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VITÓRIA – ES
2018
1. INTRODUÇÃO
Nada impede, porém, que mais (ou menos) do que 5 perguntas sejam feitas. O
número 5 vem da observação de Ono de que esse número costuma ser suficiente
para se chegar a causa raiz. Mas, também podemos chamar de Relatório dos 5
Princípios Básicos. Isso devido aos 5 passos que devem ser identificados,
analisados e concluídos para alcançar a causa raiz e, com isso, tomar as
contramedidas necessárias para a solução do problema e eliminar sua recorrência.
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2. O TESTE DOS 5 PORQUÊS
O método dos 5 porquês tem esse nome porque baseia-se em uma técnica
japonesa de solução de problemas que busca diagnosticar suas causas em 5
diferentes níveis, através da repetição da pergunta “Por quê?” (em japonês なぜ、な
ぜ – adv., pronuncia-se “nazê, nazê”). É basicamente estar diante de um problema e
literalmente confrontá-lo questionando sua causa; questionando posteriormente a
causa de sua causa e assim sucessivamente, por até 5 níveis, até que se encontre a
causa raiz do problema enfrentado.
Durante a revolução industrial japonesa, a Toyoda desenvolveu o teste dos 5
porquês em sua indústria. Somente em meados de 1970 essa técnica popularizou-
se. Sua motivação está em, quando definido exatamente o problema, aplicar
contramedidas derivadas de cinco perguntas sucessivas envolvendo indagações
simples e objetivas, respondidas por aqueles que possuem experiência prática no
processo avaliado e que, normalmente, evitam que o problema aconteça
novamente. Cada solução é definida objetivamente para a causa daquele sintoma.
Segundo Weiss (2011), mais detalhadamente, existem cinco passos para aplicar o
método:
A técnica apresentada pode ser considerada como brilhante face à sua simplicidade,
principalmente à época da idealização. Todavia, considerando seus resultados, cabe
propor melhorias à aplicação da técnica, visto que cada país, organização, setor,
pessoa, problema e causa são absolutamente variantes no tempo e no espaço.
Assim, propõe-se aqui um filtro idealizado pelo grupo como suficiente para garantir
robustez à ferramenta:
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1 – Encontrar mais de uma resposta para cada porquê;
2 – Entrevistar pessoas que tenham condições reais de responder;
3 – As respostas são hipóteses ainda frágeis;
4 – Valide cada hipótese;
5 – Seja objetivo, mas não displicente.
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motivos o acidente veio acontecer. Imagens cedidas na internet ilustrarão o caso
irreal aqui apresentado.
Na imagem acima, observa-se que o carro foi completamente queimado e, por outro
ângulo, que o motorista se encontra parcialmente fora do carro mas em óbito
comprovado com carbonização do corpo.
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Com o impacto, um dos cabos se soltou do isolador tocando a estrutura metálica do
poste.
A tabela abaixo ilustra o sequenciamento das indagações que podem ser feitas a fim
de chegar a causa raiz.
Aqui, observa-se que já não faz mais sentido realizar outra pergunta, pois chegou-se
ao fundamento da causa da morte, dispensados, é claro, laudos periciais, que foi o
não desligamento da rede elétrica por não sensibilização da proteção do sistema.
É importante, porém, entender que essa ferramenta pode ser um pouco limitada,
visto que 5 porquês podem não bastar para definir a causa raiz, ou mesmo, pessoas
ou equipes diferentes podem chegar à finais diferentes com perguntas diferentes,
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também, a causa de um problema pode não ser única e as vezes exigir o uso de
outras ferramentas.
Mapas mentais também podem ser utilizados como forma alternativa de descrição.
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2.6 ESTUDO DE CASO: DIAGRAMA DE ISHIKAWA E MÉTODO DOS “5 POR
QUÊS” PARA IOGURTE MOFADO
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Constatação de três causas mais prováveis: 1) Falha na selagem da embalagem;
2) Caminhoneiro desliga a refrigeração, quebrando a cadeia do frio; 3) Varejistas
desligam os refrigeradores à noite.
A investigação prosseguiu com a aplicação do teste dos “5 por quês”. Foi constatado
que a “falha na selagem da embalagem” foi a causa mais provável do efeito causado
(iogurte mofado). A figura a segui ilustra a aplicação do teste dos “5 por quês” para
encontrar a causa raiz.
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2.7 PROPOSTA DE APLICAÇÃO
Assim, o teste dos 5 porquês pode ser um diferencial para que o Engenheiro Civil
solucione desde seus mais cotidianos aos mais esporádicos problemas de forma
simples e direta, facilitando o papel de gestor que é intrínseco ao engenheiro e que
tem como missão resolver os mais diversos problemas com a maior simplicidade
possível, semelhante ao proposto pela técnica estudada neste trabalho.
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3. CONCLUSÕES
Após o estudo do método de determinação de causa raiz dos 5 porquês, fica claro o
entendimento de que se trata de uma ferramenta simples e para situações
relativamente simples, o que não retira o prestígio de seu uso, uma vez que a maior
parte dos problemas são simples ou complexos mas de fácil solução. Para sistemas
um pouco mais complexos, podemos utilizar ferramentas adicionais como diagrama
de ISHIKAWA ou mapa mental os quais acrescentam confiabilidade ao processo.
Podemos concluir também que é preciso ter cuidado com sua aplicação para não
alimentar soluções equivocadas ou mesmo superdimensionadas de um problema,
pois esse foi o ponto de discordância do grupo, onde alguns defendiam que a
ferramenta levava frequentemente a conclusões enganosas, enquanto a maioria
acreditava que, se a análise fosse corretamente realizada, os erros seriam
exceções.
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
DOIMO, Adriana, et all. Food Safety Brazil. Estudo de caso: Diagrama de Ishikawa
e método dos “5 por quês” para iogurte mofado. Trabalho da disciplina de
Ferramentas da Qualidade para Gerenciamento dos processos. (especialização em
Qualidade e Segurança dos Alimentos), FEA, Unicamp. Disponível em:
<https://foodsafetybrazil.org/estudo-de-caso-diagrama-de-ishikawa-e-metodo-dos-5-
por-ques-para-iogurte-mofado/>. Acesso em: 07 de jun. de 2018.
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