Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Leigh
#1 Junkie
Data: 11/2017
Qualquer coisa.
Mas como eu disse, vou fazer qualquer coisa para conseguir a minha
próxima dose. Mesmo que isso me custe a vida.
1
Como os usuários chamam a Heroína.
Série Broken Doll
Heather C. Leigh
Abri a porta lentamente, sabendo que não faria qualquer som. Tive
o cuidado de lubrificar as dobradiças da cadela estridente hoje cedo. O
luar se propagou através das janelas, lançando um leve brilho azulado no
quarto. Me movi tão silenciosamente quanto pude, o que era
extremamente difícil para um cara grande como eu, atravessei o quarto
para ficar ao lado da cama.
Viciada da porra.
Crack!
— Pare de choramingar!
— É esta puta que eu estive fodendo, Boss. Ela deve ter roubado
alguns. Eu... Eu não...
Crack!
— Não minta para mim, Mason! Eu sei exatamente o que você fez.
Você pensou que eu não iria descobrir?
— Sim, Boss.
— Cuide disso.
— Sim Boss.
Então, sim, eu tinha que ficar sujo, mas eu não era estúpido.
Depois, eu teria certeza que todas as provas fossem limpas corretamente.
Aos vinte e oito anos, o homem no reflexo parecia mais como trinta
e oito. Linhas que não existiam há alguns anos agora plissavam os cantos
dos meus olhos como afluentes fora de um rio. A barba por fazer curta que
eu mantinha não me ajudava a parecer mais jovem; na verdade, ela fazia o
contrário.
— Boss.
— Bom.
— E agora?
— Nove.
— Vamos.
Miri
Meu estômago escolheu aquele exato momento para doer. A dor foi
tão intensa que me abracei e desmoronei, caindo no chão enrolada como
uma bola. A agonia não era nada em comparação com o que eu sabia que
estava por vir, se eu não conseguisse algum H em breve. Apenas um
pacote. Isso seria o bastante para me segurar até que aquele idiota do
Mason voltasse. Suando excessivamente, usei a barra da minha camiseta
para limpar minha testa enquanto a ansiedade inundava minhas veias na
qual eu queria que os narcóticos estivessem fluindo. Eu mal tive energia
para me balançar para frente e para trás quando outra onda de dor atingiu
meu corpo frágil. Enquanto me contorcia em angústia, a realidade parecia
dar um forte chute nas minhas costelas.
— Nicky!
— Nicky...
— Miri? É você?
— Sim.
— Cai fora, Miri! Eu não preciso de sua boca de puta em meu pau.
Eu tenho muitas garotas para isso. — Seu rosto enrugou em desgosto
enquanto ele me empurrou de volta. — Vá embora, vadia.
— Não vou dizer nada. Merda, Miri. Vocês dois são um par de
idiotas, você sabe disso? Espere aqui. – Nicky desapareceu nas sombras e
voltou com um homem que eu não reconheci. – Miri, este é o Jorge. Ele vai
levá-la lá. Ele está indo para perto da casa de Boss.
Jorge era baixo, gordo e nojento, mas ele poderia ter uma corcunda e
uma segunda cabeça e eu ainda o seguiria em qualquer lugar se isso
significasse conseguir um pouco de H.
— Sim, sim. Você tem que agradecer ao Jorge, não a mim. E não
mencione meu nome para Boss, você entendeu? – O olhar ameaçador e
sombrio estava novamente no rosto de Nicky.
— Bom.
Vadia estúpida.
Olhei pela janela e não vi nada além de escuridão. Não havia para
onde correr, para onde ir, ninguém para salvar uma viciada patética como
eu. Essa era a história da minha vida. Outra cãibra bateu e me lembrou do
pouco tempo que eu tinha antes da abstinência completa.
Fiz uma oração rápida para que eu não engasgasse e vomitasse por
toda a sua virilha, então fechei os olhos, me inclinei e paguei o preço de
Jorge.
— Não sei, Boss. Ele deveria estar aqui, ou pelo menos um de seus
homens. Um deles estava aqui quando cheguei.
Milo encolheu os ombros, se desculpando por algo que não era culpa
dele. Burke era o chefe de segurança da casa. O lugar onde eu como e
durmo. O único local que deve estar cem por cento seguro. Era trabalho de
Burke saber cada coisa que estivesse milimetricamente fora do lugar na
minha propriedade e lidar com isso ou vir a mim imediatamente. Agora,
porque não conseguimos encontrar Burke, isto se tornou o meu problema.
Dizer que eu estava irritado era um eufemismo.
Milo e eu calmamente descemos os degraus de pedra que se
arrastaram ao longo do lado da casa em direção onde se localizava a
câmera nove. Quem quer que fosse este filho da puta estaria morto, já que
achou que poderia chegar a mim tão facilmente. Com esse pensamento, eu
acenei para Milo, que se aproximou.
— De jeito nenhum.
— Se você não consegue lidar com esta... – Acenei uma mão para a
menina pequena, frágil, e de aparência muito doente na mão de Milo. –
Esta menina de quarenta quilos sem a sua arma, eu preciso repensar a
sua posição na minha organização.
— Eu posso lidar com ela, Boss. – Ele deve ter espremido seus
pulsos porque ela soltou um grito lamentando.
— Hey!
Milo gritou do meu lado esquerdo. Ele a assustou tanto, que ela
empurrou suas amarras e quase derrubou a cadeira enquanto se retorcia.
Minha mão disparou para segurar a cadeira antes que ela caísse no chão e
rachasse a cabeça.
— O quê?
— Sim, Boss.
— Ouça-me.
— Shhhhh.
Sem aviso, ela começou a tremer toda, seu corpo frágil forçando
suas amarras. Miri jogou a cabeça para trás, e os tendões tensos de seu
pescoço magro ficaram presos como cordas de guitarra.
— Jase, — Eu grunhi.
— Sim, Boss.
— Traga-me o kit.
Virei-me para dar ao meu tenente um olhar sombrio, que dizia: Não
foda comigo. Ele sabia que era melhor não pressionar seus pensamentos
na frente de um estranho.
— Merda.
A voz de Miri era tão suave que eu quase perdi sua resposta.
Travado na lasca de esmeralda daqueles olhos cativantes, me levou
um minuto para responder.
— Tudo bem.
— Aqui está.
— Pare com isso imediatamente ou você não vai ter nada. Ouça com
atenção, porque eu só vou dizer isso uma vez. Eu nunca, nunca fui
hospitaleiro com intrusos, assim você deve se considerar sortuda por
ainda estar respirando agora e não ser conduzida para um local remoto
onde ninguém nunca vai encontrar seu corpo.
— Pronta?
Miri
— Que diabos?
A água pingava dentro dos meus olhos, o que tornou difícil para eu
ver qualquer coisa. Eu olhei na direção do homem, um cara que
provavelmente era Boss, tinha me largado, totalmente vestida, no chão de
um impressionante chuveiro de vidro e pedra. Água fria glacial chovia
sobre meu corpo, absorvendo-me completamente em segundos.
Tirei a água dos meus olhos e vi, de boca aberta, quando o chefe deu
um passo para trás, tirou a camiseta e empurrou para baixo sua calça de
moletom escura para revelar um dos corpos masculinos mais perfeitos que
eu já tinha visto na vida real. Apesar do meu medo e confusão, uma faísca
de desejo, aqueceu no interior do meu corpo congelado.
Mordi o lábio e olhei para sua virilha ainda coberta, fiquei surpresa
ao descobrir que estava mole. Na minha experiência, os homens não
ficavam quase nus com mulheres a não ser que queiram algo, e desde que
eu lhe devia pela drogas e por não me matar, eu assumi que ele estaria
duro e pronto para o seu pagamento.
— Whoa!
— Eu pensei...
— Você pensou que me devia? Que eu queria que você me chupasse
porque eu dei-lhe uma dose?
Nicky estava certo. Quer dizer, Jorge provou o ponto de Nicky alguns
minutos mais tarde em seu carro quando ele me fez chupar seu nojento
pau pequeno. A memória de engolir a porra grossa de Jorge, enquanto ele
segurava minha cabeça para baixo, quase me sufocando quando ele veio
na minha boca, fez meu estômago revirar, e eu vomitei. Boss virou
gentilmente minha cabeça em direção ao ralo e segurou meu cabelo. Ele
esperou pacientemente enquanto eu arfava, os tremores percorrendo sobre
mim. Nada veio, além de bile e saliva. Eu não conseguia me lembrar da
última vez que comi, meu estômago vazio não me chocou. Uma grande
mão acariciou delicadamente minhas costas até que os espasmos
passaram.
— Sim.
Agora que eu estava em pé, percebi que este homem era muito,
muito alto. Alto o suficiente para que meus 1,64 de altura, eu tive que
inclinar a cabeça para trás para olhar esses intensos olhos azuis. Minha
cabeça mal alcançando ao seu queixo.
— Eu estou bem.
— Você pode segurar mais apertado do que isso, boneca. Eu não vou
morder.
O brilho em seus olhos dizia o contrário.
Nossos olhos ficaram presos por mais alguns segundos antes que ele
jogasse a cabeça para trás e começasse a rir. A ação o fez parecer anos
mais jovem do que eu acreditava originalmente.
— Você é algo mais, você sabe, boneca?
— Aqui.
Idiota
Arrepios eclodiram por toda a minha pele com sua ameaça furiosa.
— S-sim. Eu entendi.
O fundo dos meus olhos ardia e meu rosto pegou fogo. Eu não
conseguia olhar para ele enquanto peguei o frasco e derramei um pouco de
shampoo em uma das minhas mãos trêmula. Ele lavou-se rapidamente,
em seguida, ficou com os braços cruzados sobre o peito largo enquanto eu
ensaboava meu cabelo e me enxaguava sob o spray d´água.
Ele exigiu. Mordi o lábio para não lhe dizer para ir se foder e fiz como
me foi dito.
— Boss.
Revirei os olhos.
Grande erro.
Este homem, na minha frente, era tão diferente do homem que riu no
chuveiro, ele era o que eu esperava do senhor das drogas. Eu ouvi rumores
sobre ele. Rumores horríveis, atos espantosos de violência. Um homem cruel
que ou era respeitado ou temido.
— Essa é a segunda vez que você virou as costas para mim depois
que eu falei. Eu só vou dizer isso mais uma vez, Miri, de modo que você
ouça com cuidado.
Boss me soltou e deu um passo para trás até que seus olhos
estivessem produzindo buracos em mim sob suas pesadas sobrancelhas.
— Eu entendi.
— Este é o seu quarto. Você vai ficar aqui, você não vai sair, e você
não vai puxar qualquer besteira a menos que você queira uma bala em sua
cabeça, e acredite nada me irritaria mais do que ter uma bagunça feita em
todo chão.
Abri a boca para fazer uma pergunta, mas ele se foi. Eu ouvi o clique
do bloqueio do lado de fora da porta. Oh meu Deus, eu estava presa em
uma prisão bizarra, luxuosa, e completamente à mercê do mais feroz
traficante de Austin, e pelo que eu sabia, esse título foi ganho
profundamente nas trincheiras da brutalidade e da morte. Sentei-me na
beira da cama, com a toalha úmida contra a minha pele pegajosa, e tremi
de medo.
2
Termo usado para ser referir a um usuário de drogas.
vida, quando tantos outros antes dela falharam e sucumbiram à tentação
das drogas venenosas e estilo de vida sombrio.
Filho da puta!
Vermelho intenso brotou do meu punho fechado e começou a
escorrer pelo braço enquanto eu corria até a pia e colocava a mão sob a
torneira. Eu assobiei conforme arrancava os pedaços maiores de vidro.
Sangue misturado com água descia junto na pia, o líquido vermelho
escuro tornando-se rosa numa espiral antes de desaparecer pelo ralo. Em
uma inspeção mais minuciosa, descobri os cortes que permaneciam
sangrando, vários deles, possivelmente, a uma profundidade suficiente
para precisar de pontos.
Miri
Será que eu realmente vim para a casa do chefe de Mason para pedir
um pouco de H? A casa do traficante mais temido e implacável em Austin?
