Sunteți pe pagina 1din 36

o fóton

revista

Volume 11 • Maio de 2018

Algumas palavras
sobre o ectoplasma
RELEMBRANDO ASTRONOMIA E ESPIRITISMO

A vidente de Prevorst Do pó das estrelas ao


Revista homem
O Fóton | 1
Expediente

o fóton
revista

A revista O Fóton é de responsabilidade da Associação


Física e Espiritismo do Município do Rio de Janeiro.

AFE - RIO

Presidente: Elton Rodrigues


Vice-Presidente: Natália Amarinho
Primeiro Secretário: Cremildo Freitas
Segunda Secretária: Carolina Machado
Primeiro Tesoureiro: Fernando Loureiro
Segundo Tesoureiro: Rodrigo Mathias
Conselho Fiscal: Saulo Monteiro e Thiago Barbosa

contato@aferio.org

O FÓTON

Editor: Elton Rodrigues


Revisão Ortográfica: Vanessa Nascimento
Revisão Técnica: Natália Amarinho, João Bourbaki
Colaboradores: José Márcio de Almeida, Saulo Monteiro e
Thiago Barbosa

ASSINATURAS

ofoton@aferio.org
IMAGEM

François Marie Gabriel Delanne, nosso patrono e um dos


orientadores de nossos trabalhos.

2 | Revista O Fóton
Conteúdo
5 | América: a porta de entrada para a invasão organizada

9 | A vidente de Prevorst: um caso mediúnico pré-Kardec

15 | O conhecimento científico e as asas da evolução

19 |Algumas palavras sobre o


ectoplasma
25 | Do pó das estrelas ao homem

31 | Transcomunicação Instrumental
Revista O Fóton | 3
Palavras Iniciais alguns casos o mal-entendido
pode levar à compreensão mui-
to equivocada. Para dar uma
ideia da dificuldade de elaborar
uma definição vamos admitir
que alguém queira definir o
que é a água.”, mostrando todo
o cuidado do pesquisador para
transmitir, de maneira clara e
objetiva, sua sapiência em torno
do assunto. Ademais, Matthieu,
além de nos trazer informações
históricas e científicas sobre o
ectoplasma apresenta-nos exer-
cícios para que consigamos per-

S
ejam todos bem vindos a mais uma edição da O Fóton! Nesta ceber o ectoplasma das pessoas.
terceira do ano de 2018 temos (re)descobertas, novas aproxi- Na Astronomia e Espiritismo,
mações, um novo olhar sobre algumas passagens evangélicas Natália Amarinho realiza uma
e muito mais! Como é bom, amigos e amigas, estudar e trocar in- bela conexão entre os núcleos
formações! Tanto nos estudos da AFE-RIO, quanto nos contatos estelares e nós, espíritos reen-
visando novos textos para a O Fóton, aprendemos muito. E é por carnados, em seu artigo “Do
isso que iniciamos esta edição com um sentimento de agradeci- pó das estrelas ao homem”. A
mento a todos os companheiros e companheiras que comentam em colunista disserta, também, so-
nossa página, nos e-mails, nos diversos grupos... aos poucos, e com bre a conexão, muito maior do
a ajuda de vocês, vamos tornando a O Fóton um respeitado veículo que pensamos, entre os seres e
de divulgação e estudo da doutrina espírita. Neste mês de maio, o universo. E por último, ain-
Rodrigo Mathias, na coluna Estudo Espírita, faz um interessante da Natália Amarinho, auxiliada
resgate histórico sobre o papel dos Estados Unidos no início daqui- pelas companheiras Adriana
lo que se tornaria o espiritismo com o artigo “América: a porta de Alonso e Simone Santos, escre-
entrada para a invasão organizada”, aludindo à fala de Conan Doy- ve o artigo “Transcomunicação
le. Já na coluna Relembrando, com o título “A vidente de Prevorst: Instrumental”, na coluna Ani-
um caso mediúnico pré-Kardec”, Carolina Machado escreve sobre mismo e Espiritismo. Adriana
a magnífica história da médium Frederica Hauffe, jovem alemã que e Simone são as fundadoras e
anteviu o mundo dos espíritos, o perispírito e diversos fenômenos pesquisadoras da TCI Seattle.
psíquicos muitas décadas antes da publicação de O Livro dos Es- Esta é uma ótima oportuni-
píritos. Infelizmente, esse, como muitos outros casos pré-Kardec, dade para quem quer iniciar
ainda são quase desconhecidos do movimento espírita brasileiro. um estudo sobre o que seja
Nesse sentido, a AFE-RIO está empenhada em um estudo profun- transcomunicação instrumen-
do sobre a história - (re)descoberta - da sra. Hauffe. E isso foi incen- tal. Finalizamos o nosso texto
tivado pela excelente apresentação efetuada pela própria Carolina, agradecendo o grande auxílio,
chamando-nos a atenção para o caso supracitado em um dos estu- Adriana e Simone, na prepara-
dos realizados na sede da nossa associação. José Márcio, colunista ção deste material.
da Evangelho e Ciência, abre os nossos olhos para interpretações E não se esqueçam, a revista O
nunca antes alcançadas de algumas passagens evangélicas no artigo Fóton é feita por todos vocês!
“O conhecimento científico e as asas da evolução”. Qual a relação Um grande abraço e fiquem
entre a “face esquerda” e os hemisférios do cérebro? Em nossa capa, com Deus.
Matthieu Tubino, autor dos livros “Um Fluido Vital Chamado Ec- Elton Rodrigues
toplasma”
4 | RevistaeO“Saúde
Fóton e Ectoplasma”, inicia seu artigo “Algumas pala- _________________________
vras sobre o ectoplasma” da seguinte forma: “Sempre que se tenta elton@aferio.org
definir, ou descrever, alguma coisa, há o risco de cometer equívo-
cos que podem causar distorções no entendimento de outrem. Em
Estudo Espírita

América: a porta de entrada para a invasão


organizada
por Rodrigo Mathias

“E acontecerá, depois, de ideias não são equivocadas, foi possível, mesmo que de ma-
que derramarei o meu Espírito porém, cabe aqui destacar o im- neira rudimentar, entender de-
sobre toda carne; vossos filhos portante papel da América no terminadas “leis” que regem as
e vossas filhas profetizarão, vos- aparecimento dos fenômenos comunicações mediúnicas. Po-
sos velhos terão sonhos, vossos mediúnicos ostensivos e gene- rém, foi somente após a cons-
jovens terão visões.” (Joel 2:28) ralizados pelo mundo, durante trução do corpo da Doutrina
“E, naqueles dias, derra- o século XIX, cujas ocorrências Espírita, através do trabalho de
marei o meu Espírito também “têm as características de uma Allan Kardec na França, que
sobre os meus servos e as mi- invasão organizada”, de acor- essas mesmas “leis” foram com-
nhas servas, e eles profetizarão.” do com a declaração de Arthur preendidas de maneira lógica
(Atos 2:18) Conan Doyle no livro “A His- e as manifestações espirituais

