Sunteți pe pagina 1din 19

SINAIS VITAIS DO NOVO NASCIMENTO - 1PEDRO 1.22-25 -2.

1-3

INTRODUÇÃO

Na noite em que Cristo instituiu a Ceia do Senhor, Ele disse aos seus discípulos:
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos
outros” (Jo 13.35). Para nossa vergonha e tristeza, nem sempre somos
conhecidos por nosso amor pelos irmãos. Um dos fatos dolorosos da vida cristã
é que o povo de Deus nem sempre se dá bem uns com os outros. Àqueles que
caminham na esperança e santidade devem andar em harmonia, mas isso nem
sempre é verdade.

“Do ponto de vista divino, há apenas um só corpo (Ef 4.4-6.), mas o que vemos
comumente é uma igreja dividida e, às vezes, em guerra”. Precisamos
urgentemente de uma unidade espiritual e o amor que é o vínculo da paz (Cl
3.14).

Vivemos em uma cultura que tem tomado algumas palavras bíblicas e utilizado
de forma que redefine e deprecia o seu significado verdadeiro. Por exemplo, a
palavra “amor” se tornou desvalorizada em nossos dias. Com muita frequência
declaramos: “Eu amo pizza”, “Eu amo chocolate”, “Eu amo meu cão”, “Eu amo
minha família” ou “Eu amo Jesus”. Sem perceber, muitas vezes, declaramos o
nosso amor ao próximo sem refletir nas implicações. É como a menina que foi
convidada para jantar na casa de sua melhor amiga. A mãe de sua amiga
perguntou se ela gostava de brócolis. Ela respondeu educadamente: “Ah, sim,
eu amo!” Mas quando o vegetal foi oferecido, ela recusou. A anfitriã disse: “Você
não disse que amava brócolis?”. A menina respondeu docemente: “Ah, sim,
minha senhora, eu amo, mas não o suficiente para comer!” É fácil dizer que se
ama, difícil é praticar o amor bíblico, o amor verdadeiro. Como vimos, o contexto
sobre o tema da santidade, Pedro declarou nossa responsabilidade (1.15-16),
mas, em seguida, ele apresenta uma longa justificativa por que os cristãos
devem ser santos, ou seja, porque o seu Pai celeste é também seu juiz e fomos
redimidos pelo sangue precioso de Cristo (1.17-21). Pedro faz algo semelhante
com o tema do amor. A resposta de uma vida santa e a obediência à verdade
produz um amor sincero para com os irmãos (22-25).

Quero convidá-lo a olhar primeiro para dois aspectos do novo nascimento, e


então analisar o resultado: o novo amor.

I. O NOVO NASCIMENTO É MARCADO PELA PUREZA DA ALMA EM


OBEDIÊNCIA À VERDADE (1.22)

A Escritura repetidamente deixa claro que a pessoa não convertida está longe
de ter a capacidade de demonstrar amor verdadeiro (Jo 5.42, 1Jo 2.9, 11, 3.10,
4.20; cf. Jó 14.4; Sl 58.3, Jo 15.18, 25; Rm 8.7-8; 1Co 2.14, 2Co 3.5). O Senhor
Jesus disse aos fariseus: “Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da
hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de
Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas” (Lc 11.42). Eles
estavam mais preocupados com os detalhes minuciosos da religião que não
conseguiam manifestar o amor de Deus (1Jo 3.16-17). Em contraste, Jesus
declarou que o amor é a marca inconfundível na vida dos crentes: “Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”
(Jo 13.35; cf. Jo 14.21; 2Co 5.14; 1Pe 1.8; 1Jo 2.5, 4.12, 19, 5.1).

“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade...” (v. 22) –
Vida santa exige purificação (2Co 7.1). Pedro declara que os salvos não foram
apenas redimidos da escravidão do pecado, mas também purificados pela
obediência à verdade. Foi na salvação que os crentes receberam a capacidade
de demonstrar amor sobrenatural. O apóstolo Paulo diz que esse amor foi
derramado em nossa vida pela ação do Espírito santo que nos foi concedido
(Rm 5.5). Um resultado positivo da obediência à verdade é uma vida
purificada. “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?
Observando-o segundo a tua palavra” (Sl 119.9). Como as provações refinam a
fé, de forma semelhante à obediência à Palavra de Deus refina o caráter.
Aquele que se purifica por viver de acordo com a Palavra de Deus descobre a
alegria da obediência. Além disso, é importante destacar que a palavra
“purificado” (hāgnikotes, em grego) é um “particípio perfeito” que descreve uma
ação passada com resultados contínuos. A ênfase não está no que aconteceu,
mas o “estado de coisas” no presente resultantes da ação passada. Em outras
palavras, Deus não apenas nos purificou (cf. Hb 4.1-3; 9.22-23), Ele também
nos concede recursos para o presente e futuro (2Co 5.17; cf. Rm 6.3-14, Co
3.8-10; 2Pe 1.4-9).

