Projeto de

Processos
Químicos
Professor Jacques Niederberger
 PUC -Rio - QUI 1813 - Projeto de Processos Químicos

Aula 1 (Colaboração: Luiz Otávio Rosa e Pazos)

1 - Introdução:

O projeto de um processo químico envolve toda a seqüência de etapas, desde a idéia

inicial até a unidade estar operando. De um modo geral, as etapas podem ser esquematizadas
na seguinte forma:

- Idéia inicial.
- Avaliação econômica e de mercado preliminares.
- Projeto básico: síntese, análise e otimização.
- Avaliação econômica final.
- Detalhamento.
- Aquisição de materiais / equi pamentos.
- Montagem.
- Pré-operação e partida.
- Produção.

1.1 - Idéia inicial

- Projeto de pesquisa: novo produto ou melhoria

- Exigência do mercado ao departamento pessoal
- Produção: novo produto / intermediário
- Engenharia: processo novo ou modificado p/ novo produto

Analise inicial: Idéia promissora? ⇒ Avaliação preliminar

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1.2 - Avaliação econômica e de mercado preliminares

Se a idéia for promissora

⇒ Avaliação de mercado

Qual o mercado potencial para o produto?

⇒ Capacidade da unidade

Definida a capacidade, avaliação econômica preliminar.

Esquema 1.2;

Valor do Avaliação
Adaptações
investimento fixo econômica

Sim

O processo Não Pode

é ser
rentável ? adaptado ?

Não
Sim

Projeto Básico:

- Síntese
- Análise
- Otimização

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u Como vamos resolver o looping do esquema 1.2?

Com a capacidade da unidade, é feito um projeto preliminar, e se obtêm as dimensões

os equipamentos principais. Com métodos aproximados, estima-se o investimento fixo. Com
a estimativa do investimento fixo é possível fazer uma avaliação econômica preliminar.
Após o projeto básico, com informações mais detalhadas, pode-se fazer uma avaliação
mais rigorosa.

1.3 - Projeto Básico:

Fluxograma Síntese

Valores Iniciais

Variáveis de Decisão
Análise
Balanços
de massa e
de energia

Dimensionamentos
e
Custos

Otimização Otimização
de
Parâmetros Estrutural
Avaliação
Econômica

Fluxograma

Final

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-Síntese de processos : definição dos tipos de processos unitários que serão empregados, como
estes serão conectados e que temperaturas, pressões e vazões serão necessárias.
É um processo complexo porque existe um número enorme de maneiras de se atingir o
mesmo objetivo (10 4 a 109). Em Perry e Green, podemos ver 15 maneiras diferentes de
separar um sólido de um líquido (veja pag. 19.108, 6° edição). Normalmente buscamos a
alternativa de processo de menor custo, mas devemos garantir que o processo é seguro,
satisfaz restrições ambientais, é de fácil partida e operação, etc...

-Análise de processos: resolução dos balanços de massa e energia, dimensionamento dos

equipamentos e avaliação econômica e de viabilidade (segurança, operabilidade) do
fluxograma concebido.

A resolução do balanço de massa e energia nos fornece como resultado todas as

vazões de todas as correntes de processo, bem como suas composições, temperaturas e
pressões. Estas informações, juntamente com as propriedades físicas que dependem de T, P, e
da composição, são necessárias para o projeto dos equipamentos e das tubulações e para a
especificação dos instrumentos. Este serviço é feito com o auxilio de programas de
computador chamados simuladores de processos. Após a definição das dimensões dos
equipamentos e tubulações e dos materiais a serem empregados, pode -se fazer a avaliação
econômica mais rigorosa. A análise de viabilidade técnico-operacional visa garantir a
segurança e operabilidade do processo.

-Otimização: durante a análise de um fluxograma, pode-se descobrir que um determinado

nível de pressão ou temperatura pode influenciar profundamente as dimensões dos
equipamentos (⇒$) ou o próprio desempenho do processo. Podemos também decidir alterar o
equipamento e/ou suas interconexões. A mudança de equipamento ou interconexões recebe o
nome de otimização estrutural, enquanto que a simples alteração dos níveis de T e P do
processo é chamada de otimização de parâmetros.

1.4 – Avaliação econômica final

Após a etapa de Síntese/Análise/Otimização, temos o fluxograma final, já com todas

as dimensões de todos os equipamentos e tubulações. Com estas informações, podemos fazer
uma avaliação econômica rigorosa, apenas para eliminar imprecisões da avaliação preliminar.
É importante ressaltar que, quando o projeto chega nessa etapa, uma grande
quantidade de recursos já foi investida, em termos de HH (homens-hora) de engenheiros e
projetistas. Caso a avaliação econômica conclua que o processo é inviável, isso significa que
a avaliação preliminar foi equivocada e os métodos devem ser revistos e atualizados.

