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Ao dedicar nosso empenho e esforço pela edição desta obra, ficamos com a
certeza de estarmos contribuindo não apenas com o panorama cultural e
histórico de nossa Uberaba.
Estamos mais, rendendo uma justa homenagem à Causa Maçônica,
registrando sua atuação e fatos e, humildemente, buscando somar mais
um tijolo à magnífica e sólida construção de Amor e Fraternidade
dirigida pelo Trabalho Maçônico.
PERÍODOS DE
1859 a 1917
E
1918 a 1944
POR
Segunda parte
“Estrela Uberabense”
Período de 1918 a 1924......................................................................................................... 43
Estrela Uberabense
17/01/1918 - 6a loja....................................................................................................................................... 44
Períodos de eleições - Instalação - 17/01/1918 - 23/05/1918....................................................... 51
Eventos memoráveis na intimidade da Loja Maçônica - “Estrela Uberabense”....................... 51
Festivos............................................................................................................................................................ 52
O prédio próprio - Período de 1918 a 1924........................................................................................... 53
Terceira parte
Estrela Uberabense
Período de 1924 a 1944......................................................................................................... 61
Quarta parte
Lutas.......................................................................................................................................... 69
Lutas................................................................................................................................................................. 70
Alfaias.............................................................................................................................................................. 73
Biblioteca........................................................................................................................................................ 74
Escolas............................................................................................................................................................. 75
Asilo Anália Franco....................................................................................................................................... 78
Hansenianos.................................................................................................................................................. 78
Abrigo de menores....................................................................................................................................... 79
Considerações............................................................................................................................................... 80
HISTÓRICO
PERÍODO DE 1859 A 1917
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Honramos a memória
dos que foram chamados
a fim de reforçarem
as colunas dos
TEMPLOS DO ALÉM,
preparando-se, mais ainda, para novas pugnas futuras,
em nome do Direito,
em nome da justiça,
em nome da Liberdade.
Honremos, principalmente, aqueles Obreiros que,
integrando a COMISSÃO PRÓ-CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
DA “ESTRELA UBERABENSE” souberam eternizar
o próprio exemplo do DEVOTAMENTO MAÇÔNICO:
JOAQUIM TELÉSFORO DE OLIVEIRA
HÉRCULES BENETTI
MIGUEL JORGE DIB
RICARDO MlSSON
DR. CARLOS SIMONEX - Engenheiro Construtor
DR. INÁCIO FERREIRA
13
DOS ACONTECIMENTOS PASSADOS
É QUE TIRAMOS OS PROVEITOS
NECESSÁRIOS PARA
FORTALECIMENTO DO PRESENTE
PROCURANDO EVITAR OS ERROS E
BURILAR OS ACERTOS.
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SOLIDARIEDADE
Como componente da Comissão de Construção, após a entrega do Templo
recém-construído, com o quadro bastante fortalecido, completamente aparelhado
e em pleno funcionamento, requeri afastamento por tempo indeterminado. Justi-
ficou minha intenção de afastamento o plano de auxiliar outros companheiros na
construção do Lar Espírita - instituição destinada a abrigar e educar meninas órfãs
e desamparadas - a essa enorme e difícil tarefa dedicando grande parte do meu
tempo.
Como Diretor-Médico do Sanatório Espírita, integrei-me nos trabalhos de
pesquisas, procurando, durante anos e anos, divulgar os seus resultados, através
de livros e artigos em inúmeros jornais e revistas espíritas do Brasil e do Estran-
geiro.
Durante essa fase, eventou-se a ideia e necessidade de um Histórico da Ma-
çonaria em Uberaba. Eis que todos os encarregados pessoais ou em comissão nada
conseguiram.
O trabalho, o esforço e o tempo gasto em pesquisas foram sobre-humanos,
ao lado de outros compromissos.
Aí está a obra.
Completa? Não: noventa por cento. Todavia sujeita, ainda, a incorreções.
Cem por cento certa é apenas a convicção de que fiz o possível, à espera de
que outros a completem, na sua inevitável insuficiência, a corrijam, nas suas falhas,
e a enriqueçam de novas achegas documentais.
Sinto-me feliz, por mais este trabalho em prol da Maçonaria em Uberaba e,
apesar dos pesares, rogo ao Grande Arquiteto do universo novas oportunidades
para, como pedreiro-livre, continuar, de régua, esquadro e compasso, burilar, cada
vez mais, os Templos onde se trabalha pela Liberdade - Igualdade - Fraternidade.
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HISTÓRICO
O período áureo da maçonaria brasileira decorreu entre os anos de 1850 a
1890, com os primórdios das lutas pela República, a Guerra do Paraguai e a Aboli-
ção da Escravatura.
Todos os homens livres, que ansiavam pela liberdade de Pensamento e con-
sequentes manifestações e liberações em prol da Pátria e do seu semelhante, acor-
reram às fileiras maçônicas, cuja Ordem se enriqueceu em força e valor.
Pelo Brasil inteiro houve o congraçamento de todas as almas livres, na ânsia
de transmitirem a todos as suas ideias e os seus pensamentos para construírem
uma vida, uma sociedade, uma Pátria mais feliz e mais tranquila.
Lojas foram fundadas em todos os recantos. Do Brasil inteiro partiam apoio e
amparo aos Altos Dignitários que, no Oriente do Rio de Janeiro, sustentavam a luta
pertinaz contra a opressão dos poderosos.
Desde os primórdios de 1700 a 1722, o atual território de Uberaba e circun-
vizinhanças era passagem forçada para os primeiros núcleos que demandavam o
território de Goiás. Aqui acampavam, como posto obrigatório para descanso e recu-
peração de energias, tanto que a rota era conhecida por “Estrada de Anhanguera”
(apelido indígena do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva) e, mais tarde, “Estra-
da de Goiás”, além de “Estrela Real”.
Território denominado “Arraial do Desemboque”, a princípio; mais tarde, por
volta de 1809, “Arraial da Farinha Podre” ou, ainda, “Arraial da Capela do Lageado”,
era também ponto de concentração dos que vinham dos lados da Metrópole, à bus-
ca de ouro, quando não eram os que voltavam, cansados e desiludidos, de Goiás.
Em 1809-1812, o Sargento-Mor Antonio Eustáquio da Silva e Oliveira vem em
socorro das famílias pioneiras, frequentemente atacadas pelos terríveis índios
Caiapós, dominadores deste Sertão da Farinha Podre, comandando o Fundador um
grupo de 30 homens armados.
Aqui, após instalar-se com chácara no local onde, atualmente, está a Fazenda
Experimental Getúlio Vargas, construiu sua casa, na esquina da Praça Rui Barbosa
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com Rua Artur Machado, onde existira, até recentemente, o sobrado da loja “Notre
Dame de Paris”. Em torno desta sua morada, foi-se estabelecendo o povoado, com
tal expansão, que se tornou município em 1836 e, em 2 de maio de 1856, foi elevado
a cidade, pois já se constituía de um núcleo capaz, atraindo inúmeros forasteiros
que aqui aportavam, ora como enviados para as repartições que se abriam, ora
como pessoas de iniciativa, à procura de ambiente para o comércio, para a indús-
tria, para a pecuária e para a lavoura.
Entre essa falange de empreendedores que aqui aportou, trazendo a civi-
lização, os melhoramentos e os capitais, para maior desenvolvimento e grande-
za da cidade que surgia, vieram também alguns Obreiros do Grande Arquiteto do
Universo já portadores de graus elevados, em demonstração do seu trabalho e do
seu valor, sentindo na alma os mesmos anseios que lhes foram transmitidos em
Orientes longínquos.
Quais foram eles?
Não nos foi possível, até o momento (1962, avançando para 1987), obter a
documentação necessária para apontarmos os nomes dos primeiros maçons que,
em Uberaba, levantaram as colunas do Templo do Grande Arquiteto do Universo.
Esperamos, todavia, consegui-los nos arquivos do Grande Oriente do Brasil, reser-
vando o espaço respectivo, com vistas ao reconhecimento futuro, como pioneiros
da fundação da:
1a loja
denominada
“Amparo da Virtude”
fundada em 01/06/1859
Capitular em 01/10/1860
Benemérita em 10/10/1867
Registro Nº 129
Já em 1987, verificamos que há 128 anos, portanto, começou a funcionar a
primeira Loja Maçônica em Uberaba. Para isso, adquiriu-se uma casa na Praça Rui
Barbosa (antiga Praça da Matriz), no local onde se acha o “Cine Teatro São Luiz”,
feitas as adaptações adequadas para o devido uso.
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Com o fito de angariarem-se os proventos necessários ao cumprimento das
suas finalidades, promoviam-se espetáculos com artistas amadores, dos quais não
dispomos de registro. Mas, passada essa fase imprecisa, criou-se uma instituição
paralela à Loja Maçônica: o Clube Literário Uberabense, cujo espetáculo inaugural
se realizou em 10 de junho de 1880 (tricentenário da morte de Camões). no Teatro
“São Luiz”.
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Civilização do Brasil Central”, o Clube literário de Uberaba funcionava “em uma sala
do edifício pertencente à Maçonaria, na Rua Major Eustáquio.
Por sua vez, José Mendonça, em “História de Uberaba”, diz às páginas 54 e
seguintes que o teatro não tinha nome, atê 1877, ocasião em que os companheiros
do maçom Luis Soares Pinheiro Junior homenagearam o seu líder teatral, dando o
seu prenome à instituição. Em conclusão, ali, bem antes de tudo, funcionava, com o
seu próprio nome, a primeira loja Maçônica “Amparo da Virtude”.
