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AGRÍCOLA BRASILEIRA
Objetivos
• Esse módulo tem quatro objetivos:
• 1) apresentar alguns conceitos chaves da
macroeconomia que permitam entender a dinâmica da
economia brasileira e discutir a importância da
agropecuária e do agronegócio na economia brasileira;
• 2) analisar o papel da agropecuária no processo de
desenvolvimento econômico;
• 3) analisar o funcionamento das principais políticas
macroeconômicas no Brasil e seus objetivos;
• 4) discutir e analisar as principais políticas agrícolas
no Brasil.
1
Conteúdo
• 1 – Conceitos chaves da macroeconomia,
definição e importância da agropecuária e do
agronegócio na economia brasileira
(bibliografia: Bacha, 2004, capítulo 1; Bacha,
2007, capítulos 1 e 2).
• 2 – O papel da agropecuária no processo de
desenvolvimento econômico (bibliografia:
Bacha, 2004, capítulo 2)
• 3 – políticas macroeconômicas no Brasil e seus
objetivos (bibliografia: Bacha, 2007, capítulo 3)
• 4 – Políticas agrícolas no Brasil (bibliografia:
Bacha, 2004, capítulo 3).
Bibliografia
• BACHA, C.J.C. Economia e Política
Agrícola no Brasil. São Paulo: Atlas, 2004.
• BACHA, C.J.C. Entendendo a Economia
Brasileira. Campinas: Atomo, 2007.
2
1 – Conceitos chaves da macroeconomia,
definição e importância da agropecuária
e do agronegócio na economia brasileira
• Tópicos a examinar:
1) Definição de agropecuária e agronegócio;
2) Medidas de atividade econômica (os
indicadores);
3) Evolução do PIB do Brasil de 1970 a 2008;
4) A crise financeira internacional de outubro de
2008 e seus impactos sobre a economia
brasileira;
5) Importância da agropecuária e do agronegócio
na economia brasileira.
3
• O setor secundário refere-se às
atividades que reprocessam ou
combinam os produtos primários da
economia, elaborando novos produtos.
No setor secundário há grande uso do
fator capital.
• E o setor terciário refere-se ao conjunto
de atividades que prestam serviços.
4
• A segunda transformação foi o reconhecimento de
que atividades antes classificadas como
pertencentes aos setores primário, secundário ou
terciário mantêm fortes relações de dependência
entre elas, as quais permitem um novo
reagrupamento de atividades.
• Fruto desse novo reagrupamento tem-se o conceito
de agronegócio.
• Agronegócio é uma unidade agregativa. Não é, do
ponto da teoria econômica, similar às categorias
firmas, indústria e mercados, por exemplo.
5
• Define-se agricultura como sendo “1. Arte de
cultivar os campos; cultivo da terra; lavoura;
cultura. 2. Conjunto de operações que
transformam o solo natural para produção de
vegetais úteis ao homem ...”.
• Agropecuária é definida como sendo “Teoria e
prática da agricultura e da pecuária, nas suas
relações mútuas” (Ferreira et al, 1986, p. 65).
• Neste sentido, a agricultura deveria se referir
apenas à produção vegetal e a agropecuária ao
conjunto de produções vegetal e animal.
6
O uso dos termos neste curso
• O presente curso prefere o uso do termo
agropecuária para denominar o grupo de atividades
que usam a terra como fator de produção seja para o
plantio de culturas, para a criação de animais, o
plantio de florestas, a aqüicultura, por exemplo.
• Agricultura passa a ser um sub-setor da
agropecuária, e a Pecuária é outro sub-setor da
agropecuária.
• Por que é importante distinguir agricultura de
pecuária?
• Ambas podem ter dinamismo diferente e terem
impactos distintos das políticas econômicas.
Definição de agronegócio
• O termo agronegócio é a tradução do termo
agribusiness e se refere ao conjunto de atividades
realizadas pela agropecuária e pelas atividades que
lhe fornecem insumos ou industrializam ou
distribuem os produtos agropecuários e
agroindustriais.
• O agronegócio é uma agregação de atividades,
divididas em, no mínimo, quatro segmentos.
7
Esquema do Agronegócio
Seg- Seg- Seg- Seg-
mento I mento II mento mento
⇒ ⇒ III ⇒ IV
Ofer- Agro-
tantes pecuária Agro- Distri-
de insu- indústri buição
mos as
para a
agrope-
cuária
• Tópicos a examinar:
1) Definição de agropecuária e agronegócio;
2) Medidas de atividade econômica (os
indicadores);
3) Evolução do PIB do Brasil de 1970 a 2008;
4) A crise financeira internacional de outubro de
2008 e seus impactos sobre a economia
brasileira;
5) Importância da agropecuária e do agronegócio
na economia brasileira.
8
1.2 - Medidas de Atividade Econômica
9
Bens finais versus bens intermediários
$5 $8 $ 10
10
Exemplo
• O trigo e a farinha de trigo são bens intermediários
e os alimentos são bens finais.
• Se somarmos os valores monetários dos alimentos
produzidos com base em farinha de trigo, os
valores monetários das farinhas de trigo
produzidas, e os valores monetários do trigo
produzido, estaremos computando este último três
vezes.
11
• Produto Interno Bruto (PIB) é o
valor monetário de todos os bens e
serviços finais produzidos, em um
determinado período de tempo, com os
serviços de fatores de produção
situados dentro dos limites geográficos
de um País.
• No exemplo acima o PIB = $ 10.
12
Valor adicionado
• Valor adicionado é o montante de valor agregado a um
bem intermediário para se gerar outro bem intermediário
ou bem final.
• Valor adicionado = valor bruto da produção – consumo
intermediário.
• O valor adicionado corresponde às despesas com salário,
lucro, juros e aluguéis incorporadas no preço da
mercadoria.
• O PIB de uma nação é calculado através da soma dos
valores adicionados em cada atividade. Isto dá o conceito
de PIB a custo de fatores (PIBCF). Portanto, o PIB é a
soma dos salários, lucros, juros e aluguéis pagos na
economia, ou seja, o PIB é a renda gerada na economia.
• Acrescentando os impostos indiretos, tem-se o PIB a
preços de mercados (PIBPM), que equivale à soma dos
bens e serviços finais negociados no mercado.
Exemplo numérico
VBP $5 $8 $ 10
consumo
intermediário trigo $ 5 farinha de trigo $ 8
valor adicionado $5 $3 $2
13
Exercício 1
• Considere uma economia composta por três
setores: agropecuária, indústria e serviços.
Calcule o valor adicionado por cada setor e o
PIB da economia, sabendo que:
• A) o setor agropecuário tem VBP = $100 e
consumo intermediário = $ 35
• B) o setor indústria tem VBP = $ 150 e
consumo intermediário = $ 55
• C) o setor serviços tem VBP = $ 115 e
consumo intermediário = $ 35.
14
• Sendo, PIBPM = PIBCF + II onde II são
os impostos indiretos.
• A soma de valores adicionados nos dá o
PIBCF.
• O conceito de PIBPM é usado para dar o
valor do produto de toda a economia e o
conceito de PIBCF é usado para determinar
as participações dos setores no PIB.
• Em 2007, o PIBPM foi de R$ 2.558,8
bilhões, o PIBCF foi de R$ 2.190,9 bilhões e
o II foi de R$ 367,9 bilhões. O II
representou 14,4% do PIBPM.
15
Comparação do PIB entre países – 2007
(US$ bilhões)
País PIB País PIB
1o EUA 13.811 9o Canadá 1.326
2o Japão 4.377 10o Brasil 1.314
3o China 3.764 11o Rússia 1.291
4o Alemanha 3.297 12o Índia 1.171
5o Reino Unido 2.728 13o Coréia do 970
Sul
6o França 2.562 14o México 893
7o Itália 2.108 15o Austrália 822
8o Espanha 1.429
Fonte: Banco Mundial
Exercício 2
16
Determinantes do PIB
Há várias óticas de considerar os determinantes do
PIB, entre as quais se destaca a ótica do dispêndio.
Ela mensura o produto pelos componentes que o
absorve (pelos bens e serviços demandados)
PIBPM + M = C + Ir + G + X
Oferta Global Absorção
PIBPM = C + Ir + G + X − M
DAR = Demanda Agregada Realizada
Definições
• PIBPM = PIB a preços de mercado
• C = consumo do setor privado
• Ir = investimento do setor privado
• G = gastos do governo
• X = exportações de bens e serviços
• M = importações de bens e serviços
• T = arrecadação tributária.
17
Políticas macroeconômicas e PIB
• Lembre-se que: PIBPM = C + Ir + G + X − M
• Podem ocorrer conflitos entre políticas
macroeconômicas e o desejo de crescimento do PIB.
• Políticas monetária e cambial visando o controle da
inflação implicam aumento da taxa de juros e queda da
taxa de câmbio. Com isso: Ir↓, X↓ e/ou M ↑ ⇒ PIB ↓
• Política fiscal de controle do déficit público implica: G
↓ e T↑ (C ↓) ⇒ PIB ↓
• Além do conceito de PIBPM há o PIB per capita (PIBPM
dividido pela população residente).
• É possível que o PIBPM cresça e o PIB per capita pode
crescer, ficar constante ou diminuir.