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1.5 – Detalhamento

Esta é a etapa do projeto que emprega mais HH. Todos os fluxogramas são detalhados
em nível de diâmetros de furos, dimensões de parafusos. Inclui também os projetos de
engenharia civil das estruturas que vão suportar os equipamentos e tubulações. Normalmente
o detalhamento não é feito pela equipe de projeto básico.

1.6 – Aquisição de materiais e equipamentos

É feita por um departamento de compras, que recebe as especificações feitas pela

equipe de projeto básico.

1.7 – Montagem

Existem firmas especializadas na montagem de unidades industriais. O engenheiro de

processo pode acompanhar

1.8 – Pré-operação e partida

O engenheiro de processos deve escrever um manual de operação, que contemple a pré-

operação e a partida. Normalmente, em 3 a 5 dias, uma unidade nova já opera dentro das
especificações.

1.9 – Produção

Com a unidade já em produção, surge a oportunidade de verificar se as estimativas dos

custos operacionais foram bem feitas. É feita a aquisição de dados / acompanhamento que
fornecem informações para ajustes em projetos futuros. O engenheiro que atuou no projeto
interage com a equipe de acompanhamento, dando assistência técnica ao pessoal da operação.

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2 – Etapas do projeto básico

-Bases de projeto: a equipe de projeto básico recebe do cliente as bases de projeto, que
contêm as seguintes informações:

• Localização da unidade
• Qualidade e quantidade de matéria prima
• Especificação do(s) produto(s)
• Utilidades disponíveis (vapor, ar, energia elétrica, óleo combustível, água de processos,
água de resfriamento).
• Prazos

-Definição do fluxograma: Só existe a etapa formal de síntese de processos quando se

desenvolve um processo totalmente novo. Quando se faz um projeto de um processo já
estabelecido, o fluxograma base é obtido de um projeto anterior. As inovações tecnológicas e
outras adaptações são introduzidas, e o fluxograma está pronto.

(os fluxogramas são desenhados em estações gráficas)

-Casos de projeto: Devem ser analisados vários casos possíveis, e os projetos são feitos para
os casos limite.
Alguns exemplos;
- Quando a matéria prima da unidade que se está projetando é um produto de outra unidade,
sujeita a oscilações na vazão, deve- se definir a vazão máxima e mínima, e o processo deve ser
projetado de forma a operar em ambos os casos limites.
- Nos processos catalíticos sem reposição contínua de catalisador (leito- fixo), a atividade do
catalisador é máxima no início da campanha vai e decrescendo até o final da campanha, quando o
catalisador é então trocado. O projeto deve contemplar ambos os casos.

A condição mais crítica, ou mais conservativa, que leva à maior dimensão dos equipamentos ,
é chamada de caso dimensionante. A análise dos casos de projeto e definição do caso
dimensionante é feita juntamente com os balanços de massa e energia.

- Balanço de massa e energia: depois da definição do fluxograma e dos casos de projeto,

utiliza-se um simulador de processos para gerar balanços de massa e energia para os casos
de projeto.

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O simulador de processos é um programa que reproduz, no computador, o

funcionamento de uma unidade industrial. Possui os modelos matemáticos das operações
industriais, cuja resolução gera como resultados as informações das correntes:

- temperatura
- pressão
- vazão
- composição

Com temperatura, pressão e composição, o simulador calcula propriedades físicas necessárias

ao projeto dos equipamentos e tubulações:

- massa específica
- viscosidade
- calor específico
- condutividade térmica
- tensão superficial, etc.

- Folha de dados: O resultado do trabalho da en genharia de processos são folhas de dados.

São vários tipos de formulários, para os diferentes equipamentos, para as tubulações,
válvulas e instrumentos. Grande parte das informações que devem constar das folhas de
dados são obtidas nos balanços de massa e energia. A outra parte requer um número
considerável de cálculos. Estes cálculos podem ser feitos através de programas de
computador, planilhas eletrônicas ou mesmo à mão, com auxílio de calculadoras e
memórias de cálculo. Essas folhas de dados, produto do trabalho dos engenheiros de
processo, são a matéria prima para a equipe de detalhamento. Essas folhas podem ser
impressas e organizadas num livro de projeto, ou mantidas sob a forma de arquivos e
armazenadas num CD-ROM.

- Detalhamento: Existem dois nív eis de detalhamento. Num deles, os engenheiros

mecânicos fazem o projeto mecânico dos equipamentos; espessuras das chapas, tipo de
“costura”, etc. O outro nível de detalhamento é extremamente minucioso e consiste em
especificar todos os parafusos e orifícios que existirão na unidade. Esse detalhamento
minucioso é que orienta a montagem.

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