Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II
CAPÍTULO 4 - Junções
(Junções de Eixos e Árvores com o Cubo).
CAPÍTULO 5 - Lubrificação
(Atrito, Tipos de Lubrificantes, Propriedades Físico-Químicas dos Lubrificantes,
Viscosímetros, Sistemas de Lubrificação, Classificação dos Lubrificantes).
2
Capítulo 1
ELEMENTOS DE APOIO
1 – Guias
1.1 – Introdução
A Guia tem a função de manter a direção de uma peça em movimento. Fazendo analogia
com uma janela corrediça, os seus movimentos de abrir e fechar são feitos dentro de trilhos que
evitam que a mesma saia de uma direção pré-determinada.
Numa máquina industrial, a guia tem a mesma função desses trilhos, como por exemplo,
numa Serra-fita, a guia assegura a direção da trajetória da Serra.
Geralmente são usadas mais de uma guia em máquinas. Normalmente usa-se um conjunto
de guias com perfis variados, que se denominam Barramento. Existem vários tipos de
barramentos, conforme a função que eles exercem.
3
1.2 - Tipos
1.3 - Classificação
As Guias classificam-se em dois grupos: Guias de Deslizamento e de Rolamento.
As Guias de Deslizamento apresentam-se, geralmente, nas seguintes formas:
4
No Barramento de máquinas operatrizes são empregadas combinações de vários perfis
de Guias de Deslizamento. O quadro a seguir apresenta alguns perfis combinados e suas
aplicações.
5
Alguns tipos de Barramentos e suas respectivas Réguas de Ajuste:
6
1.4 – Material de Fabricação
1.5 – Lubrificação
De um modo geral, tanto as Guias de deslizamento como as de rolamento são lubrificadas com
óleo. Nas de deslizamento, o mesmo é introduzido entre as superfícies em contato por meio de
ranhuras ou canais de lubrificação. O óleo deve correr pelas ranhuras de modo que atinja toda a
extensão da pista e forme uma película lubrificante. Estas ranhuras são feitas sempre na pista
da peça móvel, conforme as figuras abaixo:
7
Nas máquinas de grande porte, são usadas as Guias Hidrostáticas que se utilizam da pressão de
óleo para criarem um filme lubrificante entre as superfícies que trabalham entre si.
8
2 – Mancais
2.1 – Introdução
Mancais são elementos de máquinas que permitem movimento relativo orientado entre
dois componentes, enquanto transmitem força de um componente para o outro, sem
permitirem movimento na direção da aplicação das cargas.
Como exemplo pode ser citado a figura abaixo onde cada uma das situações de
transmissão apresentadas necessita de um conjunto de mancais para sustentar, estavelmente, o
eixo com suas cargas aplicadas, enquanto ao mesmo tempo permite que o eixo gire livremente.
As cargas aplicadas no eixo são tipicamente produzidas por engrenagens, correias,
correntes, volantes ou outros elementos especializados montados no eixo.
Todo dispositivo com partes móveis necessita de pelo menos um mancal de algum tipo
para permitir o movimento relativo desejado enquanto provê as restrições necessárias e a
capacidade de carregamento.
A origem do mancal é remota e, provavelmente, surgiu quando o homem primitivo
observou que todo eixo gira com mais desenvoltura, exigindo menos força para isso quando se
apóia com qualquer dos seus setores, mas principalmente com suas extremidades, numa espécie
de berço.
Os primeiros mancais eram feitos de couro ou madeira, que passaram por uma evolução
muito grande a partir da constatação de que um eixo girava com maior facilidade ainda se fosse
colocado entre este e os mancais um pouco de gordura, tendo sido este o primeiro lubrificante
mecânico que se têm conhecimento.
9
A partir da aplicação dos metais, principalmente o ferro, a utilização do mancal se
disseminou, e com a evolução das máquinas, os mesmos assumiram um papel fundamental.
2.2 – Evolução
10
Uma afirmação categórica é de que cada um dos dois tipos tem as suas qualidades
particulares, e que nenhum deles satisfaz a todas as exigências.
Há casos em que apenas os Mancais de Deslizamento podem ser usados; outros em que
somente os de Rolamento constituem uma boa solução e, ainda aqueles em que os dois tipos
oferecem uma solução satisfatória. A decisão depende das propriedades de maior importância
para cada aplicação, no momento do projeto.
11
Nos Mancais de Deslizamento a área de lubrificação relativamente grande amortece as
vibrações, os choques e ruídos.