Entretanto, diante dessa nova vida em Cristo, é importante destacar duas


lições aqui.

Primeiro, o batismo não salva ninguém. A fé pessoal no sangue de Jesus


Cristo salva uma pessoa da ira e do julgamento de Deus. Mas o batismo é a
forma onde o indivíduo afirmar sua confiança em Cristo publicamente. Mas o
batismo não salva a pessoa. O batismo é um símbolo externo de uma
obediência a Cristo que reflete a realidade interna da fé salvadora. O batismo
não é capaz de regenerar ou garantir a salvação do indivíduo (Lc 23.39-43). Os
Sacramentos não garantem por si mesmos a salvação. O que os torna eficazes
é a ação do Espírito Santo na vida da pessoa que os recebe. Assim, quando
uma pessoa é batizada, não podemos realmente saber se ela, de fato, é um
cristão comprometido com Deus (1Co 12.13). No entanto, o batismo carrega
um simbolismo mais profundo do que a lavagem cerimonial da antiga aliança.
Ele simboliza não apenas a remoção de toda a corrupção, mas também a
renovação do Espírito Santo e o início de uma nova vida. Não apenas somos
purificados pela Palavra, mas também, somos regenerados pela Palavra viva e
permanente de Deus.

Segundo, a fé salvadora é acompanhada da obediência. Há um ensino


pernicioso em nossos dias de que você pode crer em Jesus Cristo como
Salvador, mas obedecê-Lo como Senhor é opcional. Entretanto, não há essa
distinção na Bíblia. Os cristãos são aqueles que têm suas almas purificadas em
obediência à verdade. Em 1Pedro 2.8 e 3.1, ele se refere aos incrédulos como
aqueles que são “desobedientes à palavra”. Em 4.17, ele se refere aos
descrentes como “aqueles que não obedecem ao evangelho de Deus” (cf. Rm
1.5, 10.16, 16.6; 2Ts 1.8; Jo 3.36). No livro de Atos, o evangelista Lucas
declara que: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o
número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (At
6.7). Logo, nas Sagradas Escrituras a salvação é acompanhada de obediência.
Se uma pessoa afirma ser salvo, mas vive em desobediência a Deus e
desrespeito à sua Palavra, a pessoa está enganada (1Co 6.9; Gl 6.7; 1Jo 3.7).
A fé salvadora é marcada pela purificação do homem interior e a obediência à
verdade de Deus. Assim, o primeiro ponto de Pedro é que o novo nascimento
é marcado pela pureza da alma na obediência à verdade.

2. O NOVO NASCIMENTO OCORRE POR MEIO DA PALAVRA DE DEUS


INCORRUPTÍVEL

“pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível...”


(v. 23) – Pedro novamente lembrou aos seus leitores que eles haviam
experimentado o novo nascimento. Essa transformação na vida dos crentes
não cessa, porque ocorreu através da Palavra de Deus, que é imperecível.
Pedro apresenta três aspectos desse novo nascimento que ocorre por meio da
Palavra de Deus:

2.1. O novo nascimento é realizado por Deus através da Sua Palavra, não
pelo homem.

“pois fostes regenerados...” – A palavra “regenerado” (“nascer de novo” na


NTLH e anagennao, em grego) é um particípio passivo (“tendo nascido de
novo”). Ou seja, aponta para a ação de Deus no novo nascimento. É Deus
quem nos salva “... Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador
do Espírito Santo” (Tt 3.5). Esse “nascer de novo” acontece através da Palavra
de Deus (tanto pregada quanto escrita). Tiago afirma: “Pois, segundo o seu
querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que
primícias das suas criaturas” (Tg 1.18).

Os homens podem especular sobre o que Deus é, mas somente através da


revelação e não da especulação, que podemos conhecer verdadeiramente a
Deus. Assim, Ele usa a verdade, especialmente a verdade sobre o Seu Filho
que se entregou na cruz por nossos pecados, para transformar nossos
corações de pedra em coração de carne: “Então, aspergirei água pura sobre
vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos
ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito
novo; tirarei de vós o coração de viva e permanente. Assim, a vida nova que
Deus dá através da Sua Palavra é eterna, não está sujeita à morte. Pedro cita
Isaías para apoiar o seu ponto. No contexto, Isaías profetizou ao povo de Deus
que foi levado para o cativeiro na Babilônia, confortando-os sobre o fato de que
Deus cumpriria Suas promessas restaurando-os a terra. A Babilônia,
exteriormente, era um dos reinos mais impressionantes e poderosos do mundo.
Os jardins suspensos foram considerados uma das maravilhas do mundo
antigo. As muralhas da Babilônia pareciam impenetráveis. Mas Isaías diz:
“Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e
caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, o povo é
erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece
eternamente” (Is 40.6-8). Em outras palavras, não se deixe enganar pela
imponência da Babilônia. Ela vai desaparecer como uma flor, mas a Palavra de
Deus permanecerá para sempre! É claro, a Palavra de Deus através de Isaías
provou-se verdadeira. Pedro acrescenta: “Esta é a palavra que foi anunciada
como uma boa nova para você”. Assim, quando você estiver sofrendo nesse
mundo que parece fascinante e duradoura, não se deixe enganar. Ele vai
desaparecer e perecer, mas o novo nascimento que você possui por meio da
Palavra de Deus habitará para sempre. Além do mais, o amor também vai
durar para sempre da mesma forma que a Palavra de Deus. Paulo diz que o
amor jamais acaba (1Co 13.8). O amor vai durar para sempre (1Co 13.13). O
amor deve ser visível na vida daqueles que são obedientes à verdade.

