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por Hayrton Rodrigues do Prado Filho.

No Brasil, as estatísticas oficiais ainda não quantificam, adequadamente, a ocorrência anual


de acidentes do trabalho no Brasil. Uma das principais razões reside na abrangência do
levantamento. Apenas são registrados os acidentes que ocorrem com os segurados, isto é, com os
trabalhadores regidos pela CLT que contribuem para a Previdência Social.

O acidente é, por definição, um evento negativo, não planejado e indesejado do qual resulta
uma lesão pessoal ou dano material. Essa lesão pode ser imediata (lesão traumática) ou mediata
(doença profissional). Assim, caracteriza-se a lesão quando a integridade física ou a saúde são
atingidas. O acidente, entretanto, caracteriza-se pela existência do risco. Muitas vezes o acidente
parece ocorrer sem ocasionar lesão ou danos e alguns chamam esses acidentes de incidentes ou de
quase acidentes. Outros, preservando a definição, os chamam de acidentes sem lesão ou danos
visíveis. Nesse caso o prejuízo ou dano material pode ser até mesmo a perda de tempo associada ao
acidente.

Como exemplos de diferença, pode-se citar a exposição do trabalhador a ruído excessivo, que
é causada por ausência de isolamento acústico e/ou não utilização de protetor auricular. Como
consequência, há a perda auditiva ou uma doença profissional. Já a queda de um trabalhador de um
andaime, causada por ausência da proteção lateral do andaime e/ou não utilização de cinto de
segurança, acarreta fraturas diversas ou lesões traumáticas e/ou morte.

O gerenciamento dos riscos associados ao trabalho é fundamental para a prevenção de


acidentes. Isso requer pesquisas, métodos e técnicas específicas, monitoramento e controle. Os
conceitos básicos de segurança e saúde devem estar incorporados em todas as etapas do processo
produtivo, do projeto à operação. Essa concepção irá garantir inclusive a continuidade e segurança
dos processos, uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos. Por isso, alguns especialistas
estão advogando a implementação do Behavior-Based Safety (BBS) ou segurança comportamental
que faz uso da psicologia comportamental para promover a segurança no ambiente de trabalho,
no trânsito e na área de saúde. A BBS envolve criar uma sistemática, um processo contínuo que
define um conjunto de comportamentos que reduzem o risco de lesões relacionadas ao trabalho,
coletar dados sobre a frequência de práticas críticas de segurança e, então, garantir que o feedback
e o princípio de reforçamento encorajem e apoiem aquelas práticas críticas de segurança.

Os critérios essenciais para que um programa seja considerado de segurança


comportamental: envolva participação significativa da força de trabalho e não deve parar no nível
gerencial; vise os comportamentos seguros específicos; deve ser baseada na coleta de informações
sobre comportamentos observáveis; envolve processos de tomada de decisão baseada nos dados de
observação; envolve intervenção sistemática de observação e de melhoria; utiliza feedback focado
e contínuo no desempenho; e requer visível manutenção de apoio dos gerentes e da supervisão de
linha de frente. Conforme afirmam alguns especialistas, esse sistema pode conduzir a: índices
reduzidos de incidentes, acidentes e lesões; maior frequência de comportamentos seguros; redução
dos custos de acidentes; aceitação do sistema por todas as pessoas envolvidas; generalização do
procedimento para outros sistemas de trabalho; acompanhamento regular e rápido para
implementação de melhorias; aumento e melhoramento do relatório de falhas, incidentes e
acidentes, pois se valoriza a comprometimento com a segurança; e aumento das habilidades de
gerenciamento positivo.

“Um programa eficaz de gestão de segurança não pode ter apenas como base os indicadores
atualmente praticados e controlados. Por essa razão, os coordenadores e a alta direção buscam algo
além dos métodos tradicionais de gestão de segurança, que tratam de temas básicos como a
cobrança pelo uso dos EPIs, aplicação dos procedimentos operacionais e o preparo no atendimento
às emergências. Uma gestão baseada apenas nesses indicadores, e que não considera o fator
humano e sua influência, consiste basicamente em acreditar na sorte. Foi justamente pensando em
mudar esse cenário, considerando questões culturais e comportamentais, que surgiu o conceito de
segurança comportamental. Conhecido na Europa e Estados Unidos, o BBS tem sido utilizado há
algum tempo por multinacionais que buscam reduzir seus índices de acidentes.

Tais empresas já verificaram, por meio de metodologias apropriadas de análise de causa raiz,
que esses acidentes, em sua maioria, estavam sendo causados por comportamentos inseguros, ou
seja, o fator humano estava sendo determinante”, informa. Acrescenta que, levando em conta esse
fator, a segurança comportamental trata de uma forma mais abrangente a gestão da segurança e
dos colaboradores, identificando neles estados e erros críticos que possam contribuir para um
acidente.

Para alcançar tal objetivo, sendo uma sistemática de prevenção, o conceito baseia-se em um
conjunto de práticas que incluem até o uso de psicologia para difundir nas empresas uma cultura de
segurança. “Entretanto, para a eficácia do programa, o mesmo deve focar sua atenção, dentre outras
práticas, em três pontos fundamentais: treinamento e acompanhamento constante; conscientização
e participação eficaz das lideranças; e formação e manutenção de uma equipe motivada de
observadores de segurança. Entre os benefícios que podem ser alcançados com a aplicação de um
programa de segurança comportamental bem implementado podemos destacar: maior aceitação do
sistema de gestão pelas pessoas envolvidas; índices reduzidos de incidentes e acidentes; maior
frequência de comportamentos seguros; acompanhamento regular e rápido para implementação de
melhorias; e aumento das habilidades de gerenciamento positivo”.

Segundo o gerente, a adoção de um programa de segurança comportamental vai ao encontro


das necessidades das empresas, tornando o ambiente de trabalho mais seguro ao considerar os
aspectos culturais e comportamentais como peças chave do processo. “Com a prática, o uso de EPIs
e a aplicação dos procedimentos de segurança ganham novo significado. Os empregados, ao se
conscientizarem sobre a importância de adotar comportamentos seguros, estarão mais bem
preparados para usar os equipamentos de proteção, sem a necessidade da pressão pela
obrigatoriedade do mesmo. Isso ilustra exatamente o diferencial do programa, que privilegia a
capacitação e conscientização, medidas simples que permitem aos funcionários exercerem suas
atividades em segurança, possibilitando uma vida no ambiente de trabalho melhor e menos tensa”,
complementa.

Enfim, a abordagem tradicional acaba focando no erro, nos desvios e no comportamento que
não é o desejado. As auditorias de segurança muitas vezes assumem caráter fiscalizador e punitivo.
Os incidentes e os acidentes não são reportados para não comprometer os indicadores. Assim, em
um processo de segurança comportamental utiliza-se a tecnologia comportamental ou a abordagem
científica sobre o comportamento para aumentar significativamente a frequência dos
comportamentos seguros. O foco é no acerto, no comportamento requerido, por meio de
observação treinada e feedbacks positivos.

Faz-se a gestão do clima organizacional através de intervenções precisas na cultura e do


preparo das lideranças para atuarem nessa nova abordagem. É um processo de melhoria contínua e
o que é ainda melhor: a gestão está na mão dos próprios funcionários.

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