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Pré-Cálculo - 2013/1

Exponenciais e Logaritmos

Cı́cero Nachtigall
Conteúdo

1 Exponenciais e logarı́tmos 1
1.1 Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1.1 Potênciação e radiciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Função Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.1 Definição, domı́nio e imagem . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.2 Gráfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Equações e Inequações Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3.1 Equações Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3.2 Inequações Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.4.1 Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.5 Logarı́tmos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.5.1 Definição e Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.6 Função Logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.6.1 Definição, domı́nio e imagem . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.6.2 Gráfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.6.3 A função logarı́tmica como inversa da função exponencial 20
1.7 Equações e Inequações Logarı́tmicas . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.7.1 Equações Logarı́tmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.7.2 Inequações Logarı́tmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.8.1 Respostas: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Índice Remissivo 35

Bibliografia 37
iv Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall
Capı́tulo 1

Exponenciais e logarı́tmos

1.1 Exponenciais
1.1.1 Potênciação e radiciação
Definição 1.1 Dados a ∈ R e n ∈ N, a potência an indica a multiplicação do
número a por ele mesmo tantas vezes quanto indicar o número n, isto é,

an = |a · a ·{z· · · · a}
n vezes

O número a é chamado de base e o número n é chamado de expoente da


potência an .

Definição 1.2 Dados


√ a ∈ R e n ∈ N, a raiz n-ésima de a é igual a b ∈ R, e
escrevemos b = n a, se
bn = a.

O√número a é chamado de radicando e o número n é chamado de ı́ndice da


raiz n a.

Observe que se n é um número par, devemos exigir que a seja um número


não-negativo.
Podemos ampliar a ideia de potencias e raı́zes para expoentes negativos e
fracionários, da seguinte forma:
1
a−n = (potência com expoente negativo)
an
2 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

m √
n
an = am (potência com expoente fracionário)
Note que, na potência de expoente fracionário, o denominador do expoente
é o ı́ndice da raiz e o numerador é o expoente do radicando.

Daqui para frente, iremos considerar potências da forma ab , onde a > 0,


a ̸= 1 e b ∈ R.
Relembremos as principais propriedades das potências:

Proposição 1.1 Sejam a, b ∈ R tais que a > 0 e a ̸= 1. Então:

(i) ab ≥ 0. “Toda potência é um número não negativo”


(ii) a0 = 1. “Qualquer base elevada no expoente 0 é igual a 1”

(iii) a1 = a. “Qualquer base elevada no expoente 1 é igual a própria base”


(iv) ab · ac = ab+c . “Produto de potências de mesma base”
ab
(v) ac = ab−c . “Quociente de potências de mesma base”
(vi) (ab )c = ab·c . “Potência de uma potência”

(vii) ab = ac ⇐⇒ b = c. “Igualdade de potências de mesma base”


Exponenciais e logarı́tmos 3

1.2 Função Exponencial


1.2.1 Definição, domı́nio e imagem
Definição 1.3 Dado um número real a tal que a > 0 e a = ̸ 1, a função
exponencial de base a é a função, definida em R, que assoscia a cada número
real x o número ax .
Ou seja,
f : R −→ R∗+
x 7−→ ax

Exemplo 1.1 São exemplos de funções exponenciais:


(a) f (x) = 2x
“ função exponencial de base 2 ”
(b) f (x) = 10x
“ função exponencial de base 10 ”
( )x
1
(c) f (x) = “ função exponencial de base 12 ”
2

(d) f (x) = ex “ função exponencial de base e ”

Observação 1.1 Para a função exponencial f (x) = ax temos:


(a) (0, 1) ∈ f . De fato, f (0) = a0 = 1.
(b) (1, a) ∈ f . De fato, f (1) = a1 = a.
(c) D(f ) = R e Im(f ) = R∗+ .

1.2.2 Gráfico
O gráfico de uma função exponencial assume uma das formas abaixo:

a>1 0<a<1
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Nos Exemplos 1.2 e 1.3 abaixo, a tı́tulo de ilustração, iremos destacar


alguns pontos pertencentes ao gráfico das funções dadas.

Exemplo 1.2 Esboce o gráfico da função f (x) = 2x .


Resolução: Neste caso, temos uma função exponencial de base 2 e, conse-
quentemente, uma função crescente.

x f (x) Ponto
( )
1 1
−3 A −3,
8 ( 8)
1 1
−2 B −2,
4 ( 4)
1 1
−1 C −1,
2 2
0 1 D (0, 1)
1 2 E (1, 2)
2 4 F (2, 4)
3 8 G (3, 8)

( )x
Exemplo 1.3 Esboce o gráfico da função f (x) = 21 .
1
Resolução: Neste caso, temos uma função exponencial de base 2 e, conse-
quentemente, uma função decrescente.

x f (x) Ponto
−3 8 A (−3, 8)
−2 4 B (−2, 4)
−1 2 C (−1, 2)
0 1 D((0, 1))
1 1
1 E 1,
2 ( 2)
1 1
2 F 2,
4 ( 4)
1 1
3 G 3,
8 8
Exponenciais e logarı́tmos 5

1.3 Equações e Inequações Exponenciais


1.3.1 Equações Exponenciais
Definição 1.4 Toda equação que contém a incógnita no expoente é denomi-
nada equação exponencial.

Exemplo 1.4 São exemplos de equações exponenciais:



3x = 81, ( 2)x = 0, 25, 2x −2x = 8, 5|x−3| = 1, 9x − 4 · 3x + 3 = 0
2

( )|x2 +4x−1|
1
= 0, 0625, 2x−2 + 2x−1 + 2x + 2x+1 + 2x+2 = 124
2
√ √ √
33x−2 − 9x−2 34x−10 = 0
2x 4 x

Vejamos alguns exemplos:

Exemplo 1.5 Resolva a equações


√ exponenciais
(a) 3x = 81 (b) ( 2)x = 0, 25
Resolução: Escrevendo ambos os lados como potências de uma mesma base
obtemos:
(a) 3x = 81 =⇒ 3x = 34 =⇒ x = 4 =⇒ S = {4}.
√ x
(b) ( 2)x = 0, 25 =⇒ 2 2 = 2−2 =⇒ = −2 =⇒ x = −4 =⇒ S = {−4}.
x

2
Exemplo 1.6 Resolva a equações exponenciais
(a) 2x −2x = 8 (b) 5|x−3| = 1
2

Resolução: Escrevendo ambos os lados como potências de uma mesma base


obtemos:
(a) 2x −2x = 8 =⇒ 2x −2x = 23 =⇒ x2 − 2x − 3 = 0 =⇒ S = {−1, 3}.
2 2

(b) 5|x|−3 = 1 =⇒ 5|x|−3 = 50 =⇒ |x| − 3 = 0 =⇒ S = {−3, 3}.

