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Este livro, publicado no âmbito do programa de participação à publicação Carlos Drummond de Andrade da
Sumário
Embaixada da França no Brasil, contou com o apoio do Ministério francês das Relações Exteriores
ICcr ouvrage, publié dans le cadre du Programme d'Aide à Ia Publication Carlos Drummond de Andrade de
l'Al11ba~sadede France au Brésil, bénéficie du soutien du Ministere français des Affaires Etrangêres].
Obra publicada com o apoio do Ministério francês encarregado da cultura - Centro acional do Livro
[Ouvrage publié avec le concours du Ministêre français chargé de Ia culture - Centre National du Livre}.
Título original
Le bonheur paradoxal- Essai sur Ia société d'hyperconsommation
Capa
Raul Loureiro
Imagem de capa
lan Mckinnell/ Getty Images
Preparação
Leny Cordeiro
Índice remissivo
Luciano Marchiori
Revisão
Otacílio Nunes
Apresentação , . II
Cecília Ramos
ta, marcada, de um lado, pela revolução das técnicas da informa- , \ rulamentado que se elevam novos gigantes, as hipermarcas de
ção, do outro, pela globalização dos mercados e a desregulamen- umbição mundial com comunicação global. De um lado, a socie-
tação financeira. No entanto, essas transformações macroscópicas d,\ e de hiperconsumo coincide com o triunfo da variedade e do
não explicam tudo, longe disso. Ocorreram ao mesmo tempo, no "cliente rei"; do outro, é contemporânea da unificação mundial
plano das empresas, mudanças estruturais na abordagem do mer- dC1 mercados e das gamas de produtos através dos desenvolvi-
ado, nos posicionamentos estratégicos, nos modos de concor- til mto das megamarcas ou hipermarcas que, presentes nos cinco
rcn ia e nas políticas da oferta. Está em funcionamento um outro 10' tinentes, se baseiam em um marketing global, em produtos c
11 d 10 de organização cujos princípios se situam nos antípodas 10 ans, logotipos e imaginários geridos de maneira internacio-
I ) si t ma em vigor nas fases I e lI. Segmentação dos mercados, n.rl e mais ou menos adaptada às especificidades locais.
11ir " 11 iação extrema dos produtos e dos serviços, política de Além disso, a economia centrada nos bens materiai tra 118-
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lhor às necessidades individualistas de diferenças, os industriais
formou-se em economia de serviço: a era da hipermercadoria é
mpregaram novos modos de estimulação da procura baseados
aquela que é dominada pelas prestações imateriais e pelo forne-
na segmentação dos mercados, na multiplicação das referências,
cimento de serviços.' Nos países da OCDE (Organização para a
na oferta de variantes dos produtos a partir de componentes idên-
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), os serviços re-
ticos. O sistema da produção de massa cedeu o passo a uma ló-
presentam agora dois terços da atividade econômica em valor de
rica de proliferação da variedade.
produção. Essa dinâmica é reencontrada, naturalmente, na es-
trutura e na evolução do consumo, tendo a participação dos ser-
xtensão das séries e produção personalizada
viços no consumo das famílias passado de 25% em 1960 para
48,8% em 2000. A fase III aparece como o momento em que os
Em 1970, um carro era produzido em quatro versões, contra
dispositivos pós-fordistas se combinam com a terceirização e a
mais de vinte, duas décadas mais tarde.' Em 1984, Bernard Ha-
individualização galopante do consumo.