Aquele que ameaçou minha vida mais de uma vez, então me trancafiando
como um criminoso, com Boss agindo como juiz, júri e, se ele assim o
desejar, o meu carrasco?
Vozes masculinas.
— Tem certeza que não me quer aqui, quando você tiver que lidar
com...
— Ok, Boss.
Senti mais do que vi, seu olhar sobre mim. Minha pele picou e meu
estômago revirou nervoso.
— Venha comigo.
Boss estava brincando com algo sobre a mesa, de costas para mim.
Ele me deu uma visão perfeita do amplo conjunto de seus ombros,
músculos salientes sob um confortável encaixe, pressionando a camisa
branca que, provavelmente, custava mais do que cada um dos meus
contracheques do ano passado combinados.
— Eu não tinha certeza do que você queria que eu fizesse ou... Se...
Se eu poderia sair.
— Sente-se, Miri.
Seu tom de voz era rouco e eu sabia que ele não estava brincando
sobre me amarrar. Para ser honesta, Boss tinha um toque de diversão em
sua voz que implicava que ele gostaria muito se eu o desobedecesse.
— Oh.
Eu me contorci na cadeira.
— Por-por quê? Por que você faria isso? Eu não sou ninguém. Nada.
Você sequer me conhece.
— Além disso, você não pode parar imediatamente, boneca. Você vai
acabar incrivelmente doente.
Seu olhar se abateu sobre mim quando ele cruzou os braços sobre o
peito largo, sua camisa esticando sobre os amplos ombros.
— É ainda mais raro quando eles vivem para contar. Isso é o que me
preocupa, boneca. Eu não preciso de você contando a polícia qualquer
informação, preciso?
Minha mão foi para o meu cabelo e eu agarrei uma mecha solta,
girando e puxando furiosamente.
— Ele é... Eu, eu não sei o que ele é. Ele... Ele me dá heroína.
— Entendo.
— Mason d-deveria estar aqui. Em sua casa. É por isso que eu vim.
Ele está? Aqui, é isso?
Alguém como eu. Uma viciada. Uma prostituta. Menos que humana.
— Oh.
— Isto te irrita?
Expor seu mais sujo e escuro segredo sempre é mais difícil do que
expor sua pele. Expô-los a Boss me fez sentir envergonha e patética. Eu
não queria que ele me visse assim. Mas, em seguida, isso é exatamente o
que me tornei quando Cat desapareceu, um fraca, patética, viciada
desesperada.
Vamos, Miri. Você passou por muito mais do que isso. Você é forte.
Você foi ao inferno e voltou mais vezes do que é capaz de lembrar.
— Miri.
— Hmmmm?
— Miri.
A voz era mais alta, mais forte. Assustada e um pouco nervosa, eu
vacilei.
— Eu estou aqui.
Eu sussurrei.
— O quê?
Ele não parecia assustador hoje. Ele parece triste. O humor desse
homem oscilava para cima e para baixo, bondoso versus intimidante,
sorridente versus carrancudo.
Boss apontou para a mesa. Virei à cabeça pesada e meu queixo caiu.
No lugar do kit com zíper havia um prato de torradas com manteiga e uma
taça de frutas frescas.
Ele apontou para o meu prato com o garfo, me deu outra piscadela,
e aquele homem confuso continuou comendo.
— Espere!
Boss girou até que seu olhar perspicaz pousou em mim. Mais uma
vez, quando eu era o único foco desses intensos olhos azuis, minha voz
falhou. As sobrancelhas levantadas como se perguntasse: Que porra você
quer?
Uma das minhas mãos encontrou seu caminho para meu cabelo.
Enrolei uma mecha em torno de meu dedo repetidamente.
— Quero dizer...
Dei uma olhada rápida ao redor da enorme cozinha. Permanecer na
casa de um estranho era extremamente desconfortável, mas estar aqui
sem ele em algum lugar próximo, sabendo que outros homens estavam por
todo lugar? Meu nível de ansiedade disparou.
— Patrão.
Eu olhava para o chão, sem saber o que fazer. Eu queria gritar com
Boss por pensar que poderia me prender e me manter aqui, mas
realmente, para onde eu iria? Eu precisava de heroína, e Boss estava
disposto a me dar. Sabendo que eu não tinha poder de escolha
timidamente me virei para Jase, então ele tentou tocar meu braço.
— Não!
— Pare!
— Ponha-me no chão!
— Não teste a minha paciência, Miri. Você veio até mim, você
implorou minha ajuda, você invadiu a porra da minha casa. Você quer
mais das minhas drogas? Você precisa aprender como as coisas são feitas
neste mundo, boneca. Se você não consegue lidar com as consequências
de suas ações, você não deveria ter começado a usar heroína e você
certamente não deveria ter vindo aqui. Agora...
Ele rosnou.
— ... Este quarto será a sua nova casa e se você valoriza a sua vida,
você não vai questionar uma única palavra que eu disser.
Seu domínio sobre meus pulsos era tão apertado ao ponto de me
fazer gritar. Agora ele estava tão perto, nossos narizes quase se tocaram.
— Você tem sorte não ter sangue no terno. Cometa outro erro e você
não viverá para ver o amanhã.
— Sério?
— Muito.
Shadow disse, dando-me um olhar compreensivo. Eu balancei a
cabeça.
— Entendi, Boss.
Estúpido fodido.
Depois de falar com o gerente durante várias horas sobre a visita dos
melhores de Austin, Frank me levou de volta para casa. Seu eu não
aliviasse a pressão no interior do meu crânio, eu teria uma enxaqueca
daquelas. É claro que não haveria descanso. Nunca houve. No segundo
que atravessei a porta, Jase voou escada abaixo, ofegante e com o rosto
vermelho, suor escorrendo por suas têmporas.
— Boss, a garota...
Sem pensar, agarrei as lapelas do casaco e empurrei seu corpo
contra a parede mais próxima. Jase bateu com tanta força, que os quadros
balançaram. Um quadro caiu no chão e quebrou. A respiração de Jase
deixou seus pulmões com um sonoro whoosh e sua cabeça pressionada
contra a superfície dura. Eu tinha o lado direito de seu rosto, raiva
inexplicável pulsando em minhas veias. Com um movimento rápido de
meu pulso, a lâmina da bainha estava na minha mão, o aço frio
pressionado contra a bochecha de Jase.
— Nós...
Jase engoliu em seco novamente, seus olhos ainda focados na
lâmina reluzente.
Eu estendi a mão.
Miri parecia tão frágil, tão pequena na cama. Mas ela parecia estar
relativamente ilesa, embora fosse muito escuro para ter certeza, mas eu
precisava confirmar. Quando eu usei a chave para abrir a primeira
braçadeira, o clique metálico assustou Miri e ela imediatamente chutou
violentamente e gritou com a voz pateticamente rouca.
— Pare.
— Você.
— A birra acabou?
Miri não disse nada. Seu peito arfava enquanto ela segurava a
respiração. A cabeça de Miri virada para o lado, certamente para evitar
contato visual comigo. Levantei-me e estendi a mão para ajudá-la a se
levantar. Quando ela ignorou minha gentileza, eu revirei os olhos para
esconder o calor que disparou na minha virilha. Com um sorriso mau, eu
a agarrei pela cintura e joguei por cima do ombro. Ela imediatamente se
agarrou às minhas costas e eu ouvi pontos romper o e tecido rasgar.
— Foda-se.
Eu sabia que ela não queria transar comigo, mas eu não esperava o
súbito silêncio ou o tremor que percorreu seu corpo. Hmmm.
— Isso é um sim?
— Não.
Fui até a cama e sentei, esperando ela olhar para mim. Teimosa
como era, ela levou vários minutos antes de se virar. Uma vez que ela o fez,
eu falei.
Miri
Presa. Movida de uma prisão para outra. Eu estava presa neste
quarto, nesta cama, com um homem que provou ser capaz de me dominar
facilmente como um tigre lutando contra um gatinho. A raiva irradiava
dele em ondas enquanto ele reclinava contra a cabeceira da cama, as
pernas cruzadas nos tornozelos, escondendo sua fúria agindo como se
manter uma mulher refém fosse uma ocorrência normal diária. Engoli em
seco e olhei para seu rosto irritantemente bonito e vi uma marca de mão
vermelha brilhante em seu rosto. As drogas realmente me induziram a
fazer algo verdadeiramente estúpido, embora não estivesse certa em culpar
apenas a heroína por minha raiva. Eu vacilei, percebendo que era mais
seguro estar acorrentada à cama no outro quarto do que aqui com Boss
após bater nele. Meu pulso disparou com o pensamento.
Merda.
Meu coração pulou uma batida e medo deslizou por minha espinha.
Meu estômago se contorceu em uma forma familiar, as drogas no meu
corpo mantendo-o em um estado constante de desconforto.
— Eu lhe dei uma dose. Uma, Miri. Você estava apavorada. Você
tinha sido acorrentada a uma cama. Entendi.
— Faça mais uma vez, e não duvide quando digo, boneca. Você vai
se arrepender do dia que entrou aqui.
— E-eu não posso... Quer dizer, eu não quero ficar no meu quarto o
tempo inteiro.
Ele se aproximou, sua fronte franzida. Olhei para seu rosto, incapaz
de compreender como alguém tão absolutamente aterrorizante podia ser
tão bonito a ponto de doer olhar para ele. Boss parecia estar pensando
sobre o meu pedido, então eu fiquei quieta.
Eu pisquei surpresa.
— Jesus Cristo. Porra. Tudo bem. Vou dar-lhe carta branca na casa.
Você pode fazer o que quiser, dentro da razão. Dormir, ler – eu tenho uma
grande biblioteca no andar de baixo – ou caminhar pelos jardins.
Meu corpo vibrava com a tensão. O modo como ele olhou para mim,
carnal, faminto, eu me perguntava se Boss estava finalmente pronto para
exigir o pagamento em troca de sua hospitalidade. Ele me tinha em seu
quarto, na sua cama, e já provou que poderia me subjugar com bastante
facilidade. Eu esperei por um sinal, por qualquer coisa indicando que era
hora do pagamento. O pensamento me fez lembrar quão dura a minha
realidade tinha sido ao longo dos últimos seis meses.
“Nada é de graça.”
O jeito que ele disse a última parte enviou um arrepio afiado através
do meu corpo frágil enquanto Boss me dava outro vislumbre do traficante
cruel por trás da fachada bonita.
Boss
— O que você está fazendo, Boss? Sério? Eu não faço ideia de onde
caralho está sua cabeça. Ela é apenas uma prostituta viciada e rejeitada
de Smith e você vai confiar nela em sua casa? Pelo menos quando você a
mantinha trancada ela não poderia foder sua merda ou ficar no caminho.
Para um cara como Milo – a maioria dos caras neste negócio – Miri
era lixo. Ela era descartável. Seu valor começava e terminava com o sexo.
Depois do que aconteceu com Rose, essa mentalidade me enfurecia ao
ponto de ferver de raiva. Levou quantidades extremas de autocontrole para
refrear o desejo de girar e atingir a garganta de meu tenente com meu
punho. Em vez de ceder à violência, falei em voz baixa, mas a ameaça
clara no meu tom.
Miri ainda era muito magra, sua pele pálida e cheia de cicatrizes,
mas a mulher no meu quintal parecia mil vezes melhor do que a garota
suja e desesperada de uma semana e meia atrás. Milo grunhiu e com o
canto do meu olho, eu o vi olhar lascivamente com a visão no jardim.
Observando-o foder Miri com os olhos me enfureceu ao ponto de querer
arrancar os olhos de Milo de seu crânio com uma das minhas facas. Eu
mudei meu olhar de Miri para encarar meu tenente, que atualmente
estava caminhando sobre uma linha muito, muito fina.
Então ela é uma viciada de merda, mas ele, obviamente, queria enfiar
seu pau nela.
— Entendi, Boss.
Foda-se ele.
Raiva atravessou minha pele. Como ele ousa colocar a maldita mão
na minha ardente, porém frágil boneca. Eu abri as portas francesas da
cozinha e corri pelo gramado verde exuberante. Sem a espessura do vidro
à prova de balas nos separando, eu era capaz de ouvir os gritos assustados
de Miri. O som lamentável me atingiu no coração. Eu aumentei minha
velocidade e minha visão aguçada por conta da explosão de adrenalina.