A
tória do Espiritualismo”. Essas passaram a ter grandes conse-
o se comentar sobre o manifestações espirituais possi- quências morais para a huma-
Espiritismo e mediuni- bilitaram que o véu que separa nidade.
dade, normalmente, os os encarnados dos desencarna- Desde a Antiguidade,
espíritas recordam da França, dos fosse levantado, e, através a dimensão espiritual se ma-
de Allan Kardec ou dos gran- de contatos contundentes, o nifesta no mundo físico, seja
des pesquisadores europeus do mundo dos “mortos” sinaliza- de maneira consciente ou in-
fenômeno espírita no passado, va a perenidade da vida. Com consciente. Porém, antes do
como William Crookes e Er- as primeiras manifestações in- movimento chamado de “Es-
nesto Bozzano. Tais associações teligentes na América também piritualismo Moderno”, as co-
Revista O Fóton | 5
municações ocorriam, quase as choupanas até os palácios. píritos a Kardec, como a exis-
sempre, durante determinadas Coincidência ou não, poucos tência do corpo espiritual, seu
cerimônias ritualísticas que fa- anos após essa declaração, os papel como intermediário entre
cilitavam o transe mediúnico, fenômenos mediúnicos se alas- o espírito à matéria e sua con-
e eram contempladas sob uma traram por toda América. dição de corpo de relação após
ótica mística, onde as inteligên- A vida do americano a desencarnação. Também é co-
cias incorpóreas eram identifi- Andrew Jackson Davis, contem- nhecido como o Profeta da Re-
cadas como divindades, anjos, porâneo dos “shakers” e do iní- velação, pois, anunciava, desde
santos ou espíritos com pode- cio do Espiritualismo Moderno, 1847, que os espíritos estariam
res e conhecimentos especiais, também merece destaque. De mais próximos da esfera física
fora da condição humana. Daí
serem constantemente alvos de
pedidos de graças e orientações
para a condução de vidas, po-
vos e guerras.
Em solo Americano,
nas primeiras décadas do sé-
culo XIX, antes da eclosão das
manifestações espirituais na
casa da família Fox, alguns imi-
grantes europeus de religião
protestante, que se refugiaram
nos Estados Unidos da América
para evitar as perseguições reli-
giosas na Europa, passaram por
fortes experiências mediúnicas.
Durante os cultos religiosos dos
“Shakers” – como eram conhe-
cidas as comunidades de imi- uma família humilde do Estado e que se estabeleceriam meios
grantes ingleses derivadas dos de Nova York e com pouca ins- mais ostensivos de comuni-
“Quakers”, que viviam unidas trução, escreveu livros filosófi- cação. Em março de 1848, ele
pela religião e o trabalho em cos que estavam além de sua ca- também ouviu vozes que o di-
comum - espíritos que se iden- pacidade intelectual, utilizando ziam que algo de novo e grande
tificaram como índios america- a sua incrível sensibilidade ao estava se iniciando. Tratavam-
nos Pele Vermelha começaram mundo dos espíritos. Dotado -se das comunicações espiritu-
a se manifestar através da me- de várias possibilidades mediú- ais que estavam começando em
diunidade dos seus integran- nicas, ele era vidente, audiente, Hydesville.
tes. Durante alguns anos, esses médium sonambúlico, além de O episódio da família
espíritos os visitaram com fre- ser clarividente e clariaudiente. Fox, que residia na pequena
quência, e, após terem conclu- Ou seja, tratava-se de uma pes- cidade de Hydesville, no Es-
ído a tarefa que eles estariam soa com grande capacidade de tado de Nova York, é conside-
desenvolvendo, relacionada ao percepção além dos limites da rado como o ponto de partida
seu próprio crescimento espi- matéria. Em suas experiências, do Espiritualismo Moderno.
ritual, os índios informaram descreveu o lado espiritual da Nestas novas práticas e con-
que teriam que partir, mas, em desencarnação de uma senhora, ceitos que surgiram, a palavra
pouco tempo retornariam e in- revelando aspectos que foram, “Espiritualismo”era utilizada
vadiriam todo o mundo, desde mais tarde, revelados pelos es- para designar um movimento
6 | Revista O Fóton
ataques vieram dos religiosos,
dos jornais, dos intelectuais, e,
os poucos que permaneciam na
defesa dessas ideias eram ex-
comungados e perseguidos em
suas carreiras profissionais.
As apresentações das
irmãs em Rochester, que ocor-
riam em reuniões abertas ao
público, levaram à propagação
do fenômeno, que, em pouco
tempo, já era conhecido em
todo Leste dos EUA. A partir
das pancadas nas paredes as-
sociadas a letras do alfabeto, os
próprios comunicantes espiri-
que se opunha ao materialismo Hydesville, mas, sim, nas irmãs tuais passaram a indicar manei-
vigente, e o termo “Moderno” Kate e Margareth Fox, que eram ras mais rápidas e eficientes de
vinha para diferenciá-lo das de- as médiuns que possibilitavam comunicação, e os médiuns se
mais doutrinas espiritualistas, o fenômeno. Comissões se for- reuniam em torno de mesas que
principalmente o Catolicismo maram para tentar descobrir a passaram a dar pancadas, a gi-
e o Protestantismo, que eram as origem das pancadas, porém, rar, levitar... Surgiram depois as
religiões dominantes e que não uma após outra, eram obrigadas pranchetas com rodinhas, con-
admitiam a possibilidade de co- a admitir a sua realidade e que tendo um lápis em sua ponta.
municação entre os vivos e as não eram motivadas pela frau- Bastava o médium colocar sua
almas após a morte. de. Isso despertou o desconten- mão sobre ela, que após certo
No dia 31 de março de tamento e a ira daqueles que tempo ela se movimentava e di-
1848, fenômenos físicos que já viam nesses fenômenos pura tava discursos, poesias e respos-
vinham ocorrendo na casa da heresia ou charlatanismo. Os tas às perguntas dos presentes,
família Fox há alguns meses,
atingiram o seu ápice. Com o
assombro e curiosidade das
pessoas que ali residiam, foi
estabelecida uma forma rudi-
mentar de comunicação com
aquela entidade que realizava
fortes pancadas e sons de arra-
nhões pelas paredes e assoalho.
Estava inaugurada a telegrafia
espiritual, que, anos depois, se-
ria classificada pelo Espiritismo
como Tiptologia e Sematologia.
Após essa noite, parte da famí-
lia se mudou para a cidade de
Rochester, onde os fenômenos
continuaram, pois a causa não
estava na casa“assombrada” de
Revista O Fóton | 7
feitas muitas vezes apenas men- dedicando-se a descobrir a ori- físicas e inteligentes que vinham
talmente. Por fim, descobriu-se gem de tais manifestações. Nos ocorrendo e que se alastravam
que o médium poderia segurar EUA, alguns continuaram sem como uma epidemia, cujo foco
o lápis diretamente para que acreditar na realidade das co- principal foi a América. O caso
o espírito desse impulso a sua municações espirituais e cria- da família Fox, como numa ca-
mão e expressasse as suas ideias, ram sistemas de explicações tarse coletiva, permitiu que as
sem passar pela mente do inter- puramente físicas; muitos, que pessoas voltassem seus olhos
mediário. Estava inaugurada a inicialmente eram céticos, che- para algo superior e além da
Psicografia Mecânica. Outros garam à conclusão que existiam matéria, percebendo capacida-
tipos de fenômenos surgiram, seres inteligentes por trás dos des que estavam adormecidas
como luzes espirituais, materia- fenômenos; porém, poucos tira- durante séculos, nos quais a
lizações parciais e totais de espí- ram conclusões mais profundas materialidade foi o carro-chefe
ritos, escrita e vozes diretas, etc. sobre o que estava ocorrendo e das sociedades. Portanto, não
Porém, tudo foi iniciado nas a realidade que se descortinava é possível afirmar que os seres
manifestações simples e des- para a humanidade. Mas, essa humanos passaram a ser dota-
pretensiosas na casa dos Fox. movimentação era necessária dos de dons mediúnicos a par-
Paralelamente à evolução das para que as ideias fossem di- tir de determinada data ou ano,
formas de comunicação com fundidas sobre solo mais fértil e mas, que essa capacidade, como
os espíritos, as mesas girantes melhores resultados pudessem um sentido ignorado, poderia
atravessavam o Atlântico, apor- ser obtidos. estar em estado latente, apenas
tando na Europa inicialmente Nota-se que toda uma aguardando ser reconhecida
como divertimento e passatem- gama de pesquisas psíquicas e esperando a permissão ou o
po das elites. Porém, diante do nos EUA e Europa e o próprio tempo devido para que os espí-
fogo da nova moda que se alas- Espiritismo surgiram, a partir ritos movimentassem sua von-
trava e consumia a maioria em de meados do século XIX, ten- tade para as manifestações de
divertimentos e futilidades, al- do como base as manifestações forma mais direta e objetiva.
gumas mentes mais preparadas
começaram a vislumbrar algo
maior e que poderia revolucio-
nar a humanidade.
Analisando os fatos his-
tóricos relacionados à espiritu-
alidade, nota-se que durante o
século XIX ocorreu uma inten-
sificação dos fenômenos medi-
únicos, culminando com o epi-
sódio de Hydesville, denotando
um planejamento por parte da
espiritualidade de aproximação
dos encarnados, que também
pareciam estar mais suscetí-
veis à percepção. A partir da
disseminação da possibilidade
da comunicação entre vivos e
mortos, muitos pensadores e
cientistas tiveram sua atenção
voltada para os fenômenos,
8 | Revista O Fóton
Relembrando

A vidente de Prevorst: um caso mediúnico pré-Kardec


por Carolina Machado

N
a doutrina espírita Obviamente que, con- investigação, apesar de com in-
considera-se o caso das siderar o caso das irmãs Fox tuito de prová-los como falsos
irmãs Fox, ocorrido como o fato que deu início ao [2]. E, pela primeira vez, esses
em 1848 nos EUA, como sendo espiritualismo moderno e que fenômenos deixaram de ser
o responsável pelo seu nasci- culminou no que hoje se co- considerados como feitiçaria,
mento. Porém, evidentemente, nhece por Doutrina Espírita, magia, ou coisas do gênero, que
esse não é o primeiro fenômeno nada mais é que uma conven- pareciam ser próprios daque-
do gênero que ocorreu no mun- ção. Nada mais justo, posto que les com “dons especiais”, para
do. De fato, sabe-se que todos após este, muitos outros casos serem tratados de forma séria,
os povos já existentes relataram ocorreram, de forma igual- sob todo o rigor científico que
a ocorrência de fenômenos es- mente intrigante, pela América a situação requer. Isso permitiu
piritualistas, e inclusive aqueles e Europa, e rapidamente o fe- que pudessem ser enxergados
tidos como feitiçaria e bruxaria nômeno das mesas girantes se como fenômenos naturais que
na época da Idade Média, em espalhou, caracterizando o que merecem ser investigados.
sua grande maioria, se trata- Conan Doyle chamou de “inva- Como se bem sabe, a
vam de fenômenos dessa espé- são organizada” [1, 2]. natureza não dá saltos, e isso
cie, que tão somente não foram Assim sendo, essa su- não seria diferente com o de-
considerados de forma adequa- cessão de acontecimentos fez senvolvimento do espiritismo.
da [1]. despertar o real interesse na sua Muito estranho seria, se o es-

