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CARREIRA JURÍDICA 2014

Direito Penal
Fábio Roque

CULPABILIDADE: continuação. ERRO DE O coator responde pelo crime praticado pelo


TIPO. ERRO DE PROIBIÇÃO. CONCURSO coagido. Assim, os seqüestradores vão
DE PESSOAS. responder pelo seqüestro, pelas eventuais
violências praticadas contra a família do
gerente, bem como pela subtração dos valores
1. Exigibilidade de conduta diversa praticada pelo gerente. Apenas o coagido terá
excluída a sua culpabilidade.

Causas legais de inexigibilidade de conduta


diversa: coação irresistível ou coação moral
1.2. Obediência hierárquica
irresistível e obediência Hierárquica.

Para a doutrina majoritária existem duas


causas legais de inexigibilidade de conduta
diversa, além de causas supralegais.
1.1. Coação moral irresistível
Hierarquia em direito penal é vinculo de direito
público, é vínculo entre funcionários públicos,
coação moral irresistível (vis compulsiva) ≠ não abrangendo as relações privadas existente
coação física irresistível (vis absoluta) entre empregado e empregador, regidas pela
CLT.

A obediência hierárquica é o vínculo entre


Coação física irresistível é uma hipótese de funcionários públicos em que o superior
exclusão de conduta humana penalmente hierárquico da uma ordem não
relevante, tornando o fato atípico, já a coação manifestamente ilegal a um subordinado.
moral irresistível é hipótese de inexigibilidade
de conduta diversa que exclui culpabilidade. Se a ordem é manifestamente ilegal, ambos
respondem pela prática do crime. P.ex.: no
A particularidade da coação física é que a filme tropa de elite, quando o Capitão
pessoa coagida não tem vontade, pois não lhe Nascimento manda colocar no “saco”,
é dado direito de opção. Na coação moral determinando a tortura. O subordinado e o
irresistível existe sim vontade por parte do Capitão respondem pela tortura.
agente, embora esta vontade seja viciada.
No caso da ordem não manifestamente ilegal,
O melhor exemplo é o do seqüestro da família exclui-se a culpabilidade do subordinado, pois
do gerente do banco, para que este vá até a não se poderia exigir-lhe conduta diversa.
agência e abra o cofre e entregue o dinheiro P.ex.: No caso do Eldorado de Carajás, a
para os criminosos. Veja-se que o gerente tem ordem para os policiais foi de desocupar, de
opção, no entanto, não é possível exigir do modo que não tratava de ordem
gerente do banco o sacrifício da própria família manifestamente ilegal, o que deu azo a defesa
para proteger o patrimônio do banco. É um alegar inexigibilidade de conduta diversa, por
direito de opção cruel, não se podendo exigir ser hipótese de obediência hierárquica.
dele uma conduta diversa da que ele adotar.
Na coação moral irresistível, exclui-se a
culpabilidade do coagido, respondendo pelo
fato o coator. Na obediência hierarquia a lógica
é a mesma: exclui-se a culpabilidade do

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subordinado, só responde o superior. Caso a AUSÊNCIA DE


ordem seja manifestamente ilegal, ambos
CONSCIÊNCIA DA POTENCIAL
respondem: subordinado e superior.
ILICITUDE CONSCIÊNCIA DA
ILICITUDE
Pergunta-se: E se a ordem não
manifestamente ilegal emanar de empregador, CIRCUNSTÂNCIA ERRO DE PROIBIÇÃO
é possível excluir a culpabilidade do ATENUANTE
(Exclui culpabilidade)
empregado? Neste caso, é possível excluir a
culpabilidade, mas não pela obediência
hierárquica, por não haver vínculo de direito
público (hierarquia), e sim como causa Quando o CP se refere ao desconhecimento da
supralegal de exclusão de culpabilidade. lei, trata na verdade de desconhecer a ilicitude
do fato. P.ex.: um sujeito vai caçar, mas aquele
Não se fala em estrito cumprimento de dever animal identificado na caça, era um animal cuja
legal quando se está diante de uma ordem, por caça era proibida e o sujeito desconhecia esta
não se tratar de ato normativo dotado de ilicitude. Isto é uma hipótese ausência de
caráter geral e abstrato, mas pode ser consciência da ilicitude.
obediência hierárquica.
Qualquer de nós, ainda que não tenha a
consciência da ilicitude, tem a potencial
consciência da ilicitude. Esta significa a aptidão
2. Potencial consciência da ilicitude
para adquirir esta consciência.

Antes da teoria normativa pura, pela a qual a Quando a pessoa não tem a potencial
culpabilidade tem elementos normativos e não consciência da ilicitude, vale dizer, a pessoa
psicológicos1, a consciência da ilicitude naquelas circunstâncias não tinha potencial
integrava o dolo. Atualmente, o dolo é para adquirir aquela consciência.
consciência da situação fática e vontade de
O Prof. Claudio Brandão dá um exemplo
produzir o resultado, ao passo que a
concreto bastante elucidativo. Um trabalhador
consciência da ilicitude não faz parte do dolo e
rural, analfabeto, que vivia em cidade no
sim da culpabilidade.
interior de Pernambuco que sequer era
Ausência de consciência da ilicitude, ou seja, o abastecida por energia elétrica. Este
desconhecimento da ilicitude é uma trabalhador nasceu naquela região, nunca saiu
circunstância atenuante. Já a ausência de dali e cresceu caçando um determinado animal
potencial consciência da ilicitude dá ensejo ao e mais tarde, foi preso pelo crime ambiental
erro de proibição que exclui culpabilidade. pela caça deste mesmo animal. Para esse
trabalhador rural, não é mera atenuante o
desconhecimento, mas sim erro de proibição.