Estes mancais são também menos sensíveis a choques e poeira (lubrificação e graxa,
com efeito, de vedação contra a poeira), permitem menor jogo do mancal, e, por outro lado,
uma tolerância relativamente grande de ajuste. Além disso, são de construção simples,
fabricação fácil, tanto os inteiriços como os bi-partidos, sendo os de grandes diâmetros,
significativamente mais baratos que os de rolamento. Exigem também menor diâmetro de
montagem e apresentam grande flexibilidade construtiva.
Por outro lado, a película de lubrificante só se forma com o movimento de deslizamento,
razão pela qual o coeficiente de atrito de partida apresenta valores sensivelmente mais
elevados. Acima de tudo, o atrito de escorregamento requer e consome muito mais
lubrificante, exigindo, portanto, maiores cuidados de circulação de lubrificante
(principalmente para eixos verticais) e de manutenção.
Existe ainda um tempo de amaciamento necessário para que a bucha adquira uma
superfície com um bom grau de alisamento, o comprimento sempre maior e a influência da
superfície (acabamento) do eixo sobre as condições de escorregamento.
Em resumo, os Mancais de Deslizamento têm as seguintes vantagens:
12
• Segundo a direção da força: mancais radiais (mancais de apoio), para forças radiais;
mancais axiais (mancais de escora), para forças axiais, mancais de guia, guiam um
movimento móvel com trajetória retilínea;
• Segundo a aplicação: mancais em redutores, em transmissões, em motores, em
turbinas, em laminadores, etc.
• Segundo a construção: mancais inteiriços, bi-partidos, de pé, suspensos,
autocompensadores, de colares múltiplos, embutidos, etc;
• Segundo o material: mancais de metal branco, bronze, bronze vermelho, metal leve,
material sinterizado, resina sintética, prensada, aglomerados de diferentes materiais, etc;
• Segundo a lubrificação: mancais com lubrificação a graxa, de anel, lubrificação
forçada, etc.
13
Enfim, são vários os fatores que podem contribuir para a redução da vida de um mancal
de deslizamento, ou induzi-lo à falha.
Uma boa adaptação das superfícies de deslizamento depende, além das condições de
funcionamento (carga, velocidade, lubrificação), da associação de forma geométrica (folga do
mancal, acabamento superficial, amaciamento), da associação de materiais adequados às
superfícies de deslizamento.
É desejada uma associação que:
• seja a mais lisa;
• seja fácil de enxarcar;
• seja fácil de “amaciar”;
• que não engripe em funcionamento a seco ( propriedade de emergência);
• não se dilate irregularmente;
• possua suficiente resistência estática e dinâmica (resistência ao calor e corrosão);
• tenha boa condutibilidade térmica e boa aderência ao material da apoio.
14
esmagamento, pancadas, alta resistência ao desgaste, com coeficiente de atrito relativamente
alto.
Os Bronzes de baixos teores de Estanho e altos teores de Chumbo têm um coeficiente
de atrito mais baixo, sendo mais plásticos, adaptam-se melhor ao eixo, porém, são menos
resistentes ao desgaste. São adequados aos serviços de alta rotação e baixa pressão, sem cargas
de impacto.
Os Bronzes Fosforosos, com adição de até 0,4% de fósforo, são utilizados
principalmente em Coroas de Sem-fim em caixas redutoras de velocidade, mas podem ser
utilizados em mancais submetidos a altas cargas radiais.
Os Bronzes Grafitados melhoram as características de diminuição de fricção, resistindo
muito bem à falta de lubrificação fluida.
Os Bronzes Sinterizados a base de bronze, estanho e alumínio, possuem 35% de
porosidade absorvendo o lubrificante, para devolvê-lo posteriormente na interface eixo-
material da bucha.
O Babbitt não pode ser usado para pressões acima de 70 Kgf/cm².
Outros materiais incluem os não-metálicos autolubrificados como Teflon, Nylon, Acetal,
Resina Fenólica ou Policarbonato.
Em utilizações especiais como mancais submersos são utilizados elastômeros como as
borrachas.
15
2.4.4 – Lubrificação
16
2.4.6 – Inserção e Distribuição do Lubrificante
O lubrificante, para qualquer mancal, deve ser inserido pela região de pressão mínima,
ou seja, no caso de um mancal radial, por exemplo, a pressão máxima estará localizada na parte
baixa do mancal. Fica um pouco à esquerda, se o sentido de rotação for horário, ou à esquerda
se o sentido de rotação for anti-horário. Logo, o lubrificante deverá ser introduzido na parte
superior do mancal.