• Tópicos a examinar:
1) Definição de agropecuária e agronegócio;
2) Medidas de atividade econômica (os
indicadores);
3) Evolução do PIB do Brasil de 1970 a 2008;
4) A crise financeira internacional de outubro de
2008 e seus impactos sobre a economia
brasileira;
5) Importância da agropecuária e do agronegócio
na economia brasileira.
18
1.3 - EVOLUÇÃO DA ECONOMIA
BRASILEIRA de 1970 a 2008: os ciclos
• Classificando:
• Crescimento Econômico é a situação na qual PIB
(total) e PIB per capita estão crescendo.
• Desaceleração Econômica é a situação na qual PIB
(total) e PIB per capita crescem a taxas decrescentes.
• Estagnação Econômica é quando o PIB per capita
está constante.
• Recessão Econômica é a situação na qual o PIB
(total) e o PIB per capita diminuem.
Evolução do PIB
3.500.000 18.000
PIB total em milhões
16.000
PIB per capita em
3.000.000
de Reais de 2008
14.000
reais de 2008
2.500.000
12.000
2.000.000 10.000
1.500.000 8.000
6.000
1.000.000
4.000
500.000 2.000
0 0
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
Ano
19
1.3) EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA
de 1970 a 2008: os ciclos
Evolução do PIB
3.500.000 18.000
Milhões de Reais de
3.000.000 16.000
14.000
Reais de 2008
2.500.000
12.000
2008
2.000.000 10.000
1.500.000
2001 a 2003: 8.000
6.000
1.000.000 Estagnação Econômica 4.000
500.000 2.000
0 0
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
Ano
Evolução do PIB
3.500.000 18.000
PIB total em milhões de
3.000.000 16.000
14.000
Reais de 2008
Reais de 2008
2.500.000
12.000
2.000.000 2004 a 2008: crescimento 10.000
1.500.000 econômico. Até quando? E a 8.000
6.000
1.000.000 que taxa?
4.000
500.000 2.000
0 0
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
Ano
20
1.4 - A CRISE FINANCEIRA DE 2008
O começo O meio
Mercado
Guerras do 1. Crédito hipotecário
financeiro com
Afeganistão e para clientes de
grande
Iraque maior risco, e
especulação,
grande aumento
fundos de
dos preços das
investimento
residências
Déficits público e comprando ativos
em transações 2. Alta dos preços de de outros fundos e
correntes dos EUA commodities ativos com
crescimento
3. Alta dos preços de
contábil
ações
descolando do
Maior quantidade valor real
de dólares dentro e
Bancos e Crise
fora dos EUA
Clientes agências financeira:
de maior de falta de
risco não hipotécas confiança
pagam com e
Baixa da taxa de
problemas prejuízos
juros nos EUA
de liquidez contábeis
O fim
Capacidade da
empresa captar
recursos no
mercado financeiro Produção reduz, seja via férias
diminui coletivas ou fechamento de
fábricas
21
Efeitos da crise financeira sobre as
exportações brasileiras
• As exportações brasileiras sofreram impacto negativo
no terceiro trimestre de 2008 e no primeiro bimestre de
2009 devido:
Redução da oferta de crédito internacional para
financiar nossas exportações;
Redução do quantum demandado pelos nossos produtos
exportados devido à desaceleração ou recessão
econômica dos países importadores de nossos produtos;
Queda dos preços em dólar das commodities
exportadas pelo Brasil.
Veja que: PIB = C + I + G + X – M. Logo, X↓ ⇒ PIB↓
• Para compensar isto, o governo apelou pela redução
tributária de modo a aumentar C e divulgou políticas de
aumento de G.
22
O cenário de outros países
• Para a maioria dos países deverá ocorrer
desaceleração ou recessão econômica em 2009.
• Os países emergentes, como Brasil, China, Índia e
Rússia terão, em 2009 e 2010, desaceleração
econômica, ou seja, crescerão nestes anos a taxas
menores do que em 2008.
• Os EUA e os principais países europeus terão
recessão econômica em 2009.
23
Exercício 3
• Segundo as projeções da Global Economic
Outlook, no slide anterior, que países terão,
em 2009 em relação a 2008, desaceleração
econômica? Que países terão recessão
econômica em 2009?
• Tópicos a examinar:
1) Definição de agropecuária e agronegócio;
2) Medidas de atividade econômica (os
indicadores);
3) Evolução do PIB do Brasil de 1970 a 2008;
4) A crise financeira internacional de outubro de
2008 e seus impactos sobre a economia
brasileira;
5) Importância da agropecuária e do agronegócio
na economia brasileira.
24
1.5 - Análise da Participação dos Setores
na Constituição do PIBCF
• O Sistema de Contas Nacionais do
Brasil nos fornece o produto a custo de
fatores de cada setor da economia
brasileira.
• Observando o gráfico 1, os seguintes
movimentos são observados:
25
Gráfico 2 - participação dos setores na composição do PIB brasileiro - 1947 a 2007
80,0
70,0
60,0
50,0
percentagem
AGR OP EC UÁR IA
INDÚST RIA
40,0
SERVIÇOS
30,0
20,0
10,0
0,0
1947
1949
1951
1953
1955
1957
1959
1961
1963
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1996
1998
2000
2002
2004
2006
anos
Fonte: IBGE
26
A crise de 2005 e 2006
• Os anos de 2005 e 2006 presenciaram significativa
redução do PIB da agropecuária, devido à grande queda de
preços, atribuída em parte à valorização cambial.
• A tabela a seguir apresenta as participações dos setores no
PIB.
2004 2005 2006 2007
Agropecuária 6,9 5,6 5,2 5,5
Indústria 30,1 30,3 30,1 28,7
Serviços 63 64 64,7 65,8
Em 2004, o PIB nominal da agropecuária foi de R$ 115,2
bilhões, passando a R$ 105,1 bilhões em 2005, R$ 103,2 bilhões
em 2006 e recuperando para R$ 120,8 bilhões em 2007.
140000
120000
R$ milhões
100000
agricultura
80000
pecuária
60000
agropecuária
40000
20000
0
2002 2003 2004 2005 2006
ano
27
Exercício 4
• Em 1997, as participações da agropecuária e
da indústria no PIB foram, respectivamente,
5,4% e 26,1%. Em 2003, essas
participações foram, respectivamente, 7,4%
e 27,8%. Quais foram as taxas de
crescimento das participações da
agropecuária e da indústria no PIB no
período de 1998 a 2003?
As mudanças na composição do
setor serviços
• É importante observar as mudanças que têm
ocorrido na composição do setor serviços.
• Em períodos de inflação alta, o setor financeiro
teve grande participação na composição do
PIB brasileiro. Diminuindo esta participação
quando a inflação diminui.
• Outro segmento importante na composição do
PIB do setor serviços é o de administrações
públicas.
28
Gráfico 3 - participação do setor serviços e de seus componenntes no PIB - 1947 a 2007
80,0
70,0
60,0
PERCENTAGEM
50,0 SERVIÇOS
INST. FINAN.
40,0 ADM . PUBLICAS
OUTROS SERV
30,0
20,0
10,0
0,0
1947
1950
1953
1956
1959
1962
1965
1968
1971
1974
1977
1980
1983
1986
1989
1992
1996
1999
2002
2005
ANO
29
Visão sistémica da economia
• O complexo agroindustrial (CAI) apresenta
uma visão sistêmica da economia,
evidenciando como certos segmentos
fornecem insumos à agropecuária e outros
segmentos procedem à transformação
industrial e à distribuição dos produtos in
natura ou transformados.
Esquema do Agronegócio
Seg- Seg- Seg- Seg-
mento I mento II mento mento
⇒ ⇒ III ⇒ IV
Ofer- Agro-
tantes pecuária Agro- Distri-
de insu- indústri buição
mos as
para a
agrope-
cuária
30
Dimensão do agronegócio
Os dados das Contas Nacionais sobre a participação da
agropecuária no PIB brasileiro só computam as atividades
realizadas da “porteira para dentro”. Se for adotado o conceito
de complexo agroindustrial, tem-se uma participação maior do
agronegócio no PIB.
Participação da agropecuária e do agronegócio no PIB
brasileiro:
60
50
Percentagem
40
30
20
10
0
1959
1970
1975
1980
1985
1990
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
31
Dimensão do agronegócio na economia
32
Dimensão do agribusiness nas regiões do
Brasil
• O agronegócio pode ter:
Importância diferente nas distintas regiões do
Brasil,
A importância do agronegócio em uma mesma
região ao longo do tempo pode aumentar, diminuir
ou ficar estável,
Os componentes do agronegócio podem ter
diferentes composições entre as regiões,
A participação do agronegócio entre os estados de
uma mesma região em um mesmo ano pode ser
muito diferente.
33
Importância dos segmentos do agronegócio por
região
Tabela 3 - Participação do agronegócio no PIB regional e sua distribuição segundo os
segmentos – Brasil – 1995
Participações dos segmentos no PIB do agribusiness Participação
Região Segmento I Segmento II Segmento III Segmento IV do
agribusiness
no PIB
Norte 14,3 40,1 19,0 26,5 26,2
Nordeste 12,1 37,5 14,5 35,8 28,3
Centro-Oeste 28,3 39,4 7,2 25,0 38,1
Sudeste 15,3 23,3 19,7 41,7 23,2
Sul 20,1 29,6 19,9 30,4 52,5
Brasil 17,6 29,5 17,7 35,1 30,4
Fonte: Parré (2000, p. 99).