2.2 O novo nascimento exige um novo amor.

“... tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos
outros ardentemente” (v. 22b) – O amor está no centro da vida cristã. Na
verdade, o amor é o próprio caráter, a própria essência de Deus (1Jo 4.8).166
Como vimos, Jesus declarou que seria por este amor que todos iriam
reconhecer seus discípulos (Jo 13.35). Pedro usou duas palavras diferentes
para o amor: philadelphia que representa o amor de irmãos ou irmãs, amor
fraterno. Pedro também utilizou a palavra agape que expressa o tipo ideal de
amor, aquele que é exercido pela vontade ao invés da emoção, não
determinado pela beleza ou conveniência, mas a nobre intenção de quem ama.
Mas o que isso significa? Creio que o comentarista Warren Wiersbe estava
certo quando pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36.25-27; cf. Jr 31.31-34;
Mt 26.28; Jo 3.5; Ef 5.26; Tt 3.5).

2.3. O novo nascimento não é temporário, mas duradouro.

“pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível...” (v.


23) – Pedro descreve o novo nascimento como vindo de uma semente
imperecível, em contraste com a semente perecível do nascimento humano. A
semente incorruptível é a Palavra (Lc 8.11), que é escreveu: “Compartilhamos o
amor fraternal, porque somos irmãos e irmãs em Cristo e temos semelhanças.
Compartilhamos o amor ágape, porque somos de Deus e, portanto, podemos
ignorar as diferenças”. Diante disto, o apóstolo Pedro nos ensina que o amor
bíblico possui três características específicas:

Primeiro, é um amor sincero. A expressão “não fingido” (anupokritos)


significa “não hipócrita” (cf. Rm 12.9; 2Co 6.6). Este amor entre irmãos
(filadélfia) deve ser sincero. Sabendo do perigo da hipocrisia, Paulo admoestou
aos romanos: “O amor seja sem hipocrisia...” (Rm 12.9, 12.10).

O apóstolo João nos exorta da mesma forma: “Filhinhos, não amemos de


palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo 3.18; cf. 2Co 6.6; 8.8;
Fp 2.1-2; Hb 13.1; 1Jo 3.11, 18). Ao viver esse tipo de amor, Deus pode usar a
unidade amorosa dos crentes para atrair um mundo perdido e despertá-lo para
a sua necessidade de salvação (cf. Jo 13.34-35; 1Co 10.31- 33). No entanto, o
amor (ágape) só pode brotar de um coração transformado pela ação do
Espírito Santo de Deus. Como disse corretamente o comentarista Hernandes
Dias Lopes: “O amor é a marca do cristão, pois é a evidência mais eloquente
da nossa salvação”.

Em segundo lugar, é um amor puro. O provérbio faz a seguinte pergunta:


“Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?” (Pv
20.9). A resposta é: ninguém! Não se pode limpar ou purificar a si mesmo do
pecado. Somente Cristo pode fazer isso (1Pe 1.19-20).172 Você não pode
amar biblicamente ao abrigar o pecado não confessado em seu coração. Ele
deve partir de um coração puro. Foi exatamente isso que Paulo ensinou ao
jovem Timóteo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a
fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2Tm
2.22).

Terceiro, é um amor fervoroso. “... amai-vos, de coração, uns aos outros


ardentemente” (v. 22) – A palavra “ardentemente” (ektenōs em grego) é um
termo de origem fisiológica. Significa esticar um músculo ao máximo. A palavra
é traduzida por Lucas como “intensamente” (Lc 22.44; At 12.5, At 26.7). Pedro
também utilizou da mesma forma: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso
uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pe 4.8).
Na literatura grega a palavra era utilizada para descrever um cavalo que corria
a toda velocidade. Ou seja, o amor é algo que temos que nos esforçar para
praticar. Como um atleta olímpico que treina a exaustão para alcançar o
máximo de suas habilidades.

O amor cristão não é um sentimento, é uma questão de vontade. Mostramos


amor aos outros quando tratamos da mesma forma como Deus nos trata. Deus
nos perdoa, por isso, perdoamos. Deus é bom para conosco, por isso, somos
gentis com os outros. Não é uma questão de sentimento, mas de vontade, e
isso é algo que devemos trabalhar constantemente se quisermos ter
sucesso.Amar biblicamente requer muito trabalho e esforço. Nem sempre é
fácil. Mas é necessário como parte crucial do desenvolvimento de nossa
salvação.