— Eu já volto, boneca.
— Segure-o.
Eu rugi.
— Ninguém que trabalha para mim bate naqueles que são fracos e
inocentes, e muito menos os estupra. E na minha própria casa, filho da
puta! E ninguém rouba de mim. Toma o que não pertence a eles.
Incapaz de esperar mais, eu puxei meu braço direito para trás, tanto
quanto podia e o lancei para frente, colocando toda a minha força nesse
movimento. O golpe atingiu o lado esquerdo de seu rosto. A dor atravessou
meus dedos, as ondas de choque subindo meu braço, mas eu não me
importava com isso nesse momento. Sede de vingança sobrepôs o
desconforto. A cabeça do guarda girou violentamente para o lado, o sangue
jorrando de seu nariz em um arco horrível. Dei um passo para trás e no
segundo seguinte, dei um gancho de esquerda no queixo, satisfeito com o
jeito que seu pescoço recuou e seu lábio arrebentou.
— Soltem-no.
— Sim Boss.
— Espere.
Cada par de olhos, exceto aquele que tinha seu intestino perfurado,
focou em mim e eles responderam em um uníssono som.
— Sim, Boss.
Satisfeito de que não haveria mais incidentes, me virei e entrei na
casa, direto para o meu quarto para mudar minhas roupas salpicadas de
sangue.
Eu queria gritar. Gritar até ficar rouco. Meu cérebro coçava para
recuperar o controle, organizar, limpar. E Miri... Porra. No meio do grande
banheiro, eu estava nu, com os olhos fechados e os punhos cerrados ao
meu lado, meu corpo inteiro cantarolando como um fio exposto a partir de
uma combinação de adrenalina, ansiedade, raiva e medo.
Medo do que?
Foda-se.
— Boss.
O tom de Milo era afiado o suficiente para saber que ele ainda
estava chateado sobre antes, quando eu lhe disse para calar a boca sobre
Miri. Muito malditamente ruim. O trabalho de Milo era me dar o relatório
que pedi, e, em seguida, me acompanhar esta tarde para uma reunião com
um proprietário do clube que quer vender. A discoteca era o tipo perfeito
de negócios a ser usado para lavagem de dinheiro.
— Farei isso, Boss. Você precisa que eu volte para sua casa?
Foda-se Milo.
Porra. Não faça isso para si mesmo. Não vá por esse caminho.
Toda vez que eu revivia o passado, me torturava com cada erro meu
que levou à perda imensa que sofri e ao abismo enorme deixado para trás
quando minha irmã morreu, eu me tornei irracional e minhas tendências
obsessivas tornaram-se mais sérias. Para ser um chefe eficaz, é imperativo
manter a cabeça fria e manter isolamento e racionalidade. Corri meus
dedos pelo meu cabelo em uma tentativa de corrigir a bagunça que eu fiz.
Não totalmente satisfeito com a minha aparência, com meus olhos ainda
detidos para a fúria persistente, decidi jogar pelo foda-se. Pela primeira vez
eu não ia me preocupar. Meu cabelo era bom o suficiente para se
contentar. Respirei fundo e sai do escritório. A pesada porta assobiou
quando fechou atrás de mim.
— Miri.
Com o rosto enterrado sob todo aquele cabelo, Miri deu o menor dos
acenos, mas não teve outra reação. Por alguma razão, a sua atitude me
chateou mais uma vez. Ser ignorado por Miri me irritou mais do que eu
queria admitir. E, é claro, porque eu sou um feroz, bastardo sem coração,
eu recuei, não querendo me diminuir ao implorar por atenção, mesmo que
a mulher foi atacada. Se Miri não queria olhar para mim, ou me agradecer,
ou até mesmo porra reconhecer o fato de que eu puxei o idiota para fora
dela, que eu matei ele por ela, era seu direito, embora irracional para os
meus nervos.
Foda-se ela.
Miri
Toquei meu ombro, a pele ainda formigando das pontas dos dedos
dele, e repetindo as palavras de Boss na minha cabeça.
— Miri é minha.
— Miri é minha.
Era intenção de Boss me manter aqui como uma escrava? Ele estava
esperando eu ficar limpa e não parecer um desperdício, com cicatrizes,
viciada em drogas antes de fazer seus desejos conhecidos? Talvez ele não
me ache atraente e foi por isso que ele não tinha me pressionado para o
sexo ainda?
Quanto tempo tem desde que eu apreciei algo tão simples como um
nascer do sol?
Tanto tempo que eu não conseguia lembrar a última vez que eu
assisti. Talvez eu nunca tivesse visto um nascer do sol. Eu não podia ter
certeza. Animada com alguma coisa pela primeira vez em meses, eu vesti
leggings, uma camiseta solta, e enfiei os pés em um novo par de sandálias,
tudo cortesia de Boss. Quando cheguei à porta do quarto, meus passos
vacilaram. Ela estava aberta. Não muito. Na verdade, era quase
imperceptível. A abertura era apenas grande o suficiente para saber que
alguém tinha me observando, porque eu sabia que, sem dúvida, fechei a
porta totalmente quando fui para a cama.
Devo ficar no meu quarto? Devo dizer ao Boss? Devo sair e fugir?
Eu não tinha ideia do que fazer. Tudo o que eu sabia que era certo
naquele segundo, era que eu estava determinada a ver o nascer do sol.
Teimosa o suficiente para ignorar meus instintos, eu levantei meu queixo,
para colocar minha melhor expressão de “eu não tenho medo de você” e sai
para o corredor, grata por encontrá-lo vazio.
— Jesus.
A heroína faz isso com você, te faz paranoico e até mesmo causa
alucinações, às vezes. No entanto, eu tinha que admitir, a força para obter
a minha recuperação não tinha sido tão forte recentemente. Sim, eu ainda
estava sentando na cadeira de madeira dura duas vezes por dia, enquanto
Boss ou um de seus homens silenciosamente me aplicava uma dose, mas
a intensidade dos meus desejos tinha diminuído significativamente. Dei de
ombros para fora do pensamento. Eu provavelmente não ansiava H como
eu costumava fazer, porque eu estava tomando regularmente, o que
significava que eu nunca entrava em abstinência. E era branca como a
neve, então eu tinha certeza que não era apenas qualquer H vencida – a de
Boss era realmente um bom material, puro.
— Bom dia.
— Boss.
— Nem um pouco.
3
É um arbusto ornamental grande, extremamente tóxico.
— Eu acho bonito, você não acha?
— Sim, é.
Mesmo se você não soubesse quem era Boss ou o que ele fazia, ele
não era o tipo de homem que as pessoas ignoravam. Ele era maior que a
vida, confiante, atraente, e irradiava força masculina e poder. Sua
presença em silêncio insistia que você o notasse. Mas continuamente
antecipar a sua eventual demanda por sexo me despedaçava por dentro.
Era como viver com um machado sobre a minha cabeça, cada momento
gasto esperando por ele cair. Se eu aprendi uma coisa, uma vez que vivi
nas ruas, era apenas aguentar firme e enfrentar com a cabeça erguida.
— Miri é minha.
Encorajada pelas palavras que Boss usou ontem junto com suas
ações dramáticas, e desesperada para acabar com isso, eu deslizei pelo
assento até minha coxa pressionar contra a dele. Boss não reagiu. Não
mudou sua atenção do céu. Não se virou para olhar para mim. No entanto,
seu desejo era palpável. Boss não conseguiu esconder a contração de seus
músculos da perna ou a respiração presa. Chefe ou não, ele ainda era
apenas um homem, e mais importante, ele não disse não ou me afastou.
Um pouco mais confiante, joguei uma perna sobre seu colo e montei
nele, descansando um joelho de cada lado de seus quadris. Boss não se
mexeu para pegar minha cintura ou colocar suas mãos sobre mim. Foi só
quando meu rosto estava em frente dele e ele foi forçado a encontrar o meu
olhar que eu me encontrei presa pelos olhos mais impressionantes que eu
já vi. De perto, pude ver um azul tão profundo que me lembrava dos mares
azuis das Ilhas Gregas. Apesar de estar sentada em seu colo, a expressão
de Boss não se alterou.
Hesitante, eu levantei a mão e passei meus dedos sobre os pelos
macios e curtos no seu rosto, arrastando-os para seus lábios cheios.
Novamente, Boss não fez nada. Não revelou nada. Baixei a cabeça,
permitindo-lhe tempo de sobra para me parar antes de nossas bocas se
encontraram, mas não o fez. Senti o calor de sua respiração enquanto
meus lábios tocaram nos dele.
— Você já terminou?
— Encontre-me na cozinha.
Com isso, Boss soltou meu braço. Essas foram as únicas palavras
que ele disse, ditas em uma voz baixa e completamente infetada, o sotaque
lúdico do Texas desaparecido. Mortificada, eu virei e corri, deixando
minhas sandálias para trás e segurando as lágrimas.
Por que eu ainda me importo se ele me quer ou não? Isso é uma coisa
boa, certo?
Eu não deveria querer ser uma prostituta, trocando sexo por drogas
e um lugar para ficar. Boss recusando meus avanços deveria me deixar em
êxtase, mas enquanto eu fazia o meu caminho através do jardim eu não
senti nada, além da picada quente de rejeição. Eu fui mais baixa que uma
drogada, menor do que uma prostituta. Não só eu era ambas as coisas, eu
estava aparentemente tão contaminada que Boss nem sequer me tocou.
Repugnante, repulsiva, inútil patética... Palavras da minha mãe
voltaram com força total, como se fosse ontem que ela estivesse lançando
insultos ao mesmo tempo que jogava qualquer coisa que ela pudesse ter
nas mãos. Pratos, eletrodomésticos, móveis... se pudesse ser levantado, ela
me batia com isso. Uma vez, ela até rachou uma costela minha quando
quebrou uma cadeira em minhas costas.
No banheiro anexo, joguei água fria no meu rosto até que eu estava
certa de que não iria chorar. Chorar mostrava fraqueza e eu não era fraca.
Eu nunca dei a cadela da minha mãe a satisfação de me quebrar; eu não
daria a um homem que mal conhecia. E daí? Ele não queria me foder.
Viver aqui, com um dos homens mais perigosos da cidade, ainda era o
mais seguro que eu senti em um longo tempo.
Agora, eu só tinha que enfrentar Boss e lhe mostrar que seu fora não
me afetou. Com as mãos tremendo, eu desci para a cozinha para a minha
dose impessoal de heroína.
Boss
Miri não tinha ideia de como era difícil fingir que ela não me afetava,
que tê-la sentada no meu pau, pressionando aqueles lábios de rubi
vermelho ao meu, me deixava louco de desejo. Foi quase impossível não a
jogar para baixo e foder sua doce boceta ali mesmo no chão de madeira do
gazebo. Não havia razão para não aceitar o que Miri ofereceu. Não era
como se ela não soubesse exatamente o que estava fazendo, me montando
e esfregando meu pau, especialmente após desmamar Miri de heroína sem
o seu conhecimento, dando-lhe doses cada vez menores a cada dia. Sim,
sua mente provavelmente estava bastante clara quando ela montou
minhas pernas e tentou me convencer a fodê-la.
— Boss? Tudo bem com você? Posso definir tudo para a reunião,
comida, mulheres, as obras.
Agarrei a moeda, olhei para cima e vi Milo e Shade, seus olhos fixos
nos meus, ambos à espera de algum tipo de resposta. Porra. Eu precisava
colocar minha cabeça no jogo e parar com a obsessão por Miri.
— Diga-me novamente.
Não era de admirar que Miri pensasse que eu a mantinha aqui para
usá-la como minha puta pessoal. Eu não tinha feito nada para fazê-la se
sentir como sendo um ser humano real com sentimentos. Dei um passo
atrás, de repente confuso e inseguro do que exatamente estava fazendo,
pegando Miri e limpando-a. Para lançá-la de volta nas ruas? Limpa sem ter
para onde ir? Eu não poderia mantê-la aqui para sempre, mas o
pensamento de não ver aqueles olhos verdes brilhantes todos os dias fazia
o meu peito doer.
