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RESUMO
Due to its subjectivity, color in timber can be interpreted in different ways, in addition
to the fact that it is unstable and subjected to alterations caused by weathering. This
experiment studied colors and figures of 380. Brazilian tropical wood species based
on the CIE La*b* Color System from 1976. Colorimetric data was determined by means
of a Datacolor Microflash 200d Spectophotometer. A multivariate statistical analyses
by Cluster grouping method was used to determine 25 groups of colors using the
variables L, a*, b* e h, with the objective of creating a wood color chart. A survey was
used to define the nomenclature of the colors to be adopted in the chart. It was
determined 512 color names for 34 wood specimens studied among 28 surveied. It
was observed that the angle of ink (h) in the CIE La*b* System for the species studied
was between 0º and 90º (first quadrant).
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Economista, MSc. camargos@lpf.ibama.gov.br, LPF/IBAMA – Brasília, DF
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Eng. Florestal, PhD. Dep. Engenharia Florestal, UnB – Brasília, DF
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A determinação das cores foi reali- exemplo, as cores roxo, vermelho e pre-
zada obedecendo ao sistema CIE La*b*, to são consideradas cores escuras, pois
recomendado pela CIE (1976). Utilizou- os valores de L das amostras desses
se um espectrofotocolorímetro Datacolor grupos estão abaixo de 56. Por outro
Microflash 200d conectado a um lado, as cores branco, amarelo e rosa são
microcomputador, com iluminante D65 e tidas como cores claras, pois os valores
ângulo de 10º, em temperatura ambien- de L das amostras que se enquadraram
te de 22ºC e umidade relativa do ar de nessas cores, situaram-se acima de 56.
60%. As medições foram feitas nas fa-
ces tangencial ou radial da amostra para Análise dos resultados
obtenção dos valores da claridade (L), Os dados obtidos - saturação (C),
dos matizes vermelho (+a*), verde (-a*), ângulo da cor (h), claridade (L), matiz (a*
amarelo (+b*) e azul (-b*). O valor da e b*) e desenho da madeira - foram ana-
saturação da cor (C) e o ângulo de tinta lisados no pacote estatístico SPSS Base
(h) foram calculados pelas seguintes 8.0 da SPSS Inc., correlacionando-os
equações: com o aspecto da cor da amostra, atra-
C = (a*2 + b*2)1/2 vés de avaliações estatísticas, observa-
h = tan-1(b*/a*) ções empíricas e analogias com outros
estudos para agrupamentos das cores e
Nomenclatura das cores elaboração da tabela.
Realizou-se, com a aplicação de
questionários destinados aos consumi- RESULTADOS E DISCUSSÃO
dores de madeira e profissionais da área,
uma pesquisa visando obter sugestões Foram testados vários métodos para
para uma adequada nomenclatura dos agrupamento das cores: distância
grupos de cores levantados. Os nomes Euclidiana, fórmulas matemáticas (segui-
das cores escolhidas foram dados em das de indexação), estabelecimento de
função do número de repetições sugeri- intervalos para as variáveis cromáticas
do pelas pessoas pesquisadas, sendo, e agrupamento de Cluster. Os grupos
posteriormente, adaptados aos obtidos no agrupamento pelo método de
parâmetros colorimétricos obtidos por intervalo de variáveis foram ajustados
meio do espectrofotômetro. O valor do L conforme o resultado apresentado. Es-
definiu se a cor é clara ou escura, o valor ses novos agrupamentos consideraram
de h (valor derivado de a* e b*) definiu somente os matizes vermelho (+a*) e
os matizes (branco, preto, amarelo, ver- amarelo (+b*) como variáveis principais
melho, oliva, rosa, roxo, cinza, laranja e e, em segundo plano, o ângulo da tinta
marrom) e a variável C definiu a satura- (h). Também utilizou-se a claridade (L)
ção da cor. Assim, dentro de cada gru- para agrupar as cores preto, roxo, oliva,
po, a cor pode ser considerada clara ou laranja, vermelho e branco ou para se-
escura em função do valor do L, ou ain- parar os grupos, nos quais a amplitude
da, amarelada, acinzentada, alaranjada, da luminosidade era muito grande, com-
amarronzada, oliva, rosada, arroxeada e prometendo a plotagem das cores na ta-
avermelhada em função dos valores de bela. Para o agrupamento de todas as
a* e b* ou suas combinações. cores, não foi considerada a saturação
Foi considerada escura a cor cujo (C), pois essa variável tem uma alta cor-
valor de L foi menor ou igual a 56 e, como relação com a variável b*, tornando os
cor clara, o valor de L acima de 56. Por grupos tendenciosos ao amarelo. Em to-
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dos os métodos, foi considerado também relo. Por exemplo: no código 860321, a
o aspecto da amostra. claridade, o matiz vermelho e o matiz
Foram realizadas várias tentativas de amarelo são representados, respectiva-
agrupamento por Cluster. Primeiro, fez- mente, pelos números, 86, 03 e 21.