34
Outros indicadores de dimensão
35
Gráfico 7.2 Evolução das exportações e importações de produtos de base
agropecuária - 1961 a 2004.
35.000
30.000
Milhões de US$
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
1961
1963
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
Ano expo rtação
Fonte: FAO e IPEA. impo rtação
40000
30000
Milhões de US$
20000
10000
0
1961
1963
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
-10000
-20000
Ano agropecuária
não-agrícola
Fontes: FAO e Ipea. t otal
36
Conteúdo
• 1 – Conceitos chaves da macroeconomia,
definição e importância da agropecuária e
do agronegócio na economia brasileira.
• 2 – O papel da agropecuária no processo
de desenvolvimento econômico
(bibliografia: Bacha, 2004, capítulo 2)
• 3 – políticas macroeconômicas no Brasil
e seus objetivos .
• 4 – Políticas agrícolas no Brasil.
2) O papel da agropecuária no
desenvolvimento econômico
• Três aspectos devem ser discutidos:
• 1) distinção entre crescimento econômico e
desenvolvimento econômico;
• 2) tipos de mudanças estruturais que
ocorrem no processo de desenvolvimento
econômico;
• 3) as formas pelas quais a agropecuária
ajuda no processo de desenvolvimento
econômico.
1
Crescimento versus desenvolvimento
econômico
• Crescimento econômico é o processo de
aumento do produto (por exemplo, o
aumento do PIB) de uma economia. À
medida que ocorre o aumento do produto,
há aumento da riqueza da nação.
Não confundir PIB e riqueza.
• Desenvolvimento econômico é o processo
de mudança estrutural da economia que
leva à melhoria do bem-estar de sua
população.
Os diferentes conceitos de
desenvolvimento econômico
2
Mas como medir desenvolvimento
econômico?
3
Mudanças estruturais no processo de
desenvolvimento
Funções da agropecuária no
desenvolvimento econômico
4
Fornecimento de alimento para a
população
5
Fornecimento de capitais para a
expansão do setor não-agrícola
Fornecimento de divisas
• A agropecuária tem saldo comercial
positivo nas suas transações comerciais
com o exterior.
• Ou seja, a agropecuária exporta mais do
que importa.
• Essas divisas são utilizadas pelos setores
não-agrícolas para viabilizar as
importações necessárias ao processo
produtivo.
6
Fornecimento de mão de obra
Mercado consumidor
• A agropecuária constitui-se em
mercado consumidor de:
• a) produtos de consumo duráveis e
não-duráveis, devido às pessoas
ocupadas na agropecuária.
• b) insumos usados no processo de
produção
7
Fornecimento de matérias-primas
8
Perda de importância das funções
ao longo do tempo
• Ao longo do tempo, é possível que
algumas funções deixem de ser
importantes, como o fornecimento de
mão-de-obra para atividades não-
agrícolas.
• No caso do Brasil, ainda se mantêm
importantes as funções de provisão de
alimentos, provisão de matéria-prima e
geração de divisas.
Exercício 5
• Considere a região onde você vive e/ou trabalha.
Nesta região, quais das seguintes funções a
agropecuária ainda exerce no processo de
desenvolvimento?
• 1) fornecer alimentos para a população
• 2) fornecer capital para a expansão do setor não-
agrícola
• 3) fornecer mão de obra para a diversificação da
economia
• 4) fornecer divisas para importações dos setores
não-agrícolas
• 5) constituir-se em mercado consumidor de produtos
não-agrícolas
• 6) fornecer matérias-primas para a indústria
9
Conteúdo
• 1 – Conceitos chaves da macroeconomia,
definição e importância da agropecuária e
do agronegócio na economia brasileira.
• 2 – O papel da agropecuária no processo
de desenvolvimento econômico.
• 3 – políticas macroeconômicas no Brasil
e seus objetivos (bibliografia: Bacha,
2007, capítulo 3)
• 4 – Políticas agrícolas no Brasil.
3 – Políticas macroeconômicas no
Brasil e seus objetivos
10
• Os instrumentos genéricos são aqueles
elaborados para toda a economia e,
assim, impactam o desempenho da
agropecuária e dos demais setores da
economia.
• Certas combinações desses instrumentos
podem gerar políticas específicas para o
setor agropecuário. Surgem, assim, os
instrumentos de política econômica
específicos, que possuem certas
especificidades, de modo a afetar
diretamente o desempenho da
agropecuária.
Tipos de instrumentos
genéricos
• Os instrumentos de política
econômica genéricos que nos
interessam são a política fiscal, a
política monetária, a política
cambial, a política de rendas e a
política comercial.
11
Tipos de instrumentos de política específicos
12
3.1.1 Tributação
• A tributação é a principal fonte de
arrecadação pública. Existem, ainda, renda
de patrimônio e de royalties.
• Existem três tipos básicos de tributos:
taxa;
contribuição;
impostos
Taxa
• “Taxa é a denominação que se dá ao tributo
que tem como fato gerador o exercício, pelo
governo, do poder de polícia e de fiscalização,
ou o custeio de determinado serviço público
posto à disposição da comunidade de modo
geral”.
• Exemplos: taxa de iluminação pública, taxa de
coleta de lixo, taxa de licenciamento de
veículos.
13
Contribuição
• “Contribuição é uma denominação aplicada aos
tributos destinados a custear serviços públicos
recebidos diretamente pelo contribuinte”, seja no
passado ou no futuro.
• Há dois tipos de contribuições: as contribuições sociais
e as contribuições de melhorias.
• Contribuições sociais: pagamentos ao INSS.
• Contribuições de melhoria: ressarcimento ao setor
público por melhorias de infra-estrutura econômica.
Impostos
• “Imposto é a denominação que se dá ao
tributo que tem como fato gerador um
fenômeno econômico independente de
qualquer atividade estatal”.
• Há dois tipos de impostos:
os impostos diretos
os impostos indiretos
14
• Os impostos diretos são aqueles que
incidem sobre a renda ou sobre o
patrimônio dos indivíduos ou firmas.
• São exemplos de impostos diretos:
o Imposto de Renda Sobre Pessoa Física
(IRPF) e Sobre Pessoa Jurídica (IRPJ),
o Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural (ITR),
o Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU), e
o Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA).
15
Carga Tributária Bruta
• Como já visto, o Produto Interno Bruto (PIB) é a renda
gerada na economia sob as formas de salário, lucros, juros
e aluguéis ao longo de um período, por exemplo, um ano.
• Carga Tributária Bruta é a relação tributos/PIB.
• CTB é crescente de 1998 a 2002. E volta a crescer a partir
de 2004. Na tabela a seguir os valores estão em
percentagens.
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
27,38 28,63 30,67 31,01 32,65 32,54 33,49 34,13 34,52 35,54 36,60
Exercício 6
16
A razão pela qual tem ocorrido aumento da carga tributária
no Brasil é para gerar recursos visando o pagamento de juros
dos títulos do governo.
Lógica das políticas macroeconômicas de 1995 a 2006
Meta: Aumenta os
controle da Aumenta a
gastos do arrecadação tributária
inflação governo com (T↑ ⇒ C↓)
juros
Política
monetária Controla a inflação
contracionista
Há entrada de
Aumenta a dólar no Taxa de
taxa de Brasil para câmbio se
juros especulação valoriza
17
3.1.2 Os Gastos do Governo
18
A prestação de contas
• Terminado o período de execução do
orçamento, os poderes executivos
devem apresentar suas contas aos
Tribunais de Contas (da União, do
Estado e dos Municípios, conforme o
caso), que julgarão se aqueles
executaram corretamente os
orçamentos previamente elaborados e
aprovados.
19
• Isenção Fiscal é a situação na qual
certas atividades ou setores são
liberados, temporariamente, do
pagamento da totalidade ou de certa
parcela de certos tributos.
• Por exemplo, pode-se dar a isenção do
pagamento do ICMS e do IPI nas
operações de exportação, visando
reduzir o preço em dólar do produto
exportado.
20
EFEITOS DA ISENÇÃO FISCAL SOBRE OS
PREÇOS RECEBIDOS
• Seja :
• PR= preço líquido recebido pelo
produtor
• PV = preço bruto cobrado pelo produtor
ao consumidor
• Tem-se:
• PV ⋅ (1-ti) = PR
• Onde, ti é a taxa líquida de tributos.
• PV ⋅ (1-ti) = PR
• Veja que se ti diminui, o PR sobe, mesmo
se PV ficar constante.
• Exemplos:
• situação inicial: ti = 0,05 PV = $ 100
PR = 100 ⋅ (1-0,05) = $ 95
21
• Veja que variando a alíquota de
tributos (ti), pode-se alterar o preço
em reais ou em dólar recebido pelo
produtor, mantendo-se fixo o preço
cobrado junto ao consumidor.
Exercício 7
• Suponha que o PV = 100 e ti = 0,05. Sabe-
se que PR = 95. Se o PV cair para 97, para
quanto deve ser reduzido ti de modo a
manter PR = 95?