Por enquanto (1987), de modo indireto mas documentadamente, descobri-
mos apenas um nome a ela vinculado: Maximiano José de Moura, seu Tesoureiro,
do qual voltaremos a tratar mais adiante.
E quais foram os fatos admiráveis que pontificaram a trajetória da Loja “Am-
paro da Virtude”, ao ponto de merecer o título de Benemérita?
De geração a geração, ainda se conta que, naquele tempo, as finalidades
essenciais dos maçons eram:
1o) proteger as criaturas perseguidas, oprimidas, injustiçadas ou tiranizadas,
notadamente subjugadas ao cativeiro, cuja alforria eles costumavam obter ou com-
prar, culminando essa atividade beneficente com a final libertação dos escravos,
pela Lei Áurea;
2o) propor amparo moral e financeiro às famílias daqueles que eram convo-
cados para a Guerra do Paraguai, procurando visitá-las e tudo fazendo para que
nada lhes faltassem durante e após o conflito bélico.
Além de cotizarem-se, recorriam a inúmeros meios honestos, na ânsia de
reforçarem o seu Caixa, tão necessário para quebrarem os grilhões que prendiam
os pobres escravos, proporcionando-lhes a liberdade tão sonhada e pondo fim aos
sofrimentos e maus-tratos infligidos pelos seus senhores, que - quase todos - os
exploravam como animais para o trabalho. Eram dezenas de criaturas aqui liber-
tadas e milhares de preces de gratidão elevadas ao Grande Arquiteto do Universo.
Trabalho maior era o de socorrer os que desertavam e viviam escondidos,
temerosos da guerra e, sobretudo, dominados pela relutância de abandonarem
esposas e filhos.
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Livrá-los das prisões e dos maus-tratos, sobrepujando o dever patriótico aos
ditames do coração, obrigava a longas caminhadas, feitas às ocultas, às fazendas
dos arredores, como sacrifícios e perigos imensos, procurando, nesse afã, estimu-
lá-los ao cumprimento do dever e, quando possível, procurando ampará-los, li-
vrando-os das consequências dos seus atos de insubmissão.
Buscando cooperar com as autoridades, na arregimentação de recrutas, ape-
lando para o patriotismo de cada um, na defesa do solo pátrio, e consequentemen-
te da família, os nossos maçons não deixavam, todavia, de intervir nos casos em
que a força bruta se manifestava nas costas dos infelizes, ignorantes e desampara-
dos que viviam nas lides do campo, entregues ao trabalho árduo da lavoura, presos
ao cabo da enxada, de onde tiveram minguados recursos para o sustento da esposa
e filhos. Foram dias, meses e anos de luta intensa, tremenda, em que eles procu-
ravam harmonizar o dever patriótico e as angústias da situação dos oprimidos. Foi
uma plêiade de homens que souberam desfraldar e mostrar-nos, de um lado, a
bandeira da Pátria e, do outro, a bandeira contra a opressão e a tirania - a bandeira
da Liberdade - Igualdade - Fraternidade.
Conta-se também, com visos de verdade histórica, através de gerações, um
fato interessante, o qual demonstra a atuação humanitária dos primeiros maçons
que aportaram em Uberaba:
Por volta de 1870 aqui chegou uma escolta militar trazendo - parece que da
então capital da Província Ouro Preto - um homem para ser enforcado em Uberaba,
talvez devendo cumprir a pena da própria localidade do delito.
Como temiam a Maçonaria naquele tempo, reconhecido como “seita má e
vingativa”, o certo é que os homens da escolta não conseguiram a madeira neces-
sária para a construção do patíbulo. Viram-se assim, obrigados a providenciar, por
si mesmos, os paus precisos para erigirem a forca, com o tablado, a escada e tudo
mais. A própria corda foi-lhes recusada, fosse como venda ou como dádiva, o que
obrigou a ir um dos soldados a lugar distante para adquiri-la, consumindo tudo
isso uma grande temporada e mantendo a população em apreensivo suspense.
E então? De repente aquela enorme tensão geral afrouxou-se de uma só vez,
para alívio de todos! Eis que o enforcamento acabou não se realizando, por ordem
do Imperador. A comutação da terrível sentença trouxe uma alegria sem tamanho
para a população uberabense e reforçou não só o bom conceito da Maçonaria como
também redobrou a sua força e o seu poder, além do respeito que ela procurava
manter, através dos seus atos.
Casos assim, bem-sucedidos pela interferência dos maçons, quantos não de-
vem ter ocorrido e cujo relato viria enriquecer, sobremaneira, as manifestações de
solidariedade humana e de amparo aos infelizes e desgraçados!
Parece mesmo que o Grande Arquiteto do Universo se sente, por vezes, na
necessidade de provocar acontecimentos que tocam as almas e os corações, procu-
rando fazer neles reviver a semente do trabalho e do amparo - forças congregadas
a dar cumprimento ao “Amai-vos uns aos outros” - semente que vive em estado
latente, atê que um estímulo mais forte seja capaz de fazer germinarem a Com-
preensão e o Dever imposto pela vida material. E são sempre os acontecimentos
alarmantes ou dolorosos, capazes de provocar grandes reações, que impelem as
criaturas humanas a unirem-se para a defesa dos seus direitos.
E exemplos não faltaram, não faltam e jamais faltarão!
Com o término da Guerra do Paraguai e com as dificuldades de reajuste do
País à vida normal, mormente devido ao desgaste financeiro, a concentração de
maçons em Uberaba foi, aos poucos, diminuindo, pois os seus elementos dispersa-
ram-se, voltando uns para as suas cidades e retomando outros os seus negócios,
os quais, na época, geralmente obrigavam a viagens longínquas e demoradas. Foi
assim que, penosamente, a Loja Maçônica “Amparo da Virtude” I acabou encerran-
do suas atividades no ano de 1870.
As consequências dos 5 longos anos da Guerra do Paraguai e
a lenta e gradual campanha nacional em prol da Abolição da Escra-
vatura eram os assuntos constantes nos serões familiares em casa
do comerciante de gado Evaristo Modesto dos Santos e sua esposa,
D. Antônia, avós do sr. João Modesto dos Santos, nosso irmão, e bisavós de D. Maria
Modesto Cravo. Residiam na antiga Rua Direita (denominação irônica, pois é muito
curva), depois chamada Rua Grande e, hoje, Rua Vigário Silva. Como havia maçons
dispersos no meio social uberabense, vindos uns da extinta “Amparo da Virtude”
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de cidades diversas, resolveram todos esses Irmãos fundar nova Loja. O intuito
era não só dar continuidade ao nobre idealismo dos predecessores mas também
amparar as famílias dos que haviam tombado na luta contra Solano Lopez e so-
bretudo com o propósito de continuar a empresa comunitária contra a escravidão,
cuja propaganda se espalhava pelo Pais inteiro. Mais ardor ainda punham eles no
seu idealismo após o morticínio e o sofrimento coletivos, que haviam abrandado os
corações, no reconhecimento da Liberdade humana, sem distinção entre trabalho
voluntário e escravo.
Cotizaram-se, portanto, para a compra de uma casa situada no chamado
Beco de D. Luísa, mais tarde Beco da Maçonaria e, hoje, Rua Major Eustáquio. Por-
tanto, em 1872, promoveram a fundação da:
2a Loja denominada
“Amparo da Virtude” II
Fundada em 16/05/1872
Capitular em 14/04/1874
registro Nº 221
25
• Rafael Vannucci - negociante - 1882;
• Bento José Ferreira - negociante;
• Teófilo Perfeito - negociante;
• Pedro José da Silva Dirceu - agricultor;
• José Joaquim da Silva Prata - agricultor;
• Antonio Teodoro de Andrade - agricultor;
• Antonio Carlos de Araújo:
• Ernesto José da Silva Pena - agricultor;
• Antonio Martins dos Santos - negociante;
• Joaquim José de Oliveira Pena - senador.
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às atividades maçônicas! Ou melhor, encontramos, sim, três pequeninas pistas da
sua “misteriosa” existência em Uberaba ... Afinal de contas, a Maçonaria pode ser
uma sociedade secreta, mas não é invisível!
A primeira pista está no primeiro daqueles volumosos livros. É a inocente,
talvez até distraída, citação indireta, a que já fizemos referência, segundo a qual
o Clube Literário de Uberaba funcionava em uma sala do edifício pertencente à
Maçonaria, na Rua Major Eustáquio. Aliás, em simples e incidental nota de pé-de-
-página, explica sua chamada à citação feita por estas palavras:
“Loja Maçônica ‘Amparo da Virtude’ 2a - Fundada em 1872, nesta cidade, pe-
los irmãos Joaquim Margarida da Silva, Joaquim Gomes Vilela, Antônio Rodrigues
e 18 filiados novos, foi em 1880 elevada à dignidade de Capítulo. Funciona em um
edifício próprio, situado na colina da Matriz, Rua Major Eustáquio, à direita, entre
a Municipal e S. Sebastião. Presta obediência ao Grande Oriente Unido do Rio de
Janeiro”.
