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BOA VISTA - RR
2015
LUÍS PHILIPE TISCHER
BOA VISTA - RR
2015
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRR/Biblioteca Central da UFRR
Aprovada em _____/_____/______
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profº. Msc. Silverte Lopes da Nobrega - (Orientador)
Universidade Federal de Roraima – UFRR
_________________________________________
Profº. Msc. Alex Bortolon de Matos - (Co-orientador)
Universidade Federal de Roraima – UFRR
_________________________________________
Profª. Dr. Ofélia de Lira e Silva – (Convidado Interno)
Universidade Federal de Roraima – UFRR
________________________________________
Profº. Dr. Pedro Alves da Silva Filho – (Convidado Interno)
Universidade Federal de Roraima – UFRR
Aos meus pais, Ademar Tischer e Margarete Bartniak.
AGRADECIMENTOS
A minha família por todo o apoio, incentivo, amparo, amor e carinho. Em especial a
minha mãe, mulher guerreira que nunca mediu esforços para nos dar o melhor.
The absence of pluviographic and long time series stations has led engineers to use
relationships which allow the estimation of critical design rain, based on the rain gauge
data and could incur errors in the estimate of the event. In order to develop heavy rains
equations for the state of Roraima in locations with consistent rainfall data, the study
was conducted using the methodologies of the dissociation, isozonas and Bell,
employed in the estimation of maximum rainfall associated with duration and
frequency, in daily time series of rainfall available for five (5) municipalities of
Roraima. Evaluated the performance of the models through Willmott coefficient for the
percentage analysis of the values of deviations estimated by the intensity-duration-
frequency relations between the three (3) studied methods. Performance coefficients
show an average of 98.74%, 99.20% and 96.65% for the five stations, compared the
results of dissociation vs Bell, dissociation vs isozonas and isozonas vs Bell,
respectively. The methods worked great as point classification in precipitation intensity
values calculated by the methods under consideration for any payback period and the
duration of the event. The equations presented fill the information gap and broadens the
decision-making ability of designers works and services in Roraima using as a base
heavy rainfall events.
Work-key: Heavy rains, the dissociation method, Bell method, isozonas method.
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.4 - Relações entre as precipitações de durações 1 hora e 6 min por 24 horas para as
respectivas zonas e períodos de retorno. ..................................................................................... 34
Tabela 5.1 - Precipitações máximas diárias anual das 5 (cinco) estações escolhidas. ............... 44
Tabela 5.7 - Concordância de desempenho de Willmott (%) para todas as estações e métodos
trabalhados. ................................................................................................................................. 57
Tabela 5.9 – Resultado para as equações de I-D-F com tempo concentração de 10 minutos. ... 59
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 15
2 OBJETIVO GERAL..................................................................................................................... 17
3.5.1 Pluviômetros................................................................................................................................. 21
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 61
APÊNDICES .............................................................................................................................................. 66
15
1 INTRODUÇÃO
Segundo Mello et al. (2008), quando a chuva intensa é associada a uma duração e a um
tempo de retorno específico, passa a ser considerada como uma chuva de projeto, que
uma vez aplicada a um modelo chuva-vazão, possibilita a estimativa da vazão de
projeto. Quando se necessita da chuva de projeto para localidades que não dispõem de
séries históricas de precipitação, muitas vezes são utilizadas equações de locais
próximos, o que pode comprometer a confiabilidade da estimativa.
1.1 JUSTIFICATIVA
Visto que, desde 2005 os dados de precipitação das estações trabalhadas por Tischer et
al.(2011), não foram atualizados pela Agência Nacional de Águas – ANA, optou-se em
desenvolver equações de chuvas intensas no estado de Roraima utilizando os dados
pluviométricos das cinco estações trabalhados na iniciação cientifica, fazendo uma
análise comparatória dos resultados obtidos através do método da desagregação DAEE-
CETESB (1979), o método das isozonas e de Bell trabalhados por Mello et al. (2003),
Oliveira et al. (2008). Com intuito de preencher a lacuna de informações e ampliar a
capacidade de tomada de decisão dos projetistas.