Revista O Fóton | 9
piritismo se revelasse de ma-
neira estanque, de uma só vez e
em um só lugar. Se assim fosse,
perderia totalmente sua credi-
bilidade [3]. E, assim sendo, a
história da humanidade está
repleta de casos instigantes, que
pouco a pouco trouxeram al-
gumas noções desse universo
e que se tornariam ainda mais
interessantes se estudados à luz
da Doutrina.
Para tanto, será apresen-
tado aqui um caso pré-Kardec
extremamente inusitado, a tal
ponto que merece atenção e até
mesmo estudo aprofundado.
Esse caso trata-se da história da
senhora Frederica Hauffe, mais
conhecida como A Vidente de
Prevorst [4]. A vida da vidente
foi estudada na primeira meta-
de do século XIX, pelo Dr. Jus-
tinus Kerner e lhe rendeu um
livro de mesmo nome.
Frederica nasceu na al-
deia de Prevorst, na Alemanha,
em 1801. Um lugar de altas
montanhas que na época conta-
va com aproximadamente 400 e à noite viu em sonho onde es- recaiu no estado de hipersensi-
habitantes. Desde a primeira tava o referido objeto [5]. bilidade da infância [5].
infância apresentava sinais de E assim permaneceu Esse sentimento mais
faculdades excepcionais. Via es- durante toda infância, manifes- tarde revelou seu motivo. O fu-
píritos; sabia indicar onde havia tando essas faculdades, até che- neral de um amigo, que lhe era
água e metais com a vara divi- gar à idade entre seus 17 e 19 de grande estima, foi celebra-
natória; tinha pressentimentos, anos, quando Frederica parecia do no mesmo dia de seu casa-
sonhos proféticos ou premo- que tinha perdido um pouco mento. Essa situação a deixou
nitórios, especialmente quan- a capacidade de percepção da profundamente abalada e ela se
do era repreendida ou irritada vida interna, levando uma vida tornou indiferente às coisas no
por algum motivo. Magoava-se social normal e em companhia mundo exterior passando a vi-
facilmente e isso a levava a ter de amigas. Porém aos 19 anos ver uma vida interior [5]. Dessa
sonhos com visões instrutivas. contraiu compromisso com o forma, deu início a uma vida
Certa vez, seu pai perdera um Sr. Hauffe, o que foi de seu agra- de sofrimento, praticamente
objeto de valor e a responsa- do, mas estranhamente caiu, mergulhada em sonambulismo,
bilizara por isso. Posto que ela durante cinco semanas, em es- donde ela deu inumeráveis de-
nada soubesse a respeito, sen- tado depressivo, sem dormir e monstrações da sua capacidade
tiu-se perturbada pela acusação passava os dias a chorar, e assim mediúnica e seu conhecimento
10 | Revista O Fóton
do mundo espiritual. mesmo um prego na parede a gengivas passaram a sangrar
Muitos fenômenos in- incomodava de tal forma que constantemente e ela perdeu os
comuns ocorriam com a Sra. era necessário retirá-lo. Tenta- dentes [8].
Hauffe, que demostram a inten- ram aplicar-lhe um imã, o que Ela parecia que estava
sidade de sua vida interior. Ela a fez virar a cabeça, modificar mais morta que viva e achava-
era sensível ao que o Dr. Kerner os traços faciais e torcer a boca -se muitas vezes desdobrada e
chama de influências elétricas. como se estivesse em paralisia. dizia perceber o Espírito fora
Com o tempo verificou-se que Esses sintomas perduraram por do corpo como se ele estivesse
quanto mais baixo era o local dois dias [7]. envolto por ligeira gaze. Dizia
onde habitava, maiores eram Parecia que precisava que queria outros céus, outros
seus espasmos. Já em locais de fluidos nervosos de outras alimentos, outra atmosfera que
montanhosos, seu poder mag- pessoas, sendo necessário dar- o planeta Terra não lhe poderia
nético aumentava [6]. Certa -lhe a mão constantemente e oferecer [9]. Quando saía do
vez recebeu a visita de amigos quando a pessoa não gozava de transe tornava-se sensível ao
e a casa encheu-se de alegrias, boa saúde, se sentia ainda mais peso do corpo das pessoas, in-
porém ela continuava triste, fraca. A medicina tradicio- dependente da matéria, falava
visto que seu filho recém-nas- nal era ineficaz e o tratamento de uma espécie de peso moral.
cido havia falecido. Então, uma magnético era o que lhe aliviava Era sensível ao contato com pe-
amiga a encontrou em preces e os sintomas. Após um segundo dras e metais, sua pupila se di-
caçoou, o que a magoou tanto a parto, ela caiu em febre e delírio latava consideravelmente ao co-
ponto de se tornar fria e rígida e mergulhou num estado mag- locar diamantes nas mãos [10].
como um cadáver [7]. nético mais grave e ficou ainda Tinha percepções ao olhar o
Por vezes via sua pró- mais dependente da energia interior dos olhos das pessoas,
pria imagem, sentada num ban- nervosa dos outros. Tinha es- no olho direito via uma imagem
co vestida de branco, enquan- pasmos e acessos de sonam- refletida atrás da sua, acreditava
to ela mesma estava deitada bulismo ainda mais intensos, tratar-se do retrato espiritual da
na cama. Não suportava a luz, levando a diarreia e suores no- referida pessoa. Se examinava o
quando uma vez viajou, preci- turnos. Esforçavam-se para que olho esquerdo, percebia que do-
sou ir em carro fechado e quan- ela levantasse da cama, porém enças essa pessoa tinha e dava a
do chegou precisou esperar que ela caía sem sentidos e começa- prescrição necessária [11].
escurecesse para que pudesse ram a achar que sua doença era Os Espíritos muitas ve-
entrar em casa. Ouvia e sabia o obra do diabo [8]. zes apareciam para ela pedindo
que se passava a distância, tinha Nunca ficava completa- ajuda. Ela dizia que eles pare-
visões proféticas em copos e es- mente acordada, falava o Alto- ciam escuros e quando oravam
pelhos. Uma vez viu num copo -alemão e uma língua estranha juntos tornavam-se mais leves e
um carro na estrada, descreveu que ela dizia se tratar de sua lín- iluminados. Além desses, a vi-
perfeitamente o carro, os cava- gua interna. Quando queria fa- dente apresentava muitas outras
los e as pessoas que viajavam lar normalmente, aplicava pas- capacidades, como telecinesia;
nele, e meia hora depois chega- ses em si mesma. No início de era capaz de ver pequenos re-
vam à sua casa [7]. 1826, o Dr. Kerner foi chamado lâmpagos saindo da cabeça das
Quando caía em sono para consultá-la. Como lhe dis- pessoas quando a atmosfera es-
magnético receitava para si seram coisas a seu respeito, ele tava carregada de eletricidade;
mesma, tendo até desenhado não quis dar importância ao seu era sensível a quaisquer ema-
uma máquina que deveria curá- estado magnético e fez questão nações fluídicas; sabia quando
-la, mas ninguém deu atenção a de tratá-la através da medicina a água tinha sido fluidificada,
isso. Era extremamente sensível tradicional, o que só fez pio- dizia que tinha uma cor dife-
às influências magnéticas, até rar os sintomas. Além disso, as rente; entre outras. O que mais
Revista O Fóton | 11
impressionava o Dr. Kerner se o Espírito não sabe da vida errônea. Segundo ela, eles não
era o conhecimento do mundo futura, não consegue arrastar a eram capazes de responder a
sobrenatural que a vidente de- alma, que fica presa no corpo, e todas as perguntas e em geral
monstrava ter. então tem que esperar, e o futu- os mais perversos respondiam
Ela dizia que quando ro lhes é obscuro. Porém quan- com mais facilidade, e que os
a clarividência era completa do têm ciência, é porque a alma Espíritos felizes tinham dificul-
(grau avançado de sonambu- já não está mais sob influência dade de responder sobre ques-
lismo), os pensamentos vi- do cérebro e então o Espírito tões terrenas, enquanto que os
nham diretamente do espírito recupera sua clarividência e as- maus sobre questões espirituais
e da região epigástrica, porém pira ao futuro [13]. [14].
quando estava em sonho mag- Para ela o fluido nervo- Os Espíritos inferiores
nético (um grau leve de sonam- so era o laço que unia a alma encontram-se na região média,
bulismo) vinham, sobretudo, ao corpo e o corpo ao mundo que pertence à nossa atmosfe-
do cérebro. Quando saía desse e que a causa do seu estado ra, e os purificados ocupam os
estado podia lembrar-se do que anormal era o fato de que o seu mais altos graus. Porém, nos
tinha sonhado, o que não ocor- fluido se desprendia com muita graus superiores, apesar de não
ria no meio-sonambulismo ou facilidade. Esse fluido é imor- haver as distrações do mundo, é
na clarividência. Em estado so- tal e acompanha o corpo após necessário esforço próprio para
nambúlico ela dizia que a alma a morte e constitui uma forma se alcançar melhoria. O Espírito
continua a viver com o espírito fluídica em torno do Espírito. continua o mesmo após a mor-
e cria em torno dele uma forma Nos raros casos em que a pes- te, mas podem elevar-se e puri-
etérea e que o estado sonambú- soa morre perfeitamente pura, ficar-se, quando então, podem
lico era a vida e o ato do homem não leva consigo o fluido ner- subir e gozar de certa felicida-
interior, que continha a prova voso e por isso não pode mais de. Dessa forma, seu fantasma
da vida futura e da nova união aparecer. Dizia que quanto mais e roupas parecem luminosos, é
após a morte [12]. puro é o espírito, mais elevado é quando estão espiritualizados
Com relação à lingua- o local que ocupa [13]. [14].
gem interior da vidente, ela Segundo as observa-
dizia que era a linguagem que ções dela os Espíritos possuem
Jacó falava, que só assim pode- o mesmo aspecto que tinham
ria exprimir completamente os em vida, porém parecem acin-
pensamentos da vida interior, zentados, as vestimentas va-
que com uma só palavra pode- porosas e os traços são vagos
ria expressar linhas inteiras da e obscuros. Os fantasmas bons
linguagem comum e que após a parecem brilhantes e os maus
morte, com um único símbolo são escuros. Caminham como
o homem poderia ler toda sua os vivos, porém os mais eleva-
vida. Quando ela escrevia, sem- dos parecem flutuar e os maus
pre relacionava os caracteres se arrastam pesadamente e seus
com números, dizia que dessa passos podem ser ouvidos por
forma tinham um sentido mais qualquer um que estiver perto.
profundo [13]. Podem mover objetos pesados e
Dizia que a separação abrir e fechar portas [14].
do espírito durante o sono so- Ela percebeu que a cren- A vidente fez muitas ou-
nambúlico se parecia com a ça comum na superioridade dos tras explanações a respeito do
morte, porém não era o mes- Espíritos pelo simples motivo mundo espiritual conforme a
mo. Declarava que ao morrer, de se tratarem de Espíritos é sua percepção. Aqui foram utili-
12 | Revista O Fóton
zados os termos tal qual usados História do Espiritualismo. te, cap. X
por ela, donde é possível inferir FEB, 2008, p.12. 12. _______. Primeira par-
a similaridade entre o que ela 2. DELANNE, Gabriel. O te, cap. XIX
observava e o que Kardec des- Fenômeno Espírita. 3ª edição. 13. _______. Primeira par-
cobriu com a sua pesquisa, es- Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1977, te, cap. XXI
pecialmente quando se trata de Capítulo II. 14. _______. Segunda par-
descrever os Espíritos quanto à 3. KARDEC, Allan. O te, cap. II
forma etérea que o envolve, ao Evangelho Segundo o Espiri-
fluido nervoso, à diferença mo- tismo. 365ª edição. Araras, SP:
ral entre os vários Espíritos que IDE, 2009, Introdução, item II.
ela teve contato e às consequên- 4. KERNER, Justinus. A
cias dos atos da vida presente na Vidente de Prevorst. 2ª edição.
vida futura após a morte. Matão, SP: O Clarim, 1979.
Além disso, ela também 5. _______. Primeira par-
sabia que as faculdades que ela te, cap. I
apresentava não eram um pri- 6. _______. Primeira par-
vilégio ou algo como um “dom te, cap. II
especial” para poucos. Segundo 7. _______. Primeira par-
ela todos possuem a capacidade te, cap. III
de ver espíritos, e essa capacida- 8. _______. Primeira par-
de pode ser desenvolvida atra- te, cap. IV
vés do homem interior [14]. 9. _______. Primeira par-
te, cap. VI
Referências Bibliográficas: 10. _______. Primeira par-
te, cap. VII
1. DOYLE, Arthur C. A 11. _______. Primeira par-