O segundo autor confirma o Coronel Sampaio, supracitado, mas parece labo-
rar em engano, ao informar, à página 278, que a Rua Dr. João Caetano era, antiga-
mente, conhecida por Rua da Maçonaria
Outro tanto faz, com patente erro, o terceiro historiador, no final do capítulo
XXVII, referindo-se a pobre bêbado das nossas ruas, apelidado de Pedro Peru: “Foi
ele quem pôs fogo ao antigo prédio da Maçonaria, à Rua Senador Pena”. (O grifo é
nosso). A bem da exatidão, mais uma vez, a rua era Major Eustáquio.
E o leitor, por certo honesto consigo mesmo, amante da verdade, que digni-
fica o defensor da imparcialidade em obras de tal natureza e de tanta importância,
ficará pensando, intrigado, desconfiado, no que teria realmente acontecido, capaz
de explicar semelhante omissão histórica...
São aqueles, todavia, documentadamente, os nomes dos mais antigos e mais
conhecidos pioneiros da fundação da Ordem em Uberaba.
A Loja Maçônica “Amparo da Virtude” II funcionou de 1872 a 1890, aproxima-
damente, quando se esfacelou - dizem, por não resistir às pressões junto até às
famílias dos próprios maçons! Essas pressões medonhas foram reforçadas pelas
campanhas de ódio e vingança dos poderosos que haviam perdido o braço escravo
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e viam os seus campos abandonados, mesmo porque os libertos, na euforia do fim
do cativeiro, temiam voltar aos trabalhos rurais, ante a possível represália dos seus
antigos senhores, ao tê-los de novo em suas mãos...
Parece que houve um período de inatividade entre os anos de 1890 a 1896,
somente neste último - 1896 - se fundou a:
3a Loja
denominada
“União Fraternal”
Fundada em 01/02/1896
(templo inaugurado em 18/04/1896)
Capitular em 01/10/1896
Registro Nº 496
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• José di Rosato - construtor civil - vindo da “União, Força e Justiça”, de Ara-
guari, MG - iniciado em setembro de 1895;
• Antônio Moreira de Carvalho - proprietário - vindo da “Amparo da Virtude”
II - iniciado em 1882;
• Maximiano José de Moura - empregado público, Tesoureiro dos Correios,
vindo da “Amparo da Virtude” I e II - iniciado em 1872;
• Teófilo Perfeito - negociante em Araguari, MG - vindo da “Amparo da Virtu-
de” II;
• Antônio Puga - artista plástico - vindo da Espanha;
• Antônio Afonso Praes - militar.
Nicola de Vito
(Cortesia de seu neto e nosso amigo Prof. Fausto de Vito)
29
1896 a 1897 (a primeira)
1898
1903
30
Pedro José da Silva
Galdino de Carvalho da Silva
Antônio Teodoro de Andrade
Carlos Maria do Nascimento
Antero Ferreira da Rocha
Gustavo Alves do Nascimento
Nicolau Elias
João Aureliano de· Araújo
Ernesto Riccioppo
Alfredo de Paula
Antenor Castanheira
André Vona
Francisco Riccioppo
Pedro Sabino de Freitas
Rafael Vannucci
Joaquim Gasparino Pereira de Magalhães
Servílio Finotti
Jaime Soares Bilharinho
Aquiles Riccioppo
Daniel Bertoldi
Firmino Meireles
Anselmo Trezzi
Dr. Felipe Aché
Manuel Alves Caldeira Júnior
Antônio Pereira de Artiaga
Antonio Martins dos Santos
Manuel da Encarnação Calhau
Alexandre de Sousa Barbosa
José Bruno da Silva e Oliveira
Fernando Sabino de Freitas
João de Vito
31
Em 1858, Frei Eugênio Maria de Gênova, da Ordem dos Capuchinhos, vindo da
Itália, fundou, em Uberaba, a Santa Casa de Misericórdia. Apesar do esforço imenso
e do auxílio partido de todos os recantos, desencarnou, 13 anos depois, em 1871,
sem ter conseguido terminar a obra.
Ficou o enorme prédio, por assim dizer, abandonado, servindo de residência
para dezenas de famílias pobres e, até mesmo, de cadeia pública, por algum tempo.
No período de 1886 a 1895, ali foi instalado um Colégio, após providenciarem
a retirada das famílias pobres e fazerem a necessária limpeza e adaptações.
Esse gesto, se provocou uma corrente favorável, por conveniência educacio-
nal, provocou por outro lado, uma corrente contrária, por ver-se e sentir-se naque-
la posse (configurada mesmo lícita), um desvirtuamento da obra de Frei Eugênio. A
reação contrária foi-se avolumando, com o passar do tempo, porque a pobreza era
grande, alarmante, e a cidade não tinha recursos para minorá-la.
Nesse ínterim - 1895 - , já se falando em retirar dali as ocupantes, com o seu
Colégio, e terminar o prédio, para destiná-lo às suas verdadeiras finalidades, o sr.
João Antônio acompanhando o surto de entusiasmo e renovação, doou à Santa
Casa um terreno bem junto ao perímetro urbano medindo a “bagatela” de 14 al-
queires (quase 70 hectares).
Certa congregação logo se apoderou do terreno, conservando-o para pas-
tagem de numerosa tropa de cavalos e burros, dos quais se utilizavam nas ruas
contínuas de viagens - único meio, muitas vezes, de locomoção entre as cidades
longínquas.
Tal circunstância aumentou, mais ainda, a onda de indignação e revolta, ven-
do-se uns usufruindo o prédio e outros as benfeitorias enquanto os enfermos indi-
gentes, privados por eles de todos os recursos, não tinham a quem recorrer!
O meio Maçônico, até então adormecido, ainda uma vez levantou-se em,de-
fesa dos oprimidos e, com maior ardor ainda.
Foi este último evento um dos motivos do reerguimento da Maçonaria em
Uberaba, resultando na fundação da Loja Maçônica “União Fraternal”, a terceira en-
tidade local. Surgiu disposta a defender-se das terríveis e traiçoeiras arremetidas,
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mais do que isso, preservar a integridade da obra grandiosa de Frei Eugênio a qual
ia, aos poucos, sendo anexada pelos inimigos da benemérita Maçonaria.
Intimoratos em suportar as perseguições contínuas, enfrentando autorida-
des incompreensivas e mesmo famílias fanáticas, a tudo resistiram galhardamente
os maçons. As atividades funcionavam em perfeitas condições, prestando impor-
tantes serviços à comunidade, e suas fileiras eram enriquecidas, dia a dia, com o
ingresso de novos Irmãos e a cooperação espontânea de elementos respeitáveis
da comunidade. Foi uma fase áurea, revelado pelo grande número de membros
com graus elevados, demonstrou não só o valor individual e os serviços prestados,
como também o atestado do número de anos de funcionamento e de atuação.
O que a pressão e a força do poder inimigo não conseguiram, conseguiu-o...
o fogo! Conforme adiante se verá, terrível incêndio devoraria o prédio, reduzindo a
cinzas das alfáias e, pior que tudo, toda a documentação: registros e livros de atas
das 3 Lojas, ali conservados, dificultando, até às raias do impossível, a recomposi-
ção da História da Maçonaria em Uberaba.
Pois bem, a “União Fraternal” ficara instalada no antigo prédio da “Amparo
da Virtude” II, na Rua Major Eustáquio.
O funcionamento da “União Fraternal”, abrangendo o período de 1896 a 1906,
isto é, durante mais de 10 anos, por um lado, revelou muito trabalho, ao ponto de
que, em março de 1903, ao 7º ano, Guilherme Rosandolfo fosse registrado à página
58 do livro competente, recebendo o número 166, já por outro lado, sua existência
foi pontilhada de acontecimentos desagradáveis, mormente por causa da Política,
que - mancha negra na História de Uberaba - por muitas vezes abalou a sua estru-
tura impossibilitando-a de cumprir a contento os ideais maçônicos.
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afastaram-se da “União Fraternal”, fundando, sob a direção do último supracitado,
no ano seguinte, a:
4a Loja
“Pátria Universal”
Fundada em 01/05/1898
Capitular em 03/04/1899
Registro Nº 590
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Trataram logo do seu registro, tanto que, 2 anos após sua Instalação, Porfírio
Batista, agricultor, foi promovido na hierarquia Maçônica em 13 de março de 1899,
e registrado já sob o no 79, à folha no 20, do livro competente.
Instalou-se, solenemente, em festa branca, retumbante, com numeroso pú-
blico, no sobrado de Pascoal Toti, pavimento superior, sito na Rua Artur Machado,
86, ali permanecendo em constante atividade desde os fins de 1897, entrando por
34
1898 e indo até os fins de 1899, ocasião em que o proprietário pediu todo aquele
andar, para residência de sua família.
1897 - 1898
1903 - 1904
35
Pedro Sabino de Freitas - 21/07/1904
Manuel Rodrigues de Barcelos - 17/12/1904
Luís Maria do Vale - 17/12/1904
Francisco Ribeiro da Silva Rosa - 22/12/1904
Porfírio Batista - 09/03/1905
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Localização geralmente aceita da loja Maçônica “Pátria Universal”, entre 1899 e 1906
ou mais anos
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37
Foto atual (1987) do sobrado de Pascoal Toti, na Rua Artur Machado, 86, onde
funcionou, no período de 1897 a 1899, a “Pátria Universal”
39
te ao aniversário de fundação da Santa Casa, em 23/02/1859, a qual só foi inaugu-
rada em 15/07/1898, graças ao trabalho dos maçons. Veja-se, bem a propósito, no
frontão do edifício a escultura do simbólico Triângulo Maçônico.