se um agrupamento com dezoito grupos, A entrada na tabela pode ser feita
utilizando as 5 variáveis (L, a*, b*, C e h). pelo nome da cor em ordem alfabética.
Em seguida, fez-se o agrupamento com Em seguida, pela variável L indexada
25 grupos, utilizando também as 5 variá- dentro de cada cor. Assim, se a cor da
veis. Por último, fizeram-se agrupamen- amostra for vermelho escuro, procura-se
tos com exclusão de variáveis. primeiro a cor vermelho, em seguida o
O número de grupos foi estabeleci- valor do L. Em caso de dúvida na cor,
do em função de vários testes de agru- procura-se pelo aspecto da amostra ou
pamentos, levando-se em considera- pelos valores cromáticos.
ção o aspecto da amostra, o número Para amostras com desenho, foi con-
de matiz, o número de amostras em siderada como cor principal a cor de mai-
cada grupo, os nomes de cores or área. Foram estabelecidas as letras
pesquisados no mercado madeireiro, a abaixo para caracterizar cada figura, sen-
facilidade de manuseio da tabela, os do escritas após cada código da amostra
valores colorimétricos e a diversidade que apresentava o respectivo desenho:
de cores das amostras. a - aspecto fibroso;
Para elaboração da tabela para co- b - com nuanças ou listras semelhan-
res de madeiras, obedeceu-se o agrupa- tes à cor principal;
mento das cores pelo método de Cluster. c - com nuanças ou listras diferentes
Foi elaborado um “lay-out” com amostras da cor principal;
de cores para a cor padrão de cada gru- d - linhas vasculares destacadas.
po encontrado. Quando necessário, po- Por exemplo, o código da amostra 330
derão ser inseridas na tabela mais amos- seria 511422a, por ter aspecto fibroso.
tras de cores do padrão de uma determi- Para separação das madeiras com
nada cor para um mesmo grupo. figura, das espécies sem figura, proce-
A tabela de cor foi dividida em gru- deu-se da seguinte forma: a cor de cada
pos, considerando-se a claridade (L) e a amostra foi mensurada por varredura,
tonalidade (dada pelo ângulo de tinta (h)). porém cada ponto mensurado foi anota-
Em cada grupo, as amostras de cores do separadamente. Em seguida, calcu-
foram indexadas considerando-se os lou-se o desvio padrão dos valores
valores colorimétricos. colorimétricos. Considerando esse des-
Para maior facilidade de manuseio da vio e o aspecto da amostra, foi observa-
tabela, cada intervalo de cor foi acompa- do que amostras com o desvio padrão
nhado do nome da cor correspondente a do ângulo de tinta (h) abaixo de 1,00 apre-
cada amostra. Assim, a cor pode ser en- sentavam-se sem figura e acima desse
contrada tanto pelos dados colorimétricos valor, apresentavam-se com figura.
como pela sua nomenclatura. Cada As amostras de cor foram obtidas das
amostra de cor foi codificada com um fotos das amostras das espécies corres-
número de 6 algarismos, sendo os dois pondentes a cada cor.
primeiros correspondentes à claridade, Os dados obtidos para as variáveis
os dois algarismos seguintes represen- cromáticas L, a*, b*, C e h, foram anali-
tando o valor do matiz vermelho e os dois sados quanto à normalidade, apresentan-
últimos números, o valor do matiz ama- do uma curva de distribuição normal.