Exemplo 1.7 Resolva a equação exponencial

9x − 4 · 3x + 3 = 0.

Resolução: Note que esta equação exponencial dada pode ser reescrita da
segunite maneira:
(3x )2 − 4 · 3x + 3 = 0.
Fazendo 3x = y temos

y 2 − 4y + 3 = 0 =⇒ y = 1 ou y = 3.
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Se y = 1 temos 3x = 1 e portanto x = 0.
Se y = 1 temos 3x = 3 e portanto x = 1.
Consequentemente, temos S = {0, 1}.

Exemplo 1.8 Resolva a equação exponencial


( )|x2 +4x−1|
1
= 0, 0625.
2
Resolução: Igualando as bases temos
( )|x2 +4x−1| ( )|x2 +4x−1| ( )|x2 +4x−1| ( )4
1 1 625 1 1
= 0, 0625 =⇒ = =⇒ = .
2 2 10000 2 2
Desta forma, temos
|x2 + 4x − 1| = 4 =⇒ x2 + 4x − 1 = 4 ou x2 + 4x − 1 = −4.

Se x2 + 4x − 1 = 4 temos x2 + 4x − 5 = 0, ou seja, x = −5 ou x = 1.
Se x2 + 4x − 1 = −4 temos x2 + 4x + 3 = 0, ou seja, x = −3 ou x = −1.
Consequentemente, S = {−5, −3, −1, 1}.

Exemplo 1.9 Resolva a equação exponencial


2x−2 + 2x−1 + 2x + 2x+1 + 2x+2 = 124.
Resolução: Reescrevendo a equação acima, temos
2x 2x
2x−2 + 2x−1 + 2x + 2x+1 + 2x+2 = 124 =⇒ + + 2x + 2 · 2x + 4 · 2x = 124
4 2
( ) ( )
1 1 x 31
=⇒ + + 1 + 2 + 4 2 = 124 =⇒ 2x = 124 =⇒ 2x = 16 =⇒ x = 4.
4 2 4
Consequentemente, S = {4}.

Exemplo 1.10 Resolva a equação exponencial


√ √ √
33x−2 − 9x−2 34x−10 = 0.
2x 4 x

Resolução: Reescrevendo a equação acima, temos


3x−2 x−2 3x − 2
4x−10 x − 2 4x − 10
3 2x =3 2 ·3 x = =⇒ +
2x 2 x
3x − 2 − x(x − 2) − 2(4x − 10)
=⇒ = 0 =⇒ x2 + 3x − 18 = 0.
2x
Consequentemente, S = {−6, 3}.
Exponenciais e logarı́tmos 7

1.3.2 Inequações Exponenciais


Definição 1.5 Toda inequação que contém a incógnita no expoente é deno-
minada inequação exponencial.

Exemplo 1.11 São exemplos de inequações exponenciais:


( )x+1 ( )x2 −6
1 1 3 16 1
5 ≤ 125,
x
< , ≥ , > 0, 2
3 9 4 9 5|2x+1|

7 < 7|x+1| ≤ 343, 4x − 10 · 2x + 16 ≤ 0

A Proposição 1.2 abaixo será utilizada na resolução de inequações expo-


nenciais:

Proposição 1.2 Sejam a um real positivo tal que a ̸= 1 e sejam dadas as


funções reais f : R −→ R e g : R −→ R.
Se a > 1 então
af (x) < ag(x) ⇐⇒ f (x) < g(x); “ a desigualdade se mantém ”
Se 0 < a < 1 então
af (x) < ag(x) ⇐⇒ f (x) > g(x); “ a desigualdade é invertida ”

Resultados análogos valem para as desigualdades “>”, “≤” e “≥”.


Demonstração: Consideremos a função auxiliar

h : R −→ R
x 7−→ ax

Se a > 1, sabemos que h é uma função crescente e portanto

f (x) < g(x) ⇐⇒ h(f (x)) < h(g(x)) ⇐⇒ af (x) < ag(x) .

Se 0 < a < 1, sabemos que h é uma função decrescente e portanto

f (x) < g(x) ⇐⇒ h(f (x)) > h(g(x)) ⇐⇒ af (x) > ag(x)

e isto demonstra a proposição. 

Exemplo 1.12 Resolva as inequações exponenciais:


( )x+1 ( )x2 −6
1 1 3 16
(a) 5 ≤ 125
x
(b) < (c) ≥
3 9 4 9
Resolução: Igualando as bases e utilizando a Proposição 1.2, obtemos:
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(a) 5x ≤ 125 =⇒ 5x ≤ 53 =⇒ x ≤ 3 =⇒ S = (−∞, 3].


( )x+1 ( )x+1 ( )2
1 1 1 1
(b) < =⇒ < =⇒ x + 1 > 2 =⇒ S = [1, +∞).
3 9 3 3
( )x2 −6 ( )x2 −6 ( )−2
3 16 3 3
(c) ≥ =⇒ ≥ =⇒ x2 − 6 ≤ −2 =⇒ x2 − 4 ≤ 0.
4 9 4 4
Consequentemente, temos S = [−2, 2].

Exemplo 1.13 Resolva as inequações exponenciais:


1 √
(a) |2x+1| > 0, 2 (b) 7 < 7|x+1| ≤ 343
5
Resolução: Igualando as bases e utilizando a Proposição 1.2, obtemos:
1
(a) |2x+1| > 0, 2 =⇒ 5−|2x+1| > 5−1 =⇒ −|2x + 1| > −1 =⇒ |2x + 1| < 1.
5
Resolvendo a inequação modular |2x + 1| < 1 obtemos S = [0, 1].
√ 1
(b) 7 < 7|x+1| ≤ 343 =⇒ 7 2 < 7|x+1| ≤ 73 =⇒ < |x + 1| ≤ 3.
1

2
Resolvendo a inequação modular dupla
1
< |x + 1| ≤ 3
2
obtemos S = [−4, − 32 ) ∪ (− 12 , 2].

Exemplo 1.14 Resolva a inequação exponencial

4x − 10 · 2x + 16 ≤ 0

Resolução: Note que esta equação exponencial dada pode ser reescrita da
segunite maneira:
(2x )2 − 10 · 2x + 16 ≤ 0.
Fazendo 2x = y temos

y 2 −10y+16 ≤ 0 =⇒ 2 ≤ y ≤ 8 =⇒ 2 ≤ 2x ≤ 8 =⇒ 2 ≤ 2x ≤ 23 =⇒ 1 ≤ x ≤ 3.