40
Anos depois, extinta a “Pátria Universal” e não conseguindo passar sem as
atividades maçônicas costumeiras, Antônio Bernardino Ribeiro e Francisco Cordei-
ro Paixão procuraram arrebanhar os elementos esparsos e reuniram-se com eles,
em 29 de dezembro do ano de 1917, na sede social da Societá di Mutuo Soccor-
so “Fratellanza Italiana”, sita na Rua 7 de Setembro, 11 (Bairro Estados Unidos).
A poderosa agremiação autobeneficente, liderada que sempre foi pelo próspero
negociante e maçom Nicola de Vito, também fundador da “União Fraternal”, linha,
naquela ocasião, nos cargos de Presidente, Secretário e Tesoureiro, afora outros, o
futuro maçom João Maggiotti e os maçons João de Vito (filho de Nicola) e Pascoal,
Toti. Explica-se, assim, a invejável solidariedade fraterna incondicional aos demais
irmãos, prestada abertamente e sem medo.
Então ali, sob a presidência de Chico Paixão, que linha GR. .30, fundou-se,
com a presença de 14 irmãos e o registro de 19 membros (portanto, de modo con-
troversível), a:
5a Loja
Denominada
“Caridade e União”
Fundada em 29/12/1917.
Foi aclamada a seguinte Diretoria Provisória, resultante de uma junção de
irmãos de todas as demais Lojas, que haviam cessado suas atividades nesta cidade:
Presidente: Antônio Bernardino Ribeiro
Vice-Presidente: Francisco Cordeiro da Paixão
2o Vice-Presidente: Afonso Leonardo Riccioppo
Orador: Nicola de Vito
Secretário: António Cesário da Silva e Oliveira
Tesoureiro: Ercole Riccioppo
Nessa mesma reunião de fundação, ficou deliberado pedir-se a Carta Cons-
titucional e a consequente regularização.
Não haviam, entretanto, comparecido a ela os irmãos:
Antônio Cesário da Silva e Oliveira
41
Bruno da Silva e Oliveira
Pedro José da Silva Dirceu
Miguel Del Re
André Vona
Não havendo, por isso, mútua concordância na distribuição dos cargos entre
os presentes e ausentes a “Caridade e União” teve apenas 19 dias de existência,
dissolvida que foi em 17 de janeiro de 1918.
Essa nova reunião, de 17/01/1918, fora conclamada, aliás, pelos dissidentes,
os quais procurando agir com espírito fraternal e sem deixar ressentimentos, con-
seguiram arrebanhar todos os demais irmãos, além de outros. Nela, ficou resolvido
abandonar-se o nome proposto – “Caridade e União” – e fundar-se na loja, com a
denominação distinta de “Estrela Uberabense”.
Terminamos, aqui, caros irmãos, o primeiro período da história da Maçonaria
em Uberaba, o qual abrange o lapso de 58 anos – de 1859 a 1917 – durante o qual
muito se lutou e produziu em benefício desta nossa terra.
Entramos agora no período de 1918 a 1944, com a história da:
6a Loja
denominada
Estrela Uberabense
instalada em 17/01/1918
Breve constitutivo em 01/04/1918
Regularizada em 25/07/1918
Capitular em 13/11/1920
Benemérita em 20/07/1943
Registro nº 941.
42
SEGUNDA PARTE
“ESTRELA UBERABENSE”
PERÍODO DE 1918 A 1924
43
Estrela Uberabense
17/01/1918
6a loja
44
13 - Miguel Laterza - 1903 - “União Fraternal”
14 - Sebastião Leite - 1898- “Pátria Universal”
15 - Miguel Del Re - 1900 - “Força da Justiça” de Ribeirão Preto - SP
16 - Astolfo Vasconcelos - 1896 - “União Fraternal”
17 - Pedro José da Silva Dirceu - 1896 - “União Fraternal”
18- Alfredo de Paula - 1909 - “Pátria Universal”
19 - Aníbal Costa -1915 - “Luz e Caridade” - de Uberlândia-MG
20- Bruno da Silva e Oliveira - GR...3 - 1904 - “Pátria Universal”
21 - Antônio Cesário da Silva e Oliveira - 1875 “União e Caridade”, de Prata -
MG
22 - Galdino Antonio da Silva - 1896 - “União Fraternal”
45
com que acabaram concordando, sendo, portanto, feito novo contrato, até 22 de
março de 1920.
Ali permaneceu a “Estrela Uberabense” até abril de 1921, época em que, por
motivo de venda do prédio, passou-se para a sede da “Fratellanza Italiana’”, com o
primeiro, contrato no valor mensal de Rs 80$000 (oitenta mil réis), o qual, ao con-
trário da tendência natural, foi, mais tarde, reduzido para Rs 60$000. Ali permane-
ceu a Loja até 16 de julho de 1924, ocasião em que se transferiu para o Templo
próprio, localizado na Rua Segismundo Mendes, 24.
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Só se reuniram em instalação apropriada no dia 1o de maio de 1918, sem
leitura de ata, porque não tomavam notas das deliberações e fatos em família, e
mesmo essa reunião fora convocada para a discussão e deliberação a respeito do
terreno de “uma loja extinta”, pertencente o lote a Grande Oriente.
Nada de positivo se conseguiu, pois nenhum dos presentes soube dar infor-
mações seguras ou mesmo positivas ...
Contou tal reunião com a presença de 14 membros.
Em 23 de maio de 1918, após as providências necessárias junto a “Grande
Oriente”, Antonio Cesário da Silva e Oliveira - Grau 33, comunicou aos companhei-
ros de fundação haver recebido do Poder Supremo, delegação para proceder à
Regularização da “Estrela Uberabense”. Então, com gáudio de todos, foi cumprida
a tarefa, cuja conclusão se deu na noite de 4 de julho de 1918, pela Comissão no-
meada pelo Grande Oriente.
Fizeram-se presentes:
José Scalia
César Gumerato
Gilberto Pucci, da Loja “Triângulo Mineiro”, de Araguari-MG, enquanto que, da
Loja “Luz e Caridade”, de Uberlândia-MG, estiveram presentes:
Francisco Emílio de Araújo
Eduardo Bonnoni
Agenor Bino.
Atuou como Secretário da Comissão Reguladora:
Luís Merlini.
Dirigiram a reunião:
Presidente: Antônio Cesário da Silva e Oliveira
Vice-Presidente: Clarimundo das Neves Cruz
2o Vice-Presidente: João Moreira Ribeiro
Orador: Manoel Lacerda
Secretário: Luiz Merlini
47
Segundo o Ritual, procederam a regularização e empossaram os funcioná-
rios respectivos dentre os 15 presentes:
Presidente: Antônio Bernardino Ribeiro
Vice-Presidente: Francisco Riccioppo
2o Vice-Presidente: Daniel Bertoldi
Orador: Francisco Cordeiro da Paixão
Secretário: João José dos Santos
O breve constitutivo foi registrado na Secretaria do “Grande Oriente” em 1o
de abril de 1918, mas a Loja só fez a sua reunião magna de regularização em 4 de
julho de 1918.
Comissão central
48
José Dolácio Mendes
Miguel Laterza
Comissão de finanças
Comissão de beneficência
Ercole Riccioppo
Jaddel Gomes de Meireles
49
Então, após intensa luta, aqueles membros viram os seus esforços coroados
de êxito, porque, em 13 de novembro de 1920, veio a esperada Ordem do Grande
Oriente para capitular - a Rosa-Cruz! Para isso, realizou-se Sessão Magna em come-
moração e júbilo, na data de 25 de fevereiro de 1921.
Ainda não satisfeitos, continuaram os esforços a fim de proporcionarem à
Loja tudo que lhe fosse necessário para o bom andamento de seus serviços.
Foi assentada, então, a necessidade de organizar-se o Regimento Interno,
para tanto estimulando-se a Comissão que fora nomeada em 6 de novembro de
1919, composta de:
Francisco Cordeiro da Paixão
Dr. Antônio Bernardino Ribeiro
José Bruno de Oliveira
Herculano Riccioppo
Cecílio Antonio da Silva - hoje, Cecílio Silva
João José dos Santos
Em 5 de agosto de 1920, a Comissão apresentou um Regimento Interno, o
qual era cópia de outras Lojas, com adaptações e mesmo melhoramentos. Sua prá-
tica, contudo, só se deu a partir de um Regimento da autoria de João Ribeiro Belo
apresentado em 30 de setembro e encaminhado ao Grande Oriente para exame e
aprovação.
Mais ou menos por essa ocasião, era discutida a hora destinada ao início dos
trabalhos. Adotava-se o início às 19:30; mas, como o comércio fechava às 19, delibe-
rou-se pelo começo às 20 horas.
Progredindo sempre, em 19 de maio de 1921, dadas as dificuldades e demoras
com a correspondência com o Grande Oriente eventou-se a ideia da criação, nesta
cidade, de uma Delegacia do Grão-Mestre da Ordem para o Triângulo Mineiro, indi-
cando-se para o cargo o então presidente João Ribeiro Belo. A ideia só se concreti-
zou em 21 de dezembro de 1922/23, sendo ele nomeado, realmente, mas só depois
de elevado o que se deu na mesma época.
Em 29 de outubro de 1934, em face do apelo das Lojas mineiras, foi criado o
Grande Oriente. Est. de Minas Gerais e a “Estrela Uberabense” nele integrada.
