes diplomáticos.
* Para o STF, os Membros dos Tribunais de Conta são agentes administrativos (julgamento de caso de
nepotismo, que se aplica aos agentes administrativos, mas não aos agentes políticos); contudo, a doutrina
majoritária considera os Membros dos Tribunais de Conta como agentes políticos.
Agentes delegados: particulares que prestam serviço púbico por delegação do Estado
(descentralização por colaboração); podem ser pessoas físicas ou jurídicas; não recebem
remuneração do Poder Público; são pagos pelos usuários do serviço. Exemplos: concessionárias
de serviços públicos, tabeliães, leiloeiros.
Cargos públicos
Ocupados por servidores públicos; Regime Jurídico estatutário: a relação jurídica entre o
agente e o Estado é definido diretamente por uma lei (ex.: Lei 8.112/1990); estão nos órgãos e
entidades de direito público (Adm. direta, autarquias e fundações públicas) – Regime Jurídico
Único. C.F art. 39: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito
de sua competência, regime jurídico único, e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Regime Jurídico Único da
União: Lei 8.112/1990; A E.C 19/98 eliminou o RJU; essa emenda, no entanto, teve sua eficácia
suspensa pelo STF a partir de agosto de 2007 (ex nunc) (ADI 2.135/DF). Obs.: 1. Devido ao efeito
ex nunc (não retroativo) da decisão do STF, as contratações de empregados públicos, entre 98 e
agosto de 2007, na adm. direta, permanecem válidas; Obs. 2: O RJU pode ser celetista; não há
previsão legal para que seja obrigatoriamente estatutário.
Lei 8.112/90, art. 3º: cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo único: os cargos
públicos são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos,
para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Empregos Públicos
Ocupados por empregados públicos; Regime Jurídico Celetista: a relação jurídica entre o agente
e o Estado é formalizada por um contrato de trabalho, regido pela CLT; provimento mediante
concurso público; estão nos órgãos e entidades de direito privado (E.P, SEM e fundações
públicas de direito privado).
Funções Públicas
Concurso Público
C.F, art. 37, II: a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em concurso
público. Abrange os cargos das entidades de direito público (adm. direta e indireta) e os
empregos públicos das entidades de direito privado (adm. indireta).
Exceções: Cargos em comissão (C.F, art. 37, II); Contratações temporárias (C.F, art. 37, IX);
Agentes comunitários de saúde (C.F, 198, §4º; processo seletivo simplificado); Cargos eletivos;
Ex-combatentes (ADCT, art. 53, I).
Pode ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo
plano de carreira. Ex.: Curso de formação.
C.F, art. 37, III: o prazo de validade do concurso será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período. O prazo é contado a partir da homologação do concurso pela autoridade
competente. Geralmente, o prazo de validade consta de forma expressa do edital; caso o edital
seja omisso, considera-se que o prazo é de dois anos.
Prioridade na Convocação
C.F, art. 37, IV: durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; ou seja, os candidatos
aprovados em concurso que ainda esteja no prazo de validade devem ser convocados com
prioridade em relação a qualquer candidato aprovado em novo concurso. Obs.: Na esfera
federal, não pode haver novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado.
Restrição ao acesso
Restrições (idade, altura, sexo) só por lei, desde que observe proporcionalidade com as
atribuições do cargo;
Verificação, em regra, no ato da posse, exceto: 3 anos de atividade jurídica p/ Juiz e MP;
e Limite máximo de idade nas polícias. Nesses dois casos, a verificação ocorre na
inscrição do concurso.
Vagas Reservadas
Portadoras de deficiência: C.F art. 37, VIII: a lei reservará percentual dos cargos e
empregos públicos para as pessoas portadores de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão. Na esfera federal, o limite máximo é 20% das vagas (Lei 8.112/90) e o
limite mínimo é de 5% (número fracionado deverá ser elevado até o primeiro número
inteiro subsequente, desde que respeitado o limite máximo de 20% das vagas oferecidas
no certame).
Negros: reserva de 20% das vagas para cargos e empregos públicos (aplica-se apenas
para ingresso no Poder Executivo Federal, adm. direta e indireta) – Lei 12.990/2014; a
regra vale apenas nos concursos com 3 ou mais vagas; o arredondamento poderá ser
para mais ou para menos; a vigência da Lei 12.990/2014 é de 10 anos. Obs.: Os outros
poderes devem editar norma específica sobre o assunto.