Consequentemente, temos S = [1, 3].


Exponenciais e logarı́tmos 9

1.4 Exercı́cios
1. Esboce o gráfico das seguintes funções exponenciais:

x
(a) f (x) = 3x (e) f (x) = 3x + 2 (i) f (x) = 1 − 3 2

( 1 )x
(b) f (x) = 3 (f) f (x) = 5x − 1 (j) f (x) = 3|x|

(c) f (x) = 2−x (g) f (x) = −5x (k) f (x) = 3|x−2|

(d) f (x) = 4x+1 (h) f (x) = −2−x (l) f (x) = |3x − 2|

2. Esboce o gráfico das seguintes funções exponenciais:


(a) f (x) = ex (b) f (x) = e−2 · ex (c) f (x) = e|x| − 2

3. Resolva as seguintes equações exponenciais:

(a) 3x = 81 (c) 9x−1 = 3 (e) 3−x = 1


243


(b) 52x+1 = 125 (d) ( 3 4)x = 8 (f) 1002x = 0, 000001

4. Resolva as seguintes equações exponenciais:


2
(a) e2x +3x−2
=1 (d) 3x−1 − 3x + 3x+1 + 3x+2 = 306

−x (e) 4x + 4 = 5 · 2x
2
(b) 27x = 9x+1

(c) (4x+1 )x−1 = 2x


2
+x+4 (f) 162x+3 − 162x+1 = 28x+12 − 26x+5

5. Resolva as seguintes inequações exponenciais:


10 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

(a) 2x < 32 (h) π 3x−4 ≥ 1

(b) 4x ≥ 8 −5x+6
2
(i) 2x <4

(c) 2x <
1 ( )x2 +5x−2
2 9
8 (j) ≤
( )x 3 4
1 1
(d) ≤
3 27 (k) 27 < 3x ≤ 243

(e) (0, 008)x > 3 25 (l) 4 < 8|x| < 32
√ 1
(f) ( 5 25)x > √ (m) 4x − 6 · 2x + 8 < 0
4
125
(n) 32x − 3x+1 > 3x − 3
(g) (0, 1) 3−4x
≤ 0, 0001
Exponenciais e logarı́tmos 11

1.4.1 Respostas
1. Gráficos do Exercı́cio 1
12 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

2. Gráficos do Exercı́cio 2

{3}
3. (a) S = {4} (c) S = 2 (e) S = {5}
{9}
(b) S = {1} (d) S = 2 (f) S = {−3}
{ }
4. (a) S = −2, 12 (c) S = {3, −2} (e) S = {0, 2}
{ } {1}
(b) S = 2, − 13 (d) S = {3} (f) S = 2
[ )
4
5. (a) S = (−∞, 5) (h) S = , +∞
3
[ )
3
(b) S = , +∞ (i) S = (1, 4)
2

(c) S = (−∞, −3) (j) S = (−∞ − 5] ∪ [0 + ∞)

(d) S = [3, +∞) (k) S = (3, 5]


( ] ( ) ( )
2 5 2 2 5
(e) S = −∞, − (l) S = − ,− ∪ ,
9 3 3 3 3
( )
15
(f) S = − , +∞ (m) S = (1, 2)
8
( ]
1
(g) S = −∞, − (n) S = (−∞, 0) ∪ (1, +∞)
4
Exponenciais e logarı́tmos 13

1.5 Logarı́tmos
Consideremos, como motivação para estudarmos a teoria de logaritmos, o
seguinte exemplo:

Exemplo 1.15 A taxa de crescimento da população de um determinado paı́s


é de, aproximadamente, 2% ao ano. Se a taxa de crescimento continuar a
mesma, em quantos anos a população irá dobrar?
Resolução: Denotemos por P0 a atual população deste paı́s. Utilizaremos P1
para denotar a população após 1 ano, por P2 a população após 2 anos e assim
por diante.
Note que
P1 = (1, 02)P0
P2 = (1, 02)P1 = (1, 02)[(1, 02)P0 ] = (1, 02)2 P0
P3 = (1, 02)P2 = (1, 02)[(1, 02)2 P0 ] = (1, 02)3 P0
..
.
Pk = (1, 02)k P0
Desta forma, estamos interessados em descobrir para qual valor de k tere-
mos
Pk = 2P0 ,
ou seja,
2P0 = (1, 02)k P0 =⇒ 2 = (1, 02)k .
A equação 2 = (1, 02)k , que é uma equação (a princı́pio) de difı́cil resolução,
é resolvida fácilmente utilizando a teoria de logaritmos.
Utilizando logaritmos obtemos
log 2 0, 30103
2 = (1, 02)k ⇐⇒ k = ≈ ≈ 35,
log 1, 02 0, 0086
de onde temos que é preciso aproximadamente 35 anos para que a população
deste paı́s seja duplicada.

1.5.1 Definição e Propriedades


Definição 1.6 Sejam a e b números reais positivos, com a ̸= 1. Chama-se
logarı́tmo de b na base a ao número real x que satisfaz a equação

ax = b. (1.1)
14 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

Costuma-se utilizar a notação


loga b “ logaritmo de b na base a”
para representar o número real x dado em (1.1), ou seja,

loga b = x ⇐⇒ ax = b. (1.2)

Em (1.2), o número x é chamado de logarı́tmo, o número a é chamado de


base do logarı́tmo e o número b é chamado de logaritmando.
As restrições a > 0, a ̸= 1 e b > 0 dadas na Definição 1.6 são chamadas de
condições de existência do logarı́tmo.

Exemplo 1.16 Determine o valor da soma x + y + z onde


1
log2 16 = x, log3 =y e log0,25 64 = z.
9
Resolução: Basta notar que

log2 16 = x ⇐⇒ 2x = 16 ⇐⇒ 2x = 24 ⇐⇒ x = 4

1 1
log3 = y ⇐⇒ 3y = ⇐⇒ 3y = 3−2 ⇐⇒ y = −2
9 9
log0,25 64 = z ⇐⇒ (0, 25)z = 64 ⇐⇒ (2−2 )z = 26 ⇐⇒ z = −3.
Portanto,
x + y + z = 4 + (−2) + (−3) = −1.