110n,diretor-geral da Renault, já declarava que a firma fabricava,
I'unidas todas as opções, 200 mil veículos diferentes.' Durante a
fase II, o mercado dos tênis era pouco diferenciado: hoje a Ree-
A ECONOMIA DA VARIEDADE
b k pode oferecer cerca de quinhentas a seiscentas referências. A
As fases I e II edificaram-se a partir da fabricação em grande indústria da relojoaria ilustra igualmente o advento da econo-
série de produtos padronizados. Foi do modelo fordista-tayloris- mia da variedade: estima-se em mais de 50 mil o número de mo-
d los registrados pela Swatch. O Japão levou a um ponto culmi-
ta de organização da produção que saiu a sociedade de consumo
de massa. Sem dúvida, desde os anos 1920 surgiram estratégias nante a espiral da diversificação dos produtos industriais: nos
de segmentação do mercado e de diversificação dos produtos. As- mos 1990, mais de trezentas novas bebidas não alcoólicas e mais
sim, a General Motors inaugurou, sob o impulso de Alfred Sloan, d duzentos modelos de walkman eram lançados todo ano no
mercado; todo mês, a Seiko oferecia, em média, sessenta novos
uma política industrial de diferenciação, oferecendo diversas va-
modelos de relógio! O marketing de massa foi substituído por
riantes de carros, de acordo com o princípio "um carro para ca-
da um, segundo seus meios e segundo suas necessidades". Apesar 'stratégias de segmentação, ampliando sem parar a gama das es-
lhas e das opções, promovendo séries mais curtas, visando mais
disso, no conjunto, as políticas de diversificação permaneceram
'specificamente a subconjuntos do mercado.
limitadas, amplamente dominadas pelas grandes séries padroni-
A dinâmica de individualização dos produtos só pôde efe-
zadas.
A fase III aparece no momento em que os princípios fordis- Iuar-se graças à alta tecnologia baseada na microeletrônica e na
Informática. As novas tecnologias industriais permitiram o de-
tas que organizam a produção das séries repetitivas apresentam
mvolvimento de uma "produção personalizada de massa" que
sinai de perda de fôlego e vêem-se questionados. A fim de opor-
onsiste em montar, de maneira individualizada, módulos pr -
S ~ d saceleração do consumo ligada à saturação dos mercados
I ibricados. Por muito tempo o segmento personalizado foi 01-
10111 ti dos bens de consumo duráveis e de responder me-
7(
mas de preço e dos produtos tornaram -se os princípios orga 11 i-
iderado topo de linha, ao qual apenas os abastados podiam ter
zadores da oferta industrial e dos serviços,
acesso: hoje, é possível fabricar produtos personalizados ao mes-
Em sua obra consagrada à história do marketing, Richard S.
mo custo dos produtos padronizados. A Renault e a Peugeot ofe-
edl~w propõe uma periodização análoga à apresentada aqui,
recem a seus clientes, na internet, a definição e personalização de
mas mterpretada sob um ponto de vista muito diferente. A seus
seu carro pela escolha, segundo seus gostos, da motorização, da
lhos, é desde os anos 1950 que o capitalismo se insere numa era
cor, das opções, e isso em segmentos para grande público. Certos
le segmentação, que uma nova abordagem do mercado vem à
serviços oferecem 20 mil toques e logotipos destinados a perso-
luz, levando em conta especialmente os critérios de idade e os fa-
nalizar os telefones celulares. A Nike e a Kickers lançaram um ser-
Ires socioculturais. A partir dessa época, as grandes marcas não
viço de personalização de seus calçados; Barbie propõe que as
preocupam mais em seduzir todos os segmentos da socieda-
meninas "componham" elas próprias a boneca de sua escolha. A
ti ,mas categorias particulares de consumidores: ao marketing
economia da fase III inverteu a lógica que, organizando a produ- ,I massa, em vigor desde os anos 1880, segue-se um marketing
ção padronizada de massa, instituía a preponderância da oferta: ti' egmentação.'
não se trata mais de produzir primeiro para vender em seguida, Se as transformações detectadas por Tedlow são pouco du-
mas de vender para produzir, tornando-se o consumidor final vi I sas, não é menos verdade que na fase II - a fase III no esque-
uma espécie de "comandante" do produtor. Oferecendo uma va- 111 l.de Tedlow - a dinâmica de segmentação permaneceu muito
riedade crescente, multiplicando as opções que garantem a mass III,lI,"imaterial" q~e material, manifestou-se claramente na pu-
customization, a fase IlI, na qual se estende a hipertrofia da ofer- hll idade, mas muito menos na fabricação dos produtos" e nas
ta, aparece como uma economia dominada pela demanda. . tratégias da grande distribuição. Por assim dizer, a comunica-
O que age no universo dos bens materiais age igualmente na 110 stava "adiantada" em relação à produção, ainda dominada
esfera dos serviços, como o demonstra o desenvolvimento das I' lu .: gr~n_desséries de itens padronizados, e em relação à grande
políticas de segmentação tarifária nos transportes e nas teleco- I1 I~ibuição (supermercado, hipermercado), empenhada em me-
municações, a multiplicação dos canais de televisão, as ofertas de 111 rsmos de racionalização extraídos do mundo da indústria de
viagens personalizadas. Desde os anos 1990, as companhias fer- IIIIIS . Nesse plano, é mais como um prolongamento por exten-
roviárias e aéreas abriram-se às estratégias tarifárias diferencia- 111 [ue como uma ruptura que se apresenta a passagem da fase [
das. Diferentemente das fórmulas clássicas em que o preço é fi- II li, ~mbas e~pregando os princípios da organização indus-
xo, qualquer que seja o cliente, daí em diante os níveis de tarifação I1 j,tI ~ rdista.