17
2 OBJETIVO GERAL
Conforme Tucci (1993), a hidrologia pode ser entendida como a área do conhecimento
que estuda o comportamento físico da ocorrência e o aproveitamento da água na bacia
hidrográfica, quantificando os recursos hídricos no tempo e no espaço e avaliando o
impacto da modificação da bacia hidrográfica sobre o comportamento dos processos
hidrológicos.
A água também sofre alterações de qualidade ao longo das diferentes fases do ciclo
hidrológico. A água salgada do mar é transformada em água doce pelo processo de
evaporação. A água doce que infiltra no solo dissolve os sais aí encontrados e a água
que escoa pelos rios carrega estes sais para os oceanos, bem como um grande número de
outras substâncias dissolvidas e em suspensão.
O ciclo hidrológico tem origem na evaporação da água dos oceanos, lagos e rios e das
superfícies úmidas expostas à atmosfera. Dependendo das condições climáticas e da
combinação de outros fatores físicos, o vapor d’água se concentra nas camadas mais
20
Importante destacar que o ciclo hidrológico só pode ser visto como fechado em nível
global, o que significa que o total evapotranspirado (soma das águas de evaporação e
transpiração) em uma região não necessariamente corresponderá ao total precipitado
num dado intervalo de tempo.
3.3 PRECIPITAÇÃO
São necessários alguns parâmetros básicos para definir uma precipitação: altura
pluviométrica (r), duração (t) e frequência de ocorrência ou probabilidade (p) são as
principais.
A duração é o período de tempo contado desde o início até o fim da chuva, expresso
geralmente em horas ou minutos.
A chuva é quantificada pela altura de água que cai e acumulada sobre uma superfície
plana. Existem dois tipos básicos de se medir a precipitação em forma de chuva:
Pluviômetros e pluviógrafos. No Brasil a maioria das estações de medição utiliza os
pluviômetros.
3.5.1 Pluviômetros
Em que:
A instalação dos pluviômetros deve ser feita a uma altura média acima da superfície do
solo, entre 1 m a 1,5 m, de preferencia em terreno plano e livre de obstáculos (prédios,
árvores, relevo, etc.), o pluviômetro deve ficar a uma distância de no mínimo igual ao
dobro da altura da interferência. Recomenda-se que siga para instalação normas da
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
3.5.2 Pluviógrafo
3.5.2.1 Pluviogramas
3.5.2.2 Ietogramas
Os ietogramas são gráficos de barras, nos quais a abscissa representa à escala de tempo
e a ordenada à altura de precipitação, conforme Figura 3.4. A leitura de um ietograma é
24
Os dados de precipitações intensas são obtidos dos registros pluviográficos sob a forma
de pluviogramas. Desses pluviogramas podem-se estabelecer, para diversas durações, as
máximas intensidades ocorridas durante uma dada chuva (não é necessário que as
durações maiores incluam às menores). As durações usuais para estudo de chuvas
25
O limite inferior de duração é de 5 min., pois este é o menor intervalo que se pode ler
nos pluviogramas com precisão e limite superior é de 24 h, pois, para durações maiores
que este valor, pode ser utilizados dados observados em pluviômetros.
1) Sérias anuais: Neste critério as séries são constituídas dos máximos observados
em cada ano, desprezando-se os demais dados mesmo que sejam superiores às
dos outros anos.
2) Sérias parciais: Neste caso as séries são constituídas dos “n” maiores valores
observados, sendo “n” o número de anos do período analisado.
A curva IDF de determinado local fornece a intensidade da chuva para uma dada
duração e período de retorno.
A duração (t) é o período de tempo durante o qual a chuva cai. Expressa normalmente
por minuto, hora, dia, mês ou ano.