22
Decisões sobre gastos e tributação
23
O DÉFICIT PÚBLICO NO BRASIL
Restrição Orçamentária ⇒ total de gastos =
total de receitas
Ou seja:
24
Déficit nominal
• Déficit nominal = gastos nominais do
governo – receita tributária nominal + juros
nominais sobre a dívida interna + juros
nominais sobre a dívida externa = emissão
de moeda + aumento da dívida interna +
aumento da dívida externa
DN = déficit nominal
DN = (G – T) + rDI–1 + rEλDE–1 = (B – B–1) + (DI – DI–1) + λ(DE – DE–1)
25
O DÉFICIT PÚBLICO NO BRASIL
DN = (G – T) + r·DI–1 + r*·λ·DE–1 = (B – B–1) + (DI – DI–1) + λ(DE – DE–1)
DP = déficit primário
•Déficit primário = gastos reais do governo – receita
tributária real = emissão deflacionada de moeda +
aumento real da dívida interna + aumento real da dívida
externa - juros reais sobre a dívida interna - juros reais
sobre a dívida externa + imposto inflacionário
π b–1
DP = g – t = (b – b–1) + (di – di–1) + λ(de – de–1) – r*di–1 – rE*λde–1 +
1+π
26
O DÉFICIT PÚBLICO NO BRASIL
DN DO DP Juros Reais
PIB PIB PIB PIB
Normalmente, estes indicadores são apresentados por trimestres
acumulados: JAN-MAR; JAN-JUN; JAN-SET; JAN-DEZ.
DO =
DP +
Juros Reais
PIB PIB PIB
27
O DÉFICIT PÚBLICO NO BRASIL – 1990 a
2007
70
60
50
40
% 30
20
10
0
-10
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
DN/PIB DO/PIB DP/PIB juros/PIB
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
-6
DN/PIB DO/PIB DP/PIB juros/PIB
28
O DÉFICIT PÚBLICO NO BRASIL
Os seguintes fatos têm ocorrido no Brasil:
DN DO DP
a)
PIB > PIB > PIB
No Brasil:
29
3.1.4 – relação entre déficit público, taxa de
juros e taxa de câmbio
• Déficit operacional = gastos reais do governo –
receita tributária real + juros reais sobre a dívida
interna + juros reais sobre a dívida externa =
emissão deflacionada de moeda + aumento real da
dívida interna + aumento real da dívida externa +
imposto inflacionário
π b–1
DO = (g – t) + r*di–1 + rE*λde–1 = (b – b–1) + (di – di–1) + λ(de – de–1) +
1+π
30
Tipos de instrumentos genéricos
1
A taxa de juros
• A taxa de juros é o valor do aluguel do
dinheiro.
• Esse preço é fixado como uma
percentagem do valor emprestado.
• A taxa de juros é fixada no mercado
através do cruzamento das curvas de
oferta e demanda de moeda.
2
Influência do Banco Central
3
• Para entender a política monetária é
necessário compreender os conceitos
de Meios de Pagamento e de Base
Monetária.
• Segundo Simonsen & Cysne (1990,
p.14), Meios de Pagamento é o total
de haveres possuídos pelo setor não-
bancário (algumas vezes também
denominado de setor público não-
bancário) e que podem saldar qualquer
dívida expressa em moeda nacional.
Meios de pagamento
• No conceito de meios de pagamento,
observe dois pontos:
- só se inclui como meios de pagamento
ativos possuídos pelo setor não-bancário.
Ativos possuídos pelo setor bancário não
se inclui dentro dos meios de pagamento.
- Para ser meios de pagamento, o ativo
possuído pelo setor não-bancário deve ser
capaz de saldar qualquer dívida expressa
em moeda nacional.
4
Mensuração dos meios de
pagamento
• As duas condições acima geram dúvidas
sobre o que incluir como meios de
pagamento.
• Em todos os países do mundo, aceita-se o
conceito de M1 para meios de pagamento.
• M1 = papel moeda em poder do público não
bancário (P0) + depósito a vista nos bancos
comerciais (D)
• Portanto, M1 = P0 + D
Base monetária
• Base Monetária é o total de recursos monetários
das Autoridades Monetárias, ou seja, é o passivo
monetário das Autoridades Monetárias.
• Trata-se da moeda em forma física (notas de
papel e plástico e moedas metálicas) emitida pelo
Banco Central para a compra de ativos.
• A base monetária é também chamada de moeda
primária e representa um débito (um passivo) do
Banco Central com o detentor dessa moeda.
5
BASE MONETÁRIA É O TOTAL DE RECURSOS MONETÁRIOS DAS AUTORIDADES
AO SETOR PRIVADO
TÍTULOS PÚBLICOS
PROGRAMAS ESPECIAIS
6
• Observe que: M1 = papel-moeda em poder do público
não bancário (P0) + depósitos a vista (D)
• Base monetária (B) = papel-moeda em poder do
público não-bancário (P0) + encaixes bancários (Z)
Os encaixes bancários
• Observe que, Z = Z1 + Z2 + Z3 . Define-se:
• R1 = caixa em moeda corrente dos bancos
comerciais/depósitos a vista nos bancos comerciais (=
Z1/D). Ex. R1 = 0,01. Para cada R$ 100 de depósito a
vista tem-se R$ 1,00 de Z1.
• R2 = depósitos voluntários dos bancos comerciais nas
Autoridades Monetárias/depósitos à vista nos bancos
comerciais (= Z2/D). Ex. R2 = 0,03
• R3 = depósitos compulsórios dos bancos comerciais nas
Autoridades Monetárias/depósitos à vista nos bancos
comerciais (= Z3/D). Ex. R3 = 0,40
• R = encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista
nos bancos comerciais (= Z/D). Ex. R = 0,44
• Suponha que o Banco Central emita base monetária no
valor de R$ 150 para pagamento dos dólares
internalizados por um exportador e o exportador fica com
R$ 50 em dinheiro (P0) e deposita no Banco Comercial os
outros R$ 100 reais.
7
CRIAÇÃO DE MOEDA BANCÁRIA
Exemplo 1
R1 = 0,01 R2 = 0,03 R3 = 0,40
1º agente 2º agente 3º agente 4º agente
Depósito 100,00 56,00 31,36 17,57
Z1 1,00 0,56 0,31 0,18
Z2 3,00 1,68 0,94 0,53
Z3 40,00 22,40 12,54 7,03
Empréstimo 56,00 31,36 17,57 9,83
8
CRIAÇÃO DE MOEDA BANCÁRIA
Exemplo 2
R1 = 0,01 R2 = 0,03 R3 = 0,96
1º agente 2º agente 3º agente 4º agente
Depósito 100,00 0 0 0
Z1 1,00 0 0 0
Z2 3,00 0 0 0
Z3 96,00 0 0 0
Empréstimo 0,00 0 0 0
9
CRIAÇÃO DE MOEDA BANCÁRIA
Exemplo 3
R1 = 0,005 R2 = 0,02 R3 = 0,40
1º agente 2º agente 3º agente 4º agente
Depósito 100,00 57,50 33,06 19,01
Z1 0,50 0,29 0,17 0,10
Z2 2,00 1,15 0,66 0,38
Z3 40,00 23,00 13,22 7,60
Empréstimo 57,50 33,06 19,01 10,93
10
Equação de oferta de moeda
• Considere as seguintes razões:
• c = papel-moeda em poder do público não-
bancário/meios de pagamento (= Po/M1).
Exemplo: c = 0,20
• Observe que c + d = 1
11
• Das definições acima, observe que:
• R1 + R2 + R3 = R
• Vimos que B = Po + Z
Mas: Po = c⋅M1 e Z = R⋅D
• Logo: B = c ⋅ M1 + R ⋅ D
• Mas: D = d ⋅ M1
• Logo: B = c ⋅ M1 + R ⋅ d ⋅ M1
• Desta última expressão temos:
B
M1 =
c + d⋅ R
B
M1 = A
1 - d ⋅ (1 - R) (1 VERSÃO DA EQUAÇÃO DE OFERTA DE
MOEDA)
12
• Nova equação da oferta de moeda:
R = R1 + R2 + R3
R1 + R2 = f (r - rd) Portanto: R = R(r, rd, R3)
B
M1 =
1−d[1 − R(r,rd,R3)]
Sendo que:
B↑ ⇒ M1↑ r ↑ ⇒ R ↓ ⇒ M1↑ rd ↑ ⇒ R ↑ ⇒ M1↓
R3 ↑ ⇒ R ↑ ⇒ M1↓
13
expancionista.
B↓, rd↑, R3↑
B↑, rd↓, R3↓
Demanda de moeda
Considera-se que os indivíduos
mantenham sua riqueza na forma de
moeda e de títulos.
• Moeda é um ativo de alta liquidez (isto é,
de alta aceitação nas trocas), mas que
não gera rendimentos. Já títulos são
ativos de menor liquidez, mas que geram
rendimentos.
• Quando r ↑ ⇒ demanda de moeda ↓ , pois
indivíduos demandam mais títulos. Logo a
curva de demanda de moeda é:
14
Equilíbrio no mercado de
moedas
15
Banco Central afetando a taxa
de juros
16
B↑, rd↓, R3↓ B↓, rd↑, R3↑
Diferentes preocupações
• A preocupação do setor privado é com os
efeitos da taxa de juros sobre o
investimento.