. MUltO
. . diversa é a fase III' pelo 1;
Catod e que C1eza pro-
variam em função da situação do mercado, do momento da re- 111 1\ ,a. distribuição e os serviços entrarem na era das opções e
s rva, do período do ano, do dia da semana ou da hora do trans- III 'I' nciações aceleradas.
I ort . política de diversificação tarifária explorada em profusão A processo de segmentação parcial típica da fase preceden-
10nl'0 p Ias agências de turismo quanto pelas operadoras de tele- I I HlI -se uma segmentação extrema, quase ilimitada, visand
fonia fixa e móvel. As fórmulas à Ia carte, a diferenciação das ga- fll 15 etárias e grupos cada vez mais subdivididos, promov n-
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vez mais diferenciados, ima que se construiu a grande distribuição ao longo da fase 11.
. d mportamentos ca da Essa lógica "quantitativa" se perpetua, evidentemente, mas, ao
do necesslda es e co . d .s dirigidos a um cer-
d e servIçOSca a vez mal mesmo tempo, desenvolvem-se novas políticas comerciais que,
oferecendo pro utos. 'ficos e micromercados com
. l ndo mchos espeCl 1 . baseadas em uma abordagem mais qualitativa do mercado, põem
to públIco, exp ora _ . t tànea para bolos destl-
.d -ta: preparaçao 10s an I ênfase nas necessidades, nas expectativas, nas satisfações plu-
duração de VI a cUI . d de 35 a cinqüenta anos,
das mulheres casa as " is dos clientes. Daí em diante, com a exceção notável do gran-
nados ao segmento 1) êticos para mulheres afro-
& Gamb e ; cosme I desconto, o objetivo não é mais apenas oferecer os preços mais
com fühos (Procter (E thée Lauder); jornada se-
. de 25 a 35 anos s . I 'lixos, mas fidelizar os clientes empregando estratégias em de-
americanas atIvas l' tes de 62 anos ou mais
- dos preços para os c ien I rdo total com o modelo fordista.
manal de reduçao 'do hiperconsumo é inse-
. Duckwall-Alco).Aepoca Daí uma diversificação mais acentuada da grande distribui-
(magaz1Oes
. mentação dos mercados. , 0, preocupada em desenvolver a qualidade de acolhida, a in-
parável da hrperseg " de diversificação é fre-
O desenvolvimento das estr~tegl~ triunfo do "cliente rei", Iurrnação sobre os produtos, a remodelação das prateleiras em
sentado como signo o "1111 iversos", a assistência comercial, a entrega em domicílio, o
qüentemente apre . b odução esforçando-se
• A •d market10g so re a pr , t I 111. porte dos clientes, as políticas de fidelização. Ora são privi-
da preemmenCla o d o mais precisamente
d mais por respon er I. glldos os meios que permitem tornar menos desagradável a
as empresas ca a vez d r produzir o "personali-
, l.d des da deman a, po umpra-corvéia": ajustamento dos horários de abertura, fórmu-
possível as necess a 1 e pode ser analisada co-
"M t - o fundamenta qu I1 I' crédito, facilidade de acesso, redução da espera nas caixas.
