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Direito Constitucional

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Reserva de plenário ................................................................................................ 2
1.1 Dispensa do Plenário ........................................................................................ 5
1.1.1 Possibilidade ou não de o órgão fracionário realizar uma interpretação
conforme a Constituição ................................................................................................... 12

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1. Reserva de plenário
No caso de arguição incidental de inconstitucionalidade, essa arguição não gera, no
âmbito da primeira instância, nenhuma mudança procedimental, seja um juízo monocrático,
seja um juizado especial, seja uma turma recursal, não muda nada. No âmbito dos tribunais
muda, por conta da reserva de plenário (art. 97, CF).
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.

A declaração de inconstitucionalidade será tomada pela maioria absoluta dos


membros do Tribunal ou do órgão especial, onde houver.
Órgão especial (art. 93, XI, CF):
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
[...]
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do
tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por
eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Não é todo Tribunal que tem órgão especial.
Exemplo: Imagine um Tribunal, onde chega um recurso (exemplo: apelação) ou uma
ação originária (exemplo: mandado de segurança). Recebido pelo órgão fracionário, onde há
uma discussão sobre a constitucionalidade de uma norma (o que pode ocorrer por provocação
de uma das partes nessa ação ou recurso, ou mesmo de ofício pelo Desembargador), o
desembargador relator, ao receber verifica que uma das partes suscitou a discussão sobre a
constitucionalidade da norma no processo ou ninguém questionou nada e o relator acredita
haver inconstitucionalidade ou potencial inconstitucionalidade. O Relator submete a matéria
constitucional ao órgão fracionário e se o órgão fracionário entender que a norma é
inconstitucional, o órgão fracionário não poderá declarar a inconstitucionalidade e remeterá
a matéria constitucional e só a matéria constitucional para o plenário ou órgão especial (onde
houver). O Plenário ou órgão especial analisará só a matéria constitucional e não o caso
concreto.
Exemplo: a discussão envolve um pagamento de um tributo, onde o Contribuinte alega
que a lei tributária é inconstitucional. A finalidade dele é não pagar o tributo e ter de volta o
que já pagou. A questão incidental que prejudica o mérito, é a constitucionalidade ou não da
lei tributária. Se isso chegou ao Tribunal, o órgão fracionário (Turma, Câmara, Grupo de

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Câmaras) manda a matéria constitucional (discussão sobre a constitucionalidade da lei


tributária) para o Plenário que decidirá só a matéria constitucional. Se diz que o Plenário
decide só a matéria constitucional, está diante de um fenômeno que a doutrina tem chamado
de cisão funcional da competência em plano horizontal.
Fala-se em cisão porque só a matéria constitucional (e não todo o caso concreto) é
enviada para o Plenário.
Fala-se em plano horizontal porque essa cisão ocorre entre órgãos do mesmo Tribunal,
órgãos da mesma instância, estão no mesmo patamar, na mesma estrutura e, portanto, no
mesmo plano horizontal.

TRIBUNAL

2
Plenário ou
Órgão Órgão Especial
Via originária
fracionário
ou recursal 1

Cisão funcional da competência


em plano horizontal.

Caso
Concreto

O Plenário decide a matéria Constitucional e manda de volta para o órgão fracionário


e este último decide o caso concreto.
Se o Plenário diz que a lei tributária é constitucional, o órgão fracionário diz que a lei é
constitucional e que o Contribuinte deve continuar pagando o tributo.
Se o Plenário diz que a lei é inconstitucional, logo o Contribuinte não tem que pagar o
tributo e tem direito a repetição do indébito.
Esse fenômeno também é chamado de incidente de inconstitucionalidade. Decorre da
Reserva de Plenário.
 É proposta uma ADI estadual no TJ ou uma ADI genérica no STF. No caso de um
controle concentrado abstrato (ADI, ADC, ADO, ADPF), há que se falar em reserva de plenário?

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Sim. Há reserva de plenário no controle concentrado abstrato.