1pedro 2.1-3

Em seu livro, “Santos no mundo, a visão Puritana da vida cristã”, JI Packer


relata que um pregador Puritano chamado Laurence Chaderton certa ocasião
pediu desculpas à sua Congregação por pregar durante duas horas. Eles
responderam: “Por amor a Deus, senhor, vá em frente, vá em frente!” Ah! O
sonho de todo pregador! Minha oração é para que Deus em Sua graça utilize
esse estudo para que você deseje ainda mais crescer no conhecimento da
Palavra de Deus.
Esse é o ponto do apóstolo Pedro: “desejai ardentemente, como crianças
recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado
crescimento para salvação” (1Pe 2.2). O cristianismo não é apenas para ser
crido, mas também para ser vivido. No primeiro capítulo de sua epístola, Pedro
tratou da realidade do novo nascimento não por meio da semente corruptível
ou temporária, mas da semente incorruptível ou eterna que é a Palavra de
Deus. Todavia, todo recém-nascido precisa de alimentação. E assim como um
bebê natural necessita de leite, da mesma forma um novo convertido necessita
do leite espiritual, a fim de ser nutrido em Cristo. Pedro nos convida a dar três
passos específicos para o crescimento espiritual.

I. É NECESSÁRIO ABANDONAR O PECADO

A conjunção “portanto” remete a 1Pe 1.23-25 onde Pedro declarou que “a


palavra do Senhor, permanece eternamente” a “semente incorruptível”, o
evangelho capaz de produzir um novo nascimento. Ou seja, a Palavra de Deus
é a fonte da salvação (2Tm 3.15). Logo, Deus em Sua graça opera através da
Palavra para gerar uma nova vida (Tg 1.18; cf. Jo 20.31; Rm 10.17; 1Co 15.36-
37). Por isso, diante da Palavra semeada, todo cristão deve abandonar as
atitudes pecaminosas de sua velha vida e buscar diariamente ser mais
parecido com Cristo.

“Despojando-vos, portanto...” (v. 1) – Tiago compartilha o mesmo conselho de


Pedro quando escreve: “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo
de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é
poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1.21).

O verdadeiro arrependimento deve sempre começar com o abandono do


pecado. O verbo “despojar” (apotıthēmi, em grego) significa “se livrar de” ou
“lançar fora”. Paulo usou a mesma palavra para expressar nossa atitude em
relação às obras das trevas: “Vai alta a noite, e vem chegando o dia.
Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rm
13.12). Nas antigas cerimônias de batismo, aqueles que eram batizados
deveriam descartar as roupas que usavam na cerimônia. Após o batismo, eles
colocavam roupas novas que recebiam da igreja.
O ato de trocar de roupa simbolizava a realidade da salvação em abandonar as
coisas do passado e se revestir de uma nova vida (Rm 6.3-7; 2Co 5.17; Ef
4.24). O autor de Hebreus nos encoraja a “desembaraçar de todo peso e do
pecado que tenazmente nos assedia e correr com perseverança, a carreira que
nos está proposta” (Hb 12.1). Assim, um cristão que experimentou o novo
nascimento deve abandonar todos os pecados que atrapalham o seu desejo
pela Palavra de Deus (2Tm 2.4). Se abandonássemos o pecado, nossa vida
seria muito mais completa e abençoada.

O pecado nos priva do melhor de Deus, e ainda assim, muitas vezes brincamos
com o algo extremamente perigoso. Tentamos chegar o mais perto possível,
sem se queimar. Mas o pecado nunca opera sem consequências.

O que semeamos, colheremos. “Porque o que semeia para a sua própria carne
da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito
colherá vida eterna” (Gl 6.8).

Pedro lista cinco pecados que devemos nos despojar a fim de


experimentarmos um crescimento espiritual.

Em primeiro lugar, a Maldade – O termo maldade (kakia, em grego) é uma


palavra geral para todo o tipo de malícia (Rm 1.29, 1Co 5.8; Ef 4.31; Cl 3.8; Tt
3.3; Mt 6.34; At 8.22; Tg 1.21).179 Os outros pecados mencionados nessa lista
são decorrentes dessa maldade.

Em segundo lugar, o Dolo – Essa palavra originalmente significava “isca” ou


“armadilha”. Representa um espírito traiçoeiro. Refere-se a alguém que conta
uma mentira a fim de enganar os outros (2.22, 3.10; cf. Mc 7.22-23; Jo 1.47;
Rm 1.29). Lucas usou o mesmo termo no livro de Atos, quando escreveu da
repreensão de Paulo ao mágico Elimas por ser “cheio de todo o engano e
fraude” (At 13.10).