zado de massa. u aça, . d apenas esboçada na fase
al o da 10glCa-mo a, que,
-
I1I1 r forçado o que pode maximizar a "compra-prazer": rota-
mo a radic lZaçao _. apenas a sedução dos
eu apogeu. Nao mais ida das coleções, 'mise-en-scêne dos produtos, animações
n, chega agora ao s " a lógica da variedade, da
s por acreSClmo, ,qualidade do ambiente, bar e restaurante, qualidade do
bens de con forto, ma,. . _ marginais constitutivas, 1
_ 'das dtferenClaçoes 1,1 11\ nto. Antigamente concentrada no preço por suas estraté-
renovaçao perpetua, " É ealmente o "sistema cln
d oda indumentana. r I, , I 'rande distribuição começa a pôr no primeiro plano de
há séculos, a m f . namento mercantil da f(1-
do" ue ordena o unClO , I'l'j ridades a satisfação da pessoa do cliente." Tanto na pro-
moda consuma o. q _ daí em diante hipermoderna ou
se tu:' uma orgamzaçao moda, I II quanto na distribuição, a hora é da diferenciação da ofer-
de marketing. li, uplernento de alma injetado nos produtos, da satisfação
I III Ias-alvo, da diversificação crescente dos conceitos co-
I II1 ; dos serviços.
AS REORIENTAÇÕES DE ~ARKETlNG I' , fa e II foi a da revolução do supermercado e do hiper-
DA GRANDE DISTRIBUIÇAO 11 I1 , 1 fase III é a da progressão rápida das "grandes áreas es-
. . - o e de segmentação alca n~ I II ItI 1 "( Conforama, FNAC, Darty, Décathlon, Sephora, Ikea)
As estratégias de dlferenCla.ça' . - Foi em torno do 1\1 Ii I.' '111, com auto-serviço, um sortimento de produtos me-
. universo da distnb Ulçao. , .
rarn 19ualmente o bai (desconto) e da eficácia nu 1111'11), I rérn mais profundo que o dos não especializados.
" . I" do preço arxo o
gumento raClOna
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I ransformando -os em locai
ÓCd l S de atração em" bi A • »
Nascida nos anos 1970, a fórmula desenvolve-se num ritmo in- ionais e estéticas. ' am iencias Cll0-
tenso a partir dos anos 1980; desde os anos 1990, o crescimento _ No ciclo de consumo III, a estratégia' . dos preços "red id "
de seu montante de negócios é superior ao dos hipermercados. I o corres d " UZI os
pon e mais as expectativas de dif
As grandes áreas especializadas perfaziam, em 2004,41 % do mer- lientes: trata-se de fazer das lojas "locais ~eer~nt~,ssegmentos de
I imular a compra festiva D . d . vida", capazes de es-
cado da jardinagem, 66% do esporte, 41 % dos grandes eletrodo- . epois o ambiente mi l' .
P rfuncional da "fábri d mima ista e hi-
mésticos, 56% da telefonia. 110"h' bi s "a ricas e vender" ' a h ora e' d o retailtainment
Essas firmas têm a característica de oferecer uma especiali- . Iperam lente da mercadoria, feito de mise-en 5 ' '
zação do sortimento responsável por um princípio de coerência: itos e de produtos, de telas de víd - cene de con-
qualidades sensoriais e d . eo: de montagem musical, de
universo da bricolagem, do esporte, da cultura, da beleza. Assim, ecoratrvas EIS o e .
li' iturado por s 1 . spaço comercial rees-
é um universo de carência, por vezes um "estilo de vida", que é , ua vez, pe a forma m d 1
I nalidade emoci li - o a e pe as estratégias com
vendido ao mesmo tempo que produtos. Uma fórmula sem dú- ciona ista.