50
Em 25 de outubro de 1925, Miguel Damiani relembrara a João Ribeiro Belo,
então Delegado do Grão-Mestrado da Ordem para o Triângulo Mineiro, a promessa
feita de trabalhar para a elevação da Loja Benemérita. Em 31 de maio de 1926, no-
vos esforços foram envidados neste sentido, mas cujo título somente ela recebeu
no dia 20 de junho de 1943.
Períodos de eleições
Instalação
17/01/1918 - 23/05/1918
Regularização
17/04/1918 - 04/07/1918
Os primeiros iniciados:
Servílio Finotti - 05/12/1918
João Ribeiro Belo - 05/12/1918
51
Euclides Campos do Amaral - 12/12/1918
Alberto Lopes Manila - 20/03/1919
Festivos
52
3a - Mário Bucchianeri, de 13 anos, tendo como padrinho Manoel Gomes da
Silva.
Consta ter sido uma belíssima reunião, contando-se a presença das asiladas
de Anália Franco, que cantaram o Hino Maçônico.
O prédio próprio
Período de 1918 a 1924
53
de 1918, após uma interpelação em Loja, o irmão Francisco Riccioppo, informava
haver, na Rua Major Eustáquio (conhecida como “Beco da Maçonaria”), um terreno
pertencente à antiga Loja Maçônica “União Fraternal”, cujo Templo, ali existente,
havia sido incendiado.
Em face da informação, tomaram providências imediatas, ficando Miguel Del
Re incumbido de sindicância a respeito.
Foi feita à Câmara Municipal uma petição para o alinhamento e consequente
licença para cercá-lo, ficando Francisco Riccioppo encarregado do assunto.
Para o despacho da petição à Câmara Municipal, pela sua Comissão Execu-
tiva (da qual faziam parte Monsenhor Inácio Xavier da Silva e Fernando Sabino de
Freitas - filiado à própria antiga Loja “União Fraternal”), exigiu-se a documentação
comprobatória do direito de posse do imóvel.
Sendo então, infrutíferas as buscas em cartórios, recorreram ao Grande
Oriente. De sindicância em sindicância, descobriram que o terreno pertencera à
antiga Loja “Amparo da Virtude” II. Extinto, o imóvel passou para o Grande Oriente
que, por sua vez, permitiu nele a construção ou adaptação do prédio para a “União
Fraternal”. Também extinta, o terreno, após o incêndio do prédio, ficou abandona-
do, durante muitos anos.
Em agosto, três meses decorridos, descobriram-se títulos em poder de um fi-
lho do primeiro comprador, Joaquim Vaz de Melo - títulos estes que não se achavam
assinados nem pelo adquirente nem por Maximiano José de Moura, Tesoureiro da
antiga “Amparo da Virtude” II, o qual tinha poderes para efetuar a venda.
Em vista dos resultados obtidos e nada podendo fazer-se, ficou resolvido
instituir-se a questão judiciária, entregando-se a causa ao Dr. Manoel Lacerda, ad-
vogado em Uberlândia, maçom dedicado, para reivindicações de direitos, à espera
de procuração do Grande Oriente.
Nesse ínterim, o vizinho foi, aos poucos, invadindo o terreno e nele fazendo
plantações, até que a Loja “Estrela Uberabense”, em 9 de janeiro de 1919, incumbiu
54
o Irmão André Vona de medi-lo e cercá-lo, em presença de testemunhas, levando à
sessão seguinte o resultado do seu trabalho.
O terreno foi encontrado já dividido em duas partes: uma parte medindo 34
metros e 1/2 e outra, anexa a este, medindo 16 metros e 1/2, já apoderada a parte
maior pelo vizinho.
Em 23 de outubro de 1919, decorridos dois meses, o Grande Oriente envia
a procuração necessária diretamente ao Dr. Manoel Lacerda, mas que não é en-
contrado em Uberlândia pelo emissário enviado àquela cidade. Várias pranchas
ele dirigidas não tiveram resposta e o prazo para reivindicação de direitos estava
esgotando-se. Afinal, com muita dificuldade e perda de tempo, conseguiu-se que a
procuração lhe fosse entregue.
Em 9 de setembro de 1920, o Dr. Manoel Lacerda esteve em Uberaba e aca-
bou substabelecendo a procuração ao Dr. Leopoldino de Oliveira que, após efetu-
ar completo e minucioso exame do assunto, revelou e reconheceu que o terreno
fora adquirido ilegalmente por certa pessoa, confessando também que nada podia
fazer, mesmo porque o prazo para qualquer providência havia muito já prescrito,
pois haviam decorridos 40 anos... Todavia estava em entendimento amigável com o
referido vizinho, o qual concordou, finalmente, com que a Loja “Estrela Uberaben-
se” ficasse proprietária do lote menor... Resignada, a Loja pediu, logo ao Grande
Oriente procuração para receber e registrar o imóvel que lhe coube, e assim se fez.
55
Assim se fez e, em 23 de julho, 4 meses depois, haviam recebido Rs 126$000 de do-
nativos, que variavam de 20 a 30 mil réis.
Sob novo surto de entusiasmo por causa desse relativo bom começo de cam-
panha, nomeou-se uma comissão para tratar do assunto:
Antônio Sebastião da Costa
Alberto Lopes Maita
José Bruno de Oliveira
Servílio Finotti
Miguel Del Re
A brilhante Comissão não esmoreceu, mas nada conseguiu...
Em 27 de janeiro de 1921, 1 ano e 1 /2 depois, notando os irmãos que o prédio
da Rua Bernardo Guimarães, 35, onde se achava instalada a Loja, apresentava gran-
des defeitos e problemas, mormente no forro, o qual, minado pelos cupins, oferecia
perigo de desabamento, a reação deles ·foi novo surto de entusiasmo.
Tanto foi isso evidente que, em 13 de agosto de 1921, José Correia da Costa
oferece Rs 500$000 em madeira destinada à construção do Templo.
Outra manifestação espontânea: Antonio Damiani oferece o fornecimento de
50.000 tijolos para a Loja ir pagando com o tempo.
Outra ainda: em 15 de junho de 1922, levam ao conhecimento da Loja que,
no Alto do Fabrício, estava à venda o prédio onde funcionava a Sociedade Italiana
“Francesco Carrara”, da qual restavam só 3 portadores de ações, entre os quais os
maçons Mário Di Lorenzo e Mário Sivieri. Estes cediam suas ações por Rs 1: 500$000,
um conto e quinhentos mil réis. Com as ações do terceiro mais reforma do prédio e
despesa de escritura, ficaria tudo em torno de Rs4: 000$000, quatro contos de réis.
Nomeada uma comissão para examinar o prédio, nada ficou resolvido, pois o
parecer não era nada animador, em vista de estar muito estragado.
Em 15 de fevereiro de 1923, 6 meses depois, foi apresentado, em Loja, novo
projeto e proposta, desta vez de João Gomes Ferreira e Domingos Mônaco. Ficou
resolvido enviar novas listas e pedidos de auxílio às Lojas conhecidas, bem como
56
pedir ao Grande Oriente, dispensa de taxas e demais despesas durante 3 anos e um
empréstimo por meio de ações.
A firma Santos Guido & Filhos comprometeu-se a fornecer toda a pedra ne-
cessária, pagando a Loja o carreto.
Em 28 de julho de 1923, 4 meses depois, Afonso Leonardo Riccioppo leva ao
conhecimento da Loja que se acha à venda o antigo armazém da firma Cunha Cam-
pos & Cia, sito na Rua Segismundo Mendes no 24, mostrando as vantagens da sua
aquisição, não só devido ao ponto como também pelo preço.
A informação gerou inúmeras discussões e opiniões, alegando a maioria que
só se conseguiria construir um Templo, aos poucos, por etapas, devido às condi-
ções financeiras.
Na verdade, havia um saldo em caixa até razoável e animador para um bom
começo: Rs. 7:474$000 - sete contos e quatrocentos e setenta e quatro mil réis.
O preço do imóvel era de Rs. 12:000$000, fora as despesas com escritura e as
reformas necessárias.
Mais animados todos, foi organizada uma Comissão Angariadora, da qual fa-
ziam parte os membros:
Alberto Lopes Manita
Antonio Sebastião da Costa
Amélio Arantes
João Maggiotti
Santos Guido
Miguel Martins Ferreira
Miguel Elias Sallum
Augusto de Carvalho
João Alves de Paiva
Manfredo Martins
57
O Grande Oriente dá a “Estrela Uberabense” permissão para vender uma
casa a ela pertencente, no Prata-MG, e o produto reverter em benefício da constru-
ção ou compra.
Antonio Sebastião da Costa revendo os tijolos comprados de Antônio Damia-
ni, apurando, com lucro, dinheiro à vista, que 101 somado ao já existente.
Enquanto a Comissão Angariadora se esforça para completar a quantia pre-
cisa, Santos Guido entra em entendimentos com os proprietários do prédio, fixan-
do-se em Rs. 12:000$000 o seu preço e reserva do mesmo.
Pede-se, então, permissão ao Grande Oriente, para vender o terreno na Rua
Major Eustáquio. Concedida, o lote é vendido, em 20 de março de 1924 por Rs.
3:000$000, pagando-se Rs. 50$000 de escritura e Rs. 9$000 de multa à Coletoria
Estadual, por falta de registro.