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Por meio do agrupamento pelo méto- ângulo de tinta (H) variou de 13,94 (cor-
do de vizinho mais próximo não foi possí- respondente ao vermelho) a 87,00 que
vel obter grupos bem definidos que aten- corresponde à cor amarela.
dessem a todas as cores de madeira. Isso Para madeira de alta claridade
se deve ao fato de se trabalhar com valo- (L>56), o ângulo da tinta (h) é significati-
res cromáticos que, apesar de apresen- vo no agrupamento, enquanto que, para
tarem uma tendência de distribuição nor- madeira de pouca claridade (L£56), a
mal, têm comportamento peculiar para variação no ângulo da tinta pode não ser
cada faixa de comprimento de onda. expressivo. Este fato foi detectado por
Os objetos coloridos refletem a luz Nishino et al. (1998), em um trabalho re-
em intensidade diferente em cada com- alizado com as cores das madeiras da
primento de onda, o que exige um trata- Guiana Francesa, onde o autor observou
mento diferenciado para cada cor. Nes- que para L<54 a correlação de h com o L
te universo, trabalha-se com cores pri- é de 0,584 e para L>54, essa correlação
márias (vermelho, azul e amarelo), co- sobe para 0,704. O Quadro 1 apresenta
res opostas (preto e branco), cor aditiva quatro amostras, sendo as duas primei-
(branco), cor subtrativa (cinza neutro), ras (273 e 76) do grupo 9 do agrupamento
cor secundária (laranja = vermelho + pelo método de Cluster usando as variá-
amarelo), cores terciárias (oliva = preto veis L, a* e b* para 25 grupos (Cluster
+ branco + amarelo) e outras. Assim, La*b*-25) e as outras duas (214 e 92) do
qualquer operação realizada para agru- grupo 3 do mesmo agrupamento, onde o
par uma determinada cor pode ter efei- h, apesar de ter uma correlação de
to contrário no agrupamento de uma Pearson direta com o L de 80%, teve
outra (Figura 1). comportamento contrário quando compa-
Constatou-se que a menor clarida- rado com essa variável. Quando ocorreu
de (L) para a madeira foi de 25,93 (cor- um baixo desvio no L, o desvio do h foi
respondente à cor preta), sendo que, elevado e vice-versa. Esse fato deve-se,
para o preto absoluto, este valor é de provavelmente, à influência do matiz
zero. Por outro lado, o maior valor de L amarelo sobre o ângulo da tinta. No mes-
foi de 86,44 (correspondente à cor bran- mo exemplo, pode ser observado que o
ca), para um branco absoluto de 100. O desvio na diferença das cores (DE) foi
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Quadro 1 Desvio padrão do ângulo da tinta (h) em relação à claridade (L) de 4 amostras de madeiras
de dois grupos de cores do agrupamento Cluster La*b*-25.
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Quadro 2 Grupos de cores obtidos no agrupamento de Cluster usando as variáveis cromáticas L, a*, b* e h.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NISHINO, Y.; JANIN, G.; CHANSON, B.; DÉTIENNE, P.; GRIL, J.; THIBAUT, B.
Colorymetry of wood specimens from French Guiana. Japan Wood Science.
44p. 3-8. 1998.
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PEDROSA, I. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 5 ed. Co-
editado pela Ed. Universidade de Brasília. 224 p. il. 1989.
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