Jurisprudência
Candidatos aprovados dentro das vagas previstas no edital têm direito à nomeação;
Situações excepcionais podem afastar essa obrigatoriedade de nomeação, desde
que se revistam dos seguintes requisitos: 1. Superveniência: devem ser posteriores
ao edital; 2. Imprevisibilidade: devem derivar de circunstância extraordinária,
imprevistas à época do edital; 3. Gravidade: devem implicar onerosidade excessiva,
dificultando ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do
edital; 4. Necessidade: não pode haver outros meios menos gravosos para lidar com
a situação excepcional e imprevisível;
O candidato possui direito subjetivo à nomeação caso a Administração nomeie
antes dele outro candidato em pior colocação que a sua;
Prazo de 120 dias para o candidato impetrar MS começa a fluir: do término do prazo
de validade do concurso, para candidatos que possuam direito subjetivo à
nomeação; da data em que o candidato toma ciência de sua exclusão do certame,
para candidatos eliminados;
Não é possível prorrogar o prazo de validade do concurso depois que ele expirou;
A cláusula de barreira (“nota de corte”) é permitida nos concursos públicos;
Em regra, não pode haver remarcação de provas de aptidão física, salvo disposição
expressa em sentido contrário no respectivo edital. Não se aplica para gestantes;
O Judiciário não aprecia o mérito das questões (exceto erro grosseiro), mas apenas
sua compatibilidade com o edital.
C.F, art. 37, V: as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.
Cargos em Comissão
Cargos em comissão: livre nomeação e livre exoneração (ato discricionário da
autoridade competente – tanto a nomeação quanto a exoneração); A exoneração não é
ato punitivo (não precisa observar o contraditório e a ampla defesa);
Cargos efetivos: concurso público.
Qualquer pessoa, mesmo que não seja servidora pública efetiva, pode ser nomeada para
exercer um cargo em comissão. Nesse caso, o nepotismo é vedado (S.V 13/STF).
No entanto, a C.F exige que a lei estabeleça os percentuais mínimos de cargos em comissão a
serem preenchidos por servidores de carreira concursados, além de casos e condições em que
obrigatoriamente isso deva ocorrer.
Funções de Confiança
Somente podem ser ocupadas por servidores ocupantes de cargo efetivo. O servidor não é
nomeado para a função de confiança, e sim designado para exercê-la.
Contratações Temporárias
C.F, art. 37, IX: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público (exceção ao concurso público).
Para ser legítima, a contratação temporária deve decorrer de situações fáticas, previamente
descritas na lei, realmente excepcionais e transitórias, e não ocasionadas por desleixo
administrativo ou por descaso da Administração Pública.
Podem ser feitas sem concurso público, mediante processo seletivo simplificado (Na Esfera
Federal). Lei 8.745/93. Processo seletivo simplificado: sujeito a ampla divulgação, inclusive no
DOU; em alguns casos, pode consistir apenas em análise de currículo; dispensado em caso de
calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde pública.
Direito de Greve
C.F, art. 37, VII: o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica (norma de eficácia limitada). Essa lei específica (lei ordinária) ainda não foi editada.
Contudo, o STF determinou a aplicação temporária, aos servidores públicos, da lei de greve dos
trabalhadores privados (Lei 7.783/99). Não se aplica aos empregados públicos, cujo direito de
greve está previsto no art. 9º da C.F – norma autoaplicável).
Militares: C.F, art.142, §3º, IV: ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
Acumulação de Cargos
Art. 37, XVI: é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto
constitucional):
C.F, art. 41: são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público. §4º: como condição para a aquisição da
estabilidade, é obrigatório a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade.
Em virtude de sentença judicial transitada em julgado (tanto penal como civil [ato de
improbidade adm.]);
Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa. Essa lei ainda não foi editada.
Sistema Remuneratório
A C.F assegura a revisão geral anual dos vencimentos e dos subsídios dos servidores públicos
(aumento impróprio). Serve para assegurar a manutenção do poder de compra da remuneração
dos servidores públicos em face dos efeitos da inflação do período. Não se trata de um aumento
real, mas sim de um aumento nominal (não gera ganhos acima da inflação). Essa revisão geral
anual não se confunde com as chamadas reestruturações de carreiras.
Teto Remuneratório
Os Estados e o Distrito Federal podem instituir um teto único, equivalente ao subsídio mensal
dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal
dos Ministros do STF. Porém, caso instituído, o teto único não se aplicará aos subsídios dos
deputados estaduais e distritais, os quais permanecerão limitados a 75% do subsídio dos
deputados federais.
EP e SEM apenas se receberem recursos do ente federado para custeio ou pagamento de pessoal
– estatais dependentes.
Efeito cascata
A C.F (art. 37, XIV) veda o cálculo cumulativo de uma vantagem pecuniária sobre outra, qualquer
que seja o título ou fundamento sob os quais sejam pagas. Ex.: Um servidor recebe -
Vencimento básico = R$ 1000,00; Gratificação = R$ 500,00; Vencimentos = R$1500,00. Se uma
lei conceder uma vantagem pecuniária no valor percentual de 20% ao servidor, essa vantagem
incidirá apenas sobre o vencimento básico: 20% de R$ 1000,00 = R$ 200,00. Vencimentos = R$
1700,00.
Irredutibilidade
As parcelas componentes podem ser modificadas, desde que haja manutenção do valor final.
A C.F não prevê a calamidade pública ou a guerra externa como justificativas para a redução do
dos vencimentos e subsídios dos servidores públicos.