Observação 1.2 Quando a base do logarı́tmo é o número de Euler, escreve-


mos ln b ao invés de loge b.

Proposição 1.3 Sejam a, b e c reais positivos tais que a ̸= 1. Então:

(i) loga 1 = 0. “O logaritmo de 1, em qualquer base, é igual a 0”

(ii) loga a = 1. “O logaritmo de um número, na própria base, é igual a 1”

(iii) aloga b = b. “O logaritmo é a solução de uma equação exponencial”

(iv) loga b = loga c ⇐⇒ b = c. “Dois logaritmos de uma mesma base são


iguais se e somente se os logaritmandos são iguais”
Exponenciais e logarı́tmos 15

Demonstração: Todos os ı́tens são consequências imediatas da Definição 1.6,


como veremos a seguir:
(i) loga 1 = x ⇐⇒ ax = 1 =⇒ ax = a0 =⇒ x = 0.
(ii) loga a = x ⇐⇒ ax = a =⇒ ax = a1 =⇒ x = 1.
(iii) ax = b ⇐⇒ x = loga b.
(iv) loga b = loga c ⇐⇒ aloga b = aloga c ⇐⇒ b = c.
Note que na demonstração do ı́tem (iv) estamos utilizando o item (iii)!! 

A Proposição 1.4 abaixo é conhecida como logaritmo do produto:

Proposição 1.4 Sejam a, b e c reais positivos tais que a ̸= 1. Então

loga (b · c) = loga b + loga c

Demonstração: Utilizando o item (iii) da Proposição 1.3 temos

aloga b·c = b · c = aloga b · aloga c = aloga b+loga c =⇒ loga b · c = loga b + loga c

Corolário 1.1 Sejam a, a1 , a2 , ..., an reais positivos tais que a ̸= 1. Então

loga (a1 · a2 · ... · an ) = loga a1 + loga a2 + ... + loga an .

Exemplo 1.17 (a) log2 15 = log2 3 · 5 = log2 3 + log2 5


(b) log3 6 = log3 3 · 2 = log3 3 + log3 2 = 1 + log3 2
(c) log5 125 = log5 5 · 5 · 5 = log5 5 + log5 5 + log5 5 = 3

A Proposição 1.5 abaixo é conhecida como logaritmo do quociente:

Proposição 1.5 Sejam a, b e c reais positivos tais que a ̸= 1. Então


( )
loga cb = loga b − loga c

Demonstração: Utilizando o item (iii) da Proposição 1.3 temos

b aloga b ( )
aloga ( c ) =
b
= log c = aloga b−loga c =⇒ loga cb = loga b − loga c.
c a a


16 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

( )
Exemplo 1.18 (a) log2 73 = log2 7 − log2 3.
( )
(b) log3 15 = log3 1 − log3 5 = − log3 5.
( 25 ) ( )
(c) log5 (0, 25) = log5 100 = log5 41 = − log5 4.

A Proposição 1.6 abaixo é conhecida como logaritmo da potência:

Proposição 1.6 Sejam a e b reais positivos tais que a ̸= 1 e seja α um real


qualquer. Então

loga bα = α · loga b.

Demonstração: Utilizando o item (iii) da Proposição 1.3 temos


α
aloga b = bα = (aloga b )α = aα·loga b =⇒ loga bα = α · loga b.

Exemplo 1.19 (a) log5 125 = log5 53 = 3 log5 5 = 3.


(1)
(b) log3 32 = log3 2−5 = −5 log3 2.
√ 3
(c) log5 23 = log5 2 4 = 34 log5 2.
4

A Proposição 1.7 abaixo é conhecida como mudança de base do logarı́tmo:

Proposição 1.7 Sejam a, b e c reais positivos tais que a ̸= 1 e c ̸= 1. Então


logc b
loga b = .
logc a
Demonstração: Utilizando o item (iii) da Proposição 1.3 e a Proposição 1.6
temos (loga b)
b = clogc b = clogc a = c(loga b)·(logc a)
logc b
=⇒ logc b = (loga b) · (logc a) =⇒ loga b = .
logc a

log10 5
Exemplo 1.20 (a) log3 5 = .
log10 3

log10 2 log10 2 log10 2 log10 2


(b) log1000 2 = = = = .
log10 1000 log10 103 3 log10 10 3

log2 128 log2 27 7 log2 2 7


(c) log8 128 = = = = .
log2 8 log2 23 3 log2 2 3
Exponenciais e logarı́tmos 17

Corolário 1.2 Sejam a, b e c reais positivos tais que a ̸= 1 e c ̸= 1 e seja α


um real não nulo. Então

(i) loga b = loga c · logc b.


1
(ii) loga b = .
logb a
1
(iii) logaα b = α loga b.

Demonstração: Da Proposição 1.7 temos


loga b
(i) logc b = =⇒ loga b = loga c · logc b.
loga c

logb b 1
(ii) loga b = = .
logb a logb a

loga b loga b loga b


(iii) logaα b = α
= = = 1
α loga b. 
loga a α loga a α

Exemplo 1.21 (a) log10 3 · log3 8 = log10 8.

(b) log2 5 · log5 10 · log10 4 · log4 3 · log3 8 = log2 8 = 3.

1
(c) log8 3 = .
log3 8

1 log10 2
(d) log1000 2 = log103 2 = log10 2 = .
3 3

(e) log 13 5 = log3−1 5 = − log3 5.

7 7
(f) log8 128 = log23 27 = 7 log23 2 = log2 2 = .
3 3
18 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

1.6 Função Logarı́tmica


1.6.1 Definição, domı́nio e imagem
Definição 1.7 Dado um número real positivo a, com a ̸= 1, chama-se função
logarı́tmica de base a à função de R∗+ em R que assoscia a cada x o número
loga x.
Ou seja,

f : R∗+ −→ R
x 7−→ loga x

Exemplo 1.22 São exemplos de funções logarı́tmicas:


(a) f (x) = log2 x “ função logarı́tmica de base 2 ”

(b) f (x) = log10 x “ função logarı́tmica de base 10 ”


1
(c) f (x) = log 12 x “ função logarı́tmica de base 2 ”

(d) f (x) = ln x “ função logarı́tmica de base e ”

Observação 1.3 Para a função logarı́tmica f (x) = loga x temos:


(a) (1, 0) ∈ f . De fato, f (1) = loga 1 = 0.
(b) (a, 1) ∈ f . De fato, f (a) = loga a = 1.
(c) D(f ) = R∗+ e Im(f ) = R.