Revista O Fóton | 13
14 | Revista O Fóton
Evangelho e Ciência

O conhecimento científico e as asas da evolução


por José Márcio de Almeida
“Portanto, se o teu olho direi- moral cósmico, universal. Xavier, [...] “duas asas condu-
to te escandalizar, arranca-o Interessante notar, nos zirão o espírito humano à pre-
e atira-o para longe de ti; pois três versículos que pinçamos sença de Deus. Uma chama-se
te é melhor que se perca um (acima), que Jesus refere-se ao Amor, a outra, a Sabedoria.
dos teus membros do que seja olho, à mão e à face do lado di- [...] Através do amor, valoriza-
todo o teu corpo lançado no reito do corpo. Porque o Mestre mo-nos para a vida. Através da
inferno. E, se a tua mão direita não disse olho esquerdo, mão sabedoria somos pela vida va-
te escandalizar, corta-a e atira- esquerda ou face esquerda? lorizados. Daí o imperativo de
-a para longe de ti, porque te é Perguntamo-nos intri- marcharem juntas a inteligência
melhor que um dos teus mem- gados: há uma razão para ser e a bondade.”
bros se perca do que seja todo o assim? Sentimento e razão.
teu corpo lançado no inferno.” A resposta vem fácil: Sentimento, o elemento femi-
(Mt 5:29-30.) [...] “Eu, porém, certamente que sim! Afinal, Je- nino, vertical, Maria; Razão, o
vos digo que não resistais ao sus, do alto de sua envergadura elemento masculino, horizon-
mau; mas, se qualquer te bater espiritual, não poderia se equi- tal, José. O primeiro nos colo-
na face direita, oferece-lhe tam- vocar. Entretanto, não nos pa- ca em contato com os planos
bém a outra.” (Mt 5:39.) rece crível imaginar que Jesus superiores da criação; o segun-

O
nos convida a arrancar o olho e do, em relação com as questões
Sermão do Monte re- tampouco cortar a mão. Mas, se materiais. O produto de Maria
tratado nos capítulos 5, não devemos interpretar literal- (amor; sentimento) e José (sa-
6 e 7 do Evangelho Se- mente a lição, o que quis, então, bedoria, razão) é Jesus (a per-
gundo Mateus é, sem contradi- dizer O Divino Mestre? feição, a pureza)!
ta, uma das mais belas páginas Pode a ciência nos aju- Ao se referir ao lado
já escritas. A beleza e a amplitu- dar a entender estas sublimes li- direito do corpo (olho, mão e
de dos ensinamentos nele con- ções do Meigo Rabi da Galiléia? face) Jesus, Espírito Puro, se
tidos e transmitidos por Jesus Vejamos. vale de um conhecimento que
superam tudo o que já se es- Segundo o Instrutor a ciência, somente séculos à
creveu do ponto de vista moral. Emmanuel1, pela psicografia frente, nos revelou. O Mestre
Trata-se, a rigor, de um código de Francisco Cândido do Amor sabia, desde aquela época, que

Revista O Fóton | 15
o hemisfério direito do cérebro linguagem falada encontra-se conceder “espaço”, quando de
governa o raciocínio, ou seja, apenas no hemisfério esquer- nossas manifestações e apren-
a razão, e que o hemisfério es- do e que uma lesão nessa área dizado na senda evolutiva, não
querdo governa a emoção, o torna a pessoa total ou parcial- apenas à razão, mas também
sentimento; que o primeiro se mente afásica, ou seja, sem a ao sentimento, ou, para melhor
manifesta através da linguagem capacidade de enunciar a voz, destacarmos o significado da li-
oral e o segundo apenas pela sem, entretanto, alterar outras ção, não apenas à inteligência,
linguagem visual. Daí o ensina- funções relacionadas à lingua- mas também ao amor. Foi o que
mento ser verbalizado. gem. nos fez relembrar o preclaro
Em 1836, o neurologista Na esteira do ensina- Emmanuel: “Daí o imperativo
francês Marc Dax (1770-1837), mento de Jesus, por muito de marcharem juntas”.
sugeriu que os hemisférios ce- tempo vários filósofos e outros Ademais, outro aspec-
rebrais teriam funções diferen- cientistas afirmaram que o he- to importante a ressaltar desta
tes. Observando pacientes com misfério esquerdo do cérebro passagem evangélica compo-
derrame cerebral, percebeu que era relacionado ao raciocínio nente do Sermão do Monte, re-
quando a lesão era no hemisfé- lógico e à linguagem (logos = fere-se ao disposto no versícu-
rio esquerdo, o paciente ficava palavra). lo 39, outro ensinamento que,
com o corpo paralisado do lado Ao se referir às áreas do por muito tempo, gerou grande
direito e sem fala. corpo – e Jesus não se referiu a controvérsia.

Posteriormente esses qualquer área, mas ao olho, a Disse-nos Jesus, que


fatos foram confirmados por mão e a face, órgãos de mani- se alguém (qualquer um!) nos
outro cientista francês, o anato- festação dos sentidos – gover- bater na face direita, devemos
mista Pierre Paul Broca (1824- nados pela razão, quis o Mes- oferece-lhe também a outra.
1880), que descobriu que o tre nos chamar a atenção para Tratando-se de um comando,
centro motor de comando da o aspecto de que é imperioso muitos, de forma afoita e su-

16 | Revista O Fóton
perficial, rotularam o Mestre necessário, o que nos aguarda é co, imaterial e onipresente.
de fraco, de covarde, de subser- o amor. Retribuir o mal com o Alguém disse que Ciên-
viente. bem; ante o mau, ser bom; eis cia e Evangelho não podem ca-
Não! Não se trata disso! tudo! minhar de mãos dadas?
É que, imprevidentes ou ten- Sob esta perspectiva o Até o próximo número!
denciosos, tomaram a letra em ensinamento do Mestre alcan-
seu sentido frio, não espiritual, ça esferas superiores e sublimes Referência
ou moral. Nesta passagem Jesus do nosso mundo mental e nos
nos revela o imperativo das Leis coloca a caminho da luz impe- 1 - XAVIER, Francisco Cândi-
Naturais. recível que governa e sustenta a do. Pensamento e Vida, cap. 4.
Já vimos que a face di- tudo: O Pai, todo-poderoso, so-
reita governa a razão (inteligên- beranamente justo e bom, úni-
cia); a esquerda, o sentimento
(amor).
Fazendo uso da razão,
somos chamados ao reajuste
com a Lei por meio do amor. O
“tapa” na face direita é da Lei (é
quando a Lei de causa e efeito
nos alcança); dar a outra face,
significa que, após o reajuste
Revista O Fóton | 17
18 | Revista O Fóton
Capa