 No controle concentrado abstrato (ADI, ADC, ADO, ADPF) há que se falar em
incidente de inconstitucionalidade?
Não. Porque quando é proposta uma ADI no STF essa ADI não é distribuída para a
Primeira Turma ou para a Segunda Turma. Haverá distribuição para o Ministro Relator, mas
ela já será “distribuída” para o Plenário. Não há distribuição nem para a Primeira nem para a
Segunda Turma, ela fica direto no Plenário, por causa da reserva de Plenário.
Da mesma forma ocorre com o TJ.
A reserva de plenário que está prevista no art. 97 da Constituição vale tanto para o
controle difuso incidental, quanto para o controle concentrado abstrato.
O que só vale para o controle difuso incidental é o incidente de inconstitucionalidade,
é a cisão funcional da competência em plano horizontal, onde a matéria sai do órgão
fracionário, vai para o Plenário e depois volta para o órgão fracionário. Esse fenômeno está
no atual CPC (art. 480 a 482)
DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

Art. 480. Argüida a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o


relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão à turma ou câmara, a que tocar
o conhecimento do processo.

Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será
lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao
órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. (Incluído pela Lei nº
9.756, de 17.12.1998)

Art. 482. Remetida a cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará
a sessão de julgamento.
§ 1o O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição
do ato questionado, se assim o requererem, poderão manifestar-se no incidente de
inconstitucionalidade, observados os prazos e condições fixados no Regimento Interno do
Tribunal. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999)
§ 2o Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Constituição poderão
manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação pelo órgão
especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado
o direito de apresentar memoriais ou de pedir a juntada de documentos. (Incluído pela Lei
nº 9.868, de 10.11.1999)

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§ 3o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos


postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos
ou entidades. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999)

Essa cisão funcional (ou incidente de inconstitucionalidade) é própria do controle


difuso incidental.
A reserva de plenário aqui é considerada um pressuposto de validade da decisão
judicial e entende o STF que se esse pressuposto de validade e eficácia for violado (ou seja,
havendo a violação à reserva de plenário), nesse caso, considera-se o julgamento nulo.
A natureza dessa reserva é de pressuposto de validade e eficácia e sua violação implica
a nulidade do julgamento.
O órgão fracionário enviou a matéria ao Plenário e este decidiu sobre matéria
constitucional.
 Dessa decisão do Plenário caberá Recurso Extraordinário para o STF? Ou,
dependendo do Tribunal ou do caso, Recurso ordinário?
Segundo o STF não, porque quando o Plenário decide, ele não completou o
julgamento, ele resolveu apenas a questão constitucional. O Plenário vai decidir a matéria
constitucional, envia para o órgão fracionário, que decide o caso concreto e quando o órgão
fracionário completa o julgamento do caso concreto, aí sim será cabível eventual Recurso
Extraordinário ou Recurso Ordinário.
Súmula 513, STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou
extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas
a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa o julgamento do feito.

Recurso da decisão do tribunal quando envolve matéria constitucional não é


interposto da decisão do Plenário, mas da decisão do órgão fracionário, quando este último
completa o julgamento resolvendo o caso concreto.

1.1 Dispensa do Plenário


Hipóteses em que o órgão fracionário não precisa enviar a matéria para o Plenário:
O art. 97, CF diz que a declaração de inconstitucionalidade tem que ser feita pelo
Plenário.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.