Com uma perda, eu girei no meu calcanhar e fui direto para a
garagem. Eu desprezava a incerteza, especialmente de mim mesmo. Era
inútil e frustrante, assim como as emoções. Na garagem, não desperdicei
tempo e montei minha elegante Ducati Superbike vermelha, empurrei um
capacete preto brilhante na minha cabeça, e passei rasgando pela entrada,
indo para um lugar que eu não tinha estado em muito tempo. Milo iria
ficar puto que eu não tivesse levado ele e Frank para cuidarem da minha
segurança, mas eu não poderia me importar menos. Esta era uma viagem
que eu tinha que fazer sozinho.
Eu fui pelo caminho mais longo para me dar algum tempo para
limpar a cabeça e aproveitar a poderosa máquina rugindo debaixo de mim.
Quando cheguei ao meu destino, desliguei a moto e a apoiei no lugar. Eu
conhecia o caminho como a palma da minha mão e provavelmente poderia
fazê-lo com os olhos vendados. O ar estava imóvel enquanto eu andava
pelo gramado exuberante, passando entre árvores, flores e centenas de
lápides. O tempo estava quente e o céu sem nuvens, mas não havia
nenhuma outra pessoa à vista. No meio de uma fileira, eu parei ao lado de
uma familiar lápide de granito rosa e me agachei ao lado.
Levantei e fui embora sem olhar para trás. O passado estava feito.
Eu só poderia mudar o futuro.
Miri
— Boneca, estou aqui em cima – disse Boss, seu tom mais leve do
que o habitual. Oh, então estamos de volta ao amigável texano, não
estamos? Curiosa, eu encontrei seu olhar e para descobri-lo sorrindo.
— O que? Não!
Boss recuou, andando para trás para manter o olhar frio fixo em
mim.
— Diga-me algo que eu não sei. Ele estava atrás do meu antecessor
por anos, mesmo antes de eu assumir. Não tenho dúvidas que Cuchillo
está atrás de mim. Ele quer Austin. Isso não é um segredo.
Eu me virei para olhar para Boss sentado ao meu lado. Ele estava
vestido em seu próprio terno de grife, parecendo mais um modelo do que
um senhor das drogas. Boss se recostou na cadeira, casualmente, como se
ele estivesse falando do tempo.
Boss deve ter me sentido tensa, porque sua grande mão pousou na
minha coxa e seus dedos pressionaram a minha carne, um aviso silencioso
para não me mover ou fazer uma cena. Eu lhe dei o olhar mais sujo que eu
consegui, o que ele retornou com um olhar impassível.
Babaca!
Tentei mexer minha perna para fora do seu alcance, mas os dedos
de Boss só cavaram mais fundo. Ele apertou tão forte que mordi o lábio
para abafar um grito. Resignada a me sentar calmamente ao seu lado, eu
tentei não prestar atenção, enquanto o espetáculo nojento na minha frente
rolava. Uma a uma, as prostitutas se espalharam em toda a sala, cada
uma encontrando um homem para entreter. Náusea queimando em meu
esôfago, o meu jantar tentando ressurgir, enquanto a dança e strip-tease
rapidamente se transformava em completo pornô ao vivo. Outro vislumbre
de Boss e eu podia ver que ele ainda tinha aquela maldita máscara
indiferente no lugar, não dando um indício do que ele estava sentindo ou
pensando. Eu não podia dizer nem mesmo para onde ele estava olhando.
Seus olhos estavam desfocados, como se ele não quisesse assistir a cena
mais do que eu.
— Pare.
Claro que, sendo um maníaco furioso por controle, Boss não iria me
permitir estar no comando da provocação. Com um grunhido, ele assumiu
o comando, uma de suas mãos deslizando da minha cintura para minha
coxa, os dedos longos roçando em minha calcinha. Estremeci incapaz de
parar de ofegar quando ele pressionou seu polegar para baixo em meu
clitóris e começou a massageá-lo através do tecido de algodão leve. Minhas
coxas se apertaram contra os quadris de Boss quando um raio de prazer
rasgou minha espinha.
Sem pensar, eu pus a minha língua para fora para provar a pele no
pescoço de Boss. Gemi com o sabor salgado e enterrei meu nariz em seu
colo para inalar seu cheiro inebriante. Meus quadris começaram a
empurrar por conta própria, fodendo-me na sua mão, determinado a
perseguir aquela doce liberação, eu afundei meus dentes em seu ombro
para sufocar os gemidos construídos em minha garganta.
— Porra! Maldição!
Eu disse Miri a verdade sobre tê-la comigo esta noite. Ela estava ao
meu lado especificamente para que eu não tivesse que participar com as
prostitutas o que era esperado ter para meus “clientes”. Era uma cortesia
comum fornecer mulheres a estes tipos de reuniões, mas eu não toco em
prostitutas.
— Filho da puta!
Virei a água para o frio e pensei sobre as palavras cruéis que joguei
em Miri, e meu tesão desapareceu. Uma onda de repulsa me percorreu
enquanto eu me secava e subia na cama. Tratei Miri não melhor do que
uma daquelas prostitutas hoje à noite. Eu a forcei a sentar no meu colo
enquanto eu a dava um orgasmo na frente de um cartel de homens que
estavam fodendo mulheres que eu paguei. Mesmo agora, tudo que eu
conseguia pensar era voltar para seu quarto, e a jogar de bruços na cama,
e empurrando meu pau lá no fundo da sua buceta perfeita e quente. Miri
estava chateada, mas ela não conseguia esconder o fato de que me queria.
Se eu não tivesse sido tão babaca, ela teria prazer em me deixar fodê-la
direito no colchão até que nós dois estivéssemos gritando com nossas
gargantas secas.
Miri
Boss fez o meu dia terrivelmente longo. Ele não mostrou sua cara
estúpida e idiota. Nem uma única vez. Fui até a biblioteca para ler, mas
não consegui me concentrar e acabei pensando na noite passada
repetidamente.
— Eu quero que você coordene com Six e faça com que coloquem
mais homens nisso, Milo.
— Claro, Boss.
Você não pode contar com ninguém além de si mesmo. Você sempre
será fodida e decepcionada se você confiar em qualquer um para qualquer
coisa.
Boss estava cada vez menos por perto desde que ele me tratou como
uma merda há duas semanas. O homem me chamou de prostituta depois
que ele me fez gozar em uma sala cheia de traficantes de drogas, em
seguida, me dispensou como uma criança no dia seguinte quando eu
queria conversar como adultos. Eu nunca me senti mais degradada na
minha vida.
Boss tinha sido o único na casa a falar comigo, os outros foram ditos
para manterem distância. Devido a isso, eu não tinha ninguém e me
encontrei incapaz de ficar parada por mais de alguns minutos. Até agora,
eu não tinha percebido quão calmante sua presença era, como meus
nervos acalmavam simplesmente quando eu sabia que Boss estava
próximo. Nossa luta combinada com não o ver mais tinha me colocado
sobre o limite da sanidade durante todos os dias. Eu estava tão ansiosa
que eu quase saltava para fora da minha pele ao menor ruído ou
movimento.
— Puta merda.
Eu andei por toda garagem, ignorando meu pulso que vibrava para
estudar cada veículo. Eu estava desesperada para tocar as curvas
estonteantes, adorar o cromo brilhante, e sentir o metal frio sob meus
dedos, mas eu tinha muito respeito pela sua pura magnificência para
marcar as superfícies lustrosas com impressões digitais gordurosas, por
isso eu enrolei meus dedos que coçavam nas palmas das minhas mãos.
Quando cheguei ao fim da linha e vi o que estava estacionado no final, eu
mordi o lábio para sufocar um gemido. Três das motos mais
impressionantes que eu já tinha visto estavam espaçadas uniformemente,
estacionadas perpendicularmente aos oito carros reluzentes.
Boss
— Armas. A maioria das coisas que ele levou para dentro foram
transportadas em caixas marcadas, mas El Cuchillo é um filho da puta
arrogante. Veio à vista, e abriu uma caixa. O idiota estava sorrindo
enquanto levantava um enorme lançador de granadas para fora de uma
caixa e colocava no ombro. – Milo soltou uma risada sarcástica. – O filho
da puta está ficando relaxado. O enorme ego dele o faz cometer grandes
erros. Devemos ataca-lo em breve, Boss. Ele está planejando algo e ele não
nos verá chegar se atacarmos agora.
— Droga!
Miri usou sua mão ilesa para agarrar o peito. Eu sorri para sua voz
ofegante, rouca e inclinei a cabeça.
— Eu-eu...
Eu estendi a mão.
Porra, Miri nunca pareceu tão linda como agora, a pequena raposa
descalça, com manchas de graxa no queixo e mãos, as faces coradas,
cabelos vermelhos brilhantes amarrados no topo de sua cabeça, e usando
um dos vestidos mais frágeis que já vi. Sim, ele cobriu tudo que é
importante, mas o material de escumilha era tão leve, que se você
colocasse uma luz por trás dela, você seria capaz de ver o contorno de
cada curva de seu corpo sob o tecido. Eu nem sequer me importei que ela
passou parte da graxa de sua mão para a minha. Meu pau inchou em
apreço.
— Ummmm...
Algo como colocar Miri sobre uma das bancadas, virar aquele vestido
curto para cima, rasgar sua calcinha, e fodê-la aqui na garagem – duro,
sujo e rápido. Eu gemi quando minha imaginação correu solta com todas
as possibilidades. Meus pensamentos eram assim tão imundos que tive
que me encostar no gabinete e imaginar algumas das mais sangrentas e
horríveis coisas que eu tinha visto e feito apenas para deixar meu pau até
a meio mastro. Respirei lentamente pelo nariz, consegui pegar o kit e
caminhar de volta para Miri sem rosnar, reivindicando-a como minha. Ela
era minha. Minha propriedade. Minha ardente tentação. Minha boneca
quebrada.
— Boss?
Olhei para baixo e percebi que ainda tinha a mão ferida presa entre
as minhas.
— Merda, desculpe.
Miri baixou a cabeça, mais uma vez mordendo aquele lábio maldito.
— Claro que não, eu não estou com raiva. – Quando meu olhar
voltou para Miri, mais uma daquelas ondas malditas de calor subiu em
minhas veias. — Eu tenho que te dizer, é sexy pra caralho você saber
sobre motos, boneca. Você nunca deixa de me surpreender.
— Tudo o quê?
— Motos. Com certeza parece que você sabe o que está fazendo,
boneca.
— O quê?
Miri não respondeu, mas ela não olhou para mim. Eu sabia por
causa da dor em seu rosto e o brilho úmido em seus olhos que Miri estava
se lembrando da noite que entretive meus convidados. Jesus, eu, de fato, a
tratava como uma prostituta viciada. Porra.
— Foi.
O tom de Miri deixou claro que o assunto estava fora dos limites.
Pela primeira vez em semanas, Miri sorriu. A visão era tão radiante
que minha respiração ficou presa.
E eu queria mais.
Miri
Limpei a garganta.
— Um pa-passeio?
Havia uma parede de calor nas minhas costas e eu sabia que Boss
havia se aproximado trás de mim. Debaixo do forte cheiro de gasolina e
graxa preta picante em minhas mãos, eu ainda podia sentir o cheiro dele.
E dane-se, apesar de seu comportamento de merda, esse perfume
inebriante trabalhou seu caminho por debaixo da minha pele e acelerou o
meu coração.
— Que condição?
— Meu nome?
— Você sabe muito sobre mim, boneca. O suficiente para saber que
eu não sou um bom homem.
Com a mão livre, eu estendi a mão ao lado de seu rosto. Meus dedos
deslizaram sobre o curto restolho macio em seu rosto. Quando cheguei à
boca, eu escovei meu polegar em toda a carne suave, incapaz de parar de
descobrir se eles ainda eram tão suaves e quentes como eu me lembrava
do gazebo.
Eles não eram. Minha memória não lhes fez justiça. Eles eram ainda
mais suaves.
Boss gemeu e a ponta da sua língua sacudiu para fora para provar a
ponta do meu polegar.
— Foda-se.
— Você faz coisas para mim, Miri. Coisas que eu não posso me
permitir ser pego.
— Vamos!