Algumas palavras sobre o ectoplasma


por Matthieu Tubino

S
empre que se tenta definir, a glicerina, os óleos vegetais, a Em face da situação des-
ou descrever, alguma coi- gasolina... Também nos lem- crita, ficam abertas as questões:
sa, há o risco de cometer braremos do gelo, que é água no qual é a origem do ectoplasma,
equívocos que podem causar estado sólido, o que contraria a qual a sua composição, quais
distorções no entendimento definição inicial de que a água são as suas propriedades, quais
de outrem. Em alguns casos é líquida. são as suas funções?... Como
o mal-entendido pode levar à E a “coisa vai longe”... podemos manipulá-lo cons-
compreensão muito equivo- Muitas páginas podem cientemente?
cada. Para dar uma ideia da ser escritas para descrever a Iniciarei por esclarecer o
dificuldade de elaborar uma água, de modo a chegar a uma que significa a palavra ectoplas-
definição vamos admitir que definição satisfatória e, mesmo ma.
alguém queira definir o que é assim, nunca alcançaremos o Este termo foi sugeri-
a água. Tal tarefa é muito difí- fim da lista das perguntas que do por Charles Robert Richet
cil e sua extensão dependerá podem surgir. Sempre have- (Prêmio Nobel de medicina de
não somente do interesse e do rá quem quererá saber mais e 1913). Ele o usou para desig-
conhecimento de quem estiver mais. nar um fluido esbranquiçado,
elaborando a descrição, como Se é difícil explicar o que viu se exteriorizar de certas
do interesse e do conhecimen- que é a água, substância mui- pessoas, principalmente através
to de quem estiver recebendo to conhecida, o que podemos dos ouvidos, da boca e do nariz
a informação. Esta definição, dizer então de coisas sobre as para, em seguida, plasmar-se no
ao ser construída, deverá levar quais muito pouco ou nada sa- formato de pessoas já “mortas”.
em conta a exclusão de outras bemos? Enquadra-se nesta situ- Assim, para descrever o que
substâncias que possam ter ação o ectoplasma. Se é difícil a observou, Richet usou o prefi-
propriedades semelhantes. As- definição de algo relativamente xo grego ‘ectós’ (que significa
sim, se dissermos que a água é bem conhecido, como a água, ‘fora’, no sentido de ‘exceto’) as-
uma substância líquida, ime- podemos imaginar como é di- sociado à outra palavra grega,
diatamente lembraremos que fícil, na atualidade, encontrar ‘plasma’ (que significa ‘algo que
muitas outras substâncias são uma definição satisfatória para pode ser modelado’), formando
líquidas. Por exemplo, o etanol, o ectoplasma. o termo ectoplasma, querendo
Revista O Fóton | 19
dizer: o que se exteriorizou e é
plasmável. Na construção desta
palavra ele cometeu um equívo-
co, pois o prefixo correto a ser
usado deveria ter sido ‘éxo’ (que
significa ‘fora’; leia-se écso).
A palavra resultante seria, en-
tão, exoplasma. Porém, como
o próprio Richet reconheceu,
este é apenas um pequeno de-
talhe que se torna irrelevante
desde se entenda bem o que o
vocábulo ectoplasma pretende
designar.
Aproximadamente, en-
tre a segunda metade do sécu-
lo XIX e a primeira do século
XX, assim como Richet, muitos
outros estudiosos se dedicaram
a observar e a estudar o ecto-
plasma, participando de sessões
espíritas de materialização de
espíritos de “mortos”. Dentre
outros cientistas podemos lem-
brar-nos de William Crookes,
notável homem da ciência que
no ano de 1907 foi agraciado
com o Premio Nobel de Quími-
ca.
No entanto, naquele de hoje (ano de 2018), fazendo que se sabe sobre o ectoplasma
tempo todas as observações a análise química do ectoplas- é pouquíssimo. Nos trabalhos
feitas foram de caráter macros- ma, os resultados obtidos não de averiguação do assunto que
cópico como, por exemplo: ve- trariam, da mesma forma que tenho feito, inclusive na práti-
rificou-se que o ectoplasma é aqueles feitos há tempos não ca, foram realizadas algumas
tangível; que ele pode apresen- trouxeram, informações con- observações cujos resultados
tar temperatura variável, maior clusivas. Esta situação decorre se mostraram coerentes com
ou menor do que a de uma pes- da própria natureza do ecto- aqueles contidos na literatura
soa “viva”; que apresenta peso plasma, uma vez que ele pode se espírita de boa qualidade, prin-
sendo, portanto, sensível ao plasmar assumindo a forma de cipalmente de Kardec e de An-
campo gravitacional terrestre. coisas diferentes além de apre- dré Luiz (psicografia de Fran-
Também foram feitas análises sentar propriedades variáveis. cisco Cândido Xavier), mas
químicas, o que é muito inte- Não discorrerei mais sobre este mesmo assim, juntando tudo o
ressante, pois os resultados po- aspecto neste texto, uma vez que se sabe sobre este fluido, o
deriam ter levado a conclusões que teria que entrar em maiores entendimento sobre ele é míni-
importantes. Contudo, posso considerações. mo.
dizer que, mesmo com o avan- Em face do acima ex- Dentro do conhecimen-
ço da química analítica dos dias posto, é mais correto dizer que o to atual, em primeiro lugar deve
20 | Revista O Fóton
tiva facilidade. Muitas pessoas
já aprenderam a fazer tal de-
tecção, fato que comprova a sua
autenticidade.
Embora dentro do con-
texto do entendimento tradi-
cional, inicialmente o assunto
ectoplasma foi sendo gradati-
vamente acrescentado ao con-
junto de meus conhecimentos
já adquiridos,ao longo das ati-
vidades e do aprendizado no
ambiente espírita.Também,
como não poderia deixar de ser,
os ensinamentos recebidos no
contexto geral da vida, isto é, na
vivência dentro da sociedade e
inclusive no ambiente científico
formal, foram se somando, for-
mando um todo. É importante
lembrar que o conhecimento
espírita não pode ser entendido
isoladamente, como algo restri-
to, pois ele faz parte da realida-
de universal.
Nessa caminhada fui
observando, pouco a pouco,
diferentes fenômenos em mui-
tos médiuns, inclusive em mim
mesmo, tendo sido notadas cer-
tas características repetitivas
em pessoas que, supostamente,
seriam médiuns de ectoplas-
mia, isto é, aqueles que podem,
em princípio, fornecer este flui-
do para fins de cura, de mate-
ser chamada a atenção para o na sua forma original, isto é na rialização e de efeitos generica-
fato de que o ectoplasma tan- forma em que mais comumente mente chamados de “físicos”.
gível e visível, observado por se encontra, não possa ser visto, Embora não fique mui-
Richet, para poder se apresen- através de muitos testes percebi to claro aqui, em face do resu-
tar na forma em que foi perce- que ele pode ser detectado pelo mo da narrativa, note-se que
bido é porque ele já estava algo tato, conforme já demonstrei me ocorreu o estímulo cres-
transformado a partir do seu inúmeras vezes. Este fato per- cente para o estudo e para o
estado original. Note-se que mite a qualquer pessoa, após entendimento, em função dos
no estado original ele não é de- breve treinamento, detectá-lo fatos continuamente observa-
tectado pela visão humana. No com as palmas das suas mãos, dos, dentro e fora do ambiente
entanto, embora o ectoplasma com simplicidade e com rela- espírita, e examinados sistema-
Revista O Fóton | 21
ticamente à luz da razão, im- densa. Como parte desta meta- do de compreensão utilizado.
pulsionando a continuidade do morfose, está a criação dos nos- Houve observação, houve cons-
processo, coisa que ocorre ainda sos corpos materiais que nos trução de hipóteses e, dai, com
nos dias de hoje. Assim, foi sen- proporcionam, num trecho do base nelas, novas observações
do construído, dentro de mim, trajeto evolutivo individual da e novos estudos, num crescen-
devagarzinho, o conjunto de nossa infinita viagem universal, te constante, da mesma forma
pequeno montante de conheci- a experiência reencarnatória. como é feito no campo da ci-
mento a respeito deste assunto. Note-se que o proces- ência formal, campo que me
Devo dizer, além disso, que este so usado para a construção do ofereceu intenso treinamento
conjunto foi também alimenta- meu entendimento pessoal, na presente encarnação, pois
do por informações oriundas embora muito parcial, do que foi esta a tarefa que a espiritua-
da literatura espírita de boa é ectoplasma, é essencialmente lidade orientadora me atribuiu,
qualidade, através de cuidadoso científico, em função do méto- para a presente vida somática,
estudo e interpretação. É im-
portante dizer que não houve
necessidade de frequente ocor-
rência de fenômenos espeta-
culares, embora alguns poucos
tenham acontecido, para a ela-
boração das hipóteses que per-
mitiram o andamento da com-
preensão. A linha mestra que
me norteou, e continua orien-
tando, está fortemente ligada à
tentativa de compreender a na-
tureza humana, principalmente
no que se relaciona ao entendi-
mento do que é saúde e do que é
doença. Também, a tentativa de
entender a natureza como um
todo foi vetor importante para
a construção da compreensão.
Este caminho de pen-
samento me conduziu grada-
tivamente à percepção de que
o ectoplasma é o fluido vital,
oriundo do fluido cósmico uni-
versal, estando amplamente
distribuído no Universo, for-
mando, através de suas múlti-
plas variações, a matéria densa.
Fluido este, sutilíssimo, plas-
mável pela vontade inteligente
em função da capacidade de
compreensão e de realização de
cada indivíduo, leva à forma-
ção e organização da matéria
22 | Revista O Fóton
visando o meu aprendizado e a extremo cuidado para não pro- la que está sentada, cerca de um
minha reconstrução espiritual. vocar sintomas desagradáveis metro e meio à frente.
Muitos poderão supor nas pessoas que possam ser ob- 3) A partir desse ponto,
que um trabalho não é cientí- jeto da avaliação. Nunca tentar levantará o braço a uma altura
fico quando não há uso de ins- detectar o ectoplasma de uma um pouco abaixo do próprio
trumentos eletrônicos “cheios pessoa simplesmente por brin- ombro e deixará a mão suave-
de luzinhas” piscantes. Tal ideia cadeira: o assunto é muito sério. mente e descontraidamente
é totalmente equivocada, pois Este fluido, quando acumula- aberta; imaginado que há uma
os aparelhos são apenas exten- do, como é frequente no caso esfera transparente envolvendo
sões de nossos sentidos, não em encarnados, é de interesse a pessoa que está sentada, movi-
constituindo, necessariamente, de espíritos, tanto dos de boa mentará, então, cuidadosamen-
parte essencial do procedimen- vontade como dos outros, pois te, a mão aberta procurando
to científico. tendo a posse de um pouco dele encontrar uma região do espa-
O conhecimento cientí- é possível alcançar a matéria, a ço onde notará suave sensação
fico é, essencialmente, um con- partir da dimensão espiritual, de “vibração”. Essa sensação
junto de elaborações intelectu- para fazer coisas que, obvia- pode variar: leve cócega na não;
ais: são ideias elaboradas pela mente, estarão em conformi- suave formigamento; impressão
mente e comprovadas pelo ex- dade com o nível evolutivo da de que há ali uma substância
perimento. Embora o progresso entidade atuante. O melhor é tênue e gelatinosa; sensação de
da ciência possa ser, e de fato fazer o exercício com grupo de que está um pouco mais frio, ou
é, muito auxiliado pelo uso de pessoas que apresentem sincero mais quente do que o ambiente;
instrumentos, os fundamentos desejo de aprender, como é o etc.
dela se sustentam nas ideias, no caso num centro espírita. Alter- 4) Sempre agir com
esforço, nas atitudes, no estudo, nativamente, pode ser feito em muito cuidado e sem brinca-
na convicção, na perseverança, casa, havendo algumas poucas deiras. Fazer rodízio das pesso-
na esperança... É o que eu ten- pessoas presentes, preparando as que participam da atividade
tei demonstrar, nestas poucas o ambiente com uma leitura do de modo que todas elas possam
palavras do presente texto, nar- Evangelho Segundo o Espiritis- atuar participando das duas
rando como procurei construir, mo associada à breve comentá- formas, isto é, sentadas para se-
para a minha própria compre- rio sobre o texto lido. Agindo rem avaliadas e em pé, fazendo
ensão, um pequeno cabedal de desta maneira o ambiente espi- a avaliação.
fatos sobre o fluido vital, ou ritual do local será higienizado, 5) No dia (pelo menos
ectoplasma. Fluido este que faz evitando surpresas desagradá- no dia) as pessoas que partici-
parte do Universo e no qual es- veis. parem da atividade não pode-
tamos mergulhados,movendo- O exercício é feito do seguinte rão: ter ingerido bebida alco-
-nos na direção dos maravilho- modo: ólica, nem carne ou derivados
sos campos do infinito. 1) A pessoa cujo fluido (qualquer tipo de carne, exce-
Para que os leitores será verificado deve estar con- tuando um pouco de peixe); ter
possam fazer, por si sós, um fortavelmente sentada numa fumado; feito refeição havendo
teste a respeito da existência e cadeira colocada de tal forma menos de duas horas para o
da possibilidade de perceber o que seja possível andar ao redor início da reunião. Estas obser-
ectoplasma de uma pessoa com dela. Os braços deverão estar vações são muito importantes e
as próprias mãos, irei, nas pró- suavemente repousados sobre devem ser rigorosamente segui-
ximas linhas ensinar como isto as pernas. das.
pode ser feito. Chamo a aten- 2) A pessoa que vai ten- Note-se que estou in-
ção, porém, de que este pro- tar verificar a presença do flui- formando sobre um procedi-
cedimento deve ser feito com do se postará, em relação àque- mento que parece simples. Não
Revista O Fóton | 23
se enganem. Foram necessários
anos de observações, sempre
associadas a cuidadosos proce-
dimentos e muita consideração
às pessoas atendidas. Portanto,
devemos sempre ter muito cui-
dado.
Em futuro artigo, se
houver interesse de leitores, po-
deremos discorrer um pouco
mais sobre o assunto.
Para encerrar, transcre-
vo pequeno trecho do capítulo I
da primeira parte do livro “Evo-
lução em Dois Mundos”, de An-
dré Luiz (espírito), psicografia
de Francisco Cândido Xavier,
que se refere ao fluido cósmico,
do qual provém o fluido vital:
“Nesse elemento primordial,
vibram e vivem constelações e
sóis, mundos e seres, como pei-
xes no oceano”.