𝑚
𝑃=𝐹= Eq. (3.2)
𝑁
𝑚
𝑃=𝐹= Eq. (3.3)
𝑁+1
Sendo:
1
𝑇= Eq. (3.4)
𝑃
𝐾 𝑇𝑎
𝑖= Eq. (3.5)
(𝑡 + 𝑏)𝑐
27
Sendo:
Metodologias como das Isozonas (Oliveira et al., 2008) para estimativa das relações
IDFs podem ser aplicadas em todo o território nacional, sendo os métodos mais usados
em regiões de escassez de dados, aqueles que se baseiam nas relações entre
precipitações de diferentes durações para desagregar a chuva máxima diária em chuva
com duração inferior (Back, 2009).
Por sua vez Robaina (1996), avaliando a técnica da desagregação para 32 localidades do
Estado do Rio Grande do Sul, concluiu que a metodologia é conveniente, uma vez que
se obtiveram os desvios máximos em torno de 15%. Os autores recomendaram o uso da
metodologia em localidades em que não há disponibilidade de registros pluviográficos.
Por outro lado, Oliveira et al. (2005) ajustaram, para algumas localidades do Estado de
Goiás e Distrito Federal, a relação IDF empregando o método de desagregação de
chuvas de 24 h, cujos resultados obtidos pelas relações ajustadas apresentaram desvios
relativos médios que variaram de -1,6 a 43,9%.
Segundo Liu & Frigaard (2001) a Equação da frequência que melhor se adéqua a série
de Gumbel é a calculada através da fórmula de Gringorten, Equação 3.6.
𝑖 − 0,44
𝐹𝑖 = Eq. (3.6)
𝑛 + 0,12
Sendo:
𝑇
ℎ𝑇 = 𝛼 − 𝛽. ln [ln ( )] Eq. (3.7)
𝑇−1
Em que:
Sendo:
𝐸(ℎ): Valor esperado pela média dos valores máximos anuais, mm;
A reta de Gumbel é calculada por meio da Equação 3.10, onde alfa e beta são
parâmetros estimados, respectivamente pelas expressas das equações 3.11 e 3.12.
𝜇𝑦
𝛽 = 𝜇𝑥 − Eq. (3.12)
𝛼
As expressões dos parâmetros índice “x” são encontradas por meio de uma análise
estatística dos dados de precipitação utilizados, onde 𝜎 é o desvio padrão dos dados de
A partir daí, pode-se construir a reta de Gumbel para cada uma das estações
selecionadas neste trabalho. Tais dados passaram por um ajuste linear que foi realizado
para obter a equação que melhor representa estes dados. Se o resultado da equação for
R² = 1, quer dizer que o ajuste foi perfeito.
Bell (1969) propôs um estudo que tem a vantagem de ser ajustada para regiões e
pondera o valor da chuva de projeto por uma precipitação intensa padrão, cujo tempo de
retorno é de 2 anos e tempo de duração 60 min, fazendo com que o valor predito possa
ser mais coerente, tanto do ponto de vista físico quanto do econômico, para o projeto.
Este procedimento foi aplicado e testado por Pegoraro (1996) para a região
metropolitana de Campinas, obtendo-se bons resultados de predição, o que encoraja sua
aplicação, tendo em vista as vantagens práticas produzidas por uma Equação de chuvas
intensas generalizadas para uma região e com precisão.
32
Righetto (1998) cita algumas características desta metodologia, entre elas o fato da
Equação exigir a determinação de apenas uma variável física, o ℎ(60,2) . A Equação 3.13
representa a forma geral proposta:
Sendo:
Ainda de acordo com Righetto (1998) a Equação 3.13 foi ajustada com base em dados
de postos brasileiros, chegando-se a forma geral para o Brasil, apresentada na Equação
3.14.