Se chega um caso concreto ao órgão fracionário e há um questionamento sobre a


constitucionalidade da norma e o órgão fracionário entende que a norma é constitucional,
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para entender e declarar que a norma é constitucional e aplicar a norma ao caso concreto o
órgão fracionário não precisa enviar a matéria ao Plenário.
 Declaração de constitucionalidade pelo órgão fracionário.
Esse entendimento decorre da lógica do princípio da presunção de constitucionalidade
(se a norma se presume constitucional e o órgão fracionário vai apenas aplicar a norma em
nome dessa presunção de constitucionalidade, nesse caso, ele não precisa realizar um
incidente de inconstitucionalidade, realizar a cisão e enviar a matéria ao Plenário).
 Já há decisão anterior do Plenário do Tribunal.
 Já há decisão anterior do Plenário do STF.
Se a decisão do STF vem de uma Turma ou de outra, não é o fundamento para a
dispensa do Plenário em outro Tribunal. Tem que ser uma decisão do Plenário do STF.
Isso é a aplicação do precedente. Há um precedente, seja do Plenário do próprio
Tribunal ou do Plenário do STF, que é utilizado como fundamento de uma nova decisão pelo
órgão fracionário.
Quando o STF desenhou essa possibilidade (essas duas situações nascem na
jurisprudência do STF), houve um questionamento sobre isso alegando que a dispensa do
Plenário com fundamento em uma decisão precedente violaria o princípio da ampla defesa e
do contraditório.
Apesar dessa crítica de uma parcela da doutrina, não é o entendimento que prevaleceu
no STF. O STF entende que essas duas possibilidades se fundamentam na razoável duração do
processo, na celeridade, na economia processual e na segurança jurídica, porque se aplica um
precedente em um caso novo é mantida uma certa homogeneidade nas decisões judiciais.
Essas duas situações foram construções do STF e posteriormente o CPC incorporou
essas duas situações (art. 481, parágrafo único, CPC).
 A decisão precedente do Plenário do STF que gera a dispensa desse incidente
de inconstitucionalidade em outro caso no Tribunal, essa decisão do STF tem que ser uma
decisão no controle concentrado abstrato ou pode ser uma decisão do STF no controle difuso
concreto?
A decisão do STF no controle concentrado abstrato tem efeito erga omnes e vinculante
e, portanto, o órgão fracionário tem que aplicar a decisão erga omnes e vinculante do STF,
não precisa da reserva de Plenário.
Se a decisão do STF vier do controle difuso concreto, que tem efeito inter partes, e não
erga omnes e vinculante, então, segundo o STF, pode o órgão fracionário do Tribunal
dispensar a reserva de Plenário, o incidente de inconstitucionalidade, com fundamento em
decisão no controle concreto do STF.

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A decisão precedente do STF pode vir tanto do controle concentrado abstrato ou de


uma decisão do STF no controle difuso concreto.
Se a decisão precedente do STF fosse apenas a decisão no controle concentrado
abstrato, o CPC não precisaria se preocupar em dizer que isso é hipótese de dispensa da
reserva de Plenário, porque se a decisão é só do controle concentrado abstrato ela já gera
efeito erga omnes e vinculante e o órgão fracionário já seria obrigado a cumpri-la ou aplica-
la. Se o CPC se preocupa em dizer que o precedente do STF pode dispensar o Plenário, é
porque ele se refere não apenas a decisão erga omnes e vinculante, mas também a uma
decisão oriunda do difuso concreto. Esse é o posicionamento do STF.
RE 191.896, STF:
INCONSTITUCIONALIDADE - INCIDENTE - DESLOCAMENTO DO PROCESSO PARA O ÓRGÃO
ESPECIAL OU PARA O PLENO - DESNECESSIDADE. Versando a controvérsia sobre ato
normativo já declarado inconstitucional pelo guardião maior da Carta Política da
Republica - o Supremo Tribunal Federal - descabe o deslocamento previsto no artigo 97 do
referido Diploma maior. O julgamento de plano pelo órgão fracionado homenageia não
só a racionalidade, como também implica interpretação teleológica do artigo 97 em
comento, evitando a burocratização dos atos judiciais no que nefasta ao princípio da
economia e da celeridade. A razão de ser do preceito está na necessidade de evitar-se que
órgãos fracionados apreciem, pela vez primeira, a pecha de inconstitucionalidade arguida
em relação a um certo ato normativo. (AI 168149 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO,
Segunda Turma, julgado em 26/06/1995, DJ 04-08-1995 PP-22520 EMENT VOL-01794-19
PP-03994)

Outro aspecto relacionado a esse precedente é que o STF diz que a decisão precedente
que gera essa dispensa de incidente de inconstitucionalidade, essa dispensa da Reserva de
Plenário, não precisa ter uma identidade absoluta do caso anterior com o novo caso.
O que é necessário é que as matérias ou a matéria jurídica examinada sejam
equivalentes.
Se a parte entende que a matéria jurídica no precedente não é equivalente ou não
guarda um paralelo com o caso concreto isso será objeto de impugnação via recurso. O órgão
fracionário pode aplicar o precedente mesmo que não haja identidade absoluta, mas a
matéria jurídica, a tese jurídica deve ser a mesma.
Agravo de Instrumento 607.616, STF:
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL
URBANA. IPTU. PROGRESSIVIDADE FISCAL. VEDAÇÃO EM PERÍODO ANTERIOR À EC
29/2000. PROCESSUAL CIVIL. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL.
PROCEDIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA DE PROVIMENTO. 1. "É
inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional
29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o
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cumprimento da função social da propriedade urbana" (Súmula 668/STF). Reiterada