Para saber mais...

Algumas outras informações


estão expostas nos meus livros:
“Um Fluido Vital Chamado
Ectoplasma” e “Saúde e Ecto-
plasma”.

24 | Revista O Fóton
Astronomia e Espiritismo

Do pó das estrelas ao homem


por Natália Amarinho

O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cós-
mica. Ela se distingue da crença das multidões ingênuas que consideram Deus um Ser de quem espe-
ram benignidade e do qual temem o castigo – uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza
que os laços do filho com o pai –, um Ser com quem estabelecem relações pessoais, por respeitosas que
sejam.
Mas, o sábio, bem convencido da lei de causalidade de qualquer acontecimento, decifra o futu-
ro e o passado submetidos às mesmas regras de necessidade e determinismo. A moral não lhe suscita
problemas com os deuses, mas simplesmente com os homens. Sua religiosidade consiste em espantar-
-se, em extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza, revelando uma inteligência tão superior
que todos os pensamentos humanos e todo o seu engenho não podem desvendar, diante dela, a não
ser seu nada irrisório. Este sentimento desenvolve a regra dominante de sua vida, de sua coragem, na
medida em que supera a servidão dos desejos egoístas. (Albert Einstein - Como vejo o mundo).

C “
onhecimentos podem analisar as estrelas e desvendar (...) A ciência é uma tentati-
ser encontrados não os mundos, ela abre uma porta va, em grande parte bem-su-
tão-somente nos livros para tudo o que é divino. Bem cedida, de compreender o mun-
acadêmicos, mas também na disse Carl Sagan no livro O do, de controlar as coisas, de ter
própria vida, em cada momento mundo assombrado pelos de- domínio sobre nós mesmos.
vivido. A vida é o melhor livro mônios[1] que:
de ensino que poderíamos en- Porém, há muita coisa
contrar.
A ciência é também ma-
ravilhosa fonte de ensinamen-
“ (...) a ciência é mais do que
um corpo de conhecimento,
é um modo de pensar.
que a ciência ainda não com-
preende, muitos mistérios para
serem desvendados. Ela diri-
tos. Ao devassar o espaço, ao ge sua atenção para o mundo
Revista O Fóton | 25
e a vida material e tudo o que
deduz o faz com base na ma-
téria que analisa, definindo o
homem apenas como um ser
material, apesar de muitos cien-
tistas compreendê-lo como um
ser espiritual. Entretanto, deixa
aberto o conceito religioso.

“ A Ciência tem por missão


descobrir as leis da natureza.
Ora, como essas leis são obra de
Deus, não podem ser contrá-
rias às religiões que se baseiam


na verdade. Lançar anátema ao onda de luz diferente, é como Se um Deus Criador existe,
progresso, por atentatório à re- se cada um tivesse sua própria Ele ou Ela, qualquer que seja
ligião, é lançá-lo à própria obra marca. Assim, analisando cada o pronome adequado, vai pre-
de Deus. (...) Se a religião se “marca”, os cientistas conse- ferir um bronco que adore sem
nega a avançar com a Ciência, guem distinguir de qual ele- nada entender? Ou vai preferir
esta avançará sozinha.” Allan mento é aquela emissão, que foi que Seus devotos admirem o
Kardec - A Genese, Capítulo IV, captada com um instrumento universo verdadeiro em toda a
item 9. [2] chamado espectrógrafo. sua complexidade? Sugiro que
Estamos no universo, a ciência é, pelo menos em par-
Carl Sagan já falava há somos parte do universo, mas te, adoração informada. Minha
tempos: “Somos feitos de ma- o mais impressionante é que crença profunda é que, se exis-
téria estelar”. Depois de analisar o universo está em nós. Este te um deus do tipo tradicional,
1500 estrelas, astrônomos che- sentimento pode nos tornar nossa curiosidade e nossa inte-
garam à conclusão de que tanto profundamente religiosos. Isso ligência nos são dadas por esse
os seres humanos quanto os as- nos mergulha de tal forma na mesmo deus. Não estaríamos
tros brilhantes possuem 97% do existência, que nos sentimos fazendo jus a esses dons se su-
mesmo tipo de átomos. Consta- eternos! Sim, somos poeira das primíssemos nossa paixão por
taram ainda que os elementos estrelas, olhando e nos alimen- explorar o universo e nós mes-
essenciais para a vida como a tando de sua energia, a eterni- mos” – Carl Sagan, Variedades
conhecemos (hidrogênio, ni- dade do universo se afirma em da Experiência Científica[3].
trogênio, oxigênio, fósforo e nós. Os átomos que hoje cons-
enxofre) são mais prevalecentes tituem nosso corpo já perten- Espinosa dizia que o
nas estrelas que estão no centro ceram a outros seres vivos, e conhecimento é o mais poten-
da galáxia. nos alimentamos deles, de sua te dos afetos. Saber é algo que
A questão é: como os energia acumulada. Cientistas nos traz muitas vantagens, mui-
astrônomos sabem quais ele- como Einstein e Sagan fazem ta potência, muita alegria. E
mentos compõem as estrelas se esta ligação entre nós e o Uni- mais, o saber que nos liga a este
eles não conseguem chegar até verso: religião, religare, “unir, mundo e a esta vida nos torna
elas? Elementar, meu caro Wat- atar firmemente“, “Laço entre profundamente religiosos, ao
son. Eles usam uma técnica co- o humano e o divino”. E faz de modo de Einstein, Sagan, Espi-
nhecida como espectroscopia. nossa vida, como disse Alberto nosa e outros. O fato mais im-
É assim: cada elemen- Caeiro, uma oração. pressionante é o conhecimento
to emite um comprimento de
26 | Revista O Fóton
preciso considerar ainda o tem-
po. Espaço e tempo, em termos
universais e em relação a Deus,
têm as dimensões do infinito e
da eternidade.
Léon Denis, em O Gran-
de Enigma, questiona: “O que
sabemos do Universo? Nosso
olho apenas percebe apenas um
domínio restrito do império
das coisas. Somente os corpos
materiais, semelhantes a nós, o
afetam. A matéria sutil e difu-
sa nos escapa. Vemos apenas o
que há de mais grosseiro à nos-
sa volta. Nós não distinguimos
senão os mundos opacos e pe-
sados que se movem nos céus.
O Espaço que os separa pare-
ce-nos vazio. Por toda a parte,
abismos profundos parecem se
abrir. Erro!! O Universo está
cheio.” Se aprendermos a des-
cer de nós mesmos, a pesqui-
sar nos recantos mais íntimos
do nosso ser, interrogar-nos,
com certeza, reconheceremos
a potência oculta que dormita.
Conseguiremos, apesar de toda
imperfeição, encantar-nos com
as leis universais e a beleza da
sua harmonia. “O Universo se
desvenda aos nossos olhos à
medida que a nossa capacidade
de compreender-lhes as leis se
desenvolve e aumenta”[4].
A verdadeira realidade
é que a vida de todos os seres–
homens, animais, plantas - é
uma e única, sujeita a um mes-
que nos liga à existência. dele faz parte o próprio homem,
mo sistema, tendo por ambien-
Quando olhamos para ser pensante e racional, mas que
te o ar e por base o solo. E essa
o céu à noite nos sentimos pro- é apenas uma criatura, um filho
vida universal outra coisa não
fundamente conectados com o do Criador. No Universo há que
é senão uma permuta constan-
todo - UNIVERSO. considerar desde logo o espa-
te de matéria. Todos os seres se
O Universo - ensina o ço, que é a extensão onde tudo
formam das mesmas moléculas,
Espiritismo - é obra de Deus e existe, e, ligado ao espaço, é
a passarem sucessiva e indife-
Revista O Fóton | 27
rentemente de uns a outros, de anos, do túmulo de Cristóvão e as colinas.
sorte que nenhum ser dispõe Colombo. Toda a vida não pas- Quando se tem a con-
de um corpo propriamente seu. sa de uma constante permuta vicção profunda dessa permuta
Pela respiração e pela alimenta- de elementos materiais. Fisica- universal da matéria, que irma-
ção, nós absorvemos, cada dia, mente falando, nós nada possu- na, do ponto de vista da com-
uma certa porção de alimentos. ímos de nós mesmos. Só o ser posição orgânica, a fronde e o
Pela digestão, pelas secreções e pensante é o nosso eu. Só ele é pássaro, o peixe e o seu espaço,
excreções, perdemos outra de- que nos constitui verdadeira, o homem e a fera, considera-se
terminada porção de alimen- imutavelmente. Quanto à subs- a Natureza sob a impressão da
tos. Assim, renova-se o corpo tância que nos forma o cérebro, grande unidade que preside à
e, depois de algum tempo, já os nervos, os músculos, ossos, marcha das coisas. Ela, a Na-
não possuímos um só grama membros, carne, essa não a re- tureza, se nos apresenta, então,
do corpo material de antes. Sua temos; vai, vem, passa de um completamente transfigurada
renovação foi total, completa. ser a outro. Sem metáfora, po- e não deixa de ser com um in-
Mediante essa permuta é que demos dizer que as plantas são teresse mais íntimo que enca-
se entretém a vida. Enquanto o nossas raízes, que por elas ex- ramos o sistema geral da vida
movimento renovador se ope-
ra em nós, a mesma coisa se dá
com animais e plantas. Os mi-
lhões e bilhões de seres viven-
tes na superfície do globo man-
têm-se, portanto, em permuta
constante de seus organismos
[5]. O átomo de oxigênio, que
ora estais respirando, foi ontem,
possivelmente, expirado por al-
guma das árvores que orlam o
bosque. O átomo de hidrogênio
que, neste momento, umedece a
pupila vigilante do leão do de-
serto, será o mesmo que, não
há muito, molhava os lábios de
alguém. O átomo de carbono
que neste instante arde em meu
pulmão, ardeu talvez na can-
deia que serviu a Newton para
as suas experiências de ótica; e
as fibras mais preciosas do cére-
bro de Newton talvez se encon-
trem, agora, na concha de uma
ostra ou numa dessas miríades traímos dos campos a albumina planetária. A. de Humboldt
de animálculos microscópicos, do sangue, o cal dos ossos. O traçou a sua fisionomia num
que povoam os mares fosfo- oxigênio de sua respiração nos esboço amplo, que tem o méri-
rescentes. O átomo de carbono dá vigor e beleza, assim como, to de reivindicar considerações
que se escapa, no momento, reciprocamente, o ácido carbô- especiais a respeito. Quando
da combustão do vosso charu- nico que restituímos à atmosfe- o homem interroga com argú-
to, terá talvez saído, há alguns ra vai cobrir de verdura os vales cia penetrante a Natureza – diz
28 | Revista O Fóton
ele– ou quando mede, na sua flexível, a organização animal do Atlântico e carreiam a vida
imaginação, os vastos espaços resiste além dos limites traça- de um a outro continente.
da criação orgânica, de todas dos à vida vegetal. Muitas ve- Com o autor de Cos-
as emoções experimentadas a zes vimos o rei dos abutres – o mos, podemos acrescentar que,
mais poderosa e profunda é a condor – planar acima de vossa independentemente dessas
da plenitude da vida, univer- cabeça, em altitudes excedentes existências, a atmosfera tam-
salmente difundida. Por toda a aos picos nevados dos Pireneus, bém contém inumeráveis ger-
parte, até nos pólos congelados, e mesmo dos indianos. O pos- mes de vida futura, óvulos de
o ar repercute o canto das aves e sante carnívoro alado era, natu- insetos e de plantas, que, sus-
o zumbido dos insetos. ralmente, atraído pelas sedosas tentados por coroas de pêlos
“A vida transpira, não lãs, que às manadas procuram ou de plumas, garram para as
somente nas camadas infe- aquelas pastagens coalhadas de longas peregrinações do Outo-
riores da atmosfera, onde flu- neve [5]”. no. O pólen fecundante que as
tuam pesados vapores, mas, Esta vida que vemos di- flores masculinas semeiam nas
espécies de sexo extremado, é
também, ele próprio, levado pe-
los ventos e por insetos alados
através de continentes e mares,
às plantas femininas que vivem
em solidão. Onde quer que o
observador da Natureza mer-
gulhe os olhos, aí encontrará
vidas, ou um germe pronto a
recebê-la.
O reino vegetal é uma
usina imensa. Sob a ação do ca-
lor solar, todas as roldanas en-
tram a movimentar-se. A exem-
plo do mecânico que nutre a
também, nas regiões serenas. fundida, em todas as camadas sua máquina, a Natureza reno-
Todos quantos remontaram, atmosféricas, não é mais que va o combustível e os princípios
quer as cumeadas da cordilhei- pálida imagem da vida mais do ar, e estes se transformam
ra Andina, quer os píncaros do compacta, que o microscópio em madeira ou amido, em açú-
Monte Branco debruçados so- nos revela. Os ventos arreba- car ou veneno, que constituem
bre o lago de Genebra, jamais tam, à superfície das águas em a polpa saborosa do fruto, o
deixaram de aí encontrar seres evaporação, turbilhões de ani- perfume sutil das flores, o ren-
animados. No Chimborazo, málculos invisíveis, imóveis dilhado das folhas, a coriácea
e numa altitude excedente de e com todas as aparências de tessitura dos troncos.
2600 metros, vê-se borboletas morte; seres que flutuam no ar, Os animais nutrem-se
e outros insetos alados. Mesmo até que as orvalhadas os devol- dos vegetais, gaseificam, por
supondo que houvessem sido vam ao solo nutriz, que lhes dis- assim dizer, o ar solidificado e
levados por correntes aéreas, e solve o invólucro e, graças pro- o devolvem à atmosfera, onde
que lá errassem como estran- vavelmente ao oxigênio sempre ele recomeça o ciclo das trans-
geiros, naquelas paragens a que contido na água, comunica-lhes formações que, graças a ele – o
só o ardente desejo de conhecer aos órgãos uma nova irritabili- ar – agente primaz da vida, elo
conduz os homens, a sua pre- dade. Nuvens de microrganis- universal, jamais se interrom-
sença atesta, todavia, que, mais mos cruzam as regiões aéreas pem.
Revista O Fóton | 29
a existência de uma força 2) Allan Kardec. A Gênese. Rio
criadora, ou seja, por outras de Janeiro: CELD, 2010.
palavras, um Deus oculto 3) Carl Sagan. Variedades da
que alinhava com caracte- Experiencia Científica. Cia das
rísticas “singulares” todos os Letras, 2008.
seus. 4) Léon Denis - O Grande
Enigma - Cap I. Rio de Janeiro:
Referências: CELD, 2011.
5) Camille Flammarion. Dieu
1) Carl Sagan. O mundo as- Dans La Nature. Didier Et Com-
sombrado pelos demônios. pagnie, Ledoyen . Paris (1867).
Cia das Letras, 1996.