ℎ(𝑡𝑑,𝑇𝑅) = (0,31. ln(𝑇𝑅) + 0,7). (0,38. 𝑡𝑑 0,31 − 0,39). ℎ(60,2) Eq. (3.14)
Sendo:
33
O método das isozonas desenvolvido por Torrico (1974) delimitou áreas homólogas
cuja relação entre as precipitações de 1 e 24 h, para um mesmo período de retorno, são
constantes e independentes das alturas de precipitação. Essas relações constantes
permitem determinar a relação entre os dados de postos pluviográficos e pluviométricos,
para tempos de duração de chuvas inferiores a 24 h. O autor dividiu o território
brasileiro em oito zonas de relações iguais chamadas isozonas, apresentado na Figura
3.5.
66º
46º
0º
0º
B 42º
C
D
F 38º
4º D C
4º
E F
G
8º
E DC B 8º
12º
66º 12º
B
70º F D
16º C
16º
A B C 38º
62º
G
E
20º
20º
C F
D E
F
ZONA 24º
C B 24º
A
B 46º 42º
F
C E
D 28º 28º
D C
E E C
F B
G
32º 32º
H
50º
Tabela 3.4 - Relações entre as precipitações de durações 1 hora e 6 min por 24 horas para as
respectivas zonas e períodos de retorno.
TEMPO DE RECORRÊNCIA EM ANOS
A Equação 3.16 é conhecida como Equação de Ven Te Chow. A partir da desta pode-se
determinar o valor da precipitação associada a cada período de retorno T:
𝑥 = 𝑥̅ + 𝑘. 𝜎𝑥 Eq. (3.16)
Onde:
𝑘: fator de recorrência;
O estudo comparativo entre os métodos estudados e o método padrão foi realizado pelo
índice de concordância (d) proposto por Willmott (1982), através da Equação 3.17 e foi
classificado conforme a Tabela 3.5.
∑(𝑒𝑖 − 𝑜𝑖 )²
𝑑 = 100 [1 − ] Eq. (3.17)
∑(|𝑒𝑖 − 𝑒𝑚 | + |𝑜𝑖 − 𝑜𝑚 |)²
Em que:
O índice de concordância proposto por Willmott (1982) permite a avaliação dos desvios
entre os valores das chuvas máximas encontrados pelas relações precipitação-duração-
frequência e estimados pelas metodologias da desagregação, isozonas e de Bell, tendo
seu valor variando de 0 a 100%. Quanto menor o desvio, melhor o desempenho da
metodologia avaliada, tendo o valor do índice de concordância próximo de 100%,
conforme Tabela 3.5.
36
Utilizando oitenta estações climatológicas distribuídas por todo o País, Denardin ajustou
as equações matemáticas que relacionam as características fundamentais da chuva.
Onde o objetivo principal é possibilitar o cálculo da intensidade máxima média das
chuvas, mais representativa para cada região, com a finalidade de fornecer subsídios
para projetos específicos de engenharia, hidrologia e principalmente projetos
conservacionistas.
1387,98 𝑇 0,1
𝑖= Eq. (3.18)
(𝑡 + 12)0,78
37
1373,85 𝑇 0,15
𝑖= Eq. (3.19)
(𝑡 + 15)0,8
1868 𝑇 0,21
𝑖= Eq. (3.20)
(𝑡 + 21)0,86
2362,74 𝑇 0,12
𝑖= Eq. (3.21)
(𝑡 + 24)0,86
1131,57 𝑇 0,18
𝑖= Eq. (3.22)
(𝑡 + 24)0,74
1790,34 𝑇 0,20
𝑖= Eq. (3.23)
(𝑡 + 19)0,90
Para o estado de Tocantins a equação de chuva intensa mais próxima da capital, Palmas,
localiza-se em Miracema do Tocantins cerca de 68 Km (em linha reta) de Palmas. Silva
et al. (2003) apresentou a equação de I-D-F para Miracema do Tocantins de acordo com
a Equação 3.24.