Deve ser levado em consideração que diferentes posições de mancais, aliadas a fatores
externos, podem alterar as zonas de pressão máxima e mínima.
Para distribuir o lubrificante a todas as regiões do mancal; o mesmo deverá ter uma
ranhura paralela ao eixo, e que termine cerca de 5 mm antes da borda do mancal.
Ranhuras circulares devem ser feitas nas extremidades a fim de diminuir a fuga do
lubrificante. Em mancais longos, a bucha pode ser feita em duas partes, no comprimento,
deixando um vazio na parte central do mancal, que funciona como depósito de graxa.
17
Para condições severas podem ser especificados os chamados óleos industriais
com aditivos específicos.
No caso de utilização de graxas, deverá ter o número de consistência NGLI, de 1
ou 2.
18
a) Mancal de Deslizamento:
• Forma;
• Dimensões: D, D1, e L;
• Material;
• Ajustes.
b) Lubrificação:
• Distribuição da pressão: nas condições de funcionamento, o mancal é
carregado com (F) e com a velocidade angular (n), tendo a distribuição de
pressão o seguinte aspecto:
c) Eixo
• Forma;
• Dimensões na região do mancal e rugosidade;
• Ajustes.
19
Nestas condições:
20
Obs: O produto “(p.v)máx” é tabelado em função da lubrificação do mancal.
2.4.11 – Recomendações
Para o bom funcionamento do Mancal, é necessário que:
• Haja uma folga diametral correta entre o eixo/árvore e o mancal, para o
deslizamento através do atrito fluido (hidrodinâmico).
21
• Na prática, a folga diametral é determinada em função do ajuste
eixo/bucha.
Cd = Fmax + Fmin
2
2.4.13 – Ajuste entre a Carcaça e o Mancal
22
Ajuste (D2/D1) Observações
H7 / s6 Montagem a prensa com grande esforço.
H7 / r6 Montagem com interferência a prensa.
H7 / j6 Montagem e desmontagem fácil, ajuste incerto, aderente.
(Ajustes e tolerâncias entre Carcaça e Mancal).
23
24
25
Tolerância ISO para Furos
26
Tolerância ISO para Eixos
27
Exemplo: Determinar os dois mancais de deslizamento de um compressor.
Dados: Mancais de Bronze ao chumbo; árvore de aço temperado, d = 50 mm.;
lubrificação por mecha; F = 350 Kgf; n = 900 rpm; temperatura ambiente, ta = 45° C.
28
29
Exercício: Dimensionar um mancal de virabrequim de automóvel que atuará com
lubrificação forçada com rotação n= 2.000 rpm, submetido à ação de uma força F= 20
kN. O diâmetro da árvore é de 60 mm.
Admita para a resolução:
• Bucha de bronze ao chumbo
• Temperatura ambiente ta= 50°C
• µ = 0,0025 (coeficiente de atrito)
30
2.5 – Mancais de Rolamento
31
• Adequado para operação em baixa velocidade;
• Baixo atrito de partida (0,02 contra 0,12 dos Mancais de Deslizamento) e baixa perda
de potência devido ao arraste por fricção;
• Pode suportar prontamente cargas axiais, radiais ou combinações destas;
• Ocupa pouco espaço axial;
• Permutabilidade universal entre fabricantes devido à ampla padronização de tamanho e
rígido controle de tolerâncias;
• O aumento do ruído em operação alerta para a ocorrência de falha.
• A usual maior capacidade de carga por centímetro de largura do mancal;
• O amaciamento desnecessário e a maior liberdade na escolha do material do eixo.
Apesar das vantagens enumeradas, em certos casos não é aconselhado o uso dos Mancais
de Rolamento como, por exemplo, nos casos em que o ruído do mancal possa ser
inconveniente; nos casos em que o mancal venha a sofrer fortes choques no repouso, como
máquinas em reserva; nos casos de mancais bi-partidos, cuja característica os mesmos não
conseguem suprir; nos grandes radiais de baixa rotação (preço relativamente alto e grande
diâmetro externo dos mancais de rolamento) e em mancais axiais solicitados a grandes cargas,
no caso, acima de 200 toneladas, como em geradores e turbinas.