Eu puxei mais forte. O estúpido teimoso não se moveu. Meus olhos
nadaram em lágrimas e virei à cabeça para que ele não me visse chorar.
— Jag.
— Eu não entendi.
Boss bufou uma risada seca e olhou para suas botas de motociclista
arranhadas, a única coisa que eu tinha visto ele usar que não fosse
brilhante e novo.
— Eu amo isso.
— Meu último nome é Bosman. É por isso que eles me chamam Boss
Man. Prefiro isso do que Jag qualquer dia da semana.
Eu ri.
— Ninguém sabe?
Jag fez uma careta e eu peguei um breve vislumbre de seu lado mais
sombrio, um lembrete de como ele era perigoso. Uma piscada depois, ele se
foi.
Uma imagem suja minha montada no pau de Jag passou pela minha
mente.
Jag colocou a mão sobre a bancada de cada lado dos meus quadris e
me prendeu contra a pia. Ele era muito mais alto do que eu, ele tinha de
curvar-se muito para sua boca pairar acima da minha. Eu não tinha
certeza se eu choraminguei em voz alta, mas eu não poderia me importar
menos nesse ponto. Internamente, eu estava implorando por Jag para me
beijar, para pressionar esse enorme corpo, quente, duro contra o meu, me
levantar para o balcão, devorar minha boca, e afundar seu pênis
profundamente dentro da minha dolorida boceta vazia.
Jag andou, seu olhar nunca deixando o meu, até que ele estava ao
lado da Ducati vermelha brilhante.
— A Superbike?
— Eu sabia que você iria pegar essa. Você parece atrair perigo,
boneca.
Eu não tinha ideia de onde estas palavras vieram. Eu não era o tipo
de garota que “vivia no limite”, apesar da dependência tóxica que Mason
forçou em mim.
Com um grito assustado, eu saltei dos braços de Jag. Ele fez uma
careta quando um de seus homens de preto cruzou a garagem, um par de
botas de cowboy vermelhas na mão. Jag arrancou-as do homem e rosnou.
Droga, Jag não apreciou seu tempo comigo sendo interrompido, isso
era tão quente. Assim como a sugestão do sotaque do Texas que ele
soltava de vez em quando.
Os olhos do homem se arregalaram, ele se virou e saiu da garagem o
mais rápido que podia. O estalo do temperamento desagradável de Jag era
um lembrete de que tão charmoso quanto ele era, às vezes, ele ainda era
um homem cruel que você não queria chatear.
Jag virou uma coxa musculosa sobre Ninja e ficou em cima da moto
elegante e apertou um botão, abrindo a grande porta automática da
garagem.
— Segure-se firme!
Apertei o meu domínio sobre Jag e me agarrei a ele como se ele fosse
o único fio me prendendo ao chão enquanto minha mente e corpo
dispararam. A moto pegou velocidade quando bateu uma linha reta e tudo
que eu conseguia pensar era, eu espero que isso nunca termine.
Jag
Eu nunca deveria ter levado Miri para esse maldito passeio no outro
dia. Mas como eu poderia resistir? Ela estava tão sexy espalhada como
uma oferenda no altar da minha Suzuki. Quem teria pensado que a
pequena coisa com grandes olhos verdes e lábios vermelhos completos era
uma mecânica de motos? E uma muito boa.
Eu queria transar com ela desde sua primeira noite aqui quando ela
levantou o queixo, encarou o meu olhar, e sem medo tirou a roupa no
chuveiro. Era o fato de que eu precisava ter sexo com Miri e querer passar
mais tempo com ela que me desequilibrou.
E puta merda, eu queria ter relações sexuais com ela. Uma foda
suja, crua, selvagem... Animalesca e ruidosa. Eu imaginei uma centena de
vezes até que a minha fantasia foi se aperfeiçoando em cada quadro
individual do filme tocando na minha cabeça.
A primeira coisa que eu faria seria segurar seu rosto inocente girá-lo
para a parede, pressionaria Miri contra a superfície dura, segurando-a
com uma mão firme entre as omoplatas. Eu iria fixar sua bunda sexy no
local usando o peso do meu corpo, minha mão segurando o cabelo para
manter o rosto contra a parede, apertando tão forte que ela não poderia se
mover, nem mesmo um centímetro. As suaves, curvas sedutoras de Miri se
encaixaria contra o meu volume como duas peças de quebra-cabeça
enquanto eu empurraria meu quadril para frente, meu comprimento rígido
aninhado perfeitamente na fenda de seu traseiro tentador.
Jesus, Miri seria apertada e quente. Os sons que ela faria comigo
bombeando dentro e fora dela, iria conduzir-me perto de perder o controle.
Memórias da noite que eu tinha os dedos dentro dela vieram à tona.
Lembrei-me da forma em que seus músculos apertaram, como as coxas
seguraram a minha enquanto ela gozou na minha mão. Eu não iria deixá-
la sair tão fácil desta vez. Não, eu torturaria essa pequena provocadora
sexy. Eu a traria para a borda e pararia de novo e de novo, então forçaria
ela a assistir enquanto eu chuparia cada pedaço de seus sucos doces em
meus dedos.
Porra, eu queria isso. Ter o meu pênis dentro de Miri estava sempre
em meus pensamentos conscientes, cada minuto de cada dia. Eu ainda
não tinha atingido a parte da minha fantasia onde eu enfio em sua boceta
apertada e a fodo com força contra a parede, e meu pau era uma barra de
ferro nas minhas calças. Os devaneios que criei sobre Miri tanto me
chocavam quanto me fascinavam.
E era por isso, mais uma vez, eu estava pegando merda de Milo, que
realmente precisava aprender a calar a boca. Eu estava no meio da minha
fantasia sentado na minha mesa, quando Milo de repente apareceu com
notícias perturbadoras. Era importante o suficiente para eu ouvi-lo, mas
minha mente estava ainda meio imersa na boceta de Miri enquanto meu
tenente falava, e meu pau contido estava começando a doer.
— Eu entendo.
— Marque uma reunião com ele. Vamos ver o que The Knife4 é... Se
ele é homem o suficiente para aparecer. Talvez tudo o que ele esteja
fazendo é um monte de besteira que não tem nada a ver conosco. Talvez
ele esteja lidando com armas agora. Inferno, talvez ele esteja planejando
assumir o território de Brick em Houston, e não tem nada a ver com a
gente.
5 A Faca em português.
Milo não estava errado em querer ir duro e rápido com o elemento
surpresa do nosso lado. Meu rival não era conhecido por suas habilidades
de negociação ou a sua capacidade de se manter profissional. Mesmo nós
criminosos temos um código de honra. Não The Knife. Se as histórias
sobre ele ainda são uma meia verdade, e eu sei que na verdade alguns
delas são, El Cuchillo só poderia ser mais cruel do que eu, e vendo como
eu o esfaquearia na virilha e o veria guinchar apenas para me olhar
engraçado, isso faz dele um cara muito letal.
— Tenho certeza de que você está certo, Milo, mas eu ainda quero
tentar uma reunião em primeiro lugar. Deixe-me saber quando ele estará
disponível.
— Mas Boss...
Desaprovação irradiava Milo quando ele abriu sua grande boca para
dizer alguma coisa, então sabiamente a fechou. Eu o conhecia bem o
suficiente para saber que ele estava lutando contra o desejo de me dar
palestra sobre Miri de novo, e como tornar-me ligado a ela me fez fraco e
incapaz de fazer o que precisava ser feito e tirar El Cuchillo e seus homens
antes que pudesse fazer o mesmo para nós. Milo apertou os lábios
apertados e eu pensei que ele tomou a decisão certa ao fechar a boca.
Esperança deixou a porra do prédio quando o idiota começou a falar.
— Eu apenas penso...
— Eu já lhe disse para não pensar, porra. Isso significa que eu não
quero ouvir mais uma maldita palavra, questionando as minhas decisões.
Você é pago para fazer a porra que eu lhe digo para fazer, entendeu?
Com isso, eu dei um passo para trás e tirei a faca de sua garganta,
mas fiz questão de mantê-la apertada em meu punho. Cada músculo do
meu corpo estava apertado e meu pulso rugia atrás das orelhas. Eu estava
mais do que pronto para matar o meu tenente se ele continuasse com isso.
— Fora.
Maldito Milo!
Eu não poderia fazer isso com Miri. Agora, sexo comigo seria rápido,
duro e brutalmente individual, não era algo Miri poderia lidar. Além disso,
mesmo se ela pudesse lidar comigo no meu pior, eu não rebaixaria a usá-
la assim. Eu já tinha ignorado seus sentimentos uma vez, a memória da
tristeza no rosto depois de obtê-la apenas para dispensá-la como uma
prostituta comum, quase me fez encolher. Quase. Eu poderia ter me
sentido uma merda sobre isso, mas eu ainda era um bastardo sem
coração.
De qualquer maneira, eu precisava de uma maldita saída. Agora.
Cada tendão no meu corpo se contraia, cada músculo estava tenso e
pronto para entrar em ação. Em vez de caçar Miri e arruiná-la com uma
foda cruel, sem coração, peguei meu telefone e enviei um texto rápido para
uma menina que eu conhecia. Fácil, sem ligações, e consensual, além do
mais, esta era uma cadela pervertida. Eu podia foder sua boca, sua vagina,
sua bunda, e ela não pediria nada em troca. Ela não era mais do que um
buraco quente a disposição. Exatamente o que eu precisava para
descarregar. Quando a resposta surgiu na tela, enviei uma mensagem para
Frank dizendo-lhe para deixar o carro pronto o mais rápido possível.
Foda-se.
— Ai! Merda!
— Desculpe por isso, boneca. Acho que eu deveria ter dito a Howdy
para me anunciar – o sorriso torto de Jag disse que não estava nada
arrependido.
— O que quer dizer com por que estou aqui? Última vez que
verifiquei, esta era a minha garagem.
— Foda-se, Jag.
Jag antecipou minha reação e se moveu. Ele foi rápido demais para
eu ter qualquer chance real de escapar. Uma grande mão enrolou no meu
braço e me puxou de volta contra seu peito quente. Minha bunda
pressionou diretamente na virilha de Jag e eu fechei meus olhos enquanto
meu corpo me traiu, tremendo, coração acelerado, minha pele,
literalmente, cheia de energia elétrica. Apesar de querer bater nele, minhas
reações estúpidas significavam que eu ainda desejava o homem
fisicamente.
Por mais difícil que fosse, eu abri meus olhos e tentei retomar o
controle, fazendo-me afastar do meu mais novo vício, um homem que só
poderia ser pior para mim do que a heroína que tomou conta da minha
vida e me trouxe para o mais baixo dos baixos.
— Não.
Eu puxei meu braço para fora do aperto de Jag e girei para encará-
lo, pronta para desencadear uma torrente de palavrões.
Jag era lindo. Isso era notícia velha. Seu corpo era perfeito, mas eu
também sabia disso. O que eu não esperava era o olhar aquecido, vigoroso
em seus olhos encapuçados, ou ver seu rosto recém-barbeado e queixo
enrubescidos com desejo. Sem a barba áspera, Jag parecia anos mais
jovem. Tanto que eu posso ter superestimado sua idade por quase uma
década.
— Sim. Eu fiz.
Sua voz era baixa e rouca. Ele deu um passo mais perto, cada
centímetro dele se movendo com fluidez, como um predador perseguindo
sua presa. O sangue pulsava em minhas veias como fogo líquido. Eu
estava queimando para ele de dentro para fora, meu corpo transformando
em cinzas debaixo da fachada.
— Por quê?
Jag deu outro passo e me encurralou contra a pia com nenhum
lugar para ir. Minhas mãos estavam tão escorregadias com o suor, que
quando tentei segurar na bancada, escorreguei na borda e antes que eu
percebesse, minhas pernas se dobraram e eu estava caindo. Mãos fortes se
estenderam e me pegaram antes que minha cabeça pudesse bater contra a
borda da pia de aço inox gigante.
Jag parecia chateado, o que era besteira. Eu era a única que estava
chateada. Ele me abandonou. Ele me evitou. Mas, por alguma razão, eu
não poderia encontrar em mim a força para lutar contra seu aperto forte
em meu braço ou dizer-lhe sobre o quão magoada fiquei quando ele me
ignorou.