5958,095 𝑇 0,173
𝑖= Eq. (3.24)
(𝑡 + 35,298)1,043
38
4 MATERIAIS E MÉTODO
Tischer et al. (2011), classificou cinco estações pluviométricas dentre cinquenta e cinco
existentes no Estado de Roraima, obtidas junto ao sistema Hidroweb da Agência
Nacional de Água - ANA, a partir deste levantamento foi selecionada as estações com
dados históricos satisfatórios do ponto de vista da qualidade de informação e da
continuidade das séries de dados, levando em consideração as séries históricas de no
mínimo 10 anos.
FAZENDA
8360002 PASSARÃO
BOA VISTA ANA 03°12’28” - 60°34’16” 05/1977 16
SANTA Mª
0061000 BOIAÇU
RORAINOPOLIS ANA 00°30’19” - 61°47’11” 06/1972 30
FAZENDA
8259000 VERDUM
BONFIM ANA 02°25’08” - 59°55’06” 04/1984 21
MISSÃO
8263000 SURUCUCU
ALTO ALEGRE ANA 02°50’09” - 63°38’30” 04/1984 24
TERRA
0061001 PRETA
CARACARAÍ ANA 00°52’ 25” -61°55’56” 04/1989 19
Foram utilizadas as séries anuais, que se baseiam na seleção das maiores precipitações
anuais de uma duração escolhida. A escolha destas durações depende da discretização
dos dados e da representatividade que se deseja alcançar.
1) Para cada duração foi obtido às precipitações máximas anuais com base nos
dados pluviométricos;
40
Para realizar a desagregação dos dados diários obtidos foi utilizado o método do DAEE-
CETESB (1979), apresentado na Tabela 3.2. Cada altura de chuva diária é multiplicada
por um coeficiente que transforma a duração da precipitação diária nas seguintes
durações: 5, 10, 15, 30 e 60 minutos; 1, 2, 4, 6, 12, 18 e 24 horas.
Para obtenção do período de retorno dos dados analisados, foi primeiro obtida a ordem
dos dados analisados para cada estação trabalhada, para posteriormente calcular a
frequência de ocorrência utilizando a Equação 3.6 de Gringorten. Através da frequência
calcula-se o período de retorno que é o inverso da frequência de ocorrência, apresentado
na Equação 3.4.
A reta de Gumbel é calculada por meio da equação 3.10, onde alfa e beta são
parâmetros estimados, respectivamente pelas expressas das equações 3.11 e 3.12,
valores estes obtidos em função do número de dados históricos obtidos. Conforme
Tabela 3.3. Através da obtenção da reta de Gumbel podemos calcular a altura de chuva
para cada duração e período de retorno.
Esta metodologia tem a vantagem de ser ajustada para diversas regiões e ponderar o
valor da chuva de projeto por uma precipitação intensa padrão, cujo tempo de retorno é
de 2 anos e tempo de duração 60 min, fazendo com que o valor predito possa ser mais
coerente, tanto do ponto de vista físico quanto do econômico, para o projeto.
Para ser empregado o método de Bell, utilizam-se a série de precipitação máxima anual,
neste caso serão utilizadas as mesmas precipitações anuais usadas pelo método da
desagregação e das isozonas. Posteriormente calcula-se a frequência de ocorrência
através do método Califórnia expressa na Equação 3.2 e o período de retorno utilizando
a Equação 3.4.
Através da Equação 3.14, ajustada com base em dados de postos brasileiros sugerida
por Righetto (1998), obtém-se a precipitação de projeto para a região estudada.
Por meio da Equação 3.16 de Ven Te Chow, deve-se obter o valor do coeficiente K que
é parâmetros determinado para cada região em relação ao número de precipitações
42
trabalhadas. Pode-se assim, obter valores de precipitação máxima (em mm) associada a
cada período de retorno T.
O estudo comparativo das intensidades máximas obtidas nos métodos apresentados foi
avaliado através da Equação 3.17 proposto por Willmott (1982).
Para aplicarmos concordância de Willmot, devem-se ter os valores das chuvas máximas
encontrados pelas relações precipitação-duração-frequência e estimados pelas
metodologias avaliadas e também os valores das médias das chuvas máximas
encontradas pelas relações precipitação-duração-frequência e estimados pelas
metodologias avaliadas.