1.6.2 Gráfico
O gráfico de uma função logarı́tmica assume uma das formas abaixo:

a>1 0<a<1
Exponenciais e logarı́tmos 19

Nos Exemplos 1.23 e 1.24 abaixo, a tı́tulo de ilustração, iremos destacar


alguns pontos pertencentes ao gráfico das funções dadas.

Exemplo 1.23 Esboce o gráfico da função f (x) = log2 x.


Resolução: Neste caso, temos uma função logaritmica de base 2 e, conse-
quentemente, uma função crescente.

x f (x) Ponto
( )
1 1
−3 A , −3
8 (8 )
1 1
−2 B , −2
4 (4 )
1 1
−1 C , −1
2 2
1 0 D (1, 0)
2 1 E (2, 1)
4 2 F (4, 2)
8 3 G (8, 3)

Exemplo 1.24 Esboce o gráfico da função f (x) = log 12 x.


1
Resolução: Neste caso, temos uma função logaritmica de base 2 e, conse-
quentemente, uma função decrescente.

x f (x) Ponto
( )
1 1
3 A ,3
8 (8 )
1 1
2 B ,2
4 (4 )
1 1
1 C ,1
2 2
1 0 D (1, 0)
2 −1 E (2, −1)
4 −2 F (4, −2)
8 −3 G (8, −3)
20 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

1.6.3 A função logarı́tmica como inversa da função expo-


nencial
A Proposição 1.8 abaixo mostra que a função logarı́tmica é bijetora.

Proposição 1.8 Seja a um real positivo tal que a ̸= 1. A função logarı́tmica


f : R∗+ −→ R
x 7−→ loga x

é bijetora.
Demonstração: Basta notar que esta função é sobrejetora e injetora.
Afirmação 1: f é sobrejetora.
De fato, dado y ∈ R, seja x ∈ R∗+ dado por

x = ay .

Assim,
f (x) = f (ay ) = loga ay = y loga a = y
e portanto f é sobrejetora.
Afirmação 2: f é injetora. De fato, sejam x1 , x2 ∈ R∗+ tais que

f (x1 ) = f (x2 ).

Assim,

loga x1 = loga x2 =⇒ aloga x1 = aloga x2 =⇒ x1 = x2

e portanto f é injetora.
Das afirmações 1 e 2 temos que f é bijetora. 

Note que a demonstração da Proposição 1.8 sugere que a função


inversa da função logarı́tmica de base a é a função exponencial de mesma
base.
Demonstraremos este fato na Proposição 1.9 abaixo:

Proposição 1.9 Seja a um real positivo tal que a ̸= 1. As funções


f : R∗+ −→ R g : R −→ R∗+
e
x 7−→ loga x x 7−→ ax
são mutuamente inversas.
Demonstração: Basta notar que g ◦ f : R∗+ −→ R∗+ e f ◦ g : R −→ R são tais
que
(g ◦ f ) = g(f (x)) = g(loga x) = aloga x = x
Exponenciais e logarı́tmos 21

e
(f ◦ g) = f (g(x)) = f (ax ) = loga ax = x loga a = x


Exemplo 1.25 Considere as funções f (x) = log2 x e g(x) = log 12 x. Esboce


no mesmo sistema cartesiano os gráficos de f e de f −1 .
Resolução: Como f (x) = log2 x e g(x) = log 21 x, segue da Proposição 1.9 que
( )x
1
f −1 (x) = 2x e g −1 (x) = .
2
Os respectivos gráficos são

Observe a simetria dos gáficos de de cada função e de sua respectiva inversa


em relação à bissetriz dos quadrantes ı́mpares.
22 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

1.7 Equações e Inequações Logarı́tmicas


1.7.1 Equações Logarı́tmicas
Definição 1.8 Toda equação que contém a incógnita na base ou no logarit-
mando de um logaritmo é denominada equação logarı́tmica.

Exemplo 1.26 São exemplos de equações logarı́tmicas:


(a) log3 x = 4
(1)
(b) logx 16 =2
(c) log2 (x2 − 4x − 20) = log2 (10 − 3x)
(d) [log3 x]2 − 5[log3 x] + 6 = 0
(e) logx (10 − 3x) = 2

Observação 1.4 Antes de resolver uma equação logarı́tmica, devemos encon-


trar o conjunto CE de números reais que satisfazem as Condições de Existência
dos logarı́tmos envolvidos. As soluções da equação, quando existirem, estarão
contidas no conjuto CE.

Vejamos alguns exemplos:

Exemplo 1.27 Resolva a (equações


) logarı́tmicas
(a) log3 x = 4 1
(b) logx 16 =2 (c) log2 (x2 − 4x − 20) = log2 (10 − 3x)
Resolução:
(a) Neste caso, temos CE = {x ∈ R|x > 0}.
Como log3 x = 4 =⇒ x = 34 = 81 e 81 ∈ CE (a condição de existência é
cumprida!) temos que o conjunto solução da equação dada é S = {81}.
(b) Neste caso, temos CE = {x ∈ R|x > 0 e x ̸= 1}.
Se x ∈ CE temos
( ) { }
1 2 1 1 1
logx = 2 =⇒ x = =⇒ x = =⇒ S = .
16 16 4 4

Observe que x2 = 16 1
também possui x = − 14 como solução, mas esta foi
descartada pois − 14 ̸∈ CE.
(c) Neste caso, temos CE = {x ∈ R | x2 − 4x − 20 > 0 e 10 − 3x > 0}.
Se x ∈ CE temos
log2 (x2 −4x−20) = log2 (10−3x) =⇒ x2 −4x−20 = 10−3x =⇒ x2 −x−30 = 0 =⇒ x = −5.