• r↑ ⇒ I↓ e r↓ ⇒ I↑. Lembre-se: I↓ ⇒ PIB↓
• A preocupação do BACEN é com os efeitos
de moeda sobre a inflação.
• M↑ ⇒ P↑ e M↓ ⇒ P ↓
17
A crise financeira e a taxa de juros no
último trimestre de 2008 e no primeiro
trimestre de 2009
• Com a queda dos preços das ações de várias
empresas, com a perda de suas rentabilidades e
com a ameaça de falência de vários bancos, os que
tinham saldos monetários a emprestar preferiram
aplicar os recursos em títulos do governo norte-
americano.
• Consequentemente, a curva de oferta de moeda se
deslocou para a esquerda, elevando a taxa de juros
e diminuindo a liquidez da economia.
O
3%
2%
0 4 7 10 Quantidade de moeda
Há redução da liquidez da economia (diminui a quantidade de moeda)
e aumenta a taxa de juros
18
A reação dos bancos centrais
• A primeira reação dos bancos centrais, em todos os países, foi de
usar os instrumentos convencionais de política monetária para
aumentar a oferta de moeda, entre os quais a redução da taxa
básica de juros e a redução da taxa do depósito compulsório.
• No caso do Brasil, adotou-se, primeiramente, a redução da taxa do
depósito compulsório, inicialmente através da redução dos valores
sujeitos a tal depósito e posteriormente através da redução das
alíquotas de tal depósito.
• A taxa de depósito compulsório, que é de 45% sobre o valor sujeito
ao recolhimento, passou a ser de 42% no período de 01/11/08 a
30/06/09.
• Por reconhecer que a agropecuária pode ter um grande papel para
minimizar os efeitos da crise financeira sobre o PIB brasileiro,
devido a seu alto potencial exportador, o percentual mínimo dos
depósitos a vista a ser emprestado à agropecuária, que é atualmente
de 25%, passará a ser de 30% no período de 01/11/08 a 30/06/09.
• Desde o ano passado está ocorrendo redução da taxa de juros
básica da economia, a taxa Selic.
Os intermediários financeiros
• Os bancos comerciais são intermediários no
repasse de recursos entre os agentes
econômicos.
• Eles tomam recursos dos agentes com
orçamentos superavitários e os repassa aos
agentes com orçamentos deficitários.
• Os bancos cobram um spread entre a taxa
de juros de captação e a taxa de juros de
empréstimo.
• No mercado financeiro, acrescer não é
somar.
19
Taxas de empréstimo e de captação
20
Taxa de juros nominal e real
21
• Uma taxa de juros real negativa
significa um subsídio ao tomador de
empréstimo, sendo que ocorre uma
transferência de renda do agente que
concede o crédito ao tomador de
crédito.
• No exemplo acima, observe que o
tomador de empréstimo deveria
devolver, no mínimo, R$ 2,00 para cada
R$ 1,00 tomado de empréstimo
(considerando correção monetária de
100% devido a inflação).
22
Exercício 8
• Calcule a taxa de juros real, nas seguintes
situações:
• 8.a) quando a taxa de juros nominal é de
152% e a taxa de inflação é de 10% ao ano;
• 8.b) quando a taxa de juros nominal é de
14,65% e a taxa de inflação é de 10% ao
ano.
23
Evolução das taxas de juros nominal e real efetiva –
taxa Selic – janeiro de 2005 a março de 2009
5
2
Percentagem
0
1995 01
1995 07
1996 01
1996 07
1997 01
1997 07
1998 01
1998 07
1999 01
1999 07
2000 01
2000 07
2001 01
2001 07
2002 01
2002 07
2003 1
2003 7
2004 01
2004 07
2005 01
2005 07
2006 01
2006 07
2007 1
2007 07
2008.01
2008.07
2009.1
-1
-2
-3
-4
-5
t axa de juros real-IGP
t axa de juros real-FIPE
Mês t axa de juros nominal
Exercício 9
• Considere que a taxa de juros básica da
economia (taxa SELIC) seja de 10,25% ao
ano (confirmada em 29/04/09) e a taxa de
inflação esperada para 2008 seja de 4,25%
ao ano (previsão do IPCA). Qual é a taxa de
juros real anual prevista na taxa SELIC?
24
Taxa de juros real básica projetada (% a.a.)
País Taxa ao ano País Taxa ao ano
em 20/04/05 em 29/04/09
Brasil 12,9 China 6,6
Turquia 7,3 Hungria 6,4
África do Sul 5,2 Brasil 5,8
Hungria 5,1 Argentina 4,3
México 4,6 Turquia 1,7
Austrália 3,7 Portugal 1,7
Israel 3,1 Tailândia 1,5
Inglaterra 3,0 Taiwan 1,4
Polônia 2,8 Espanha 1,4
China 2,4 França 0,9
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2005 Fonte: Folha de São Paulo, 30/04/2009
25
4.3. A Política Cambial
26
Desvalorização e
Valorização do real:
• Situação inicial:
• R$ 2,15 = US$ 1,00
• Desvalorização do real:
• R$ 2,37 = US$ 1,00 (λ↑)
• Valorização do real:
• R$ 1,94 = US$ 1,00 (λ↓)
Exercício 10
• Em fevereiro de 2003 a taxa de câmbio era
R$ 3,50 por US$ 1.00. Em dezembro de
2006 a taxa de câmbio foi de R$ 2,15 por
US$ 1.00. Qual foi a taxa de valorização
cambial nesse período?
27
Efeitos esperados da variação cambial
Efeitos esperados:
QX↑ ⇒ x↑
Desvalorização cambial: λ↑
QM↓ ⇒ m↓
QX↓ ⇒ x↓
Valorização cambial: λ↓
QM↑ ⇒ m↑
Seja:
PER$ = o preço bruto em reais recebido pelo exportador brasileiro.
PEUS$ = o preço bruto em dólar recebido pelo exportador brasileiro.
PMR$ = o preço em reais pago pelo importador brasileiro.
PMUS$ = o preço em dólar pago pelo importador brasileiro.
λ = taxa de câmbio (quantidade de reais trocados por cada unidade de dólar).
Temos:
PE R$ = λ ⋅PEUS$ e
PMR$ = λ ⋅PMUS$
28
Outras variáveis afetando X e M
29
Taxa de câmbio com flutuação suja
• O Mercado fixa a taxa de câmbio, com o BACEN
atuando quando julgar necessário.
• O BACEN só atua aumentando a demanda ou a oferta
de divisas.
λ
Oferta de divisas (exportadores e
BACEN)
E
λ0
30
Efeitos da taxa de juros sobre a taxa de
câmbio – período de janeiro de 2003 a
setembro de 2008
λ
OUS$
E
3,50 O’US$
1,59
F
DUS$
D’US$
QUS$
Quantidade de divisas
De janeiro de 2003 até setembro de 2008, o investidor estrangeiro, motivado
pela alta taxa de juros interna, pela confiança na economia brasileira e pela alta
liquidez internacional, trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o
deslocamento da curva de oferta de divisas para direita. A curva de demanda
deslocou-se para a esquerda pelo fato do investidor nacional fugir do dólar.
3
R$ por dólar
0
1994 07
1994 11
1995 03
1995 07
1995 11
1996 03
1996 07
1996 11
1997 03
1997 07
1997 11
1998 03
1998 07
1998 11
1999 03
1999 07
1999 11
2000 03
2000 07
2000 11
2001 03
2001 07
2001 11
2002 03
2002 07
2002 11
2003 03
2003 07
2003 11
2004 03
2004 07
2004 11
2005 03
2005 07
2005 11
2006 03
2006 07
2006 11
2007 03
2007 07
2007.11
2008.03
2008.07
2008.11
2009.03
Mês
31
Efeitos da crise financeira sobre a taxa de
câmbio
λ
O’’US$
G O’US$
2,39
1,59
F
D’’US$
D’US$
QUS$ Quantidade de divisas
λ
O’’US$
G
2,39 O’’’US$
H
2,15
DUS$
QUS$
Quantidade de divisas
32
Especulações financeiras versus taxa
de câmbio = volalidade
• A taxa de câmbio está, desde o começo da crise financeira,
sujeita a grandes oscilações diárias associadas às expectativas
dos investidores.
• Se há queda dos preços das ações, os investidores migram
para o mercado de câmbio, comprando e fazendo a taxa de
câmbio subir.
• Se as perspectivas são mais favoráveis ao mercado de ações,
os investidores vendem dólar e migram para o mercado de
ações.
• Em momentos de término de contratos de câmbio, os
investidores, dependendo da posição adotada, fazem pressões
no câmbio. Por exemplo, se há fortes investidores em posição
comprada, eles pressionam o mercado de câmbio para
aumentar a taxa.
2
1,8
1,6
1,4
1,2
1
01/08/2008
13/08/2008
25/08/2008
04/09/2008
16/09/2008
26/09/2008
08/10/2008
20/10/2008
30/10/2008
11/11/2008
21/11/2008
03/12/2008
15/12/2008
29/12/2008
12/01/2009
22/01/2009
03/02/2009
13/02/2009
27/02/2009
11/03/2009
23/03/2009
02/04/2009
15/04/2009
28/04/2009
dia
33
Volatilidade diária da taxa de câmbio
Dia 16/10/08, o BACEN fez dois leilões Dia 17/10/08: caiu R$ 0,04
de venda, caiu R$ 0,08
22/10/08
–
aumentou
R$ 0,04
34
Conseqüências da alta volatilidade da taxa de
câmbio na economia brasileira
• A alta volatilidade da taxa de câmbio dificulta a
negociação de produtos cotados em dólar.