2.5.1 – Funcionamento
Entre dois anéis e suas correspondentes vias de rolamento, estão colocados os corpos
rotativos como elementos intercalados (elementos intermediários). Um dos anéis permanece
fixo (ajustado na caixa) e o outro gira. Em geral, o anel fixo é o que se encontra na caixa do
mancal (anel exterior ou anel do mancal) e o anel móvel é o que está montado no eixo (anel
interior ou anel do eixo), girando com ele. Em caso especial, pode se dar o inverso, O anel
com a caixa do mancal gira, enquanto o anel do eixo permanece em repouso. Os corpos
rotativos situados entre os anéis giram em torno do eixo, pela ação do anel giratório, apoiando-
se sobre a via de rolamento. A peça distanciadora que leva os corpos rotativos chama-se
separador.
32
De acordo com as reações surgidas nos eixos, os rolamentos estarão sujeitos a dois tipos
de cargas, ou a combinação das mesmas:
Carga Radial: Aquela cuja linha de aplicação é dirigida ao centro do mancal, na linha do raio.
Carga Axial: Aquela cuja linha de aplicação é dirigida paralelamente ao eixo.
Para cada uma destas cargas ou a combinação destas, existem Mancais de Rolamento
específicos, cuja construção possibilita o apoio das mesmas.
Em função disto, é muito importante a correta especificação do tipo de Mancal de
Rolamento a ser usado, para cada situação de carga apresentada, sob pena de diminuição
drástica da “vida” deste rolamento ou até mesmo, impossibilidade do funcionamento do
conjunto mecânico.
4 – Agulha 5 - Cônico
33
2.5.4 – Tipos de Mancais de Rolamento
Esferas
É chamado de rígido porque não permite mobilidade angular, ou seja, um anel não
pode se movimentar em relação ao outro (não pode ser desmontado, separando os anéis).
Assim sendo, deve ser usado onde exista coaxilidade entre os mancais, ou seja, é necessário
um rígido alinhamento entre os mesmos. Utilizado normalmente em caixas de redução de
máquinas ou em outras aplicações em que a rotação seja elevada.
Suporta carga radial de intensidade média e carga axial leve, porém é caracterizado por
ser um rolamento radial.
Devido à sua versatilidade e custo reduzido, são amplamente utilizados.
34
Rolamentos com Proteção
Os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas são também fabricados com placas de
proteção (sem contato) ou placas de vedação (com contato) em um ou ambos os lados. As
placas de proteção, feitas de aço, mantêm uma pequena fresta radial com o anel interno,
enquanto que as placas de vedação, feitas de borracha sintética resistente ao desgaste e ao óleo,
deslizam num rebaixo existente no anel interno. Os rolamentos com duas placas de proteção ou
vedação são fornecidos lubrificados com a quantidade correta de graxa à base de lítio, não
necessitando de relubrificação. Estes rolamentos não podem ser lavados, nem aquecidos no
momento da montagem
Sufixos
35
O furo destes rolamentos pode ser cilíndrico ou cônico. Quando possuir
conicidade, o mesmo poderá ser montado diretamente sobre o eixo/árvore após a
confecção de um assento cônico específico, acompanhado de rosca e uma porca para
limitar a sua movimentação axial. A outra possibilidade de montagem é através da
utilização de uma Bucha de Fixação padronizada, encontrada no comércio, cuja
finalidade é a de ancorar o rolamento sobre um eixo/árvore cilíndrico, com extrema
rigidez.
No caso dos Rolamentos Autocompensadores com furo cônico, o sufixo do
mesmo é “K” e a respectiva bucha terá um prefixo “H”.
Exemplo: Rolamento 1215 K + Bucha H – 215 ou H - 315, ou ainda H - 2315
Rolamento 2316 K + Bucha H - 2316
Bucha de Fixação
Constituída por três elementos que são: Porca de Fixação, Anel de Trava ou
“Aranha”, e a Bucha propriamente dita, que é o corpo central do conjunto.
36
2.5.4.3 – Rolamento de Esferas de Contato Angular
Possui um batente unilateral no anel externo e, assim, montado aos pares, suporta
cargas radiais e axiais sendo classificado como um rolamento que suporta cargas
combinadas.
Exemplo: Rolamento 7215 B
37
porta-esferas central e dois discos opostos, sendo desmontável, razão pela qual os discos
são montados separadamente, facilitando os ajustes. Podem ser equipados com uma
Contra-placa esférica cuja função é a de compensar, até certo ponto, algum
desalinhamento, fazendo com que todo o rolamento se posicione favorável à
manutenção da sua ortogonalidade em relação ao eixo/árvore.