Seja qual for o sistema a


que se aproximem nossas cren-
ças íntimas, espiritualistas ou
materialistas, todos estamos
assomados pelo inexplicável
mistério da vida. Porque não
reconhecer com franqueza a
nossa absoluta ignorância neste
particular? Não demonstrando
a Ciência que as afinidades da
matéria possam criar a vida, o
papel do Criador, aqui, fica ínte-
gro. E ainda que o demonstras-
se, a origem e o entretenimento
da vida deixam ver claramente

30 | Revista O Fóton
Animismo e Espiritismo

Transcomunicação Instrumental
por Natália Amarinho
Revisão de Adriana Alonso e Simone Santos

E
m O Livro dos Espíritos, diretos e mais acessíveis aos e é a combinação das palavras
na questão 934, os espí- nossos sentidos para ver e ouvir “Transcendental” (além de) e
ritos instrutores esclare- nossos queridos que desencar- “Comunicação”.
cem que podemos minorar a naram. Alguns dirão: A psico-
perda de nossos entes queridos A Transcomunicação fonia, psicografia, materializa-
comunicando-nos com nossos Instrumental ou TCI é a comu- ções, os fenômenos de efeitos fí-
amigos e parentes já falecidos nicação com outras dimensões sicos, voz direta, etc. já existem
ou desencarnados pelos meios de existência, através de apare- no Espiritismo há muito tempo
então disponíveis, enquanto lhos eletrônicos, como rádios, ... poderíamos chamá-los em
não dispuséssemos de outros telefones, impressoras, fax, linguagem científica atual de
meios mais diretos e mais aces- computadores e TVs, gravado- Transcomunicação Mediúnica
síveis aos nossos sentidos. res digitais, etc. (TCM).
Na época dessa infor- É um termo que ainda As comunicações re-
mação, não existia ainda a luz não consta do dicionário, por- cebidas de espíritos desen-
elétrica, como imaginar então tanto, um neologismo que sig- carnados através de circuitos
que um dia teríamos o rádio, o nifica: Trans “através”, “além de” eletrônicos ganha o nome de
telefone, a televisão, o compu- mais a palavra Comunicação, o Transcomunicação Instrumen-
tador e outros equipamentos que seria então, algo como além tal (TCI).
para nos comunicarmos aqui da comunicação ou para outros, O estado psíquico do
na matéria, quanto mais com os comunicação transcendental. operador desse tipo de aparelho
irmãos no mundo espiritual. O termo foi criado, na década é importante, pois influi no tipo
Hoje, a evolução tecno- de 80, pelo físico e engenheiro de entidade comunicante, ao
lógica nos propicia meios mais alemão Dr. Ernst Senkowski que parece.