• Exercício 11:
Suponha que um comprador tenha adquirido uma
tonelada de celulose a US$ 720 em 08/10/08 pagando
R$ 2,39 por dólar. Em 14/10/08, a mesma tonelada de
celulose foi adquirida a US$ 720, mas a taxa de
câmbio foi de R$ 2,08 por dólar.
11.1) Quanto se pagou em reais em cada um desse dias
pela mesma tonelada de celulose?
11.2) Qual foi a diferença em reais paga nesse período
de 6 dias?
Balanço de pagamentos
Balanço de pagamentos:
35
Balanço de pagamentos
• Transações correntes
• Movimentos de capitais
Balanço de pagamentos
As contas do balanço de pagamentos • Transações correntes
se classificam em dois tipos: • Movimentos de capitais
36
Balanço de pagamentos
As contas do balanço de pagamentos • Transações correntes
se classificam em dois tipos: • Movimentos de capitais
Balanço de pagamentos
37
Balanço de pagamentos
Para efeito de lançamento contábil no • Conta operacional
balanço de pagamentos, suas contas
• Conta de caixa
são classificadas em:
Balanço de pagamentos
Para efeito de lançamento contábil no • Conta operacional
balanço de pagamentos, suas contas
• Conta de caixa
são classificadas em:
38
Estrutura do balanço de pagamentos
I) Balança Comercial
exportações (FOB) (+ crédito)
importações (FOB) (– débito)
39
Balanço de pagamentos do Brasil, 2004 a 2007 (em
milhões de dólares)
2004 2005 2006 2007 2008
Balança comercial 33.640 44.758 46.086 40.028 24.745
Exportações 96.474 118.309 137.470 160.649 197.942
Importações 62.835 73.551 91.384 120.621 173.197
Balanço de Serviços -4.496 -8.094 -9.477 -12.770 -16.127
Balanço de Rendas -20.702 -26.182 -27.666 -29.740 -41.107
Transf. Unilaterais 3.268 3.558 4.306 4.029 4.188
Saldo em Trans. Cor. 11.711 13.985 13.621 1.551 -28.300
Capital e Financeira -7.330 -9.464 15.982 89.086 32.986
Erros e Omissões -2.137 -202 966 -3.153 -1.717
Saldo Total do BP 2.244 4.319 30.569 87.484 2.969
20000
4000
milhões de dólar
importações em
milhões de US$
Exportações e
15000 3000
2000
10000 1000
0
5000
-1000
0 -2000
1999.01
1999.07
2000.01
2000.07
2001.01
2001.07
2002.01
2002.07
2003.01
2003.07
2004.01
2004.07
2005.01
2005.07
2006.01
2006.07
2007.01
2007.07
2008.01
2008.07
2009.01
mês
40
Evolução da dívida externa e das reservas externas
brasileiras
Dívida externa Reservas
internacionais
31/12/2000 216.920 33.011
31/12/2001 209.934 35.866
31/12/2002 210.711 37.823
31/12/2003 214.930 49.296
31/12/2004 201.374 52.935
31/12/2005 169.450 53.799
31/12/2006 168.868 85.839
31/12/2007 197.696 180.334
31/12/2008 200.193 206.806
41
Tipos de instrumentos genéricos
• Os instrumentos de política
econômica genéricos que nos
interessam são:
a política fiscal,
a política monetária,
a política cambial,
a política de rendas, e
política comercial
1
Exemplos de políticas de renda
• São exemplos de políticas de renda:
legislação trabalhista, definindo regras de uso da
força de trabalho e sua remuneração;
Políticas ambientais: baseiam-se em normas que
restringem o uso de fatores de produção ou o modo
de combiná-los, de forma a minimizar os impactos
negativos dos processos de produção e de seus
produtos sobre o meio ambiente.
política de zoneamento de uso da terra, definindo
que porção do espaço físico pode ser utilizada e
como; e,
políticas de determinação de correções de preços
(como planos de congelamento de preços).
Legislação trabalhista
• A legislação trabalhista estabelece
limites máximos para a jornada de
trabalho (44 horas por semana), salário
mínimo para o trabalhador e encargos
sobre o salário a serem pagos pelo
empregador.
• O salário mínimo é fixado em lei. Foi
proposto pela CLT em 1942, mas seu
valor real varia ao longo do tempo.
2
Encargos trabalhistas
Encargos trabalhistas
• Há encargos trabalhistas também na
demissão de um trabalhador.
• Paga-se: aviso prévio, multa do saldo
do FGTS, férias e 13o salário a vencer e
os encargos legais sobre as férias e 13o
salário a vencer.
3
Exercício 12
Suponha que uma empresa precise de serviços
de portaria e limpeza e se depara com duas
situações: contratar funcionários próprios ou
terceirizar os serviços. Os salários para esses
profissionais totalizam R$ 1.000,00 por mês.
No mercado, existem empresas de
terceirização oferecendo esses serviços por
preços entre R$ 1.300,00 e R$ 1.500,00 por
mês. Qual é a melhor opção para a empresa?
Política Ambiental
Código Florestal Lei do Gerenciamento
Costeiro
4
Política de Zoneamento do uso da terra
• O Governo Federal, ao definir o uso da
vegetação nativa em um imóvel rural,
define o uso da terra. Há três áreas
definidas em lei:
• 1) áreas de preservação permanente (a
serem preservadas)
• 2) reserva legal (pode ser explorada, mas
não pode ser destruída)
• 3) áreas livres para uso
Políticas de congelamento de
preços e salários
• Cinco planos que congelaram, por lei,
preços, salários e câmbio. Eles tiveram
resultados e duração distintos. Eles foram:
• Plano Cruzado (fevereiro de 1986)
• Plano Bresser (junho de 1987)
• Plano Verão (janeiro de 1989)
• Plano Collor I (março de 1990)
• Plano Collor II (fevereiro de 1991)
5
Tipos de instrumentos genéricos
• Os instrumentos de política
econômica genéricos que nos
interessam são:
a política fiscal,
a política monetária,
a política cambial,
a política de rendas, e
política comercial
6
Política Comercial
• Um dos objetivos da Política Comercial é
melhorar o saldo da Balança Comercial
(que é a diferença entre as exportações
e as importações de mercadorias).
• Os instrumentos de Política Comercial
podem se divididos em:
1) instrumentos de estímulo às
exportações;
2) instrumentos de restrições às
importações.
Instrumentos de estímulo às
exportações
• Os principais instrumentos de
estímulos às exportações são:
1) subsídios às exportações;
2) acordos bilaterais de comércio;
3) área de intercâmbio comercial;
4) atividades de promoção comercial:
feiras, exposições, câmaras comerciais
e viagens de negócios.
7
Subsídios às exportações
• São pagamentos diretos ou indiretos feitos
pelo governo para encorajar as
exportações.
• Podem ser feito através de reembolsos,
redução de impostos ou concessão de
crédito subsidiado.
• Tratam-se de combinações das políticas
fiscal (redução de impostos e reembolsos)
e monetária (crédito subsidiado).
Acordos bilaterais
• São acordos entre duas economias,
normalmente uma grande e outra
pequena, onde a economia grande dá
quotas de importação ou alíquotas de
importação preferenciais ao país pequeno.
• Combina-se política fiscal (alíquota de
importação) com política de rendas (quota
de importação).
8
Área de Intercâmbio Comercial
9
Atividades de promoção comercial
10
Restrições quantitativas às
importações
• Trata-se de uma política de rendas que
consiste em limitar, em volume e/ou valor, as
importações.
• Pode ser feita através de quotas de
importações, proibição de importações (caso
de barreiras não tarifárias) e/ou monopólio
estatal nas importações. Esse último, pode
regular o montante importado de acordo com
as necessidades de equilíbrio do saldo da
Balança Comercial.
Impostos de importação
• É uma mudança da política fiscal onde se
estabelecem impostos específicos
(chamados de tarifas) sobre os produtos
importados.
• Essa política pode ser implementada sob a
forma de imposto específico (em valor
nominal), ad valorem (em percentagem sobre
o valor do produto) ou mista (uma parte do
imposto é fixa e a outra é proporcional ao
preço do produto).
11
Controles cambiais
• Consiste em modificações da política
cambial de modo a:
1) dificultar a compra de dólares necessários
à importação de certos produtos;
2) haver cobrança de taxas de câmbio
maiores na venda de dólares necessários
à importação de certos produtos.
Controles cambiais
• Os controles cambiais podem ser
estabelecidos através:
1) depósito prévio para compra de cambiais,
onde o importador paga à vista por
cambiais a receber no futuro;
2) esquemas burocráticos que atrasam a
compra de divisas;
3) vigência de múltiplas taxas de câmbio na
economia.
12
Exercício 13
• Se houver uma redução drástica do saldo
comercial do Brasil, quais devem ser as
medidas de política comercial a serem
adotadas?