Portanto S = {−5}.
Note que a equação x2 − x − 30 = 0 também possui x = 6 como solução,
mas como 6 ̸∈ CE, esta possibilidade foi descartada.
Exponenciais e logarı́tmos 23

Exemplo 1.28 Resolva a equações logarı́tmicas


(a) [log3 x]2 − 5[log3 x] + 6 = 0 (b) logx (10 − 3x) = 2
Resolução:
(a) Consideremos a incógnita auxiliar y = log3 x, podemos reescrever a equação
dada como y 2 − 5x + 6 = 0. Resolvendo esta equação em y, obtemos y = 2 ou
y = 3. Agora voltaremos à incógnita original.
Para y = 2 temos
log3 x = 2 =⇒ x = 9.
Para y = 3 temos
log3 x = 3 =⇒ x = 27.
Portanto, o conjunto solução é dado por S = {9, 27}.
(b) Neste caso, temos CE = {x ∈ R | x > 0, x ̸= 1 e 10 − 3x > 0}.
Se x ∈ CE temos

logx (10 − 3x) = 2 =⇒ 10 − 3x = x2 =⇒ x2 + 3x − 10 = 0 =⇒ x = 2

Portanto S = {2}.
Note que a equação x2 + 3x − 10 = 0 também possui x = −5 como solução,
mas como −5 ̸∈ CE, esta possibilidade foi descartada.

Exemplo 1.29 Resolva a equação logarı́tmica

log3 (2x − 1)2 − log3 (x − 1)2 = 2.

Resolução: Neste caso, temos


{ }
1
CE = {x ∈ R | 2x − 1 ̸= 0 e x − 1 ̸= 0} = R − ,1 .
2
Se x ∈ CE temos

(2x − 1)2 (2x − 1)2 2x − 1
log3 (2x−1) −log3 (x−1) = 2 =⇒ log3
2 2
= 2 =⇒ 2
= 3 =⇒ =3
(x − 1)2 (x − 1)2 x−1
4
Resolvendo esta equação modular encontramos x = 2 ou x = 5. Como
{2, 54 } ⊂ CE temos que S = {2, 45 }.

Exemplo 1.30 Resolva a equação logarı́tmica

log2 (x − 2) = log2 (x2 − x + 6) + log 12 (2x + 1).

Resolução: Neste caso, temos

CE = {x ∈ R | x − 2 > 0, x2 − x + 6 > 0 e 2x + 1 > 0} = {x ∈ R | x > 2}.


24 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

Se x ∈ CE temos

log2 (x − 2) = log2 (x2 − x + 6) + log 12 (2x + 1) =⇒

log2 (x − 2) = log2 (x2 − x + 6) − log2 (2x + 1) =⇒


( 2 )
x −x+6 x2 − x + 6
log2 (x − 2) = log2 =⇒ x − 2 = =⇒
2x + 1 2x + 1
(x − 2)(2x + 1) = x2 − x + 6 =⇒ x2 − 2x − 8 = 0 =⇒ x = 4

Note que a equação x2 − 2x − 8 = 0 também possui x = −2 como solução,


mas como −2 ̸∈ CE, esta possibilidade foi descartada.
Exponenciais e logarı́tmos 25

1.7.2 Inequações Logarı́tmicas


Definição 1.9 Toda inequação que contém a incógnita na base ou no logarit-
mando de um logaritmo é denominada inequação logarı́tmica.
Exemplo 1.31 São exemplos de inequações logarı́tmicas:
(a) log5 (x − 3) ≤ log5 7
(b) log 13 (3x + 7) < log 13 (2x + 1)
(c) log4 (x + 5) < 2
(d) log3 (x + 1) + log3 (x − 7) > 2
( )log 1 (x2 −5x+6)
1 2
(e) ≥3
3
Observação 1.5 Antes de resolver uma inequação logarı́tmica, devemos en-
contrar o conjunto CE de números reais que satisfazem as Condições de
Existência dos logarı́tmos envolvidos. As soluções da inequação, quando exis-
tirem, estarão contidas no conjuto CE.
A Proposição 1.10 abaixo nos auxiliará na resolução de inequações lo-
garı́tmicas:
Proposição 1.10 Sejam a um real positivo tal que a ̸= 1 e sejam dadas as
funções reais positivas f : R −→ R∗+ e g : R −→ R∗+ .
Se a > 1 então
loga f (x) < loga g(x) ⇐⇒ f (x) < g(x); “ a desigual-
dade se mantém ”
Se 0 < a < 1 então
loga f (x) < loga g(x) ⇐⇒ f (x) > g(x); “ a
desigualdade é invertida ”

Resultados análogos valem para as desigualdades “>”, “≤” e “≥”.


Demonstração: Consideremos a função auxiliar
h : R∗+ −→ R
x 7−→ loga x
Se supormos a > 1, sabemos que h é uma função crescente e portanto
f (x) < g(x) ⇐⇒ h(f (x)) < h(g(x)) ⇐⇒ loga f (x) < loga g(x)
Por outro lado, se supormos 0 < a < 1, sabemos que h é uma função decres-
cente e portanto
f (x) < g(x) ⇐⇒ h(f (x)) > h(g(x)) ⇐⇒ loga f (x) > loga g(x)
26 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

e isto demonstra a proposição. 

Exemplo 1.32 Resolva as inequações logarı́tmicas:


(a) log5 (x − 3) ≤ log5 7 (b) log 13 (3x + 7) < log 13 (2x + 1)
Resolução:
(a) Neste caso, temos
CE = {x ∈ R | x − 3 > 0} = {x ∈ R | x > 3} .
Se x ∈ CE temos
log5 (x − 3) ≤ log5 7 ⇐⇒ x − 3 ≤ 7 ⇐⇒ x ≤ 10
Portanto, considerando o resultado obtido e a condição dada pelo con-
junto CE, obtemos
S = {x ∈ R | 3 < x ≤ 10} .
(b) Neste caso, temos
{ }
1
CE = {x ∈ R | 3x + 7 > 0 e 2x + 1 > 0} = x∈R|x>− .
2
Se x ∈ CE temos
log 13 (3x + 7) < log 13 (2x + 1) =⇒ 3x + 7 > 2x + 1 =⇒ x > −6
Portanto, considerando o resultado obtido e a condição dada pelo con-
junto CE, obtemos { }
1
S= x∈R|x>− .
2

A Proposição 1.11 abaixo nos auxiliará na resolução de inequações lo-


garı́tmicas:

Proposição 1.11 Sejam a um real positivo tal que a ̸= 1 e k ∈ R e sejam


dadas as funções reais positivas f : R −→ R∗+ e g : R −→ R∗+ .
Se a > 1 então
loga f (x) < k ⇐⇒ f (x) < ak . “ a desigualdade
se mantém ”
Se 0 < a < 1 então
loga f (x) < k ⇐⇒ f (x) > ak . “ a desigualdade
é invertida ”

Resultados análogos valem para as desigualdades “>”, “≤” e “≥”.