— Para mim?
— Eu não entendo.
Os olhos de Jag brilharam com algo que eu não poderia entender até
que suas mãos se moveram para segurar meu rosto. Oh. Minha pulsação
pulou e eu engoli em seco. Era ternura. Preocupação. Desejo. Seus
polegares roçaram cada uma das minhas bochechas e os dedos curvaram
para abranger toda a minha nuca, tão longos que eles sobrepunham na
parte de trás. Eu sabia que estava por vir, mas isso aconteceu tão rápido,
não houve tempo para pensar, não há tempo para reagir. Quando Jag
baixou sua boca na minha, tudo o que eu podia fazer era afundar em seu
abraço, aceitar o que ele deu, saborear cada segundo deste momento.
— O-o que você quer dizer que você raspou para mim?
Jag baixou os lábios para o meu pescoço enquanto ele lambia para
cima e para baixo a carne sensível. Eu tremi quando seu hálito quente
varreu a pele úmida deixada no caminho da sua boca talentosa.
Sem responder, Jag trouxe seu rosto de volta para o meu, devorando
a minha boca numa confusão de beijo faminto profundo. Nós dois
gememos quando ele assumiu o controle, mergulhando sua língua para
saborear cada superfície única da minha boca. Nunca na minha vida tinha
sido tão dominada por um beijo. Jag parou para recuperar o fôlego, nossos
lábios perto o suficiente para se tocarem. Eu deslizei meus braços em seus
lados para colocar minhas palmas das mãos contra o seu incrível peito. A
rápida batida de seu coração debaixo de minhas mãos falou muito.
— Então você...
Esta não foi a primeira vez que sotaque do Texas do Jag saiu. Notei
que era mais evidente quando ele estava perdendo o seu firme controle ou
ele estava simplesmente relaxado o suficiente para não se importar.
Ele grunhiu e sua cabeça caiu para trás para que ele pudesse olhar
para o teto. Paralisada onde ele me deixou contra a pia, eu assisti a suave
ondulação da garganta bronzeada de Jag enquanto ele engoliu várias
vezes. Meus olhos caíram para suas mãos, ásperas e cheias de cicatrizes,
cerradas ao lado do corpo, as veias e tendões em seu pescoço salientes. O
homem estava claramente lutando com alguma coisa. Eu só não sabia o
que era ou como ajudar.
Jag abaixou seu queixo até que nossos olhos se encontraram, azul
cobalto e verde esmeralda. Mesmo que minha visão estava embaçada com
lágrimas, eu podia ver o que ele escondia atrás da luxúria crua. Jag talvez
nunca admitisse, mas ele se importava.
— Eu não sou bom para você, boneca. Eu provei isso pela forma
como tratei você. Além disso, você deve ter medo de mim. Você deve me
odiar. — A voz de Jag era grossa sexy, rouca e profunda. Seu olhar intenso
sacudiu indo e voltando entre meus olhos e boca.
Fechei os olhos, respirei seu cheiro, e sabia que apesar do que Jag
disse, eu realmente não tinha escolha. Eu queria este homem desde o
momento em que o vi no chuveiro naquela primeira noite, todo alto,
sombrio e ameaçador, a água correndo sobre a detalhada tatuagem de
rosa sobre o seu coração, descendo pelas dobras do abdômen,
desaparecendo no cós da sua apertada cueca preta.
— Eles fizeram você ser quem é, Miri. A partir da sua fraqueza, o seu
vício, você vai provar que você pode sair disso e levantar-se, tornando-se
uma versão melhor, mais forte de si mesma. Você é impressionante. Você é
perfeita. Nós todos temos nossos defeitos e imperfeições, boneca.
Jag levantou meu braço para sua boca e beijou cada marca
vermelha feia, arrastando os lábios pelo meu braço, seu hálito quente
enviando uma onda de arrepios de volta.
Talvez ambos.
Jag
— Foda-se.
— Jesus, Miri. Você é sexy assim tão... Tudo sobre você me deixa
louco. Você acha que está em ruínas? É você quem vai me arruinar.
Desesperado por contato pele com pele cheguei por trás do meu
pescoço, puxei a minha camisa e joguei-a no chão. O olhar de Miri caiu
para estudar as bainhas pretas em ambos os pulsos. Ela arregalou os
olhos, mas ela não disse uma palavra. Miri estendeu a mão, as pupilas
dilatadas e passou as mãos sobre o meu peito e abdômen, concentrando a
atenção extra sobre a tatuagem rosa por cima do meu coração.
Normalmente, eu adoraria deixar Miri explorar cada polegada de minha
pele e os músculos que trabalhei tão duro para manter, mas não hoje.
Hoje, eu precisava sentir seu calor escorregadio enrolado no meu pau.
Agora, porra. Eu cheguei entre nós e abri o botão da calça jeans, puxando
para baixo o zíper e bruscamente empurrei suas calça e calcinha até os
joelhos.
— Frio.
— Jag.
— Puta merda.
Eu tremi da cabeça aos pés, a sensação tão intensa que eu me
curvei sobre Miri para afastar o instinto de bater rápido e duro até que eu
gozasse. Cada tendão do meu corpo ficou tenso e meus olhos rolaram em
minha cabeça. Eu gemi enquanto continuei a empurrar para frente até que
a cabeça do meu pau estava fundo na apertada e molhada boceta de Miri.
— Jag, ohmeudeus.
— Droga, Miri.
— Jag.
— Por favor!
— Jag...
— Puta merda.
Miri se inclinou para trás em seus cotovelos, sua única resposta foi
um gemido fraco. Afastei-me e meu pau consumido saiu do seu calor.
Antes de cuidar de Miri, peguei uma toalha de papel e tirei o preservativo.
Impedido por minha calça jeans, eu os puxei até a minha cintura e fechei o
zíper, mas deixei o botão desfeito.
Eu dei uma boa olhada em Miri e ri, passando minhas mãos pelo
meu cabelo suado.
Olhos fechados, o corpo mole e saciado, ficou claro que Miri não
estava se movendo tão cedo sem ajuda. Não havia nenhuma maneira do
caralho que eu tomaria a chance de que Frank ou qualquer outra pessoa
entrasse e a visse toda fodida como estava. O pensamento enviou uma
explosão de raiva que mim. Eu mataria alguém.
— Quando?
— Ele disse que você poderia escolher o dia e Cuchillo estaria lá.
Tenho que dizer, eu não gosto, Boss. Aquele filho da puta tem algo na
manga, eu sei disso.
— Eu acho.
Eu cortei qualquer objeção que Milo poderia ter antes que ele
pudesse expressar isso. Eu estava extremamente doente e cansado de Milo
esquecendo o seu lugar na minha organização e não queria ter uma
repetição do outro dia para refrescar sua memória. Já tinha sido
derramado sangue suficiente e com uma possível guerra iminente, tinha
certeza de que mais seria derramado antes que terminasse.
— Por que diabos você está parado aí, Milo? Caia fora e vá configurar
a porra da reunião.
— Entendi, Boss.
— Bom.
Miri
Eu tinha certeza que deveria estar com raiva de Jag por ter vindo ao
meu quarto sem ser convidado e me tocar enquanto eu dormia, mas sua
boca estava tão incrível que eu não me importava. Tudo que eu queria era
mais. Minhas mãos encontraram seu caminho em seu cabelo espesso e
escuro. Ele gemeu novamente quando cavei meus dedos em seu couro
cabeludo e levemente puxei os fios. Jag inseriu um terceiro dedo em mim e
enrolou-os para frente, esfregando contra a parede frontal sensível do meu
núcleo. Incapaz de controlar o meu corpo, eu apertei meus punhos em seu
cabelo e cavei meus calcanhares no colchão para que eu pudesse moer
minha pélvis para o rosto dele. Um raio de eletricidade explodiu e luzes
brilhantes explodiram atrás dos meus olhos quando eu gozei, gritando. Jag
continuou com o dedo através do êxtase até que eu desci do orgasmo mais
intenso da minha vida.
— Jag!
— Jag...
— Foda-se!
Ele mudou para o outro seio e sugou o mamilo em sua boca quente,
lambendo e mordendo até que eu não poderia dizer nada mais do que uma
série de disparates confusos. Depois de uma eternidade de prazer
torturante, Jag soltou a carne inchada e voltou a pairar sobre mim, cara a
cara, olho no olho.
Olhei para este homem bonito, muda. Sua? Eu era dele? Uma foda
em uma garagem não me fez seu nada. Mas o cuidado que ele tinha dado
livremente — uma casa, uma cama, roupas, drogas, alimentos, proteção...
Tudo isso tornou minha resposta fácil.
— Porra, boneca.
Sua boca caiu sobre a minha. A ternura se foi, substituída pela fome
voraz. Jag dominou minha boca com a dele, enfiando a língua
rispidamente, tomando o que ele queria o que precisava, e eu amei cada
segundo disso. Tendo este poderoso homem lindo e perigoso, tão
desesperado para me ter, me excitou como nada mais. Eu mexi embaixo
dele e levantei uma perna para embrulhar em torno de sua cintura
estreita. Jag engasgou quando a cabeça de seu pau deslizou em minha
entrada. Ele arrancou sua boca da minha e jogou a cabeça para trás. Os
tendões do seu pescoço se destacaram enquanto ele tencionava a partir do
esforço que levou para parar. Jag rangeu os dentes e fechou os olhos.
— Seu homem.
— Ele tirou meu sangue para verificar... Por causa do uso de drogas.
Ele disse que eu não tinha nada.
— Santo...
A voz de Jag era de dor, mas apesar de seu cérebro estar dizendo
para ele parar, seu corpo começou a se mover. Ele puxou os quadris para
trás e deslizou para frente em um curso longo e lento.
— Mais.
Boss
SOS
— Bebida?
— Não, chefe.
— E?
Milo bufou.
— Que porra de traidor babaca. Eu lhe disse que não podia confiar
em sua bunda magra.
— Sente-se.
— Não, Boss. O clube estava muito aberto para eles chegarem perto
e não foi feito por Brick ou El Cuchillo.
— Talvez ele esteja tentando fazer-nos lutar para que ele não tenha
que sujar as mãos?
— Brick vai.
Metade da razão Milo estava tão irritado era porque acreditava que
era um erro dispensar o negócio ousado de El Cuchillo. Milo pensou que
ramificar nossa operação de heroína era uma ótima ideia. Meu tenente não
tinha ideia de que eu preferia morrer antes que eu me envolver com o que
El Cuchillo estava oferecendo. Milo culpou minha recusa em Miri,
pensando que ela me fez muito fraco e emocional para aceitar o novo
acordo de negócios. Ele não veio a público e disse isso — ele sabia que eu
ia matá-lo se fizesse — mas Milo deixou indícios suficientes desde que Miri
apareceu para eu saber exatamente como se sentia sobre ela e como ele
percebeu sua suposta influência sobre mim.
— Não.
— Puta merda.
Sarge empalideceu.
— O quê?
— Eu não vou nunca vender seres humanos. Não fale sobre isso na
minha frente novamente.
Milo não sabia sobre Rose. Ninguém sabia, mas não era a porra do
assunto. Eu não tenho que me explicar para ele ou qualquer um e eu não
estava me mexendo nesse ponto. Milo estava claramente descontente, com
o rosto vermelho, os músculos de seu pescoço apertados.
— Obrigado.
— E agora, Boss?
Miri
Tendo terminado com o meu projeto, eu arrumei as ferramentas e
lavei as minhas mãos na pia da garagem. Assim como eu temia, apesar de
querer desesperadamente acreditar que Jag era diferente, eu acordei com
uma cama vazia. Jag tinha ido embora. Ele não estava em qualquer lugar
da casa, também. Não sabendo mais o que fazer, eu me vesti e fiz alguma
manutenção na Ducati.
— Senhora...
É agora ou nada.
— Eu sei por que você está aqui e não vou com você.
— Boss disse...
— Foda-se ele.
— Eu não posso...
Levantei-me e apoiei as mãos no corrimão de madeira do gazebo,
usando a vantagem da altura inclinei-me sobre o homem. Toda a minha
frustração com Jag, com a minha vida, com a porra da minha existência
de merda, irrompeu numa torrente alta de maldições.