58
Antigo prédio próprio que serviu de sede social da “Estrela Uberabense”, na
Rua Segismundo Mendes, 24 – Período de 1924 a 1943
59
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TERCEIRA PARTE
ESTRELA UBERABENSE
PERÍODO DE 1924 A 1944
61
Período de julho de 1924 a 1944
62
Mineiro, evoluído para o complexo Central da FIUBE, na Avenida Guilherme Ferreira
217. A oferta vinha comprovada com escritura passada e registrada em nome dele.
Após estudos feitos - inclusive de natureza técnica - não foi aconselhável,
devido aos alicerces (terreno acidentado e alagadiço, ainda, à beira do Córrego do
Barro Preto, depois coberto), cuja construção consumiria importância elevada. Tal
circunstância levou a novas providências.
Em 8 de dezembro de 1939, ao fim de memorável reunião, ficou resolvido
definitivamente o assunto: venda do prédio velho e construção de novo templo. Foi
a ata assinada pelos 29 Irmãos presentes e resolvido que se enviasse um emissário
ao Rio de Janeiro, para tratar do assunto junto ao Grande Oriente do Brasil, viagem
e entendimentos que foram feitos por mim.
Devido a exigência de plantas, descrição e documentação, voltei, 10 dias de-
pois levando tudo que fora determinado.
Em abril de 1940, 4 meses decorridos, já preparava nova viagem ao Rio -
apreensivo com a falta de solução do Grande Oriente, quando chega a permissão
necessária.
Novo alento e novas esperanças estimularam ao trabalho redobrado. Por
70:000$000- setenta contos de réis - foi vendido o prédio velho ao sr. Vicente Ro-
drigues da Cunha, cuja entrega se deu em 20 de julho de 1941, ao passo que os
móveis foram retirados por Manoel Roberto da Silva e Silvano da Veiga e guardados
no Sanatório Espírita de Uberaba.
Com dificuldades quase insuperáveis, adquiri uma casa abandonada e em
ruínas , situada na Praça Comendador Quintino 11 e 13, e cujo terreno, muito am-
plo, permitiria a construção ideal do Templo da “Estrela Uberabense”, conforme
é hoje. O imóvel pertencia a diversos proprietários e o negócio foi feito com o sr.
Domingos Lourenço Dias, requereu um verdadeiro sigilo maçônico, a fim de evitar
interferências.
Foi, portanto, com indescritível satisfação, em reunião de 8 de setembro de
1942, anunciei a compra do casarão em ruínas, pelo preço de Rs. 30:000$000, mais
despesas de escritura.
63
Aceitando minhas ponderações e estabelecendo verdadeiro ultimátum, a
Loja exigiu, desnecessariamente aliás, a escritura em nome dela e foi nomeada a
seguinte Comissão, responsável pela futura construção:
Joaquim Telésforo de Oliveira
Hércules Benetti
Miguel Jorge Dib
Ricardo Misson
Inácio Ferreira
Como o projeto primitivo fora orçado em Rs. 180:000$000 - cento e oitenta
contos de réis - só a construção! e não sendo possível obter-se semelhante quan-
tia, foi necessário reduzir-se as proporções do edifício. Além disso, o mobiliário e
os utensílios condizentes com o novo Templo requeriam gastos de grande vulto.
Em caixa havia os seguintes valores monetários:
Rs. 40: 000$000 - Restante da venda do prédio velho
Rs. 18: 000$000 - Arrecadação da Tesouraria.
Rs. 12: 000$000 - Donativos para a construção.
Rs. 70:000$000 - Total disponível
Inúmeros traçados e estudos para o novo Templo foram feitos por mim e pelo
engenheiro civil Dr. Carlos Simonek, que seria o responsável pela obra, até o fim.
Duas propostas foram apresentadas:
Uma, pelo regime de empreitada geral, com o preço global de Cr$131. 600, 00,
em 27 de outubro de 1942*
Outra, pelo regime de administração, pagando-se ao construtor, pelo proje-
to, execução e responsabilidade técnica, o total de Cr$12.000,00, com pagamentos
mensais de Cr$2.000,00. Esta proposta prevaleceu, sendo logo aceita. Em novembro
do mesmo ano, era lançada a pedra fundamental do belo Templo Maçônico.
* A partir desse mesmo mês foi adotado novo padrão monetário brasileiro, que assim
converteu os Rs.1$000 (um mil réis) em Cr$1,00 (um cruzeiro), assim como Rs. 0$100(cem
réis ou um tostão), em Cr$0,01 (um centavos) e os Rs. 1 :000$000 (um conto de réis) em Cr$
1.000,00 (um mil cruzeiros).
64
Dentre todas as campanhas, foram a do Ouro e a do Ferro Velho as mais par-
ticipativas, por isso mesmo verdadeiramente sublimes.
Feitas para a aquisição de fundos, para tanto desenvolveu um trabalho inten-
so e exemplar o grupo familiar - D. Maria Modesto Gravo, o pai, João Modesto dos
Santos e o irmão Cavour Modesto dos Santos, que doou a Campanha vários objetos
de ouro pertencentes aos membros da família. Fizeram mais ainda: recorreram aos
fazendeiros amigos, pedindo a sucata (as peças de ferro velho) que tivessem e que,
doada, era amontoada no quintal do Sanatório Espírita e, posteriormente vendida
aos quilos.
Contar o que foi a Campanha, para que a obra não parasse, é tarefa que está
acima das nossas forças.
Despreendimento de um lado, pessimismo de outro - houve choques tre-
mendos de opinião e atitudes, fazendo que a Comissão Pró-Construção redobrasse
os esforços, para não fracassar.
Sim pessimismo, porque, propositalmente, havia sido aceita a oferta por ad-
ministração, em vista dos grandes melhoramentos os quais a Comissão não tinha
em vista, tanto que ultrapassou, em muito a quantia proposta de Cr$13l.600,00, mas
a construção ficou sólida e perfeita, nela tendo sido empregado o que de melhor
havia de tudo. Memoráveis Campanhas de cimento, a Cr$20,00 o saco, e as do tijolo,
a CrS120,00 o milheiro! Abdon Alonso y Alonso, por intermédio da firma industrial
Peiró & Cia, doando toda a cal necessária, que chegou a 80 sacos!
D. lbrantina Pena doando um bezerro de alta linhagem, que foi vendido por
Cr$20.000,00!
Enfim, até mesmo profanos, dentre amigos e simpatizantes, a oferecerem
voluntariamente a sua contribuição!
A luta foi tremenda, contínua, incansável, mas, 13 meses depois do assenta-
mento da pedra angular, reinava euforia em todos os ânimos, porque os trabalhos
da Loja funcionavam já, pois ela foi inaugurada em família, no dia 14 de outubro
de 1943.
65
Não houve, propriamente, sacrifícios financeiros para ninguém e, no arquivo
da Loja, existe o livro-caixa consignando todos os donativos e as despesas, discri-
minados todos.
Na inauguração em família, foi apresentado o balancete do movimento eco-
nômico-financeiro, revelando os seguintes valores:
• Entradas......................................................................................................Cr$240.479,60
• Despesas....................................................................................................Cr$240.205,90
• Saldo de caixa...........................................................................................Cr$273, 70
(tomada parcial mostrando a construção do atual Templo da Loja Maçônica “Estrela Ube-
rabense”, em plena atividade).
66
Assim, abandonando as listas e as campanhas que funcionavam desde os
primeiros tempos, foi aventada a ideia de um empréstimo interno, por meio de
ações do valor nominal de Cr$50,00 cada urna e em quantidade de 1.000. A propo-
sição foi aprovada.
Na noite memorável de 1o de agosto de 1944, com a presença de 49 irmãos fo-
ram postos à venda aquelas 1.000 ações, sendo adquiridas 400 delas, cujo primeiro
lote foi comprado por Ricardo Misson, no valor de Cr$250,00. A maioria foi entregue
à Loja, como donativos, e poucas mais guardadas como lembrança.
Pedi, na mesma noite, que as ações doadas fossem incineradas em Loja. Eis
que se queimavam os papéis, mas a lembrança do gesto de despreendimento fica-
ria na memória de todos, ao passo que a fumaça delas seria o incenso a consagrar
o Novo Templo, que estava erguido e em pleno funcionamento, sem um centavo de
dívida, apto, portanto, a resistir à fúria dos vendavais futuros, que tudo fariam para
abaterem as colunas e apagarem o farol imenso da luz da Liberdade - Igualdade -
Fraternidade.
Só foi, todavia, inaugurada oficialmente no dia 6 de maio de 1949, às 20 ho-
ras, sob a presidência de Ricardo Misson, com a presença de dignitários do Oriente
Unido, a saber.
• Domiciano Pereira - Grão-Mestre
• Osmani Vieira de Resende - Grão-Mestre Adjunto
• Manuel Fernandes da Costa - Tesoureiro
e não do Grande Oriente do Brasil, do qual a Loja se separara em 4 de maio
de 1948. Presentes estavam também inúmeras representações de Lojas, quase 200
Irmãos de outras cidades.
No dia 7 de maio de 1949, a festa branca de inauguração com os represen-
tantes do Oriente Unido, presença de autoridades, representantes de associações,
imprensa e famílias de Irmãos.
A história da Estrela Uberabense continua, de 1944 para cá, e continuará ain-
da por muitos anos, incalculavelmente, porque as tormentas do mundo ainda hão
de requerer muito da Maçonaria Brasileira e mundial.
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(O Templo atual da Loja Maçônica “Estrela Uberabense” – Praça Comendador Quintino,
11 e 13 – Bairro Estados Unidos)
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QUARTA PARTE
LUTAS
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Lutas
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a Imprensa vivia amordaçada, intimidada ao passo que os inimigos possuíam um
jornal.