Demonstração: Consideremos a função auxiliar
Exponenciais e logarı́tmos 27

h : R −→ R
x 7−→ ax

Se supormos a > 1, sabemos que h é uma função crescente e portanto

loga f (x) < k ⇐⇒ h(loga f (x)) < h(g(x)) ⇐⇒ aloga f (x) < ak ⇐⇒ f (x) < ak .

Por outro lado, se supormos 0 < a < 1, sabemos que h é uma função
decrescente e portanto

loga f (x) < k ⇐⇒ h(loga f (x)) > h(g(x)) ⇐⇒ aloga f (x) > ak ⇐⇒ f (x) > ak ,

e isto demonstra a proposição. 

Exemplo 1.33 Resolva as inequações logarı́tmicas:


(x)
(a) log4 (x + 5) < 2 (b) log0,25 16 ≥2
Resolução:
(a) Neste caso, temos

CE = {x ∈ R | x + 5 > 0} = {x ∈ R | x > −5} .

Se x ∈ CE temos

log4 (x + 5) < 2 ⇐⇒ x + 5 < 16 ⇐⇒ x < 11.

Portanto, considerando o resultado obtido e a condição dada pelo conjunto


CE, obtemos
S = {x ∈ R | − 5 < x < 11} .
(b) Neste caso, temos
{ x }
CE = x ∈ R | > 0 = {x ∈ R | x > 0} .
16
Se x ∈ CE temos
(x) ( )2
x x 1 x 1
log0,25 ≥ 2 =⇒ ≤ (0, 25) =⇒
2
≤ =⇒ ≤ =⇒ x ≤ 1.
16 16 16 4 16 16
Portanto, considerando o resultado obtido e a condição dada pelo conjunto
CE, obtemos
S = {x ∈ R | 0 < x ≤ 1} .

Exemplo 1.34 Resolva as inequações:


( )log 1 (x2 −5x+6)
1 2
(a) log3 (x + 1) + log3 (x − 7) > 2 (b) ≥3
3
28 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

Resolução:
(a) Neste caso, temos

CE = {x ∈ R | x + 1 > 0 e x − 7 > 0} = {x ∈ R | x > 7} .

Se x ∈ CE temos

log3 (x+1)+log3 (x−7) > 2 =⇒ log3 (x+1)(x−7) > 2 =⇒ (x+1)(x−7) > 9 =⇒

x2 − 6x − 7 > 9 =⇒ x2 − 6x − 16 > 0 =⇒ (x + 2)(x − 8) > 0 =⇒ x > 8.


Note que na última implicação da cadeia acima, estamos utilizando a condição
dada pelo conjunto CE. Assim,

S = {x ∈ R | x > 8} .

(b) Neste caso, temos


{ }
CE = x ∈ R | x2 − 5x + 6 > 0 = {x ∈ R | x < 2 ou x > 3} .

Se x ∈ CE temos
( )log 1 (x2 −5x+6) ( )log 1 (x2 −5x+6) ( )−1
1 2 1 2 1
≥ 3 =⇒ ≥ =⇒ log 21 (x2 −5x+6) ≤ −1 =⇒
3 3 3
( )−1
1
x2 −5x+6 ≥ =⇒ x2 −5x+6 ≥ 2 =⇒ x2 −5x+4 ≥ 0 =⇒ x ≤ 1 ou x ≥ 4.
2
Portanto, considerando o resultado obtido e a condição dada pelo conjunto
CE, obtemos
S = {x ∈ R | x ≤ 1 ou x ≥ 4} .
Exponenciais e logarı́tmos 29

1.8 Exercı́cios
1. Calcule, pela definição, os seguintes logarı́tmos:
√ √ √
(a) log3 81 (b) log3 3 (c) log100 5 10 (d) log √1 8
2

2. Determine o valor de:

(a) 9log3 2 (b) 23+log2 5 (c) 52−log5 4 (d) 42+log2 3

3. Verifique se cada afirmação é verdadeira ou falsa.

(a) (log3 27)·(log3 9) = log3 (27·9) = log3 (33 ·32 ) = log3 35 = 5 log3 3 = 5

(b) (log3 18) · (log3 9) = log3 (18 + 9) = log3 27 = log3 33 = 3 log3 3 = 3

(c) log5 16 + log5 9 = log5 (16 + 9) = log5 25 = log5 52 = 2 log5 5 = 2

(d) log6 9 + log6 4 = log6 (9 · 4) = log6 36 = log6 62 = 2 log6 6 = 2

log2 70
(e) = log2 (70 − 6) = log2 64 = log2 26 = 6 log2 2 = 6
log2 6
(8)
(f) log4 8 − log4 2 = log4 2 = log4 4 = 1
√ √
(g) log√2 ( 32) = log(√2)2 ( 32)2 = log2 32 = log2 25 = 5 log2 2 = 5

(h) log3 9 = log3 (−3)2 = 2 log3 (−3) = 2(− log3 3) = 2(−1) = −2

4. Se log2 3 = x e log2 5 = y, coloque em função de x e y os seguintes


logarı́tmos:

(a) log2 15 (b) log2 9 (c) log2 5 (d) log2 (0, 2)

5. Determine o valor de

log3 2 · log4 3 · log5 4 · log6 5 · ... · log61 60 · log62 61 · log63 62 · log64 63

6. Determine o domı́nio das seguintes funções:


30 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

(a) f (x) = log3 x (g) f (x) = log 23 (x2 + 1)

(b) f (x) = ln(x − 1) (h) f (x) = log5 |x|

(c) f (x) = log 31 (2x + 1) (i) f (x) = log0,2 |x − 1|

(d) f (x) = log2 (x2 − 5x + 6) (j) f (x) = logπ (1 − |x|)