Em terceiro lugar, a “Hipocrisia” – A hipocrisia (hupokrisis, em grego)


significa dissimulação. É utilizar uma máscara para esconder a verdadeira
identidade. Descreve qualquer comportamento que não seja genuíno ou
consistente com o que realmente acredita ou diz que acredita (Mt 23.28; Mc
12.15; Lc 12.1; Rm 12.9; Gl 2.13; 1Tm 4.2; Tg 3.17).
No grego clássico, um hipócrita poderia ser um intérprete, orador, declamador
de poesia ou ator. Jesus criticou os hipócritas de serem piedosos apenas em
público (Mt 6.2, 5, 16). Os hipócritas também foram culpados de criticar as
falhas dos outros e ignorar as próprias falhas (Mt 7.1-5). Jesus muitas vezes
chamou os fariseus de hipócritas por causa do conflito entre suas ações
externas e atitudes internas (Mt 15.1-9). Os hipócritas poderia interpretar o
tempo, mas não os sinais dos tempos (Lc 12.56). Provavelmente, a discussão
mais famosa de hipocrisia seja Mateus 23. Onde os líderes religiosos não
praticavam o que pregavam (Mt 23.3).

Jesus comparou-os aos sepulcros caiados que por fora eram impecáveis, mas
por dentro eram sujos (Mt 23.25-28). Paulo acusou Pedro de hipocrisia por se
recusar a comer com os cristãos gentios em Antioquia (Gl 2.12-13). Paulo
advertiu a Timóteo sobre os falsos mestres hipócritas (1Tm 4.2). Seis vezes no
Novo Testamento, os escritores mostram que a sinceridade (sem hipocrisia,
anupokritos) deve caracterizar o cristão.

O amor cristão (Rm 12.9; 2Co 6.6; 1Pe 1.22), a fé (1Tm 1.5; 2Tm 1.5) e a
sabedoria (Tg 3.17) devem ser sinceros.

Em quarto lugar, a “Inveja” – Descreve um sentimento avarento de querer


ocupar o lugar do outro. Foi esse o sentimento por trás da crucificação de
Jesus: os líderes religiosos tornaram-se invejosos diante da popularidade de
Cristo (Mc 15.10, Mt 27.18; Rm 1.29; Fp 1.15, Tt 3.3). A inveja muitas vezes
leva a ressentimentos, ódio, amargura e conflitos (cf. 1Co 3.3; 1Tm 6.4; Tg
3.16).

Em quinto lugar, “toda sorte de maledicências” – Por fim, o apóstolo Pedro


menciona a maledicência (katalalia, em grego) que significa calúnia. É um termo
onomatopeico, ou seja, soa como os sussurros ou fofocas por trás de alguém
(2Co 12.20).182 Refere-se, essencialmente, a difamação do caráter (cf. 2.12,
3.16, Tg 4.11).183 Essa palavra (katalalia, em grego) aparece somente aqui em
1Pe 2.1 e em 2Coríntios 12.20. O verbo relacionado katalaleō é traduzido como
“falar contra” em Tiago 4.11.

O caluniador diz coisas boas diante da pessoa, mas o deprecia por trás. Ele
sempre fala mal quando a vítima não está por perto. Você conhece alguém
assim? O desejo do apóstolo Pedro é que os seus leitores jamais se
esquecessem de que o pecado é uma fraude. Ele promete alegria, mas paga
com tristeza. Promete prazer, mas paga com lágrimas. Quando Adão e Eva
foram tentados no Jardim do Éden, Satanás compartilhou mentiras, enganos, e
meias-verdades.

Jesus declarou que o Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Entretanto, Deus é a
fonte de toda a verdade. Ou seja, quanto mais conhecemos a respeito do Deus
verdadeiro revelado em Sua Palavra, mais parecidos com Cristo nos tornamos.
Como resultado, até os nossos sentimentos serão transformados (Fo 4.8-9).
Você não precisa de anos de terapia para abandonar estas coisas. Basta
obedecer!

Tome a decisão de romper com as atitudes e pensamentos pecaminosos de sua


velha vida e viva como um verdadeiro cristão. Alguém acertadamente declarou:
“A Palavra de Deus irá mantê-lo longe do pecado ou pecado vai mantê-lo longe
da Palavra de Deus”. Confesse seus pecados e os abandone o mais rápido
possível! E volte para a Bíblia. Se você não fizer isso, você não será motivado a
se alimentar da Palavra de Deus que é o segundo passo do crescimento
espiritual.

2.1 É NECESSÁRIO SE ALIMENTAR DA PALAVRA DE DEUS (v.2)

“desejai ardentemente...” (v. 2) – Pedro queria que seus leitores desejassem


ardentemente a Palavra como um bebê recém-nascido deseja o leite materno.
A palavra desejar (epipothēsate) é um verbo imperativo. O apóstolo Paulo usou
a palavra sete vezes (Rm 1.11; 2Co 5.2; 9.14; Fp 1.8; 2.26; 1Ts 3.6; 2Tm 1.4),
e em cada caso, ela expressa um intenso desejo, ou paixão insaciável (cf. Sl
42.1 e 119.174; Tg 4.5).