Também perseguidos e caluniados, os Templos Protestantes da cidade vi-
viam pedindo o auxílio da Maçonaria contra o constante apedrejamento e a ame-
aça de destruição.
Até mesmo certo jornal, secundando o “Estado de Minas”, publicava em julho
de 1922 uma série de artigos e transcrições ofensivas à Maçonaria. Com tal atitude,
provocou tremenda revolta no próprio meio profano, assim como acaloradas dis-
cussões em Loja, a qual esteve a ponto de cessar suas atividades, consequências
deploráveis delas resultantes.
Sim, porque ficou resolvido a devolução do jornal, corte de anúncios e o en-
vio de pranchas às cidades vizinhas, pedindo todo o apoio para aquela resolução.
Durou meses semelhante caso, até que, em setembro daquele ano, Leopol-
dina de Oliveira tomando parte na direção do tal jornal, pediu, como maçom, à loja
a suspensão da luta. Não foi atendido, pois estava ela firme no seu propósito e só
acabou cedendo quando recebeu o pedido de demissão de Leopoldina, sabendo
que ele arrastava consigo incontáveis companheiros que, afinal, viam na política
um ideal maior do que o ideal maçônico.
A luta foi, então, suspensa, com a vantagem da garantia por ele dada de
que, como responsável, entre os membros do corpo redatorial do jornal, não mais
consentiria artigos contra a Ordem. Enquanto certa imprensa procurava disseminar
intranquilidade acirrando os ânimos e provocando o ódio, a imprensa livre, por
intermédio do Grande Oriente era convidada a lutar pela concórdia nacional, bata-
lhando pelo perdão da dívida do Paraguai e pedindo que jamais se voltasse a co-
memorar, no Território Nacional, as datas relativas às batalhas ganhas pelo Brasil...
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pessoal a ser posto a serviço da comunidade. Reinava ainda a luta contra a fome
e a necessidade, naqueles tempos, nos quais os empregos pertenciam à situação
política e as profissões eram difíceis e raras. Sim, tempos tão difíceis, que em 6 de
maio de 1920, isto é, dois anos após a instalação da “Estrela Uberabense”, ante um
pedido da viúva e filhos de Olímpio Bernardes Ferreira, maçom, os quais se acha-
vam em extrema miséria, ficou resolvido, na Loja, que cada Irmão contribuísse com
1 mil réis mensais para amparar aquela família.
Irmãos pedindo empréstimos de 50, 100 mil réis e infinidades de pedidos de
filhos, viúvas e maçons e, até mesmo, de famílias profanas que não tinham o que
comer e vestir.
Era a luta árdua do novo período: 1924- 1943.
Enquanto, de um lado, Antônio Sebastião da Costa se batia pela criação de
um hospital para, a velhice desemparada e Pelópidas Fonseca por um abrigo para
o menor desamparado, em setembro de 1936, e Eduardo Leitão, Joaquim Junqueira
e João Ramos se batiam pela fundação da Biblioteca, como também esse último -
João Ramos - lutava pela criação do Pecúlio Maçônico.
Sim, época de trabalhos intensos e constantes, sobressaltos, chegando mes-
mo a fechar-se, de agosto a outubro de 1934 - começo da questão integralista e co-
munista; questão que culminou em outubro de 1936, quando os responsáveis pela
Loja, tendo à frente o Presidente Joaquim Telésforo de Oliveira, foram chamados à
Delegacia de Polícia por denúncias de elementos extremistas no Quadro. Assim, em
outubro de 1937, como Orador, levava à Casa a triste notícia do fechamento da Loja
e da prisão de vários Irmãos, que ficaram incomunicáveis, mas cujas famílias rece-
beram o nosso apoio incondicional, ao passo que aos irmãos presos foram presta-
das todas as providências precisas, sub-repticiamente, devido aos elementos que
tínhamos na Polícia. Foi uma luta árdua, na qual todos se arriscavam à prisão, por
causa da ação aberta em favor dos prisioneiros e suas famílias.
A “Estrela Uberabense” esteve fechada de outubro de 1937 a 16 de agosto
de 1938, reaberta, portanto, 10 meses depois, com a presença de Altino Machado,
Delegado de Polícia, na ocasião, e nosso companheiro de ideal. Joaquim Telésforo
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de Oliveira, como presidente e devido à sua atuação desassombrada e leal, coad-
juvado pelos demais companheiros, foi elevado ao Grau 30 e recebeu o título de
Filiando Livre.
Na ata de fechamento ficou consignado o protesto de todos os Irmãos do
Quadro em número de 25 irmãos o assinaram.
Lutou-se muito, também, em abril de 1932, para impedir a ida do 4o Batalhão
de Polícia Militar para Uberlândia. Lutou-se de modo mais intenso ainda na solução
de casos internos e externos, com a doação de auxílios financeiros e apoios morais.
Foi uma fase de atividades e de intercâmbio, mas de lutas tremendas, pois
por várias vezes as colunas da “Estrela Uberabense” estiveram por tombar fragoro-
samente, mas sustentadas, felizmente, pela tenacidade de 15 a 20 irmãos constan-
tes e despreendidos.
Sim, constantes e despreendidos, porque se caracterizou por uma fase de
desânimo, abatimento e medo, sob o regime ditatorial, no qual as garantias se
achavam suspensas e qualquer denúncia ou simples suspeita arrastavam uma pes-
soa à rua da amargura, intimidando idealismos e amortecendo as esperanças dos
que lutavam pela Liberdade - Igualdade - Fraternidade.
Despreendimento, também, porque inúmeros irmãos de valor se viram mar-
cados pela adversidade, clamando por auxílio e amparo moral e financeiro - am-
paro decuplicado, pois todos sentiam a vaga de inquietação e desconfiança que
pairava sobre o País.
Quanto sacrifício e quanto despreendimento não se transformaram em pre-
ces de agradecimento ao Grande Arquiteto do Universo que, reconhecido, manteve,
erectas e rijas, as colunas do “Estrela Uberabense”, continuamente batidas pelos
vendavais das misérias morais da Humanidade!
Alfaias
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O Dr. Antônio Bernardino Ribeiro, então presidente, esteve de acordo que
se pedissem ao Grande Oriente diversos materiais necessários. Nisto, contrariou a
opinião de Jardel Gomes de Meireles, o qual pretendia que fosse tudo feito por aqui
mesmo, não só pela demora como também por razões de economia.
A festa de regularização se aproximava. Em regozijo aos preparativos, o ir-
mão José Dolácio Mendes ofereceu uma espada para o trono e, posteriormente, o
irmão Savério Salerno, o carimbo para autenticar os documentos da Loja.
Em 15 de maio de 1919, João Ribeiro Belo ofereceu utensílios para as inicia-
ções e, na mesma reunião, Francisco Cordeiro da Paixão, presidente, propõe a con-
fecção de vestimentas regulamentares.
Em 6 de fevereiro de 1920, André Vona oferece os malhetes e João Ribeiro
Belo, uma Bíblia.
No dia 7 de setembro do mesmo ano, instituído o Culto à Bandeira, João Ri-
beiro Belo doa à Loja um exemplar do Pavilhão Nacional, tendo-o recebido, como
oferenda, de Mário Di Lorenzo.
Em 21 de fevereiro de 1921, Luiz Bellocchio faz a doação dos castiçais.
No dia 17 de julho de 1924, para a inauguração da sede da Loja, na Rua Se-
gismundo Mendes, 24, foi ofertada uma pasta bordada de seda, e na qual viera o
breve de regularização.
Em 30 de novembro de 1943, dentre inúmeros presentes leitos à Loja, sobres-
saíram os da Comissão de Educação e Assistência do Centro Espírita Uberabense.
Por sua vez, na mesma ocasião, a União da Mocidade Espírita de Uberaba fez a do-
ação de uma fita peitoral destinada ao Presidente, ao passo que D. Maria Modesto
Cravo doa uma cortina de veludo para porta do Templo, em homenagem a Cavour
Modesto dos Santos.
Biblioteca
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biblioteca. Foi seu autor João Ribeiro Belo. Assim foram nomeados, em comissão,
para tratarem de sua organização.
• Augusto Bucchianero
• Manoel Gomes da Silva
• Mário Sivieri
Dois meses depois, em 10 de março de 1921, interrogados, confessaram que
nada haviam conseguido ainda, pois os preços dos livros estavam quase inaces-
síveis, muito caros, encontrando eles, por esse motivo, enormes dificuldades nas
doações.
Ainda em 1o de setembro de 1921, foi relembrado o assunto e João José dos
Santos ofereceu, então, os primeiros livros para a sua formação.
Em 24 de agosto de 1943 - já decorridos 22 anos! - José Moreira Elói empre-
endeu novos esforços neste sentido. Em 10 de junho de 1944, Emmanoel Martins
Chaves relembrou a necessidade da sua organização. Foi, então, formada uma co-
missão para tratar do assunto, dela participando o proponente mais Celso Falabela
e Eduardo Leitão.
À guisa de curiosidade, mas que fala muito de perto à afetividade dos Irmãos
da “Estrela Uberabense”, cita-se que a primeira máquina de escrever adquirida pela
Loja, para a Biblioteca e a Secretaria, foi uma de marca “Continental”, comprada de
segunda mão, e custou Rs. 500$000.
Escolas
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Nenhum resultado positivo disso se obteve.