Rolos
É apropriado para cargas radiais elevadas, não suportando cargas axiais e muito
menos desalinhamentos.
Os rolos são guiados por rebordos (flanges) em um dos anéis, sendo que o outro
anel geralmente não tem rebordo. Esse detalhe permite que o eixo/árvore se desloque
axialmente em relação à caixa dentro de certos limites, em caso de dilatação térmica,
mesmo que não exista folga na tampa de encosto.
Algumas séries destes rolamentos (NUP, NJ, HJ) admitem cargas axiais e radiais,
porque possuem rebordos nos dois anéis, sendo estes rolamentos tolerantes a cargas
combinadas. As demais séries desse tipo de rolamento aceitam somente cargas radiais e
nenhum desalinhamento.
De um modo geral os Rolamentos de Rolos Cilíndricos são empregados onde haja
elevadas cargas radiais e possibilidade de choques (sobrecargas), sendo classificados
como rolamentos radiais.
38
2.5.4.6 – Rolamento de Rolos Cônicos
39
2.5.4.7 – Rolamento de Agulhas
40
2.5.5 – Materiais Empregados nos Rolamentos
Os Mancais de Rolamento podem ser vulneráveis a falha por quaisquer dos diversos
modos possíveis, dependendo das cargas de operação e velocidades especificadas. Sob
condições típicas de operação, a falha por fadiga superficial é o modo mais provável de falha.
As tensões cíclicas cisalhantes subsuperficiais Hertzianas produzidas pelas superfícies curvas
em contato rolante, podem iniciar e propagar diminutas trincas que acabam por desalojar
partículas, causando pittings superficiais (diminutas crateras superficiais). Os pittings surgem
inicialmente nas pistas gerando ruído, vibração e calor que se intensificam progressivamente.
Caso os mancais ruins não forem substituídos, as pistas podem fraturar, os mancais podem
emperrar, e sérios danos a outros elementos de máquinas podem ocorrer.
Outra falha que pode ocorrer são as indentações (marcações) nas pistas, que ocorrem
quando forças estáticas entre duas superfícies curvas em contato resultam em escoamento de
um ou ambos os componentes acoplados, produzindo uma descontinuidade superficial
permanente e de tamanho significativo. Quando os elementos rolantes passam sobre estas
descontinuidades, geram vibração e calor, aumentando gradualmente a falha.
Quando da seleção de mancais, o projetista deverá examinar a capacidade do mancal em
resistir à falha por fadiga de superfície (capacidade de carga dinâmica básica), e a
capacidade do mancal em resistir à falha por indentação (capacidade de carga estática
básica), o que dependerá de detalhes específicos do ciclo de trabalho.
Os fabricantes de mancais de rolamento fornecem dados de limite de carga em fadiga,
sendo este definido como a carga no mancal abaixo da qual a falha por fadiga não irá ocorrer
41
para aquele mancal em particular, assumindo a ausência de contaminação e lubrificação ideal
entre os elementos rolantes e as pistas.
Finalmente, as vibrações excessivas causadas por elementos montados em situações
excêntricas sobre árvores girantes, podem induzir fadiga e quebras prematuras, bem como a
montagem defeituosa com a aplicação de batidas diretamente nos rolamento que também se
constituem em fatores de risco.
Obs: As informações referentes aos cuidados na manutenção de rolamentos, no que diz
respeito à montagem e desmontagem, inspeção, instruções de lubrificação,ferramentas e
avarias apresentadas bem como suas causa, são abordadas na disciplina de Manutenção
Industrial.
2.5.8 – Lubrificação
42
Devido à facilidade de vedação contra poeira e a manutenção mais simples, prefere-se a
lubrificação a graxa, principalmente em máquinas pequenas. A lubrificação a óleo é
aconselhável nos casos em que outros elementos também se lubrificam com óleo, como por
exemplo, os mancais de caixas de redutores, além disso, em temperaturas de funcionamento
acima de 70 ° C,e em rotações muito altas.
O lubrificante não pode provocar ferrugem, conter partículas abrasivas ou atacar
quimicamente os corpos rolantes, ausência de acidez e, de preferência, deve ser o mais
resistente possível ao envelhecimento.
A vedação, no mancal, deve ser eficiente para impedir a fuga do lubrificante e, por outro
lado, proteger o rolamento contra a penetração de poeira e água.
43
2.5.10 – Vida do Rolamento
44