Através da Tabela 3.5 são obtidas as concordâncias dos resultados para cada método
empregado na obtenção da Equação das chuvas intensas.
43
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 5.1 - Precipitações máximas diárias anual das 5 (cinco) estações escolhidas.
Com a desagregação das precipitações pode-se calcular todos os parâmetros para a reta
de Gumbel apresentadas no Apêndice, sendo possível associar as precipitações
sintéticas de cada duração com sua frequência de ocorrência em cada estação estudada.
Como o período de retorno (T) sendo o inverso da frequência é correto afirmar que
foram encontrados valores de alturas de precipitação, associada à duração.
O resultado para o método das isozonas foi encontrado através da obtenção dos valores
de precipitação máxima (em mm) associada a cada período de retorno T. Os valores das
alturas de precipitação máxima associada a cada período de retorno para o método das
isozonas foram obtidos através do cálculo de Ven Te Chow.
2 TR 5 TR 10 TR 20 TR 50 TR 100 TR
Desagregação x Bell 96,37 97,43 98,11 98,69 99,29 99,63
Desagregação x Isozonas 95,47 97,97 99,20 99,87 99,88 99,22
Isozonas x Bell 83,75 90,73 94,77 97,69 99,75 99,93
Fonte: Tischer, 2015.
2 TR 5 TR 10 TR 20 TR 50 TR 100 TR
Desagregação x Bell 96,92 98,28 99,05 99,59 99,96 99,98
Desagregação x Isozonas 96,15 98,30 99,35 99,90 99,88 99,28
Isozonas x Bell 86,15 93,07 96,77 99,08 99,97 98,99
Fonte: Tischer, 2015.
Já pra o tempo de recorrência de 10 anos, o método das Isozonas tem intensidade maior
que os métodos da desagregação e de Bell que obtiverem praticamente as mesmas
intensidades. Este resultado se inverte para o período de retorno de 20 anos em que o
método da desagregação tem intensidade inferior aos de Bell e das isozonas que se
comportam com intensidades semelhantes.
Para os períodos de retorno de 50 e 100 anos, a curva de Bell tem intensidade bem
superior para as durações de 5, 10, 15, 20, 30 e 60 minutos, as curvas dos métodos da
desagregação e das isozonas se comportam com intensidades semelhantes para todas as
durações com diferença quase insignificante pra o calculo das intensidades máximas.
2 TR 5 TR 10 TR 20 TR 50 TR 100 TR
Desagregação x Bell 98,40 99,73 100,00 99,62 98,14 96,28
Desagregação x Isozonas 97,33 98,86 99,60 99,96 99,87 99,37
Isozonas x Bell 91,52 97,45 99,65 99,83 96,96 92,51
Fonte: Tischer, 2015.
2 TR 5 TR 10 TR 20 TR 50 TR 100 TR
Desagregação x Bell 96,39 97,52 98,24 98,83 99,43 99,75
Desagregação x Isozonas 95,60 98,03 99,23 99,88 99,88 99,23
Isozonas x Bell 84,02 91,04 95,06 97,91 99,83 99,86
Fonte: Tischer, 2015.
84,02% para o período de retorno de 2 anos, o que Willmott classifica como “muito
bom”.
(h) para os períodos de retorno de 2, 5, 10, 20, 50 e 100 anos, observa-se que para o
período de retorno de 2 e 5 anos, a intensidade obtida para o método das isozonas é
maior que os métodos da desagregação e de Bell, este último com menor intensidade.
2 TR 5 TR 10 TR 20 TR 50 TR 100 TR
Desagregação x Bell 98,20 99,66 100,00 99,69 98,27 96,45
Desagregação x Isozonas 97,35 98,86 99,59 99,95 99,88 99,40
Isozonas x Bell 91,14 97,24 99,57 99,88 97,19 92,87
Fonte: Tischer, 2015.
