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Como força o Poder é abstrato e para se manifestar está intimamente ligado ao elemento
humano e suas relações. Na vida social, as pessoas se unem e se organizam para realizar
um objetivo comum, para tanto necessitam de uma autoridade que direcione e coordene as
vontades e atividades individuais, estabelecendo procedimentos, rotinas e sanções. Assim
um grupo social para alcançar um interesse comum constitui um poder superior, uma
autoridade capaz de fixar regras e determinar as relações com outros grupos ou entre os seus
próprios membros. Esse poder social é naturalmente restrito aos interesses do grupo. É como
ocorre na família, na igreja, nas associações econômicas, esportivas, artísticas, etc. Sendo o
Estado uma sociedade política, não pode existir sem poder, o qual se estende às pessoas e
aos grupos sociais que se acham no seu âmbito. O poder que nos interessa nesse estudo é
o Poder político e jurídico. Poder esse exercido no Estado e pelo Estado.
CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA
Soberania é una, indivisível, inalienável e imprescritível.
Indivisível – impõe unidade e a ela se aplica a universalidade dos fatos ocorridos no Estado,
não se admitindo a existência de varias partes separadas da mesma soberania (não confundir
com divisão de poder que na verdade é divisão de funções);
Inalienável – aquele que a detém desaparece quando fica sem ela, seja o povo a nação ou o
Estado;
Imprescritível – não tem prazo de certo de duração. Todo poder soberano aspira a existir
permanentemente e só desaparece quando forçado por uma vontade superior.
Soberania significa a qualidade suprema do Poder, ou seja, o próprio Estado. É uma das
bases do Estado Moderno, sendo ela, o Poder do Estado. Liga-se a uma concepção de poder,
pois, mesmo quando concebida como o centro unificador de uma ordem está implícita a idéia
de poder de unificação.
PODER SOCIAL
PODER POLÍTICO
PODER JURÍDICO
O Poder não consegue se exercer dentro do Estado enquanto força bruta. Ele deve dizer o
seu propósito, tornando-se dessa forma legitimo, jurídico e consequentemente político. Pelo
Poder Jurídico temos a expressão do Poder e do Estado, ou seja, o Poder Jurídico representa
o nascedouro do direito, das normas, da coação e permite a funcionalidade do Estado. Será
pelo Poder Jurídico que o Estado poderá agir de forma legitima no exercício do Poder Político
e conduzir a maquina administrativa pública de acordo com as normas de gestão. Dessa
forma, o PODER não existe sem o DIREITO, e o DIREITO não existe sem o PODER. Não há
o exercício do Poder sem a presença do Direito, mas ele (O PODER) não é puramente
jurídico. Essa relação entre PODER e DIREITO, significa dizer que o Poder se subordina as
regras jurídicas cuja positividade ele mesmo criou. Isto implica dizer que, a vinculação do
Poder ao Direito ocorre não apenas no momento da elaboração do Estado, mas também
durante o seu funcionamento. Os órgãos implantados e instituídos pela Constituição
obedecem a um conjunto de competências legais de faculdades para atuação de seus
agentes. Dessa forma, a atuação do Estado no processo de promoção do bem estar coletivo,
da segurança e do progresso, cumpre-se através de atos jurídicos ou de atos materiais que
aos órgãos constituídos competem.
LEGALIDADE E LEGITIMIDADE
Direito e Poder não se confundem, no entanto, dentro do Estado eles estão interligados no
sentido de que o PODER só é exercido quando legitimado pelo DIREITO. Dessa forma, quem
quer que assuma o Poder dentro do Estado tem o seu PODER automaticamente convertido
em DIREITO. Isso significa que esse PODER ganha eficácia porque vem seguido de um dever
de obediência - um fenômeno que se chama Institucionalização da força, ou seja, o Estado é
a manifestação de um PODER INSTITUCIONALIZADO.
Exemplos:
O nazismo era um governo legal, mas ilegítimo, pois provocava a violação de princípios já
consagrados pela civilização. Os golpes e revoluções, embora sejam ilegais podem ser
legítimos porque são revestidos de valores e ideais políticos afinados com as crenças e os
valores da sociedade. Uma profunda crise de LEGITIMIDADE significa que está ocorrendo
uma perda de eficácia do Poder. Se a ordem jurídica não for operacionalizada corre-se o risco
de sua substituição de forma revolucionária. Se não a legitimidade é hora de atuar o PODER
CONSTITUINTE que é a forma por excelência pelo qual se pode reorganizar a LEGALIDADE
com vistas a uma nova forma de LEGITIMIDADE