aplicação às leis do Município do Rio de Janeiro. 2. Não há reserva de Plenário (art. 97 da
Constituição) à aplicação de jurisprudência firmada pelo Pleno ou por ambas as Turmas
desta Corte. Ademais, não é necessária identidade absoluta para aplicação dos
precedentes dos quais resultem a declaração de inconstitucionalidade ou de
constitucionalidade. Requer-se, sim, que as matérias examinadas sejam equivalentes.
Assim, cabe à parte que se entende prejudicada discutir a simetria entre as questões
fáticas e jurídicas que lhe são peculiares e a orientação firmada por esta Corte. 3. De forma
semelhante, não se aplica a reserva de Plenário à constante rejeição, por ambas as Turmas
desta Corte, de pedido para aplicação de efeitos meramente prospectivos à decisão. De
qualquer forma, a questão não tem relevância constitucional (RE 592.321-RG, rel. Min.
Cezar Peluso, DJe de 09.10.2009). 4. Sob pena de caracterização como simples falácia ad
terrorem, compete ao ente federado demonstrar com precisão numérica a inviabilização
da atividade estatal, pretensamente causada pelo dever de reparação de danos
reconhecido pelo Judiciário. 5. Constitui inadmissível apelo à catástrofe a afirmação de
que o custo da reparação reconhecida pelo Judiciário será distribuído a toda a sociedade,
com o aumento da carga tributária. Antes de tudo, questão política-legislativa, que deve
ser partilhada com os cidadãos pelos meios legalmente previstos. Insuficiência para
afastar, tão-somente por si, direito individual ao ressarcimento de dano tributário. Agravo
regimental ao qual se nega provimento. (AI 607616 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 31/08/2010, DJe-185 DIVULG 30-09-2010 PUBLIC
01-10-2010 EMENT VOL-02417-07 PP-01451)

Não há reserva de Plenário no seguinte caso (esse caso não consta no CPC):
O STF entende que não há necessidade de incidente de inconstitucionalidade (reserva
de Plenário) no julgamento do Recurso Extraordinário por uma das Turmas do STF, porque o
RE envolve matéria constitucional. O STF entende que como a Turma é o próprio Tribunal,
atua como o próprio Tribunal não há obrigatoriedade de reserva de Plenário em todo
julgamento de RE.
O Regimento Interno do STF diz que a Turma pode julgar o RE e se entender que a
matéria discutida nesse RE é de alta relevância, a Turma suscita ao Plenário, mas não há a
obrigatoriedade, é uma decisão da Turma, diante da relevância do caso e da matéria, levar a
matéria ao próprio STF.
RE 361.829, STF:
DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. LEI COMPLEMENTAR 56/87. LISTA DE
SERVIÇOS ANEXA. CARÁTER TAXATIVO. SERVIÇOS EXECUTADOS POR INSTITUIÇÕES
AUTORIZADAS A FUNCIONAR PELO BANCO CENTRAL. EXCLUSÃO. HIPÓTESE DE NÃO-
INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SUPRIMENTO DE OMISSÃO.
INEXISTÊNCIA DE EFEITO MODIFICATIVO. DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PARA
IMPUGNAÇÃO. NÃO-VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA
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DEFESA. ENCAMINHAMENTO AO PLENÁRIO. COMPETÊNCIA DA TURMA. DECLARAÇÃO


INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE POR ÓRGÃO FRACIONÁRIO DO STF.
VIOLAÇÃO À RESERVA DE PLENÁRIO. AUSÊNCIA. 1. O Supremo Tribunal Federal fixou
entendimento de que a lista de serviços anexa à Lei Complementar 56/87 é taxativa,
consolidando sua jurisprudência no sentido de excluir da tributação do ISS determinados
serviços praticados por instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, não se
tratando, no caso, de isenção heterônoma do tributo municipal. 2. Não há falar em
violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez inexistente o caráter
infringente de anterior acórdão embargado, mas, apenas, o aspecto supletivo
processualmente previsto. 3. O encaminhamento de recurso extraordinário ao Plenário
do STF é procedimento que depende da apreciação, pela Turma, da existência das
hipóteses regimentais previstas e não, simplesmente, de requerimento da parte. 4. O
STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do
julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários
competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da Constituição Federal. 5.
Embargos de declaração rejeitados. (RE 361829 ED, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE,
Segunda Turma, julgado em 02/03/2010, DJe-050 DIVULG 18-03-2010 PUBLIC 19-03-2010
EMENT VOL-02394-02 PP-00491 RTJ VOL-00214- PP-00510 LEXSTF v. 32, n. 376, 2010, p.
166-172)

Regimento Interno do STF, art. 9º, III, c/c art. 11, I:


Art. 9º Além do disposto no art. 8º, compete às Turmas:
[...]
III – julgar, em recurso extraordinário, as causas a que se referem os arts. 119,
III2 e 3, 1392a e 143 da Constituição, observado o disposto no art. 11 e seu parágrafo
único.