— Eu não vou com você porra e você não vai me furar com uma
agulha maldita. Então, vá para longe idiota! Eu não dou à mínima se você
disser ao seu patrão precioso que estou me recusando! Ele pode enfiar sua
opinião em seu próprio rabo!
— Vá embora.
Eu disse, não me movendo para fazer contato visual com seus olhos.
— Não. Então, vamos tentar novamente. Por que você está com
raiva, Miri? Eu machuquei você na noite passada?
Sua voz foi tão sincera, tão cheia de apreensão, no meu furor sobre
as drogas, eu esqueci com o quão terno Jag fez amor comigo ao olhar nos
meus olhos como se eu significasse algo para ele. Mas não, ele com certeza
me enganaria novamente. Jag se levantou e me deixou lá assim que eu
servi o meu propósito. Uma transa, uma trepada rápida, um bom tempo, e
então se foi. Descartável. Lixo. Drogada.
— Não.
— Miri...
Seu rosnado baixo me irritou. Pela primeira vez desde que ele se
sentou, me virei para encará-lo. Toda a raiva, as palavras cortantes que eu
tinha preparado, ficaram presas na minha garganta. De repente nervosa,
eu puxei um pé para cima do banco para levar a minha perna para o meu
peito, descansando meu queixo no meu joelho.
Jag olhou para mim com olhos azuis tão intensos, tão focados, eu
me contorcia no banco sob o seu controle. Eu estava prestes a discutir
meu caso ainda mais quando os cantos dos olhos do Jag enrugaram e sua
expressão solene quebrou, lentamente se transformando em um sorriso
largo.
O que—?
Inclinei a cabeça. Eu estava vendo coisas? Eu pisquei algumas vezes
e verifiquei novamente. Não, Jag estava definitivamente sorrindo.
— O que?
— Miri...
Jag pegou uma das minhas mãos, mas eu a puxei de volta para
mim, colocando-os sob minhas axilas. Ele franziu o cenho para o meu
desprezo, mas se recompôs rapidamente. Seus olhos brilhavam e, pela
primeira vez desde que nos conhecemos, o homem sem medo na minha
frente parecia... Com medo.
— Eu não entendo.
— Salino.
— Miri?
Um leve toque na minha perna me sacudiu de volta ao presente.
Ele fechou os olhos e seu belo rosto contorceu de dor. Quando Jag
finalmente abriu os olhos, a angústia refletida em suas profundezas era
tão clara como o dia.
— Isso é lindo.
Miri olhava para o lago, de costas para mim, mas eu podia ver sua
excitação na forma como seus ombros estavam relaxados, uma mão caída
ao seu lado enquanto a outra protegia seus olhos do sol brilhante do meio-
dia que o lago refletia. Mechas de seu cabelo escaparam do seu prendedor
com o vento e se agitaram na brisa.
— Esquecer?
Agora, eu era sortudo que Miri não estava chateada por ter sido
enganada com as injeções. Na verdade, ela parecia totalmente prazerosa
por estar livre das drogas. Relembrando de sua expressão hostil antes que
eu dissesse isso a ela, eu meio que esperava um chute nas bolas.
— Isso é realmente alguma a coisa, Jag. Eu posso ver por que você
gosta de vir aqui.
— O quê?
— Você.
— Tão perfeita.
— Jesus, boneca.
Eu sibilei quando sua língua girou em torno do meu polegar e ela
aumentou a sucção.
— Merda!
Com o sol brilhando no céu atrás dela, eu tive que apertar os olhos
para ver o rosto de Miri. Seu cabelo vermelho brilhante, literalmente,
brilhou à luz do sol, formando um halo de fogo em sua cabeça. Uma leve
brisa soprou fios soltos em seu rosto, alguns prendendo em seus lábios.
— Explique.
Miri bufou pela minha exigência e revirou os olhos. Foi tão bonito,
porra, que eu tive que me concentrar para não sorrir.
— Não. É...
Miri se moveu e deitou-se de costas ao meu lado, cruzando as mãos
sobre a barriga para olhar para o céu azul sem nuvens.
— Você saiu.
— Você não é estúpida. Nada que você diz é estúpido, Miri. Conte-
me.
— Boneca...
— Oh.
— Você quer que isso seja verdade? Você quer ser minha? Porque eu
tenho que lhe dizer, boneca, o pensamento de qualquer outra pessoa
tocando você me deixa louco de ciúmes.
— Eu vou falar com ele mais tarde. Se ele fez isso de propósito para
obter uma olhada em seus peitos, eu juro...
— Ele é um homem, Jag. Tenho certeza que ele apenas esqueceu.
— Foda-se.
Assistir Miri mexer em seus seios fez meu cérebro deletar tudo o que
eu iria dizer, fazendo-me esquecer tudo em um instante. Rápido como um
relâmpago eu arranquei todas as minhas roupas e removi seu jeans e
calcinha, adicionando-os para a pilha de roupa ao redor do cobertor.
— Depressa, Jag.
— Filho da puta. Ungh... Sim! Porra, Miri. Olhe para mim, boneca.
Miri empurrou com força e segundos depois sua buceta agarrou meu
pau quando ela soltou um longo gemido. Seu corpo apertado, Miri explodiu
em um alto clímax, poderoso, me arrastando direto sobre a borda com ela.
Eu gozei com um rugido, empurrando meu pau em seu calor escorregadio
tão profundamente quanto possível, enquanto o gozo explodiu de mim em
intermináveis surtos de êxtase impensável.
— Puta merda!
— Sua pequena...
Miri sorriu e eu não pude deixar de soltar uma risada. Sua alegria
com certeza era algo bonito de ver.
— Eu sinto muito.
Seu sorriso cansado deixou-me saber que ela não estava nada
arrependida. Porra, mas eu amava esta Miri divertida e brincalhona. Era
tão raro vê-la relaxada e despreocupada.
— Sim, claro.
— Não tire sarro de mim, seu idiota. — Ela riu e empurrou meu
ombro.
— O que é, boneca?
— Um emprego?
— Você fez?
— Sério?
Seus olhos se arregalaram e ela olhou para mim com o que só
poderia ser descrito como reverência. Aproximei-me e tomei aquele lindo
rosto em minhas mãos, dando-lhe um beijo casto.
Qualquer coisa.
Miri
Limpa.
Desde o nosso dia no lago há uma semana, eu não tinha visto muito
de Jag. Ninguém me diria o que estava acontecendo, não que eu gostaria
de perguntar, mas eu não era estúpida. Algo estava errado e o que quer
que fosse tinha todos ao redor na casa no limite. O número de homens de
preto andando pelo complexo dobrou, o braço direito de Jag, o super
assustador Milo, era uma presença constante. Tinha até passado a dormir
no quarto mais próximo do meu. O pensamento de que um bandido
assustador estava tão perto me fez estremecer, especialmente nas noites
em que Jag não veio para a minha cama.
— Oi.
— Beau Clayton.
Desta vez, Beau nem sequer tentou esconder sua surpresa. Seus
olhos se arregalaram comicamente e sua boca se curvou em um sorriso
torto. Ele era um cara de boa aparência, como uma espécie de cowboy
louro volumoso usando um macacão ao invés de jeans e chapéu.
Várias horas depois, Jag ainda não estava em casa. Na verdade, uma
vez que eu pensei sobre isso, eu percebi que não tinha visto ele desde
ontem, e mesmo assim foi apenas um olhar fugaz quando ele entrou na
casa para se trancar em seu escritório com meia dúzia de seus homens.
Nós não tivemos a oportunidade de fazer contato com os olhos ou falar
uma única palavra antes que Jag desapareceu cercado por Milo e seus
homens de preto, com profundas e ameaçadoras carrancas em cada um de
seus rostos.
Uma das vozes definitivamente pertencia a Jag e uma era Milo, mas
as outras poderiam ser de qualquer um dos Homens de Preto. Havia
apenas uma maneira de sair desse cômodo, e levava diretamente para o
corredor fora do hall de entrada, onde a comoção estava. Enervada, eu
estava prestes a me enrolar de volta no sofá e esperar que todos se
acalmassem ou desaparecerem, quando Jag soltou um sonoro rugido
primal que fez meu pulso disparar e meu sangue gelar. O grito foi
imediatamente seguido por um silêncio ensurdecedor.
Jag estava em tal estado que ele não me viu entrar no cômodo
apenas a alguns metros de distância. Infelizmente, Milo notou. Seu olhar
escuro, hostil, pousou em mim e medo gelado penetrou minha pele, terror
correndo por todo a caminho até os meus ossos. Mesmo ao usar toda a
sua força para subjugar Jag surrando e xingando, o olhar intimidador de
Milo nunca deixou o meu rosto. A expressão de Milo só poderia ser
descrita como ódio cru, absoluto. Dirigido exclusivamente a mim. Os
cabelos na minha nuca se arrepiaram quando os lábios do grande homem
se curvaram em um sorriso desagradável.
— Me solta.
Foi a ameaça de Jag que finalmente estalou Milo fora de seu transe.
Ele zombou e me libertou de seu olhar predatório. Engoli em seco
conforme respirava, não ciente de que eu estive segurando a minha
respiração durante todo o impasse.
Puta merda...
Boss
— Se acalme, chefe!
Caminhei até ele e bati seu peito com o meu. Eu podia ver Milo
tentando segurar. Sua mandíbula pulsava e seus olhos brilhavam com
fogo. O pequeno estúpido queria me bater. Muito.
Milo retrucou.
— Foda-se!
— Boss, acalme-se.
— Me solta.
Minha voz era tão baixa que surpreendeu até a mim. Feyo, o homem
que ajudou a me segurar, imediatamente liberou meu braço e deu um
passo para trás junto dos outros homens. Inalei pelo nariz, desejando
manter a calma o suficiente para falar.
Ouvi Miri ofegar. Ela estava perto. Muito perto. Muitos homens
perigosamente explosivos nas proximidades. Eu incluído. Finalmente, Milo
voltou a si e soltou meu braço. Com um movimento rápido, bem praticado,
eu arranquei meu KA-BAR da minha perna e girei ao redor, prendendo
Milo contra a parede oposta com meu antebraço, enquanto brandia a
lâmina longa. Deixei a borda afiada raspar sua pele, onde fez um corte
milimétrico. O sangue brotou e uma única gota escorreu por seu rosto.
Furioso, eu cavei meu antebraço em seu pescoço grosso, assistindo
alegremente enquanto seu rosto ficou vermelho e seus olhos escuros
queimavam com raiva. Nossos narizes colidiram quando eu lancei o último
aviso.
— Nunca fale sobre Miri novamente. Não fale com ela. Não olhe para
ela, nem sequer, porra, pense nela. Ela não tem absolutamente nada
comigo recusando aquela merda de negócio.
Por mais que eu teria amado jogar Miri sobre meu ombro, levá-la
para cama e me enterrar entre suas coxas durante toda a noite, eu tinha
uma guerra para planejar.
Foda-se, eu estava cansado.
Quando passei pela porta fechada de seu quarto, fiz uma pausa. Ela
parecia devastada antes, quando me viu perder a cabeça no foyer.
Estremeci com o pensamento de Miri me ver assim, completamente fora de
controle, mas parecia como se ela entendesse. Foi uma camaradagem das
sortes. Miri sabia o que era estar fora de controle. Ela conhecia a dor.
Eu não queria.
Miri
Uma respiração suave me fez sentar na cama com medo. Olhei por
cima e piquei várias vezes para ter certeza do que eu vi. Para a minha
surpresa, Jag estava deitado ao meu lado na cama, de costas, braços
longos estendidos. Seu lindo rosto estava relaxado com o sono, e eu fiz
uma careta para a grande mancha roxa descolorindo uma bochecha.
— Ow!
— Miri?
Quando Jag percebeu o que ele estava fazendo, uma carranca puxou
sua boca e ele soltou minha mão. Jag sentou-se e esfregou as mãos pelo
seu rosto, o arrastar de dedos em sua barba praticamente me implorou
para inclinar e deslizar minha língua sobre a superfície áspera.