( )
x+3
(e) f (x) = log2 (k) f (x) = | log3 x|
x−1

x + 3 (l) f (x) = ln x2
(f) f (x) = log2
x − 1
7. Em cada caso, verifique se as funções f e g dadas são iguais. Justifique.
(a) f (x) = log2 x3 e g(x) = 3 log2 x (c) f (x) = log3 x2 e g(x) = (log3 x)2
( )
(b) f (x) = log3 x2 e g(x) = 2 log3 x 3
(d) f (x) = log3 x e g(x) = 1−log3
x
8. Sejam
f (x) = log2 x e g(x) = 2x+1
(a) Determine o domı́nio de f ;
( )
(b) Calcule f (16) e f 18 ;
(c) Determine x1 , x2 ∈ D(f ) tais que f (x1 ) = 5 e f (x2 ) = −4;
(d) Encontre f ◦ g e g ◦ f .
9. Podemos afirmar que as funções
f (x) = log2 (x − 3) + log(x − 5) e g(x) = log2 (x − 3)(x − 5)
são iguais? Justifique.
10. Em cada caso, determine o domı́nio e a imagem da função f . Verifique
se f é inversı́vel e, no caso afirmativo, determine a função inversa, o
domı́nio e a imagem de f −1 .
( )
(a) f (x) = log5 x (e) f (x) = ln x2

(b) f (x) = log 61 x (f) f (x) = 4 − log2 (x5 + 1)

(c) f (x) = log 13 (x − 1) (g) f (x) = log3 |x|



3 (h) f (x) = log5 (x2 − 2)
(d) f (x) = log2 5x + 1
Exponenciais e logarı́tmos 31

11. Em cada caso, construa os gráficos de f e f −1 em um mesmo sistema.



(a) f (x) = log3 x (d) f (x) = log2 x
(x)
(b) f (x) = log 31 x (e) f (x) = 1 + log3 3

5
(c) f (x) = log2 x 4 (f) f (x) = 2 + log0,2 (x + 1)

12. Construa o gráfico das seguintes funções.


(a) f (x) = log2 |x| (b) f (x) = | log 12 x| (c) f (x) = | log2 |x||
32 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

1.8.1 Respostas:
1 1
1. (a) 4 (b) (c) (d) −3
2 10
25
2. (a) 4 (b) 40 (c) (d) 144
4
3. (a) FALSA (b) FALSA (c) FALSA (d) VERDADEIRA

(e) FALSA (f) VERDADEIRA (g) VERDADEIRA (h) FALSA


y
4. (a) x + y (b) 2x (c) (d) −y
2
1
5. .
6
6. (a) D(f ) = R∗+ (g) D(f ) = R

(b) D(f ) = {x ∈ R | x > 1} (h) D(f ) = R∗

(c) D(f ) = {x ∈ R | x > − 12 } (i) D(f ) = {x ∈ R | x ̸= 1}

(d) D(f ) = {x ∈ R | x < 2 ou x > 3} (j) D(f ) = {x ∈ R | − 1 < x < 1}

(e) D(f ) = {x ∈ R | x < −3 ou x > 1} (k) D(f ) = R∗+

(f) D(f ) = R − {−3, 1} (l) D(f ) = R∗

7. (a) As funções f e g são iguais, uma vez que D(f ) = D(g) = R∗+ ,
Im(f ) = Im(g) = R e por uma propriedade dos logarı́tmos temos que

log2 x3 = 3 log2 x, ∀x > 0.

(b) As funções f e g não são iguais, uma vez que D(f ) = R∗ e D(g) = R∗+ .
(c) As funções f e g não são iguais, uma vez que D(f ) = R∗ e D(g) =
R∗+ . Além disso, f (x) ̸= g(x) para uma infinidade de valores de x, por
exemplo, f (3) = log3 32 = 2 e g(3) = (log3 3)2 = 1.
(d) As funções f e g são iguais, uma vez que D(f ) = D(g) = R∗+ e por
uma propriedade dos logarı́tmos temos que
( )
3
g(x) = 1−log3 = 1−(log3 3−log3 x) = 1−1+log3 x = log3 x, ∀x > 0.
x
Exponenciais e logarı́tmos 33

8. (a) D(f ) = R∗+ ;


(1)
(b) f (16) = 4 e f 8 = −3;
1
(c) x1 = 32 e x2 = 16 ;
(d) (f ◦ g)(x) = x + 1 e (g ◦ f )(x) = 2x (x > 0).
9.
10. (a) D(f ) = R∗+ e Im(f ) = R.
A função f é inversı́vel e

f −1 (x) = 5x ,

onde
D(f −1 ) = Im(f ) = R e Im(f −1 ) = D(f ) = R∗+ .

(b) D(f ) = R∗+ e Im(f ) = R.


A função f é inversı́vel e
( )x
−1 1
f (x) = ,
6
onde
D(f −1 ) = Im(f ) = R e Im(f −1 ) = D(f ) = R∗+ .

(c) D(f ) = (1, +∞) e Im(f ) = R.


A função f é inversı́vel
( )x
−1 1
f (x) = +1
3
onde
D(f −1 ) = Im(f ) = R e Im(f −1 ) = D(f ) = (1, +∞).

(d) A função f é inversı́vel e

23x − 1
f −1 (x) = .
5

(e) A função f é inversı́vel e

f −1 (x) = 2ex .
34 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall

(f) A função f é inversı́vel e



f −1 (x) = 24−y − 1.
5

(g) A função f é não é inversı́vel pois não é injetora (f (−1) = f (1)).

(h) A função f é não é inversı́vel pois não é injetora (f (−2) = f (2)).


Exponenciais e logarı́tmos 35

11. Gráficos.

12. Gráficos.
36 Disciplina de Pré-Cálculo - 0100229 - Prof. Cı́cero Nachtigall
Bibliografia

[1] IEZZI, Gelson, Fundamentos de Matemática Elementar - Vol 1, São


Paulo, Editora Atual, 1985.

[2] IEZZI, Gelson, et all, Fundamentos de Matemática Elementar - Vol


2, São Paulo, Editora Atual, 1985.

[3] IEZZI, Gelson, Fundamentos de Matemática Elementar - Vol. 3, São


Paulo, Editora Atual, 1985.

[4] SAFIER, Fred, Pré-Cálculo - Coleção Schaum, Porto Alegre, Book-


man, 2011.

[5] DEMANA, Franklin, et all, Pré-Cálculo, São Paulo, Pearson, 2009.


[6] ANTON, Horward, et all, Cálculo - Vol 1, São Paulo, Bookman,
2007.
[7] LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analı́tica - Vol 1, São
Paulo, Harbra, 1990.

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