[...]

Art. 11. A Turma remeterá o feito ao julgamento do Plenário independente de


acórdão e de nova pauta:
I – quando considerar relevante a arguição de inconstitucionalidade ainda não
decidida pelo Plenário, e o Relator não lhe houver afetado o julgamento;

A decisão da Turma é uma questão regimental.


Questão. Procurador da República. O Princípio da Reserva de Plenário não se aplica ao
próprio STF no julgamento do Recurso Extraordinário.
Resposta: Certo. O próprio STF afasta, nesse caso, a Reserva de Plenário no Recurso
Extraordinário diante de seu próprio Regimento Interno.
O Tribunal de Justiça tem competência para julgar ADI estadual, controle concentrado
abstrato estadual. Existe uma hipótese em que da decisão do TJ na ADI estadual cabe recurso

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extraordinário (isso não é a regra. A regra é que não cabe) para o STF. O STF entende que se a
decisão do TJ recorrida está de acordo com a jurisprudência do STF, o Relator,
monocraticamente, pode decidir o RE aplicando a jurisprudência do STF. Isso não viola a
reserva de plenário, porque está apenas aplicando a jurisprudência dominante e a decisão do
TJ na ADI estadual está de acordo com a jurisprudência dominante do STF, então ele pode
concluir e decidir esse RE monocraticamente.
É possível julgamento de Recurso Extraordinário por decisão monocrática do Relator
nas hipóteses oriundas de ação de controle concentrado de constitucionalidade em âmbito
estadual (ADI estadual), dispositivo de reprodução obrigatória quando a decisão impugnada
(decisão do TJ) refletir pacífica jurisprudência do STF. Nesse caso não há violação à reserva de
plenário, mesmo o RE sendo oriundo de uma decisão do TJ no controle concentrado abstrato,
pois é apenas a reprodução da jurisprudência dominante.
RE 376.440, STF:
EMENTA Embargos de declaração em recurso extraordinário. Conversão em agravo
regimental, conforme pacífica orientação da Corte. Lei distrital que criou cargos em
comissão para funções rotineiras da Administração Pública. Impossibilidade. 1. A decisão
ora atacada reflete a pacífica jurisprudência da Corte a respeito do tema, a qual reconhece
a inconstitucionalidade da criação de cargos em comissão para funções que não exigem o
requisito da confiança para seu preenchimento. 2. Esses cargos, ademais, deveriam ser
preenchidos por pessoas determinadas, conforme descrição constante da aludida lei. 3.
Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual é negado
provimento. (RE 376440 ED, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em
18/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-224 DIVULG 13-11-2014 PUBLIC 14-11-2014)

Imagine a seguinte situação: há um caso concreto, regido por uma lei específica que
trata desse tipo de situação. Chegou ao Tribunal, ao órgão fracionário, um problema, uma lide
envolvendo nesse caso concreto exatamente essa lei. O órgão fracionário pode simplesmente
resolver o caso concreto com base na lei. Se o órgão fracionário entender que a lei é
inconstitucional, o órgão fracionário não pode fazer essa declaração de inconstitucionalidade
e manda o questionamento sobre a constitucionalidade para o Plenário. Mas imagine que o
órgão fracionário não declare a lei inconstitucional, mas afaste a aplicação dessa lei e o órgão
fracionário resolve o caso concreto com base em princípios e valores constitucionais.
O que o STF entende (entendimento este consolidado na súmula vinculante 10) que se
o órgão fracionário afasta a aplicação da lei pertinente ao caso concreto e resolve esse caso
concreto em princípios constitucionais, apesar de o órgão fracionário não ter declarado
explicitamente a inconstitucionalidade, o STF entende que isso é uma declaração implícita de
inconstitucionalidade. E essa declaração, ainda que implícita, de inconstitucionalidade, feita
pelo órgão fracionário, representa uma violação à Reserva de Plenário.