Todo cristão precisa e deve ansiar pelo alimento espiritual que produz
crescimento, a Palavra de Deus. É interessante notar que ao utilizar a palavra
“desejar” na epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo declara: “Porque muito
desejo ver-vos...” (Rm 1.11) e quando escreve ao jovem Timóteo, ele disse:
“Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde
de alegria” (2Tm 1.4).
Observe que há um sentimento de profunda saudade. Além disso, é notável
que Pedro não ordene aos crentes a ler a Palavra, estudar a Palavra, meditar
na Palavra, ensinar a Palavra, pregar a Palavra, buscar a Palavra ou
memorizar a Palavra. Todas essas coisas são essenciais, e outras passagens
ordenam os crentes a fazerem isso (cf. Js 1.8; Sl 119.11; At 17.11; 1Tm 4.11,
13; 2Tm 2.15, 4.2). No entanto, Pedro foca no elemento mais fundamental que
os crentes precisam ter antes de exercer qualquer dessas atividades, um
desejo profundo e contínuo pela Palavra da verdade (cf. 2Ts 2.10b). Você
sente falta da Palavra de Deus? É exatamente esse sentimento que os leitores
de Pedro deveriam nutrir em seus corações pela Palavra de Deus. Pedro
declara que Palavra de Deus é pura, racional e nutritiva.

2.1 A Palavra é pura.

“desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite


espiritual...” (v. 2) – A expressão “recém-nascida” (brephos, em grego)
identifica uma criança que acabara de nascer e está chorando
desesperadamente por alimento. Sua maior necessidade é o alimento. Ela
é tão frágil, mas a sua fome é grande!

De forma semelhante, os crentes devem desejar a Palavra de Deus. É um


desejo singular e implacável, porque a vida depende disso. Contudo, Pedro
proclama que não é qualquer tipo de alimento que devemos ansiar. Pelo
contrário, ele diz: “o genuíno leite espiritual”. O termo “genuíno” (adolos, em
grego) significa, literalmente, não misturado, não adulterado. É a mesma
palavra utilizada no versículo 1 (traduzida por “dolo”). É um termo oriundo da
indústria do vinho do primeiro século.

O vinho era muitas vezes misturado com água, especialmente o vinho mais
velho. Muitas vezes, os comerciantes tentavam vender vinho aguado ou
diluído. Portanto, este termo era usado metaforicamente para aquilo que era
“sem mistura” ou “genuíno”. Mas a adulteração não acontece apenas com o
vinho.

Em 2007, investigações da Polícia Federal (PF) apontaram um suposto


esquema de adulteração de leite em Minas Gerais nas cooperativas. Segundo
a PF, o leite adulterado continha água ou soro, soda cáustica, peróxido de
hidrogênio, ácido cítrico, citrato de sódio, sal e açúcar. Este era um leite
“adulterado”.

Alimentar um recém-nascido com leite contaminado é assinar o seu atestado


de óbito. O leite contaminado é um veneno capaz de matar mais rápido do que
a fome. Da mesma forma, sem o genuíno leite espiritual, que é a Palavra de
Deus, o crente vai perecer. O comentarista bíblico Warren Wiersbe
acertadamente escreveu: “A Palavra de Deus tem a vida, dá vida e alimenta a
vida. Devemos ter apetite para a Palavra como bebês recém-nascidos
famintos!”

Davi declarou: “Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente,


os teus juízos” (Sl 119.20). Para Davi a lei se tornou o seu alimento dia e noite
(Sl 1.2). Porém, é muito triste quando os cristãos não têm fome pela Palavra de
Deus. Pedro nos diz para desejar ardentemente o leite genuíno, o leite não
adulterado. Isto é, a Palavra de Deus, sem quaisquer impurezas de erro, e livre
de quaisquer influências humanas.

2.2 A Palavra é racional.

“desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite


espiritual...” (v. 2) – A palavra “espiritual” (logikos) também significa racional ou
o que pertence à razão ou à lógica.A outra vez que ela ocorre na Bíblia é em
Romanos, onde Paulo diz que devemos apresentar nossos corpos como
“sacrifício vivo a Deus que é o nosso culto racional” (Rm 12.2). Assim, o termo
é propositadamente ambíguo. Pedro utiliza-o para mostrar que não está
falando sobre o leite materno literalmente, mas sim sobre o leite espiritual da
Palavra viva e permanente de Deus (1.23). Este leite espiritual é racional. A
razão humana deve se sujeitar à revelação escrita de Deus.