Conteúdo
• 1 – Conceitos chaves da macroeconomia,
definição e importância da agropecuária e
do agronegócio na economia brasileira.
• 2 – O papel da agropecuária no processo
de desenvolvimento econômico.
• 3 – políticas macroeconômicas no Brasil
e seus objetivos.
• 4 – Políticas agrícolas no Brasil
(bibliografia: Bacha, 2004, capítulo 3).
13
4 – Políticas agrícolas no Brasil
• Os instrumentos genéricos de
política econômica podem ser
modificados ou combinados de
modo a gerar novos instrumentos
de estímulo ou regulação
específica para a agropecuária.
14
4.1 - POLÍTICA DE CRÉDITO RURAL
Trata-se de um mecanismo de
concessão de crédito à
agropecuária a taxas de juros e
condições de pagamento diferentes
das vigentes no mercado livre (e
determinadas pela política
monetária).
15
TIPOS DE CRÉDITO RURAL
16
CRITÉRIO PARA FIXAÇÃO DA
TAXA DE JUROS NOMINAL
• Na experiência brasileira de crédito rural, tem-se
presenciado dois tipos de critérios para fixação da
taxa de juros nominal: taxa de juros pré-fixada e
taxa de juros pós-fixada.
• A taxa de juros pré-fixada é aquela determinada no
momento do empréstimo.
• A taxa pós-fixada contém um componente a título de
atualização monetária e outro a título de juros reais.
• Taxa de juros de empréstimo = {[(1 + A.M.) (1+r*)] -1 }100,
sendo A.M. a atualização monetária, que pode ser
medida pela TJLP, pelo IGP-DI ou pela TR.
17
• A partir de 1987 o volume de crédito rural
decresceu até o início da década de 90,
estabilizando-se, até 1994, em valores
próximos aos vigentes no início da década de
70.
• Em 1995 e 1996, ocorreu nova forte redução
no volume concedido de crédito rural, com
recuperação parcial de 1997 a 2008.
• Essa recuperação do volume deflacionado do
crédito rural tem sido acompanhada com
taxas de juros reais positivas.
160.000 40
crédito (milhões de reais
140.000 30
120.000 20
100.000 10
80.000 0
60.000 -10
40.000 -20
20.000 -30
0 -40
1970
1973
1976
1979
1982
1985
1988
1991
1994
1997
2000
2003
2006
ano volume
Fonte: BACEN e Bacha et al (2005).
taxa de juros real
18
Fontes de recursos do crédito
rural
• Durante a década de 70, a maior parte
dos recursos do crédito rural era
oriunda de fontes com baixos custos de
captação.
• Isto permitia a concessão de
empréstimos a taxa de juros nominal
inferior à taxa de inflação, implicando
taxa de juros real negativa. Esta última
implica transferência de renda a favor
do setor agropecuário.
19
As fontes privadas de provisão
do crédito rural
• Desde a segunda metade da década de 1980
tem havido redução dos recursos de baixo
custo de captação e aumento dos recursos
de maior custo de captação no financiamento
da agropecuária.
• Recursos de baixo custo de captação:
recursos do Tesouro Nacional, exigibilidade
sobre os depósitos a vista e emissão de base
monetária.
20
Contrato Soja Verde
• Documento que registra a venda a termo de
soja feita pelos produtores à agroindústria e
exportadores.
• A agroindústria e exportadores adiantam
recursos aos sojicultores e recebem, no
futuro, em produto.
• Trata-se de instrumento muito tradicional na
agropecuária brasileira, já feito no século XIX
entre exportadores e produtores de café.
CPR - Física
• É uma versão oficial das vendas a termo.
• O produtor rural recebe, a vista, da
agroindústria, exportador ou investidor um
montante financeiro e entregará, no futuro,
uma quantidade determinada do produto.
• O sistema bancário serve como avalista da
operação, sendo que o valor do aval é
descontado do valor recebido pelo produtor.
21
CPR - Financeira
• Segue o esquema da CPR-Física. No entanto, o
comprador da CPR não receberá o produto, mas
sim o valor equivalente ao produto.
• A CPR-Financeira pode ter o seu valor corrigido
pelo preço do produto ou por outro índice (de
inflação, por exemplo) acertado entre as partes.
• A CPR-Financeira funciona como uma nota
promissória e tem a vantagem do comprador não
precisar receber o produto e arcar com os custos
financeiros, tributários e de estocagem do mesmo.
• A CPR-Financeira permitiu que os bancos
passassem a ser compradores de CPR e não
apenas os seus avalistas.
CDA
• Certificado de Depósito Agropecuário
• Produtor rural emite um CDA conforme
produto depositado em armazém.
• O CDA é prova de que o produto existe
e permite a emissão de CPR-Física e
de WA.
• É possível a venda do CDA.
22
WA
• Warrant Agropecuário.
• O proprietário do CDA emite WA para
alavancar recursos financeiros.
• O WA só pode ser emitido com base no
CDA. Assim, o valor do WA será menor do
que o do CDA.
• O CDA e WA podem ser vendidos em
conjunto ou separado.
1. Produtor deposita
Fluxo Operacional da CDA-WA mercadoria num armazém;
2. Armazenador
emite CDA-WA;
ARMAZÉM
3. Produtor registra,
através de um banco,
2 o CDA-WA em uma
Deposita
EMISSÃO entidade de registro e
produto
1 DO CDA-WA liquidação de títulos, que
passará a acompanhar
eletronicamente
as operações que
envolverem os títulos;
PRODUTOR
4. O produtor tem
várias alternativas de
3
negociação com os títulos.
Alguns exemplos:
SISTEMA DE REGISTROS 5. Vende CDA-WA
E LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA - Equivale a vender
a mercadoria;
23
CDCA, LCA e CRA
• Funcionam como derivativos, pois são títulos
emitidos com base em carteira de outros
títulos, que são os DCA (direitos creditórios
do agronegócio composto de CPR, notas
promissórias rurais, duplicatas rurais, CDA,
WA e demais contratos).
• Emissores:
• CDCA ⇒ cooperativas, agroindústrias,
beneficiadores e indústrias de equipamentos.
• LCA ⇒ instituições financeiras
• CRA ⇒ companhias securitizadoras
PRODUTOR/
1. Produtor ou cooperativa deseja financiar a compra
COOPERATIVA de insumos agrícolas com lastro em recebível em uma
viabilização
revenda ou algum agente não financeiro que se disponha
de novos a financiar gastos de custeio (empresa supridora de
6 emite
1 2
entrega
empréstimos CPR insumos insumos, empresa demandante da produção, etc.). Emite
uma CPR, por exemplo)
vende paga
4 5 Na data do vencimento, o produtor paga sua dívida
e resgata o recebível de sua emissão. No vencimento
do CDCA, a empresa financiadora faz o pagamento
INVESTIDOR ao investidor, resgatando o CDCA por ela emitido.
O investidor se expõe ao risco da empresa emissora
do CDCA.
Fonte: Plano Agrícola e Pecuária 2007/2008, p. 40
24
Fluxo Operacional da LCA
5 paga
5. Um investidor, interessado nas
condições do título, compra a LCA;
EMISSÃO DE LCA
Com a receita da venda da LCA, o banco obtém
vende 4 novos recursos para aumentar sua capacidade de
financiamento para a agricultura; No vencimento
do recebível, o produtor paga sua dívida com o
banco, resgatando o título por ele emitido.
No vencimento da LCA, o banco paga ao
INVESTIDOR investidor, finalizando a operação. O investidor
se expõe ao risco do banco emissor da LCA.
3
4. A securitizadora compra os recebíveis
com desconto e emite um CRA;
25
Taxa de juros versus taxa de desconto
• Os títulos privados (CPR, WA, CDCA, LCA e
CRA) são negociados a taxa de descontos, que
devem ser convertidas em taxas de juros.
• Taxa de juros = [(VF−VI)/VI]*100, VF valor final e
VI valor inicial da operação.
• Taxa de desconto = [(VF−VI)/VF]*100
• Por exemplo: VF = 100 e VI = 80, implicam taxa
de desconto de 20% e taxa de juros de 25%.
• Os títulos privados (CPR, LCA e CDA) estão
sendo negociados a taxas de juros mais
elevadas do que o crédito controlado e o crédito
livre.
26
Tabela 1 – Comparativo entre os
volume de operações registradas com os
novos títulos de financiamento da
agropecuária e o total de crédito rural –
Ano de 2007
NOVOS TÍTULOS 1 VOLUME
Gráfico 1 - Evolução do número e do valor real das CPR
(R$
negociadas via Banco do Brasil
Milhões)
70.000 7.000.000
CDCA (a)
R$ m il de dezem bro
1.550 60.000 6.000.000
50.000 5.000.000
quantidade
LCA (b) 746
de 2008
40.000 4.000.000
30.000 3.000.000
CDA-WA (c) 4.460 20.000 2.000.000
CPR (física e financeira) (d) 10.000 1.000.000
1.076
0 0
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
TOTAL (e = a+b+c+d) 7.832
TOTAL DE RECURSOS ALOCADOS ano
51.200
EM CRÉDITO RURAL 2 (f) quantidade
Fonte: Banco do Brasil, 2009
valor real
CDA-WA + CPR s/total Crédito Rural % [(c+d)/f] : 10,8 %
Exercício 14
• Suponha que um produtor rural venda uma CPR-
física de café correspondente a 100 sacas para
entrega daqui a um mês e que o preço previsto no
mercado é de R$ 250,00 por saca daqui a um mês.