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Const.

Lei Afastamento Declaração implícita de


da aplicação inconstitucionalidade

Caso
Concreto

Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário1 (CF, artigo 97) a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.

A reserva de plenário significa que a declaração de inconstitucionalidade tem que ser


feita pelo Plenário, logo, não pode ser feita pelo órgão fracionário.
Uma hipótese de violação da reserva de Plenário é quando o órgão fracionário declara
que a norma é inconstitucional de forma explícita.
No caso da súmula, o órgão fracionário estaria tentando burlar a regra, ele não diz
expressamente que a norma é inconstitucional, mas ao afastar a norma no caso concreto e
resolver o caso concreto com base na Constituição, há uma declaração implícita.
Na Súmula vinculante 10 não aparece a expressão “declaração implícita de
inconstitucionalidade”, mas em julgamentos que precederam a súmula e que fundamentam
esta, o STF fala explicitamente que é uma declaração implícita de inconstitucionalidade.
Hoje, se um órgão fracionário afasta a incidência da norma pertinente ao caso
concreto, mesmo sem declará-la inconstitucional, ele viola a súmula vinculante 10 e contra
essa decisão caberá reclamação constitucional.
Toda violação à sumula vinculante é passível de reclamação.
Reclamação 6944, STF:
EMENTA: RECLAMAÇÃO. SÚMULA VINCULANTE N. 10. REVISÃO DE BENEFÍCIO. LEI N.
9.032/95. DECISÃO DA SEXTA TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RESERVA DE
PLENÁRIO. NÃO CONFIGURADO O DESCUMPRIMENTO DA SÚMULA VINCULANTE N. 10 DO

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Pois o órgão fracionário está declarando a inconstitucionalidade.

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A simples ausência de aplicação de uma dada norma


jurídica2 ao caso sob exame não caracteriza, apenas por isso, violação da orientação
firmada pelo Supremo Tribunal Federal. 2. Para caracterização da contrariedade à
súmula vinculante n. 10, do Supremo Tribunal Federal, é necessário que a decisão
fundamente-se na incompatibilidade entre a norma legal tomada como base dos
argumentos expostos na ação e a Constituição.3 3. O Superior Tribunal de Justiça não
declarou a inconstitucionalidade ou afastou a incidência dos arts. 273, § 2º, e 475-o, do
Código de Processo Civil e do art. 115, da Lei n. 8.213/91, restringindo-se a considerá-los
inaplicáveis ao caso. 4. Reclamação julgada improcedente. (Rcl 6944, Relator(a): Min.
CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/2010, DJe-149 DIVULG 12-08-2010
PUBLIC 13-08-2010 EMENT VOL-02410-01 PP-00226 RT v. 99, n. 902, 2010, p. 140-146)

1.1.1 Possibilidade ou não de o órgão fracionário realizar uma interpretação


conforme a Constituição
Na interpretação conforme a Constituição o intérprete deve buscar compatibilizar uma
norma com a Constituição. O problema é que a norma pode ter várias interpretações possíveis
e nesse caso, é possível identificar interpretações que estão compatíveis com a Constituição
e interpretações que não são compatíveis com a Constituição.
Por outro lado, se a norma não comporta diversas interpretações, se a norma tem uma
única interpretação possível, um único sentido possível, essa norma é chamada de norma
unívoca.
Se o sentido da norma é unívoco, não há como fazer interpretação conforme, porque
ou esse único sentido possível já é compatível com a Constituição ou é incompatível com a
Constituição, não há como tentar, aqui, salvar a norma.
Logo, para que haja uma interpretação conforme a Constituição é necessário que se
verifique um pressuposto, que é o fato de a norma não ser unívoca, ou seja, a norma deve ser
plurissignificativa (ou polissêmica4 ou plurívoca ou multívoca).

2 Não é a simples não aplicação da norma, é determinação da não aplicação, é determinar o


afastamento.

3
Quando fala que não aplica a norma nesse caso, porque a solução desse caso deve se dar com base na
Constituição, em determinado princípio ou determinada norma constitucional, o que se está dizendo
implicitamente é que essa norma ou a aplicação dessa norma leva ao resultado diferente ou oposto à aplicação
da Constituição, logo aplica-se a Constituição e não a lei. Nesse caso está caracterizada a violação à Súmula
vinculante nº10.

4
Pluralidade de sentidos.

12
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