Ninguém pode conhecer a Deus sem o uso de sua mente, pois Ele se revela na
Palavra escrita. Esse equilíbrio deveria corrigir muitos dos excessos de nossos
dias. Existem muitos cristãos subjetivos. Eles operam num nível de sentimento,
desprovido de conteúdo teológico sólido. Outros enfatizam conteúdo teológico,
mas têm medo das emoções. A Palavra de Deus deveria encher nossas
mentes com o conhecimento de Deus e mover os nossos corações com Sua
majestade e amor.
2.3. A Palavra é nutritiva.

“... para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (v. 2) – O
objetivo do desejo de leite puro espiritual de Deus é o crescimento. É sempre
triste ver um ser humano desnutrido, fraco e em desenvolvimento demorado.
Mas muito mais triste é ver crentes espiritualmente desnutridos e
subdesenvolvidos.196 Todos os crentes devem ser motivados pela
oportunidade de crescer e amadurecer em Cristo.

“... vos seja dado crescimento...” – A palavra “crescimento” (auxēthēte, em


grego) é um verbo passivo, que significa literalmente “fazer você crescer”. O
apóstolo Pedro usou o mesmo verbo no fim da sua segunda carta quando
ordenou aos crentes a “crescerem na graça e no conhecimento de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18; cf. At 20.32; 1Tm 4.6). É pela
ingestão da verdade do Espírito Santo que o cristão amadurece e cresce (cf.
2Co 3.18). Deus quer que cresçamos na graça e no conhecimento de Jesus
Cristo. E assim deixaremos de ser um bebê espiritual ou crianças levadas de
um lado para outro por qualquer vento de doutrina. Em vez disso, cresceremos
em tudo naquele que é o Cabeça, Cristo (Ef 4.13-16). A exortação de Pedro a
respeito do crescimento na Palavra genuína lembra a exortação do apóstolo
Paulo aos Filipenses:

“Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim,
deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento
de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as
considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça
própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que
procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição,
e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;
para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu o
tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar
aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim,
não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que
para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o
alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.7-14).
Deus criou o leite materno como alimento ideal para os recém nascidos. Ele
tem a capacidade de proteger o bebê de muitas doenças e nutri-los para o
crescimento. De forma semelhante, a Palavra de Deus protegerá os cristãos de
muitas doenças espirituais. O leite materno vai fazer o bebê crescer durante
meses sem qualquer outro alimento. Já a Palavra de Deus alimenta os cristãos
para que “cresçam para a salvação” (2.2). A salvação aqui significa o último
capítulo da vida cristã, que inclui tudo o que Deus tem proporcionado para seus
filhos. Nós nunca chegaremos a um lugar nesta vida onde podemos deixar de
crescer. Enquanto Pedro fala sobre o crescimento, ele também fala sobre
degustação. Antes de desejar profundamente o leite espiritual, Pedro mostra
que a degustação precede o desejo (v. 3).

3. É NECESSÁRIO PROVAR DO DEUS DA PALAVRA (v.3)

A motivação para desejar a Palavra de Deus ecoa das palavras do salmista,


“Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom” (Sl 34.8). O Salmo 34 deve ter sido
o favorito de Pedro - ele cita novamente em 3.10-12. Além disso, o tema do
Salmo 34 é aproximadamente o mesmo que o de 1Pedro: “Busquei o
SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores” (Sl 34.4) e
“Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Sl 34.19).

“se é que já tendes a experiência...” (v. 3) – A palavra “experiência” (geuomai,


em grego) significa provar, traz a ideia de provar uma comida.198 Pedro se
refere especialmente à bondade do Senhor ou a graça que foi mostrada aos
seus leitores. Em outras palavras, se você conhece a Cristo e tem certeza de
sua salvação, você experimentou da bondade do Senhor, porque você sabe
que merecia julgamento, mas Deus lhe mostrou misericórdia (Rm 5.8).

Os crentes devem regularmente estudar as bênçãos de sua salvação,


lembrando-se das muitas vezes em que Deus respondeu suas orações (cf. Sl
40.1; 116.1; 138.3; Jr 33.3; Mt 7.7; Jo 15.7; 1Jo 5.14-15). O profeta Jeremias
escreveu: “Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram
gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR,
Deus dos Exércitos” (Jr 15.16).

Como o salmista todos devem afirmar, “Puríssima é a tua palavra; por isso, o
teu servo a estima. Pequeno sou e desprezado; contudo, não me esqueço dos
teus preceitos. A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a própria verdade” (Sl
119.140-142).

Conta-se a história sobre um pai que teve que fazer uma viagem até a cidade
para comprar provisões para sua família. Antes de sair em viagem, ele disse a
seu filho para limpar o canal que conduzia água ao poço da casa. O filho
começou a fazer a tarefa todos os dias, mas depois ficou cansativo para ele;
assim, ele parou de ir ao canal e limpar os detritos que se acumulavam lá. No
dia seguinte, a mãe percebeu que a água já não estava fluindo de maneira
correta em casa. Quando o pai chegou de viagem, uma das primeiras coisas que
a mãe lhe disse foi que a água já não estava fluindo corretamente. O pai chamou
o filho e perguntou se ele havia limpado o canal que conduzia água ao poço a
cada dia. O filho confessou que havia deixado de fazer a tarefa. Juntos, pai e
filho foram até o canal e limparam os escombros. Mais uma vez a água da
montanha fluiu perfeitamente até a cisterna da casa. Assim é a nossa vida. Às
vezes permitimos que os detritos se acumulem em nosso relacionamento com o
nosso Deus. Precisamos limpar os escombros para que as águas vivificantes de
Deus possam fornecer o alimento espiritual a sua necessidade!