Outro exemplo interessante é o de um morador


de uma cidade satélite em Brasília, que diante
do estado de saúde da esposa, que estava
doente, aconselharam-lhe a dar um chá de
uma determinada planta que seria curativa. Ele
1 procurou a planta, encontrando-a numa área
Os elementos subjetivos/psicológicos – dolo e culpa
integram a conduta humana penalmente relevante e, de preservação e cortou um pedaço da casca
portanto, estão inseridos no fato típico.

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do tronco da árvore e foi preso por crime crime de porte de drogas para consumo
ambiental. próprio. Isto também é erro de proibição.

Mais um exemplo merece atenção. Um


indígena não integrado provavelmente incide
numa hipótese de erro de proibição, pois ele 3. Causas supralegais de exclusão de
culpabilidade
não tem aptidão para adquirir a consciência de
uma ilicitude numa sociedade que não é a dele.
P.ex.: os membros da tribo que matam um Na doutrina estrangeira, sobretudo Roxin, traz
infante acreditam que ele traz o mal. Zaffaroni causas supralegais de exclusão de
denomina-o de erro de proibição culpabilidade. Além de obediência hierárquica
culturalmente condicionado ou erro e da coação moral irresistível, Roxin refere-se
culturalmente condicionado, isto é, um erro a outros casos2:
sobre a ilicitude do fato produzido pela cultura
em que se vive.

Numa prova subjetiva de promotor de justiça  Fato de consciência (Miguel Reale)


pediu que o candidato dissertasse sobre a  Colisão de deveres
 Desobediência civil
valoração paralela na esfera do profano.

Esta teoria foi criada por Edmund Mezger.


O fato da consciência: hipótese em que se
Trata-se de um critério para identificar se o
pratica a conduta e sua convicção já é tão
individuo estar ou não em erro de proibição. Na
arraigada que aquilo é mais forte do que o
concepção de Mezger, profano é tudo aquilo
sujeito. P.ex. o sujeito que é adepto de uma
que não está na esfera estritamente jurídica: a
determinada religião, que usa maconha como
moral, política, os costumes, valores culturais e
instrumento dos seus rituais sagrados. Do
sociais. Para Mezger, para saber se há erro de
mesmo modo que se tem a escusa de
proibição, não se faz um juízo jurídico e sim
consciência no direito constitucional, ter-se ia
uma valoração paralela.
esta escusa de consciência no direito penal
Na última prova da OAB, questionou-se acerca para excluir a culpabilidade penal.
de erro de proibição. Uma hipótese em que o
A desobediência civil caminha no mesmo
agente morava no Brasil antes do atual
sentido. Na colisão de deveres seria hipótese
estatuto do desarmamento e que tinha um
em que o sujeito tem um dever e pratica um
artefato para confecção da arma, o que não era
crime acreditando que é sua função cumprir
crime. Este indivíduo viajou, passou um tempo
este dever. Roxin cita como exemplo o pai que
fora e ao retornar trouxe o tal artefato, sendo
acredita ter o dever de tutelar a filha na
preso no aeroporto pelo crime previsto no
iminência de se prostituir e para tanto comete o
estatuto do desarmamento. Isto é erro de
furto.
proibição.

A doutrina cita como exemplo o sujeito que sai


da Holanda com destino a um país da America
latina que não proíbe o porte de drogas para
uso pessoal. O avião faz um pouso de
emergência no Brasil e o sujeito é preso pelo

2
No Brasil, Juarez Cyrino dos Santos dedicou-se ao tema.

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4. Co-culpabilidade

Trata-se de idéia muito trabalhada por


Zaffaroni, segundo a qual se deve repartir a
culpabilidade entre a sociedade e o criminoso.
É reconhecer que, a depender do caso
concreto, pelo histórico de vida do agente, a
coletividade teve uma parcela de
responsabilidade na conduta criminosa.

Não se trata de um criminoso encarado como


uma vítima da sociedade. A idéia não é eximi-
lo de responsabilidade e sim repartir esta
responsabilidade, reconhecendo-se que de
alguma forma a coletividade também contribuiu
para a empreitada criminosa.

A coletividade não será punida, mas a pena do


criminoso será atenuada. O CP, embora não
expressamente, adotou a co-culpabilidade no
art. 66:

Art. 66. A pena poderá ser ainda


atenuada em razão de circunstância
relevante, anterior ou posterior ao crime,
embora não prevista expressamente em
lei.

Revela-se como uma circunstância atenuante


inominada. Registe-se que não se admite uma
agravante inominada (sem expressa previsão
legal), mas é possível atenuar sem expressa
previsão. Assim, é possível que o juiz leve em
conta as circunstâncias externas para atenuar
a pena: criado em ambiente criminógeno,
vítima de abuso em tenra idade, entre outros
aspectos.

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