Em 12 de julho de 1923, Waldemar Vieira apresenta diferente projeto de cria-
ção, prevendo o custeio pela Tesouraria e por Irmãos do Quadro. Derrotado nas
suas pretensões, não desanimou e, um ano e pouco após, em 23 de outubro de
1924, voltou a insistir na necessidade da sua fundação. Estava plenamente apoiado,
por isso o seu projeto foi aprovado, mas com a ressalva de adiamento, justificada
pelas últimas despesas com a instalação do novo Templo.
Enquanto se processavam as discussões e providências, o Irmão Jacinto Fer-
reira de Oliveira trabalhava espontaneamente, com uma lista de subscrições, no
meio maçom e profano, providenciando, também, junto à prefeitura, as carteiras
necessárias para os alunos da Escola. Além disso, promoveu ele um espetáculo
beneficente, no Polytheama, o qual rendeu Rs. 1:050$000 (um conto e cinquenta
mil réis) líquidos.
E foi assim que 70 dias depois, em 30 de outubro de 1924, Waldemar Vieira viu
concretizada a sua ideia, ficando resolvida a fundação da tão almejada Escola, sob
a responsabilidade da seguinte Comissão:
• Waldemar Vieira
• Jacinto Ferreira de Oliveira
• Lourival Tavares de Campos
• Anatólio Magalhães
• José Macciotti
• Celso Luís França
• Luis Soares Bilharinho
• Henrique Krüger
Foi inaugurada, provisoriamente, em 10 de março de 1925, às 14 horas, no
cômodo anexo à própria Loja.
As listas e donativos e o espetáculo haviam rendido a importância de Rs.
1:180$000. Já os gastos com o conserto do assoalho, pintura e limpeza custaram Rs.
1:729$000, apresentando o déficit de Rs. 549$000, que foi coberto pela Tesouraria
da Loja.
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A Escola foi denominada “José Bonifácio”. Funcionava com a média de 30 alu-
nos. Foi sua primeira professora a Srta. Maria de Lourdes Jardim, com o ordenado
de Rs.200$000 mensais. Foi substituída, mais tarde, pela Srta. Alice jardim, a qual
também o foi, em 1929, pela Srta. Maria Aparecida Jardim.
Funcionou durante 5 anos ininterruptos, no decorrer dos quais esteve inú-
meras vezes arriscado de fechamento, por insuficiência de recursos.
Em 18 de fevereiro de 1930, em plena crise financeira mundial provocada pela
quebra da Bolsa de Ações de New York em 1929, a “Estrela Uberabense” tinha em
caixa o irrisório saldo de Rs. 95$000! O desânimo era geral e muito se discutiu sobre
a contingência de fechamento da Escola, havendo muitos que votavam favoravel-
mente pelo fechamento, ainda que com tristeza.
Encetada nova luta entre os Irmãos, chegaram à conclusão de que as finan-
ças não permitiam aquela continuidade de funcionamento, resolveram prosseguir,
embora com os maiores sacrifícios, ao mesmo tempo explorando a possibilidade
de passar a Escola à condição salvadora de municipal, para tanto entregando-a à
responsabilidade da Câmara.
Estabelecidos os competentes entendimentos com o Prefeito, em 27 de agos-
to de 1930, por falta de apoio e recursos, ficou resolvido, em reunião, entregá-la à
Municipalidade.
Essa entrega concretizou-se no dia 27 de janeiro de 1931, mantida a exigência
de não ser mudado o nome de “José Bonifácio”.
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Funcionou até outubro daquele ano, época em que encerrou sua atividade,
devido à prisão de inúmeros Irmãos e consequente fechamento da Loja, durante 16
meses, por denúncia infundada.
Então, temerosos, os pais retiraram da Escola os filhos e, por falta de frequ-
ência, ela encerrou o seu funcionamento.
Hansenianos
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Concentrados no Bairro, da Abadia; em número de 200 e até mais, viviam
aqueles infelizes renegados passando necessidades, sem receberem um auxílio
concreto e permanente de quem de direito.
Com o decorrer do tempo, as autoridades sanitárias, coadjuvadas por alguns
abnegados, foram transferindo-os para as Colônias de Santa Isabel e São Francisco
de Assis. Restando, ficaram apenas uns 60 a 80, na ocasião em que a municipalida-
de doou a área onde viviam aglomerados e promíscuos ao Asilo de São Vicente de
Paula, que ficou encarregado de mantê-los.
Visitando-os, em comissão maçônica, e ouvindo queixas graves contra os
responsáveis e assistindo a verdadeiro quadro de miséria, a Comissão resolveu
ajudar aquelas pobres criaturas. Ora, a maioria tinha de lazer suas parcas refei-
ções em rudimentares trempes, em fogões de pedras, ao ar livre! Até o café lhes
era fornecido em grãos verdes, obrigando-os a torrá-los e socar - melhor dizendo:
queimá-los e amassar!
Nossa primeira providência foi mandar construir-lhes uma casa bastante es-
paçosa, com fogões e utensílios indispensáveis. Nem garfos e colheres tinham e
seus “pratos” eram latas vazias de goiabada, etc. ..
Todas os domingos, durante quase um ano, era-lhes entregue grande e sorti-
da quantidade de gêneros que uma carroça transportava e era recebida com imen-
sa com imensa alegria.
Abrigo de menores
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cheio de vida e alegria, para recolhimento de crianças órfãs e abandonadas, ofere-
cendo-lhes abrigo e trabalho no campo e em artesanato. Era o abrigo de menores.
Por longos anos, cumpriu Antonio Alberto com os deveres que a si mesmo se impôs
e, igualmente, satisfez seu desejo de prestar relevante serviço à comunidade ube-
rabense.
Cansado, porém, de lutar sozinho, sem o auxílio da municipalidade e, ao con-
trário, com a indiferença do povo, resolveu entregá-lo a alguma associação capaz
de mantê-lo e que se responsabilizasse por uma dívida de oitenta mil cruzeiros.
Entramos, então, em entendimentos para ser o Abrigo de Menores entregue
à maçonaria, prometendo saldar, em 48 horas, a dívida.
Infelizmente, houve intervenções, as quais não é interessante serem aqui
analisadas, impedindo a viabilidade da intenção.
Considerações
Alguns dos fatos relatados no capítulo anterior - lutas - são do domínio pú-
blico, através do noticiário dos jornais da época.
Considerando que, nas trajetórias pelas estradas e veredas do trabalho ho-
nesto e do Idealismo Maçônico, esses entraves externos são perfeitamente afasta-
dos. Por certo, quanto mais difíceis os obstáculos, maior o merecimento.
As estradas do bem, do direito e da justiça são pejadas de escolhos; suas
travessias são difíceis, penosas, quase insuperáveis. Entretanto os ensinamentos
maçônicos - sublimes nos seus princípios - constituem a arma poderosa contra os
perigos e o instrumento insubstituível na separação das pedras, dos espinhos, das
barreiras e dos precipícios propositalmente espalhados pela incompreensão das
criaturas menos avisadas.
Onde se acha o perigo? Na demonstração de falta de apoio moral e financei-
ro.
Apoio moral - infundindo respeito, confiança.
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Apoio financeiro - transformando as arrecadações no ouro sacrossanto para
a aquisição de tudo aquilo que possa amparar os menos favorecidos, os párias es-
quecidos pelos governos, pelos ricos e pelos poderosos.
As injustiças, as injúrias, o poder político e até mesmo a força das armas
jamais poderão penetrar nos Templos santificados pela honradez e pela compre-
ensão reinantes nas Oficinas de trabalho.
Elevemos hosanas aos inimigos externos e façamos todo o possível para que
os nossos templos sejam continuamente vaporizados pelo incenso da Sinceridade
e do Despreendimento. Enfim, esquecidos de nós mesmos, mas de ouvidos atentos
aos clamores contra a Impiedade e a Injustiça que, dolorosamente, ecoam lá fora,
como súplicas de socorro ao Gr... Arq... do Univ...!
Não os desiludamos!
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VENERÁVEIS DA LOJA MAÇÔNICA “ESTRELA UBERABENSE”
PERÍODO DE 1918/44
Eduardo Leitão
O 9º Venerável
1930 a 1931
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Francisco Cordeiro da Paixão Galdino Antônio da Silva
O 2º Venerável O 3º Venerável
1918/1919 – 1923/1924 – 1919 a 1920
1927/1928
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Alaor Fidélis da Silva
Atual Venerável
(1985 - 1987)
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Composição, diagramação e arte:
Release Mídia e Informação Ltda. Rua Major Eustáquio, 6
6º andar - Sala 603 Tel: 333.8533 - 333.8489
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Hino da Loja Maçônica Estrela Uberabense
I (Refrão)
Grandiosa Loja Maçônica Estrela Uberabense,
Estrela que o Maçom segue e confia,
Guardiã da Tradição que a Deus pertence:
O segredo da Real Maçonaria.
(Refrão 2 vezes...)
II
Uberaba, onde irmanam-se as Potências
No profícuo trabalhar em Harmonia,
É o Progresso superando as inclemências,
É a Aurora do raiar de um novo dia.
III
Ó Estrela, Amor e Luz que já resplende
Desde antes do que todas nessa Via,
Notre-Dame: é a Vós que compreende
Ser a Paz de uma só Maçonaria!
(Refrão 2 vezes. Encerrando, acrescenta-se:
“O Segredo de uma só Maçonaria”).