Eu olhei para longe, sem saber o que dizer sobre a exibição cruel e
assustadora da noite anterior. Ou sobre encontrá-lo na minha cama esta
manhã. No final, eu decidi sobre honestidade.
— Eu tenho um emprego.
— Parabéns.
— Motocicletas?
O que?
— Sim, eu estou, boneca. Eu nunca quis fazer isso por tanto tempo.
Esse nunca foi o meu plano.
Ele assentiu.
— Eu não tinha nada mais. Para onde ir, sem outras opções. Isto é
tudo o que eu conhecia.
Jag deu de ombros, uma tentativa de agir casual, mas depois dos
últimos dois meses, eu o conhecia melhor do que isso. A verdade em seus
olhos o traiu, dor piscando atrás do azul feroz. Eu queria
desesperadamente perguntar o que Jag entende por nenhuma opção, mas
não queria estragar o momento ou fazer com que o homem normalmente
calado parasse de falar.
Jag baixou o olhar e tomou uma das minhas mãos, nossos dedos
entrelaçados. As borboletas no meu estômago vibraram de alegria.
— Miri?
A testa de Jag estava franzida e ele estava corando. Meu Deus! Boss
está corando! Responda o homem, Miri!
— Eu adoraria.
Eu sorri de volta.
Como Jag estava ocupado cobrindo meu rosto e pescoço com beijos,
dormência gelada penetrou sob minha pele. Eu empurrei o seu peito, mas
Jag era muito pesado e continuava a me beijar.
— Jag.
— Jag!
— Quem é Cat?
Boss
Como esperado, neste caso não foi diferente. Ele mostrou seu dente
de ouro e sorriu, os olhos escuros brilhando com sua sede de sangue, filho
da puta louco.
Eu balancei a cabeça.
— Mantenha-me atualizado.
Foda-se.
Eu deslizei para trás em minha cadeira, meus músculos doloridos
estavam cheios de nós e amontoados apertado. Eu não tinha percebido o
quão tenso eu estava com Milo ao redor. Nossa luta na última noite foi
muito ruim. Nós não costumávamos perder o controle durante nossas
divergências. Desejo de sangue? Isso foi rapidamente se transformando em
uma coisa regular, e Milo não era o tipo de homem que deixava a merda ir
tão facilmente. Eu não tinha certeza se podia confiar nele como antes.
Imbecil.
Mais uma vez o desejo de matar o homem passava por mim e meus
músculos se contraíram para agir. Trinquei os dentes para controlar a
fúria crescente causada pela incapacidade do meu tenente para calar a
boca. Ele tinha sorte de que El Chuchillo tinha começado essa merda ou
ele já seria um cadáver em algum lugar nos arredores da cidade. Eu
balancei a cabeça e retornei ao trabalho. Eu precisava falar com mais
alguns contatos e checar um cara de Houston.
— Eu não pedi para você vir aqui, Karina. Você deve sair.
— Foda-se!
Dei um passo para frente até que suas costas foram pressionadas
contra a parede e me aproximei, as palmas das mãos em ambos os lados
de sua cabeça. Precisou de cada grama de força de vontade que eu pude
reunir para me impedir de jogá-la em sua bunda para fora da casa.
— Foda-se.
Apesar de querer saber por que Karina estava aqui, eu estava mais
interessado em encontrar Miri e ir a nosso passeio, então eu continuei
minha busca.
— Soubesse de que?
— Nós pensamos, quero dizer, ela disse que estava tudo bem. Nós
pensamos, porque você a deixou conseguir um emprego...
— Miri saiu. Frank lhe deu uma carona. Ele a levou para o
shopping.
— Não, chefe.
— Seu idiota. Se Frank está com ela, ligue para o filho da puta e
diga-lhe para obter sua bunda aqui e trazer Miri. Se ela ainda está nas
compras, faça-o entrar na maldita loja, colocá-la no carro e trazê-la para
mim. Agora!
— Sim, Boss.
Droga!
— Você está dizendo a ele o que você fez Frank! Não fui eu quem
perdeu ela!
Pelos olhares nos rostos dos homens, eu tinha certeza que parecia
insano, escorregadio dos pés à cabeça com suor, mãos em punhos e as
veias salientes. Se eu tivesse que adivinhar, diria que meu corpo inteiro
estava vermelho brilhante e vibrando com fúria. O fio que eu tinha
mantido pendurado acabara de estalar.
— Hey, Boss. Sarge e eu só...
Miri
Quando eu apareci sem aviso prévio algumas horas atrás, meu rosto
manchado e úmido de lágrimas e minhas roupas sujas por caminhar
vários quilômetros, levando cada coisa que eu tinha em uma bolsa
pendurada por cima do ombro, Beau ofereceu o apartamento sem fazer
perguntas. Eu estava tão grata que fiquei sem palavras. Minha única
resposta a sua bondade foi começar a chorar mais uma vez.
Milo ainda estava sorrindo, mas seus olhos contaram uma história
diferente. Uma história assustadora. Eu tremia sob seu olhar me
examinando. Frio, duro, sem emoção, mortal—essas são as palavras que eu
usaria para descrever o homem sem alma por trás de seu olhar sombrio.
— Tudo bem.
— Bom.
— Sim.
Onde estava Jag? Meu cérebro estava gritando advertências tão alto
que eu queria tapar os ouvidos.
— Isso é maravilhoso. Agora você pode chegar até onde quer e ter
uma vida. Encontrar um cara legal para tratá-la bem.
Ele sabia que eu estava com Jag. Eu não tinha dúvidas, porque ele me
odiava por isso. Então, qual era seu ponto?
— Mas é claro! Uma coisinha bonita como você merece mais do que
ser tratada como uma prostituta em um harém.
— Ha-harém?
— Bem, sim. Você não... Você não achava que era a única garota do
Boss, não é?
Meu peito apertou e minha pele pálida estúpida me traiu, queimando
quente com humilhação, provavelmente num tom vermelho brilhante.
Ele estendeu a mão e colocou a mão no meu ombro. Era suposto ser
um gesto de conforto, mas em vez disso, enviou um traço de medo em toda a
minha pele, levantando os cabelos na parte de trás do meu pescoço.
— Sinto muito por isso, querida. Sinceramente, pensei que você sabia.
— Vou deixá-lo sozinha, mas você pode vir a mim se você precisa de
alguém para conversar.
Eu não me movi ou olhei para Milo quando ele saiu, com medo de
quebrar na frente do homem intimidante. Piscando para conter as lágrimas,
eu puxei um cobertor fora do braço do sofá, de repente gelada até aos ossos.
— M-mas... Quero dizer... Você tem certeza? Ele queria que você
viesse aqui?
Era óbvio pela forma como Jase falou que ele estava se perguntando a
mesma coisa que eu. Por que Jag queria que uma vadia fosse a sua casa
enquanto eu estava vivendo aqui? Enquanto ele estava me fodendo? Eu
enrolei minha mão em punho e mordi minhas juntas para abafar meu
choramingo. Aquele desgraçado do Milo estava me dizendo a verdade. Jag
provavelmente tinha prostitutas por toda a cidade.
A mulher, Karina, caiu no ato puta e latiu como uma cadela, uma
mordida afiada em seu tom.
Boss
Isso tudo era extremamente familiar. Era algo que eu nunca pensei
que teria que passar novamente. Foi por isso que eu não me aproximava
de ninguém, porque me tornei Boss, o senhor das drogas frio que não
demonstrava misericórdia. Porque cuidar, amar alguém, perder alguém,
dói como a porra do inferno.
— Posso ajudar?
Alívio caiu sobre mim. Se Miri veio aqui, significava que El Cuchillo
não a pegou. Graças a Deus.
— Tudo bem.
— Não posso dizer que ela quer ver você, cara. Talvez você devesse
subir naquela moto brilhante que você tem e ir embora.
— Bem, Beau. Eu não consigo ver como o que se passa entre Miri e
eu é da sua conta. Então, me desculpe se eu não dou qualquer merda
sobre isso e me diga onde diabos a minha menina está, então eu estarei
fora daqui e ninguém precisa se machucar.
— Escute...
Ele lambeu os lábios e fixou seu olhar sobre o metal preto fosco que
eu mantinha firme na minha mão.
Ele usou seu queixo para apontar para o segundo andar do edifício.
— Cara, não faço ideia. Talvez isso tenha alguma coisa a ver com
você.
— Eu?
Ele iria demitir Miri se eu não saísse. Dois meses atrás, se alguém
falasse assim comigo, iria ganhar uma bala no meio dos olhos. Ele tem
sorte que alguma bondade de Miri passou para mim.
— Merda.
Eu empurrei a Sig de volta no coldre e esfreguei a minha testa,
correndo a miríade de opções na minha cabeça.
— Aqui.
— Dê isto a Miri.
Ele assentiu.
— Eu entendo.
— Não deixe que nada aconteça com ela. Se ela se machucar, eu não
serei tão agradável como fui hoje.
Subir na minha moto e deixar Miri para trás foi uma das coisas mais
difíceis que já fiz. Meus olhos ardiam e era como se alguém tivesse
colocado uma faixa apertada em torno do meu peito. De alguma forma, eu
iria descobrir o que diabos aconteceu e traria Miri de volta para casa.
Ela era minha. Ela pertencia a mim, assim como eu pertencia a ela.
Jag tinha ido. Não, não era Jag ali fora segurando uma arma para o
meu chefe. Boss tinha ido.
— Quem é?
— É Beau, Miri. Uh, alguém... Esse cara... Ele uh, ele deixou uma
coisa para você.
— Aqui.
Mas só quando ele não está ocupado com vadias loiras de seios
grandes.
— Não!
— Você não tem que explicar tudo isso para mim, Miri. Eu estou
apenas tendo certeza de que você está bem.
Beau assentiu.
“Miri, eu não sei o que eu fiz ou por que você saiu, mas não é seguro
para você ficar lá fora sozinha. Por favor, volte e nós podemos conversar. Eu
vou fazer o que for preciso para protegê-la, mesmo se você não quer
qualquer coisa entre a gente. Eu não vou desistir de você. Me liga. Por favor.
Jag.”
Ok, isso definitivamente não era minha cabeça. Dei uma guinada
para a posição sentada e congelei. Alguém estava na porta. O apartamento
estava muito escuro. Apenas um leve toque de luar passou pelas cortinas e
criou sombras sinistras nas paredes.
— Tira.
— Eu preciso de você.
Eu movi minha mão entre nós e agarrei seu pau duro. A respiração
de Jag engatou quando comecei a bombear minha mão para cima e para
baixo na carne macia e quente.
Jag golpeou minha mão e nos manobrou até que minhas costas
bateram na parede. Suas mãos deslizaram por trás de mim e agarraram
minhas coxas. Nós trabalhamos juntos como se tivéssemos feito isso mil
vezes. Jag me levantou e eu envolvi minhas pernas em volta de sua cintura
estreita. Ele me posicionou acima dele e me desceu rente em seu pênis
inchado.
— Oh porra, Miri.
Jag bombeou seus quadris mais algumas vezes e mais uma última
vez. Sua cabeça caiu para trás e os tendões de seu pescoço estavam
salientes como cabos apertados, claramente visíveis na luz suave da lua.
Ele gritou sua liberação, seus dedos cavando em minhas coxas quando ele
gozou. Eu assisti, em transe, quando esse homem lindo me inundou com
seu esperma quente. Ele era impressionante. De tirar o fôlego. A coisa
mais linda que eu já vi.
— Aqui, deite-se.
Jag agarrou sua camisa, enrolou-a debaixo da minha cabeça, e
deitou-se ao meu lado.
— É perfeito.
Jag
— O quê?
Eu me levantei.
— Eu não estou transando com ela. Eu não tenho ideia do por que
ela estava na minha casa.
Miri bufou.
— Eu a ouvi dizer por que, Jag. Você chamou-a para uma 'foda'.
— Não, baby.
— Eu não sei.
Miri empacou.
— Preciso de tempo.
Raiva.
— Ponha-me no chão!
— Maldição.
Segurei-a com uma mão e tirou meu celular do meu bolso com a
outra. Enquanto eu estava percorrendo o contato de Frank, Miri gritou.
Não apenas qualquer grito — foi um de gelar os ossos, de puro terror, um
grito primal.
— O que...