Tabela 5.7 - Concordância de desempenho de Willmott (%) para todas as estações e métodos
trabalhados.
Desagregação x Desagregação x
Localidades Isozonas x Bell
Bell Isozonas
Os métodos que tiveram melhor comportamento entre eles foi o da desagregação e o das
isozonas, obtendo uma concordância média de 99,20%, seguido do método da
desagregação versus Bell com 98,74%. Todos os métodos apresentam classificação do
coeficiente de Willmott como sendo “ótimo”, conferindo boa credibilidade na
estimativa da chuva de projeto.
A partir dos valores das intensidades das precipitações máximas, foram ajustados os
coeficientes das relações de I-D-F para os métodos da desagregação, de Bell e das
isozonas, de acordo com a Tabela 5.8.
58
MÉTODOS
ESTAÇÃO LOCALIDADE
DESAGREGAÇÃO BELL ISOZONAS
0,21 0,24
813,87. 𝑇 507,31. 𝑇 2151,58. 𝑇 0,12
𝑖= 𝑖= 𝑖=
(𝑡 + 9,52)0,72 (𝑡 + 8,05)0,65 (𝑡 + 16,69)0,85
8360002 Boa Vista k a b c k a b c k a b c
813,87 0,21 9,52 0,72 507,31 0,24 8,05 0,65 2151,58 0,12 16,69 0,85
704,57. 𝑇 0,19 441,28. 𝑇 0,24 1819,63. 𝑇 0,11
𝑖= 𝑖= 𝑖=
(𝑡 + 9,52)0,72 (𝑡 + 8,05)0,65 (𝑡 + 16,66)0,85
8263000 Alto Alegre k a b c k a b c k a b c
704,57 0,19 9,52 0,72 441,28 0,24 8,05 0,65 1819,63 0,11 16,66 0,85
841 . 𝑇 0,15 541,76. 𝑇 0,24 2069,04. 𝑇 0,09
𝑖= 𝑖= 𝑖=
(𝑡 + 9,53)0,72 (𝑡 + 8,05)0,65 (𝑡 + 16,58)0,84
8259000 Bonfim k a b c k a b c k a b c
841 0,15 9,53 0,72 541,76 0,24 8,05 0,65 2069,04 0,09 16,58 0,84
845,26 . 𝑇 0,20 526,12. 𝑇 0,24 2222,83. 𝑇 0,12
𝑖= 𝑖= 𝑖=
(𝑡 + 9,52)0,72 (𝑡 + 8,05)0,65 (𝑡 + 16,67)0,85
61001 Caracaraí k a b c k a b c k a b c
845,26 0,2 9,52 0,72 526,12 0,24 8,05 0,65 2222,83 0,12 16,67 0,85
777,69 . 𝑇 0,15 489,31. 𝑇 0,24 1883,57. 𝑇 0,09
𝑖= 𝑖= 𝑖=
(𝑡 + 9,77)0,72 (𝑡 + 8,05)0,65 (𝑡 + 16,59)0,85
61000 Rorainópolis k a b c k a b c k a b c
777,69 0,15 9,77 0,72 489,31 0,24 8,05 0,65 1883,57 0,09 16,59 0,85
Analisando a Tabela 5.8, verifica-se que os valores de “k” obtidos para o método da
desagregação referente às cinco estações trabalhadas, variou entre 704,57 e 845,26 para
as estações de Alto Alegre e Caracaraí respectivamente, o coeficiente “a” variou entre
0,15 e 0,21, o “b” de 8,05 a 9,77 sendo que quatro das cinco estações o “b” se manteve
8,05 e o “c” se manteve em 0,72 para todas as estações trabalhas. Para o método de Bell
o valor de “k” variou de 441,28 a 541,76 para as estações de Alto Alegre e Bonfim
respectivamente, já os valores de “a”, “b” e “c” se mantiveram estáveis para todas as
estações estudadas, sendo 0,24 para o coeficiente “a”, 8,05 para o “b” e para o “c” 0,65.