Conclusão:

Quero concluir fazendo uma importante pergunta: Você realmente nasceu de


novo? Jesus advertiu que haverá muitos que O chamarão de “Senhor” e que,
inclusive, dirão que fizeram muitos milagres em Seu nome, mas no julgamento
Ele dirá: “Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de
mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).

À luz destas coisas, todos nós precisamos saber se realmente nascemos de


novo ou não.

Todo cristão precisa evidenciar três sinais vitais: a fé em Jesus Cristo, o amor ao
próximo e obediência aos mandamentos de Deus. Se não há sinais de uma
nova vida em Cristo, então, você precisa dobrar os joelhos e implorar a Deus por
uma nova vida e “... uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos” (1Pe 1.3).
As pessoas usam a Bíblia de formas estranhas. Você provavelmente conhece a
história do sujeito que sentia que precisava de alguma orientação da Bíblia,
então, ele fechou os olhos e abriu a Bíblia ao acaso e colocou o dedo sobre um
versículo: “Judas retirou-se e foi enforcar-se” (Mt 27.5). Ele pensou: “Isso não
pode ser a vontade de Deus para mim”, então ele tentou novamente: “Vai e
procede tu de igual modo” (Lc 10.37). Ele sabia que havia algum engano, então
tentou mais uma vez: “O que pretendes fazer, faze-o depressa” (Jo 13.27). Pode
ser perigoso usar a Bíblia de forma errada! Podemos até rir desta história,
todavia, não podemos rir da nossa própria situação.

Vivemos uma época de muitos compromissos e sem tempo para nada. Com
frequência invertemos os valores e trocamos o urgente pelo que realmente
importa. Quando deixamos de alimentar nossa alma com o leite espiritual,
tornamo-nos fracos e debilitados para a obra.

Perdemos o desejo pelas coisas de Deus. A igreja se torna sem graça e a vida
secular parece mais agradável. Quando não temos tempo para a Palavra de
Deus estamos apenas reafirmando que Deus não é prioridade em nossa vida.
Por isso, para o bem da sua alma, leia a Bíblia Sagrada! Você já percebeu que
conseguimos arrumar tempo para tudo àquilo que é prioridade para nós? Uma
vez um jovem estudante de violino, aluno de um renomado mestre, experimentou
a alegria de participar do primeiro recital. No final de cada apresentação, a
multidão aplaudia, mas o jovem artista parecia insatisfeito. Mesmo após o último
ato, apesar dos aplausos, o músico parecia infeliz. Porém, ao levantar o arco
percebeu que um homem idoso estava na galeria do teatro assistindo a tudo. Por
fim, o idoso sorriu e acenou com a cabeça em aprovação.

Imediatamente, o jovem sorriu com alegria. Ele não estava olhando para a
aprovação da multidão. Ele estava esperando a aprovação do seu mestre. Os
cristãos devem viver para a aprovação de Deus. Seremos aprovados na maneira
como crescemos no conhecimento da Palavra de Deus e na santidade. Você
tem sido descuidado no uso da Palavra genuína de Deus? O mau uso da Bíblia
conduz à ruína, mas o bom uso leva à piedade. Você ama a Palavra de Deus?
MUELLER. Ênio R. 1Pedro, Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Mundo
Cristão, 1988, p. 123.

MacArthur, J. F., Jr. (2004). 1Peter. MacArthur New Testament Commentary


(101). Chicago: Moody Publishers.

Kittel, G., Friedrich, G., & Bromiley, G. W. (1985). Theological Dictionary of the
New Testament (1229). Grand Rapids, MI: W.B. Eerdmans.

Wiersbe, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (1Pe 1.22). Wheaton,


IL: Victor Books. 194

Vine, W. E., Unger, M. F., & White, W., Jr. (1996). Vol. 2: Vine’s Complete
Expository Dictionary of Old and New Testament Words (509–510). Nashville,
TN: T. Nelson.

MUELLER. Ênio R. 1Pedro, Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Mundo


Cristão, 1988, p. 122.
Cedar, P. A., & Ogilvie, L. J. (1984). Vol. 34: James / 1 & 2 Peter / Jude. The
Preacher’s Commentary Series (132–133). Nashville, TN: Thomas Nelson Inc.
LOPES, Hernandes Dias. 1Pedro. São Paulo: Editora Hagnos, 2012, p. 58. 172

S-ar putea să vă placă și