No entanto, o produtor recebe agora R$ 22.000,00.
14.1) Qual é a taxa de desconto dessa operação?
14.2) Qual é a taxa de juros dessa operação?
27
4.2 - POLÍTICA DE PREÇOS MÍNIMOS
Trata-se de um mecanismo
específico de política de rendas
para a agropecuária, onde se
garante no ato do plantio um preço
mínimo para o produto a ser
colhido no futuro.
28
AMPLITUDE
DA POLÍTICA DE PREÇOS MÍNIMOS
SISTEMÁTICA DA POLÍTICA DE
PREÇOS MÍNIMOS
29
safra
30
• Se o preço atual de um produto está em
nível baixo, há diminuição da área
plantada daquele produto, diminuindo a
produção na próxima safra. Com isto, o
preço do produto aumentará na próxima
safra.
• Pt+1 ↓ ⇒ APt+1 ↓ ⇒ PRODt+2 ↓ ⇒ Pt+2↑
31
Preço Produção
Preço
Produção
PGPM
• Visando diminuir as flutuações da renda
da agricultura (advindas da
instabilidade de preços), ao longo de
um ano-safra e ao longo dos anos-
safras, foi criada a Política de Garantia
de Preços Mínimos.
32
• A idéia é fixar antes do plantio um preço
mínimo para cada produto, sendo que o
Governo Federal se compromete a
adquirir o produto, na época da
colheita, a este preço mínimo se o
preço de mercado ficar abaixo do preço
mínimo.
• Essa é a versão AGF (Aquisição do
Governo Federal) da Política de
Garantia de Preços Mínimos.
33
• Há duas modalidades de EGF: com
opção de venda e sem opção de venda
ao Governo Federal.
• O EGF/SOV é o Empréstimo do
Governo Federal sem opção de venda
ao Governo Federal.
• Nesse caso, vencido o empréstimo o
produtor deve pagá-lo ao agente
financeiro, não podendo vender o
produto ao Governo Federal ao preço
mínimo vigente.
34
METODOLOGIA DE CÁLCULO DO
PREÇO MÍNIMO
• Em uma economia com poucas transações com
o exterior, o preço mínimo pode ser calculado
como sendo igual ao custo unitário variável.
• Isto é, considera-se apenas as despesas
variáveis (mão-de-obra, sementes, adubos,
defensivos, sacarias, por exemplo) e não as
despesas fixas (custo de uso da terra, por
exemplo).
• A idéia é que cobrindo o custo variável unitário
(CVMe), o produtor ainda continua na atividade
econômica.
35
PREÇO MÍNIMO EM UMA ECONOMIA
INFLACIONÁRIA
36
RECURSOS NECESSÁRIOS À
EXECUÇÃO DA PGPM
• O AGF e o EGF implicam custos para o Tesouro
Nacional, mas não para os produtores.
• Havendo recursos públicos, o AGF e EGF são
realizados. Não havendo esses recursos, esses
instrumentos deixam de ser operantes.
• A crise fiscal da segunda metade da década de
90 levou à redução da efetividade do AGF e EGF
e à criação de novos instrumentos de PGPM:
PEP e COVPA
37
Contratos de Opções de Venda de
Produtos Agrícolas (COVPA)
38
Custo do COVPA
• O custo (prêmio) do COVPA varia de
produto a produto e para um mesmo
produto de uma região para outra.
• O valor do prêmio do COVPA é
estabelecido em leilão.
• Em 1999, o prêmio do COVPA arroz foi de
0,502% do preço de exercício no Mato
Grosso e de 1,012% no Rio Grande do
Sul.
39
A sequência do PEP é a seguinte:
40
• 4) o Governo Federal seleciona as ofertas de
maior deságio percentual, as quais
correspondem aos menores valores de y.
• 5) o arrematante, tendo sucesso no leilão,
deverá ir, junto com o produtor, a uma
agência do Banco do Brasil para acertar a
venda do produto.
O arrematante paga à vista ao produtor o
valor de x reais por unidade de produto. O
valor pago pelo arrematante é depositado no
Banco do Brasil e este paga o produtor após
a emissão da nota fiscal em favor do
arrematante.
41
• Ao final do processo, o produtor
recebeu x reais por unidade do produto,
o arrematante pagou (x – y) reais por
unidade do produto e o Governo
Federal arcou com a subvenção de y
reais por unidade de produto (que é o
prêmio para escoamento do produto).
• O deságio percentual é dado por = [(x -
y)/x].100}. Quanto menor é y, maior é o
deságio percentual.
Vantagens do PEP
42
Exercício 15
• Considere que o preço de garantia de um
produto seja de R$ 20,00/sc. O preço de
mercado do produto é R$ 19,00/sc e o custo
de transportar o produto do local indicado
no leilão do PEP para o de destino é R$
1,00/sc. Se o arrematante desejar obter lucro
de R$ 1,00/sc, qual será a taxa de deságio a
ofertar no leilão do PEP?
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Os novos instrumentos criados no
período de 2004 a 2006
• Baseado na idéia da subvenção a ser paga pelo
governo ao setor privado no PEP e no lançamento de
opções de venda criado pelo COVPA, o governo
federal criou novos instrumentos de subvenção ao
setor privado para ele assumir o papel de garantia de
preços. Eles são:
• Contratos Privados de Opção de Venda e Prêmio de
Risco de Opção Privada (PROP)
• Prêmio Equalizador pago ao produtor – PEPRO
• Prêmio para Equalização de valor de referência da
soja em grãos - PESOJA
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• 2) É feito um leilão do Prêmio de Risco para
Aquisição de Produto Agrícola Oriundo de
Contrato Privado de Opção de Venda (PROP).
• 3) Nesse leilão o arrematante não paga nada ao
Governo (através da CONAB), mas apenas a
corretagem do corretor e oferece um deságio em
relação à subvenção. Ou seja, oferece uma
percentagem em relação a subvenção, por
exemplo, 100% ou 95%, o que implica desejar
receber 100% ou 95% do valor da subvenção.
Seleciona-se o que ofertar maior deságio.
• 4) a agroindústria, cooperativa ou exportador
selecionado a receber o PROP é obrigado a lançar
uma opção privada de venda de produto
agropecuário.
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Fluxograma operacional dos leilões de PROP
e dos Contratos Privados de Opção de Venda
1. O Governo realiza
um leilão de PROP para
1o Leilão: Prêmio dividir entre as empresas e
1 2 cooperativas compradoras
Lançador do Prêmio da produção agrícola o
Lançador do Prêmio montante de recursos
Consumidores
MAPA / CONAB alocados à operação;
de Grãos(1)
2. As empresas que
2o Leilão: Prêmio arrematarem PROP
obrigam-se a realizar leilão
3 4 de Contratos Privados
Lançador do
Compradores de Opção de Venda;
Contrato de Opção
Produtores de Grãos
Consumidores
e Cooperativas 3. Ofertam os contratos
de Grãos aos produtores. Os
compradores dos
contratos pagam um
(1) Cooperativas, criadores de aves e suínos, indústrias de ração e alimentos, exportadores, etc. prêmio ao lançador;
4. Os produtores que
comprarem as opções
podem utilizá-las no
momento do exercício.
1. No vencimento, se o
preço de exercício for
PROPRIETÁRIO DE OPÇÕES menor do que o preço
de mercado, a opção
1 2 não será exercida;
2. Se o preço de
mercado estiver abaixo
PREÇO DE EXERCÍCIO MENOR PREÇO DE EXERCÍCIO MAIOR do preço de exercício,
QUE PREÇO DE MERCADO QUE PREÇO DE MERCADO o produtor entregará a
mercadoria à empresa
2 lançadora das opções;
GOVERNO
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O papel das cooperativas
• É possível às cooperativas ter um papel maior na
garantia de preços através dos Contratos Privados
de Opção de Venda e Prêmio de Risco de Opção
Privada – PROP.
• As cooperativas podem participar dos dois leilões.
Elas podem tanto se habilitar a obter o PROP (no
1o leilão) como a lançarem opções de venda a seus
associados (no 2o leilão).
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Prêmio Equalizador pago ao produtor
(PEPRO)
• Para obter o PEPRO, o produtor tem que se cadastrar no
Serviço Eletrônico de Comercialização (SEC) da Conab e ser
representado por corretor.
• O valor do PEPRO é fixo, e o produtor rural nada paga para
obtê-lo, exceto a comissão do corretor que o representa no
SEC.
• Obtido o PEPRO (por exemplo, R$ 3/sc) o produtor se obriga
a vender o produto pela diferença entre o preço de garantia do
produto (por exemplo, R$ 20/sc) e o valor do PEPRO.
• Assim, no exemplo acima, o preço comprovado em nota fiscal
passa a ser R$ 17/sc. Esse valor o produtor recebe do
comprador e mais R$ 3/sc do PEPRO, totalizando o preço de
garantia.
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Tabela 6 – Importância dos instrumentos da PGPM por cultura (Quantidade negociada / Produção total) (t)
Instrumentos Produto 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
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