vida destinada a desenvolver-se, uma vez que se acha em resso-
nância com o hiperconsumidor "profissional" e reflexivo, mais
sensível aos critérios de tecnicidade e à temática da "qualidade", ORRIDA À INOVAÇÃO
tlldlll s e modelos. -
A inflação das novidades As indústrias culturais obedecem à mesma lei "frenética" do
n 111' do perecível. São sublinhadas com freqüência a domina-
A evolução dos ritmos e imperativos de inovação é impres
11 h' um oligopólio de algumas das maiores empresas, as mega-
sionante. Em 1966, 7 mil produtos novos faziam sua aparição na:
li Ia aceleração da concenfração dos grupos que acompanham
prateleiras dos supermercados americanos: em nossos dias, eI '
111"rnlização das trocas econômicas e a maior financeirização
são 16 mil, com uma taxa de insucesso de 95%. Todo ano, 20 mil
I r. Oitenta e cinco por cento das gravações musicais ven-
pr dutos novOSde grande consumo são oferecidos aos europ~lI, ,
I1 li! mundo são produzidos por quatro grandes grupos; os
. nd a taxa de insucesso de 90%.10Em 1995, a Sony comerClal1
quinze primeiros grupos audiovisuais representam quase 60%
duração de vida dos produtos culturais. O tempo curto apod _
do mercado mundial dos programas; as sete maiores empresas
americanas do cinema monopolizam 80% do mercado mundial. rou-se, por Sua vez, do ritmo das obras do espírito. Cada vez 111 a ís,
Mas esse alto grau de concentração das indústrias culturais não livro torna-se um produto de circulação ultra-rápida nas pra-
teleiras das livrarias. No presente, um terço das 550 salas pari-
deve ocultar o outro grande fenômeno, constituído pela crescen-
sienses oferecem um novo filme todas as semanas. Em 1956, os
te variedade dos produtos e pela redução da duração de seu ciclo
times obtinham quase 50% de suas receitas em três meses de ex-
de vida. A era da globalização é menos moldada pelos process~s
ploração; hoje, o essencial dos resultados é realizado em duas se-
de padronização e de homogeneização que pel~ e~pl~sãO da dI-
versidade, pelos imperativos da rapidez, pela dinâmica dos flu- manas, para um fracasso, e em seis ou dez semanas, em caso de
LIesso." Por toda parte, a financeirização das indústrias cultu-
xos permanentes.
I .ris, a oferta superabundante, a demanda instável dos hipercon-
A fim de minimizar os riscos em face da incerteza do suces-
ti midores
ocasionaram a redução do tempo de vida das obras, a
so e de responder a uma demanda imprevisível, as indústrias cul-
lotação acelerada dos estoques, uma espécie de cultura em "flu-
turais não cessam de multiplicar sua oferta de produtos. Nos Es-
tados Unidos, o número de livros publicados aumentou mais de o forçado': Indústrias do divertimento, marketing generalizado,
111>' ssão com as sinergias: a cultura na fase III funciona cada vez
50% ao longo dos dez últimos anos; mais de 100 mil livros são
111 ti como um investimento financeiro que deve obedecer à obri-
publicados todo ano: 135 mil em 2001. Desde 1980, o~ E~tados
Unidos publicaram 2 milhões de títulos contra 1,3 milhão du- II~
l o de remuneração do capital empregado, como um produto
1111'1' antil "como os outros" ou quase como os outros. A despeito
rante os cem anos anteriores. O movimento não poupa a Fra~-
ça onde foram publicados, em 2004, cerca de 60 mil títulos de J 1- dll mbates travados em nome da proteção da "diversidade cul-
, con t ra 25 mI'1em 1980 . Cada nova temporada literária v
vros '''''IIP~a economia da hipermercadoria vê difundir-se irresistivel-
1111111 a lógica do mercado em todos os ramos de atividade, um
um dilúvio de títulos invadir as livrarias: 667 romances apena:
.
tpil. Iisrno midiático dominado pelo aumento da velocidade e
no outono de 2004, ou seja, mais que o dobro do que oferecia 11
111 ti cartável acelerado.
temporada de 1997. A dinâmica de proliferação incorpora igual
mente a indústria do cinema. Enquanto em 1976 Hollywood rC<I
'1/1/1 mia 'da velocidade
lizava 138 filmes, no período 1988-99 o número médio anual dr
longas-metragens produzidos elevou-se a 38:; em 2001, ~s ESI.a
dos Unidos comercializaram 445 filmes, excluídos os pornos. 111
A celeração da obsolescência dos produtos está presente em
111 O setores. Um enorme número de produtos tem uma du-
ças a essa dinâmica de superprodução, o número de filmes 1<111
vida que não excede a dois anos; estima-se que a dos
111 ,
çados na salas da França pôde aumentar 40% em dez ano I
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