Revista O Fóton | 31
Vamos recordar tam- ponderadas considerações, por sob o título “Telefone para o
bém que os estudiosos da para- ser um veículo particularmente Além”), tornando o assunto co-
normalidade em 1882, através propenso a fraudes e engodos, nhecido do grande público.
de Willian H. Myers definiram o assunto não mereceu outras Outra referência sobre
o termo Telepatia; Tele - “longe”, abordagens mais sérias, durante a pesquisa em TCI é o traba-
“à distância” e Pathia- “sensa- décadas. lho do Dr. Konstantin Raudi-
ção”, “compartilhamento”. Ora, A moderna fase da TCI ve (1909-1974) publicada sob
a transcomunicação não deixa iniciou-se com o crítico de o título “Unhörbares Wird
de ser uma telepatia instrumen- arte sueco Friedrich Jürgenson Hörbar” (1968), publicada em
tal. (1903-1987) que, em seus mo- língua inglesa em 1971 sob o
A transmissão eletrôni- mentos de lazer, em sua casa título “Breakthrough”. Nela re-
ca do pensamento entre duas de campo em Molbno, tinha laciona diversos nomes de esta-
pessoas, em planos existenciais o hábito de gravar o canto dos ções emissoras do além, como
diferentes, uma encarnada e pássaros da região. Em 1959, ao a “Stúdio Kelpe”, “Rádio Peter”,
outra desencarnada, é notável escutar uma dessas gravações, “Kegele”, “Kostule”, “Ponte Go-
comprovação científica e refor- deparou-se com vozes humanas ethe”, “Vários Transmissores”,
ço considerável à causa espírita. entre os cantos gravados. Estra- “Rádio Sigtuma”, “Arvides”, “Ir-
A diferença entre a TCI nhou o fato, uma vez que esti- vines”, entre outras (RAUDIVE,
e os outros tipos de comuni- vera absolutamente só ao reali- 1971:178).
cação com o além (psicofonia, zar a gravação, no meio de um Posteriormente, em
psicografia, voz direta, mate- bosque. Ao ouvir com mais cui- 1978, o pesquisador estaduni-
rializações, tiptologia) está no dado, notou que se tratava de dense George Meek, através de
fato de a TCI não necessitar vozes de pessoas e que podiam um aparelho de sua invenção, o
diretamente da presença de um ser percebidas palavras em vá- “Spiricom”, estabeleceu diálogo
médium para que haja a comu- rios idiomas, o que descartava a com um espírito identificado
nicação. Esta comunicação é hipótese de interferência de al- como “Dr. Muler”. Na década
feita através dos aparelhos ele- guma emissora de rádio. Apro- de 1980 muitos outros contatos
trônicos. Embora a presença de fundando-se em novas grava- foram registrados por outros
um médium não seja essencial ções, assombrou-se ao perceber pesquisadores, nomeadamente
para a TCI, consideramos a me- que as vozes o chamavam pelo na Europa.
diunidade, em qualquer grau, nome, por apelidos e que po- Nos anos 1970, a escri-
um fator importante que pode diam responder a perguntas fei- tora Hilda Hilst foi uma pionei-
ajudar muito nas pesquisas. tas no local, o que também des- ra nas experiências com Trans-
A primeira obra sobre cartava a hipótese de captação comunicação Instrumental,
o assunto, ainda sem a moder- de rádio-amador ou outro tipo tendo gravado diversas vozes
na denominação, foi “Vozes do de transmissão à distância. In- em sua residência, a Casa do
Além pelo Telephone (Novo e dagando de quem seriam aque- Sol. Em entrevista à revista Pla-
admirável sistema de comuni- las vozes, a resposta não tardou: neta de Julho de 1977, afirmou
cação - Os espíritos falando pelo “Somos os mortos...”. ter se interessado pelo tema
telefone)” de Oscar D’Argonnel, A partir de então, Jüer- após ler o livro Telefone para o
publicada no Rio de Janeiro, em genson aprofundou-se nas pes- Além, de Friedrich Jürgenson.
1925. O autor conhecido pes- quisas e aperfeiçoou o método O Brasil sediou um
quisador espírita do começo do de captação da vozes. Com os Congresso Internacional de
século XX, nela reuniu diversos resultados obtidos, lançou a Transcomunicação em 1992,
casos onde a comunicação com obra “Sprechfunk Mit Verstor- na cidade de São Paulo, com a
os mortos podia dar-se atra- benem” (1967, publicada em participação dos pesquisadores
vés do telefone. Apesar de suas língua portuguesa em 1972 Hernani Guimarães Andrade e
32 | Revista O Fóton
Sônia Rinaldi. No país, à época, é transmitida imediatamente dade de Oxford, viveu em 1534,
a maioria das comunicações era para a mesma TV, gerando a re- e era o diácono da capela local.
registada através de gravadores alimentação. Após a captação, a
de fita magnética. Sônia Rinal- filmagem é analisada quadro a TRANSFOTO: obtida através
di ainda se dedica a esse mister, quadro, e aparecem formas de dos processos que marcam a
sendo uma das mais conhecidas imagens fixas enviadas pelo ou- atualíssima TCI, de resultados
no nosso país. Entretanto, nos tro plano no decurso da grava- já reconhecidamente promis-
EUA e na Europa há diversos ção. Como exemplo desse tipo sores.
grupos também. de técnica, cito o pesquisador
alemão Claus Schreiber, que Segundo Sônia Rinaldi,
TIPOS DE COMUNICAÇÃO junto ao grupo de espíritos com no estudo e divulgação desse
INSTRUMENTAL – TCI o qual realizava os contatos, novo processo de contato com
criou o VIDICOM ou Video a dimensão espiritual, na atua-
E.V.P - ELETRONIC VOICE Loop Feedback, que no idioma lidade, isso acontece por meios
PHENOMENON - Chamamos português, é denominado “Mé- eletrônicos já supracitados e,
de EVP a simples gravação, em todo da Realimentação”. mais recentemente, por tevê-
fitas magnéticas de vozes de es- -fone, “uma nova composição
píritos presentes no ambiente. TELEFONE - O telefone e o fax de aparelhos, em que a entidade
O gravador é um canal aberto são os recursos mais avançados aparece num monitor de tevê
a nível LOCAL - e passível de e mais complexos. A nitidez das e fala simultaneamente pelo
receber registro das entidades vozes via telefone é impecável. telefone”, fato esse, bem docu-
presentes. Possibilita o diálogo longo e mentado e que “possibilita um
claro, constituindo prova con- vasto campo de pesquisa.” (
SPIRICOM - RÁDIO E PSICO- creta pela comparação das vo- TCI- Contatos com o Além por
FONE - Consiste em deixar um zes - da entidade quando viva e vias Técnicas - Sonia Rinaldi).
ou vários rádios ligados no am- já em espírito.
biente, gerando determinado “A Transimagem, indubitavel-
campo de ondas sonoras, para COMPUTADOR - O prof. mente, surge como uma das
que as entidades as modulem. Keen Webster, docente da Uni- provas mais firmes e inquestio-
A atuação das entidades nesse versidade de Oxford, constatou, náveis da sobrevivência do Es-
caso não são mais de nível lo- há alguns anos, que começa- pírito. As imagens só se organi-
cal. Os comunicantes espiritu- ram a aparecer na tela do mi- zam e surgem apresentando-se
ais fazem suas emissões a partir crocomputador escritos não suscetíveis de serem fotogra-
de estações de transmissão do programados. Pensando ter fadas ou impressas — porque,
plano espiritual modulando a sido um caso de avaria do equi- obviamente, existe a estrutura
frequência para serem captadas pamento, ele substituiu o seu perispirítica, que junto ao ecto-
pelos transcomunicadores. micro por outro mais novo, e, plasma fornecido pelo pesqui-
depois, por outro e o problema sador, propicia o aparecimento
“VIDICOM (TELEVISÃO)/ persistia. Poucas semanas após, na tela de todos os sinais identi-
VIDEO LOOP FEEDBACK o comunicante identificou-se ficadores da personalidade que
OU REALIMENTAÇÃO - É o como Thomas Harden, decla- se comunica.”
nome do processo para captar rando ter vivido em Oxford du-
imagens do Além via TV. Fil- rante o reinado de Henrique. A (*o ectoplasma é o que torna o
mam-se, os chuviscos lumino- existência de Thomas Harden períspirito visível materialmen-
sos emitidos pela TV, criados foi confirmada, após exaustivas te à lente das câmeras)
pelo sistema. A imagem da tela investigações. Seu nome figura
da TV captada pela câmera, nos assentamentos da Universi- “Vejamos dois dos vários casos
Revista O Fóton | 33
de transimagens captadas atra- outra equipe ou associação de gens. Para captação de áudios
vés da pesquisa realizada por Transcomunicação Instrumen- em Transcomunicação, são
Adriana Alonso e Simone San- tal no Brasil e no mundo, tra- utilizados o Ghost Box (rádio
tos, pesquisadoras brasileiras balhando, portanto, de forma modificado), e aplicativos para
de TCI em Seattle, nos EUA. independente. telefonia celular que utilizam
Juntas, elas criaram o TCI Se- As pesquisadoras utilizam o rádio ou banco de dados.
attle , fundado em 2012. O TCI sistema de Video Loop Feedba- Seguem abaixo os dois casos
Seattle não tem colaborações, ck, criado por Claus Schreiber, acima citados:
nem parcerias com nenhuma para captação das transima-
[caso 1]

Fernanda Matheus
Data da passagem: 12/04/2011 (Passing: 04/12/2011)
Data da Transimagem: 05/03/2016 (ITC Image capture 03/05/2016)
Psicografia: 06/03/2016 (Automatic writing 03/06/2016)
Cartas de Fátima - Fernando Ben
https://www.youtube.com/watch?v=dM8Bw7qpKBY

[caso 2]

Ruan Santos
Data da passagem: 08/01/2015 (Passing: 01/08/2015 )
Data da Transimagem 1: 01/05/2015 (ITC Image capture: 05/01/2015 )
Data da Transimagem 2: 20/10/2015 (ITC Image capture: 10/20/2015)
Psicografia: 03/05/2015 (Automatic writing 05/03/2015)
Cartas de Fátima - médium Fernando Ben
https://www.youtube.com/watch?v=yWDTY3VhqJE

34 | Revista O Fóton
Esse acontecimento é tão importante quanto se sabe dos extraordi-
nários avanços da TCI, a propiciar, brevemente, a universalização
dos processos técnicos de captação do mundo espiritual.

Daí, também, a crescente necessidade de que as obras de Allan


Kardec e demais fontes espíritas sejam conhecidas e estudadas, a
fim de que fenômenos não só possam ser compreendidos, como
bem aproveitados, nesse esforço de auto-renovação que impele a
cada um realizar, em proveito de sua evolução.

Referências:

1)https://pt.wikipedia.org/wiki/Transcomunicação_instrumental. Transcrição parcial. Acessado


27/02/2018.

2)Perispírito. Zalmino Zimmerman. Cap. V. Centro Espírita Allan Kardec - Dep. Editorial. 2a ed.
Campinas, 2002.

3)ITC Seattle: https://www.tciseattle.com. Acessado 27/02/2018.

4)http://www.acasadoespiritismo.com.br/TCI/TCI.htm .Therezinha Oliveira. Acessado 27/02/2018.

5)https://www.tciseattle.com/klaus-schreiber-portugues (Sobre Claus Schreiber e o método VIDI-


COM - O método que Adriana e Simoneutilizam em suas pesquisas com imagens)

6)https://vimeo.com/101171248 (Video Calling Earth - Este é o documentário mais completo sobre


TCI feito até hoje)

7)https://www.bing.com/videos/search?q=klaus+schreiber%2c+vidicom&qpvt=klaus+s-
chreiber%2c+vidicom&view=detail&mid=005D41F96C102ABA1713005D41F-
96C102ABA1713&&FORM=VRDGAR (Claus Schreiber/ VIDICOM)

8)https://www.bing.com/videos/search?q=klaus+schreiber%2c+vidicom&qpvt=klaus+s-
c h re i b e r % 2 c + v i d i c om & v i e w = d e t a i l & m i d = 6 E 5 6 3 5 0 1 4 E D 6 B 1 E C 4 E 2 3 6 E 5 6 3 5 0 1 4 E -
D6B1EC4E23&&FORM=VDRVRV (Claus Schreiber/ VIDICOM)

Para saber mais:

https://www.tciseattle.com/

Revista O Fóton | 35
36 | Revista O Fóton

S-ar putea să vă placă și