Por fim para o método das isozonas o coeficiente “k” variou entre 1819,63 e 2222,83
59
Fazendo analogia entre as equações obtidas para Boa Vista através dos métodos da
desagregação e as equações 3.18 e 3.19 de Denardin (1980), para o período de retorno
de 2, 5 e 10 anos e tempo de concentração de 10 minutos, temos os seguintes resultados:
Através dos resultados apresentados na Tabela 5.9, analisa-se que a equação de Manaus
apresenta uma intensidade elevada para o período de retorno de 2 e 5 anos se
compararmos com o resultado da equação de Boa Vista, gerando um diferença nas
intensidades de 16,18% e de 7,53% respectivamente. Para o período de retorno de 10
anos e o tempo concentração de 10 minutos a intensidade de Boa Vista se assemelha ao
de Manaus gerando diferença de 0,40%.
Analisando a figura 3.5 obtêm-se as isozonas “F” para Manaus-AM e“E” para Belém-
PA. O que reforçam as divergências apresentadas entre as intensidades calculadas para a
região de Manaus e de Boa Vista e a semelhança entre Boa Vista e Belém, onde ambas
são da mesma isozona.
61
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNE, A.; DELRIEU, G.; CREUTIN, J. D.; OBLED, C. Temporal and spatial
resolution of rainfall measurements required for urban hydrology. Journal of
Hydrology, v.299, p.166-179, 2004.
CHOW, V.T.; MAIDMENT, D.R.; MAYS, L.W. Appied hydrology. New York:
McGraw-Hill, 1988. 572p.
MIN, S.; ZHANG, X.; ZWIERS; F. W.; HEGER, G. C. Human contribution to more-
intense precipitation extremes. Nature. Letter. v.470, p.378, 2011.
SILVA, D. D.; PEREIRA, S. B.; PRUSKI, F. F.; GOMES FILHO, R. R.; LANA, A. M.
Q.; BAENA, L. G. N. Equações de intensidade-duração-frequência da precipitação
pluvial para o Estado de Tocantins. Engenharia na Agricultura, v.11, p.1-8, 2003.
APÊNDICES
Apêndice A: Retas de Gumbel, para a estação do município de Boa Vista –
Código 8360002.
Apêndice B: Retas de Gumbel, para a estação do município de Alto Alegre –
Código 8263000.
Apêndice C: Retas de Gumbel, para a estação do município de Caracaraí –
Código 0061001.
Apêndice D: Retas de Gumbel, para a estação do município de Bonfim –
Código 8259000.
Apêndice E: Retas de Gumbel, para a estação do município de Rorainópolis –
Código 0061000.
Apêndice F: Valores de I-D-F e Curva de I-D-F para a estação do Municípios de Boa
Vista – 8360002, referente aos métodos: A = Desagregação, B = Bell e
C = Isozonas.
A = Desagregação
B = Bell
C = Isozonas
Apêndice G: Valores de I-D-F e Curva de I-D-F para a estação do Municípios de Alto
Alegre – 8363000, referente aos métodos: A = Desagregação, B = Bell e
C = Isozonas.
A = Desagregação
B = Bell
C = Isozonas
Apêndice H: Valores de I-D-F e Curva de I-D-F para a estação do Municípios de
Bonfim – 8259000, referente aos métodos: A = Desagregação, B = Bell
e C = Isozonas.
A = Desagregação
B = Bell
C = Isozonas
Apêndice I: Valores de I-D-F e Curva de I-D-F para a estação do Municípios de
Caracaraí – 61001, referente aos métodos: A = Desagregação, B = Bell e
C = Isozonas.
A = Desagregação
B = Bell
C = Isozonas
Apêndice J: Valores de I-D-F e Curva de I-D-F para a estação do Municípios de
Rorainópolis – 61000, referente aos métodos: A = Desagregação,
B = Bell e C = Isozonas.
A = Desagregação
B = Bell
C = Isozonas